Cultura, Vol. 31 | 2013, « a Retomada Na Filosofa De Eric Weil » [Online], Posto Online No Dia 20 Janeiro 2015, Consultado a 28 Setembro 2020
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Cultura Revista de História e Teoria das Ideias Vol. 31 | 2013 A Retomada na Filosofia de Eric Weil Luís Manuel A. V. Bernardo, Patrice Canivez e Evanildo Costeski (dir.) Edição electrónica URL: http://journals.openedition.org/cultura/1753 DOI: 10.4000/cultura.1753 ISSN: 2183-2021 Editora Centro de História da Cultura Edição impressa Data de publição: 1 dezembro 2013 ISSN: 0870-4546 Refêrencia eletrónica Luís Manuel A. V. Bernardo, Patrice Canivez e Evanildo Costeski (dir.), Cultura, Vol. 31 | 2013, « A Retomada na Filosofia de Eric Weil » [Online], posto online no dia 20 janeiro 2015, consultado a 28 setembro 2020. URL : http://journals.openedition.org/cultura/1753 ; DOI : https://doi.org/10.4000/ cultura.1753 Este documento foi criado de forma automática no dia 28 setembro 2020. © CHAM — Centro de Humanidades / Centre for the Humanities 1 SUMÁRIO Introdução Luís Manuel A. V. Bernardo Introduction Luís Manuel A. V. Bernardo A Retomada na Filosofia de Eric Weil La notion de reprise et ses applications Patrice Canivez « Le début est dans la reprise » Gilbert Kirscher La reprise, Kant, Marx Jean Quillien La confrontation des trois premières catégories de la Logique de la philosophie d´Eric Weil avec la dialectique hégélienne Michel Renaud Reprises weiliennes et reprises dialectiques André Stanguennec Da Discussão ao Objeto Platão retoma Sócrates? Marcelo Perine Filosofia, retomada e sentido Daniel da Fonseca Lins Júnior Retomada e Sentido a base da relação entre filosofia e história da filosofia na Logique de la Philosophie de Eric Weil Judikael Castelo Branco Filosofia e História em Weil Marly Carvalho Soares Sentimento, Fé e Reprise em Eric Weil Evanildo Costeski L’idée de Dieu dans la Logique de la Philosophie Catégorie, reprises, compréhension Francis Guibal « La personnalité est Dieu » La reprise de la catégorie de Dieu par la Personnalité Roberto Saldías Sentido, sabedoria e cidadania em Eric Weil Sérgio Siqueira Camargo Ripresa, a priori storico, sistemi di pensiero Tra Weil e Foucault Giusi Strummiello La reprise et l’innovation dans l’histoire de la philosophie Mahamadé Savadogo Cultura, Vol. 31 | 2013 2 A hermenêutica de Paul Ricoeur e a retomada de Eric Weil Francisco Valdério Paul Ricœur et Eric Weil Histoire, Vérité et Conflit des Interprétations Gonçalo Marcelo Schéma et reprise, transcendantal et historique Andrea Vestrucci Réflexions sur la traduction La Philosophie politique d’Eric Weil en roumain Corneliu Bilba Retomar uma condição narratológica de textualidades comuns Luís Manuel A. V. Bernardo As editoras portuguesas e o seu património em debate 2º dossier Apresentação dos depoimentos As editoras portuguesas e o seu património em debate: intróito problematizante às intervenções dos 2.º e 3.º encontros Daniel Melo, Carlos da Veiga Ferreira, Fernando Paulouro Neves e Francisco Pedro Lyon de Castro Varia Miguel Reale, do integralismo ao liberalismo social, a defesa da liberdade José Mauricio de Carvalho A noção de progresso no pensamento de Richard Rorty David Erlich Cultura, Vol. 31 | 2013 3 Introdução Luís Manuel A. V. Bernardo 1 Este volume oferece o primeiro conjunto de artigos exclusivamente dedicados à noção de «retomada», tal como a entendeu Eric Weil (1904-1977), escritos por investigadores oriundos de Portugal, França, Brasil, Itália, Roménia, Burkina Faso e Chile. Nascido na Alemanha, Eric Weil foi discípulo de Ernst Cassirer que o orientou no estudo dos filósofos do Renascimento, como Pietro Pomponazzi e Marsílio Ficino. Naturalizado francês, após ter sido obrigado a abandonar o país de origem, contra o qual combateu na Segunda Guerra Mundial, desenvolve, na sua obra maior, intitulada Logique de la Philosophie (1950), uma reflexão original sobre as implicações da escolha do sentido, na linguagem e na acção, e, mais particularmente, da filosofia, entendida como ciência do sentido, contra as várias formas de violência, que constitui ao mesmo tempo uma ponderação do que define a especificidade do discurso filosófico e o seu lugar na actualidade. Deste questionamento, resulta uma valorização de dois domínios filosóficos, a política e a moral, sobre os quais publica sucessivamente Philosophie politique (1956) e Philosophie morale (1961). Por sua vez, essa constante procura do sentido do sentido, leva-o a estabelecer um diálogo vivo com os grandes autores da tradição filosófica ocidental. Merecem destaque as interpretações que nos deixou de Aristóteles, de Kant e de Hegel, em vários volumes de ensaios e de conferências, em Hegel et l’Etat (1950) e Problèmes kantiens (1970), obras incontornáveis na bibliografia dos estudos hegelianos e kantianos. Em Essais et conférences (1991), tratou de vários problemas cruciais da actualidade: a evolução da democracia moderna, o nacionalismo, as relações entre política e religião, a educação, etc. Interessou-se, igualmente, pelas obras dos seus contemporâneos, que recenseou sistematicamente na revista Critique de que foi co-fundador com Georges Bataille.1 2 O conceito de retomada constitui um dos contributos mais fecundos e originais de Eric Weil para a Filosofia contemporânea, em geral, e para a Teoria do discurso e da argumentação, em particular. Por um lado, permite compreender a enunciação de todo o discurso coerente a partir de uma categoria central que subsume as outras categorias discursivas. Por outro lado, torna possível entender como é que um mesmo conteúdo de pensamento se afigura susceptível de diferentes formulações, coerências e conceptualizações. O conceito de retomada tem, assim, um alcance ao mesmo tempo Cultura, Vol. 31 | 2013 4 teórico e prático. No plano teórico, possibilita a análise dos textos e dos sistemas de pensamento por via do estudo da sua estrutura e pela detecção do modo como articulam uma certa forma do sentido. Do ponto de vista prático, permite investigar as condições de produção e de recepção dos discursos, na medida em que estas implicam fenómenos de retradução e de reformulação, que regulam o acesso destes discursos aos seus destinatários, e desse modo, delimitam a sua compreensão e a sua influência histórica. Em consequência, o conceito de retomada revela-se operatório, tanto no campo da filosofia e da história das ideias, quanto no da história social, cultural e política. 3 Os artigos que integram este volume seguem quatro orientações principais. Um conjunto procura explicitar o significado do conceito de retomada, estudando a maneira como é introduzido e formulado na Lógica da Filosofia, ou seja, como contribui para a constituição de uma filosofia do sentido. Um outro grupo trata da análise concreta das retomadas que estão na origem das grandes figuras do discurso filosófico, bem como dos discursos que agiram na história, fossem eles discursos filosóficos – captados através de algumas das suas categorias constitutivas, como as do Objecto, da Personalidade ou da Acção – ou outros tipos de discurso, como o religioso, na sua relação com a categoria de Deus. Uma terceira série propõe estudos comparativos que permitem situar o conceito weiliano face a outros conceitos, como o de Schema (Kant), de Aufhebung (Hegel), de Epistémè (Foucault) ou de Conflito de interpretações (Ricoeur). Um último agregado procura a elucidação do conceito de retomada por via de uma atenção especial à língua filosófica de Weil, aos problemas de tradução que suscita e às inovações conceptuais que admite, insistindo sobre a relação estreita entre a perspectiva filosófica do sentido e a questão da textualidade. 4 De um modo geral, une-os a tentativa de situar o contributo do pensamento weiliano para a prática contemporânea da filosofia, em torno dos problemas da história, da linguagem, da comunicação e do sentido, e de relacioná-lo com o de outras perspectivas, fornecendo um quadro suficientemente amplo das suas potencialidades, em grande medida, ainda por explorar. NOTAS 1. Uma bibliografia completa do autor e sobre o autor poderá ser consultada no site do Institut Eric Weil (Université de Lille 3): http://eric-weil.recherche.univ-lille3.fr. As obras principais estão traduzidas em Português na Editora É Realizações, sediada em São Paulo, Brasil. Cultura, Vol. 31 | 2013 5 Introduction Luís Manuel A. V. Bernardo 1 Le volume que nous présentons ici est le résultat d’un travail collectif entrepris pour la première fois exclusivement sur la notion de reprise, telle que l’a proposée Eric Weil (1904-1977), par des chercheurs venus du Portugal, de France, du Brésil, d’Italie, de Roumanie, du Burkina Faso et du Chili. Né en Allemagne, Eric Weil a étudié avec Ernst Cassirer qui l’a dirigé sur des recherches concernant les philosophes de la Renaissance, comme Pietro Pomponazzi et Marsile Ficin. Naturalisé français, après avoir été obligé d’abandonner son pays d’origine contre lequel il a combattu au cours de la Seconde guerre mondiale, il développe, dans son ouvrage majeur, Logique de la Philosophie (1950), une réflexion originale sur les implications du choix du sens, en ce qui concerne le langage et l’action, et plus particulièrement, du choix de la philosophie, comprise comme science du sens, contre les diverses formes de violence, qui constitue en même temps une pondération de ce qui fait la propriété du discours philosophique et de sa place dans l’actualité. Un tel questionnement aboutit à une mise en valeur de deux domaines philosophiques, la politique et la morale, sur lesquels il publie successivement Philosophie politique (1956) et Philosophie morale (1961). Par ailleurs, cette recherche constante du sens du sens l’amène à établir un dialogue vivant avec les grands auteurs de la tradition philosophique occidentale. De ce travail se détachent en particulier les interprétations d’Aristote, de Kant, de Hegel, développées dans plusieurs volumes d’Essais et conférences, dans Hegel et l’Etat (1950) et Problèmes kantiens (1963), ouvrages incontournables dans la bibliographie des études hégéliennes et kantiennes. Dans ses Essais et conférences, il a également consacré de nombreux travaux à des problèmes cruciaux du temps présent: l’évolution de la démocratie moderne, le nationalisme, les rapports entre politique et religion, l’éducation, etc.