Daniel Alves Scarcello
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO SOCIAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÍDIA E COTIDIANO DANIEL ALVES SCARCELLO ATRAVÉS DO ESPELHO: Cotidiano e banalidade do mal em Black Mirror Niterói 2021 DANIEL ALVES SCARCELLO ATRAVÉS DO ESPELHO: COTIDIANO E BANALIDADE DO MAL EM BLACK MIRROR Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Mídia e Cotidiano, Área de Concentração Discursos Midiáticos e Práticas Sociais, na Linha de Pesquisa 1 – Linguagens, Representações e Produção de Sentidos, do Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (IACS/UFF), como requisito para obtenção de título de mestre em Mídia e Cotidiano, sob a orientação da Professora Doutora Denise Tavares. Niterói 2021 Ficha catalográfica automática - SDC/BCG Gerada com informações fornecidas pelo autor S285a Scarcello, Daniel Alves Através do espelho : Cotidiano e banalidade do mal em Black Mirror / Daniel Alves Scarcello ; Denise Tavares da Silva, orientadora. Niterói, 2021. 161 f. : il. Dissertação (mestrado)-Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2021. DOI: http://dx.doi.org/10.22409/PPGMC.2021.m.00737188235 1. Black Mirror;. 2. Banalidade do mal;. 3. Narrativas;. 4. Cotidiano. 5. Produção intelectual. I. Silva, Denise Tavares da, orientadora. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Arte e Comunicação Social. III. Título. CDD - Bibliotecário responsável: Sandra Lopes Coelho - CRB7/3389 DANIEL ALVES SCARCELLO ATRAVÉS DO ESPELHO: COTIDIANO E BANALIDADE DO MAL EM BLACK MIRROR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Mídia e Cotidiano (PPGMC), como requisito para a obtenção de título de mestre em Mídia e Cotidiano, sob a orientação da Professora Doutora Denise Tavares da Silva. Dissertação apresentada em 25/ 02/2021. ________________________________________________________________ Profª. Drª. Denise Tavares da Silva (PPGMC/UFF) - Orientadora ________________________________________________________________ Profª Drª Renata Rezende Ribeiro (PPGMC/UFF) – Membro 1 ________________________________________________________________ Profª Drª Laura Loguercio Cánepa (PPGCOM/ANHEMBI MORUMBI) – Membro 2 Niterói 2021 Agradecimentos Agradeço primeiramente a vida e ao universo por esta parte da minha trajetória. Aos meus pais, Josélia e Miguel, que sempre me incentivaram. Principalmente à minha mãe, que foi a maior influenciadora e motivadora deste mestrado. À querida professora e orientadora Denise Tavares, pelos ensinamentos, pela paciência, compreensão, apoio e incentivo desde minha entrada no Programa até nos momentos mais difíceis. Agradeço por ser a melhor professora e orientadora, confiando na minha capacidade, me desafiando e me enchendo de boas energias. Não poderia ser outra pessoa, se não ela. As professoras Renata Rezende e Laura Canepa, pelos ensinamentos, críticas e apoio neste trabalho. Assim como ao PPGMC, que me acolheu e acolhe todos da forma mais humana possível. Ao amor do Bruno que me incentivou, apoiou e permaneceu junto durante esses anos, mesmo distante. Aos amigos que a academia me trouxe, em especial à Natália Machado, que me ajudou em todos os processos desta difícil jornada, se tornando uma amiga para a vida. Além dos queridos Davi, Fernanda, Kerlon, Max e Diego, à turma do mestrado de 2019 e aos colegas do MULTIS. Aos anjos que conheci em momentos difíceis de 2020, Andrea e Henrique. Aos amigos que o Rio de Janeiro me deu, dos amigos da Cia Temprana, do elenco do Alladin e da Escola de Dança Rose Mansour. À minha avó Concetta e à Neia, que conviveram e me ajudaram a crescer neste tempo. As antigas amizades cultivadas pelos anos (Dudu, Letícia e Bárbara) as novas que surgiram. E, como não poderia deixar de ser, agradeço à CAPES que foi fundamental para que eu pudesse realizar, com mais tranquilidade, essa pesquisa. Reitero, assim, o quanto a bolsa desse órgão de fomento, é necessária para o desenvolvimento da ciência no país. Enfim, agradeço por todo o caminho percorrido e toda a transformação que este período me proporcionou. Gratidão. O mundo não se divide em pessoas boas e más. Todos temos luz e trevas dentro de nós. O que importa é o lado pelo qual decidimos agir. Isso é o que realmente somos. (Do filme Harry Potter e a Ordem da Fênix) Através do espelho: Cotidiano e banalidade do mal em Black Mirror Resumo: Este trabalho foca a produção seriada Black Mirror, reconhecido fenômeno cultural de público e crítica. O objetivo é discutir como a série ancora (ou não) sua narrativa na “banalidade do mal” – conceito cunhado por Hannah Arendt, mas trabalhado em nosso texto em um diálogo ampliado com outros autores -, e nas relações e cenários cotidianos. Justifica- se o percurso da pesquisa no reconhecimento do produto audiovisual como elemento potente da cultura, em especial pela admissão de estarmos vivenciando o processo de midiatização, em que a relação mídia e cotidiano nos parece estruturante do tecido social. Nesta posição, problematizar as narrativas de uma série que reverbera em expressões acionadas no cotidiano midiático, soma-se aos esforços de localizar e compreender o papel da comunicação em uma sociedade que vivencia grandes dificuldades de superar suas desigualdades sociais. Tal lugar acionou, para nós, dois caminhos que se entrelaçaram nesta investigação. Um, que buscou levantar o “estado da arte” do seriado, identificando, em especial, como a mídia, a academia e o público (com uma breve amostragem exploratória) se relacionaram com a série. E, outro, em que empreendemos a discussão sobre a banalidade do mal e cotidiano em nosso objeto de pesquisa, observado, particularmente, por sua linguagem, narrativa, hibridização de gêneros e temáticas exploradas. Tais percursos foram realizados em diálogos com Zygmunt Bauman, Susan Neiman, Nadia Diniz, Agnes Heller, Douglas Kelnner, Jonathan Crary e John B. Thompson, entre outros. Vale ressaltar que nossa metodologia é quanti-qualitativa e se estrutura em processo dialético, isto é, parte da própria série e a ela volta, o que, na dissertação, significou apresentar, em termos quantitativos, como esse “mal” está presente nas narrativas de Black Mirror, e a destacar um episódio representativo de cada uma das três chaves argumentativas que localizamos: “Smithereens”, “Black Museum” e “Manda quem pode”. Com esse percurso metodológico acreditamos ter localizado que os elementos do cotidiano diegético em Black Mirror são reforçados por escolhas narrativas e de linguagem (audiovisual) que buscam o impacto e o choque, gerando diferentes graus de representação e reflexão sobre a banalidade do mal nos episódios da série. A pesquisa nos apresentou elementos significativos do imaginário sobre Black Mirror, e como o mesmo pode ser assimilado na vida “real”, além de mostrar como a ideia da banalidade do mal é constante no seriado, sob as mais diversas formas. Palavras-chave: Black Mirror; Ficção seriada; Banalidade do Mal; Narrativas; Cotidiano. Through the mirror: Everyday life and banality of evil in Black Mirror Abstract: This work focuses on the serial production Black Mirror, a recognized cultural phenomenon of public and critics. The goal is to discuss how the TV show anchors (or not) its narrative in the concept of “banality of evil” - a concept created by Hannah Arendt but used in our work in an expanded dialogue with other authors -, and in the relationships and everyday scenarios. The research path is justified in the recognition of the audiovisual product as a powerful element of culture, especially admitting that we are experiencing the mediatization process, in which the relationship between media and daily life seems to structure the social structure. In this position, to problematize the narratives of a program that reverberates in expressions triggered in the daily media adds to the efforts to locate and understand the role of communication in a society that experiences great difficulties in overcoming its social inequalities. Two paths of investigation were, then, produced. One, which sought to raise the “state of the art” of the series, identifying, in particular, how the media, the academy and the audience (with a brief exploratory sample) were related to the series. And another, in which we undertake the discussion about the banality of evil and everyday life in our research object, observed, particularly, for its language, narrative, hybridization of genres and themes explored. Such courses were carried out in dialogues with Zygmunt Bauman, Susan Neiman, Nadia Diniz, Agnes Heller, Douglas Kelnner, Jonathan Crary and John B. Thompson, among others. It is worth mentioning that this methodology is quantitaive/qualitative, and structures itself in a dialect process. That is, it comes from the own show and comes back to it. In this work, this meant presenting, in quantitative terms, how this “evil” is present in the narratives of Black Mirror, and highlighting an episode representative of the three argumentative keys that we find: “Smithereens”, “Black Museum” and “ Shut up and dance ”. With this methodological path, we believe to have found the elements of of the diegetic daily life in Black Mirror are reinforced by narrative and language (audiovisual) choices that seek impact and shock, generating different degrees of representation and reflection on the banality of evil in the episodes of the series. The research presented us with significant elements of Black Mirror imagery, and how it can be assimilated in “real” life, in addition to showing how the idea of the banality of evil is constant in the series,