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PATRICIA GOVASKI.Pdf UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PATRÍCIA GOVASKI ILUSTRAÇÃO E FILOSOFIA NATURAL EM PORTUGAL: A RECREAÇÃO FILOSÓFICA (1751-1800) DO PADRE TEODORO DE ALMEIDA CURITIBA 2017 PATRÍCIA GOVASKI ILUSTRAÇÃO E FILOSOFIA NATURAL EM PORTUGAL: A RECREAÇÃO FILOSÓFICA (1751-1800) DO PADRE TEODORO DE ALMEIDA Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História, Departamento de História, Setor de Ciências Humanas Letras e Artes da Universidade Federal do Paraná, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em História – Linha de Pesquisa Espaço e Sociabilidade. Orientador: Prof. Dr. Antonio Cesar de Almeida Santos CURITIBA 2017 Catalogação na publicação Mariluci Zanela – CRB 9/1233 Biblioteca de Ciências Humanas e Educação – UFPR Govaski, Patrícia Ilustração e Filosofia Natural em Portugal: a Recreação Filosófica (1751- 1800) do padre Teodoro de Almeida / Patrícia Govaski – Curitiba, 2017. 173 f. Orientador: Antonio Cesar de Almeida Santos Dissertação (Mestrado em História) – Setor de Ciências Humanas da Universidade Federal do Paraná. 1. Almeida, Teodoro de, 1722-1804. 2. Ciência - Filosofia. 3. Filosofia Natural - Portugal. 4. Pensamento político – História – Séc. XVIII. I. Título. CDD 111 Para minha mãe, Anaide Florindo Govaski (in memoriam) AGRADECIMENTOS Algumas pessoas foram imprescindíveis para realização desse trabalho. Umas pelo incentivo e amizade, outras pelas grandes contribuições bibliográficas. Deste modo, agradeço primeiramente ao Prof. Dr. Antonio Cesar de Almeida Santos, meu orientador, por todo auxílio fornecido para a realização da pesquisa de mestrado. Sempre serei grata pelo apoio, pelas recomendações de leituras e pela infinita paciência que ele dedica ao meu trabalho, desde o ano de 2013. Agradeço igualmente à Prof. Dra. Andréa Doré, não somente por sua gentileza em ter presidido a banca de defesa dessa dissertação, como também por toda a ajuda que tem me fornecido desde que se tornou minha orientadora. Do mesmo modo, agradeço aos professores doutores José Roberto Braga Portella, Eduardo Teixeira de Carvalho Júnior e Jonas Wilson Pegoraro. Agradeço aos três pela leitura atenta, pelas correções e sugestões bibliográficas apresentadas ao meu trabalho no exame de qualificação e na banca de defesa da dissertação. Sou igualmente grata ao meu noivo, Luiz Francisco Garcia Lavanholi, e sua mãe, Zuleide Quiroga Garcia, por todo incentivo, carinho e compreensão que recebi de ambos. Agradeço especialmente a Luiz Francisco, pois a realização desse trabalho não seria possível sem todo o apoio e o amor que ele me dedica. Agradeço também ao Programa de Pós-Graduação em História, da Universidade Federal do Paraná. Sou grata aos professores que ministraram as disciplinas cursadas durante o período de mestrado, bem como à Maria Cristina Parzwski, secretária do PPGHIS, sempre atenciosa e prestativa no que se refere ao auxílio burocrático necessário para a realização da pesquisa. Por fim, agradeço à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de estudos essencial para a realização das atividades de pesquisa de mestrado. RESUMO: O século XVIII pode ser apresentado como um momento profícuo para o surgimento de novas experiências vinculadas ao conhecimento. Nesse período, os modelos filosóficos modernos foram contrapostos a antigos ideais, questionando a capacidade explicativa dos últimos para a formulação de teorias razoáveis voltadas à compreensão do mundo e de seus fenômenos naturais. O reino de Portugal não ficou alheio a esse movimento transformador. Como resultado, a produção filosófica portuguesa obteve, no período, maior visibilidade. Utilizando como fonte principal os tomos integram o projeto da Recreação Filosófica, obra de proporções enciclopédicas, escrita e publicada entre os anos de 1751 e 1800, a presente dissertação tem por objetivo verificar de que forma a obra e o pensamento filosófico de seu autor, o clérigo oratoriano Teodoro de Almeida, um expressivo representante da Ilustração portuguesa, podem nos remeter a elementos interligados à concepção de Filosofia Natural observada em Portugal, durante a segunda metade do século XVIII. Guiando a pesquisa por abordagens que marcam a Nova História do Pensamento Político, procuramos inserir a obra e o pensamento filosófico de Teodoro de Almeida nos quadros da Ilustração, de modo a verificar qual foi a finalidade e a importância da publicação de obras como a Recreação Filosófica em um período da história portuguesa fortemente marcado por uma iniciativa de universalização dos saberes e reorganização da educação. Palavras-chave: Século XVIII; Ilustração; Portugal; Filosofia Natural; Recreação Filosófica. ABSTRACT One can present the eighteenth century can as a fruitful moment for the emergence of new experiences linked to knowledge. In this period, people began to contrast modern philosophical models with ancient ideals, questioning the explanatory capacity of the latter for the formulation of reasonable theories aimed at understanding the world and its natural phenomena. The kingdom of Portugal was not estranged to this transformative movement. As a result, the portuguese philosophical production obtained greater visibility during the period. Using as main source the tomes that integrate the project of the Recreação Filosófica, work of encyclopedic proportions, written and published between the years of 1751 and 1800, the present dissertation aims to verify how the work and philosophical thinking of its author, the oratorian cleric Teodoro de Almeida, an expressive representative of the Portuguese Enlightenment, can refer us to elements connected to the conception of Natural Philosophy observed in Portugal during the second half of the eighteenth century. Guiding the research by approaches that mark the New History of Political Thought (Cambrigde School historiographical approach), we try to insert the work and the philosophical thought of Teodoro de Almeida in the frames of the Enlightenment, in order to verify what was the purpose and the importance of the publication of works like Recreação Filosófica in a period of Portuguese history strongly marked by an initiative of universalization of knowledge and reorganization of education. Keywords: The Eighteenth Century; Enlightenment; Portugal; Natural Philosophy; Recreação Filosófica. LISTA DE IMAGENS: Figura 1: Frontispício do tomo I da Recreação Filosófica (1786)…………………130 Figura 2: Gravura apresentada no tomo I da Recreação Filosófica (1786)……...152 Figura 3: Gravura apresentada no tomo II da Recreação Filosófica (1787)……..153 Figura 4: Gravura apresentada no tomo III da Recreação Filosófica (1803)…….153 LISTA DE QUADROS E TABELAS: Quadro 1: apresenta os dez tomos que integram o projeto da Recreação Filosófica, destacando seus respectivos títulos, impressores e anos de publicação de suas primeiras edições..……………….………………………………………………18 SUMÁRIO: INTRODUÇÃO...........................................................................................................11 CAPÍTULO 1 – “PELO GÊNIO ATIVO E PELO ZELO VIRTUOSO”: TEODORO DE ALMEIDA, UM CLÉRIGO PORTUGUÊS DO SÉCULO XVIII........………................26 1.1 A trajetória intelectual do padre Teodoro de Almeida….............................…26 1.1.1 A Congregação do Oratório e o período inicial da trajetória intelectual de Teodoro de Almeida………………………………………………………………….........30 1.1.2 Dias no exílio…………………………………………………………………………51 1.1.3 O retorno a Portugal e o período final da trajetória intelectual do padre Teodoro de Almeida……………………………………..……………………………………………61 CAPÍTULO 2 – A ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA: O CONTEXTO DE PUBLICAÇÃO DA RECREAÇÃO FILOSÓFICA......................……………........……….....................73 2.1. A divulgação da Filosofia Moderna em Portugal, nas primeiras décadas do Setecentos…………………………………………………...………………………….....73 2.2 A Filosofia Natural em Portugal, segunda metade do século XVIII……….…95 CAPÍTULO 3 – A FILOSOFIA NATURAL NA RECREAÇÃO FILOSÓFICA..........122 3.1 O projeto da Recreação Filosófica, do padre Teodoro de Almeida…...…..122 3.2 A Filosofia Natural na Recreação Filosófica………………………………..….140 CONCLUSÕES........................................................................................................162 REFERÊNCIAS........................................................................................................165 11 INTRODUÇÃO O século XVIII pode ser caracterizado como um momento profícuo para a produção de novas formas de conhecimento. Nesse contexto, frequentemente identificado pela produção historiográfica como o século das “Luzes”,1 a crença no progresso racional humano e um ideal de controle sobre o meio natural exerceram verdadeiro fascínio sobre diversos pensadores. O Setecentos, de fato, foi palco para o desenvolvimento da Ilustração, um movimento de caráter intelectual que visava operar uma crítica reformadora dirigida ao aperfeiçoamento da sociedade ocidental. Comumente identificada como um processo de esclarecimento ou de iluminação de concepções obscuras e arcaicas, a Ilustração desenvolveu-se em várias etapas, escondendo uma complexidade de elementos em decorrência aos muitos desdobramentos que apresentou. Conforme Christine Arndt de Santana, o termo Ilustração, quase sempre associado a simbolismos dicotômicos como “o claro e o escuro, a cegueira e a visão, a sabedoria e a ignorância”, adquiriu significados diversos através dos séculos. Ao deixar se ser utilizado em perspectivas marcadas pela Filosofia Patrística cristã e pela teologia medieval, onde possuiu significados
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