Entre a Alegoria Da Caverna E Ego Cogito Ergo Sum
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N.º 5// dezembro 2015// www.cph.ipt.pt Entre a alegoria da caverna e Ego cogito ergo sum www.cph.ipt.pt N. 5 // dezembro 2015 // Instituto Politécnico de Tomar DIRETORA ‐ EDITORA Ana Pinto da Cruz, Centro de Pré‐História DIRECTORES‐ADJUNTOS Professora Doutora Teresa Desterro, Instituto Politécnico de Tomar Professor Especialista Fernando Salvador Sanchez, Instituto Politécnico de Tomar Doutor Davide Delfino, Grupo "Quaternário e Pré História "do Centro de Geociencias (CGeo ‐ U.C.)/Instituto Terra e Memória (I.T.M.‐Mação) / Câmara Municipal de Abrantes (projecto Museu Ibérico de Arqueologia e Arte‐M.I.A.A.) Doutor Gustavo Portocarrero, CIEBA‐Faculdade de Belas‐Artes da Universidade de Lisboa DESIGN GRÁFICO Gabinete de Comunicação e Imagem Instituto Politécnico de Tomar EDIÇÃO Centro de Pré‐História, Instituto Politécnico de Tomar PERIODICIDADE Semestral ISSN 2183‐1394 ANOTADA NA ERC Os textos são da inteira responsabilidade dos autores CONSELHO CIENTÍFICO Professor Catedrático Carlos Costa, Universidade de Aveiro Professor Doutor Carlos Cupeto, Universidade de Évora Professor Doutor André Luis Ramos Soares, Universidade Federal de Santa Maria, Brasil Professor Doutor Fabio Negrino, Università degli Studi di Genova Professora Doutora Hália Santos, Instituto Politécnico de Tomar e Diretora do ESTAJornal Professora Doutora Maria João Bom, Instituto Politécnico de Tomar COMITÉ DE LEITURA Professor Doutor André Luis Ramos Soares, Universidade Federal de Santa Maria, Brasil Professor Doutor António da Cruz Rodrigues, Coordenador do Agrupamento das Artes e da Área Científica de Design ‐ IADE Professor Doutor Carlos Cupeto, Universidade de Évora Doutor Davide Delfino, Grupo "Quaternário e Pré História "do Centro de Geociencias (CGeo ‐ U.C.)/Instituto Terra e Memória (I.T.M.‐Mação) / Câmara Municipal de Abrantes (projecto Museu Ibérico de Arqueologia e Arte‐M.I.A.A.) Doutor Gustavo Portocarrero, CIEBA‐Faculdade de Belas‐Artes da Universidade de Lisboa. Professora Doutora Helga Correa, Departamento de artes Visuais, CAL‐UFSM, PPGART‐UFSM, Brasil Doutora Tatiana Sanches, Faculdade de Psicologia e Instituto de Educação da Universidade de Lisboa Doutora Ana Pinto da Cruz, Centro de Pré‐História do Instituto Politécnico de Tomar Dr. Manuel Costa, Câmara Municipal da Póvoa de Varzim Índice EDITORIAL ...…………………………………………………………………………..…………………………………….……….07 TURISMO Os Desafios da Promoção Turística. Identidade, Tradição ou Produção de Património? João Caldeira Heitor….................................................................…………………………………….……….09 PATRIMÓNIO Património da Água nas Comunidades da Serra dos Candeeiros António Valério Maduro…………………………………………………………………………………….…………………..22 Educação Estética Ambiental no Contexto do Desenvolvimento Sustentável: uma Reflexão partir da Cidade Velha – Património Cultural da Humanidade Elter Carlos……......................………................................................…………….……………..….………….42 Projeto Cividade: Arte, Arqueologia, Património Manuel Horta …….........……………………………………………………………………………………………...………… 55 Ressignificação de um Ritual Secular: A Procissão de Nossa Senhora da Saúde em Diálogo com o Património Imaterial Judite Lourenço Reis…………………….…………………………………………….......................…………………… 80 Festas Populares: Representações Culturais como estratégia de Resistência e de Melhorias Sociais, a Compreensão a partir de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil Elis Regina Barbosa Ângelo e Isabela de Fátima Fogaça…………………………………..….…….………….144 MODELOS EM DISCUSSÃO Red Anna Luana Tallarita…........……...................................................……………………………………………162 Experiências em Memórias: entre os Modelos de Arte e Cultura Instituídos Valdir Nunes dos Santos…...................……..............................………………..………………..……………176 Nel Segno del Design. Apporti di fantasia e intuizione nell’interpretazione della realtà Anna Luana Tallarita...................................................................……………………………..…….………189 EDITORIAL Editorial O número 5 da "O Ideário Patrimonial" está organizado em três grandes blocos: Turismo, Património e Modelos em Discussão. Os Desafios da Promoção Turística. Identidade, Tradição ou Produção de Património? apresenta‐nos perante um quadro teórico‐metodológico que nos desafia a discutir nomenclaturas e procedimentos. Estamos claramente perante, ainda muito actual, a dialéctica techne‐praxis. A problemática levantada neste primeiro artigo é colocada à prova com o agrupamento seguinte de colaborações enquadradas em PATRIMÓNIO. Ele contempla património construído, Património da Água nas Comunidades da Serra dos Candeeiros (Centro de Portugal), Educação Estética Ambiental no Contexto do Desenvolvimento Sustentável: uma Reflexão partir da Cidade Velha ‐ Património Cultural da Humanidade (Cabo Verde), Projeto Cividade: Arte, Arqueologia, Património (Norte de Portugal), nas suas vertentes etnográfica, estético‐arquitectónica e didáctica. E ainda aquele Património (in)Visível, pois por ele passamos todos os dias, sem realmente reflectirmos acerca da sua importância para a Cultura, Ressignificação de um Ritual Secular: A Procissão de Nossa Senhora da Saúde em Diálogo com o Património Imaterial, Festas Populares: Representações Culturais como estratégia de Resistência e de Melhorias Sociais, a Compreensão a partir de Nova Iguaçu (Rio de Janeiro, Brasil). Este Património apresentado neste volume permite‐nos repensar uma outra abordagem, não se limitando à variável Patrimonialista Pura. Os contributos agora publicados são exemplo de como é possível trabalhar um Património integrado na biodiversidade, culturalmente sustentável, embebido das normas sociais, económicas e políticas da sua própria diacronia. Red, Experiências em Memórias: entre os Modelos de Arte e Cultura Instituídos e Nel Segno del Design. Apporti di fantasia e intuizione nell’interpretazione della realtà constituem‐se como o bloco MODELOS EM DISCUSSÃO, cujo elo de ligação possui uma constituinte cognitiva preparada para, uma vez mais, discutir a nomenclatura da cultura ocidental. 22 de Dezembro de 2015 Ana Pinto da Cruz 07 | TURISMO OS DESAFIOS DA PROMOÇÃO TURÍSTICA. IDENTIDADE, TRADIÇÃO OU PRODUÇÃO DE PATRIMÓNIO? João Caldeira Heitor Doutorando em Turismo na Universidade de Lisboa Rua Casal D’Além, 33 Casais dos Montes 2435‐431 Olival – Ourém, Portugal [email protected] 09 | Os Desafios da Promoção Turística. Identidade, Tradição ou Produção de Património? João Caldeira Heitor Historial do artigo: Recebido a 23 de outubro de 2015 Revisto a 13 de novembro de 2015 Aceite a 16 de novembro de 2015 RESUMO Nações, regiões e cidades têm recorrido ao património cultural para atrair promotores turísticos, num mercado em constante concorrência económica. A indústria turística introduziu novos paradigmas sobre o património, a herança cultural e o conceito do tradicional, passando a produzir comunidades e espaços que atendem quase que exclusivamente para o outro – o turista. Há uma crescente demanda por ambientes construídos que prometem experiências culturais únicas. Analisaremos alguns estudos de caso, que abrangeram diferentes tipos de ambientes e uma variedade de locais geográficos, examinando como a tradição, o património e a herança se têm tornado objetos do turismo, defendidos como estratégicas políticas, em detrimento das qualidades naturais, das práticas culturais e das identidades individuais. Abordaremos, de forma superficial, algumas das páginas da investigação académica sobre os conceitos de identidade, tradição ou produção de património. Procuraremos decompor os estereótipos ocidentais em torno da produção e do consumo versus património e tradição. Questionaremos o real alcance e significado dos termos herança e tradição, como elementos relevantes do processo cultural e histórico, que definem e classificam os ambientes e o património de um local. Palavras‐chave: Promoção Turística; Identidade; Tradição; Produção de Património. ABSTRACT Nations, regions and cities have resorted to cultural heritage to attract tourist promoters in an ever‐ competitive economic market. The tourist industry introduced new paradigms of heritage, cultural heritage and the concept of traditional, started producing communities and spaces that cater almost exclusively to the other ‐ the tourist. There is a growing demand for built environments that promise unique cultural experiences. We will review some case studies, covering different types of environments and a variety of geographic locations, examinee how the tradition, heritage and legacy have become tourism objects, defended as strategic policies, to the detriment of the natural qualities of cultural practices and individual identities. We approach, in a superficial way, some of the pages of academic research on the concepts of identity, tradition or production assets. We seek to decompose western stereotypes about the production and consumption versus heritage and tradition. We shall questioning the real scope and meaning of the terms of heritage and tradition, as important elements of the cultural and historical process, which define and classify environments and heritage of a place. Key‐words: Tourism Promotion; Identity; Tradition; Heritage Production. 1. Introdução Em pleno século XXI viajamos para todos os pontos do mundo, usando os recursos turísticos o turismo como meio para conhecer a natureza, a identidade, o património e a cultura dos destinos. Vivemos na modernidade, pertencendo a uma sociedade onde os antónimos se materializam em imagens que giram em torno