A 'Arte De Sujar Os Sapatos' Com a Pauta Social Grande Reportagem E
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO SOCIAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÍDIA E COTIDIANO LUIZA GOULD DE SOUZA A ‘arte de sujar os sapatos’ com a pauta social Grande reportagem e o cotidiano dos indivíduos (extra)‘ordinários’ Niterói 2020 LUIZA GOULD DE SOUZA A ‘arte de sujar os sapatos’ com a pauta social Grande reportagem e o cotidiano dos indivíduos (extra)‘ordinários’ Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano (PPGMC), da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Mídia e Cotidiano. Área de Concentração: Discursos midiáticos e práticas sociais. Linha de Pesquisa: Políticas, discursos e sociedade. Orientadora: Profa. Dra. Carla Baiense Felix. Niterói 2020 LUIZA GOULD DE SOUZA A ‘arte de sujar os sapatos’ com a pauta social Grande reportagem e o cotidiano dos indivíduos (extra)‘ordinários’ Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano (PPGMC), da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Mídia e Cotidiano. Aprovada em 20 de março de 2020. Banca Examinadora: _____________________________________________________ Profa. Dra. Carla Baiense Felix (Orientadora) Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano Universidade Federal Fluminense (UFF) ______________________________________________________ Profa. Dra. Larissa de Morais Ribeiro Mendes Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano Universidade Federal Fluminense (UFF) ______________________________________________________ Profa. Dra. Fabiana Moraes da Silva Núcleo de Design e Comunicação Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Niterói 2020 Aos (extra)“ordinários” protagonistas destas páginas À Ernestina, que com suas flores de papel crepon plantou doçura A Harry, por um dia sorrir para mim e me mostrar o que é alteridade AGRADECIMENTOS Deus, como Pai que acolhe, como Filho que entrega sua vida, e como Espírito que nos cumula de dons, é o princípio e o motivo da continuidade. A Ele a gratidão pela essência de seu amor. Nossa Senhora Auxiliadora é a intercessora. A ela a gratidão por seus ouvidos de mãe. São Francisco de Assis é o exemplo. A ele a gratidão pelas mãos humildes sempre estendidas. A cada vida que já me transpassou por ser visível. Ao olhar lá dentro, dentro do olhar de (extra)“ordinários” tantas vezes violentados, eu entendo a nossa cegueira. Seu Zé, sempre à porta da Igreja, pode parecer ter pouco, mas tem muito. Compartilha seu sorriso, me abraça, diz estar comigo para o que eu precisar, é escudeiro. Nilda quer conhecer minhas histórias, para além de contar o que a levou à situação de rua. Os moradores da comunidade do Pé Pequeno, alguns vivendo em casas interditadas, me mostram um abismo cruel, mas também garra, orgulho do que construíram, dignidade, esperança, força para subir e descer. Sueli, que viveu a maior das dores ao perder seu filho ali, toda vez que escolhe meus braços como abrigo me faz querer mudar a história. Não o passado, mas o que ainda podemos escrever. E faz meu coração sorrir ao sorrir também no dia seguinte. A todos eles, mais do que gratidão, tenho profundo respeito e vontade de segurar na mão para eu também ter rumo. Gratidão a Cecilia e Nilton, guias em prol da jornada que chamo de vida. Vocês foram e são incansáveis. Por assim serem, e por tanto lutarem por mim, suarem por mim, abdicarem por mim, não conseguirei em meus dias agradecer à altura. À Ruth e sua octogenária insistência em pedir por quem a cerca em suas orações, antes de pedir por si. Por semear valsas em minhas memórias. À Júlia por ser acalento, a Nelson por ser movimento, a Lenita por ser fomento. Ao Rodrigo e sua impaciência paciente. A prima nem sempre pôde montar cabanas, tantas vezes precisou trocá-las pela morada dos livros, mas, juntas, ambas a fazem completa. Aos meus padrinhos, William e Ana Cláudia, por, em um momento de necessidade, abrirem as portas de sua casa para que eu pudesse ali me tornar mestre durante uma fundamental e tão dura quarentena (e dura principalmente aos mais pobres, precisamos frisar). Ao Gabriel, por ser amor e por amor ser generoso, companheiro, bondoso, tudo crer, suportar e esperar. Na exata medida compreendeu meus silêncios, se calou diante de minhas muitas palavras e falou para fazer delas expressões mais bonitas. O meu coração é teu. À Carla, por me fazer olhar para dentro de mim, o que não é fácil quando busca-se refúgio olhando para fora. Sua orientação inspira, pois tem como essência a delicadeza da liberdade. Abrimos um livro de páginas em branco para escrevermos juntas, mas ela me concedeu a caneta, me estimulou a encontrar as melhores palavras, que se tornaram frases, parágrafos, capítulos. Quis que eu fosse protagonista sem sair de perto. Esteve pronta a sugerir sinônimos, a não fazer a caneta se perder entre tantas letras. Respeitou minha forma de escrever e minhas muitas sentenças. Foi e é o melhor norte que eu poderia ter. À carinhosa Larissa, por continuar acompanhando e tornando mais frutífera a minha trajetória acadêmica. À Fabiana, que primeiro conheci, como tantos leitores, através de O Nascimento de Joicy. Carla nos apresentou essa reportagem ainda no 6º período da graduação. Ali se iniciava uma admiração enorme pelo trabalho desta repórter que concretiza tanto do que acredito. Tê-la agora em minha banca é mais do que eu merecia. No quesito inspiração, impossível não citar também o Caio e a Eliane. Um, o ídolo dos tempos de O Globo, que fez tanta diferença na mídia hegemônica e segue fazendo fora dela. A outra, a jornalista que nem sabe da minha existência, mas que igualmente faz com que eu entenda porque escolhi o jornalismo. À doce Walcéa, por me apresentar a Etnografia e uma nova paixão: a observação participante. À minha luz, Marcella, que já no processo seletivo para o mestrado alumiava o caminho. Mah inventa maneiras de criar sol e fazê-lo passar por entre copas de densas e necessárias folhagens, mas que, às vezes, nos deixam tão só. É o presente de Santa Clara para mim e aquela que me presenteou com duas estrelas-avós. Converso com elas olhando para o céu. O mesmo céu para o qual agradeço pela sinergia entre duas orientandas e delas com sua orientadora. Três cursos de água juntos desaguaram no rio. E a natureza perfeitamente tudo explicou. À sua irmã Karla, por ser zelo. Ao Victor, por ser amizade sincera (põe sincera nisso) e aquele que implica para cuidar de quem cuida (obrigada por esse título, Larissa). Nossas almas viveram um encontro acadêmico que não se encerra com as considerações finais de nossos trabalhos. Esse encontro me motiva a continuar na pesquisa, a acreditar no sensível e na reportagem. A você, meu amigo de grande coração, obrigada por querer que eu seja mais forte. À Deise, sua sensacional mãe, a gratidão simplesmente porque é amor. Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano, por não se deixarem esmorecer em tempos árduos, de tantas ameaças à educação. Cada hora dedicada a mestrandos e doutorandos, carga que somam à graduação, é por saberem o quão crucial é a pesquisa, acreditarem em nosso potencial enquanto pesquisadores e lutarem, junto conosco, por novos cotidianos. À minha família do Centro Universitário La Salle do Rio de Janeiro. Por ela, e pelo amor por contar histórias, conciliei ao longo destes anos a rotina de 10 horas diárias no trabalho com o mestrado (e te agradeço, Denise, por no seu tempo como coordenadora do PPGMC sempre considerar e exaltar isso). Eu não poderia ser mais feliz, apesar dos desafios. A pesquisa me faz uma jornalista melhor. O ofício de repórter faz a pesquisa existir. Um não tem sentido sem o outro. Ao meu chefe, Leonardo Diniz, agradeço por segurar a minha mão, fazer desta pesquisa uma realização também sua, porque empatia e coletivo o movem. Jamais teria conseguido sem o seu companheirismo, chefinho. À Camila, por acreditar em mim quando eu mesma não acreditei e por me mostrar, sempre com muita delicadeza e cuidado, que eu preciso acreditar. Camila, você me ensina que mesmo meu lugar de fala não sendo o da negritude, quero e posso estar contigo para lutarmos contra o racismo. Você é imprescindível, porque, reescrevendo Bertolt Brecht, há mulheres que lutam um dia e são boas, outras lutam um ano e são melhores. Há as que lutam toda a vida e essas são imprescindíveis. Assim também é Luana, tão jovem e tão guerreira. Você me ensina a não desistir do que se deseja, mesmo nas maiores adversidades. Ao João, que torceu por mim como só aquele que é seu braço direito é capaz de torcer. Amiga Lu amadureceu anos em dias no fim desta dissertação, quando quase te perdi. Mas você a salvou. À Adriana, por me lembrar da fé quando o desespero me fazia parecer distante dela. E porque me inspira. Mãe de filhas que adotei no coração, você é professora na vida. A Rafael (e nossos divertidos contrastes), Cauã, Diego, Giovanna, Maria Eduarda, Thielen, Rita e Thereza, que são presença diária. À Bea, minha eterna florzinha, que foi ganhar o mundo, mas não saiu do mundo que há aqui dentro, como eu não saí do dela. Também ao Jefferson e à Bianca, que em algum momento me desejaram sucesso. À Lívia, exemplo por se voltar ao Outro. À Maviane, exemplo de afeto e coragem. À Déborah, exemplo de persistência. À Angelina, exemplo do olhar sensível. Ao André, grande companheiro na missão de conciliar mestrado e trabalho no Unilasalle-RJ. Ele no PPCULT, eu no PPGMC. Nós dois vivendo pela segunda vez o privilégio de ser da UFF. Em nossos abraços, cansados, nos mantínhamos de pé.