Entre a História E a Literatura – Lima Barreto: Narrativas Sobre a Pobreza Nas Primeiras Décadas Do Brasil República (1900-1922)
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE HUMANIDADES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA MARCOS RENAN PRACIANO DA SILVA ENTRE A HISTÓRIA E A LITERATURA – LIMA BARRETO: NARRATIVAS SOBRE A POBREZA NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO BRASIL REPÚBLICA (1900-1922) FORTALEZA 2018 2 MARCOS RENAN PRACIANO DA SILVA ENTRE A HISTÓRIA E A LITERATURA – LIMA BARRETO: NARRATIVAS SOBRE A POBREZA NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO BRASIL REPÚBLICA (1900-1922) Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História Social da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de mestre em História. Área de Concentração: Trabalho e Migrações. Orientadora: Profa. Dra. Irenísia Torres de Oliveira FORTALEZA 2018 3 4 MARCOS RENAN PRACIANO DA SILVA ENTRE A HISTÓRIA E A LITERATURA – LIMA BARRETO: NARRATIVAS SOBRE A POBREZA NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO BRASIL REPÚBLICA (1900-1922) Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História Social da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de mestre em História. Área de Concentração: Trabalho e Migrações. Orientadora: Profa. Dra. Irenísia Torres de Oliveira Aprovada em: / / . BANCA EXAMINADORA Prof. Dra. Irenísia Torres de Oliveira - (orientadora) Universidade Federal do Ceará (UFC) Prof. Dr. Frederico de Castro Neves Universidade Federal do Ceará (UFC) Prof. Dr. Flávio Weinstein Teixeira Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Profa. Dra. Adelaide Maria Gonçalves Pereira Universidade Federal do Ceará (UFC) 4 À Elizabeth Praciano da Silva, Messias Silvano da Silva e Jormana Maria Pereira Araújo, por tudo. 6 AGRADECIMENTOS Apesar da solidão que atravessa o ato de escrever, principalmente de um trabalho acadêmico, e no caso específico, de uma dissertação de mestrado; apesar dos medos que perpassam a mente de quem optou por esse tão cansativo, doloroso, porém prazeroso, mundo do conhecimento, penso que as palavras, agora escritas, podem vir a refletir a angústia pela chegada deste momento. Depois de alguns anos trabalhando enquanto professor da Rede Pública de Ensino do Estado do Ceará, e de uma sensação constante, de que tinha deixado algo por concluir em minha vida profissional, iniciada em 2004, com minha entrada na Universidade Federal do Ceará, e minha saída, em 2009, formando-me historiador, foram seis anos, de lá pra cá, à espera de coragem para enfrentar os desafios de um sonho que tinha desde os tempos de graduação, mas que foram adiados pelas curvas tortuosas da vida. Em meio a tudo isso, não poderia deixar de agradecer a tantas pessoas que me ajudaram, por meios de incentivos dos mais variados matizes, nessa empreitada acadêmica: À banca que foi composta durante minha seleção de mestrado, nas pessoas dos professores Antônio Luiz Macêdo e Silva e Filho, Irenísia Torres de Oliverira, que após minha aprovação, aceitou de imediato ser minha orientadora, mesmo sem me conhecer – e aqui vão os meus mais sinceros agradecimentos por ter acreditado nesse trabalho e na possibilidade de sua concretização, pelas conversas que me ajudaram na delineação do trabalho, em meio as minhas confusas ideias; e ao professor Franck Ribard. Engraçado que ao escrever essas linhas fui me lembrando que esse francês, por duas vezes, esteve em bancas acadêmicas me selecionando: primeiro, na condição de tutor do Programa de Educação Tutorial (PET/HIISTÓRIA), nos idos de 2006, quando eu pleiteava uma das três vagas de bolsista ofertadas para alunos da graduação, permitindo que eu saísse do emprego e me dedicasse integralmente aos estudos, e depois, novamente, em 2015, na seleção do mestrado. Valeu Frank, por acreditar em mim! À banca de qualificação de mestrado, composta pela professora Ana Amélia e pelo grande professor Frederico de Castro Neves. Muitíssimo obrigado pela leitura crítica dos meus escritos, pelas dicas e sugestões. Aos colegas de graduação e de PET/HISTÓRIA, pelo incentivo e puxões de orelha, especialmente vindos do grande amigo e professor Mário Martins. À sempre competentíssima, humilde e amiga, professora Ana Lorym. Sou seu admirador e torcedor incondicional por sua história de vida. Obrigado pelas boas conversas 7 que sempre tivermos. Ao Ruben Maciel pelo brilhantismo, inteligência, competência. Por compartilhar tudo isso, e além do incentivo, por levantar minha autoestima. À Keile, pelo incentivo e amizade. Mesmo distante, sempre que nos encontramos, você é sinônimo de alegria e companheirismo. Aos colegas de mestrado Clarissa, Cleidiane e Raul, por dividirem comigo os nervosismos, medos, alegrias, e também por compartilharem dias inteiros e enfadonhos na Biblioteca das Ciências Humanas, mas tudo isso regado a muito café para espantar o sono e o tédio, sem esquecer aquela gelada, que de vez em quando nos permitíamos, depois que a biblioteca fechava e cumpríamos a rotina diária. Ao Dmitri Gadelha e ao grande João Paulo, companheiros de graduação, de bares e de noitadas regadas à muita cerveja e boas conversas, ao longo desses 12 anos de amizade. Embora a vida nos imponha distância, nada disso não anula o carinho que tenho por vocês. À Nádia Moura e Roberta Carvalho, amigas da vida e de uma vida toda, carrego ambas no coração, sempre. A amizade de vocês é valiosíssima. Àqueles que foram surgindo no caminho, tornaram-se amigos, e que quero levar pra toda a vida: Lucas Assis, esses aquariano original, obrigada pelas boas conversas, sempre acompanhadas de piadas e comentários inteligentes, pelas trocas de livros e referências, por me escutar cotidianamente acerca do meu trabalho e, principalmente, por torcer pela concretização dessa pesquisa; e como não podia deixar de ser, pelas cervejas e noitadas, porque ninguém é de ferro. À Adeliana Barros, que tive o prazer de conhecer durante o mestrado, ela concluindo, e eu iniciando. Valeu pela amizade sempre sincera, por ter sido bastante solícita sempre que te procurei para conversar sobre o Lima Barreto, tendo em vista que pesquisávamos o mesmo autor, pelas boas conversas e cervejas. Ao Zé Maria, de quem fiquei amigo por tabela, tendo em vista sua amizade com pessoas de minha intimidade. Obrigado pelos vários meses de companheirismo naquela biblioteca, pelas trocas de referências bibliográficas, pela sensibilidade, pela leveza da vida, pelos inúmeros cafés, e por ser também, uma excelente companhia nas noites de descontração, nos arredores da universidade, e pela cidade. Aos colegas de trabalho, Adriana, Enoe e Lívia Pitombeira, que tanto torceram para que esse momento fosse possível. Ao Capitão Danúbio, coordenador pedagógico do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros, por ter facilitado minha vida em meio a tantas questões burocráticas. Aos meus familiares, em especial, vai aqui um agradecimento eterno àqueles que 8 souberam me guiar pelos caminhos difíceis que a vida impõe. Pelo investimento na minha formação e na dos meus irmãos. São esses dois gigantes: Messias Silvano da Silva (pai) e Elizabeth Praciano da Silva (mãe), vocês são meus amores, e serei eternamente grato pelo apoio incondicional. Aos meus irmãos, Ana Patrícia, Messias Silvano, Paula Renata e Rodrigo - todos contribuíram, de uma forma ou de outra, pra esse momento, único e inesquecível. Ao Seu Raimundo Araújo e dona Iraci Araújo, pela acolhida durante tanto tempo em suas casas, pela partilha da presença de ambos e pelo aconchego da família. Dos almoços e cafés aos domingos, e pelo incentivo que sempre me deram aos estudos. Serei eternamente grato a vocês. As linhas finais desses agradecimentos, e dessa dissertação, são dedicadas a você, canceriana, que durante esses mais de noves anos me deu o prazer de partilha de tantas coisas boas: Jormana Maria Pereira Araújo, te amarei eternamente! Minha gratidão, carinho e amizade, quero que sempre leve contigo, porque já carrego tudo isso de ti desde o dia em que conheci você. Obrigado por tudo, por ter estado ao meu lado nos momentos mais difíceis da minha vida, pelo teu apoio incondicional, desde o incentivo para que tentasse a seleção de mestrado até finalização desse trabalho. Na verdade, você esteve presente do primeiro ao último dia disso tudo, escutando todas as minhas lamúrias, chatices, baixa estima, medo. Sem seu apoio, em todos os aspectos, esse momento não seria possível. Obrigado também por termos superado tantas coisas juntos, e mesmo depois das reviravoltas que a vida oferece, estamos aqui juntos, mesmo que de outra forma. Serenidade, respeito, dedicação e fidelidade sempre foram suas características, e felizes são aqueles que usufruem da tua presença. Obrigado! 9 Não se separam bem as pessoas das cousas, é que qualquer vida é feita de muitas vidas e muitas existências. (Diário Íntimo, Lima Barreto) Uma parte de mim é todo mundo Outra parte é ninguém, fundo sem fundo Uma parte de mim é multidão Outra parte, estranheza e solidão Uma parte de mim pesa e pondera Outra parte de mim delira Uma parte de mim almoça e janta Outra parte se espanta (“Traduzir-se”, Ferreira Gullar) 10 RESUMO O objetivo desta dissertação é analisar a representação dos pobres e da pobreza nos escritos de Lima Barreto, tendo como foco sua produção nas primeiras décadas do regime republicano brasileiro (1900-1922). Buscamos ainda compreender, através de sua trajetória intelectual, a relação ambivalente que manteve para com os pobres, uma vez que, embora se identificando com os mesmos em termos de cor e de classe, afastava-se, outra vez, em termos de formação intelectual. Metodologicamente fundamentada na História Social, esta pesquisa se pautou no inventário de artigos, cartas, contos, crônicas, diários e romances, textos pelos quais o autor teceu uma série de considerações críticas sobre a relação entre os suburbanos e a política republicana, assim como sobre os ditames das teorias raciais em voga na época. Entendemos que, ao debater-se com esse complexo lugar social, Lima Barreto terminou por trazer à luz uma concepção original de cidadania numa época de gritantes exclusões sociais. Palavras-chave: cidadania, Lima Barreto, pobreza, representação. 11 ABSTRACT The aim of this dissertation is to analyze the representation of the poor and the poverty in the writings of Lima Barreto, focusing his production in the first decades of the Brazilian republican regime (1900-1922).