Universidade De Brasília – Unb Instituto De Psicologia – Ip Programa De Pós-Graduação Em Psicologia Clínica E Cultura
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB INSTITUTO DE PSICOLOGIA – IP PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA CLÍNICA E CULTURA Panorama da Saúde Mental Pública no Distrito Federal de 1987 a 2007: um estudo exploratório sobre a reforma psiquiátrica no DF Marina Agra Santiago ORIENTADOR: Prof. Dr. ILENO IZÍDIO DA COSTA BRASÍLIA – DF 2009 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB INSTITUTO DE PSICOLOGIA – IP PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA CLÍNICA E CULTURA TÍTULO PROVISÓRIO: Panorama da Saúde Mental Pública no Distrito Federal de 1987 a 2007: um estudo exploratório sobre a reforma psiquiátrica no DF Marina Agra Santiago ORIENTADOR: Prof. Dr. ILENO IZÍDIO DA COSTA Dissertação apresentada no Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Psicologia Clínica e Cultura. BRASÍLIA – DF 2009 Trabalho realizado junto ao Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília para obtenção do título de Mestre em Psicologia Clínica e Cultura. Dissertação aprovada por: _________________________________________________ Prof. Dr. Ileno Izídio da Costa Universidade de Brasília - UnB (Presidente) _________________________________________________ Profa. Dra. Ana Maria Fernandes Pitta Universidade Federal da Bahia - UFBA (Membro externo) _________________________________________________ Prof. Dr. Pedro Gabriel Godinho Delgado Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (Membro externo) _________________________________________________ Profa. Dra. Maria Inês Conceição Gandolfo Universidade de Brasília - UnB (Membro Suplente) BRASÍLIA – DF 2009 ii O Que Foi Feito Deverá Milton Nascimento/Fernando Brant O que foi feito amigo De tudo que a gente sonhou? O que foi feito da vida? O que foi do amor? Quisera encontrar Aquele verso menino que escrevi Há tantos anos atrás Falo assim sem saudade Falo assim por saber Se muito vale o já feito Mais vale o que será E o que foi feito é preciso conhecer Para melhor prosseguir Falo assim sem tristeza Falo por acreditar Que é cobrando o que fomos Que nós iremos crescer Outros outubros virão Outras manhãs plenas de sol e de luz iii AGRADECIMENTOS Preciso agradecer a muitos, porque essa dissertação não poderia ser feita por uma só pessoa. Várias pessoas e em diferentes momentos de feitura desse trabalho ofereceram ajuda generosa, de tal forma que posso afirmar que a base desse trabalho é a generosidade e a doação. Família, amigos, membros do GIPSI, amigos de curso, outras tantas pessoas que forneceram dados e caminhos para a construção dessa pesquisa... Cada pessoa foi tão importante que deveria mesmo receber créditos nesse trabalho. Tentarei nominá-las, mas sabendo que essa é uma tarefa ingrata pelo risco de esquecer alguém... Agradeço, À Vida, pois pude reconhecer sua força criadora e generosa que exigiu que me entregasse às incertezas, à ignorância, à intuição. Também proporcionou a sincronia do encontro com as diversas pessoas que contribuíram para essa dissertação. À minha família: mais próxima, minha mãe e irmão, que me aturaram em crise, desespero, rabugice, isolamento e me apoiando em todos os momentos; a mais distante: meu pai, que sempre me apoiou no caminho acadêmico e financiou meus estudos; a extensa: meus avós, tios e primos e Rosa e sua família, que sempre ficam na torcida do meu sucesso. Ao Dino, meu parceiro e enamorado, que com seu amor desde sempre me apoiou nessa jornada, me ensinando a compartilhar e me entregar e que, além de tudo, suportou, pacientemente, meu isolamento, inseguranças e mau - humor. Ao Ileno, que desde 2003 aposta em meu crescimento, inclusive aturando pacientemente as crises e críticas adolescentes (risos) e com quem consegui percorrer um caminho reflexivo e de elaboração de pensamento crítico e clínico. Sua chamada à “dar a cara à tapa” culminou também na loucura da realização deste trabalho. Aos amigos, que foram também fundamentais em formar uma rede de apoio, com amor, carinho, atenção, orientação, escuta, enfim, Amizade! À Maria e Mik, que desde o início, na confecção da justificativa para ingressar no curso de mestrado me apoiaram e, às vezes, pegaram pela mão, continuando assim até o final, como fiéis escudeiras! À Maviane, Enrique, Lílian, Nerícia, Carmem, que além de amigos já são mestres (risos) e puderam lançar luz aos vários pedaços do caminho que não conseguia mais enxergar, pelo cansaço da jornada. iv Aos amigos do GIPSI, em especial Mariana, Priscilla Caixetta, Paula, Adriana, Otoniel, Júlia, Augusto, Renato, Nazareth, Cleuser, Taísa, Anita e Priscilla Menezes, que participaram de diversas formas na coleta e análise do material de pesquisa, além de acompanharem as angústias (que apareciam especialmente na madrugada, não é Priscilla e Renato?) e pensamentos de construção da pesquisa. À Talita, que sempre foi tão disponível para mim, dando a maior força para concluir esse trabalho, além de me ensinar alguns segredos do Alceste... (risos) Aos amigos do Enlace, que me permitiram várias reflexões sobre a situação do DF e a luta antimanicomial, em especial à Jana, que sempre se preocupou e me apoiou nessa louca empreitada. Ao Thiago Rizzoto que, ao saber do oferecimento de uma disciplina sobre reforma psiquiátrica na UnB foi muitíssimo generoso ao fornecer referências bibliográficas raras, com as quais pude realizar a contextualização desse trabalho (e ficar por tempo indeterminado, tamanha confiança que ele depositou em mim e no trabalho). Há, ainda, várias outras pessoas do movimento da luta antimanicomial, que ajudaram com suas visões, dicas, exposição de suas vivências e material de pesquisa e que, infelizmente, não posso citá-las, já que participaram dessa pesquisa. Dessas, em especial, quero agradecer à Tânia Grigolo e à Gussi, que ofereceram importantes dicas para o início da pesquisa. À Rosângela, cuja amizade foi uma grata surpresa que tive graças à realização desta pesquisa e com quem pude contar como parceira na hora de coleta dos documentos. Às colegas de mestrado, Adriana, Débora, Melissa, Renata, pelas partilhas sobre as angústias desse caminho acadêmico. Ao pessoal do Ser a Dois, Valéria, Juliana, Taís, Kayano, Renato e Monique, que aceitaram resignadamente meu distanciamento do teatro e compartilharam minhas emoções de raiva, desespero, indignação, angústia, dúvidas e muita saudade... Às amigas do novo trabalho, Andréia, Cirlei, Abadia, com quem tive a benção de trabalhar e com as quais compartilho amizade e aprendo diariamente a trabalhar em parceria e sintonia fina. À chefe Suely, que foi muito compreensiva com meu momento e me incentivou na conclusão desse trabalho, confiando nos frutos que podem gerar para nosso projeto de enfrentamento da violência contra as mulheres no DF. Ao Bio e à Vivian, que já mestres (risos), entre algumas brechas do trabalho, trocaram várias idéias e sugestões fundamentais para eu pudesse completar esse estudo. v Aos “parteiros” Angela, Fernanda, Iara e Rafael (vulgo Johnson) pela disponibilidade, paciência e, sobretudo, carinho comigo. Espero retribuir a generosidade e doação dessas pessoas com o término desse trabalho, o qual fiz com muita paixão, apesar das dificuldades que enfrentei e das minhas próprias limitações. vi RESUMO O presente trabalho tem como objetivo traçar um panorama da saúde mental pública no DF entre 1987 e 2007, tendo em vista a transformação desse campo com o processo de reforma psiquiátrica nacional. O recorte temporal do estudo se fez pela identificação do ano de 1987 como um marco de início da reforma psiquiátrica no Brasil, e 2007, o ano do começo de nossa pesquisa. Adotamos uma abordagem multimetodológica e recorremos a fontes que possibilitassem a leitura requerida do processo de reforma psiquiátrica, que consistiram em documentos oficiais e entrevistas semi-estruturadas com informantes privilegiados, isto é, pessoas que protagonizaram os acontecimentos da saúde mental local e que pudessem revelar o que não foi registrado nos documentos. Após exaustiva coleta de documentos históricos, realizada entre março e agosto de 2008, selecionamos aqueles que pudessem fornecer informações mais consistentes sobre as atividades institucionais ocorridas e planejadas na área da saúde mental pública, tais como os normativos do Diário Oficial do DF, relatórios da gestão local e registros das discussões em fóruns propícios à participação social. Foram analisados, ao todo, setenta e seis documentos. As entrevistas foram realizadas em setembro de 2008. A análise dos dados se deu em dois momentos: uma análise documental e uma análise textual quanti-qualitativa com o auxílio do software ALCESTE. Os resultados das análises se completaram e se confirmaram. Na análise documental optamos por utilizar quatro categorias temáticas definidas a priori, com base no referencial teórico que delimita algumas dimensões para circunscrever o campo da saúde mental como um processo social complexo, quais sejam: teórico-conceitual, técnico-assistencial, político-jurídico e sócio-cultural (Amarante, 2003). As categorias foram organizadas de acordo com a relação processual evidenciada, que indicou quatro cenários distintos, formando um panorama da saúde mental no DF, abordados neste trabalho pela metáfora referente às estações do ano: verão (de 1987 a 1999), outono (de 1999 a meados de 2003), inverno (entre meados de 2003 e 2006) e degelo (de meados de 2006 a 2007). A análise textual e os resultados apontaram que o DF apresenta uma atenção predominantemente asilar, enfrentando dificuldades para a implementação