Universidade Regional Do Noroeste Do Estado Do Rio Grande Do Sul Luisa Gasparotto Jalil Uma Análise Sobre União P
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UNIJUI - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL LUISA GASPAROTTO JALIL UMA ANÁLISE SOBRE UNIÃO POLIAFETIVA E SUA RECEPÇÃO PELO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO Ijuí (RS) 2019 LUISA GASPAROTTO JALIL UMA ANÁLISE SOBRE UNIÃO POLIAFETIVA E SUA RECEPÇÃO PELO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Direito objetivando a aprovação no componente curricular Trabalho de Conclusão de Curso - TCC. UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. DCJS – Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais. Orientador(a): Drª Joice Graciele Nielsson Ijuí (RS) 2019 Dedico este trabalho a todos que me deram apoio durante a minha jornada acadêmica. AGRADECIMENTOS À minha família, agradeço o amparo e acolhimento ao longo da minha vida acadêmica, especialmente a minha madrasta Mara, que em nenhum momento mediu esforços para me auxiliar na construção deste trabalho. Agradeço também à minha orientadora Joice, pela sua ousadia, dedicação e criatividade. A todos que sempre me dão ânimo para que eu continue realizando meus objetivos, obrigada! “Pode-se estar apaixonado por várias pessoas ao mesmo tempo, por todas com a mesma dor, sem trair nenhuma.” Gabriel García Márquez RESUMO O presente trabalho teve o objetivo de analisar a união poliafetiva, a relação composta por três pessoas ou mais, e sua recepção pelo direito brasileiro. O problema inicial consiste em legislações que nem sempre conseguem acompanhar a dinâmica das transformações nos modos de vida das pessoas e, frequentemente, apenas passam, tardiamente, a regularizar situações precedentes. O estudo pretende verificar as formulações e adequações sofridas pelo Código Civil brasileiro e pela Constituição Federal, e as demais decisões relativas às uniões afetivas, sejam elas uniões estáveis, homoafetivas ou poliafetivas; também, analisar se nosso ordenamento jurídico está preparado para regulamentar as uniões poliafetivas, e o modo com que esta regulamentação se dará. Em sua concepção, este documento considerou, inicialmente, a evolução histórica da família e a família nos dias de hoje, seus diferentes conceitos e a previsão constitucional, bem como sua alteração, a emancipação feminina e os organismos familiares poligâmicos e monogâmicos, à luz da compreensão da família na atualidade. Em um segundo momento, analisou a união estável e sua aceitação no Direito de Família, e a equiparação da união homoafetiva à união estável e, por fim, apresentou o conceito de poliamor e os argumentos favoráveis e contrários à sua prática no direito brasileiro, os casos conhecidos no Brasil, a proibição pelo Conselho Nacional de Justiça, e a possibilidade de reconhecimento no ordenamento jurídico brasileiro. Para a realização do trabalho, foi empregada a metodologia de coleta de dados em fontes bibliográficas físicas disponíveis e na rede de computadores, como monografias, teses, dissertações, decisões, acórdãos e artigos, que tratem do assunto. Ao final, conclui que é nítida a evolução de entidades familiares e é dever por parte do Estado a proteção destas novas relações, tendo como preocupação maior o afeto. Palavras-Chave: Família. Direito de Família. União Estável. União Homoafetiva. Poliamor. ABSTRACT The present work aimed to analyze the polyaffective union, the relationship of three or more people, and its reception by the Brazilian law. The initial problem consists of legislations that are not always able to keep up with the dynamics of change in people's ways of life and often only belatedly regularize previous situations. The study intends to verify which formulations and adaptations suffered by the Brazilian Civil Code and by the Federal Constitution, and the other decisions related to the affective unions, such as stable, homoaffective or polyaffective unions; and to examine whether our legal system is prepared to regulate polyaffective unions, and how this regulation will take place. In its conception, this document initially considered the historical evolution of the family and the family in the present day, its different concepts and constitutional prediction, as well as its alteration, feminine emancipation and polygamous and monogamous family organisms, in the light of understanding of the family today. In a second moment, it analyzed the stable union and its acceptance in Family Law, and the equation of the homoaffective union with the stable union, and finally presented the concept of polyamory and the favorable and contrary arguments to its practice in Brazilian law, the cases known in Brazil, the prohibition by the National Council of Justice, and the possibility of recognition in the Brazilian legal system. For the accomplishment of the work was used the methodology of data collection in available physical bibliographical sources and in the computers network, as monographs, theses, dissertations, decisions, judgments and articles, that deal with the subject. In the end, it concludes that the evolution of family entities is clear, and it is the duty of the State to protect these new relationships, with the affection as its main concern. Keywords: Family. Family right. Stable union. Homoaffective union. Polyamory. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 9 1 CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS RELAÇÕES DE FAMÍLIA ........... 12 1.1 Evolução histórica da família: famílias monogâmicas e poligâmica............................12 1.2 Compreensão de família na atualidade ..........................................................................20 2 ROMPENDO A BARREIRA: A UNIÃO ESTÁVEL E A UNIÃO HOMOAFETIVA28 2.1 A União Estável no Ordenamento jurídico pátrio.........................................................28 2.1.1 Inconstitucionalidade do art. 1.790 do código civil ....................................................33 2.2 A homossexualidade e o reconhecimento como entidade familiar da união homoafetiva ...................................................................................................................................................36 3. A UNIÃO POLIAFETIVA ................................................................................................45 3.1 União poliafetiva no direito brasileiro ...........................................................................46 3.2 Posições divergentes e a busca por um caminho ...........................................................53 CONCLUSÃO ........................................................................................................................59 REFERÊNCIAS .....................................................................................................................61 9 INTRODUÇÃO O conceito de família, os regramentos jurídicos acerca das relações afetivas entre os seres humanos, bem como as formas com que estas relações se apresentam vêm se transformando ao longo dos tempos, na esteira das constantes mudanças culturais nas formas de se relacionar da nossa sociedade. Isso para evitar repetições e dubiedades. A possibilidade de novas formas de convívio é uma realidade social e vem revolucionando o matrimônio. Porém, contradizem princípios pessoais, educação familiar ou religião de uma parcela significativa da sociedade e acabam por fazer aflorar preconceito e intolerância no meio social. Um outro exemplo de resistência às mudanças foi o que ocorreu com a emancipação feminina; depois de muita luta e de conquistar seu espaço profissional e social, as mulheres ainda sofrem preconceito em função do conservadorismo predominante na sociedade. Outro exemplo é a união estável entre homem e mulher, que não era bem vista antes de ser reconhecida por lei. Diante deste cenário, verificamos a evolução dos regramentos familiares monogâmicos e poligâmicos, da união estável, da união homoafetiva e, mais recentemente, das uniões poliafetivas, que se tornam cada dia mais comuns, demandando respostas do direito, sejam elas por parte da doutrina, da jurisprudência ou da legislação pátria. Especialmente por abarcar um campo no qual questões afetivas e patrimoniais se interligam, as legislações nem sempre têm conseguido acompanhar a dinâmica das transformações nos modos de vida das pessoas e, frequentemente, apenas passam, tardiamente, a regularizar situações precedentes. Diante disso, o presente trabalho tem como tema principal a possibilidade ou não do reconhecimento da união poliafetiva pelo direito brasileiro. Seus objetivos constituem em compreender o modo pelo qual o direito brasileiro tem abordado, seja legislativamente, doutrinariamente ou jurisprudencialmente, as uniões poliafetivas; estudar os aspectos históricos 10 da regulamentação das relações afetivas no Brasil, sistematizando a legislação vigente no Brasil sobre casamentos; identificar a evolução histórica nas formas de relacionamentos afetivos da sociedade brasileira e a regulamentação da união estável e das uniões homoafetivas; compreender a poliafetividade e como ela se dá na nossa sociedade, a fim de evidenciar sua abordagem pelo direito pátrio. O problema principal e a hipótese buscam abordar a resistência social em relação ao diferente ou incomum, por isso, quando a vontade das minorias é contrária à do restante da sociedade, a articulação torna-se difícil, porém progride para a pluralização e o reconhecimento dos direitos individuais dessas minorias, particularmente em virtude da renovação da sociedade ao longo das gerações. Nesse sentido, considera-se como hipótese que,