AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA

RELATÓRIO AMBIENTAL

PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE

Abril de 2014

FICHA TÉCNICA

Relatório Ambiental da Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do Plano Título: Diretor Municipal de Vieira do Minho.

Avaliação das incidências ambientais e socioeconómicas resultantes das propostas Descrição: de revisão do Plano Diretor Municipal de Vieira do Minho.

Data de produção: Fevereiro de 2012

Data da última atualização: 23 de abril de 2014

Versão: V13

Desenvolvimento e produção: GeoAtributo CIPOT, Lda.

Coordenador de Projeto: Ricardo Almendra | Geógrafo

Elisa Bairrinho | Arquitetura Paisagista Equipa técnica: Raquel Nogueira | Engenharia Civil

Consultores: Manuel Miranda | Engenharia Civil, Opção de Planeamento Territorial

Código de documento: 104

Estado do documento: Para validação do Município

Código do Projeto: 031031102

Nome do ficheiro digital: AAE_RPDM_VM_v13.docx

modelo 30601

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ÍNDICE GERAL

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO ...... 11

CAPÍTULO II. AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA ...... 13

2.1 OBJETIVOS E METODOLOGIA ...... 13

2.2 ENVOLVIMENTO PÚBLICO E INSTITUCIONAL ...... 18

2.2.1 CONSULTA SOBRE O RELATÓRIO DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO ...... 20 2.2.2 Consulta Sobre a Versão Preliminar do Relatório Ambiental...... 22

CAPÍTULO III. OBJETO DE AVALIAÇÃO...... 29

3.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E ENQUADRAMENTO ...... 30

3.2 ANTECEDENTES ...... 31 3.2.1 Plano Diretor Municipal ...... 31 3.2.2 Plano de Urbanização (PU) das Cerdeirinhas ...... 32 3.3 SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO DO PDM ...... 34

3.4 OBJETIVOS DA REVISÃO DO PDM DE VIEIRA DO MINHO ...... 41

3.5 QUESTÕES ESTRATÉGICAS ...... 43

CAPÍTULO IV. FATORES CRÍTICOS PARA A DECISÃO ...... 45

4.1 QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO ...... 45

4.2 FATORES AMBIENTAIS ...... 48

4.3 FATORES CRÍTICOS PARA A DECISÃO ...... 48

4.4 IDENTIFICAÇÃO DOS CRITÉRIOS ...... 50

CAPÍTULO V. ANÁLISE E AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA POR FCD ...... 53

5.1 BIODIVERSIDADE ...... 54 5.1.1 Valores Naturais ...... 54 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL ...... 54 EFEITOS ESPERADOS COM A PROPOSTA DO PLANO ...... 68 FUNDAMENTAÇÃO DA APRECIAÇÃO CRÍTICA ...... 69 5.1.2 Recursos Hídricos ...... 75 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL ...... 75 EFEITOS ESPERADOS COM A PROPOSTA DO PLANO ...... 84 FUNDAMENTAÇÃO DA APRECIAÇÃO CRÍTICA ...... 86 5.2 PATRIMÓNIO E PAISAGEM ...... 88 5.2.1 Património Arquitetónico e Arqueológico ...... 88 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL ...... 88 EFEITOS ESPERADOS COM A PROPOSTA DO PLANO ...... 90 FUNDAMENTAÇÃO DA APRECIAÇÃO CRÍTICA ...... 91 5.2.2 Paisagem ...... 93

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CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL ...... 93 EFEITOS ESPERADOS COM A PROPOSTA DO PLANO ...... 98 FUNDAMENTAÇÃO DA APRECIAÇÃO CRÍTICA ...... 100 5.3 OCUPAÇÃO E GESTÃO TERRITORIAL ...... 101 5.3.1 Sistema Urbano e Rural ...... 101 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL ...... 101 EFEITOS ESPERADOS COM A PROPOSTA DO PLANO ...... 108 FUNDAMENTAÇÃO DA APRECIAÇÃO CRÍTICA ...... 110 5.3.2 Prevenção dos Riscos ...... 114 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL ...... 114 EFEITOS ESPERADOS COM A PROPOSTA DO PLANO ...... 118 FUNDAMENTAÇÃO DA APRECIAÇÃO CRÍTICA ...... 119 5.3.3 Desenvolvimento Económico e Social...... 121 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL ...... 121 EFEITOS ESPERADOS COM A PROPOSTA DO PLANO ...... 141 FUNDAMENTAÇÃO DA APRECIAÇÃO CRÍTICA ...... 142 5.3.4 Qualidade Ambiental ...... 144 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL ...... 144 EFEITOS ESPERADOS COM A PROPOSTA DO PLANO ...... 148 FUNDAMENTAÇÃO DA APRECIAÇÃO CRÍTICA ...... 149

CAPÍTULO VI. SÍNTESE DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA E RECOMENDAÇÕES PARA SEGUIMENTO 151

CAPÍTULO VII. PROGRAMA DE GESTÃO E MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL ...... 156

CAPÍTULO VIII. FASES DE SEGUIMENTO DO PROCESSO ...... 161

8.1 DECLARAÇÃO AMBIENTAL ...... 161

8.2 SEGUIMENTO E MONITORIZAÇÃO ...... 161

CAPÍTULO IX. CONCLUSÃO...... 163

BIBLIOGRAFIA ...... 164

ANEXOS ...... 167

ANEXO A | PARECERES DA CONSULTA INSTITUCIONAL AO RELATÓRIO DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO ...... 168

ANEXO B | PARECERES DA CONSULTA INSTITUCIONAL AO RELATÓRIO AMBIENTAL PRELIMINAR ...... 174

ANEXO C | OBJETIVOS DO QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO ...... 195

ANEXO D | CONVERGÊNCIA ENTRE OS OBJETIVOS DO QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO E AS QUESTÕES

ESTRATÉGICAS DA RPDM DE VIEIRA DO MINHO ...... 206

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 | Metodologia do Processo de AAE da RPDM de Vieira do Minho ...... 14

Figura 2 | Esquema dos momentos de Envolvimento Público e Institucional ...... 18

Figura 3 | Enquadramento geográfico e administrativo do concelho de Vieira do Minho ...... 30

Figura 4 | Planta de Zonamento do PU das Cerdeirinhas (Fonte: SNIT, DGOTDU) ...... 33

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 | Entidades consultadas no âmbito da apresentação do RDA ...... 19

Quadro 2 | Avaliação dos contributos das entidades referentes à consulta institucional do RDA ...... 20

Quadro 3 | Avaliação dos contributos das entidades referentes à versão preliminar do RA ...... 22

Quadro 4 | Reajustamento dos FCD e respetivos critérios ...... 27

Quadro 5 | Pontes Fortes e Fracos do concelho de Vieira do Minho ...... 34

Quadro 6 | Questões Estratégias da AAE da RPDM de Vieira do Minho ...... 43

Quadro 7 | Quadro de Referência Estratégico do PDM de Vieira do Minho ...... 45

Quadro 8 | Convergência entre os instrumentos do QRE e as QE do PDM de Vieira do Minho identificadas ...... 47

Quadro 9 | Definição dos FCD e seus objetivos ...... 49

Quadro 10 | Identificação dos Critérios e seus objetivos, por FCD ...... 51

Quadro 11 | Concelhos envolvidos no Sítio Peneda/Gerês...... 54

Quadro 12 | Distribuição dos usos do solo no concelho de Vieira do Minho ...... 57

Quadro 13 | Distribuição de espécies florestais do concelho de Vieira do Minho ...... 58

Quadro 14 | Hierarquização das funcionalidades das sub-regiões homogéneas ...... 60

Quadro 15 | Geossítios ou locais de interesse geológico do concelho de Vieira do Minho ...... 66

Quadro 16 | Avaliação dos Efeitos Significativos da proposta segundo o critério “Valores Naturais” ...... 68

Quadro 17 | Regime de Proteção das Albufeiras de Águas Públicas ...... 77

Quadro 18 | Classes de Classificação da qualidade da água (SNIRH) ...... 78

Quadro 19 | Qualidade da água superficial nas várias estações de monitorização ...... 79

Quadro 20 | Avaliação dos Efeitos Significativos da proposta segundo o critério “Recursos Hídricos” ..... 84

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Quadro 21 | Património classificado e em vias de classificação em Vieira do Minho ...... 88

Quadro 22 | Avaliação dos Efeitos Significativos da proposta segundo o critério “Património Arquitetónico e Arqueológico” ...... 90

Quadro 23 | Percursos pedestres existentes no concelho de Vieira do Minho ...... 96

Quadro 24 | Avaliação dos Efeitos Significativos da proposta segundo o critério “Paisagem” ...... 98

Quadro 25 | Níveis de classificação da TIPAU ...... 101

Quadro 26 | Qualificação do solo urbano em vigor ...... 102

Quadro 27 | Qualificação do solo rural em vigor ...... 105

Quadro 28 | Avaliação dos Efeitos Significativos da proposta segundo o critério “Sistema Urbano e Rural” ...... 108

Quadro 29: Correspondência de categorias funcionais do uso do solo ...... 110

Quadro 30 | Comparação da quantificação das áreas em solo urbano em vigor e propostas ...... 111

Quadro 31 | Comparação da quantificação das áreas em solo rural em vigor e propostas ...... 112

Quadro 32 | Vias de comunicação e respetivos troços com suscetibilidade elevada ao movimento de massa ...... 115

Quadro 33 | Avaliação dos Efeitos Significativos da proposta segundo o critério “Prevenção dos riscos” ...... 118

Quadro 34 | População residente no concelho de Vieira do Minho e respetiva variação relativa (2001 e 2011)...... 121

Quadro 35 | Densidade populacional (hab/km2) do concelho de Vieira do Minho e respetiva variação relativa (2001 e 2011) ...... 123

Quadro 36 | Empreendimentos turísticos no concelho de Vieira do Minho ...... 130

Quadro 37 | Estabelecimentos turísticos no concelho de Vieira do Minho ...... 131

Quadro 38 | Principais acessibilidades do concelho de Vieira do Minho ...... 135

Quadro 39 | População empregada ou estudante, segundo o local de trabalho ou estudo, por do concelho de Vieira do Minho, em 2011 ...... 137

Quadro 40 | Principal meio de transporte utilizado pela população residente empregada do concelho de Vieira do Minho nas deslocações para o local de trabalho/estudo, em 2011 ...... 138

Quadro 41 | Regime de Praça Livre Condicionada e Regime de Estacionamento Fixo ...... 140

Quadro 42 | Avaliação dos Efeitos Significativos da proposta segundo o critério “Desenvolvimento Económico e Social” ...... 141

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Quadro 43 | Avaliação dos Efeitos Significativos da proposta segundo o critério “Qualidade Ambiental” ...... 148

Quadro 44 | Situação atual e tendência de evolução sem e com o plano – Síntese da AAE da RPDM-VM ...... 151

Quadro 45 | Recomendações da AAE a implementar após a aprovação do PDM de Vieira do Minho .... 153

Quadro 46 | Descrição dos indicadores de monitorização e seguimento para o FCD “Biodiversidade” .. 157

Quadro 47 | Descrição dos indicadores de monitorização e seguimento para o FCD “Património e Paisagem” ...... 158

Quadro 48 | Descrição dos indicadores de monitorização e seguimento para o FCD “Ocupação e Gestão Territorial” ...... 159

Quadro 49 | Objetivos do Quadro de Referência Estratégico ...... 197

Quadro 50 | Correspondência entre as Questões Estratégicas e os objetivos do QRE ...... 208

ÍNDICE DE MAPAS

Mapa 1 | Rede Natura 2000 no concelho de Vieira do Minho ...... 55

Mapa 2 | Principais usos do solo do concelho de Vieira do Minho, segundo a COS 2007 ...... 56

Mapa 3 | Regime florestal existente no concelho de Vieira do Minho ...... 59

Mapa 4 | Sub-regiões homogéneas existentes no concelho de Vieira do Minho ...... 60

Mapa 5 | Zonas de caça e pesca do concelho de Vieira do Minho ...... 64

Mapa 6 | Reserva Ecológica Nacional no concelho de Vieira do Minho ...... 65

Mapa 7 | Áreas de conflito entre as áreas propostas para a expansão urbana e áreas florestais percorridas por incêndio ...... 73

Mapa 8 | Bacias hidrográficas existentes no concelho de Vieira do Minho ...... 75

Mapa 9 | Cursos de água e albufeiras existentes no concelho de Vieira do Minho ...... 76

Mapa 10 | Modelo altimétrico do concelho de Vieira do Minho ...... 93

Mapa 11 | Carta de declives do concelho de Vieira do Minho ...... 94

Mapa 12 | Unidades de paisagem existentes no concelho de Vieira do Minho ...... 95

Mapa 13 | Tipologia das áreas urbanas do concelho de Vieira do Minho, em 2001 ...... 102

Mapa 14 | Solo urbano no concelho de Vieira do Minho ...... 103

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Mapa 15 | Solo urbano sem edificação no concelho de Vieira do Minho ...... 104

Mapa 16 | Solo urbano consolidado no concelho de Vieira do Minho ...... 104

Mapa 17 | Número de edifícios no concelho de Vieira do Minho e respetiva variação relativa (2001-2011) ...... 106

Mapa 18 | Suscetibilidade de movimentos de massa em vertentes no concelho de Vieira do Minho ..... 114

Mapa 19 | Carta de suscetibilidade de cheias e inundações no concelho de Vieira do Minho ...... 116

Mapa 20 | Carta de perigosidade de incêndios florestais no concelho de Vieira do Minho ...... 117

Mapa 21 | Inclusão das Áreas de Risco de Cheia e Inundação na Proposta de Ordenamento ...... 119

Mapa 22 | População residente no concelho de Vieira do Minho, em 2011 ...... 122

Mapa 23 | Densidade populacional no concelho de Vieira do Minho, em 2011 ...... 124

Mapa 24 | Parque Escolar do concelho de Vieira do Minho para o ano letivo 2004-2005 ...... 133

Mapa 25 | Equipamentos desportivos e recreativos do concelho de Vieira do Minho ...... 134

Mapa 26 | Rede viária do concelho de Vieira do Minho ...... 135

Mapa 27 | Rede de abastecimento de água do concelho de Vieira do Minho ...... 145

Mapa 28 | Avaliação das zonas de conflito do zonamento acústico ...... 150

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ÍNDICE DE ACRÓNIMOS

AAE Avaliação Ambiental Estratégica CCDR-N Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte CMVM Câmara Municipal de Vieira do Minho DGOTDU Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano DL Decreto-Lei ENCNB Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade ENDS Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável ENF Estratégia Nacional para as Florestas ERAE Entidades com Responsabilidades Ambientais Específicas FCD Fatores Críticos para a Decisão ICNF Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas INSAAR Instituto Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais PEAASAR II Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais PBH-Ave Plano de Bacia Hidrográfica do Ave PBH-Cávado Plano de Bacia Hidrográfica do Cávado PDM Plano Diretor Municipal PENT Plano Estratégico Nacional para o Turismo PERSU II Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos II PME-VM Plano Municipal de Emergência de Vieira do Minho PMOT Plano Municipal de Ordenamento do Território PNAAS Plano Nacional de Ação Ambiente e Saúde PNAC Programa Nacional para as Alterações Climáticas PNDFCI Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios PNDR Programa Nacional de Desenvolvimento Rural PNPOT Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território POAC Plano de Ordenamento da Albufeira da Caniçada POAE Plano de Ordenamento da Albufeira do Ermal PROF-BM Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Minho PROT-N Plano Regional de Ordenamento do Território do Norte QE Questões Estratégicas QRE Quadro de Referência Estratégico QREN Quadro de Referência Estratégico Nacional RA Relatório Ambiental RAN Reserva Agrícola Nacional RDA Relatório de Definição de Âmbito REN Reserva Ecológica Nacional

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RJIGT Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial RPDM-VM Revisão do Plano Diretor Municipal de Vieira do Minho

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CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO

O presente documento constitui o Relatório Ambiental do processo de Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) da proposta de Revisão do Plano Diretor Municipal (RPDM) de Vieira do Minho, onde se pretende identificar, descrever e avaliar os eventuais efeitos significativos (positivos ou negativos) no ambiente resultantes da proposta da RPDM de Vieira do Minho.

A AAE é obrigatória desde a instituição do regime jurídico da avaliação ambiental estratégica (RJAAE – DL n.º 232/2007, de 15 de junho, alterado pelo DL n.º 58/2011, de 4 de maio), que transpôs para o ordenamento jurídico nacional os requisitos estabelecidos pela Diretiva n.º 2001/42/CE, de 25 de junho, vindo confirmar a necessidade de se avaliar os efeitos de determinados planos e programas no ambiente.

Ao nível dos planos municipais de ordenamento do território (PMOT), a AAE deve considerar as premissas definidas no RJIGT (redação atual constante do DL n.º 46/2009, de 20 de fevereiro). Este diploma define que os Planos Diretores Municipais (PDM) têm de ser acompanhados por um Relatório Ambiental, no qual são identificados, descritos e avaliados os eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes da sua aplicação e as suas alternativas razoáveis que tenham em conta os objetivos e o âmbito de aplicação territorial respetivos.

O objetivo da presente AAE consiste em incorporar valores ambientais e de sustentabilidade no processo de decisão associado à revisão do plano contribuindo, assim, para a “adoção de soluções inovadoras mais eficazes e sustentáveis e de medidas de controlo que evitem ou reduzam efeitos negativos significativos no ambiente decorrentes da execução do plano” (PARTIDÁRIO, 2007).

O presente relatório apresenta a avaliação ambiental da territorialização das opções estratégicas do plano, tendo em consideração a regulamentação e o zonamento definido, tendo-se procurado avaliar as oportunidades e constrangimentos ambientais e de sustentabilidade decorrentes das propostas definidas.

Neste contexto, a AAE tem sobretudo o papel facilitador do processo de planeamento territorial, alertando para os riscos e para as oportunidades ambientais e de sustentabilidade, apoiado num processo técnico que pretende envolver vários atores como é o caso das Entidades com Responsabilidade Ambiental Específica (ERAE).

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Nas fases anteriores à elaboração deste RA, foi elaborado e sujeito a apreciação pelas ERAE o Relatório da Definição de Âmbito (RDA) da AAE da RPDM de Vieira do Minho e o Relatório Ambiental (RA) Preliminar.

O RDA, entregue em 2008 no âmbito da consulta institucional supramencionada, teve apenas considerações efetuadas pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), as quais foram avaliadas e incorporadas no Relatório Ambiental Preliminar, entregue no âmbito da consulta institucional de Conferência de Serviços, realizada a 16 de julho de 2013.

O Relatório Ambiental revisto passa a fazer parte integrante da proposta de revisão do PDM de Vieira do Minho e será sujeito a consulta pública juntamente com o mesmo, tal como é exigido na legislação em vigor.

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CAPÍTULO II. AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA

2.1 OBJETIVOS E METODOLOGIA

A AAE é entendida como a “identificação, descrição e avaliação dos eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes de um plano ou programa” (art. 2.º do RJAAE). É um processo integrado no procedimento de tomada de decisão, oferecendo uma perspetiva transversal e promovendo uma abordagem estratégica, que se destina a incorporar uma série de valores ambientais, sociais e económicos nessa tomada de decisão. Tem um carácter contínuo e sistemático, contribuindo para a “adoção de soluções inovadoras mais eficazes e sustentáveis e de medidas de controlo que evitem ou reduzam efeitos negativos significativos no ambiente decorrentes da execução do plano” (RJAAE).

No caso concreto da AAE da RPDM de Vieira do Minho, esta pretende reforçar a incorporação das questões ambientais, sociais e económicas na estratégia do plano, potenciando os impactes positivos e minimizando os negativos, através da definição de recomendações e estabelecendo as medidas de monitorização, que permitam aferir e reajustar os efeitos resultantes da implementação do PDM, na sua versão revista.

Considerando que a AAE é um procedimento abrangente, contínuo e sistemático, que deve garantir que os efeitos ambientais das soluções adotadas no plano são tomadas em consideração durante a sua elaboração, no sentido de dar resposta a integração da AAE no seu processo, é definida uma metodologia de trabalho de acordo com as orientações do “Guia da Avaliação Ambiental dos Planos Municipais de Ordenamento do Território”, publicado pela Direção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU), correspondendo o presente documento à segunda etapa do processo de AAE (Relatório Ambiental). Assim, é apresentada na Figura 1, a metodologia de trabalho adotada.

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Figura 1 | Metodologia do Processo de AAE da RPDM de Vieira do Minho

Para o processo de AAE da RPDM de Vieira do Minho propôs-se a distinção de quatro etapas (Etapa A: Definição de Âmbito; Etapa B: Relatório Ambiental; Etapa C: Declaração Ambiental; Etapa D: Seguimento e Monitorização), assegurando assim uma programação articulada com o procedimento de elaboração do plano.

Na Etapa A (Definição de Âmbito) foram definidos os Fatores Críticos para a Decisão (FCD), identificados os critérios e selecionados os indicadores que estabeleceram o alcance e o nível de pormenorização incluído no RA. Os FCD “constituem os temas fundamentais para a decisão

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sobre os quais a AAE se deve debruçar, uma vez que identificam os aspetos que devem ser considerados pela decisão na conceção da sua estratégia e das ações que a implementam, para melhor satisfazer objetivos ambientais e um futuro mais sustentável” (Partidário, 2007,pp.18). Estes surgem pela intersecção dos seguintes elementos:

 Quadro de Referência Estratégico (QRE): objetivos/metas de longo prazo estabelecidos em matéria de ambiente e desenvolvimento sustentável a nível internacional, europeu e nacional com os quais o PDM estabelece relações;

 Questões Estratégicas (QE): traduzem os objetivos estratégicos do PDM;

 Fatores Ambientais (FA): definem o âmbito ambiental relevante, orientado pelos FA legalmente definidos no RJAAE e sendo ajustados para o alcance e escala do plano.

Nesta etapa a equipa procedeu à recolha, sistematização e organização da informação de base e a elaboração de cartografia de apoio necessária para o processo de AAE.

Esta fase assumiu particular importância no processo, uma vez que correspondeu à etapa em que se identificou o âmbito e os objetivos da avaliação, considerando a minimização/maximização dos efeitos ambientais significativos. Como tal, em conjunto com a definição dos FCD, foram estipulados um conjunto de critérios tendo em consideração as especificidades da área de intervenção e o âmbito do plano. Os FCD e respetivos critérios foram associados a objetivos que representavam a resposta a problemas ambientais e procuraram garantir um desenvolvimento sustentável, como definido na Diretiva 2001/42/CE.

Conforme antevisto, a definição dos objetivos da avaliação ambiental foi um momento importante, pois julgamos que contribui para a concretização dos próprios objetivos da revisão do PDM de Vieira do Minho e, caso isso aconteça, orientar o estabelecimento de novas alternativas. Foram ainda determinados um conjunto de indicadores mensuráveis que determinaram o alcance e o nível da informação incluída no RA e, posteriormente, a monitorizar a execução do plano.

Na Etapa B “Relatório Ambiental” (correspondente ao presente documento) procedem-se a um conjunto de estudos técnicos com os FCD definidos, avaliando-se os diferentes cenários estipulados e definindo-se as oportunidades e os riscos resultantes da implementação do plano. São verificadas as compatibilidades, incompatibilidades e sinergias entre as propostas do plano e as questões ambientais, para se proceder a avaliação das várias opções e alternativas. São identificadas as ações do plano que possam ter efeitos significativos no

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ambiente, através do cruzamento das questões ambientais e as propostas do plano, permitindo assim verificar compatibilidades e incompatibilidades, permitindo identificar estratégias e soluções alternativas a aplicar, oferecendo uma oportunidade de se reanalisar as hipóteses inicialmente tomadas.

Após a avaliação ambiental dos efeitos resultantes da execução do plano e da definição de medidas de minimização dos efeitos negativos e de maximização dos efeitos positivos será estipulado um Programa de Gestão e Monitorização Ambiental que, futuramente, vai garantir a avaliação e o controlo dos efeitos que a implementação do plano terá no ambiente e no desenvolvimento local/regional, isto é, a monitorização ambiental do plano. Este programa visa a definição de indicadores mensuráveis enquanto ferramenta essencial na gestão e avaliação das opções tomadas, permitindo monitorizar os impactes estratégicos definidos por FCD, resultantes da implementação das opções estratégicas do plano. A definição dos indicadores tem em consideração a necessidade de estes serem quantificáveis, permitindo o controlo ambiental da execução do plano. Estes são estabelecidos, de modo, a permitirem realizar a análise e avaliação ambiental de cada FCD e a monitorização ambiental do plano.

A Etapa C consiste na elaboração da “Declaração Ambiental” que, após aprovação da proposta do plano e sua publicação no Diário da República, a Câmara Municipal de Vieira do Minho enviará à Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Nesta DA deve constar a maneira como as considerações ambientais do RA foram integradas na versão final da RPDM de Vieira do Minho. Além disso, devem ser referidas as observações apresentadas pelas ERAE e pela discussão pública e os resultados da respetiva ponderação. Tem de ficar explícito como e que as observações foram integradas no processo e, caso não se tenha procedido à sua integração, a respetiva justificação. Esta também deve referir as razões que fundamentaram a aprovação do plano e as medidas de controlo dos efeitos significativos no ambiente decorrentes da aplicação da execução da RPDM de Vieira do Minho.

Na Etapa D “Seguimento e Monitorização” cumpre-se e executa-se o programa de monitorização que deverá acompanhar a concretização do plano. “Este programa de seguimento é de importância fulcral para trabalhar as múltiplas dimensões de incerteza que caracterizam qualquer processo de decisão estratégico, e para poder continuar a assegurar o contributo da AAE na integração das questões de ambiente e sustentabilidade no processo de decisão” (Partidário, 2007, pp. 25).

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Em todo o processo de AAE a participação institucional e pública tem um papel bastante importante, devendo este ser acompanhado pelas ERAE as quais interessem os efeitos ambientais resultantes da aplicação do plano, podendo ainda incluir a consulta a outras entidades relevantes.

Muito embora não esteja contratado com a GeoAtributo, a prossecução de uma fase de Seguimento e Monitorização, posterior á aprovação do plano e da respetiva AAE, é obrigatória e parte integrante do processo de avaliação contínuo do plano.

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2.2 ENVOLVIMENTO PÚBLICO E INSTITUCIONAL

De acordo com o RJAAE, a AAE requer que antes da aprovação do plano e do respetivo relatório ambiental, a entidade responsável pela sua elaboração promova a consulta das entidades às quais, em virtude das suas responsabilidades ambientais especificas, seja suscetível de interessar os efeitos ambientais resultantes da sua aplicação.

Na globalidade do processo de AAE realizam-se três momentos de envolvimento público e/ou institucional, que se esquematizam na Figura 2. A participação das ERAE e da comunidade sobre a proposta do plano e sobre o processo de AAE é de toda a importância e valor o processo de planeamento.

Figura 2 | Esquema dos momentos de Envolvimento Público e Institucional

Avaliação Ambiental Estratégica Envolvimento Institucional e/ou

Público Fase 1: Definição de Âmbito Consulta Institucional relativa à Definição de Âmbito (20 dias)

Relatório de Definição de Âmbito

Consulta Institucional sobre a proposta de RPDM-VM e RA Fase 2: Avaliação Estratégica dos Efeitos (30 dias) Significativos e das Alternativas

Consulta Pública sobre a proposta de RPDM-VM e RA

Relatório Ambiental (30 dias)

Disponibilização anual ao Público da informação sobre os

resultados da monitorização Fase 3: Seguimento e Monitorização ambiental.

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A consulta pública permite a informação da população, favorece a transparência e valida as decisões estratégicas consideradas.

No processo da RPDM de Vieira do Minho foram realizados quatro momentos de consulta institucional, mas apenas em dois deles foram apresentados elementos referentes à AAE. Assim, o primeiro momento teve lugar aquando da apresentação do Relatório de Definição de Âmbito (maio/junho de 2008) e o segundo é referente à 4ª reunião da Comissão de Acompanhamento, a 16 de julho de 2013, em que foi apresentada uma versão preliminar do Relatório Ambiental.

As ERAE consultadas correspondem às entidades definidas no n.º 3, do art.º 3º, do DL n.º 232/2007, de 15 de junho, designadamente:

Quadro 1 | Entidades consultadas no âmbito da apresentação do RDA

ENTIDADE RESPOSTA

Agência Portuguesa do Ambiente (APA) Não

Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) Não

Instituto da Água, I.P. (IA) Não

Administração da Região Hidrográfica do Norte, I.P. (ARH-N) Não

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, I.P. (CCDR-N) Sim

Administração Regional de Saúde do Norte, I.P. (ARS-N) Não

Direção Regional da Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN) Não

Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico, I.P. (IGESPAR) Não

Direção Regional da Economia do Norte (DRE-Norte) Não

Turismo de , I.P. (TP) Não

Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) Não

Estradas de Portugal (EP) Não

Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) Não

Rede Elétrica Nacional (REN) Não

EDP Distribuição de Energia Não

Águas do Cávado Não

Município de Póvoa de Lanhoso Não

Município de Não

Município de Não

Município de Não

Município de Não

Município de Montalegre Não

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2.2.1 CONSULTA SOBRE O RELATÓRIO DE DEFINIÇÃO DE

ÂMBITO

Nos quadros seguintes são apresentados os resumos dos pareceres emitidos pelas entidades que se pronunciaram no âmbito da consulta institucional ao RDA e que apresentaram sugestões para serem incluídas no Relatório Ambiental, encontrando-se no Anexo A todos os pareceres recebidos.

Quadro 2 | Avaliação dos contributos das entidades referentes à consulta institucional do RDA

ENTIDADE PARECER N.º PONDERAÇÃO

Atendendo que desde a emissão do “ (…) cumpre informar que se considera que a parecer da CCDR-N foi publicado o metodologia descrita está devidamente estruturada, de guia da DGOTDU “Guia da Avaliação acordo com a metodologia base adotada (“Guia de Boas 1 Ambiental dos Planos Municipais de Práticas para Avaliação Ambiental Estratégica – Ordenamento do Território”, optou- Orientações Metodológicas”, APA, 2007).” se por se seguir esta, como metodologia de base. “No que se refere ao objeto de avaliação, e tendo em consideração que a proposta de plano está em fase de Não pois, a proposta do plano é conclusão entende-se que o mesmo deveria ter sido 2 analisada e avaliada detalhadamente apresentado de forma mais pormenorizada e na avaliação dos FCD; concretizada, nomeadamente no que se refere às opções tomadas.” “(…) resta por fundamentar os FCD escolhidos, uma vez que os mesmos são apresentados previamente à análise 3 Será considerado no RA. integrada dos elementos indicados (QRE; QE, QA);” “A mera indicação da associação das QA e dos documentos constituintes do QRE identificado com os CCDR-N FCD não é suficiente para que se consiga compreender o 4 Será considerado no RA. exercício de articulação e integração subjacente e apreender, de modo abrangente, o âmbito da Avaliação Ambiental em questão.” Não pois, de acordo com a “Considera-se que teria sido vantajoso analisar as metodologia adotada devem ser interações entre os objetivos do PDM e os dos analisadas as relações entre as documentos preconizados no QRE construído, de modo 5 questões estratégicas e os objetivos a perceber que as relações de concorrências e/ou dos documentos preconizados no complementaridade existentes.” QRE. “Ainda no que se refere à análise do QRE, e face às características do plano e do território em questão, entende-se que deveriam também terem sido consideradas os seguintes documentos enquadradores: 6 Será considerado no RA. Plano Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC), Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Abastecimento de Águas Residuais (PEAASAR II), Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU), o

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ENTIDADE PARECER N.º PONDERAÇÃO

Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água (PNUEA), a Estratégia Nacional para os Efluentes Agro- Pecuários e Agro-Industriais (ENEAPAI) e a Diretiva Quadro da Água (Diretiva n.º 2000/60/CE).” “Considera-se contudo dispensável o enquadramento no PSRN2000, já que não incide sobre o território do 7 Será tido em conta no RA. município qualquer Sítio da Rede Natura 2000.” “No que se refere aos indicadores de avaliação, Esta sugestão foi acolhida e resultou considera-se que os mesmos deveriam ser revistos, face 8 numa reestruturação dos critérios e às considerações supra, relembrando-se que os mesmos indicadores de avaliação. deverão ser facilmente mensuráveis e representativos.” “Recomenda-se ainda contextualizar os resultados dos indicadores face a períodos de vigência semelhantes do PDM atual. Entende-se que os indicadores devem permitir avaliar a execução através de índices 9 Será tido em consideração no RA. reportados à data-referência de entrada em vigor do PDM revisto, medido, sempre que possível, acréscimos ou diferenças nos parâmetros em causa relativamente ao período de vigência do PDM atual.” “A disponibilidade e acesso à informação também 10 Será considerado no RA. deverão ser tidos em consideração.” “Por último e tendo em consideração que nesta fase devem ainda ser definidos os métodos e técnicas para análise e avaliação de cada FCD, salienta-se esta lacuna, 11 Será considerado no RA. já que o documento apresentado não desenvolve esta temática.”

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2.2.2 CONSULTA SOBRE A VERSÃO PRELIMINAR DO

RELATÓRIO AMBIENTAL

Nos quadros seguintes são apresentados os resumos dos pareceres emitidos pelas entidades que se pronunciaram no âmbito da consulta institucional da versão preliminar do RA e que apresentaram sugestões para serem incluídas no presente documento. Os pareceres decorrentes desta consulta podem ser consultados no Anexo B.

Quadro 3 | Avaliação dos contributos das entidades referentes à versão preliminar do RA

ENTIDADE PARECER N.º PONDERAÇÃO

“A avaliação dos impactes/efeitos, para cada FCD, deveria ser apresentada de forma sistemática, com o uso dos indicadores de avaliação estabelecidos. Por exemplo: para o FCD Biodiversidade, critério Solo e objetivo de sustentabilidade controle da impermeabilização e proteção dos solos férteis, o capítulo 5.1 não desenvolve a avaliação através dos indicadores evolução do parque edificado por períodos Concorda-se com o exposto. de construção (%) e existência de normas de 12 A metodologia de avaliação sugerida edificabilidade em solo rural. Acresce que a ponderação será tida em consideração no RA. dos efeitos positivos não se apresenta fundamentada em dados concretos, sendo desejável a sua sustentação em informação qualitativa e quantitativa sobre a proposta de classificação e qualificação do solo, redelimitação da RAN e da REN, por exemplo, que demostre a vantagem comparativa da proposta de revisão do plano com o PDM em vigor.” “Por outro lado, verifica-se que, não obstante o CCDR-N pressuposto da AAE para a adoção de soluções inovadoras e eficazes e medidas de controlo que evitem ou reduzam efeitos significativos no ambiente, o RA não procede à avaliação concreta e completa dos efeitos da 13 Será considerado no RA. proposta do plano. Acresce a incoerência entre os pressupostos metodológicos de avaliação estratégica e a conclusão apresentada no capítulo 7, segundo a qual a elaboração da AAE foi condicionada pelas questões já definidas na revisão do PDM.” “ (...) constata-se que a proposta de plano estabelece um regime de edificação muito permissivo ao comtemplar a edificação para habitação unifamiliar, O regime de edificação será avaliado empreendimentos turísticos e aldeamentos turísticos em conformidade. Contudo, em quase todas as categorias de solo rural (com exceção 14 salienta-se que a AAE rege-se por dos espaços naturais), o que se afigura contraditório objetivos de avaliação e não por com os objetivos estratégicos predefinidos, na AAE, de objetivos estratégicos. contenção da impermeabilização de solos produtivos, florestais e agrícolas, salvaguarda dos valores naturais e paisagísticos e da fragmentação dos corredores

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ENTIDADE PARECER N.º PONDERAÇÃO

ecológicos. Na página 166 é referido que, sem a revisão do PDM, continuaremos a assistir à dispersão urbana, reiterando o resultado positivo da avaliação do plano no que respeita à estratégia de consolidação do parque urbano, já excedentário relativamente às necessidades da população, um dos objetivos estratégicos do plano. No entanto, a proposta de ordenamento e de regulamento não concretizam efetivamente uma proposta na contenção da edificação dispersa.” “ – falta um capítulo de síntese e conclusões da 15 Será considerado no RA. avaliação;” “ – faltam as diretrizes para o planeamento, gestão e 16 Concorda-se com o exposto. monitorização, como anunciado na página 13 do RA;” “ – verifica-se que não é apresentado, no RA, o Concorda-se com o exposto. resultado da auscultação das ERAE e demais entidades No presente RA foi incluído um da CA na fase de definição do âmbito da AAE. subcapítulo referente às consultas Recomenda-se assim, que tal lacuna seja colmatada, públicas realizadas denominado 17 devendo ser apresentada, em anexo ao RA, a síntese da “Envolvimento Público e ponderação dos pareceres, explicando como as Institucional”, onde são expostos os sugestões foram acolhidas ou justificando o seu não contributos das entidades aos acolhimento;” elementos da AAE apresentados. “ – no capítulo 6.2 é referido que há necessidade de serem desenvolvidos estudos adicionais para consolidar a metodologia e programa de monitorização e seguimento, o que se considera incoerente com a metodologia de base seguida, e insuficiente, para 18 Será considerado no RA. cumprimento dos artigos 6º e 11º do D.L. 232/2007 de 15 de junho. Assim recomenda-se que a proposta já constante deste capítulo seja reforçada no sentido de se constituir como tal;” “ – alguns indicadores de seguimento não se suportam em parâmetros mensuráveis: por exemplo risco de erosão, ou existência de normas de edificação em solo Será considerado no RA. 19 rural, aspeto que deve ser revisto. Por outro lado, o sistema de monitorização deve ser equitativo, para os diversos FCD e critérios definidos;” O reajuste efetuado aos FCD e “– no FCD Biodiversidade, critério Solo, não é respetivos critérios levou à definição mencionado o contributo da redefinição da RAN e da de um único critério, relativo ao FCD 20 REN, ou da definição da EEM, para os efeitos positivos Biodiversidade, Valores Naturais, no da revisão do PDM;” qual a redelimitação da RAN não será avaliada. Está subentendido nos modelos de “ – na página 62 sugere-se incluir, nas oportunidades, os produção referidos que se trata de modelos de exploração agropecuária e silvopastoril 21 modelos e exploração extensivos extensiva;” focados no produto biológico. “ – na página 66 são reconhecidos os riscos da Concorda-se com o exposto. exagerada expansão urbana para algumas 22 Será considerado no RA. enquanto vetor artificializado do solo. No entanto, não

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ENTIDADE PARECER N.º PONDERAÇÃO

são apresentadas recomendações para o plano. Nas páginas 69, 70 e 71 também é reconhecido o impacte da construção de novas vias, equipamentos e atividades turísticas em zonas vulneráveis a riscos naturais e com efeitos na fragmentação dos ecossistemas e paisagem, sem correspondentes recomendações;” “ – no FCD Recursos Hídricos – caracterização, deveria Concorda-se com o exposto. ser dado maior ênfase às cabeceiras das linhas de água e Será considerado o melhor zonas de recarga dos cursos de água, em particular, na 23 enquadramento dos recursos nascente do rio Ave e a sua articulação com a hídricos. redelimitação da REN no âmbito da revisão do PDM;” Entende-se que todas as opções “ – no capítulo 5.3 não é avaliada a opção intervenção necessárias à avaliação do FCD ligada ao desenvolvimento e apoio de programas de 24 “Ocupação e Gestão Territorial” requalificação de áreas industriais para o FCD Ocupação foram devidamente avaliadas e e Gestão Territorial (Cap. 5.4.1);” consideradas. “ – tendo presente a constatação da reduzida taxa de infiltração da precipitação (20% - pág. 74), a importância do escoamento superficial e, complementarmente do estado de degradação da cobertura florestal (pág. 498) 25 Será considerado no RA. as recomendações deveriam mencionar o contributo da revisão do PDM na defesa do reforço da cobertura florestal para o reduzido escoamento e os riscos de erosão e de cheia;” Concorda-se com o exposto. “ – na avaliação do FCD Recursos Hídricos não é Será considerado o risco de cheia, abordado o indicador ocorrência de fenómenos 26 aquando da avaliação do critério extremos, com ligação com o risco de cheias.” Prevenção dos Riscos. “ (...) recomenda-se que (...) sejam revistas as opções e propostas de revisão do plano, designadamente quanto ao regime de edificação nas categorias de solo rural, que 27 Será considerado no RA. deve ser non-aedificandi, exceto nos aglomerados rurais e nas áreas de edificação dispersa em solo rural.” “Para além da referência ao envio da Declaração Ambiental (DA) à Agência Portuguesa do Ambiente e disponibilização na respetiva página da Internet, é nosso Concorda-se com o exposto. conhecimento que deveria igualmente ser explicitado No presente RA foi incluído um novo que a DA deverá também ser disponibilizada ao público capítulo denominado “Fases de pela Câmara Municipal, através da sua página da 28 Seguimento do Processo”, contendo Internet, em cumprimento com o disposto no ponto 2 dois subcapítulos: Declaração do artigo 10.º do RJAAPP, bem como que deverá ser Ambiental e Seguimento e disponibilizada às entidades com responsabilidades Monitorização. ambientais específicas, referidas no n.º 1 do artigo 7.º, tal como estabelecido no ponto 3 do artigo 10.º do diploma referido.” “O RA apresenta informação desatualizada, quer no próprio texto (“O Município de Vieiras do Minho tem Concorda-se com o exposto. 29 como meta a conclusão do processo de Revisão do PDM Os dados foram atualizados. até finais de 2008, altura em que o plano, acompanhado

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ENTIDADE PARECER N.º PONDERAÇÃO

do presente relatório serão objeto de Consulta Pública”), quer na designação das entidades (ICN, INAG, IGESPAR, ...), quer de base (na “Avaliação da situação atual” dos vários fatores críticos para a decisão, há dados que se reportam ao decénio 1989-1999, a 2002, 2003, 2004, pelo que, face à evolução entretanto verificada, mantém-se alguma reserva quanto À oportunidade da sua utilização como base da política de gestão municipal a implementar); “tendo em consideração que este Relatório é apresentado na sequência de uma anterior pronúncia ao abrigo do ponto 3 do artigo 5.º do RJAAPP sobre o Relatório de Fatores Críticos para a Decisão considera-se o RA deveria indicar explicitamente que entidades foram consultadas e destas quais se pronunciaram e em 30 Será considerado no RA. que moldes, incluindo cópia dos pareceres emitidos, bem como de que forma as recomendações resultantes da consulta institucional foram consideradas no RA, indicando ainda a respetiva fundamentação para as sugestões não acolhidas” “de acordo com a metodologia de base adotada (“Guia de boas práticas para a Avaliação Ambiental Estratégica – Orientações metodológicas”, Partidário, 2007), os fatores críticos para a decisão (FCD) são construídos com base nas questões estratégicas (QE), no quadro de 31 Será tido em consideração no RA. referência estratégico (QRE) e nos fatores ambientais (FA). Neste pressuposto, denota-se uma inversão desta lógica metodológica ao apresentar os FA após a identificação dos FCD” “tendo em consideração as QE identificadas, bem como as Linhas de Orientação Estratégica do PDM definidas, no âmbito dos FCD denota-se a ausência de consideração das seguintes temáticas, consideradas fundamentais:  Associadas às questões socio-económicas, os aspetos relacionados com a população, atividades Concorda-se com o exposto. económicas (requalificação áreas industriais, 32 As referidas temáticas serão turismo, produção de energia, ...), acesso e níveis consideradas no RA. de atendimento dos equipamentos (escolares, de apoio à 3.ª idade e infância, desportivos, de lazer, ...);  Associados às questões ambientais, os aspetos relacionados com a eficiência energética, ruído, riscos naturais, resíduos sólidos urbanos;  Acessibilidades, mobilidade e transporte público;” A listagem dos imóveis de interesse “Sugere-se a remissão para anexo da listagem dos patrimonial foi removida do imóveis de interesse patrimonial apresentada no 33 presente documento, uma vez que subcapítulo 5.3.2;” se considera não ser pertinente para a avaliação a listagem exaustiva dos

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ENTIDADE PARECER N.º PONDERAÇÃO

imóveis de interesse patrimonial no RA. “Não resulta claro qual o critério definido para a escolha das “Intervenções” a analisar no âmbito da “Avaliação 34 Será avaliada a pertinência no RA. estratégica de impactes e recomendações” de cada FCD.” “A monitorização do PDM de Vieira do Minho deve incluir indicadores e metas que permitam avaliar a sua conformidade e adequabilidade. Assim sendo, os indicadores dever-se-ão concentrar na influência que do Plano nas decisões que forem tomadas no período da sua vigência e nos efeitos dessas mesmas decisões, em 35 Concorda-se com o exposto. vez de indicadores de caráter genérico em torno de mudanças na biodiversidade e na geodiversidade, que podem resultar de efeitos e intervenções mais vastas, muitas das quais não terão, ou terão muito ligeira, relação com as questões de planeamento e desenvolvimento do concelho de Vieira do Minho;” Importa que a avaliação, que informará o futuro processo revisão do PDM, permita detetar de que forma a estratégia territorial contribui para alcançar objetivos 36 Concorda-se com o exposto. ao nível da conservação da natureza e, quando expressas propostas/ações, se são concretizadas ou não;” “Na esteira do referido, considera-se necessário a inclusão de indicadores que reflitam as componentes fundamentais de suporte para os valores naturais Concorda-se com o exposto biológicos que ocorrem no concelho de Vieira do Minho, 37 (indicadores de seguimento). ICNF nomeadamente, “Bosques de folhosas autóctones”, “Bosques ripícolas” e “Prados naturais e semi-naturais” (unidade de medida: hectares);” “Eventualmente, o(s) indicador(es) proposto(s) pode(m) ser comprometidos(s) com o referido no tema florestas “Tipologia da Floresta existente” desde que permita destrinçar aqueles biótipos ou mesmo habitats naturais 38 Será avaliada a pertinência no RA. de interesse comunitário, por exemplo, “Carvalhais galaico portugueses de Quercus robur e Quercus pyrenaica” (cód. 9230);” “Recomenda-se ainda um indicador relativo aos valores naturais geológicos, ao nível do seu estado de conservação ou, caso o Programa de execução inclua ações nesta área, por exemplo, “N.º de intervenções físicas executadas de salvaguarda e promoção de geossítios” (unidade de medida: n.º de ações Será tido em consideração no RA. executadas conforme planeado), considerando o 39 seguinte:  A existência de um geossítio e interesse nacional – “Toco-Soutinho” – um dos dezasseis Geossítios selecionados como possuindo relevância nacional, na categoria temática “Vestígios de glaciações

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ENTIDADE PARECER N.º PONDERAÇÃO

plistocénicas”, no âmbito do inventário nacional de geossítios de relevância nacional e internacional decorrido entre 2007 e 2011 (Pereira et al. 2013. Vulnerabilidade em património geomorfológico não protegido: o caso do geossítio “Vale do Alto Vez” (Serra da Peneda). VI Congresso Nacional de Geomorfologia. Coimbra, 2013), mas que está de acordo com a mesma fonte muito vulnerável à degradação;  A Recomendação Rec(2004)3 do Conselho da Europa – Conservation of the Geological Heritage and Areas of Special Geological Interest – aprovada em 2004 pelo Conselho de Ministros do Conselho da Europa, propondo aos Estados-membro a implementação de medidas de inventariação, conservação e gestão do património geológico;” “Importa ainda neste Relatório ter presente que a Direção Regional dos Recursos Florestais e Instituto da Conservação da Natureza foram extintos e as suas 40 Será tido em consideração no RA. atribuições são atualmente desempenhadas pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.”

Tendo em consideração que a AAE é um procedimento de acompanhamento contínuo e sistemático de avaliação, após a receção do parecer da CCDR-N em relação ao RDA foi sentida a necessidade de se reajustar os FCD e seus critérios (Quadro 4). Este reajustamento contribuiu para potenciar, de um modo mais abrangente, a análise de várias questões importantes/críticas.

Quadro 4 | Reajustamento dos FCD e respetivos critérios

FCD (RDA) CRITÉRIOS (RDA) FCD CRITÉRIOS JUSTIFICAÇÃO

Os critérios “floresta”, “espaços naturais” e “solo” foram aglutinados no critério “Valores Floresta Valores Naturais naturais” pois, a questão da floresta e do solo será analisada no Biodiversidade Biodiversidade FCD “Ocupação e Gestão Territorial”.

Espaços Naturais Considerando que os recursos hídricos são fundamentais para se Recursos Hídricos Solo assegurar o continnum naturale e potenciar a biodiversidade optou-

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FCD (RDA) CRITÉRIOS (RDA) FCD CRITÉRIOS JUSTIFICAÇÃO

se por incluir este antigo FCD, como um critério do FCD “Biodiversidade”. Recursos Recursos Hídricos Incluído como critério de avaliação do FCD Biodiversidade. Hídricos

Responsabilização Optou-se por agregar os critérios património arquitetónico e Património Património património arqueológico num só. Arquitetónico Arquitetónico e A questão da responsabilização é Arqueológico Património considerada transversal pelo que, Património e Património e Arqueológico foi eliminada. Paisagem Paisagem Aldeias Optou-se por designar o critério “Identidade” por “Paisagem” pois, Paisagem o objetivo do mesmo era “(…) Identidade proteger o carácter e a diversidade da paisagem”.

Solo Foi definido o critério “Sistema Ocupação e Ocupação e Sistema Urbano e Urbano e Rural”, de modo a que a Gestão do Gestão do Espaço Rural e Rural avaliação deste FCD considerasse Território Território Urbano um maior número de objetivos.

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CAPÍTULO III. OBJETO DE AVALIAÇÃO

Segundo Partidário (2007, pp. 38), o “objeto de avaliação em AAE deve-se identificar com os objetivos e as grandes opções estratégicas consideradas num processo de planeamento ou programação”. No presente processo de AAE o objeto de avaliação é o Plano Diretor Municipal de Vieira do Minho, mais concretamente a sua proposta de revisão, sendo avaliadas as estratégias de desenvolvimento e as opções que traduzem os objetivos consideradas para o plano.

Segundo o RJAAE, o PDM tem como objetivo estabelecer a estratégia de desenvolvimento territorial, a política municipal de ordenamento do território e de urbanismo e as demais políticas urbanas e estabelece o modelo de organização espacial do território municipal, garantindo a necessária integração e articulação com orientações estabelecidas pelos instrumentos de gestão territorial de âmbito nacional e regional. O modelo de organização espacial do território municipal tem tradução, em concreto, na classificação e a qualificação do solo e respetivas normas regulamentares.

Neste contexto a AAE da revisão do PDM de Vieira do Minho, para além de considerar os objetivos estratégicos delimitados em diversos documentos, baseia-se nos estudos de caracterização1 e nos estudos setoriais elaborados para o efeito, designadamente a proposta de delimitação da REN e RAN, o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil e o Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios.

1 Município de Vieira do Minho, GeoAtributo (2011) “Volume II – Estudos de Caracterização e Diagnóstico”

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3.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E ENQUADRAMENTO

O concelho de Vieira do Minho localiza-se na NUT III – Ave, estando limitado a norte pelos concelhos de Amares, Terras de Bouro e Montalegre, a sul pelo concelho de Fafe, a este pelos concelhos de Montalegre e Cabeceiras de Basto e a oeste pelo concelho de Póvoa de Lanhoso. Este concelho, com uma área total de 218,50 km2, é constituído por 16 freguesias, em resultado da recente reforma territorial, a saber: União das freguesias de Anissó e Soutelo, União das freguesias de Anjos e Vilar do Chão, União das freguesias de Caniçada e Soengas, União das freguesias de Ruivães e Campos, União das freguesias de Ventosa e Cova, Cantelães, Eira Vedra, Guilhofrei, Louredo, Mosteiro, Parada do Bouro, Pinheiro, Rossas, Salamonde, Tabuaças e Vieira do Minho (Figura 3).

Figura 3 | Enquadramento geográfico e administrativo do concelho de Vieira do Minho

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3.2 ANTECEDENTES

Para que haja uma melhor contextualização e detalhe do objeto de avaliação serão apresentados os antecedentes à Revisão do PDM de Vieira do Minho.

3.2.1 PLANO DIRETOR MUNICIPAL

O PDM de Vieira do Minho, atualmente em vigor, foi concebido e elaborado entre 1992 e 1994, tendo sido aprovado pela Assembleia Municipal de Vieira do Minho em 30 de Novembro de 1994, ratificado pelo Governo em 14 de Setembro de 1995 e entrado em vigor com a consequente publicação em Diário da República (RCM n.º 113/95, de 28 Outubro).

Segundo o Município de Vieira do Minho a presente revisão assenta sobre quatro grandes grupos de fundamentos básicos:

 Alterações estruturais e conjunturais: que ocorreram entre o início dos anos 90 e o presente. Estas alterações, tanto de âmbito global como de âmbito local, determinam hoje um novo contexto que recomenda a revisão do principal instrumento de estratégia de desenvolvimento e de gestão territorial do concelho de Vieira do Minho. De salientar que as referidas mutações a nível local são, elas próprias resultantes em larga escala da ação transformadora e reguladora do PDM, agora em fase de revisão;

 Longo período de tempo de vigência: o exercício de gestão passiva e ativa com o PDM permitiu, por um lado, criar uma noção global na comunidade de que o uso e transformação do território têm que ser equacionados através do exercício de planeamento e gestão, e que este se deve realizar de forma transparente sob a forma de planos. Isto permitiu criar uma base de hábitos, conceitos e práticas em todos os agentes intervenientes, desde os políticos aos munícipes e permitiu constatar dificuldades e porventura alguma rigidez na operacionalidade das medidas e propostas do PDM, nomeadamente alguns desajustamentos e mesmo entraves ao desenvolvimento local, que importa corrigir;

 Alteração profunda do regime jurídico: que enquadra a política e o exercício do ordenamento do território. Desde o DL n.º 69/90, de 2 de Março que foi o normativo que enquadrou a elaboração, aprovação e ratificação do PDM de Vieira do Minho, até

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à data, assistiu-se e ainda se assiste, em Portugal, a uma completa e profunda alteração do regime jurídico em questão que produziu impactos não apenas nos aspetos formais do exercício de planeamento, mas principalmente alterações substanciais de conteúdo, âmbito e natureza;

 Correções de omissões e erros: o exercício de gestão levado a cabo a partir da entrada em vigor do PDM permitiu isolar um conjunto de erros, omissões e incoerências entre peças desenhadas e escritas, que serão corrigidas com a presente RPDM.

3.2.2 PLANO DE URBANIZAÇÃO (PU) DAS CERDEIRINHAS

O PU das Cerdeirinhas, aprovado pela RCM n.º 170/2007, de 25 de Outubro, localiza-se na freguesia de Tabuaças e abrange uma área de cerca de 160 ha, integrando-se numa estratégia de desenvolvimento local fundamentada na dinâmica de crescimento do aglomerado urbano, considerado de localização estratégica na hierarquia do concelho de Vieira do Minho, face ao seu atravessamento por duas infra -estruturas da rede rodoviária nacional (EN 103 e EN 304), com especial enfoque na criação de novas áreas industriais, na reestruturação da rede viária e na organização de espaços destinados a equipamentos coletivos estruturantes. O PU das Cerdeirinhas não apresenta total conformidade com o PDM de Vieira do Minho em vigor, uma vez que procede à redelimitação dos limites da UOPG prevista neste para a sua área de intervenção, à reclassificação e requalificação de usos do solo, à desafetação de áreas da Reserva Agrícola Nacional (RAN) e da Reserva Ecológica Nacional (REN), e consequente alteração das respetivas delimitações (RCM n.º 170/2007, de 25 de Outubro).

De acordo com o art.º 3.º da RCM n.º 170/2007, de 25 de Outubro, este tem como “objetivos fundamentais a definição da organização espacial do meio urbano, prosseguindo o equilíbrio da composição urbanística, estabelecendo, designadamente, o perímetro urbano em função do zonamento, a conceção geral da forma urbana, os parâmetros urbanísticos, o destino das construções, os valores patrimoniais a proteger, os locais destinados à instalação de equipamentos, os espaços livres, o traçado esquemático da rede viária e das infraestruturas principais e as subunidades operativas de planeamento e gestão, decorrentes dos eixos estratégicos definidos no âmbito da prossecução do plano, nomeadamente:

1. Afirmar as Cerdeirinhas como espaço urbano organizado e com um papel fundamental como interface concelhio;

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2. Fazer ascender as Cerdeirinhas ao nível de aglomerado de 2ª ordem na rede urbana municipal do concelho de Vieira do Minho.

Figura 4 | Planta de Zonamento do PU das Cerdeirinhas (Fonte: SNIT, DGOTDU)

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3.3 SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO DO PDM

A análise SWOT elaborada pela equipa do plano permite percecionar de uma forma geral os elementos de maior relevância a ter em conta no planeamento estratégico. Tendo por base os trabalhos de revisão do PDM de Vieira do Minho, transcreve-se nos quadros seguintes a análise SWOT, elaborada pela equipa do plano e constante dos Estudos de Caracterização e Diagnóstico da RDPM de Vieira do Minho, distinguindo as forças e as fraquezas, as oportunidades e ameaças que se colocam ao desenvolvimento do concelho.

Quadro 5 | Pontes Fortes e Fracos do concelho de Vieira do Minho

ANÁLISE INTERNA

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

 Áreas com declives menos acentuados  A grande maioria do solo do concelho são propícias ao desenvolvimento de (cerca de 78%) não tem qualquer várias atividades (agrícolas/ pastorícia). aptidão agrícola.

 Apenas 5,3% do território são  Vasta área de declives superiores a 30%. constituídos por leptossolos (limitados  Em cerca de ¼ do território as vertentes em profundidade por rocha contínua e

são expostas a norte, o que condiciona a dura ou material muito calcário ou uma edificação/ ocupação/ uso do solo nas camada muito cimentada). mais variadas atividades (turismo,  Temperaturas medianas e elevados habitação, etc.). quantitativos de insolação são mais-  Área norte, próximo do rio Cávado, com valias para sectores específicos como o tendência para formação de nevoeiros. turismo.  Avanço das invasoras lenhosas.  Grande maioria dos solos tem aptidão para produção florestal.  Elevado risco de erosão nas zonas de maior elevação.  Somente cerca de 8% do território não tem qualquer aptidão florestal (e este  Elevado risco de incêndio. valor já inclui as principais áreas  Gestão incipiente dos povoamentos

VALORES NATURAIS VALORES E OCUPAÇÃO SOLO DO urbanas). florestais.  Elevado potencial produtivo para a caça  Pastoreio desordenado e pouco e pesca, silvopastorícia e exploração de eficiente. produtos não lenhosos, apicultura, cogumelos silvestres e plantas aromáticas e medicinais e de adornamentos.

 Elevado potencial para a criação de espaços de recreio e lazer.

 Grandes potencialidades de produção

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energética a partir dos seus recursos hídricos (muita já instalada) e eólica (ainda pouco explorada).

ANÁLISE EXTERNA

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

 Apoiar unicamente projetos de  Risco de incêndio e destruição do agricultura extensiva em determinados coberto vegetal pela existência de nichos de produção, como produtos extensos povoamentos de acácias e biológicos e produtos regionais de eucalipto. qualidade.  Desaproveitamento das potencialidades  Apostar na produção florestal como naturais e paisagísticas do concelho em atividade para as áreas rurais. prejuízo do desenvolvimento turístico.

 Coordenar e planear política de  Potencial ampliação dos perímetros ordenamento florestal e proteção da urbanos para áreas afetas a RAN e REN. floresta.  Existência de situações que podem  Explorar potencialidades cinegéticas, constituir potenciais disfunções juntamente com a exploração florestal. ambientais (como a extração de inertes ilegais, deposição de entulho lixo e  Aposta na energia eólica como fonte de sucata, unidades de produção animal, rendimento para as áreas de montanha. utilização excessiva de adubos e  Necessidade de planear a localização de pesticidas, etc.). parques eólicos em termos paisagísticos (a exploração deste recurso não deve nunca comprometer a exploração de outros recursos como o turístico).

ANÁLISE INTERNA

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

 O total de mulheres em período fértil  Tendência contínua de decréscimo aumentou no período 1991/2001. populacional acompanhada pelo

envelhecimento generalizado da  Aumento da esperança média de vida. população residente.  Concelho com grandes potencialidades  População ativa com baixos níveis de

nos segmentos de turismo rural, de ECONOMIA

- qualificação escolar. aldeia, de montanha e de natureza.  Inexistência de escolas profissionais a SOCIO  Alguma vitalidade do sector agrícola, nível concelhio, taxas de insucesso e nomeadamente no que diz respeito à abandono escolar elevadas. produção animal.  Baixas taxas de fecundidade/ natalidade.  Aumento da população residente na sede concelhia e freguesia de Eira Vedra.  Insuficiência dos serviços de apoio à infância e necessidade de respostas mais  Presença significativa de população ajustadas às necessidades da população residente em idade ativa, apesar de ter

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sofrido um acréscimo na década 1991/ idosa. 2001.  Inexistência de respostas para a  Apesar de as projeções demográficas população com deficiência. apontarem cenários de decréscimo  Crescente sedimentação de grupos populacional, ele não é muito acentuado particularmente vulneráveis à pobreza e quando comparado com outras unidades exclusão: idosos, deficientes, menores territoriais e pode, até, conjeturar-se em risco e desempregados. uma certa estabilização do número de residentes a médio/ longo prazo.  Dualidade entre um centro povoado e dinâmico e as restantes freguesias  Taxa de analfabetismo em decréscimo, marcadas pela dispersão demográfica. mas ainda muito elevada.  Cerca de 22% da população  O instrumento de planeamento que é a desempregada tem menos de 25 anos Carta Educativa pressupõe a (percentagem largamente superior à reorganização da rede escolar e define registada no País: 13,5%). metas por forma a combater o abandono e insucesso escolares.

ANÁLISE EXTERNA

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

 Incremento e incentivo à natalidade  No contexto do enquadramento através da oferta de qualidade de vida territorial, Vieira do Minho suporta uma que passa, indiscutivelmente pelo acesso forte pressão exercida pelos pólos a serviços de apoio à família (educação, demográficos vizinhos de , saúde, etc.). Guimarães (centro nevrálgico do Ave) e até Fafe, nomeadamente a sua  Aposta nos sectores de atividade que capacidade de atração de população revelam alguma dinâmica no concelho, jovem e em idade ativa. por forma a, se criar novos empregos e assegurar a manutenção dos existentes.  Persistência de uma estrutura demográfica envelhecida com tendência  Aposta na formação profissional/ para um aumento do peso da população requalificação da mão-de-obra. dependente (fruto da transição de ativos  Aposta na qualidade da oferta turística para segmentos terminais da pirâmide no concelho. etária).

 Emparcelamento e aposta no  Progressiva tendência para o cooperativismo como forma de esvaziamento populacional do concelho dinamizar/desenvolver o sector agrícola. e consequente perda de massa crítica.

 Difusão das novas TIC poderá originar  Falta de investimentos significativos novos serviços e atividades no espaço públicos e privados. rural, em particular o recurso ao teletrabalho e às teleatividades.

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ANÁLISE INTERNA

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

 Alguma dinâmica urbanística associada  Dispersão urbana que contribui para a às características fisiográficas da área existência de diversos espaços concelhia, concretamente as áreas mais desocupados. planas.  Descaracterização de alguns conjuntos  Bom nível de cobertura da rede de urbanos induzida pelo processo de abastecimento de água (superior à renovação urbana ou pela introdução de verificada nos concelhos da NUT III – traços arquitetónicos distintos dos locais. Ave).  Alguns núcleos antigos caracterizam-se  Baixos níveis de ruído ambiente no por mau estado de conservação e concelho (as principais fontes de ruído abandono. são as vias rodoviárias, designadamente  Existência de uma percentagem do EN 103). parque habitacional, propriedade de  Alguma dinâmica urbanística associada população emigrada, sendo apenas ao aumento da procura turística/ lazer habitada um mês por ano. no concelho.  Apesar da grande cobertura, a rede de  abastecimento de água do concelho é Arquitetura tradicional muito presente nos núcleos antigos de alguns bastante deficitária na medida em que aglomerados. acusa falhas de abastecimento especialmente no período de maior  Existência de zonas industriais que calor. dinamizam o desenvolvimento do concelho.  Uma das lacunas do sistema hidráulico DINÂMICAURBANA do Município é a perda de água na rede  Existência de alguma dinâmica de distribuição que atinge, em média, urbanística no concelho com particular cerca de 3% da água captada. ênfase na vila de Vieira do Minho.  Captações de águas subterrâneas não  Existência de diversos espaços públicos monitorizadas, destinadas à produção de intervencionados. água para consumo humano.  Existência de espaços naturais com valor paisagístico.

ANÁLISE EXTERNA

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

 Águas do Ave S.A (agora Águas do  Aumento da desertificação e da Noroeste), empresa que gere e explora o degradação dos núcleos antigos em Sistema Multimunicipal de função da construção de novas Abastecimento de Água e de habitações. Saneamento no município, preveem vários projetos para o concelho que  Tendência para a ocupação urbana se contribuirão para a melhoria da efetuar ao longo dos principais eixos qualidade de vida da população viários e caminhos existentes. vieirense, salvaguardando e preservando

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o meio ambiente.

 Criação de um quadro normativo na revisão do PDM que controle a ocupação fora das áreas urbanas que promova a renovação dos edifícios nos núcleos mais antigos dos aglomerados e que controle a cércea dos edifícios a construir.

 Implementação de projetos de requalificação urbana.

 Elaboração de projetos de execução com vista ao desenvolvimento desportivo/ turístico/ de lazer do concelho.

ANÁLISE INTERNA

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

 Em termos de hierarquia da rede viária,  População progressivamente a dotação é satisfatória. envelhecida que necessita de cuidados de saúde regulares e continuados.  Serviço de transporte escolar assegurado, ainda que garantido em  A acessibilidade dificultada por parte da moldes protocolares por operadores população das freguesias periféricas aos externos à câmara. equipamentos e eventos culturais concentrados no centro da vila.  Distância razoável às cidades de Guimarães e Braga.  Diminuição da população jovem versus aumento da esperança média de vida,  Principais acessibilidades asseguradas dificuldade em fixar população. por eixos integrados na rede nacional.  A localização dos equipamentos de  A área desportiva útil, no concelho de saúde pressupõe áreas centrais, e uma Vieira do Minho é de 5,05, o que dimensão populacional que justifique a ultrapassa o valor médio fixado pelo sua implantação. Conselho da Europa (4,0m2/hab).  Aprendizagem dos alunos e a sua  Quase todas as freguesias facultam o sociabilização é prejudicada pelo acesso a um equipamento desportivo.

usufruto de um parque escolar INFRAESTRUTURASE EQUIPAMENTOS  Trabalho social estruturado e realizado degradado. em parceria com a Segurança Social e as  Vias existentes colocam o município entidades no terreno. relativamente afastado do centro de  A sede concelhia, pela sua dimensão gravidade do AVE (Guimarães, V.N. populacional e categoria administrativa, Famalicão, etc.). acaba por justificar a concentração dos  Pouca oferta de serviço de transporte equipamentos. público. Degradação do serviço e imagem geral do transporte público.

 Alguma sobreocupação dos equipamentos escolares, em

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determinados níveis de ensino.

ANÁLISE EXTERNA

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

 Inserção do concelho na AMAVE, que  Fácil e rápida ligação de Vieira do Minho dispõe de vários projetos e de uma a cidades como Braga e Guimarães, que estratégia e que se afigura como uma poderá surgir como um impulsionador estrutura de concertação a nível supra e da saída de pessoas do concelho para intermunicipal. trabalhar e residir nestas áreas com mais ofertas educativas e profissionais.  Avaliar a necessidade de criar Centros de Convívio, Centros de Dia e Lar de Idosos.  Falta de verbas da Câmara Municipal, apesar da transferência de competências  Avaliar a necessidade de novos CAT’s e do poder central. Lares para crianças e jovens.  Equipamentos de apoio à terceira idade  Apostar em nichos de oferta diferentes a funcionarem próximo da saturação das dos existentes nos centros urbanos suas capacidades o que acrescido ao próximos; apostar na progressivo envelhecimento complementaridade; aproveitar a populacional, poderá significar que a oportunidade que significa a “Guimarães médio/ longo prazo não consigam Capital Europeia da Cultura” para toda a responder eficazmente à procura. região.  Dependência funcional de Vieira do  Diversificação na oferta de Minho face a outros centros urbanos de equipamentos desportivos, sobretudo ao maior dimensão no acesso a nível dos equipamentos de base determinados serviços e equipamentos. (formativo e recreativo).  Proximidade a cidades como Braga e  Melhorar a rede de transportes ao nível Guimarães que dispõem de estruturas e de percursos/trajetos e horários equipamentos diversificados ao nível da associados e/ou criar percursos especiais cultura. de transporte para a população com idades mais avançadas.  Contaminação das linhas de água pelas descargas efetuadas sem tratamento.  Necessidade de apostar no projeto VIA do AVE para a ligação do concelho ao  Algumas das atividades existentes em litoral e à rede de Autoestradas. espaço rural (agricultura, pequenas indústrias ou armazéns, pecuária, etc.)  Planificar, juntamente com as empresas podem ter consequências ao nível da transportadoras, um serviço de qualidade dos solos e água. transporte coletivo que proporcione maiores possibilidades de mobilidade da população. Planear a oferta, juntamente com os operadores, e melhorar a imagem dos transportes coletivos.

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ANÁLISE INTERNA

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

 Recursos endógenos (naturais e  Falta uma estratégia para o turismo por culturais) que estão particularmente parte do município. adequados para a oferta de produtos  Falta de perspetiva empresarial por turísticos relacionados com o mundo parte dos proprietários dos alojamentos. rural, espaço de montanha e atividades náuticas e de recreio.  Falta de mão-de-obra qualificada.

 Reconhecido potencial para  Necessidade de um maior esforço de determinadas ofertas turísticas. qualificação de algumas estruturas.

 Reconhecimento generalizado da  Subaproveitamento dos recursos importância desta área para o endógenos. desenvolvimento do concelho.

ANÁLISE EXTERNA

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

 Aposta em estratégias de marketing e da  Fraco potencial de conhecimentos/

promoção da imagem de Vieira do adaptabilidade e inovação, decorrente Minho e das suas mais-valias. da fraca formação e qualificação dos ativos. TURISMO  Definição da estratégia do concelho para o Turismo.  Fraca autonomização nos vários segmentos produtivos e consequente  Identificação dos recursos turísticos e perda de valor acrescentado resultante enquadramento dos mesmos nas da transformação de produtos locais. políticas municipais, por forma a garantir a sua utilização sustentada.  Ausência de empreendedorismo que resulta num fraco dinamismo e  Promoção de processo de Certificação incipiente inovação. de qualidade para os serviços associados à oferta turística.  Necessidade de reforço da competitividade e valorização do  Campanha/ incentivos de “legalização” território. dos estabelecimentos que oferecem alojamento.

 Apostar numa oferta cultural específica que identifique o concelho (vestígios pré-históricos da Serra da Cabreira, vestígios de presença militar nas freguesias de Salamonde e Ruivães, vestígios de troços da via XVII do itinerário Antonino), numa ótica de marketing para o próprio município.

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3.4 OBJETIVOS DA REVISÃO DO PDM DE VIEIRA DO MINHO

A proposta de RPDM de Vieira do Minho, para além de estabelecer um modelo de organização territorial é também um instrumento orientador das estratégias de desenvolvimento do território municipal, que assenta em três princípios:

1. Competitividade: a estratégia de desenvolvimento adotada para o concelho deverá promover o reforço dos fatores que potenciem o crescimento económico, o emprego e a inserção da região nos mercados globais;

2. Coesão: a estratégia de desenvolvimento adotada para o concelho deverá promover a diminuição das assimetrias existentes, quer em termos sociais e económicos, quer em termos territoriais, agindo sempre que possível por antecipação, evitando assim a criação de situações de exclusão;

3. Sustentabilidade: a estratégia de desenvolvimento adotada para o concelho deverá promover e salvaguardar a preservação de recursos não renováveis, não hipotecando o desenvolvimento futuro e garantir a sustentabilidade no tempo de dinâmicas de desenvolvimento.

Os Termos de Referência e Oportunidade que despoletaram o processo de RPDM de Vieira do Minho definem cinco objetivos estruturantes, que devem ser considerados no desenvolvimento da estratégia, nomeadamente:

1. Avaliar, aprofundar e tornar explicita a estratégia de desenvolvimento socioeconómica e cultural do concelho, devidamente enquadrada na dinâmica regional em que se insere;

2. Avaliar e redefinir o zonamento adequando-o às novas realidades e tendências mais espectáveis do sistema socioeconómico e capaz de espacializar a estratégia de desenvolvimento;

3. Avaliar, redefinir, completar e otimizar a articulação das redes de equipamentos, infraestruturas e serviços públicos;

4. Avaliar e redefinir os mecanismos de equilíbrio e salvaguarda ambiental;

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5. Identificar áreas-problema com expressão espacial ou não que devam ser alvo de planos de intervenção e gestão específicos.

Face ao exposto e de acordo com o Relatório da Proposta, a equipa responsável pela revisão do plano definiu que a estratégia de desenvolvimento territorial assenta em três temáticas fundamentais:

1. Turismo através da criação e implementação de uma estratégia associada à valorização dos recursos naturais e culturais do concelho;

2. Agricultura enquanto complemento de rendimento para as famílias residentes e/ou enquadrada por unidades agrícolas de pequena e média dimensão, podendo estas obter vantagens comparativas da localização do concelho, quer em termos de produtos regionais e/ou certificados, quer em termos de potenciais mercados que se encontram a uma curta distância;

3. Criação de emprego ligado à indústria e serviços, onde as empresas de base familiar devem ser consideradas com vista a que se garantam as condições necessárias à existência das mesmas.

Salienta-se que aquando da publicação do DL n.º 232/2007, de 15 de junho a proposta de RPDM de Vieira do Minho já estava em fase de conclusão pelo que, a capacidade que a AAE teve de influenciar a decisão estratégica da proposta do plano não é a desejável.

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3.5 QUESTÕES ESTRATÉGICAS

As Questões Estratégicas (QE) têm como objetivo definir as intenções e o alcance da RPDM de Vieira do Minho e perceber qual é o seu potencial estratégico e as suas implicações ambientais. Estas são consideradas elementos estruturantes que permitem descrever quais são os principais objetivos do plano e que para além disso, contribuem para a definição dos FCD.

A identificação destas foi realizada com base nos objetivos definidos para a RPDM de Vieira do Minho e apoiada no Quadro de Referência Estratégico, que enquadra estrategicamente a elaboração do plano. Deste modo, resultaram as seguintes questões estratégicas para o concelho de Vieira do Minho, que representam os vetores de estruturação do plano e da AAE.

Quadro 6 | Questões Estratégias da AAE da RPDM de Vieira do Minho

QUESTÕES ESTRATÉGICAS ESTRATÉGIAS

A1. Desenvolver e apoiar programas de requalificação de áreas industriais. A2. Desenvolver e apoiar programas do sector turístico, em A. Atrair para o território concelhio maior especial o turismo ligado à natureza e património. investimento privado A3. Consolidar a produção de energias alternativas (energia eólica). A4. Reforçar os sectores agropecuários e florestais, da indústria agroalimentar e da transformação dos produtos florestais B1. Requalificar e dinamizar as estruturas turísticas existentes no concelho, com especial enfoque nas ligadas ao turismo rural. B. Promover o desenvolvimento do sector B2. Apoiar programas de carácter turístico, em especial o turístico turismo ligado à natureza e património B3. Criar condições e apoiar empreendimentos turísticos de elevado potencial económico e social (p. ex. o Empreendimento Turístico do Ermal). C1. Promover o correto ordenamento dos espaços urbano e rural. C2. Promover a consolidação do tecido urbano dos C. Revitalizar urbanística, ambiental e aglomerados. funcionalmente o território concelhio C3. Articular o centro concelhio e os aglomerados envolventes.

C4. Criar e reforçar as centralidades urbanas, existentes e emergentes.

C5. Requalificar o espaço urbano.

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS ESTRATÉGIAS

D1. Concretizar a estrutura ecológica municipal, que se pretende que seja uma estrutura verde, contínua e transversal ao concelho.

D. Melhorar as condições ambientais do D2. Promover a qualificação paisagística e patrimonial. concelho D3. Controlar o ruído ambiente.

D4. Identificar e prevenir os riscos naturais.

D5. Melhorar os níveis de abastecimento de água, drenagem de esgotos e a recolha de resíduos sólidos urbanos E1. Promover a melhoria das acessibilidades entre o Município e os principais centros urbanos da região. E. Melhorar as acessibilidades e a mobilidade E2. Promover a melhoria das principais ligações entre os no concelho e com o exterior principais aglomerados e destes com a sede concelhia. E3. Propor a hierarquização da rede viária que permita uma gestão racionalizada da mesma. F1. Promover a equidade de acessos aos equipamentos e serviços fundamentais. F2. Promover a inclusão social. F. Melhorar as condições sociais e de qualidade F3. Promover a coesão territorial, através da melhoria dos de vida do concelho índices de habitabilidade, urbanidade e ruralidade. F4. Promover a escolaridade e a qualificação, dando especial atenção aos recursos humanos concelhios. F5. Requalificar e promover o património cultural.

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CAPÍTULO IV. FATORES CRÍTICOS PARA A DECISÃO

4.1 QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO

Para a AAE da RPDM de Vieira do Minho foram identificados os seguintes instrumentos de ordenamento do território, de âmbito nacional e regional, que estabelecem objetivos de sustentabilidade e que enquadram estrategicamente o âmbito e a escala do plano (Ver Anexo C e D):

Quadro 7 | Quadro de Referência Estratégico do PDM de Vieira do Minho

ÂMBITO DOCUMENTO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO

Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN 2007-2013)

Programa Nacional para a Política de Ordenamento do Território (PNPOT)

Plano Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC)

Plano Nacional de Ação Ambiente e Saúde (PNAAS)

Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI)

Programa Nacional de Desenvolvimento Rural (PNDR)

Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB)

Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (ENDS)

Estratégia Nacional para as Florestas (ENF)

NACIONAL Plano de Bacia Hidrográfica do Ave (PBH-Ave) Plano de Bacia Hidrográfica do Cávado (PBH-Cávado)

Plano de Ordenamento da Albufeira da Caniçada (POAC)

Plano de Ordenamento da Albufeira do Ermal (POAE)

Plano Estratégico Nacional para o Turismo (PENT)

Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos II (PERSU II)

Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais (PEAASAR II)

Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Minho (PROF-BM)

Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água (PNUEA)

Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais (ENEAPAI)

Diretiva Quadro da Água (DQA)

REGIONAL Plano Regional de Ordenamento do Território do Norte (PROT-N) – em aprovação governamental MUNICIPAL Plano Municipal de Emergência de Vieira do Minho (PME-VM)

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Após a análise refletida dos objetivos dos Planos e Programas selecionados para o Quadro de Referência Estratégico, procedeu-se a uma análise de convergência entre estes e as QE identificadas. Os resultados desta análise encontram-se listados no quadro seguinte:

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Quadro 8 | Convergência entre os instrumentos do QRE e as QE do PDM de Vieira do Minho identificadas

Promover o Revitalizar urbanística, Melhorar as acessibilidades Melhorar as condições Atrair para o território Melhorar as condições concelhio maior desenvolvimento do ambiental e funcionalmente e a mobilidade no concelho sociais e a qualidade de ambientais do concelho investimento privado setor turístico o território concelhio e com o exterior vida do concelho QREN X X X X X X PNPOT X X X X X X PNAC X X PNAAS X X X PNDFCI X X PNDR X X X X X ENCNB X X X ENDS X X X X X X ENF X X X PBH-Ave NACIONAL X X X X X PBH-Cávado X X X X X POAC X X X POAE X X X X X PENT X X X X X X PERSU II X X PEAASAR II X X PROF-BM X X PNUEA X X X ENEAPAI X DQA X X

REGIONAL PROT-N X X X X X X

MUNICIPAL PME-VM X X X

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4.2 FATORES AMBIENTAIS

Após a identificação do QRE e da definição das QE foram analisados os Fatores Ambientais (FA). Estes definem o âmbito ambiental relevante e estabelecem o contexto e a escala do objeto de avaliação. Segundo o art.º 6.º do RJAAE, os FA a considerar no processo de AAE são a Biodiversidade, População, Saúde Humana, Fauna, Flora, Solo, Água, Atmosfera, Fatores Climáticos, Bens Materiais, Património Cultural, incluindo o Património Arquitetónico e Arqueológico e a Paisagem.

Seguidamente serão apresentados os Fatores Críticos para a Decisão determinados para a AAE da RPDM de Vieira do Minho, sendo apresentados os Fatores Ambientais relevantes por FCD, de modo que o processo seja focalizado.

4.3 FATORES CRÍTICOS PARA A DECISÃO

Os FCD constituem o esqueleto estruturante da AAE e procuram, essencialmente, apontar aspetos críticos da situação existente e tendencial, relevantes e de destaque para o processo de desenvolvimentos e sua sustentabilidade. Assim, pretende-se avaliar como é que as estratégias do PDM podem dar resposta a estes aspetos críticos.

Os FCD identificados para o presente processo de AAE resultam da análise da interação do QRE, das QE preconizadas na elaboração do plano e dos FA. Os FCD considerados são aqueles que podem causar eventuais efeitos significativos (positivos e/ou negativos) resultantes da aplicação do plano e sobre os quais a AAE se deve debruçar e asseguram o tratamento das Questões Ambientais exigidas no RJAAE.

Assim, no presente caso da revisão do PDM de Vieira do Minho são propostos três FCD que a seguir se apresentam, bem como os respetivos objetivos de sustentabilidade (Quadro 6).

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Quadro 9 | Definição dos FCD e seus objetivos

QRE QE FA FCD OBJETIVOS

ENF Biodiversidade QREN ENDS Fauna PNPOT PROF-BM  Melhorar as condições ambientais do Flora ENCNB concelho; Contribuir para a conservação e valorização dos POAC Solo valores naturais, garantindo a proteção dos recursos PBH-Ave BIODIVERSIDADE POAE  Melhorar as condições sociais e de Saúde Humana hídricos enquanto ecossistemas lineares fundamentais PBH- para assegurar o continnum naturale. PNAC qualidade de vida do concelho. Cávado Água DQA PNDFCI Fatores Climáticos PROT-N Paisagem Água Solo QREN POAC  Melhorar as condições ambientais do concelho; Bens Materiais Assegurar a preservação e a valorização dos valores PNPOT POAE PATRIMÓNIO E População patrimoniais e paisagísticos, enquanto elementos PROT-N PROF-BM  Melhorar as condições sociais e de PAISAGEM Fatores Climáticos importantes para preservar a identidade local. ENDS PENT qualidade de vida do concelho. Património Cultural Paisagem

 Atrair para o território concelhio maior População PNDR investimento privado; QREN Saúde Humana PROF-BM PNPOT  Promover o desenvolvimento do sector Solo Estabelecer um modelo territorial equilibrado e uma PERSU II turístico; OCUPAÇÃO E GESTÃO correta ocupação do solo assegurando a sua PROT-N Património Cultural PEAASAR II TERRITORIAL compatibilização com os valores presentes, numa PNAAS  Revitalizar urbanística, ambiental e Bens Materiais PNUE perspetiva sustentável. ENF funcionalmente o território concelhio; Paisagem ENEAPAI PNDFCI  Melhorar as acessibilidades e a Biodiversidade PME VM mobilidade no concelho e com o exterior. Água

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4.4 IDENTIFICAÇÃO DOS CRITÉRIOS

Associados a cada FCD definiu-se um conjunto de critérios e seus objetivos de sustentabilidade que vão permitir que se perspetive uma tendência de evolução associada a cada FCD. Considerando que o processo de AAE resulta de “um processo iterativo, resultando de integração de componentes e de competências garantido pelo sistema de consulta e participação” (DGOTDU, 2008, pp. 66), os critérios definidos na primeira fase do processo foram reajustados após receção dos pareceres das ERAE.

Seguidamente são apresentados os critérios de avaliação e os seus objetivos.

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Quadro 10 | Identificação dos Critérios e seus objetivos, por FCD

FCD CRITÉRIO OBJETIVOS INDICADORES DE AVALIAÇÃO

Espécies ameaçadas e protegidas (N.º)

Promover a conservação e valorização dos valores naturais Habitats (N.º)

Valores Naturais Povoamentos florestais percorridos por incêndios (ha)

Promover o continnum naturale das áreas de maior valor Estrutura Ecológica Municipal (ha e %) FCD 1 ecológico Reserva Ecológica Nacional (ha e %) BIODIVERSIDADE Contribuir para a redução dos níveis de poluição dos Qualidade das águas superficiais e subterrâneas (classificação INAG) recursos hídricos Recursos Hídricos Contribuir para a manutenção das galerias ripícolas, ao Riscos naturais e tecnológicos associados às linhas de água

longo dos principais cursos de água Extensão das galerias ripícolas (km)

Património classificado (N.º) Património Preservar o património cultural e o património Património com interesse (N.º) Arquitetónico e FCD 2 arqueológico Medidas de proteção do património arquitetónico e das áreas de Arqueológico PATRIMÓNIO E património arqueológico e geológico PAISAGEM Assegurar a valorização e a proteção do carácter da Objetivos de qualidade paisagística por unidade de paisagem Paisagem paisagem Percursos pedestres (Extensão)

Promover o ordenamento do espaço urbano e rural Ocupação do solo urbano e rural (ha) FCD 3 Sistema Urbano e OCUPAÇÃO E GESTÃO Área de expansão urbana (ha) Rural Promover a contenção da expansão e da dispersão urbana TERRITORIAL Solo urbanizado e urbanizável (ha)

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FCD CRITÉRIO OBJETIVOS INDICADORES DE AVALIAÇÃO

Áreas de edificação dispersa (ha)

Área urbana consolidada (ha) Contribuir para a consolidação do espaço urbano Medidas previstas para requalificação urbana

Solo urbano e/ou áreas de edificação dispersa em áreas de risco de Inclusão das zonas de risco na proposta de ordenamento, movimento de vertentes (ha) Prevenção dos Riscos de forma a assegurar a prevenção e garantido a segurança Solo urbano e/ou áreas de edificação dispersa em áreas de risco de de pessoas e bens. cheia e inundações (ha)

Contribuir para melhorar as acessibilidades no concelho Vias propostas (Extensão) Desenvolvimento Criar condições para aumentar o investimento privado no Área destinada a atividades económicas empresarial e industrial (ha) Económico e Social concelho Áreas destinadas ao turismo (ha e %)

Níveis de atendimento de abastecimento de água (%) Garantir níveis de abastecimento de água, de saneamento Níveis de atendimento de saneamento de águas residuais (%) Qualidade Ambiental de efluentes urbanos e de recolha de resíduos sólidos urbanos População servidas por ETAR (%) Qualidade do ambiente sonoro

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CAPÍTULO V. ANÁLISE E AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA POR FCD

Neste capítulo será efetuada a análise e a avaliação ambiental estratégica da revisão do PDM de Vieira do Minho, em função dos fatores críticos definidos, com base nos estudos de análise, tendo por base a proposta de classificação e qualificação do uso do solo e respetivo enquadramento regulamentar, concretizado nas cartas de ordenamento, condicionantes, regulamento e acompanhado do relatório da proposta completa do plano, de fevereiro de 2014.

Para cada FCD será avaliada a situação atual e tendencial e apresentada a avaliação dos efeitos esperados com a proposta do plano. Para cada um são identificadas as propostas que se pretendem relevantes, os efeitos previstos da sua identificação e as observações que se entendem importantes, sejam elas meras constatações de factos ou sugestões de melhoria.

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5.1 BIODIVERSIDADE

5.1.1 VALORES NATURAIS

CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL

O desenvolvimento de qualquer território deverá garantir sempre a conservação dos habitats naturais e espécies abrangidos, pois a sua destruição traduzir-se-á num desenvolvimento não sustentado, que porá em risco o futuro das gerações vindouras.

Do ponto de vista da preservação dos habitats naturais e da fauna e flora selvagens, o concelho de Vieira do Minho inclui no seu território uma área pertencente à Rede Natura 2000, o Sítio Peneda/Gerês (PTCON0001) e uma área protegida da Rede Nacional de Áreas Protegidas, o Parque Nacional da Peneda-Gerês. No entanto, no concelho de Vieira do Minho, estas áreas correspondem apenas à área do plano de água da albufeira da Caniçada, o que representa 0,2% do concelho.

Este Sítio, com uma área de 88.845 ha, abrange três unidades territoriais (NUT III) distintas: Minho-Lima (45%), Cávado (28%) e Alto Trás-os-Montes (27%), envolvendo vários concelhos a estas pertencentes:

Quadro 11 | Concelhos envolvidos no Sítio Peneda/Gerês

% DO CONCELHO % DO SÍTIO NO ÁREA (HA) CONCELHO CLASSIFICADO CONCELHO Amares 766 9,3% 0,9%

Arcos de Valdevez 19.536 43,6% 22,0%

Melgaço 10.173 42,7% 11,5%

Montalegre 21.014 26,1% 23,7%

Ponte da Barca 10.769 59,1% 12,1%

Terras de Bouro 26.310 94,8% 29,6%

Vieira do Minho 188 0,9% 0,2%

Vila Verde 800 3,5% 0,9% Fonte: ICNF

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Mapa 1 | Rede Natura 2000 no concelho de Vieira do Minho

Apesar de não terem sido caracterizados valores naturais (fauna, flora e habitats) no relatório de Análise e Diagnóstico, tal não significa que não existam no concelho de Vieira do Minho habitats naturais, nem espécies da Flora e Fauna do património natural. Segundo o Estudo de Impacto Ambiental “Posto de Corte de Vieira do Minho, A 400kV”de fevereiro de 2013, identifica-se no concelho de Vieira do Minho “6 biótipos e mosaicos de biótipos distintos, dos quais se destacam extensas áreas de matos e matos com afloramentos rochosos e pequenas áreas de florestais de carvalhal”. No mesmo relatório são identificados 3 habitats: “4030 (Charnecas secas europeias), 4020 (Charnecas húmidas atlânticas temperadas de Erica ciliaris e Erica tetralix, habitat prioritário) e 9230 – Carvalhais galaico-portugueses de Quercus robur e Quercus pyrenaica).”

No que diz respeito à fauna o mesmo estudo confirma a existência de 26 espécies com interesse de conservação, das quais 14 são aves, e 7 são mamíferos terrestres e voadores, destacando as seguintes espécies: víbora-cornuda (Vipera latastei), açor (Accipiter gentilis) e lobo (Canis lupus).

Os valores naturais caracterizam-se também pela área florestal, sendo esta um sistema biológico que constitui um valioso recurso natural pela sua função de suporte dos sistemas ecológicos.

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Segundo a Carta de Ocupação do Solo de 2007 (COS 2007), no concelho de Vieira do Minho a floresta e os meios naturais e seminaturais ocupam uma área de aproximadamente 78%, o que por si só demonstra a importância destas áreas para o desenvolvimento deste território. Da área total ocupada por florestas e meios seminaturais, constata-se que cerca de 49% dizem respeito a florestas abertas e vegetação arbustiva e herbácea, aproximadamente 45% são relativas a floretas e 6% dizem respeito a zonas descobertas e com pouca vegetação.

Os territórios agrícolas e agroflorestais e os territórios artificializados encontram-se distribuídos por todo o concelho, sendo mais frequentes na zona oeste do território concelhio. Quanto aos corpos de água, estes correspondem às albufeiras das barragens da Caniçada, Venda Nova, Ermal e Salamonde.

Mapa 2 | Principais usos do solo do concelho de Vieira do Minho, segundo a COS 2007

Fonte: Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Vieira do Minho – Parte IV, Secção 2, GeoAtributo, 2011

Particularizando o tipo de ocupação do solo, no Quadro 12 é possível visualizar-se a distribuição das principais ocupações do solo no concelho de Vieira do Minho. Tal como foi anteriormente referido, as florestas e meios naturais e seminaturais são o uso do solo predominante no território concelhio. Dentro deste, destaque para as florestas abertas e vegetação arbustiva e herbácea que ocupam 38,45% do território (8.401,12 ha) e para as florestam que representam 35,03% do território (7.653,97 ha).

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As áreas agrícolas e agroflorestais assumem uma representatividade bastante inferior, com uma ocupação de apenas 15% do território concelhio (3.271,62 ha). Dentro destas, as culturas temporárias e as áreas agrícolas heterogéneas são os usos mis representativos, ocupando 1.630,03 ha e 1.604,01 ha, respetivamente.

Quadro 12 | Distribuição dos usos do solo no concelho de Vieira do Minho

NOMENCLATURA COS 2007 ÁREA (HA) ÁREA (%)

1.1. Tecido urbano 1.063,36 4,87

1.2. Indústria, comércio e transportes 20,40 0,09 1. Territórios 1.3. Áreas de extração de inertes, áreas de deposição 28,26 0,13 artificializados de resíduos e estaleiros de construção 1.4. Espaços verdes urbanos, equipamentos 8,93 0,04 desportivos, culturais e de lazer, e zonas históricas 2.1. Culturas temporárias 1.630,03 7,46

2. Áreas agrícolas e 2.2. Culturas permanentes 34,10 0,16 agroflorestais 2.3. Pastagens permanentes 3,48 0,02

2.4. Áreas agrícolas heterogéneas 1.604,01 7,34

3.1. Florestas 7.653,97 35,03 3. Florestas e meios 3.2. Florestas abertas e vegetação arbustiva e herbácea 8.401,12 38,45 naturais e seminaturais 3.3. Zonas descobertas e com pouca vegetação 972,45 4,45

5. Corpos de água 5.1. Águas interiores 427,40 1,96

Relativamente ao coberto vegetal existente nas zonas de floresta e meios naturais e seminaturais, é possível aferir que a espécie florestal predominante são os povoamentos mistos, que ocupam cerca de 36% da área total ocupada por espécies arbóreas. Este tipo de povoamentos são compostos por espécies diversas de folhosas e resinosas. Seguem-se, em termos de ocupação, as folhosas indiferenciadas, com uma área de 1.897,10 ha. Como exemplos podem referir-se os eucaliptos, os carvalhos e os castanheiros, que se afiguram como os mais representativos deste tipo de ocupação do solo. O grupo dos povoamentos constituídos por mais do que uma espécie de resinosas é o terceiro mais expressivo em termos da floresta existente no concelho de Vieira do Minho, com uma área de cerca 1575 ha.

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Quadro 13 | Distribuição de espécies florestais do concelho de Vieira do Minho

ESPÉCIE FLORESTAL ÁREA FLORESTAL (HA)

Pinheiro Bravo 237,28

Carvalho 382,77

Eucalipto 518,79

Outras Resinosas 1.574,67

Outras Folhosas 1.897,10

Povoamentos Mistos 2.615,11

ÁREA TOTAL 7.225,72

Do ponto de vista de recursos florestais o concelho de Vieira do Minho conta com duas áreas de florestais sujeitas a regime florestal, sendo elas o Perímetro Florestal da Serra da Cabreira e Perímetro Florestal da Serra do Merouço. Os “Perímetros Florestais são constituídos por terrenos baldios, autárquicos ou particulares e estão submetidos ao Regime Florestal Parcial por força dos Decretos dos anos 1901 e 1903, e demais legislação complementar”2 (ICNF).

De acordo com o Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Minho (PROF-BM), o Perímetro Florestal da Cabreira tem uma área total de 4.439 ha, dos quais 38% correspondem a espaços florestais arborizados (1.687 ha), enquanto que o Perímetro Florestal do Merouço tem uma área de 485 ha, dos quais 3% são espaços florestais arborizados (15 ha). O primeiro está localizado apenas no concelho de Vieira do Minho, enquanto o segundo abrange os municípios de Fafe e Vieira do Minho, estando ambos sujeitos a Planos de Gestão Florestal.

De referir que no concelho de Vieira do Minho não existem Zonas de Intervenção Florestal (ZIF).

2 ICNF – Perímetros Florestais, disponível em: http://www.icnf.pt/portal/florestas/gf/regflo/perim-flor, acedido a 3 de março de 2014.

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Mapa 3 | Regime florestal existente no concelho de Vieira do Minho

O PROF do Baixo Minho, que traduz os objetivos do planeamento florestal para a região onde Vieira do Minho se insere, expõem o respetivo zonamento ao nível de sub-regiões homogéneas, que correspondem a unidades territoriais com elevado grau de homogeneidade. O PROF do Baixo Minho define diferentes funcionalidades para cada uma das sub-regiões homogéneas, “distinguindo dentro das suas sub-regiões homogéneas a maior ou menor capacidade de concretizar essas funções” (PROF Baixo Minho, 2006).

O concelho de Vieira do Minho abrange duas das sete sub-regiões homogéneas definidas pelo PROF do Baixo Minho, sendo elas Senhora da Abadia – Merouço e Cabreira.

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Mapa 4 | Sub-regiões homogéneas existentes no concelho de Vieira do Minho

A hierarquização das funcionalidades respeitantes às sub-regiões da Senhora da Abadia – Merouço e Cabreira são as seguintes:

Quadro 14 | Hierarquização das funcionalidades das sub-regiões homogéneas

SUB-REGIÃO HOMOGÉNEA 1.ª FUNÇÃO 2.ª FUNÇÃO 3.ª FUNÇÃO

Senhora da Abadia - Silvopastorícia, caça e Proteção Produção Merouço pesca nas águas interiores Conservação de habitats, Silvopastorícia, caça e Cabreira de espécies de fauna e Proteção pesca nas águas interiores flora e de geomonumentos Fonte: PROF Baixo Minho, 2006

A sub-região homogénea da Senhora da Abadia – Merouço acompanha o maciço montanhoso Peneda Gerês – Cabreira ao longo dos concelhos de Terras de Bouro, Vieira do Minho, Póvoa de Lanhoso, Amares, e Fafe. Com uma área de 55.800 ha, esta assume-se como a segunda maior sub-região do Baixo Minho.

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Gráfico 1 | Ocupação atual do solo na sub-região homogénea da Senhora da Abadia – Merouço

Fonte: Relatório de Caracterização e Diagnóstico, 2011.

A sub-região homogénea da Cabreira estende-se ao longo do prolongamento do Gerês para sul, estando toda ela inserida no concelho de Vieira do Minho. Esta sub-região homogénea apresenta uma área total de cerca de 15.200 ha, estando a ocupação atual do solo nesta sub- região representada no Gráfico 2.

Gráfico 2 | Ocupação atual do solo na sub-região homogénea da Cabreira

Fonte: Relatório de Caracterização e Diagnóstico, 2011.

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Segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), “os incêndios florestais são das catástrofes naturais mais graves em Portugal, não só pela elevada frequência com que ocorrem e extensão que alcançam, como pelos efeitos destrutivos que causam. Para além dos prejuízos económicos e ambientais, podem constituir uma fonte de perigo para as populações e bens.”3

Relativamente à área ardida no concelho de Vieira do Minho, no Gráfico 3 está identificada a área ardida de povoamentos e a área ardida de matos, no período compreendido entre 1980 e 2000. É assim possível constatar que, na maioria dos anos, a área ardida de matos é superior à área ardida de povoamentos. O ano de 1998 destaca-se como o ano em que a área ardida foi maior, tanto em termos de área de povoamentos ardida como relativamente à área de matos ardida.

Gráfico 3 | Área ardida de povoamentos e área ardida matos no concelho de Vieira do Minho

2.500

2.000

1.500

Área(ha) 1.000

500

0

Área Ardida Povoamentos Área Ardida Matos

Fonte: ICNF

Relativamente à área total ardida de povoamentos (somatório da área ardida de povoamentos entre 2001 e 2010) nas várias freguesias do concelho de Vieira do Minho, constata-se que as freguesias de Parada de Bouro, Rossas e Ruivães correspondem às freguesias com maior área total ardida de povoamentos. Quanto à área total ardida de matos (somatório da área ardida de matos entre 2001 e 2010), Ruivães e Anjos dizem respeito às freguesias onde a área ardida destes foi mais elevada.

3 Autoridade Nacional de Proteção Civil – Riscos e Vulnerabilidades, disponível em: http://www.proteccaocivil.pt/RiscosVulnerabilidades/RiscosNaturais/IncendiosFlorestais/Pages/Oquesao.aspx, acedido a 3 de março de 2014.

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Gráfico 4 | Área total ardida de povoamentos e área total ardida matos nas freguesias do concelho de Vieira do Minho

400 1.600 350 1.400

300 1.200 Área (ha) Área 250 1.000

200 800

Área(ha) 150 600 100 400 50 200 0 0

Área Ardida Povoamentos Área Ardida Matos

Fonte: ICNF

Relativamente aos recursos florestais no concelho de Vieira do Minho, os de maior relevo relacionam-se com o Recreio e Lazer e com a Caça e Pesca.

Existem 6 Percursos Pedestres, de BTT ou equestres (do Cabeço da Vaca, Campos, Costa dos Castanheiros, de Longo Curso aos Fojos, dos Moinhos do Ave e do Turio) e 9 Parques de Merendas.

Quase a totalidade da área do concelho está constituída em Zonas de Caça, sendo a maior parte integrada na Zona de Caça Municipal e havendo áreas de caça associativa em 4 freguesias (Soutelo, Anissó, Mosteiro e Guilhofrei). Existe uma Zona de Pesca reservada na barragem do Ermal, sendo que a atividade piscícola tem apresenta enormes potencialidades no concelho, atendendo à massa de água do concelho e às características excelentes da mesma para esta prática.

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Mapa 5 | Zonas de caça e pesca do concelho de Vieira do Minho

No que se refere à proteção dos valores naturais, o PDM de Vieira do Minho em vigor, não define a figura da Estrutura Ecológica Municipal como forma de proteção e valorização dos seus recursos ecológicos fundamentais. Apresenta apenas a delimitação da sua Reserva Ecológica Nacional (REN).

Neste sentido, a Reserva Ecológica Nacional (REN) constitui regime jurídico importantíssimo na defesa dos valores ecológicos fundamentais para o equilíbrio ambiental do território, preservação dos recursos naturais e prevenção dos riscos naturais.

A REN do concelho de Vieira do Minho ocupa uma área de aproximadamente 5.805 ha, o que corresponde a 26,6% da área total do território concelhio.

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Mapa 6 | Reserva Ecológica Nacional no concelho de Vieira do Minho

Conforme é visível no Gráfico 5, cerca de 49% da área ocupada pela REN corresponde a áreas de risco de erosão e aproximadamente 38% correspondem a cabeceiras de linhas de água. Os restantes 13% encontram-se distribuídos por albufeiras (6,07%), zonas de proteção à albufeira (4,16%), áreas de máxima infiltração (2,57%), ínsuas (0,07%) e cursos de água (0,01%).

Gráfico 5 | Ocupação (%) da REN no concelho de Viera do Minho, por ecossistemas

Fonte: Relatório de Caracterização e Diagnóstico, 2011

No território concelhio de Vieira do Minho encontra-se localizado um geossítio de interesse nacional, denominado “Toco-Soutinho”. Este constitui um dos 16 geossítios selecionados como possuindo relevância nacional, na categoria temática “Vestígios de glaciações plistocénicas”,

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no âmbito do inventário nacional de geossítios de relevância nacional decorrido entre 2007 e 2011.

Este geossítio encontra-se inserido na área situada na vertente norte da Serra da Cabreira, onde podem ser encontrados os vestígios glaciários mais meridionais do noroeste da Península Ibérica. Esta área constitui um dos melhores exemplos de glaciação abrigada a baixa altitude que caracteriza as montanhas do Minho. Importa ainda salientar a elevada concentração de pseudoestratificação granítica associada a processos periglaciários (PEREIRA et al., 2013).

Devido ao valor científico que estes aspetos assumem a nível nacional e internacional, as “Geoformas e depósitos glaciários e periglaciários” foi assumido como um dos contextos geológicos fundamentais à inventariação do património geológico de âmbito nacional (PEREIRA et al., 2013).

O geossítio Toco-Soutinho apresenta uma área de aproximadamente 1 ha, localizando-se na freguesia de Ruivães e encontrando-se, de acordo com a fonte supramencionada, muito vulnerável à degradação.

Um estudo realizado de inventariação do património geológico do concelho de Vieira do Minho permitiu identificar 17 geossítios ou lugares de interesse geológico, que a seguir se apresentam:

Quadro 15 | Geossítios ou locais de interesse geológico do concelho de Vieira do Minho

DESIGNAÇÃO LOCALIZAÇÃO DESCRIÇÃO

Corresponde a um ponto de observação panorâmica da Serra da Cabreira e da Serra do Gerês. Possibilita a Miradouro dos Gaímbos Salamonde constatação de um relevo diferenciado associado a uma morfologia granítica diversa. Corresponde a uma queda de água enquadrada por Fragas de Pena-Má Salamonde duas colunas de granito com 70 a 80 metros. É relativo à área envolvente à Ponte da Misarela, Misarela Ruivães localizando-se no vale encaixado do rio Rabagão. Corresponde a um conjunto de topos aplanados que Talefe-Chã de Lousas-Toco- integra o seu ponto mais alto (1262 m de altitude), Ruivães Chá de Prado localizando-se no maciço culminante da Serra da Cabreira. Localmente é conhecido por Talefe. É relativo a uma geoforma glaciária de acumulação, Moreira dos Gaviões Ruivães inserida na vertente norte do maciço culminante da Serra da Cabreira. Depósito Glaciário do Ruivães Depósito glaciário formado por uma aglomeração de

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DESIGNAÇÃO LOCALIZAÇÃO DESCRIÇÃO

Soutinho blocos de variadas dimensões.

Ponto de observação panorâmica da vertente norte do maciço culminante da Serra da Cabreira. Neste local Miradouro da Pereira Ruivães podem ser observadas diferentes unidades geomorfológicas geradas na dependência de processos glaciários. Corresponde a uma área grosseiramente coincidente Caldeirão Ruivães com o leito de um troço da ribeira das Ladeiras onde afloram granitos e metassedimentos. Corresponde aproximadamente à aldeia de Lage, que se Lage Soutelo encontra implantada numa vertente com grandes blocos de granito. Topo de um pequeno monte, onde é permitida a Lapa Soutelo observação de um bloco pedunculado de granito com encraves, bem como da paisagem envolvente. Elevação que ocupa o limite poente do alvéolo Crasto de Anissó Anissó associado às nascentes do rio Ave, na qual de encontra implantado o Castro de Anissó. Afloramento Corresponde a uma barreira de estrada onde estão Anjos metassedimentar de Anjos expostos metassedimentos da Unidade de Vila Nune. Corresponde a uma barreira de estrada onde estão Contacto metasedimentos- expostos metassedimentos alóctones e granitos. É ainda Rossas granitos de Agra possível observar um contacto complexo entre essas litologias. Corresponde a uma área que integra um troço do rio Candosa Rossas Ave, estando inserida no percurso pedestre Moinhos do Ave. Inclui também a Cascata da Candosa. Corresponde a um ponto de observação do perfil do rio Miradouro do Castelo Rossas Ave, estando implantado num antigo povoado castrejo. Bloco granítico de forma e dimensões consideráveis, Ovo da Rainha Rossas localmente conhecido como “Ovo da Rainha”. Localmente conhecido como “Penedo da Santa”, Penedo da Santa Eira Vedra corresponde a um bloco de granito de tamanho gigantesco que se destaca da paisagem. Fonte: Inventariação do Património Geológico do Concelho de Vieira do Minho e sua utilização com fins didáticos, Paula Carla Machado Silva, Universidade do Minho, 2007

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EFEITOS ESPERADOS COM A PROPOSTA DO PLANO

Quadro 16 | Avaliação dos Efeitos Significativos da proposta segundo o critério “Valores Naturais”

Objetivo de sustentabilidade: Promover a conservação e valorização dos valores naturais. Promover o continuum naturale das áreas de maior valor.

PROPOSTA EFEITOS OBSERVAÇÕES

“Esta categoria integra as áreas do território concelhio que constituem É criada a categoria “Espaços Efeitos positivos significativos a o seu património natural mais Naturais”. médio/longo prazo sensível nos aspetos ecológico, paisagístico e ambiental.” (Regulamento) Os corredores ecológicos facilitam A proposta do plano estabelece Efeitos positivos significativos a a circulação e a expansão das corredores ecológicos na médio/longo prazo. espécies faunísticas e florísticas delimitação da EEM. através da definição da EEM. As áreas de perigosidade de risco Nas áreas de risco de incêndio alta de incêndio alta e muito alta estão Efeitos positivos sinérgicos a e muito alta é interdita a identificadas e delimitadas na médio/longo prazo. edificação, nos termos da Planta de Condicionantes. legislação vigente. É interdita a edificabilidade nas áreas florestais percorridas por Efeitos positivos sinérgicos incêndios, por um período de 10 Nada a assinalar. permanentes a longo prazo. anos, de acordo com a legislação em vigor. A proposta do plano promove a delimitação da Estrutura Ecológica A delimitação da EEM promove o Municipal (EEM), que compreende Efeitos positivos sinérgicos continuum naturale. No entanto, dois níveis: Estrutura Ecológica cumulativos a médio/longo prazo. apenas a EEF é delimitada na Fundamental (EEF) e Estrutura Planta de Ordenamento. Ecológica Complementar (EEC). Em termos normativos, o regulamento considera que nas áreas integradas na EEM apenas A EEM articula objetivos de Efeitos positivos sinérgicos serão admissíveis os usos preservação com aspetos cumulativos a médio e longo prazo. dominantes previstos para as recreativos e turísticos. categorias de espaços em que estas se inserem. A EEM contempla o corredor Efeitos positivos sinérgicos Nada a assinalar. ecológico do PROF-BM. cumulativos a médio e longo prazo Na proposta do plano são definidas Efeitos positivos cumulativos a A definição destas duas as categorias “Espaços Florestais de longo prazo. subcategorias permite uma gestão Produção” e “Espaços Florestais de dos espaços florestais de acordo Proteção”. com as suas características e funções dominantes.

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FUNDAMENTAÇÃO DA APRECIAÇÃO CRÍTICA

A falta de informação relativamente aos valores naturais (fauna, flora e habitats) constitui um aspeto negativo para o desenvolvimento do planeamento no concelho. Não se poderá efetivamente promover com plenitude a conservação e valorização dos valores naturais sem o conhecimento da sua verdadeira localização e características.

Contudo, a proposta do plano inclui a categoria “Espaços Naturais” (abrangendo as albufeiras, os leitos dos cursos de água e as suas margens, salvo os que se localizam em espaços florestais ou nos espaços integrados em solo urbano), o que por si só constitui um elemento positivo para a conservação e valorização dos valores naturais.

De facto, nos termos do artigo 46.º da proposta de Regulamento, “as formas de ocupação e utilização do solo dos espaços pertencentes a esta categoria subordinam-se estritamente às exigências e condicionamentos impostos pelas necessidades da sua proteção e da manutenção geral das suas características naturais, pelo que neles são proibidas as ações que possam pôr em perigo tais características.”

Assim, são proibidas todas as ações que possam colocar em causa a proteção e a manutenção geral das características naturais, exceto:

1) Áreas de recreio e lazer para atividades ao ar livre;

2) Áreas verdes de proteção e enquadramento complementares das instalações de parques de campismo e de caravanismo;

3) Componentes não edificadas e não impermeabilizadas de empreendimentos turísticos, afetas às áreas livres a manter em estado natural, sem quaisquer construções que não sejam as de estrito apoio à fruição do próprio espaço natural.

Apesar de o concelho de Vieira do Minho estar incluído na área do Sítio de Conservação PTCON0001 Peneda-Gerês da Rede Natura 2000 e do Parque Natural Peneda-Gerês, esta restringe-se apenas ao plano de água da Albufeira da Caniçada, o que não constitui um valor significativo para o concelho, estando estas áreas identificadas na carta de condicionantes de acordo com a legislação vigente.

Os espaços florestais são delimitados segundo as orientações do PROF Baixo Minho e são distribuídos espacialmente segundo 2 subcategorias: espaços florestais de produção e espaços florestais de proteção. Os espaços de proteção dizem respeito às áreas de risco de erosão

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identificadas na REN e os espaços de produção às restantes áreas florestais. A criação destes espaços, em áreas adaptadas à implementação de produção florestal, favorece a exploração dos recursos endógenos e contribui para a sustentabilidade do concelho.

De acordo com o n.º 3 do art.º 35.º do Regulamento, “os espaços florestais de produção correspondem às áreas de uso ou vocação florestal onde não ocorrem condicionantes particulares à intensificação cultural, destinando-se ao aproveitamento do potencial produtivo nos termos autorizados pelas entidades de tutela.”

Segundo o n.º 4 do referido artigo, os “espaços florestais de proteção correspondem às áreas de uso ou vocação florestal sensíveis, devido à ocorrência de fatores de risco de erosão nos quais se torna prioritária a proteção do solo através das boas práticas contidas nas normas e modelos de silvicultura por função de proteção definidas no PROF-BM”.

A criação destas duas subcategorias de espaço florestal entende-se pertinente, dado que, por um lado, se está a contribuir para a sustentabilidade do concelho e, por outro lado, é garantida a gestão sustentável da floresta, evitando a sua degradação e a consequente degradação dos espaços envolventes.

Nos espaços florestais de proteção, por corresponderem às áreas de uso ou vocação florestal mais sensíveis à ocorrência de fatores de risco de erosão do solo, é considerado que devem ser adotadas as boas práticas contidas nas normas de silvicultura definidas no PROF Baixo Minho.

Além das categorias de uso do solo com caráter de proteção, a presente revisão do PDM de Vieira do Minho delimita a Estrutura Ecológica Municipal (EEM), com o intuito de “determinar e proteger os sistemas ecológicos fundamentais à sustentabilidade do seu território com base no pressuposto de um planeamento integrado.” (Proposta da RPDM de Vieira do Minho)

Para a delimitação da EEM foram considerados um conjunto de sistemas, a saber: sistemas húmidos, sistemas secos, sistemas naturais, sistemas culturais e sistema urbano. Na EEM foram ainda considerados os corredores ecológicos estabelecidos no PRF Baixo Minh, nomeadamente: corredor ecológico Litoral Esposende/Cávado-Ave/Senhora da Abadia- Merouço/Cabreira (que se estende ao longo do rio Cávado e as albufeiras da Caniçada e Salamonde) e o corredor ecológico Cávado-Ave/Agrela/Senhora da Abadia-Merouço/Cabreira (entendendo-se ao longo do rio Ave).

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A EEM definida estende-se a dois níveis de proteção: Estrutura Ecológica Fundamental (EEF) e Estrutura Ecológica Complementar (EEC).

A Estrutura Ecológica Fundamental é composta pelos seguintes elementos:

 Recursos Hídricos: foram integradas as linhas de água e as galerias ripícolas associadas, em particular os maciços arbóreo-arbustivos de amieiro, o salgueiro e o ulmeiro. Foram ainda consideradas as albufeiras incluindo as faixas de reserva das albufeiras, as áreas de máxima infiltração e as áreas com risco de cheia identificadas nos sistemas da REN;

 Espaços Naturais/Recursos Florestais: foram incluídas as áreas agroflorestais associadas às linhas de água e os lameiros, as áreas florestais de maior importância para a manutenção e potenciação da biodiversidade. São ainda incluídas as áreas de regime florestal da Cabreira e Merouços delimitadas pelo PROF Baixo Minho, coincidentes com as áreas de risco de erosão;

 Património Cultural: foram consideradas as áreas de património arqueológico, percursos culturais e turísticos associados a áreas de património natural e paisagístico;

 Estrutura Ecológica Urbana (EEU): foram considerados os espaços verdes urbanos identificados na Planta de Ordenamento, os leitos e os cursos de água e as galerias ripícolas adjacentes integradas nos perímetros urbanos.

A Estrutura Ecológica Complementar integra os seguintes elementos:

 Cursos e linhas de água não incluídos na EEF;

 Áreas da REN não incluídas na EEF;

 Áreas da RAN não incluídas na EEF;

 Espaços Verdes Urbanos não integrados na EEF, bem como os maciços arborizados e os alinhamentos arbóreos relevantes.

Da EEC fazem ainda parte as áreas públicas ou privadas no interior dos perímetros urbanos, que deverão ser estabelecidas em PU ou PP e ainda as áreas verdes de utilização pública resultantes de operações de loteamento ou outras operações urbanísticas de impacto relevante.

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Em termos normativos, o regulamento da proposta do plano considera que, nas áreas integradas na EEM, apenas são admissíveis os usos dominantes previstos para as categorias de espaços em que estas se inserem. Podem, no entanto, ser ainda viabilizados usos complementares dos usos dominantes, áreas de recreio e lazer e componentes não edificadas nem impermeabilizadas de empreendimentos turísticos, caso se conclua, após uma avaliação, pela ausência ou escassa relevância dos prejuízos ou inconvenientes de ordem funcional, ambiental ou paisagística que eventualmente possam provocar.

De acordo com o relatório da proposta, a EEM “deve atender não só a aspetos de proteção e conservação, mas também de produção, de caráter recreativo e turístico, valorizando a multifuncionalidade e diversidade da paisagem em sincronia com o território. Deve ainda conciliar a necessidade de utilização dos recursos naturais com a sustentabilidade futura dos mesmos.” O município deve promover ações que permitam valorizar as áreas identificadas na EEM, nomeadamente através da promoção dos percursos pedestres, da associação de ações de turismo de natureza, da requalificação das linhas de água e respetivas galerias ripícolas que possam eventualmente sofrer agressões da pressão urbana, criação de áreas de recreio e lazer e, sobretudo, articular os diversos intervenientes no território com ação direta nos espaços de maior sensibilidade ecológica identificados.

Na Carta de Condicionantes são demarcadas as áreas florestais percorridas por incêndio entre 2003 e 2012, onde é proibida a realização de obras de construção de quaisquer edificações, a realização de obras novas para fins habitacionais, industriais ou turísticos, a construção, remodelação ou reconstrução e demolição de quaisquer edificações ou construções, o estabelecimento de quaisquer novas atividades agrícolas, industriais, turísticas ou outras que possam ter um impacte ambiental negativo, a substituição de espécies florestais por outras, técnica e ecologicamente desadequadas, o despejo de águas residuais industriais ou de uso doméstico ou quaisquer outros efluentes líquidos poluentes e o campismo fora de locais destinados a esse fim (DL n.º 17/2009, de 14 de junho), pelo período de 10 anos a contar da data de ocorrência do incêndio.

A interseção das áreas florestais percorridas por incêndios nos últimos 10 anos com a proposta de expansão das áreas urbanas permitiu identificar a existência de áreas de conflito. Das áreas conflituantes foram selecionadas aquelas que apresentavam área superior a 1.000 m2. Deste modo, foram obtidas 10 áreas de conflito entre as áreas propostas para expansão urbana e áreas florestais percorridas por incêndios com área superior a 1.000 m2. Estas áreas foram analisadas de forma a perceber se efetivamente se tratavam de áreas com ocupação de

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povoamentos florestais, sendo que, dos casos analisados, apenas dois foram recusados pela entidade e, como tal, estas áreas não foram incluídas em solo urbano.

Mapa 7 | Áreas de conflito entre as áreas propostas para a expansão urbana e áreas florestais percorridas por incêndio

Foram igualmente revertidas para a Carta de Condicionantes as áreas de perigosidade de incêndio alta e muito alta, sendo a interdição à edificação regulamentada de acordo com a legislação vigente (DL n.º 124/2006, de 28 de junho, com redação dada pelo DL n.º 17/2009, de 14 de janeiro). A sobreposição das áreas de risco de incêndio alta e muito alta com os perímetros urbanos propostos permitiu identificar 5 áreas de sobreposição, com área superior a 1.000 m2, e que foram sujeitas a parecer do ICNF. Face às dimensões destas áreas e à ocupação do solo que apresentam, podem ser consideradas áreas pouco significativas quanto à perigosidade alta e muito alta, tendo o ICNF emitido parecer favorável em termos de edificação nestas áreas.

Contudo, atendendo à reclassificação das áreas com perigosidade de incêndio alta e muito alta em solo urbano, só poderá ocorrer a edificação destas áreas após a implementação de medidas destinadas à redução do risco de incêndio, que podem resultar de um processo de urbanização, desenvolvido segundo os pressupostos estabelecidos pelo Município e mediante medidas de execução.

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A Recomendação Rec(2004)3 sobre a Conservação do Património Geológico e Áreas de Especial Interesse Geológico, foi aprovada em 2004 pelo Conselho de Ministros da Europa. Este documento, apesar de não ser vinculativo, propõe aos Estados-membro a implementação de medidas de inventariação, conservação e gestão do património geológico. Este constitui, assim, o primeiro documento europeu que promove a introdução de políticas e ações de geoconservação, de forma clara e exata.

Essas políticas e ações passam por:

 Identificar áreas de especial interesse geológico cuja preservação e gestão possam contribuir para a proteção e enriquecimento do património geológico nacional e europeu;

 Desenvolver estratégias nacionais e diretrizes para a proteção e gestão das áreas de especial interesse geológico;

 Reforçar ou criar a base legal para proteger as áreas de especial interesse geológico e elementos móveis do património geológico;

 Apoiar programas de educação e de interpretação do património geológico;

 Reforçar a cooperação com as organizações internacionais, instituições científicas e ONGs;

 Orçamentar recursos financeiros adequados para apoiar este conjunto de iniciativas.

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5.1.2 RECURSOS HÍDRICOS

CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL

O concelho de Vieira do Minho insere-se nas bacias hidrográficas do Cávado e do Ave, havendo ainda uma parte residual deste concelho pertencente à bacia hidrográfica do Douro, especificamente à sub-bacia do Tâmega.

Mapa 8 | Bacias hidrográficas existentes no concelho de Vieira do Minho

A bacia hidrográfica do rio Cávado ocupa cerca de 38% da área total do concelho, situando-se na zona norte e noroeste de Vieira do Minho, na vertente Norte da Serra da Cabreira. Neste concelho, as suas principais sub-bacias correspondem aos rios Cávado e Rabagão e à ribeira de Penedo Longo. Nesta bacia hidrográfica importa referir três barragens, cujas albufeiras se estendem para este concelho, a saber: Barragem da Caniçada, Barragem de Salamonde e Barragem de Venda Nova.

A bacia hidrográfica do Ave é a bacia com maior expressão no território concelhio de Vieira do Minho, ocupando cerca de 61% da área total do concelho. As principais linhas de água e, consequentemente, as sub-bacias correspondem ao próprio rio Ave e à ribeira de Cantelães (principal curso de água que abastece a albufeira da barragem do Ermal), ribeira de Vilar Chão e ribeira das Tabuaças. Para além destas, existem ainda mais três sub-bacias de menor

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dimensão, localizadas nos limites administrativos do concelho de Vieira do Minho, tendo por isso continuidade geográfica com os concelhos de Fafe, Póvoa de Lanhoso e Cabeceiras de Basto. Esta bacia hidrográfica caracteriza-se ainda por uma relativa densidade, cursos de água algo encaixados e cursos sinuosos, de que são exemplo o Rio Ave e as ribeiras de Tabuaças, Cantelães e Pejo.

Mapa 9 | Cursos de água e albufeiras existentes no concelho de Vieira do Minho

Segundo a APA, “os Planos de Ordenamento das Albufeira de Águas Públicas (POAAP), também designados comummente como Planos de Ordenamento das Albufeiras (POA), são planos especiais de ordenamento do território que consagram as medidas adequadas à proteção e valorização dos recursos hídricos na área a que se aplicam de modo a assegurar a sua utilização sustentável, vinculando a administração pública e os particulares.”4

Neste sentido, importa referir que a albufeira da barragem do Ermal e a albufeira da barragem da Caniçada têm em vigor o seu plano de ordenamento. O Plano de Ordenamento da Barragem do Ermal (POAE) foi submetido a discussão pública entre 12 de julho e 20 de agosto de 2010, tendo sido aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 1/2013, de 9 de janeiro. Por seu lado, o Plano de Ordenamento da Albufeira da Caniçada (POAC) foi aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 92/2002, de 7 de maio.

4 APA – Políticas de Ordenamento de Albufeiras, disponível em: http://www.apambiente.pt/index.php?ref=16&subref=7&sub2ref=10&sub3ref=96 – acedido a 3 de março de 2014

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O Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de maio, promove a proteção e valorização dos recursos hídricos associados às albufeiras, lagoas ou lagos de águas públicas, bem como o respetivo território envolvente na área correspondente à zona terrestre de proteção. O Regime de Proteção de Albufeiras de Águas Públicas estabelece a obrigatoriedade de classificação das albufeiras de águas públicas em:

Quadro 17 | Regime de Proteção das Albufeiras de Águas Públicas

REGIME DESCRIÇÃO

Aquelas que se destinam a abastecimento público ou se prevê venham a ser utilizadas para esse fim e aquelas onde a conservação dos valores naturais Albufeiras de Utilização determina a sua sujeição a um regime de proteção mais elevado Protegida (designadamente as que se encontram inseridas em áreas classificadas, tal como definidas na Lei da Água). Aquelas que apresentam condicionantes naturais que aconselham a imposição de restrições às atividades secundárias, (superfície reduzida, obstáculos submersos, margens declivosas, dificuldades de acesso, ou Albufeiras de Utilização quaisquer características que possam constituir um risco na sua utilização, Condicionada localização em situação fronteiriça, e sujeitas a variações significativas ou frequentes de nível ou a alterações do potencial ecológico e do estado químico). Aquelas que não são suscetíveis de classificação nos tipos previstos nas Albufeiras de Utilização alíneas anteriores, apresentando outras vocações, designadamente turística Livre e recreativa. Fonte: APA (http://www.apambiente.pt/index.php?ref=16&subref=7&sub2ref=10&sub3ref=96#ARHN)

Face ao exposto, constata-se que as albufeiras das barragens da Caniçada, Salamonde e Venda Nova se encontram classificadas como Albufeira de Utilização Protegida e a albufeira do Ermal encontram-se classificadas como Albufeira de Utilização Livre.

A água é um bem público essencial e indispensável, requerido para um variado número de atividades humanas (consumos domésticos, indústrias primárias, indústrias secundárias e indústrias terciárias), constituindo um meio para a produção de espécies animais e vegetais para consumo humano, tanto em meios naturais como em meios artificiais e habitats para comunidades naturais. Neste sentido, um fator a ter em consideração relativamente aos recursos hídricos é a qualidade da água, uma vez que esta é essencial na garantia da saúde pública e da qualidade de vida dos seres humanos, bem como da sobrevivência de várias espécies.

De modo a aferir a qualidade dos recursos hídricos do concelho de Vieira do Minho, foram utilizados os dados do Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos (SNIRH), que

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classifica a qualidade da água em cinclo classes distintas (Quadro 18). Tendo por base estas classes, posteriormente será avaliada a qualidade da água para usos múltiplos deste concelho.

Quadro 18 | Classes de Classificação da qualidade da água (SNIRH)

CLASSE DESCRIÇÃO

Classe A Águas com qualidade equivalente às condições naturais, aptas a satisfazer Excelente potencialmente as utilizações mais exigentes em termos de qualidade. Classe B Águas com qualidade ligeiramente interior à classe A, mas podendo também satisfazer Boa potencialmente todas as utilizações. Águas com qualidade aceitável, suficiente para irrigação, para usos industriais e produção Classe C de água potável após tratamento rigoroso. Permite a existência de vida piscícola Razoável (espécies menos exigentes) mas com reprodução aleatória; apta para recreio sem contacto direto. Classe D Águas com qualidade medíocre, apenas potencialmente aptas para irrigação, Má arrefecimento e navegação. A vida piscícola pode subsistir, mas de forma aleatória. Classe E Águas extremamente poluídas e inadequadas para a maioria os usos. Muito Má

Para a aferição da qualidade da água do concelho de Vieira do Minho foram analisados os dados das estações de monitorização da qualidade da água existentes no território concelhio e ainda os dados relativos às estações de monitorização das albufeiras das barragens que se estendem a este concelho. Deste modo, avaliaram-se os dados da qualidade da água das seguintes estações de monitorização: Cantelães, Vieira do Minho, Guilhofrei, Cabeceira do Ave, Rio Caldo – Albufeira da Caniçada, Albufeira de Salamonde, Foz Cabreira e Albufeira de Venda Nova, cujas características a seguir se apresentam.

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Quadro 19 | Qualidade da água superficial nas várias estações de monitorização

ESTAÇÃO DE CANTELÃES ESTAÇÃO DE VIEIRA DO MINHO

Concelho Vieira do Minho Concelho Vieira do Minho

Freguesia Cantelães Freguesia Mosteiro

Rio Ribeira de Cantelães Rio Ribeira de Cantelães

Bacia Ave Bacia Ave

Classificações Classificações disponíveis disponíveis

ESTAÇÃO DE CABECEIRA DO AVE (ALB. ERMAL – GUILHOFREI) ESTAÇÃO DO RIO CALDO – ALBUFEIRA CANIÇADA

Concelho Vieira do Minho Concelho Terras de Bouro

Freguesia Rossas Freguesia Rio Caldo

Rio Rio Ave Rio Rio Caldo

Bacia Ave Bacia Cávado/Ribeiras Costeiras

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Classificações Classificações disponíveis disponíveis

ESTAÇÃO DA ALBUFEIRA DE SALAMONDE ESTAÇÃO DA FOZ DA CABREIRA

Concelho Montalegre Concelho Vieira do Minho

Freguesia Cabril Freguesia Ruivães

Rio Rio Cávado Rio Rio Saltadouro ou da Cabreira

Bacia Cávado/Ribeiras Costeiras Bacia Cávado/Ribeiras Costeiras

Classificações Classificações disponíveis disponíveis

ESTAÇÃO DA ALBUFEIRA DE VENDA NOVA

Concelho Vieira do Minho

Freguesia Campos

Rio Rio Rabagão

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Bacia Cávado/Ribeiras Costeiras

Classificações

disponíveis

Fonte: SNIRH

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No que concerne à estação de Cantelães, constata-se que para o período compreendido entre 1995-2005, apenas estão disponíveis dados para os anos de 1997, 1998 e 1999. Assim, é possível aferir que no ano de 1997 a qualidade da água foi classificada como de “Classe C – Razoável” e nos dois anos que se seguiram obteve a classificação de “Classe B – Boa”.

Relativamente à estação de Vieira do Minho, observa-se que apenas existem dados para os anos de 2011 e 2012, tendo a qualidade da água obtido a classificação de “Classe B – Boa” em ambos os anos.

Quanto à estação de Cabeceira do Ave, os dados de qualidade da água disponível são referente ao período compreendido entre 2006 e 2012. Deste modo, constata-se que no ano de 2006 a qualidade da água foi classificada como de “Classe C – Razoável” e nos restantes obteve a classificação de “Classe B – Boa”.

Em relação à estação de Rio Caldo – Albufeira da Caniçada, apenas existem dados da qualidade da água para os anos de 1995, 1996 e 1997. De acordo com a base de dados do SNIRH, é possível aferir que a qualidade da água desta estação obteve, para todos os anos, a classificação de “Classe B – Boa”.

No que diz respeito à estação da Albufeira de Salamonde, são disponibilizados dados da qualidade da água para o período entre 1995 e 2012. Neste sentido, constata-se que na maioria dos anos a qualidade da água foi classificada como de “Classe B – Boa”, sendo as únicas exceções os anos de 1997, em que se obteve a classificação de “Classe C – Razoável”, e 2005, em que a água foi classificada como de “Classe E – Muito Má”.

Face ao exposto, pode-se concluir que a qualidade de água disponível para usos múltiplos no concelho de Vieira do Minho tem boa qualidade, pelo que potencialmente poderá satisfazer todas as utilizações.

De acordo com o Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Cávado, Ave e Leça – Relatório de Base (2012), o concelho de Vieira do Minho apresenta, na sua maioria, massas de água com classificação biológica de “Bom” e massas de água com a classificação físico-química de “Bom ou superior”.

Relativamente à expansão das galerias ripícolas, o Relatório de Análise e Diagnóstico não avalia a extensão das galerias ripícolas existentes, nem os espaços verdes de recreio e lazer associados a zonas ribeirinhas. Apenas é referido que a RPDM, na qualificação dos

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aglomerados urbanos, pretende promover ações de reordenamento urbanístico, que contribuam para a valorização e usufruto dos espaços públicos de proximidade, nomeadamente a criação e tratamento de espaços verdes.

Identificam-se contudo duas zonas de recreio balnear (praias fluviais) associadas à Albufeira do Ermal, sendo referidas no POAE a Zona de Recreio e Lazer de Guilhofrei e a Zona de Recreio de Santa Marta (Rossas). Além destas, mas com dimensões bem mais reduzidas, existem mais três zonas de recreio ribeirinho localizadas em nos lugares de Outeiro, Bairro e Agra. Das zonas identificadas, apenas a água da albufeira do Ermal é controlada pelo INAG onde a água tem melhorado nos últimos anos, tendo sido classificada em 2011 e 2012 como excelente.

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EFEITOS ESPERADOS COM A PROPOSTA DO PLANO

Quadro 20 | Avaliação dos Efeitos Significativos da proposta segundo o critério “Recursos Hídricos”

Objetivo de sustentabilidade: Contribuir para a redução dos níveis de poluição dos recursos hídricos. Contribuir para a manutenção das galerias ripícolas ao longo dos principais cursos de água.

PROPOSTA EFEITOS OBSERVAÇÕES

As albufeiras de utilização protegida correspondem aquelas que se destinam a abastecimento público ou As albufeiras das barragens da se prevê que futuramente possam ser Caniçada, Salamonde e Venda Nova Efeitos positivos significativos utilizadas para esse fim e ainda aquelas estão classificadas como albufeiras a médio/longo prazo. onde a conservação dos valores de utilização protegida. naturais determina a sua sujeição a um regime de proteção mais elevado (DL n.º 107/2009, de 26 de maio). É assim dado cumprimento ao definido Na Carta de Condicionantes são ainda no DL n.º 344/2007, salvaguardando-se incluídas as Zonas de Proteção das Efeitos positivos sinérgicos a na íntegra a barragem e respetivos Barragens e dos Órgãos de Segurança longo prazo. órgãos de segurança e utilização da e de Utilização da Albufeira. albufeira e garantindo-se a segurança de pessoas e bens nas suas imediações. Estas áreas foram também A proposta de redelimitação da REN consideradas na EEM. inclui as albufeiras, as cabeceiras de Efeitos positivos significativos A proteção das zonas ribeirinhas, áreas linhas de água, as áreas de máxima sinérgicos a longo prazo. interiores e áreas de máxima infiltração infiltração e as áreas de risco de cheia são sobretudo garantidas pela Reserva ou inundação. Ecológica Nacional. Nestas áreas são proibidas todas as As albufeiras e os leitos dos cursos de Efeitos positivos significativos ações que possam colocar em causa a água e suas margens são incluídos na a longo prazo. proteção e a manutenção geral das categoria de “Espaços Naturais”. suas características naturais. Existência de duas albufeiras com plano de ordenamento aprovado: O plano respeita e potencia os Plano de Ordenamento da Albufeira Efeitos positivos sinérgicos a objetivos e a disciplina do POAC e do da Caniçada (POAC) e Plano de médio prazo. POAE. Ordenamento da Albufeira do Ermal (POAE). O plano cria a categoria “Espaços Contudo, esta categoria é apenas Verdes”, onde são incluídos jardins delimitada na envolvente da vila de públicos e praças com importância Efeitos positivos sinérgicos a Vieira do Minho, com o objetivo de se estruturante nos espaços urbanos, curto e médio prazo. criar um parque ribeirinho. Considera- destinando-se a usos recreativos, se assim que esta categoria seja turísticos, desportivos e culturais. delimitada em futuros PU’s ou PP’s. Considera-se que o município deve considerar a elaboração de um plano As galerias ripícolas são integradas na Efeitos positivos sinérgicos de ação para a requalificação e proposta de EEF. cumulativos a médio prazo. valorização das linhas e cursos de água e respetivas galerias ripícolas,

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Objetivo de sustentabilidade: Contribuir para a redução dos níveis de poluição dos recursos hídricos. Contribuir para a manutenção das galerias ripícolas ao longo dos principais cursos de água. eventualmente com o envolvimento da população, promovendo assim a educação ambiental.

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FUNDAMENTAÇÃO DA APRECIAÇÃO CRÍTICA

Analisando o histórico da qualidade da água e as condicionantes legais na zona terrestre de proteção, limitando os usos possíveis, considera-se que o plano contribui para a redução dos níveis de poluição dos recursos hídricos.

A nível regulamentar poderiam ter sido definias algumas regras para a instalação e a laboração das atividades empresariais, de modo a garantir permanente e de forma eficaz o controlo e tratamento dos efluentes eventualmente produzidos, a eliminação de todas as formas de degradação ambiental resultante da laboração e a preservação ou utilização sustentável dos recursos naturais.

A proteção dos recursos hídricos dos sistemas a estes associados é sobretudo efetuada pela figura da REN, onde estas áreas são identificadas e protegidas pelo seu regime jurídico. A revisão da REN no concelho de Vieira do Minho permitiu aumentar a área de proteção dos recursos hídricos (zonas ameaçadas por cheias +5,9 ha; cabeceiras de linhas de água +2.243,1 ha; áreas de máxima infiltração +7,3 ha; albufeiras +66,3 ha; faixas de proteção às albufeiras +171,9 ha).

O concelho de Vieira do Minho possui dois Planos de Ordenamento de Albufeiras de Águas Públicas (POAAP) aprovados: o POAAP da Caniçada e o POAAP do Ermal, que constituem instrumentos de gestão territorial de natureza especial que definem os princípios e regras de utilização das águas públicas e da ocupação, uso e transformação do solo nas zonas de proteção das albufeiras classificadas.

Os Planos de Ordenamento das Albufeiras são os únicos planos cujos objetivos de planeamento estão essencialmente orientados para o ordenamento do plano de água, sendo, a partir deste, extrapoladas as regras para o uso, ocupação e transformação do solo na sua envolvente. Estes planos compreendem uma área onde se integra o plano de água e a zona envolvente de proteção, numa faixa de 500 m ou 100 m, medidos a partir do nível de pleno armazenamento da albufeira (DL n.º 107/2009, de 15 de maio).

O Plano de Ordenamento da Albufeira da Caniçada tem como principal objetivo o ordenamento e regulação dos usos e ocupação da albufeira da barragem da Caniçada, bem como a sua área envolvente, visando essencialmente a proteção e valorização ambiental e as finalidades primárias da albufeira (produção de energia, rega e abastecimento de água) (artigo

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2.º do POAC). Na Planta de Ordenamento é identificada a área abrangente do POAC, sendo os usos e as categorias do solo entre os dois planos devidamente adequadas.

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5.2 PATRIMÓNIO E PAISAGEM

5.2.1 PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO E ARQUEOLÓGICO

CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL

De acordo com a base de dados da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), existem no concelho de Vieira do Minho 8 imóveis classificados e 2 imóveis em vias de classificação (Quadro 21).

Quadro 21 | Património classificado e em vias de classificação em Vieira do Minho

DESIGNAÇÃO CATEGORIA DE PROTEÇÃO CATEGORIA/TIPOLOGIA

Pelourinho de Rossas IIP – Imóvel de Interesse Público Arquitetura Civil/Pelourinho

Pelourinho de Ruivães IIP – Imóvel de Interesse Público Arquitetura Civil/Pelourinho

Pelourinho da Parada do Bouro IIP – Imóvel de Interesse Público Arquitetura Civil/Pelourinho

Pelourinho da Caniçada IIP – Imóvel de Interesse Público Arquitetura Civil/Pelourinho

Monte do Castelo SIP – Sítio de Interesse Público Arqueologia/Povoado Fortificado Gravuras rupestres do Zebral ou SIP – Sítio de Interesse Público Arqueologia/Gravura Laje dos Cantinhos Ponte de Mizarela IIP – Imóvel de Interesse Público Arquitetura Civil/Ponte

Casa do Professor Carlos Teixeira IIM – Imóvel de Interesse Municipal Arquitetura Civil/Casa Em Vias de Classificação (Homologado Casa de Lamas Arquitetura Civil/Casa como IIP – Imóvel de Interesse Público) Em Vias de Classificação (com Ponte de Rês ou Ponte da Pedra Arquitetura Civil/Ponte Despacho de Abertura) Fonte: DGPC, 2014.

De acordo com a referida base de dados, constata-se ainda que existem 3 imóveis com procedimento legal caducado, nomeadamente, Conjunto constituído pelo Antigo Edifício dos Paços dos Concelho, Pelourinho e Pedra de Armas de Ribeira de Soaz, Fojos do Lobo da Cabreira e Pousada da Caniçada. O imóvel “HICA – Hidroelétrica do Cávado/Salamonde” está também referenciado na mesma base de dados, não sendo, contudo, “aplicável” a categoria de proteção nem definida a sua categoria/tipologia.

Perante este panorama patrimonial urge salvaguardar, valorizar e, se necessário, restaurá-lo. De facto, a preservação deste património mais não é do que a preservação da própria identidade sociocultural do concelho de Vieira do Minho. Detentor de uma beleza paisagística,

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histórica, etnográfica, arqueológica, arquitetónica e cultural única, Vieira do Minho é um concelho com potencialidades que propiciam o desenvolvimento do turismo com qualidade, orientado para os valores patrimoniais, recursos naturais, eventos culturais e desportivos, onde a tradição e a mudança procuram reconciliar-se.

Contudo, o património cultural do concelho de Vieira do Minho não se restringe apenas ao património classificado ou em vias de classificação. O inventário do património do concelho, realizado em 2007 por Luís Fontes e Ana Roriz, resultou numa publicação intitulada “Património Arqueológico e Arquitetónico de Viera do Minho”. Trata-se de um longo inventário com um total de 1.491 registos, que, sem dúvida, acrescenta de forma significativa conhecimento sobre as existências arqueológicas e valorizando-se um património arquitetónico que até agora terá passado despercebido.

A valorização e preservação do património é uma mais-valia para Vieira do Minho e, como tal, pretende-se continuar com este pressuposto na presente revisão. Na Planta de Ordenamento são identificados os imóveis classificados e em vias de classificação e ainda outros elementos patrimoniais relevantes, 127 elementos do património arquitetónico e 139 elementos do património arqueológico.

No que se refere ao PDM em vigor (1995), o regulamento define que “são considerados valores patrimoniais todos os imóveis já classificados e em vias de classificação, abrangidos por legislação específica e ainda outros, isolados ou agrupados, conjuntos naturais, sítios, elementos construídos e arqueológicos, que, pelas suas características relevantes, carecem de cuidados especiais de preservação e integração” (art. 13.º). No entanto não identifica na carta de ordenamento outros elementos de valor patrimonial relevante.

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EFEITOS ESPERADOS COM A PROPOSTA DO PLANO

Quadro 22 | Avaliação dos Efeitos Significativos da proposta segundo o critério “Património Arquitetónico e Arqueológico”

Objetivo de sustentabilidade: Preservação do património cultural e do património arqueológico.

PROPOSTA EFEITOS OBSERVAÇÕES

Os elementos do património arquitetónico, Efeitos positivos São ainda estabelecidas medidas do património arqueológico e áreas de cumulativos regulamentares de proteção dos locais sensibilidade arqueológica são identificados permanentes a onde estes valores se inserem, bem como na Planta de Ordenamento (Carta de longo prazo. as áreas envolventes. Salvaguardas e Execução do Plano). Estes elementos dispõem de áreas de Os sítios arqueológicos classificados e em Efeitos positivos proteção estabelecidas e delimitadas de vias de classificação são devidamente sinérgicos a longo acordo com as disposições legais relativas considerados no plano. prazo. ao património classificado e em vias de classificação. Estes elementos dispõem de áreas de Os elementos do património arquitetónico Efeitos positivos proteção estabelecidas e delimitadas de classificados e em vias de classificação são sinérgicos a longo acordo com as disposições legais relativas considerados devidamente no plano. prazo. ao património classificado e em vias de classificação. A sua inclusão na EEM pretende assumir-se como um elemento valorizador dos O património arqueológico e a área Efeitos positivos espaços naturais, designadamente as áreas envolvente ao património arquitetónico sinérgicos a longo de património arquitetónico, percursos foram considerados na definição da EEM. prazo. culturais e turísticos associados a áreas de património natural e paisagístico. Estes elementos, identificados na Carta de Património, são revertidos para a Planta de O plano apresenta a carta de património, Efeitos positivos Ordenamento – Salvaguardas e Execução onde identifica 276 elementos com sinérgicos a longo do Plano, de forma a garantir que o relevância para o concelho. prazo. património é considerado na proposta de ordenamento.

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FUNDAMENTAÇÃO DA APRECIAÇÃO CRÍTICA

A proposta de revisão do PDM de Vieira do Minho incorpora de forma adequada o património classificado e em vias de classificação existente no concelho, bem como a salvaguarda dos imóveis com interesse patrimonial, de acordo com a Carta de Património.

A proteção dos imóveis classificados e em vias de classificação está assegurada pela Lei de Bases e do Regime de proteção e Valorização do Património cultural (Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro) para a qual o regulamento da proposta do plano remete:

 n.º 3 do artigo 76 - “Os sítios arqueológicos referidos na alínea a) do número 1 estão também identificados na planta de condicionantes e dispõem de áreas de proteção estabelecidas e delimitadas de acordo com as disposições legais relativas ao património classificado ou em vias de classificação.”

 n.º 2 do artigo 77 – “Os elementos de património arquitetónico classificados ou em vias de classificação integram a inventariação referida no número anterior e estão também identificados na planta de condicionantes, dispondo de áreas de proteção estabelecidas e delimitadas de acordo com o respetivo quadro legal.”

Ainda para o património arquitetónico classificado: “No caso de elementos patrimoniais classificados ou em vias de classificação, as áreas de salvaguarda coincidem com as áreas de proteção legalmente previstas para o património nessa situação, ajustando-se automaticamente aos limites das Zonas Especiais de Proteção que estiverem ou vierem a ser estabelecidas pela entidade de tutela;”

Os outros valores patrimoniais relevantes do Património Arqueológico são distinguidos em 3 categorias (Artigo 76º do regulamento):

a) sítios arqueológicos classificados ou em vias de classificação

b) sítios arqueológicos inventariados

c) áreas de sensibilidade arqueológica

Para cada categoria são definidas os regimes de proteção, sendo que as intervenções em sítios arqueológicos classificados ou em vias de classificação regem-se pelo regime legal de defesa e proteção do património arqueológico, os sítios arqueológicos inventariados dispõem de áreas de salvaguarda que consta da carta de ordenamento e as áreas de sensibilidade arqueológica

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estão identificadas na carta de património e qualquer intervenção nestas áreas deve ser objeto de prévia avaliação arqueológica.

Os outros valores patrimoniais relevantes do Património Arquitetónico são identificados na carta de ordenamento - salvaguardas e execução do plano e é estipulado na alínea b) do n.º 4 do artigo 77 do regulamento a área de salvaguarda, que corresponde ao “território delimitado por uma linha traçada a 50 metros de distância do elemento patrimonial em questão, contados a partir do seu limite exterior.”

Considera-se que, perante os elementos apresentados, o plano reflete o reconhecimento do património presente no município e a tomada de consciência do seu valor, salvaguardando os elementos de maior relevância para o concelho.

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5.2.2 PAISAGEM

CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL

O concelho de Vieira do Minho abrange uma área predominantemente montanhosa, caracterizada por vales profundos e encaixados, “com elevada diferença de cotas, colinas e cabeços e pequenos planaltos que correspondem aos níveis de aplanamento culminante das montanhas da Cabreira. Nos limites ocidentais do concelho nota-se a transição dos relevos marcantes da Cabreira para o nível de aplanamento inferior, típico do relevo minhoto.” (PMDFCI de Vieira do Minho, 2007). A paisagem do concelho de Vieira do Minho é assim marcada por diferença de cotas muito acentuada, que oscilam entre os 100 metros (junto ao rio Cávado) e os 1262 metros (Talefe – ponto culminante da Serra da Cabreira). Esta variação hipsométrica é a base que marca a paisagem do território concelhio que se distingue entre a serra da cabreira, o vale do rio Ave e o vale do rio Cávado.

Mapa 10 | Modelo altimétrico do concelho de Vieira do Minho

O desenvolvimento do maciço da Serra da Cabreira marca território quer pela vasta porção que ocupa quer pelas suas características geográficas (encostas com declives elevados). A Serra da Cabreira constitui um prolongamento ocidental da Serra do Barroso, fazendo parte da barreira natural que separa as regiões do Minho e Trás-os-Montes e que é constituída pelo Gerês, Alvão e Marão.

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Mapa 11 | Carta de declives do concelho de Vieira do Minho

A classificação e caracterização do território em regiões homogéneas permitem avaliá-lo e planeá-lo com uma visão holística da paisagem que o constitui, tendo em consideração as características mais relevantes que o condicionam ou que o distingue em relação a outros.

A definição de unidades de paisagem no concelho de Vieira do Minho assentou em três variáveis fundamentais, nomeadamente, altitude, morfologia e hidrografia (mais especificamente, as sub-bacias hidrográficas), que possibilitou a distinção de 4 unidades de paisagem:

1. Terras Altas;

a) Serra da Cabreira

b) Monte de Anissó

c) Serra de Maroiço

2. Vale do Cávado;

3. Vale do Ave;

4. Terras de Transição.

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Mapa 12 | Unidades de paisagem existentes no concelho de Vieira do Minho

A unidade de paisagem Terras Altas corresponde às áreas de maior altitude, abrangendo três locais distintos do território concelhio: Monte de Anissó, Serra de Merouço e Serra da Cabreira. Esta área caracteriza-se por apresentar uma morfologia acidentada e com altitudes elevadas (> 600m), uma densidade populacional baixa que se concentra em pequenos povoamentos onde a principal atividade económica é a agricultura. A ocupação do solo predominante é floresta constituída por “matas semi espontâneas de carvalhos (Quercus robur e Quercus pyrenaica), embebidas numa matriz de matos de urzes (Erica sp), carqueja (Genista sp) e tojo (Ulex sp)” (Gomes et. al, 2001). As pastagens permanentes também assumem um papel importante na morfologia da paisagem desta unidade surgindo nas áreas de rechãs. Esta unidade de paisagem tem sido negativamente marcada pela ocorrência de incêndios florestais, com destaque para um ocorrido em 1998 e outro em 2006, na parte central da Serra da Cabreira.

A unidade de paisagem Vale do Cávado é marcada pelas sub-bacias hidrográficas pertencentes ao rio Cávado. Caracteriza-se por encostas com declives acentuados resultantes do encaixe do rio Cávado e das ribeiras que o alimentam e pela presença das albufeiras da caniçada e Salamonde. A ocupação do solo e marcada por uma matriz agro-florestal onde predominam espaços florestais degradados na parte Oeste (junto a barragem da Caniçada) devido aos incêndios florestais que ocorrem quase anualmente. Trata-se de uma unidade com maior densidade populacional do que a anterior.

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A unidade de paisagem Vale do Ave é marcada pela albufeira do Ermal, caracterizando-se por uma área plana envolvida por vertentes mais suaves do que a unidade de paisagem Vale do Cávado, sendo a altitude máxima verificada 400 m. A ocupação do solo caracteriza-se por distintos sistemas agrícolas, sendo que na parte sul desta unidade, junto à Serra do Merouço, prevalecem os sistemas culturais e parcelares complexos, verificando-se, na parte central, predominância das pastagens permanentes. Na fronteira com a unidade do Vale do Cávado predominam os sistemas agroflorestais. Os espaços florestais existentes são compostos na sua maioria por resinosas. Importa ainda referir que os valores de densidade populacional mais elevados do concelho são observados nesta unidade, devido à localização, nesta unidade, da freguesia de sede do concelho.

Finalmente, a unidade de paisagem Terras de Transição corresponde, tal como o nome indica, às zonas de transição entre as unidades Vale do Cávado e Vale do Ave e a unidade Terras Altas. Nesta unidade a ocupação predominante é a florestal, com povoamentos de resinosas e mistos. De salientar o facto desta unidade de paisagem não ter sido flagelada pela ocorrência de incêndios florestais. Relativamente ao número de habitantes por quilómetro quadrado, esta apresenta densidades populacionais superiores às verificadas nas restantes unidades de paisagem, com exceção para a unidade de paisagem de Vale do Ave.

Vieira do Minho possui uma paisagem rica e diversa com diversos pontos de interesse e com potencial turístico. A valorização da paisagem passa pela sua salvaguarda e requalificação, mas também pelo seu reconhecimento e contemplação. Neste sentido é fundamental que os municípios criem infraestruturas de apoio que permitam o uso-fruto dos valores paisagísticos e que rentabilizem o seu território. No caso de Vieira do Minho foi criado para tal uma rede de percursos pedestres e de BTT.

Relativamente aos percursos pedestres, é possível aferir que, no concelho de Vieira do Minho, existem 5 percursos pedestres, nomeadamente:

Quadro 23 | Percursos pedestres existentes no concelho de Vieira do Minho

DESIGNAÇÃO CARACTERÍSTICAS DO PERCURSO

Com início e fim na Casa de Guarda de Agra, e com uma extensão de aproximadamente 6 km. Trilho realizado numa das zonas ecologicamente PR 1 VRM – Percurso da Costa mais valiosas da Serra da Cabreira – a Costa dos Castanheiros, dos Castanheiros proporcionando ao visitante um contacto como que demais belo existe na Cabreira. Percurso vocacionado para apreciadores e conhecedores da natureza.

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DESIGNAÇÃO CARACTERÍSTICAS DO PERCURSO

Com início e término na freguesia de Campos, em pleno coração da Serra da Cabreira, e com uma extensão de cerca de 14 km. Pode-se ver bons exemplares de arquitetura vernácula (moinhos, pontes, espigueiros, PR 2 VRM – Percurso de Campos fornos comunitários), tradições locais e amplos espaços verdes. Trata-se de um percursos misto no que toca ao contexto físico e espacial em que se desenvolve. Com início e fim na Serradela, tem uma extensão de aproximadamente 11 km, onde se percorre predominantemente a encosta Norte da Serra da Cabreira. Proporciona ao visitante paisagens espetaculares quer da PR 3 VRM – Percurso do Cabeço Cabreira, quer do Gerês. Sob o ponto de vista faunístico é eventualmente da Vaca possível observar Garranos, coelhos, perdizes vermelhas, diversas aves de rapina, entra as quais a Águia-real, que nidifica nas escarpas da Serra do Gerês. Inicia e finda na Casa de Guarda do Turio, com uma extensão de cerca de PR 4 VRM – Percurso do Turio 11 km ao longo dos quais existem 4 fontes e 2 parques de merenda e dois miradouros (miradouros da Serradela e da Pedra Escrita). Grande percurso, com duração de 2 dias, com início e fim no Parque de Campismo da Cabreira. Percurso multifacetado, alterna os testemunhos do presente com os do passado, a paisagem natural com a paisagem GR 5 – Grande Rota – Fojos humanizada. A paisagem urbana vai-se progressivamente esbatendo, sucedendo-lhe a bucólica paisagem agrícola, até sermos confrontados com a magnitude da paisagem serrana.

Existem ainda no em Vieira do Minho 9 percursos BTT (Agra, Cabreira, Campos, Parque Cabreira, Parque Cabreira II, Vieira do Minho, Vilarchão e Serradela), identificados e com informação relativa a distancia, dificuldade, ponto de partida e chegada.

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EFEITOS ESPERADOS COM A PROPOSTA DO PLANO

Quadro 24 | Avaliação dos Efeitos Significativos da proposta segundo o critério “Paisagem”

Objetivo de sustentabilidade: Assegurar a valorização e a proteção do caráter da paisagem.

PROPOSTA EFEITOS OBSERVAÇÕES

De acordo com o guia da DGOTDU, “A paisagem na revisão dos PDM”, A proposta do plano não define a proposta do plano deve definir objetivos de qualidade paisagística objetivos de qualidade paisagística Efeitos potencialmente negativos. para as unidades de paisagem para as unidades de paisagem identificadas. identificadas, de modo a assegurar a valorização e a proteção do caráter da paisagem. Estas medidas visam “garantir uma correta inserção urbanística e paisagística, impor condicionamentos à modelação do São definidas, a nível regulamentar, terreno e à implantação ou à Efeitos positivos sinérgicos normas de inserção urbanística e configuração volumétrica das cumulativos a médio/longo prazo. paisagística. edificações que se pretendam localizar em áreas não disciplinadas por planos de pormenor ou por operações de loteamento” (art.º 15.º do Regulamento da RPDM). Estes integram o conjunto de espaços destinados ou reservados à exploração dos recursos São definidos “Espaços afetos à geológicos e a regulamentação exploração de recursos geológicos” definida procura assegurar a Efeitos positivos cumulativos e como categoria do solo rural. Estes minimização dos impactes permanentes a longo prazo. espaços dizem respeito a duas ambientais e a compatibilização pedreiras, localizadas em Anissó. dos usos, em fase de exploração dos recursos geológicos, e a recuperação paisagística após o término da atividade. As áreas de exploração dos recursos geológicos têm, efetivamente, um impacto negativo Uma das pedreiras identificadas na paisagem que deve ser (n.º 6484 Corte de Castanheiro minimizado a quando o fim da sua Pegado) está referida pela DGEG Efeitos potencialmente negativos. exploração. O seu abandono, sem como “em abandono” – última aplicação do plano de recuperação atualização 10-12-2013 paisagístico obrigatório, constitui uma infração grave que fica assim sinalizada pelo município. Os percursos pedestres foram O Município, após a aprovação do Efeitos positivos sinérgicos a médio considerados na delimitação da plano, deve equacionar a hipótese prazo. EEM. de elaborar programas e/ou planos

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Objetivo de sustentabilidade: Assegurar a valorização e a proteção do caráter da paisagem.

complementares ao PDM para aumentar a rede de percursos pedestres, associados à EEM A implantação de Parques Eólicos, É recomendável que sempre que poderá ter como consequência haja intenção de construir um novo uma descaracterização da Parque Eólico, o projeto respetivo paisagem, quer pelas próprias Efeitos potencialmente negativos. incorpore a avaliação dos seus torres geradoras deste tipo de efeitos ambientais, em que a energia, quer pelos extensos componente paisagística seja corredores de transporte de devidamente considerada. energia. A implantação da Estrutura Ecológica Municipal, contribuirá em muito para a preservação e conservação dos valores Concretização da Estrutura Efeitos positivos significativos a paisagísticos presentes no Ecológica Municipal. médio/longo prazo. território concelhio, através das rigorosas medidas de salvaguarda impostas para os solos nela integrados.

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FUNDAMENTAÇÃO DA APRECIAÇÃO CRÍTICA

De acordo com o guia da DGOTDU “A paisagem na revisão dos PDM”, a proposta do plano deverá definir objetivos de qualidade paisagística para as unidades de paisagem identificadas, de modo a assegurar a valorização e a proteção do caráter da paisagem.

O regulamento estabelece que o município poderá exigir que os projetos incorporem medidas de salvaguarda destinadas a garantir “a integração visual e paisagística dos empreendimentos, instalações ou atividades em causa, nomeadamente através do condicionamento dos materiais e da gama de cores a utilizar nas componentes que interfiram com o seu aspeto exterior, e da imposição de criação de cortinas arbóreas e arbustivas do perímetro das parcelas que lhes sejam adstritas” (alínea a) do n.º 3 do artigo 15º).

A questão paisagística não foi considerada aquando da elaboração do 1.º PDM de Vieira do Minho. Nos últimos anos, o concelho tem vindo a assistir a uma degradação do seu património cultural e paisagístico, fruto da diminuição demográfica e consequente abandono territorial. Sem a revisão do PDM, podemos afirmar que a tendência seria para a persistência e agravamento destes problemas estruturais.

A gestão de conflitos entre a conservação da natureza e atividades económicas é uma área na qual deverá ser investido esforço, no sentido de garantir a informação, participação e consideração de valores diferentes entre as expectativas das populações e o proposto em planos.

Torna-se relevante dar uma especial atenção à articulação entre as ações nos sistemas de proteção e valorização patrimonial e paisagística, as políticas de coesão sócio territorial e as políticas de desenvolvimento económico, por forma a que fique assegurada a preservação de importantes valores do sistema patrimonial e paisagístico.

É primordial que a proteção e valorização do património cultural e paisagístico sejam ações prioritárias no contexto de desenvolvimento do concelho. O desenvolvimento do sector turístico poderá pôr em causa os objetivos de proteção e valorização.

Este tipo de conflitos torna-se ainda mais evidente no contexto concelhio, devido à existência de elevados valores essencialmente paisagísticos e à extensa dimensão do território.

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5.3 OCUPAÇÃO E GESTÃO TERRITORIAL

5.3.1 SISTEMA URBANO E RURAL

CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL

A Tipologia das Áreas Urbanas (TIPAU), definida pelo INE em colaboração com a DGOTDU com o intuito de criar um maior entendimento sobre os espaços urbano e rural, criou uma classificação tripartida das freguesias do território nacional, a saber:

Quadro 25 | Níveis de classificação da TIPAU

TIPAU DESCRIÇÃO

Fazem parte das APU as seguintes situações: freguesias urbanas, semiurbanas contíguas às freguesias urbanas, incluídas na área urbana, segundo as orientações e critérios de funcionalidade/planeamento; freguesias semiurbanas Áreas Predominantemente Urbanas (APU) constituindo por si só áreas predominantemente urbanas segundo as orientações e critérios de funcionalidade/planeamento; freguesias sedes de concelho com população residente superior a 5.000 habitantes. Fazem parte das AMU as seguintes situações: freguesias semiurbanas não incluídas na área predominantemente urbana; Áreas Medianamente Urbanas (AMU) freguesias sedes de concelho não incluídas na área predominantemente urbana. Fazem parte das APR as freguesias não incluídas nas APU nem nas Áreas Predominantemente Rurais (APR) AMU. Fonte: INE

O concelho de Vieira do Minho, de acordo com os dados do INE (2001), encontra-se dividido em Áreas Predominantemente Rurais e em Áreas Maioritariamente Urbanas. As freguesias de Eira Vedra, Ventosa, Tabuaças, Vieira do Minho e Guilhofrei estão classificadas como AMU, enquanto que as restantes freguesias do município estão classificadas como APR (Mapa 13).

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Mapa 13 | Tipologia das áreas urbanas do concelho de Vieira do Minho, em 2001

Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, entende-se por solo urbano aquele para o qual é reconhecida a vocação para o processo de urbanização e de edificação, nele se compreendendo os terrenos urbanizados ou cuja urbanização seja programada, constituindo o seu todo o perímetro urbano.

O solo urbano definido no PDMVM em vigor é constituído pelas seguintes categorias funcionais: Espaços de Aglomerado Tipo 1, Espaços de Aglomerado Tipo 2, Espaços de Aglomerado Tipo 3, Espaços Industriais e Espaços de Equipamento Coletivo, correspondendo a cerca de 1.110 ha, o que representa 5% da área total do território concelhio.

Quadro 26 | Qualificação do solo urbano em vigor

CATEGORIAS DE SOLO URBANO – PDM EM VIGOR ÁREA (HA)

Espaços de Aglomerado Tipo 1 12,05

Expansão Aglomerado Tipo 1 6,45

Espaços de Aglomerado Tipo 2 277,77

Expansão Aglomerado Tipo 2 509,71

Espaços de Aglomerado Tipo 3 569,49

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Espaços Industriais 4,22

Espaços de Equipamento Coletivo 8,91

ÁREA TOTAL SOLO URBANO 1.110,83

Analisando a distribuição do solo urbano de acordo com o PDM de Vieira do Minho vigente (Mapa 14), constata-se que este se encontra concentrado maioritariamente nas áreas localizadas em torno da freguesia de sede de concelho e também nas imediações dos grandes planos de água existentes (Caniçada, Salamonde e Ermal).

Mapa 14 | Solo urbano no concelho de Vieira do Minho

De acordo com o Relatório de Caracterização e Diagnóstico, cerca de 1.200 ha da área do território concelhio são áreas urbanizadas/edificadas. Da área total de solo urbano concelhia, 27,5% (313 ha) dizem respeito a áreas com baixa construção, ou seja, todas as áreas onde não existem construções ou com construções isoladas, das quais mais de 82% correspondem a áreas superiores a 4.000 m2 sem edificações ou com uma densidade de edificação muito baixa.

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Mapa 15 | Solo urbano sem edificação no concelho de Vieira do Minho

O PDM em vigor procurou a colmatação e a consolidação do solo urbano efetivamente ocupado com as densidades esperadas para esta tipologia de uso do solo. No Mapa 16 estão representadas as áreas de solo urbano consolidado existentes antes da entrada do PDM em vigor, bem como as áreas de solo urbano consolidado criado durante a vigência do atual PDM.

Mapa 16 | Solo urbano consolidado no concelho de Vieira do Minho

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A edificação dentro das áreas urbanizáveis já existia, em grande parte, antes da entrada em vigor do PDM atual, sobretudo naquelas que haviam sido classificadas como urbanizada com algum grau de consolidação. Contudo, nas freguesias de Eira Vedra e Vieira do Minho identificam-se casos em que os atuais perímetros do solo urbano consolidado são resultado do preenchimento de espaços de solo urbanizável, que pontualmente possibilitaram a colmatação do solo consolidado já existente.

O solo rural pode ser definido como o tipo de solo para o qual é reconhecida vocação para as atividades agrícolas, pecuárias, florestais ou minerais, assim como o que integra os espaços naturais de proteção ou de lazer ou que seja ocupado por infraestruturas que não lhe confiram o estatuto de solo urbano (º 2 do artigo 72.º do DL n.º 380/99, de 22 de setembro), republicado pelo DL n.º 46/2009, de 20 de fevereiro).

No PDM vigente, o solo rural encontra-se qualificado nas seguintes categorias:

 Espaços Agrícolas;

 Espaços Florestais;

 Espaços Florestais de Proteção Especial.

Constata-se pelo Quadro 27 que o solo rural ocupa cerca de 20.861 ha, o que corresponde a 94,94% da área total do território concelhio. Das três categorias existentes, os Espaços Florestais são responsáveis pela maior ocupação do solo rural no concelho de Vieira do Minho, ocupando aproximadamente 69% da área total de solo rural no concelho.

Quadro 27 | Qualificação do solo rural em vigor

CATEGORIAS DE SOLO RURAL – PDM EM VIGOR ÁREA (HA)

Espaços Agrícolas 2.019,21

Espaços Florestais 14.335,03

Espaços Florestais de Proteção Especial 4.506,89

ÁREA TOTAL SOLO RURAL 20.861,13

À data dos Censos 2011, o concelho de Vieira do Minho possuía um total de 7.454 edifícios, o que traduz um aumento de 12,38% comparativamente ao número de edifícios registados no momento censitário anterior (6.633 edifícios). Importa ainda referir que na maioria das

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freguesias deste município verificou-se um aumento do número de edifícios entre 2001 e 2011, tendo este sido mais acentuado nas freguesias de Louredo (51,27%) e Caniçada (43,04%). Contudo, nas freguesias de Anjos, Salamonde, Soengas e Soutelo assistiu-se a uma diminuição do número de edifícios existentes.

Mapa 17 | Número de edifícios no concelho de Vieira do Minho e respetiva variação relativa (2001- 2011)

Em termos da densidade de alojamentos, o concelho de Vieira do Minho apresenta, em média, 36,92 alojamentos por km2. As freguesias com maior densidade de alojamentos são a freguesia de sede do município (170,46 alojamentos/km2), Eira Vedra (69,64 alojamentos/km2) e Ventosa (62,49 alojamentos/km2).

Ao nível do número de licenças de construção emitidas pela Câmara Municipal de Vieira do Minho, no período compreendido entre 2000 e 2004, o número de licenças concedidas aumentou 27,47%. Este cenário é oposto ao verificado nas unidades territoriais nas quais este município está inserido, designadamente NUT I – Continente, NUT II – Norte e NUT III – Ave, em que se observou uma variação negativa.

Quanto à tipologia das licenças emitidas, observa-se que, relativamente às novas construções, no ano de 2004, 87,5% das licenças emitidas dizem respeito a edifícios para habitação familiar. Em termos das licenças concedidas para ampliações, alterações e reconstruções, em 2004

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cerca de 96% dos licenciamentos emitidos pela CMVM eram relativas a edifícios para habitação familiar.

Relativamente à evolução do edificado em solo urbano, dos 21,74 ha construídos no concelho de Vieira do Minho entre 1993 e 2003, cerca de 42% ocorreu em solo urbano, o que significa que existem cerca de 12,61 ha de edificação em solo não classificado para tal. Constata-se a existência de uma tendência para a construção fora do solo urbano, que se observa tanto nas freguesias com indicadores demográficos negativos como nas freguesias com dinâmicas demográficas de estabilização.

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EFEITOS ESPERADOS COM A PROPOSTA DO PLANO

Quadro 28 | Avaliação dos Efeitos Significativos da proposta segundo o critério “Sistema Urbano e Rural”

Objetivo de sustentabilidade: Promover o ordenamento do espaço urbano e rural. Promover a contenção da expansão e da dispersão urbana. Contribuir para a consolidação do espaço urbano.

PROPOSTA EFEITOS OBSERVAÇÕES

A proposta define a hierarquia urbana para o concelho, em 3 níveis hierárquicos: A proposta de hierarquização  1.º Nível: Sede do Município: Efeitos positivos a médio/longo urbana permite uma maior  2.º Nível: Cerdeirinhas, prazo. clarificação da estratégica Ruivães e Rossas; territorial para o município.  3.º Nível: Restantes aglomerados. A qualificação garante a A proposta de solo urbano inclui 5 diversidade e multifuncionalidade categorias funcionais do uso do Efeitos positivos cumulativos a do uso do solo urbano, solo urbano, algumas ainda médio e longo prazo. organizando-o dentro dos diversos divididas em subcategorias. espaços e áreas de enquadramento específico. Tendo em conta o decréscimo da população e os níveis de licenciamento ocorridos nas Há um acréscimo de 13,61 ha do últimas décadas, não se prevê a Efeitos positivos cumulativos a solo urbano, o que representa um necessidade de aumento da área médio e longo prazo. aumento de apenas 1,7%. para construção. Assim o plano aposta numa estratégia de consolidação do solo urbano existente. O solo urbanizado corresponde a zonas consolidadas ou em consolidação e infraestruturadas, o Apenas 15,3% do solo urbano Efeitos positivos cumulativos a que significa que o plano pretende corresponde a solo não urbanizado. longo/médio prazo. colmatar as áreas já edificadas e promove a rentabilização das infraestruturas já criadas. Estas áreas são constituídas por um conjunto de áreas que, a par da sua ocupação extensiva com usos agrícolas, pecuários ou A proposta considera a delimitação agroflorestais, se verifica a de áreas de edificação dispersa Efeitos positivos sinérgicos a disseminação com caráter que, no PDM vigente, não tinham médio/longo prazo. dispersivo de edificações sido consideradas. destinadas quer à habitação, quer a outros usos. O plano pretende “um modelo de contenção das manchas de dispersão cingindo-as aos seus

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Objetivo de sustentabilidade: Promover o ordenamento do espaço urbano e rural. Promover a contenção da expansão e da dispersão urbana. Contribuir para a consolidação do espaço urbano. limites atuais.”

As UOPG demarcam espaços de A proposta do plano prevê 5 intervenção que, pelo seu uso e Efeitos positivos sinérgicos a UOPG’s: Campos/Lamalonga, Agra, ocupação, devem ser tratados com médio/longo prazo. Espindo, Zebral e Louredo. um nível de planeamento de maior detalhe.

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FUNDAMENTAÇÃO DA APRECIAÇÃO CRÍTICA

Genericamente, a proposta promove um correto ordenamento rural e urbano. A proposta do plano define categorias funcionais de uso do solo, rural e urbano, que não tinham sido consideradas no PDM em vigor:

Quadro 29: Correspondência de categorias funcionais do uso do solo

CATEGORIAIS FUNCIONAIS DO USO DO SOLO

PDM EM VIGOR PROPOSTA

Solo urbano

Espaços Centrais e Residenciais:

Espaços de Aglomerado Tipo 1 Aglomerado Tipo 1

Espaços de Aglomerado Tipo 2 Aglomerado Tipo 2

Espaços de Aglomerado Tipo 3 Espaços Urbanos de Baixa Densidade

Espaços Industriais Espaços de Atividades Económicas

Espaços de Uso Especial de Equipamentos Espaços de Equipamento Coletivo Espaços Verdes

Solo rural

Espaços Agrícolas Espaços Agrícolas Espaços de Uso Múltiplo Agrícola e Florestal

Espaços Florestais Espaços Florestais de Produção

Espaços Florestais de Proteção Especial Espaços Florestais com Função de Proteção

– Espaços Naturais Espaços Afetos à Exploração de Recursos – Geológicos – Aglomerados Rurais

– Áreas de Edificação Dispersa

Os Aglomerados de Tipo I caracterizam-se por possuírem uma malha urbana consolidada ou em consolidação e um nível satisfatório de infraestruturas, nomeadamente arruamentos pavimentados e dotados de passeios e ainda equipamentos, serviços e comércio com expansão significativa, sendo os alinhamentos de construção geralmente definidos.

Os Aglomerados de Tipo 2 caracterizam-se pela coexistência de malhas urbanas não consolidadas, servidas por um reduzido nível de infraestruturas com áreas urbanas consolidadas e devidamente infraestruturadas. Nestes aglomerados, os equipamentos e

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comércios existentes são, normalmente, os de caráter básico ou essencial, a tipologia dominante é a de baixa densidade, em regra, habitação unifamiliar, verificando-se, por vezes, a inexistência de definição de alinhamento de construção.

Os Espaços Urbanos de Baixa Densidade caracterizam-se pela ocupação linear ou nuclear, sem expressão de continuidade, ao longo de vias de caráter rural, pavimentadas ou não, inexistindo ou sendo deficientes os equipamentos ou serviços e surgindo o comércio esporadicamente, verificando-se ainda que a tipologia dominante é a de casa/quintal ou casa/quinta e os alinhamentos de construção são normalmente indefinidos.

As áreas integradas em Espaços de Atividades Económicas destinam-se à instalação de unidades industriais, oficinas e de armazenagem, como uso dominante, e ainda de atividades que, pelas suas características, se revelem incompatíveis com a sua localização nas categorias de espaços centrais e residenciais e espaços urbanos de baixa densidade.

Os Espaços de Uso Especial de Equipamentos integram áreas ocupadas com equipamentos públicos ou de interesse público ou reservadas para a sua expansão ou instalação.

Os Espaços Verdes integram jardins públicos e praças com importância estruturante dos principais aglomerados urbanos, destinando-se a usos recreativos, turísticos, desportivos e culturais, não sendo suscetíveis de outros usos, e têm como função complementar a qualificação ambiental e paisagística do território urbano.

Analisando a variação das áreas em solo urbano do PDM em vigor e com a proposta de revisão do PDM, constata-se que a proposta de solo urbano apresenta um acréscimo de apenas 1,17%, sendo que os Espaços Urbanos de Baixa Densidade correspondem à categoria de solo urbano com maior acréscimo de área, enquanto que os aglomerados de tipo 2 apresentam a diminuição de área mais acentuada.

Quadro 30 | Comparação da quantificação das áreas em solo urbano em vigor e propostas

VARIAÇÃO CATEGORIAS FUNCIONAIS DO USO DO SOLO URBANO ÁREA (HA) %

Aglomerado Tipo 1 34,57 65,14

Aglomerado Tipo 2 -428,02 -368,77

Espaços Urbanos de Baixa Densidade 364,24 39,01

Espaços de Atividades Económicas 20,04 82,61

Espaços de Uso Especial de Equipamentos 44,47 82,04

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VARIAÇÃO CATEGORIAS FUNCIONAIS DO USO DO SOLO URBANO ÁREA (HA) %

Espaços Verdes – –

Solo urbano 13,61 1,17

Comparando as categorias do solo rural, destaca-se o aumento dos espaços agrícolas e o aumento dos espaços de floresta de proteção em detrimento dos espaços florestais de produção.

Quadro 31 | Comparação da quantificação das áreas em solo rural em vigor e propostas

VARIAÇÃO CATEGORIAS FUNCIONAIS DO USO DO SOLO RURAL ÁREA (HA) %

Espaços Agrícolas 550,06 21,41 Espaços de Uso Múltiplo Agrícola e – – Florestal Espaços Florestais de Produção -6.609,24 -87,34 Espaços Florestais com Função de 2.223,32 33,03 Proteção Espaços Naturais – – Espaços Afetos à Exploração de Recursos – – Geológicos Aglomerados Rurais – –

Áreas de Edificação Dispersa – –

Solo rural -216,28 -1,06

Analisando a proposta de solo urbano por freguesia, é percetível que em mais de metade das freguesias há um ligeiro decréscimo do perímetro urbano, considerando-se assim que a proposta contribui para a consolidação dos espaços urbanos. A freguesia com maior aumento de área urbana é a sede do concelho e, para tal, contribuiu claramente a inclusão, na presente proposta, da área referente à categoria “Espaços Verdes”. Segue-se a freguesia de Tabuaças, cujo aumento do perímetro urbano se deve, essencialmente, ao alargamento da área industrial, que representará a zona industrial por excelência do concelho.

Em termos de hierarquia urbana, a proposta do plano define três níveis funcionais:

 1.º Nível: Sede do Município (Vieira do Minho);

AAE da RPDM de Vieira do Minho | Abril de 2014 112 | P á g i n a

 2.º Nível: Cerdeirinhas, Ruivães e Rossas;

 3.º Nível: Restantes aglomerados.

A proposta qualifica operativamente o solo em duas categorias, nomeadamente solo urbanizado e solo urbanizável.

O solo urbanizado diz respeito a zonas consolidadas (áreas edificadas consolidadas e/ou em consolidação) e às zonas infraestruturadas (áreas de solo urbano exteriores à zona consolidada e adjacentes a vias dotadas das infraestruturas urbanísticas básicas).

O solo urbanizável é constituído pelo conjunto das zonas parcialmente infraestruturadas (áreas do solo urbano exteriores ao solo urbanizado e adjacentes a vias habilitantes, mas não dotadas da totalidade das restantes infraestruturas urbanísticas básicas) e das zonas de expansão (áreas remanescentes de solo urbano adjacentes ou não a via habilitante, mas não dotadas de qualquer das restantes infraestruturas urbanísticas básicas).

A proposta delimita áreas de edificação dispersa que são constituídas por um conjunto de áreas em que, a par da sua ocupação extensiva com usos agrícolas, pecuários ou agroflorestais, se verifica uma disseminação com caráter dispersivo de edificações destinadas quer a habitação, quer a outros usos. Os usos dominantes nas áreas de edificação dispersa são os usos genéricos do solo rural (agrícola, pecuário e florestal), procurando-se um modelo de dispersão contida de edificações destinadas a usos complementares ou compatíveis com aqueles.

O plano propõe a definição de cinco UOPG’s, a serem objeto de Plano de Urbanização, designadamente:

 Campos/Lamalonga;

 Agra;

 Espindo;

 Zebral;

 Louredo.

Estas UOPG’s exigem níveis de planeamento mais detalhados, devido à dinâmica de evolução territorial e urbanística que apresentam ou pelas exigências de preservação e qualificação dos valores patrimoniais que nelas se localizam.

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5.3.2 PREVENÇÃO DOS RISCOS

CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL

No critério Prevenção dos Riscos pretende-se avaliar a contribuição da revisão do PDM de Vieira do Minho para a prevenção dos riscos naturais, mistos ou tecnológicos, de que forma são considerados e como são minimizadas as suas potencialidades.

De acordo com o Plano Municipal de Emergência, os principais riscos naturais existentes no concelho de Vieira do Minho são o risco de movimento de massa em vertentes e o risco de cheias e inundações.

A suscetibilidade de movimentos de massa em vertentes apresenta áreas significativas ocupadas pelas classes moderada e elevada. Na parte norte do concelho, destacam-se as freguesias situadas, principalmente, ao longo do rio Cávado, como Parada do Bouro, Caniçada, Soengas, Ventosa, Cova, Louredo, Salamonde, Ruivães e ainda a freguesia de Campos, esta já afastada do referido curso de água. Na parte central do concelho são as freguesias de Cantelães e Pinheiro as que evidenciam maiores áreas de suscetibilidade moderada e elevada, sobretudo na área de Turio. Na parte sul, destacam-se as freguesias de Guilhofrei e Rossas.

Mapa 18 | Suscetibilidade de movimentos de massa em vertentes no concelho de Vieira do Minho

Fonte: Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Vieira do Minho – Parte IV, Secção 2, GeoAtributo, 2011

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No que se refere ao risco de movimentos de massa, existem vias de comunicação que apresentam troços com suscetibilidade elevada, designadamente:

Quadro 32 | Vias de comunicação e respetivos troços com suscetibilidade elevada ao movimento de massa

VIAS TROÇOS

 Troços entre Cubo e Outeira EN 103  Troço em Águas Terças  Troços em Ruivães

EN 304 Troços em Chãs e Arejal

EN 205 Troços entre Sameiro e S. Frutuoso

EM 595 Troços entre Parada de Bouro e Bragadelas

EM 526 Troços entre Rossas e Anjos

EM 103-4 Troços entre Aldeia, Chã do Carro e Fundevila

CM 1424 Troço próximo de Paredes

CM 1410 Troços entre Pontilhões e Costa

CM 1406 Troço em Mosteiró

CM 1397 Troços próximos de Frades

Ainda relativamente ao risco de erosão foram igualmente identificadas na delimitação da Reserva Ecológica Nacional 3.185 hectares de área com risco de erosão, sendo este valor revisto a quando a revisão da REN para 7.862 hectares (há um acréscimo de 35,99%), que corresponde a 36% da área concelhia.

Relativamente ao risco de cheias e inundações, o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Vieira do Minho (2011) identifica três áreas com risco moderado a elevado de cheias e inundações, que se localizam nas imediações das ribeiras de Tabuaças e Cantelães, nas freguesias de Eira Vedra, Mosteiró e Vieira do Minho.

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Mapa 19 | Carta de suscetibilidade de cheias e inundações no concelho de Vieira do Minho

As áreas de risco de cheias e inundações não afetam quaisquer elementos críticos, sendo a única exceção um aqueduto, construído para permitir a passagem da variante à EN 304. Este aqueduto situa-se entre as freguesias de Eira Vedra e Vieira do Minho.

Relativamente ao risco de incêndio florestal, a análise da carta de perigosidade do risco de incêndios florestais no concelho de Vieira do Minho (Mapa 20) mostra a existência de várias zonas com perigosidade de risco de incêndio alta e muito alta. Este facto decorre do acentuado declive e do tipo de ocupação predominante (florestas e meios naturais e seminaturais) que caracterizam este concelho. É ainda possível verificar que todas as freguesias deste município apresentam áreas com perigosidade muito alta.

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Mapa 20 | Carta de perigosidade de incêndios florestais no concelho de Vieira do Minho

Fonte: Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) de Vieira do Minho, 2010

Relativamente ao risco, o PDM em vigor apenas contempla as áreas com risco de erosão integradas na REN, estando sujeitas ao regime vigente. Não considerou no entanto as áreas de risco de cheia nem as áreas de perigosidade de incêndio florestal.

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EFEITOS ESPERADOS COM A PROPOSTA DO PLANO

Quadro 33 | Avaliação dos Efeitos Significativos da proposta segundo o critério “Prevenção dos riscos”

Objetivo de sustentabilidade: Inclusão das zonas de risco natural na proposta de ordenamento, de forma a assegurar a prevenção me garantindo a segurança de pessoas e bens.

PROPOSTA EFEITOS OBSERVAÇÕES

As áreas com risco de erosão são Efeitos positivos sinérgicos, Nestes espaços devem ser incluídas na categoria “Espaço permanentes a curto e médio adotados os modelos de silvicultura Florestal de Proteção”. prazo. definidos no PROF-BM. O plano propõe áreas edificadas ou para edificação que se encontram Considerando as orientações do associadas a risco de rosão. São PME de Vieira do Minho, deveria propostos 51,6 ha para exclusão da Efeitos potencialmente negativos. ter sido restringida ou mesmo revisão da REN (em risco de proibida a expansão urbana para erosão), dos quais 25,74 ha zonas com elevada suscetibilidade. correspondem a áreas de expansão. As zonas ameaçadas por cheias e as O uso do solo nestas áreas está Efeitos positivos sinérgicos a longo áreas de risco de erosão foram condicionado ao regime legal da prazo. incluídas da REN. REN. Não existem áreas de solo urbano Não existe ainda nenhuma e/ou áreas de edificação dispersa Efeitos positivos significativos, proposta de exclusão REN para em zonas de risco de cheia ou cumulativos a curto e médio prazo. urbano nestas áreas. inundações. Os Espaços verdes destinam-se a As áreas com risco moderado a usos recreativo, turísticos, elevado de cheias e inundações são Efeitos positivos sinérgicos desportivos e culturais tendo como enquadradas na categoria de permanentes a curto e longo prazo. função complementar a “Espaços Verdes”. qualificação ambiental e paisagística do território urbano. A proposta avalia possíveis áreas de interseção, concluindo-se que se Nas áreas com risco de incêndio trata de erros cartográficos ou alto e muito alto é interdita a Efeitos positivos sinérgicos a curto áreas que não são ocupadas com edificação, de acordo com a e médio prazo. povoamentos florestais, estando legislação em vigor. diminuído o risco ou um dos motivos pelos quais foram classificadas.

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FUNDAMENTAÇÃO DA APRECIAÇÃO CRÍTICA

As áreas de risco de movimento de vertentes encontram-se associadas às áreas com risco de erosão da REN, estando assim sujeitas ao seu regime jurídico. A proposta do plano pretende que a maioria das áreas de risco de erosão elevado sejam integradas na categoria de espaços florestais de proteção, com o intuito de associar a estas áreas modelos de silvicultura direcionados para a proteção do solo contra a erosão.

As áreas de risco de cheia e inundações, de acordo com a proposta do plano “não afetam quaisquer elementos críticos passíveis de serem afetados pela possibilidade de ocorrência de cheias nestas zonas, assim como não existe qualquer área urbana ou proposta de exclusão da REN para urbano em áreas de risco de cheia.” Na Planta de Ordenamento, estas áreas foram enquadradas nas categorias de “Espaços Agrícolas” e “Espaços Verdes”, estes últimos, destinam-se a usos recreativos, turísticos, desportivos e culturais, tendo como função complementar a qualificação ambiental e paisagística do território urbano. Nestes espaços é admitida a edificação de equipamentos e instalações de apoio às atividades recreativas e de lazer, assim como centros de educação ambiental ou estabelecimentos de restauração. No entanto, no seu conjunto, as componentes edificadas não podem possuir uma área de implantação superior a 10% do polígono de espaço verde.

Mapa 21 | Inclusão das Áreas de Risco de Cheia e Inundação na Proposta de Ordenamento

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As áreas de risco de cheia estão igualmente identificadas na carta de condicionantes, por força do regime legal do domínio hídrico (Lei n.º 54/2005, de 15 de novembro).

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5.3.3 DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E SOCIAL

CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL

Analisando os dados demográficos do concelho de Vieira do Minho, constata-se que no período intercensitário entre 2001 e 2011, a população residente neste município diminuiu 11,73%, passando de 14.724 indivíduos em 2001 para 12.997 indivíduos em 2011. No entanto, pelo Quadro 34 constata-se que a tendência de decréscimo da população residente não é generalizada em todas as freguesias de Vieira do Minho, constatando-se que em Caniçada e Tabuaças houve um aumento de cerca de 2%, relativamente ao número de indivíduos registado no momento censitário anterior.

Quadro 34 | População residente no concelho de Vieira do Minho e respetiva variação relativa (2001 e 2011)

POPULAÇÃO RESIDENTE POPULAÇÃO RESIDENTE FREGUESIA VARIAÇÃO (%) 2001 2011 Anissó 263 215 -18,25

Anjos 415 333 -19,76

Campos 240 185 -22,92

Caniçada 446 455 2,02

Cantelães 933 828 -11,25

Cova 333 301 -9,61

Eira Vedra 706 702 -0,57

Guilhofrei 1.154 961 -16,72

Louredo 479 436 -8,98

Mosteiro 931 774 -16,86

Parada do Bouro 529 469 -11,34

Pinheiro 544 447 -17,83

Rossas 2.071 1.673 -19,22

Ruivães 931 738 -20,73

Salamonde 484 387 -20,04

Soengas 161 148 -8,07

Soutelo 215 173 -19,53

Tabuaças 901 919 2,00

Ventosa 408 358 -12,25

Vieira do Minho 2.289 2.239 -2,18

Vilar do Chão 291 256 -12,03 Fonte: XIV e XV Recenseamento Geral da População, Instituto Nacional de Estatística, 2014.

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Relativamente às freguesias onde se observou um decréscimo do número de indivíduos, destaque para as freguesias de Campos (-22,92%), Ruivães (-20,73%) e Salamonde (-20,04%), por corresponderem às freguesias onde a diminuição da população residente foi mais acentuada, todas elas a apresentar um decréscimo superior a 20%.

As freguesias de Vieira do Minho e Rossas caracterizam-se por apresentarem o maior número de efetivos populacionais, com 2.239 indivíduos a residir na freguesia de sede do concelho e 1.673 indivíduos a residir em Rossas, o que representa cerca de 17% e 13%, respetivamente, da população residente em 2011.

Mapa 22 | População residente no concelho de Vieira do Minho, em 2011

À data dos Censos 2011, a densidade populacional no concelho de Vieira do Minho era bastante inferior à densidade populacional das unidades territoriais nas quais está inserido, nomeadamente da NUT I – Continente (112,8 hab/km2), NUT II – Norte (173,3 hab/km2) e NUT III – Ave (410,7 hab/km2). Através do Gráfico 6 constata-se ainda que o número de habitantes por quilómetro quadrado de Vieira do Minho é o menor relativamente ao verificado nos concelhos que integram NUT III – Ave.

AAE da RPDM de Vieira do Minho | Abril de 2014 122 | P á g i n a

Gráfico 6 | Densidade populacional (hab/km2) em 2011 (enquadramento administrativo)

Continente Norte Ave Fafe Guimarães Póvoa de Lanhoso Vieira do Minho Vila Nova de Famalicão Santo Tirso Trofa

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1.000 2 hab/km Fonte: XIV e XV Recenseamento Geral da População, Instituto Nacional de Estatística, 2014.

Os baixos valores de densidade populacional são característicos dos concelhos do interior do país, sendo, contudo, de registar que os concelhos vizinhos de Vieira do Minho exibem valores de densidade populacional superiores ao da NUT I – Continente e NUT II – Norte.

Relativamente à densidade populacional (habitantes por quilómetro quadrado) nas freguesias que constituem o município de Vieira do Minho (quadro), constata-se que grande parte destas apresenta uma densidade populacional superior à média do concelho (sombreado a azul no Quadro 35). As freguesias com povoamento mais denso são Vieira do Minho (311,6 hab/km2) e Eira Vedra (125,7 hab/km2), enquanto que Campos (13,4 hab/km2) e Anjos (19,5 hab/km2) correspondem às freguesias com povoamento menos denso.

Quadro 35 | Densidade populacional (hab/km2) do concelho de Vieira do Minho e respetiva variação relativa (2001 e 2011)

DENSIDADE POPULACIONAL DENSIDADE POPULACIONAL VARIAÇÃO (%) FREGUESIA 2001 2011 Anissó 73,8 60,4 -18,20

Anjos 24,3 19,5 -19,85

Campos 17,4 13,4 -22,90

Caniçada 64,5 65,8 2,00

Cantelães 80,8 71,7 -11,28

Cova 76,2 68,9 -9,62

Eira Vedra 126,4 125,7 -0,54

Guilhofrei 102,7 85,6 -16,67

AAE da RPDM de Vieira do Minho | Abril de 2014 123 | P á g i n a

DENSIDADE POPULACIONAL DENSIDADE POPULACIONAL VARIAÇÃO (%) FREGUESIA 2001 2011 Louredo 62,9 57,3 -8,92

Mosteiro 84,6 70,4 -16,79

Parada do Bouro 68,6 60,8 -11,37

Pinheiro 53,0 43,5 -17,89

Rossas 65,6 53 -19,21

Ruivães 30,8 24,4 -20,78

Salamonde 57,8 46,2 -20,10

Soengas 77,5 71,3 -8,04

Soutelo 34,6 27,8 -19,54

Tabuaças 91,1 92,9 2,02

Ventosa 94,1 82,6 -12,19

Vieira do Minho 318,5 311,6 -2,16

Vilar do Chão 36,7 32,3 -11,97 Fonte: XIV e XV Recenseamento Geral da População, Instituto Nacional de Estatística, 2014.

Mapa 23 | Densidade populacional no concelho de Vieira do Minho, em 2011

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Analisando a distribuição da população residente no município de Vieira do Minho por grandes grupos etários, constata-se que a maioria da população residente no concelho de Vieira do Minho insere-se no grupo etário entre os 25 e os 64 anos (51,60% da população total residente), seguindo-se o grupo etário dos 65 e mais anos (22,81% da população total residente). De facto, o número de indivíduos enquadrados nos dois grandes grupos etários (0- 14 anos e 15-24 anos) é bastante inferior, o que vem evidenciar a tendência progressiva de envelhecimento da população, que se tem vindo a evidenciar ao longo dos últimos anos. Este facto deve-se, por um lado, aos baixos índices de natalidade e, por outro lado, refletem o aumento da esperança média de vida da população.

Efetuando uma análise mais pormenorizada por freguesia, deparamo-nos com um cenário análogo de envelhecimento demográfico, sendo que em todas as freguesias a classe etária dos 25-64 anos é aquela que abarca um maior número de indivíduos. Uma análise da pirâmide etária do concelho de Vieira do Minho (Gráfico 7) vem comprovar a tendência de duplo envelhecimento da população, que se caracteriza por um estreitamento da base (população jovem) e um alargamento do topo (população idosa).

Gráfico 7 | População residente (N.º) no concelho de Vieira do Minho (2001 e 2011) por grupos quinquenais

85 e + anos 80 - 84 75 - 79 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 - 9 0 - 4

700 600 500 400 300 200 100 0 100 200 300 400 500 600 700

2001 Mulheres 2001 Homens 2011 Mulheres 2011 Homens

Fonte: XIV e XV Recenseamento Geral da População, Instituto Nacional de Estatística, 2014.

AAE da RPDM de Vieira do Minho | Abril de 2014 125 | P á g i n a

No concelho de Vieira do Minho, no período intercensitário entre 2001 e 2011, verificou-se uma diminuição da taxa de analfabetismo, à semelhança do que se verifica nas unidades territoriais nas quais está inserido. Deste modo, à data dos Censos 2011, por cada 100 indivíduos com mais de 10 anos, 8 não sabiam ler nem escrever.

O concelho de Vieira do Minho é servido pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) de Fafe, juntamento com, os concelhos de Fafe e Póvoa de Lanhoso. O concelho de Vieira do Minho apresenta um cenário idêntico aos outros dois municípios abrangidos pelo IEFP de Fafe em termos da população desempregada, no sentido em que a maior percentagem de indivíduos desempregados tem idade compreendida entre os 35 e os 54 anos (Gráfico 8).

Gráfico 8 | População desempregada nos concelhos do IEFP de Fafe, à data dos Censos 2011, por grupo etário

Vieira do Minho

Póvoa de Lanhoso

Fafe

0% 20% 40% 60% 80% 100% < 25 anos 25 - 34 anos 35 - 54 anos 55 e mais anos

Fonte: XV Recenseamento Geral da População, Instituto Nacional de Estatística, 2014.

Os dados do XV Recenseamento Geral da População relativos à população residente com atividade económica concelho de Vieira do Minho, revelam um elevado peso da população adulta empregada e um desemprego particularmente desfavorável para a população mais jovem, sendo a população nas faixas etárias dos 20-24 anos, 25-29 anos e 35-39 anos mais afetadas pelo desemprego (Gráfico 9).

AAE da RPDM de Vieira do Minho | Abril de 2014 126 | P á g i n a

Gráfico 9 | População residente com atividade económica (empregada e desempregada), segundo a faixa etária, no concelho de Vieira do Minho, à data dos Censos 2011

População empregada População desempregada 600

500

400

300

200 N.º de indivíduos de N.º

100

0

25 29 29 25 anos

15 - - 15 anos 19 - 20 anos 24 - 30 anos 34 - 40 anos 44

35 - - 35 anos 39 - 45 anos 49 - 50 anos 54 - 55 anos 59 - 60 anos 64 - 65 anos 69 - 70 anos 74

75 e mais e 75 anos Fonte: XV Recenseamento Geral da População, Instituto Nacional de Estatística, 2014.

De acordo com os dados do INE, no último momento censitário o setor terciário apresentava a maior proporção da população empregada no concelho de Vieira do Minho, com cerca de 31% da população empregada a trabalhar no setor terciário social e cerca de 32% a trabalhar no setor terciário económico. O setor secundário apresenta também uma elevada proporção de indivíduos empregados (aproximadamente 33% da população empregada), assumindo-se assim o setor primário como o setor a empregar um menor número de indivíduos neste município.

No período intercensitário em análise (2001-2011), assistiu-se a uma diminuição do número de indivíduos a trabalhar nos setores primário e secundário, tendo este decréscimo correspondido a 2,76% e 13,32%, respetivamente. De facto, no setor terciário houve um aumento da população empregada a trabalhar neste setor, com um acréscimo de 8,66% para o setor terciário social e um acréscimo de 7,42% para o setor terciário económico.

AAE da RPDM de Vieira do Minho | Abril de 2014 127 | P á g i n a

Gráfico 10 | População empregada, por setor de atividade económica, no concelho de Vieira do Minho, em 2001 e 2011

100%

24,29% 31,71% 80%

22,15% 60% 30,81% Setor terciário (económico)

40% Setor terciário (social) 45,86% Setor secundário

20% 32,54% Setor primário

7,70% 0% 4,94% 2001 2011

Fonte: XIV e XV Recenseamento Geral da População, Instituto Nacional de Estatística, 2014.

De acordo com o Relatório de Caracterização e Diagnóstico (2011), a economia do município de Vieira do Minho apresenta uma oferta de infraestruturas económicas insuficiente, tanto ao nível das comunicações e telecomunicações, como em termos de equipamentos coletivos mais especializados, necessários ao aumento e desenvolvimento da produtividade das atividades industriais.

Segundo a mesma fonte, a estrutura produtiva a nível concelhio assenta em setores tradicionais de baixa produtividade, o que se deve tanto à referida indisponibilidade de infraestruturas adequadas como à falta de mão-de-obra qualificada. Relativamente ao setor secundário, a indústria transformadora é atividade que assegura a maior fatia de emprego neste setor de atividade económica, sendo, no entanto, o subsetor de eletricidade que de destaque como de maior importância neste concelho. Relativamente ao setor terciário, reconhecem-se igualmente algumas carências, devido à insuficiência da oferta de serviços especializados, designadamente serviços bancários, seguradoras e serviços hoteleiros.

Em termos do ordenamento e disponibilidade do solo para as atividades económicas, o PDM vigente prevê que os espaços industriais correspondam a espaços infraestruturados com finalidade industrial específica, estrategicamente localizados em relação aos principais eixos viários, podendo, em alguns casos, constituir áreas de colmatação significativa, em torno dos pólos industriais já existentes, e sempre que possível dotados de declives pouco acentuados. Após a publicação do PU das Cerdeirinhas foi criada a Zona Industrial das Cerdeirinhas.

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Estão abrangidas pela Diretiva n.º 96/61/CE, do Concelho, de 24 de setembro, relativa à Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP), certas atividades económicas a que se associa uma potencial poluição considerada significativa e definida de acordo com a natureza e/ou capacidade de produção das instalações identificadas. Desta forma de acordo como o DL n.º 173/2008, de 26 de agosto, a instalação de atividades PCIP está condicionada à obtenção de uma Licença Ambiental. De acordo com a informação disponibilizada pela APA5, no concelho de Vieira do Minho não existe nenhum estabelecimento detentor de licença ambiental. Segunda a mesma entidade há registo de 6 processos de Avaliação Impacto Ambiental sendo na sua maioria referentes à indústria do setor da energia, produção e transporte.

Relativamente à indústria considerada perigosa, o Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de julho, constata-se que no concelho de Vieira do Minho não existe nenhum estabelecimento abrangido pelo nível inferior de perigosidade, nem pelo nível superior de perigosidade do referido diploma legal.

O Plano Estratégico Nacional do Turismo6 define dez tipologias de produtos, sobre os quais deve recair a aposta estratégica do turismo nacional. Destas dez tipologias destacam-se o Turismo de Natureza, Tours de Vinho e Gastronomia e Touring Cultural e Paisagístico, como tendo possibilidades de desenvolvimento no contexto da oferta potencial do território que abrange o município de Vieira do Minho.

A inventariação e o correto enquadramento dos recursos turísticos poderá assumir uma importância significativa ao nível da estratégia de desenvolvimento local, estendendo-se ao nível do PDM, no sentido em que a identificação da localização destes recursos e a sua hierarquização permitirá o correto enquadramento ao nível da revisão do Regulamento e da Planta de Ordenamento do território concelhio. Contudo, no caso concreto do concelho de Vieira do Minho esta inventariação ainda não existe.

Mais recentemente o Município levou a cabo a inventariação de um conjunto de ofertas turísticas, que resultou na identificação de 221 elementos ou conjuntos patrimoniais, que se reportam essencialmente ao património edificado e arqueológico existente.

5 http://sniamb.apambiente.pt/LAdigital/ 6 Ministério da Economia e da Inovação, 2007. Plano Estratégico Nacional do Turismo – para o Desenvolvimento do Turismo em Portugal.

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Face ao exposto, considera-se pertinente a necessidade de avaliação dos recursos turísticos existentes no concelho de Vieira do Minho, de modo a definir aqueles que deverão ser considerados na estratégia de desenvolvimento do setor turístico do concelho e, eventualmente, serem alvo de algum tipo de salvaguarda ao nível dos instrumentos de gestão territorial, em particular do PDM.

De referir ainda que o PDM em vigor não delimitou áreas destinadas ao turismo, no entanto o POA do Ermal identifica três unidades de turismo em espaço rural, alguns equipamentos e infraestruturas turísticas de recreio e lazer designadamente:

- Na zona de Guilhofrei, com edifício de apoio para armazenagem de canoas;

- Na zona de Santa Marta (freguesia de Rossas) com estrutura de teleski, bar de apoio e parque de estacionamento).

O PGRH do Cávado, Ave e Leça identifica uma zona de pesca reservada na albufeira do Ermal.

A atual oferta de alojamento turístico no concelho de Vieira do Minho, de acordo com a informação disponibilizada pelo Município, compreende os seguintes empreendimentos turísticos:

Quadro 36 | Empreendimentos turísticos no concelho de Vieira do Minho

TIPOLOGIA DE ALOJAMENTO N.º DE EMPREENDIMENTOS

Turismo em Espaço Rural (TER) 47

Residencial 1

Casa de Campo 6

Casas de Abrigo 4

Agroturismo 1 Fonte: Relatório de Caracterização e Diagnóstico (2011) e Município de Vieira do Minho

Uma pesquisa efetuada na Internet permitiu obter uma compilação de outros empreendimentos turísticos descritos no quadro seguinte.

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Quadro 37 | Estabelecimentos turísticos no concelho de Vieira do Minho

NOME FREGUESIA

Aldeia Turística de Louredo Louredo

Casa Cancela da Renda Anjos (União das freguesias de Anjos e Soutelo)

Casa Dentro "Capitão-Mor" Ruivães (União das freguesias de Ruivães e Campos)

Casa da Cerca Parada de Bouro

Casa da Choqueira Louredo

Casa da Cuqueira Vieira do Minho

Casa da Gaiteira Ruivães (União das freguesias de Ruivães e Campos)

Casa do Soral Parada de Bouro

Casa da Ponte de S. Pedro Cantelães

Casa da Sarraginha Mosteiro

Casa de Baixo do Eido Campos (União das freguesias de Ruivães e Campos)

Casa de Campo do Ermal Mosteiro

Casa de Travassô Rossas

Casa Nascente do Ave Rossas

Casa de S. Paio Eira Vedra

Casa do Hospital Vieira do Minho

Casa dos Gaios Mosteiro

Casa do Mercador Tabuaças

Casa do Cruzeiro Rossas

Casa do Pontido Cantelães

Casa do Truta Campos (União das freguesias de Ruivães e Campos)

Casa Fidalgo Rossas

Casa Mindinha Mosteiro

Casa Tadeu Anjos (União das freguesias de Anjos e Vilar do Chão)

Hospedaria “Zé da Estrada” Guilhofrei

Lindo Verde Ventosa (União das freguesias de Ventosa e Cova)

Hotel Aquafalls Spa Caniçada (União das freguesias Caniçada e Soengas)

Hotel Nascente do Ave Rossas

Quinta Cercas da Costa Rossas

Quinta Casa da Batoca Mosteiro

Pousada de São Bento Caniçada (União das freguesias Caniçada e Soengas)

Quinta Travessa Eira Vedra

Quinta das Vieiras Tabuaças

Quinta do Negral Ventosa (União das freguesias de Ventosa e Cova)

Quinta da Penela Cantelães

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NOME FREGUESIA

Quinta da Baralha Mosteiro

Quinta da Veiga Ventosa

Quinta de Calvelos Soengas (União das freguesias Caniçada e Soengas)

Residência Arijal Vieira do Minho

Quinta de Barbedo Caniçada (União das freguesias Caniçada e Soengas)

Quinta de S. Simão Tabuaças

Quinta Brasão da Caniçada Caniçada (União das freguesias Caniçada e Soengas)

Quinta dos Martinhos Rossas

Quinta das Glicínias Vieira do Minho

Quinta do Poço Tabuaças Fonte: Site da Câmara Municipal de Vieira do Minho7 e do Turismo de Vieira do Minho8

Ao nível dos equipamentos de utilização coletiva, nos termos do Decreto-Regulamentar n.º 9/2009, de 29 de maio, estes podem ser definidos como sendo “as edificações e os espaços não edificados afetos à provisão de bens e serviços destinados à satisfação das necessidades coletivas dos cidadãos, designadamente nos domínios da saúde, da educação, da cultura e do desporto, da justiça, da segurança social, da segurança pública e da proteção civil”.

Os equipamentos administrativos existentes, a Conservatória do Registo Civil, os CTT, a Repartição de Finanças e o Tribunal Judicial estão concentrados na freguesia de sede do concelho (Vieira do Minho).

Os equipamentos de ensino identificados resultam da aplicação da Carta Educativa de Vieira do Minho, em que é referido que, desde o ano letivo 2003/2004, apenas existe neste município um agrupamento escolar, nomeadamente o “Agrupamento de Escolas Vieira de Araújo”. De acordo com este documento, no ano letivo 2004-2005 a rede escolar concelhia caracterizava-se por 14 Jardins de Infância, 36 Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico, 1 Escola do 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico e 1 Escola de Ensino Secundário.

7 http://www.cm-vminho.pt/ - acedido a 28 de fevereiro de 2014. 8 http://www.vieiraminhoturismo.com/ - acedido a 28 de fevereiro de 2014.

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Mapa 24 | Parque Escolar do concelho de Vieira do Minho para o ano letivo 2004-2005

Ao nível dos equipamentos de saúde, o município de Vieira do Minho dispõe de 2 extensões de Saúde, nomeadamente a Extensão de Saúde de Rossas e a Extensão de Saúde de Ruivães e ainda um Centro de Apoio Permanente, sito na sede concelhia. Quanto ao número de profissionais de saúde, estão disponibilizados para o concelho em número bastante inferior ao verificado nas unidades territoriais nas quais está inserido. Enquanto na NUT II – Norte existem em 2012, em média, 3,9 médicos por 1.000 habitantes, em Vieira do Minho o valor fica abaixo de 1 médico por 1.000 habitantes (0,9 médicos). O mesmo cenário é verificado para o número de enfermeiros, sendo que, enquanto que na NUT II – Norte estão disponíveis no ano de 2012, em média, 6,2 enfermeiros por cada 1.000 habitantes, no concelho de Vieira do Minho apenas existem, em média, 3,7 enfermeiros por cada 1.000 habitantes. De referir que tanto em termos de médicos como em termos de enfermeiros, Vieira do Minho apresenta o valor mais baixo, comparativamente com os concelhos que estão inseridos na mesma unidade territorial (NUT III – Ave).

Em termos dos equipamentos sociais existentes no concelho de Vieira do Minho, estes procuram essencialmente dar resposta às necessidades locais da infância e juventude e apoio à população idosa. Deste modo, verifica-se a existência de 1 Centro de Acolhimento Temporário para Menores localizado na freguesia de Louredo, 1 Centro de Acolhimento Temporário para Idosos na freguesia de Vieira do Minho, 2 ATL sitos nas freguesias de Cantelães e Guilhofrei, 1 equipamento com valências de Lar, ATL, Creche, Jardim de Infância e

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Apoio Domiciliário localizado na freguesia de Vieira do Minho e 2 equipamentos com valências de Lar, ATL e Apoio Domiciliário, distribuídos pelas freguesias de Rossas e Ventosa.

Como equipamentos culturais contabilizam-se, de acordo com a informação disponível no site do Município, a Biblioteca Municipal Padre Alves Vieira e o Auditório Municipal, ambos localizados na sede concelhia, e ainda o Museu Etnográfico de Guilhofrei, localizado na freguesia de Guilhofrei.

Relativamente aos equipamentos desportivos, estão disponíveis no concelho de Vieira do Minho diferentes tipologias, designadamente campos de futebol, polidesportivos, campos de tiro, campos de ténis, pavilhão municipal e piscinas municipais.

Mapa 25 | Equipamentos desportivos e recreativos do concelho de Vieira do Minho

A rede viária do concelho de Vieira do Minho (Mapa 26) evidencia a posição e as conexões que este possui em relação aos municípios envolventes. Os três principais eixos viários são a EN 103, a EN 205 e a EN 304.

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Quadro 38 | Principais acessibilidades do concelho de Vieira do Minho

REDE VIÁRIA DESIGNAÇÃO DESCRIÇÃO

Principal via que atravessa o concelho, circundando parte do Vale do Cávado e estabelecendo, para poente, as EN 103 ligações com Braga e para nascente as ligações com Montalegre e Chaves. Eixo viário que se desenvolve na parte mais meridional do Estradas Nacionais concelho, na direção poente-nascente, estabelecendo a EN 205 ligação com os municípios de Póvoa de Lanhoso e Cabeceiras de Basto. Via que se desenvolve na direção sudeste-noroeste e EN 304 através da qual é feita a ligação ao município de Terras de Bouro. Fonte: Adaptado do Relatório de Caracterização e Diagnóstico da Revisão do PDM de Vieira do Minho (2011).

A ligação entra as várias freguesias do concelho é efetuada através das restantes vias, de nível municipal e florestal, com relevância em termos da sua extensão e dos acessos que permitem. Em termos de estradas municipais, a rede viária concelhia é constituída por 13 vias com uma extensão de cerca de 68,75 km. Quanto ao estado de conservação destas vias, constata-se que, na sua maioria, as estradas municipais se encontram em bom e razoável estado, com exceção para a EM 530 que apresenta mau estado de conservação. Os caminhos municipais constituem uma rede que se desenvolve ao longo de 602 km e que é constituída por 813 vias.

Mapa 26 | Rede viária do concelho de Vieira do Minho

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O concelho de Vieira do Minho enfrenta problemas de acessibilidade e mobilidade, uma vez tratar-se de um concelho de transição entre o litoral de forte cariz urbano (Braga) e o interior mais rural e de montanha (Trás-os-Montes), que são ainda agravados pela sua topografia e o povoamento disperso existente. Neste sentido, a Câmara Municipal de Vieira do Minho tem procurado melhorar a rede viária municipal existente, através de várias intervenções em estradas e caminhos municipais. Uma importante intervenção neste sentido foi a retificação da Estrada Nacional 304, entre as Cerdeirinhas e a Vila de Vieira do Minho com variante a Sapinhos.

De referir que no âmbito do Plano Estratégico do Vale do Ave – 2000/2007 estão previstos alguns projetos, no sentido de melhorar a circulação rodoviária na rede municipal de caminhos rurais e florestais e ainda melhorar a circulação rodoviária com acesso rápido às estradas nacionais através da variante sul, com ligação da EM 526 à Ranha.

No que se refere à mobilidade, no concelho de Vieira do Minho, à data dos Censos 2011, cerca de 5% da população residente trabalha em casa, sendo que os restantes 95% têm de deslocar- se para o seu local de trabalho ou estudo. Assim, constata-se que aproximadamente de 70% da população realiza deslocações intraconcelhias para trabalhar/estudar, cerca de 23% da população trabalha ou estuda noutro município que não aquele onde reside e apenas cerca de 3% trabalha/estuda no estrangeiro. Constata-se ainda que, das deslocações intraconcelhias, cerca de 36% ocorrem na dentro da freguesia de residência e 34% dizem respeito a deslocações para outras freguesias do concelho de Vieira do Minho (Gráfico 11).

Gráfico 11 | População residente empregada ou estudante segundo o local de trabalho ou estudo no concelho de Vieira do Minho, em 2011

Vieira do Minho Em casa

Na freguesia onde reside NUT III - Ave

Noutra freguesia do município onde reside NUT II - Norte Noutro município que não aquele onde reside NUT I - Continente No estrangeiro

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Fonte: XIV e XV Recenseamento Geral da População, Instituto Nacional de Estatística, 2014.

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Os movimentos extraconcelhios da população de Vieira do Minho para o local de trabalho/estudo são mais expressivos nas freguesias de Vieira do Minho, Rossas, Cantelães, Guilhofrei e Tabuaças, constatando-se ainda que a proporção de pessoas que trabalha/estuda no estrangeiro é reduzida (ou praticamente inexistente) na maioria das freguesias.

Quadro 39 | População empregada ou estudante, segundo o local de trabalho ou estudo, por freguesia do concelho de Vieira do Minho, em 2011

NA FREGUESIA NOUTRA FREGUESIA DO NOUTRO MUNICÍPIO QUE NO EM CASA FREGUESIA ONDE RESIDE MUNICÍPIO ONDE RESIDE NÃO AQUELE ONDE RESIDE ESTRANGEIRO Anissó 8 20 48 24 6

Anjos 15 15 61 25 1

Campos 5 10 28 32 0

Caniçada 16 56 101 59 6

Cantelães 7 162 175 73 3

Cova 3 29 72 22 0

Eira Vedra 11 86 249 76 11

Guilhofrei 40 155 137 103 30

Louredo 5 50 79 33 5

Mosteiro 10 87 183 84 21

Parada do Bouro 7 73 58 60 6

Pinheiro 8 41 91 50 18

Rossas 48 238 266 172 33

Ruivães 17 112 61 96 4

Salamonde 9 46 57 55 5

Soengas 1 7 41 13 0

Soutelo 13 9 34 27 8

Tabuaças 32 152 192 136 4

Ventosa 12 56 55 41 7

Vieira do Minho 21 868 133 255 20

Vilar do Chão 3 9 68 43 2 Fonte: XIV e XV Recenseamento Geral da População, Instituto Nacional de Estatística, 2014.

De acordo com os Censos 2011, a duração média dos movimentos pendulares da população residente empregada/estudante do concelho de Vieira do Minho é de aproximadamente 19 minutos, valor que é superior ao verificado nos restantes concelhos que integram a NUT III – Ave.

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O meio de transporte mais utilizado nos movimentos pendulares e o principal meio de transporte no concelho de Vieira do Minho, à data dos Censos 2011, era o automóvel ligeiro, que representa cerca de 60% das preferências. Consta-se ainda que aproximadamente 15% da população não utiliza nenhum meio de transporte nos movimentos pendulares, ou seja, anda a pé e cerca de 14% da população prefere o autocarro para efetuar os movimentos pendulares.

Gráfico 12 | Meio de transporte mais utilizado nos movimentos pendulares (%) no concelho de Vieira do Minho a principal meio de transporte, em 2011

Nenhum 18,06% 13,55% 0,18% Automovel ligeiro - como condutor

8,75% 1,01% Automovel ligeiro - como passageiro 1,92% Autocarro

15,35% Transporte colectivo 42,37% 0,74% Comboio

Motociclo ou Bicicleta

Outro meio

Fonte: XV Recenseamento Geral da População, Instituto Nacional de Estatística, 2014.

Através do Quadro 40 constata-se que o meio de transporte mais utilizado nas deslocações casa-trabalho/estudo pela população residente, nas várias freguesias do município de Vieira do Minho, é o automóvel ligeiro. Deste modo, em Cantelães e Eira Vedra, mais de 73% da população utiliza o automóvel ligeiro para realizar as deslocações no trajeto entre o local de residência e o local de trabalho/estudo. A única exceção a esta constatação é a freguesia de Anjos, onde o meio de transporte mais utilizado para realizar estas deslocações é o autocarro.

Quadro 40 | Principal meio de transporte utilizado pela população residente empregada do concelho de Vieira do Minho nas deslocações para o local de trabalho/estudo, em 2011

PRINCIPAL MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO (%)

AUTOMÓVEL TRANSPORTE MOTOCICLO OUTRO NENHUM AUTOCARRO COMBOIO FREGUESIA LIGEIRO COLETIVO OU BICICLETA MEIO Anissó 11,36 43,18 25,00 19,32 0,00 1,14 0,00

Anjos 4,49 51,69 35,96 4,49 1,12 1,12 1,12

Campos 9,84 62,30 13,11 3,28 0,00 0,00 11,48

Caniçada 8,91 56,93 17,82 14,85 0,00 0,99 0,50

Cantelães 15,10 73,96 7,29 2,08 0,00 0,52 1,04

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PRINCIPAL MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO (%)

AUTOMÓVEL TRANSPORTE MOTOCICLO OUTRO NENHUM AUTOCARRO COMBOIO FREGUESIA LIGEIRO COLETIVO OU BICICLETA MEIO Cova 6,19 49,56 19,47 22,12 0,00 1,77 0,88

Eira Vedra 8,16 73,47 6,38 10,71 0,00 1,02 0,26

Guilhofrei 12,53 53,48 7,80 22,84 0,28 2,79 0,28

Louredo 8,84 61,90 10,20 18,37 0,68 0,00 0,00

Mosteiro 8,21 63,05 17,60 8,50 0,29 2,35 0,00 Parada do 17,68 53,59 20,99 5,52 0,55 1,66 0,00 Bouro Pinheiro 9,09 60,00 26,06 3,03 0,00 1,82 0,00

Rossas 9,63 52,48 25,00 11,80 0,00 0,78 0,31

Ruivães 10,92 55,90 13,10 12,66 0,00 1,31 6,11

Salamonde 17,14 55,71 15,00 12,14 0,00 0,00 0,00

Soengas 3,45 65,52 24,14 3,45 0,00 1,72 1,72

Soutelo 5,88 51,47 22,06 16,18 1,47 2,94 0,00

Tabuaças 8,35 72,59 13,92 3,85 0,00 0,86 0,43

Ventosa 21,35 65,69 11,68 7,30 0,00 0,00 1,46 Vieira do 33,92 58,06 4,51 2,84 0,08 0,33 0,25 Minho Vilar do Chão 4,85 61,17 20,39 8,74 2,91 0,97 0,97 Fonte: XV Recenseamento Geral da População, Instituto Nacional de Estatística, 2014.

Os transportes coletivos existentes no concelho de Vieira do Minho são as carreiras públicas, os táxis e os transportes escolares.

Em termos de carreiras públicas, este Município é servido por 25 carreiras públicas, distribuídas por 4 empresas distintas: ARRIVA, GIROMUNDO, TRANSDEV e SALAMONDETUR, com itinerários distintos.

Relativamente aos táxis, no concelho existem 24 táxis, com dois tipos de licenciamento distintos: Regime de Praça Livre Condicionada e Regime de Estacionamento Fixo.

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Quadro 41 | Regime de Praça Livre Condicionada e Regime de Estacionamento Fixo

REGIME DE LOCALIZAÇÃO NÚMERO LICENCIAMENTO Praça Guilherme de Abreu 5 Regime de Praça Livre Central de Camionagem 2 Condicionada Campo da Feira 1

Anjos (União das freguesias de Anjos e Vilar do Chão) 1

Campos (União das freguesias de Ruivães e Campos) 1

Caniçada (União das freguesias de Caniçada e Soengas) 1

Cantelães 1

Guilhofrei 2

Regime de Louredo 1 Estacionamento Fixo Parada de Bouro 1

Salamonde 1

Rossas 2

Ruivães (União das freguesias de Ruivães e Campos) 3

Tabuaças 1

Vilar do Chão (União das freguesias de Anjos e Vilar do Chão) 1 Fonte: Relatório de Caracterização e Diagnóstico da Revisão do PDM de Vieira do Minho (2011).

Quanto aos transportes escolares, estes estabelecem a deslocação entre as escolas e o lugar de residência da população escolar. No caso dos alunos do concelho de Vieira do Minho, o seu transporte é efetuado de duas formas distintas:

a) Carreiras Públicas; b) Carreiras especiais:  Associações;

 Câmara Municipal de Vieira do Minho;

 Táxis;

 Transportadoras.

As carreiras públicas transportam, diariamente, um total de 700 alunos e as carreiras especiais transportam 420 por dia, dos quais 112 são alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico.

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EFEITOS ESPERADOS COM A PROPOSTA DO PLANO

Quadro 42 | Avaliação dos Efeitos Significativos da proposta segundo o critério “Desenvolvimento Económico e Social”

Objetivo de sustentabilidade: Contribuir para melhorar as acessibilidades no concelho. Criar condições para aumentar o investimento privado no concelho.

PROPOSTA EFEITOS OBSERVAÇÕES

A proposta do plano define uma Efeitos positivos, sinérgicos e Esta área destina-se UOPG – Área Turística do Ermal – cumulativos, a curto prazo. essencialmente à implantação de para ser objeto de plano de um conjunto turístico na pormenor, com fins turísticos. envolvente da albufeira do Ermal, onde está previsto um conjunto turístico com campo de golfe de 18 buracos, uma academia de golfe, um estabelecimento hoteleiro e moradias e apartamentos de uso turístico. A proposta inclui 3 áreas de Efeitos positivos sinérgicos a Das áreas industriais definidas no espaços de atividade económica médio/longo prazo. PDM em vigor, apenas foram que no total perfazem 24,26 ha. mantidas as Zonas Industriais Estas áreas destinam-se à representadas no PU das instalação de unidades industriais, Cerdeirinhas. A Zona Industrial das oficinas e de armazenagem. Cerdeirinhas será alvo de ampliação. Os espaços de atividade económica Efeitos positivos sinérgicos a O regulamento define ainda devem ser objeto de plano de médio/longo prazo. normas relativas ao pormenor ou loteamento enquadramento urbanístico, à industrial. instalação avulsa de unidades empresariais e às condições de instalação e laboração. O plano propõe a hierarquização Efeitos positivos permanentes e A hierarquização dos eixos viários dos eixos viários em três níveis: sinérgicos a médio prazo. permite a definição de prioridades rede principal, rede secundária e de atuação na sua gestão e permite rede local. uma maior clareza na planificação da sua articulação. São propostas 2 novas vias: a Via Efeitos positivos significativos, do Ave, como rede viária principal, permanentes e cumulativos a curto O plano contribui para a melhoria e outra via, integrada na rede prazo. das acessibilidades. secundária.

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FUNDAMENTAÇÃO DA APRECIAÇÃO CRÍTICA

A proposta do plano considera uma abordagem global ao setor do turismo, sendo que, de uma maneira geral, o regulamento permite a instalação de atividades turísticas em todas as categorias que compõem o solo rural, com exceção para as áreas correspondentes aos “Espaços Afetos à Exploração de Recursos Geológicos” e “Espaços Naturais”. O regulamento especifica as condições de edificabilidade em solo rural para cada tipo de empreendimento turístico (turismo de habitação, turismo em espaço rural, hotel rural, estabelecimento hoteleiro e aldeamento turístico ou conjunto turístico). Relativamente às áreas de solo urbano, o turismo é permitido em todo o solo urbano, sendo entendido como integrante do uso “serviços”, a instalação de estabelecimentos hoteleiros mediante análise do município e caso considere compatível com o meio envolvente.

O plano apresenta áreas a submeter a UOPG, com vista à requalificação urbanística dos núcleos edificados com maior valor patrimonial e, consequentemente, com valor turístico. Ainda no que se refere ao desenvolvimento do potencial turístico, destaca-se o Plano de Pormenor da Área Turística do Ermal. Este localiza-se nas margens da Albufeira do Ermal e, segundo a proposta de revisão do PDM, pretende responder a uma pretensão de investimento, considerada prioritária pelo Município, devido ao seu impacte económico e pela prossecução da estratégia de desenvolvimento territorial do concelho, através da implementação de um conjunto turístico. Este pressuposto vai de encontro à pretensão do município com a presente proposta de revisão do PDM, na medida em que se pretende o aproveitamento das potencialidades e recursos locais, valorizando-se os recursos naturais e culturais do concelho. Neste sentido, o programa de execução do POAE tem uma forte componente turística, onde estão programadas uma série de ações que beneficiarão o desenvolvimento turístico sustentável na zona da albufeira e sua envolvente.

A proposta do plano delimita 24,26 ha destinados a espaços afetos a atividades económicas. As áreas integradas nestes espaços destinam-se à instalação de unidades industriais, oficinas e de armazenagem, como uso dominante, e ainda à implantação de atividades que, pelas suas características, se revelem ser incompatíveis com a sua localização nas categorias de espaços centrais e residenciais e espaços urbanos de baixa densidade. Estas áreas devem ser objeto de Plano de Pormenor e devem respeitar o índice máximo de implantação de 0,7 m2/m2. A nível regulamentar são ainda definidas normas relativamente ao enquadramento urbanístico, à instalação avulsa de unidades empresariais e às condições de instalação e de laboração. O

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plano define ainda normas relativamente ao enquadramento urbanístico, à instalação avulsa de unidades empresariais e às condições de instalação e laboração.

A proposta de ampliação da zona industrial das Cerdeirinhas é justificada pela intensão de criar um polo de desenvolvimento empresarial e industrial, uma vez que as restantes áreas de atividades económicas dizem respeito a áreas já consolidadas ou em vias de consolidação, tratando-se uma mera classificação do solo refente ao existente. Neste sentido a estratégia do município em criar uma ampla zona industrial com rápidos acessos às vias principais do concelho e localizada junto dos principais centros urbanos é positiva, na medida em que além de rentabilizar as infraestruturas necessárias, aumenta a possibilidade de atração empresarial e potencia a criação de emprego.

O plano propõe a hierarquização dos principais eixos em três níveis hierárquicos:

 Rede principal: constituída pelas vias integradas na rede nacional do Plano Rodoviário Nacional e pelas vias municipais que desempenham o papel estruturante fundamental das acessibilidades no território concelhio;

 Rede secundária: constituída pelas vias de articulação da rede principal com os principais aglomerados e áreas geradoras de fluxos no interior do concelho;

 Rede local: constituída pelas vias de distribuição local.

O plano apresenta propostas para duas novas vias, representadas na Planta de Ordenamento como “rede principal proposta” e “rede secundária proposta”. A primeira, correspondente à rede viária principal, é relativa ao traçado previsto para a Via do Ave, uma via intermunicipal, cuja implementação visa o desenvolvimento desta região. A segunda via proposta diz respeito à rede viária secundária e a sua implementação ambicionará melhorar as acessibilidades junto ao novo centro escolar da sede concelhia, permitindo a interligação entre esta escola e outras áreas de equipamento escolar localizadas a sudoeste.

Inicialmente foi ainda incorporada a proposta da variante das Cerdeirinhas, decorrente do PU das Cerdeirinhas. Relativamente a esta proposta foi feita a recomendação da presente avaliação que fosse retirada esta proposta pelo elevado impacto económico, ambiental e paisagístico comparativamente com a real necessidade da sua execução. A recomendação foi aceite e retirada a proposta.

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5.3.4 QUALIDADE AMBIENTAL

CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL

Em termos de consumos de água por habitante no concelho de Vieira do Minho, pelo Gráfico 13, que representa a evolução do consumo de água por habitante neste município entre 2001 e 2009, constata-se que, no período entre 2001 e 2004, houve um aumento do volume de água consumido por habitante. Contudo, constata-se que a partir de 2004 ocorreu uma diminuição do consumo de água por habitante, voltando apenas a aumentar no ano de 2009.

Gráfico 13 | Consumo de água por habitante (m3/hab.) no concelho de Vieira do Minho

m3/hab. 140

120

100

80

60

40

20

0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Fonte: XV Recenseamento Geral da População, Instituto Nacional de Estatística, 2014.

No que concerne à rede de abastecimento de água existente no município, de acordo com os dados do INSAAR, o tipo de serviço prestado por esta rede é do tipo “domiciliário”, servindo um total de 14.193 indivíduos e com um volume anual do “setor doméstico” de 577.996,48 m3.

Segundo dados do INSAAR, referentes ao ano de 2008, Vieira do Minho é dos concelhos melhor servido em termos de abastecimento de água, quando comparado com os outros concelhos da região hidrográfica do Cávado, Ave e Leça, onde está inserido. Neste município 100% da população é servida pela rede pública de abastecimento de água, enquanto que a média da NUT III é de 59,8%.

O abastecimento de água no Município tem origem em captações de recursos hídricos subterrâneos (sendo apenas uma superficial, situada em Vieira do Minho – Cabine/ Mosteiro).

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Mapa 27 | Rede de abastecimento de água do concelho de Vieira do Minho

Fonte: Estudos de Caracterização e Diagnóstico, 2011.

De acordo com o Relatório “Estudos de Caracterização e Diagnóstico” (2011), uma das lacunas que o sistema de distribuição de água para consumo humano de Vieira do Minho apresenta são as perdas na rede de distribuição, que atinge cerca de 3% do volume total de água captada.

Relativamente ao tratamento e controlo analítico da água, pode-se afirmar que são realizadas, periodicamente, análises em vários pontos de amostragem situados nas freguesias.

Quanto ao tratamento da água para consumo humano, de acordo com a base de dados do Instituto Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais (INSAAR), no concelho de Vieira do Minho existe uma Estação de Tratamento de Água (ETA) de Vieira do Minho, localizada na freguesia de Cantelães.

No que concerne ao sistema de drenagem de águas residuais, constata-se que a extensão da rede é estimada em aproximadamente 43,5 km, sendo que apenas 7 freguesias do município de Vieira do Minho possuem rede pública de drenagem de águas residuais, a saber: Eira Vedra, Parada de Bouro, Rossas, Ruivães, Salamonde, Tabuaças e Vieira do Minho. De ressalvar que, nem toda a população destas freguesias tem acesso a estas redes. De facto, a rede de drenagem está implantada em apenas sete freguesias, mas estão a desenvolver-se projetos de implantação de novas redes de saneamento, particularmente, nas freguesias de Campos (Campos, Lamalonga), Eira Vedra (Loureiro), Parada do Bouro (Aldeia, Pandozes) e Vieira do

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Minho (Cuqueira – já existe rede de drenagem neste lugar, no entanto, ainda não entrou em funcionamento).

De acordo com os dados do INE relativos a 2003, o concelho de Vieira do Minho apresentou uma taxa de cobertura de 70% da população servida com sistemas de drenagem de águas residuais. Assim, verifica-se que Vieira do Minho apresenta a segunda taxa mais elevada, logo a seguir a Guimarães, lugar que substancialmente razoável. No entanto, ainda não está convenientemente suprido de sistema de esgotos, uma vez que não possui rede geral de drenagem de águas residuais.

A rede de drenagem de águas residuais do concelho de Vieira do Minho é do tipo “separativa”, ou seja, é constituída por dois coletores distintos, um destinado às águas residuais domésticas e/ou industriais e outro destinado à drenagem de águas pluviais ou similares. Importa referir que os efluentes das freguesias de Rossas e Vieira do Minho são lançados para os emissários da Bacia Hidrográfica do Rio Ave.

Relativamente às Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) existentes no concelho de Vieira do Minho, constata-se que neste município existem 7 ETAR e uma Fossa Séptica. Em termos de pontos de rejeição, de acordo com os dados do INSAAR existem em Vieira do Minho 8 pontos de rejeição, do tipo “descarga em meio recetor após tratamento”.

Reportando-nos ainda ao ano de 2002, o índice de atendimento da população vieirense servida com Estações de Tratamento de Águas Residuais e fossas sépticas atingiu um percentual de 60, valor considerado satisfatório quando comparado com os oito concelhos do Vale do Ave, onde apenas o concelho de Guimarães possuí uma taxa de cobertura mais elevada, com 67,5%.

Relativamente ao setor dos resíduos, de acordo com o Relatório de Caracterização e Diagnóstico, a recolha do lixo no concelho de Vieira do Minho cobre quase a totalidade do território correspondente a cada freguesia. A única exceção são as áreas onde as inacessibilidades rodoviárias não tornam possível o transporte de recolha.

Os resíduos sólidos recolhidos no concelho de Vieira do Minho são depositados e valorizados no aterro sanitário da BRAVAL, sito na serra do Carvalho. Este aterro serve, para além deste município, os municípios de Braga, Póvoa de Lanhoso, Amares, Vila Verde e Terras de Bouro.

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No município de Vieira do Minho é também efetuada a separação do lixo para reciclagem. Este contava, em 2006, com um total de 58 ecopontos, distribuídos pelas várias freguesias do concelho.

No que se refere à qualidade do ruído ambiente, de acordo com o estudo setorial denominado “Mapa do Ruído”, elaborado no âmbito da presente revisão do PDM, a principal fonte de ruído no concelho de Vieira do Minho é o tráfego rodoviário, sendo os eixos viários que servem e atravessam o concelho, nomeadamente a EN 103, EN 304, as vias rodoviárias mais ruidosas.

Estimativas realizadas no âmbito deste estudo apontam que quase a totalidade da população de Vieira do Minho está exposta a níveis de ruído compatíveis com as zonas mistas e aproximadamente 95% da população encontra-se em locais cujos níveis sonoros são compatíveis com as zonas sensíveis.

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EFEITOS ESPERADOS COM A PROPOSTA DO PLANO

Quadro 43 | Avaliação dos Efeitos Significativos da proposta segundo o critério “Qualidade Ambiental”

Objetivo de sustentabilidade: Garantir níveis de abastecimento de água, de saneamento de efluentes urbanos e de recolha de resíduos sólidos urbanos.

PROPOSTA EFEITOS OBSERVAÇÕES

Não são concretizadas medidas que Efeitos potencialmente negativos. Apesar da percentagem executada tenham em vista passar dos níveis corresponder aos mínimos de atendimento mínimos estipulados pelo PEASAR II para a estipulados para os níveis execução da rede de saneamento e desejáveis. água residuais urbanas ser de 70%, o nível de atendimento desejável seria que as áreas urbanas estivessem servidas a 90%. O plano apresenta, como objetivo Efeitos positivos sinérgicos a curto Contudo não são definidas estratégico específico, a melhoria prazo. propostas de melhoria dos níveis dos níveis de abastecimento de de abastecimento de água, água, drenagem de esgotos e a drenagem de esgotos e recolha de recolha de resíduos sólidos resíduos sólidos urbanos. urbanos. É elaborado o estudo setorial Efeitos positivos sinérgicos É assim permitido um planeamento “Mapa do Ruído”. cumulativos a curto/longo prazo. acústico adequado, delimitando-se as zonas onde os níveis acústicos não devem exceder os limites legais admissíveis. O plano define zonas sensíveis e as Efeitos positivos sinérgicos A proposta do plano considera a zonas mistas para os perímetros cumulativos a curto/longo prazo. classificação acústica. urbanos. O regulamento não define regras Efeitos potencialmente negativos. O regulamento não define ainda para a classificação acústica, regras para equiparar recetores designadamente para as zonas de sensíveis isolados (que não são conflito. traduzíveis graficamente na carta de classificação de zonas), segundo as orientações da APA. São identificadas zonas de Efeitos potencialmente negativos Deve ser elaborado o plano sensibilidade acústica que excedem municipal de redução do ruído. os limites legais impostos.

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FUNDAMENTAÇÃO DA APRECIAÇÃO CRÍTICA

A revisão do PDM de Vieira do Minho estabelece que no solo urbano (regra geral), apenas pode ser autorizada a edificação em parcelas adjacentes a vias públicas habilitadas e dotadas de redes públicas de infraestruturas básicas, designadamente abastecimento de água, drenagem de esgotos domésticos e fornecimento de energia elétrica, não podendo ser considerado como substitutivo das redes de infraestruturas em falta, o recurso a soluções técnicas individuais. No solo rural, nos casos em que os usos a dar exijam novas dotações infraestruturais, aqueles só podem ser viabilizados se for possível adotar, para as infraestruturas em causa, soluções técnicas comprovadamente eficazes e ambientalmente sustentáveis, e ficando expressamente estabelecido que a sua construção e manutenção serão da responsabilidade e encargo dos interessados ou de terceiros (art.º 17.º do regulamento). Estas disposições pretendem garantir que as novas edificações tenham níveis de atendimento de abastecimento de água, drenagem de águas residuais e eletricidade assegurados. Contudo, não é dito nada relativamente à melhoria dos níveis de atendimento de drenagem de águas residuais e recolha de resíduos sólidos urbanos, como é preconizado nos objetivos estratégicos da proposta do plano.

Relativamente à drenagem das águas residuais, apesar da percentagem executada corresponder aos mínimos estipulados pelo PEAASAR II para a execução da rede de saneamento e águas residuais urbanas (70%), o nível de atendimento desejável seria que as áreas urbanas estivessem servidas a 90%. Assim, aponta-se para uma tendência de efeitos negativos a longo prazo, uma vez que a existência de saneamento básico permite garantir as melhores condições de saúde pública para a população.

Ao nível do ruído, são identificadas, na Planta de Salvaguardas de Execução, as zonas mistas e as zonas sensíveis. As zonas sensíveis são relativas aos equipamentos escolares e equipamentos de saúde, enquanto que as zonas mistas são referentes a todas as áreas de solo urbano, excluindo as áreas sensíveis e industriais.

A elaboração de Mapas de Ruído possibilita a prevenção e minimização da exposição da população ao ruído, identificando-se as zonas de conflito existentes e previstas, isto é, as zonas onde os níveis de ruído relativos à classificação acústica/uso do solo são ultrapassados. Estes instrumentos permitem distribuir os usos do solo, de modo a garantir que as novas ocupações sensíveis se localizem fora da área de influência das fontes ruidosas existentes e/ou previstas.

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O Mapa 28 permite verificar que existem zonas sensíveis e mistas expostas a ruído ambiente que excede os valores limites, sendo que, segundo o Regulamento Geral do Ruído (DL nº 9/2007, de 17 de janeiro), "as zonas sensíveis ou mistas com ocupação expostas a ruído ambiente exterior que exceda os valores limite fixados no artigo 11º devem ser objeto de planos municipais de redução de ruído, cuja elaboração é da responsabilidade das câmaras municipais". No artigo 8º do presente regulamento, é ainda referido que são áreas consideradas "prioritárias as referentes a zonas sensíveis ou mistas expostas a ruído ambiente exterior que exceda em mais de 5 dB(A) os valores limite fixados no artigo 11º". A proposta do Plano, apesar de apresentar o zonamento acústico e, segundo o relatório da proposta atender à exposição do ruído identificada no Mapa de Ruído, não estabelece quais as medidas a aplicar relativamente às zonas de conflito.

Mapa 28 | Avaliação das zonas de conflito do zonamento acústico

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CAPÍTULO VI. SÍNTESE DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA E RECOMENDAÇÕES PARA SEGUIMENTO

Como referido previamente, o principal objetivo da Avaliação Ambiental Estratégica é identificar os eventuais efeitos significativos no ambiente, resultantes da execução das propostas do plano, pretendendo potenciar os efeitos ambientais, económicos e sociais positivos e minimizar os negativos.

Os resultados da AAE foram identificados ao longo do presente relatório, que se traduziram, dado o caráter estratégico da avaliação, na identificação de potenciais oportunidades e riscos. Neste capítulo é apresentada a síntese das tendências de evolução, segundo o seu desenvolvimento face à situação atual e aos cenários utilizados, tendo em consideração os objetivos estipulados. Esta síntese permite compreender, de uma forma mais clara e sucinta, a análise da avaliação ambiental segundo os FCD estabelecidos.

Subsequentemente apresentam-se recomendações de minimização dos potenciais efeitos negativos da proposta de revisão do PDM, a serem implantadas ao longo da vigência do plano pelo município de Vieira do Minho.

Quadro 44 | Situação atual e tendência de evolução sem e com o plano – Síntese da AAE da RPDM-VM

EVOLUÇÃO SEM A EVOLUÇÃO COM A CRITÉRIOS SITUAÇÃO ATUAL FCD RPDM RPDM Valores Naturais → ↗ BIODIVERSIDADE Recursos Hídricos → →

Património Arquitetónico ↘ → PATRIMÓNIO E e Arqueológico PAISAGEM Paisagem ↘ ↗

Sistema Urbano e Rural ↘ ↗

OCUPAÇÃO E Prevenção dos Riscos → ↗ GESTÃO Desenvolvimento → ↗ TERRITORIAL Económico e Social

Qualidade Ambiental ↘ →

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Distância à situação desejável Distante Próximo Muito próximo

↘ → ↗ Tendência de evolução Negativa Sem alteração significativa Positiva

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Quadro 45 | Recomendações da AAE a implementar após a aprovação do PDM de Vieira do Minho

FCD CRITÉRIOS RECOMENDAÇÕES

Caracterização dos valores naturais existentes no concelho.

Favorecer a manutenção e exploração adequada dos espaços florestais e naturais, de modo a evitar a deflagração de incêndios florestais. Promover ações de sensibilização que visem a adoção de atitudes e comportamentos ambientalmente adequados, Valores Naturais tendo em vista a preservação e valorização da floresta. Favorecer a utilização de espécies autóctones nos espaços verdes, com reduzidas exigências hídricas e adaptadas às características do clima local. BIODIVERSIDADE Desenvolver um programa de implementação e gestão da EEM, associado às unidades de paisagem definidas.

Promover uma gestão conjunta e integrada com os municípios da região, de modo a garantir-se a boa qualidade dos recursos hídricos.

Promover intervenções de valorização das áreas ribeirinhas. Recursos Hídricos Implementação de boas práticas de gestão dos recursos hídricos.

Implementação de um plano de monitorização da qualidade da água das praias fluviais.

Implementar programas de incentivo à requalificação dos Imóveis Patrimoniais inventariados.

Património Arquitetónico e Arqueológico Articular a valorização do património cultural com a valorização do património natural.

Promover a salvaguarda e a valorização de forma integrada do património concelhio. PATRIMÓNIO E Definir objetivos de qualidade paisagística para as unidades de paisagem. PAISAGEM Promover ações de sensibilização que visem a adoção de atitudes e comportamentos ambientalmente adequados, Paisagem visando a preservação e valorização paisagística. Implementar uma rede de percursos pedonais e estabelecer, com os municípios vizinhos, uma estratégia de valorização da biodiversidade e da paisagem, potenciando o turismo da região.

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FCD CRITÉRIOS RECOMENDAÇÕES

Estruturação de programas recreativos e culturais dinamizadores dos percursos já estruturados.

Garantir a existência de espaços verdes de proximidade e de equipamentos de utilização coletiva na vizinhança dos Sistema Urbano e Rural estabelecimentos de ensino. Assegurar a continuidade dos espaços verdes públicos, designadamente através de arborização de arruamentos.

Implementar medidas destinadas à redução do risco de incêndio, nas áreas que têm risco elevado e risco muito elevado Prevenção dos Riscos de incêndio. Potenciar a plantação de vegetação nas zonas de forte declive, de modo a atenuar o risco de erosão.

OCUPAÇÃO E Promover a valorização dos produtos regionais, através de campanhas de divulgação, garantido a sustentabilidade das GESTÃO atividades regionais e a sustentabilidade do território. TERRITORIAL Assegurar o enquadramento paisagístico das vias propostas.

Sempre que possível deverá ser privilegiado o uso de materiais permeáveis. Desenvolvimento Económico e Social Fomentar a utilização dos transportes públicos coletivos do concelho.

Fomentar a implementação de sistemas industriais mais eficientes do ponto de vista energético.

Assegurar a compatibilização da ocupação turística com a manutenção da vegetação natural, das linhas de água, do património geológico e da fauna.

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FCD CRITÉRIOS RECOMENDAÇÕES

Assegurar que são tomadas medidas para planos de redução de ruído nas zonas que ultrapassem os limites estipulados na legislação em vigor.

Procurar atingir as metas do PEAASAR para o atendimento mínimo das infraestruturas de abastecimento de água.

Reforçar a capacidade de drenagem e tratamento de águas residuais e efluentes industriais. Qualidade Ambiental Assegurar o tratamento primário de efluentes em todos os aglomerados.

Fomentar a deposição e recolha seletiva de resíduos e a sua posterior valorização.

Assegurar a recolha e o tratamento dos resíduos sólidos resultantes das atividades industriais.

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CAPÍTULO VII. PROGRAMA DE GESTÃO E MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL

É estabelecido no artigo 11º do RJAAE que “as entidades responsáveis pela elaboração dos planos e programas avaliam e controlam os efeitos significativos no ambiente decorrentes da respetiva aplicação e execução, verificando a adoção das medidas previstas na declaração ambiental, a fim de identificar atempadamente e corrigir os efeitos negativos previstos”.

Na monitorização do plano (Fase de Seguimento) a utilização de indicadores é uma ferramenta essencial na gestão e avaliação das opções tomadas, permitindo monitorizar os impactes estratégicos resultantes da implementação das opções estratégicas e das medidas do Plano Diretor Municipal.

A definição dos indicadores teve em consideração a necessidade de estes serem quantificáveis, permitindo o controlo ambiental da execução do plano. Este define, igualmente, um Programa de Monitorização no qual estipula um conjunto de indicadores que pretendem avaliar o grau de implementação das medidas. Deste modo, o Plano de Monitorização da AAE pretende complementar o do plano, assegurando o envolvimento de todos no acompanhamento da implementação do Plano Diretor Municipal. Fica assim estabelecido o acompanhamento permanente da execução do plano, tão importante para “trabalhar as múltiplas dimensões de incerteza que caracterizam qualquer processo de decisão estratégico, e para poder continuar a assegurar o contributo da AAE na integração das questões de ambiente e sustentabilidade no processo de decisão” (Partidário, M., 2007, pp. 25).

O Plano de Monitorização estrutura-se na forma constante dos quadros seguintes.

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Quadro 46 | Descrição dos indicadores de monitorização e seguimento para o FCD “Biodiversidade”

FCD CRITÉRIOS INDICADORES UNIDADE DE MEDIDA PERIODICIDADE FONTE META

Tipologia da floresta existente ha e % Anual CMVM e ICNF Não aplicável

Incêndios florestais N.º Anual CMVM Reduzir/Anular

Área florestal ardida ha Anual CMVM e ICNF Reduzir/Anular Valores Área florestal ardida requalificada ambientalmente ou Naturais ha e % de área ardida Anual CMVM e ICNF Aumentar/Intensificar recuperada

Fauna e flora (espécies ameaçadas e espécies protegidas) N.º Anual CMVM Não aplicável BIODIVERSIDADE Áreas de povoamentos florestais de espécies autóctones ha Anual CMVM e ICNF Aumentar/Intensificar

Qualidade da água subterrânea e superficial %9 Anual CMVM e APA 100%

Focos de degradação do meio hídrico N.º Anual CMVM e APA Reduzir/Anular Recursos % de análises em Hídricos Qualidade da água nas praias fluviais Anual CMVM Reduzir/Anular incumprimento

Ações de sensibilização relativas aos recursos hídricos N.º Anual CMVM Aumentar/Intensificar

9 N.º de parâmetros analisados com valores conformes com a legislação aplicável.

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Quadro 47 | Descrição dos indicadores de monitorização e seguimento para o FCD “Património e Paisagem”

FCD CRITÉRIOS INDICADORES UNIDADE DE MEDIDA PERIODICIDADE FONTE META

Ações de promoção e valorização do património N.º Anual CMVM Aumentar/Intensificar

Património arquitetónico classificado N.º Bianual IGESPAR/CMVM Não aplicável Património Arquitetónico e Património arqueológico classificado N.º Bianual IGESPAR/CMVM Não aplicável Arqueológico PATRIMÓNIO E Imóveis de valor patrimonial N.º Bianual CMVM Não aplicável PAISAGEM Intervenções na envolvente do património classificado N.º Anual CMVM Não aplicável

Medidas de integração paisagística N.º/Tipologia Bianual CMVM Aumentar/Intensificar

Paisagem Percursos pedestres e de interpretação da natureza integrados N.º e km Bianual CMVM Aumentar/Intensificar na EEM

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Quadro 48 | Descrição dos indicadores de monitorização e seguimento para o FCD “Ocupação e Gestão Territorial”

FCD CRITÉRIOS INDICADORES UNIDADE DE MEDIDA PERIODICIDADE FONTE META

Zona de solo urbano consolidado ha e % Quinquenal CMVM Aumentar/Intensificar

Taxa de execução do solo urbanizável % Bianual CMVM Não aplicável Sistema Urbano e Evolução do parque edificado em solo rural, fora dos Rural N.º Anual CMVM Não aplicável aglomerados rurais e áreas de edificação dispersa

Espaços verdes criados ha Quinquenal CMVM Aumentar/Intensificar

Áreas sujeitas a risco elevado e muito elevado ha Quinquenal CMVM Reduzir/Anular

Área edificada em zonas de risco de cheia ha Anual CMVM Reduzir Prevenção dos Vias de circulação cortadas devido a movimentos de massa N.º Anual CMVM Não aplicável Riscos OCUPAÇÃO E Áreas de reflorestação em zonas de risco de erosão N.º Bianual CMVM Aumentar/Intensificar GESTÃO Quantificação dos danos materiais e humanos € Anual CMVM e ICNF Não aplicável TERRITORIAL Utilização de equipamentos culturais ou de recreio e lazer Taxa de utilização Anual CMVM Aumentar/Intensificar

Taxa de ocupação dos espaços de atividades económicas % Anual CMVM Não aplicável

Repartição do tecido empresarial por setores de atividade % Anual INE Não aplicável económica Desenvolvimento Unidades industriais servidas por sistemas de drenagem e Económico e % Anual CMVM Aumentar/Intensificar Social tratamento de águas residuais Rede viária classificada km Anual CMVM Não aplicável

Utilizadores da rede de transportes públicos N.º Anual CMVM/Empresas Aumentar/Intensificar responsáveis Cobertura da rede de transportes públicos % (população atendida) Bianual pelo serviço Aumentar/Intensificar

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FCD CRITÉRIOS INDICADORES UNIDADE DE MEDIDA PERIODICIDADE FONTE META

Extensão das vias pedonais e ciclovias km Anual CMVM Aumentar/Intensificar

População servida por sistema público de abastecimento de % Anual CMVM e INE Aumentar/Intensificar água

Perdas no abastecimento de água % Anual CMVM < 20%

% de análises em Qualidade da água para consumo humano Anual CMVM e INE Reduzir/Anular incumprimento

Qualidade Consumo de água por habitante l/hab/dia Anual CMVM Não aplicável Ambiental População servida por sistemas de drenagem e tratamento de % Anual CMVM e INE Aumentar/Intensificar águas residuais

Taxa de cobertura por ETAR % (população atendida) Anual CMVM Aumentar/Intensificar

Reciclagem e valorização dos resíduos Ton/hab Anual CMVM Aumentar/Intensificar

N.º de análises em Níveis de poluição sonora Anual CMVM Reduzir/Anular violação

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CAPÍTULO VIII. FASES DE SEGUIMENTO DO PROCESSO

8.1 DECLARAÇÃO AMBIENTAL

A Declaração Ambiental (DA) será emitida pela Câmara Municipal de Vieira do Minho para acompanhar a proposta de Revisão do PDM de Vieira do Minho a submeter à aprovação da Assembleia Municipal. Após a aprovação deste e a sua publicação no Diário da República, a Câmara Municipal enviará a DA para a Agência Portuguesa do Ambiente.

Na DA deverá constar a maneira como as considerações ambientais do Relatório Ambiental foram integradas na versão final do plano, referindo as observações apresentadas pelas ERAE e pela discussão pública e os resultados da respetiva ponderação. Deve ficar explícita a forma como as observações foram integradas no processo ou, caso não se tenha procedido à sua integração, ser apresentada a respetiva justificação. Deverão também referir-se as razões que fundaram a aprovação do plano e as medidas de controlo dos efeitos significativos no ambiente decorrentes da sua aplicação.

Após a entrega da Declaração Ambiental à APA, esta será disponibilizada ao público pela entidade responsável pelo plano (Município de Vieira do Minho) através da respetiva página da Internet (http://www.cm-vminho.pt), dando assim cumprimento ao disposto no n.º 2 do art. 10.º do RJAAE, podendo ainda ser disponibilizada na página da Internet da APA (http://www.apambiente.pt/). A DA deverá ainda ser disponibilizada às ERAE, de modo a dar cumprimento ao estabelecido no n.º 3 do art. 10.º do referido diploma.

8.2 SEGUIMENTO E MONITORIZAÇÃO

Esta fase permite uma avaliação da execução da Revisão do PDM de Vieira do Minho ao proceder ao registo, recolha de dados, interpretação de variáveis de controlo relevantes para a respetiva análise. Esta deve ser suportada pela elaboração de relatórios sistemáticos e periódicos que, além de possibilitarem a avaliação do plano, podem servir de base à elaboração dos relatórios bianuais do estado do ambiente e do ordenamento do território.

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A entidade responsável pela fase de seguimento e monitorização da concretização do plano é a Câmara Municipal de Vieira do Minho, devendo proceder à avaliação e ao controlo dos seus efeitos significativos no ambiente. Pretende-se perceber se as consequências ambientais originadas pelo plano são as que foram previstas durante o processo de AAE.

Além disso, nesta fase pretende-se verificar se estão a ser adotadas as medidas que ficaram estabelecidas e potenciar, caso tal se justifique, a eventual adoção de medidas de mitigação adicionais às que foram previstas na Declaração Ambiental. Para tal serão utilizados os indicadores definidos no “Programa de Gestão e Monitorização Ambiental” estabelecido durante o processo de AAE. Os resultados devem ser atualizados com uma periodicidade mínima anual e divulgados, também anualmente, pelo Município de Vieira do Minho através de meios eletrónicos, devendo ainda ser enviados à APA.

Recomenda-se que a fase de seguimento e monitorização seja uma competência integrada na divisão que atualmente é responsável pela elaboração do Plano Diretor Municipal. Sugere-se que os exercícios regulares de monitorização e de avaliação ambiental estratégica sejam auxiliados por Sistemas de Informação Geográfica, devendo haver uma constante articulação com as restantes divisões municipais. Assim, é fundamental que seja assegurada imediatamente a partir do momento de aprovação do plano, a articulação entre as diversas divisões, sendo necessário desenvolver os mecanismos de preparação e suporte previamente.

O módulo de Seguimento e Monitorização Ambiental deverá ser desenvolvido tendo por base os critérios e os indicadores definidos anteriormente, permitindo avaliar o cumprimento e os objetivos definidos. Recomenda-se que sejam criadas condições para uma ampla participação de todos os interessados no acompanhamento dos efeitos ambientais e de sustentabilidade associados à execução das propostas do plano.

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CAPÍTULO IX. CONCLUSÃO

A utilidade e as potencialidades do processo de AAE, enquanto instrumento de apoio à tomada de decisão, não dependem exclusivamente do próprio processo de avaliação, mas também de outros fatores, como as opções dos decisores em sede de elaboração e apreciação do plano. Para este caso específico, o processo que sustentou o presente relatório terá dado um contributo concreto para a solução final encontrada ao nível da proposta do PDM, representando um contributo substantivo para a forma como a proposta do plano acaba por ser apresentada e, em particular, para as medidas e ações preconizadas por esta.

Verificamos que o processo da AAE permitiu a identificação de objetivos de proteção ambiental, de efeitos significativos e de medidas preventivas, e a sua associação às propostas do plano, apontando igualmente um conjunto de recomendações que visam a mitigação dos eventuais efeitos negativos e potenciação dos efeitos positivos sobre o ambiente.

Para além dos contributos apresentados, em sede de RA, foram vários os momentos em que o procedimento contribuiu efetivamente para o processo de revisão do PDM, em particular na participação em diversas reuniões, com destaque para as da Comissão de Acompanhamento.

Foi também dado um contributo no sentido de garantir que essa informação, a sua sistematização e a uniformização das fontes e datas de referência, seriam consistentes e coerentes com os objetivos propostos, quer para a concretização do plano, quer para a avaliação deste.

Refira-se, por último, que os momentos de consulta das ERAE, em particular no que diz respeito ao RDA, também geraram ocasiões/oportunidades que permitiram à equipa, em conjunto com os demais intervenientes, uma eficaz reflexão conducente à integração dos diferentes contributos apresentados, reforçando a abordagem e resposta de conjunto.

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BIBLIOGRAFIA

APA (2012), “Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Cávado, Ave e Leça”, APA, Lisboa.

APA (2007), “Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – SIDS Portugal”, APA, Lisboa.

CCDR-N (2009), “Plano Regional de Ordenamento do Território para a Região Norte, Proposta do Plano”, CCDR-N, Porto.

Direção Regional de Agricultura Entre Douro e Minho, DGRF e UTAD (2006), “Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Minho”, Direção Regional de Agricultura Entre Douro e Minho, DGRF e UTAD.

DGOTDU (2008), “Guia da Avaliação Ambiental dos Planos Municipais de Ordenamento do Território”, Direção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano, Lisboa.

GeoAtributo (2011), Revisão do PDM de Vieira do Minho, Volume II, “Estudos de Caracterização e Diagnóstico”, GeoAtributo, Braga.

MAOTDR (2007), “Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos II”, MAOTDR, Lisboa.

MAOTDR (2007), “Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território”, MAOTDR, Lisboa.

Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional (2007), “Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento Águas Residuais II”, Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, Lisboa.

Município de Vieira do Minho, GeoAtributo (2012), “Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil – Parte IV, Secção 2”.

Município de Vieira do Minho (2010), “Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios – Caderno II”, Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Vieira do Minho, Vieira do Minho.

PARTIDÁRIO, Maria do Rosário (2007), “Guia de Boas Práticas para Avaliação Ambiental Estratégica – Orientações Metodológicas”, APA, Amadora.

AAE da RPDM de Vieira do Minho | Abril de 2014 164 | P á g i n a

PEREIRA, P; PEREIRA, D. I.; BRILHA, J. (2010), ““Geoformas e depósitos glaciários e periglaciários”, uma das temáticas para a inventariação do património geológico português”, VII Congresso Nacional de Geologia, Coimbra.

SILVA, Paula Carla Machado Silva (2007), “Inventariação do Património Geológico do concelho de Vieira do Minho e a sua utilização com fins didáticos”, Universidade do Minho, Braga.

LEGISLAÇÃO

Decreto-Lei n.º 222/98, de 17 de julho – Cria o Plano Rodoviário Nacional (alterado pelo DL n.º 182/2003).

Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho – Estabelece o regime a que fica sujeita a avaliação dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente.

Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de fevereiro – Altera o DL n.º380/99, de 22 de setembro, que estabelece o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial.

Diretiva 2001/42/CE, de 25 de junho – Relativa à avaliação dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente.

Lei n.º 58/2007, de 4 de setembro – Aprova o Plano Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT).

Portaria n.º 138/2005, de 2 de fevereiro – Fixa os demais elementos que devem acompanhar cada um dos planos municipais de ordenamento do território.

Portaria n.º 187/2007, de 12 de fevereiro – Aprova o Plano Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU II).

Resolução do Conselho de Ministros n.º 1/2008, de 4 de janeiro – Estabelece novas metas de 2007 para políticas e medidas dos sectores da oferta da energia e dos transportes do PNAC 2006.

Resolução do Conselho de Ministros n.º 65/2006, de 11 de maio – Estabelece o Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios.

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Resolução de Conselho de Ministros n.º 109/2007, de 20 de agosto – Aprova a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS 2015).

Resolução do Conselho de Ministros n.º 113/2005, de 30 de junho – Aprova Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água – Bases e Linhas Orientadoras.

Resolução do Conselho de Ministros n.º 152/2001 de 11 de outubro – Estabelece a Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade.

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ANEXOS

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ANEXO A | PARECERES DA CONSULTA INSTITUCIONAL AO RELATÓRIO DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO

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ANEXO B | PARECERES DA CONSULTA INSTITUCIONAL AO RELATÓRIO AMBIENTAL PRELIMINAR

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Exmo. Senhor Presidente da Comissão de Acompanhamento da Revisão do PDM de Vieira do Minho Arq. Alexandre Basto Estrutura Sub-Regional de Braga Rua do Carmo 29-A 4700-309 BRAGA

SUA REFERÊNCIA SUA COMUNICAÇÃO DE NOSSA REFERÊNCIA

ASSUNTO REVISÃO DO PDM DE VIEIRA DO MINHO PARECER NO ÂMBITO DA REUNIÃO PLENÁRIA DA COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO, EM CONFERÊNCIA DE SERVIÇOS -16 DE JULHO DE 2013 Relativamente ao assunto suprarreferido, informa-se o seguinte:

1. INTRODUÇÃO

a. Como resultado da fusão da AFN e do ICNB, o presente parecer congrega a posição em matéria florestal e de conservação da natureza, embora o ICNB não fizesse parte da Comissão de Acompanhamento (CA) da Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Vieira do Minho (cf. Aviso nº18587/2010, DR 2ª Série, nº184, 21 de setembro de 2010), na sua última configuração; b. No entanto, esclarece-se a este propósito que o ICNB fazia parte da anterior CA (cf. Aviso n.º 21711/2008, DR 2ª Série, nº155, 12 de agosto de 2008), bem como da Comissão Mista de Acompanhamento constituída quando se iniciaram os trabalhos de revisão do PDM em causa;

2. PARECER EM MATÉRIA FLORESTAL

I - REGULAMENTO

1 - CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS

1.1 - Página 7 - Artigo 3º – Composição do plano – n.º 1 – alínea c)

Onde se lê:

“c. Planta de condicionantes, incorporando em carta anexa as condicionantes relativas à delimitação das áreas de risco de incêndio das classes alta e muito alta e às áreas percorridas por incêndios nos últimos 10 anos.”

Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. TEL + 351 253 203 480 FAX + 351 253 613 169 Departamento de Conservação da Natureza e Florestas – Norte E-MAIL [email protected] www.icnf.pt Divisão de Planeamento e Avaliação de Projectos Avenida António Macedo, 4704-538 BRAGA

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Deve ler-se:

“c. Planta de condicionantes, incorporando em carta anexa as condicionantes relativas à delimitação das áreas de perigosidade de incêndio das classes alta e muito alta da cartografia de risco de incêndio e às áreas percorridas por incêndios nos últimos 10 anos.”

A planta de perigosidade é uma das peças da cartografia de risco de incêndio que integra o PMDFCI e é aquela que deve ser considerada para os efeitos previstos na legislação em vigor.

2 - CAPÍTULO II - SERVIDÕES ADMINISTRATIVAS E RESTRIÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA

2.1 - Página 9 - Artigo 5º – Identificação – n.º 3

Afirma-se, no n.º 3 deste artigo:

“3. Sem prejuízo da necessidade de actualizar a Planta de Condicionantes sempre que se verifique qualquer alteração do quadro de servidões administrativas e restrições de utilidade pública com incidência no território concelhio, a carta anexa àquela planta que integra a condicionante relativa à delimitação das áreas percorridas por incêndios nos últimos 10 anos deve ser objecto de actualização anual.”

Da mesma forma deve ser feita uma referência à actualização da planta de perigosidade que poderá ocorrer de “per si” ou associada à revisão periódica do PMDFCI.

3 - CAPÍTULO III - ESTRUTURAÇÃO TERRITORIAL E USO DO SOLO EM GERAL

3.1 - Secção I - Estruturação territorial

3.1.1 - Página 11 - Artigo 10º – Estrutura Ecológica Municipal

Não é feita qualquer referência aos corredor ecológicos cf. Decreto Regulamentar n.º 17/2007, de 28 de Março, Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Minho (PROFBM), art.º 10º n.º 2, 3 e 5 - b):

De acordo com o PROFBM, (nomeadamente o n.º 3 do artigo 10º) os corredores ecológicos ali definidos “(…) devem (…) contribuir para a definição da estrutura ecológica municipal no âmbito dos PMOT”, pelo que em nossa opinião deverá ser feita referência no regulamento, ao corredor ecológico referido no n.º 5 alínea a e b) do mesmo artigo: “(…)/Cávado-Ave/Sr.ª da Abadia-Merouço/Cabreira, (Estendendo-se ao longo do rio Cávado) e as Albufeiras da (…) Caniçada e Salamonde” e “Cávado-Ave/(…)/Sr.ª da Abadia- Merouço/ Cabreira, (Estendendo-se ao longo do rio Ave)”.

Chama-se ainda a atenção, neste âmbito para o conteúdo do n. 2 do mesmo artigo:

“As normas a aplicar, (…), são as consideradas para as funções de protecção e de conservação, nomeadamente a sub-função de protecção da rede hidrográfica, (…), bem como a sub-função de conservação de recursos genéticos, (…).”

Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. TEL + 351 253 203 480 FAX + 351 253 613 169 Departamento de Conservação da Natureza e Florestas – Norte E-MAIL [email protected] www.icnf.pt Divisão de Planeamento e Avaliação de Projetos Avenida António Macedo, 4704-538 BRAGA

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3.1.2 - Página 12 - Artigo 10º – Estrutura Ecológica Municipal – n.º 6

Afirma-se, no n.º 6 deste artigo:

“6. Às áreas da Estrutura Ecológica Fundamental situadas em espaços florestais aplica-se o estatuto de ocupação e utilização estabelecido no artigo 46º para os espaços naturais.”

Discordamos do seu conteúdo:

Conforme se referiu em 3.1 quando se trate de corredores ecológicos, a legislação em vigor, define as respectivas normas; nas restantes situações aplicam-se as normas correspondentes à respectiva função principal, produção ou protecção, nos termos do PROF-BM.

Esta chamada de atenção já consta de acta de reunião sectorial de 19.09.2011. (cf. doc. anexo)

3.2 - Secção II - Condições gerais do uso do solo

3.2.1 - Página 12 – Artigo 13º – Condicionamento da edificabilidade por razões de risco de incêndio - n.º 1

Pode remeter-se para as disposições contidas no PMDFCI, quanto a edificação, nos termos do n.º 3, do artigo 16.º do DL 124/2006 de 28/06 com a nova redacção do DL 17/2009 de 14/01, de forma mais específica, nomeadamente através de um regulamento de edificação a aprovar em sede de CMDF e posteriormente pelo ICNF.

3.2.2 - Páginas 12 e 13 – Artigo 13º – Condicionamento da edificabilidade por razões de risco de incêndio - n.º 2 alíneas a e b

Para além de nos parecer inviável do ponto de vista legal, também conceptualmente, não pode ser alterada esta definição uma vez que está associada ao conceito de “ocupação de facto do solo” e não ao de uso dominante, pelo que deverá ser utilizada aquela que consta da legislação em vigor.

Alínea b do n.º1 do art.º 3.º do DL 124/2006 de 28/06 com a nova redacção do DL 17/2009 de 14/01:

“b) «Áreas edificadas consolidadas» as áreas que possuem uma estrutura consolidada ou compactação de edificados, onde se incluem as áreas urbanas consolidadas e outras áreas edificadas em solo rural classificadas deste modo pelos instrumentos de gestão territorial vinculativos dos particulares;”

A exemplo do que se referiu em 3.2.1, também esta questão poderá ficar esclarecida e regulamentada através de um regulamento de edificação a incluir no PMDFCI e a aprovar em sede de CMDF e posteriormente pelo ICNF.

Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. TEL + 351 253 203 480 FAX + 351 253 613 169 Departamento de Conservação da Natureza e Florestas – Norte E-MAIL [email protected] www.icnf.pt Divisão de Planeamento e Avaliação de Projetos Avenida António Macedo, 4704-538 BRAGA

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4 - CAPÍTULO IV - USO DO SOLO RURAL

4.1 - Secção I - Disposições gerais

4.1.1 - Página 21 - Artigo 30º – Edificabilidade em solo rural – n.º2 alínea a)

O índice de utilização definido não cumpre com o n.º3 do artigo 16.º DL 124/2006 de 28/06 com a nova redacção do DL 17/2009 de 14/01, para o solo rural, pelo que a nosso ver cria expectativas infundadas de viabilidade de edificação.

Poderá eventualmente vir a ser considerado – com excepção dos espaços florestais – caso venha a ser adoptado o regulamento de edificação referido em 3.2.1, para as restantes categorias do solo rural.

4.2 - Secção II - Espaços agrícolas

4.2.1 - Página 22 - Artigo 32º – Usos – n.º 3 alínea f)

A dispersão de edificação unifamiliar em solo rural deve ser evitada por razões de protecção civil - defesa de pessoas e bens – devendo em alternativa ser concentrada nos aglomerados rurais, pelo que recomendamos que seja eliminada esta alínea.

4.3 - Secção III - Espaços de uso múltiplo agrícola e florestal

4.3.1 - Página 23 - Artigo 34º – Usos – n.º 3 alínea g)

Recomendamos a eliminação desta alínea pelos motivos expostos anteriormente.

4.4 - Secção IV - Espaços florestais

4.4.1 - Página 23 - Artigo 36º – Usos – n.º 3 alínea d)

Não nos parece vantajoso avançar com uma área mínima: neste caso a área mínima definida permite inserir apenas uma área de implantação máxima de cerca de 505 m2, no caso de uma parcela quadrada. A área mínima estará sempre condicionada pela legislação DFCI em vigor, (faixa de largura de 50m) não nos parecendo que tenha interesse avançar com qualquer área mínima.

4.4.2 - Página 23 - Artigo 36º – Usos – n.º 3 alínea e)

A exemplo do que afirmamos para o item anterior, neste caso a situação ainda é mais gravosa, uma vez que a área mínima avançada não permite a inserção na própria parcela da faixa legalmente exigida de 100m de largura.

4.5 - Secção V - Edificabilidade em espaços agrícolas, em espaços de uso múltiplo agrícola e florestal e em espaços florestais

4.5.1 - Página 25 - Artigo 40º – Edifícios destinados à transformação dos produtos agrícolas, florestais ou pecuários – alínea a)

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4.5.2 - Página 25 - Artigo 41º – Empreendimentos turísticos das tipologias de hotel rural, estabelecimento hoteleiro, aldeamento turístico ou conjunto turístico – n.º 1 - alínea b)

4.5.3 – mm. pág. e art.º – n.º 2 - alínea b)

4.5.4 – Página 26 - Artigo 42º - Parques de campismo e de caravanismo - alínea a)

Repete-se aqui o conteúdo de 4.1.1, por se aplicar na íntegra a todas as situações enunciadas:

O índice de utilização definido não cumpre com o n.º3 do artigo 16.º DL 124/2006 de 28/06 com a nova redacção do DL 17/2009 de 14/01, para o solo rural, pelo que a nosso ver cria expectativas infundadas de viabilidade de edificação.

Poderá eventualmente vir a ser considerado – com excepção dos espaços florestais – caso venha a ser adoptado o regulamento de edificação referido em 3.2.1, para as restantes categorias do solo rural.

4.5.5 – Páginas 26 e 27 - Artigo 44º – Edifícios destinados a habitação

Para além de se aplicarem também a este caso as considerações constantes do item anterior, aplica-se igualmente o que se referiu em 4.2.1. realçando-se ainda que não faz sentido aplicar o conceito de habitação própria do agricultor aos espaços florestais e às áreas florestais dos espaços de uso múltiplo agrícola e florestal.

4.6 - Páginas 28 e 29 - Secção VIII - Áreas de edificação dispersa

Uma vez que tem de aplicar-se a legislação em vigor - DL 124/2006 de 28/06 com a nova redacção do DL 17/2009 de 14/01 – assim como o conceito de uso efectivo do solo e não de uso dominante, são igualmente válidos os anteriores considerandos a aplicar neste caso.

4.7 - Páginas 29 e 30 - Secção VIII - Aglomerados rurais

São também válidos para esta categoria todos os anteriores considerandos relativos a edificabilidade ( de 4.5.1 a 4.5.5 e 4.6 ).

5 - ANEXO II

5.1 - ORIENTAÇÕES DO PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO FLORESTAL DO BAIXO MINHO

Este documento anexo ao regulamento deverá denominar-se:

ANEXO II - ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS DO PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO FLORESTAL DO BAIXO MINHO (PROF – BM) e MEDIDAS DE DEFESA DA FLORESTA.

Com 2 partes:

I - ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS DO PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO FLORESTAL DO BAIXO MINHO (PROF – BM);

Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. TEL + 351 253 203 480 FAX + 351 253 613 169 Departamento de Conservação da Natureza e Florestas – Norte E-MAIL [email protected] www.icnf.pt Divisão de Planeamento e Avaliação de Projetos Avenida António Macedo, 4704-538 BRAGA

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II - MEDIDAS DE DEFESA DA FLORESTA – Silvicultura, arborização e rearborização.

Esta parte II, decorre do disposto no artigo 17º do Decreto-Lei nº124/2006, de 28 de Junho, alterado e republicado pelo Decreto-Lei nº17/2009, de 14 de Janeiro e com base no disposto nos n.º 1 e 2 do artigo 4º do D.L. n.º 327/90 de 22 de Outubro com a nova redacção que lhe é conferida pelo D.L. 55/2007 de 12 de Março.

O seu conteúdo deverá ser a transposição do referido artigo 17º do Decreto-Lei nº124/2006, de 28 de Junho, alterado e republicado pelo Decreto-Lei nº17/2009, de 14 de Janeiro:

1 — A silvicultura no âmbito da defesa da floresta contra incêndios engloba o conjunto de medidas aplicadas aos povoamentos florestais, matos e outras formações espontâneas, ao nível da composição específica e do seu arranjo estrutural, com os objectivos de diminuir o perigo de incêndio e de garantir a máxima resistência da vegetação à passagem do fogo.

2 — Os instrumentos de gestão florestal devem explicitar as medidas de silvicultura e de infra-estruturação de espaços rurais que garantam a descontinuidade horizontal e vertical dos combustíveis florestais e a alternância de parcelas com distinta inflamabilidade e combustibilidade, no âmbito das orientações de planeamento regional de defesa da floresta contra incêndios.

3 — A dimensão das parcelas deverá variar entre 20 ha e 50 ha, nos casos gerais, e entre 1 ha e 20 ha nas situações de maior risco de incêndio, definidas nos planos municipais de defesa da floresta contra incêndios, e o seu desenho e localização devem ter em especial atenção o comportamento previsível do fogo.

4 — Nas acções de arborização, de rearborização e de reconversão florestal, os povoamentos monoespecíficos e equiénios não poderão ter uma superfície contínua superior a 50 ha, devendo ser compartimentados, alternativamente: a) Pela rede de faixas de gestão de combustíveis ou por outros usos do solo com baixo risco de incêndio; b) Por linhas de água e respectivas faixas de protecção, convenientemente geridas; c) Por faixas de arvoredo de alta densidade, com as especificações técnicas definidas nos instrumentos de planeamento florestal.

5 — Sempre que as condições edafoclimáticas o permitam, deverá ser favorecida a constituição de povoamentos de espécies arbóreas caducifólias ou de espécies com baixa inflamabilidade e combustibilidade.

6 — Todas as acções de arborização ou reflorestação devem obedecer aos critérios estipulados neste item.

Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. TEL + 351 253 203 480 FAX + 351 253 613 169 Departamento de Conservação da Natureza e Florestas – Norte E-MAIL [email protected] www.icnf.pt Divisão de Planeamento e Avaliação de Projetos Avenida António Macedo, 4704-538 BRAGA

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5.2 - páginas 51 a 56 – adaptação do PROF BM ao ordenamento do concelho

I - ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS DO PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO FLORESTAL DO BAIXO MINHO (PROF – BM);

A designação do concelho está errada;

Este anexo não deve ser apenas uma transcrição do PROF-BM, até porque corresponde a uma leitura do território de maior escala, quando comparada com o plano sectorial, realizado à escala 1/100.000.

Não faz sentido referir as freguesias das sub-regiões homogéneas uma vez que já se realizou um exercício de ordenamento para o território do concelho, tendo-se elegido as funções prioritárias, a saber, produção e protecção.

Assim, este anexo ao regulamento deve partir do enquadramento das sub-regiões homogéneas para depois se focar nas funções principais dos espaços florestais no território do concelho de Vieira do Minho: produção e protecção, pelo que haverá ainda que acrescentá-las, assim como as respectivas normas de silvicultura e espécies prioritárias e relevantes.

Na nossa perspectiva, o que deveria fazer-se seria a adaptação do PROFBM às opções de ordenamento do território para o concelho de Vieira do Minho, cf. o n.º 3 do art.º 3.º do DR 17/2007 de 28.03 (PROFBM), adaptando os conteúdos de cada uma das sub-regiões homogéneas cabreira (SRH C) e Abadia-Merouços (SRH A-M) e respectivas funções prioritárias à realidade do concelho.

De alguma forma, esse exercício já se fez, através da “leitura do território” e da aplicação dos critérios que deram origem à carta de ordenamento.

E, tal como se pode verificar nesse exercício, existe uma distribuição dos espaços florestais de protecção e produção por ambas as SRH C e SRH A-M.

Assim, uma vez realizada uma aproximação à realidade objectiva do território em causa, faz, a nosso ver, todo o sentido, adaptar as orientações genéricas do PROFBM e das SRH - que embora abarquem o concelho de Vieira do Minho, também o extravasam – para os espaços florestais em causa - até porque as funções prioritárias adoptadas já não se justapõem apenas às SRH, que deram o seu contributo - mas às características específicas identificadas para os espaços florestais de protecção e produção conforme constam da carta de ordenamento.

Em resumo, parece-nos ser correcto fazer o enquadramento no PROFBM, mas também realizar as devidas adaptações do seu conteúdo de forma a adequá-lo ao território e aos espaços florestais do concelho de Vieira do Minho, em concordância com a respectiva carta de ordenamento proposta e respectivas funções prioritárias.

Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. TEL + 351 253 203 480 FAX + 351 253 613 169 Departamento de Conservação da Natureza e Florestas – Norte E-MAIL [email protected] www.icnf.pt Divisão de Planeamento e Avaliação de Projetos Avenida António Macedo, 4704-538 BRAGA

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II - PLANTA DE ORDENAMENTO - CARTA DE QUALIFICAÇÃO FUNCIONAL DO SOLO

A legenda da planta de ordenamento está em contradição com o regulamento, no que diz respeito aos espaços florestais e respectivas sub-categorias:

Legenda:

Onde se lê:

Espaços Florestais com Função de Protecção (do solo contra erosão)

Deve ler-se (apenas):

Espaços Florestais de Protecção

III - PLANTA DE CONDICIONANTES

A legenda da planta de condicionantes deve ser alterada no que concerne com as ´reas submetidas a Regime florestal:

Legenda:

Onde se lê:

Regime Florestal Serra da Cabreira

Regime Florestal Serra do Merouço

Deve ler-se:

Regime Florestal

- Perímetro Florestal Serra da Cabreira

- Perímetro Florestal Serra do Merouço

A matéria relativa a Regime Florestal deverá ser autonomizada num “ dossier” próprio, que reflicta de forma pormenorizada todo o exercício realizado, com as respectivas “ shape-files” , que nos deverá ser disponibilizado quanto antes.

1 - Planta anexa

1.1 -Áreas ardidas

As áreas que foram objecto de análise conjunta com a CM de VM e a equipe técnica em reunião sectorial, de trabalho e trabalho de campo, foram do período de 2000 a 2009.

Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. TEL + 351 253 203 480 FAX + 351 253 613 169 Departamento de Conservação da Natureza e Florestas – Norte E-MAIL [email protected] www.icnf.pt Divisão de Planeamento e Avaliação de Projetos Avenida António Macedo, 4704-538 BRAGA

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Posteriormente foi feita esta actualização para o período 2002-2011 de que tivemos apenas conhecimento com a recepção da documentação para a Conferencia de Serviços.

A exemplo de anterior procedimento a respectiva transposição para a carta de condicionantes terá de ser verificada pelos serviços DFCI do ICNF, pelo que nos deverão ser encaminhadas as respectivas “shape-files”.

É necessário realizar a sobreposição das áreas ardidas – desta actualização - com as propostas de expansão urbana.

Será igualmente conveniente fazer uma sobreposição ainda que com dados apenas do GTF, para os anos de 2012 e 2013, ainda que com carácter oficioso.

As razões que justificam estes procedimentos foram já por nós avançadas por correio electrónico em 30.10.2012, cf. doc. anexo.

Por outro lado, não pode ser utilizado um critério arbitrário para selecção de áreas mínimas a considerar para este exercício.

Todas as sobreposições deverão estar listadas num quadro resumo, assim como assinaladas na cartografia, sendo depois os critérios de análise, referidos e aplicados.

Por estes motivos, parece-nos ser necessário reanalisar este dossier, quer em virtude da actualização realizada, quer para esclarecer e clarificar procedimentos.

1.2 - Perigosidade de incêndio - classe alta e muito alta

Da mesma forma anteriormente referida para o RF e para as áreas ardidas, também a planta de perigosidade deve ser reanalisada:

Estando o PMDFCI em revisão deverá ser a sua nova versão a ser incorporada no PDM.

De igual forma a planta de perigosidade a incluir no processo de revisão do PDM, deverá estar actualizada.

Nestas condições torna-se necessário refazer os procedimentos anteriormente adoptados e preparar um “dossier” autónomo para análise desta matéria, a exemplo daqueles que serão elaborados quer para o RF quer para as áreas ardidas.

3. PARECER EM MATÉRIA DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA

a. Constata-se que os Estudos de Caraterização, em termos de valores naturais, apenas se debruçam sobre a componente da geodiversidade, não sendo este aspeto relevado apenas pelo facto do presente parecer ser emitido no âmbito da 4ª reunião plenária da CA e atendendo a que o ex-ICNB não fazia parte da Comissão de Acompanhamento (CA) da Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Vieira do Minho, na sua última configuração;

Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. TEL + 351 253 203 480 FAX + 351 253 613 169 Departamento de Conservação da Natureza e Florestas – Norte E-MAIL [email protected] www.icnf.pt Divisão de Planeamento e Avaliação de Projetos Avenida António Macedo, 4704-538 BRAGA

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b. Para cumprimento das normas legais e regulamentares e compatibilidade ou conformidade da proposta de alteração com os instrumentos de gestão territorial eficazes, importa o seguinte: • No Regulamento - Artigo 4º - Incluir o Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês e o Plano Sectorial da Rede Natura 2000; • Na Planta de Condicionantes - Incluir o Parque Nacional da Peneda-Gerês e o Sítio de Importância Peneda-Gerês, incluindo respetiva legenda; • No Relatório da Proposta e no Relatório Ambiental - O referido atrás no capítulo próprio ou sempre que pertinente e de forma adequada;

c. Relativamente à conformidade com o Plano Setorial da Rede Natura 2000, importa observar que a garantia da conservação dos habitats e espécies e das populações das espécies em função da qual a Zona Especial de Conservação (ZEC) foi classificada (neste caso ainda com o estatuto de Sítio de Importância Comunitária) é assegurada através do Plano Especial de Ordenamento do Território (Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês), quando a totalidade da ZEC se localiza dentro da Área Protegida, como é o caso na área abrangida pelo concelho de Vieira do Minho;

d. Considera-se o zonamento proposto compatível e conforme com o Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês, sem prejuízo da necessidade de compatibilizar a descrição de “Espaços Naturais” no Regulamento (que inclui albufeiras) com a Carta de Qualificação Funcional do Solo, onde as albufeiras não se apresentam com nenhuma categoria de espaço;

e. Quanto ao Relatório Ambiental, sem prejuízo do referido atrás, observa-se o seguinte: • A monitorização do PDM de Vieira do Minho deve incluir indicadores e metas que permitam avaliar a sua conformidade e adequabilidade. Assim sendo, os indicadores dever-se-ão concentrar na influência do Plano nas decisões que forem tomadas no período da sua vigência e nos efeitos dessas mesmas decisões, em vez de indicadores de caráter genérico em torno de mudanças na biodiversidade e na geodiversidade, que podem resultar de efeitos e interações mais vastas, muitas das quais não terão, ou terão muito ligeira, relação com as questões de planeamento e desenvolvimento do concelho de Vieira do Minho; • Importa que a avaliação, que informará o futuro processo revisão do PDM, permita detetar de que forma a estratégia territorial contribui para alcançar objetivos ao nível da conservação da natureza e, quando expressas propostas/ações, se são concretizadas ou não; • Na esteira do referido, considera-se necessário a inclusão de indicadores que reflitam as componentes fundamentais de suporte para os valores naturais biológicos que ocorrem no concelho de Vieira do Minho, nomeadamente, “Bosques de folhosas autóctones”, “Bosques ripícolas” e “Prados naturais e semi-naturais” (unidade de medida: hectares); • Eventualmente, o(s) indicador(es) proposto(s) pode(m) ser comprometido(s) com o referido no tema florestas “Tipologia da Floresta existente” desde que permita destrinçar aqueles biótipos ou mesmo habitats naturais de interesse comunitário, por exemplo, “Carvalhais galaico portugueses de Quercus robur e Quercus pyrenaica ” (cód. 9230);

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• Recomenda-se ainda um indicador relativo aos valores naturais geológicos, ao nível do seu estado de conservação ou, caso o Programa de execução inclua ações nesta área, por exemplo, “Nº de intervenções físicas executadas de salvaguarda e promoção de geossítios” (unidade de medida: nº de ações executadas conforme planeado), considerando o seguinte: o A existência de um geossítio de interesse nacional – “Toco-Soutinho” – um dos dezasseis Geossítios selecionados como possuindo relevância nacional, na categoria temática “Vestígios de glaciações plistocénicas”, no âmbito do inventário nacional de geossítios de relevância nacional e internacional decorrido entre 2007 e 2011 (Pereira et al. 2013. Vulnerabilidade em património geomorfológico não protegido: o caso do geossítio “Vale do Alto Vez” (Serra da Peneda). VI Congresso Nacional de Geomorfologia. Coimbra, 2013), mas que está de acordo com a mesma fonte muito vulnerável à degradação; o A Recomendação Rec(2004)3 do Conselho da Europa – Conservation of the Geological Heritage and Areas of Special Geological Interest – aprovada em 2004 pelo Conselho de Ministros do Conselho da Europa, propondo aos Estados-membro a implementação de medidas de inventariação, conservação e gestão do património geológico;

• Importa ainda neste Relatório ter presente que a Direção Regional dos Recursos Florestais e Instituto da Conservação da Natureza foram extintos e as suas atribuições são atualmente desempenhadas pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.

4. PARECER FINAL :

a. Em conformidade com o referido, sem prejuízo da demais legislação em vigor e dos pareceres de outras entidades, e no âmbito dos artigos 75º-A 75º-B do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro, o ICNF emite parecer favorável à proposta de Revisão do Plano, no entanto, condicionado, à resolução das questões enunciadas no presente parecer .

Com os melhores cumprimentos,

O Chefe de Divisão de Planeamento e Avaliação de Projetos do DCNF Norte

Armando Loureiro

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Informação n.º 1406356 Proc. n.º 636706 Data 2013 -07 -15

Assunto Avaliação Ambiental Estratégica da revisão do Plano Diretor Municipal de Vieira do Minho - parecer sobre o Relatório Ambiental

O presente parecer é emitido em resposta à solicitação da DSIRT da DSOT, no âmbito da consulta efetuada pela Câmara Municipal de Vieira do Minho (CMVM) à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), nos termos do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 58/2011, de 4 de maio (regime jurídico da avaliação ambiental de planos e programas – RJAAPP) e para efeitos do artigo 75.º-C do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, na sua redação atual.

Da análise efetuada ao Relatório Ambiental (RA), salientam-se as seguintes observações:

– para além da referência ao envio da Declaração Ambiental (DA) à Agência Portuguesa do Ambiente e disponibilização na respetiva página da Internet, é nosso entendimento que deveria igualmente ser explicitado que a DA deverá também ser disponibilizada ao público pela Câmara Municipal, através da sua página da Internet, em cumprimento do disposto no ponto 2 do artigo 10.º do RJAAPP, bem como que deverá ser disponibilizada às entidades com responsabilidades

RUA RAINHA D. ESTEFÂNIA, 251 ⋅ 4150-304 PORTO E-MAIL: [email protected] ⋅ WWW.CCDR-N.PT

ambientais específicas, referidas no n.º 1 do artigo 7.º, tal como estabelecido no ponto 3 do artigo 10.º do diploma referido;

– o RA apresenta informação desatualizada, quer no próprio texto ( “O Município de Vieira do Minho tem como meta a conclusão do processo de Revisão do PDM até finais de Janeiro de 2008, altura em que o plano, acompanhado do presente relatório serão objecto de Consulta Pública” ), quer na designação das entidades (ICN, INAG, IGESPAR,…), quer de base (na “Análise da situação atual” dos vários fatores críticos para decisão, há dados que se reportam ao decénio 1989-1999, a 2002, 2003, 2004, pelo que, face à evolução entretanto verificada, mantém-se alguma reserva quanto à oportunidade da sua utilização como base da política de gestão municipal a implementar);

– tendo em consideração que este Relatório é apresentado na sequência de uma anterior pronúncia ao abrigo do ponto 3 do artigo 5.º do RJAAPP sobre o Relatório de Fatores Críticos para a Decisão considera-se o RA deveria indicar explicitamente que entidades foram consultadas e destas quais se pronunciaram e em que moldes, incluindo cópia dos pareceres emitidos, bem como de que forma as recomendações resultantes da consulta institucional foram consideradas no RA, indicando ainda a respetiva fundamentação para as sugestões não acolhidas;

– de acordo com a metodologia base adotada (“Guia de boas práticas para a Avaliação Ambiental Estratégica – Orientações metodológicas”, Partidário, 2007), os fatores críticos para decisão (FCD) são construídos com base nas questões estratégicas (QE), no quadro de referência estratégico (QRE) e nos fatores ambientais (FA). Neste pressuposto, denota-se uma inversão desta lógica metodológica ao apresentar os FA após a identificação dos FCD;

– tendo em consideração as QE identificadas, bem como as Linhas de Orientação Estratégica do PDM definidas, no âmbito dos FCD denota-se a ausência de consideração das seguintes temáticas, consideradas fundamentais:

- associados às questões sócio-económicas, os aspetos relacionados com a população, atividades económicas (requalificação áreas industriais, turismo, produção de energia,…), acesso e níveis de atendimento dos equipamentos (escolares, de apoio à 3.ª idade e infância, desportivos, de lazer, …);

- associados às questões ambientais, os aspetos relacionados com a eficiência energética, ruído, riscos naturais, resíduos sólidos urbanos;

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- acessibilidades, mobilidade e transporte público;

– sugere-se a remissão para anexo da listagem dos imóveis de interesse patrimonial apresentada no subcapítulo 5.3.2;

– não resulta claro qual o critério definido para a escolha das “Intervenções” a analisar no âmbito da “Avaliação estratégica de impactes e recomendações” de cada FCD.

Neste seguimento, entende-se que o RA deveria ser revisto no sentido de ultrapassar as fragilidades identificadas.

Verifica-se ainda que não consta da documentação disponibilizada um Resumo Não Técnico, o que, manifestamente contraria o disposto na alínea i) do ponto 1 do artigo 6.º do RJAAPP.

Caso haja concordância com o teor da presente informação, propõe-se que a mesma seja remetida à DSIRT da DSOT, tendo em consideração o seu papel coordenador destes procedimentos de Avaliação Ambiental de planos ou programas para o sector de ordenamento urbano e rural ou utilização dos solos.

À consideração superior.

A Técnica Superior da DAA/DSA,

(Andreia Duborjal Cabral)

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Informação n.º /DSOT/DSIRT/1 3 Proc. n.º 464633 Data 12 . 07. 201 3

Assunto Relatório Ambiental da Revisão do PDM de Vieira do Minho

1. A presente informação destina-se a sustentar o parecer da DSOT sobre o Relatório Ambiental (RA) da Revisão do Plano Diretor Municipal de Vieira do Minho, no âmbito da apreciação dos conteúdos documentais do plano para a reunião da Comissão de Acompanhamento (CA) a realizar do dia 16 de julho de 2013.

O presente parecer deverá ser completado com o contributo da DSA/DAA, conforme procedimento habitual e após análise conjunta de todos os elementos da proposta de revisão do PDM do com o técnico/DSOT/ESRBraga que preside à comissão de acompanhamento – Arqtº Alexandre Basto.

2. O RA em análise foi disponibilizado pela Câmara Municipal à CA e divulgado através da Plataforma PMOT/CCDR-N (http://212.55.137.35:8083/PMOT/ccdrn). Como antecedentes, há a registar o parecer sobre a proposta de definição do âmbito da AAE, transmitido à Câmara Municipal de de Vieira do Minho através do Ofício DSOT/DSIRT ID 477759 de 20 de junho de 2008.

RUA RAINHA D. ESTEFÂNIA, 251 ⋅ 4150-304 PORTO E-MAIL: [email protected] ⋅ WWW.CCDR-N.PT

3. O RA em apreço assenta nas orientações metodológicas do Guia de Boas Práticas para a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) APA/2007”, e corresponde, segundo a explanação teórica da metodologia, a uma abordagem estratégica numa perspetiva de longo prazo, holística, transversal e muito focalizada em poucos mas significativos fatores de análise, estratégicos para a decisão. O desenvolvimento do RA refere- se, em particular, à 2ª fase do processo de AAE– Análise e Avaliação- que compreende a análise de tendências e avaliação de oportunidades e riscos, de que resultam conclusões para as opções do plano que melhor integram as questões ambientais e de sustentabilidade e as medidas de controlo e diretrizes a aplicar na 3ª fase- seguimento.

O exercício metodológico propõe-se como abrangente, nas diversas questões tratadas – uso de cenários e opções alternativas, análise das principais tendências ligadas aos FCD, avaliação e comparação das opções, avaliação de oportunidades e riscos e proposta de diretrizes de planeamento, monitorização, gestão e avaliação.

É ainda referido, no documento, que este se constitui como uma versão preliminar , que será corrigida e atualizada no seguimento dos processos de consulta e participação legalmente exigidos. (pág. 14 do RA)

4. A avaliação ambiental atende aos fundamentos básicos da revisão do PDM, aos princípios e objetivos estruturantes e define as questões estratégicas , bem como a respetiva convergência com as orientações do Quadro de Referência Estratégica. Finalmente, desenvolve o exercício de avaliação para os FCD definidos – Biodiversidade, Recursos Hídricos, Património e Paisagem e Ocupação/Gestão Territorial-, desagregados em critérios e indicadores de avaliação.

4.1 Após análise do RA, conclui-se que, embora a base metodológica se afigure completa e adequada, a concretização do exercício e os resultados apresentados é insificiente e incompleta, face à expetativa criada na explanação metodológica e ao determinado no quadro legal em vigor.

A avaliação dos impactes/efeitos, para cada FCD, deveria ser apresentada de forma sistemática, com uso dos indicadores de avaliação estabelecidos. Por exemplo: para o FCD Biodiversidade , critério Solo e objetivo de sustentabilidade controle da impermeabilização e proteção dos solos férteis , o capítulo 5.1 não desenvolve a avaliação através dos indicadores evolução do parque edificado por períodos de construção (%) e existência de normas de edificação em solo rural. Acresce que a ponderação dos efeitos positivos não se apresenta

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fundamentada em dados concretos, sendo desejável a sua sustentação em informação qualitativa e quantitativa sobre a proposta de classificação e qualificação do solo, redelimitação da RAN e da REN, por exemplo, que demonstre a vantagem comparativa da proposta de revisão do plano com o PDM em vigor.

4.3 Por outro lado, verifica-se que, não obstante o pressuposto do contributo da AAE para a a adoção de soluções inovadoras e eficazes e medidas de controlo que evitem ou reduzam efeitos significativos no ambiente, o RA não procede à avaliação concreta e completa dos efeitos da proposta de plano. Acresce a incoerência entre os pressupostos metodológicos de avaliação estratégica e a conclusão apresentada no capítulo 7., segundo a qual a elaboração da AAE foi condicionada pelas questões já definidas noa revoisão do PDM.

4.4 Por fim, constata-se que a proposta de plano estabelece um regime de edificação muito permissivo ao contemplar a edificação para habitação unifamiliar, empreendimentos turísticos e aldeamentos turísticos em quase todas as categorias de solo rural (com exceção dos espaços naturais), o que se afigura contraditório com os objetivos estratégicos predefinidos, na AAE, de contenção da impermeabilização de solos produtivos, florestais e agrícolas, salvaguarda dos valores naturais e paisagísticos e da fragmentação dos corredores ecológicos. Na página 166 é referido que, sem a revisão do PDM, continuaremos a assistir à dispersão urbana, reiterando o resultado positivo da avaliação do plano no que respeita à estratégia de consolidação do parque urbano, já excedentário relativamente às necessidades da população, um dos objetivos estratégicos do plano. No entanto, a proposta de ordenamento e de regulamento não concretizam efetivamente uma aposta na contenção da edificação dispersa.

Em suma, considera-se os resultados positivos da avaliação ambiental da revisão do PDM de Vieira do Minho se afiguram inconsistentes, sobre-estimados e incompletamente fundamentados, para além de incoerentes com as opões do plano relacionadas com o regime de edificação em solo rural.

4.5 Sem prejuízo do anteriormente exposto, salientam-se alguns aspetos do RA a melhorar ou corrigir:

- Falta um capítulo de síntese e conclusões da avaliação;

- Faltam as diretrizes para o planeamento, gestão e monitorização, como anunciado na página 13 do RA;

- Verifica-se que não é apresentado, no RA, o resultado da auscultação da ERAE e demais entidades da CA na fase de definição do âmbito da AAE. Recomenda-se assim, que tal lacuna seja colmatada, devendo

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ser apresentada, em anexo do RA, a síntese da ponderação dos pareceres, explicitando como as sugestões foram acolhidas ou justificando o seu não acolhimento;

- No capítulo 6.2 é referido que há necessidade de serem desenvolvidos estudos adicionais para consolidar a metodologia e programa de monitorização e seguimento, o que se considera incoerente com a metodologia de base seguida, e insuficiente, para cumprimento dos artigos 6º e 11º do D.L. 232/2007 de 15 de junho. Assim recomenda-se que a proposta já constante deste capítuflo seja reforçada no sentido de se constituir como tal;

- Alguns indicadores de seguimento não se suportam em parâmetros mensuráveis : por exemplo risco de erosão , ou existência de normas de edificação em solo rural, aspeto que deve ser revisto. Por outro lado, o sistema de monitorização deve ser equitativo, para os diversos FCD e critérios definidos;

- No FCD Biodiversidade , critério Solo , não é mencionado o contributo da redefinição da RAN e da REN, ou da definição da EEM, para o efeitos positivos da revisão do PDM;

- Na página 62 sugere-se incluir, nas oportunidades, os modelos de exploração agropecuária e silvopastoril extensiva;

- Na página 66 são reconhecidos os riscos da exagerada expansão urbana para algumas freguesias enquanto vetor de artificialização do solo. No entanto, não são apresentadas recomendações para o plano. Nas páginas 69, 70 e 71 também é reconhecido o impacte da construção de novas vias, equipamentos e atividades turísticas em zonas vulneráveis a riscos naturais e com efeitos na fragmentação dos ecossistemas e paisagem, sem correspondentes recomendações;

- No FCD Recursos Hídricos - caraterização, deveria ser dado maior ênfase às cabeceiras das linhas de água e zonas de recarga dos cursos de água, em particular, na nascente do rio Ave e a sua articulação com a redelimitação da REN no âmbito da revisão do PDM;

- No capítulo 5.3 não é avaliada a opção intervenção ligada ao desenvolvimento e apoio de programas de requalificação de áreas industriais para o FCD Ocupação e Gestão do Território (Cap. 5.4.1).

- Tendo presente a constatação da reduzida taxa de infiltração da precipitação (20%- pág. 74), a importância do escoamento superficial e, complementarmente do estado de degradação da cobertura florestal (pág. 49) as recomendações deveriam mencionar o contributo da revisão do PDM na defesa e reforço da cobertura florestal para reduzir o escoamento e os riscos de erosão e de cheia;

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- Na avaliação do FCD Recursos Hídricos não é abordado o indicador ocorrência de fenómenos extremos, em ligação com o risco de cheias;

5. Em face do exposto, entende-se que o Relatório Ambiental da Revisão do PDM de Vieira do Minho deverá ser melhorado, atendendo aos aspetos mencionados no ponto 4 da presente informação.

Por outro lado, recordando a utilidade da AAE na configuração das soluções ambientalmente sustentáveis e efetiva influência na proposta de plano, recomenda-se que, para além das correções na estrutura e desenvolvimento global do RA, sejam revistas as opções e propostas de revisão do plano, designadamente quanto ao regime de edificação nas categorias de solo rural, que deve ser non-aedificandi, exceto nos aglomerados rurais e nas áreas de edificação dispersa em solo rural.

À consideração Superior

Filomena Ferreira

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ANEXO C | OBJETIVOS DO QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO

AAE da RPDM de Vieira do Minho | Abril de 2014 195 | P á g i n a

AAE da RPDM de Vieira do Minho | Abril de 2014 196 | P á g i n a

Quadro 49 | Objetivos do Quadro de Referência Estratégico

ÂMBITO QRE OBJETIVOS

Promover a qualificação dos portugueses.

Promover o crescimento sustentado.

QREN Garantir a coesão social.

Assegurar a qualificação do território e das cidades.

Aumentar a eficiência da governação.

Conservar e valorizar a biodiversidade e o património natural, paisagístico e cultural, utilizar de modo sustentável os recursos energéticos e geológicos e prevenir e minimizar os riscos.

Reforçar a competitividade territorial de Portugal e a sua integração nos espaços ibérico, europeu e global.

Promover o desenvolvimento policêntrico dos territórios e reforçar as infraestruturas de suporte à integração e à coesão social. PNPOT Assegurar a equidade territorial no provimento de infraestruturas e de equipamentos coletivos e a universalidade no acesso aos NACIONAL serviços de interesse geral, promovendo a coesão social.

Expandir as redes e infraestruturas avançadas de informação e comunicação e incentivar a sua crescente utilização pelos cidadãos, empresas e administração pública.

PNAC Meta para o período 2008-2012: aumento das emissões de gases com efeito de estufa referente a 1990 inferior a 27%.

PNAAS Intervir ao nível dos fatores ambientais para promover a saúde do indivíduo e das comunidades a eles expostos.

Aumentar a resiliência do território aos incêndios florestais.

Reduzir a incidência dos incêndios. PNDFCI Melhorar a eficácia do ataque e da gestão dos incêndios.

Recuperar e reabilitar os ecossistemas.

PNDR Aumentar a competitividade dos sectores agrícola e florestal.

AAE da RPDM de Vieira do Minho | Abril de 2014 197 | P á g i n a

ÂMBITO QRE OBJETIVOS

Assegurar o correto ordenamento do espaço rural e gestão sustentável dos recursos naturais.

Melhorar da qualidade de vida e diversificação da economia das zonas rurais.

Reforçar a coesão territorial e social.

Conservar a natureza e a diversidade biológica, incluindo os elementos notáveis da geologia, geomorfologia e paleontologia.

Promover a utilização sustentável dos recursos biológicos.

Contribuir para a prossecução dos objetivos visados pelos processos de cooperação internacional na área da conservação da ENCNB natureza em que Portugal está envolvido, em especial os objetivos definidos na Convenção sobre a Diversidade Biológica, designadamente a conservação da biodiversidade, a utilização sustentável dos seus componentes e a partilha justa e equitativa dos benefícios provenientes da utilização dos recursos genéticos.

Preparar Portugal para a “Sociedade do Conhecimento”.

Crescimento sustentado, competitividade à escala global e eficiência energética.

Melhor ambiente e valorização do património.

ENDS Mais equidade, igualdade de oportunidades e coesão social.

Melhor conectividade internacional do país e valorização equilibrada do território.

Um papel ativo de Portugal na construção europeia e na cooperação internacional.

Uma administração pública mais eficiente e modernizada.

Minimização dos riscos de incêndios e agentes bióticos.

Especialização do território.

ENF Melhoria da produtividade através da gestão florestal sustentável.

Redução de riscos de mercado e aumento do valor dos produtos.

Melhoria geral da eficiência e competitividade do sector.

AAE da RPDM de Vieira do Minho | Abril de 2014 198 | P á g i n a

ÂMBITO QRE OBJETIVOS

Redução das cargas poluentes emitidas para o meio hídrico.

Superação das carências básicas de infraestruturas.

PBH-Ave Melhoria da garantia da disponibilidade de recursos hídricos utilizáveis de forma a dar satisfação às necessidades das atividades PBH-Cávado sociais e económicas.

Acréscimo de segurança de pessoas e bens relacionada com o meio hídrico.

Preservação e valorização ambiental do meio hídrico e da paisagem associada.

Compatibilizar os diferentes usos e atividades existentes e/ou a serem criados, com a protecção e valorização ambiental, e finalidades primárias da albufeira (produção de energia, rega e abastecimento público).

Definir regras de utilização do plano de água e da zona envolvente da albufeira, por forma a salvaguardar a defesa e qualidade dos recursos naturais, em especial a água.

POAC Identificar no plano de água as áreas mais adequadas para a prática de atividades recreativas, prevendo as suas compatibilidades e complementaridades.

Aplicar as disposições legais e regulamentares vigentes, quer do ponto de vista de gestão dos recursos hídricos, quer do ponto de vista do ordenamento do território.

Garantir a articulação com planos e programas de interesse local, regional e nacional.

Definir regras de utilização do plano de água e da zona envolvente da Albufeira, por forma a salvaguardar a defesa e qualidade dos recursos naturais, em especial a água.

Definir regras e medidas para o uso e ocupação do solo que permitam a gestão da área de intervenção do POAE, numa perspetiva POAE dinâmica e interligada. Aplicar as disposições legais e regulamentares vigentes, quer do ponto de vista de gestão dos recursos hídricos, quer do ponto de vista do ordenamento do território.

Planear de forma integrada a área do concelho de Vieira do Minho na envolvente da albufeira.

AAE da RPDM de Vieira do Minho | Abril de 2014 199 | P á g i n a

ÂMBITO QRE OBJETIVOS

Compatibilizar os diferentes usos e atividades existentes e/ou a serem criados, com a proteção e valorização ambiental, e finalidades principais da Albufeira.

Identificar no plano de água as áreas mais adequadas para a conservação da natureza, as áreas mais aptas para atividades recreativas, prevendo as compatibilidades e complementaridades entre as diversas utilizações e entre o plano de água e zona envolvente.

Apostar em elementos diferenciadores e qualificadores do País para o desenvolvimento do sector (clima, recursos naturais e cultura).

Requalificar vilas/aldeias e potenciar a diversidade concentrada de recursos atrativos a curtas distâncias para desenvolver o Touring Cultural e Paisagístico.

PENT Desenvolver o turismo de natureza tornando o produto vendável turisticamente, preservando as áreas protegidas. Contribuir para criar uma identidade gastronómica portuguesa.

Assegurar a limpeza e despoluição ao nível do solo, da água, do ar e o controle dos níveis de ruído nas zonas frequentadas por turistas, assim como boas condições de saneamento.

Criar condições urbanas para a deslocação a pé e de bicicleta e assegurar a despoluição do ar.

Redução da quantidade dos resíduos produzidos.

Redução da perigosidade dos resíduos.

Sensibilização/ mobilização dos cidadãos/consumidores.

Sensibilização/ mobilização dos cidadãos/agentes económicos. PERSU II Otimização dos Sistemas de Gestão de RSU.

Sustentabilidade dos Sistemas de Gestão de RSU.

Envolvimento dos Sistemas de Gestão de RSU na prossecução da estratégia.

Reforço dos Sistemas ao nível de infraestruturas e equipamentos necessários a uma gestão integrada dos resíduos.

AAE da RPDM de Vieira do Minho | Abril de 2014 200 | P á g i n a

ÂMBITO QRE OBJETIVOS

Reforço da Reciclagem (valorização material).

Implementação efetiva das disposições da Lei da Água e da demais legislação ambiental diretamente relacionadas com o abastecimento de água e saneamento de águas residuais e incentivo ao uso eficiente da água.

Realizar os investimentos necessários à conclusão e à expansão dos sistemas em alta e a continuação da infraestruturação da vertente em baixa, com especial enfoque nos investimentos visando a articulação entre ambas as vertentes. PEAASAR II Promover uma maior integração territorial e funcional de sistemas plurimunicipais vizinhos, de forma a potenciar económicas de escala e de gama e mais-valias ambientais.

Promover a criação, na vertente em baixa, de sistemas integrados, tanto quanto possível, territorialmente articulados com as soluções existentes na vertente em alta, e com um regime/tarifário uniformizado na área de intervenção de cada sistema.

Diminuir o número de ignições de incêndios florestais.

Diminuir a área queimada.

Reabilitar os ecossistemas florestais.

PROF-BM Beneficiar os espaços florestais.

Consolidar a atividade florestal.

Aumentar o conhecimento sobre a silvicultura das espécies florestais.

Monitorizar o desenvolvimento dos espaços florestais e o cumprimento do plano.

Promover o uso eficiente da água, especialmente nos sectores urbano, agrícola e florestal.

PNUEA Minimizar os riscos de escassez hídrica.

Melhorar as condições ambientais nos meios hídricos.

Adotar um modelo institucional para a conceção, construção, gestão e exploração das soluções de valorização e de tratamento de ENEAPAI efluentes, através de entidades com reconhecida capacidade técnica, que garanta o bom funcionamento das instalações e o controlo das descargas.

AAE da RPDM de Vieira do Minho | Abril de 2014 201 | P á g i n a

ÂMBITO QRE OBJETIVOS

Adotar soluções coletivas para o tratamento dos efluentes, quando tal se revelar a solução técnica, económica e ambientalmente mais adequada.

Aplicar uma tarifa de tratamento ao utilizador o mais baixa possível, através da escolha da melhor solução técnica e que seja também a melhor solução em termos económicos, refletindo um modelo de gestão e exploração otimizado.

Garantir a responsabilidade e o envolvimento dos sectores económicos.

Evitar a continuação da degradação e proteger e melhorar o estado dos ecossistemas aquáticos, e também dos ecossistemas terrestres e zonas húmidas, diretamente dependentes dos ecossistemas aquáticos, no que respeita às suas necessidades em água.

Promover um consumo de água sustentável, baseado numa proteção a longo prazo dos recursos hídricos disponíveis.

Visa a proteção reforçada e um melhoramento do ambiente aquático, nomeadamente através de medidas específicas para a DQA redução gradual das descargas, das emissões e perdas de substâncias prioritárias e da cessação ou eliminação por fases de descargas, emissões e perdas dessas substâncias prioritárias.

Assegurar a redução gradual da poluição das águas subterrâneas e evitar a agravação da sua poluição.

Contribuir para mitigar os efeitos das inundações e das secas.

Estabelecimento de uma matriz policêntrica da rede urbana, com base numa combinação de elementos da hierarquia com elementos de complementaridade, explorando as virtualidades dos efeitos de rede.

Promoção, como componentes essenciais da sua atratividade e competitividade, dos elementos de excelência e dos vetores de qualificação tanto dos meios urbanos propriamente ditos como dos nós de especialização funcional (plataformas logísticas, pólos de REGIONAL PROT-N ciência e tecnologia, infraestruturas de acolhimento empresarial, etc.), de sustentação e fomento das economias de aglomeração, da intensificação tecnológica e da competitividade da base económica e das atividades da Região, o que inclui a identificação e conformação dos instrumentos de ordenamento territorial, dos instrumentos de planeamento urbanístico e dos instrumentos de intervenção operacional pertinentes em cada caso.

Conformação e Concretização das Redes e Sistemas Fundamentais de Conectividade (suportes dos fluxos de pessoas, de bens, de

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ÂMBITO QRE OBJETIVOS serviços e de informação) centrada na articulação entre pontos nodais da estrutura territorial da Região e destes com o exterior, como elemento fundamental de fomento da competitividade, do reforço da mobilidade e da promoção de maior equidade territorial.

Proteção e qualificação dos valores naturais, ambientais e patrimoniais.

Controlo e gestão das situações de riscos naturais e tecnológicos (identificação, medidas de prevenção, monitorização), e atenuação/eliminação dos passivos ambientais (recuperação de situações degradadas, eliminação/desagravamento de fontes poluidoras, …).

Aproveitamento do potencial hídrico numa perspetiva de sustentabilidade do recurso (reserva estratégica de água, produção de eletricidade, abastecimento, rega, desporto e lazer, valorização paisagística, elemento de atenuação e controle do risco, reequilíbrio ambiental).

Sustentabilidade energética, na dupla vertente de promoção do aumento da eficácia nos consumos energéticos e de reforço da componente da produção energética a partir de fontes renováveis (eólica, hídrica, geotérmica, biomassa, …).

Exploração da fileira dos recursos geológicos e hidrogeológicos.

Exploração das fileiras vitivinícola, agropecuária e silvopastoril, com relevo especial para o desenvolvimento de “nichos de qualidade” (produtos certificados, DOC’s, …).

Desenvolvimento sustentável dos recursos florestais e dos espaços associados e ainda dos recursos cinegéticos, apícolas e aquícolas das águas interiores e outros diretamente associados à floresta e às atividades silvícolas e, a melhoria da competitividade das indústrias florestais, promovendo a adequada organização e prevenção estrutural dos espaços florestais.

Providenciar, através de uma resposta concertada, as condições e os meios indispensáveis à minimização dos efeitos adversos de um acidente grave ou catástrofe. MUNICIPAL PME-VM Coordenar e sistematizar as ações de apoio, promovendo maior eficácia e rapidez de intervenção das entidades intervenientes.

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ÂMBITO QRE OBJETIVOS Promover a informação das populações através de ações de sensibilização, tendo em vista a sua preparação, a assunção de uma cultura de autoproteção e o entrosamento na estrutura de resposta à emergência.

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ANEXO D | CONVERGÊNCIA ENTRE OS OBJETIVOS DO QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO E AS QUESTÕES ESTRATÉGICAS DA RPDM DE VIEIRA DO MINHO

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Quadro 50 | Correspondência entre as Questões Estratégicas e os objetivos do QRE

Questões Estratégicas da RPDM de Vieira do Minho

Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho

Promover a qualificação dos portugueses. X X X

Promover o crescimento sustentado. X X X X

QREN Garantir a coesão social. X X

Assegurar a qualificação do território e das cidades. X X X

Aumentar a eficiência da governação. X X

Conservar e valorizar a biodiversidade e o património natural, paisagístico e cultural, utilizar de modo X sustentável os recursos energéticos e geológicos e prevenir e minimizar os riscos.

Reforçar a competitividade territorial de Portugal e a PNPOT X X sua integração nos espaços ibéricos, europeu e global.

Promover o desenvolvimento policêntrico dos territórios e reforçar as infraestruturas de suporte à X X X X X integração e à coesão social.

Assegurar a equidade territorial no provimento de X

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Questões Estratégicas da RPDM de Vieira do Minho

Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho infraestruturas e de equipamentos coletivos e a universalidade no acesso aos serviços de interesse geral, promovendo a coesão social.

Expandir as redes e infraestruturas avançadas de informação e comunicação e incentivar a sua crescente X X utilização pelos cidadãos, empresas e administração pública.

Meta para o período 2008-2012: aumento das emissões PNAC de gases com efeito de estufa referente a 1990 inferior X X a 27%.

Intervir ao nível dos fatores ambientais para promover a PNAAS X X X saúde do indivíduo e das comunidades a eles expostos.

Aumentar a resiliência do território aos incêndios X florestais.

PNDFCI Reduzir a incidência dos incêndios. X

Melhorar a eficácia do ataque e da gestão dos X incêndios.

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Questões Estratégicas da RPDM de Vieira do Minho

Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho

Recuperar e reabilitar os ecossistemas. X

Aumentar a competitividade dos sectores agrícola e X X X X florestal.

Assegurar o correto ordenamento do espaço rural e X X PNDR gestão sustentável dos recursos naturais. Melhorar da qualidade de vida e diversificação da X X X economia das zonas rurais.

Reforçar a coesão territorial e social. X X X

Conservar a natureza e a diversidade biológica, incluindo os elementos notáveis da geologia, X X X geomorfologia e paleontologia.

Promover a utilização sustentável dos recursos ENCNB X biológicos.

Contribuir para a prossecução dos objetivos visados pelos processos de cooperação internacional na área da X conservação da natureza em que Portugal está

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Questões Estratégicas da RPDM de Vieira do Minho

Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho envolvido, em especial os objetivos definidos na Convenção sobre a Diversidade Biológica, designadamente a conservação da biodiversidade, a utilização sustentável dos seus componentes e a partilha justa e equitativa dos benefícios provenientes da utilização dos recursos genéticos.

Preparar Portugal para a “Sociedade do Conhecimento”. X X X X

Crescimento sustentado, competitividade à escala X X X X global e eficiência energética.

Melhor ambiente e valorização do património. X X X

Mais equidade, igualdade de oportunidades e coesão X X ENDS social.

Melhor conectividade internacional do país e X X valorização equilibrada do território.

Um papel ativo de Portugal na construção europeia e na

cooperação internacional.

Uma administração pública mais eficiente e X X

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Questões Estratégicas da RPDM de Vieira do Minho

Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho modernizada.

Minimização dos riscos de incêndios e agentes bióticos. X X

Especialização do território. X X

Melhoria da produtividade através da gestão florestal X ENF sustentável.

Redução de riscos de mercado e aumento do valor dos X produtos.

Melhoria geral da eficiência e competitividade do setor. X

Redução das cargas poluentes emitidas para o meio X X X hídrico.

Superação das carências básicas de infraestruturas. X X X PBH-Ave Melhoria da garantia da disponibilidade de recursos PBH- hídricos utilizáveis de forma a dar satisfação às X X X X Cávado necessidades das atividades sociais e económicas.

Acréscimo de segurança de pessoas e bens relacionada X com o meio hídrico.

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Questões Estratégicas da RPDM de Vieira do Minho

Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho

Preservação e valorização ambiental do meio hídrico e X X da paisagem associada.

Compatibilizar os diferentes usos e atividades existentes e/ou a serem criados, com a proteção e valorização X ambiental, e finalidades primárias da albufeira (produção de energia, rega e abastecimento público).

Definir regras de utilização do plano de água e da zona envolvente da albufeira, por forma a salvaguardar a X X defesa e qualidade dos recursos naturais, em especial a

POAC água. Identificar no plano de água as áreas mais adequadas para a prática de atividades recreativas, prevendo as X X suas compatibilidades e complementaridades.

Aplicar as disposições legais e regulamentares vigentes, quer do ponto de vista de gestão dos recursos hídricos, X X quer do ponto de vista do ordenamento do território.

Garantir a articulação com planos e programas de X X

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Questões Estratégicas da RPDM de Vieira do Minho

Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho interesse local, regional e nacional.

Definir regras de utilização do plano de água e da zona envolvente da Albufeira, por forma a salvaguardar a X X X defesa e qualidade dos recursos naturais, em especial a água.

Definir regras e medidas para o uso e ocupação do solo que permitam a gestão da área de intervenção do X X POAE, numa perspetiva dinâmica e interligada.

Aplicar as disposições legais e regulamentares vigentes, POAE quer do ponto de vista de gestão dos recursos hídricos, X X quer do ponto de vista do ordenamento do território.

Planear de forma integrada a área do concelho de Vieira X X do Minho na envolvente da albufeira.

Compatibilizar os diferentes usos e atividades existentes e/ou a serem criados, com a proteção e valorização X X X ambiental, e finalidades principais da Albufeira.

Identificar no plano de água as áreas mais adequadas X X X X X

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Questões Estratégicas da RPDM de Vieira do Minho

Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho para a conservação da natureza, as áreas mais aptas para atividades recreativas, prevendo as compatibilidades e complementaridades entre as diversas utilizações e entre o plano de água e zona envolvente.

Apostar em elementos diferenciadores e qualificadores do País para o desenvolvimento do sector (clima, X X recursos naturais e cultura).

Requalificar vilas/aldeias e potenciar a diversidade concentrada de recursos atrativos a curtas distâncias X X X X para desenvolver o Touring Cultural e Paisagístico. PENT Desenvolver o turismo de natureza tornando o produto vendável turisticamente, preservando as áreas X X protegidas.

Contribuir para criar uma identidade gastronómica X X portuguesa.

Assegurar a limpeza e despoluição ao nível do solo, da X X

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Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho água, do ar e o controle dos níveis de ruído nas zonas frequentadas por turistas, assim como boas condições de saneamento.

Criar condições urbanas para a deslocação a pé e de X X bicicleta e assegurar a despoluição do ar.

Redução da quantidade dos resíduos produzidos. X

Redução da perigosidade dos resíduos. X

Sensibilização/mobilização dos cidadãos/ consumidores. X X

Sensibilização/mobilização dos cidadãos/ agentes X X económicos.

PERSU II Otimização dos Sistemas de Gestão de RSU. X

Sustentabilidade dos Sistemas de Gestão de RSU. X

Envolvimento dos Sistemas de Gestão de RSU na X prossecução da estratégia.

Reforço dos Sistemas ao nível de infraestruturas e X equipamentos necessários a uma gestão integrada dos

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Questões Estratégicas da RPDM de Vieira do Minho

Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho resíduos.

Reforço da Reciclagem (valorização material). X

Implementação efetiva das disposições da Lei da Água e da demais legislação ambiental diretamente relacionadas com o abastecimento de água e X X saneamento de águas residuais e incentivo ao uso eficiente da água.

Realizar os investimentos necessários à conclusão e à expansão dos sistemas em alta e a continuação da PEAASAR infraestruturação da vertente em baixa, com especial X X X II enfoque nos investimentos visando a articulação entre ambas as vertentes.

Promover uma maior integração territorial e funcional de sistemas plurimunicipais vizinhos, de forma a X X potenciar económicas de escala e de gama e mais-valias ambientais.

Promover a criação, na vertente em baixa, de sistemas X X

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Questões Estratégicas da RPDM de Vieira do Minho

Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho integrados, tanto quanto possível, territorialmente articulados com as soluções existentes na vertente em alta, e com um regime/tarifário uniformizado na área de intervenção de cada sistema.

Diminuir o número de ignições de incêndios florestais. X

Diminuir a área queimada. X

Reabilitar os ecossistemas florestais. X

Beneficiar os espaços florestais. X PROF- Consolidar a atividade florestal. X X BM Aumentar o conhecimento sobre a silvicultura das X espécies florestais.

Monitorizar o desenvolvimento dos espaços florestais e X o cumprimento do plano.

Promover o uso eficiente da água, especialmente nos X X PNUEA sectores urbano, agrícola e florestal. Minimizar os riscos de escassez hídrica. X X

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Questões Estratégicas da RPDM de Vieira do Minho

Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho

Melhorar as condições ambientais nos meios hídricos. X X X

Adotar um modelo institucional para a conceção, construção, gestão e exploração das soluções de valorização e de tratamento de efluentes, através de X entidades com reconhecida capacidade técnica, que

ENEAPAI garanta o bom funcionamento das instalações e o controlo das descargas.

Adotar soluções coletivas para o tratamento dos efluentes, quando tal se revelar a solução técnica, X económica e ambientalmente mais adequada.

Evitar a continuação da degradação e proteger e melhorar o estado dos ecossistemas aquáticos, e também dos ecossistemas terrestres e zonas húmidas, X DQA diretamente dependentes dos ecossistemas aquáticos, no que respeita às suas necessidades em água.

Promover um consumo de água sustentável, baseado X numa proteção a longo prazo dos recursos hídricos

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Questões Estratégicas da RPDM de Vieira do Minho

Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho disponíveis.

Visa a proteção reforçada e um melhoramento do ambiente aquático, nomeadamente através de medidas específicas para a redução gradual das descargas, das X emissões e perdas de substâncias prioritárias e da cessação ou eliminação por fases de descargas, emissões e perdas dessas substâncias prioritárias.

Assegurar a redução gradual da poluição das águas X subterrâneas e evitar a agravação da sua poluição.

Contribuir para mitigar os efeitos das inundações e das X X secas.

Estabelecimento de uma matriz policêntrica da rede urbana, com base numa combinação de elementos da X hierarquia com elementos de complementaridade, PROT-N explorando as virtualidades dos efeitos de rede.

Promoção, como componentes essenciais da sua X X atratividade e competitividade, dos elementos de

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Questões Estratégicas da RPDM de Vieira do Minho

Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho excelência e dos vetores de qualificação tanto dos meios urbanos propriamente ditos como dos nós de especialização funcional (plataformas logísticas, pólos de ciência e tecnologia, infraestruturas de acolhimento empresarial, etc.), de sustentação e fomento das economias de aglomeração, da intensificação tecnológica e da competitividade da base económica e das atividades da Região, o que inclui a identificação e conformação dos instrumentos de ordenamento territorial, dos instrumentos de planeamento urbanístico e dos instrumentos de intervenção operacional pertinentes em cada caso.

Conformação e Concretização das Redes e Sistemas Fundamentais de Conectividade (suportes dos fluxos de pessoas, de bens, de serviços e de informação) centrada X X na articulação entre pontos nodais da estrutura territorial da Região e destes com o exterior, como elemento fundamental de fomento da competitividade,

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Questões Estratégicas da RPDM de Vieira do Minho

Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho do reforço da mobilidade e da promoção de maior equidade territorial.

Proteção e qualificação dos valores naturais, ambientais X X X e patrimoniais.

Controlo e gestão das situações de riscos naturais e tecnológicos (identificação, medidas de prevenção, monitorização), e atenuação/eliminação dos passivos X X ambientais (recuperação de situações degradadas, eliminação/desagravamento de fontes poluidoras, …).

Aproveitamento do potencial hídrico numa perspetiva de sustentabilidade do recurso (reserva estratégica de água, produção de eletricidade, abastecimento, rega, X desporto e lazer, valorização paisagística, elemento de atenuação e controle do risco, reequilíbrio ambiental).

Sustentabilidade energética, na dupla vertente de

promoção do aumento da eficácia nos consumos X energéticos e de reforço da componente da produção

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Questões Estratégicas da RPDM de Vieira do Minho

Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho energética a partir de fontes renováveis (eólica, hídrica, geotérmica, biomassa, …).

Exploração da fileira dos recursos geológicos e X hidrogeológicos.

Exploração das fileiras vitivinícola, agropecuária e silvopastoril, com relevo especial para o X X X desenvolvimento de “nichos de qualidade” (produtos certificados, DOC’s, …).

Desenvolvimento sustentável dos recursos florestais e dos espaços associados e ainda dos recursos cinegéticos, apícolas e aquícolas das águas interiores e outros diretamente associados à floresta e às atividades X X X silvícolas e, a melhoria da competitividade das indústrias florestais, promovendo a adequada organização e prevenção estrutural dos espaços florestais.

AAE da RPDM de Vieira do Minho | Abril de 2014 223 | P á g i n a

Questões Estratégicas da RPDM de Vieira do Minho

Atrair para o Promover o Revitalizar Melhorar as Melhorar as Melhorar as território desenvolvimento urbanística, condições acessibilidades e a condições concelhio maior do sector turístico ambiental e ambientais mobilidade no sociais e de investimento funcionalmente o do concelho concelho e com o qualidade de privado território concelhio exterior vida do concelho

Providenciar, através de uma resposta concertada, as

condições e os meios indispensáveis à minimização dos X X efeitos adversos de um acidente grave ou catástrofe

Coordenar e sistematizar as ações de apoio, promovendo maior eficácia e rapidez de intervenção X PME-VM das entidades intervenientes.

Promover a informação das populações através de ações de sensibilização, tendo em vista a sua preparação, a assunção de uma cultura de autoproteção X e o entrosamento na estrutura de resposta à emergência.

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