Renata Ferreira Franco O FILME a FANTÁSTICA FÁBRICA DE
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES PÚBLICAS, PROPAGANDA E TURISMO CURSO DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA Renata Ferreira Franco O FILME A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE: UMA PERSPECTIVA SOBRE A INFÂNCIA E A CULTURA DE MASSAS São Paulo 2012 0 Renata Ferreira Franco O FILME A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE: UMA PERSPECTIVA SOBRE A INFÂNCIA E A CULTURA DE MASSAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, como requisito para a obtenção título de Bacharel em Comunicação Social – habilitação em Publicidade e Propaganda, sob a orientação do Prof. Dr. Eneus Trindade Barreto Filho. São Paulo 2012 1 Renata Ferreira Franco O FILME A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE: UMA PERSPECTIVA SOBRE A INFÂNCIA E A CULTURA DE MASSAS BANCA EXAMINADORA: Prof. Orientador __________________________________ Prof.(a) Examinador(a)______________________________ Prof.(a) Examinador(a)_____________________________ Avaliação_______________________ 2 Dedicatória e agradecimentos À minha mãe, ao meu pai, ao meu irmão: meus companheiros e amores eternos. Aos Ferreira e aos Franco, por serem parte vital da minha construção individual. À Denise por sua presença essencial. À Tadzia, ao Igor, à Dafne, ao Lucas, à Júlia, à Aline, à Dani e ao Bruno: a todos os Litroz, meus grandes amores ecanos. Ao meu queridíssimo professor Luli pelos conselhos profissionais e pela amizade. Ao Eneus, pela ajuda e ideia motivadora. À Carla, por suas ideias humanas e aconchegantes. Ao Redigir, onde aprendi que amor e educação são palavras indissociáveis. Às crianças que são, foram e virão. A todos que acreditaram que este trabalho ia sair: nasceu o filho de parto mental! 3 Wild child full of grace Savior of the human race Your cool face Natural child, terrible child Not your mother's or your father's child Your our child, screamin' wild (An ancient lunatic reigns in the trees of the night) With hunger at her heels And freedom in her eyes She dances on her knees Pirate prince at her side Staring into the hollow idol's eye Wild child full of grace Savior of the human race Your cool face Your cool face Your cool face You remember when we were in Africa? Wild Child – Jim Morrison 4 Resumo O presente trabalho tem como objetivo investigar discursos dirigidos sobre e para o universo infantil através das mass medias com o intuito de problematizar o meio social em que vive a criança na era pós-industrial do capitalismo. O trabalho conta com uma parte teórica e conceitual sobre a cultura de massas e a infância e outra parte analítica e reflexiva. Como forma de analisar a inter-relação entre a infância e a cultura de massas será utilizado o filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, de 1971, tanto em seu conteúdo narrativo, quanto em seus desdobramentos reais como produto e motor da cultura industrial. A partir do trabalho fica evidente que discursos e ideias adultas inundam o imaginário sobre a infância, assim como textos e mensagens comerciais se diluem, tomando formas amplas e praticamente invisíveis. A análise permite uma releitura sobre a ideia de infância em contato com as instituições adultas, bem como uma contextualização dos discursos disseminados pelas mass medias sobre o universo infantil no Brasil. Palavras-chave: infância; mass media; cultura de massas; mercado infantil; imaginário; realidade; A Fantástica Fábrica de Chocolate. 5 Resumen Este trabajo tiene el objetivo de investigar los discursos dirigidos sobre y para el universo infantil a través de las mass medias con el intuito de problematizar el medio social donde vive el niño en la era pos-industrial del capitalismo. El trabajo cuenta con una parte teórica y conceptual sobre la cultura de masas y la infancia y otra parte analítica y reflexiva. Como una forma de analizar la interrelación entre la infancia y la cultura de masas será utilizado la película “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, de 1971, tanto en su contenido narrativo, cuanto en sus desdoblamientos reales como producto y motor de la cultura industrial. A partir del trabajo es evidente que discursos e ideas adultas inundan el imaginario sobre la infancia, así como textos y mensajes comerciales se diluyen, tomando formas amplias y prácticamente invisibles. El análisis permite una relectura sobre la idea de infancia en contacto con las instituciones adultas, así como una contextualización de los discursos diseminados por las mass medias sobre el universo infantil en Brasil. Palabras clave: infancia, mass media, cultura de masas, mercado infantil, imaginario, realidad; A Fantástica Fábrica de Chocolates 6 Sumário Introdução .............................................................................................................................. 9 Capítulo 1 - Aporte teórico: Cultura de massas ................................................................. 12 1.1 Instrumentos comunicacionais e os primórdios da cultura de massa: impactos no universo simbólico ............................................................................................................ 12 1.2 Contexto pós-industrial ..................................................................................................... 17 1.3 Sociedade de consumo ...................................................................................................... 21 1.4 A industrialização da cultura e a cultura de massas........................................................... 23 1.4.1 Sincretismo e tendências da cultura de massa ............................................... 25 1.5 Imaginário/real, realidade/ficção ....................................................................................... 30 1.5.1 Espetáculo midiático ...................................................................................... 35 1.5.2 Happy end ...................................................................................................... 39 Capítulo 2 – Infância e sociedade midiática ....................................................................... 42 2.1 Criança: ser biológico, ser cultural ................................................................................... 42 2.2 Criança e imaginário ......................................................................................................... 46 2.3 A infância, o consumo e as mídias .................................................................................... 48 Capítulo 3 - O filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate” (1971): uma perspectiva sobre a infância e a cultura de massas ..................................................................................... 55 3.1 Um resumo do filme ......................................................................................................... 55 7 3.2 Análise reflexiva e simbólica sobre o filme ...................................................................... 57 3.2.1. A estrutura narrativa ..................................................................................... 58 3.2.1.1. Saga pelos cupons dourados: cotidiano das crianças, a marca Wonka e a mediação da TV - Parte I .................................................................................................. 62 3.2.1.1.1. Reflexões gerais – Parte I ............................................... 77 3.2.1.2. A saga na fábrica: Willy Wonka, triagem das crianças e “felicidade” do herói – Parte II .................................................................................................................. 80 3.2.1.2.1. Reflexões gerais – Parte II ............................................ 104 Capítulo 4 - A Fantástica Fábrica de Chocolate: produto e motor da cultura infantil industrializada ..................................................................................................................... 109 4.1 – Willy Wonka e panorama brasileiro ............................................................................ 114 Considerações finais ............................................................................................................ 125 Referências bibliográficas .................................................................................................. 127 Anexos .................................................................................................................................. 132 8 Introdução A cada segundo todos nós mudamos e levamos conosco o mundo, o nosso mundo, esse que a gente conhece, cria, transforma, recria, remonta e refaz a cada momento. O hoje, o ontem e o amanhã são mais agora que nunca, são presentes infindáveis. O presente é o único tempo atemporal. Somos seres que tem consciência da morte, temos a lembrança do passado, a esperança do futuro, somos os que fazem a história e os que sofrem os seus efeitos, nós somos tempo. O tempo existe porque nós existimos. Somos também seres espaciais, para nós o mundo é feito de lugares (perto, longe, o caminho, a mata, a cidade, o campo, o mar, a montanha, o céu, a Terra), dimensões (grande, pequeno, largo, cheio, raso, vazio...) e de qualidades (cores, sabores, sons, texturas, conceitos, imaginação). Somos um mundo uns com os outros e, pelo que podemos perceber ao longo da civilização, é da nossa natureza viver em sociedade, em grupo, o que proporciona conflitos, relações afetivas, de luta, de esperança e paz. Mas também guerra, violência e opressão. Parece ser um curso natural de renovação e transformação, mas apenas as pessoas