GOVERNO DO ESTADO DE SECRETARIA DE ESTADO DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA GABINETE DE GESTÃO INTEGRADA

Municipio - Pontes e LacerdaMT

2010

Trabalho de levantamento geopolítico, socioeconômico e cultural da microregião de Pontes e Lacerda-MT, visando subsidiar o Secretário de Segurança Pública Diógenes Gomes Curado Filho e Dirigentes das instituições desconcentradas através da criação do Gabinete de Gestão Integrada Municipal, que terá finalidade de discutir em nível colegiado os problemas afetivos a criminalidade regional.

Equipe de Trabalho: Secretaria Executiva do Gabinete de Gestão Integrada

“Ninguém tem maior amor do que este; de dar alguém a sua vida pelos seus amigos”. (João 15.13)

1. Justificativa A integração das intituições que operam na linha de justiça criminal e prevenção da violência é um processo que está em vias de construção. Diante da cultura capilarizada nas corporações e o natural receio de perder espaço prestígio ou poder, transforma os encaminhamentos do enfrentamento, redução e controle da criminalidade a redundância de processos, reduzindo ao final a governabilidade diante da conduta humana criminosa. Na primeira fase da integração, as instituições são instadas a refletirem sobre suas missões, reverem conceitos e quebrarem seus tabus. Paralelamente, pequenos passos como operações conjuntas e capacitações comuns possibilitam a descoberta de que os resultados são positivos para as instituições e aos participantes, fato mensurado nos indicadores, surge então, um fenômeno cujo foco contempla um universo multifuncional, e os participantes de estranhos passam a ser companheiros consequentemente os caminhos passam a serem desobstruidos. Trabalhando com essa metodologia, a SEJUSP tem adotado o modelo democrático e representativo com estilo de decisões colegiadas, dando vez e vóz aos integrantes de todos os níveis e instituições, trazendo à luz os princípios traçados nos Planos Nacional e Estadual de Segurança Pública, bem como implantado em nosso estado e municípios a dinâmica prevista no Programa Nacional de Segurança Pública Com Cidadania – PRONASCI, que traduz investimentos e parcerias para atendimento mais próximo ao cidadão, focado na prevenção da violência, com a introdução da família e sociedade na busca conjunta da paz social, chegando agora o momento de contemplar a Microregião de Pontes e Lacerda – MT

2. Histórico

Em 1906, foi contruído o Posto Telegráfico de Pontes e Lacerda (hoje restaurado[8]), na ocasião do levantamento etnológico, cartográfico geográfico e biológico iniciado no ano seguinte pela Comissão de Linhas Telegráficas e Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas. Liderada pelo Marechal Cândido Rondon, a Comissão Rondon, como era conhecida, esquadrinhou milhares de quilômetros de terras, rios e coordenaA região onde hoje situa-se o município de Pontes e Lacerda era inicialmente habitada por índios, representados pelos Nambikwara[5]. Foram praticamente dizimados pelas sucessivas incursões dos bandeirantes paulistas na região (século XVIII) e pelo ciclo do garimpo (séculos XVIII-XIX), que acompanhou a exploração aurífera de Vila Bela da Santíssima Trindade. Já no século XX, sofreram com a exploração da madeira, dos seringueiros e a disputa de terras com fazendeiros e grileiros estabelecidos na região em meados da década de 70. Receberam guarida do padre jesuíta Antônio Iasi Júnior, que lutou pela criação da Terra Indígena Sararé, uma área de 67.420 hectares onde vivem atualmente cerca de 71 índios[6].

A origem do nome remete ao ano de 1784, quando dois cartógrafos e astrônomos formados pela Universidade de Coimbra, Portugal, desenharam os primeiros esboços da carta geográfica dos rios das bacias Amazônica e do Prata. Eram Antonio Pires da Silva Pontes, um mineiro, e Francisco José de Lacerda e Almeida, um paulista[7].das geográficas até o Amazonas, e logo depois até o Acre[9]. Os trabalhos foram concluídos em 1915. Somente em 1947 é que chega para a localidade o Sr. Mariano Pires de Campos, sertanista mato-grossense acompanhado de alguns índios da etnia Pareci, a procura de Poaia (Cephaelis Ipecacuanha)e permanece em um barraco por ele construido ao lado da "Estação Telegráfica". Em 1954 a serviço da Companhia Sul do Brasil que vendia terras no vale do Guaporé/ chega à localidade o engenheiro Ariel acompanhado do picadeiro Jorge Lemes que após concluidos os trabalhos, permanece residindo próximo a estação telegráfica. Em 1960 com a construção da estrada de rodagem rodovia BR 174, chega na localidade uma equipe do DNER com as respectivas máquinas e veiculos, e acampa nas proximidades da Estação Telegráfica para a necessária comunicação com Cáceres e Cuiabá. Ao término da construção, o Chefe de Máquinas Sr. Dorvalino e o Cozinheiro Sr. Manoel Basão, permancem morando na localidade, dando inicio a um pequeno povoado que começava receber migrantes de outras partes do Estado e outras localidades do Brasil. Em 1963 chegam as familias Azambuja e Fagundes da Costa para "abertura das matas" e formação de fazendas para criação de bovinos e cultivo de lavouras para sustento das familias e suas propriedades. Em 1967 a Familia Podolan oriunda de Campo Mourão no Estado do Paraná instala uma serraria de grande porte e constroi cerca de 50 casas para os funcionários da empresa, além das construções para abrigo dos departamentos administrativos, máquinas, caminhões e demais equipamentos, fazendo surgir um novo núcleo populacional ha cerca de 02 Km da estação telegráfica. Nos anos seguintes, continua a migração de pessoas de outras regiões do Estado e do Brasil, para a localidade de Pontes e Lacerda, ocupando-se das diversas atividades regionais; Extração da madeira, formação de fazendas, serrarias, pequenos estabelecimentos comerciais, mão-de-obra qualificada e de serviços gerais etc. Em 1971 a extinta CODEMAT - Companhia Desenvolvimento do Estado de Mato Grosso, instala escritório no povoado para regularização fundiária do que seria a parte urbana e rural, no entorno desta, tendo como responsável pelo estabelecimento o Sr. Moacir Ferreira da Silva.

Até 1976, Pontes e Lacerda era um aglomerado pertencente à cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, tornando-se um distrito desta àquele ano, através da Lei Estadual 3.813. Finalmente em 1979, através da lei estadual 4.167, foi criado o município de Pontes e Lacerda, desmembrando para si parte do território pertencente à Vila Bela da Santíssima Trindade.

2. Regiões de Planejamento Mato Grosso

Fig.001 Regiões de planejamento de Mato Grosso – SEPLAN

4. Expansão do GGI’s-Regionaisie Municipais

Alta Floresta

Juara Sinop R-M

Sorriso

Lucas do Rio Verde

Tangara da Serra R-M

Barra do Bugres GGI MT Água Boa

Cuiabá Pontes e Lacerda Cáceres Várzea Grande Barra do Garças R-M

Rondonópolis R-M

Fig.002 Fonte Gabinete de Gestão Integrada GGI-MT GGI Estadual - GGI Regional - GGI Municipal - R-M – Regionais e Municipais

5. Aspectos Geopolíticos da Mesoregião 5.1 Localização

Pontes e Lacerda

Fig.003 – Microrregião de Planejamento – Pontes e Lacerda

Fig.004 Microrregião de Planejamento (City Brasil)

5.2 Fotos de Pontes e Lacerda

PRAÇA MUNICIPAL IGREJA CATOLICA

FACULDADE UNED VISTA AEREA Fig.005 Fotos da cidade de Pontes de Lacerda-MT

5.3 Mapa de cobertura da terra

Fig.006. Mapa de cobertura da terra para o Estado do Mato Grosso para o ano de 2002.

5.4 Situação Fundiária

Fig. 007. Situação Fundiária

5.5 Compatibilização de áreas de competencia jurisdicional Agências do Sistema de Justiça Criminal

PM POLITEC PJC JUDICIÁRIO

02 médicos 02 Delegados 02 Juízes ►Pontes e Lacerda contratados 05 escrivães 06 Assessores de Gabinete 56 Efetivos 02 papiloscopistas comissionados efetivos 22 investigadores 48 efetivos

04 terceirizados

02 estagiários

02 escrivãs

● Vila Bela 09 investigadores

09 Efetivos

01 Delegado

Jauru 08 investigadores

09 Efetivos 01 escrivão

● Figueirópolis

04 efetivos

● Vale de São Domingo

04 efetivos

● Lucialva

01 efetivo

● Conquista do Oeste

05 efetivos Legenda ►Município ● Distritos

Agências do Sistema de Justiça Criminal de Pontes e Lacerda - MT

Miiniistériio Públliico Siistema Priisiionall CBM 8º CIBM – Pontes e Lacerda 02 promotores Transfere para vila bela

02 efetivos

02 comissionados

02 terceirizados *Dados coletados nas unidades regionais em 25/03/2010

5.6 Aspecto geopolítico de intensidades em ocorrências temáticas:

Dados captados no zoneamento da SEPLAN-MT, que permite incrementar projeção evolutiva das cidades diante dos cenários atuais.

Fig. 008 Percentual de Analfabetismo

Fig.009.Renda per Capita

Fig. 010 Percentual Adolescentes Escolar

Fig.011. Percentual de adolescentes mães

Fig. 012. Percentual de crianças na escola

6. Perfil socioeconomico e cultural

Cidades População Área – Km2 Agência IDH - Financeira ranking

Pontes e Lacerda 39.228hab. 8.423,347km² 03 0,753

Fonte: www.ibge.gov.br

7. Planilha de zoneamento e população carcerária

Cidades Criação Analf/ Mort. Inf. Desemp. População Carcerária % Masc. Fem. Pontes e Lacerda 1979 21% 13,9% 8,8% _ _ Não possui sistema prisional Os dados foram captados na sua maioria do IBGE e os em vermelho demonstra pela informação colhida do sistema prisional a população carcerária nas Cidades pertencentes a microregião, sendo aqui justapostos para uma análise de cenário mais panorâmico.

8. Cenário de competências e territorialidade das Agências Públicas

8.1 - Poder Judiciário

Fig.013. Mapa das comarcas da região

O poder Judiciário está presente na região em grau de 2ª Entrância, como se observa no mapa as áreas de competencia.

8.2 - Perícia Oficial e Identificação Técnica – POLITEC

PRIMAVERA DO LESTE JUÍNA BARRA DO GARÇAS RONDONÓPOLIS CUIABÁ VÁRZEA GRANDE CÁCERES TANGARÁ DA SERRA SINOP PONTES E LACERDA

Fig. 014. Cidades presentes a Politec

8.3 - Polícia Militar

CR-VI– Pontes e Lacerda - GGI - M

Alta Floresta GGI M

Juina GGI M Vila Rica GGI M Juara GGI M

Sorriso GGI M

Lucas do Rio Verde GGI M Água Boa GGI M

Pontes e Lacerda GGI M

Fig.015. Legenda dos GGI´s Regionais e Municipais

9. Indicadores Criminais da Região

O planilha que se segue representadas pela gerência de estatísticas da polícia judiciária civil, traz um diagnóstico dos registros de ocorrências da região.

OCORRÊNCIAS REGISTRADAS NO MUNICIPIO DE PONTES E LACERDA - 2009 CRIMES COM MORTE TOTAL Homicídio doloso 17 Homicídio culposo de trânsito 6

OUTRAS OCORRÊNCIAS COM MORTE TOTAL Mortes acidentais no trânsito (exceto homicidio culposo) 1 Outras mortes acidentais (exceto homicidio culposo) 4 Suicidio 2 Mortes a esclarecer 4

CRIMES CONTRA A PESSOA SEM MORTE TOTAL Tentativa de homicídio 21 Lesão corporal dolosa 243 Lesão corporal culposa de trânsito 159 Outros crimes resultantes em lesão corporal 3 Ameaça 374

OUTRAS OCORRÊNCIAS SEM MORTE TOTAL Lesão acidental no trânsito (exceto lesão corporal culposa 17 Outras lesões acidentais (exceto lesão corporal culposa) 2 CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL TOTAL Estupro 5 Tentativa de estupro 2 Atentado violento ao pudor 6

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO TOTAL Roubo de veículo 17 Roubo a transeunte 42 Roubo em estabelecimento comercial ou de serviços 22 Roubo em residência 14 Outros roubos 14 TOTAL ROUBOS 109 Furto de veículo 43 Furto a transeunte 70 Furto em residência 352 Outros furtos 369 TOTAL FURTOS 834 Estelionato 64

LEGISLAÇÃO ESPECIAL TOTAL Entorpecentes (posse e uso) 5 Entorpecentes (tráfico) 19 Porte ilegal de armas de fogo 23 Atos infracionais (criança e adolescente) 39 Crimes contra o meio ambiente 27

10. Vantagem da articulação integrada

O trato e enfrentamento à criminalidade requer um trabalho de tamanha envergadura que agregue forças afins da triplice formação do Estado dos campos do Pré–delito, Delito e Pós-Delito. É recomendável que a estratégia para esse enfrentamento seja focada em objetivos comuns que seja “a paz social”. As ações isoladas apresentam-se dispendiosas e pouco contribuem para resultados toleráveis, essas conclusões remetem a traumas nas instituições e um desgaste humano e político. A integração vale-se principalmente da modéstia e se apresenta como um elemento aglutinador de ideias e ações eficazes, sendo esta hoje, ferramenta em uso na maioria dos Estados da Federação.

11. Considerações Finais

A criação de um grupo interinstitucional, representativo e permanente com características heterogênias quanto as multifunções e presentes na Microregião de planejamento de Pontes de Lacerda, entra em um cenário favorável, estribado ao processo natural de expansão das agências, cujo formato atual de competência, ostenta um compartilhamento geográfico em grau considerável, ou seja, a presença das Instituições em suas respectivas áreas de competencias territoriais possuem coexistencia. Portanto, ancorado na estratégia de expansão de criação dos Gabinetes de Gestão Integrada Municipal - GGIM no Estado de Mato Grosso reune condições favoráveis. Assim entendemos diante dos profundos estudos a esta temática que se faz necessário a criação de um forum deliberativo na microregião de Pontes e Lacerda.

12. Referências

BEATO FILHO, Caluidio C. Políticas Públicas de segurança: equidade, eficiência e accountabillity:Mimeo,2000.

CARVALHO, Julio Martins. Soluções integradas de Gestão e geoprocessamento criminal em áreas de risco social: Cuiabá. Dissertação em especialização CAO- 2007. APMCV.

CÂMARA, Gilberto et All. Geoprocessamento: Teoria e aplicações. Disponível: www.dpi.impe.br/gilberto/livro [ acessado em 10/07/08].

Plano de Gestão Integrada em Segurança Pública. Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá: 2004.