ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM , NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS.

ATA Nº 016

PRESIDENTE - DEPUTADO RIVA

O SR. PRESIDENTE (RIVA) - Autoridades presentes senhoras e senhores bom- dia! Em nome da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, declaro aberta esta Audiência Pública requerida pela Comissão Especial do Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado de Mato Grosso para discutir e debater a Mensagem nº 25/08, referente à política do Zoneamento de Mato Grosso. Quero saudar todo o povo desta região, as autoridades presentes e os prefeitos. Convido para tomar assento na mesa de trabalhos o Presidente da Comissão Especial do Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado, Deputado Dilceu Dal Bosco; o Vice-Governador do Estado de Mato Grosso, neste ato representando o Governador Blairo Maggi, Silval da Cunha Barbosa; a Prefeita Municipal de Alta Floresta, Maria Izaura Dias Afonso; o Senador da República, proprietário nesta região, Jayme Veríssimo de Campos; o Deputado Federal Eliene Lima; o Deputado Federal Wellington Fagundes; o Deputado Federal Homero Alves Pereira; o Deputado Estadual desta terra, Ademir Brunetto, 3º Secretário da Assembleia Legislativa; o Deputado Estadual José Domingos Fraga, de ; Deputado Estadual Mário Lúcio; o Deputado Estadual, membro da Comissão do Zoneamento, Airton Português; o Deputado Estadual Nilson Santos, de Colíder; o Secretário de Estado de Planejamento e Coordenação Geral, Yênes Jesus de Magalhães; o Diretor do Departamento de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente de Brasília, Roberto Vizentin; o Presidente da Câmara Municipal de Alta Floresta, representando todos os Vereadores, Dita Pires; o Prefeito de , Samuel de Freitas; o Prefeito de , Sinval dos Santos Brito; o Prefeito de , Orovaldo Miranda; o Prefeito de Colíder, Celso Banazeski; o Prefeito de Nova Canaã, Antônio Luiz César; o Prefeito de Apiacás, Sebastião Silva Trindade; o Prefeito de , Aureliano Ferreira; a Prefeita de , Beatriz de Fátima Sueck Lemes; o Prefeito Municipal de , Joaquim Ferreira dos Santos; o Prefeito de Matupá, Fernando Zafonato; o Prefeito de Paranaíta, Pedro Miyazima; e o Prefeito de Nova Santa Helena, Dorival Lorca. (PALMAS) Informo aos senhores e senhoras que o Deputado Alexandre Cesar, Relator do Projeto do Zoneamento, está chegando dentro de alguns instantes. Ele teve um problema com a aeronave e deve estar chegando em alguns instantes. Eu gostaria de convidar o representante do Ministério Público, Luiz Scaloppe, para participar conosco da mesa. E quero, de antemão, agradecer o Dr. Marcelo Ferro, que tem mostrado preocupação em participar da proposta de discussão do Zoneamento.

Pág. 1 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Informo que, por decisão da Comissão, não serão chamados à mesa os Movimentos Sociais, que são muitos, e seria discriminação convidar um e outro não. Assim, para termos um equilíbrio e sermos justo, achamos por bem registrar a participação de todos. Quero perguntar a todos os senhores e senhoras se estão nos ouvindo bem. O som está chegando bem? Está bom? Peço que levante a mão quem está ouvindo bem. (A PLATEIA SE MANIFESTA LEVANTANDO A MÃO.) O SR. PRESIDENTE (RIVA) - Então, está bom! Gostaria de pedir aos senhores e senhoras que tomem assento e convido a todos para cantarmos o Hino Nacional. (EXECUÇÃO DO HINO NACIONAL.) O SR. PRESIDENTE (RIVA) - Gostaria também de convidar o Dr. Marcelo Vacchiano, Promotor de Justiça de Alta Floresta, neste ato também representando o Ministério Público, junto com o Dr. Luiz Scaloppe. Gostaria, iniciando esta Audiência Pública, primeiro, de dizer que a Assembleia Legislativa, Vice-Governador Silval Barbosa, Senador Jaime Campos, poderia ter feito apenas duas Audiências Públicas e dois Seminários e votar o Zoneamento, entretanto, a Assembleia Legislativa decidiu que tinha que ouvir o Estado todo e, para isso, ao invés de duas, realizaremos quinze audiências. Depois de Alta Floresta, ainda estaremos em Vila Rica, em Sorriso, em Sinop, em Juína, em e vamos encerrar a discussão em Cuiabá. Já fizemos nove Seminários e nove Audiências Públicas, mas é preciso deixar uma coisa muito clara aqui: o Zoneamento não está pronto e acabado. Se essa proposta não pudesse ser modificada, não estaríamos aqui discutindo. Não teria sentido discutir uma proposta que já estivesse pronta e acabada. Outra coisa que tem que ficar clara é que a proposta é da SEPLAN-Secretaria de Estado de Planejamento, elaborada, portanto, pelo Governo do Estado. Agora, ela tem falhas? Tem. Tem porque nós mesmos, na época da entrega da proposta, o Vice-Governador Silval Barbosa era Deputado, dissemos ao Governador: “Mande para a Assembleia Legislativa a proposta. Mande porque a Assembleia Legislativa irá aos pólos regionais para discutir e aperfeiçoar essa proposta.” Eu vinha discutindo com o ex-Deputado Romoaldo Júnior que me dizia o seguinte: “Olha, na época do Governador Jayme Campos, essa proposta estava pronta e era diferente.” Verdade que era. E era verdade também, Senador, que haverá muitas mudanças nessa proposta que está sendo debatida. Mas, para vocês terem uma ideia, nós temos algumas preocupações. Eu não quero aqui fazer uma Audiência Pública, Prefeito Tião Serra, como fizemos em Apiacás, em que o Ministério do Meio Ambiente veio, ouviu o povo, mais de mil e quinhentas pessoas eram contra a criação do Parque Nacional , mas mesmo assim eles o criaram. A Assembleia Legislativa não fará isso. A Assembleia Legislativa vem aqui para ouvir (PALMAS). A Assembleia Legislativa não quer fazer o que está fazendo a FUNAI e o Ministério da Justiça, criando reserva indígena onde não tem índios; ampliando as áreas de reservas onde tem produtor (PALMAS). Nós não queremos fazer isso. Nós estamos aqui para uma discussão séria. O Presidente Dilceu Dal Bosco e os membros da Comissão do Zoneamento têm tomado todo o cuidado necessário para que possamos aprovar uma proposta que esteja próxima da realidade. Até porque, Srs. Deputados Federais e Estaduais e Prefeitos, se a região foi ocupada de forma desordenada, o principal culpado foi a ausência do Governo, que não esteve aqui para ordenar a ocupação (PALMAS). Se estivesse aqui, com certeza, a proposta estaria melhor. Pág. 2 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Eu quero agradecer a TV Nativa, canal 07, que está transmitindo esta Audiência Pública ao vivo para Alta Floresta, assim como a Band Sinop, canal 13, e a TV Assembleia Legislativa, canal 30. Outra situação, gente, quando mostrei preocupação com a discussão, foi porque uma coisa que abomino é a tal da truculência. Quando vieram aquelas operações da Polícia Federal, aquilo foi um estupro na região. Nós não podemos admitir essas coisas (PALMAS). O duro é que a maioria do nosso povo pagou pelo que não fez. Porque, quem não fez foi o IBAMA, que atrasava os procedimentos; e foi a SEMA, que não andava. E nós pagávamos por isso, pela ineficiência, muitas vezes, do Governo. Eu conversava com o Vice-Governador Silval Barbosa, que é um proprietário na região, e dizia a ele: nós não vamos penalizar a classe produtora, não vamos ser irresponsáveis, não. Mas não precisa ser irresponsável para apoiar a classe produtora. Se nós temos o instrumento da flexibilização, Senador, se ele está sendo questionado, e nós entendemos que vai atingir a área 1, área 2, área 3, mas esta região aqui... E eu fiz questão de trazer por escrito, quero entregar na mão do Presidente da Comissão uma Emenda de minha autoria, bem como dos Deputados Dilceu Dal Bosco, Alexandre Cesar, Adalto de Freitas - Daltinho, Airton Português e Percival Muniz. Nós não queremos causar ao produtor nenhuma dúvida. Esta região aqui, Presidente da FAMATO, Rui Prado, se enquadra no perfil da Categoria 1 (PALMAS). E nós não podemos mais correr riscos. Já fomos penalizados demais por operações, parques, reservas indígenas e uma séria de coisa! Quero dizer a vocês que em nenhum momento a Assembleia Legislativa questiona isso. Agora, é lógico que serão precisos estudos técnicos para amparar, para dar suporte a essa mudança de Categoria. E o Deputado Dilceu Dal Bosco já está assinando aqui a Emenda que eu já assinei. Também quero propor, e eu gostaria que o Ministério Público nos ajudasse nessa proposta... Está gerando muita insegurança a Categoria 4. Qual a insegurança que está gerando? Ao apontar potencial, engloba-se uma área muito grande, um milhão, dois milhões de hectares. Os produtores que estão dentro daquela área potencial para a criação de Unidade de Conservação ficam inseguros para fazer investimento. A minha proposta é eliminar essa área potencial e já criar as Unidades de Conservação (PALMAS) no tamanho certo. Se vamos criar uma Unidade de Conservação de cem, duzentos mil hectares, com estudos, para que apontar dois milhões de potencial para gerar insegurança aos produtores? Eu não vejo essa necessidade! A Emenda está pronta, Sr. Presidente, e está aqui também, assim como estou entregando aqui a Vossa Excelência, que vai ser discutida em Juara, a mudança de Categoria e de área lá em Juara. Essa aqui não é uma decisão isolada do Deputado Riva, é uma decisão minha; do Deputado Dilceu Dal Bosco; do Deputado José Domingos Fraga; do Deputado Mário Lúcio; do Deputado Adalto de Freitas - Daltinho, que não está aqui; do Deputado Nilson Santos; do Deputado Ademir Brunetto; do Vice-Governador Silval Babosa, que participou também dessa discussão; do Senador Jayme Campos, que apoia também essa iniciativa; dos Deputados Federais Homero Pereira e Welinton Fagundes; do Deputado Airton Português, que é membro da Comissão do Zoneamento; do Deputado Pedro Satélite; e dos Prefeitos. Cabe agora fazermos um estudo técnico para amparar isso! Então, quero aqui, Sr. Presidente, agradecer a todos e dizer que, às vezes, uma palavra causa uma série de dúvidas. Há poucos dias, eu disse - e vou fazer esse esclarecimento com dever de obrigação - que há uma imensa área na divisa de Nova Canaã, pega um pedacinho de Nova Pág. 3 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Canaã, é uma área da Serra, em que se caberia a criação de uma Unidade de Conservação. Alguns já tentaram deturpar, dizendo que eu queria criar uma Unidade de Conservação em cima de área de produção em Nova Canaã, onde há cinquenta mil bois. Não é assim! Não se cria Unidade de Conservação pelo olho, não é através do “olhômetro”. Tem que ter um estudo técnico. Ninguém vai criar Unidade de Conservação onde tem pastagem com gado e a propriedade é produtiva. Aliás, o Deputado José Domingos levantou uma tese interessante: a pecuária nessa região precisa ser atendida, Secretário Yênes Magalhães, nos mesmos parâmetros que foi a proposta de Juara, de Juína, que garante apoio tecnológico para aperfeiçoar, melhorar e garantir o desenvolvimento da pecuária na região. Então, vamos ter que fazer algumas alterações nessa parte. Queria apenas esclarecer aquela questão e dizer a vocês que nós queremos votar um Zoneamento que fique na história do Estado e para que vocês possam dizer: “O Zoneamento aprovado nos garante o direito de produzir.” Mas sabedores que vocês são que, ao estar na Categoria 1, não estão livres de cumprir as obrigações da legislação ambiental, inclusive, APPs-Áreas de Preservação Permanente - isso é intocável -; e Reserva Legal - vocês terão através do MT LEGAL os instrumentos necessários para regularizar suas propriedades. E eu tive o cuidado de fazer uma pesquisa, Governador Silval Barbosa, e muitos de vocês, talvez, tenham sido consultados. Apenas 23% sabem o que é MT Legal; menos de 20% sabem o que é Zoneamento. Então, eu estou propondo ao Presidente, a Assembléia Legislativa vai publicar uma edição, Secretário Yênes Magalhães, do MT Legal, comentada, explicada e distribuir para os produtores da região para que eles possam correr atrás da regularização da propriedade de cada um. (PALMAS). Gente, parabéns a todos os organizadores, ao Deputado Ademir Brunetto, que é da região, aos Deputados que estão presentes, parabéns a quem mobilizou a reunião. Nós vamos dar abertura na discussão... E gostaria de pedir aos senhores, é uma discussão longa, muitas das vezes chata, porque demanda muito tempo... Nós não temos pressa, estamos aqui para ouvir vocês. Eu pedi, na última reunião das Câmaras Municipais, que cada Câmara também faça uma Audiência Pública na cidade de vocês, e gostaria de pedir aos Prefeitos que referendassem isso e perguntassem a todo o povo do município o que eles esperam do Zoneamento e quais as sugestões que eles gostariam de dar para melhorar o Zoneamento. Então, vocês cobrem das Câmaras para que façam essas Audiências Públicas e nos remetam o resultado delas, porque não temos como ir nos 141 municípios. Nós vamos em 15 regiões. Então, vai ser difícil! Para vocês terem uma ideia, tem comitiva de Juara aqui, tem comitiva de Tabaporã, que estão preocupadas com a discussão de lá. Essa discussão não é isolada. Quando vocês discutem Alta Floresta, os avanços conseguidos aqui atingirão lá. Então, é importante que todos participem. Portanto, quero agradecer a vocês, como Presidente da Assembleia Legislativa, e gostaria de passar a direção dos trabalhos para o Presidente da Comissão, Deputado Dilceu Dal Bosco. Muito obrigado e boa Audiência Pública. (PALMAS). (O SR. DEPUTADO DILCEU DAL BOSCO ASSUME A PRESIDÊNCIA ÀS 09:50 HORAS.) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Bom-dia a todos! Eu cumprimento todas as autoridades que compõem esta mesa, em nome do Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Riva; do Vice-Governador Silval Barbosa; do nosso Senador da República Jaime Campos; e da Prefeita desta cidade, Maria Izaura. Sintam-se todos cumprimentados!

Pág. 4 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. E, eu já faço um apelo, neste meu cumprimento, a todos que usarão da palavra, para que, por favor, dispensem os cumprimentos a todas as excelências e autoridades, pelo tempo que temos, até porque todos que estão aqui são excelências, são autoridades, e aí nós teríamos que cumprimentar a todos. Então, faço este apelo a todas as autoridades aqui presentes para que dispensem os comentários. O Zoneamento é um instrumento de grande importância para o planejamento do Estado de Mato Grosso. Preocupados em oportunizar, como disse o nosso Presidente, a participação da sociedade mato-grossense no processo que validará o projeto, a Assembleia Legislativa do Estado abre a nona Audiência Pública que conclui os trabalhos iniciados no Seminário Técnico, onde foram acolhidas todas as propostas da população. A Comissão Especial do Zoneamento é composta por mim, Deputado Dilceu Dal Bosco, Presidente; Vice-Presidente, Deputado Percival Muniz; o Relator, que chegará daqui a pouco, Deputado Alexandre Cesar; os membros Titulares: Deputados Adalto de Freitas - Daltinho, Airton Português; os membros Suplentes: Deputados Otaviano Pivetta e Ademir Brunetto. O nono Seminário Técnico e a Audiência Pública desta Região de Planejamento, a Região 2, com sede em Alta Floresta, compreendem os Municípios, além de Alta Floresta - Nova Bandeirantes, Apiacás, Nova Monte Verde, Paranaíta, Carlinda, Nova Canaã do Norte, Colíder, Nova Santa Helena, Terra Nova do Norte, Novo Mundo, , Matupá, Peixoto de Azevedo e . Quero também registrar toda nossa equipe da Comissão que esteve trabalhando, a equipe técnica da Assembleia Legislativa: Margareth, Josevane, Luciana, Waleska, Washington, Prof. Abílio, Paulo Roberto, Giovani, Cel. Roberson e toda a equipe de segurança que estiveram durante esses dias trabalhando aqui no Seminário Técnico e nesta Audiência Pública. Eu, com muita tranquilidade, falo ao povo da minha região: estou Deputado de Sinop, da região norte, estou aqui desde janeiro de 76. O Deputado Riva colocou com muita clareza: a construção deste projeto não foi só deste Governo Blairo Maggi e do vice-governador Silval Barbosa. Passou pela mão de vários governos, que enviou para a Assembleia Legislativa e que falta socializar, discutir com o povo do nosso Estado, com os vários segmentos, com a sociedade civil organizada, com os movimentos sociais, com o setor produtivo, com os poderes constituídos e isso a Assembleia Legislativa está fazendo, dando direito à nossa população de opinar, sugerir, criticar e alterar o Zoneamento Socioeconômico Ecológico de Mato Grosso. É por isso que estamos aqui e vamos andar Mato Grosso inteiro para ouvir o sentimento da nossa população, da nossa gente e do nosso povo. Aqui em Alta Floresta, meu querido ex-prefeito, ex-Deputado Romoaldo Júnior, aproveito a oportunidade para convidá-lo para compor a mesa. Vossa Excelência está convidado, assim como convido o ilustre ex-governador e ex-Senador da República, muito querido nesta região, o nosso querido Júlio Campos que venha compor a mesa também (PALMAS) Por isso é que estamos nesta Audiência Pública, Romoaldo Júnior, Deputado Ademir Brunetto, querido Deputado desta Cidade, é a primeira vez que um membro da Comissão, no caso, Presidente, Deputado Dilceu Dal Bosco, vem participar da discussão do Seminário, Secretário Yênes, para ouvir a população desta região. Até porque, propositadamente, a Comissão deixou esta região, a região norte, por último para ser discutida nas Audiências Públicas, porque

Pág. 5 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. sabíamos que aqui, dado a nossa legislação ser bem mais dura, mais severa, teríamos um debate mais acalorado, mais profundo. Eu vim aqui exatamente para ouvir, para abalizar a Assembleia Legislativa, a Comissão Especial de Zoneamento para apresentarmos algumas propostas que venha ao encontro da necessidade desta região. É por isso que hoje, através do nosso Presidente da Assembleia Legislativa, da Comissão Especial de Zoneamento, nós apresentamos essas propostas das mudanças de Categoria de 2 para 1. Mas, não é só isso que nós defendemos! Não é só isso, Secretário Yênes Magalhães, que queremos para o nosso Mato Grosso e para o nosso povo. Queremos equiparar o nosso Zoneamento às categorias do Macrozoneamento da Amazônia, do Zoneamento Brasileiro. Portanto, levaremos esse pedido de Alta Floresta para todo Mato Grosso, porque tem o direito de ir da categoria 2 à categoria 1; porque temos o direito de ter só três categorias em Mato Grosso. Essa é a nossa defesa! É isso que nós queremos para o povo de Mato Grosso! (PALMAS). Mas só isso não basta! Isso não garante muita coisa! O que queremos, efetivamente, para Mato Grosso é o que está na Medida Provisória 2.166, que é a flexibilização do nosso passivo ambiental, da nossa dívida com o meio ambiente. E não seria justo com o povo de Mato Grosso, para os que ficaram nas outras categorias, não ter a flexibilização. Eu, Deputado Dilceu Dal Bosco, Presidente da Comissão Especial do Zoneamento; o Deputado Riva e toda a Comissão defendemos a flexibilização, através do estudo técnico- científico de um mapa de flexibilização para todas as categorias do Estado de Mato Grosso. Todo o nosso povo merece isso! (PALMAS). Mas sempre embasado num estudo técnico e científico. Porque aqui, meu querido Vice-Governador Silval Barbosa, a Comissão Especial do Zoneamento não tem o direito de vender ilusão, de vender sonho que acontecerá. Nós temos que trabalhar, Deputado José Domingos Fraga, dentro dos limites da Lei Federal, que não podemos exacerbar, ultrapassar; e dentro dos limites e alterações que não comprometam a aprovação do Zoneamento, minha querida Prefeita Maria Izaura, no Conselho Nacional do Zoneamento. Esses são os limites dentro dos quais vamos trabalhar no Zoneamento, garantindo os direitos do nosso povo, sem comprometer o Zoneamento e a sua aprovação. Porque se ele não for aprovado no Ministério do Meio Ambiente, no CONAMA, no Conselho Nacional do Zoneamento, de nada adiantou ser aprovado na Assembleia Legislativa; de nada adiantou a luta, porque cai por terra o nosso sonho de resolver o maior problema de Mato Grosso, que é, exatamente, a legalização ambiental das nossas propriedades e das nossas terras. Está aqui o instrumento, a ferramenta, que nos dará o direito de legalizarmos o passivo e a dívida ambiental do Estado de Mato Grosso. Por isso, temos que ter consciência não de agradar somente; não de arrancar aplausos somente, mas, de ter o compromisso com Mato Grosso e com o nosso povo de que o Zoneamento que vamos aprovar, também, será aprovado no Conselho Nacional do Zoneamento, no CONAMA, para pararmos de sofrer; para que parem as perseguições; para que o povo possa produzir, crescer, sem ter medo, sem ter dúvida quanto à venda da sua produção. É isso que nós defendemos na Comissão Especial do Zoneamento! É isso que a Assembleia Legislativa defende! É isso que, com certeza, o Governo do Estado, também, defende! E é isso que nosso povo, que nossa gente, que todos nós queremos para Mato Grosso! É nessa linha que vamos trabalhar como Presidente da Comissão Especial do Zoneamento; toda a Comissão; a Assembleia Legislativa e todos nós.

Pág. 6 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. E digo mais, esse projeto - que para mim é o maior projeto dos últimos vinte, trinta, quarenta anos de Mato Grosso - não está sendo construído por uma mão só. Ele não está sendo construído somente pela Assembleia Legislativa, pelo Governo. Ele está sendo construído por todos que estão aqui; por todos vocês; por toda a sociedade mato-grossense. Esse é um projeto nosso! É um projeto do nosso povo; é um projeto do nosso querido Mato Grosso. Por isso, o compromisso, a responsabilidade, é de todos nós. É por isso que a Assembleia Legislativa convidou os Poderes constituídos, os segmentos da sociedade civil, os movimentos sociais, os organismos não-governamentais, o setor produtivo, para juntos construirmos o nosso futuro, o futuro das próximas gerações, o futuro do belo e querido Mato Grosso. Encerro minha fala, agradecendo de coração a nossa Prefeita Maria Isaura, que deu total e irrestrito apoio à Assembleia Legislativa, à Comissão Especial do Zoneamento, a toda nossa Assessoria. Ela não mediu esforços para nos ajudar em tudo. Em seu nome, Prefeita, agradeço a toda a sua equipe; agradeço a todos os prefeitos que compõem esta região de planejamento, que tiveram o cuidado de antes de virmos aqui irem à Assembleia Legislativa e promovermos reuniões, discutirmos, Prefeito Luizão; Prefeito Brito, do Município de Novo Mundo, para termos clareza do que era o Zoneamento. É por isso que aqui nós avançamos e avançamos muito na construção desse projeto. Portanto, meus amigos, nessa linha é que vamos conduzir o trabalho no dia de hoje. A metodologia é muito clara e muito simples. Passarei, daqui a pouco, a palavra à Prefeita Izaura, para que dê as boas-vindas a todos que estão aqui. Já temos inscritos, para terem uma ideia, 63 participantes. Já encerramos as inscrições da plateia e dos segmentos. Então, façam a conta: Praticamente, todas as autoridades, também, querem falar. Se demos três minutos para cada um, imaginem o tempo que ficaremos aqui dentro. Então, peço encarecidamente a todos que vão usar da palavra: Vamos limitar esse tempo. Aqueles que se sentirem contemplados com a fala antecedente, por favor, nos comunique para retirar o nome das inscrições para conduzirmos de forma produtiva esta Audiência Pública no dia de hoje. Agradeço a todos e peço a Deus que todos tenhamos a serenidade, a paciência, a calma, de conduzirmos, quem sabe, a melhor e a maior Audiência Pública até hoje do Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado de Mato Grosso. Esta Audiência Pública superou todas as participações até hoje. Parabéns, povo da Região do Planejamento 2! (PALMAS). Passo a palavra, a nossa querida Prefeita do Município de Alta Floresta, Srª Maria Izaura Dias Afonso. A SRª MARIA IZAURA DIAS AFONSO - Bom-dia a todos! Em nome dos 15 Prefeitos que compõem a área de abrangência do polo de Alta Floresta, quero dar boas-vindas aos Deputados, as nossas autoridades; aos Senadores que estão aqui conosco, hoje, engajados nessa luta, pelo bem da nossa região e do nosso Mato Grosso. Primeiramente, quero passar às mãos do Deputado Dilceu Dal Bosco, que é o Presidente da Comissão Especial do Zoneamento, dois documentos que são frutos do trabalho que os 15 Prefeitos, com seus Secretários, suas equipes, fizeram aqui durante 45 dias. Debruçamo-nos em

Pág. 7 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. cima das leis, em cima dos livros, em cima das apostilhas, que nos deram aqui, para saber, realmente, o que defenderemos, hoje, e o que queremos para a nossa região. Então, passo às mãos dos Deputados que, com toda certeza, analisarão com muito carinho. Quero pedir licença, mais uma vez, às pessoas que já estiveram na abertura desse encontro, para ler, novamente, um trecho do discurso do Governador Blairo Maggi, que foi o que me motivou a mobilizar toda esta região para esse estudo. Ele diz assim, muito sabiamente: “É importante que todos os mato-grossenses se envolvam na discussão do Zoneamento, porque ele representa o futuro socioeconômico e ambiental desta terra. Por isso, é preciso que o debate seja amplo e restrito”. Quando recebi este manual, Srs. Deputados e Sr. Senador, chamou-me a atenção da nossa responsabilidade com o futuro da nossa terra e da nossa gente. Então, agradeço aos Prefeitos que atenderam prontamente o nosso convite e vieram para Alta Floresta, com toda sua equipe - e aqui tivemos o apoio da SEPLAN, da FAMATO, de representantes de ONGs, dos pequenos produtores, de todos - onde fizemos quarenta e cinco dias de estudo para saber, realmente, o que era preciso para a nossa região. E nós, os quinze Prefeitos, estamos orgulhosos de vocês todos - povo nosso - que estão aqui presente, mais uma vez, discutindo uma questão tão importante para a nossa região! Quero dizer aos Srs. Deputados e ao nobre Senador que esta não é a primeira vez que o nosso povo é chamado para uma missão muito importante e que se faz presente. A primeira vez foi há trinta anos, quando fomos chamados pelo Governo Federal para vir, aqui, defender esta região que estava sendo cobiçada por organismos internacionais, que foi o que nos disseram naquela época, que o Governo Federal disse. E nós viemos, chegamos aqui, defendemos esta região, assim como tenho certeza que, na época, veio o Deputado Dilceu Dal Bosco, o Deputado Riva, para Juara, e tantos outros que não vamos citar, assim como a maioria dos prefeitos. Nós defendemos esta região. Derramamos muito suor e muitas lágrimas - muitos sabem - naquela época aqui. Mas, fincamos a nossa bandeira aqui: Esta terra é nossa! Aqui é Brasil! E o que estamos vendo pronto hoje? Que os interesses internacionais continuam cobiçando a nossa região. E estamos aqui, mais uma vez, para defendê-la. O nosso povo está presente, hoje, porque quer dizer o que quer para a nossa região. Srs. Deputados, os senhores podem ter certeza que, aqui, com todo estudo que fizemos, temos duas certezas: Não vamos sair desta região, que é nossa, e continuaremos defendendo-a com unhas e dentes, assim como a defendemos a primeira vez que estivemos com o Governador. Só que nos sentimos assim: Na primeira vez, o Governo nos incentivou a vir para cá. Agora, ele nos desestimula a permanecer aqui. Mas, nós não vamos ceder, porque sabemos, realmente, o que queremos. Então, Srs. Deputados e Senador, em nome dos quinze municípios que representam duzentas e cinquenta mil pessoas da nossa região, queremos dizer aos senhores que só precisamos da flexibilização de 50% na questão da reserva legal, porque nem para os pequenos produtores, que batalham pela Zona 2, não serve se não flexibilizar para 50%. Se realmente estamos num regime democrático, onde todos os senhores aqui foram eleitos pelo voto do povo, pelo voto deste povo aqui; se é realmente uma democracia, onde tem que prevalecer a vontade do povo, então, a vontade deste povo, aqui, é que vocês nos coloquem em nosso lugar, que é a Categoria 1. Esse é o nosso lugar! Pág. 8 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Quero dizer aos nossos companheiros, que defendem a Categoria 2, que não sejam egoístas! Nós estamos defendendo os índios, a floresta, os pequenos agricultores, porque gostaria que as pessoas entendessem que a Categoria 2 não serve para os grandes produtores, apenas para os pequenos. Porém, a Categoria 1 contempla todo mundo. Não tenha dúvida disso! A Categoria 1 contempla todo mundo! Então, quero deixar, aqui, o nosso pedido, o pedido deste povo! Nós confiamos no Deputado Riva, no Deputado Dilceu Dal Bosco, no Deputado José Domingos Fraga e demais Deputados! Podem ter certeza que confiamos nos senhores! Como os Deputados Riva e Dilceu Dal Bosco disseram, nós, os quinze prefeitos, fomos até Cuiabá, conversamos e voltamos de lá tranquilos de que a nossa Assembleia Legislativa irá defender esta região aqui. Estamos conscientes disso e faremos a nossa parte, Deputado Riva, porque se formos da categoria consolidada ou uma parte a consolidar, com toda certeza, daqui a um tempo, estaremos totalmente consolidados. Por que temos que ser de segunda divisão, quando podemos ser de primeira? Então, não tenham dúvida, pessoal, que temos capacidade! Queremos 50% de reserva legal e somos Categoria 1! Nós somos de primeira categoria, e isso os Deputados nos ajudarão. Muito obrigada! O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Quero registrar a presença do Prefeito Municipal de Guarantã do Norte, que já está na mesa, nosso querido companheiro Mercidio Panosso, o Chico do Garimpão. Muito obrigado pela presença. Deixo claro à Prefeita que é uma luta de todos o que a senhora acabou de falar sobre mudança de Categoria. Com exceção de um detalhe que eu estou ouvindo aqui da Liderança da Categoria 02, da agricultura familiar, que estaremos observando para levar em consideração no estudo técnico - já estamos ouvindo aqui o Líder -, esse assunto de mudança de Categoria está definido dentro da programação, enquadrando ao macrozoneamento do Brasil, com três Categorias. Então, a 02 vem para a 01, a 04 para 03, e assim por diante. Mas, sobre esse assunto, o Secretário de Planejamento e Coordenação Geral, Yênes Magalhães, vai explicar melhor. Para resumirmos essa fala, esses pedidos, esse é um assunto que nós, através do Deputado Riva e da Comissão Especial do Zoneamento, já apresentamos uma Emenda, há um entendimento de Governo, há um entendimento do Secretário de Planejamento e Coordenação Geral, Yênes Magalhães, então, esse é um assunto sacramento. Essa questão isolada - entendemos agora a reivindicação - vamos atender, vamos conversar, exatamente para... (VAIAS DA PLATEIA) Senhores, na Audiência Pública todos têm direito de se expressar com o uso da palavra, assim, não gostaríamos da manifestação com vaias a ninguém. Só vamos legitimar o processo com a participação de todos. Estamos falando aqui que eles estão discutindo por conta das diretrizes necessárias à agricultura familiar, de incentivos, de garantia. Eles também são produtores. Todos que produzem, de um saco de mandioca a uma tonelada de soja, algodão e pecuária neste País são produtores. Então, estou falando que estamos garantindo a mudança grande de Categoria nessa equiparação ao macrozoneamento, quanto a esse estudo, técnica e cientificamente, a Assembleia Legislativa vai discutir e adequar. Então, estamos buscando exatamente essa adequação. Estou falando isso aqui para que possamos resumir as nossas falas. Pág. 9 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Na questão das Categorias, acho que já ficou entendido - não é Prefeita e todos aqui? - qual o encaminhamentos que vamos dar. Está certo? Só para esclarecer. Para bem entender o andamento da audiência, vou intercalar as falas das autoridades com as falas das inscrições da plenária e da plateia. Vou intercalar também agradecimentos e registros das lideranças presentes. Agora, para dar esclarecimentos mais técnicos, convido o Secretário de Planejamento e Coordenação Geral, Yênes Magalhães. O SR. YÊNES JESUS DE MAGALHÃES - Bom-dia a todos aqui presentes. Quero, primeiramente, agradecer a Deus pela oportunidade e parabenizar todos vocês. Este, sem dúvida alguma, é o maior evento de discussão do Zoneamento do Estado de Mato Grosso até o presente momento. Todos os senhores estão de parabéns! (PALMAS) Para dar celeridade, não vou cumprimentar todos, assim, cumprimento o Presidente da Assembleia Legislativa, que coordena esse evento todo, Deputado Riva; o Presidente da Comissão Especial de Zoneamento, Deputado Dilceu Dal Bosco; o nosso Vice-Governador, Silval Barbosa; o Senador Jaime Campos; e, em nome da Prefeita, cumprimento todos os Prefeitos e autoridades aqui presentes. Tive uma conversa agora há pouco, orientado pelo nosso Vice-Governador, para que fizesse o esclarecimento de que, na verdade, estamos falando, senhores, do Projeto de Lei mais importante que já passou pela Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso. Estamos falando de pensar na vida, não na vida hoje, amanhã ou depois, mas no futuro das nossas gerações. O Zoneamento é o único projeto que transcende Governo. Ele não é para atender um Governo. Ele começou em 1982, com o Governador Jaime Campos, passou pelo Governo Dante de Oliveira, suas duas gestões, passou a primeira gestão do Governador Blairo Maggi e, agora, na sua segunda gestão, estamos tendo a possibilidade de discutir com os senhores as diretrizes e categorias do Zoneamento. Então, não é um projeto que tem simplesmente uma vontade política, também não pode prevalecer somente o técnico ou o científico, porque ele é um instrumento técnico- científico de 16 anos de trabalho. O que a Assembleia Legislativa está fazendo hoje é ouvir a população em todas as regiões, para saber quais os anseios dos senhores e possa adequar essas necessidades com o Zoneamento. Então, como eu disse para os senhores, dentro de toda uma discussão - esta semana estivemos reunidos com o Governador Blairo Maggi e com a Comissão do Zoneamento - tiramos alguns encaminhamentos técnicos que precisam ser dados. Quero, neste momento, agradecer ao Ministério do Meio Ambiente, na pessoa do Roberto Vizentin, que está aqui presente, agradeço também ao Sr. Egon Krakhecke, Secretário Nacional de Extrativismo, que não está presente aqui, que nos permitiu, neste momento, rever alguns encaminhamentos no Zoneamento. Estamos dizendo da flexibilização. O Zoneamento, senhores, é a solução para o Estado de Mato Grosso, porque a lei já estabeleceu. Quero dizer para os senhores que fui Secretário de Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso em 1989. Naquela época, para ter o título de posse, você tinha que cumprir duas exigências do IBDF e do INCRA nas áreas de floresta. Primeiro, desmatar beira de rio, por causa da

Pág. 10 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. malária; e, segundo, desmatar 50%. Depois, veio uma Resolução do Presidente Fernando Henrique que disse que não eram mais 50%, que eram 20%. A Legislação Ambiental é a única que não retroage. Então, quem desmatou 50% está errado, está ilegal e somente o Zoneamento permite a flexibilização de área de floresta. O que é essa palavra flexibilização? Na verdade, é através de levantamentos técnicos, que já começamos a fazer, por determinação do Governador, acertado com a Assembleia Legislativa. Então, nós da Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral e a Secretaria de Meio Ambiente fomos atrás do Governo Federal e teremos, nos próximos dias, um representante do Meio Ambiente, um representante do Ministério da Agricultura, um representante da EMBRAPA e um representante do Ministério da Integração que nos auxiliarão no estabelecimento desses critérios. Porque não adianta, senhores, simplesmente falarmos que queremos ir da Categoria 02 para a 01 e chegar lá em Brasília, na Comissão Nacional do Zoneamento, e ser reprovado. Isso já aconteceu. Há dois anos atrás, o Zoneamento de Rondônia foi reprovado em Brasília e teve que voltar para ser refeito. Na semana passada, a flexibilização de Roraima foi reprovada na Comissão Nacional do Zoneamento. Por quê? Porque não tinha detalhamento técnico, não tinha base técnico-científica. Então, o Governo Blairo Maggi e a Assembleia Legislativa também estão preocupados, sim, em aprovar um Zoneamento que seja aceito por todos, mas que tenha a garantia de que ele vá cumprir aquela determinação para que serve. Porque se pararmos para pensar, o Zoneamento está na Constituição Federal e na Constituição do Estado de Mato Grosso no Capítulo do Meio Ambiente. Ele é para garantir o desenvolvimento econômico, mas garantir, também, a sustentabilidade, garantir que o Meio Ambiente seja preservado e garantir que a população tire proveito desse desenvolvimento. Então, em cima dessa base, o que nós estamos fazendo, estudando neste momento? Nós vamos transformar a Categoria 2 em uma subcategoria da Categoria 1. Ela está indo para a categoria de uso consolidado. Nós vamos transformar a Categoria 3 em Categoria 2 e a Categoria 4 em Categoria 3. Então, Mato Grosso se adequará ao Zoneamento do Governo Federal e passará a ter três categorias. O mais importante de tudo é que cada zona precisa ser estudada, para que possa ser flexibilizada. Significa que: com a aprovação do Zoneamento pela Assembleia Legislativa, sanção do Governador Blairo Maggi e aprovação pela Comissão Nacional do Zoneamento e, depois, pelo CONAMA-Conselho Nacional de Meio Ambiente, o Zoneamento será aprovado e as pessoas que desmataram 50% estarão legais a partir deste momento. É isso o que estamos trabalhando agora, que é o sonho de todos vocês. Isso que vocês fizeram, os 50% que a lei permitia, mas que, hoje, são só 20%, ou seja em 30% vocês estão errados, vocês poderão retornar aos 50%. Mas para isso tem que ter base legal. Então, por isso, neste momento estamos fazendo todos os estudos, assumimos um compromisso com o Governador Blairo Maggi, com o nosso Vice-Governador Silval Barbosa e, principalmente, com a Assembleia Legislativa de entregar à Assembleia Legislativa, num prazo máximo de quatro semanas, o mapa de flexibilização da Área de Floresta, para a Assembleia Legislativa poder levar isso à discussão com a população. Então, tudo isso que vocês estão fazendo não é perdido. É uma manifestação. E, hoje, estamos tendo o apoio do Governo Federal, através do Ministério do Meio Ambiente, para poder rever essa questão da flexibilização e atender os anseios de todo mundo.

Pág. 11 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Eu não serei hipócrita de dizer para vocês que o Zoneamento resolverá o problema de 100% das pessoas, porque tiveram pessoas que fizeram coisas ilegais, que desmataram cabeceiras de rios, que desmataram margens de rios. Isso tem que ser visto. Agora, o mais importante de tudo é que estamos, neste momento -quero parabenizar, mais uma vez, a Assembleia Legislativa - preocupados em garantir a aprovação do Zoneamento para que ele não chegue a Brasília e seja reprovado. E para isso, Presidente Riva, Vossa Excelência conte com todo o apoio do Governo Blairo Maggi, da Secretaria de Planejamento, da Secretaria de Meio Ambiente, porque envidaremos todos os esforços para minimizar o problema da população mato-grossense. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o Secretário de Planejamento do Estado, Yênes Magalhães. Também queremos agradecer o Sr. Toninho da AGRIPAN, Vice-Prefeito de Carlinda; o Sr. Edson Salgueiro, Vice-Prefeito de Colíder; o Sr. Caleb Ferreira Borges, Vice-Prefeito de Peixoto de Azevedo; o Sr. Luiz Carlos Aléssio, Superintendente de Política Agrícola, neste ato representando o Secretário de Estado de Desenvolvimento Rural Neldo Egon; e o Sr. Aarão Lincoln Sicuto, Presidente da OAB/MT, seccional Alta Floresta. Aproveito a oportunidade para convidá-lo, neste ato representando o Sr. Francisco Faiad, Presidente da OAB/MT. Gostaria que Vossa Excelência compusesse conosco a mesa. Queremos registrar a presença de todos que participaram do Seminário. O nosso relatório final desta região de planejamento, como foi lido e aprovado por todos, ficará sobre a mesa. Nós não o leremos, por conta do adiantado da hora, do número de inscrições e o tamanho do relatório. Aqueles que quiserem olhar para ver se tem algum detalhe a mais ou a menos, saibam que ele ficará à disposição com a nossa assessoria. Da mesma forma, quero aqui entregar uma cópia do relatório ao Ministério Púbico do Estado de Mato Grosso. Convido, para isso, o Procurador de Justiça, Sr. Luiz Scaloppe, Promotor do Meio Ambiente do Ministério Público, para receber das nossas mãos este relatório que está definitivamente pronto, elaborado por todos os que participaram da Audiência Pública. Com certeza, está levando em consideração tudo aquilo que foi consensuado e tudo aquilo em que houve dissenso também, para que o levemos à Assembleia Legislativa e entreguemos ao nosso Relator, de tal forma que ajudemos a construir o Substitutivo Integral ou o relatório final desse projeto. Portanto, Dr. Luiz Scaloppe, receba aqui de nossas mãos; das mãos do Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Riva; e das mãos do Vice-Governador o relatório da região de planejamento 2 de Alta Floresta. Receba-o, juntamente aqui com o nosso ex-Senador da República, Sr. Júlio Campos, para que Vossa Excelência tenha um documento oficial daquilo do que fora definido nesta Audiência Pública. Já aproveito a oportunidade para que Vossa Excelência utilize da palavra, representando o Ministério Público do nosso Estado. O senhor poderá falar da sua cadeira. Nossa Assessoria levará o microfone até Vossa Excelência. O SR. LUIZ ALBERTO ESTEVES SCALOPPE - Agradecer o convite que me foi feito através do Secretário de Planejamento, Sr. Yênes Magalhães, que conheci esses dias, um técnico muito competente. Fazer uma saudação a todos os Deputados, nossos Parlamentares que estão aqui, na pessoa do Presidente desta Comissão, Deputado Dilceu Dal Bosco; a todas as autoridades que estão presentes, na pessoa daquele que me convidou, Vice-Governador Silval Barbosa. Pág. 12 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. E dizer aos senhores que eu estou aqui na companhia do Promotor de Justiça de Meio Ambiente, Dr. Marcelo Vacchiano, uma pessoa bem preparada na legislação ambiental. Quero dizer, também, que estou agradecido pela hospitalidade da nossa Prefeita, simpática Prefeita, que já conheço pela atuação e bela administração. E, se os senhores me permitem, dizer que eu estou encontrando o Sr. Roberto Vicentin, esse senhor que está aqui e que é o Presidente da Comissão de Zoneamento do Ministério do Meio Ambiente. Ele está meio escondido aqui, mas é ele. O Sr. Roberto Vicentin é a pessoa que vai liderar a reunião para aprovar esse Zoneamento. Eu o conheço bem, porque, quando fui candidato a Governador, adversário do Senador Jayme Campos, ele era o Coordenador de Campanha, e nós fizemos uma campanha com megafone aqui. Eram outros tempos. Então, eu estou em casa e entre pessoas que respeito muito, pela participação eleitoral. Isso é fundamental para a democracia. Posto isso, eu quero falar duas coisas para os senhores. Há duas coisas importantes para se dizer. Uma, eu quero dizer pessoalmente que aprendi com o meu avô, analfabeto, que veio no porão de um navio, órfão, com árabes e japoneses, vendo-o querendo trabalhar, subindo em cima do cavalo e caindo já senil. Porque eu aprendi com ele a respeitar o trabalhador. Seja aquele que é proprietário, aquele que trabalha na propriedade, aquele que trabalha. E aprendi outra coisa também com ele, vivendo com os imigrantes: É preciso respeitar as diferenças. E nós do Ministério Público Nacional estamos numa campanha para que tenhamos mais entre nós, na sociedade, mais respeito pelas minorias, pelos proprietários, grandes e pequenos, pelo assentado, pelo índio, por todas as pessoas. (PALMAS) É assim que vivemos uma democracia. A segunda coisa, é ver isso que o momento, que lutamos tanto, e eu venho participar com muita emoção, parlamentares atuantes e preocupados, reunidos com os representantes das comunidades, Srs. Prefeitos, numa Audiência Pública. Eu acredito que não é a maior desse Zoneamento, mas é uma das mais expressivas dos processos administrativos da história de Mato Grosso. Nós estamos amadurecendo, os Parlamentares estão podendo ouvir e a população se reunir para ser ouvida. Então, quero dizer outras duas coisas. É certo que o Parlamento, a Assembléia Legislativa vai ouvir os senhores. Eu tenho certeza disso! E, segundo, que nós do Ministério Público vamos ver esses movimentos, essas decisões, essas leis, segundo as leis que eles mesmos votaram no Parlamento Federal, no Senado Federal. E eu quero dizer uma coisa para os senhores. Está tendo muito equívoco. Eu acho que este trabalho... Eu conheci outro dia, numa reunião de trabalhos técnicos do Zoneamento, e estou impressionado, Governador, pela qualidade técnica desses cidadãos que fizeram esse Zoneamento. Impressionado pela qualidade técnica. A flexibilização já estava contada. E quero dizer, o Dr. Marcelo Vacchiano me lembrava agora, que nós temos uma disposição legal desde 1965. Vou repetir: 1965. Essa lei foi mudada no Código Florestal onde prevê essa flexibilização. Então, não serão os Srs. Deputados que impedirão ou não! Na verdade, já existe Lei Federal que impõe a flexibilização, basta que a lei do Zoneamento seja feita e os critérios estabelecidos... (PALMAS). A segunda coisa... Ninguém nesta sociedade quer desfazer, nem a Justiça, os seus proletários muito menos e muito menos o Governo Estadual quer desfazer do trabalho colocado com

Pág. 13 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. mãos calejadas que construíram tudo isso que nós estamos vendo. Ninguém é tão tonto assim! Ninguém é tão idiota assim, de não respeitar essa população... (PALMAS). E, aí, eu quero finalizar dizendo para os senhores uma coisa técnica que o Secretário Yênes fala, que os Deputados estão levando nessa Audiência Pública a todo lugar, que este Zoneamento queira ou não tem que ser aprovado, porque toda a globalização mundial, as economias estão inter-relacionadas, todo fomento para Mato Grosso depende e eles exigem critérios técnicos. Então, nós temos que organizar, numa lei, para poder receber financiamentos, para receber recursos para o turismo, para receber fomentos. E aí fica só uma questão: a flexibilização. Isso vai ser aprovado pela Assembleia Legislativa e serão estabelecidos os critérios técnicos, segundo a necessidade técnica do local, para que viabilize financiamentos para os senhores. O que nós queremos, o Ministério Público, é sustentar a Audiência Pública ordeira, defender a atuação dos Srs. Parlamentares e, fundamentalmente, cumprir a lei. E os senhores estão com uma lei que é benéfica aos senhores. Então, não há nenhum problema. É isso que eu quero dizer para os senhores (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Nós queremos, mais uma vez, agradecer a TV Assembleia Legislativa, ao vivo, via satélite, transmitindo esta Audiência Pública e retransmitindo para a TV Nativa , canal 7, de Alta Floresta e para a Band , canal 13, de Sinop. Também registramos e agradecemos a presença do Sr. Waldemar Gamba, Secretário Municipal de Agricultura; Srª Irene Duarte, Secretária Municipal de Meio Ambiente de Alta Floresta; Sr. Murilo Magalhães, Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Colíder; Sr. Lourenço Aparecido Marani, Secretário Municipal de Indústria, Comércio, Emprego e Renda, Cultura e Turismo de Colíder. Agora, começaremos a intercalar as falas da platéia com as autoridades, no uso da palavra. Com a palavra, pela inscrição, o Sr. Samuel Koman, da Nação Indígena Terena, de Peixoto de Azevedo... (PALMAS)... (VAIAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Pessoal, eu faço mais um pedido em nome do nosso povo, não em meu nome, em nome da nossa educação, da nossa cultura, vamos respeitar a fala de todos que usarem da palavra. Cada um tem o direito de se expressar na Audiência Pública oficial da Assembleia Legislativa. Portanto, Samuel, com a palavra. O SR. SAMUEL KOMAN - Em nome do Presidente, quero cumprimentar nossas lideranças políticas e estender os meus cumprimentos a todos os irmãos e parentes aqui presentes. Eu quero retomar uma fala do começo: se há lugar que não tenha índio é por causa de um processo, que desde 1500 estamos sendo expulsos da área que preservamos... (PALMAS). Se a FUNAI passa por um processo de irresponsabilidade, é porque o Governo não conseguiu ainda concretizar o processo de reestruturação e não conseguiu também criar uma política pública que garanta sermos protagonistas do nosso próprio desenvolvimento. E quero dizer o seguinte: eu defendo aqui os nossos direitos como índio, o direito da terra, o direito da educação diferenciada, da saúde, da agricultura familiar, porque também somos da agricultura familiar...(NESTE MOMENTO, PARTICIPANTE DA PLATEIA LEVANTA CARTAZ COM OS SEGUINTES DIZERES: “DEFESA DA VIDA - CATEGORIA 2 - 50%”)... É isso que eu venho defender.

Pág. 14 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Eu saio daqui preocupado com essa proposta de futuro; se essa é uma proposta de futuro que vai olhar com um olho só para as diferenças culturais do nosso Estado; que vai valorizar as culturas existentes ou é um modelo de futuro que vai, simplesmente, classificar classes sociais em primeira e segunda categorias, como estamos vendo. Muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos ao Samuel. Quero comunicar já chegou o Deputado Alexandre Cesar, que é Relator da Comissão Especial do Zoneamento. Deputado Alexandre Cesar, gostaria que Vossa Excelência viesse até aqui. O Deputado Alexandre Cesar teve um contratempo e acabou de chegar. Ele é o Relator da Comissão Especial do Zoneamento. Normalmente, faz-se a leitura do documento que acabei de entregar ao Dr. Luiz Scaloppe, mas, em função do adiantado da hora, das inscrições, do tamanho do relatório, o deixamos sobre a mesa para discussão. Daqui a pouco, Vossa Excelência terá a oportunidade de colocar o seu posicionamento nesta Audiência Pública. Muito obrigado pela sua presença! Com a palavra, até por compromissos assumidos em outra agenda, juntamente com o Senador Jayme Campos, o Exmº Deputado Federal Wellington Fagundes. O SR. WELLINGTON FAGUNDES - Quero saudar toda população de Alta Floresta e da região; em nome da Assembleia Legislativa, saudar o Presidente Deputado Riva; o Deputado Dilceu Dal Bosco, que é Presidente dessa importantíssima Comissão; o Relator, Deputado Alexandre Cesar, que acabou de chegar, e, em nome de todos os companheiros, saudar o nosso Vice- Governador Silval Barbosa. Uma Audiência Pública tem o objetivo principal de ouvir a comunidade. Portanto, quero deixar claro que venho muito mais como Deputado Federal para hipotecar o nosso apoio à decisão soberana da maioria da população mato-grossense e, portanto, também, da maioria da população desta região. A Assembleia Legislativa; todos nós, Parlamentares; representamos o povo. Temos que ter a sensibilidade daquilo que cada povo, que cada localidade vive. Sabemos, Deputado Dilceu Dal Bosco, que tem um ditado que diz que quem bate esquece, mas, quem apanha não esquece. Sei que esta população está sofrida de tanto apanhar. Como disse a Prefeita Maria Izaura: Quem veio para cá veio chamado pelo Governo Federal para desbravar e para fazer com que essa região Amazônica permanecesse como solo brasileiro. É claro que sabemos da responsabilidade que temos com a preservação ambiental. Nós temos obrigação, sim, de deixar para as futuras gerações um legado de cultura, mas, também, de condições de vida. Daí a responsabilidade do equilíbrio! Sr. Presidente da Comissão, Deputado Dilceu Dal Bosco, temos que ouvir maioria sem deixar de ouvir a minoria. Temos que buscar, através da legislação... É importante, também, dizer que temos no Brasil, hoje, uma das legislações mais evoluídas do mundo. Enquanto os Estados Unidos, a Europa, praticamente, devastaram, nós podemos dizer com muito orgulho que a selva amazônica brasileira, ainda, é o grande pulmão do mundo. Temos a responsabilidade de preservar, mas, também temos que saber convocar a comunidade internacional para nos ajudar com tecnologia, com pesquisa, com ensino. E só se faz isso com dinheiro!

Pág. 15 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Felizmente, hoje, temos o Ministro Mangabeira Unger, que tem feito um grande trabalho no sentido de conhecer a verdadeira situação de quem aqui vive. Hoje, temos um pensador junto ao Governo Federal. Há poucos dias, no Congresso Nacional, na Comissão do Meio Ambiente, tive a oportunidade de dizer ao Ministro Mangabeira Unger que o seu discurso nos parece um bálsamo e que, realmente, é um Ministro que veio aqui conhecer a nossa situação real. Agora, precisamos implementar tudo isso. Acima de tudo a melhor forma para promover o desenvolvimento sustentável é o respeito à vida e, principalmente, à vida do ser humano, do homem trabalhador, da mulher trabalhadora, que para cá vieram. Portanto, Deputado Dilceu Dal Bosco, a responsabilidades de Vossas Excelências, Deputados Estaduais, é muito grande. Vocês tenham a certeza que os Deputados representam o povo! E nenhum Deputado votará contra o que a população aqui decidir. Em Brasília, também, estaremos vigilantes... (PALMAS). Porque o que votarem aqui terá que ser homologado pelo CONAMA. E, então, chegará o momento de nós: Senador Jayme Campos, aqui representando o Senado; Deputado Homero Pereira, Deputado Eliene Lima e eu, representando a Câmara Federal... Então, quero aqui deixar uma mensagem: Precisamos fazer uma legislação que venha, é claro, em consonância com a Legislação Federal, promover o verdadeiro desenvolvimento sustentável de Mato Grosso e desta região. No próximo mês de julho, o Presidente Lula estará nesta região. Será o momento de cobrarmos do Governo Federal a implantação das melhorias, de tudo o que está assinado pelo Decreto Presidencial, que cria o primeiro Distrito de desenvolvimento sustentável do Brasil. E precisamos de infraestrutura; precisamos das estradas; precisamos da universidade mais presente; precisamos do Hospital Regional Federal. Enfim, acho que a melhor condição para que possamos ter harmonia, respeitar o meio ambiente, é trazer os recursos para promover o desenvolvimento da população. Um abraço e felicidades! Vamos procurar construir uma nação unida, respeitando um ao outro e dando condições de vida a todo o povo brasileiro. Muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o Exmº Deputado Federal Wellington Fagundes. Registramos e agradecemos, também, a presença do Sr. Benício Moura da Silva, Secretário Municipal de Comunicações de Paranaíta; do Sr. Floriano da Silva, Secretário do Gabinete de Carlinda; do Sr. Mauro Dirami, Secretário de Agricultura de Tabaporã; do Sr. Valdecir Noronha, Secretário Municipal de Agricultura de Peixoto de Azevedo. Com a palavra, pelas inscrições, o Sr. Valdemir José Dobri, Presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Alta Floresta. O SR. VALDEMIR JOSÉ DOBRI - Bom-dia, Srs. Deputados! Conforme orientação da Mesa, todos da nossa comunidade e os demais aqui presentes sintam-se cumprimentados. É claro que vim aqui para defender a Categoria 1, mas, como disse o Deputado Dilceu Dal Bosco, o Deputado Riva, isso é uma coisa avançada e esse estudo está feito. O que nós defendemos é porque se pensarmos somente em outras categorias... Temos a questão não só do investimento público, mas, também, temos a questão das empresas da iniciativa privada. Pág. 16 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Quantas empresas não se instalaram; quantas indústrias não se instalaram aqui, na região Norte, por conta do Paralelo 13. Não quer dizer que quando o Senado Jayme Campos pensou na criação do PRODEAGRO, tenha pensado em prejudicar a região. Mas muitas indústrias não vieram para cá por conta dessa questão. Então, é por isso que defendemos estar dentro da Categoria 1. Srs. Deputados, nessas Audiências Públicas tivemos muitas questões de dissensos, onde não havia uma concordância das pessoas entre as diretrizes discutidas. Então, queremos que os Srs. Deputados Estaduais, com as suas equipes, tenham, realmente, um cuidado muito grande para que não seja, muitas vezes, o dissenso simplesmente desprezado, que ele seja, realmente, analisado da maneira que seja da vontade do povo também. Deputado Dilceu Dal Bosco, em uma oportunidade o senhor disse que o mapa da flexibilização seria discutido com a sociedade. Então, aqui, reiteramos o pedido para que a Assembleia Legislativa assuma o compromisso de votar o Projeto do Zoneamento Socioeconômico Ecológico a partir do momento que o mapa da flexibilização esteja lá, estudado, também, pela população. Se não participarmos, correremos o risco de ter a mesma questão. Então, o nosso pedido é que o mapa seja apresentado, discutido, para depois o Projeto de Zoneamento ser aprovado. Era só. Obrigado! O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradeço ao Sr. Valdemir. Essa mesma garantia que o Sr. Valdemir nos pediu, pedimos ao Governador, aos Secretários, na reunião de quarta-feira, com a Comissão Especial de Zoneamento, de que o mapa de flexibilização seja construído, seja elaborado diferente do Zoneamento. Que seja, antes de qualquer divulgação, discutido com todos os representantes dos segmentos da nossa sociedade para que encontremos o mapa mais próximo da nossa necessidade, da realidade, sempre levando em conta a questão técnica e científica. Então, fica aqui o compromisso da Assembleia Legislativa e, com certeza, do Governo do Estado com o povo de Mato Grosso. Registramos, também, a presença da Srª Doracy Cândido de Souza, Secretária Municipal de Meio Ambiente de Carlinda; do Sr. Rogério Rodrigues, Secretário Municipal de Meio Ambiente de Sinop; do Sr. Douglas, Secretário Municipal de Meio Ambiente e Turismo de Paranaíta. Pelas inscrições, com a palavra, o Sr. Dorvalino Savi Veronesi, da Agricultura Familiar. O SR. DORVALINO SAVI VERONEZI - Bom-dia! Se realmente for um bom dia, porque estamos, aqui, discutindo algo que poderá ser bom e ruim para todos nós. Então, dependendo do resultado das nossas discussões, saberemos como serão os nossos dias daqui para frente. Sou favorável à Categoria 2, porque a agricultura familiar está contemplada nela. Na Categoria nº 1, ela está sendo, basicamente, desconsiderada quando se diz que a área é consolidada. Gostaria, inclusive, de lançar um desafio a todos os políticos, aqui presentes, que me apontem uma área da agricultura familiar que está, realmente, consolidada. Nessas situações, encontram-se, também, as áreas indígenas, que vem se arrastando há anos à demarcação. Então, são problemas e mais problemas dos quais dependem de recursos e muitos recursos.

Pág. 17 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Então, se ficarmos como área consolidada, esses recursos, claramente, não estarão disponíveis para essa população, que representa, hoje, cerca de 80% na agricultura e é responsável por cerca de 50% da produção regional, principalmente, de consumo e alto consumo para a região. Não somos contra a produção em escala, pelo contrário, dependemos dela. Mas, também, não podemos esquecer que a agricultura familiar na região é uma parte que está muito bem representada na Categoria 2. Há uma discussão de que a Categoria 2 vem para a Categoria 1. Por que essa categoria precisou ser mudada, como foi falado aí, às escondidas e só agora apareceu? Por que só agora, aqui da mesa, foi apresentado para a população que está sendo mudado pela Assembleia Legislativa, eliminando uma das categorias, a Categoria 4, para que Mato Grosso torne-se Categoria 2? Estamos estudando, não é de hoje, essa questão do zoneamento e estamos muito bem preparados, sim, para discuti-lo. Não estamos tendo, muitas vezes, oportunidade. Mas, estamos discutindo. Somos favoráveis à flexibilização. Acredito que 100%, aqui, é favorável! Ninguém será contra a flexibilização. Muito obrigado! O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Obrigado, Dorvalino. A preocupação, não sei se vocês entenderam, é justa com as diretrizes. É só isso que estão pedindo. Não tem porque ficar discordando. Com a palavra, o ilustre Deputado Federal Homero Pereira (PALMAS). O SR. HOMERO PEREIRA - Quero cumprimentar todos os componentes da mesa; autoridades presentes; população que, de uma forma democrática, participa desta Audiência Pública, que tive a oportunidade de acompanhar em outras regiões. Tenho dito que esse Projeto de Lei, que está na Assembleia Legislativa, é, sem dúvida nenhuma, o mais importante que ela já votou, talvez, desde o advento da divisão do Estado de Mato Grosso. O Zoneamento é um instrumento de ordenamento da ocupação territorial. Portanto, ele deveria ter sido feito antes da região ter sido ocupada. No momento em ele é feito, no momento em que a região já está ocupada - daí o grande desafio - por isso que ele se chama socioeconômico ecológico. Ele tem que levar em consideração a palavra sócio. Sócio significa gente, gente pequeno, médio e grande produtor e as pessoas da sociedade urbana. Por isso ele é importante, porque tem que levar em consideração as pessoas... (PALMAS) E foi isso, Luiz Scaloppe, que você disse aqui muito bem. Estamos aqui para ouvir o povo, e a Assembleia Legislativa tem o dever de aperfeiçoar aquilo que lá foi colocado. Certamente, Yênes Magalhães, aquilo que foi colocado e feito tinha outra realidade e neste momento tem que ser levado em consideração aquilo que as pessoas aqui dizem. É por isso que o projeto certamente sairá da Assembleia Legislativa muito melhor do que entrou, com emendas, como essa que o Deputado Riva propôs, e outras que certamente virão. O Sr. Betinho disse aqui que os Sindicatos Rurais de toda essa região colocaram emendas à Prefeita, disse que os quinze municípios aqui colocaram emendas, que certamente hão de ter a acolhidas pelos Deputados Estaduais para eles possam efetivamente representar a vontade do povo. Enquanto Deputado Federal, cabe a mim, lá no Congresso Nacional, juntamente com o CONAMA, ajudar a referendar aquilo que já está previsto na lei desde 1965. Aliás, no art. 24 Pág. 18 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. da Constituição está consignado que a legislação ambiental tem um caráter concorrente. Portanto, aquilo que está sendo feito aqui é totalmente legítimo, porque enquanto a União tem que legislar sobre o caráter geral, cabe aos Estados, cabe aos municípios, cabe às audiências públicas colocar aquilo que é legítimo, sob pena de a lei não ser obedecida. Assim, estamos aqui para aplaudir o Projeto mais democrático que a Assembleia Legislativa está discutindo, através desse instrumento das audiências públicas, para que possamos ter um rumo no desenvolvimento sustentável. Todos nós seremos o tripé, e tripé da sustentabilidade significa desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e desenvolvimento ambiental. Todos nós queremos construir uma sociedade sustentável, onde todos queremos estar incluídos. Portanto, Srs. Deputados, fica aqui o nosso apoio à metodologia que está sendo usada, realizando essas discussões, que certamente serão para o benéfico de todo o povo de Mato Grosso. Parabéns aos senhores por esta maravilhosa Audiência Publica! Vamos em frente! Muito obrigado. (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos ao Deputado Homero Pereira. Também registro e agradeço a presença da Srª Leocédia, Presidente da ACRIVALE, de Peixoto de Azevedo, representando a classe dos pecuaristas do município; do Sr. Júlio Santin, Secretário Municipal de Agricultura de Guarantã do Norte; da Srª Valéria Oliveira Ribeiro, Secretária Municipal de Meio Ambiente e Turismo de Guarantã do Norte; do Sr. Cláudio Scalon, Secretário Municipal de Gestão Pública de Colíder; da Srª Luciana, Secretária Municipal de Educação de Novo Mundo; do Sr. Antenor Leal, Vereador e Presidente da Câmara de Carlinda; do Sr. Luiz Antônio Salgueiro, Vereador de Colíder. Com a palavra, pelas inscrições, o Sr. Valdsandro de Lima Campos, membro da Pastoral da Juventude Rural, que dispõe de três minutos. O SR. VALDSANDRO DE LIMA CAMPOS - Bom-dia a todos! Queremos mostrar que a juventude nesta região está, sim, engajada e quer uma política adequada. Por isso, nós aqui presentes, elaboramos uma carta que diz o seguinte: “Nós, juventude trabalhadora, claramente defendemos a flexibilização de 50% da reserva legal dentro da nossa região de planejamento para produzirmos de forma consciente com o meio ambiente. Também queremos que a nossa categoria seja readequada de acordo com a realidade de mais de 20 mil agricultores assentados em nossa região que necessitam de políticas beneficiárias para a agricultura familiar. Queremos que a juventude, tanto do campo, quanto da cidade, tenha o direito a uma vida digna, que recupera a autoestima da agricultura e do trabalho social. Queremos políticas públicas atuantes e efetivas para os jovens, com educação libertadora e com os modelos de produção sustentável, que é baseada em nossa região de forma agroecológica, para garantir a segurança alimentar do campo e cidade na geração da renda familiar, possibilitando o potencial jovem no campo, contrapondo com o êxodo rural. Essa readequação necessita ser feita para estruturar os agricultores, tirando-os da desigualdade, da pobreza e da má distribuição de renda, porque eles são oprimidos pela produção desenfreada de grandes possuidores de terras e pela falta de acesso ao crédito, que promove o crescimento da permanência do jovem e sua família no campo. Pág. 19 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Somente com o fortalecimento da agricultura familiar, nós, jovens, teremos condições de permanecer e crescer na região sem a degradação da vida camponesa, causado por um sistema manipulador da mão de obra e de produtos que não garantem uma vida digna ou sustentabilidade, pois mais de 70% dos alimentos na mesa do brasileiro são produzidos por eles.” (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Valdsandro, você pode entregar esse documento para registro na Assembleia Legislativa e na Comissão? O SR. VALDSANDRO DE LIMA CAMPOS - Sim! O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Obrigado. Com a palavra a Srª Sandra de Jesus Rodrigues, Coordenadora dos Acampamentos de Nova Guarita. A SRª SANDRA DE JESUS RODRIGUES - Bom-dia a todos e a todas! Sou acampada e estou representando os acampamentos da Região 2. Nós também defendemos a flexibilização ou a redução da área de reserva legal para até 50%, mas dentro da Categoria 2, porque na nossa visão a Categoria 2 está mais adequada a nossa realidade. Nós, trabalhadores rurais sem terra, estamos há quase dez anos sofrendo debaixo de lona preta, sem nenhuma proposta do INCRA ou do Poder Público de se fazer Reforma Agrária... (PALMAS) ...e a má distribuição das terras torna mais difícil, pois 80% das terras estão nas mãos de 10% dos grandes proprietários - apenas 20% pertencem à população pobre. Por isso, a nossa necessidade de optar pela Categoria 2, pois na Categoria 1 só se consolida essa situação. Nós, os trabalhadores rurais sem-terras, cobramos das autoridades governamentais que revejam a nossa situação, que invistam na reforma agrária, na agricultura familiar e em técnicas agrícolas de produção sustentável, visando, assim, a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, também, as questões indígenas, que vêm enfrentando sérios problemas com as demandas por seus territórios. É necessário que a Justiça aja a seu favor. Que Deus abençoe cada trabalhador, cada trabalhadora e todos nós.” Muito obrigada (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos a participação da Sr. Sandra. Registramos a presença do Vereador Jaime Modenese, de Paranaita; do Vereador Juvenal Lira da Silva, de Carlinda; do Sr. Otoniel dos Santos, Presidente da Câmara Municipal de Nova Monte Verde; da Vereadora Zilda Pereira da Silva, de Nova Santa Helena; do Vereador Haroldo Souza, de Guarantã do Norte; do Vereador Antônio Pontes, de Novo Mundo; e da Vereadora Joyce Mafine, de Novo Mundo. Com a palavra, pela inscrição da plateia, o Sr. Edilson Osvaldino, Secretário Municipal de Agricultura de Apiacás (PALMAS). O SR. EDILSON OSVALDINO - Senhoras e senhores presentes, bom-dia a todos vocês! Gostaria, em rápidas palavras, Srs. Deputados e autoridades presentes, de trazer aqui o sentimento de um colono, de um produtor de trinta anos desta região. O Vice-Governador Silval Barbosa foi companheiro nosso anos atrás. No ano de 1971, quando eu ainda tinha cinco anos de idade, meu pai se programava para integrar o Estado de Mato Grosso. Minha mãe, na época, mãe de cinco filhos - a caçula tinha apenas um ano -, concordou com meu pai de ficarmos mais alguns dias no Paraná para, depois, virmos para o Estado de Mato Grosso. Pág. 20 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Então, quando eu tinha quinze anos de idade, viemos para este lugar. Lembro-me muito bem que meu pai nunca desistiu da luta! Ele tornou-se caminhoneiro para conhecer os caminhos de Mato Grosso e, com essa profissão, deixou uma família no Estado do Paraná, na cidade de Toledo - para ser mais preciso -, passando necessidade. Até que, um certo dia, minha mãe, à noite, chegou ao lado da minha cama, com lágrima nos olhos, e disse: “Meu filho, eu preciso que amanhã você levante de madrugada comigo para irmos trabalhar de boia fria na cidade de Missal, capinar soja, para poder manter a sobrevivência da família”. Eu passei a noite sem dormir, empolgado pela emoção da minha mãe e pelo convite que ela me fez para poder ajudar a sustentar a família. E me lembro, muito bem, trazendo em miúdos essa história, quando o Governo Federal nos trouxe e nós passamos de dois dias em grandes dificuldades na estrada, passando fome e sede. Portanto, Srs. Deputados, se passarmos o dia inteiro aqui, quero convidar os senhores para ficarmos aqui sem comer e sem beber, porque foi esse o preço que nós, os verdadeiros produtores rurais deste nortão de Mato Grosso, pagamos para chegarmos aqui e conquistarmos o nosso espaço (PALMAS)! Foi um preço caro! Não olhem para o relógio e nem se o avião vai subir mais cedo! Vamos ouvir esse povo, como merece. Senhoras e senhores, quantas vezes, durante anos, vi companheiros e família caírem tombados pela malária, caírem tombados por acidentes, e foram inúmeros! Mas, como da primeira vez que peguei na enxada com a minha mãe na cidade de Missal, com cinco anos de idade, cortei meus dois dedos do pé, fiz lodo de barro, coloquei em cima, mas não falei para a minha mãe, simplesmente para poder dar a ela o prazer de eu ser mais um para ajudar a sustentar aquela família. E quando nós viemos para Mato Grosso, nós sofremos! Perdemos pai, perdemos mãe, eu perdi o meu irmão com apenas trinta anos de idade, mas continuei aqui para defender a minha classe. Hoje, sim, vejo aqui parasitas que se dizem agricultores, mas os dedos deles não têm nenhuma marca (PALMAS). Se você olhar a mão de um produtor, os dedos dele são grossos e são encurvados para dentro; mas se você olhar a de um desses parasitas que aqui se instalaram, os dedos são lisos e são abertos. O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Secretário, eu concedo mais um minuto para conclusão. Temos setenta inscrições, senão não vamos conseguir encerrar a nossa Audiência Pública. O SR. EDILSON OSVALDINO - Obrigado, Deputado. Mas estou aqui trazendo o sentimento real de um povo! Nós viemos para cá trazidos pelo Governo e abraçamos a causa. E quando se mostra a placa que 80% do que se come é produzido, sim, por nós, e não por essas parasitas que não têm nem lugar para se instalar, porque somos nós os produtores (PALMAS). Portanto, Srs. Deputados, não façam como fez o Governador Blairo Maggi, potro xucro que mordeu o estribo, que mascou o freio e que galopeou, pinoteou e largou o povo do nortão de lombo no chão! Por favor, sejam nossos irmãos ao votarem esse projeto. Honrem-nos pelos entes queridos que perdemos aqui para assegurar esta área! Minha mãe me convidou para trabalhar, para não deixar tomar o nosso terreno; o Governo nos convidou, para não deixar tomar essa parte do Brasil. Portanto, somos heróis e não bandidos! Meu muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Registramos a presença do Vereador Lica, de Colíder; do Vereador Marcelo de Castro, Presidente da Câmara Municipal de Pág. 21 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Guarantã do Norte; do Vereador Adão Souza Oliveira, de Guarantã do Norte; da Vereadora Edileuza Oliveira Ribeiro, de Guarantã do Norte; do Vereador Zilmar Assis de Lima, de Guarantã do Norte; da Vereadora Zélia Vieira, de Guarantã do Norte; e do Vereador Benedito Moreira Brito, de Colíder. Ouviremos, agora, o Relator da Comissão Especial de Zoneamento, ilustre Deputado Alexandre Cesar. O SR. ALEXANDRE CESAR - Bom-dia a todas e a todos. Quero cumprimentar todos os integrantes da mesa, os Prefeitos e Prefeitas, em nome da Prefeita Municipal de Alta Floresta. Quero cumprimentar todos os Srs. Deputados Federais e Senadores aqui presentes; o Vice- Governador Silval Barbosa; e a Assembleia Legislativa, através do Deputado Riva, seu Presidente, e do Deputado Dilceu Dal Bosco, Presidente desta Comissão Especial. E saudar e agradecer a presença do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, na pessoa do Procurador de Justiça e meu amigo pessoal, Sr. Luiz Alberto Esteves Scaloppe. Importantíssima - e já deve ter sido registrada aqui - a participação do Ministério Público em toda essa discussão e que, agora, vem somar conosco, vamos dizer assim, nessa segunda fase dos debates, já que estamos na reta final das Audiências Públicas e dos Seminários Técnicos do Zoneamento Socioeconômico Ecológico. Scaloppe, Vossa Excelência assessorou pelo Ministério Público a elaboração da Constituição do Estado de Mato Grosso, e, à época, como acadêmico de Direito, eu tive o prazer de contribuir como estagiário nesse processo. Foi uma discussão importantíssima que completará 20 anos agora em outubro, e foi uma grande discussão que mobilizou a sociedade mato-grossense. Mas, eu posso assegurar, como quem participou desses dois momentos da história, que esta discussão é a maior discussão em torno de uma lei já realizada na história do Estado de Mato Grosso. E isso deve ser, ao mesmo tempo em que reconhecido, fruto de uma grande responsabilidade de todos nós que estamos participando desse processo. Podemos afirmar que participando de eventos como este, nós estamos ajudando a fazer a história de Mato Grosso, principalmente porque estamos trabalhando todos juntos com um objetivo comum, o de fazer com que o nosso futuro possa ser ainda melhor do que o nosso presente. E que as riquezas imensas que este Estado possui, possam ser usufruídas por nós, pelos nossos netos e pelos netos de nossos netos. Essa é uma responsabilidade que nenhum cidadão, nenhuma cidadã pode se afastar. É por isso mesmo que quando ouço aqui algumas afirmações de lado a lado, posso afirmar - sem medo inclusive de ser vaiado, se for o caso - há uma falsa polêmica colocada aqui, hoje. A alteração de categorias para adequar o nosso Zoneamento ao macro Zoneamento da Amazônia, regra do Governo Federal, que é aquele guarda-chuva em baixo da qual a nossa vai estar, não altera necessariamente as diretrizes presentes em cada uma das categorias. Portanto, se há diretrizes - e é importante que existam, que permaneçam, que sejam aprimoradas, valorizando, incentivando, protegendo a agricultura familiar - vão permanecer. Se há diretrizes estimulando a atividade produtiva do médio e do grande produtor, elas também vão permanecer independentemente de qual seja a categoria que em razão de critérios técnicos científicos nós vamos estabelecer para o Zoneamento do Estado de Mato Grosso. Então, nós não precisamos nos preocupar em fazer uma disputa de quem é que tem mais razão nessa história, porque essa é uma falsa polêmica! O Zoneamento é um instrumento de valorização da atividade produtiva. Já dizia o meu amigo Roberto Vizentin, que representa o Ministério do Meio Ambiente, na área do Zoneamento, que a natureza não precisa do Zoneamento! Pág. 22 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Quem precisa do Zoneamento somos nós, seres humanos! E é para nós, seres humanos, que o Zoneamento está sendo feito. A natureza já fez o seu Zoneamento há milhões de anos atrás! Nós é que temos que adequar a nossa atividade para permitir que possamos viver em harmonia com a natureza e é claro, em harmonia, conosco mesmo! (O SR. DEPUTADO RIVA ASSUME A PRESIDÊNCIA ÀS 11:22 HORAS.) O SR. ALEXANDRE CESAR - Então, eu acho que os avanços que tivemos - e respondendo, inclusive, a uma pergunta correta que foi colocada aqui - no sentido de promover a adequação do nosso Zoneamento às categorias do Macro Zoneamento da Amazônia, Secretário Yênes. E ao mesmo tempo o compromisso de elaborarmos juntos com a sociedade o mapa da flexibilização, da reserva legal para o Estado de Mato Grosso, que eu dizia sempre, era o mapa que estava faltando no nosso Zoneamento, é um avanço significativo. Por que é que só está sendo anunciado agora? Porque só agora nós chegamos nesse consenso, Senador Jaime Campos, entre a Comissão Especial da Assembleia Legislativa, entre as Secretarias de Estado que estão responsáveis pelo assunto, a Procuradoria Geral do Estado. Só a partir de agora que nós temos esse instrumento. E, sabe por que isso aconteceu? Por conta de ações de eventos como este, onde nós, assumindo a responsabilidade com a história do nosso Estado, nos dispusemos a ouvir a sociedade mato- grossense como nunca antes uma outra lei foi objeto de oitiva da população. É o fruto da participação que fez com que nós pudéssemos construir esse consenso. E nós temos que nos orgulhar disso. Agora, por que é que não foi desde o início? Porque não tínhamos essas condições. Então, gente, este é um momento muito rico para perdermos tentando fazer uma queda de braço sobre uma falsa polêmica. É um momento muito rico, muito importante nas nossas vidas e na história do nosso Estado para tentarmos fazer uma disputa ideológica. Não estou dizendo que não haja aspectos ideológicos nesta discussão, eles existem sim, não vamos negar isso. Mas, este é um momento riquíssimo para podermos contribuir, aperfeiçoar esse estudo que, é claro, é um estudo técnico-científico e tem que ser respeitado também, nós não podemos mudar as leis da Ciência. Nós não podemos alterar por conta de uma ou outra vontade pontual, aquilo que foi construído com base nos estudos de muitos e muitos anos por técnicos que são respeitados em todo Estado de Mato Grosso, no Brasil e no mundo até. Mas, nós estamos fazendo o aperfeiçoamento desse processo. Não é fácil, não é sem sofrimento, mas é possível. Eu acredito, aceitei o desafio de relatar este projeto na Assembleia Legislativa porque acredito nisso, que podemos construir junto um futuro melhor para o nosso Estado. Onde o desenvolvimento sustentável não seja só um discurso, seja uma prática. Uma prática de cada um e de cada uma, não só dos órgãos estatais, não só dos Parlamentos, mas seja uma prática da vida de cada produtor, seja ele grande, médio ou pequeno. É por acreditar nisso que nós temos feito essa defesa intransigente do debate, da possibilidade de avançarmos de forma contínua no sentido de construir um Zoneamento Socioeconômico Ecológico no nosso Estado, respeitando esses três pilares, possa fazer com que o nosso futuro seja ainda mais promissor do que o nosso presente. Eu acredito. Acredito e creio que muitos e muitas que estão aqui também acreditam e irão nos ajudar a construir. Muito obrigado (PALMAS). Vamos chamar agora, para fazer uso da palavra, o Sr. Samuel Oscar, Presidente do Sindicato Rural de Nova Santa Helena. O SR. SAMUEL OSCAR - Bom-dia a todos!

Pág. 23 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Estou aqui defendendo a Categoria 02, porque eu não tenho conhecimento nenhum sobre a Categoria 01. A Categoria 02 foi discutida, foi vista e lida aqui. Então, eu tenho conhecimento da Categoria 02. Nós, de Novo Santa Helena, estamos incluídos neste mapinha... (O ORADOR LEVANTA O MAPA E MOSTRA PARA A PLATEIA)... estamos incluídos neste mapinha na Categoria 1, no 3.1.4! E, 3.1.4 é reserva. É 80%. Agora, eu não acredito que isso vigorará para nós. Eu acho que não adianta votar numa coisa na Assembleia Legislativa que prejudicará a todos os pequenos e grandes produtores. Em Santa Helena, prejudica a todos! Este é o meu protesto, a minha reivindicação. Defendo a Categoria 2 porque para nós ela é consciente da postura do nosso trabalho. Ela nos dá, também, a realidade da agricultura familiar. Da Categoria 1, não posso falar porque não conheço; eu não vi. Lá estão pedindo para extinguir o pequeno e deixar somente o grande. Eu vi só essa discussão. É por isso que estou aqui defendendo a Categoria 2. Eu defendo porque quero a agricultura familiar; porque sou da agricultura familiar. Eu trabalho na agricultura familiar; vivo da agricultura familiar e defendo com postura a agricultura familiar porque temos que sobreviver. Todo trabalhador rural tem que sobreviver. Não só o grande tem que viver, mas, nós, pequenos, também, temos que viver. É isso que eu defendo! Muito obrigado (PALMAS). (O SR. DEPUTADO DILCEU DAL BOSCO REASSUME A DIREÇÃO DOS TRABALHOS ÀS 11:28 HORAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos a presença do Sr. Ademar Mânica, o Mânica, Vereador de Colíder; da Srª Leonilda Rodrigues Alvieri, Vereadora de Nova Monte Verde; do Sr. Jairo de Souza, Vereador de Nova Bandeirantes; do Sr. Rafael Zanon, Vereador de Itaúba, neste ato, representando o Prefeito Raimundo Zanon, e do Sr. Levi Donizete, Vereador de Matupá. Com a palavra, pelas inscrição, a Srª Lucimara da Silva, Presidente do Movimento Mulheres Camponesas de Nova Canaã do Norte (PALMAS). A SRª LUCIMARA DA SILVA - Bom-dia a toda classe trabalhadora, em primeiro lugar; a todos os agricultores e agricultoras! É desse povo que estamos falando. Quando falamos classe trabalhadora, estamos falando do povo que trabalha todos os dias sol a sol e não tem respaldo; não é reconhecido. Temos que falar, gente! Não podemos ser enrolados novamente por um modelo que quer nos excluir novamente. Nós, do Movimento de Mulheres Camponesas, defendemos a flexibilização da Lei para 50%. Concordamos que tem que haver isso, mas, também, questionamos. Não apoiamos a Categoria 1! Acompanhamos todos os estudos; fomos ao Seminário, mas, não nos vimos na Categoria 1. Então, nós estamos a favor da Categoria 2, da classe trabalhadora e vamos lutar em prol disso, independente do que vier. Então, vamos fortalecer a luta dos agricultores. Nós, acampados, assentados, comunidades de pequenos agricultores, entendemos que os grandes, também, precisam, mas, eles já têm e têm mais do que nós. Então, em primeiro lugar, vamos olhar quem tem menos. Porque o nosso povo, a cada dia, está mais pobre, muito mais

Pág. 24 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. pobre. A miséria está grande. E que desenvolvimento é esse que estamos falando? Que Categoria consolidada é essa? Onde tem alguma coisa consolidada aqui? (PALMAS). Não queremos para nós esse modelo que explora. Somos contra a qualquer tipo de monocultivo. Somos a favor da diversificação, do meio ambiente, da vida. Seremos contra sempre, em qualquer fala, onde tiver movimento de mulheres, onde tiver a classe trabalhadora, porque entendemos a importância de ter uma mesa farta, de ter alimento. É isso que mantém o nosso País. Porque o agronegócio é para exportação; é para fora do País e a agricultura familiar é dentro do País (PALMAS). Então, defendemos sim... Só nos encontramos na Categoria 1 porque tivemos lá uma briga ferrenha. Ficou quase tudo cor de rosa lá; ficou tudo diferente, porque havia alguns da burguesia contestando que queriam tirar os pequenos agricultores. Os pequenos agricultores para uma meia dúzia, não importa, mas, para nós importa porque somos agricultoras e estamos na luta. Queremos, também, defender uma educação de qualidade, digna, que tenha respeito às diferenças. Aqui percebemos que há pouco respeito. Queremos respeito às diferenças culturais; que os nossos indígenas sejam enxergados como gente... (PALMAS). E falo isto até porque tenho sangue indígena nas veias e garanto que a maioria que está aqui, também, tem (PALMAS). Então, temos que reconhecer que roubamos tudo que era deles. Nós não, a maioria de alguns burgueses. Tiraram o que era deles; estão tirando o que é da classe trabalhadora e, ainda, o aplaudimos. Não devemos... Não! Vamos nos revoltar; vamos nos indignar! É a hora de virarmos essa situação! Vamos nos unir, a classe trabalhadora, e defender os nossos direitos! Precisamos de reforma agrária; precisamos do povo na terra para plantar. Estamos aqui presentes! A maioria das nossas terras está nas mãos de poucos, de meia dúzia. E são esses que estão nos manipulando, que estão com o poder da comunicação nas mãos. Obrigada! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos a presença do Sr. João Batista Rissoti, Presidente da Câmara Municipal de Juara; do Sr. Kelson Dias, Secretário de Meio Ambiente de Juara, representando o Prefeito Municipal de Juara, Sr. Alcir Paulino; do Sr. Orivaldo Bezerra, Presidente do Sindicato Rural de Juara; Sr. Luiz Fernando Conte, Presidente da Associação da ACRIVALE e de toda caravana de Juara, que está aqui desde quinta-feira para ouvir, participar e levar, exatamente, os avanços, os entendimentos, para Juara. Obrigado, de coração, pela participação de todos de Juara! Agradecemos a presença dos Vereadores de Guarantã do Norte, Marcelo de Castro, Marcelão; e o Vereador Adão. Com a palavra, o Exmº Senador da República, Sr. Jayme Campos. (PALMAS). O SR. JAIME CAMPOS - Obrigado! Prezado Vice-Governador, Silval Barbosa; ilustre e eminente Deputado Estadual Riva, Presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso; prezada Prefeita Maria Izaura, em seu nome, saúdo e cumprimento os demais Prefeitos, Vice-Prefeitos e Vereadores desta vasta região de Mato Grosso; meu prezado e estimado amigo Deputado Estadual Dilceu Dal Bosco, Presidente da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da Assembléia Legislativa do nosso Estado, em seu nome saúdo e cumprimento os demais Deputados Estaduais e Federais aqui presentes; representantes do Ministério Público, os quais cumprimento na pessoa do Sr. Luiz Scaloppe; Sr. Secretário de Estado de Fazenda, Yênes de Magalhães, que coordena este trabalho importante para o nosso Estado; demais autoridades aqui presentes; meu caro amigo Rui Prado, Pág. 25 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Presidente da FAMATO, em seu nome cumprimento os demais Presidentes de Sindicatos e entidades de classe; senhores e senhoras. Inicio a minha fala dizendo que este é um momento rico, até porque não dizer, na vida dos brasileiros que moram nesta vasta região de Mato Grosso. Apenas para relembrar que, na década de 1970, o Governo Federal chamou para que viesse habitar esta região amazônica milhares de homens e mulheres, para aqui implantar, nesta plena selva amazônica, uma civilização moderna. E muitos de nós, atendendo este convite, aqui chegamos, dando a nossa contribuição, preservando e dando, com certeza, a verdadeira segurança da nossa soberania nacional. Quando se discute Zoneamento, imagina-se que milhares de vidas estão nas mãos de um projeto do Governo Estadual, certamente, aprovado pela Assembleia Legislativa. Quando fui Governador, meu caro amigo Secretário Yênes Jesus Magalhães, já se discutia, desde 1989, o Zoneamento. O Zoneamento era uma política quase de caráter nacional. Todavia, eu encaminhava para a Assembleia Legislativa um Projeto de Lei que buscava, com certeza, o ordenamento do território deste Estado. E respondendo para o Sr. Valdemir Dobri, que é meu amigo pessoal - e não posso deixar passar batido - aqui, cheguei como proprietário rural, na década de 1980, e fui um dos primeiros brasileiros que acreditava nas fertilidades, na riqueza das terras e do subsolo da região amazônica. Quero dizer, Valdemir Dobri, que quando assinamos o PRODEAGRO era uma exigência não só em nível nacional, mas, sobretudo, para buscarmos um financiamento que iria permitir fazer, aqui, uma política compatibilizando o desenvolvimento com a preservação ambiental. Não fui eu que coloquei nenhuma dificuldade, muito pelo contrário, no meu projeto de lei. Invocando aqui a presença do Deputado, naquela oportunidade, Romoaldo Júnior, quando encaminhei o projeto de lei propondo o Zoneamento, aqui, já estava inserido na Categoria 1, porque sabíamos que já tinha pecuária extensiva e agricultura familiar, lá atrás, em 1992. Eu entendo, neste exato momento, que é importante, meu prezado Vice- Governador, Sr. Silval Barbosa, e Sr. Presidente, Deputado Riva, buscarmos uma ferramenta e um instrumento que não venham prejudicar a nossa população e a nossa região como outras regiões no Estado. Lamentavelmente, os falsos ambientalistas deste País esquecem que moram na Amazônia brasileira, vinte e três milhões de brasileiros, que hoje são, lamentavelmente, menos importantes do que um cervo aqui nesta região do Brasil. Nós não podemos permitir, em hipótese alguma, que políticas como essa seja praticada num Estado Democrático de Direito. Nós temos aqui, meu caro amigo Rui, as nossas peculiaridades. Não podemos nem usar o Código Ambiental de 1965. Não. A própria Constituição Federal, Vice-Governador Silval Barbosa, no seu art. 24, no Código Florestal, no seu art. 14, diz o seguinte: Que a federação, ou seja, o Governo Federal, os Governos Estaduais e o Distrito Federal têm competência para legislar em torno de suas políticas nos seus devidos estados. Não podemos, em espécie alguma, esquecer que Mato Grosso, na década de 65, era um Estado diferenciado, fizeram uma política apenas vendo lá a mata atlântica na região Sul e Sudeste. E aqui, lamentavelmente, aqui, temos que ser claros! O Governo Federal não tem definição clara! Não temos regras claras, juridicamente falando.

Pág. 26 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Quando vocês compraram, aqui, a sua propriedade, está ali na sua escritura pública averbado: Poderá derrubar até 50%. Agora, vem uma Medida Provisória nº 2.166, sem respeitarmos, dizendo que só poderemos ocupar 20% das terras aqui na região Amazônica. Não, meus senhores! O Brasil tem 71% ainda de cobertura vegetal. O Brasil é o País que respeita os seus povos indígenas. Nós temos à disposição dos povos indígenas cento e nove milhões de hectares de terra. Nenhum país do planeta respeita tanto o povo indígena como o povo brasileiro! Mas chegou a hora, meus senhores e minhas senhoras, de definirmos o isso! Desde a área de APP, que ninguém sabe o tamanho, se são vinte, trinta, quarenta metros que você tem que deslocar da beira dos rios. Os grandes cientistas, das grandes academias, têm sido claros: O que vai definir a área de APP é a textura da terra, é a vegetação que ali está. E não é nenhum falso ecologista que tem que vir aqui ditar regra para nós na nossa região Amazônica. O Estado, prezado Secretário Yênes Jesus Magalhães, Sr. Vice-Governador Silval Barbosa, o Estado de Santa Catarina, há poucos dias, num gesto de coragem, aprovou o seu Código Ambiental. E fez o Zoneamento, porque fomos buscar aquilo que é direito líquido e sanado, que é a Constituição. Por que em Mato Grosso, Sr. Yênes Jesus Magalhães, valoroso Deputado Riva, também não fazemos o nosso Código Ambiental? Por quê? Se eu, Jayme Campos, fosse Governador deste Estado, hoje, iria fazer o Código Ambiental, respeitando as particularidades de cada região deste Estado. Não podemos concordar com a hipocrisia. Não podemos conviver com os falsos defensores da natureza. Não! O próprio Ministro Carlos Minc, no dia de ontem, num jornal de circulação nacional, Prefeita Maria Izaura, deixou clara a sua posição de que está aberto ao dialogo, para que tenhamos uma política ambiental diferenciada daquela do Código Florestal de 1966. Qualquer bom brasileiro sabe que o Brasil tem suas diversidades, que o Brasil do Rio Grande do Sul não é o Brasil do Ceará; o Brasil do São Paulo não é o Brasil do Mato Grosso. Por isso, prezado Deputado Riva, Deputado companheiro Dilceu Dal Bosco, Deputado José Domingos Fraga, Deputado Ademir Brunetto, Deputado Alexandre Cesar, está depositado nas mãos de Vossas Excelências, com certeza, a perspectiva de dias melhores para este povo sofrido, este povo que tem vivido praticamente debaixo da taca da Força Nacional e da Polícia Federal. Ninguém é bandido aqui! Somos trabalhadores! (PALMAS) Somos homens que produzimos, homens que geramos emprego, e geramos, com certeza, este Brasil que, indiscutivelmente, ainda é o Brasil da esperança de todos nós. Entretanto, para não delongar as minhas palavras, quando falo de Alta Floresta e desta região, falo, Prefeita, com meu coração, porque sofri aqui, cheguei em 1980 e vi milhares de pais de família morrerem com malária naquela época, na década de 80. Estamos discutindo no Congresso Nacional duas medidas provisórias importantes, uma é a questão da regularização fundiária, já discutida nas nossas Comissões, e vai ser aprovada pelo Congresso Nacional, e o cidadão brasileiro terá a oportunidade de regularizar a sua propriedade até mil e quinhentos hectares. Um módulo não vai pagar nada, acima de um módulo vai pagar, com certeza, aquilo que o Governo Federal pretende cobrar, através do MDA. Pág. 27 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Eu, meu caro amigo Rui, sou contra, porque imagino o cidadão que está na sua propriedade há 20, 30 anos, vivendo ali manso e pacificamente, agora o Governo querer cobrar. E em algumas das tabelas o preço previsto é maior do que vale a terra para nós que moramos aqui. Tenho certeza que o MDA e o INCRA vão se transformar em verdadeiras imobiliárias. Mas vou defender, com unhas e dentes, para que os preços que querem praticar sejam reduzidos no mínimo 50% do que querem cobrar dos pequenos e médios proprietários rurais desta região do Brasil. Discute-se também a questão da ampliação de reserva indígena. Como disse anteriormente, o Brasil tem hoje - dados estatísticos do IBGE - 109 milhões de hectares de terra à disposição dos nossos irmãos índios. O que não podemos permitir - aquilo que é atribuição do Congresso Nacional, e tem que ser - é vir aqui os falsos, os pseudodefensores dos índios, levar para lá antropólogos famosos, muitos pagos através de ONGs, que vão lá, discutem no Ministério da Justiça e na FUNAI e assinam uma portaria dizendo que aquela área, a partir daquela, data será reserva. Não! Já se discute, através da PEC nº 38, lida na CCJ esta semana, que qualquer ampliação de reserva indígena terá que passar pelo Senado Federal a partir de sua aprovação. Com isso, teremos mais critérios, será mais responsável e daremos a segurança jurídica. Se não bastasse, meu amigo Jeremias, aquelas áreas que foram transformadas em área de reserva indígena, o Governo Federal vai ter que pagar a desapropriação em dinheiro. Não como está hoje, que transforma uma área em reserva e não paga o cidadão, que fica inviabilizado de praticar sua atividade econômica em sua propriedade. Portanto, Deputado Dilceu Dal Bosco, para encerrar, tenho a confiança e a sensação de que este é um grande debate, mas um debate democrático, onde fala o cidadão da agricultura familiar, fala o representante dos índios, fala o representante dos sindicatos rurais, fala políticos e entidades de classe e, com certeza, extrairemos do sentimento de cada brasileiro e brasileira que aqui está um Zoneamento tal que vai permitir compatibilizar as nossas atividades econômicas e, sobretudo, o desenvolvimento com preservação ambiental por si só. Falei, eu, a Senadora Kátia Abreu e outros valorosos companheiros: nós somos ambientalistas. Agora, tem os falsos ambientalistas, os falsos ecólogos, todavia, tenho consciência e certeza absoluta de que os nossos Deputados, capitaneados pelo valoroso Deputado Riva, pelo Deputado Dilceu Dal Bosco e pelos demais Deputados, vão fazer um Zoneamento moderno, avançando, mas sempre respeitando o povo de Mato Grosso. Muito obrigado. (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Registro e agradeço, não a citei quando agradeci a comitiva de Juara, a querida Vereadora Dita, de Juara, que também se faz presente. Obrigado pela presença, Vereadora Dita. Também agradeço a presença do Sr. Rui Prado, Presidente da FAMATO, que está aqui; do Sr. Mário Cândia, Presidente da ACRIMAT; do Sr. Antônio Galvan, Presidente do Sindicato Rural de Sinop; do Vereador Cidão, de Paranaíta; da ex-Prefeita Silda, Superintendente do MT Regional do Vale do Teles Pires; do Sr. Osvaldo Dias, Presidente da Câmara Municipal de Apiacás; do Vereador José Eder e a Vereadora Regina, do Município de Apiacás; do Vereador Valentin Pazini Filho, do Município de Guarantã do Norte; do Vereador Levi Donizete Almeida, do Município de Matupá; dos Vereadores Manoel dos Santos e Agenor Barbosa dos Santos, do Município de Terra Nova do Norte; do Vereador Valdir Pinheiro de Souza, do Município de Nova Bandeirantes; do Vereador Adriano Viais, do Município de Itaúba, neste ato representando o Pág. 28 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Presidente da Câmara Municipal, do Sr. Biotto; e do Vereador Orlando Barbosa de Faria, Presidente da Câmara Municipal de Nova Bandeirantes. Com a palavra a Srª Leonora Brunetto, de Terra Nova do Norte. A SRª LEONORA BRUNETTO - Bom-dia a todos e bom-dia a todas. Neste momento, gostaríamos de olhar para a mesa e colocar aquilo que sentimos, que vemos e aquilo que o povo sofre. Nós queremos pedir a vocês que olhem com o coração, não com qualquer coração, mas um coração humano, para aquelas famílias que sofrem, que não têm pão, que não têm comida, para aquelas famílias que não têm o mínimo de dignidade, o mínimo! Nós somos um País tão grande, em que todos poderiam viver com dignidade, em que todos poderiam viver com dignidade! Mas há uma disputa de poder! Eu defendo... Alguém perguntou: “O que ela faz?” Eu estou cumprindo com a palavra do Evangelho. Eu estou olhando para a pessoa de Jesus Cristo, para o que ele fez e para o que eu devo fazer, que é lutar por aqueles que não têm alguém que lute por eles (PALMAS). E eu gostaria, neste momento, ler um trechinho da Bíblia, apenas um pequeno trechinho da Bíblia, que nos diz o seguinte: “O Senhor criou a terra e colocou o homem para que dela se sustente. Ele não colocou ricos e pobres, gananciosos ou menos gananciosos, mas todo homem. E Ele continua dizendo: Concedo a este homem dias contados, dias contados. Deus deu-lhe o discernimento e deu-lhe a inteligência, a língua, os olhos, os ouvidos, a mente para pensar e para construir um mundo justo. E Ele acaba dizendo: Cuidado para não cometer injustiça. Ele ordenou que cada um se preocupasse com o próximo.” Que cada um nos preocupemos com o próximo. Então, neste texto, eu convido todos nós a construirmos um País de igualdade, um País de fraternidade. O que eu tenho ouvido nesses dias foi muito triste, muito triste, diante das discussões, diante daquilo que todos têm direito. Nós somos a minoria aqui? Somos! Mas nós não temos dinheiro público das Prefeituras, dos ônibus para trazer a minoria aqui (PALMAS). Somos a minoria, mas somos a maioria (PALMAS). Somos a maioria! O que isso tem dito? Vejam bem a gravidade dessa situação que diz o seguinte: “Nós precisamos defender a Categoria 1, porque a Categoria 1 traz progresso e a Categoria 2 traz pobreza. Aquela não vai dar riqueza para nós.” Alguns aqui têm dito isso. E é muito grave, é muito grave, é gravíssimo (PALMAS)! Todos nós temos o direito de ter vida com dignidade, todos nós. Todos que estão aqui, a maioria é muito difícil de entender o Zoneamento. Então a maioria dos que estão aqui não entende do Zoneamento. Mas nós temos que dar a oportunidade de conhecimento. Nós temos que desenvolver? Temos! Nós concordamos e lutamos por 50% da área. Nós lutamos por isso (PALMAS)! Na nossa reunião alguém disse aqui: “Índio não existe aqui. Índio não existe!” Mas vamos olhar as estatísticas da Comissão Pastoral da Terra de quantos índios foram dizimados na nossa região. E vamos dar àqueles que continue o direito deles, o direito do índio também (PALMAS). Então, eu peço a todos, a todos, pequenos e grandes, que coloquem em suas consciências que vocês são passageiros aqui. Vocês não levarão nada, nada (PALMAS)!

Pág. 29 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Concedo mais um minuto para a senhora concluir, por favor. A SRª LEONORA BRUNETTO - Eu apenas quero dizer àqueles que vão construir esse projeto que façam justiça e igualdade, o mesmo direito para todos! Só isso! E quero agradecer a todo mundo (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos a participação da Srª Leonora Brunetto. Convidamos, para fazer uso da palavra ,o Sr. Carlos Eduardo Furini, representante da 8ª Subseção da OAB/MT de Alta Floresta. O SR. CARLOS EDUARDO FURINI - Bom-dia a todos! Uma coisa ficou bem clara aqui. Nós, desta região, pretendemos dos senhores que o Zoneamento observe uma questão de suma importância. Quando falamos de consolidação, algo deve ficar muito claro. Nós pretendemos a consolidação da situação de fato, da situação do povo que atendeu um chamamento do Estado. A consolidação da situação das famílias que há décadas não se furtaram àquilo que o Governo Federal indicou que fizessem, vendendo a todos uma realidade de que teríamos estradas, educação, saúde, que teríamos condições, daquilo que aqui fosse produzido, ser devidamente comercializado para que as pessoas que vieram construir esta região, tivessem condições de fazer aquilo que todos nós aqui buscamos, que é melhorar de vida. Melhorar de vida não é feio, não é ilegal e não é imoral. Se hoje estou de terno, aos 13 anos de idade eu batia foice. É uma demonstração de que os senhores legisladores deste Estado devem observar isso para a população que tantas décadas lutou nesta região e não desistiu de lutar. Por isso, pretende dos senhores, nossos representantes, que garantam, via este Projeto de Zoneamento Socioeconômico Ecológico, a possibilidade de vermos os nossos sonhos resgatados. Não importa se a promessa foi feita por um Governo de farda, por um Governo de terno, ou se ela vai ser honrada por um Governo de saia. Isso é da menor importância. O que nós queremos, através da proposta que fizemos, dos grupos de trabalho de Vossas Excelências, é que a realidade que vivemos seja respeitada juridicamente, o direito que o povo que aqui está conquistou com suor, com sangue e com vidas, seja devidamente respeitado e devidamente consolidado. Por conta disso, o povo aqui se manifestou de forma calorosa com relação a essa emenda. E a nossa região acompanha o Zoneamento Socioeconômico Nacional. E, por conta disso, nós esperamos dos Srs. Deputados a aprovação dessa emenda, para que finalmente possamos ter uma garantia que ouvimos há trinta anos e nunca foi consolidada até então. Queremos ver na nossa região o desenvolvimento que nós começamos a construir. Se não terminamos, não foi por nossa culpa, foi por leniência, inércia e ausência do Estado. Nas mãos dos senhores está essa responsabilidade. O povo confia e espera isso dos senhores. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Registramos a presença do Vereador Osmar Serafini, do Município de Colíder; Vereador Zaide Alves da Cruz, do Município de Nova Santa Helena; Vereador Paulo Cesar Dendena, do Município de Peixoto de Azevedo; Vereador Sidney de Paula, do Município de Peixoto de Azevedo; Vereador Addir Felisbino Teixeira, do Município de Colíder; Vereador Aldair José dos Santos, do Município de Apiacás; Vereador Valcir Jacob Lazaretti, do Município de Nova Guarita; Vereador Sebastião Roberto Soares, do Município de Novo Mundo; Vereador José dos Santos, do Município de Nova Pág. 30 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Bandeirantes; Vereador Zé Padre, do Município de Nova Bandeirantes; Vereador Francisco Militão, do Município de Alta Floresta; Vereadora Lair Medeiros, do Município de Nova Canaã; Vereador Pedro Carlos Nogueira, do Município de Nova Canaã e Vereador Edilson Lourenço, do Município de Nova Canaã. Agora, com a palavra, o nosso representante de Mato Grosso, desta região, que é de Sinop, o nosso Embaixador lá no Ministério do Meio Ambiente, que é Diretor do Departamento de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente, em Brasília, Roberto Vizentin. O SR. ROBERTO VIZENTIN - Deputado Dilceu Dal Bosco, eu vou falar daqui, porque o retorno está muito ruim; dali não ouvimos o que estamos falando. Eu quero, seguindo a orientação da mesa, dispensar as formalidades e fazer uma saudação muito respeitosa, coletiva a todos os Srs. Parlamentares, a nossa Prefeita, aos representantes dos dezesseis municípios que aqui estão, ao vice-governador Silval Barbosa e a toda comunidade que se mobilizou, há dias, mas, especialmente, nesta madrugada para poder chegar aqui. Eu quero ser muito breve, considerando o nosso tempo, falarei três coisas: primeiro, fazer um esclarecimento; o segundo ponto, fazer um comentário sobre o que está sendo debatido aqui; e o terceiro, renovar um compromisso que o Ministério do Meio Ambiente tem assumido com o Zoneamento de Mato Grosso, com a Assembleia Legislativa e o Governo do Estado. Primeiro esclarecimento, é com relação a algumas questões que estão sendo discutidas e que, certamente, preocupa muita gente. Uma delas é a relação que o Zoneamento Socioeconômico Ecológico tem com a questão da reserva legal, ou com a legislação ambiental como um todo. Possivelmente, sobretudo aqueles que participaram do Seminários Técnico, quinta- feira e sexta-feira, já tiveram os esclarecimentos de que o Código Florestal Brasileiro estabelece com relação a essa questão da reserva legal, que os percentuais da reserva legal das propriedades rurais podem ser alteradas de acordo com a orientação do Zoneamento Socioeconômico Ecológico, é isso que está escrito no art. 16. O primeiro esclarecimento que tem que ser feito é que essa alteração do percentual da reserva legal só é valida para quem está numa situação que desmatou mais do que a legislação permite e agora tem que recuperar. Então, ao reduzir, por exemplo, de 80% para 50% a reserva legal, não significa que estão sendo autorizados novos desmatamentos. O que está sendo decidido ao se tomar uma decisão como essa, é que naquelas áreas de assentamento de reforma agrária, de agricultura familiar, de pecuária, de produção de soja e qualquer outra atividade onde já houve desmatamento, esse percentual poderá ser reduzido. Segundo esclarecimento: não é certo, como disseram alguns, talvez por falta de informação ou por outros interesses, que esse benefício da redução de 80% para 50% para recomposição só é válido à Categoria 1. Isso não é verdade! Não é isso que a lei estabelece! Vejam o que aconteceu em Rondônia; vejam o que aconteceu no Acre; vejam o que aconteceu na BR-163! O Zoneamento só deu benefício à Zona 1. É porque no Acre, em Rondônia e na BR-163 o Zoneamento disse que só na Zona 1 poderia ser feita a redução. E aqui, no Zoneamento de Mato Grosso, onde estão indicadas as áreas que podem receber o benefício? Já foi dito aqui: não estão indicadas. Está faltando o mapa, como disse o Deputado Alexandre Cesar. É uma construção que está sendo feita agora em um debate, em um diálogo, com a sociedade. Então, a flexibilização, como está sendo reivindicada aqui, pelos companheiros acampados, passando pela Vila Campesina, até o maior produtor de soja deste Estado, pode ser Pág. 31 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. adotada na Categoria 1, na Categoria 2 ou até mesmo na Categoria 3, ainda que seja uma Categoria voltada àquelas áreas onde há mais possibilidade de se fazer outro tipo de desenvolvimento, como, por exemplo, a exploração florestal. Um comentário, para finalizar: aqui o debate está muito posto. Vimos isso nas manifestações das pessoas e, também, nos adesivos que cada um colocou. Categoria 2 e Categoria 1, muitos já disseram aqui que esse não é o principal debate. A principal questão que está posta para discussão com a sociedade é a seguinte... Disse o Senador Jayme Campos que a Amazônia tem vinte e três milhões de habitantes. Nesta região de planejamento são quinze ou dezesseis municípios. Parece-me que são quinze. Quantos milhões ou quantas mil famílias vivem nesses quinze municípios? Quem são essas famílias? São os pecuaristas. São os assentados. São os agricultores familiares. São os povos indígenas. O que o Zoneamento tem que dizer, Deputado Ademir Brunetto, que é de Alta Floresta e, certamente, conhece bem a região, é qual a perspectiva, o futuro, o modelo de desenvolvimento que esta região quer para hoje, para amanhã e para o seu futuro. O Zoneamento não é para, simplesmente, dizer se aqui é Categoria 1, Categoria 2 ou Categoria 3. Isso tem a ver com o que muitos falaram aqui: com a diversidade, com as diferenças do Estado. Aqui é diferente de Rondonópolis. Aqui tem floresta. Não tem cerrado. Aqui tem muita agricultura familiar, muita pecuária, muito assentamento. E isso não tem tanto lá quanto tem aqui. Então, as Categorias são definidas em função dessas características, dos recursos naturais. Aqui temos florestas; temos a possibilidades de, ainda, pensar o futuro desta região fazendo manejo; temos reservas minerais; temos pessoas assentadas e produzindo alimento; temos pessoas que vieram para cá, como disseram muitos, há muito tempo. Outra bobagem, se não má fé, é querer associar ao Zoneamento qualquer ameaça ao futuro dessas famílias que vivem aqui (PALMAS). O Zoneamento, disse um companheiro que falou aqui, depende da discussão que será feita aqui se será bom ou se será ruim. Isso não é certo! O Zoneamento só pode ser bom! O Zoneamento não pode ter um resultado que prejudique ninguém. Então, queria reposicionar dizendo o seguinte: depois desse processo de Audiências Públicas, de debates, é importante fazer essa revisão. Temos feito isso com o Governo do Estado e com a Assembleia Legislativa e esse compromisso gostaria de renovar aqui. É preciso recolher todas as contribuições que vêm, mas, é preciso saber que do jeito que está, também, não dá para continuar. Vamos ser honestos companheiros e companheiras! Senhoras e senhores, todos nós que viemos para cá - estou entre esses que chegaram aqui na década 70 - sabemos que não podemos continuar repetindo a forma de nos relacionarmos com os recursos naturais. É por isso, Deputado Dilceu Dal Bosco, que o Zoneamento é ecológico e econômico, porque a economia, a produção, a possibilidade de ganhar dinheiro, de sustentar as nossas famílias e de dar um futuro melhor depende como tratamos e cuidamos da natureza e dos recursos naturais. Essa é a questão. Então, o compromisso que fazemos aqui, Vice-Governador Silval Barbosa; Deputado Dilceu Dal Bosco e Deputado Alexandre Cesar, que é o Relator, é de, num esforço conjunto, ouvindo, como a Assembleia Legislativa está fazendo, a sociedade, os interesses de todos os grupos, mobilizarmos o Governo do Estado, a Assembleia Legislativa, os representantes legítimos da sociedade civil. Mato Grosso é tão grande! Não é possível sairmos por essa porta achando que não tem lugar para todos. E o melhor lugar que este Estado pode dar para cada um... Pág. 32 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Então, que façamos um esforço para adequar ao Zoneamento. O fundamental é definir o que será feito do futuro, inclusive, de uma região que passa por dificuldades. Sabemos da dificuldade que é, hoje, para se manter a pecuária, a produção familiar, os assentamentos, as reservas indígenas, as unidades de conservação. E o Zoneamento tem que definir para cada situação dessa uma estratégia que resulte em benefícios para todos. Em primeiro lugar, em benefício social, econômico e ambiental. É possível fazer isso? É possível! Porque isso depende, mais do que nunca, da vontade dos trabalhadores, dos empresários, do Poder Público, dos Prefeitos, dos Vereadores, dos Deputados e do Governo Federal. Alinhado nesse compromisso é que reforçamos e manifestamos, em definitivo, que o Zoneamento Socioeconômico Ecológico de Mato Grosso tem tudo para ser o melhor Zoneamento deste País, mas, cuidado para não fazer como ensinaram os ingleses há muito tempo: na hora de jogar a água suja da bacia não jogar a criança junto. E o Governador Blairo Maggi tem a expectativa de que tenhamos a capacidade com esse Zoneamento Socioeconômico Ecológico de fazer de Mato Grosso um Estado que, ao invés de ameaçar a permanência das pessoas que aqui vivem, atraia mais pessoas, mais investimentos, mais desenvolvimento, com responsabilidade e respeito tanto à diversidade social, étnica e cultural como à ambiental. Era isso que eu queria renovar e aprofundar aqui. Muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Quero fazer uma consulta... Gostaria que prestassem atenção, até ressalvando, porque todos nós queremos dar mais um tempo e ouvir a posição do Governo, através do nosso Vice-Governador. Então, não vamos limitar o tempo do nosso Vice-Governador, até porque ele vem trazer uma mensagem do Governo para todos nós. Temos, ainda, sessenta inscrições ainda. Acredito que está bem entendida em relação às categorias, à flexibilização. Acho que não tem necessidade de mais argumentação em cima desse tema. Além disso, há inscrições de três, quatro, cinco e até seis pessoas do mesmo município. Eu gostaria que nos ajudassem e entendessem, porque já é quase meio-dia e meia. Então, coloco em apreciação, salvo a questão do Vice-Governador, se é possível controlarmos o tempo de três minutos na mesa; ou que vocês, que estão inscritos, peguem um representante, no máximo, por município, para conseguirmos reduzir isso. Temos todos os Prefeitos inscritos e, ainda, os Deputados Estaduais, o Deputado Federal Eliene e demais autoridades. Então, faço uma consulta: aqueles que concordam com isso, levantem a mão. (PAUSA). A maioria. Quem não concorda? (PAUSA). Portanto, venceu a maioria. Gostaria que todos os segmentos conversassem sobre a possibilidade de reduzir esse número. Está certo? Portanto, com a palavra, o Vereador Jairo de Souza, de Nova Bandeirantes. (PAUSA) O Vereador Jairo já falou, aqui, que se reunirá com a comitiva de Nova Bandeirantes para ver a pessoa que vai representar... Com a palavra, o Presidente da FAMATO, Sr. Rui Prado. O SR. RUI PRADO - Bom-dia a todos! Já é quase boa-tarde! Mas, acredito que, pela importância do tema, temos que ficar aqui, sim, mais um pouco.

Pág. 33 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Quero parabenizar a Assembleia Legislativa, o Governo do Estado, as Prefeituras Municipais, por esse trabalho e por esta Audiência Pública tão democrática, que acredito ser a maneira que temos para achar o rumo para o nosso futuro. A grande discussão é justamente a preservação versus a produção. É disso que estamos falando aqui, nesta manhã, em Alta Floresta. Queria destacar algumas questões que precisamos saber com relação à preservação do Estado de Mato Grosso e a produção. Hoje, no Estado de Mato Grosso, temos 62% da vegetação intacta. Dos 90 milhões de quilômetros quadrados aqui no Estado de Mato Grosso, 62% estão intactos. Apesar disso, somos o maior rebanho bovino do Brasil. O Estado de Mato Grosso é o maior produtor de grãos do Brasil. E queria ressaltar uma questão aqui nesta produção. A maioria desta produção, tanto de grãos quanto de carne, é consumida pelos brasileiros. Portanto, Mato Grosso tem sua importância na produção de alimentos e, ao mesmo tempo, preserva 62% do nosso território. E temos que ter orgulho disso, porque conseguimos, aqui, compatibilizar as duas coisas. Está sendo discutido - e acredito que é da maior importância falar também - no Congresso Nacional uma nova Legislação Ambiental para o nosso País. E têm alguns conceitos que temos que conversar e discutir. Por exemplo, o conceito de reserva legal. Hoje, o conceito de reserva legal é circunscrito na propriedade. Por que esse conceito de reserva legal ou reserva ambiental não ser circunscrito no Estado de Mato Grosso e não na propriedade de cada um? Nós temos o conceito das APPs, as áreas que têm que ser preservadas, e esse conceito, a largura da APP é relacionada à largura do rio. Hoje, nós sabemos, pelos técnicos da EMBRAPA, que já têm demonstrado isso claramente, que a largura da APP, ou seja, daquela preservação na beira dos rios, tem que ser, sim, pela declividade do solo, pela profundidade do solo e pela textura. Então, é isso que estamos discutindo, hoje, no Estado de Mato Grosso. E agora vem o Zoneamento Socioeconômico Ecológico, que queremos nos ater agora e temos que discuti-lo junto, logicamente, com toda sociedade. Deputado Dilceu Dal Bosco, ficou muito claro, nesta plenária, nesta Audiência Pública, o que os produtores querem, o que a sociedade quer e que está preocupada é ficarmos numa categoria que não condiz com a nossa atividade econômica. Ou seja, as pessoas aqui desta região querem estar na Categoria 1. E por que isso? Porque sabemos que em outros zoneamentos, quem ficou na Categoria 2, quem ficou em outras categorias, não teve o seu direito preservado de flexibilização de reserva legal. Pessoal, quando falamos de flexibilização de reserva legal, estamos defendendo os ativos que o Brasil tem; os ativos que Mato Grosso tem, porque, tenho certeza que todos nós, aqui, não concordamos com uma reserva legal, por exemplo, de 80%. Pessoal, quem tem uma propriedade de cem hectares, sabemos que tem que deixar 80 hectares de reserva legal. E sabemos, também, que as propriedades que estão instaladas aqui, hoje, nem sempre contemplam essa legislação. Então, qual a nossa preocupação, Deputado Dilceu Dal Bosco, Vice-Governador Silval Barbosa, Deputado Alexandre Cesar? Quando nós produtores, quando nós sociedade queremos a mudança de categoria, na verdade, o que estamos querendo dizer é que essas áreas, que estão abertas, são áreas Pág. 34 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. consolidadas. Nós queremos o reconhecimento da consolidação da nossa atividade, porque não conheço nenhuma atividade mais consolidada do que a pecuária. A atividade pecuária veio aqui para o Estado de Mato Grosso há mais de duzentos anos. E eu queria fazer uma reflexão muito simples: Todos os bois, toda carne que foi produzida nesta região, ou em qualquer lugar, nunca foi jogada fora. Toda essa carne foi consumida! E se ela foi consumida, foi aproveitada por um ser humano. O sapato que estou usando é de couro e, provavelmente, veio do boi. O cinto da mesma forma. Então, não podemos perder esse ativo. Quero fazer uma pergunta à Mesa, Deputado Dilceu Dal Bosco, Deputado Riva: Quando dissemos que queremos mudar de categoria, logicamente que é para flexibilização de reserva legal, então, queremos saber da Mesa se quando os senhores propuseram aquela mudança de categoria, através da Emenda, se é só uma retórica, porque, às vezes, muda de categoria e fica depois colocado em subcategorias, como se dará o termo de consolidação dessa categoria que nós precisamos? Então, Deputado Riva, deixo essa pergunta à Mesa. Não sei se é possível, Deputado Dilceu Dal Bosco, ser respondida, mas está muito claro nesta Audiência Pública que queremos a mudança de Categoria por conta da flexibilização de reserva legal que a legislação federal nos permite... (PALMAS) Mas queremos saber, Srs. Deputados da Assembleia Legislativa, se com essa Emenda do Deputado Riva e outros Deputados, aquela Categoria... (TEMPO ESGOTADO) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Concedo mais um minuto, Rui Prado, porque temos muitas inscrições. O SR. RUI PRADO - Então, nossa preocupação é essa, senhores: queremos saber da Assembleia Legislativa se a mudança dessa Categoria, logicamente, vai permitir, sim, a flexibilização de reserva legal para 50% por cento. É essa nossa preocupação nesta região, é essa a nossa vontade. Muito obrigado. (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradeço a presença dos Vereadores Adalberto e Rosilene, de Nova Canaã; de Altair Pieresan, Secretário Municipal de Agricultura de Novo Mundo; de Poliane Jorgina Freitas, Diretora da Secretaria de Meio Ambiente de Apiacás, de Paulo Moreira dos Santos, CODAM, Conselho do Desenvolvimento da Amazonas Mato-grossense; de Edilson Osvaldírio Emmel, Secretário de Agricultura de Apiacás; de Lucimara da Silva, Presidente do Movimento de Mulheres Camponês de Nova Canaã do Norte; de Samuel Oscar de Souza, Presidente do Sindicato Rural de Nova Santa Helena; de Alexandre Olival, Presidente do Instituto Ouro Verde de Alta Floresta; de Valter Neves de Moura, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guarantã do Norte. Com a palavra, pelas inscrições, o Vereador Zé Padre, Vereador de Nova Bandeirantes, que dispõe de três minutos. O SR. ZÉ PADRE - Primeiramente, cumprimento todos os presentes nesta grande Audiência Pública. Quero falar aqui, Srs. Deputados, da nossa preocupação enquanto morador dessa região. Estamos extremamente preocupados porque não entendemos por que todos os municípios da região do pólo de Alta Floresta não têm uma posição de uma possível consolidação. Nós só queremos, Srs. Deputados, o direito de continuar acreditando no progresso desta cidade e desta região. Pág. 35 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Não entendemos, de jeito nenhum, e clamamos por mudanças, principalmente Nova Bandeirantes, que está no mapa do Zoneamento na Categoria 3, inclusive o perímetro urbano da cidade. Somos uma cidade oriunda da agricultura e a sustentabilidade daquele povo sempre foi a agricultura e hoje estamos ameaçados quanto a futuros investimentos. Somos o maior produtor de café do Estado - o Deputado sabe disso - trago aqui uma foto para todos verem da linda produção de café de Nova Bandeirantes, e não entendemos por que o Zoneamento não considerou essa cultura, que é a sustentabilidade do povo daquela cidade. Quero aqui, Srs. Deputados, discordar da colocação do Relator desse Zoneamento, que disse que todas as categorias estão contempladas com investimentos. Não é isso que o projeto diz! Estamos extremamente preocupados porque consolidação e investimento são apenas para a Categoria 1 e estamos clamando por isso. (PALMAS) Essa é a verdade! Não adianta dizer que a ciência, que os estudos mostraram essa realidade, porque não acredito nisso. A ciência é um dom divino e pede que a usemos para o bem da sociedade que representamos. Deus não permite isso! Existe também, senhores, um grande engano, para quem defende a Categoria 2, porque, se não formos consolidados, não tem investimento. Essa é a realidade! Quero aqui, Srs. Deputados, esperar que os senhores revejam esta situação e nos coloquem numa situação em que possamos ter o direito de crescer, porque, da forma como está, estão nos impedindo, sim, de ter um desenvolvimento sustentável e garantir o nosso futuro. Eu quero aqui agradecer o Presidente da Câmara de Nova Bandeirantes, que nos cedeu este espaço, o Sr. Orlando Barbosa de Farias, que tanto acredita naquela cidade. Faço minhas as palavras do Deputado Riva e da Prefeita Maria Izaura, que falaram tudo o que a nossa região precisava ouvir. Resta-nos agora, Vice-Governador Silval Barbosa, acreditar que o projeto será concluído e aprovado respeitando as realidades regionais. Muito obrigado a todos! (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Obrigado. Queremos registrar a presença da Srª Edna Martins de Oliveira, Presidente do SINTEP de Colíder; do Dr. Carlos Eduardo Furim, representando a 8ª Subseção da OAB. Agradecemos a presença de lideranças do Município de Guarantã do Norte; do Sr. Nilson Augusto, Presidente do Sindicato Rural de Carlinda; do Sr. Edras Soares, representando o Sindicato Rural de Guarantã do Norte; do Sr. Antônio Galvan, Presidente do Sindicato Rural de Sinop; do Sr. Maurildo Lauro, Presidente do Sindicato Rural de Tabaporã. Agora vamos ouvir aquele que, como nós, chegou aqui na década de 70, é produtor rural, conhece, como ninguém, como poucos, a realidade do Norte de Mato Grosso, até porque mora no Norte de Mato Grosso, o nosso ilustre e querido Vice-Governador Silval Barbosa, que traz a mensagem do Governo para o povo desta região. Com a palavra o nosso Vice-Governador Silval Barbosa. O SR. SILVAL BARBOSA - Obrigado! Quero cumprimentar todos os Srs. Deputados na pessoa do Deputado Dilceu Dal Bosco, Presidente da Comissão; todos os Prefeitos na pessoa da Prefeita Maria Izaura; bem como a todos os senhores produtores, movimentos sociais, imprensa e amigos da nossa região.

Pág. 36 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Senhores, venho acompanhando atentamente todas audiências públicas, eu e o Secretário de Planejamento e Coordenação Geral, Yênes de Magalhães, juntamente com a comissão técnica da Secretaria nos dois dias que antecederam a Audiência Pública, no Seminário. Em cada região tem sido mais interessantes as manifestações, manifestações dos movimentos sociais, e manifestações dos pequenos, médios e grandes produtores do Estado de Mato Grosso. E a Assembleia Legislativa, o que está fazendo aqui? Vocês podem ter certeza de que tudo que está sendo gravado - estão sendo taquigrafadas todas as falas e está sendo transmitida ao vivo à população de Mato Grosso esta Audiência Pública - será tratado com o maior respeito e carinho, da forma que estamos fazendo aqui. Deputado Dilceu Dal Bosco, não é porque eu sou da região, não. Aqui disse o representante da OAB que independe o Governo que começou o Zoneamento e independe o Governo que terminará o Zoneamento. Mas a Assembleia Legislativa não é transitória, ela é permanente. Portanto, os senhores podem ter certeza, como eu disse aqui, Deputado Riva, lá no Governo Jayme Campos começou esse Zoneamento. Lá o Governo editou a lei e elaborou o Zoneamento. Entrou outro Governo, não teve sequência a discussão. Em 2005, esse Zoneamento foi para a Assembleia Legislativa! Eu estava Deputado Estadual e Presidente da Assembleia Legislativa. Lá, nós entendemos que não dava nem para levar para a discussão à sociedade do jeito que o Zoneamento estava. Devolvemos de pronto para o Governador refazê-lo. E o Governo contratou uma comissão técnica, contratou a EMBRAPA para se discutir e refazer esse Zoneamento. Após o análise da comissão técnica, entendeu-se que esse Zoneamento estava perfeito e que poderia ir para a votação na Assembleia Legislativa. Mas a Assembleia Legislativa muito sábia também não ficou com a responsabilidade de aprovar a toque de caixa. Os Deputados liderados pelo Deputado Riva, promoveram dezessete Seminários e dezessete Audiências Públicas para ouvir os segmentos organizados de toda a sociedade. E aqui, sim, Deputado Riva, vamos tirar, exprimir de toda a sociedade o que, realmente, a sociedade está pensando e o que a região quer e precisa que seja aprovado por esse Zoneamento. Ora, gente, às vezes, faz-se ideia de que o Governo pressionará a Assembleia Legislativa para aprovar a toque de caixa. Não! Tanto é que as discussões estão ampliando tanto que nós, do Governo, chamamos mais quatro da Comissão Nacional para discutir esse Zoneamento junto com a Assembleia Legislativa, para ver que o que a Assembleia Legislativa está tirando aqui da sociedade é a realidade da região, para que eles busquem dentro do maior entendimento contemplar todos, contemplar as regiões que estão lá na Categoria 1, na 2, na 3 e busquem o entendimento para que ninguém seja penalizo. Não dá para admitir que o Governo tenha mandado para a Assembleia Legislativa um Zoneamento que possa vir a penalizar. É a Assembleia Legislativa que tem esse foro para fazer a modificação necessária. E nós acompanharemos até o fim. Deputado Riva, eu sei da preocupação desse povo desta região. Cheguei aqui como muitos, desde 1978. Ajudei a abrir vários municípios. Quando eu vim para Mato Grosso, vim morar em Itaúba, não fui morar em Marcelândia, porque não tinha estrada e não existia o município, e vi o desbravamento, vi como se desenvolveu, e assim foi Guarantã do Norte, Matupá, Terra Nova do Norte, essa região toda. É inadmissível, senhores produtores, eu que passei pela Assembleia Legislativa e estou hoje junto ao Governo Blairo Maggi, é inadmissível vocês pensarem que deixaremos aprovar um Zoneamento ou que queremos um Zoneamento que traga prejuízos a uma Pág. 37 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. região, principalmente para a nossa do norte, que já tem várias penalizações de operação disso, operação daquilo. Mas nós temos que enfrentar essa realidade, porque é lei federal e é também uma legislação, uma lei do Estado que está rodando, desde 1992. Então, nós temos que dar um cabo nisso, mas o cabo tem que ser uma aprovação que não tenha prejudicados, principalmente, o ser humano que vive aqui. Acompanhei atentamente o pronunciamento da dona Eleonora. Ela chamava-nos para uma reflexão e pedia-nos para ouvir com o coração. E dentro do coração nós temos que ir pela realidade, pela técnica e pela lei que nos conduz também. Quero aqui, mais uma vez, reafirmar, como tenho feito em todas as Audiências Públicas: vou acompanhar, juntamente com a Assembleia Legislativa, todas as proposições que estão sendo discutidas nos Seminários que antecedem a Audiência Pública. E a Comissão da SEPLAN também já está acompanhando esses relatórios. Nós queremos, sim, senhores produtores, que se tenha um Zoneamento em que esta região ou Mato Grosso não sejam penalizados. Mesmo que o Governo Federal force a aprovação o mais antes possível, através da Comissão do Ministério do Meio Ambiente, que tem uma série de regras para liberar recursos para o desenvolvimento, nós vamos discutir com toda a cautela e com toda a habilidade, porque sempre a Assembleia Legislativa tem tido essa harmonia com o Governo. (O DEPUTADO ALEXANDRE CESAR ASSUME A DIREÇÃO DOS TRABALHOS ÀS 12:46 HORAS.) Portanto, Deputado Riva, mais uma vez, reafirmo aqui o compromisso do nosso Governo de estar avaliando com todo carinho as apreciações que vocês estão recebendo da Assembleia Legislativa. Vamos buscar em conjunto a harmonia, para que a Assembleia Legislativa, a sociedade e o Governo aprovem um Zoneamento que contemple todas as regiões do Estado de Mato Grosso. Obrigado pela oportunidade (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (ALEXANDRE CESAR) - Convidamos para fazer uso da palavra o Prefeito Municipal de Nova Santa Helena, Sr. Dorival Lorca. O SR. DORIVAL LORCA - Boa-tarde a todos e a todas! Há uma preocupação: eu não sei qual foi o parâmetro em que foi feito o mapeamento do Zoneamento, mas Nova Santa Helena, o meu município, ficou na Área 3.1.4, sendo que o bioma é o mesmo, as características são as mesmas dos Municípios de Colíder, Alta Floresta, Terra Nova do Norte. Então, o Município de Nova Santa Helena ficou nessa Categoria. O que nós queremos é que seja revista pela Comissão Técnica uma maneira de que possamos... Queremos que a Comissão vá ao município e que olhe a realidade para não nos prejudicar. Nós queremos que seja justo. Se vai ter mudança de Categoria ou não vai haver mudança de Categoria, eu acho que nós temos que ser tratados da mesma maneira, porque estamos, praticamente, com os mesmos identificadores, estamos na mesma região e são terras produtivas. O meu município é um município produtivo, está no eixo da BR-163 mais a MT- 320. Ficar nessa Área 3.1.4, acho que a Comissão terá de rever isso aí, para que o Município de Nova Santa Helena não fique no prejuízo. O que todos nós queremos, realmente, é a flexibilização: tem que ver os 50% de reserva; e que as APPs sirvam de reserva legal, o que é justo para a nossa região. O que nós queremos é poder continuar sobrevivendo nessa região que escolhemos para viver. Queremos e confiamos nos Deputados do Estado de Mato Grosso.

Pág. 38 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Conheço o Presidente da Assembléia Legislativa, o Deputado Riva, uma pessoa séria, que temos bastante contato. Sei que todos os Deputados, o Deputado Dilceu Dal Bosco é da nossa região, conhece a nossa realidade. O Vice-Governador é da nossa região. Sabemos que está em boas mãos. Agora queremos ver a parte técnica para que não dê prejuízo a nenhum, porque eu acho que tem que ser tratamento idêntico a quem se identifica. E o meu município não é diferente, porque eu conheço toda essa região e quero que seja analisado esse mapeamento que foi feito. É isso que nós queremos. Espero que consigamos ter êxito com esta reunião. Agradeço por estar participando, por ter condições de dar opiniões, porque isso é muito importante para a nossa região. Nós vemos as coisas acontecerem e participar, e não vir de cima para baixo e aceitarmos. Eu acho que hoje está de parabéns Alta Floresta, através da Prefeita, e parabenizar a todos os Deputados. Muito obrigado, gente! E uma boa-tarde a todos vocês! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (ALEXANDRE CESAR) - Convido, para fazer uso da palavra, por três minutos, o Sr. Valter Neves Moura, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guarantã do Norte. O SR. VALTER NEVES DE MOURA - Eu quero cumprimentar todas as autoridades e fazer um cumprimento especial aos agricultores da agricultura familiar, aos movimentos sociais, aos líderes e dirigentes sindicais que fazem parte do movimento sindical deste território. Eu não poderia deixar de dizer algumas coisas importantes que foram ditas em alguns discursos aqui. Primeiro, nós sabemos que o Brasil é composto por vários segmentos, Poder Executivo, Legislativo, Judiciário e depois as organizações da sociedade civil, e há parasitas em todos esses segmentos. Não só no nosso segmento, em todos os segmentos há parasitas. Há movimentos e movimentos, há prefeitos e prefeitos, Deputados e Deputados, temos que separar. Não podemos fazer generalização das pessoas que não têm uma boa conduta. Nós exigimos respeito, da mesma forma que respeitamos as demais autoridades, as demais pessoas. E gostaria de lembrar que há quatro meses discutindo o Zoneamento, há quatro meses nós sentamos com o Prefeito, sentamos com outros segmentos da sociedade e foi tão interessante que conseguimos construir o que queríamos. Nós não brigamos e nem queríamos discutir mudanças de categoria, e sim colocamos as diretrizes e essas são as mais importantes a nosso ver. Agora, é lamentável que depois venhamos para a Audiência Pública e sermos ofendidos. Nós não viemos aqui para sermos ofendidos, mas viemos aqui para sermos respeitados, da mesma forma que respeitamos as pessoas lá... (PALMAS). Deputado Dilceu Dal Bosco, uma das diretrizes mais importantes que nós alavancamos para os assentamentos, as ocupações mais antigas, no cômputo da reserva legal, é uma discussão que já foi feita numa Audiência Pública. O Senador Jaime Campos sabe disso. Semana passada, lá no Senado, os movimentos sociais, mais a nossa Confederação sentou para discutir. E, eu coloquei ali e vamos protocolar um documento que está sendo feito à mão, que a minha secretária está terminando de fazer, para que sejam isentas as áreas de até 100 hectares da reserva legal, ficando somente as APPs. De 100 a 200 hectares nós estamos colocando 20%, mais as APPs; de 200 a 400 hectares 30%, mais as APPs, considerando as áreas de ocupação mais antigas, ou seja, de trinta anos. E defendemos os 50% da reserva nas áreas que ainda não alcançaram esse percentual de desmate e as áreas que ainda poderão ser desmatadas. (O SR. DEPUTADO DILCEU DAL BOSCO ASSUME A PRESIDÊNCIA ÀS 12:50 HORAS.) Pág. 39 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. O SR. DORIVAL LORCA - Agora, eu gostaria de fazer um outro grande desafio para os senhores que são autoridades. Vamos falar de Reforma Agrária. Nós precisamos discutir também em Audiência Pública um modelo de Reforma Agrária para o Estado de Mato Grosso. Não podemos mais aceitar que as nossas famílias fiquem embaixo da lona, famílias essas que merecem respeito, o qual não foi feito o respeito a elas aqui, sentar e discutir um modelo de Reforma Agrária que venha de encontro com a necessidade do nosso território, do nosso Estado. Nós queremos sentar numa mesa de diálogo. Queremos, da forma que nós respeitamos as grandes propriedades, os grandes proprietários, por que não podemos sentar com eles e discutir? Nós nos acomodamos num pedacinho de terra. Não queremos toda terra dos produtores. Nós queremos só um pedacinho, que vai dar para assentar todas as nossas famílias. E é um desafio! É um desafio, Deputado e Srs. Prefeitos! Vamos discutir também em Audiência Pública um modelo de Reforma Agrária. Faço aqui um desafio aos senhores. Muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o Vereador Flávio, do Município de Nova Bandeirantes; o Vereador Marino Francisco, do Município de Nova Bandeirantes; o Sr. Juca do Sindicato, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Peixoto de Azevedo; João Roberto de Simoni, Presidente do Sindicato Rural de Colíder; Netinho, Presidente da Câmara Municipal de Paranaíta; Mário Wolf Filho, Presidente do Sindicato Rural de Nova Canaã do Norte. Convidamos agora, para fazer uso da palavra, o Presidente do Sindicato Rural de Alta Floresta, ex-prefeito, Sr. Vicente da Riva (PALMAS). O SR. VICENTE DA RIVA - Boa-tarde a todos! Vou resumir a minha fala em três propostas. A proposta, Deputado Riva, que após a aprovação do nosso Zoneamento na Assembleia Legislativa, ombrearmos com a Assembleia Legislativa para termos uma apreciação positiva do Conselho de Zoneamento e no CONAMA, para que possamos chegar aos resultados finais. Eu gostaria de propor a nossa Prefeita, que venhamos iniciar esse trabalho para fazermos o zoneamento municipal. Após o Zoneamento Estadual, teremos mais facilidades, poderemos detalhar o nosso território, com isso resolver questões pendentes de problemas da ocupação de pecuária, agricultura familiar, dar uma assistência mais próxima e gabaritar... Esta é a nossa terceira proposta, gabaritar a nossa Secretaria de Meio Ambiente para que possamos expedir a LAU-Licença Ambiental Única, no próprio município, para que não tenhamos esse sofrimento de depender de uma estrutura burocrática de Cuiabá, que penaliza os proprietários, os profissionais e traz custos. Muitas vezes, nos desanima na nossa situação produtiva. Então, fica aqui, Prefeita, registrado. Isso é um futuro, mas que no futuro Alta Floresta que está ombreando com todos os municípios aqui presentes, dê o exemplo e comece a possibilidade de termos licenciamento ambiental no nosso próprio município, para todo o nosso código, depois do zoneamento municipal. Finalmente, Deputado Riva, eu gostaria de solicitar que venhamos a participar, também em pensamentos, do Código Ambiental que está em apreciação na Assembleia Legislativa. Sentimos que podemos dar uma contribuição positiva, com o Zoneamento, o Código Ambiental e as futuras mudanças nas legislações federais, que resultarão em um modelo sustentável para o nosso desenvolvimento. Muito obrigado! (PALMAS). Pág. 40 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Queremos lembrar a todos que esta é uma Audiência Pública oficial da Assembleia Legislativa. Muitas vezes os Deputados estão atendendo algum pleito e não estão conseguindo prestar atenção a algumas falas, mas, tudo aqui é gravado em áudio e vídeo. Temos, também, o Serviço de Taquigrafia da Assembleia Legislativa, que está aqui a nossa esquerda. As meninas estão acompanhando desde o início esta Audiência Pública, que está sendo transmitida, ao vivo, pela TV Assembléia, com apoio para retransmissão da TV Nativa, canal 7, de Alta Floresta, e da BAND Sinop, canal 13. Portanto, tudo que é falado aqui está sendo registrado. Fiquem tranquilos! Agradecemos a presença do Sr. José Pedro de Oliveira, representando os madeireiros de Tabaporã; do Sr. Ednaldo Nogueira, Diretor da Rádio Paranaíta - FM; do Sr. José Cícero dos Santos, Diretor da Escola Municipal São Pedro, de Terra Nova do Norte; da Srª Atsuny Miyazima, gestora da Secretaria de Assistência Social de Paranaíta. Agradecemos a presença maciça do Município de Nova Guarita; agradecemos a presença dos funcionários da Prefeitura Municipal de Alta Floresta. Com a palavra, pelas inscrições da mesa, o Exmº Deputado Federal Eliene. O SR. ELIENE LIMA - Boa-tarde a todos e todas! Saúdo o Presidente da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais e da Comissão Especial do Zoneamento da Assembleia Legislativa, Deputado Dilceu Dal Bosco. Em seu nome, saúdo os Deputados Estaduais que participam desta Audiência Pública. Quero saudar todos os Prefeitos na pessoa do Dr. Sinvaldo, Prefeito de Peixoto de Azevedo, e da Srª Maria Izaura, Prefeita do Município de Alta Floresta. Cumprimento todos os Vereadores na pessoa do Vereador de Alta Floresta Éden Silva; Vice-Prefeitos. Saúdo as lideranças que se deslocaram das quinze cidades da área de abrangência para participar da discussão aqui, de Alta Floresta; representantes da agricultura familiar, da média produção, da grande produção, da FAMATO, aqui representada pelo Sr. Rui Prado; e o povo indígena. Quero dizer que temos que, realmente, buscar um equilíbrio. Não é possível terem vindo à região com um objetivo, com uma proposta e, depois de estarem aqui vinte, vinte e cinco, trinta anos, mudarem totalmente o eixo do raciocínio - que é o que se propôs agora -, com o painel intergovernamental sobre o aquecimento global pressionando, as lideranças da ONGs. Então, é preciso buscar o equilíbrio. A discussão do Zoneamento Socioeconômico Ecológico é uma necessidade. Essa regulamentação é esperada pelo mundo afora. Os países que, à época, não cuidaram da preservação espera que, onde houver essa possibilidade, seja feita a parte que eles não fizeram. Eles têm um poderio muito grande de compra dos nossos produtos, de restrição da comercialização de toda a natureza. Esse é um poder de pressão que tem que ser observado! Estamos aqui, hoje, na condição de Deputado Federal acompanhando, não só hoje, mas, praticamente, todas as Audiências Públicas sobre o Zoneamento Socioeconômico Ecológico, pela importância que essa legislação traz de apoio ao Estado.

Pág. 41 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Como disse aqui o Dr. Luiz Scaloppe, que já não está presente, não adianta fazer somente o interesse da sociedade local. A Assembleia Legislativa está fazendo o seu papel, levando e buscando o máximo possível de aproveitamento do que a sociedade quer em todos os seus aspectos quanto à condição das Categorias discutidas, seja a 1, a 2, a 3, a 4. Mas na hora que for encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente - que está representado pelo Dr. Roberto Vizentin -, à equipe técnica, que está representada pelo Secretário Yênes de Magalhães, que coordena a Secretaria de Planejamento; à Comissão Nacional do Zoneamento; ao CONAMA, se não fizermos um estudo razoável, com certeza, acontecerá como aconteceu em Roraima; acontecerá como aconteceu em Rondônia e não prosperará todo esse trabalho que está sendo feito. Então, quero me colocar à disposição do povo de Mato Grosso; quero me colocar à disposição de todo esse povo que veio a Alta Floresta trazer a sua angústia, a sua preocupação, o seu ponto de vista. Serei um dos oito Deputados Federais representando este Estado para colocar os interesses do nosso povo. Desta forma, trago o nosso mandato, a nossa disposição, para buscar o melhor possível para que o nosso Zoneamento, realmente, traga lucros, retornos e uma qualidade de vida melhor para todos nós. Muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Convido para fazer uso da palavra o Prefeito de Carlinda, Sr. Orodovaldo Antônio de Miranda, o Dr. Miranda. Na sequência, colocarei uma proposta da platéia em apreciação. O SR. ORODOVALDO ANTÔNIO DE MIRANDA - Bom-dia, Sr. Presidente, Srs. Deputados, todos os presentes. Quero invocar a presença de Deus a todos para que nos dê muita sabedoria, paz e discernimento nessas horas difíceis da nossa vida. Parabéns por essa condução, por essa orientação, Deputado! Deputado Dilceu Dal Bosco, quero ser breve. Observando esta Audiência Pública vejo todos pensando. Neste momento, temos que ter discernimento. Pela minha ótica foi feito um estudo e todos participaram. Se não me falha a memória... Quem participou das duas reuniões nesses dois dias erga as mãos? Quem participou da reunião? (A PLATÉIA SE MANIFESTA LEVANTANDO AS MÃOS.) O SR. ORODOVALDO ANTÔNIO DE MIRANDAA - Então, muitas pessoas participaram da reunião, esclareceram suas dúvidas. Eu tenho, também, inúmeras dúvidas sobre esse fato, mas, eu confio na Constituição Federal. Nós elegemos os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, para que, Deputado Dilceu Dal Bosco, Vossas Excelências façam o melhor para nós lá. É preciso que Vossas Excelências orientem, procurem e vejam a coisa... O povo de Alta Floresta, desta região, que é um povo ordeiro, Deputado, precisa que Vossas Excelências sentem, abracem e respeitem a opinião pública de cada entidade, de cada Categoria. Eu vesti a minha camisa. Estou na Categoria 1. Esta é a minha opção. Eu respeito quem está na Categoria 2, na Categoria 3 e na Categoria 4, mas, que essa diretriz, Srª Maria Izaura, seja estudada e avaliada pela parte técnica. Porque todos traçaram suas diretrizes para mudança e o fizeram com sabedoria. Foi o momento de mudarmos essa decisão. Com isso, nós, prefeitos desta região, ficamos muito preocupados em apontar quem é o culpado disso. Não existe o culpado! O que existe é o trabalho social feito por todos, aqui, Pág. 42 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. de interesse do grande, do médio e do pequeno. E todo mundo nos mostre o caminho de onde vem a questão financeira para nos mantermos aqui. Quais são os incentivos financeiros que teremos ao sair daqui? Quais são as decisões que tiraremos daqui? Todo mundo tem que ter a sua parte. O mundo capitalista, em que vivemos, precisa de investimento e não podemos ficar sem investimento. É o meu posicionamento simples e objetivo. Se eu fosse pedir para levantar quem está na Categoria 1 e na Categoria 2, seria muito fácil ver a opinião pública. É muito fácil ver isso aqui! Mas, nós temos que ver a parte técnica para a nossa região. E Carlinda, com os nossos Vereadores presentes, com a Câmara toda presente, discutiu em toda comunidade o que é o Zoneamento, para nosso princípio de conhecimento e deu uma oportunidade para o carlindense vir falar, nos dias 07 e 08, no Seminário Técnico e tirar suas dúvidas. Obrigado e boa-tarde! O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Gostaria de fazer uma nova consulta à plenária, porque nos chegou um pedido aqui. Dado que temos, aqui, é que todos os Prefeitos, que representam cada um seu município, estão inscritos, dado que é uma Audiência Pública oficial e os Deputados Estaduais terão e vão falar. A consulta que veio da plenária é de que as autoridades, aqui constituídas, que representam os municípios, abrissem mão da sua fala. Ou aqueles que, em último caso, não querem abrir mão, que se pronuncie para que possamos organizar. Nós temos quase cinquenta inscrições. O problema é que estamos vendo que as coisas estão se repetindo daquilo que já foi definido. Está esvaziando e, daqui a pouco, não surte o efeito que buscamos. Então, quero fazer uma consulta, mesmo que isso foi consenso, àqueles que ainda insistem em falar, que nos procurem. Eu queria ouvir quanto às autoridades, os Prefeitos e os Deputados que ainda não falaram, se é possível que façamos dessa forma? Aqueles que concordam, levantem a mão. (TODOS LEVANTAM A MÃO). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - De novo, ganhou a proposta. Mas, mesmo assim, para ser justo, aqueles que sentirem, realmente, necessidade de falar, que nos procure aqui. Certo? Passo a palavra, agora, ao Deputado Ademir Brunetto, desta cidade, desta região. O SR. ADEMIR BRUNETTO - Bom-dia a todos de Alta Floresta e região; autoridades presentes! Com certeza, estamos muito satisfeitos nesses três dias de trabalho que participamos, efetivamente, na construção dos grupos e na formatação das diretrizes que irão nortear o nosso Zoneamento. Com certeza, esta Audiência Pública, no polo de Alta Floresta, está sendo observada pelo mundo inteiro, não somente por outras regiões que tem semelhança e tipo da região do bioma verdadeiramente amazônico. Mas, vejam só, nós não podemos transformar este ato, este Zoneamento, num ringue, num centro de disputas de categorias, de grupos. É necessário que aproveitemos a oportunidade para construir um Zoneamento que seja fraterno, que seja generoso, que contemple, sim, a regularização ambiental, os proprietários de maior área. Nós defendemos, sim, mas não podemos deixar de defender um Zoneamento que também permita a inclusão dos movimentos dos trabalhadores rurais da agricultura familiar. Pág. 43 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Este é um momento de fraternidade, de cumprirmos juntos, com o Ministério Público, com Ministério do Meio Ambiente, com os movimentos e fazermos um Zoneamento que maximize as intenções da grande maioria da população. E aí, senhores, festaremos atentos, no Parlamento, à construção desse mapa que definirá a flexibilização das áreas em questão. Não irei fazer uma defesa que promova o isolamento, nem do grande e nem do pequeno, para ficar a insustentabilidade a economia da nossa região. Fiquem tranqüilos, meus amigos, neste Zoneamento todos terão voz e vez. Nesse sentido, Alta Floresta terá um representante que fará o papel de sustentabilidade da Região 2. Não interessa se é Região 2, 1, 1.2, mas a flexibilização tem que ter garantida, porque ela é fundamental para que continuemos acreditando na perspectiva econômica e social e que todos possam continuar morando e vivendo aqui em harmonia, de uma forma muito fraterna. Muito obrigado pela oportunidade! Estarei acompanhando totalmente esse trabalho do Zoneamento. Um abraço! O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Convido para fazer uso da palavra o Deputado Estadual, que também é membro titular da Comissão Especial do Zoneamento, Aírton Português. O SR. AÍRTON PORTUGUÊS - Boa-tarde a todos! Queremos deixar um abraço a todos aqui de Alta Floresta, a todos os municípios circunvizinhos que nos visitam. Como cidadão e como Deputado Estadual, eleito pelo Estado de Mato Grosso, temos o dever de participar das Audiências Públicas e ouvir a posição da nossa população. Nesta semana, tivemos - aqui está o Deputado Dilceu Dal Bosco e vários outros Deputados da Comissão - mais de três horas reunidos com o Governador Blairo Maggi. E a decisão da Comissão, do Governo, do Secretário Yênes Jesus Magalhães, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, é para que fechemos o melhor zoneamento possível para Mato Grosso, para a nossa população e para o meio ambiente. Então, como muitas pessoas, certas vezes, alimentam a idéia de criar muitas dificuldades, os Srs. Deputados têm a responsabilidade de, em primeiro lugar, ver o nosso Estado, a nossa população e a nossa gente... Nós fizemos a reunião com o Governador, estamos fazendo reuniões periodicamente da Comissão, somos vinte e quatro Deputados, e temos o melhor projeto de Zoneamento para todos nós mato-grossenses. Então, fica o nosso aval, como Deputado Estadual. Já estão puxando a minha camisa aqui, o meu amigo Pedro Satélite, representante da região. Deixo também meu abraço a todos os Deputados, representantes da Assembleia Legislativa, e ao Deputado Ademir Brunetto, que tem grande responsabilidade no Parlamento do Estado como o responsável e representante da região de Alta Floresta. Deixo o nosso abraço a todos. Contem conosco! Votaremos com o nosso produtor, o nosso roceiro - vamos ver por esse lado - e, se Deus quiser, teremos o melhor Zoneamento para todos. O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o ilustre Deputado Airton Português. Com a palavra o Deputado José Domingos Fraga. O SR. JOSÉ DOMINGOS FRAGA - Cumprimento o Presidente desta Comissão Especial, Deputado Dilceu Dal Bosco, e em seu nome cumprimento os demais Deputados. Pág. 44 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Faço um cumprimento todo especial ao nosso Vice-Governador, Silval Barbosa, e seu nome cumprimento todas as demais autoridades que compõe esta Mesa; e em nome da Prefeita Maria Izaura cumprimento todos e todas que se fazem presentes neste recinto. Quero dizer à população de Alta Floresta e de toda região que de fato a Lei de Zoneamento Socioeconômico Ecológico é a lei mais importante que se discute na Assembleia Legislativa nos últimos anos, porque é ela, sem sombra de dúvida, como disse o Deputado Alexandre Cesar, que vai garantir, não só o nosso futuro, como o futuro das próximas gerações. Para que a mesma fosse concebida, foram analisados vários aspectos, dentre eles os físicos, os bióticos, a ocupação e a atividade econômica desenvolvida, para que, de fato, se chegasse a essas zonas e Categorias. Não podemos aceitar que áreas consolidadas, que áreas produtivas, ou a consolidar sejam apenas onde tenha agricultura comercial, agricultura extensiva. Entendemos que é possível, sim, tornar área consolidada onde tenha ocupação por muito tempo, que deu sustentabilidade para que atividades econômicas, como a pecuária, pudessem sobreviver. Isso fica bem caracterizado, Vice-Governador Silval Barbosa, até porque essas atividades econômicas não só deram sustentabilidade à região, mas construíram grandes cidades, como é o caso de Alta Floresta, Nova Canaã do Norte, Colíder e tantas cidades do extremo Norte mato-grossense. Por isso, comungo da reivindicação desta plenária, no sentido de fazer com que a Categoria 2 desta região possa vir a ser uma Categoria 1 totalmente consolidada. (PALMAS) Quero dizer também aos presentes desta Audiência Pública que, se pararmos de analisar o tanto de unidades de conservação estaduais e federais que existem neste Estado, de terra indígena, que não somos contra, que são quase 20% do território mato-grossense, não podemos aceitar que tenhamos mais 15 unidades de conservação proposta, principalmente em áreas totalmente produtivas, que precisam de uma readequação de manejo para que possam ser também áreas consolidadas. Quero sugerir ao Secretário Yênes Magalhães, inclusive já discuti isso com ele, a possibilidade de rever essa quantidade de unidades de conservação propostas nesse Zoneamento, até porque, se levarmos em consideração as unidades de conservação federal, as unidades de conservação estadual, as terras indígenas, as APPs e as áreas de reserva legal, sobra no território mato-grossense menos de 11% onde poderemos produzir alimentos. Então, em função disso, quero dizer ao Secretário Yênes Magalhães, ao Deputado Alexandre Cesar, que é o Relator, que ingressarei com uma emenda, após discutir com a Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral, para que de fato possamos reduzir as unidades de conservação propostas, até porque elas estão causando uma insegurança jurídica muito grande nos proprietários que estão sob a égide dessa proposta, além disso, está causando retração de investimentos nessa região, desvalorizando as terras que estão em áreas que futuramente virão a ser unidades de conservação. Portanto, meus amigos e amigas de Alta Floresta, quero parabenizar a cada um dos senhores pela forma ordeira que os senhores estão participando, não só do Seminário Técnico, como principalmente desta Audiência Pública. Quero parabenizar também a Assembleia Legislativa pela forma transparente e participativa que tem conduzido, dando oportunidade, não só para o setor produtivo, mas para as ONGs, para as entidades sociais deste Estado, para que, em condição de igualdade, possam

Pág. 45 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. participar deste momento histórico em que estamos discutindo e vamos aprovar a lei que vai dar realmente a segurança jurídica que vai dar estabilidade para todo o povo mato-grossense. Fiquem com Deus e que Deus abençoe todos vocês! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Ouviremos neste momento uma grande liderança desta região, assim como o Deputado José Domingos Fraga, o Deputado Estadual de Colíder, Nilson Santos. O SR. NILSON SANTOS - Boa-tarde a todos aqui presentes! Eu gostaria de desejar adiantado a todas as mães um feliz Dia das Mães! (PALMAS) Quero cumprimentar o Presidente desta Comissão, Deputado Dilceu Dal Bosco e, em seu nome, cumprimentar todas as autoridades. Gostaria de falar da importância desta Audiência Pública na cidade de Alta Floresta, que terá sequência com a realização de audiências em outros municípios também da nossa região, bem como de outras. Quando o nosso Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Riva, tranqüilizou as pessoas que estiveram no seu gabinete, as autoridades, na semana passada, dizendo que tudo será aprovado depois de discutido com a nossa sociedade, mostrou a grandeza da Assembleia Legislativa, que tem essa preocupação. Eu gostaria aqui também de salientar a importância da presença do nosso Vice- Governador do Estado, Silval Barbosa, homem desta região, que chegou aqui há mais de trinta anos, e, portanto, tem raiz, sua família, suas propriedades aqui, que também se preocupa com a nossa região e está aqui debatendo a questão do Zoneamento Socioeconômico Ecológico. Esse projeto teve início ainda na década de 90, no Governo Jaime Campos, passou por alguns Governos e agora, portanto, volta para ser discutido. Estamos em defesa da nossa região. Todos se lembram, na década de 80, quando para cá viemos, que o lemas eram os seguintes: “Integrar para não entregar” e “Homens sem terra para terra sem homens”. E para cá vieram pessoas, famílias, para realmente desenvolver esta região. Sabemos da grande preocupação que todos aqui têm. Precisamos pensar no meio ambiente, mas precisamos pensar também no ser humano, nas pessoas que vivem nesta região e temos ter, portanto, uma grande preocupação. Nós sabemos que o ser humano está acima de tudo. E lá na Assembleia Legislativa, como Deputado, nessa votação, gostaria e vou estar ao lado da nossa região. Falo em poucas palavras e passo a palavra aos outros companheiros que têm de falar também. Nós sabemos que essa é uma região que tem cinco milhões de cabeças de gado, mais de trezentas mil pessoas e uma capacidade de mais de quatrocentos mil litros de leite/dia. Nós precisamos, sim, nos preocupar com o meio ambiente, mas a grande preocupação nossa tem que ser com o ser humano que aqui vive. Um grande abraço e obrigado a todos (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o ilustre Deputado Nilson Santos. Convidamos para fazer uso da palavra, ele que também é uma grande liderança aqui no norte do Estado de Mato Grosso, o ilustre Suplente de Deputado Pedro Satélite. O SR. PEDRO SATÉLITE - Boa-tarde a todos e a todas! Cumprimento o Deputado Dilceu Dal Bosco; e, em seu nome, cumprimento os demais colegas Deputados; minha amiga, Prefeita Maria Isaura; e o Secretário Yenês Magalhães. Pág. 46 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Em especial, quero cumprimentar todos os trabalhadores, independentemente de posição, de pensamento, mas pela importância de estarmos realizando esta Audiência Pública que, com certeza, mexerá com a vida de todos os brasileiros que vivem em Mato Grosso. Com certeza, Deputado Dilceu Dal Bosco, faremos de tudo para que sejam beneficiadas, sim, as pessoas! Precisamos beneficiar gente. Eu lerei uma parte de alguns questionamentos sobre o Zoneamento. Eu deveria ler na íntegra, mas, pelo avançado da hora, lerei apenas alguns tópicos: “A Constituição Federal de 1988 ressaltou a proteção ambiental e o zoneamento ambiental como Política Nacional do Meio Ambiente. Isso, sem dúvida, é verdade. Agora, transformar o Zoneamento em instrumento contra o desenvolvimento do Estado, isso não devemos aceitar, porque fere o direito de propriedade e o direito adquirido, previstos no art. 5º da mesma Constituição. Quanto à questão jurídica e técnica do Zoneamento, diz-se que o proprietário poderá usar sua terra da maneira que lhe convier, porém tem que respeitar os interesses coletivos. Aqui está o primeiro conflito: Quais são esses interesses coletivos? De quem são esses interesses coletivos? Isso implica em dizer que o interesse coletivo deve respeitar todos os brasileiros e os direitos adquiridos. Nossos agricultores que estão sentido na pele as limitações ficam inertes diante da posição rígida da nova legislação ambiental. Isso impossibilita o desenvolvimento não só do Estado, mas também do nosso País. Enquanto isso, as grandes potências mundiais dominam o mundo financiando ONGs que defendem o capital internacional e que, aliás, já retiraram a Amazônia Legal do mapa do Brasil, mudando, inclusive, a sua geografia e usando o nosso Estado como área tampão com a concordância de autoridades da República. Esse é o fato relevante ao qual devemos dar uma atenção especial. Qual será o objetivo do capital internacional diante dessa disparidade de interesses? Ao mesmo tempo, os Estados Unidos e a Europa estão brecando o nosso desenvolvimento econômico em razão de preservar o meio ambiente, evitando o aquecimento global, que hoje é assunto de todo o mundo. Com certeza, devemos preservar, mas há muitas contradições. Os Estados Unidos não fazem a sua parte, financiando guerras entre os demais países. Onde estão as grandes indústrias que mais contribuem para o aquecimento global? Estão lá nos países de primeiro mundo. Estas não estão sendo paralisadas em razão do mesmo motivo pelo qual aqui estamos sendo. Isso, sim, polui o mundo. Mas, talvez, o que queiram, na verdade, seja sacrificar o povo brasileiro.” E vou ler aqui um item sobre a questão da floresta: “Quem derruba uma árvore paga multa milionária, mas na desapropriação a floresta não é indenizada. Daí a pergunta: Qual é o valor da floresta para a lei brasileira? Nada! Serve apenas para punir o produtor rural. A floresta em pé deve ser valorizada em benefício do proprietário e/ou posseiro, e deve ser respeitado o direito adquirido para exploração de 50% do seu território. Hoje, o custo para fazer o manejo florestal inviabiliza o produtor rural. Por isso é preciso simplificar a lei, retirando as exigências que nada têm a ver com o meio ambiente. Porque a maioria das propriedades de Mato Grosso nem sequer tem documentos. E aqui eu chamo a atenção para essa região: aqui há briga entre o Estado e a União Federal. O INCRA quer sequestrar as terras do Estado sem indenizá-las, através de Ações Discriminatórias que tramitam por mais de vinte anos sem solução nenhuma. Por isso, o INCRA não titula ninguém e não deixa o INTERMAT titular. Pág. 47 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Então, os proprietários ficam “a ver navios” e taxados de invasores de terras públicas, o que é um absurdo! Essas autoridades não conhecem os sacrifícios que vivemos e que passamos aqui nesta região...” Portanto, vou encerrar minha fala dizendo aqui que para o Zoneamento tem um fator aqui muito importante, ao qual ninguém se ateve até este momento. “...E quero registrar a preocupação com a incorporação de mais de dois milhões de hectares de mata e de terra com a definição das divisas do Estado do Pará e Mato Grosso, aumentando sobremaneira, sim, o nosso passivo ambiental.” São mais de dois milhões de hectares de terra que já pertencem a Mato Grosso, mas o Ministro do STF precisa mandar demarcar essa região, que eu entendo que deveria estar incluída junto ao Zoneamento. Mas eu também acredito e tenho certeza, depois de ouvir a população nessas Audiências Públicas em todo o Estado de Mato Grosso, que cabe a responsabilidade, sim, de a Assembleia Legislativa votar e fazer um Zoneamento Socioeconômico Ecológico que venha, de fato, beneficiar o ser humano, a pessoa e o homem. Concluindo, entendo que o mundo tem de fazer o dever de casa, assim como nós aqui estamos fazendo, e a um custo muito alto. Senhoras e senhores, a partir do momento que esse Zoneamento for aprovado, será mais uma lei. E da maneira que for aprovada, terá de ser cumprida. Por isso, parabenizo a Assembleia Legislativa e, principalmente, as pessoas que vão aos encontros para discutir e fazer suas manifestações, reivindicando aquilo que entendem ser bom para seu município e para sua região. Muito obrigado e que Deus nos abençoe, para que, realmente, possamos achar um denominador comum para que toda a sociedade brasileira e mato-grossense seja beneficiada. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Quero dizer que estava presente aqui também o Deputado Mário Lúcio, que abriu mão da palavra para os Deputados aqui da região. Fica aí, portanto, o nosso registro. Eu tenho três solicitações da plenária que consideramos, que vamos intercalando com as falas dos prefeitos. Eu convido para usar da palavra, o Sr. Alexandre Orival, Presidente do Instituto Ouro Verde, de Alta Floresta. (PALMAS). O SR. ALEXANDRE ORIVAL - Bom-dia para todo mundo! A título de contribuição, nós estamos vivendo aqui na região, nos últimos três ou quatro meses, uma atmosfera meio esquisita. Está esquisito, está estranho. Quer dizer, eu presenciei debates acalorados e... Aqui, antes de começar esta assembleia, tomei dedada na cara, quer dizer, as pessoas estão com os ânimos... Alguma coisa está acontecendo para as pessoas ficarem exaltadas. E o que é isso? Talvez uma análise de qual é o discurso, de qual é a defesa do por que mudar de categoria. Por que isso? Sempre nós escutamos a questão da reserva, porque a Categoria 1 daria a possibilidade de flexibilizar. Se eu não estou enganado, isso já foi desmentido aqui muitas e muitas vezes. Ou não? Quer dizer, nós tivemos várias falas oficiais, dizendo claramente, com todas as palavras, que é possível flexibilizar em qualquer categoria que tivermos. Certo ou errado? Estamos certos. (A PLATÉIA SE MANIFESTA COM PALMAS.) O SR. ALEXANDRE ORIVAL - Beleza! Então, por que depois disso tivemos ainda falas voltando na questão de que a Categoria 1 é a melhor? Então, a questão não é a reserva. Pág. 48 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Isso é mentira! E está sendo usado para que esses agricultores aqui defendam uma coisa que não é deles. É essa conversa. É só isso que eu posso imaginar. Quer dizer, por quê? E quando pegamos a Categoria 2 - eu não vou defender Categoria 1, 2 ou 3, não. Não importa o número. Eu não sou igual aquela placa ali que fala que não sou de segunda categoria. Eu aceito ser vigésima quinta, não tem problema. Mas, o que eu não abro mão, falando não como liderança dos movimentos, Jesus, eu não sou isso. Eu represento uma instituição que articula algo em torno de duas mil famílias, só isso, de assentados e de agricultores familiares. Mas, o que nós não abrimos mão, é porque isso que os movimentos estão levantando, a bandeira da Categoria 2 é por uma frase que está aqui. Por isso, Vereador de Nova Bandeirantes, é mentira quando falaram para o senhor que a Categoria 2 não tem investimento. Isso é mentira! Quem falou isso está de má-fé! Isso é mentira, porque, olha aqui o que diz a Categoria 2: “para as quais são recomendadas as ações e fomento, as atividades econômicas com ênfase para pequenos e médios produtores”. Está aqui. O que está falando é que na Categoria 2 vai ter fomento e incentivo ao pequeno e médio produtor. Então, raios! Por que não defender essa categoria, por que não? Por que defender uma categoria que não é nossa? Por que isso? Quer dizer, por que defender que nós somos de uma região consolidada? Por quê? Qual o interesse disso?...(PALMAS). Dito isso, eu quero enfatizar. Nós não estamos brigando por Categoria 2 ou Categoria 1, não! Esquece isso! O que nós estamos brigando é para que a Agricultura Familiar seja a base do desenvolvimento da região, só isso! Sabe por quê? Porque aqui a nossa região, 85% dos estabelecimentos são de agricultores familiares. E só por isso! Só por isso! Está certo? E, nós não aceitamos ser considerados na mesma categoria. É isso! Só isso! Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos a participação do Alexandre. Está entendido o posicionamento. Nós queremos agradecer todos os Secretários Municipais e Vereadores de Alta Floresta e, nesse agradecimento, a todos os Secretários e Vereadores de todos os municípios que aqui estiveram. Um agradecimento especial à população, ao povo de vários segmentos e categorias que estiveram aqui, à população de Nova Santa Helena, Matupá, Sinop, Terra Nova do Norte, Apiacás, Tabaporã, Colíder, Nova Bandeirantes, Nova Canaã, Paranaíta, Alta Floresta, Novo Mundo, Peixoto de Azevedo, Itaúba, Carlinda e Nova Monte Verde. Agradecemos a presença dos pecuaristas de Apiacás; do Sr. Mário Nishikawa, representando o Rotary Clube de Alta Floresta; da Polícia Militar de Alta Floresta nas pessoas do Coronel Conezza, que deu toda a cobertura para o povo que veio para cá, para o povo de Alta Floresta e para as autoridades. Parabéns pelo belo trabalho que a polícia militar prestou para esta Audiência Pública! Agradecemos a presença de professores e alunos da Escola Municipal de São Pedro, de Terra Nova do Norte! A presença dos produtores rurais de Nova Canaã do Norte! Registramos a presença da etnia Caiabi! A Presença do Genivaldo Nicodemos da Silva, Presidente do Sindicato Rural de Alta Floresta! Megaron, da Comunidade Caiapó, de Peixoto de Azevedo! Dando continuidade, convidamos para fazer uso da palavra, o ilustre Prefeito de Nova Canaã do Norte, Sr. Antônio Luís César de Castro (Luizão) (PALMAS). O SR. ANTÔNIO LUÍS CÉSAR DE CASTRO (LUIZÃO) - Boa-tarde a todos e todas!

Pág. 49 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Quero cumprimentar o Presidente da Comissão de Zoneamento, Deputado Dilceu Dal Bosco! Quero dizer que este momento é importante na vida do Estado de Mato Grosso, que é o Zoneamento que definirá nos próximos dez anos a nossa região. Quando, Deputado, apareceu o Zoneamento, quando nós prefeitos da região - através do polo de Alta Floresta, através da prefeita, dos prefeitos - nos reunimos aqui em Alta Floresta por várias e várias vezes, sabíamos o que queríamos, porque lemos e entendemos o que queremos. Não dá, quando o Zoneamento chegou para nós, me deu uma sensação de insegurança e de medo na nossa região. Por que isso? Quando você vê lá no Zoneamento que só 11%, 11% do Estado de Mato Grosso seriam considerados áreas consolidadas, é lógico que não está certo. Nós moramos num polo consolidado, numa região, sim, de desenvolvimento e estamos cansados de ser discriminados quando se fala em Paralelo 13, em Zona Tampão, quando a mídia nacional coloca a nossa região sempre para baixo! Parece que querem nos despovoar! O momento agora não é de desunião, é de união. Este Zoneamento vem numa hora importante para a nossa região, porque vamos dar o nosso grito, dizendo que a nossa região é produtiva, é consolidada, sim. Sabem por quê? Eu vi o nosso amigo falar da questão do porque da Categoria 1 e 2. A Categoria 1 e 2 diz assim: “São áreas com estruturas produtivas consolidadas e a consolidar.” A consolidar como todos nós que sabemos que temos área a consolidar. A Categoria 1, nós somos Categoria 1, sim, para o mundo e para o Brasil, temos que defender isso. São quinze prefeitos falando a mesma língua, porque lemos e observamos isso. Se formos Categoria 2, seremos rotulados como categoria 2. E, talvez, até o movimento na hora de vender o seu gado, o seu leite, porque terá investimento da Categoria 1, poderá ser classificado assim. O pessoal lá embaixo pode falar assim: “De categoria 2 não compramos porque não está, ainda, ambientalmente correta. Esse é o nosso medo! Temos que estar juntos com as categorias consolidadas, produtivas, da nossa região. Não queremos ser boicotados e nem rotulados... (PALMAS). Queremos mostrar para Mato Grosso e para o mundo que a região do polo de Alta Floresta, toda esta região, é produtiva. Estamos aqui há muito tempo, queremos e vamos continuar produzindo. Defendemos mesmo aqui os nossos prefeitos! Fiquei muito satisfeito porque já fizemos o pedido e os Deputados estão vendo... Eu confio que os nossos Deputados e o Governo trarão essa região à Categoria 1; que trarão a flexibilização. Porque, hoje, o Estado está fazendo um levantamento sobre a flexibilização. E esse levantamento tem que vir junto com o Zoneamento, porque queremos saber antes, Deputado, de ser aprovado. Então, essas Audiências Públicas são importantíssimas. Toda população está consciente de que a Assembleia Legislativa está fazendo o papel de nos ouvir. Quando terminar essas Audiências, queremos ver o Relatório antes da sua aprovação. Talvez, seja até motivo de virmos aqui novamente discutir se o CONAMA aceitará ou não. Temos que colocar, acima de tudo, os interesses da nossa região, do nosso povo. Temos que fazer isso! A questão de ser aprovado ou não, depois, vemos como resolver isso. Não podemos aceitar interesses internacionais... Temos que ver a realidade da nossa região (PALMAS). Deputado, somos sabedores de que a Assembleia Legislativa está fazendo o seu papel. O Governo quer, daqui a sessenta, noventa dias, aprovar o Zoneamento. Se não der tempo... Foram dez anos! Agora é que estão acontecendo as Audiências Públicas. Vamos aguardar, discutir mais o assunto, porque são dez anos das nossas vidas; são dez anos na região.

Pág. 50 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Se perguntar para mim, que fiquei quarenta dias por várias e várias reuniões, também, tenho dúvida sobre o Zoneamento. Os Movimentos, também, têm dúvidas! Então, precisamos discutir! E, talvez, a primeira parte seja esta aqui, a Audiência Pública. Nós queremos o melhor para a nossa região! Nós, Prefeitos, protocolamos três proposições. Não vou elencá-las para não me alongar mais. Mas tenho um particular do Município de Nova Canaã do Norte. O povo de Nova Canaã do Norte - que quero agradecer - veio em peso porque está preocupado. Todos os ônibus da cidade estão aqui; todos os carros estão aqui, porque o povo atendeu ao nosso chamado. Para o Município de Nova Canaã do Norte temos uma particularidade. Esse Zoneamento que nos foi colocado faz uma retaliação ao nosso município: colocou o nosso município com quarenta e poucos por cento com área de preservação; com cinquenta e poucos por cento na área de consolidação da Categoria 2 e o restante na Categoria 3. Retaliou o nosso município! Teremos que ir em massa discutir isso em Juara. Gostaria de convidar os técnicos que vieram para retornar ao nosso município para verem que a nossa área de conservação é, totalmente, produtiva, com gado de qualidade. Lá tem soja, tem arroz... (PALMAS). Eu gostaria de entender esses técnicos quando chegam a uma região. Eu sempre defendo nas reuniões a questão do Zoneamento do município. Se, ainda, não deu para ser feito, a minha ideia é que o Estado dê as diretrizes para o Estado inteiro e que possamos discutir o problema no município, junto com os técnicos. Não... Às vezes, fico pensando: os técnicos estão onde? Estão em Cuiabá? Em Brasília? E a região aqui? Como vamos ficar? Então, Nova Canaã do Norte é completamente contra a criação da área de preservação, até porque o Estado de Mato Grosso tem 30% de área de reserva consolidada. Ficamos muito contentes por este diálogo aqui. Tenho certeza que a Assembleia Legislativa e que o Governo do Estado, através do Vice-Governador Silval Barbosa, estão aptos para nos ouvir e a nos entender. E o pedido que fizemos... São quinze autoridades, quinze Prefeitos, que assinaram um documento, porque sabemos o que é melhor para a nossa região e queremos que o Estado de Mato Grosso e o Brasil nos respeite (PALMAS). Não quero me alongar muito. Só quero, mais uma vez, dizer que acredito nos nossos Deputados; que acredito no nosso Vice-Governador; que acredito que a nossa região se consolidará na Categoria 1. Muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Queremos, também, em nome de toda a Comissão Especial do Zoneamento e da Assembleia Legislativa agradecer a todos os grupos de serviços que contribuíram, ajudaram e participaram desta Audiência Pública, em nome do Lions Club de Apiacás, do companheiro Leão Francisco Pinto dos Santos, que é o Presidente. Fará uso da palavra, o Sr. Ceir Rueles, produtor rural de Alta Floresta. O SR. CEIR RUELES - Boa-tarde! Em nome da Prefeita Maria Izaura, cumprimento a mesa! Demais companheiros, boa-tarde! Estou aqui como produtor rural e representando uma classe com facilidade, que é a agricultura familiar tradicional. Aquele agricultor que abriu Alta Floresta...(PALMAS)...; que abriu Colíder; que abriu Sinop; comprou suas terras e aqui aguentou todas as pressões: malária, garimpo, Paralelo 13, desigualdade de preço pela região em que estamos... Pagamos frete para o nosso Pág. 51 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. produto chegar a São Paulo para ter igualdade e competitividade, mas, estamos aqui. Graças a Deus, resistimos a tudo isso! Represento os agricultores de 16 municípios do Portal da Amazônia, que são agricultores familiares. Eu considero e tenho orgulho de ser esse agricultor familiar, porque coloquei na mesa comida para que esses movimentos aqui estivessem; para que esse jovens, que muito bem falaram, aqui estivessem. Porque se o proprietário rural não tivesse comprado esta região e segurado essa Amazônia, estariam se manifestando, hoje, nos Estados Unidos... (PALMAS). Porque, na época, os Estados Unidos queriam tomar a Amazônia e o, então, Presidente da República João Figueiredo - e tenho fotografia junto com ele nesta terra - veio aqui e colocou uma placa do tamanho daquele cometa lá, que diz: “Integrar para não entregar”. E nós integramos essa Amazônia e a seguramos até hoje! (PALMAS). Nesse Zoneamento eu me enxergo como pequeno agricultor, porque participei de todas as reuniões e ajudei a colocar nas diretrizes o que pode ser contemplado como Região I. Se o pequeno produtor rural, o proprietário rural...(PALMAS)..., que comprou e pagou a sua terra não estiver contemplado na Categoria 1, ficará escravo da Categoria 1 lá de trás. Vamos produzir matéria-prima para eles venderem, porque o nosso produto será fruto de um crime ambiental - isso eu provo para vocês! E chamo a atenção do Presidente: Fique atento aos seus técnicos, porque tem erro gravíssimo nesse mapa que proposto aí, muito bem colocado pelo Castro, Prefeito de Nova Canaã. É como disse o Senador: Tem técnicos aí, vestidos de ambientalistas, falsos! Dando uma de técnico, mas querendo meter reserva legal em cima de terras que foram compradas, não foram doadas por Governo e nem foram invadidas! Elas foram compradas! Aqui, nesta Audiência Pública, nós temos pequenos produtores com escritura definitiva na mão. E agora vem um técnico que, infelizmente, há trinta e três anos, quando cheguei aqui, não estava aqui para estudar a parte técnica não! Mas, não podemos aceitar esse mapa! Ele tem que ser mudado! Nós estamos, sim, na Categoria 1, desde o pequeno até o grande! Um abraço a todos! O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - O Prefeito Municipal de Apiacás, Sr. Sebastião Silva Trindade, o Tião Fera, solicitou, no uso da sua palavra, que a Srª Poliana, Engenheira Florestal, representando a Prefeitura, representasse aquele município. Portanto, com a palavra, a Srª Poliana. Antes de passar a palavra a Srª Poliana, o Sr. Marcelo, Secretário Municipal de Meio Ambiente de Apiacás, falará de um documento que, juntamente com a Srª Poliana, entregará à Comissão. Com a palavra, o Sr. Marcelo. O SR. MARCELO - Cumprimento a todos os presentes! Desenvolvimento Econômico Sustentável! Essa é a palavra, hoje, de ordem de Apiacás. A administração do nosso Prefeito Sebastião Silva Trindade, o Tião Fera, e da sua equipe técnica analisou o Zoneamento, defendemos a Categoria 1, defendemos a flexibilização e elaboramos, junto com uma equipe jurídica e o nosso departamento técnico, uma proposta de Apiacás, que a Srª Poliana irá ler. A SRª POLIANA - Boa-tarde a todos! A Prefeitura Municipal de Apiacás, juntamente com suas entidades representativas, Câmara Municipal, Sindicato Rural, Associação Comercial, Associação dos Pág. 52 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Madeireiros, Associação dos Garimpeiros, compreende a necessidade, sim, do Zoneamento para o nosso Estado. Através desse Zoneamento, considerando a Audiência Pública que hoje aqui está acontecendo, através da Prefeita Isaura, também, do nosso polo regional, a Secretaria de Planejamento do Estado foi induzida a erro pela AGU e a FUNAI que informaram como área demarcada a Reserva Indígena Kayabi, no Estado de Mato Grosso. A partir dessa informação equivocada, lotou como área protegida a Zona 42.1 do mapa do Zoneamento. Ocorre, entretanto, que o processo administrativo de demarcação da referida área encontra-se suspensa por determinação judicial, não tendo sida efetivada a demarcação até a presente data. Por outro lado, recente decisão do Supremo Tribunal Federal no processo de demarcação da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, vedou, expressamente, a ampliação de terras indígenas já demarcadas, como é o caso de etnia Kayabi, que tem cento e dezessete mil hectares de terras indígenas já demarcadas, no caso, no seu território, Estado do Pará. Por conseguinte, não mais poderá ser demarcado no Mato Grosso. Assim, entende o município que essa Comissão deve considerar a área, em questão, a luz da proposta para o desenvolvimento socioeconômico ecológico sustentável e, ecologicamente, protegido, devendo incluir no seu estudo para a região, dentre outros, os seguintes itens: criação de uma unidade de uso múltiplo; reserva extrativista de jurisdição municipal Santa Rosa com, aproximadamente, trezentos e trinta mil hectares, onde se encontra a zona proposta 4.1.1, passando a ser Zona 4.1.2d, acima do rio Santa Rosa, com os seguintes objetivos: extrativismo de uso múltiplo para pequenos agricultores; projeto de manejo florestal sustentável, fomentando a cadeia produtiva do ciclo da madeira; proteção dos seus recursos hídricos; compensação de reserva legal, priorizando pequenas propriedades rurais de assentados; compensação e servidão florestal como prioridade do município e posterior à região II. Na subcategoria proposta pelo Zoneamento, que é a 4.2... Zona 4.2.1, são áreas protegidas propostas para Apiacás, ficaria como Subcategoria 3.1. Por quê? Porque compreende as áreas que são de suma importância para o projeto de desenvolvimento econômico do Estado e do Município. São áreas produtivas, contendo projetos de manejo florestal implantados. Portanto, não poderão sofrer intervenções ou restrições em suas atividades econômicas para criação de nenhum tipo de unidade de conservação ou área de proteção ambiental de uma forma geral. Somos a favor da criação de reservas minerais e projetos de extração mineral, que é uma das aptidões do Município de Apiacás. Propomos o projeto do porto, na cachoeira da Rasteira, consolidando a Hidrovia Teles Pires/Tapajós; propomos o Projeto de Hidrelétrica do Rio Teles Pires e Apiacás; propomos regularização fundiária de pequenas propriedades rurais, a agricultura familiar; propomos somar as áreas de APPs como reserva legal. Então, essas são as nossas propostas. Quero, aqui, enfatizar que Apiacás não poderá ter mais qualquer tipo área de proteção, porque já contribuiu com mais de 80% do seu município como área de preservação. Muito obrigada a todos! O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Portanto, está aí a reivindicação do Município de Apiacás, do Prefeito Tião Fera e sua Assessoria. Nós contemplamos mais três pessoas da platéia, dentro daquilo que acordamos aqui. Então, passaremos a palavra, no encerramento, aos Prefeitos que ainda não usaram da palavra. Com a palavra o Sr. Aurelino Pereira de Brito, Prefeito de Novo Mundo. Pág. 53 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. O SR. AURELINO PEREIRA DE BRITO - Gostaria de cumprimentar o nosso Vice-Governador Silval Barbosa; o Deputado Dilceu Dal Bosco e o Deputado Alexandre Cesar; e em nome da Prefeita de Alta Floresta, cumprimento todos os Prefeitos aqui presentes. Quero dizer, Deputado Dilceu Dal Bosco, Deputado Alexandre Cesar, como Relator, muitos dos pequenos produtores que aqui estão, hoje, não sabem o que é zoneamento, mas, estão porque querem defender e assegurar o direito de continuar produzindo, e sabem que neste momento está sendo discutida essa possibilidade de continuar produzindo ou de diminuir sua capacidade de produção. E nós da região de Novo Mundo queremos, sim, ter a flexibilidade de poder desmatar até 50%, no mínimo. Queremos também ter condições de assegurar para os assentados - porque a grande maioria do nosso interior é composta de assentados - um tratamento diferenciado. Eles são, sim, integrantes da agricultura familiar, mas são propriedades, muitas vezes pequenas, que não têm condições de desmatar 50%, porque seria economicamente inviável, e teriam que exceder o desmatamento, porque numa propriedade de seis alqueires, se desmatar apenas três, dificilmente uma família terá uma condição digna de arrecadação. Portanto, defendo essa situação. Quero que levem às pessoas da nossa região que este momento que estamos vivendo é um momento histórico, tendo a capacidade de discutir aquilo que queremos. E asseguro para os senhores que estivemos em Cuiabá reunidos com alguns Deputados e alguns prefeitos aqui da região e senti firmeza e segurança que esse projeto de iniciativa do Governo, que está de parabéns, está entregue nas mãos da Assembleia Legislativa, composta por pessoas, por políticos inteiramente comprometidos com o desenvolvimento da nossa região e com o desenvolvimento de Mato Grosso. Portanto, tenho certeza que ao final, Deputado Alexandre Cesar, Vossa Excelência como Relator, estarão asseguradas aqui, sim, condições para que o índio tenha o seu espaço, condições para que a agricultura familiar possa se desenvolver, condições para os produtores, que querem produzir, que precisam produzir, que para cá vieram para produzir, continuem produzindo. Porque é isso que esperamos para a nossa região, que produza, e que produza muito. Muito obrigado. (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Ouviremos neste momento o Prefeito de Colíder, Celso Banazeski. (PALMAS). O SR. CELSO BANAZESKI - Boa-tarde a todos! Srs. Deputados, o Nortão do Estado de Mato Grosso, o povo do Nortão do Estado de Mato Grosso há muito tempo vem sendo penalizado, está sendo penalizado. O povo do Norte de Mato Grosso está envelhecendo mais rápido, está ficando doente com mais constância, porque está vivendo o medo, a angústia, a incerteza. Em fevereiro de 2008, quando realizamos o evento Nortão Reage, em Colíder, que centenas de pessoas que hoje estão aqui estavam lá sabem que essa angústia existia e permanece a cada mês que passa em níveis mais altos. Quantas pessoas deixaram de investir na nossa região? Quantos investimentos não foram feitos? Quantos empreendedores que moram na nossa região deixaram de investir aqui e começaram a investir em outras regiões? As desigualdades regionais, provadas agora na 2ª edição do Livro Desigualdades Regionais , que está sendo lançado pela Assembleia Legislativa, comprova o que eu estou falando, e a Assembleia Legislativa está prestando um grande serviço à sociedade mato-grossense, trazendo a

Pág. 54 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. discussão do Zoneamento Socioeconômico Ecológico para todas as regiões. Esse pedido, feito através da Carta do Nortão Reage, está sendo atendido. Agora, faço um pedido aos Srs. Deputados para que, quando da apreciação da redação final, nos dê pelo menos mais 30 dias e peço às Srªs Prefeitas, aos Srs. Prefeitos e a todas as lideranças que, quando sair a redação final do Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado de Mato Grosso, reúnam todas as lideranças, façam audiências públicas em seus municípios para analisar e ler com muita atenção a redação final, porque ali podem estar as pegadinhas que podem nos ajudar ou nos prejudicar no futuro. Peço também, Secretário Yênes Magalhães, que os estudos técnicos feitos pelo Governo do Estado sejam feitos com acompanhamento das Prefeituras municipais, porque nós temos técnicos nas Prefeituras, temos técnicos nas nossas cidades. Tenho certeza que aí, sim, vai sair o melhor mapa, vai sair o melhor Zoneamento que vai contemplar todas as pessoas, porque o importante é isso. Não adianta ficar discutindo se essa categoria é melhor ou aquela é melhor, mas o que se definir no Zoneamento, que tem que contemplar a vida e a qualidade de vida de todos. Parabéns, Prefeita Maria Izaura, pela mobilização! Muito obrigado. (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Convido para fazer uso da palavra neste ato, em nome de todos os Vereadores, não só de Alta Floresta, mas de todos que estiveram aqui discutindo, ajudando, contribuindo, o Presidente da Câmara de Alta Floresta, Dida Pires. O SR. DIDA PIRES - Boa-tarde a todos! Gostaria de cumprimentar a Mesa na pessoa da nossa Prefeita Maria Izaura. Gostaria de dizer que agora são 14:00 horas, meus amigos, mas sairemos vencedores nessa luta. Quero agradecer ao Deputado Dilceu Dal Bosco, que ontem esteve na Câmara Municipal, e dizer, sem dúvida nenhuma, que esta Audiência Pública é realmente para ouvir a população, porque, se fosse carta marcada, não estaria ocorrendo, e vamos cobrar dos nossos representantes postura e compromisso com a região. Eu gostaria de reafirmar que a Câmara Municipal estará cobrando do Deputado Ademir Brunetto também compromisso com toda a região e tenho certeza que ele estará do lado da sociedade. Vendo este mapa, meus amigos, está equilibrado. Temos aqui parques nacionais, parques estaduais, temos a Categoria 2, mas temos também as ilhas de riqueza, que são bem colocadas pelos CODAM, que também tem que ser colocadas nesse mapa e tem que ser incluída na nossa região a Categoria 1 também. Portanto, vou continuar defendendo a Categoria 1 para a nossa região. A Assembleia Legislativa, o Deputado Riva, que não está mais aqui, foi muito feliz em dizer que estará ouvindo a nossa região e toda a nossa população e eu gostaria de reafirmar que a Câmara Municipal estará mobilizada, com toda sociedade e com os Prefeitos, até a finalização desse projeto na Assembleia Legislativa. O nosso Vice-Governador Silval Barbosa é da nossa região e, não tenho dúvida, também estará, juntamente conosco, encampado nessa batalha. Então, defendemos a Categoria 1, não vamos abrir mão disso, porque Alta Floresta e região está equilibrada e tem que continuar se desenvolvendo.

Pág. 55 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Eu gostaria de deixar registrado o posicionamento da Câmara Municipal e da sociedade de Alta Floresta de que estaremos firmes, Vice-Governador, Deputado Alexandre Cesar, cobrando para que as nossas propostas, aquilo que foi discutido nesta Audiência Pública sejam, realmente, inplementados no projeto. Ontem, eu dizia ao Deputado Dilceu Dal Bosco que já levamos muita rasteira no passado, mas que eu acreditava na Assembleia Legislativa. Era Paralelo 13 lá nos gabinetes já acertado e pairava no ar que esse Zoneamento já estava sacramentado. Mas, em virtude de uma permuta do Governo para a nossa região... Então, eu vejo o compromisso sério da Assembleia Legislativa. E nós cobraremos que nossas reivindicações, opiniões e solicitações, realmente, sejam incrementadas no projeto. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Com a palavra, o Prefeito de Nova Bandeirantes, Sr. Valdir Pereira dos Santos. O SR. VALDIR PEREIRA DOS SANTOS - Bom-dia a todos os presentes. Quero cumprimentar a mesa em nome do Vice-Governador Silval Barbosa. Falarei rápido. Olhando agora ali, vejo algumas faixas: “Em 1982, a Colonizadora vendia e o Brasil permitia 50%.” Depois de vinte e sete anos, estamos para entrar para história para tornar a realidade de 1982. Então, nós temos a obrigação, como Prefeito, bem como os Srs. Deputados, o Governo do Estado, os Vereadores e o povo que vive nesta região, de fazer isso pelo nosso povo. Aqui, talvez, muitos dos senhores tenham esse manual que é da Assembleia Legislativa e do Governo do Estado. (O ORADOR MOSTRA O MANUAL À PLATEIA.) Na página 21 tem um quadro. E, Deputado Relator, a partir de segunda-feira, mandarei ampliar esse quadro e colocarei na entrada da Prefeitura. Aqui diz: “Por que elaborar um novo Zoneamento?” Se vocês tiverem, peço aos senhores que mandem para as associações, para as comunidades, para que todos vejam isso aqui que traduz o por quê de precisarmos elaborar um Zoneamento. Isso aqui fala mais do que mil palavras e do que qualquer coisa. Quero dizer aos senhores que com esses Seminários e esta Audiência Públicas, Prefeita Maria Isaura, que foram feitos nos dias 07, 08 e 09 de maio aqui nesta cidade, se por ventura, tinha alguém armado de espírito de revanchismo, acredito que, a partir deste momento, o bom senso entre a comunidade, os Deputados e o Governo do Estado, essa bandeira branca foi levantada para o povo de Mato Grosso. Eu quero deixar bem claro que nós, gestores públicos, os Srs. Deputados e o Governo do Estado, estaremos, sim, ao lado do povo e vamos nos ater a essa página 21: por que elaborar ou não um zoneamento? Acredito que o que foi falado hoje aqui, com certeza, será acordado por todos vocês e por nós da sociedade, dentro da legalidade do nosso Estado. E abraçamos este Estado como a nossa mãe de nascimento, já que muitos de vocês, como eu, vieram de outros estados. Quero agradecer de novo em nome do povo de Nova Bandeirantes e dizer que estamos atentos, junto com os senhores, para o bem-estar da nossa sociedade e do nosso povo, nessas doze Audiências Públicas realizadas em Mato Grosso. Que os senhores tenham esse manual também no gabinete de vocês. E, quando forem votar o Zoneamento, que levem isso aqui para ver porque precisamos elaborar um novo Zoneamento que condiz com a realidade de hoje. Estamos para entrar para a história e essa história

Pág. 56 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. está nas mãos de vocês, em nossas mãos e nas mãos da sociedade de Mato Grosso, principalmente a sociedade em que nós vivemos. Antes de encerrar, quero deixar aqui o que Nova Bandeirantes representa no eixo que nós representamos. Quero entregar ao Deputado Relator isso que nós representamos dentro do Estado de Mato Grosso. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Nós gostaríamos de registrar e agradecer todo o povo de Nova Bandeirantes, em nome da nossa querida amiga e companheira, lutadora, a Srª Solange, Presidente do Sindicato dos Madeireiros do Município de Nova Bandeirantes e da Diretoria do SIMENORTE, pelo empenho e pela luta. Em nome dela e do Prefeito, agradecemos todos que vieram daquele Município e que prestam um belo serviço ao povo de Mato Grosso na construção desse projeto. Ouviremos, agora, a Prefeita Municipal de Nova Monte Verde, Srª Beatriz de Fátima, a Bia. A SRª BEATRIZ DE FÁTIMA - Boa-tarde a todos. Primeiramente, eu gostaria de parabenizar a Prefeita Maria Izaura, representante do nosso pólo. Cumprimento em seu nome toda a mesa. Quero agradecer os cidadãos monte-verdenses que se deslocaram lá de Nova Monte Verde, a cento e sessenta quilômetros daqui - nós disponibilizamos nove ônibus para que eles pudessem estar aqui hoje. Parabenizo também o Valdir, de Nova Bandeirantes; e o Prefeito Tião, de Apiacás, que também disponibilizou ônibus. O convite nos foi feito sem nenhuma discriminação, o convite foi aberto para que todos os segmentos da nossa sociedade pudessem estar aqui hoje presentes. Então, quero agradecer, em especial, à Assembleia Legislativa por algumas razões: a primeira, por ter colocado esse assunto para discussão pública, já que é um tema tão complexo, mas também tão importante para nós. E colocou de uma forma muito democrática. Então, quero, primeiro, parabenizar por isso. Depois, porque nesta semana fomos recepcionados na Assembleia Legislativa pelo Presidente Deputado Riva e pela Comissão Especial do Zoneamento. Nós mais quinze Prefeitos da região fomos recepcionados lá e entregamos a nossa proposta de alteração ao Projeto de Lei nº 273/08. Então, agradecer porque eles acolheram também as nossas reivindicações e reconheceram que, pelas características da nossa região, nossa região se enquadra na Categoria 1. Portanto, quero deixar aqui o meu agradecimento. Também quero agradecer ao Valdir Muraro, ao Paraguaio e ao Presidente da Câmara, o Vereador Toni, que abriram mão da palavra para que eu pudesse falar neste momento. Quero dizer o seguinte: sempre fomos favoráveis ao Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado de Mato Grosso, porque acreditamos que o Zoneamento organiza nosso Estado nas questões sociais, econômicas e ecológicas. E isso é fundamental para toda a sociedade. Creio que, a partir deste momento, observando a realidade local e a vontade do nosso povo, vamos construir um projeto de Zoneamento que garanta o desenvolvimento sustentável para o nosso município e para o nosso Estado e garanta também o equilíbrio dos interesses sociais, econômicos e ecológico. Muito obrigada e boa-tarde a todos (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Chegou-me agora um pedido de que o Megaron gostaria de usar da palavra. Portanto, eu concedo, dentro dos limites de três minutos, para que o Megaron faça uso da palavra. Pág. 57 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. O SR. MEGARON TXUKARRAMÃE - Boa-tarde! Eu quero pedir para vocês olharem na página 96, 15b, onde fala: “proibido uso de defensivo agrícola no entorno da terra indígena Kaiabi.” Eu quero pedir para mudar. Ao invés de proibir o uso de defensivo agrícola no entorno da terra indígena Kaiabi, colocar também terra indígena Mekragnotire, terra indígena Panara, terra indígena Kapoto/Jarina. É isso que eu quero pedir. Como na minha língua não tem essa palavra Zoneamento Socioeconômico Ecológico, então, eu quero falar aqui que vocês podem discutir sobre Zoneamento Socioeconômico Ecológico, respeitando a terra indígena, respeitando o costume do índio, respeitando limites da terra do índio. E vocês podem fazer tudo, tudo, o que vocês puderem fazer dentro do Zoneamento Socioeconômico Ecológico. Eu só quero pedir isso, que vocês respeitem a nossa terra, a nossa maneira de viver, porque nós índios, aqui na região, ainda vivemos de caça, de peixe e de roça familiar. Nós usamos terra para plantar roça familiar. Cada família planta a sua roça. Nós ainda não chegamos para fazer derrubada grande e plantar soja ou arroz ou milho ou o que seja, para ganhar muito, muito dinheiro! Ainda não chegamos nesse ponto! (PALMAS). Como esta Audiência Pública é para todo mundo falar, pedi para que eu pudesse falar aqui. Eu não vim aqui para usar opinião pública! Eu não sou candidato a Vereador, Deputado Federal, Estadual, Governador! Eu não sou candidato a isso (PALMAS). Eu venho aqui falar o que é do nosso direito. O que é do nosso direito, eu estou falando aqui, estou pedindo aqui! Eu fico triste, ainda até hoje... Depois de 1.500, até hoje, as pessoas usarem opinião pública contra índio. Eu fico triste de ver as pessoas, de escutar as pessoas usar a opinião pública contra demarcação de terra indígena, como escutei hoje aqui! (PALMAS). Acho que essa mentalidade, esse pensamento tem que mudar nesse papel aqui. Esse pensamento tem que mudar aqui nesse Zoneamento Socioeconômico Ecológico. Esse pensamento tem que acabar. Eu não concordo com o que o Deputado Riva falou aqui sobre demarcação da terra indígena Apiacá, Kayabi...(PALMAS). Eu não concordo com outro político que falou aqui, querendo levar demarcação de terra para Deputado Federal, Congresso e o Senado decidir demarcação de terra. Demarcação de terra tem que ser feita pela equipe técnica, como foi feito aqui... (ORADOR LEVANTA O MANUAL E MOSTRA PARA A PLATÉIA). Este aqui foi escrito por técnicos... (PALMAS). Foi escrito por técnicos para discutir com o povo, o que é que tem que ser usado, está dentro deste manual aqui. Então, não concordo com alguns políticos querendo usar a opinião pública contra demarcação de terra, querer usar a opinião pública para diminuir terra dos índios. Tudo isso ainda hoje acontece. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Bom, são quase 14:30 horas, cinco horas e meia de Audiência Pública com a participação de todos. Eu peço desculpas, em nome da Comissão e da Assembleia Legislativa por não termos a condição de tempo, de ouvirmos mais de quarenta pessoas, trinta e poucas pessoas que ainda estão inscritas, dentro de um acordo que fizemos e foi votado na plenária.

Pág. 58 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Mas, sintam-se todos contemplados porque aqui, eu acredito, que falamos de todos os temas, todos os assuntos, todas as necessidades e reivindicações. Portanto, eu quero aqui, em nome da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, da Comissão Especial de Zoneamento, dizer a todos que esta Audiência Pública não encerra as discussões da Região de Planejamento 2, de Alta Floresta. Todos que queiram contribuir, queiram ajudar, alterar dentro dos limites legais, poderão oferecer suas propostas, suas contribuições até o dia da votação do Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado de Mato Grosso. Aqui não é o fim, até porque estamos avançando também em algumas conquistas, em algumas interpretações, definições de conceito, como foi falado aqui. Então, a todos aqui, vocês terão ainda este espaço até o dia da votação. Em nome da Prefeita Maria Izaura, agradeço todos os Prefeitos que estiveram presentes. Em nome dos Vereadores, principalmente do Presidente da Câmara de Vereadores de Alta Floresta, agradeço todos os Vereadores que aqui estiveram e os que não puderam se pronunciar. Agradeço todos os segmentos da sociedade civil organizada: o setor produtivo, a agricultura familiar, os movimentos sociais, os povos indígenas, os Poderes constituídos, o Ministério Público, o Poder Judiciário. Estamos construindo juntos o projeto de Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado de Mato Grosso. Os senhores não imaginam a contribuição que estão dando para o Estado de Mato Grosso, para o nosso futuro, para as futuras gerações. E que nunca nos esqueçamos de que Mato Grosso e o nosso povo estão acima das vontades e das vaidades. Esta não é uma briga, uma luta de segmentos de classes. Estamos falando do nosso Mato Grosso e do nosso futuro. É por isso que pedi por várias vezes: deixem todos falar. Não há necessidade de vaiar e de fazer queda de braço. Não é esse o propósito da Assembleia Legislativa, do Governo e não é isso que contribui para o Projeto. Antes de encerrar esta Audiência Pública da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, agradeço a presença de todos. Convido a todos para em pé ouvirmos o lindo Hino do Estado de Mato Grosso. Muito obrigado a todos! Fiquem com Deus! (EXECUÇÃO DO HINO DE MATO GROSSO.) Declaro encerrada esta Audiência Pública (PALMAS).

Equipe Técnica: - Taquigrafia: - Aedil Lima Gonçalves; - Amanda Sollimar Garcia Taques Vital; - Cristiane Angélica Couto da Silva Faleiros; - Cristina Maria Costa e Silva; - Dircilene Rosa Martins; - Donata Maria da Silva Moreira; - Isabel Luíza Lopes; - Tânia Maria Pita Rocha; Pág. 59 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, REALIZADA EM ALTA FLORESTA, NO DIA 09 DE MAIO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. - Suely Maria Pita Rocha. - Revisão: - Ila de Castilho Varjão; - Nilzalina Couto Marques; - Regina Célia Garcia; - Rosa Antonia de Almeida Maciel Lehr; - Rosivânia de França Daleffe.

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