Governo dos Açores

Ficha Técnica

COORDENAÇÃO Ana Paula Marques – Secretária Regional do Ambiente e Mar Eduardo Carqueijeiro – Director Regional do Ambiente (até Setembro de 2006) Frederico Abecasis David Cardigos – Director Regional do Ambiente (a partir de Setembro de 2006)

ACOMPANHAMENTO TÉCNICO Dália Leal Maria Pitta Grós

AUTORES Rui Prieto Rogério Ferraz Sara Luís Susana Pereira João Carlos Nunes Victor Rui Dores

CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS SubZero – Gabinete de Estudos em Ambiente Marinho

AGRADECIMENTOS Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores Direcção Regional das Pescas Direcção Regional do Turismo Ecoteca da Graciosa Helena Azevedo Isidro Manuel Paulino Costa Paulo Barcelos Pedro Raposo

Candidatura da Ilha Graciosa - Programa “O Homem e a Biosfera” da UNESCO - i -

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- ii - Candidatura da Ilha Graciosa - Programa “O Homem e a Biosfera” da UNESCO

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Índice Parte I 1. Nome ...... 1

2. País ...... 1

3. Como a Reserva candidata cumpre as três funções de uma Reserva da Biosfera ...... 1 3.1. Conservação …………………………………………………………………………………………………………………………………… 1 3.2. Desenvolvimento ………………………………………………………………………………………………………………………………. 3 3.3. Apoio logístico …………………………………………………………………………………………………………………………………. 4

4. Critérios para a designação da Reserva da Biosfera ...... 5 4.1. Incluir um mosaico de sistemas ecológicos representativos de regiões bio-geográficas, incluindo uma gradação de intervenção humana ……………………………………………….……………………………………………………………………………………………… 5 4.2. Nomear e descrever a significância para a conservação da sua diversidade biológica ………………………………………………. 7 4.3. Comprovar e descrever a oportunidade que este local oferece para a demonstração e exploração de técnicas de desenvolvimento sustentável numa escala regional ...... ………………………………………………………………………………………. 7 4.4. Comprovar que o local tem área apropriada para a concretização das três funções acima descritas ...... …………………….……. 8 4.5. Zonamento/descrição das áreas protegidas com estatuto legal ...... …………………….……. 9 4.6. Identificar e nomear medidas actuais e/ou planeadas para o envolvimento e participação de autoridades e entidades públicas, comunidades locais e entidades privadas, no planeamento e implementação das funções de Reserva da Biosfera ...... 15 4.7. Mecanismos de implementação ...... …………………….……. 16

5. Apoios ...... 18 5.1. Assinatura da(s) autoridade(s) responsáveis pela gestão da(s) Zona(s) Núcleo ……………………………………………………… 18 5.2. Assinatura da(s) autoridade(s) responsáveis pela gestão da(s) Zona(s) Tampão ………………………………………………….… 18 5.3. Assinatura da(s) autoridade(s) nacional (país ou região) de administração responsáveis pela gestão da(s) Zona(s) Núcleo e Tampão …………………………………………………………………………………………………………………………….………………… 18 5.4. Assinatura da(s) autoridade(s), governo local eleito ou representante das comunidades localizadas na(s) Zona(s) de Transição 18 5.5. Assinatura em nome do Comité Nacional do MAB ………………………………………………………………………………………… 18

Parte II 6. Localização (Latitude e Longitude) ...... 19

7. Área ...... 19 7.1. Dimensão da(s) Zona(s) Núcleo terrestre ………………………………………………………………………………………………..…. 19 7.2. Dimensão da(s) Zona(s) Núcleo marinha .………………………………………………………………...……………………………..…. 19 7.3. Dimensão da(s) Zona(s) Tampão ……………………………………………………….…………………………………………………… 19 7.4. Dimensão da(s) Zona(s) de Transição ….……………………………………………………………...…………………………………… 19

8. Região Biogeográfica ...... 19

9. História da utilização de terrenos ...... 21

10. População da Reserva da Biosfera candidata ...... 23 10.1. Zona(s) Núcleo ………………………….………………………………………………………………………………………………..….. 23 10.2. Zona(s) Tampão …………………………….………………………………………….……………………………………………………. 23 10.3. Zona(s) de Transição …………………...……………………………………………………………...……………………………………. 23 10.4. Breve descrição das comunidades locais que residem dentro ou próximas da reserva da biosfera candidata (origens étnicas, composição, minorias…) ……………………...……………………………………………………………...……………………………………. 23 10.5. Nome da principal cidade mais próxima …...………………………………………………………...……………………………………. 23 10.6. Significância cultural …...... ………………………………………………………...……………………………………. 24

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11. Características físicas ...... 30 11.1. Descrição geral das características do local e da topografia da área …………….………………………………………………..….. 30 11.2. Clima ………………………………………….………………………………………….……………………………………………………. 31 11.3. Geologia, geomorfologia, solos …………………...……………………………………………………………...…………………...…… 32

12. Características Biológicas ...... 38 12.1. Zona(s) Núcleo ………………………….………………………………………………………………………………………………..….. 38 12.2. Zona(s) Tampão …………………………….………………………………………….……………………………………………………. 48

13. Função de conservação ...... 49 13.1. Contribuição para a conservação de paisagem e biodiversidade do ecossistema ………………………….……………………….. 49 13.2. Conservação da biodiversidade das espécies …..………………………………….……………………………………………………. 51 13.3. Conservação da biodiversidade genética …………………...……………....……………………...……………………………………. 56

14. Função de desenvolvimento ...... 58 14.1. Potencial para o desenvolvimento económico e humano sustentável a nível sócio – cultural e ecológico ……………………….. 58 14.2. No caso do turismo ser uma actividade importante …..…………………………….……………………………………………………. 60 14.3. Benefícios as actividades económicas para a população local …………………………………...……………………………………. 64

15. Função de Apoio Logístico ...... 65 15.1. Investigação e monitorização ………………………………………………………………………………………………...…………….. 65 15.2. Educação ambiental e acções de sensibilização …..……………………………….……………………………………………………. 68 15.3. Formação especializada/profissional ………………………………………………………………...……………………………………. 70 15.4. Potencial para contribuição para a rede mundial de Reservas da Biosfera …………………………………………………………… 70

16. Utilizações e actividades ...... 71 16.1. Zona(s) Núcleo ………………………….………………………………………………………………………………………………..….. 71 16.2. Zona(s) Tampão …………………………….………………………………………….……………………………………………………. 72 16.3. Zona(s) de Transição …………………...……………………………………………………………...……………………………………. 74

17. Aspectos institucionais ...... 74 17.1. Unidades administrativas estatais, de província, regionais ou outras ………………….…………………………………………..….. 74 17.2. Unidades da Reserva da Biosfera candidata ………………….…………………….……………………………………………………. 74 17.3. Regime de protecção da(s) Zonas(s) Núcleo e, se apropriado, da(s) Zona(s) Tampão …………………...………...……………… 75 17.4. Regulamentos ou acordos aplicáveis ao uso dos terrenos da(s) Zona(s) de Transição …………………...………...……………… 76 17.5. Propriedade dos terrenos de cada zona …………………………………………………….…………...……...………...……………… 76 17.6. Plano ou política de gestão e mecanismo de implementação ………………………………………...……...………...……………… 76 17.7. Fontes de financiamento e orçamento anual ………………………….………………………………...……...………...……………… 78 17.8. Autoridades encarregadas …………………………………...………….………………………………...……...………...……………… 80

18. Designações especiais ...... 81

19. Documentos de Apoio ...... 81 19.1. Mapas ………………………...………………………………...………….………………………………...……...………...……………… 81 19.2. Lista de documentos legais ………………………...……………..…….………………………………...……...………...……………… 83 19.3. Listas de espécies ………………………...………………………………...………….………………………………...……...………..… 85 19.4. Referências bibliográficas .....………………………………...………….………………………………...……...………...……………… 95

20. Moradas ...... 98 20.1. Morada de contacto para a Reserva da Biosfera candidata ………………………...………………………………...………….…..… 98

21. Anexos ...... 99

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Parte I

1. Nome ReservadaBiosferadaIlhaGraciosa 2. País ,RegiãoAutónomadosAçores

Figura 1. LocalizaçãodePortugalcontinentalesuasRegiõesAutónomascomasrespectivasZonasEconómicasExclusivas(ZEE)indicadas. 3. Como a Reserva candidata cumpre as três funções de uma Reserva da Biosfera

3.1. CONSERVAÇÃO AReservadaBiosferapropostaestácentralizadanailhaGraciosa,asegundamenorilhadosAçores,situadanoGrupoCentral doarquipélago(Figura2).Compreendetodaaáreaemersadailhaeumazonamarinhaenvolvente,cobrindoumaáreatotalde 12.173 hectares, contendo no seu interior valores paisagísticos, geológicos, ambientais e culturais únicos a nível regional, nacionaleinternacional. Ailhaéconstituídapordoismaciçosseparadosporumvale,possuindoumaplanícieanorteenoroeste(Figura3).Éailhamais baixadosAçorescomgrandepartedasuasuperfícieemcotasinferioresa150metroseelevandosea402metrosnoseuponto maisalto.Possuidiversosilhéusdosquaisdestacamsedoispelasuaimportâncianatural,oIlhéudaPraiaeoIlhéudeBaixo. Umaocupaçãoprolongada,ocultivoecriaçãotiveramcomoresultadoumapaisagemhumanizadadesignificânciacultural elevada,mas,mesmoassim,forampreservadasáreasqueservemderefúgioparavaloresbiológicoseecossistémicosúnicos.

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Figura 2. LocalizaçãodaGraciosanoArquipélagodosAçores.

Figura 3. RelevodailhaGraciosa

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Umdospatrimóniosnaturaismaisimportantesdailhaéasuageodiversidade,caracterizadaporumavariedadedeestruturas, formas e materiais geológicos. Destacamse o vulcão central (Caldeira), cones de escórias e spatter , cones de tufos surteseianos,escoadaslávicasbasálticas,domos,depressõesvulcâncias,formassubvulcânicas,grutasealgares.Nointeriorda Caldeira encontrase a Furna do Enxofre, uma cavidade vulcânica que se situa entre aquelas onde as necessidades de protecção,preservaçãoedepartilhadosvaloresbiológicos,estéticos,científicoseculturaismaissefazemsentir(Figura4).A CaldeirafoirecentementereclassificadacomoMonumentoNaturalRegionaldaCaldeiradailhaGraciosa(MNRCG).Estanova classificaçãointegraestaáreaprotegidanaRedeRegionaldeÁreasProtegidas.Existemaindafontestermais,dasquaisamais conhecidaéalocalizadanacostadoCarapachoequealimentaastermasaíexistentes.

Figura 4.InteriordaFurnadoEnxofre

AReservadaBiosferapropostaintegranosseuslimites habitats costeirosvariados,florestassempreverdes evegetaçãode altitude.Estãoidentificados8 habitats naturaisdoAnexoIdaDirectiva Habitats daUniãoEuropeia,dosquaisuméprioritário, apresentando,ainda,umvastoesignificativoconjuntodeendemismos.Estãoclassificadas4áreasintegradasnaRedeNatura 2000daUniãoEuropeia:2ZonasdeProtecçãoEspecial(ZPE)e2SítiosdeImportânciaComunitária(SIC). AilhaGraciosatemumariquezasignificativadefloraterrestreendémica,contandocom60espéciesendémicas,dasquais40 são endemismos dos Açores e 20 endemismos da Região Macaronésica. A fauna invertebrada conta com 33 artrópodes terrestresendémicosdosAçorese13endémicosdaRegiãoMacaronésica.Estãotambémregistados15endemismosaçorianos para os moluscos terrestres e 2 endemismos macaronésicos. Em termos de avifauna, estão registadas 9 subespécies endémicasdosAçorese1subespécieendémicadaMacaronésia,nidificantesnailha.AReservadaBiosferapropostaapresenta áreasdeimportânciainternacional,porainidificaremespéciesrarasesensíveisdeavessendomuitasdelasincluídasnoAnexoI daDirectivaAvesdaUniãoEuropeia.Salientaseaindaapresençadeduasespéciesdemorcegos,umaespécieendémicados AçoreseoutraendémicadaMacaronésia.

3.2. DESENVOLVIMENTO ApopulaçãodailhaGraciosatemtidoumatendêncianegativanoúltimoséculo.Tendocontadocomquase8.500habitantesno iníciodoséculoXX,tinhaumapopulaçãoestimadaem2004decercade4.700habitantes. Aagriculturaeapecuáriadesempenharamsempreumpapelprimordialnaeconomiadailha,continuandoatéaosdiasdehoje comapopulaçãofortementeligadaaomeiorural,sendo esta uma característica da sua identidade cultural. A agricultura é extensivaediversificada,edestinasetantoàsubsistênciacomoaexportação,quercomoprodutosprimáriosoutransformados, comoéocasodovinho(Figura5).

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Figura 5.Aproduçãodevinho,umdosprodutosagrícolastransformadosqueéexportado. Atendênciadediminuiçãopopulacionaleadesadequaçãodosprodutosaosmercadosmodernostêmtidoreflexosnaeconomia dailha.Arevitalizaçãodaeconomiapassaporumareestruturaçãodeactividadeseadequaçãoaosmercados,valorizandoas característicasúnicasdolocal.Estesobjectivosestãotraduzidosnaelaboraçãoeimplementaçãodediversosinstrumentos,de gestãoterritorialedeactividades,dosquaissedestacamoPlanodeOrdenamentodoTerritóriodosAçores( PROTA ),oPlano RegionaldeDesenvolvimentoSustentáveldaRegiãoAutónomadosAçores(PReDSA )eoPlanodeOrdenamentoTurísticoda RegiãoAutónomadosAçores( POTRAA ). AReservadaBiosferapropostapossuidiversascaracterísticasquepossibilitamacriaçãodenovosprodutosevalorizaçãodosjá existentes,tirandopartidodevaloresambientaiseculturaispróprios,numprincípiodedesenvolvimentosustentável. OclimaamenoeaexistênciadediferentespaisagensatractivasproporcionamàilhaGraciosaumelevadopotencialparaum turismo multifuncional. Há um interesse regional no desenvolvimento do turismo especializado que aproxime o Homem à naturezaequeproporcioneenriquecimentocultural.AilhaGraciosaapresentavaloresnaturaisúnicostantoanívelbiológico comogeológico.ApardosvaloresnaturaisaReservadaBiosferapropostacontacomumariquezaediversidadeetnográfica importantestantoanívellocalcomoregional.NaGraciosaédadagrandeimportânciaàpreservaçãodoscostumesedostraços culturaisqueadefinem,oqueéreflecticopelograndenúmerodeassociaçõesculturaisexistentesnailha. OdesenvolvimentodeactividadesbaseadasnavalorizaçãodopatrimónionaturaleculturaldaReservadaBiosferaproposta,que complementemoumesmosubstituamalgumasdaspráticaspoucorentáveisactuais,permitiráarenovaçãodaeconomiaeo desenvolvimentosociallocal.AcriaçãodeumaReservadaBiosferanestelocalcriariaumaplataformacomumdedinamização deiniciativasparaaconversãodasactividadesevalorizaçãodopatrimónionaturalecultural.

3.3. APOIO LOGÍSTICO AilhaGraciosatemsuscitadoarealizaçãodetrabalhos de índole científica desde há muito,principalmente devido às suas característicasnaturaissingulares.Ailhatemsidovisitadafrequentementeporexpediçõescientíficasdosmaisvariadoscampos deconhecimento,mascomênfasenasciênciasnaturais,principalmentenoqueserefereàvulcanologiaebiologia.Experiências járealizadaseemcursonoâmbitodagestãoderecursos,erradicaçãodeespéciesintroduzidaserestaurode habitats naturais, assimcomoinfraestruturasjácriadas,tornamaReservadaBiosferapropostanumsítioidealparaaexecuçãodeprojectosde investigação,dedemonstraçãoegestãoderecursosnaturaiseparaaformaçãodeinvestigadoresetécnicosnessasáreas.

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AEcotecadaGraciosa,instaladanaSededaAssociaçãoCultural,DesportivaeRecreativadaJuventude,naFreguesiadaLuz, dáespecialatençãoaodesenvolvimentodeactividadesquepermitamumamudançadementalidadesedecomportamentosdas populações.Estaacçõessãoindispensáveisparaaresoluçãodeproblemasrelacionadoscomaelevadaproduçãoderesíduos, bemcomoparaaprotecçãodoambiente.AEcotecaorganizaacçõesdeformação,exposiçõeseacçõesdesensibilização. Outrainiciativacomvistaàsensibilizaçãoeeducaçãoambiental,éoProgramaEcoEscolas.Esteprogramadaresponsabilidade daFundaçãoparaaEducaçãoAmbiental,eimplementadonosAçorespelaSecretariaRegionaldoAmbienteedoMarpretende implementarmedidasdeeducaçãoambientalnasescolas,aplicandoasnoseudiaadia,apardasactividadescurriculares. Destaformapretendeseestimularaconsciênciaambientaldasgeraçõesfuturas. AilhacontacomapresençacontínuadoObservatórioVulcanológicoeSismológicodaUniversidadedosAçores,através de equipamentoderecolhadedadosemcontínuoevisitasfrequentesdeinvestigadoresdessainstituição.NoIlhéudaPraiaexistem infraestruturasparadarapoioatrabalhocientíficoaírealizado,permitindoaestadiadeinvestigadoresporperíodoscurtos. AproximidadedaUniversidadedosAçores,comdepartamentosnasilhasdoFaial,TerceiraeSãoMiguel,permiteumacesso eficazainvestigadoresespecializados,aequipamentocientíficoeainstalações.EstaUniversidadeparticipaemdiversosprojectos internacionais que privilegiam o intercâmbio de conhecimento e formação, sendo esta uma instituição de excelência na investigação,reconhecidaqueranívelnacionalcomointernacional. OsresultadosobtidosnagestãointegradaderecursosnailhaGraciosatêmsidoutilizadoscomsucessonacriaçãodemateriale iniciativasdesensibilização,educaçãoedivulgaçãoambiental,quetemtidoumadifusãoampla,foradaprópriailha. Opapeldeapoiologísticoparaainvestigação,treinoeeducaçãoambientaljádesempenhadopelailha Graciosapoderáser ampliadoaoseremcentralizadasosmecanismosdegestãodaReservadaBiosferaproposta,aosecriaremosmecanismosde promoçãodaáreaetambémcomavisibilidadeinternacionalqueadenominaçãoconcede.

4. Critérios para a designação da Reserva da Biosfera

4.1. INCLUIR UM MOSAICO DE SISTEMAS ECOLOGICOS REPRESENTATIVOS DE REGIÕES BIOGEOGRÁFICAS, INCLUINDO UMA GRADAÇÃO DE INTERVENÇÃO HUMANA A ilha Graciosa é a segundamenorilhadosAçores,situadanoGrupoCentraldoarquipélago.Ailhaéconstituídapordois maciçosseparadosporumvale,possuindoumaplanícieanorteenoroeste.ÉailhamaisbaixadosAçorescomgrandeparteda suasuperfícieemcotasinferioresa150metroseelevandosea402metrosnoseupontomaisalto.Aáreaemersatemcercade 62km 2,eapopulaçãoestimadaem2004erade4.777.Adensidadepopulacionalébaixa,sendoamédiade77habitantes/km 2 apresentandoumpovoamentolinearaolongodeestradasecaminhos,estandoasmaioresconcentraçõesurbanaslocalizadas nassedesdasquatrofreguesiasdailha,SantaCruzdaGraciosa,Praia,GuadalupeeLuz(Figura6). AilhaGraciosaapresentaumadiversificadapaisagemeumconjuntoricode habitats eespéciesraros,característicosdaregião biogeográficadaMacaronésiaconstituídapelosArquipélagosdeCaboVerde,Canárias,MadeiraeAçoreseporpartedazona costeiraNWdeÁfrica.Nestailhaencontramsezonasdebaixaintervençãohumanaedealtovalorecológico,comoalgunsdos seusilhéusquerepresentamáreasimportantesdenidificaçãodeavesmarinhas.Apresentatambémlocaiscomraracombinação de habitats de elevada complexidade. Nas encostas da ilha e mesmo nos seus ilhéus encontramse habitats de elevada naturalidadecomoasfalésiascosteirasendémicas,ospradoscosteirosondesurgemalgumasespéciesmuitoraras.Destacase tambémaexistênciadeespéciespoucocomunsede habitats particulares,comoosassociadosaáguastermais. Deummodogeralailhaéconstituídapor4zonasmorfológicasdistintas,condicionadaspelorelevo: • Planície agrícola norte e noroeste: muito humanizada, utilizada fundamentalmente para as culturas agrícolas, intercaladasporalgumaspastagens,emgrandesparcelasregulares,compovoamentolineardisseminadoaolongo dasestradasecaminhos.Estazona,comaltitudesentreos30eos100metros,apresentapontualmentepequenos aparelhosvulcânicoserepresentacercade1/3dasuperfíciedailha. • Maciço Central: relativamentemontanhoso,marcadopelasSerrasBranca(360m),Dormida(398m)edasFontes(375 m), que dividem a ilha perpendicularmente às costas nordeste e sudoeste. Tem um relevo ora mais suave e arredondado,compastagens,matosealgumaagricultura,oramaisacidentado,sobretudocompastagensematos, ondeopovoamentoédiminuto. • Vale entre o Maciço Central e Maciço da Caldeira: paraleloaoanterior,desdeacostanordesteàpontasudoeste, subindoatéquaseos200metros,masmuitoabrigadodosventosdeoesteenoroeste.Éintensamenteocupadocom usosmuitodiversificados–agricultura,fruticultura,pastagens,matosemaciçosarbóreos. • Maciço da Caldeira: LocalizadonaextremidadeSEdailha,comumaaltitudemáximade402m,formadonoseutopo porumacaldeiravulcânica.Éapartemaisfrescaehúmidadailha,dominadaporpastagenseumaououtramancha

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dearvoredooumato,expostoaosventos.Porém,ointeriordaCaldeira,maisabrigado,apresentasecomasvertentes bemrevestidasdecriptoméria( Cryptomeria japonica ),aindacomalgumasespéciesdavegetaçãoautóctone,efundo revestidoporpastagenspermanentes.

Figura 6.DistribuiçãodaszonasurbanaspelailhaGraciosa.

Emrelaçãoaoarquipélago,énailhaGraciosaqueapercentagemdesuperfícieagrícolaocupadaporpastagemémenor.Nasua paisagemruralsãonotáveisasextensasáreasdecurraiscultivadosdevinha,dascastas“Verdelho”e“Isabella”,sobretudoa noroestedeSantaCruzpelaregularidadedasreduzidíssimasparcelasdelimitadaspormuretesdepedrasolta,negra,sobresolo vulcânico (biscoito). Apresenta também áreas agrícolascomummosaicodeculturasdiversificado,demalha apertada, com parcelasalongadas,delimitadaspormuretesdepedrasecaouporsebesdecanaseintercaladasporalgumaspastagens.Tal comoaagriculturatambémapescaémaioritariamentetradicional,combarcosdepequenoporte.Aindanosectorprimário,a exploraçãoflorestalnailhaéfeitadeformacontrolada.

Figura 7. TerrenosagrícolasnaGraciosa.

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4.2. NOMEAR E DESCREVER A SUA SIGNIFICÂNCIA PARA A CONSERVAÇÃO DA SUA DIVERSIDADE BIOLÓGICA. Ao património vulcanológico de elevado interesse da Reserva da Biosfera proposta, está associada uma elevada riqueza biológica. Nas aberturas das cavidades vulcânicas dailhaGraciosaépossívelobservarespéciesdeflorararasedegrande interesseecológico,querpelavariedadedeespéciesquerpelosendemismosexistentes.Podemseencontrar10espéciesde briófitosclassificadosnaListaVermelhadeBriófitosdaEuropa,querpeloseugrauderaridade,querpelasuadistribuiçãorestrita (espéciesendémicasdaMacaronésiaoudaEuropa).Estascavidadestambémconstituem habitats degrandeinteresseparaa faunadeartrópodesdosAçores.Dalistade37taxadeartrópodestrogloditasconhecidosnailhaGraciosadestacamsequatro espéciesendémicas. Estãoregistados57endemismosdefloranailhaGraciosa,dosquais30sãoendemismosdosAçores,14sãoendemismosda Macaronésiae13sãoendemismosdaEuropa.Aoníveldosartrópodesterrestresregistamse33endemismosdosAçorese13 endemismosdaMacaronésia.Noqueserefereamoluscosterrestres,registamse10endemismosdosAçorese2endemismos daMacaronésia.Ariquezaemendemismosnailhaéampliada,aoníveldosvertebrados,registandose9subespéciesdeaves endémicasdosAçorese1subespéciedeaveendémicadaMacaronésia,edoismorcegosendémicos.Sãoelesomorcegodos Açores ( Nyctalus azoreum ) único mamífero endémico dos Açores, considerado espécie ameaçada, e o morcegodaMadeira (Pipistrellus maderensis ), espécie endémica da Macaronésia que apresenta uma abundância reduzida no arquipélago dos Açores.AmbasasespéciesestãoincluídasnoanexoIVdaDirectiva Habitats daUniãoEuropeia,comestatutodeprotecção rigorosa.NazonamarinhadaReservadaBiosferapropostaocorremdiversasespéciesdeorganismoscom importância em termosdeconservação,destacandoseascomunidadesdelapas( Patella aspera e P. candei ),quepossueminteressecomercial ecultural,meros(Epinephelus marginatus ),badejos( Mycteroperca fusca ),entreoutras.Ocorremdiversasespéciesdecetáceos, grupoqueestátodoincluídonoAnexoIVdaDirectiva Habitats .Éaindadedestacaraprovávelexistênciadeumasubespécieda avemarinhaAngelito( Oceanodroma castro monteiroi ),cujosúnicoslocaisdenidificaçãoconhecidossãooIlhéudaVilaeos IlhéusdeBaixo,localizadosnailhaGraciosa.Estaavemarinhatemumestatutodeconservaçãodesfavorávelanívelmundiale, aconfirmarseaexistênciadestasubespécie,opapeldailhaGraciosanasuaconservaçãoéfulcral. AilhaGraciosaapresentaosambientescosteiroemarinhoaindabempreservadosemborahajaalgumapressão em zonas específicasdaorlacosteiradevidaàurbanização.Ascomunidadesdeorganismoscosteirossãodeterminadasprincipalmente pelamorfologiaetipodesubstrato. Os pescadores locais são os principais utilizadores dos recursos marinhos, mas pescadores de outras ilhas próximas (principalmenteTerceira,mastambémSãoJorge)tambémdesenvolvemasuaactividadeaícomalgumafrequência.Asartes maisvulgarmenteutilizadassãoalinhademãoesaltoevara,dirigidasaespéciesdemersaiseatum. Este tipo de pesca é consideradoartesanalesendoeficientementegerida,écompatívelcomapreservaçãodasespéciesexploradas. A exploração agrícola é bem desenvolvida e diversificada e utiliza ainda muitas técnicas agrícolas tradicionais, incluindo a vinicultura em currais. É feita em regime extensivo e em pequenas propriedades, embora alguns dos trabalhos sejam parcialmente mecanizados e haja uma utilização comum de aditivos agrícolas. A par da exploração agrícola existe alguma silviculturabaseadanaculturadecriptoméria( Cryptomeria japonica ). AclassificaçãodaáreacomoReservadaBiosferaajudaráapreservarastécnicasdeexploraçãotradicionaisemdetrimentode técnicasmodernase,inclusive,areintroduzirtécnicasabandonadas,maseficientes,parasubstituirmétodos mais destrutivos, comoporexemplorotaçõesdeculturasemdetrimentodautilizaçãodefertilizantes.

4.3. COMPROVAR E DESCREVER A OPORTUNIDADE QUE ESTE LOCAL OFERECE PARA A DEMONSTRAÇÃO E EXPLORAÇÃO DE TÉCNICAS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NUMA ESCALA REGIONAL AReservadaBiosferapropostapodecontribuireficientementeparaadifusãodemedidasdedesenvolvimentosustentáveltanto a nível das outras ilhas dos Açores como para outras regiões do mundo, através do desenvolvimento de metodologias de valorizaçãodopatrimónionaturaleculturallocal. Autilizaçãodetécnicasagrícolasedepescaartesanalsustentáveis,avalorizaçãodopatrimónionaturaleculturalatravésdo turismo,avalorizaçãodosprodutosparaexportaçãoatravésdecertificaçãodequalidade,recuperaçãodopatrimónionaturale culturalestãoentrediversaslinhasquepodemserseguidas,equesãojáutilizadasnapolíticadoGovernoRegionaldosAçores paraodesenvolvimentosustentáveldaRegião. AilhaGraciosatemsidopalcodeexperiênciasdegestãointegradadeáreasprotegidas,recuperaçãode habitats eerradicação deespéciesinvasoras.Asinovaçõesaícriadastiveram,econtinuamater,reflexosnãosólocalmentemastambémanívelda gestãosustentáveldeespaçosnaturaisnoutrasilhasdosAçores,tendo,igualmente,servidodeexemplodeboaspráticastantoa nívelnacionalcomointernacional.

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AimplementaçãodeumaReservadaBiosferanessaáreacriaráumaplataformacomumdediscussãoeorientaráosesforços paraalcançarodesenvolvimentosocioeconómicocompatívelcomapreservaçãodosvaloresnaturaiseculturais. Localmente há já infraestruturas que oferecem informação sobre a Reserva da Biosfera proposta e sobre as medidas de desenvolvimento sustentável implementadas. Destas destacamse a Ecoteca e os caminhos assinalados com placas interpretativasedeinformaçãoescritadisponívelemdiversoslocais.AilhaGraciosaéemblemáticadevidoàsuabelezanatural, oquefacilitaadifusãonasrestantesilhasdeexemplosdesucessonaaplicaçãodemedidasfomentadorasdodesenvolvimento socioeconómicobaseadonasustentabilidadeambientalecultural. Poroutrolado,devidoàfortecolaboraçãojáexistenteentreosGovernosRegionaisediversasinstituiçõesdosArquipélagosdos Açores,MadeiraeCanárias,atravésdediversosprojectosdecooperaçãointernacional,aoportunidadededifusãodeinformação paratodaaregiãomacaronésicaémuitoboa.EssapotencialidadepoderáaindasermelhoradaatravésdaintegraçãodaReserva daBiosferaPropostanaREDBIOS(RededoAtlânticoLestedeReservasdaBiosfera).

4.4. COMPROVAR QUE O LOCAL TEM ÁREA APROPRIADA PARA A CONCRETIZAÇÃO DAS TRÊS FUNÇÕES ACIMA DESCRITAS: AáreapropostaparaReservadaBiosferaincluiatotalidadedeumailha,aGraciosa,localizadanoGrupoCentraldoArquipélago dos Açores, e uma substancial área marinha envolvente. Embora a área da ilha seja relativamente reduzida, integra uma diversidadeimportantede habitats deimportânciainternacional,reconhecidoseclassificadospelaUniãoEuropeiaatravésda RedeNatura2000.Temcaracterísticaspaisagísticasdeorigemvulcanológicasúnicasanívelmundial.Poroutrolado,tratandose deumarquipélago,ainclusãodatotalidadedoterritóriodeumailhatemumsignificadomuitodiversodadesignaçãodeumaárea emterritórioterrestrecontínuo. AáreamarinhaqueconstituitodaaáreaexteriordaReservadaBiosferapropostapermitequeossistemascosteirose habitats únicos de elevada importância natural, como é o caso de alguns dos ilhéus, sejam eficientemente geridos de uma forma sustentável,constituindorefúgiosparaumasériedeespéciesmarinhasquebeneficiarãoactividadesdeexploraçãonaszonas límitrofes. OfactodeaReservadaBiosferapropostaestarconcentradanumaárearelativamentepequenaedeterumazonaçãosimples, contribuiráparaasuagestãoeficientedeformaaalcançarosobjectivosdeconservação,desenvolvimentoeapoiologístico, influenciando,aomesmotempo,todaapopulaçãoda zonaa classificar. Asactividadesehumanaspoderão ser facilmente controladas, e a concentração da população facilitará a criação de uma arena comum para pensar e discutir as diversas actividades desenvolvidas dentro da Reserva. A boa gestão da Reserva terá reflexos não só no desenvolvimento das comunidadeslocaismastambéminfluenciaráoutrascomunidades,constituindoumexemplodemonstrativodasvantagensde aplicarmedidasdedesenvolvimentosustentadopelapreservaçãodevaloresnaturaiseculturais. A Reserva da Biosfera proposta está dimensionada parairdeencontroatodasasfunçõesesperadasdeuma Reserva da Biosfera,enquadrandoessedimensionamentonarealidadedoarquipélagodosAçores.Aáreatotalproposta corresponde a 10.784,4ha(aproximadamente108km 2).AsZonasNúcleo,totalizam555ha(5,6km 2),ecorrespondemacercade5,2%daárea total,dosquais204ha(2km 2)sãomarinhosecercade351ha(3,1km 2)sãoterrestres.Estasdimensõessãosuficientespara garantir a preservação dos valores naturais a longo prazo pois incluem as áreas mais importantes do ponto de vista da biodiversidadenaturaldailhaedasuaenvolventemarinha. AZonaTampãocorrespondeacercade17,7%daáreadaReservadaBiosferaproposta,totalizando1.914ha(19km 2).Esta áreaestádimensionadaparaprotegereficientementeasZonasNúcleopermitindoodesenvolvimentodeactividadeshumanas nasáreaslimítrofessemcolocaremriscoosvaloresnaturaisaproteger.

A RESERVA DA BIOSFERA DA ILHA GRACIOSA

Área (ha) % da Área Zona Núcleo 555,34 5,15 Zona Tampão 1.913,8 17,7 Zona de Transição 8.315,26 77,1 Total 10.784,4

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Figura 8.ZonamentopropostoparaaReservadaBiosferadaIlhaGraciosa.

4.5. ZONAMENTO/DESCRIÇÃO DAS ÁREAS PROTEGIDAS COM ESTATUTO LEGAL. A) DESCREVER BREVEMENTE AS ZONAS NÚCLEO , INDICANDO O SEU STATUS LEGAL , TAMANHO E PRINCIPAIS OBJECTIVOS DE CONSERVAÇÃO . AscincoZonasNúcleopropostascorrespondemacincoáreasclassificadassobdiferentesdenominaçõeseumaáreapropostaa IBA(ImportantBirdAreadoprogramaIBAdaBirdLifeInternational)ecobremumtotalde555,34ha(Figura9).Estasáreassão descontínuasexceptonocasodaZonaNúcleoqueabrangeaáreacosteiradenominadaRestingaeoIlhéudeBaixo.Asoutras ZonassãooMonumentoNaturalRegionaldaCaldeiradaIlhaGraciosa(Caldeira),PontaBranca,PontadaBarcaeoIlhéuda Praia.

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Figura 9.AscincoZonasNúcleopropostasparaaReservadaBiosferadaIlhaGraciosa. EstascincoZonasNúcleopossuemváriasespéciesehabitats protegidosporconvençõesinternacionais,legislaçãonacionale regional.GrandepartedaáreaqueasconstituiestáintegradanaRedeNatura2000daUniãoEuropeia. Além dos valores naturaisalvodaprotecçãopelaRedeNatura2000,pretendesepreservarvaloresgeológicosúnicosanívelmundial.

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Figura 10.AsZonasdeProtecçãoEspecial(ZPE)eosSítiosdeImportânciaComunitária(SIC)daRedeNatura2000inseridasnasZonas NúcleopropostasparaaReservadaBiosferadaIlhaGraciosa.

OsproblemasàconservaçãodasZonasNúcleoforamidentificadosnoPlanoSectorialparaaRedeNatura 2000naRegião AutónomadosAçoreseosobjectivosdeconservaçãodelineadosorganizamseadiversosníveis.Osprincipaisobjectivosde conservaçãodestaszonassãointerrompereinverterosfactoresdedegradação,controlarasactividadeshumanasnasáreas circundantes,ordenaroterritóriohumanizadoeasactividadesaírealizadas.Poroutroladopretendeseimplementaralterações àspráticasdeuso,comoobjectivodegarantiramanutençãodos habitats naturaisalongoprazo,restauraros habitats naturais, tantonasZonasNúcleocomonaszonaslimítrofes,assimcomopromoveraformaçãoesensibilizaçãodapopulação.

Monumento Natural Regional da Caldeira da Ilha Graciosa (Caldeira) ACaldeira(Figura9)constituiamaioráreaflorestaldailha,abrigandonoseuinteriorumdensopovoamentodecriptoméria (Cryptomeria japonica )ealgumadarestantevegetaçãoexistentenailha,querautóctone,querexóticas.Declimafresco,mais húmida que a maioria do resto da ilha e abrigada dos ventos, as sua vertentes interiores, de declive muito pronunciado, encontramse revestidas desta mata, estando a partecentralmaisbaixaocupadaporpastagens.ACaldeira consiste numa estruturageológicadeelevadointeresse,encontrandosenoseuinterioraFurnadoEnxofre,umaimponentecavidadevulcânica abobadadaconsideradaúnicanopanoramavulcanoespeleológicointernacional.AReservaFlorestalNaturalParcialdaCaldeira da Graciosa, criada e delimitada pelo Decreto Legislativo Regional n.º 27/88/A de 22 de Julho, foi reclassificada como MonumentoNaturalRegionalatravésdoDecretoLegislativoRegionaln.º24/2004/Ade14deJulho.AáreadaZonaNúcleo propostaéde119,87ha.

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Áreas da Rede Natura 2000 QuatrodaszonasclassificadasdailhadaGraciosa propostasparaaReservadaBiosferasãoconstituídasparcialmentepor Sítios de Interesse Comunitário e Zonas de Protecção Especial da Rede Natura 2000 da União Europeia. Para a Região AutónomadosAçores,asáreasclassificadascomoZPE(ZonadeProtecçãoEspecial)foramdeclaradasàComissãoEuropeia em1990,tendosidotranspostasparaoquadrojurídicoregional,atravésdoDecretoRegulamentarRegionaln.º14/2004/A,de20 de Maio. As áreas SIC (Sítio de Interesse Comunitário) correspondem a um conjunto de áreas classificadas ao abrigo da Directiva n.º92/43/CEE, Directiva Habitats , transpostas para o direito regional através do Decreto Legislativo Regional n.º18/2002/Ade16deMaio. Ilhéu de Baixo – Restinga Os204hadapartemarinhadaZonaNúcleoIlhéudeBaixoRestingasituamsenapontasudestedailhaGraciosa(Figura9).O IlhéudeBaixoficadistanciadodacostadaRestingacercadeumquilómetro,eéoresultadododesmantelamentopelaabrasão marinhadeumpequenoaparelhovulcânico.TodaacostadaRestingaémuitoescarpadaeíngreme,apresentandoáreasonde dominamoscobertosdevegetaçãonaturaleseminatural.AparteterrestredaZonaNúcleo,comcercade81ha,compreende uma zona costeira que se estende para sul, formando uma península de modo englobar os Ilhéus de Baixo. Estes são essencialmente constituídos por escoadas lávicas e depósitos piroclásticos que se encontram num elevado estado de naturalidade.OCarapacho,apontamaisocidentaldaZonaNúcleo,éumapovoaçãoqueseprolongaparalelaaomar,com elevadaimportânciaturísticadevidoàsuaestânciadeáguastermais.EstãotambémincluídasnestaZonaNúcleoalgumaszonas comutilizaçãoagropecuária. Os“IlhéusdeBaixo”sãoconstituídospordoisilhéusdeorigembasáltica,formadosatravésdeactividadevulcânica,epelacosta adjacentequepossuiáreasdefalésiascosteiraseumapequenazonaagrícola.AzonacosteiraadjacenteaosIlhéusdeBaixo apresentaumdiversificadopatrimónioespeleológico,atravésdapresençadecavidadesvulcânicas(grutaslávicasealgares).Os ilhéusabrigamimportantescomunidadesdeplantascosteiras,eumadasmaisimportantescolóniasmultiespecíficasdeaves marinhasdoarquipélago.Nestaáreanidificamimportantescolóniasdeavesmarinhas,sendomuitasdelasconstantesnoAnexoI daDirectivaAves.Osilhéussãodeacessodifícilpeloquetêmpoucainfluênciahumana. Ponta Branca A Zona Núcleo Ponta Branca situase na zona sudoeste da ilha Graciosa, com uma área de 101 ha e é constituído, essencialmente,pelaarribacosteira(Figura9)demateriaisgeológicosparticulares,ondepredominamoscobertosnaturaise seminaturaisdearribascosteiras.Numaáreadominadaportaludescosteirosdedifícilacessoaactividadehumanarestringese aumapequenaparcelautilizadaparafinsagropecuáriosdeformatradicional.Apresenta habitats eespéciesconstantesnos anexosdadirectiva Habitats daUniãoEuropeia.QuantoaespéciesdefloraédereferiraexistênciadeAzorina vidalii(espécie prioritária), Erica scoparia ssp. azorica , Myosotis maritima , Spergularia azorica e Ammi trifoliatum . Ilhéu da Praia ÉconstituídapeloIlhéudaPraia,comáreade9,92ha,situadoacercade1,5kmdedistânciadacosta(Figura9).Alinhade costadoilhéuéconstituídaporrochasvulcânicasescarpadas,zonasdecalhauroladoefalésias.Defácilacessoebastante atractivo do ponto de vista turístico. Nesta área nidificam importantes colónias de aves marinhas, sendo muitas delas classificadascomoprioritáriaspeloAnexoIdaDirectiva Aves. Este ilhéu possui uma das colónias multiespecíficas de aves marinhasdemaiordiversidadeeimportâncianosAçores. Zona Importante para Aves (IBA BirdLife) Ponta da Barca EstaZonaNúcleoestáemprocessodeclassificação,peloqueaindanãopossuiumestatutolegal.Possuindo39,44ha,localiza senacostanortedailha(Figura9),compreendendoumafaixadesdeabeiramaratéaorebordodafalésia,queapresenta vegetaçãodascostasmacaronésicasevegetaçãovivazdascostasdecalhausrolados.Éconstituídaporumafalésiarochosade difícilacesso,comdiversasreentrânciasezonasargilosascomcavidades.

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B) DESCREVER AS ZONAS TAMPÃO , INDICANDO O SEU TAMANHO , STATUS LEGAL E ACTIVIDADES QUE ACTUALMENTE LÁ DECORRAM , ASSIM COMO AS PROJECTADAS . As Zonas Tampão totalizam 1.913,8 ha, incluindo áreas marinhas e terrestres, e consistem sobretudo de áreas de domínio públicoeprivado(Figura11). OsobjectivosgeraisdeconservaçãodaáreaterrestreadvémdaimplementaçãodaaplicaçãodoPlanoSectorialparaaRede Natura2000naRegiãoAutónomadosAçoreseincluemocontrolodasactividadeshumanasnasáreascircundantesàsZonas Núcleo,ordenamentodoterritórioedasactividadeshumanase,ondenecessário,implementaçãodealteraçõesàspráticasde usodeformaagarantiramanutençãodos habitats naturaisalongoprazo,restaurode habitats naturaisemzonaslímitrofesàs ZonasNúcleoepromoçãodaformaçãoesensibilizaçãodapopulação. NasZonasTampãomarinhas,osprincipaisobjectivossãoamanutençãodaqualidadeambientaldasáreas,dasustentabilidade das actividades aí desenvolvidas, a recuperação de recursos e habitats , transformação progressiva de algumas actividades extractivasemactividadesnãoextractivasparavalorizaçãodosrecursosepromoçãodaformaçãoesensibilizaçãodapopulação. SãoaindaobjectivosgeraisparaasZonasTampãoalcançarumentendimentocomumdosdiversosinteresseseutilizadorespara ousodessasáreasdeumamaneiraquetenhaimpactespositivosnasZonasNúcleoenodesenvolvimentodas actividades humanas,atravésdaimplementaçãodeactividadessustentáveis.

Figura 11.ZonasTampãopropostasparaaReservadaBiosferadaIlhaGraciosa.

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Monumento Natural Regional da Caldeira da Ilha Graciosa (Caldeira) A Zona Tampão envolvente da Zona Núcleo da Caldeira da Graciosa é ocupada em grande parte por pastagens compartimentadasemparcelasdeáreamediana.Ondeodecliveémaisacentuado,aspastagenssãosubstituídaspormanchas dematobaixoedepastagensemregimedebaldio,utilizadaspelaexploraçãopecuária.UneseasudesteàZonaTampãoda ZonaNúcleo“Restinga”eambassomamumaáreaterrestrede451ha. Ilhéu de Baixo – Restinga AZonaTampãoqueenvolveaRestingatambéméconstituídaporumtrechoterrestreeumtrechomarinho.Otrechoterrestre, inseridonaencostasuldaCaldeira,alémdemanchasdematobaixoapresentatambémpastagenscompartimentadasouem baldio.Maispertodomardestacamseterrenosagrícolas,constituindoummosaicodiversificadodeculturasdemalhaapertada, cujasparcelassãodelimitadaspormuretesdepedrasecaouporsebesvivas.Éumaáreaondeseverificamdiversasactividades recreativas.EstetrechoterrestreuneseanoroesteàZonaTampãodaZonaNúcleo“CaldeiradaGraciosa”eambassomam umaáreaterrestrede451ha.NotrechomarinhodaZonaTampão,com451ha,ocorremactividadesdepescaprofissionale lúdica. Ponta Branca AZonaTampãoqueenvolveaPontaBrancaincluiumtrechomarinhoeumterrestre.Otrechomarinho,com384ha,éusadopor pescadoresprofissionaiseembarcaçõeslúdicas.Otrechoterrestre,com322ha,mostrasepoucohumanizadocombomcoberto vegetal.Éocupadopredominantementeporpastagenscompartimentadaspormurosdepedraseca,bastanteamplas.Éuma áreafracamentepovoada. Ilhéu da Praia A Zona Tampão que envolve o Ilhéu da Praia é uma área marinha, sendo utilizada por pescadores profissionais (pesca tradicional)eporembarcaçõeslúdicas.Possuiumaáreade158,5ha. Ponta da Barca AZonaTampãoenvolventeàPontadaBarcapossuiumtrechoterrestreeoutromarinho.Notrechoterrestre,com102ha, desenvolvemseprincipalmenteactividadesagrícolasepecuáriaseéocupadoterrenoscompartimentadospormuretesdepedra tradicionalmentedevotadosàviticultura,eporvegetaçãocosteirabaixa.Otrechomarinho,com294ha,temutilizaçãopouco intensa,sendoporvezesutilizadaporembarcaçõesdepescaprofissionalelúdica. C) DESCREVER A ZONA DE TRANSIÇÃO E O TIPO DE QUESTÕES QUE SOBRE ELA SE PODERÃO LEVANTARA CURTO E LONGO PRAZO . O SEU TAMANHO DEVERÁ SER FORNECIDO APENAS COMO INDICAÇÃO , POIS ESTE PODERÁ VARIAR CONSOANTE O SURGIMENTO DE PROBLEMAS OU CONDICIONANTES AmaiorpartedaReservadaBiosferaproposta(77,1%)éabrangidapelaZonadeTransição(Figura12),cobrindoumaáreatotal de8.315haque,alémdesercaracterizadaporumpovoamentolinearaolongodeestradas,temtambémumaforteexpressão rural,ondesedestacamasvariadaspaisagensagrícolas.Éaquiquesedesenvolvemamaioriadasactividadesprodutivasda ilha,incluindoavinicultura,agriculturaextensivavariada,pecuáriaealgumasactividadesindustriais(lacticínios,doçaria,vinhos). Existemaindaactividadesextractivas(pedreiras,extracçãodeareia,florestal). Combasenareduçãopopulacionalqueailhatemtidoaolongodoúltimoséculo,nãoédeesperarqueapressãodasactividades humanasvenhaaaumentar,amédioprazo,deformaaameaçaraconservaçãodosvaloresnaturaisincluídosnaReservada Biosferapropostaeaimplementaçãodemedidasquevisemodesenvolvimentosustentáveldascomunidadeslocais. Existeumgrandepotencialparaapromoçãodeabordagensaodesenvolvimentosustentáveldessaárea,tendocomobaseo trabalho de conservação ambiental que ocorre nas áreas já classificadas e implementando novas acções nesse sentido. A implementaçãodaReservadaBiosferacontribuiráparaaatracçãodefinanciamentoeapoiotécnicoparaaimplementaçãode iniciativasparaodesenvolvimentosustentável,baseadasnavalorizaçãodospatrimóniosnaturalecultural.

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Figura 12.ZonadeTransiçãopropostaparaaReservadaBiosferadaIlhaGraciosa.

4.6. IDENTIFICAR E NOMEAR MEDIDAS ACTUAIS E/OU PLANEADAS PARA O ENVOLVIMENTO E PARTICIPAÇÃO DE AUTORIDADES E ENTIDADES PÚBLICAS, COMUNIDADES LOCAIS E ENTIDADES PRIVADAS, NO PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DAS FUNÇÕES DE RESERVA DA BIOSFERA Estáprevistaacriaçãodeumórgãoconsultivoconstituídoporrepresentantesdosinteresseslocais,queparticiparánagestãoda ReservadaBiosferaproposta.Acomposiçãodesteórgãoconsultivoaindanãoestádecididamasincluiráasprincipaisentidades públicas,representantesdacomunidadelocaledosprincipaisgruposdeinteressenaReservadaBiosferaproposta. Apopulaçãoreduzidatornasimplesaimplementaçãodemeiosdeconsultaeficientesquepermitamaparticipaçãoactivados diversos interesses na Reserva. As medidas de gestão mais importantes serão apresentadas à população e amplamente discutidasdeformaaobteromelhorconsensopossívelentreosobjectivosdepreservaçãoambientale cultural com os de desenvolvimento. Estáemestudoacriaçãodeumfórumelectrónicodediscussãopública,geridopeloConselhodeGestão permanente para garantiraparticipaçãodetodosemanteroórgãodegestãodaReservadaBiosferainformadodasespectativasdetodosos intervenientes.

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4.7. MECANISMOS DE IMPLEMENTAÇÃO A) MECANISMOS DE GESTÃO DA UTILIZAÇÃO HUMANA E DAS ACTIVIDADES QUE DECORRAM NA (S) ZONA (S) TAMPÃO Já existem mecanismos de gestão das actividades decorrentes nas Zonas Tampão da Reserva, como o FEADER Fundo EuropeuAgrícoladeDesenvolvimentoRural20072013(Códigodeboaspráticasagrícolas),implementadonosAçoresatravés doProgramaProrural.AnívelRegionaldestacamseoPOOC–PlanodeOrdenamentodaOrlaCosteira,oPlanoSectorialda RedeNatura2000,oPOTRAA–PlanodeOrdenamentodeTurismodaRegiãoAutónomadosAçores(emfasedediscussão), PRA–PlanoRegionaldaÁgua,oPROTA–PlanoRegionaldeOrdenamentodoTerritóriodosAçores(emfasedeelaboração),e anívelmunicipaloPDM–PlanoDirectorMunicipal. B) UM PLANO OU POLÍTICA DE GESTÃO DA ÁREA COMO UMA RESERVA DA BIOSFERA Aslinhasdeacçãojáiniciadasserãocontinuadas,nomeadamenteaquelasestabelecidasnoPlanoRegionaldeOrdenamentodo Território dos Açores, no Plano Regional de Desenvolvimento Sustentável da Região Autónoma dos Açores , no Plano de OrdenamentoTurísticodaRegiãoAutónomadosAçoresenoPlanoSectorialparaaRedeNatura2000naRegiãoAutónomados Açores. Prevêse apublicação do decreto de criação do Parque Natural de Ilha da Graciosa para o ano de 2007 e do decreto regulamentardesseparquenaturalem2008. Para as Zonas Tampão e de transição, além dos planos citados anteriormente, incluise também o Programa Prorural, no conjuntodeinstrumentosdegestãodasactividadeshumanas. Alémdisso,serásercriadoumplanodegestãoparaaReservadaBiosferaproposta,atravésdaparticipaçãointerventivada comunidadelocal.

C) UMA AUTORIDADE DESIGNADA OU UM MECANISMO PARA IMPLEMENTAR ESTE PLANO /POLÍTICA ARedeRegionaldeÁreasProtegidasdaRegiãoAutónomadosAçores(REAPA)concretiza,naRegião,aclassificaçãoadoptada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) adaptandoa às particularidades geográficas, ambientais, culturaisepolíticoadministrativasdoterritóriodoarquipélagodosAçores. AREAPAprevêacriaçãoemcadailhadeumParqueNaturaldeIlha(PNI),constituídopelasáreasterrestresclassificadasno territóriodecadailha,podendoabranger,ainda,áreasmarítimasatéaolimiteexteriordomarterritorial,eincluirascategorias previstasnasecçãoseguinte.OPNIéaunidadedegestãobasedaRedeRegionaldeÁreasProtegidasdaRegiãoAutónoma dosAçoreseserácriadopordecretolegislativoregional. OsistemadegestãodaREAPAserápublicadoeimplementadoem2008apósumprocessodediscussãopública.Atéestadata a gestão da área será assegurada pelos Serviços de Ambiente da ilha, órgão operativo do Governo Regional dos Açores coordenadopelaSecretariaRegionaldoAmbienteedoMar. D) PROGRAMAS DE INVESTIGAÇÃO , MONITORIZAÇÃO , EDUCAÇÃO AMBIENTAL E FORMAÇÃO Investigação ,emváriosdomínioscientíficostemsidorealizadanailhaGraciosanoâmbitodediversosprogramascientíficosede formaçãosuperior,dinamizadosprincipalmentepelaUniversidadedosAçores.Actualmenteestãoemcursodiversosprojectos deinvestigaçãosobreabiologiaeecologiadediversasespécies,demodelaçãoecológica,devulcanologiaesismologia.Éde realçartambémasexperiênciasfeitasnoderestaurode habitats naturaisimportantesedeerradicaçãodeespéciesinvasoras. AinvestigaçãoemcursodeverácontinuareaimplementaçãodaReservadaBiosferapropostacriaránovosinteressesde investigação,portransformaraáreanumlaboratórioparaoestudodesenvolvimentodeactividadeshumanasambientalmente sustentáveis. Monitorização , é um dos aspectos fundamentais do funcionamento de uma Reserva, para avaliar a eficiência das medidas aplicadas.UmadasfunçõesprincipaisdaautoridadegestoradaReservadaBiosferapropostaserágarantir os meios e a implementação de medidas de monitorização. Por outro lado, no âmbito de diversos trabalhos de investigação em desenvolvimento na área é necessária uma monitorização constante. Trabalhos de investigação que se dediquem aos mecanismosdeimplementaçãoefuncionamentodaReservadaBiosferanecessitarãoderealizarmonitorizaçãoparatestaras hipótesesteóricas.AexistênciadeumaReservadaBiosferapossibilitaráoreforçodamonitorizaçãoetornaráotrabalhomais eficienteaocriarobjectivoscomuns.

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Programas de Educação ambiental e formação ,têmsidodesenvolvidostantoanívellocal,comoanívelregional.OGoverno Regional dos Açores tem vindo a instalar a Rede Regional de Ecotecas desde 1999, em colaboração com autarquias e OrganizaçõesNãoGovernamentaisdeAmbiente(ONGAs).AsegundaEcotecaasurgirnoarquipélagofoinaGraciosa,em 2000,instaladanafreguesiadaLuz,eemparceriacomaAssociaçãoCultural,DesportivaeRecreativadaGraciosa.Este espaçoéabertoàpopulação,tendofunçõesdeinformação,formaçãoeconsciencializaçãoambiental,assimcomocapacidade parareceberacçõesdeesclarecimento,investigação,pesquisa,eoutroseventoseiniciativas.AUniversidadedosAçores, atravésdediversosprojectos,temvindoarealizarnailhaGraciosa,acçõesdesensibilizaçãoambientaledivulgaçãocientífica paraopúblicoemgeral.OGovernoRegionaldosAçores,promove,pontualmente,acçõesdeformaçãoeinformação,nas áreasdaagriculturaepescas,deformaamelhoraredinamizarestasactividades,degrandeinteressesocioeconómicoparaa ilha.Acçõessemelhantessãotambémpromovidasporassociaçõesprofissionais.AEscolaProfissionaldaPraiaasseguraa ministraçãodecursosprofissionalizantes,emáreasdeinteresseparaodesenvolvimentodasactividadeseconómicaseum nívellocal.EstápropostaaconstruçãodeumCentrodeInterpretaçãoerecepçãodosvisitantesnaFurnadoEnxofre.Este centrosurgiránãosópelaimportânciaeclassificaçãodestelocal,mastambémparamelhoraraformadevisitaçãoutilizada,e parapromoveredignificaresteMonumentoNatural. A Reserva da Biosfera proposta pretende ser um modelo de desenvolvimento centrado na conservação dos patrimónios ambientalecultural.OsresultadosobtidosnagestãointegradaderecursosnailhaGraciosaterãoumimpacteimportantena implementaçãodemedidassemelhantesnoutrasilhasdaRegiãoemesmonoutrasáreascomcaracterísticassimilares.

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5. Apoios

5.1. ASSINATURA DA(S) AUTORIDADE(S) RESPONSÁVEIS PELA GESTÃO DA(S) ZONA(S) NÚCLEO • Nomecompleto • Titulo • Data

5.2. ASSINATURA DA(S) AUTORIDADE(S) RESPONSÁVEIS PELA GESTÃO DA(S) ZONA(S) TAMPÃO • Nomecompleto • Titulo • Data

5.3. ASSINATURA DA(S) AUTORIDADE(S) NACIONAL (PAÍS OU REGIÃO) DE ADMINISTRAÇÃO RESPONSÁVEIS PELA GESTÃO DA(S) ZONA(S) NÚCLEO E TAMPÃO • Nomecompleto • Titulo • Data

5.4. ASSINATURA DA(S) AUTORIDADE(S), GOVERNO LOCAL ELEITO OU REPRESENTANTE DAS COMUNIDADES LOCALIZADAS NA(S) ZONA(S) DE TRANSIÇÃO • Nomecompleto • Titulo • Data

5.5. ASSINATURA EM NOME DO COMITÉ NACIONAL DO MAB • Nomecompleto • Titulo • Data

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Parte II

6. Localização (Latitude e Longitude) Latitude: 39º03’N Longitude: 28º00’W Limite Norte :39º06’N; Limite Sul :38º59’N; Limite Oeste :028º05’W; Limite Este :027º55’W

7. Área

7.1. DIMENSÃO DA ZONA (S) NÚCLEO TERRESTRE AZonaNúcleoterrestretemumadimensãode350.97ha.

7.2. DIMENSÃO DA ZONA (S) NÚCLEO MARINHA AZonaNúcleomarinhastemumadimensãode204,37ha.

7.3. DIMENSÃO DA ZONA (S) TAMPÃO AsZonasTampãotêmumadimensãode1.913,8ha.

7.4. DIMENSÃO DA ZONA DE TRANSIÇÃO AZonadeTransiçãotemumadimensãode8.315,26ha.

8. Região Biogeográfica OsarquipélagosdosAçores,daMadeira,dasCanáriasedeCabo Verdepartilhamumgrandenúmerodecaracterísticasambientais, botânicas e faunísticas constituindo por esta razão uma região biogeográfica. O primeiro a utilizar o termo “Macaronésia”, significando ilhas “felizes” ou “afortunadas”, para nomear esta região foi o botânico Philip Barker Webb em 1845. A estes arquipélagosacresceainda,segundoalgunsautores,azonada costacontinentalafricanaentreAgadireNouadhibou,ondeforam descobertas espécies tipicamente macaronésicas como o Loureiro( Laurus azorica ) eoDragoeiro (Dracaena draco ). Todosestesarquipélagossãodeorigemvulcânicaeemalguns deles(Açores,CanáriaseCaboVerde)estáregistadovulcanismo histórico.Umadiversificadapaisagemeoreduzidoefeitodirecto daglaciaçãotornaaregiãoMacaronésiaumlocalfulcralparaa biodiversidadenaEuropa.Aorigemvulcânicadasilhaseofacto de elas nunca terem estado directamente ligadas a nenhuma regiãocontinentalsãorazõesparaaregiãoapresentarumgrande númerodeplantasendémicasedeespéciesanimais.Paraalguns grupos de espécies o nível de endemismos é marcadamente elevado,quenocasodasplantaséomaiselevadodaEuropae sósecompara,anívelmundial,aodasilhasGalápagos.

Embora possuam características que os coloquem numa única regiãobiogeográfica,comoresultadodasuadispersãogeográfica Figura 13. RegiãoBiogeográficadaMacaronésia. oclimadiferemuitoentreeles.Oclimavariagradualmentedesde um clima atlântico, próprio dos Açores, passando por um clima intermédiosemelhanteaoclimaMediterrâniconaMadeiraeCanárias,atéumclimatipicamentetropical,comumaépocade

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Governo dos Açores chuvaseoutradeseca,emCaboVerde.Alémdainfluênciaclimáticalatitudinal,adistribuiçãoeoscomponentesbiológicosdos diferentestiposde habitats naMacaronésiasãotambémfortementeinfluenciadospelaaltitude. As diferenças climáticas e os diferentes afastamentos de massas continentais levam a uma grande variedade nos tipos de habitats ediversidadedeespéciesentreasilhasegrupodeilhas,nomeadamentenoqueserefereàflora.NosAçoresafloraé eurosiberianaasiática, na Madeira mediterrânica, nas Canárias mediterrânicasahariana e em Cabo Verde é sahariana sudaniana. Esta heterogeneidade faz com que alguns autores contestem a validade desta região biogeográfica, no entanto, as característicascomunsespecíficasaindaimperameaMacaronésiaéamplamentereconhecidaparaamaioriadosobjectivosde investigaçãoegestão.AníveldaUniãoEuropeia,aMacaronésiaéreconhecidacomoumaregiãodegrandeimportânciaparaa conservaçãodabiodiversidadeepossuiumgrandenúmerode habitats constantesnoAnexoIdaDirectivade Habitats evários tiposdeendemismosestãoincluídosnoAnexoIIdessaDirectiva. OArquipélagodosAçoreséconstituídopornoveilhashabitadas,distribuídasportrêsgrupos,localizadassobreacristamédio atlânticanopontodeintersecçãoentreasplacastectónicaseuroasiática,africanaeamericana,entre36º55’e39º43’delatitude nortee24º46’e31º16’delongitudeoeste.Adistânciamaiscurtaparaoacostaeuropeiaéde1.600km,enquantoadistância paraaTerraNovaédeaproximadamente1.900km.OgrupomaisorientaléformadopelailhasdeSantaMariaeSãoMiguele dorecife,nãohabitado,dasFormigas.OgrupocentraldeilhaséconstituídopelasilhasTerceira,SãoJorge,Graciosa,Picoe Faial.Nogrupomaisocidentalexistemduasilhas,FloreseCorvo. AsilhasdosAçoresapresentamsealinhadassegundoumafaixadeorientaçãogeralNWSE,comumaextensãodecercade 600kmentreSantaMariaeoCorvo.Oarquipélagodos Açoresencontrasenumazonade convergênciade uma série de estruturastectónicas,cujadinâmicaéresponsávelpelasismicidadeevulcanismoactuantesnestasilhas,bemcomo,decerta forma, pelas características petrológicas e geoquímica das lavas emitidas. De entre essas estruturas salientamse: a Crista MédiaAtlântica(CMA),oRiftedaTerceira(RT),aZonadeFracturaNortedosAçores(ZFNA),aZonadeFracturaLestedos Açores(ZFEA)eaZonadeFracturaOestedosAçores(ZFOA).

Figura 14.PrincipaisacidentestectónicosqueinteractuamnaregiãodosAçores.CMACristaMédiaAtlântica;ZFEAZonadeFracturaEste dosAçores;ZFOAZonadeFracturaOestedosAçores;RTRiftedaTerceira;ZFNAZonadeFracturaNortedosAçores;FGFalha GLORIA;ZFBPAZonadeFracturaBancoPrincesaAlice,ZFBAZonadeFracturaBancoAçor;ZFFPZonadeFracturaFaialPico;TSJ TransformantedeSãoJorge(adaptadodeNUNES 1999).

ACristaMédiaAtlânticaéumaestruturadistensivapura,sismicamenteactiva,queseestendedenorteasuldoAtlântico,intersectada porfalhastransformantes,detendênciageralEW,queafragmentameminúmerostroços.Estaestruturaestabeleceolimiteentrea placaAmericana,queseencontraaoeste,easplacasEuroasiáticaeAfricana,quesedesenvolvemparalestedesteacidentetectónico. AsilhasFloreseCorvointegramaplacaAmericana,aoestedaCMA,easrestantesedificaramsealestedaquelaestrutura. O clima do arquipélago é intermédio entre subtropical húmido e mediterrânico, com variação relativamente pequena de temperaturasentreVerãoeInverno.Aprecipitação éelevadaeaumentadelesteparaoeste.Ahumidadedoartambémé elevadaespecialmenteaaltitudessuperioresa600m.Emmédiaaprecipitaçãoaumentaaproximadamente25%porcada100 metrosdeincrementodealtitude.

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9. História da utilização de terrenos EmdiversosdocumentoscartográficosmedievaisdametadedosséculoXIVaparecemreferênciasailhasquesepensatratar dosAçores,comníveisdedetalhevariados.EmborahajaindíciosdequeosAçoresjáeramconhecidosnoséculoXIV,asilhas permanecerampristinasatéoséculoXV.Nãoexistiampopulaçõesindígenasenãoseconhecenenhumtipodecolonização antesdesseséculo. AdataexactadadescobertadailhaGraciosaéincerta,noentanto,sabesequeasseteilhasdogrupoorientalecentralestavam todasdescobertasnoanode1437,equea2deJulhodessemesmoano,foiconcedidalicençaaoInfanteD.HenriquepeloRei, parapovoálas.Umpoucoantes,porvoltadoanode1432,omesmoInfanteordenouoenviodegadopara a Graciosa, à semelhançadoquefezparaasoutrasilhasdosAçores.Odesembarqueprévioaopovoamentodeanimaisdomésticoscomo porcos,cabras,ovelhaseaves,paraserviremdealimentonofuturoeparaajudaradesbravaravegetação. OpovoamentodaGraciosaestámuitoligadoaopovoamentodailhaTerceiraedeveráterocorridoentre1450e1458,datasque compreendemoinícioconhecidodacolonizaçãodailhaTerceiraeadataemquesesabequePedroCorreiadaCunhaera CapitãoDonatáriodailhaGraciosa. Emboranãohajacertezasquantoàsdatasdoiníciodopovoamentodailha,éconsensualqueosprimeirospovoadores,vindos dailhaTerceira,tenhamsefixadonaszonasquehojecorrespondemàPraiae,posteriormente,SantaCruz.Deinício,aPraiada Graciosa constituía o centro político e administrativo da ilha, sendo que em 1475, estas funções foram transferidas para a localidadedeSantaCruz,peloCapitãoPedroCorreiadaCunha.Jácomumnotávelníveldeprosperidadeecomumsignificativo número de habitantes, Santa Cruz recebe Foral de Vila em 1486 (ou 1500 segundo outras fontes), seguindose a mesma atribuiçãoàPraia,em1546,ambasduranteoreinadodeD.JoãoII. Opovoamentodorestodailhateráseguidoaumritmorápido,apartirdessesdoisnúcleos,eemtodasasdirecções,incluindo paraointerior(jánoséculoXVI)oquelheconfereumcarácterúniconocontextodosAçores,devidoàceleridadeeàdispersão dosnúcleospopulacionais. A urbanização das ilhas dos Açores fezse já através de um alastrar do povoamento em lugares de exploração rural sucessivamentefundados,acertadistânciadacosta,quepoucoapoucoformaramo"cordão"deestruturaaproximadamente linearegrosseiramenteparaleloàcosta.Acontinuidadefísicadeste"cordão"eradependentedascondiçõesgeomorfológicas existentesemcadailha,havendocasos,nasilhasmaiores,ondeosistemado"cordão"linearsecompletouemcírculoàvolta dasilhas,apenascombrevesinterrupções,articulandoumtipodepovoamentoaglomeradoesequencial,comtendênciaparaa concentração.Aocontráriodamaiorpartedasoutrasilhas,naGraciosaessepovoamentoestendeuseaointeriordailhadevido àpaisagempoucoacidentadaedealtitudebaixatendosidocriadosdiversosnúcleosurbanosinteriores,afastadosdacintura litoral.Estesnúcleosdesenvolveramseaolongodaredeintrincadadecaminhosquecruzamtodaailha. Abaixaaltitudedailha(menosde400metros)condicionouacoberturavegetalnatural,queémenosdiversificadadoqueno restodasilhasdoarquipélago.Asflorestas,pastagenseturfeirasnaturaiscomunsnosAçoresacimados500metrosdealtitude na“zonadenuvens”nãosedesenvolvemnailhaGraciosa,sendoapaisagemdominadaporcomunidadescosteiras Odespojamentodavegetaçãoqueoriginalmentecobriaailhadeverátersidoiniciadologoapósasuadescoberta.Em1622é referidaporalgumasfontesafaltademadeiraparaconstruçãoenoiníciodoséculoXIXdáseaprimeiraexperiênciaconhecida de reintrodução de espécies nativas na ilha, através do plantio de faia ( Myrica faya ) efectuado por ordem de Raimundo PamplonaCorteReal. Apaisagem,muitomaishorizontalecommenosirregularidadesorográficasdoqueadasrestantesilhasdoarquipélago,levouao aproveitamentodamaiorpartedasuperfíciedailhaparaactividadesagrícolas.LogoapartirdoséculoXVI,alémdepequenas explorações de subsistência, localizadas perto das zonas urbanas, a agricultura desenvolveuse em duas modalidades de exploraçãoprincipais:oscerradoseoscurrais. Oscerradosconsistiamemcamposdemaiordimensão,comformatorectangularefechadosporparedesbaixasdepedrasolta, que se destinavam ao cultivo de cereais (trigo e cevada) e estavam localizados na chamada “superfície das Courelas”, a plataformaanoroestedaFreguesiadeGuadalupe. Oscurrais,pequenosquartéisdeformaquadrangular,limitadospormurosdepedrasolta,constituema formatradicionalde plantiodevinhaecriamummicroclimaespecialquesereflectenascaracterísticasdovinhoproduzido.Aculturadevinhatornou se importante a partir do século XVI, iniciandose nas zonas de terrenos e escoadas lávicas geologicamente recentes (denominados“biscoitos”)porqueestaeraumadaspoucasculturasquevingavanessesterrenos.EmmeadosdoséculoXVII, umavezqueessesterrenosjáestavamtodoscultivados,iniciouseoaproveitamentodosterrenosnazonasuldailha(Freguesia daLuz)enofinaldoséculoXVIIIaculturaexpandiuseparaaszonasplanasdonoroestedailha,quesãoactualmenteasmais reputadasemrelaçãoaovinhoproduzido.

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Figura 15.Camposvinícolas.

Estasduasculturas(cereaisevinha)caracterizaramamaiorpartedapaisagemdailha,masoutrasculturastambémforam importantes,emboramaisdispersas.NaprimeirametadedoséculoXVIailhajáexportavatrigo,cevada,gado,vinho,manteiga, mel,frutasepeixeenoséculoXVIIchegouaauxiliarcombensdeprimeiranecessidadeoutrasilhasdoarquipélago. NasegundametadedoséculoXVIIaGraciosacomeçouatercrisesdeabastecimentodapopulação,levandoaepisódiosde fome,estefactoteveorigemprincipalmentenoaumentodapopulaçãoaliadoaosistemafeudalemuso.Narealidadetodaailha continuavaaterumagrandeproduçãoagrícola,masasáreascultivadascomculturasdesubsistêncianãoforamampliadaspara proverasnecessidadesalimentaresdapopulaçãoemcrescimento. Comadiminuiçãodovalordotrigoeacriseda vinha na segunda metade do século XIX, estas culturas perderam alguma da sua importância, alterando a paisagem agrícola novamente. O milhocomeçouasercultivadonoarquipélagono século XVII e na Graciosa, lentamente foi ocupandoterrenosoutroracultivadoscomtrigoou centeio.NoiníciodoséculoXX,adiminuiçãodo preço da farinha de trigo vinda do exterior dos Açores tornou a cultura de trigo na Graciosa poucorentáveleaumentouaimportânciadomilho pois a sua farinha tornouse muito apreciada no arquipélago. Todo o arquipélago foi afectado por uma crise vínica em meados do século XIX, devida ao ataque das vinhas por fungos, que afectou pesadamente a ilha Graciosa. Com a perda de umagrandeáreadecultivodevinhashouveuma expansãodasáreasdedicadasapastagemparaa pecuária de gado bovino, principalmente nas áreasorientadasasul.Posteriormenteavinhafoi revitalizadacomaintroduçãodenovascastas,no entanto a paisagem agrícola continua bastante marcadapelacrisedoséculoXIX.Actualmentea paisagemédominadapelavinhaanorteeapelas Figura 16. VegetaçãonointeriordaCaldeira. pastagens para produção leiteira a sul, sendo a produção cerealífera característica, como no passado,daplataformaanoroestedafreguesiadeGuadalupe,consideradao“celeiro”dailha. AvegetaçãonaturalexistentenointeriordaCaldeiranoinício dacolonizaçãofoirapidamente eliminada,nãosendoclaraa utilizaçãoposteriordessesterrenos.Noentanto,devidoaoseudecliveacentuadoeconsequenteacessodifícil,provavelmente foramutilizadosparaculturasmenosimportanteseparapecuária.Estaéumapaisagemagresteeseca,oqueédocumentado porfotografiasdoiníciodoséculoXX.AsilviculturaqueactualmentedominaapaisagemdaCaldeira,baseadanoplantiode criptoméria( Cryptomeria japonica )edealgumasespéciesautóctones,começouadesenvolversesóapartirdadécadade1960.

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10. População da Reserva da Biosfera candidata.

10.1. NÚCLEO Populaçãoactualestimadaemcercade100habitantes

10.2. TAMPÃO Populaçãoactualestimadaemcercade300habitantes

10.3. TRANSIÇÃO Populaçãoactualestimadaemcercade4.450habitantes

10.4. BREVE DESCRIÇÃO DAS COMUNIDADES LOCAIS QUE RESIDEM DENTRO OU PRÓXIMAS DA RESERVA DA BIOSFERA CANDIDATA (ORIGENS ÉTNICAS, COMPOSIÇÃO, MINORIAS…) Umavezque,aquandodadescoberta,todasasilhas dosAçoreseramdesabitadas,nãoexistempopulações indígenas. As populaçõesactuaisresultamdopovoamentoaolongodealgunsséculosedamiscigenaçãodediversosgruposétnicos. Opovoamentodailhaterásidoiniciadoporvoltade1450.AsprimeirasfamíliasasefixaremnailhaterãosidoasdeDuarte BarretoedeVascoGilSodré.Aestes,quedeverãotersidocontemporâneos,juntaramserapidamenteoutroscolonizadores, oriundosprincipalmentedailhaTerceira,daszonascontinentaisportuguesasdoMinhoeBeiras(InterioreLitoral),assimcomo daFlandres.Aoserviçodasfamílias,comoeracostumenaépoca,deveriamtambémestarescravos,oriundosprincipalmentede CaboVerdeeAngola. Entreasdécadasde70e80registouseumanotóriareduçãodonúmerodehabitantes,talcomoaconteceuportodasasilhas dos Açores. De facto, a população da ilha diminuiu cerca de um terço entre 1960 e 1980, o que se poderá explicar pela emigração,poisnãosóhouveumgrandenúmerodeemigrantes,comotambémestesseencontravamnumafaixaetáriajovem,o quecontribuiutambémparaareduçãodataxadenatalidade. ActualmenteailhaGraciosatemcercade4800habitantes(aestimativapara2004foide4.777habitantes),distribuídapelas4 freguesiasdoconcelhodeSantaCruzdaGraciosa:Guadalupe,Luz,PraiaeSantaCruz.Amaioriadapopulaçãoestánafaixa etária entre os 25 e os 64 anos. Há uma tendência para o envelhecimento da população residente, sendo os índices de envelhecimento(126,9)edelongevidade(43,5)maisaltosdoqueamédiaregional(62,4e42,7respectivamente)enacional (108,7e43,1respectivamente). Emboraataxademortalidadede19,1%em2004fossequaseduasvezessuperioràdenatalidade(9,7%),apopulaçãotemuma taxadecrescimentoefectivonaordemde0,61%,oquepodeserjustificadopelofactodehaveralgumaimigração. ApopulaçãodaGraciosacontinuamuitoligadaaosectorprimário,quercomofontederendimentoprincipalquercomoactividade secundária. A população envolvida na actividade primária trabalha sobretudo por conta própria, em explorações particulares sendo,noentanto,difícilcontabilizarafracçãoexactadapopulaçãototalqueestáenvolvidanessesector.Amaiorparteda populaçãoquetrabalhaporcontadeoutremestáligadaaosectorterciário,correspondendoa5,4%dapopulaçãodailha.O sectorsecundárioemprega3%dapopulaçãodailha.

10.5. NOME DA PRINCIPAL CIDADE MAIS PRÓXIMA AcidadedeAngradoHeroísmo,ficasituadanailhaTerceiraeestáaumadistânciade82km.Estacidadesóéalcançávelpor viamarítimaouaérea.PopulaçãodeAngradoHeroísmo:12.348habitantes(2001).

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Figura 17.LocalizaçãodaReservadaBiosferapropostaemrelaçãoàcidademaispróxima(AngradoHeroísmonailhaTerceira).

10.6. SIGNIFICÂNCIA CULTURAL Comojáreferido,ailhaGraciosajáteriasidodescobertaporvoltademeadosdadécadade1430,massóterásidoiniciadooseu povoamentopertodofimdadécadade1450,dataemquesesabequePedroCorreiadaCunhaeraCapitãoDonatáriodailha Graciosa,emboraelesósetenhaestabelecidodefinitivamentenailhaem1475. A facilidade de ocupação do solo, devido à topografia suave, garantiu uma expansão rápida e valorização das actividades agrícolaoquedurantemuitotempotrouxeprosperidadeàilha.Noentanto,todoocomérciodaGraciosaerarealizadocoma Terceira,umavezqueestailhadispunhadeumportofrequentadopornaviosdegrandeporteeeraocentro económico e administrativodaépoca.EstefactofezcomqueailhaGraciosaestivessesempredependenteemuitoligadaàilhaTerceira. Aprosperidadedailha,aliadaàscaracterísticasnaturaiseclimatéricas,reflectiusenaarquitecturaenosaspectosculturais. Chegouseadizerqueailhaera“todapovoadapornobres”devidoàpresençavisíveldeumaeliteligadaànobrezaqueaíviviae possuíaterrasequefoiimportantenodesenvolvimentoculturaldailha.Narealidade,amaiorpartedapopulaçãosemprefoi plebeiaepoucoauferiadaprosperidadedailha,poisnãoeramproprietáriosdasterrasedaprodução.Issolevouàsituaçãode paradoxo,nasegundametadedoséculoXVII,dehaverfomeentreapopulação,enquantoasexportaçõesdailhacontinuavama prosperar. NailhaGraciosaadivisãoentreespaçourbanoeespaçoruralestáperfeitamentedefinidaeépatentenaarquitectura.AsVilas da Praia e, sobretudo, de Santa Cruz possuem edifícios com características predominantemente eruditas, com detalhes refinadosqueostentamariquezadeoutrora. SantaCruzdaGraciosa(Figura18),situadanacostanorte,éasededoconcelhocomomesmonomesendo,porisso,ocentro urbano mais importante da ilha. Vila pitoresca e de agradável perfil, Santa Cruz apresenta belos exemplares de edificação senhorial,encontrandose,porissomesmo,classificadacomoPatrimónioRegionaldesde1988. Dispostanumtraçadoregulareharmonioso,apresentandovistososempedradosdecorativos,SantaCruzatraioolhar:osseus solares,assuascasassolarengaseassuasbelasigrejaspossuemexcelentetraçaarquitectónica,comprofusãodeportase janelas, barras de cantaria, varandas rendilhadas, gradeamentosdeferrofundido.Otraçadodaredeurbana é harmonioso, reflexodeumdesenvolvimentopensadoenãocaótico. Nocentrodavilahádoisamplospauis(tanques)muradosquesedestinavamàrecolhadaáguadaschuvaseforamutilizados outroracomoreservatóriodeáguaparaogadoemesmoparaapopulaçãoemtemposdeseca.Asuaconstruçãoremontaa meadosdoséculoXVouiníciodoséculoXVIereflecteanecessidadedearmazenamentodeáguaquesemprehouvenestailha devido ao clima relativamente seco. O passeio ao redor dos pauis é feito em calçada portuguesa e os seus desenhos representamasactividadeseprodutosmaisimportantesdahistóriadailha. Emfrenteaospauisencontraseumaamplapraça–Rossio–comummaciçodearaucárias,ulmeirosemetrosíderos que oferecembelezaefrescura.EstaPraça,bastanteacolhedora,éosalãodevisitasdavila:espaçodelazeredeconvívio,detroca deideiasedefruiçãoartística. UmaspectointeressantedeSantaCruzligaseaofactodeexistirumlagarnorésdochão,mesmonascasasdefeiçãonobreou burguesa.

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Figura 18.VistageraldeSantaCruz.Nocentrodaimagempodemseverosdoispauisdearmazenamentodeágua.

AigrejaMatrizfoiconstruídanoséculoXV.Éumtemploquinhentistaque,apóstersidomodificadonasuatraçaenassuas proporções,aindahojeapresentavestígiosdaépocaManuelina.Noseuinterior,háváriascapelas,destacandoseaCapelaMor emcujoaltarestãoseispinturasemmadeiradoséculoXVIquerepresentam:oCaminhodoCalvário,aDeposiçãodeCristoda Cruz, a Invenção da Cruz, a Exaltação da Cruz, o Calvário e o Pentecostes. São os famosos “Painéis Quinhentistas”, possivelmentedaautoriadeCristóvãodeFigueiredo,valiosaspeçascomprojecçãonacionaleinternacional. VestígiosdoséculoXVI,existemaindaemSantaCruzexemplaresdearquitecturabarrocaentreosquaisastrêscapelasaocimo doMontedeNossaSenhoradaAjuda,consagradasaSãoJoão,aSãoSalvadoreaNossaSenhoradaAjuda;estaúltimaestá decoradacomazulejospreciososdefaiançaportuguesadoséculoXVIII. ÉtambémdoséculoXVIaCruzdaBarra,curiosomonumentoemestiloManuelino,quefoitrazidoparaa ilha pelo capitão AntóniodeFreitasem1520equeatradiçãoapontacomoprovenientedacidadedeGuimarães. APraia,localizadaasuldeSantaCruz,formouseantesdesta,massófoielevadaàcategoriadeVilaesededoconcelhoem 1546.Deambasasvilasfoiaquemenossedesenvolveu,tendooconcelhosidoextintoem1867.TalcomoSantaCruz,localiza senumazonaplanaeabrigada,mastemcaracterísticasdiversas:estruturaseapartirdeumaviamarginal,queconstituioeixo deumapequenaestruturaurbanalinear,comviasdeligaçãoaumaruainterior,ondeselocalizamasduasigrejasdocentro: MatrizeMisericórdia. Naruamarginal,defronteparaaPraia,existeumalinhabemorganizadadeedifícios,decoresclarasefachadassimples,com doisetrêspisos,dandoumardehomogeneidadeaoconjunto.NaPraiaalgumascasasapresentamuma“torre”.Estavilafoium doscentrosdabaleaçãodailha,ealbergaoportodepassageirosecargadaGraciosa,masasuavocaçãoéessencialmente piscatória. EmoposiçãoàarquitecturaeruditadasVilasdeSantaCruzePraia,aarquitecturaruraldosrestantescentrosurbanosdailhaé maisausteraeprática.Nosespaçosruraispredominaumaarquitecturavernáculacomdiversasinfluências,queéconstituída sobretudoporcasastérreasecasasdedoispisos,numadisposiçãolinearaolongodoscaminhos. OmodelotradicionaldacasaruraldailhaGraciosaéa“casadeempena”,quesecaracterizapeladisposiçãoemrelaçãoaos caminhos.Emborapresentenoutrasilhasdoarquipélago,sónailhaGraciosaéqueestetipodearquitecturasetornouaregra.A “casadeempena”surgesempreperpendicularmenteaoscaminhos,valorizandoaempenaemdetrimentodafachadaprincipal, atravésdaqualsefazoacessoàhabitação.Asjustificaçõesparaestatipologiasãotrês: • Osantigosconstruíamascasassemprevoltadasparaonascenteparaseremmaissaudáveis; • Escondeaosestranhosaactividadefamiliarqueemboapartesedesenvolveemfrentedacasa; • Sendohábitoconstruirseahabitaçãoàbeiradaestrada,éumamaneiradepouparespaço. A“casadeempena”dividesetipologicamenteem3gruposfundamentais: Casa de cozinha perpendicular: estetipodecasaevoluiuapartirdacasadecozinhadissociada,ondesurgiam2blocos distintos, espacialmente separados que correspondiam à área de dormir e à cozinha. Na casa de cozinha perpendicular,sempretérrea,oblocoqueantessurgiaseparadosurgeagorajustapostoàáreadeestaredormir, criandoumaplantaemL,demarcadaporcoberturasdistintas. Casa linear: Neste tipo de casa a cozinha inserese no prolongamento da habitação, correspondendo a uma única fachadaondeseencontramamaiorpartedosvãos,incluindoasduasportas(umadacozinha,outradosquartos). Namaiorpartedoscasosestetipodehabitaçãoficaperpendicularaocaminhoeaempena,sistematicamentevirada paraarua,évalorizadaemdetrimentodafachadaprincipal.Anívelinternoestacasaégeralmentedivididaem3 espaços;acozinha,oquartoea“loja”,ondeénormalexistirumlagarparaproduçãodevinhoeaadega.

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Casa integrada :comasduaságuasdotelhadodesiguaiseoseuperfilassimétricoéotipodehabitaçãoquedistingue maisfortementeaarquitecturadailhaGraciosa.Asuaplantacompactaequadrangulardivideseemdoispequenos corposlinearesseparadosporumaparededealvenaria.Oacessofazsepelafachadaperpendicularaocaminho. Estacasavariabastantenasuaorganizaçãointerna,desdeoscasosmaissimplesemquecadablococorresponde aumadivisão,atéaosmaiselaboradosemqueaportadafachadaprincipalabreparaumcorredorcomumadivisão decadaladoequedesembocanacozinha. Noexteriordascasas,independentementedasuatipologia,encontramsequasesemprealgunselementospráticos,quefundem apaisagemurbananarural. Acisternaeotanquesãopeçasfundamentaisumavezqueailhaéextremamentesecaeaspoucasnascentesnãopossuemum caudalsignificativo.Aáguadaschuvasérecolhidapormeiodecaleirascerâmicasquecircundamacasasobosbeiraise conduzem a água para a cisterna ou tanque onde é armazenada. Este método de recolha de água do telhado é muito característicodaarquitecturadailhaeaindasobreviveemgrandepartedascasasrurais. Esteaproveitamentedaáguanãoserestringeàarquitecturadascasas,masfoiumapreocupaçãoconstantenahistóriadailhae éreflectidanoutrasestruturasderecolha,armazenamentoedistribuiçãodeágua(Figura19).Noseuconjuntoasestruturas devotadasamaximizaracaptaçãoeaproveitamentodaáguasãoreferenciadascomo“arquitecturadaágua”esãoúnicasnos Açores,poissóestailhaapresentouproblemasdecarênciadeágua.Estetipodearquitecturarevestesedeextremaimportância poisreflecteapreocupaçãoeconhecimentorelacionadoscomaconservaçãodosrecursoshídricos.

Figura 19. AspectosdaArquitecturadaÁguanailhaGraciosa.Daesquerdaparaadireita:PauisdearmazenamentodeáguaemSantaCruz daGraciosa;tanquespúblicosparalavagemderoupa;bebedouropúblico. Aindanascasasrurais,a“burra”domilhoéumtipodesequeiroemmadeiraquesurgeumpoucoportodaailhaeevidenciaa importânciaqueomilhoadquiriunaalimentação(Figura20).Tratasedeumaestruturaprismáticacombaserectangularassente emquatrooumaispilaresdebasaltoondesearmazenaomilhoemmolhose,porserentendidacomoumaestruturanobreé, juntamentecomacisterna,construídoemfrenteàhabitação.

Figura 20. “Burra”domilho,umaestruturaagrícolapresenteportodaailha.

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Ospalheirossãoconstruçõesemalvenaria,geralmentesemreboco,quesedestinamaoarmazenamentodepalhaoulenha.O alpendredocarro,construídoemmoldessemelhantesaodopalheirodestinaseàprotecçãodocarrodeboiséàrecolhade alfaiasagrícolas. Sendoopãodetrigoedemilhoumadasbasesdaalimentaçãodopovodailha,quasetodasascasaspossuemumforno.O fornocomachaminéacopladasurgecomoumblocosaliente,defisionomiaquadrangularecobertocomtelhanastraseirasda habitação.Aschaminéssãoumadascaracterísticasarquitectónicasmaisinteressantesdailhaeapresentamformasdiferentes desdevolumososparalelepípedos,queprovavelmente correspondemaumacronologiamaisantiga,atéàchaminédemãos postas,desilhuetagraciosaequeémuitocomum. Frutodaimportânciaqueaproduçãodecereaisalcançounailha,háumagrandeprofusãodemoinhosdevento,tendoestetipo deconstruçãosetornadoem ex-líbris dailhaGraciosa(Figura21).Segundoalgunsautores,otipodemoinhoexistentenailha atestainfluênciasflamengas.Paraoutros,haveráinfluênciasdoMédioOriente,sobretudonascúpulas,pelassuascaracterísticas bizantinas.

Figura 21. Moinhodevento,o ex-líbris dailhaGraciosa Estetipodemoinhoécompostodeumedifíciodepedra,rebocadoecaiado,emformadetorretroncocónica,dealturavariável, maiselevadoedeaparênciamaisesbeltadoqueadosmoinhosdepedrascontinentais,ondeserasgamassuasváriasjanelas eportas,equeremataporumtejadilhogiratóriodemadeira,emformadecúpulaoucimalhasemiovóidecombico,cujofundo encaixaligeiramenteeseajusta,porfora,notopodaparede,comoumchapéu. Dacimalhaemergemparafora,fundamentalmente:àfrente,apontadomastro,ondeseinseremquatrovelasdepanotendido sobreumagradequadrangulardetravessasdemadeira;dosladoseatrás,aspontasdetrêsbarrotesgrossosdasuaarmação, àsquaissefixamtrêspausderabodomoinho,queafazgirar,procurandoaorientaçãoconvenienteparaasvelas,contraa direcçãodoventoquesopra. Estesmoinhosconstamnormalmentededoispisos,ligadosporumaescadariainterior.Nopisosuperior,situaseamoenda, encimadapelomecanismomotorinterno,sobaarmaçãodacúpula,àvista;nopisotérreoficam,apenas,alémdomecanismono altoedacaixaondecaiafarinhaquevemdasmósporumacondutademadeira,osarrumosprópriosdestasinstalaçõesea escada. Culturalmente,ailhatambémfoiinfluenciadapelosaspectosnaturaisepelasuahistória.Apopulaçãosentiudesdesempreo pesodasolidãoedoisolamentofísico.Anecessidadedeconvíviolevouànecessidadedequebrarsilênciosedistânciasoquefoi feitodemuitasformas,nomeadamenteatravésdamúsica.

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UmdosaspectosmaisimportantesdaculturadailhaGraciosaéprecisamenteasuamusicalidade.Esteéumpovopacato, afável,laboriosoedomaisfinotratoqueapreciaosprazeresdavida,sejanaslongasnoitesdosbailesdeCarnaval,sejanum concertopúblicoounumrecitalfamiliar.NosmeadosdoséculoXXhavia,naGraciosa,amédiadeumpianoparacada50 habitantes,oqueétestemunhodaerudiçãomusicaldapopulação. Foiessegostopelamúsicaepelasdiversõesquelevouàfundaçãodediversosagrupamentosmusicaisque,aolongodosanos, tiveramafunçãodealegrar,recrearecultivar:osgruposcorais,asfilarmónicaseosgruposdefolcloreedebailado. AprimeirafilarmónicaquesurgiunaGraciosafoiadosnegrosbrasileiros,em1818,trazidaporTimóteoEspínoladeSousa Bettencourt,emigrantenoBrasil.Maistardeoutrasfilarmónicasforamaparecendoeextinguindose.Hojeexistemquatrobandas nailha,sendoamaisantigaaUniãoPraiense,fundadaa12deMaiode1889. Quanto ao manter das tradições de cantares populares surgiram alguns grupos, procurando apresentar e cultivar as modas antigas.OranchofolclóricodaCasadoPovodeGuadalupe,fundadoem1978,éaquelequemaissetemdistinguido,comofiel transmissordessamúsicapopular. Em1988foicriadaaAcademiaMusicaldaIlhaGraciosaehojeépatenteosaltoqualitativoentretantoverificadoemtermos musicais.EstaEscolaministraasdisciplinasdeIniciaçãoMusical,FormaçãoMusical,Canto,Piano,Ballet,HistóriadaMúsica, Trompa,Trombone,Tuba,Clarinete,FlautaeViolino. De referir ainda que o Carnaval na Graciosa, com nítidas influências brasileiras, é extremamente animado e constitui um “fenómeno”culturaldesignificativaexpressão.Tratasedeum“Carnavaldesalão”,vividoentusiasticamentenassedessociaisde clubesecolectividades,queseornamentamapreceito,embailesanimadíssimosondereinaaespontaneidade,aalegriaea criatividade,merecendodestaqueosconcursosdefantasiasindividuaisedegrupo,bemcomoasmáscaraseas“modasde viola”. AsfestasemhonradoDivino Espírito Santotêm,tambémnestailha,grande significadoreligiosoeexpressão profana. Do Pentecostes ao Verão, as diversas localidades da ilha festejam animadamente. E ainda há gente a cantar folgas e folias, merecendodestaqueosfoliõesdasFontes. NasegundasemanadeAgosto,realizamseasFestasdoSenhorSantoCristodosMilagres,queatraiinúmerosvisitantesàilha, bemcomoemigrantesquealivoltamemromariadesaudade. Associadasaváriasfestividadessurgemarraiaiscomcomesebebes,vendadeartesanatoeprodutostradicionais,músicae outrostiposdediversão,comênfaseparaastouradasàcorda(Figura22).AestreitarelaçãodasilhasGraciosaeTerceira tambéméreflectidanesteaspectoe,aseguiràilhaTerceira,énailhaGraciosaqueatouradaàcordatemmaissignificância culturalnosAçores.

Figura 22. Uma“novilhada”àcordanailhaGraciosa.

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Atouradaàcordaénormalmenterealizadaemcamposabertosouestradasetodaapopulaçãopode“tourear”.Osanimaissão amarradosaumalongacorda,esãocontroladosporvárioshomensparanãocausaremferimentosgravesaosparticipanteseà assistência.Aocontráriodastouradastradicionaismediterrânicas,osanimaisnãosãoferidoscomlançasouespadasequando secomeçamadarmostrasdecansaçosãorecolhidos.Oobjectivoprincipalparecenãosertantoalidedotouromassimveros participantesadesafiarefugirdoanimale,porvezes,seremlançadosaoarporumamarradabemcolocada.Sãoestasas situaçõesquearrancamasmaioresmanifestaçõesdeclamorporpartedaassistência. Nãoobstanteoobjectivolúdico,astouradasàcordatêmtambémumcarizdeafirmaçãodemasculinidadeealgunsaspectos iniciáticos. É raro ver mulheres envolvidas nesta actividade e os homens mais corajosos adquirem um estatuto social mais elevado.Nas“novilhadas”,ondeotouroésubstituídoporumnovilho,osprincipaisparticipantessão adolescentes querendo afirmarasuamasculinidadeepassagemàidadeadultaatravésdademonstraçãodecoragem.Estavertentesociológicasepara astouradasàcordadastouradasemarenas,nasquaissóumaeliteparticipaeemqueosaspectosdeafirmaçãosexualritode passagemforamperdidose,emboraasuamanutençãopossasermotivodeacesadiscussão,explicaasuarelevânciasócio culturaleritual. Devidoàconjunçãodecaracterísticasnaturaisúnicaseaumperíododeimportantedesenvolvimentocultural,ailhaatraiu,ao longodosséculos,figurasimportantesdasciênciasedasartes. OprimeirodelesfoiopadrejesuítaAntónioVieira,quealifoipararem1654,depoisdonaufrágiodobarcoemqueregressavaa LisboavindodoBrasil.PermaneceudurantedoismesesnaGraciosa,duranteosquaisseconsagrouàescrita,tendodeixadona ilhaadevoçãodoTerçodoRosário.SeguiuselheoescritorfrancêsChateaubriand,em1791,quandoseguiadeFrançaparaa América, fugindo aos horrores da Revolução Francesa. Nas suas obras “Voyage en Amérique, Essai Historique sur les Révolutions e Memóires d´Outre-Tombe”,oescritordácontadovividoedosentidonaquelailha. Em 1814 Almeida Garrett (um dos principais nomes da literatura portuguesa), com apenas 15 anos de idade, escreveu na Graciosaosprimeirosversos.Segundoatradiçãooral,ofuturoescritorapaixonouseporumadonzeladailha,denomeLília,a quemescreveuváriasodes,maistardepublicadasnolivroOsprimeirosversosdeGarrett,deMendoBem,apartirdomanuscrito originalqueGarrettofereceraaograciosenseFranciscoHomemRibeiro,intitulado “Odes Anacreonticas compostas e offerecidas ao senhor Francisco Homem Ribeiro por J.B.S.L. seu menor criado” . Em1879,opríncipeAlbertodeMónaco–quesedistinguiupelosseustrabalhoshidrográficoseestudosdavidamarinha– aportouàGraciosa,noseuiate“Hirondelle”,evisitouaFurnadoEnxofreeoutrascavidadesvulcânicasdailha.Albertode Mónacofoiosegundocientista(oprimeirofoionaturalistaFouqué,em1873,autorde “Voyage Geológique de l´Açores”) a estudaraFurnadoEnxofre,chamandoaatençãodoscientistasparaoseuinteresseeoriginalidade.Visitouaváriasvezeseno seuestudo “Campagnes Scientifiques”,consideroua “um milagre único da Natureza” . Em1922,oescritorRaulBrandãovisitouosAçores,edasimpressõescolhidasdessaviagemresultou,doisanosmaistarde,o livro “As Ilhas Desconhecidas”. Embora não tenha desembarcado na Graciosa, Brandão tece, naquela obra, considerações relevantessobreestailha. Nosanos50doséculoXX,éVitorinoNemésioque,nolivro “Corsário das Ilhas”escrevepáginasinesquecíveissobreaGraciosa. ÀFurnadoEnxofrechama “a catedral de lavas ínvias dos Açores” .E,maisrecentemente,umoutroescritor,JoãodeMelo,no seulivro “Açores – O segredo das ilhas”,referindoseaessacavidadevulcânica,escreve: “(…) é mesmo essa ideia de que estamos fora da realidade; num sonho, numa página de ficção, tal como a teria imaginado o escritor Júlio Verne, na sua Viagem ao Centro da Terra ”.TambémopoetagraciosenseVictorRuiDores,noseupoema “Visões das Ilhas” ,fazreferênciaàFurnado Enxofre,dandolheumcarizfemininoeerótico. Refirase,finalmente,aimportânciadetrêsimportantesequipamentosquesãopólosgeradoresdecultura:oMuseu,oCentro CulturaleaBibliotecaMunicipal. NoMuseudaGraciosa,afuncionarnumantigogranel,estãopatentes,noprimeiroandar,secçõesdeetnografiaagrícolaede transportes,passandopelacasarural,etnografiadoméstica,arteseofícios,epigrafia,fotografia,entreoutroselementos.Existe aindaumasaladeexposiçõestemporárias.Norésdochãodoedifícioencontramosalojadoslagares,oexlíbrisdomuseue umaoutrasalacomcolecçõesdeobjectosrelacionadoscomosmaisdiversosofícios. O Centro Cultural da Graciosa, espaço aprazível com excelentes condições acústicas, é o local onde se realizam as mais variadas actividades culturais. Possui um auditório com 260 lugares, galerias laterais, palco tecnológico, fachadas interiores constituídasporprumadasdebasaltoqueimitamcasascomjanelasevarandins. ABibliotecaMunicipal,inauguradaemMarçode2005,emedifícioondeoutrorafuncionaramosserviçosdoTribunaledaCadeia, promove diversas actividades lúdicopedagógicas e exposições mensais. Possui quatro salas distintas: de audiovisuais, de periódicos,infantojuvenileexposições. Emtempodeglobalizaçãoedemassificaçãoatodososníveis,umapequenailhacomoaGraciosadeverámarcaradiferença através da cultura. A manutenção das tradições culturais aliada à conservação dos valores naturais poderão ajudar ao desenvolvimentodailha,atravésdavalorizaçãodeprodutoseaberturaanovosmercados.Énessaperspectivaqueacriaçãode

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Governo dos Açores umaReservadaBiosferapoderáajudaraaliarapreservaçãodopatrimónioculturalenaturalaodesenvolvimentodapopulação, aoprojectarevalorizaraimagemdailha.

11. Características físicas

11.1. DESCRIÇÃO GERAL DAS CARACTERÍSTICAS DO LOCAL E DA TOPOGRAFIA DA ÁREA AilhaGraciosafazparteintegrantedoGrupoCentraldosAçorese,comapenas60,7km 2deáreae38,9kmdelinhadecosta,é asegundamenorilhadoarquipélago(aseguiraoCorvo)eadealtitudesmaisbaixas,atingindoasuacotamáximaaos405m.A ilhaéalongadasegundoumaorientaçãoNWSE,dadasascondicionantesgeotectónicasassociadasàsuaformação,estando localizadanoextremoocidentaldo“RifedaTerceira”.O“RifedaTerceira”éumaimportanteestruturatectónicadaRegiãodos Açores, que se desenvolve pelas ilhas Graciosa, Terceira, São Miguel e zonas marinhas intermédias, incluindo o vulcão submarinodoBancoD.JoãodeCastro. Comumcomprimentomáximode12,6kmelarguramáximade7,0km,ailhaGraciosadista56,8kmdaPontadaSerreta,nailha Terceirae36,5kmdaFajãdoJoãoDias,nailhadeSãoJorge. DopontodevistageomorfológicopodemsedistinguirnailhaGraciosaduasáreasdistintas:1)umaáreadecotasbaixas,relevos suavesecaracterizadaporváriosconesdeescórias–aPlataformaNoroestee2)umazonamontanhosa,asudeste.Estazona montanhosaéformadaportrêsmaciçosvulcânicosdistintos:i)aSerradasFontes,anorte,comumaorientaçãogeralNWSEe vertentes muito escarpadas; ii) o maciço centromeridional,asul,queincluiasserrasDormidaeBrancae iii)omaciçoda Caldeira,noextremosudestedailha,quecorrespondeaumvulcãopoligenéticocomcaldeira. APlataformaNWocupa,sensivelmente,umterçodailhaeapresentacotasmédiasdecercade50m,ondeestãoimplantados32 conesmonogenéticos(e.g.conesdeescórias),nasuamaioriadefinindoalinhamentosvulcanotectónicosdeorientaçãogeral NWSE.Osmaioresconesvulcânicospresentesnestazona,oPicodasBichaseoPicodaAjuda,apresentam,respectivamente, diâmetros médios basais de 600 m e 540 m e têm vertentes rectilíneas declivosas. Por seu turno o Pico das Caldeiras correspondeaoconedemaioraltitudedestaárea,com181m.Nestaplataformaquasenãoexistemcursosdeágua,nemháuma redededrenagemsuperficialorganizada,peloqueasuadensidadededrenagemémuitobaixa. OmaciçodaSerradasFonteslocalizasenapartecentraldailha,apresentaumaconfiguraçãogrossomodocirculareatinge umaaltitudemáximade375m,noPicodoFacho.Enquantoqueassuasvertentesnortedescemprogressivamenteemdirecção aolitoral,asvertentessuleEstedestemaciçosãomuitodeclivosaselinearizadas,segundoescarpasdefalha.Oscursosde água,empequenonúmeroedecurtotrajecto,estãoimplantadossobretudonoflanconortedaSerradasFontes. AunidadegeomorfológicaSerraBranca–SerraDormidaéformadapordoisrelevosseparadosporumadepressãoalongada,de orientaçãogeralNWSE.AnortedareferidadepressãoencontraseaSerraDormida,constituídaporalgunsconesvulcânicos comcratera,alinhadossegundoumadirecçãoNWSEequeatingemumaaltitudemáximanoPicoTimão(398m). ASerraBranca,asuldaqueladepressão,apresentaasuacotamáxima(375m)nazonadoParqueEólicodaGraciosaeda CaldeirinhadePêroBotelho.AcaracterísticamorfológicamaismarcantedestazonacorrespondeaofactodassuasvertentesSWse apresentarem segundo escarpas costeiras muito declivosas e de altura considerável (por vezes superior a 300 m), designadamenteparaNWdaPontaBranca.NomaciçodaSerraBrancaedaSerraDormidaoscursosdeáguasãonumerosos, definindoumaredededrenagemsuperficialorganizada. OmaciçodaCaldeirasituasenoextremoSEdailhaGraciosaeestáseparadodosrestantesporumazona deprimida de orientaçãogeralNESW.Estazonadeprimida,queseestendedesdeafreguesiadePraia,nacostanorte,atéàBaíadaFolga, nacostasul,estáassociadaàfaixacosteiraSEdailha,anterioràedificaçãodovulcãocentraldaCaldeira.Ouseja,antesda edificação do Vulcão da Caldeira, a “ilha primitiva” terminaria nesta zona deprimida, a SE da qual se espraiaria o Oceano Atlântico.AcomprováloestáaexistênciadedepósitospiroclásticossubmarinosnazonadaBaíadaFolga–Limeira. O maciço da Caldeira corresponde, morfologicamente, a um estratovulcão com caldeira, constituído por escoadas lávicas e depósitos vulcaniclásticos diversificados, relacionados com uma actividade em diversos centros eruptivos implantados nos flancosdovulcãoenointeriordacaldeira.Oscursosdeáguanestaunidadegeomorfológicasãonumerosos,especialmenteno flancoNEdovulcão,tendosedesenvolvidoumaredededrenagemsuperficialbemmarcada,dotipoconsequente(i.e.emquea trajectóriadoscursosdeáguaestácondicionadapelodeclivedasvertentesdovulcão)edepadrãoradial. 11.1.1. ELEVAÇÃO MAIS ALTA ACIMA DO NÍVEL DO MAR Amaiorelevaçãoacimadoníveldomaratingeumaaltitudede405m.

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11.1.2. ELEVAÇÃO MAIS BAIXA ACIMA DO NÍVEL DO MAR Amaisbaixaelevaçãoacimadoníveldomaréde0m.

11.1.3. PARA ÁREAS COSTEIRAS /MARINHAS , MÁXIMO DE PROFUNDIDADE ABAIXO DO NÍVEL MÉDIO DO MAR Paraasáreascosteiras/marinhas,omáximodeprofundidadeabaixodonívelmédiodomarédecercade100m

11.2. CLIMA Segundo a classificação climática de Köppen, os Açores estão na transição de um clima mediterrânico (Csa) e um clima subtropicalhúmido(Cfb).Aprecipitaçãoérelativamenteelevadaemtodooarquipélago,mastendencialmenteaumentadeleste paraoeste.Ahumidadedoartambéméelevadaespecialmenteaaltitudessuperioresa600m.Emmédiaaprecipitaçãoaumenta aproximadamente25%porcada100metrosdeincrementodealtitude. AssituaçõesclimáticasobserváveisnoarquipélagodosAçoressãoresultantes,emlargamedida,dacirculaçãoatmosféricageral noAtlânticoNorte.Oestadodotempodepende,fundamentalmente,dodesenvolvimento,orientaçãoedeslocaçãodoanticiclone dosAçores,bemcomodoconsequentejogodemassasdear(tropical,marítimoepolarmarítimo). AsituaçãomarítimadailhaaliadaàpassagemasuldoarquipélagoderamodacorrentequentedoGolfo tem uma acção bastantemarcantenassituaçõesclimáticasobservadas.Paraalémdestasituaçãoproporcionarumahumidadebastanteelevada (Figura23a),reduzasamplitudestérmicas.

Figura 23.Médiasanuaisde:a)Humidaderelativa(%),b)Precipitação(mm)ec)Temperaturas(ºC)(fonte:ProjectoClimaatObservatóriodo AmbientedosAçores).

Anívellocal,aáreaealtitudereduzidasdailhacondicionamoseuclima,nãoexistindo“andaresclimáticos”dealtitude,como acontecenoutrasilhasdoarquipélago.AprecipitaçãomédiaanualéligeiramentemaiselevadanotopoevertenteSEdaSerra Brancanocentrodailha(Figura23b),sendoaszonasdaPlataformaNWasqueapresentammenorpluviosidade.Emrelaçãoà temperaturamédiaanual,aszonasmaisbaixasapresentamosmaioresvalores,emespecialaáreadaPlataformaNW.Asáreas dasSerrasdasFontes,DormidaeBrancaedaCaldeirasãoasqueapresentamasmenorestemperaturasmédias.(Figura23c) Aprecipitaçãomédiavariaentre37mmemJulhoe118mmemNovembro.Atemperaturamédianormaltemumavariaçãode cercade9ºC,sendoasmenorestemperaturasregistadasemFevereiro(média13,6ºC)easmaiselevadasnomêsdeAgosto (médiade22,3ºC).

11.2.1. TEMPERATURA MÉDIA DO MÊS MAIS QUENTE Atemperaturamédiadomêsmaisquente(Agosto)éde22,3ºC.

11.2.2. TEMPERATURA MÉDIA DO MÊS MAIS FRIO Atemperaturamédiadomêsmaisfrio(Fevereiro)éde13,6ºC.

11.2.3. PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL 92,95 MM . Aprecipitaçãomédiaanualéde845mm.

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11.2.4. SE EXISTIR UMA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA NA RESERVA DA BIOSFERA CANDIDATA , OU PRÓXIMA , INDICAR O ANO A PARTIR DO QUAL OS DADOS CLIMATÉRICOS FORAM REGISTADOS . a) Manualmente Osregistosdetemperaturadeformamanualiniciaramseem1971

b) Automaticamente Osregistosdetemperaturadeformaautomáticainiciaramseem2002

c) Nome e local da estação ObservatórioMeteorológicoGraciosaAeródromo

11.3. GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA, SOLOS Dopontodevistavulcanoestratigráfico,individualizamsequatrocomplexosdistintosnailhaGraciosa,sãoeles,domaisantigo paraomaisrecente:oComplexoVulcânicodaSerradasFontes,oComplexoVulcânicodaSerraBranca,oVulcãodaCaldeirae o Complexo Vulcânico da Praia (ou Unidade da Vitória). Os dois últimos incluem unidades contemporâneas, ou seja, com erupçõesvulcânicasdeidadesemelhante. Emtermosgerais,ahistóriaeruptivadestailhaécaracterizadapordepósitosdenaturezatraquítica,associadossobretudoaos complexos vulcânicos da Serra Branca e do Vulcão da Caldeira, enquanto que o Complexo Vulcânico da Praia exibe uma predominânciadeprodutosvulcânicosdenaturezabasáltica s.l. (Figura24). NoComplexoVulcânicodaSerradasFontesverificaseigualmenteumapredominânciadeprodutosdenaturezabasáltica s.l. , indicativosdovulcanismoprimitivodebaixaexplosividadetípicodailhaGraciosa,hácercade600.000anos. ASerraBrancadeverácorresponderaosresquíciosdeumvulcãocentralcomcaldeira,ecomcâmaramagmáticasubjacente, ondepredominou,hácercade350.000anos,umvulcanismoácidoemuitoexplosivo,comooatestamasrochastraquíticas(e.g. domose coulées )queafloramnasarribasdaPontaBranca.

Figura 24.CartavulcanológicadailhaGraciosa(adaptadodeGASPAR 1996 in FORJAZ 2004).

OvulcãopoligenéticodaCaldeira,porseuturno,incluidepósitospomíticosdequeda, lahars , surges eescoadaspiroclásticas, que apontam claramente para a ocorrência de importantes fases eruptivas explosivas, do tipo subpliniano a pliniano, na edificaçãodesteaparelhovulcânico,alternandocomoutrasdecaráctermuitomenosexplosivo,denaturezabasálticaecoma emissão de escoadas lávicas e piroclastos submarinos e subaéreos (e.g. escórias ou bagacina). Refirase que a primitiva actividadesurtseianaeestrombolianadoVulcãodaCaldeiraestápatente,porexemplo,naPontadaRestinga,Carapacho,Ilhéu deBaixoeBaíadaFolga.Observase,ainda,umclaroincrementonaexplosividadedaserupçõessubsequentes(comemissão demateriaispomíticos),testemunhodeumprocesso dediferenciaçãodomagmaemprofundidade,muitoprovavelmente na dependênciadirectadeumacâmaramagmática.

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Aformaçãodacaldeira,há12.200anos,deveráterresultadodaacçãoconjugadadeerupçõesdotipohidromagmático,umadas quais terá sido responsável pelo desmantelamento do flanco NW deste vulcão. As paredes da caldeira mostramse muito erodidasemdeterminadaszonas,havendonasuabasediversosdepósitosdevertentederivadosdemovimentosdemassa, nomeadamentedesabamentosequebradas. Noperíodosubsequenteàformaçãodacaldeira,ouseja,nosúltimos12.000anos,terãoocorridováriosepisódioseruptivosna ilhaGraciosa,sendodedestacarosepisódiosresponsáveispelaedificaçãodosconesintracaldeira,dosdomos“283”e“285” existentesnoflancoSWdoVulcãodaCaldeira,daCaldeirinhadePêroBotelhoe,ainda,dasescoadasbasálticasdoPicoTimão edo“lagodelavadaCaldeira”. De entre estes destacase o importante episódio de carácter efusivo localizado no interior da caldeira, que culminou com a formaçãodeumlagodelava,cujacondutaprincipalterseásituadonolocalondeactualmenteseencontraaFurnadoEnxofre. EstelagodelavatransbordoupelobordoNWdacaldeira,menoselevado,sobaformadeumderramelávicodotipo pahoehoe , quesemovimentouemdirecçãoàcostasul,atéàBaíadaFolgaeàLuz,efluiutambémparanorte,atéàzonadeLagoa,na freguesiadaPraia,cobrindoactualmenteumaáreadecercade4,2km 2.Noseutrajectoaolongodasencostasdovulcãocentral,este derramelávicooriginouváriascavidadesvulcânicas,incluindoaFurnadaMariaEncantada(nobordodaCaldeira),aFurnado AbeleaGaleriadoForninho,apresentandoactualmenteumamorfologiadiferenciadarelativamenteàsformaçõesgeológicas adjacentes,essencialmentepomíticas. OComplexoVulcânicodaPraia(ouUnidadedaVitória)traduzumasequênciadeepisódioseruptivosdebaixaamoderada explosividadeenaturezaessencialmentebasáltica(erupçõesdotipoestrombolino),queocorreram,sobretudo,naparteNWda ilhaGraciosaequeforamresponsáveispelaedificaçãodeváriosconesvulcânicos(conesdeescóriaseconesde spatter ).Estas erupçõesocorrerampreferencialmenteaolongodedirectrizestectónicasactivasdailha(deorientaçãogeralNWSE),nasua maioriaemterra,mastambémnomar,nasimediaçõesdailha. Nesteúltimocaso,aserupçõesdotiposurtseianoassociadasoriginaramdepósitosdepiroclastossubmarinos,comoosquese observamemvárioslocaisdailha,nomeadamentenoseuextremoNW,entreoBarroVermelhoeoFaroldaPontadaBarca,nas proximidadesdoAeródromodaGraciosa.Refirasequeoscentroseruptivosresponsáveisporestesprodutosvulcânicosterse ãolocalizadoaolargodacostaeforamposteriormentedestruídospelaacçãoerosivadomar. Nocontextodageologiaedavulcanologiadailhamereceespecialreferênciaofactodaformaçãogeológicamaisrecentedailha GraciosacorresponderàdaerupçãodoPicoTimão,comumaidadeinferiora2.000anos(Figura25).Aescoadalávicabasáltica associada, do tipo aa ,foiemitidadaqueleconedeescórias,situadoacotasaproximadasde300m,noflancoNEdaSerra Dormidaeapresentaumaextensãodecercade4km,tendoatingidoomarnazonadaArrochela,Praia.

Figura 25.RepresentaçãodaescoadalávicadoPicoTimão,últimaerupçãovulcânicaocorridanailhaGraciosa,hámenosde2000anos (AdaptadodeGASPAR 1996).

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PRINCIPAIS ELEMENTOS DA GEODIVERSIDADE DA ILHA GRACIOSA AilhaGraciosapossuiumavariedadedeestruturas,formasemateriaisgeológicosqueespelhamageodiversidadepresente nestaparceladoarquipélagodosAçores,queincluem:

Vulcão Central AformavulcânicamaisimponentedailhaGraciosaéoseuvulcãocentralcomcaldeira,queselocalizanaextremidadeSEda ilha e que terá atingido, na fase précaldeira, uma altitude máxima da ordem de 600 m. Este constitui um edifício poligenético constituídoporumaalternânciadedepósitosvulcaniclásticoseescoadaslávicas,quesedesenvolvemaolongodevertentes relativamentesuaves,àexcepçãodoseuflancoSE. OVulcãodaCaldeiraapresentaumdiâmetrobasalmédiodecercade4,4km,ocupaumaáreadeaproximadamente18km 2, atingeactualmenteumaaltitudemáximade405meapresentaumvolumedaordemdos2km 3.Constitui,comtaisdimensões,o maispequenovulcãopoligenéticodoarquipélago,notopodoqualexisteumacaldeiraelíptica,comaproximadamente1,6kmde diâmetromaior,segundoumadirecçãoNWSE. AedificaçãodoVulcãodaCaldeiradeveráseteriniciadohácercade50.000anos,segundoerupçõeshidromagmáticas,dotipo surtseiano,dandoorigemadepósitosdetufoscomo osquesepodemobservar,porexemplo,naPontada Restinga e do Carapacho.Porseuturno,oepisódioexplosivoresponsávelpelaformaçãodasuacaldeira,teráocorridoháaproximadamente 12.000anos.

Cones de escórias e de spatter OsconesdeescóriassãoaformavulcânicamaisfrequentenailhaGraciosa,distribuindosepelaPlataformaNW(32),oflanco nortedaSerradasFontes(6),osrelevosqueintegramomaciçocentromeridionaldasserrasDormidaeBranca(18)enos flancosdoVulcãoCentral(2)(Figura26).Tratamsedeformasmonogenéticas,ouseja,edificadasduranteumaúnicaerupção vulcânica,nasuagrandemaioriadotipoestromboliano,debaixaamoderadaexplosividadeecaracterizadaspelaformaçãode umconepiroclástico(comcinzas, lapilli eblocosoubombas)eaemissãodeescoadaslávicas.

Figura 26.DistribuiçãodosconesdeescóriasexistentesnailhaGraciosa(modificadodeGASPAR 1996).

Dosmaisde50conesdeescóriasexistentesnailhaGraciosa,cercade60%apresentammorfologiasbempreservadas,com contornocircular,vertentesinclinadas,rectilíneasetruncadosnotopoporumacratera.Estascraterasterminaisestãoassociadas àsexplosõesmoderadasquecaracterizamaserupçõesdemagmasbásicosqueestãonaorigemdosconesdeescórias. OsmaioresconesvulcânicospresentesnailhaGraciosasãooQuitadouro,oPicodasBichas,oPicoTimãoeoPicodaAjuda(este últimopróximodaviladeSantaCruz),comdiâmetrosmédiosbasaisde635m,600m,550me540m,respectivamente,ealturas médiasdecercade100m.Inversamente,hánailhapequenosconesvulcânicoscompoucomaisdeumacentenademetrosde diâmetroecraterasdereduzidasdimensões,comoéocasodosdoispequenosconesdeescóriasimplantadosaSWdeFunchais.

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Algunsconesencontramserodeadosoucontornadosporescoadaslávicas,estandonestasituação,entre outros,oPicoda Brasileira,oPicodoJardim,oPicodaHortelã,oPicodaForcaeoPicoMachado.Nalgunscasos,osconesdeescóriasnão mostramumcontornoplanarcircularnítidoou,ainda,conesadjacentesapresentammorfologiassobrepostas,evidenciando,por isso,umcontornomaisirregular,comoéocasodoPicodasTerças. NailhaGraciosaexisteum spatter cone (ouseja,umconeformadopelaacumulaçãode“salpicosdelava”soldados),bem preservado–aCaldeirinhadePêroBotelho.Nabasedasuacratera,comcercade150mdediâmetro,existeumalgarvulcânico.

Cones de Tufos Surtseianos Embora pouco numerosos, existem na ilha Graciosa cones de tufos associados a erupções hidromagmáticas (ou freatomagmáticas)demagmasbásicos(e.g.erupçõessurtseianas),emespecialnazonaSEdailha.Apesardeseapresentarem bastantedesmantelados,nasequênciadeumaintensaactividadetectónicaeerosiva,épossívelobservarresquíciosdeconesde tufosnoIlhéudeBaixo,PontadaRestingaeBaíadaFolga. Nointeriordacaldeiraexistem,também,doispequenosedifícioscomcratera,cujagénesesepodeassociaràocorrênciade eventoshidromagmáticos.OconedaSra.daSaúde,navertenteNWdoVulcãodaCaldeira,correspondeaumconedetufos, queapresentaumaassinaturamorfológicaparcelareestásoterradopelosmateriaispiroclásticospomíticosassociadosaovulcão central.

Escoadas Lávicas Basálticas Asescoadaslávicasapresentamdiferentesformasexternaseestruturasinternas,decorrentesdacomposiçãoepropriedades físicasdomagmaqueasoriginou,dataxadeefusãoedascaracterísticasdasuperfíciedeescoamento.Nesteâmbito,épossível observarnailhaGraciosaescoadasdotipo pahoehoe e aa ,ummantolávicosubmarinoealgunsdomos. Asescoadaslávicasbasálticas s.l. cobremamaiorpartedasuperfíciedaGraciosa.Correspondendoaoprodutovulcânicomais abundantenaPlataformaNW,asescoadasbasálticasestãopresentesigualmenteaolongodasvertentesdaSerradasFontese dosrelevosdoMaciçoCentroMeridionaleespraiamsepeloflancoNWdovulcãocentral. Aslavas pahoehoe sãorelativamentepoucofrequentesnailhaGraciosa,encontrandosesobretudonointeriordacaldeira,na vertenteNWdovulcãocentral(e.g.derramelávicoassociadoaolagodelava)eemcertaszonasdacosta.Apresentamse,em geral, com uma crosta lisa ou fragmentada em placas, surgindo por vezes com uma superfície ondulada, entrançada e/ou encordoada. As escoadas lávicas aa constituem o tipo morfológico com maior expressão na ilha Graciosa, apresentandose com uma superfíciemuitoirregular,rugosaeáspera.Existeminúmerosmoldeslávicosdetroncosederamosdeárvoresemalgumas unidadesdeescoamento,comoéocasodaquelesqueexistemnaescoadalávicadoPicodoMachado,nasproximidadesdo Quitadouro. NabasedaarribadapontanortedaBaíadoEngradeexisteumpequenoderramelávicosubmarino,ondepodemserobservadas lavasemalmofada(ou pillow lavas ),comassuascaracterísticasunidadesdeformatubular,ouarredondada.

Domos Asformasvulcânicasdestetipomelhorpreservadas,emaisespectacularesdailhaGraciosa,correspondemaosdoisdomos implantadosnoflancoSWdoVulcãodaCaldeira(domos“283”e“285”,oudomosdoBeco,oudosFragosos),nasproximidades dafreguesiadeLuz.Estasformas,comumasecçãoplanaraproximadamentecircular,diâmetromédiode275meumaalturade 100m,estãodispostossegundoumalinhamentoNWSE,paraleloaobordosuldacaldeira.Odomo“285”,aleste,apresenta umapequenacrateraterminal,apartirdaqualsedesenvolveumaescoadalávicatraquítica(denominadade coulée ,faceàsua configuraçãomorfológicabemmarcada)comespessuramáximade40mequepercorreuumadistânciadecercade850m. TambémnoMaciçoCentroMeridionalocorremalgunsdomos,porvezescomespessasescoadaslávicasassociadas.Contudo, estas formas vulcânicas não constituem marcos assinaláveis na paisagem graciocense, na medida em que se encontram cobertospordepósitosvulcânicosmaisrecentes,sendoasuaobservaçãorestritaàsarribasdaSerraBranca.

Grutas e Algares Vulcânicos Estãoinventariadas10cavidadesvulcânicasnailhaGraciosa,sendoumalgare9grutaslávicas(Figura27).ACaldeirinhade PêroBotelhocorrespondeaoúnicoalgarvulcânicoconhecidonailha,comcercade37mdeprofundidadeequeestálocalizado nointeriordacrateradeumconede spatter implantadonaSerraBranca.

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Figura 27.LocalizaçãodascavidadesvulcânicasidentificadasnaIlhaGraciosa(1–FurnadoEnxofre;2–FurnadaMariaEncantada;3–Gruta doBomJesus;4–GaleriadoForninho;5–CaldeirinhadePêroBotelho;6–GrutadoManhengo;7–FurnadoAbel;8–FurnaD’Água;9– FurnadoCalcinhas;10–FurnadoMoinho).

Umnúmerosignificativodaquelasgrutaslávicas(5,nototal)estáimplantadonoderramelávico pahoehoe associadoaolagode lavadaCaldeira,merecendoespecialdestaqueasequênciadecavidadesquesedesenvolvedesdeaFurnadaMariaEncantada (comcercade57mdecomprimento),aFurnad’ÁguaeatéàFurnadoAbel(estaúltimacom98mdecomprimento).Esta sequência perfaz, no seu conjunto, uma extensão de cerca de 500 metros desde o bordo da Caldeira, embora de forma descontínuaenalgunssegmentosseapresentecomocristaslateraisassociadasàmovimentaçãodaescoadae/ouaocolapso detúneislávicos. Não obstante, a mais importante cavidade vulcânica da ilha Graciosa é a Furna do Enxofre, verdadeiro ex-libris da geodiversidadedailhaeumadasmaisnotáveiscavidadesdoarquipélago,quefoiobjectoderecenteclassificação,comasua integraçãono“MonumentoNaturalRegionaldaCaldeiradaIlhaGraciosa”(DecretoLegislativoRegionalnº24/2004/A,de14de Julho). Tratasedeumaimponentecavernalávica,comumcomprimentomáximode194m,alturamáximadecercade80mequese caracterizaporapresentarumtectoemabóbadaperfeita.AFurnadoEnxofreestálocalizadanaparteSEdacaldeiradovulcão centralecomunicacomoexterioratravésdeduasfendasdispostasaolongodeumalinhamentotectónicodedirecçãogeralNE SW(Figura28).

Figura 28.AbóbadanaturaldaFurnadoEnxofre.

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Oacessoaoseuinteriorfazseatravésdeumatorrecomcercade37mdealturae uma escadaria em caracol com 183 degraus, edificada no início do século XX (Figura29).Nointeriordestacavidade,napartemaisafastadadaescadariaena zonamaisprofundadagruta,existeumalagoacomprofundidademáximadecerca de22,5metemperaturasdaordemdos16ºC.Ointeriordacavidadeexibe,ainda, umimportantecampodedesgaseificação,constituídoporumafumarolacomlama e por emanações gasosas difusas de dióxido de carbono que se libertam imperceptivelmente em diversas áreas do chão da gruta. Em determinadas condições ambientais a concentração de dióxido de carbono no ar atmosférico podeatingirvaloressuperioresaosadmissíveisemtermosdesaúdepública,facto peloqualolocalémonitorizadoemcontínuopelaUniversidadedosAçores. AgénesedaFurnadoEnxofreestáassociadaàimportantefaseefusiva,dotipo havaiano,queenvolveuaformaçãodeumlagodelava no interior da caldeira, comomencionadoanteriormente.Nafasefinaldestaerupção,alavaexistenteno interiordacaldeiradoVulcãodaGraciosa,aindafluida,foidrenadaaolongoda condutadealimentaçãoprincipaldovulcão,deixandoumvazioprecisamentena zonaondeseencontraestacavidade. Refirase, por último, que existem na ilha Graciosa duas nascentes termais: no CarapachoenaBaíadosHomiziados,ambasacompanhadaspelalibertaçãode gases.AnascentedoCarapacho,conhecidadesde1750,écaptadanumpoçoeé aproveitadaparaalimentarumaestânciatermal,enquantoqueadosHomiziadosé referenciada por Gaspar Fructuoso e apresentase como uma pequena exsurgêncianabasedafalésiacosteira,observadanosperíodosdebaixamar.A temperaturadaáguatermaldoCarapachovariaanualmente,oscilandoentre35e 45ºC.Em1980,umfurodecaptaçãodeáguasrealizadonolugardasCourelas, freguesiadeGuadalupe,revelouapresençadeáguasquentes/termaisnestazona, acercade60mdeprofundidadeecomtemperaturasdaordemde42ºC.(Figura 30) Depressões Vulcânicas OvulcãocentraldaCaldeiraapresentanotopoumadepressãodeformaoval,com cercade1600mdecomprimentosegundoadirecçãoNWSE,800mdelargura máxima e 350 m de profundidade máxima. A formação desta caldeira de subsidência terá ocorrido há cerca de 12.000 anos. O bordo da Caldeira é dissimétrico,sendomaisaltonaextremidadeSE,ondealcançaos405metrosde Figura 29. Torredeacessoaointeriorda altitude,enquantoquenaextremidadeNWatingeapenas252metrosdealtitude. FurnadoEnxofre. Asparedesdacaldeira,abruptasnasuapartemaiselevada,estãosuavizadasna sua base, devido à presença de depósitos de vertente gerados por movimentos de massa, sobretudo desmoronamentos, quebradasedeslizamentos.

Figura 30.TermasdoCarapacho.

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NailhaGraciosaexistemdiversasdepressõesvulcânicasdepequenadimensão,constituindosenasuagrandemaioriacrateras deexplosãoimplantadasnotopodeconesdeescórias.Adimensãodestascraterasémuitovariada,desdealgumasdezenasde metrosdediâmetroatédiâmetrosde305m,270me260mnosconesdeescóriasdoQuitadouro,PicodasBichasePicoTimão, respectivamente. Diversasdestascraterasapresentamseabertaseoconeevidenciaumaformadeferradura,comoéocaso,entreoutros,do Quitadouro,PicodaBrasileira,PicoTimãoePicodaHortelã.Oalinhamentodascraterase,também,dosconesmonogenéticos existentesnailhaGraciosapermitedefiniralinhamentosvulcanotecónicosdailha,bemcomoinferiras principais directrizes tectónicasactivas. Formas Subvulcânicas: Filões e Chaminés AolongodalinhadecostadailhaGraciosapodemserobservadosdiversosfilõesdenaturezabasáltica s.l. (cf.FaroldaPontada Barca,PontadaRestingaeQuitadouro)edenaturezatraquítica s.l. (cf.SerraBranca),nasuamaioria,emzonasinacessíveis porterra. Domesmomodo,aerosãocosteiraatingeporvezesosistemadecondutasdealimentaçãodosconesmonogenéticos( plumbing system ),pondoadescoberto,paraalémdosistemafiloniano, as chaminésdos cones deescóriasedetufos.Destacamseas diversasestruturasdestetipoexistentesnaszonasdePortoAfonsoedoFaroldaPontadaBarca( e.g. PicoNegroeIlhéudaBaleia),na parteNWdailha,edaPontadaRestinga,naextremidadeSEdovulcãocentral.

Figura 31.IlhéudaBaleia.

12. Características Biológicas

12.1. ZONA(S) NÚCLEO DadaadescontinuidadedasZonasNúcleo,paramaiorclareza,adescriçãodostiposde habitat /coberturasãoapresentadosde acordocomadenominaçãodecadaZonaNúcleo. 12.1.1. TIPO DE HABITAT /COBERTURA 1 Ilhéu de Baixo-Restinga - Local AZonaNúcleo“IlhéudeBaixoRestinga”situasenapontasudestedailhaGraciosaeintegrao“IlhéudeBaixo”umazona costeiraeumaáreamarinha,quenototalperfazem243ha.Acostalesteémaisrecortada,tendocomosaliênciasprincipaisa ponta do Mouro e a ponta daRestinga, que limitam a pequena baía da Poça. Um pequeno e conspícuo grupo de ilhéus, genericamenteconhecidosporIlhéudeBaixo,ficam distanciadosdacostadaRestingacercade1kmesãooresultadodo desmantelamentopelaabrasãomarinhadeumpequenoaparelhodeescóriasvulcânicascomumaaltitudemáximade73me umaáreade9ha.ApontadaRestingaéaltaeescarpadaecomapontadoCarapacho,queficasituadaacercade500ma oeste,enquadraumapequenabaíaemcujapartelesteseencontraumpequenoilhéualongado,queéconhecidoporNavio.No

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Governo dos Açores prolongamentodapontadoCarapacho,estendemseparasulumgrupoderochaseilhéus,dosquaisomaiselevadoéde silhuetatriangular,conhecidoporGaivota.Aáreacosteirasubmersapossuiumfundomistodeareiaerocha,existindoalgumas grutasearcosdetamanhosdiversos.

Figura 32.Ilhéudebaixo.

Deentreostiposde habitat específicoscaracterísticosdestacamseosseguintes,queseguemaclassificaçãodaRedeNatura 2000: Águas marinhas e meios sob influência das marés Habitat rochosos e Grutas Enseadas e baías pouco Recifes Vegetação perene das Falésias com flora Outros habitats rochosos - profundas + bancos de praias de calhaus endémica das costas Grutas marinhas areia permanentemente rolados macaronésias. submersas ou semi cobertos por mar submersas Zonascosteirasplanas, Substratosrochososou Comunidadevegetal Comunidadesdasfalésias Grutas,localizadasem abertasaomar,banhadas deorigembiológica, característicadas costeirasepradosde costasdesubstratodiverso, poráguassalgadas, submarinosouexpostos costasrochosasde depósitosdevertentes, deorigemdiversae protegidasdaacção duranteamarébaixa,que lavasoudedepósitos dominadaspelaespécie dimensõesmuitovariáveis, mecânicadasondaspor seelevamdofundo grosseirosdecalhaus endémica Festuca petraea. algumastotalmente ilhasbarreira.Apresentam marinhonazonasub roladosecompostapor submersaseoutrascoma grandediversidadede litoralmaspodem espéciesendémicas, abóbadaacimadasuperfície sedimentosesubstratos estenderseparaazona algumasmuitoraras, domar,podendoinclusive comumaestratificação litoralondeexisteuma semprecombaixa serapenasalcançadaspela profundaebemdefinidade zonaçãoininterruptade densidadeecobertura. águadomarduranteapreia comunidadesbentónicas, comunidadesdeplantase mar.Albergamcomunidades possuidorasdeumagrande animais.Nestesrecifes deinvertebradosmarinhose diversidadebiológica. ocorremcomunidades dealgas.Grandevariedade bentónicasvegetaise deespéciesde animais,bemcomo invertebradosfixaseàs comunidadesnão paredeseaotectodas bentónicasassociadas. grutas.Ochãoé normalmentecobertopor areiafina,podendo apresentarblocosrochosos. Espécies características Asparagopis armata Dictyota dichotoma Dictyota spp. Gigartina sp. Halopteris filicina Halopteris filicina Padina pavonica

Algas Algas Pterocladiella capillacea Pterocladiella capillacea Sargassum vulgare Sargassum vulgare Stypocaulon scoparium Zonaria tournefortii Zonaria tournefortii OrdemCeramiales

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Espécies características (continuação) Juncus spp. Asplenium marinum Festuca petraea Crithmum maritimum Asplenium marinum Euphorbia azorica Azorina vidalii Festuca petraea Daucus carota ssp azorica Spergularia azorica Euphorbia azorica Myosotis maritima Plantago coronopus Plantas vasculares Plantasvasculares Erica azorica Calcinus tubularis Anemonia sargassensis Caryophillia smithii Centrostephanus longispinus Arbacia lixula Galathea squamifera Chromodoris britoi Calcinus tubularis Petrosia ficiformis Corynactis viridis Calliostoma zizyphinum Galathea squamifera Columbella adansoni Holoturia spp. Corynactis viridis Lysmata seticauda Hermodice carunculata Miniacina miniacea Myxilla spp. Ophidiaster ophidianus Paracentrotus lividus Percnon gibbesi Phoronis hippocrepia Sphaerechinus granularis Pinna rudis Stramonita haemastoma Stramonita haemastoma Macroinvertebradosmarinhos Tedania spp. Clathrina chlarus Antedon bifida Mullus surmuletus Balistes carolinensis Sphoeroides marmoratus Chelon labrosus Epinephelus marginatus Synodus saurus Chromis limbata Phycis phycis Coris julis Parablennius ruber Pseudocaranx dentex

Peixes Peixes Pseudolepidaplois scrofa Sarda sarda Seriola dumerili Sphyraena viridensis Thalassoma pavo Larus cachinnans Arenaria interpres Calonectris diomedea Sterna hirundo Melanitta nigra Charadrius alexandrinus Larus cachinnans Columba palumbus Sterna hirundo Ocedeanodroma castro Aves Aves Puffinus assimilis Sterna dougallii

Processos naturais importantes Ossistemascosteirostêmumaelevadaimportânciaecológica,devidoàdiversidadede habitats queabrigameaosprocessos queaíocorrem.Nasáreascosteirasaságuassãopoucoprofundaseosubstratoapresentasepertodasuperfície,oquepermite afixaçãodeumasériedeorganismos,vegetaiseanimais.Osprocessosdetransportedenutrientescriadosnaproximidadedos sistemascosteirosaumentamaprodutividadelocal,fazendocomqueestejamentreosmaisprodutivosdomundo.Poroutrolado, ohidrodinamismoacentuadonainterfaceáguaterracriazonasaltamenteoxigenadas,esubstratoscomplexosqueconstituem habitats ricosembiodiversidade.Os habitats dossistemascosteirossãovitaisparaparteouatotalidadedosciclosdevidade inúmerosorganismosmarinhos,comoáreasdereprodução,maternidade,refúgioealimentação.Diversosorganismos, como bactériasealgas,quesedesenvolvemnaszonascosteirastêmcapacidadesdeeliminaçãoereciclagemdecontaminantes, contribuindoparaadepuraçãodecomponentestóxicoseresíduosdeorigemnaturaleantropogénica. Nocasodezonasdeoceanoaberto,comoéocasodosAçores,aszonascosteirascriadaspelasilhascriamtiposde habitat que deoutramaneiranãoestãodisponíveis,oqueaumentaasuaimportânciatantoanívellocalcomoglobal.Aoagiremcomo pontosdecontacto,estesecossistemaspermitemofluxogenéticoentrepopulaçõesdemuitosorganismos,quedeoutraforma ficariamgeneticamenteisoladas. Os ilhéus, por serem isolados e terem pouco interesse para actividades humanas, desempenham um importante papel na disponibilizaçãodezonasdenidificaçãoparaavesmarinhas,eservemderefúgioparaalgumasespéciesvegetaisrarasesensíveis.

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Principais impactes humanos e medidas de gestão relevantes

Actividades humanas Ameaças reais Ameaças potenciais Medidas minimizadoras e preventivas de ameaças Exploraçãoprofissional Sobreexploraçãolocalde Proibirpescacompalangre,sejaestedefundooude derecursoscosteiros recursoshaliêuticos; superfície,redesdeemalhar,artesdecercoouartes Perturbaçãodeavesmarinhas envolventesedearrasto;apescacomarmadilhas;a econsequenteabandonodo captura,apanha,colheitaouabatedeexemplaresde território; quaisquerespécieseminfracçãodasmedidasde Perturbaçãodecetáceose protecçãovigentes,incluindoadestruiçãoourecolha consequenteafastamentoda deposturas,aperturbaçãooudestruiçãodosseus área. habitats ; Exploraçãolúdicade Capturadeaves Sobreexploraçãolocalde Aumentaravigilânciaefiscalizaçãodasactividades recursoscosteiros marinhaspara recursoshaliêuticos; naárea; engodo. Perturbaçãodeavesmarinhas Melhoraraeficáciadolicenciamentodasactividades econsequenteabandonodo deexploraçãocosteira; território. Aplicarquotasdeexploraçãoaosrecursoscosteiros Intervençãohumana Ospredadores locais. terrestres Monitorizarosprincipaisrecursoscosteiros introduzidos,como explorados; cãesegatos,podem Avaliaroimpactedasactividadeshumanasacima causarmortalidade identificadas; eabandonodaárea Impediraextracçãodeareiasououtromaterialinerte; dafalésiadeaves alterações,pormeiodeaterrosouescavações,da nidificantes; configuraçãodosfundosmarinhos; Espéciesbotânicas Impediraintroduçãooureintroduçãodeliberadade exóticaslimitama qualquertipodeespécies,subespéciesouvariedades nidificaçãoda nãoautóctonesdaárea; maioriadasaves Impedirarecolhadequalquerelementoquepossa marinhasnafalésiae serconsideradodevalorgeológico; diminuemaárea Impedirolançamentodeáguasresiduaisindustriais, disponívelparaas agrícolasoudeusodomésticoeminfracçãoà plantasautóctones. legislaçãovigentequeserelacionecomasua Turismo Perturbaçãodeaves, Perturbaçãodecetáceose recolha,tratamentoedescarga;odepósitode especialmenteem consequenteafastamentoda resíduossólidosousucata; épocadenidificação, área; Impedirolançamentodeefluentesprovenientesde levandoao Construçãodeestruturasde derramesdetransporteseoutrosveículos abandonodaárea. apoioaoturismo,aumentandoa motorizados; erosão. Promoverointeressepúblicoemrelaçãoà conservaçãodanaturezaealertarparaa sensibilidadedaáreaedosecossistemas; PromoveracçõesdeSensibilizaçãoeEducação Ambiental; Condicionaroacessoaosilhéus,paratodasas actividades. 12.1.2. TIPO DE HABITAT /COBERTURA 2 Ponta Branca - Regional AZonaNúcleo“PontaBranca”situasenacostasudoestedailhaGraciosa,tendoumtotalde78ha.Tratasedeumaencosta viradaparaomar,quepossuinapartemaisaltaalgumaspastagenscompartimentadaspormuretesdepedrasolta.Afalésia, comumaaltitudemáximade203m,édedifícilacessoepossuidiversasreentrânciasezonasargilosascomcavidadesealgum calhauroladonabase,juntoaomar.Possuimanchasdevegetaçãonaturalimportanteseéumaimportantezonadenidificação paraalgumasavesmarinhas,comparticulardestaqueparaoGarajaucomum( Sterna dougallii ). Deentreostiposde habitat específicoscaracterísticosdestacamseosseguintes,queseguemaclassificaçãodaRedeNatura 2000:

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Águas marinhas e meios sob influência das marés Charnecas e matos das zonas temperadas Vegetação perene das praias de Falésias com flora endémica das Charnecas macaronésicas endémicas * calhaus rolados costas macaronésias. Comunidade vegetal característica das Comunidades das falésias costeiras e Formação de e ricáceas de altura e densidade costasrochosasdelavasoudedepósitos prados de depósitos de vertentes, moderada, de grande diversidade florística e gros seirosdecalhausroladosecomposta dominadas pela espécie endémica estrutural e de larga amplitude ecológica. Subtipo por espécies endémicas, algumas muito Festuca petraea. Costeiro: Formação de altura e densidade raras, sempre com baixa densidade e moderadas, de grande diversidade estrutural cobertura. horizontal e vertical e de grande interesse . Desenvolvese em condições particulares de orografiaacentuada(lavasrecentes). Espécies características Asplenium marinum Asplenium marinum Ammi trifoliatum Crithmum maritimum Daucus carota Calluna vulgaris Euphorbia azorica Erica azorica Daucus carota Festuca petraea Euphorbia azorica Erica azorica Myosotis maritima Festuca petraea Festuca petraea Spergularia azorica Plantago coronopus Lysimachia azorica Myrsine africana Plantas vasculares Plantasvasculares Silene uniflora Arenaria interpres Calonectris diomedea Charadrius alexandrinus Columba palumbus Larus cachinnans

Aves Aves Oceanodroma castro Puffinus assimilis Sterna dougallii Processos naturais importantes Aáreaemquestãoestámuitosujeitae é afectada por processos de erosão natural.Osecossistemasexistentessão frágeisemutáveis.Asderrocadascriam umimportantetransportedeinertespara as zonas costeiras logo abaixo, influenciando também esses ecossistemas costeiros. Devido ao decliveacentuado,aabsorçãodeágua pelossolosémenorquenoutraspartes da ilha, criando uma paisagem mais agreste e determinando o tipo de coberturavegetal. As zonas de falésia devido à inacessibilidade, desempenham um papelimportantenadisponibilizaçãode áreasdenidificação deavesmarinhas. Avegetaçãoespontâneaquerecobreas falésias contribui para a defesa dos solosplanálticos. Figura 33. AspectodaZonaNúcleo“PontaBranca”.

*Habitat prioritáriodaRedeNatura2000.

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Principais impactes humanos e medidas de gestão relevantes

Actividades humanas Ameaças reais Ameaças potenciais Medidas minimizadoras e preventivas de ameaças Agropecuária Contaminaçãoquímicade Perturbaçãodeáreasde Aplicarocódigodeboaspráticasagrícolas; águasesolos; nidificaçãodeaves; Aplicarincentivosàagriculturaextensivaem Destruiçãodevegetação substituiçãoàpecuária; naturalporpisoteioe Monitorizarosbovinos; herbivorismo; Definiráreasinterditasapastoreio; Destruiçãode habitats e Apoiaramanutençãodeáreasagrícolasdeformaa naturais; preservaraidentidadeculturalepaisagísticadailha; Agravamentodaerosão. Aumentaravigilânciaefiscalizaçãodasactividades Intervençãohumana Ospredadoresterrestres naárea; introduzidos,comocãese Impediraintroduçãooureintroduçãodeliberadade gatos,podemcausar qualquertipodeespécies,subespéciesouvariedades mortalidadeeabandono nãoautóctonesdaárea; daáreadafalésiadeaves Procederaorepovoamentocomvegetaçãonatural; nidificantes; Impedirarecolhadequalquerelementoquepossa Espéciesbotânicas serconsideradodevalorgeológico; exóticaslimitama Impedirolançamentodeáguasresiduaisindustriais, nidificaçãodamaioriadas agrícolasoudeusodomésticoeminfracçãoà avesmarinhasnafalésiae legislaçãovigentequeserelacionecomasua diminuemaárea recolha,tratamentoedescarga;odepósitode disponívelparaasplantas resíduossólidosousucata; autóctones. Impedirolançamentodeefluentesprovenientesde Lazereturismo Contaminaçãodeáguase Destruiçãodevegetação derramesdetransporteseoutrosveículos solos; naturalporpisoteio; motorizados; Perturbaçãodeáreasde PromoveracçõesdeSensibilizaçãoeEducação nidificaçãodeaves; Ambiental. Agravamentodaerosão; Promoverointeressepúblicoemrelaçãoà Construçãodeestruturas conservaçãodanaturezaealertarparaa deapoioaoturismo, sensibilidadedaáreaedosecossistemas; aumentandoaerosão; Avaliaroimpactedasactividadeshumanasacima identificadas; 12.1.3. TIPO DE HABITAT /COBERTURA 3 Ilhéu da Praia - Local AZonaNúcleo“IlhéudaPraia”temumaáreaemersade11haeestálocalizadoacercade1,5kmaolargodacostadaVilada Praia,nacostasudestedailhaGraciosa.Éconstituídoporumilhéuescarpadoanortecomvegetaçãoherbáceanoplanaltoque cobreaquasetotalidadedoilhéu,tendo57mnasuapartemaisalta.Nafaceviradaasudestepossuiumapequenaáreacoberta comcalhausroladosaoníveldomar.Anívelregional,oilhéudaPraiaéumdoslocaisqueapresentamaiordiversidadedeaves marinhasnidificantes,tendoporissoumestatutoúniconaRegião.

Figura 34.IlhéudaPraia. Dadootamanhodoilhéu,considerasetodaaáreacomoumsótipode habitat ,correspondendoàsuaáreaemersa(nãose aplicaadefiniçãode habitats daRedeNatura2000):

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Área emersa Espécies características Festuca petraea Azorina vidalii Plantas vasculares Erica azorica Hypericum foliosum Tamarix sp. Agabus godmani Heteroderes azoricus Invertebrados terrestres Heteroderes melliculus Laparocerus azoricus Calonectris diomedea Puffinus assimilis Oceanodroma castro Bulweria bulwerii Aves Sterna dougallii Sterna hirundo Arenaria interpres Calidris alba Motacilla cinerea Processos naturais importantes Aerosãocosteiraébastantesentidaemtodooilhéu,sendoparticularmenteevidentenasáreassudoesteelesteemqueafina camadadesolofoijátodaremovidapelosprocessoserosivos.Aszonasondeavegetaçãonaturaldesapareceuestãomais vulneráveisàerosão.O ilhéudeveráinfluenciara circulaçãomarinhaedeinertesnaenseadadaVila daPraia,masestes processosaindanãoestãoestudados. Principais impactes humanos e medidas de gestão relevantes

Actividades humanas Ameaças reais Ameaças potenciais Medidas minimizadoras e preventivas de ameaças Exploraçãoprofissional Sobreexploraçãolocalde Proibirpescacompalangre,sejaestedefundooude derecursoscosteiros recursoshaliêuticos; superfície,redesdeemalhar,artesdecercoouartes Perturbaçãodeaves envolventesedearrasto;apescacomarmadilhas;a marinhaseconsequente captura,apanha,colheitaouabatedeexemplaresde abandonodoterritório; quaisquerespécieseminfracçãodasmedidasde Perturbaçãodecetáceose protecçãovigentes,incluindoadestruiçãoourecolha consequenteafastamentoda deposturas,aperturbaçãooudestruiçãodosseus área. habitats ; Aumentaravigilânciaefiscalizaçãodasactividades Exploraçãolúdicade Sobreexploraçãolocalde naárea; recursoscosteiros recursoshaliêuticos; Melhoraraeficáciadolicenciamentodasactividades Perturbaçãodeaves deexploraçãocosteira; marinhaseconsequente Aplicarquotasdeexploraçãoaosrecursoscosteiros abandonodoterritório. locais. Captura de aves marinhas Monitorizarosprincipaisrecursoscosteiros paraengodo. explorados; Avaliaroimpactedasactividadeshumanasacima Intervençãohumana Introduçãodeespécies identificadas; animaisnãonaturais(cães, Impediraextracçãodeareiasououtromaterialinerte; gatos,ratos,coelhos)pondo alterações,pormeiodeaterrosouescavações,da emperigoasavese configuraçãodosfundosmarinhos; vegetaçãonatural; Impediraintroduçãooureintroduçãodeliberadade Introduçãodeespécies qualquertipodeespécies,subespéciesouvariedades vegetaisnãonaturais, nãoautóctonesdaárea; levandoaodesaparecimento Impedirarecolhadequalquerelementoquepossa dasnaturaiseaumentoda serconsideradodevalorgeológico; erosão.

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Lazereturismo Perturbação de aves, Perturbaçãodecetáceose Impedirolançamentodeáguasresiduaisindustriais, especialmente em consequenteafastamentoda agrícolasoudeusodomésticoeminfracçãoà época de nidificação, área; legislaçãovigentequeserelacionecomasua levando ao abandono Abandonodelixonão recolha,tratamentoedescarga;odepósitode daárea; degradáveledealimentos resíduossólidosousucata; Pisoteiodefloranatural potencialmenteperigosos Impedirolançamentodeefluentesprovenientesde edestruiçãodosolo. paraasaves. derramesdetransporteseoutrosveículos motorizados; Promoverointeressepúblicoemrelaçãoà conservaçãodanaturezaealertarparaa sensibilidadedaáreaedosecossistemas; PromoveracçõesdeSensibilizaçãoeEducação Ambiental; Condicionaroacessoaoilhéu,paratodasas actividades. 12.1.4. TIPO DE HABITAT /COBERTURA 4 Caldeira da Ilha Graciosa - Local AZonaNúcleo“CaldeiradaIlhaGraciosa”correspondeàáreadadepressãovulcânicaovallocalizadanapartesudestedailha, possuindoumaáreade120ha.ACaldeiraconstituiamaioráreaflorestaldailhaoquecriaumclimafrescoedehumidademais elevadaquenorestodailha.Énapartesudoestedobordoqueseencontraopontomaisaltodailha.Sendoabrigadados ventos, as sua vertentes interiores de declive muito pronunciado encontramse revestidas de mata, predominantemente constituídaporumdensopovoamentodecriptoméria( Cryptomeria japonica ),introduzidaparaproduçãodemadeira,edealguma darestantevegetaçãoexistentenailha,querdevegetaçãoautóctone,querdeexóticas.OfundodaCaldeiraéocupadopor pastagens,enasuapartenortepossuiumapequenalagoa. ACaldeiraconsistenumaestruturageológicadeelevadointeresse,possuindodiversostiposdeformaçõesvulcânicasúnicas, comespecialdestaqueparaváriascavidadesvulcânicas,incluindoaFurnadaMariaEncantada(nobordodaCaldeira),aFurna doAbeleaGaleriadoForninho.NessascavidadesincluisetambémaFurnadoEnxofre,verdadeiroexlibrisdageodiversidade dailhaeumadasmaisnotáveiscavidadesdoarquipélago,únicanopanoramainternacional.

Figura 35.OinteriordaCaldeiravistada“FurnadaMariaEncantada”.

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Deentreos habitats específicos,destacamse(nãoseaplicaadefiniçãode habitats daRedeNatura2000):

Florestas mistas Formações herbáceas de pasto Espéciescaracterísticas Erica azorica Gramíneasforrageiras Juniperus brevifolia Plantas vasculares Laurus azorica Myrica faya Pittosporum undulatum Buteo buteo Buteo buteo Fringilla coelebs Sturnus vulgaris Motacilla cinerea Sylvia atricapilla Aves Turdus merula Sturnus vulgaris Regulus regulus Serinus canaria Nyctalus azoreum Oryctolagus cuniculus Mamíferos Oryctolagus cuniculus Processos naturais importantes ACaldeiraéumazonanaturaldeconcentraçãoerecolhadeágua,sendofundamentalparaoregimehídricodailha.Aflorestano interiordaCaldeiracriaummicroclimaquetemumpapelfundamentalnaretençãodeágua,sendoemgrandeparteresponsável pelamanutençãodosvaloresdahumidaderelativadoaratravésdosprocessosderetençãoetranspiraçãonaturais.Aáguada chuvaqueseconcentranofundodacaldeiravulcânicainfiltraseparaosaquíferosnaturaisdailha.Avegetaçãonaturaldiminuia acçãodosprocessoserosivos.Avegetaçãotambéméimportantenafixaçãodenutrientes. AFurnadoEnxofreconstituiumimportantecampodedesgaseificação,constituídoporumafumarolacomlamaeporemanações difusasdedióxidodecarbono. Acoberturaflorestalconstituiumadasmaisimportantesáreasdenidificaçãoparadiversasespéciesdeavesdailha,querpela coberturavegetal,querpelascondiçõesclimáticas. Principais impactes humanos e medidas de gestão relevantes

Ameaças Actividades humanas Ameaças reais Medidas minimizadoras e preventivas de ameaças potenciais Agropecuária Contaminaçãoquímicade Diminuiçãoda Aplicarocódigodeboaspráticasagrícolas; águasesolos; capacidade Aplicar incentivos à agricultura extensiva em Destruiçãodevegetação reprodutorade substituiçãoàpecuária; naturalporpisoteioe espéciesnaturaispor Monitorizarosbovinos; herbivorismo; isolamentode Definiráreasinterditasapastoreio; Destruiçãode habitats e populações; Apoiaramanutençãodeáreasagrícolasdeformaa naturais. Alteraçõesaoregime preservaraidentidadeculturalepaisagísticadailha; hídrico. Aumentar a vigilância e fiscalização das actividades Silvicultura Contaminaçãoquímicade Diminuiçãoda naárea; águasesolos; capacidade Impedir a introdução ou reintrodução deliberada de Destruiçãode habitats e reprodutorade qualquertipodeespécies,subespéciesouvariedades naturais; espéciesnaturaispor nãoautóctonesdaárea; Aumentodaáreadeflorestade isolamentode Impedir a recolha de qualquer elemento que possa Cryptomeriajaponicacom populações; serconsideradodevalorgeológico; consequenteperdadeespécies Alteraçõesaoregime Impedirolançamentodeáguasresiduaisindustriais, autóctones. hídrico. agrícolas ou de uso doméstico em infracção à Intervençãohumana Introduçãodeespéciesexóticas legislação vigente que se relacione com a sua defaunaefloraeaumentoda recolha, tratamento e descarga; o depósito de áreaocupadaporespéciesjá resíduossólidosousucata; introduzidas,comconsequente Impedir o lançamento de efluentes provenientes de perdadeespéciesautóctones. derrames de transportes e outros veículos

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Lazereturismo Pisoteiodefloranaturale Intensificaçãodo motorizados; destruiçãodosolo; tráfegoautomóvel, Promover o interesse público em relação à Recolhadeplantasematerial comaumentoda conservação da natureza e alertar para a deinteressegeológico; poluiçãoquímicae sensibilidadedaáreaedosecossistemas; Abandonodelixonão sonora. Promover acções de Sensibilização e Educação degradável. Ambiental; 12.1.5. TIPO DE HABITAT /COBERTURA 5 Ponta da Barca - Local Estaunidade,com33ha,éconstituídaporarribasbasálticascomdepósitosférreos,quedãoumatonalidadevermelhaaosolo,e ficalocalizadanapartemaisáridadailha,devidoaotipodesoloseàexposiçãoaosventospredominantesdenoroeste.As arribaseoIlhéudaBaleiasãodedifícilacesso,possuemdiversasreentrânciasezonasargilosascomcavidadese,porestas razões,constituemum habitat privilegiadoparaalgumasespéciesdeavesmarinhas.OIlhéudaBaleia,alémdeserum habitat importanteparaavesmarinhas,constituiumaimportanteestruturageológica(chaminésdeconesdeescóriasedetufos). Deentreostiposde habitat específicoscaracterísticosdestacamseosseguintes,queseguemaclassificaçãodaRedeNatura 2000: Águas marinhas e meios sob influência das marés Vegetação perene das praias de Falésias com flora endémica das calhaus rolados costas macaronésias. Comunidade vegetal característica das Comunidades das falésias costeiras costas rochosas de lavas ou de e prados de depósitos de vertentes, depósitosgrosseirosdecalhausrolados dominadas pela espécie endémica e composta por espécies endémicas, Festuca petraea. algumasmuitoraras,semprecombaixa densidadeecobertura.

Espécies características Asplenium marinum Asplenium marinum

Crithmum maritimum Daucus carota Euphorbia azorica Erica azorica Festuca petraea Euphorbia azorica Plantas

vasculares Myosotis maritima Festuca petraea Spergularia azorica Plantago coronopus Arenaria interpres Calonectris diomedea Charadrius alexandrinus Larus cachinnans

Aves Aves Puffinus assimilis Oceanodroma castro Processos naturais importantes Osprocessoserosivossãoimportantes,comespecialrelevânciaparaaerosãomarinha,devidoàexposiçãodacostaeao grandehidrodinamismo,principalmentenosmesesdeOutonoeInverno.Asfalésiasdedifícilacessoeagrestesconstituemum habitat importantetantoparaavesmarinhascomoparaavegetaçãonatural,poisestãoprotegidasdamaiorpartedospredadores easespéciesintroduzidastêmmaisdificuldadeemseadaptaràscondiçõesextremasdasarribas.Estálocalizadanapartemais áridadailhaondesãotambématingidasastemperaturasmédiasmaiselevadasoquelimitaadisponibilidadede habitats e determinaaocorrênciadeespéciesvegetais.

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Principais impactes humanos e medidas de gestão relevantes

Actividades humanas Ameaças reais Ameaças potenciais Medidas minimizadoras e preventivas de ameaças Intervençãohumana Ospredadoresterrestres Aumentaravigilânciaefiscalizaçãodasactividades introduzidos,comocãese naárea; gatos,podemcausar Impediraintroduçãooureintroduçãodeliberadade mortalidadeeabandono qualquertipodeespécies,subespéciesouvariedades daáreadafalésiadeaves nãoautóctonesdaárea; nidificantes; Procederaorepovoamentocomvegetaçãonatural; Espéciesbotânicas Impedirarecolhadequalquerelementoquepossa exóticaslimitama serconsideradodevalorgeológico; nidificaçãodamaioriadas Impedirolançamentodeáguasresiduaisindustriais, avesmarinhasnafalésiae agrícolasoudeusodomésticoeminfracçãoà diminuemaárea legislaçãovigentequeserelacionecomasua disponívelparaasplantas recolha,tratamentoedescarga;odepósitode autóctones. resíduossólidosousucata; Lazereturismo Contaminaçãodeáguase Destruiçãodevegetação Impedirolançamentodeefluentesprovenientesde solos; naturalporpisoteio; derramesdetransporteseoutrosveículos Perturbaçãodeáreasde motorizados; nidificaçãodeaves; PromoveracçõesdeSensibilizaçãoeEducação Agravamentodaerosão; Ambiental. Construçãodeestruturas Promoverointeressepúblicoemrelaçãoà deapoioaoturismo, conservaçãodanaturezaealertarparaa aumentandoaerosão. sensibilidadedaáreaedosecossistemas; Avaliaroimpactedasactividadeshumanasacima identificadas;

12.2. ZONA(S) TAMPÃO 12.2.1. TIPO DE HABITAT /COBERTURA 1 Ilhéu de Baixo-Restinga - Regional Estazonacompreendeumaáreamarinhaatéumadistânciade0,5kmdoslimitesexterioresdaZonaNúcleoquecompreendeo complexodeilhéusdenominado“IlhéudeBaixo”eazonacosteiradenominada“Restinga”,eumaáreaterrestredeformanão regular,napontasudestedailha.AáreamarinhatemasmesmascaracterísticasgeraisdaZonaNúcleo,possuindoumfundo mistodeareiaerocha,comalgumasgrutasearcossubmersosesemisubmersosdetamanhosdiversos.Aáreaterrestreéuma áreacomumacoberturamistadeterrenosagrícolas,depastoreioedevolutos,atravessadapelaestradadecircunvalaçãodailha ealgunscaminhosagrícolas.EstaZonaTampãoestendeseparanoroesteemdirecçãoàCaldeira,ligandoseàZonaTampão daCaldeira. AZonaTampãomarinhaéutilizadasobretudoparaactividadeslúdicas,principalmenterelacionadascompescalúdica.Aárea terrestreéutilizadasobretudoparaagriculturae pecuária.Aestradatemalgumtráfegoautomóvel,pois liga a localidade do CarapachoàViladaPraiaeaSantaCruzdaGraciosa.

12.2.2. TIPO DE HABITAT /COBERTURA 2 Ponta Branca - Regional Estazonacompreendeumaáreamarinhaatéumadistânciade0,5kmdoslimitesexteriores daZonaNúcleo e uma área terrestredeformanãoregular,paraointeriordailhaemrelaçãoaoslimitesdaZonaNúcleo.Aáreamarinhaéumaáreacosteira rochosacomfundosmistosdepedra.Aprofundidadenãoultrapassaos50metros.Aáreaterrestreéconstituídasobretudopor terrenosdepastos,sendocruzadaporalgunscaminhosagrícolas,elimitadaanortepelaestradadecircunvalaçãoàilha. AZonaTampãomarinhaéutilizadasobretudoparaactividadeslúdicas,principalmenterelacionadascompescalúdica.Azona terrestreéutilizadasobretudoparapecuáriaextensivadebovinos. 12.2.3. TIPO DE HABITAT /COBERTURA 3 Ilhéu da Praia - Regional Esta zona compreende uma área marinha até uma distância de 0,5 km dos limites exteriores da Zona Núcleo. Os fundos marinhos da Zona Tampão são constituídos por escoadas lávicas e apresentamse parcialmente recobertos por blocos e

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Governo dos Açores pequenasmanchasarenosasnasáreasdeprimidas.Juntoaoilhéupodemseencontrarosrestosdonaufrágio, ocorrido em 2000,donaviodecarga“Corvo”,quefuncionamcomorecifeartificial,grandepartedaestruturaestájádesmanteladadevidoà agitaçãomarítima. AZonaTampãoéutilizadasobretudoparaactividadeslúdicas,destacandoseactividadesmarítimoturísticas(passeiosdebarco emergulho)epescalúdica.

12.2.4. TIPO DE HABIBAT /COBERTURA 4 Caldeira da Ilha Graciosa - Regional AZonaTampãocorrespondeàsvertentesexterioresdacavidadevulcânicadenominada“Caldeira”eéconstituídaprincipalmente porterrenosdevolutos,ealgunsterrenosdepastagem.Devidoàinclinaçãodoterrenoénessaáreaqueseiniciamamaiorparte daslinhasdeágua(ribeiras),quedescemaencosta.Estaáreapossuiamaiordensidadedelinhasdeáguanailha. AZonaTampãoéutilizadasobretudoparaactividadesdeturismo,poisocaminhoquecircundaacaldeiradáacessoadiversas atracçõesturísticasnaturais.

12.2.5. TIPO DE HABITAT /COBERTURA 5 Ilhéu da Baleia e Ponta da Barca - Local A Zona Tampãocompreeende uma área marinha rectangularqueenvolveoslimitesexterioresdaZonaNúcleo e uma área terrestre limitada por estruturas de relevo e humanas. Os fundos marinhos da Zona Tampão marinha são constituídos por escoadaslávicaseapresentamseparcialmenterecobertosporblocosepequenasmanchasarenosasnaszonasdeprimidas. NaZonaTampãoterrestreencontramsealgumasparcelasagrícolas,delimitadaspormurosdepedra,principalmenteutilizadas paraavinicultura.Naparteinteriorélimitadapelaestradaquecirculaailhaeéatravessadaporalgunscaminhosagrícolas.

13. Função de conservação

13.1. CONTRIBUIÇÃO PARA A CONSERVAÇÃO DE PAISAGEM E BIODIVERSIDADE DO ECOSSISTEMA A orla costeira da ilha Graciosa apresenta um acentuado recorte que dá lugar à formação de interessantes baías. É predominantemente rochosa, com pequenas áreas arenosas. Apresenta também ilhéus a curta distância com elevada importânciapaisagísticaenatural,porconstituíremimportantes habitats denidificaçãoparaavesmarinhas.Servemtambémde áreasdedescanso/passagem( staging )deavesmigratórias.DestacasenessepapeloIlhéudaPraiaqueéumdosmaiorese commaiordiversidadeavesnidificantesdosAçores. AilhadaGraciosaapresentaumdiversificadopatrimóniovulcanológicoqueincluicavidadesvulcânicas,grutaslávicasealgares e uma marcada geodiversidade paisagística. É de salientar a Caldeira, a sudeste da ilha, que constitui uma das mais interessantes curiosidades geológicas dos Açores. Declimafrescoéazonamaishúmidaeabrigadadailha. As vertentes interioresdedeclivemuitopronunciadoencontramserevestidasdemata.ÉnorebordosuperiordaCaldeiraqueseencontrao pontomaisaltodailha,comcercade400metros.ACaldeiradaGraciosaestáincluídanoMonumentoNaturalRegionalda CaldeiradaIlhaGraciosaqueseintegranaRedeRegionaldeÁreasProtegidas.Estaáreaprotegidaincluiamaioráreaflorestal dailha.NointeriordaCaldeiraencontraseaFurnadoEnxofre,umacavidadevulcânicaquesesituaentreaquelasondeas necessidadesdeprotecção,preservaçãoedepartilhadosvaloresbiológicos,estéticos,científicose culturais mais se fazem sentir. As encostas exteriores marítimas da Caldeira apresentam áreas com uma zonação de comunidades naturais de elevada singularidadeeinteresseparaaconservação.Destacandoseasfalésiascosteirasendémicas,compresençadeespéciespouco comunsnestasformaçõesede habitats particulares,comoosassociadosaáguastermais.Incluitambémpradoscosteirosonde surgem algumas espécies muito raras, como Azorina vidalii. A matriz paisagística do local caracterizase pela presença de culturasmistasenvoltasnummosaicodeformaçõesespontâneasdediferentesgrausdenaturalidade.Aspequenasbaíasao longodestazonacosteira,bemcomoasvertentesmaisabrigadasdosilhéusaíexistentes,oferecemcondiçõesfavoráveispara “maternidade”depeixes.Ofortehidrodinamismodazonainduzumaconstantereciclagemdenutrientesproporcionandoumlocal comelevadopotencialparaaalimentaçãodeespéciesmarinhas,observandoseumagrandediversidadedeictiofaunatanto pelágicacomobentónica.OsAçoressãoumaimportantezonadetransiçãoentreostrópicosearegiãotemperadadoAtlântico norte,funcionandocomolocaldereprodução,crescimentoedescansoparamuitasespéciesmarinhas.

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Figura 36.Azorina vidaliinaorlacosteiradoCarapacho(ZonaNúcleo). Na sua paisagem rural são notáveis as extensas áreas de currais cultivados de vinha, principalmente a norte da ilha, pela regularidadedasreduzidasparcelasdelimitadaspormuretesdepedranegrasoltasobre“biscoito”(lavasolidificada).EntreSanta Cruz,GuadalupeeVitóriadestacaseumaamplaplataforma,queocupacercadeumterçodasuperfíciedailha,ondeexisteuma fortepresençadeáreasagrícolasedepastagens,comexcepçãodosmatosdensosquerevestemosconesvulcânicos. NoqueserefereaáreaspoucohumanizadasédereferirasencostasdaSerraBranca,expostasasudoesteeasuldailha,onde seencontram,predominantemente,pastagenscompartimentadaspormurosdepedraseca,bastanteamplas,queseprolongam atéaolimitedafalésia.NestazonaenquadraseoSítiodeInteresseComunitáriodaPontaBrancaconstituído,essencialmente, pela arriba costeira com materiais geológicos particulares onde predominam os cobertos naturais e seminaturais de arribas costeiras. O centro da ilha tem uma densidade populacional baixa com significativa presença de elementos naturais, nomeadamente geológicosevegetais.Aqui,ondeorelevoéondulado,encontramseasserrasDormidaedasFontes.EntreasSerrasDormidae dasFonteseaCaldeiradoEnxofreexisteumvalequeatravessatodaailha.Demorfologiamuitosuave,éumapaisagemfértil, produtivaeabrigadadosventosagrestesdoAtlântico.Apresentaumpovoamentolinearaolongodasestradasecaminhose áreasagrícolasamplasintercaladasporalgumaspastagens AorigemvulcânicadasilhasdoArquipélagodosAçoreseofactodeelasnuncateremestadodirectamenteligadasanenhuma regiãocontinentalsãorazõesparaaregiãoapresentarumgrandenúmerodeplantaseanimaisendémicos.NailhaGraciosa destacase a riqueza endémica ao nível dos invertebrados terrestres que está também associada às inúmeras cavidades vulcânicasexistentes.Aelevadapercentagemdemalacofaunaterrestreendémica,presentenailhadaGraciosa,paraalémde serumimportantepatrimóniocientíficoeinteressanteobjectodeestudo,constituiumpreciosoindicadorparaestratégiasde conservação.Osinvertebradosapresentamumaelevadaimportânciaecológica,cujosprincipaisbenefíciosecológicosincluem estabilização de ecossistemas, transferência de energia e nutrientes, manutenção das estruturas tróficas, polinização das plantas,protecçãodasplantaseprovisãodamaioriados habitats paraoutrosorganismos,entreoutros. Alémdestesorganismosétambémdereferirapresençadeváriasespéciesdebriófitas,algumasdelasmuitoraras,também associadasàscavidadesvulcânicas.Todoesteconjuntodevaloresrequerumaadequadagestão,claramentecoincidentescom osobjectivosdeumaReservadaBiosfera. Aregiãomacaronésica,naqualosAçoresestãoincluídos,éconsideradaumdos25“hotspots”debiodiversidadeexistentesno mundo, cuja excepcional concentração de espécies endémicas bem como o acelerado ritmo da perda de habitats , tornaa merecedoradeespecialatençãonoquetocaàtomadadedecisõesusadaseestratégiasqueasseguremaconservaçãoeficaz dasespécieseseus habitats .

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13.2. CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE DAS ESPÉCIES AilhaGraciosatemumariquezasignificativadefloraterrestreendémica,contandocom60espéciesendémicas,dasquais40 são endemismos dos Açores e 20 endemismos da Região Macaronésica. A fauna invertebrada conta com 33 artrópodes terrestresendémicosdosAçorese13endémicosdaRegiãoMacaronésica.Estãotambémregistados15endemismosaçorianos paraosmoluscosterrestrese2endemismosmacaronésicos.Emtermosdeavifauna,estãoregistadas9subespéciesendémicas dosAçoreseumasubespécieendémicadaMacaronésia,nidificantesnailha.AReservadaBiosferaproposta,apresentaáreas deimportânciainternacionalpornidificaremespéciesrarasesensíveisdeavessendomuitasdelasincluídasnoAnexoIda DirectivaAvesdaUniãoEuropeia.Salientaseaindaapresençadeduasespéciesdemorcegos,umaespécieendémicados AçoreseoutraendémicadaMacaronésia. Abaixo é apresentada uma listagem das espécies mais importantes já identificadas na ilha. Quando existentes, os nomes vernaculares em português e inglês são apresentados em parênteses após a denominação científica. Onde relevante, são fornecidasnotasadicionais. 13.2.1. FLORA BRIÓFITAS Endémicas da Macaronésia (9) • Andoa berthelotiana (/) • Brachymenium notarisii (/) • Echinodium prolixum (/) • Fissidens coacervatus (/)espécieclassificadanaListaVermelhadeBriófitosdaEuropacomestatutoderaro. • Fissidens luisierii (/)espécieclassificadanaListaVermelhadeBriófitosdaEuropacomestatutodeinsuficientementeconhecido. • Heteroscyphus denticulatus (/) • Leucodon treleasei (/) • Radula wichurae (/)espécieclassificadanaListaVermelhadeBriófitosdaEuropacomestatutodevulnerável. • Tetrastichium virens (/)espécieclassificadanaListaVermelhadeBriófitosdaEuropacomestatutoderaro. Endémicas da Europa (13): • Aphanolejeunea azorica (/) • Frullania azorica (/)espécieclassificadanaListaVermelhadeBriófitosdaEuropacomestatutodevulnerável. • Frullania microphylla (/)espécieclassificadanaListaVermelhadeBriófitosdaEuropacomestatutodevulnerável. • Frullania teneriffae (/) • Homalia webbiana (/)espécieclassificadanaListaVermelhadeBriófitosdaEuropacomestatutodevulnerável.Éconhecida apenasdequatroilhas(Flores,Graciosa,SãoJorgeeSantaMaria). • Hypnum uncinulatum (/) • Marchesinia mackaii (/) espécieclassificadanaListaVermelhadeBriófitosdaEuropacomestatutodevulnerável. • Myurium hochstetteri (/)espécieclassificadanaListaVermelhadeBriófitosdaEuropacomestatutodevulnerável. • Porella canariensis (/) • Ptychomitrium nigrescens (/) • Radula carringtonii (/) • Saccogyna viticulosa (/) • Tetrastichium fontanum (/)espécieclassificadanaListaVermelhadeBriófitosdaEuropacomestatutoderara. PTERIDOFITAS • Asplenium hemionitis (fetodetrêsbicos/)ofetodetrêsbicoséumaespécieconstantenoanexoIVdaDirectiva Habitats eno anexoIIdaConvençãodeBerna(1992).Éumendemismomacaronésicoibéricomauritânico.EspécieemPerigoCrítico.Possuium estatutoraronailha. • Trichomanes speciosum (feto frisado / ) o fetofrisado é uma pteridófita nativa dos Açores constante no anexo II da Directiva Habitats .

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Endémicas dos Açores (3) • Asplenium azoricum (/) • Dryopteris azorica (/) • Polypodium azoricum (/)

ESPERMATÓFITAS Endémicas dos Açores (27) • Agrostis congestiflora ssp. congestiflora (/) • Agrostis gracililaxa (/) • Ammi trifoliatum (Pédepomba/)opédepombaéumaespécieconstantenoanexoIIdaDirectiva Habitats eétambémprotegida pelaConvençãodeBerna. • Azorina vidalii (Vidália/)avidáliaéumaespécieprioritáriaconstantenoanexoIIdaDirectiva Habitats eétambémprotegidapela ConvençãodeBerna. • Centaurium scilloides (/PerenialCentaury) • Corema album ssp. azoricum (Camarinha/Portuguesecrowberry) • Daucus carota ssp. azoricus (Salsaburra/) • Erica azorica (Urze/Treeheath)aUrzeéumaespécieconstantenoanexoIIdaDirectiva Habitats eétambémprotegidapela Convenção de Berna. Espécie considerada Vulnerável a nível regional. No Ilhéu de Baixo existe uma população com uma significânciaregionalaltaeemexcelenteestadodeconservação. • Euphorbia azorica (Trovisco/Spurge) • Festuca petraea (Braceldarocha/Fescue) • Gaudinia coarctata (/) • Hedera azorica (HeraouHédera/) • Holcus rigidus (ErvacaniçaouCanição/) • Hypericum foliosum (FuralhaouMalfurada/StJohn'swort) • Ilex perado Aitonssp. azorica (Azevinho/Holly) • Juniperus brevifolia (Cedrodomato/Juniper) • Laurus azorica (Louro/Laurel) • Lysimachia azorica (/Yellowpimpernel) • Myosotis marítima (Não me esqueças / ) a nãomeesqueças é uma espécie constante no anexo II da Directiva Habitats e é tambémprotegidapelaConvençãodeBerna. • Myrsine retusa (Tamujo/) • Pericallis malviflora (Malvavisco/) • Platanthera micrantha (Conchelodomato/) • Scabiosa nitens (/Scabious) espécieconstantenoanexoIIdaDirectiva Habitats . • Selaginella azorica (/) • Solidago sempervirens ssp. azorica (Cubres/Goldenrod) • Spergularia azorica (/Spurrey)espécieconstantenoanexoIIdaDirectiva Habitats . Endémicas da Macaronésia (6) • Carex peregrina (/) • Dracaena draco (Dragoeiro/Dragontree)odragoeiroéumaespécieconstantenoanexoIVdaDirectiva Habitat noanexoIda Convenção de Berna. Considerado em Perigo Crítico nos Açores, com uma população estimada em menos de 250 indivíduos adultos.Temsidoutilizadacomoplantaornamental,pelomenosnasCanáriaseAçores,oqueempartetemcontribuídoparaasua conservação. • Festuca jubata (Bracel/Fescue) • Rumex bucephalophorus ssp. canariensis (BafodeboiouDouradinha/Buttercup) • Smilax canariensis (Alegracão/Canarybindweed) • Tolpis succulenta (Visgo/)

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13.2.2. INVERTEBRADOS Artrópodes terrestres endémicos dos Açores (33) • Aeolus melliculus moreleti (/) • Agabus godmani (/) • Aphrosylus calcarator (/) • Argyresthia atlanticella (/) • Ascotis fortunata azorica (/) • Athous azoricus (/) • Cyclophora azorensis (/) • Dictyna acoreensis (/) • Ensina azorica (/) • Eudonia interlinealis (/) • Galumna azoreana (/) • Galumna rasilis (/) • Gibbaranea occidentalis (/) • Halophiloscia guernei (/) • Hermanniella incondita (/) • Heteroderes azoricus (/) • Humerobates pomboi (/) • Laparocerus azoricus (/) • Lasaeola oceanica (/) • Lithobius obscurus azorae (/) • Mesapamea storai (/) • Neomariania scriptella (/) • Noctua atlantica (/) • Nothrus palustris azorensis (/) • Orchestia chevreuxi (/) • Pardosa acoreensis (/) • Pieris brassicae azorensis (Borboletabrancaoulagartadacouve/Azoreanwhitebutterfly) • Pilocepheus azoricus (/) • Pisaura acoreensis (/) • Rugathodes acoreensis (/) • Scoparia aequipennalis (/) • Scoparia coecimaculalis (/) • Steganacarus hirsutus azorensis (/)

Artrópodes terrestres endémicas da Macaronésia (13) • Anaspis proteus (/) • Atheta pseudolaticollis (/) • Blastobasis desertarum (/) • Blastobasis marrocanella (/) • Dicranomyia michaeli (/) • Litargus pilosus (/) • Monomorium carbonarium (/) • Palliduphantes schmitzi (/) • Philonthus ventralis (/) • Pseudophloeophagus tenax (/) • Thalassosmittia atlantica (/) • Theridion musivivum (/)

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• Xenillus discrepans azorensis (/)

Moluscos terrestres endémicos dos Açores (15) • Acanthinula azorica (/) • Lauria fasciolata (/) • Leiostyla fuscidula (/) • Leiostyla rugulosa (/) • Leptaxis terceirana (/) • Napaeus delibutus (/) • Napaeus forbesianus (/) • Napaeus vulgaris (/) • Ovatella vulcani (/) • Oxychilus atlanticus (/) • Oxychilus miguelinus (/) • Oxychilus ornatus (/) • Oxychilus volutella (/) • Punctum azoricum (/) • Spermodea monas (/)

Moluscos terrestres endémicos da Macaronésia (2) • Columella microspora (/) • Hydrocena gutta (/)

13.2.3. VERTEBRADOS PEIXES Constantes no Livro Vermelho de Vertebrados de Portugal (1993) • Coryphoblennius galerita (Cabozdecrista/Montagu'sblenny) • Epinephelus marginatus (Mero/Duskygrouper)omeroapresentaumestatutovulnerável.ApresentaaindaumRegimeEspecialde Exploração.Apresentainteressecomercial. • Gobius paganellus (CabozouJoana/Rockgoby) • Mullus surmuletus (Salmonete/Redmullet) • Parablennius ruber (Cabozlusitano/Portugueseblenny)ocabozlusitano • Phycis phycis (Abrótea/Forkbeard)aabróteaapresentaumestatutodecomercialmenteameaçado.Apresentainteressecomercial. Endémicos dos Açores • Centrolabus caeruleus (Bodião verde / ) o bodiãoverde é uma espécie com interesse comercial registada na zona marinha envolventedaGraciosa. RÉPTEIS - TARTARUGAS Constantes no Livro Vermelho de Vertebrados de Portugal (2005) • Caretta caretta (tartarugacareta/loggerheadseaturtle),atartarugacaretaéumvisitantenaságuasdoArquipélagodosAçores.É umaespécieemperigonosAçores(LivroVermelho2005).Protegidaaváriosníveis(Berna:II;Bona:I/II; CITES:IA;Directiva Aves/ Habitats :II,IV). AVES Sub-espécies endémicas dos Açores que nidificam na ilha da Graciosa • Buteo buteo rothschildi (Águiadeasaredonda/Commonbuzzard)omilhafrepossuiumestatutopoucopreocupantenoArquipélago dosAçores(Livrovermelho).Instrumentoslegais:Berna:II;Bona:II,CITES:IIA.

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• Columba palumbus azorica (PombotorcazdosAçores / common woodpigeon) o pombotorcazdosAçores é uma subespécie prioritária incluída no anexo I da Directiva Aves/ Habitats . Outros instrumentos legais: Lei de Bases da Caça e regulamentodesta.Apresentaabundânciaselevadasnestailha,possivelmentedevidoaumambientemaisamenoetemperado característicodailha. • Fringilla coelebs moreletti (Tentilhão/ Azores chaffinch) o tentilhão possui um estatuto pouco preocupante no Arquipélago dos Açores(Livrovermelho).EspécieincluídanoanexoIIIdaConvençãodeBerna. • Larus cachinnans atlantis (Gaivota / Atlantic islands gull) a gaivota possui um estatuto pouco preocupante no Arquipélago dos Açores(Livrovermelho).EspécieincluídanoanexoIIIdaConvençãodeBerna. • Motacilla cinerea patriciae (Lavandeira/Azoresgreywagtail)alavandeirapossuiumestatutopoucopreocupantenoArquipélago dosAçores(Livrovermelho).EspécieincluídanoanexoIIdaConvençãodeBerna. • Regulus regulus inermis (Estrelinhadepoupa/WesternAzoresgoldcrest)aestrelinhaouestrelinhadepoupapossuiumestatuto poucopreocupantenoArquipélagodosAçores(Livrovermelho).InstrumentosLegais:Berna:II,Bona:II. • Sturnus vulgaris granti (Estorninho/Azorescommonstarling)oestorninhopossuiumestatutopoucopreocupantenoArquipélago dosAçores(Livrovermelho).Instrumentoslegais:DirectivaAves/ Habitats ,LeideBasesdaCaçaeregulamentodesta.. • Sylvia atricapilla atlantis (Toutinegra / Island blackcap) a toutinegra possui um estatuto pouco preocupante no Arquipélago dos Açores(Livrovermelho).EspécieincluídanosanexosIIdasConvençõesdeBernaeBona. • Turdus merula azorensis (Melro/Azoreseurasianblackbird)omelropossuiumestatutopoucopreocupantenoArquipélagodos Açores(Livrovermelho).Instrumentoslegais:Berna:III,Bona:II,DirectivaAves/ Habitats ,Leide BasesdaCaça eregulamento desta. Sub-espécie endémica da Macaronésia que nidifica na ilha Graciosa • Serinus canaria canaria (Canáriodaterra/Canary)ocanáriodaterrapossuiumestatutopoucopreocupantenoArquipélagodos Açores(Livrovermelho).EspécieincluídanoanexoIIIdaConvençãodeBerna. Aves marinhas migradoras/reprodutoras na ilha Graciosa constantes no Anexo I da Directiva Aves/Habitats Procellariiformes • Bulweria bulwerii (Almanegra/Bulwer'sPetrel)aalmanegraapresentaumestatutoemPerigonoArquipélago(LivroVermelho 2005).NosAçoresaespécienidificanasilhasGraciosaeSantaMariaemapenas3colónias,em3ilhéusdistintos:IlhéudeBaixo (Graciosa)IlhéudaPraia(Graciosa)eIlhéudaVila(SantaMaria).EmtermosdeestatutodeameaçaaníveldaEuropa,aespécieé consideradaRara,emboraaindaprovisoriamente(BirdLifeInternational2004).OutrosInstrumentosLegais:AnexoIIdaConvenção deBerna. • Calonectris diomedea borealis (Cagarro/Cory’sshearwater)ocagarroapresentaumestatutopoucopreocupantenoArquipélago (LivroVermelho2005).OutrosInstrumentosLegais:AnexoIIdaConvençãodeBerna.AvemarinhamaisabundantedosAçores, ondeapopulaçãorepresentacercade74%dapopulaçãomundial.Ograndedeclínioqueassuaspopulaçõesmundiaisregistaram nasúltimasdécadaslevamaconsiderarestaespéciecomovulnerável.EmtermosdeestatutodeameaçaaníveldaEuropa,a espécieéconsideradaVulnerável,emboraaindaprovisoriamente(BirdLifeInternational2004). • Oceanodroma castro (Angelito/Bandrumpedstormpetrel)oangelitoapresentaumestatutovulnerável/emperigonoArquipélago (LivroVermelho2005).AilhaGraciosaconcentraumadasmaiorescolóniasdeangelitodosAçores(daspopulaçõesquenteefria). OutrosInstrumentosLegais:AnexoIIdaConvençãodeBerna. • Pterodroma fea ,afreiradoBugioéumaespéciedeextremararidadeeimportânciainternacionaleéocasionalmenteobservávelna ilhaGraciosa.Estaéumaespécieglobalmenteameaçadacomapenas1.200casaisnomundo.OutrosInstrumentosLegais:Anexo IIdaConvençãodeBerna. • Puffinus assimilis baroli (Frulho / Macaronesian shearwater) o frulho apresenta um estatuto vulnerável no Arquipélago (Livro Vermelho 2005). Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Rara, embora ainda provisoriamente(BirdLifeInternational2004).OutrosInstrumentosLegais:AnexoIIdaConvençãodeBerna. Charadriiformes • Sterna dougallii (Garajau rosado / Roseate Tern) o garajaurosado apresenta um estatuto vulnerável no Arquipélago (Livro Vermelho2005)eéumaespécieprioritáriadoAnexoIdaDirectivaAves/ Habitats .Emtermosdeestatutodeameaçaanívelda Europa,aespécieéconsideradaRara.Cercade59%dapopulaçãoeuropeiaescolheoArquipélagodosAçoresparanidificar. OutrosInstrumentosLegais:AnexosIIdasConvençõesdeBernaedeBona. • Sterna hirundo (Garajau comum / Common Tern) o garajaucomum apresenta um estatuto vulnerável no Arquipélago (Livro Vermelho2005).EmtermosdeestatutodeameaçaaníveldaEuropa,aespécieéconsideradaNãoAmeaçada,emboraapresente declínios populacionais pontuais dentro da sua área de distribuição europeia. Outros Instrumentos Legais: Anexos II das ConvençõesdeBernaedeBona.

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Outras aves • Phaeton aethereus (Rabodepalha/Redbilledtropicbird)ailhadaGraciosaéoúnicolocalconhecidonaEuropadenidificação ocasionaldestaespécie. Outras aves que ocorrem na ilha do Graciosa constantes no Livro Vermelho de Vertebrados de Portugal 2005 • Ardea cinerea (Garçacinzenta/Greyheron)agarçacinzentaéumvisitantenoArquipélagodosAçores.AnexoIIdaConvençãode BernaPossuiumestatutoDD(Informaçãoinsuficiente)nosAçores. • Arenaria interpres (Rola do mar / Ruddy turnstone) roladomar é um visitante no Arquipélago dos Açores. Anexos II das ConvençõesdeBernaedeBona.PossuiumestatutoDD(Informaçãoinsuficiente)nosAçores. • Charadrius alexandrinus (Borrelho de coleira interrompida / Kentish plover) o borrelhodecoleirainterrompida é residente no ArquipélagodosAçores.AnexoIdaDirectivaAves/ Habitats eAnexosIIdasConvençõesdeBernaedeBona.Possuiumestatuto DD(Informaçãoinsuficiente)nosAçores. • Columba livia atlantis (Pombodarocha/Rockpigeon)opombodarochaéumasubespécieendémicadaMacaronésia.AnexoAda ConvençãodeCITES,AnexoIIdaDirectivaAves,LeideBasesdaCaçaeregulamentodesta.PossuiumestatutoDD(Informação insuficiente)nosAçores. • Egretta garzetta (Garçabioeira/Heron)agarçaboieiraestáincluídanoanexoIdaDirectivadasAvesequeusaailhaGraciosa como território de passagem. Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Não Ameaçada, emboraapresentedeclíniospopulacionaispontuaisdentrodasuaáreadedistribuiçãoeuropeia.OutrosInstrumentosLegais:Berna: II;CITES:A. • Gallinago gallinago (Narcejacomum/Commonsnipe)anarcejacomuméresidentenoArquipélagodosAçores.AnexoD.

MAMÍFEROS • Nyctalus azoreum (Morcego dos Açores / Azorean bat) o morcegodosAçores é o único mamífero endémico dos Açores e é considerada criticamente em perigo (Livro Vermelho 2005). Apresenta uma distribuição regular na ilha Graciosa. Abrigase em fendas estreitas em edifícios, rochas e talvez também em árvores. Provavelmente a espécie de microquiróptero que é mais frequentementeobservadaacaçarduranteodia.EspécieconstantenoAnexoIVdaDirectiva Habitats ,comestatutodeprotecção rigorosa,noAnexoIIdaConvençãodeBernaenoAnexoIIdaConvençãodeBona. • Pipistrellus maderensis (MorcegodaMadeira/MadeiraPipistrelle)omorcegodamadeiraencontraseCriticamenteemPerigo(CR) nosAçores(LivroVermelho2005).ÉumaespécieendémicadaMacaronésiaeresidentenoArquipélagodosAçores,ondeforam encontradosindivíduosnasilhasdeSantaMaria,SãoJorge,Graciosa,FloreseCorvo.Estimaseumnúmerototaldeindivíduosde Pipistrellus nosAçoresextremamentereduzido,provavelmenteinferioratrêscentenas.EspécieconstantenoAnexoIVdaDirectiva Habitats ,comestatutodeprotecçãorigorosa,noAnexoIIdaConvençãodeBernaenoAnexoIIdaConvençãodeBona. Constantes no Livro Vermelho de Vertebrados de Portugal (2005) • Delphinus delphis (Golfinhocomum/Commondolphin) • Globicephala macrorhynchus (Baleiapilototropical/Tropicalpilotwhale) • Kogia spp. (FamiliaKogiidae) • Mesoplodon spp .(Género Mesoplodon ) • Physeter macrocephalus (Cachalote/Spermwhale) • Stenella coeruleoalba (Golfinhoriscado/Stripeddolphin) • Stenella frontalis (Golfinhopintado/Atlanticspotteddolphin) • Tursiops truncatus (Roaz/Bottlenosedolphin) Ocorremtambémoutrasespéciesdecetáceos,masdeformaocasional.

13.3. CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE GENÉTICA UmaReservadaBiosferatemumduplopapelnagarantiadapreservaçãodabiodiversidadegenética.Seporumladoafunção deconservaçãodaReservadaBiosferaauxilianapreservaçãodadiversidadegenéticaaoprotegervaloresnaturaisraros,por outroladodevehaverumacolaboraçãocomascomunidadeslocaisparagarantiramanutençãodeumavariabilidadegenética em toda a reserva que viabilize a adaptação de animais e plantas às alterações do meio. Este papel deve incluir o desenvolvimentoefinanciamentodeestudosgenéticos,asensibilizaçãodapopulaçãoeimplementaçãodeacçõesparagarantir amanutençãodadiversidadegenética. Emrelaçãoàsespéciesnaturais,terrestresemarinhas,oisolamentodaGraciosa,intrínsecoàcondiçãodeilha,podeajudarna manutençãodediversidadegenéticaaoalbergarpopulaçõescomcaracterísticasligeiramentediferentesdasdeoutroslocais.No entanto,alongoprazo,esteisolamentolevaàespeciaçãoeàperdadediversidadegenéticadeumadeterminadaespécie.Os

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Açores,eaGraciosaemparticular,sãoilhasrelativamenterecentes.Nestearquipélagohádiversosendemismosresultantesdos processosdeespeciaçãoqueenriquecemabiodiversidademundialmas,emsimultâneo,aindahámuitasespéciescomunsà EurásiaeàÁfrica,querepresentamvariedadesousubespéciesdaquelaseenriquecemadiversidadegenéticadessasespécies. AsvariedadesagrícolasepecuáriasutilizadasnaGraciosasão,nasuamaioria,variedadesbastantedifundidasaníveleuropeue por isso não apresentam grande importância a nível de conservação da biodiversidade genética. Há, no entanto, algumas excepçõesa estaregra.Como exemplo,abatatadoce ( Ipomoea batatas ) foi introduzida nos Açores no século XVI, sendo cultivadas diversas variedades que provavelmente ainda conservam características originais. Da mesma forma o inhame (Colocasia esculenta ),origináriodasilhasCanárias,éumrisomamuitoutilizadonaculináriaemsubstituiçãodetubérculoscomo as batatas, cujo cultivo está muito difundido nas regiões tropicais. Devido ao carácter climatérico distinto dos Açores, as variedadesaquicultivadasdeverãoteralgumascaracterísticasgenéticasparticularesemrelaçãoàscultivadasnoutroslocais. Areservaapresentaespecialapetênciavitivinícola.Ascastasdominantessãoo“Verdelho”,a“Isabella”,o“Arinto”,o“Terrantez”, a“MalvasiaFina”eo“FernãoPires”.Acasta“Verdelho”éamaispreciosamastambémeamaisexigentedetodasasvinhasda ilha.ForadosAçoresestápoucodifundidaeporissoconstitui umamaisvalianaconservaçãodadiversidade genética das castasvínicas. AilhadaGraciosatambémsetemdistinguidonaproduçãodesementesdeserradela(“ervadacasta”),chicharrãoetremoço.Os principaismercadosdassementessãoasilhasdoGrupoCentral.Numplanodemelhoramentodaspastagensaçorianas,que pretendeintroduzirdiversidadeàsespéciesutilizadasparapasto,ailhaGraciosaéapontadaparaaproduçãodesementesde forragens. AilhaGraciosatemamaiordensidadedeburros( Equus asinus )doarquipélagoerepresentaumdoslocaismaisimportantesem Portugalnoquerespeitaàconservaçãodaespécie.AmaiorpartedogadoasininodaGraciosapertenceaumavariedadedistinta deoutrasdePortugal,porpossuirumpadrãomarmoreadodapelageme,portanto,importantenamanutençãodadiversidade genéticadestaespéciequeseencontraemdeclínioacentuadonaEuropa.

Figura 37.BurrodaGraciosa.

NafloranaturalenaturalizadadaGraciosaexistemdiversasespéciesquenãosãocultivadasrecorrendoapropágulosvindosdo exterior e que crescem em regime natural ou seminatural. Entre estas encontramse diversas plantas com qualidades terapêuticasqueestãopresentesdesdeosprimeirostemposdapovoação,dasquaissedestacam: • Diabelha( Plantago coronopus ) • Néveda( Calamintha officinalis ) • Funcho( Foeniculum vulgare var dolce ) • Oregão( Origanum vulgare ssp. virens ) • Hortelã( Mentha viridis ) • Poejo( Mentha pulegium ) • Línguadevaca( Plantago major ) • Quieró( Calluna vulgaris ) • Macela(Anthemisnobilisi) • Tomilho(Thymuscaespititius)

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14. Função de desenvolvimento

14.1. POTENCIAL PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E HUMANO SUSTENTÁVEL A NÍVEL SÓCIO – CULTURAL E ECOLÓGICO Existeumconsiderávelpotencialdedesenvolvimentodeactividadeseconómicassustentáveisambientalmente.Nosdiasdehoje, assisteseaumaumentodaprocuraporartigosproduzidosemsistemasecologicamentesustentáveisoquecriaapossibilidade davalorizaçãodeprodutoscertificados.AspequenasexploraçõesdailhaGraciosanãopermitem,emgeral,aproduçãode produtos competitivos nos mercados tradicionais, mas com o desenvolvimento de produtos com uma qualidade ambiental assegurada,podemserexploradomercadosespecíficosquevalorizamaqualidadeemdetrimentodoscustos.Estavalorização dos produtos pode ocorrer nas principais actividades humanas desenvolvidas na ilha, garantindo o desenvolvimento socio económicodeumaformaconsoantecomosobjectivosdeumaReservadaBiosfera.

PESCA As pescas dos Açores caracterizamse pela aplicação de tecnologias mais tradicionais a que se juntam um conjunto de regulamentoscomoaleidastrêsmilhas,aproibiçãoderedesdearrastoedeemalhardeprofundidade,aproibiçãoderedes derivantesedecerco.Aistoassociaseoprogramadeimplementaçãodeumarededeáreasmarinhasprotegidascobrindoa diversidadede habitats eecossistemasdaregiãodosAçores,dolitoralcosteiroaomarprofundo.Éumapescaartesanalque facilitaasuasustentabilidade,comosaparelhosdelinhaeanzoladominaremasdiversaspescarias.Estapoliticaorientadapara umdesenvolvimentosustentáveldosectordaspescastambémseverificanailhaGraciosa. Nodomíniodaspescas,foradas12milhaseatéàs200milhasdacosta,acompetênciareguladoraéexercidaanívelnacional.A regulaçãodoexercíciodapescaatéàs12milhas(MarTerritorial)édacompetênciadoGovernoRegional.ÀDirecçãoRegional dasPescascompeteorientar,coordenarecontrolaraexecuçãodapolíticaparaosectordaspescas,promovendoeapoiando todasasmedidasnecessáriasaodesenvolvimentodosector. APescaComercialnaRAAestáregulamentadapeloDecretoRegulamentarn.º7/2000,30deMaio,definindoascaracterísticas dasembarcações,asartesemétodosdepescapermitidos.Emcomplementoaodecretosupramencionado,oDecretoLein.º 278/98,de7deJulho,naredacçãodadapeloDecretoLein.º383/98,de27deNovembro,vemestabelecerasmedidasde conservação,degestãoeaproveitamentosustentáveldosrecursosdafaunaefloraexistentesnaságuassobasoberaniae jurisdiçãoportuguesas. Foiaprovadarecentemente(4deOutubrode2006)apropostade “Estratégia Nacional para o Mar” ,quedefineumconjuntode acções estratégicas que identificam medidas transversais que contribuem para criar condições favoráveis para o melhor aproveitamentodomardeformasustentável.

AGRICULTURA E PECUÁRIA OsectorAgrícolaoferecetambémumgrandepotencialparaodesenvolvimentosustentávelaníveleconómicoeambiental.Para alémdesecaracterizar,nailhadaGraciosa,portécnicasaindanogeralartesanais,éumaactividadeconstituídaporpequenas exploraçõescomumbaixoníveldeprodução. UmdosmecanismosdegestãodaactividadeagrícolaimplementadosnaRegiãoéoFEADERFundoEuropeuAgrícolade DesenvolvimentoRural,implementadonosAçoresatravésdoProgramaProrural.Esteregulamentocriauminstrumentoúnicode financiamentodapolíticadedesenvolvimentorural,queentraráemfuncionamentoem2007.Osobjectivospassamporaumentar acompetitividadedossectoresagrícolaeflorestal,melhoraroambiente,agestãodoespaçoruraleaqualidadedevidaepara diversificar as actividades nas zonas rurais. O Prorural, através do seu “Eixo 2” para o desenvolvimento rural, prevê um investimentoimportantenamelhoriadoambienteedapaisagemrural,atravésdequatromedidas:a)Manutençãodaactividade agrícolaemzonasdesfavorecidas;b)PagamentosAgroambientaiseNatura2000;c)Investimentosnãoprodutivos;d)Gestãodo espaçoflorestal.Paraalémdisso,oPROTA–Plano Regional deOrdenamentodoTerritóriodosAçores,e o PDM – Plano DirectorMunicipal,regulamentamosespaçosetiposdeexploraçãoagrícolanailha. Asacçõesdeformaçãonaáreaagrícolalevadasacabonailha,dãotambémumagrandecontribuição,paraaimplementaçãode práticasquepermitemdesenvolveraactividadeaníveleconómico,preservandoaomesmotempoosrecursosnaturaisutilizados.

PRODUTOS LOCAIS AGraciosafabricadiversosprodutosespecíficosdailha,quetêmumconsiderávelsucessocomercial.Sãoexemplodisso,as CovilhetesdeLeitedaGraciosa(popularmenteconhecidascomo“queijadasdaGraciosa”),asaguardentes,osvinhos,oqueijo da ilha e os bordados. A diversidade e notoriedade destes produtos fazem com que haja um considerável potencial de

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Governo dos Açores desenvolvimento destas actividades, nomeadamente com a implementação de medidas que as mantenham ambientalmente sustentáveisegarantamumacertificaçãodeconformidadeambiental.

Figura 38.CovilhetesdeleitedailhaGraciosa. TURISMO AilhadaGraciosa,apresentapeloseupatrimónionaturalecultural,umagrandediversidadedebasessólidas,quepermitirãoo desenvolvimento do turismo de uma forma adequada e variada, sem criar dependência de uma só vertente de exploração turística.Assimsendo,aconjugaçãoeinteracçãoentretodasasvariantesqueconstituemarealidadedailha(patrimónionatural eedificado;tradiçõesecostumes;arquitectura;artesanato;etnografia;produtoslocais)permitiráumcrescimentoharmoniosoe sustentável,oquenãosódinamizaráaeconomialocal,comoservirádeexemploparaodesenvolvimentodaindústriaturística emtodaaRegião. OPOTRAA–PlanodeOrdenamentoTurísticodaRegiãoAutónomadosAçorestemcomofunçãoguiarestasactividadesde forma a se desenvolverem deuma forma sustentável a nível social, cultural e ambiental, apostando na valorização do seu patrimónioesingularidade. ENERGIAS RENOVÁVEIS No início de 1992, foi inaugurado o Parque Eólico da Graciosa, na Serra Branca, com uma potência instalada de 200 kW distribuídapordoisaerogeradores.Em2002apotênciapassoupara300kW,comumacapacidadetotalde0,6MW.Comesta ampliaçãofoipossívelaumentaracontribuiçãoeólicaparaos17%doconsumoemenergiaeléctricadailha.Estaampliação esteveintegradana1ªfasedoPlanodeDesenvolvimentodeEnergiaEólicadosAçores.Em2005,aproduçãodeenergiaeólica nailha,representou20%dototal.Oinvestimentonasubstituiçãodeenergiasproduzidasapartirdecombustíveisfósseispor energiaeólicapoderáfacilitarodesenvolvimentosustentáveldasactividadesdailha,aodiminuirapegadaecológicadeixada pelo necessário aumento do consumo energético associado ao desenvolvimento socioeconómico trazido pela Reserva da Biosfera.

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Figura 39.ParqueeólicodaGraciosa

14.2. NO CASO DO TURISMO SER UMA ACTIVIDADE IMPORTANTE NailhaGraciosa,relativamenteaosvisitantesquerecebeanualmente,podemosidentificardoisgrandesgruposcombaseno propósitodasuaviagem:TurismodeLazer(compreendeactividadesrealizadasaoarlivrecomoapraia, ecoturismo, visitas panorâmicaseculturais)eoTurismodeInteresseComum(compreendeaquelesqueviajamcomuminteressecomumentreo visitante e o visitado Visiting Friends and Relatives – de que são exemplo os familiares emigrados no estrangeiro e/ou residentesnoutrasilhasounoterritóriocontinentalportuguês.Noquerespeitaàevoluçãodoquantitativodasdormidas,ailha temumcrescimentoacimadamédiadoarquipélago(taxasdeocupaçãocomumaevoluçãopositiva)apesardeaduraçãomédia dasestadiasregistarumadiminuição.Em2004,asestatísticasreferem0.8turistasporhabitante.Em2005registaramse3.660 hóspedes,perfazendoumtotalde8.244dormidas,oquesetraduznumataxadeocupaçãohoteleiranaordemdos29,7%.Em 2006,atéaomêsdeJulho,foramregistadas5.183dormidas. Em 2004, a estadia média nos estabelecimentos hoteleiros, era de cerca de três noites. No entanto, como o maioria dos visitantesdailhaGraciosasãoresidentesnoestrangeirocomascendênciaaçorianaemvisitaaosfamiliares,aestadiamédiaeo númerodevisitantesénaverdadebemmaior,poisestesnãoutilizamosestabelecimentoshoteleirosjáqueficamemcasados própriosfamiliares.DeacordocomumestudorealizadopeloSREA(ServiçoRegionaldeEstatísticadosAçores)em2001,dos turistasquevisitamanossaregião,cercade6%visitaramaGraciosa,sendoquedestes26,7%eramresidentesemPortugal, 53,3%eramresidentesnoestrangeirocomascendênciaaçorianae20%eramestrangeiros. AclassificaçãonoqueserefereespecificamenteaonúmerodeturistasqueseregistamnestelocalestámuitolongedoTurismo deMassas.Aliás,todooplaneamentoefectuadopelasEntidadesdeGestãoTurísticadaRegiãoAutónomadosAçores,está direccionadoparaocontrolodasentradasdosvisitantes,tendoemcontaacapacidadedecargadecadailha. CRESCIMENTO TURÍSTICO NaRegiãoAutónomadosAçores,nomêsdeAbrilasdormidas nos estabelecimentos hoteleiros registaram um crescimento homólogode15,7%.DeJaneiroaAbrilde2006,asdormidasnosmesmosestabelecimentos,registaramumavariaçãonegativa de6,5%,faceaigualperíododoanoanterior.Paraestedecréscimocontribuiuadiminuiçãodasdormidasdosresidentesno estrangeiro(16,3%).Porilhas,asqueapresentaramacréscimoshomólogosacumuladosforamasdaGraciosa,SantaMariae Faialrespectivamentecom35,1%,31,5%e1,6%. Emboraonúmerodeturistasnãosejaelevado,facilmenteseconsegueobservarasazonalidadedofluxoturísticodailha.O número de dormidas aumenta a partir de Junho, atingindo o seu pico em Julho, diminuindo significativamente a partir de Setembro.ImportanoentantoreferirqueaapostaparaoaumentodonúmerodevisitantesfeitapeloGovernoAçoriano,aponta paraumcrescimentodaprocuraentre8,5a9,5%aoano(valoresmédios).

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PLANEAMENTO TURÍSTICO OPlanoRegionaldeOrdenamentodoTerritóriodosAçores,consideraparaailhaGraciosadoiscenáriosdeevoluçãotendencial, umparaazonanorte(freguesiadeSantaCruzdaGraciosa), onde existe uma tendência para a estabilidade das funções urbanas,eooutroparaorestanteterritório,ondeseverificaumatendênciaparaadebilidadedasfunçõesurbanas. OPlanoDirectorMunicipalaindaseencontraemelaboração,masoselementosdisponíveisapontamnosentidodesecriarem condiçõesdedinamizaçãodaactividadeeconómicalocal,atravésdosectordoturismo. Assim sendo as principais linhas temáticas de desenvolvimento e apostas da actividade turística para a ilha da Graciosa, contidasnoPlanoSectorialdoTurismoserão: • Termalismo • Enologia • Patrimóniogeológico • Patrimónioedificado • Desportosnáuticos HaverátambémumreforçodaligaçãoàilhaTerceirae,numplanosecundário,àsilhasdoFaial,SãoMiguelePico.

14.2.1. TIPO (S) DE TURISMO AilhadaGraciosareúneexcelentescondiçõesparaapráticadaactividadeturística,emdiversasvertentes,nãosópelassuas condiçõesclimatéricas,comotambémpelasuageografiaepatrimónionatural.Assimsendo,podeconsiderarsequenestailha aspráticasdeTurismomaiscomunssão:TurismoBalnear,Cultural,Natureza/Ecoturismo,TermaledeAventura.Aexpressão quantitativadecadaumdeles,nãoénoentantomuitoexpressiva,estandoestailhaaindanocomeçodasuaexploraçãoturística. Paraomelhorentendimentodasactividadesturísticaslevadasacabonestelocal,farseáadefiniçãodatipologiadecadauma. • Turismo Balnear – Visita a locais com infraestruturas balneares naturais ou construídas e com boas condições climatéricas,nomeadamentecommuitashorasdesol,fracapluviosidadeetemperaturasaltas/temperadas, com o objectivoderealizaçãodeactividadesdelazeraoarlivre. • Turismo Cultural –Visitasdesenvolvidasporpessoasestranhasàcomunidadehospedeira,motivadas,emparteouna totalidade,porinteresseshistóricos,artísticos,científicos,oupeloestilodevida/herançadeumacomunidade,região, grupoouinstituição. • Turismo de Natureza –VisitaalocaiscomgranderiquezaaníveldePatrimónioNatural,comamotivaçãodeadmirar assuaspaisagenselocaisdegrandebelezacénica,bemcomorealizaractividadesculturais,agrícolasedesportivas. • Ecoturismo –Visitaalocaisnaturaisrelativamenteintactos,comoobjectivoúnicodeadmirar,estudareusufruirda belezadoslocais,dasuavegetação,dosseusanimaisselvagensedetodasasespecificidadesculturais. • Termalismo –Deslocaçõesefectuadasparaforadolocalnormalderesidênciaoutrabalho,comointuitodemelhoraro estadodesaúde,integrandonãosócuidadoscurativosprescritospelomédico,mastambémcuidadospreventivospor iniciativaindividualvoluntária. • Aventura –Actividadedelazerlevadaaefeitonumlocalexótico,remotoouselvagem,regrageralaoarlivre,com elevadosníveisdeenvolvimentoeactividadedapartedosparticipantes,comorigemnoaparecimentodosdesportos radicais,nasegundametadenoséc.XX.

Deentreasactividadesturísticascommaiorexpressãodestacamse: • Passeiosdebarcoamotorevela; • Passeiospedestres; • PescaLúdicaeCaçaSubmarina; • Actividadesbalneares; • Mergulhocomescafandroautónomo; • Termalismo; • Caça; • Cultura;

Sítios de interesse Cavidades Vulcânicas: Estão inventariadas 10 cavidades vulcânicas na ilhaGraciosa,sendoumalgare9grutaslávicas.A CaldeirinhadePêroBotelhocorrespondeaoúnicoalgarvulcânicoconhecidonailha,comcercade37mdeprofundidadee queestálocalizadonointeriordacrateradeumconede spatter implantadonaSerraBranca.Umnúmerosignificativodaquelas grutaslávicas(5,nototal)estáimplantadoestáimplantadonoderramelávico pahoehoe associadoaolagodelavadaCaldeira, merecendoespecialdestaqueasequênciadecavidadesquesedesenvolvedesdeaFurnadaMariaEncantada(comcercade

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57mdecomprimento),aFurnad’ÁguaeatéàFurnadoAbel(estaúltimacom98mdecomprimento).Estasequênciaperfaz, noseuconjunto,umaextensãodecercade500metrosdesdeobordodaCaldeira,emboradeformadescontínuaenalguns segmentosseapresentecomocristaslateraisassociadasàmovimentaçãodaescoadae/ouaocolapsodetúneislávicos. Furna do Enxofre:Tratasedeumaimponentecavernalávica,comumcomprimentomáximode194m,alturamáximadecerca de80mequesecaracterizaporapresentarumtectoemabóbadaperfeita.AFurnadoEnxofreestálocalizadanaparteSEda caldeiradovulcãocentral.Oacessoaoseuinteriorfazseatravésdeumatorrecomcercade37mdealturaeumaescadaria em caracol com 183 degraus, edificada no início do século XX . No interior desta cavidade, na parte mais afastada da escadariaenazonamaisprofundadagruta,existeumalagoacomprofundidademáximadecercade22,5m.Ointeriorda cavidadeexibe,ainda,umimportantecampodedesgaseificação,constituídoporumafumarolacomlamaeporemanações gasosasdifusasdedióxidodecarbonoqueselibertamimperceptivelmenteemdiversasáreasdochãodagruta. Caldeirinha de Pêro Botelho :um spatter cone (ouseja,umconeformadopelaacumulaçãode“salpicosdelava”soldados),bem preservadoquebasedasuacratera,comcercade150mdediâmetro,possuiumalgarvulcânico. Domos do Beco, ou dos Fragosos: Estessãoosdoisdomosvulcânicosmelhorpreservados,emaisespectacularesdailha Graciosa.Estasformas,comumasecçãoplanaraproximadamentecircular,diâmetromédiode275meumaalturade100m, estãodispostossegundoumalinhamentoNWSE,paraleloaobordosuldacaldeira. Filões vulcânicos e chaminés: AolongodalinhadecostadailhaGraciosapodemserobservadosdiversosfilõesdenatureza basáltica(FaroldaPontadaBarca,PontadaRestingaeQuitadouro)edenaturezatraquítica(cf.Serra Branca), na sua maioria,emzonasinacessíveisporterra.Domesmo modo,aerosãocosteiraatingeporvezesosistema decondutasde alimentaçãodosconesmonogenéticos( plumbing system ),pondoadescobertoaschaminésdosconesdeescóriasedetufos. DestacamseasdiversasestruturasdestetipoexistentesnaszonasdePortoAfonsoedoFaroldaPontadaBarca(e.g.PicoNegroe IlhéudaBaleia),naparteNWdailha,edaPontadaRestinga,naextremidadeSEdovulcãocentral. Farol do Carapacho e Farol da Ponta da Barca :têmvalortantodopontodevistacénicocomodopontodevistaarquitectónico.A partirdoFaroldaPontadaBarcaépossívelverumdos ex-libris destailha,oIlhéudaBaleia.

Figura 40.FaroldoCarapachoeFaroldaPontadaBarca.

Termas do Carapacho: AnascentedoCarapacho,conhecidadesde1750,écaptadanumpoçoeéaproveitadaparaalimentar umaestânciatermal,reinauguradoem1993apósobrasdemelhoria.Aságuastermaissãohipersalinas,cloretadassódicas, bicarbonatas e a temperatura varia anualmente, oscilando entre 35 e 45º C. São utilizadas no tratamento de doenças reumáticas,hepáticasedermais. Igreja de Santa Cruz: Construída no século XVI e reconstruída no século XVII, possui algumas peças de arte religiosa importantes,incluindoumretábulopintadosobremadeira,azulejos,painéiseimagensdoséculoXVI. Monte de Nossa Senhora da Ajuda :SobranceiroàViladeSantaCruz,édenominadodeMonteSacro.Reúnetrêscapelas,casas deromeirosecircuitospedonais,queseiniciamnabasedomonteeligamascapelasdaAjuda,SãoJoãoeSãoSalvador. Nestelocalencontraseaindaumapraçadetourosconstruídanofundodeumacratera. Ilhéus: aolongodetodaacostaexistemváriosilhéusqueoferecemmaisumpontodeinteressenapaisagemcosteiradailhas,de entretodosdestacamse,peloseutamanho,oIlhéudaBaleiapelaformaquelhedáonome,localizadoemfrenteaoFarolda PontadaBarca,eosIlhéusdeBaixo(localizadosaolargodoCarapacho)edaPraia(localizadoaolargodaPraiadaGraciosa). Praia :zonabalnearsituadanafreguesiacomomesmonome(Praia),napartesuldailha.Éoúnicoarealdailha.

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14.2.2. DESCREVER INFRA -ESTRUTURAS DE TURISMO E SUA LOCALIZAÇÃO DENTRO DA RESERVA DA BIOSFERA CANDIDATA . NestailhaestãoregistadastrêsPensões,comumacapacidadetotalde85hóspedeseumnúmeromédiode14funcionários. Existe também um espaço de Turismo Rural com 8 camas. Os dois Parques de Campismo existentes completam a oferta turística da Graciosa a nível de alojamento. Paralelamente, alguns particulares disponibilizam quartos ou casas para férias, principalmentenosmesesdeVerão,quandoafluênciaàilhaaumentaconsideravelmente. A nível de restauração, existem cerca de uma dezena de restaurantes/snackbares, não havendo no entanto uma grande diversidadeaoníveldaementa,queécompostaessencialmenteporpratosdepeixeecarne(frito,grelhadoouguisado).Em praticamentetodososestabelecimentospodemencontrarseprodutosdailha,comooqueijo,amassasovadaeasCovilhetesde Leite.Aescassaofertaexistente,prendeseessencialmentecomonúmeroreduzidodevisitantesquerecebeetambémpela procuraseconcentraremapenastrêsmeses,nãorentabilizandooinvestimentofeitopelosempresáriosnestaárea. Infra-estruturas existentes

Freguesia Tipo Estrutura SantaCruz Alojamento Pensão(R)IlhaGraciosa–1ª Pensão(R)SantaCruz–2ª Pensão(R)MiraMar–3ª ActividadesNáuticas Gracipescas–ActividadesMarítimas CentroNáuticodaGraciosa Rentacar Medina&FilhosRentacar AgênciasdeViagens Turangra–ViagenseTurismo ViaGraciosa–AgênciadeViagenseTurismo Restauração RestauranteApolo80 RestauranteCostadoSol SnackBarOGaleão Património FortedaBarra MuseudaGraciosa IgrejaMatriz IgrejadaMisericórdia IgrejadeSantoCristo CruzdaBarra CapeladoMontedaAjuda Acessibilidades AeródromodaGraciosa Guadalupe Alojamento QuintadosFrutos(CC) Rentacar RentaCarGraciosa,Lda Património IgrejadeN.SenhoradeGuadalupe Praia(SãoMateus) Alojamento ParquedeCampismo Restauração SnackBarMarisqueiraJoséJoão SnackBarTomaLáDáCá Trilhos SerraBrancaPraia Património NúcleoMarítimodoMuseudaGraciosa IgrejadeSãoMateus IlhéudaPraia Acessibilidades PortodaPraiadaGraciosa Luz Alojamento ParquedeCampismo Restauração RestauranteSnackBarOMoirinho RestauranteoGolfinho Trilhos VoltaàCaldeira–FurnadoEnxofre Património CaldeiradoEnxofre IgrejadeN.SenhoradaLuz TermasdoCarapacho FaroldoCarapacho IlhéudeBaixo

14.2.3. INDICAR IMPACTES NEGATIVOS E POSITIVOS DO TURISMO , ACTUAIS E PREVISTOS O Governo Açoriano temse empenhado no desenvolvimento de um planeamento cuidado para o Turismo, o que se torna imperativovistoseremosrecursosnaturaisdoarquipélagoqueconstituemamaisvaliadoseu“produtoturístico”. Esteplaneamentodeveráserintegrado,próactivoeestratégico,deformaapossibilitarareduçãodosimpactesnegativosdesta actividade, tendo em conta os princípios básicos do desenvolvimento sustentável, que se entende por “um modelo de desenvolvimentoquepermiteàsgeraçõespresentessatisfazerassuasnecessidadessemquecomissoponhamemriscoa possibilidadedeasgeraçõesfuturasviremasatisfazerassuasprópriasnecessidades”.

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Impactes positivos previstos AdinamizaçãodosectordoturismonailhaGraciosa,trarácertamentenovoânimoàsituaçãoeconómicalocal,nomeadamente peloseuefeitomultiplicador,istoporqueaohavermaisinvestimentoprivadoaonívelempresarialecriaçãodeinfraestruturas, haverámaiscriaçãodeemprego,criandomaisatractivospara afixaçãoderesidentes,especialmentepara os maisjovens, contrariandoofenómenodeenvelhecimentoereduçãodapopulaçãoaqueseassistenestailha. Por outro lado, existirá a necessidade de melhorar as acessibilidades e modernizar algumas infraestruturas e serviços já existentesdeformaaprestarummelhorapoioaosvisitantes,oquebeneficiatambémapopulaçãoquepassaráatêlasaoseu dispor.Exemplodisso,poderãoserasligaçõesaéreas,poishavendomercado,ascompanhiaspoderãoaumentaroseunúmero devoosregularesparaailha. Outropontomuitoimportante,passapelareabilitaçãoepreservaçãodopatrimónionaturaleedificado,quedeoutraformapodia serdeixadoaoabandonoporfaltadeutilidadeeporfaltademeioseconómicos.Aactividadeturísticacriaanecessidadeeos meiosparaintervirnesteâmbito.Exemplodopatrimónioaserreabilitadosãoosmoinhosexistentesemtodaailha. Anívelcultural,haverácertamenteummaioresforçoparaapreservaçãodetradições,eventoseartefactostípicosdaGraciosa, demaneiraadiferenciaraimagemdamesma,oquefazcomquehajaumreforçoevalorizaçãodaidentidadeeautenticidadeda população. Emrelaçãoaoambiente,oturismopoderátambémintervirdeumaformapositiva,poisexistiráapreocupaçãodepreservaros recursosnaturaisexistentes.Istoporque,sendoanaturezadailhagrandepartedoprodutoturísticodaGraciosa,deverãoser encetadosesforçosparaaumentaraqualidadedolocalemtermosdepaisagísticaedediversidadeaoníveldafloraefauna, aperfeiçoandoaofertaturística.Destaforma,aqualidadeambientaldailhaserápreservada,contribuindoparaavalorizaçãoe qualificaçãodo“destino”Graciosa.

Impactes negativos previstos Nãoseantevêaocorrênciadeimpactesnegativosdegrandeescala,jáqueaactividadeturísticaestáplaneadaeregulamentada emdiversasáreas,nomeadamentenoquedizrespeitoàutilizaçãodosrecursosnaturais,etambémporquemesmohavendoum crescimentodestaactividade,nãoseprevêqueesteatinjaumvalorsuperioraos10%,pelomenosnospróximos15anos. Noquedizrespeitoaoambiente,amáouexcessiva utilização dos recursos, falta de supervisionamento, fiscalização e até sensibilização,poderálevaràdegradaçãodealgunslocais. AoníveldosilhéusdaGraciosa,aactividadeturísticapoderálevaràdescaracterizaçãopaisagística,comperdade habitats ede espéciesautóctones. Poroutrolado,asactividadesnáuticascomoacaçasubmarinaeapescalúdicapoderãoperturbarasavesmarinhas,elevara umasobreexploraçãoderecursosoquepoderálevaraoabandonodoterritóriodenidificação,levaràdiminuiçãodosefectivos populacionaisdealgumasespéciesimportanteseatéreduziradisponibilidadealimentarparaasavesmarinhasnidificantes. Paraevitarosimpactesnegativos,jáestãoidentificadososprincipaisproblemas,atravésdoPlanodeOrdenamentoTurísticoda RegiãoAutónomadosAçores,doPlanoSectorialdaRedeNatura2000edoPlanoRegionaldeOrdenamentodoTerritóriodos Açores.OdesenvolvimentodoturismonaReservadaBiosferapropostaseráefectuadotomandoemcontaospossíveisimpactes negativosdeformaaminimizálos.

14.3. BENEFÍCIOS DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS PARA A POPULAÇÃO LOCAL Osrecursosnaturaiseopatrimóniohistóricocultural,correspondemtambémarecursoseconómicosdailha,paralelamenteaos vinhos,queijos,artesanatoeetnografianogeral.IstoporquesãoestesoscomponentesdoprodutoturísticodaGraciosa,que permitemasuaexploraçãoeconsequenterentabilização.Nãoexisteinformaçãoacercadolucrogeradoatravésdoturismona ilha. A preservação destes mesmos recursos é indispensável, mesmo a nível económico, pois garantem o seu potencial, aumentandooseuvalorcompetitivoeconsequentementeolucrogeradoatravésdaactividadeturística. Todos estes factores levarão a um aumento do investimento na ilha, ao mesmo tempo que a classificação de Reserva da Biosferapermitiráumapromoçãodoseupotencial,projectandoainternacionalmente. Édesalientartambémosmuitoserelevantesbenefíciosdosecossistemasnaturaisequilibrados.Deformadirectaouindirecta contribuemparaomelhoramentodavidadaspopulações,naformaderecursos(comida,água,produtosprimários),mitigaçãoda poluição,protecçãodeacontecimentoscatastróficos,desenvolvimentodeactividadeseconómicas.DefactoaapostadaRegião AutónomadosAçoresnumapoliticaambientalcoerentetemtrazidomuitosbenefíciosparaaRegião,queseespelhamna“boa imagem”daregiãoanívelpaisagístico,naturaledebiodiversidade.

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AapostanoTurismodeNaturezaconstituiumamais valiaeconómica,poisatraimuitosturistascomgosto pela natureza e costumestradicionais,econstituiumamaisvaliasóciocultural,poispermiterecuperartradiçõesehábitosseculares.Constitui tambémumamaisvaliaambiental,umavezqueaumentaoníveldeconservaçãoemonitorizaçãodaszonasnaturais.

15. Função de Apoio Logístico

15.1. INVESTIGAÇÃO E MONITORIZAÇÃO 15.1.1. EM QUE MEDIDA É QUE O PROGRAMA DE INVESTIGAÇÃO E MONITORIZAÇÃO (PASSADO E PLANEADO ), FOI E/OU É FEITO DE FORMA A BENEFICIAR ÁREAS DE GESTÃO ESPECÍFICAS NA RESERVA DA BIOSFERA CANDIDATA TendoemvistaaelaboraçãodeuminstrumentoglobaldeapoioàgestãodosSICeZPEfoielaboradoepublicadooPlano SectorialparaaRedeNatura2000naRegiãoAutónomadosAçores,documentoqueproporcionaoâmbitoeoenquadramento legal das medidas de conservação dos habitats edasespéciesdafaunaefloraselvagem,necessárias à prossecução dos objectivosdeconservaçãodosvaloresnaturaisexistentes,tendoigualmenteemlinhadecontaodesenvolvimentoeconómicoe socialdasáreasabrangidas. Osprojectosouestudosbasetiveramcomoobjectivoprévioaelaboraçãodeumsistemadegestãocoerenteearticuladopara umconjuntodeáreaseespécies,emvezdeavançarcommedidasdeconservaçãoisoladassobreumaáreaouumaespécieem particular. OMonumentoNaturalRegionaldaCaldeiradailhadaGraciosa,recentementereclassificadoeintegradonaRedeRegionalde Áreas Protegidas, apresenta actualmente um regime jurídico mais coerente e uniforme e pretendese criar um plano de ordenamentoparaestaáreaprotegida,apósaimplementaçãodoParqueNaturaldaIlhaGraciosa.

15.1.2. BREVE DESCRIÇÃO DA ACTIVIDADE DE INVESTIGAÇÃO E MONITORIZAÇÃO NO PASSADO Desde há mais de uma década a ilha Graciosa tem servido como laboratório para experiências em conservação de biodiversidadee,devidoàssuascaracterísticasnaturaisúnicas,évisitadafrequentementeporexpediçõescientíficasnacionaise internacionais.Experiênciasjárealizadaseemcursonoâmbitodagestãoderecursos,erradicaçãodeespéciesintroduzidase restaurode habitats naturais,assimcomoinfraestruturasjácriadas,tornamaReservadaBiosferapropostanumsítioidealpara aexecuçãodeprojectosdeinvestigação,dedemonstraçãoegestãoderecursosnaturaiseparaotreinodeinvestigadorese técnicosnessasáreas. AproximidadedaUniversidadedosAçores,comdepartamentosnasilhasdoFaial,TerceiraeSãoMiguel,permiteumacesso eficaz a investigadores especializados, a equipamento científico e a instalações. Esta Universidade participa em diversos projectos internacionais que privilegiam o intercâmbio de conhecimento e a formação sendo uma instituição de excelência reconhecidanainvestigação,queranívelnacionalcomointernacional. OstrabalhosdeinvestigaçãodesenvolvidosnosúltimosanosnaReservadaBiosferapropostatêmassumidoumcaráctermulti disciplinare integrado,emoposiçãoaactividades desarticuladas.Muitodotrabalhocientíficodesenvolvido na Graciosa têm estadoligadoaprojectosdeinvestigaçãoegestãodeâmbitoregional,quetentamcaracterizaroecossistemaassimcomoos aspectos humanos de utilização dos recursos, com o objectivo de elaborar sistemas de gestão coerentes. Estes trabalhos abrangemdesdeestudosdascaracterísticasedinâmicageológicas,passandopelabiologiaeecologiadealgumasdasespécies maisimportantesdoterritórioeabrangendotambémaspectossocioeconómicoseculturais. AilhacontacomapresençacontínuadoObservatórioVulcanológicoeSismológicodaUniversidadedosAçores,através de equipamento de recolha de dados em contínuo e visitas frequentes de investigadores dessa instituição. Desde 1980 está instaladaumaredesismográficadealtasensibilidadedequeaGraciosafazparteequepermitiuumamelhorcaracterizaçãoda sismicidadedoarquipélago.Diversasexpediçõespararecolhadedadosgeológicosesismológicosforamrealizadasnosúltimos nosàilhaparafazerumamelhorcaracterizaçãodasuageomorfologia. Entre1993e1994desenvolveuseumprojectonoâmbitodoProgramaDGXII,paraavaliarosriscosnaturais,quefocoucom especialênfaseosaspectossísmicosevulcanológicosdailha.Entre1997e1998,nasequênciadoprojectoanteriorrealizouse oprojectoENGIAcomfinanciamentonacional,paraestudarasemanaçõesgasosaseoseuimpacteambientalnailhaGraciosa. Noâmbitodoprojecto“Conservaçãodascomunidadese habitats deavesmarinhasdosAçores”,soboProgramaLIFENatureza da União Europeia, entre 1995e 1998, desenvolveuseumprogramadeinvestigaçãosobreabiologiaeecologia das aves marinhas dos Açores que definiu medidas prioritárias de conservação e assegurou a monitorização da distribuição e das tendênciaspopulacionais.

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Com apoios regionais e comunitários foi efectuada uma experiência de restauro de habitats naturais na Zona de Protecção Especial“IlhéudaPraia”entre1995e2002.Osresultadosdestaexperiênciaindicamumataxadesobrevivênciaelevadaparao braceldarocha( Festuca petraea ),umclaroaumentononúmerodecasaisreprodutoresdegarajaucomum (Sterna hirundo)ede garajaurosado( Sterna dougallii )eaerradicaçãodoscoelhos( Oryctolagus cuniculus )noilhéu. OProjectoMARÉ"GestãoIntegradadeZonasCosteiraseMarinhasnosAçores”,soboProgramaLIFENATUREZA,tevecomo principalobjectivoadefiniçãodePlanosdeGestãoIntegradaparaZonasCosteiraseMarinhasdosAçores,incluídasnaRede NATURA 2000. Este projecto teve a duração de 4 anos e meio (19982003) e foi coordenado pelo Departamento de OceanografiaePescasdaUniversidadedosAçores,contandocomaparceriadaDirecçãoRegionaldoAmbienteedaDirecção RegionaldasPescas. Em 2002, foi realizada pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) a caracterização dos territórios mais apropriadosparaaconservaçãodaspopulaçõesdeavesselvagensdoAnexoIdaDirectivaAvesnoArquipélagodosAçores,da qualresultouarevisãodacartografiadaRededeZPE’s. Noâmbitodoprojecto“NovoAtlasdasAvesqueNidificamemPortugal”promovidopeloInstitutodaConservaçãodaNatureza (ICN),SociedadePortuguesaparaoEstudodasAves(SPEA),DirecçãoRegionaldoAmbientedosAçoreseParqueNaturalda Madeira,houveumrecenseamentodeavesdailhaGraciosadurantequatroanosconsecutivos,de2000a2003. OProjectoOGAMP“OrdenamentoeGestãodeÁreasMarinhasProtegidas”,soboProgramaINTERREGIIIb,decorreuentreO 2001e2004etevecomoprincipalobjectivoadefiniçãodePropostasparaPlanosdeGestãodasZonasCosteiraseMarinhas dosAçores,incluídasnaRedeNATURA2000.Alémdacaracterizaçãobióticaeabióticadossítiosseleccionados,foiaindafeitaa caracterizaçãosocioeconómica edesenvolvidoumprogramadesensibilizaçãoambientalconcordantecom os objectivos do projecto. Expedições científicas Graciosa 88: ODepartamentodeBiologiadaUniversidadedosAçoresorganizouumaExpediçãoCientíficaàilhaGraciosa,no períodoquedecorreuentreosdias6e14deJunhode1988.Neleparticiparam26investigadoresetécnicosportuguesese estrangeiros. Graciosa 2004: ProjectoquepretendeudarcontinuidadeaumprogramadeestudospluridisciplinaresnosramosdaBiologiaeda Geografia, nos quais o Departamento de Biologia da Universidade dos Açores, nas últimas duas décadas, vem desenvolvendo a sua actividade de ensino, de investigação científica e de prestação de serviços à comunidade. As expediçõescientíficasreuniramumnúmeroconsideráveldecientistas,técnicosealunos,provenientesprincipalmentede instituições de ensino superior público e privado, internacionais, nacionais, regionais, o que tem permitido um ampla colaboraçãoetrocadeexperiênciasemváriosestudoseprojectosnasáreascientíficasdasuacompetência. PADEL/Graciosa (Património natural e desenvolvimento sustentável do litoral dos Açores: a ilha Graciosa como um caso de estudo) 2006: Esta expedição decorreu no período entre 20 de Junho e 12 de Julho de 2006, levada a cabo por investigadoresdaUniversidadedosAçores,poradjudicaçãopelaSecretariaRegionaldoAmbienteedoMar,tendocomo objectivos caracterizar os principais biótopos costeiros com base nas características físicas e comunidades mais representativas,bemcomoelaboraracartografiadebiótoposdaorlalitoraldailha.

15.1.3. BREVE DESCRIÇÃO DAS ACTIVIDADES DE INVESTIGAÇÃO E MONITORIZAÇÃO ACTUAIS Comofoireferidonopontoanterior,existeumamonitorizaçãocontínuadasismografiadailhaatravésdeequipamentoderegisto automatizado. OProjectoLIFEIBAsMarinhas,soboProgramaLIFENATUREZA,estáafazeracaracterizaçãodosterritóriosmaisapropriados paraaconservaçãodaspopulaçõesdeavesselvagensdoAnexoIdaDirectivaAvesnoArquipélagodosAçores,paraarevisão dacartografiadaRededeZPE.Noâmbitodeumtrabalhodedoutoramentoestáadecorrerumestudosobreaecologiae associaçãocomos habitats decagarro( Calonectris diomedea ). O Projecto SOSTENP – “Estratégias de Desenvolvimento Económico, Social e Ecológico Sustentável em Espaços Naturais ProtegidosdaMacaronésia”,soboProgramaINTERREGIIIb,paraalémdoestudodosvaloresbiológicosegeológicosdas cavidadesvulcânicasdaGraciosatambémestáaavaliarospotenciaisturísticosdasmesmas.Noâmbitodesseprojectojáfoi feitaaexploraçãoecaracterizaçãodospotenciaisrecursoscavernícolasdailhaGraciosa. Aecologiadeavesmarinhascontinuaaserestudadanoâmbitodediversostrabalhosdedoutoramentoepósdoutoramento levadosacaboporinvestigadoresligadosaoCentrodoIMARdaUniversidadedosAçores.

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15.1.4. BREVE DESCRIÇÃO DAS ACTIVIDADES DE INVESTIGAÇÃO E MONITORIZAÇÃO PLANEADAS DevidoàacumulaçãodetrabalhojárealizadoeàimportânciadailhaGraciosanocontextonaturaldoArquipélagodosAçorese mesmodoAtlânticoNorte,eaotrabalhoacumulado,édeesperarqueainvestigaçãonãosócontinuecomaimplementaçãoda ReservadaBiosferapropostacomosealargue,umavezqueailhapassaráarepresentarumlaboratório paraoestudoda implementaçãodemodelodegestãointegradaesustentada. PrevêsefomentartrabalhosdeinvestigaçãoecológicaesocioeconómicarelacionadoscomaimplementaçãodaReservada Biosfera,quenãosódêemcontinuidadeaostrabalhosjádesenvolvidosouemdesenvolvimento,masquetambémtestemos efeitosdaReserva. ASecretariaRegionaldoAmbienteedoMar,aUniversidadedosAçoreseoInstitutodoMar(IMARAçores)têmumprotocolode colaboraçãoparaamonitorizaçãoanualdascolóniasdeavesmarinhasemtodaasilhasdosAçoresincluindo,pordefinição,a ilhaGraciosa. ExisteaintençãoporpartedaUniversidadedosAçoresedaDirecçãoRegionaldoAmbientedecriarumlaboratóriopermanente deinvestigaçãoaplicadaàconservaçãodeavesmarinhasnoIlhéudaPraia.

15.1.5. NÚMERO ESTIMADO DE CIENTISTAS NACIONAIS QUE PARTICIPAM NA INVESTIGAÇÃO , DENTRO DA RESERVA DA BIOSFERA CANDIDATA : Permanentementecercade10. Ocasionalmentecercade30.

15.1.6. NÚMERO ESTIMADO DE CIENTISTAS ESTRANGEIROS QUE PARTICIPAM NA INVESTIGAÇÃO , DENTRO DA RESERVA DA BIOSFERA CANDIDATA : Permanentemente2. Ocasionalmentede5a10.

15.1.7. NÚMERO ESTIMADO DE TESES DE MESTRADO OU DE DOUTORAMENTO , LEVADOS A CABO EM CADA ANO NA RESERVA DA BIOSFERA CANDIDATA Entre1e2

15.1.8. ESTAÇÕES DE INVESTIGAÇÃO EXISTENTES DENTRO DA RESERVA DA BIOSFERA CANDIDATA Háumaestaçãodesismografiadealtasensibilidadecomrecolhaautomáticadedados,situadanaCaldeira,integradanarede sismográficadosAçores. AsemanaçõesdedióxidodecarbononointerioreexteriordaFurnadoEnxofresãomonitorizadasdiariamenteatravésdeuma estaçãodemonitorizaçãocontínua.Essaestaçãotemacopladossensoresmeteorológicosparacontrolodevariaçõesdepressão atmosférica,humidaderelativadoar,temperaturaehumidadedoaredosolo. NoilhéudaPraiaexisteumapequenacasadeduasdivisõescommaisdeumséculodeexistênciaerecentementereconstruída pelaJuntadeFreguesia,comapoiofinanceirodaDirecçãoRegionaldoAmbiente.Estaégeralmenteutilizadaporinvestigadores epelovigilantedanaturezanosseustrabalhosde monitorização,estudoevigilânciadomeioambiente envolvente, não se encontrandoabertaaopúblicoemgeral.

15.1.9. ESTAÇÕES DE INVESTIGAÇÃO PERMANENTES FORA DA RESERVA DA BIOSFERA CANDIDATA AUniversidadedosAçorestemDepartamentosemtrêsilhas,SãoMiguel,TerceiraeFaial,ondeestãolocalizadosdiversas estaçõespermanentesdeinvestigação: • CentrodeBiotecnologiadosAçores • CentrodeConservaçãoeProtecçãodaNatureza; • CentrodeEstudosSociais; • CentrodeInformaçãoGeográficaePlaneamentoTerritorial; • CentrodeInvestigaçãodeRecursosNaturais; • CentrodeInvestigaçãoeTecnologiaAgráriadosAçores;

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• CentrodeVulcanologiaeAvaliaçãodeRiscosGeológicos; • CentrodoClima,MeteorologiaeMudançasGlobaisdaUniversidadedosAçores; • CentrodoInstitutodoMardaUniversidadedosAçores; • DETRAEstaçãodeDetecçãoOceanográficaRemotaporSatélite; • GabinetedeEcologiaVegetalAplicada; • LabHorta–Laboratóriodeinvestigaçãoemorganismosdeambienteshidrotermais.

15.1.10. “P LOTS ” PERMANENTES DE MONITORIZAÇÃO • Sismografia –NointeriordaCaldeira,atravésdeequipamentoautomáticoderecolhadedados.Contínuodesde1997. • Emanações gasosas – No interior da Furna do Enxofre, inicialmente através de recolhas manuais e actualmente atravésdeequipamentoautomáticoderecolhadedados.Contínuodesde1997. • Deformação crustal – em diversos pontos geodésicos através de equipamento de GPS, para avaliar o estado de evoluçãodossistemasvulcânicosedasprincipaisfracturasqueatravessamaregião.Anualmentedesde2004. • Monitorização de colónias de aves marinhas –emdiversospontosaolongodacostadailhaenoilhéudaPraia. Anualmentedesde1995.

15.1.11. INFRA -ESTRUTURAS DE INVESTIGAÇÃO NAS ESTAÇÕES DE PESQUISA Existem diversos laboratórios nas instalações da Universidade dos Açores, completamente equipados para dar apoio às UnidadesdeInvestigaçãoaqueestãoafectos.Destacamselaboratóriosdequímica,meteorologia,oceanografia,geociências, microbiologia,genéticaequímicamoleculareecologia.Alémdesteslaboratórios,aRegiãodispõesdeumnavioeumalancha deinvestigaçãooceanográficaquesãooperadospeloDepartamentodeOceanografiaePescasdaUniversidadedosAçores.

15.1.12. OUTRAS INFRA -ESTRUTURAS A Ecoteca da Graciosa está a desenvolver esforços no sentido de criar uma área de acolhimento e apoio a cientistas e investigadores visitantes.Actualmente, grande parte dos trabalhos científicos realizados utilizam as infraestruturas hoteleiras como base, estando na ilha apenas o tempo suficiente para realizar a recolha de informação necessária, fazendo todo o processamentoeanálisedosdadosnoslocaisdeorigem.Dadooscondicionalismosprópriosdosestudosaefectuar,muitas vezesosinvestigadoresquevisitamailhamontamáreasdeacampamento,servindoestesdeáreadeacolhimentoetrabalho.

15.1.13. INDICAR SE A RESERVA DA BIOSFERA CANDIDATA TEM LIGAÇÃO À INTERNET Como na totalidade das ilhas do arquipélago, também na Graciosa existe acesso à internet, seja utilizando as redes de comunicaçãomóveis,sejaemlocaisdefornecimentoàpopulação.Nabibliotecaenaecotecaexistemáreascomcomputadores disponíveisparaacessogratuitoàinternet.

15.2. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E ACÇÕES DE SENSIBILIZAÇÃO 15.2.1. DESCREVER AS ACTIVIDADES EXISTENTES E SEU PÚBLICO -ALVO Noâmbitodediversosprojectos,foramcriadosmateriais de divulgação e sensibilização ambiental que estão disponíveis em diversosformatosemtodooArquipélagodosAçores. Ao abrigo do Projecto LIFE “Conservação das comunidades e habitats de aves marinhas dos Açores” (19951998) foram realizadasacçõesdesensibilizaçãoambientalsobreasavesmarinhasquenidificamnosAçoresparaasquaisforamproduzidos materiaispromocionaisedidácticosadequados. AoabrigodoprojectoLIFE“GestãointegradadezonascosteirasemarinhasdosAçores”foramproduzidospanfletos,cartazes, brochuras e material didáctico. Efectuaramse campanhas com o intuito de informar e sensibilizar a população para a conservação das Áreas Marinhas Protegidas. Foi dada formação a professores do ensino básico e secundário e fornecido materialdeacompanhamentoparapoderemintegraraaulassobreoambientenaturaldosAçoresnosseuscurrículos. TambémnoProjectoOGAMP“OrdenamentoeGestãodeÁreasMarinhasProtegidas”foramrealizadasdiversasactividades,tais comosessõesdedivulgação,actividadesdeeducaçãoambientaleacçõesdeformação.Opúblicoalvodestasactividadesvariou desdecrianças,estudantes,professores,profissionaisdeváriasactividadesepúblicoemgeral.

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No âmbito do projecto MARMAC “Conhecimento, promoção e valorização para a utilização sustentada de Áreas Marinhas ProtegidasdaMacaronésia”estáemdesenvolvimentoo“CentrodeInterpretaçãoMarinhaVirtual–CIMV.Estematerialinovador, cujosuportefísicoéumDVDmultimédia,prevêasimulaçãodeumaviagemvirtualaosecossistemascosteiros, pelágicos e profundosdooceanoAtlântico. EstáemcursooPlanoRegionaldeErradicaçãoeControlodeEspéciesdeFloraInvasorasemÁreasSensíveis(resoluçãon.º 110/2004,de29deJulho),queapostafortementenasensibilizaçãoeeducaçãodapopulaçãoparaevitarereverteradispersão deespéciesinvasoras.Esteprojecto,emexecussãoentre2003e2008,tememcontaasuapromoçãoedivulgaçãoatravésda comunicação social e da realização de acções de promoção ambiental para diferentes públicosalvo, alertando para a problemáticadaintroduçãodefloraexótica.. Anualmente é desenvolvida a Campanha SOS Cagarro, queexistenosAçoreshácercade11anosetemcomo objectivo envolver as pessoas no salvamento dos cagarros juvenis junto às estradas e na sua proximidade, particularmente aqueles condutoresquecirculamemáreasondeocorremregularmentecagarros.

Figura 41.DVDmultimédiaeditadonoâmbitodoprojectoMARMAC.

15.2.2. INDICAR A EXISTÊNCIA DE INFRA -ESTRUTURAS PARA A REALIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES ACIMA MENCIONADAS A Ecoteca da Graciosa, localizada num edifício antigo reconstruído em 1996, com diversas actividades educativas na área ambientalemfuncionamentoaolongodetodooano.Estainfraestruturacontémduassalascomcomputadoreseequipamento científico,saladeaudiovisuais,bibliotecaelaboratório.Háumprojectoparaareabilitaçãodoedifíciolateralparaactividadesda Ecoteca,bemcomoparaoalojamentodeinvestigadoresemtrabalhonailha. EstáprevistaaconstruçãodeumcentrodeinterpretaçãonaFurnadoEnxofre(Figura42),cujoprojectoarquitectónicoestájá elaborado. Este centro dará apoio aos visitantes daquela cavidade vulcânica e também servirá de infraestructura para a realizaçãodeoutrasactividadesdedivulgaçãoambientaledecarizcultural.

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Figura 42. Ilustraçãoem3DdofuturocentrodeinterpretaçãonaFurnadoEnxofre.

15.3. FORMAÇÃO ESPECIALIZADA/PROFISSIONAL DiversostrabalhosdeinvestigaçãodesenvolvidosnaReservadaBiosferapropostatêmumavertentedeformação,atravésda aquisiçãodedadosposteriormenteutilizadosemaulasdecursossuperioreseavançados.AUniversidadedosAçoresrealiza regularmenteexpediçõescientíficascomaparticipaçãodealunosparaarecolhaeposterioranálisede dados efectuada no âmbitodasuaformaçãoacadémica. NaPraiaexisteumaEscolaProfissionalondesãorealizadoscursosprofissionalizantes,tantoparaalunosdoensinomédiocomo paraarequalificaçãodeprofissionaisemváriasáreasdaactividadeeconómica.Aescolapodeservirdeinfraestructuraparaa criaçãoeministraçãodecursosorientadosparaaqualificação e valorização das actividades profissionais desenvolvidas na ReservadaBiosferaproposta.

15.4. POTENCIAL DE CONTRIBUIÇÃO PARA A REDE MUNDIAL DE RESERVAS DA BIOSFERA Devido à forte colaboração já existente entre os Governos Regionais e diversas instituições dos Arquipélagos dos Açores, MadeiraeCanárias,atravésdediversosprojectosdecooperaçãointernacional,aoportunidadededifusãodeinformaçãopara todaaregiãomacaronésicaémuitoboa.Essapotencialidadepoderáaindaserenriquecidaatravésdaintegraçãodareserva propostanaREDBIOS(RededoAtlânticoEstedeReservasdaBiosfera). Anívelmundial,osdesafiosinerentesàdesignaçãodetodooterritóriodeumailhacomoReservadaBiosferaservirãopara enriqueceradiscussãosobreagestãodereservasdestetipoeodesenvolvimentodoProgramaMAB. 15.4.1. COLABORAÇÃO COM RESERVAS DA BIOSFERA EXISTENTES A NÍVEL NACIONAL (INDICAR ACTIVIDADES ACTUAIS E PLANEADAS) Casoapresentecandidaturavenhaaseraprovada,oGovernoRegionaldosAçorespretendeorganizarumworkshopparaoqual serãoconvidadosrepresentantesdaReservadaBiosferadoPaúldoBoquiloboedetodasasReservasdaBiosferaintegrantes da REDBIOS. Esse workshop terá como principal objectivo criar relações de colaboração futura com aquelas Reservas da Biosfera. 15.4.2. COLABORAÇÃO COM RESERVAS DA BIOSFERA EXISTENTES A NÍVEL REGIONAL OU SUB – REGIONAL , INCLUINDO A PROMOÇÃO DE “TRANSFRONTIER SITES ” E “TWINNING ARRANGEMENTS” (INDICAR ACTIVIDADES PRESENTES E PLANEADAS) Nãoaplicável.

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15.4.3. COLABORAÇÃO COM RESERVAS DA BIOSFERA EXISTENTES EM REDES TEMÁTICAS A NÍVEL REGIONAL OU INTERNACIONAL (INDICAR ACTIVIDADES PRESENTES E PLANEADAS ) Verponto15.4.1. 15.4.4. COLABORAÇÃO COM RESERVAS DA BIOSFERA EXISTENTES A NÍVEL INTERNACIONAL (INDICAR ACTIVIDADES PRESENTES E PLANEADAS ). COMUNICAÇÃO VIA INTERNET , “TWINNING ARRANGEMENTS”, ACTIVIDADES DE INVESTIGAÇÃO ATRAVÉS DE COLABORAÇÃO BILATERAL , ETC . Verponto15.4.1.

16. Utilizações e actividades

16.1. ZONA(S) NÚCLEO 16.1.1. DESCREVER AS UTILIZAÇÕES E ACTIVIDADES QUE OCORREM NAS ZONA (S) NÚCLEO Zona Núcleo “Ponta Branca” Porsetratardeumafalésiaemcujabaseseencontraumaáreadecostanãoalcançávelporterra,aZonaNúcleonãose encontra sujeita a utilizações humanas. No entanto, no topo da falésia encontramse alguns campos de pastagem onde é efectuadopastoreiodegadobovino. Zona Núcleo “Ilhéu de Baixo - Restinga” Estazonaapresentaalgumasáreascomutilizaçãoagropecuáriaeocorremaquidiversasactividadesdeturismo,especialmente pedestrianoismo,termalismoeveraneio,dadaasuaelevadaimportânciaturística.Sãoelas: • Observaçãodapaisagem,faunaeflora • Mergulhoemapneiaecomescafandroautónomo; • Actividadesbalneares; • Passeiosnáuticos; • Pescacosteiralúdica(recolhanacostaepescaàlinha); • Caçasubmarina. Dadaasuariquezabiológicaéumazonatambémprocuradaporpescadoresprofissionais.Osilhéustêmumacessodifícilpelo quetêmpoucainfluênciahumana. Zona Núcleo “Caldeira da ilha Graciosa” NestaZonaNúcleoéefectuadasilviculturadecriptoméria ( Cryptomeria japonica ),introduzidaparaproduçãodemadeira.No fundodaCaldeiradesenvolvesealgumaactividadepecuárianaspastagensaíexistentes.Devidoàsuariquezaespeleológica, biológica,estética,culturalecientíficaéumlocalqueatraidiversasactividadesrecreativaseturísticas.AFurnadoEnxofreé muitoprocuradaporvisitantespeloseurarovalorgeológico.Tambémoutrascavidadesvulcânicasexistentesnestelocalsão visitadas.Aobservaçãodeaveseopedestrianismoconstituemoutrasactividadespraticadasnolocal. Zona Núcleo “Ilhéu da Praia” A zona em questão é essencialmente utilizada por turistas, investigadores, técnicos e vigilantes da natureza da Direcção RegionaldoAmbiente.Asprincipaisactividadesrecreativasquedecorremnestaáreasãoorecreiobalnear,apescacosteira,a caçasubmarinaeomergulho.Osinvestigadores,técnicosevigilantesdanaturezausamestaáreaparapromoveremestudos científicos,monitorizaçãoambientaleacçõesderecuperaçãode habitats . Zona Núcleo “Ponta da Barca” AZonaNúcleoéconstituídaporfalésiasinacessíveis.Foraumafaixanotopodasfalésias,praticamentenãoexisteutilização humana.Sendoumaáreadeatracçãoturística,otopodasfalésiasealgumaspraiasdecalhauroladoouderochasãoutilizadas comozonadelazer,especialmentenoVerão.NestaZonaNúcleoestálocalizadooFaroldaPontadaBarca.

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16.1.2. POSSÍVEIS EFEITOS ADVERSOS QUE POSSAM OCORRER DAS ACTIVIDADES OU UTILIZAÇÕES REALIZADAS DENTRO OU FORA DAS ZONA (S) NÚCLEO Zona Núcleo “Ponta Branca” A intensificação do uso das áreas agrícolas existentes nesta no topo da falésia pode levar, quer pela erosão quer pela contaminação, a uma descaracterização paisagística com perda de habitats e perda de espécies naturais com o avanço progressivodeespéciesexóticasefenómenosdeerosão.

Zona Núcleo “Ilhéu de Baixo - Restinga” Aintensificaçãodasactividadesderecreioeturismopodelevaraumadescaracterizaçãopaisagísticacomperdade habitats ede espéciesnaturaiscomoavançoprogressivodeespéciesexóticas.Aumentodadensidadepopulacionalresidenteeflutuantecom impactesnaorlacosteira,atravésdecontaminaçãodaáguaedosolo,pisoteiodavegetaçãonatural,aumentodaerosãoeperda de habitat natural. A intensificação e descontrolo da exploração de recursos vivos podem provocar uma sobreexploração local de recursos haliêuticos.Asactividadeshumanaspodemlevaràperturbaçãodeaves,principalmentenaépocadereprodução,aumentandoa taxadeinsucessoreprodutor.Damesmaforma,odesenvolvimentodeactividadesdepescaemarítimoturísticaspodemcausar perturbaçãodecetáceose,emúltimaanálise,aoabandonodaárea.

Zona Núcleo “ Caldeira da ilha Graciosa” Aintensificaçãodapecuáriapoderálevaraalgumadestruiçãodevegetaçãonaturalporpisoteioeherbivorismo.Aintensificação dapecuáriaesilviculturapodemtambémlevaràcontaminaçãodossoloseaquíferosporaditivosagrícolas,dejectosanimaise perdade habitat natural. Aintensificaçãodoturismodeumaformanãoordenadapoderácausardestruiçãodavegetaçãonaturalporpisoteioecolectade plantas.Oabandonodelixopodelevaràcontaminaçãodesoloseaquíferosedescaracterizaçãodapaisagem.Arecolhade espécimesgeológicospodelevaraoempobrecimentodopatrimóniogeológicoedestruiçãode habitats naturais.

Zona Núcleo “Ilhéu da Praia” Asactividadesderecreio,apesca,eactividadesmarítimoturísticaspodemprovocarperturbaçãonascolóniasdeavesmarinhas aí presentes, principalmente nas épocas de nidificação, aumentando a taxa de insucesso reprodutor. A intensificação das actividadesderecreioeturismonoilhéupodecausarpisoteiodefloranaturaleagravamentodaerosão,comaconsequente perdade habitat paraafloranaturaleparaasavesmarinhas.

Zona Núcleo “Ponta da Barca” Os predadores terrestre introduzidos (cães, gatos e ratos) podem limitar a nidficação das aves marinhas nas arribas. As actividadesdelazerpoderãocausaralgumaperturbaçãonazonajuntoàsarribas.AluzdoFaroldaPontadaBarcapodecausar perturbaçãoparaavesmarinhasnidificantes.

16.2. ZONA(S) TAMPÃO 16.2.1. DESCREVER AS PRINCIPAIS UTILIZAÇÕES DE TERRENOS , BEM COMO ACTIVIDADES ECONÓMICAS , QUE OCORRAM NA ZONA TAMPÃO Zona Tampão “Ponta Branca” AZonaTampãomarinhaéutilizadasobretudoparaactividadeslúdicas,principalmenterelacionadascompescalúdica.Azona terrestreéutilizadasobretudoparapecuáriaextensivadebovinos. Zona Tampão “Ilhéu de Baixo - Restinga” AZonaTampãomarinhaéutilizadasobretudoparaactividadeslúdicas,principalmenterelacionadascompescalúdica.Aárea terrestreéutilizadasobretudoparaagriculturae pecuária.Aestradatemalgumtráfegoautomóvel,pois liga a localidade do CarapachoàViladaPraiaeaSantaCruzdaGraciosa.

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Zona Tampão “ Caldeira da ilha Graciosa” AZonaTampãoéutilizadasobretudoparaactividadesdeturismo,poisocaminhoquecircundaacaldeiradáacessoadiversas atracçõesturísticasnaturais.

Zona Tampão “Ilhéu da Praia” AZonaTampãoéutilizadasobretudoparaactividadeslúdicas,destacandoseactividadesmarítimoturísticas(passeiosdebarco emergulho)epescalúdica.

Zona Tampão “Ponta da Barca” AprincipalactividadedesenvolvidanestaZonaTampãoéaagricultura,principalmentevinícola.Alémdisso,aáreaéumpontode atracção turística, especialmente o Farol da Ponta da Barcaealgumaspraiasdecalhauroladoerocha. Na parte marinha ocasionalmenteocorrealgumapesca,tantoprofissionalcomolúdica.

16.2.2. POSSÍVEIS EFEITOS ADVERSOS QUE POSSAM OCORRER /OCORRAM DENTRO OU FORA DAS ZONA (S) TAMPÃO A CURTO E LONGO PRAZO Zona Tampão “Ponta Branca” Devidoaoregimedeutilizaçãodosterrenos,nãoseprevêquepossaocorrerumdesenvolvimentourbanonaárea,eportantoas pressõespossíveisadvémprincipalmentedaagropecuária.Aintensificaçãodousodasáreasagrícolasexistentesnestanotopo dafalésiapodelevar,querpelaerosãoquerpelacontaminação,aumadescaracterizaçãopaisagísticacomperdade habitats e perdadeespéciesnaturaiscomoavançoprogressivodeespéciesexóticasefenómenosdeerosão.

Zona Tampão “Ilhéu de Baixo - Restinga” Aintensificaçãodasactividadesderecreioeturismopodelevaraumadescaracterizaçãopaisagísticacomperdade habitats ede espéciesnaturaiscomoavançoprogressivodeespéciesexóticas.Aumentodadensidadepopulacionalresidenteeflutuantecom impactesnaorlacosteira,atravésdecontaminaçãodaáguaedosolo,pisoteiodavegetaçãonatural,aumentodaerosãoeperda de habitat natural.Aintensificaçãoedescontrolodaexploraçãoderecursosvivospodemprovocarumasobreexploraçãolocalde recursoshaliêuticos. Asactividadeshumanaspodemlevaràperturbaçãodeaves,principalmentenaépocadereprodução,aumentandoataxade insucesso reprodutor. Da mesma forma, o desenvolvimento de actividades de pesca e marítimoturísticas podem causar perturbaçãodecetáceose,emúltimaanálise,aoabandonodaárea. Devido ao regime de utilização dos terrenos, não se prevê que possa ocorrer um desenvolvimento urbano na área, mas imediatamente no limite leste da Zona Tampão fica a localidade do Carapacho, que tem alguma potencialidade de desenvolvimentoturístico.OdesenvolvimentodessalocalidadepoderácolocaralgumapressãosobreaZonaTampão,maseste cenárioéteóricoeparajánãoseprevêqueissovenhaaacontecer.

Zona Tampão “Caldeira da ilha Graciosa” AZonaTampãocorrespondeàsvertentesexterioresdacavidadevulcânicadenominada“Caldeira”eéconstituídaprincipalmente porterrenosdevolutos,ealgunsterrenosdepastagem.Devidoaoregimedeutilizaçãodosterrenos,nãoseprevêquepossa ocorrerumdesenvolvimentourbanonaárea,eportantoaspressõespossíveisadvémprincipalmentedaagropecuáriaeturismo. NaspartesmaisbaixasdaZonaTampãopodeocorreralgumdesenvolvimentodaactividadeagropecuáriaoquepoderiacausar algumacontaminaçãodossoloseaquíferos.Noentanto,amaiorpartedaZonaTampãoestálocalizadaemáreasdedeclivecom pendentesacentuadasqueinibemasuautilização. AZonaTampãoépercorridapelocaminhodecircunvalaçãodaCaldeira,quedáacessoadiversasatracçõesturísticasnaturais. Oaumentodetráfegopoderácausaralgumapoluiçãoatmosféricaesonoraeodesbastedevegetaçãodasbermaspodecausar algumainstabilidadedossolos,aumentandoosprocessoserosivos.

Zona Tampão “Ilhéu da Praia” AsactividadeslúdicascentradasnapraiadeareiadaViladaPraiapoderãoviraaumentaraperturbaçãoàsZonasNúcleoe Tampãocasooturismocresçademasiado.Ocrescimentodoturismopoderátambémcrirarproblemasdecontaminaçãodas águaseoabandonodelixonomarenasáreascosteiras.

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AViladaPraiapossuioportodecargamaisimportantedailhaeoaumentodotráfegomarítimopoderácausarperturbaçãoe criar problemas de contaminação da água e poluição sonora. Com o aumento do tráfego marítimo também aumentam as probabilidadesdeocorrênciadeacidenteseoperigodepoluiçãoporderramedecombustíveiseoutroscontamintantesquímicos. Zona Tampão “Ponta da Barca” AZonaTampãoéutilizadasobretudoparaagricultura.Odesenvolvimentodaactividadeagrícolaeutilizaçãodeaditivosagrícolas porderácriarproblemasdecontaminaçãodeaquíferosemarinhaeagravarprocessoserosivos,comeventualdestruiçãode habitat. Odesenvolvimentodoturismopoderátambémcrirarproblemasdecontaminaçãodaságuaseoabandonodelixonomarenas áreascosteiras.

16.3. ZONA(S) DE TRANSIÇÃO 16.3.1. DESCREVER AS PRINCIPAIS UTILIZAÇÕES DOS TERRENOS , E ACTIVIDADES ECONÓMICAS DESENVOLVIDAS NA (S) ZONA (S) DE TRANSIÇÃO AZonadeTransiçãodareservadabiosferacandidataapresentaosseguintestiposdeusodesoloedeactividades: • Agriculturaepecuáriaextensivas; • Habitação; • Comércioeactividadeindustrial; • Serviçospúblicoseprivados; • Actividadesturísticaserecreativas; • Ensino; • Transportesecomunicações:estradas,aeroportoeporto • Educação; 16.3.2. POSSÍVEIS EFEITOS ADVERSOS RESULTANTES DAS UTILIZAÇÕES E ACTIVIDADES REALIZADAS NA(S) ZONA (S) DE TRANSIÇÃO Umamágestãodasactividadesturísticaserecreativas,talcomoodesrespeitodasregrasdeordenamentodoterritório,podem conduzirasituaçõesdedegradaçãoedescaracterizaçãodaReservadaBiosferaproposta.Aintensificaçãodaagriculturaeda pecuáriapodelevaràdiminuiçãodabiodiversidadeeàperdade habitats importantes.Odesenvolvimentoindustrialehumano poderácausarproblemasdecontaminaçãodeaquíferosemarinha,deposiçãoimprópriaderesíduosedestruiçãode habitats .A intensificaçãodotráfegomarítimopoderáaumentarapoluiçãomarinhaedoar,epotenciaraocorrênciadeacidentescomo derramesdesubstânciasquímicaseencalhedenavios.

17. Aspectos institucionais

17.1. UNIDADES ADMINISTRATIVAS ESTATAIS, DE PROVÍNCIA, REGIONAIS OU OUTRAS • Estado:Portugal • RegiãoAdministrativa:RegiãoAutónomadosAçores • Autarquia:MunicípiodeSantaCruzdaGraciosa

17.2. UNIDADES DA RESERVA DA BIOSFERA CANDIDATA ZONA NÚCLEO AsZonasNúcleoconsistemdesítiosclassificadosnoâmbitodaRedeNatura2000daUniãoEuropeia,zonasespeciaisde protecçãoderecursosmarinhosedoMonumentoNaturalRegionaldaCaldeiradaIlhaGraciosa. ZONA TAMPÃO AsZonasTampãoconsistememterrenospúblicoseprivadosouzonasmarinhas,comregrasdeutilizaçãodispostasatravésde diferentesinstrumentosdegestãoeordenamentodoterritório,anívelnacional,regionalelocal.

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ZONA DE TRANSIÇÃO AZonadeTransiçãoconsisteemterrenosurbanosouurbanizáveis,emterrenospúblicoseprivados,comregrasdeutilização dispostasatravésdemeiosdeordenamentodoterritórioeactividades. 17.2.1. INDICAR SE ESSAS UNIDADES SÃO CONTÍGUAS OU SEPARADAS AszonasNúcleoeTampãoestãoseparadasemcincounidadesdistintas: • PontaBranca • IlhéudaVila • IlhéudeBaixo–Restinga • PontadaBarca • Caldeira AsZonasTampãoqueenvolvemasZonasNúcleo“IlhéudeBaixo–Restinga”e“Caldeira”unemsesegundoumeixoNWSE,no flancoexteriorsudestedoconeda“Caldeira”.AZonadeTransiçãopossuiumaparteterrestreeoutramarinhaeenvolvetodasas ZonasNúcleoeTampão.

17.3. REGIME DE PROTECÇÃO DA (S) ZONA (S) NÚCLEO E , SE APROPRIADO, DA (S) ZONA (S) TAMPÃO 17.3.1. ZONA (S) NÚCLEO AsZonasNúcleo“PontaBranca”,“IlhéudeBaixo–Restinga”e“IlhéudaVila”sãosítiosclassificadosnoâmbitodaRedeNatura 2000,queconstituioinstrumentopolíticofundamentalnoquerespeitaàconservaçãodanaturezaedadiversidadebiológicano espaçodaUniãoEuropeia.AsdirectivascomunitáriasrespeitantesàRedeNatura2000sãotranspostasparaodireitointernodo EstadoportuguêspeloDecretolei140/99de24deAbril,alteradopeloDLn.º49/2005de24deFevereiroeadaptadoàRegião AutónomadosAçorespeloDecretoLegislativoRegional18/2002/Ade16deMaio. OssítiosdaListadeSítiosdaRegiãoAutónomadosAçoresforampublicadosatravésdaResoluçãon.º30/98/A, de 05 de Fevereiro.OsSítiosdeImportânciaComunitáriaparaaregiãobiogeográficadaMacaronésia(Madeira,AçoreseCanárias)foram publicadosatravésdaDecisãodaComissão2002/11/CEde28deDezembro.AsZonasdeProtecçãoEspecialdosAçoresforam publicadas através do Decreto Regulamentar Regional nº 14/2004/A, de 20 de Maio. O Decreto Legislativo Regional n.º 20/2006/Ade6deJunho,aprovouoPlanoSectorialdaRedeNatura2000daRegiãoAutónomadosAçores,queenquadraa medidasdeconservaçãodasáreasdaRedeNatura2000noarquipélago. AZonaNúcleo“Caldeira”estáclassificadasobadenominaçãode“MonumentoNaturalRegionaldaCaldeiradaIlhaGraciosa” desde2004,atravésdoDecretoLegislativoRegionalnº24/2004/A,de14deJulho. AZonaNúcleoPontadaBarcafoiclassificadacomo“ÁreaImportanteparaasAves”(IBA–ImportantBirdArea)pelaBirdLife International.AUniãoEuropeiaReconheceaimportânciadestadenominação.OscritériosutilizadosparaaidentificaçãodeIBAs sãoclaros,objectivosecompatíveiscomosprincípiosdecriaçãodeZonasdeProtecçãoEspecial(ZPE's)previstanaDirectiva 79/409/CEE(DirectivaAvesdaUniãoEuropeia).Poressamesmarazão,todasasIBAsidentificadascomessescritériosdeverão serdesignadascomoZPE's.AclassificaçãodestaáreaaníveldosAçoresdeveráocorrerembreveatravésdaclarificaçãodo seuregimejurídico. 17.3.2. ZONA (S) TAMPÃO AutilizaçãodeterrenosnasZonasTampãoséreguladapordiversosmecanismosdeordenamentodoterritório,comespecial ênfaseparaasmedidasresultantesdoFEADERFundoEuropeuAgrícoladeDesenvolvimentoRural20072013,aplicadonos AçorespeloProgramaProrural,eparaoPlanoDirectorMunicipaldaGraciosa.Grandepartedosterrenosqueestãoinseridos nasZonasTampãoestãoclassificadoscomoReservaAgrícolaRegional,oqueimplicaquenãopodehaverdesenvolvimento urbanísticonelasanão serno queserefereamanutenção e restauro de edificações previamente existentes. Além destes instrumentoslegais,aindaexistemoutrosinstrumentosorientadoresparaoordenamentodeterritórioeactividadesdosquaisse destacamoPlanoRegionaldeOrdenamentodoTerritóriodosAçores,oPlanoRegionaldeDesenvolvimento Sustentávelda RegiãoAutónomadosAçoreseoPlanodeOrdenamentoTurísticodaRegiãoAutónomadosAçores. Aáreamarinhaatéàs12milhasnáuticasdacosta(MarTerritorial)édacompetênciadoGovernoRegionaldosAçores,estando asactividadesextractivasreguladasatravésdediversosinstrumentoslegais.

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17.4. REGULAMENTOS OU ACORDOS APLICÁVEIS AO USO DOS TERRENOS DA ZONA DE TRANSIÇÃO AutilizaçãodaZonadeTransiçãoestáreguladaatravésdoPlanoDirectorMunicipal.Alémdesseinstrumento,aindaexistem outrosinstrumentosorientadoresparaoordenamentodeterritórioeactividadesdosquaissedestacamoPlanoRegionalde OrdenamentodoTerritóriodosAçores,oPlanoRegionaldeDesenvolvimentoSustentáveldaRegiãoAutónomadosAçores,o PlanodeOrdenamentodaOrlaCosteiraeoPlanodeOrdenamentoTurísticodaRegiãoAutónomadosAçores.

17.5. PROPRIEDADE DOS TERRENOS DE CADA ZONA 17.5.1. ZONA (S) NÚCLEO Aquasetotalidadedosterrenossãoarribascosteiras,áreasdedomíniopúblicoeáreasmarinhas,existindoalgumasparcelas exploradasporprivadosdentrodaCaldeira.

17.5.2. ZONA (S) TAMPÃO Cerca de 67% das Zonas Tampão são áreas marinhas, os restantes 33% são ocupados sobretudo por terrenos privados utilizadosprincipalmenteparaaproduçãoagrícolaepastagem.

17.5.3. ZONA DE TRANSIÇÃO Cercade27%daZonadeTransiçãoéáreamarinha,arestantezonaéocupadaporterrenosprivadosepúblicos,nosquaisse incluemtodososagregadospopulacionaisdaReservadaBiosferaproposta.

17.5.4. MUDANÇAS PREVISTAS EM RELAÇÃO À PROPRIEDADE DOS TERRENOS Nãoexistemmudançasprevistas,nemplanosdeaquisiçãodeterrenos.

17.6. PLANO OU POLÍTICA DE GESTÃO E MECANISMO DE IMPLEMENTAÇÃO Osplanosdegestãoeregulamentaçãojáexistentes continuarãoaseraplicados.Seráefectuadoumplanoestratégicoede referênciaparaaReservadaBiosfera,baseadonacooperaçãoentrediversosparceiros,aquandodaaprovação.

17.6.1. INDICAR COMO E EM QUE MEDIDA AS COMUNIDADES LOCAIS QUE VIVEM DENTRO E PRÓXIMO DE ÁREA DE RESERVA DA BIOSFERA CANDIDATA , ESTÃO ASSOCIADAS COM O PROCESSO DE CANDIDATURA EmAbrilde2006foifeitaumaapresentaçãopúblicaabertaatodaapopulaçãoparaapresentaçãodapropostadesubmissãoda ReservadaBiosferadailhaGraciosaaoProgramaMAB.Posteriormente,foramefectuadosvárioscontactoscomrepresentantes de instituições locais para lhes dar a conhecer pormenores do Programa MAB e obter a sua colaboração na proposta e estabelecimentodaReservadaBiosfera. EmFevereirode2007foifeitaumasegundaapresentaçãopúblicaeosdossiersdecandidaturaforamdisponibilizadosemmeio digitalparaauscultaçãopúblicaatravésdeumsítiodeInternet.Foiaindacriadoumendereçoelectrónicoparaondetodasas sugestõesecomentáriospudessemserenviadas,sendofomentadaaparticipaçãopúblicanacandidatura. FoitambémcriadoumdesdobrávelcominformaçõessobreoProgramaMABdaUNESCOesobreacandidaturaaReservada BiosferadasilhasdoCorvoeGraciosa,comumatiragemde1.000exemplares,distribuídosporambasasilhas. 17.6.2. PRINCIPAIS IDEIAS DO PLANO DE GESTÃO OU POLÍTICA DE UTILIZAÇÃO DE TERRENOS EsperasequeatravésdaimplementaçãodaReservadaBiosferaseconsiga,alongoprazo,asseguraraprotecçãoepromoção dos valores naturais, através do enquadramento das actividades humanas numa gestão racional dos recursos naturais. Isto deverápossibilitarodesenvolvimentoeconómicoeamelhoriadaqualidadedevidadapopulaçãodaReservadaBiosfera,de formasustentadaecontínua. Aslinhasdeacçãojáiniciadasserãocontinuadas,nomeadamenteaquelasestabelecidasnoPlanoRegionaldeOrdenamentodo TerritóriodosAçores,noPlanoRegionaldeDesenvolvimentoSustentáveldaRegiãoAutónomadosAçores,noPlanoSectorial paraaRedeNatura2000naRegiãoAutónomadosAçores,daRegiãoAutónomadosAçoresenoPlanodeOrdenamento

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TurísticodaRegiãoAutónomadosAçores.ParaasZonasTampãoedeTransição,alémdosplanoscitadosanteriormente,inclui setambémoFEADERFundoEuropeuAgrícoladeDesenvolvimentoRural20072013,implementadonaRegiãopeloPrograma Prorural,eoPlanoDirectorMunicipal. ConjuntamentecomosdiversosintervenientesnaReservadaBiosferaproposta,serácriadoumplanoestratégicoedereferência integrandoosprincipaisobjectivosdaquelaslinhasdeacçãodeformaareflectirasfunçõesdeconservação,desenvolvimentoe apoiologísticodaReservadaBiosferaecriandonovasmedidassetalsejustificar.Esteplanoestratégico será dinâmico e conformeotrabalhonaReservadaBiosferaforprogredindo,serárevistoereformuladoparamelhorarasuaimplementação. Seráincentivadaaparticipaçãoeiniciativadapopulaçãolocalparapossibilitarquesejamoslocaisosmaioresbeneficiáriosdas alteraçõesimplementadas,assegurandoqueseinteressemnamanutençãoedesenvolvimentodaReservadaBiosfera. Conformeasactividadesdesenvolvidaseaparticipaçãodacomunidadeforemaumentando,aReservadaBiosferaseráauto sustentadaeosbenefíciosmútuosdeactividadesdeconservaçãoeexploraçãoregradadosvaloresnaturaiseculturaisserão claros,nãosólocalmentemas,atravésdeacçõesdedivulgaçãoestruturadas,aníveldeoutrascomunidadessemelhantes,quer noArquipélagodosAçores,querinternacionalmente. 17.6.3. A AUTORIDADE DESIGNADA OU MECANISMOS DE COORDENAÇÃO PARA IMPLEMENTAR ESTE PLANO OU POLÍTICA (N OME , ESTRUTURA , E COMPOSIÇÃO , E SUAS ACÇÕES ATÉ À DATA ) ARedeRegionaldeÁreasProtegidasdaRegiãoAutónomadosAçores(REAPA)concretiza,naRegião,aclassificaçãoadoptada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) adaptandoa às particularidades geográficas, ambientais, culturaisepolíticoadministrativasdoterritóriodoArquipélagodosAçores. ConstituemobjectivosgeraisdaRedeRegionaldeÁreasProtegidasdaRegiãoAutónomadosAçores,osseguintes: a) Alcançaraafirmaçãodaidentidadeevalordecadaáreaprotegidaterrestreoumarinha; b) Estabelecer mecanismos de conservação, preservação e de gestão dos ecossistemas, da biodiversidade e dos valoreserecursosnaturais,paisagísticos,científicoseespirituaisdosAçores; c) Contribuirparaaconstituiçãodeumaredefundamentaldeconservaçãodanaturezaquearticuleosdiversosregimes deprotecçãoesalvaguardaderecursosevaloresnaturais; d) Criarunidadesdegestãodasáreasprotegidasaoníveldecadailha. AREAPAprevêacriaçãoemcadailhadeumParqueNaturaldeIlha(PNI),constituídopelasáreasterrestresclassificadasno territóriodecadailha,podendoabranger,ainda,áreasmarítimasatéaolimiteexteriordomarterritorial,eincluirascategorias previstasnasecçãoseguinte.OPNIéaunidadedegestãobasedaRedeRegionaldeÁreasProtegidasdaRegiãoAutónoma dosAçoreseserácriadopordecretolegislativoregional. OsistemadegestãodaREAPAserápublicadoeimplementadoem2008apósumprocessodediscussãopública.Atéestadata a gestão da área será assegurada pelos Serviços de Ambiente da ilha, órgão operativo do Governo Regional dos Açores coordenadopelaSecretariaRegionaldoAmbienteedoMar. CadaPNIirádispordeumaestruturaorgânicaprópriaqueintegraráosórgãosseguintes: a) Conselho de Gestão, é o órgão executivo que integra um Director que preside e a este são cometidas as competênciasparaadministrarosinteressesespecíficosdoPNI,executandoasmedidascontidasnosinstrumentos degestãoeassegurandoocumprimentodasnormaslegaiseregulamentaresemvigor; b) ConselhoConsultivo,éoórgãodenaturezaconsultivaaoqualcompete,emgeral,aapreciaçãodasactividades desenvolvidasnoPNI. OdecretolegislativoregionalqueprocederàcriaçãodoPNIdefiniráascompetências,acomposição,onúmeroemodode designaçãodosmembrosdoConselhodeGestãoedoConselhoConsultivo,aestruturaeofuncionamentodosórgãosdegestão referidosnonúmeroanterior. 17.6.4. OS MEIOS DE APLICAÇÃO DO PLANO OU POLÍTICA DE GESTÃO Apolíticadeconservaçãodopatrimónionaturaltemsidoimplementadaatravésdadesignaçãodasáreasmaisimportantespara aprotecçãodevaloresnaturaissobdiversasfigurasdeprotecção,dasquaissedestacamasáreasdesignadasnoâmbitoda RedeNatura2000.Paratornarmaiseficienteagestãodestasáreas,estáemcursoumprocessodereclassificaçãodasáreas protegidasdosAçoresadaptandoasdenominaçõesaosistemadenomenclaturadaUICNereorganizandoagestãodasáreas protegidas de forma a criar em cada ilha um único órgão directivo das Áreas Protegidas que terá competências na gestão/administraçãodasáreassobasuaalçada.

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Namaioriadoscasosaaplicaçãodasmedidasdegestãoéfeitaapósconsultaediscussãopública,chegandoseaacordocom osutilizadoresacercadamelhorformadeconciliarosinteressesmútuosdeexploraçãoeconservação.Amaiorpartedasáreas queestãosobalgumtipodeprotecçãosãoestataisnãosendonecessárioacordocomparticulares.Noscasosemqueépreciso interviremterrenosparticulares,tentasechegaraacordo,queratravésdecompensaçõesoudeincentivosparaalteraçõesde utilização de forma a alcançar os objectivos de gestão de forma consensual. Nalguns casos, raros, podese recorrer à expropriaçãodeterrenosquandoosvaloresnelescontidosobrigamàtomadademedidasmaisdrásticasoudedifícilconsenso. 17.6.5. INDICAR COMO E EM QUE MEDIDA A COMUNIDADE LOCAL PARTICIPA NA FORMULAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO OU POLÍTICA DE GESTÃO Todas as alterações aos instrumentos legais de gestão territorial têm um período de discussão publica que precede a sua implementaçãoefectivaeemquepodemparticipartodososcidadãos. EstáprevistaacriaçãodeumConselhoConsultivocomrepresentantesdediversosinteressesnaReservadaBiosferaproposta, queteráparticipaçãonagestãodareserva.Aformaeparticipantesdesseórgãoaindanãoestãodefinidos,masdeveráincluir representantes do Município, das principais actividades económicas, de interesses de protecção da natureza e de outros interessesrelevantesparaofuncionamentodaReserva. Estepainelterá,nomínimo,umpapelconsultivo,masesperasequetenhaumaparticipaçãoactivanagestãoedinamizaçãodas actividadesadesenvolvernaReservadaBiosferaproposta. 17.6.6. O ANO DE IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO OU POLÍTICA DE GESTÃO . Em2006foramtomadasmedidasparaimplementarasmedidasdegestãodasáreasclassificadasnoâmbitodaRedeNatura 2000 através da publicação dos instrumentos legais necessários. Esperase concluir o plano estratégico e de referência da ReservadaBiosferaPropostanoperíododeumanoapósasuaaprovaçãoeiniciarasuaimplementaçãoimediatamente a seguir.

17.7. FONTES DE FINANCIAMENTO E ORÇAMENTO ANUAL 17.7.1 FONTES DE FINANCIAMENTO Aspossibilidadesdefinanciamentoestarãodependentesdatipologiadasacçõesapromoveredosseuspromotores: Componente de Estudos e Monitorização – o investimento a assegurar será sobretudo de iniciativa das entidades competentesemmatériadagestãodeáreasprotegidas,promovendoosprocedimentosnecessáriosàcontrataçãodos estudosemcausa,bemcomosuportandoosencargosdoCorpodeVigilantes; Componente de Gestão da Conservação da Natureza e Promoção do Desenvolvimento Sustentável –oinvestimentoa realizarnesteâmbitoserádeiniciativaprivada,noquerespeitaàintervençãosobreasactividadeseconómicas e de carácterpúblico/privadonoâmbitodagestãodeespéciese habitats ; Componente de Apoio à Visitação e Informação Ambiental –oinvestimentoaassegurarnesteâmbitoseráde carácter público,sobretudodeiniciativadasentidadescompetentesemmatériadagestãodeáreasprotegidas. Independentemente da natureza dos promotores das acções a desenrolar no âmbito da presente candidatura, poderá o investimento em causa ser objecto de cofinanciamento comunitário. Para tal, e atendendo à natureza dos respectivos promotores,podemosàpartidadefinir2grandesopçõesdefinanciamento: Promotores de natureza pública – cofinanciamento comunitário através do QRESA (programação das verbas FEDER, FEOGA)e/ouInterreg(atravésdecandidaturasconjuntascomoutrasregiõesnoâmbitodacooperaçãoeuropeia),bem comoatravésdosrespectivosorçamentosafectosàentidadepública; Promotores de natureza privada cofinanciamento comunitário através do QRESA (programação das verbas FEOGA, IFOP,FEDER)oueventualrecursoaprogramasespecíficosparafinanciamentodasintervençõessobreasactividades económicas,concebidosefinanciadospelaentidadecompetenteemmatériadagestãodeáreasprotegidas. Porfim,relativamenteaocustodegestãodoprograma,orespectivofinanciamentopodeprovir,emfunçãodaopçãoadoptada paraoÓrgãodeGestãodaReserva,dasentidadesrepresentadas,daentidadecompetenteemmatériadagestãodeáreas protegidas,oueventualmentedocofinanciamentocomunitário,noâmbitodeumacandidaturaabrangente dos investimentos previstosnestacandidatura.

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17.7.2 ORÇAMENTO PREVISTO Apartirdeumaanáliseestratégicadosobjectivosdegestãofoipossívelestruturaraspropostasdeintervençãonaáreacandidata aReservadaBiosferademodoapoderestimaroseucustodeimplementaçãoparaumhorizontetemporalde5(cinco)anos. Asintervençõesforamagrupadasdeacordocomaseguintetipologia,cujoconteúdoepressupostosdecálculodeencargosde seguidaseabordarãomaisdetalhadamente: a) EstudoseMonitorização b) Promoçãododesenvolvimentosustentávelegestãodaconservaçãodanatureza c) ApoioàvisitaçãoeInformaçãoambiental Estudos de Monitorização DividiuseesteobjectivoemduasAcçõesqueoseupróprionomeidentifica,sendoqueà“Monitorização”sejuntoua“Vigilância”. Estudos - Pretendeuse,nestedomínio,darrespostaaalgumaslacunasdeinformaçãodetectadasparapoderfazerfacea ameaças, reais ou potenciais, referidas para algumas das Áreas Classificadas. Estão previstos alguns estudos, especialmentevocacionadosparaofornecimentodeinformaçãoqueenformetomadasdedecisãofuturas,dequesão exemplo: identificação, georeferenciada, de zonas de captação hídrica, localização de infraestruturas, impactes decorrentesdealgumasactividadesemcursoouprevistas,etc. Vigilância e Monitorização - Nestafasedearranquedoprocessodecandidatura,entendemsecomoprioritárias,noâmbito doobjectivoemanálise,astarefasdemonitorização.Atendendoànecessidadedereforçaracçõesdevigilâncianas Áreas Classificadas, entendese que estas acções deverão ser efectuadas pelo corpo de Vigilantes da Natureza, atendendoaqueasuperfíciedestasÁreasestámuitasvezes,notodoouemparte,incluídaemÁreasProtegidas integrantesdaRedeRegionaldeÁreasProtegidas.Quantoàmonitorizaçãodequeespéciese habitats terãoqueser alvo,estasacçõespoderãoserlevadasacabocomacolaboraçãodeentidadespúblicaseprivadas(outrosorganismos daAdministraçãoRegional,Universidades,ONG’s,etc.),sobretudonavigilânciaemonitorizaçãodeáreasmarinhas, comoapoiodocorpodeVigilantesdaNatureza,cujaformaçãonestedomíniosetornacadavezmaisimportante.

Promoção do desenvolvimento sustentável e gestão da conservação da natureza Incluemse,nesteobjectivo,asacçõesadesenvolver,porentidadespúblicasouporprivados,numaópticadegestãoactivado territóriovisandoaobtençãodeefeitospositivos emtermosdemelhoriae/oupreservaçãodos habitats e espécies, as quais foram,paraoefeito,agrupadasemduasAcções. Intervenção sobre actividades económicas Incluemse, nesta Acção, os encargos previstos para apoio a entidades privadas cuja actividade económica necessite reajustamentosafimdeseadequaràprossecuçãodosobjectivosdedesenvolvimentosustentávelquepresidiramàclassificação dasáreasemapreço.

Gestão de espécies e habitats Abrangeasacçõesalevaraefeitoporentidadespúblicaseprivadas,querasmesmastenhamlugaremáreasterrestresquerem meiomarinho. Encontramse aqui previstas, sobretudo, as intervenções em espaços florestais ou ecossistemas de natureza arbustiva a recuperaroumelhorar,querdopontodevistadocontrolo/erradicaçãodeexóticas,querdoincrementodaáreaocupadapor espécies vegetais autóctones. Esperase igualmente, com estas acções ao nível do coberto vegetal, beneficiar o sistema hidrológicodasáreasalvodeintervençãoecontribuirparaarecuperaçãodeespéciesfaunísticasassociadas. Apoio à Visitação e Informação Ambiental OincrementodaactividadeturísticanaRegiãoAutónomadosAçores,indubitavelmenteumdospilaresdoseudesenvolvimento económico,farseáigualmentesentiraoníveldavisitaçãodasÁreasClassificadas,muitasdelasconstituindoverdadeirosex librisdailha. Assim propõese a divisão deste objectivo em duas Acções, cujo conteúdo é facilmente perceptível através da respectiva designação.

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Infra-estruturas de apoio a visitantes Pretendemseincluir,nestaacção,asintervençõesquepermitamorientarofluxodevisitanteseevitarqueousufrutodasáreas classificadas,querporresidentesquerporvisitantes,contribuaparaadegradaçãodosseusvaloresnaturais. Incluemse aqui não só aspectos de sinalização, como as infraestruturas orientadoras ou condicionantes de acessos: passadiços,trilhospedestresouciclomotores,vedaçãodeáreasparticularmentesensíveis,locaisdeestacionamento,etc. Também foram incluídas, neste domínio, a construção de infraestruturas de apoio a visitantes, cuja localização e/ou configuração necessite atenção especial face à proximidade de habitats prioritários, e que possam servir de exemplo demonstrativodaconciliaçãodeinteressesentreactividadeseconómicaseobjectivosdeconservaçãodanatureza.

Informação e sensibilização ambiental EnquadramsenestaAcçãoarealizaçãodereuniõesetrabalhosdecaráctertécnicoe/ouinformativo,arealizarquercomas populações residentes nas áreas a classificar quer com os decisores políticos e económicos que constituem o universo de interlocutores das entidades públicas com responsabilidadenodomíniodaconservaçãodanaturezaeda gestão das áreas classificadas. Abrangeigualmentearealizaçãodeseminários,jornadas,colóquiosououtrasactividadespassíveisde captar a presença e atençãonãosódapopulaçãoresidentemasigualmentedosvisitantesque,elegendooGraciosacomodestinoturístico,procuram especificamenteassuasáreasnaturaisparavisitar. Prevêseainda,noâmbitodestaAcção,editartodoumconjuntodemateriaiseducativosededivulgaçãoquepermitamumcada vezmaiorconhecimentodasdiversascomponentesdoriquíssimopatrimónionaturaleculturaldailha,dasactividadesefectuadas e a efectuar quer para a manutenção dessas componentes num estado de conservação favorável quer para a recuperação/valorizaçãodeespéciese/ou habitats emriscooudegradados,etc.

Previsão orçamental

Custos previstos em euros (valoresconstantes) ACÇÕES Total Ano n Ano n+1 Ano n+2 Ano n+3 Ano n+4 a) Estudos e monitorização 108.250 28.250 20.000 20.000 20.000 20.000 1 – Estudos 8.250 8.250 0 0 0 0 2 – Vigilância e monitorização 100.000 20.000 20.000 20.000 20.000 20.000

b) Gestão e conservação da natureza e promoção do desenvolvimento sustentável 897.500 196.500 197.500 168.500 167.500 167.500 1 – Gestão de espécies e habitats 34.500 6.500 7.500 7.500 6.500 6.500 2 – Intervenção sobre actividades económicas 863.000 190.000 190.000 161.000 161.000 161.000

c) Apoio à visitação e informação ambiental 34.750 6.950 14.200 7.450 3.700 2.450 1 – Infra-estruturas de apoio a visitantes 22.500 5.000 11.000 5.500 500 500 2 – Informação e sensibilização ambiental 12.250 1.950 3.200 1.950 3.200 1.950 TOTAL 1.040.500 231.700 231.700 195.950 191.200 189.450 Gestão do Programa 104.050 23.170 23.170 19.595 19.210 18.995 TOTAL GERAL 1.144.550 254.870 254.870 215.545 210.320 208.945 Tendoporbaseospressupostosdecálculoatrásexplicitados,easáreasdeintervençãoprevisíveis,estimaseparaoorçamento dasactividadesdaáreadeReservadaBiosfera,tenhaumcustoglobaldirectode1.144.550,00€aqueseadicionouumencargo indirectode“GestãodoPrograma”,equivalentea10%dovaloranterior.

17.8. AUTORIDADES ENCARREGADAS 17.8.1. A RESERVA DA BIOSFERA CANDIDATA COMO UM TODO : Nome:SecretariaRegionaldoAmbienteedoMar,GovernodaRegiãoAutónomadosAçores.

17.8.2. A (S) ZONA (S) NÚCLEO (S) Nome:SecretariaRegionaldoAmbienteedoMar,GovernodaRegiãoAutónomadosAçores. PoderesLegais:LegislaçãoefiscalizaçãoambientaldaRegiãoAutónomadosAçores,ordenamentoeutilizaçãodoterritório.

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17.8.3. A ZONA TAMPÃO Nome:SecretariaRegionaldoAmbienteedoMar,GovernodaRegiãoAutónomadosAçores. PoderesLegais:LegislaçãoefiscalizaçãoambientaldaRegiãoAutónomadosAçores,ordenamentoeutilizaçãodoterritório. Nome:CâmaraMunicipaldeSantaCruzdaGraciosa PoderesLegais:Ordenamentoeutilizaçãodoterritório.

18. Designações especiais

• (NÃO) UNESCOWorldHeritageSite; • (NÃO) RAMSARWetlandConventionSite; • (SIM) Outrasconvençõesinternacionais: o DirectivaComunitáriaEuropeian.º79/409/CEE–DirectivaAves; o DirectivaComunitáriaEuropeian.º92/43/CEE–Directiva Habitats ; • (NÃO) SítiodeMonitorizaçãocontínua; • (NÃO) Outro.

19. Documentos de apoio

19.1. MAPAS 19.1.1. MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ILHA GRACIOSA

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19.1.2. MAPA DO ZONAMENTO PROPOSTO PARA A RESERVA DA BIOSFERA

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19.2. LISTA DE DOCUMENTOS LEGAIS 19.2.1. DIPLOMAS REGIONAIS Actividade da Pesca (1983)Portarian.º19/83de3deMaio–FixaonovoregimedeprotecçãodedeterminadoscrustáceosnaRegião. (1985)DecretoLegislativoRegionaln.º5/85/Ade8deMaio–Estabeleceoregimejurídicodacaçasubmarina,praticadaporamadores,na RegiãoAutónomadosAçores. (1993)DecretoRegulamentarRegionaln.º14/93Ade31deJulho–Aprovaoregulamentodaapanhadelapas. (1993) Portaria n.º 43/93 de 2 de Setembro – Define e regulamenta e apanha de lapa sem fins comerciais de lapas, como a actividade desenvolvidaporumamador,comointuitomeramentelúdico. (1994)Portarianº35/1994de21deJulho–Autorizaautilizaçãoderedesdeemalharnaságuasinterioresnãooceânicas. (1999)Portarian.º32/99de4deJunho–Estabeleceaáreadeoperaçãodasembarcaçõesdepescacosteira (2001)Portarian.º57/2001/Ade13deSetembro–Defineasnormasparaolicenciamentodapescacomartedecerco (2002)Portarian.º101/2002/Ade24deOutubro–Regulamentaométododepescadenominado"pescaàlinha"naRegiãoAutónomados Açores. (2004)Declaraçãon.º2/2004de6deMaio–RectificaaPortarian.º30/2004,de22deAbrildaSecretariaRegionaldaAgriculturaePescas, queregulamentaoexercíciodapescadaRegiãoAutónomadosAçores,comartesdearmadilha. (2004)Portarian.º30/2004/Ade22deAbril–Regulamentaoexercíciodapesca,naRegiãoAutónomadosAçores,comartesdearmadilha. (2005)Portarian.º91/2005de22deDezembro–Regulamenta,naRegiãoAutónomadosAçores,apescacomredesdeemalhar (2006)Portarian.º23/2006de9deMarço–Estabeleceotamanhomínimoparaacapturadeorganismosmarinhosdaespéciegoraz( Pagellus bogaraveo )naságuasdasubáreadosAçoresdaZonaEconómicaExclusiva(ZEE)nacional (2006)Portarian.º34/2006de27deAbril–AlteraaPortarian.º91/2005,de22deDezembro.(Regulamenta,naRegião,apescacomredesde emalhar). Conservação do Ambiente (1993)DecretoLegislativoRegionalnº21/93/Ade23deDezembro–AplicaàRegiãoAutónomadosAçoresoregimejurídicoestabelecidopelo DecretoLein.º19/93,de23deJaneiro(RedeNacionaldeÁreasProtegidas). (1998)Resoluçãon.º30/98de5deFevereiro–AprovaalistadeSítiosdeImportânciaComunitáriadaRegiãoAutónomadosAçores(1ªfase). (1998)Declaraçãon.º12/98de7deMaio–RectificaaResoluçãonº30/98,de05deFevereiro,queaprovaalistadeSítiosdeImportância ComunitáriadaRegiãoAutónomadosAçores(1ªfase). (1999)DecretoLegislativoRegionaln.º9/99/Ade22deMarço–DisciplinaasactividadesdeobservaçãodecetáceosnosAçores (2002)DecretoLegislativoRegionaln.º18/2002/Ade16deMaio–AdaptaàRegiãooDecretoLein.º140/99,de24deAbril,queprocedeà revisãodatransposiçãoparaodireitointernodasdirectivascomunitáriasrelativasàconservaçãodasavesselvagens(DirectivaAves)eà conservaçãodos habitats naturaisedafaunaedafloraselvagens(Directiva Habitats ) (2003) Decreto Legislativo Regional 10/2003/A de 22 de Março – Altera o Decreto Legislativo Regional n.º 9/99/A, de 22 de Março, que disciplinaasactividadesdeobservaçãodecetáceosnosAçores. (2004)DecretoRegulamentarRegionaln.º14/2004/Ade20deMaio–Classificaaszonasdeprotecçãoespecial(ZPE)daRegiãoAutónoma dosAçores. (2004)Portarian.º5/2004de29deJaneiro–Regulamentaoregimelegaldaobservaçãodecetáceos. (2005)DecretoLegislativoRegionaln.º6/2005/Ade17deMaio–TranspõeaDirectivan.º91/676/CEE,doConselho,de12deDezembro, referenteàprotecçãodaságuascontraapoluiçãocausadapornitratosdeorigemagrícola(CódigodeBoasPráticasAgrícolas). (2006)DecretoLegislativoRegionaln.º20/2006/Ade6deJunhoAprovaoPlanoSectorialdaRedeNatura2000daRegiãoAutónomados Açores. Ordenamento do Território (2003)DecretoLegislativoRegionaln.º19/2003/Ade23deAbril–AprovaoPlanoRegionaldaÁguadaRegiãoAutónomadosAçores (2004)DecretoLegislativoRegionaln.º24/2004/Ade14deJulho–ReclassificaareservaflorestalnaturalparcialdacaldeiradaGraciosa,na ilhaGraciosa,comoMonumentoNaturalRegionaldaCaldeiradailhaGraciosa

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(2004)ResoluçãodoConselhodoGovernon.º110/2004de29deJulho–AprovaoPlanoRegionaldeErradicaçãoeControlodeEspéciesde FloraInvasorasemÁreasSensíveis,bemcomoasuaimplementação. (2005) Resolução do Conselho do Governo n.º 103/2005 de 16 de Junho Determina a elaboração do Plano Sectorial das Cavidades VulcânicasedosMonumentosNaturaisRegionaisexistentesnaRegiãoAutónomadosAçores. (2007)DecretoRegulamentarRegionaln.º6/2007/Ade8deFevereiroRatificaoPlanoDirectorMunicipaldeSantaCruzdaGraciosa.

19.2.2. DIPLOMAS NACIONAIS Actividade da Pesca (1987)DecretoRegulamentarn.º43/87de17deJulho–Defineasmedidasnacionaisdeconservaçãodosrecursosbiológicosaplicáveisao exercíciodapescaemáguas,queroceânicas,querinteriores,sobsoberaniaejurisdiçãoportuguesas (1987)Decretolein.º278/87de7deJulho–Fixaoquadrolegalregulamentadordoexercíciodapescaedasculturasmarinhasemáguassob soberaniaejurisdiçãoportuguesas. (1998)DecretoLein.º383/98de27deNovembro–AlteraoDecretoLein.º278/87,de7deJulho,sobrecontraordenaçõesemmatériade pescaseculturasmarinhas. (2000)DecretoRegulamentarn.º7/2000de30deMaio–AlteraoDecretoRegulamentarn.º43/87,de17deJulho,estabelecendoasmedidas nacionaisdosrecursosvivosaplicáveisaoexercíciodapescaemáguassobsoberaniaejurisdiçãonacional (2000)DecretoLein.º 246/2000de29deSetembro –Define oquadrolegaldoexercíciodapescamarítimadirigidaaespéciesanimaise vegetaiscomfinslúdicos (2000)Portarian.º1102B/2000de22deNovembro–AprovaoRegulamentodaApanha (2000)Portarian.º1102H/2000de22deNovembro–AprovaoRegulamentodaPescaporArtedeEmalhar (2001)Portarian.º386/2001de14deAbrilAlteraaPortarian.º1102H/2000,de22deNovembro(aprovaoRegulamentodaPescaporArte deEmalhar) (2001)PortariaNacionaln.º27/2001de15 deJaneiro –Fixaostamanhosmínimosdos peixes,crustáceosemoluscos,de acordocom o previstonoartigo48.ºdoDecretoRegulamentarn.º43/87,de17deJulho,naredacçãodadapeloDecretoRegulamentarn.º7/2000,de30 deMaio. (2002)Portarianº402/2002de18deAbril–AlteraoanexoàPortarian.º27/2001,de15deJaneiro,noqueserefereaostamanhosmínimos paraasolhaavessa,acorvinalegítimaealagosta.

Conservação do Ambiente (1980) Decreto n.º 103/80 de 11 de Outubro Aprova para ratificação a Convenção sobre a Conservação das Espécies Migradoras PertencentesàFaunaSelvagem(ConvençãodeBona). (1993)DecretoLein.º19/93de23deJaneiroEstabelecenormasrelativasàRedeNacionaldeÁreasProtegidas. (1999)Decretolein.º140/99de24deAbrilRevêatransposiçãoparaaordemjurídicainternadaDirectivan.º79/409/CEE,doConselho,de2 deAbril(relativaàconservaçãodasavesselvagens),edaDirectivan.º92/43/CEE,doConselho,de21deMaio(relativaàpreservação dos habitats naturaisedafaunaedafloraselvagens). (1989)Decretolein.º316/89de22deSetembro–Regulamentaaaplicaçãodaconvençãodavidaselvagemedos habitats naturaisnaEuropa (ConvençãodeBerna). (1990)DecretoLein.º114/90de5deAbril–PromoveaaplicaçãodaConvençãosobreoComércioInternacionalnasEspéciesdaFaunae FloraSelvagensAmeaçadasdeExtinção(CITES). (2005)DecretoLein.º49/2005de24deFevereiroPrimeiraalteraçãoaoDecretoLein.o140/99,de24deAbril,relativaàconservaçãodas avesselvagens(DirectivaAves)eàpreservaçãodos habitats naturaisedafaunaedafloraselvagens(Directiva Habitats ).

Ordenamento do Território (1977)Lein.º33/77de28deMaio–Fixaalarguraeoslimitesdomarterritorialeestabeleceumazonaeconómicade200milhasdoEstado Português (1978)DecretoLein.º119/78de1deJunho–Define«ZonaEconómicaExclusiva»efixaosseuslimites. (1979)Lein.º173/99de21deSetembro–LeideBasesGeraisdaCaça. (2002) DecretoLei n.º 202/2004 de 18 de Agosto – Estabelece o regime jurídico da conservação, fomento e exploração dos recursos cinegéticos,comvistaàsuagestãosustentável,bemcomoosprincípiosreguladoresdaactividadecinegética. (2007)DecretoLein.º16/2007de22deJaneiro–Estabeleceoregimejurídicoaplicávelaomergulhoamador.

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19.2.3. DIPLOMAS EUROPEUS Actividade da Pesca (1998)Regulamento(CE)n.º850/98doConselhode30deMarçode1998–Conservaçãodosrecursosdapescaatravésdedeterminadas medidastécnicasdeprotecçãodosjuvenisdeorganismosmarinhos Conservação do Ambiente (1979)Directivan.º79/409/CEEdoConselho,de2deAbril–Relativaàconservaçãodasavesselvagens(DirectivaAves). (1991)Directivan.º91/244/CEEdaComissão,de6deMarço–AlteraaDirectiva79/409/CEEdoConselho,relativaaconservaçãodasaves selvagens(DirectivaAves). (1991)Directivan.º91/676/CEEdoConselho,de12deDezembroRelativaàprotecçãodaságuascontraapoluiçãocausadapornitratosde origemagrícola. (1992)Directivan.º92/43/CEEdoConselho,de21deMaio–Relativaàpreservaçãodos habitats naturaisedafaunaedafloraselvagens (Directiva Habitats ). (1994)Directiva94/24/CEdoConselho,de8deJunhoAlteraoanexoIIdaDirectiva79/409/CEE,relativaàconservaçãodasavesselvagens (DirectivaAves) (1997)Directiva97/62/CEdoConselho,de27deOutubro–RelativaàadaptaçãoaoprogressocientíficoetécnicodaDirectiva92/43/CEE relativaàpreservaçãodos habitats naturaisedafaunaedafloraselvagens(Directiva Habitats ). (1997)Directivan.º97/49/CEdaComissão,de29deJunho–AlteraaDirectiva79/409/CEEdoConselho,relativaaconservaçãodasaves selvagens(DirectivaAves). (2002) Decisão da Comissão 2002/11/CE de 28 de Dezembro – Adopta a lista dos Sítios de Importância Comunitária para a região biogeográficamacaronésica,nostermosdaDirectiva92/43/CEEdoConselho.

19.3. LISTAS DE ESPÉCIES 19.3.1. REINO PLANTAE – 574 ESPÉCIES Rhodophyta – 18 espécies

Apoglossum ruscifolium (Turner)J.Agardh,1898 Delesseriaceae spp. Asparagopsis armata Harvey,1855 Jania sp. Asparagopsis taxiformis (Delile)Trevis1845 Laurencia obtusa (Hudson)J.V.Lamouroux1813 Centroceras clavulatum (C.Agardh)Montagne1846 Mesophyllum lichenoides (J.Ellis)M.Lemoine1928 Chondria sp. Peyssonnelia rosa-marina Boudouresque&Denizot1973 Corallina elongata J.Ellis&Solander1786 Peyssonnelia rubra (Greville)J.Agardh1851 Corallina officinalis Linnaeus1758 Peyssonnelia sp. Corallina sp. Plocamium cartilagineum (Linnaeus)P.S.Dixon1967 Cryptopleura ramosa (Hudson)L.Newton1931 Pterocladiella capillacea (S.G.Gmelin)Santelices&Hommersand1997

Phaeophyta – 14 espécies

Colpomenia sinuosa (MertensexRoth)Derbès&Solier1851 Dictyota linearis (C.Agardh)Greville1830 Colpomenia sp. Dilophus fasciola (Roth)M.A.Howe1914 Cutleria multifida (Turner)Greville1830 Halopteris filicina (Grateloup)Kützing1843 Cystoseira abies-marina (S.G.Gmelin)C.Agardh1820 Padina pavonica (Linnaeus)Thivy1960 Dictyopteris membranacea (Stackhouse)Batters1902 Sargassum vulgare C.Agardh1820 Dictyota adnata Zanardini1878 Stypocaulon scoparium (Linnaeus)Kützing1843 Dictyota dichotoma (Hudson)J.V.Lamouroux1809 Zonaria tournefortii (J.V.Lamouroux)Montagne1846

Chlorophyta – 8 espécies

Anadyomene stellata (Wulfen)C.Agardh1823 Codium adhaerens C.Agardh1822 Bryopsis sp. Microdictyon calodictyon (Montagne)Kützing1849 Chaetomorpha sp. Ulva sp. Cladophora sp. Valonia utricularis (Roth)C.Agardh1823

Bryophyta – 102 espécies

Andoa berthelotiana (Mont.)Ando Homalia webbiana (Mont.)Düll Anomobryum julaceum (P.Gaertn.,B.Mey. et Scherb.)Schimp. Hypnum cupressiforme Hedw.

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Aphanolejeunea azorica (V.Allorge et Ast)PócsetBernecker Hypnum jutlandicum Holmen et E.Warncke Aphanolejeunea sintenisii Steph. Hypnum resupinatum Taylor Barbula unguiculata Hedw. Hypnum uncinulatum Jur. Bartramia stricta Brid. Lejeunea eckloniana Lindenb. Brachymenium notarisii (Mitt.)A.J.Shaw Lejeunea lamacerina (Steph.)Schiffn. Brachythecium plumosum (Hedw.)Schimp. Leucobryum juniperoideum (Brid.)MüllHal. Brachythecium populeum (Hedw.)Schimp. Leucodon treleasei (Cardot)Par. Brachythecium rivulare Schimp. Lunularia cruciata (L.)Lindb. Brachythecium salebrosum (F.Weber et D.Mohr)Schimp. Marchantia paleacea Bertol. Bryum canariense Brid. Marchesinia mackaii (Hook.)Gray Bryum capillare Hedw. Microlejenea ulicina (Taylor)Gottsche et al . Bryum donianum Grev. Myurium hochstetteri (Schimp.)Kindb. Calypogeia arguta Nees et Mont.. Nardia scalaris Gray Calypogeia fissa (L.)Raddi Neckera intermedia Brid. Campylopus flexuosus (Hedw.)Brid. Philonotis rigida Brid. Campylopus fragilis Bruch et Schimp. Plagiochila bifaria (Sw.)Lindenb. Campylopus pilifer Brid. Plagiochila exigua (Taylor)Taylor Cephaloziella divaricata (Sm.)Schiffn. Plagiothecium nemorale (Mitt.)A.Jaeger Ceratodon purpureus (Hedw.)Brid. Platyhypnidium riparioides (Hedw.)Dixon Chiloscyphus coadunatus (Sw.)J.J.Engel et R.M.Schust. Polytrichum juniperinum Hedw. Chiloscyphus fragans (Moris et DeNot.)J.J.Engel et R.M.Schust. Polytrichum piliferum Hedw. Chiloscyphus profundus (Nees)J.J.Engel et R.M.Shust. Porella canariensis (F.Weber)Bryhn Cololejeunea minutissima (Sm.)Schiffn. Porella obtusata (Taylor)Trevis. Conocephalum conicum (L.)Dumort. Pterogonium gracile (Hedw.)Sm. Didymodon luridus Hornsch. Ptychomitrium nigrescens (Kunze)Wijk et Marg. Didymodon tophaceus (Brid.)Lisa Radula carringtonii J.B.Jack Diphyscium foliosum (Hedw.)Mohr Radula lindenbergiana Gottsche ex C.Hartman Drepanolejeunea hamatifolia (Hook.)Schiffn. Radula wichurae Steph. Dumortiera hirsuta (Sw.)Nees Reboulia hemisphaerica (L.)Raddi Echinodium prolixum (Mitt.)Broth. Rhynchostegiella tenella (Dicks.)Limpr. Epipterygium tozeri (Grev.)Lindb. Rhytidiadelphus squarrosus T.J.Kop. Eurhynchium hians (Hedw.)Loeske Riccardia latifrons (Lindb.)Lindb. Eurhynchium praelongum (Hedw.)Warnst. Saccogyna viticulosa (L.)Dumort. Eurhynchium pumilum (Wilson)Schimp. Scleropodium purum (Hedw.)Limpr. Fissidens asplenioides Hedw. Scleropodium touretti (Brid.)L.Koch Fissidens bryoides Hedw. sensu latiore Scorpiurium circinatum (Brid.)M.Fleisch. et Loeske Fissidens serrulatus Brid. Sematophyllum substrumulosum (Hampe)Britton Fossombronia angulosa (Dicks.)Raddi Targionia hypophylla L. sensu latiore Fossombronia caespitiformis DeNot.exRabenh. Tetrastichium fontanum (Mitt.)Cardot Fossombronia pusilla (L.)Nees Tetrastichium virens (Cardot)Churchill Frullania azorica SimSim et al. Thamnobryum alopecurum (Hedw.)Gangulee Frullania microphylla (Gottsche)Pearson Thuidium tamariscinum (Hedw.)Schimp. Frullania tamarisci (L.)Dumort. Tortella flavovirens (Bruch.)Broth. Frullania teneriffae (F.Weber)Nees Tortella nitida (Lindb.)Broth. Grimmia laevigata (Brid.)Brid. Tortula muralis Hedw. Grimmia lisae DeNot. Trichostomum brachydontium Bruch Grimmia montana Bruch et Schimp. Weissia brachycarpa (Nees et Hornsch.)Jur. Harpalejeunea molleri (Steph.)Grolle Weissia controversa Hedw. Heteroscyphus denticulatus (Mitt.)Schiffn. Zygodon viridissimus (Dicks.)Brid.

Pteridophyta – 29 espécies

Adiantum capillus-veneris L. Deparia petersenii (Kunze)M.Kato Adiantum hispidulum Sw. Diplazium caudatum (Cav.)Jermy Adiantum raddianum C.Presl Doodia caudata (Cav.)R.Br. Asplenium adiantum-nigrum L. Dryopteris aemula (Aiton)O.Kuntze Asplenium azoricum (Milde)Lovis,Rasbach&Reichstein Dryopteris affinis (Lowe)FraserJenkinsssp. affinis Asplenium hemionitis L. Dryopteris azorica (Christ)Alston Asplenium marinum L. Nephrolepis cordifolia (L.)C.Presl Asplenium obovatum Viv.ssp. lanceolatum (Fiori)P.Silva Polypodium azoricum (Vasc)R.Fern. Asplenium onopteris L. Polystichum setiferum (Forssk.)Woyn. Asplenium scolopendrium L. Pteridium aquilinum (L.)Kuhn Athyrium filix-femina (L.)Roth Pteris tremula R.Br. Blechnum spicant (L.)Roth Selaginella kraussiana (Kunze)A.Braun Christella dentata (Forssk.)Brownsey&Jermy Sphaeropteris cooperi (Hook.&Mueller)Tryon Cyrtomium falcatum (L.fil.)C.Presl Trichomanes speciosum Willd. Cystopteris diaphana (Bory)Blasdell

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Spermatophyta – 403 espécies

Alternanthera caracasana Humb.,Bonpl.&Kunth Laurus azorica (Seub.)Franco Acacia melanoxylon R.Br. Laurus nobilis L. Agave americana L. Lavatera arborea L. Agrimonia eupatoria L. Lavatera cretica L. Agrostis castellana Boiss.&Reut. Leontodon taraxacoides (Vill.)Mératssp. longirostris Finch&P.D. Agrostis congestiflora Tutin&Warb.ssp. congestiflora Sell Agrostis gracililaxa Franco Leontodon taraxacoides (Vill.)Mératssp. taraxacoides Agrostis stolonifera L. Lepidium virginicum L. Ailanthus altissima (Mill.)Swingle Lobularia maritima (L.)Desv. Aira caryophyllea L.ssp. caryophyllea Lolium multiflorum Lam. Alisma lanceolatum With. Lolium perenne L. Allium vineale L. Lolium remotum Schrank Amaranthus blitum L. Lolium temulentum L. Amaranthus deflexus L. Lonicera japonica Thunb. Amaranthus hybridus L. Lotus angustissimus L. Amaryllis belladonna L. Lotus corniculatus L. Ammi huntii H.C.Watson Lotus pedunculatus Cav. Ammi majus L. Lotus subbiflorus Lag. Ammi trifoliatum (H.C.Watson)Trel. Lupinus albus L. Anagallis arvensis L. Luzula campestris (L.)DC. Anagallis foemina Mill. Luzula multiflora (Retz.)Lej. Anredera cordifolia (Ten.)Steenis Lysimachia azorica Hornem.exHook. Anthemis cotula L. Malva parviflora L. Anthoxanthum aristatum Boiss. Marrubium vulgare L. Anthoxanthum odoratum L. Matthiola incana (L.)R.Br.ssp. incana Antirrhinum majus L. Medicago lupulina L. Aphanes microcarpa (Boiss.&Reut.)Rothm. Medicago polymorpha L. Apium graveolens L. Medicago sativa L. Aptenia cordifolia (L.fil.)Schwantes Melilotus indicus (L.)All. Aquilegia vulgaris L.ssp.d ichroa (Freyn)Díaz Melissa officinalis L. Araujia sericifera Brot. Mentha pulegium L. Arisarum vulgare O.Targ.Tozz.ssp. vulgare Mentha spicata L. Arrhenatherum elatius (L.)P.Beauv.exJ.Presl.&C.Presl ssp. Mentha suaveolens Ehrh. bulbosum (Willd.)Schübl.&Mart. Mercurialis annua L. Arum italicum Mill. Mesembryanthemum crystallinum L. Arundo donax L. Metrosideros excelsa Sol.exP.Gaertn. Asparagus asparagoides (L.)W.Wight Mirabilis jalapa L. Aster squamatus (Spreng.)Hieron. Misopates orontium (L.)Raf. Atriplex prostrata BoucherexDC. Muehlenbeckia sagittifolia (Ort.)Meissn. Avena barbata PottexLink Myoporum tenuifolium G.Forst. Avena sterilis L.ssp. ludoviciana (Durieu)Nyman Myosotis maritima Hochst.exSeub. Beta vulgaris L.ssp. maritima (L.)Arcang. Myrica faya Aiton Bidens pilosa L. Myrsine africana L. Brachypodium distachyon (L.)P.Beauv Narcissus jonquilla L. Brachypodium sylvaticum (Huds.)P.Beauv. Narcissus tazetta L.ssp. tazetta Brassica oleracea L. Nasturtium officinale R.Br. Briza maxima L. Nothoscordum gracile (Aiton)Stearn Briza minor L. Oenothera glazoviana Micheli Bromus catharticus Vahl Opuntia ficus-indica (L.)Mill. Bromus diandrus Roth Origanum vulgare L.ssp. virens (Hoffm.&Link)Ietsw. Bromus hordeaceus L.ssp.d ivaricatus (Bonnier&Layens)Kerguélen Ornithopus perpusillus L. Bromus madritensis L.ssp. madritensis Ornithopus pinnatus (Mill.)Druce Calendula arvensis L. Oxalis articulata Savigny Calendula officinalis L. Oxalis corniculata L. Callitriche stagnalis Scop. Oxalis corymbosa DC. Calluna vulgaris (L.)Hull Oxalis pes-caprae L. Campanula erinus L. Oxalis purpurea L. Canna indica L. Papaver dubium L. Capsella rubella Reut. Papaver pinnatifidum Moris Cardamine hirsuta L. Papaver rhoeas L. Carduus tenuiflorus Curtis Papaver somniferum L.ssp. somniferum Carex divulsa Stokesssp. divulsa Parentucellia viscosa (L.)Caruel Carex echinata Murray L. Carex pairae F.W.Schultz Paspalum dilatatum Poir. Carex panicea L. Paspalum distichum L.

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Carex peregrina Link Paspalum notatum Flüggé Carpobrotus edulis (L.)L.Bolus Pennisetum villosum R.Br.exFresen. Catapodium marinum (L.)C.E.Hubb. Persea indica (L.)C.K.Sprengel Catapodium rigidum (L.)C.E.Hubb. Petasites fragrans (Vill.)C.Presl Centaurea melitensis L. Petroselinum crispum (Mill.)Hill Centaurium erythraea Rafnssp.g randiflorum (Biv.)Melderis Phormium tenax J. R. Forst. & G. Forst. Centaurium scilloides (L.fil.)Samp. Physalis peruviana L. Centranthus ruber (L.)DC. Phytolacca americana L. Cerastium fontanum Baumg.ssp. vulgare (Hartm.)Greuter&Burd. Pinus pinaster Aiton Cerastium glomeratum Thuill. Pittosporum undulatum Vent. Chamaemelum mixtum (L.)All. Plantago coronopus L. Chamaemelum nobile (L.)All. Plantago lanceolata L. Chelidonium majus L. Plantago major L. Chenopodium album L. Platanthera micrantha (Hochst.exSeub.)Schlecht. Chenopodium ambrosioides L. Poa annua L. Chenopodium murale L. Poa trivialis L. Chrysanthemum coronarium L. Polycarpon tetraphyllum (L.)L. Chrysanthemum segetum L. Polygonum aviculare L. Cichorium intybus L. Polypogon maritimus Willd. Cirsium arvense (L.)Scop. Polypogon monspeliensis (L.)Desf. Cirsium vulgare (Savi)Ten. Polypogon viridis (Gouan)Breistr. Clinopodium ascendens (Jord.)Samp. Populus alba L. Coleostephus myconis (L.)Rchb.fil. Populus nigra L. Colocasia esculenta (L.)Schott Portulaca oleracea L.ssp. oleraceae Consolida ajacis (L.)Schur Potamogeton polygonifolius Pourr. Convolvulus arvensis L. Potamogeton pusillus L. Conyza albida Spreng. Potentilla anglica Laich. Conyza bonariensis (L.)Cronquist Prunella vulgaris L. Conyza canadensis (L.)Cronquist Pseudognaphalium luteo-album (L.)Hilliard&Burtt Corema album (L.)D.Donssp.a zoricum P.Silva Psidium littorale Raddi Coronopus didymus (L.)Sm. Pulicaria paludosa L. Coronopus squamatus (Forssk.)Asch. Ranunculus muricatus L. Crassula multicava Lem. Ranunculus trilobus Desf. Crassula tillaea Lest.Garl. Raphanus raphanistrum L.ssp. microcarpus (Lange)Thell. Crepis capillaris (L.)Wallr. Raphanus raphanistrum L.ssp. raphanistrum Crithmum maritimum L. Rapistrum rugosum ( L.)All.ssp. orientale (L.)Arcang. Cryptomeria japonica (L.fil.)D.Don Rapistrum rugosum (L.)All.ssp. rugosum Cynodon dactylon (L.)Pers. Reseda luteola L. Cynoglossum creticum Mill. Rhaphiolepis umbellata Makino. Cynosurus cristatus L. Rhus coriaria L. Cynosurus echinatus L. Ricinus communis L. Cyperus eragrostis Lam. Rosmarinus officinalis L. Cyperus esculentus L. Rostraria cristata (L.)Tzvelev Cyperus longus L. Rubia agostinhoi Dans.&P.Silva Cyperus rotundus L. Rubus ulmifolius Schott Cytisus scoparius (L.)Link Rumex acetosella L.ssp.p yrenaicus (PourretexLapeyr.)Akeroyd. Dactylis glomerata L. Rumex australis (Willk.)A.Fern. Datura stramonium L. Rumex bucephalophorus L.ssp. canariensis (Steinh.)Rech.fil. Daucus carota L.ssp.a zoricus Franco Rumex conglomeratus Murray Daucus carota L.ssp.m aritimus (Lam.)Batt. Rumex crispus L. Digitalis purpurea L. Rumex obtusifolius L.ssp. obtusifolius Digitaria ciliaris (Retz.)Koeler Rumex pulcher L.ssp. pulcher Digitaria sanguinalis (L.)Scop. Sagina apetala Ard. Dittrichia viscosa (L.)Greuter Sagina maritima G.Donfil. Drosanthemum floribundum (Haw.)Schwantes Sagina procumbens L. Duchesnea indica (Andr.)Focke Salpichroa origanifolia (Lam.)Baill. Ecballium elaterium (L.)A.Rich. Sambucus nigra L. Echinochloa crus-galli (L.)P.Beauv. Scabiosa atropurpurea L. Echium plantagineum L. Scolymus hispanicus L. Eichhornia crassipes (Mart.)SolmsLaub. Senecio cineraria DC.ssp. cineraria Elaeagnus umbellata Thunb. Senecio elegans L. Elatine hexandra (Lapierre)DC. Senecio mikanioides OttoexWalp. Eleusine indica (L.)P.Gaertn.ssp. indica Senecio vulgaris L. Eragrostis cilianensis (All.)Vign.exJanch. Serapias cordigera L. Eragrostis multicaulis Steud. Setaria parviflora (Poir.)Kerguélen Erica azorica Hochst.exSeub. Setaria pumila (Poir.)Roem.&Schult.

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Erigeron karvinskianus DC. Setaria verticillata (L.)P.Beauv. Erodium moschatum (L.) L’Hér. Sherardia arvensis L. Eucalyptus globulus Labill. Sibthorpia europaea L. Euphorbia azorica Seub. Sida rhombifolia L. Euphorbia lathyris L. Silene gallica L. Euphorbia maculata L. Silybum marianum (L.)P.Gaertn. Euphorbia peplus L. Sisymbrium officinale (L.)Scop. Euphorbia prostrata Aiton Smilax canariensis Brouss.exWilld. Festuca arundinacea Schreb.ssp. mediterranea (Hackel)Franco& Solanum nigrum L. RochaAfonso Solanum pseudocapsicum L. Festuca jubata Lowe Soleirolia soleirolii (Req.)Dandy Festuca petraea Guthn.exSeub. Solidago sempervirens L. Ficus carica L. Sonchus aspe r L.ssp. Glaucescens (Jord.)P.W.Ball Filago gallica L. Sonchus oleraceus L. Foeniculum vulgare Mill. Sonchus tenerrimus L. Fragaria vesca L. Sorghum halepense (L.)Pers. Frankenia pulverulenta L. Spartina versicolor Fabre Fumaria bastardii Boreau Spartium junceum L. Fumaria capreolata L. Spergula arvensis L. Fumaria muralis SonderexKochssp. muralis Spergularia azorica (Kindb.)Lebel Gaillardia aristata Pursh Spergularia bocconei (Scheele)Asch.&Graebn. Galactites tomentosa Moench Spergularia marina (L.)Griseb. Galinsoga parviflora Cav. Sporobolus africanus (Poir.)Robyns&Tournay Galium aparine L. Stachys arvensis (L.)L. Galium mollugo L. Stellaria media (L.)Vill.ssp. media Galium murale (L.)All. Stenotaphrum secundatum (Walter)Kuntze Galium parisiense L. Tamarix africana Poir. Gamochaeta claviceps Fern.)Cabrera Tanacetum parthenium (L.)Sch.Bip. Gamochaeta pensylvanica (Willd.)Cabrera Taraxacum officinale Weber sensu latiore Gamochaeta purpurea (L.)Cabrera Teline monspessulana (L.)K.Koch Gastridium ventricosum (Gouan)Schinz&Thell. Tetragonia tetragonioides (Pall.) Kuntze Gaudinia coarctata (Link)Durand&Schinz Tetrapanax papyriferus (Hook.)K.Koch Gaudinia fragilis (L.)P.Beauv. Thymus caespititius Brot. Geranium dissectum L. Tolpis barbata (L.)P.Gaertn. Geranium molle L. Tolpis succulenta (Dryand.)Lowe Geranium purpureum Vill. Torilis arvensis (Huds.)Linkssp. arvensis Gladiolus natalensis Hook. Torilis arvensis (Huds.)Linkssp. neglecta (Schult.)Thell. Gymnostyles stolonifera (Brot.)Tutin Tradescantia fluminensis Vell. Hedera azorica Carrière Trifolium arvense L. Hedychium gardneranum SheppardexKerGawl. Trifolium campestre Schreb. Helianthus tuberosus L. Trifolium dubium Sibth. Heliotropium europaeum L. Trifolium glomeratum L. Helminthotheca echioides (L.)Holub Trifolium ligusticum Balb.exLoisel. Holcus lanatus L. Trifolium pratense L. Holcus rigidus Hochst. Trifolium repens L. Hordeum murinum L.ssp.l eporinum (Link)Asch.&Graebn. Trifolium subterraneum L. Hydrangea macrophylla (Thunb.)Ser. Tropaeolum majus L. Hyoscyamus albus L. Ulex europaeus L.ssp. europaeus Hypericum foliosum Aiton Ulmus procera Salisb. Hypericum humifusum L. Umbilicus horizontalis (Guss.)DC. Hypericum perfoliatum L. Umbilicus rupestris (Salisb.)Dandy Hypericum perforatum L. Urospermum picroides (L.)Scop.exF.W.Schmidt Hypericum undulatum Schousb.exWilld. Urtica membranacea Poir. Hypochoeris glabra L. Verbascum thapsus L.ssp. crassifolium (Lam.)Murb. Hypochoeris radicata L. Verbena bonariensis L. Ilex perado Aitonssp.a zorica (Loes.)Tutin Verbena officinalis L. Ipomoea indica (Burm.fil.)Merr. Veronica anagallis-aquatica L. Iris foetidissima L. Veronica arvensis L. Isolepis cernua (Vahl)Roem.&Schult. Veronica officinalis L. Isolepis fluitans (L.)R.Br. Veronica persica Poir. Isolepis setacea (L.)R.Br. Veronica serpyllifolia L. Juncus acutus L. Vicia benghalensis L. Juncus bufonius L. Vicia hirsuta (L.)Gray Juncus effusus L. Vicia sativa L.ssp. Nigra (L.)Ehrh. Kickxia elatine (L.)Dumort.ssp. elatine Vicia sativa L.ssp. sativa Kickxia spuria (L.)Dumort.ssp. spuria Vicia tenuissima (M.Bieb.)Schinz&Thell.

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Kyllinga brevifolia Rottb. Vinca difformis Pourr. Lactuca serriola L. Viola odorata L. Lagurus ovatus L. Vulpia bromoides (L.)Gray Lantana camara L. Vulpia myuros (L.)C.C.Gmel. Lapsana communis L. Xanthium strumarium L.ssp. italicum (Moretti)D.Löve Lathyrus tingitanus L. Zantedeschia aethiopica (L.)Spreng.

19.3.2 REINO ANIMALIA – 543 ESPÉCIES Porifera – 12 espécies

Chondrosia reniformis (Nardo,1847) Hamigera hamigera (Schmidt,1862)(BouryEsnault1976) Clathrina clathrus (Schmidt,1864) Hymedesmia sp. Clathrina coriacea (Montagu,1818) Oscarella lobularis (Lévi&Porte1962) Cliona celata Grant,1826 Petrosia ficiformis (Poiret,1789) Cliona viridis (Schmidt1862) Sycon ciliatum (Fabricius,1780) Haliclona sp. Terpios fugax Duchassaing&Michelotti,1864

Cnidaria – 14 espécies

Actinia equina Linnaeus,1758 Madracis pharensis (Heller,1868) Aglaophenia sp. Nausithoe punctata (Werner,1973) Anemonia sargassensis Hargitt,1908 Octocorallia sp. Caryophyllia inornata Duncan,1878 Pelagia noctiluca (Forsskal,1775) Caryophyllia smithii StokesandBroderip,1828 Physalia physalis (Linnaeus,1758) Corynactis viridis Allman,1846 Tamarisca tamarisca (Linnaeus,1758) Diphasia sp. Telmatactis forskali (Ehrenberg,1834)

Polychaeta – 4 espécies

Hermodice carunculata (Pallas,1766) Sabella pavonina (Nicol,1930) Megalomma vesiculosum (Montagu,1813) Sabella spalanzanii (Viviani,1805)

Molusca – 72 espécies

Acanthinula azorica Pilsbry,1926 Limax maximus Linnaeus,1758 Arion lusitanicus Mabille,1868 Lunatia sp. Assiminea eliae Paladilhe,1875 Luria lurida (Linnaeus,1758) Balea heydeni Maltzan,1881 Melarhaphe neritoides (Linnaeus,1758) Berthellina edwardsi (Vayssiére,1896) Microxeromagna armillata (Lowe,1852) Calliostoma zizyphinum (Linnaeus,1758) Milax gagates (Draparnaud,1801) Caracollina lenticula (Michaud,1831) Mitra sp. Carychium ibazoricum Bank&Gittenberger,1985 Myosotella myosotis (Draparnaud,1801) Carychium minimum Müller,1774 Napaeus forbesianus (Morelet&Drouët,1857) Charonia lampas (Linnaeus,1758) Napaeus vulgaris (Morelet&Drouët,1857) Chromodoris britoi Ortea&Pérez,1983 Nesovitrea hammonis (Ström,1765) Chromodoris purpúrea (RissoinGuérin,1831) Oestophora barbula (Rossmässler,1838) Cochlicella barbara (Linnaeus,1758) Ovatella vulcani (Morelet,1860) Cochlicopa lubrica (Müller,1774) Oxychilus cellarius (Müller,1774) Cochlicopa lubricella (Porro,1838) Oxychilus draparnaudi (Beck,1837) Columbella adansoni Menke,1853 Paludinella littorina (DelleChiaje,1828) Columella microspora (Lowe,1852) Patella candei candei D’Orbigny,1840 Deroceras caruanae (Pollonera,1891) Patella ulyssiponensis áspera Röding,1798 Deroceras reticulatum (Müller,1774) Pedipes pedipes (Bruguière,1789) Discus rotundatus (Müller,1774) Pinna rudis (Linnaeus,1758) Epitonium sp. Polycera elegans (Bergh,1984) Euconulus fulvus (Müller,1774) Pseudomelampus exiguus (Lowe,1832) Haliotis coccinea Reeve,1846 Punctum azoricum DeWinter,1988 Helicella apicina (Lamarck,1822) Spermodea monas (Morelet,1860) Helix aspersa Müller,1774 Stramonita haemastoma (Linnaeus,1767) Hydrocena gutta Shuttleworth,1852 Tambja ceutae GarcíaGómez&Ortea,1988 Hypselodoris picta azorica Ortea,Valdes&GarciaGómez,1996 Tambja sp. Hypselodoris tricolor (Cantraine,1835) Testacella maugei Férussac,1819 Jujubinus sp. Theba pisana (Müller,1774) Lauria anconostoma (Lowe,1831) Toltecia pusilla (Lowe,1831) Lauria fasciolata (Morelet,1860) Truncatella subcylindrica (Linnaeus,1758) Lehmania valentiana (Férussac,1823) Turritella sp.

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Governo dos Açores

Leiostyla fuscidula (Morelet,1860) Vallonia costata (Müller,1774) Leiostyla rugulosa (Morelet,1860) Vallonia pulchella (Müller,1774) Leptaxis terceirana (Morelet,1860) Vertigo pygmaea (Draparnaud,1801) Limacus flavus (Linnaeus,1758) Vitrea contracta (Westerlund,1871)

Arthropoda – 325 espécies Achaearanea acoreensis (Berland,1932) Labarrus lividus (Olivier,1789) Achaearanea simulans (Thorell,1875) Labidura riparia (Pallas,1773) Acherontia atropos (Linnaeus,1758) Laemostenus complanatus (Dejean,1828) Acleris variegana (Denis&Schiffermüller,1775) Lampides boeticus (Linnaeus,1767) Acrogalumna longipluma longipluma (Berlese,1904) Lamyctes emarginatus (Newport,1844) Acupalpus dubius Schilsky,1888 Laparocerus azoricu sDrouet,1859 Adalia decempunctata (Linnaeus,1758) Lasaeola oceanica Simon,1833 Aeolus melliculus moreleti Tarnier,1860 Lasius grandis Forel,1909 Agabus godmani Crotch,1867 Lepidocyrtus curvicollis Bourlet,1839 Aglossa caprealis (Hübner,1809) Lepidophallus hesperius (Erichson,1839) Agonum marginatum (Linnaeus,1758) Liacarus mucronatus Willmann,1939 Agonum muelleri muelleri (Herbst,1784) Liacarus splendens (Coggi,1898) Agrius convolvuli (Linnaeus,1758) Litargus pilosus Wollaston,1857 Agrotis ipsilon (Hufnagel,1766) Lithobius lusitanus lusitanus Verhoeff,1925 Agrotis segetum (Denis&Schiffermüller,1775) Lithobius pilicornis pilicornis Newport,1844 Aleochara bipustulata (Linnaeus,1761) Locusta migratoria (Linnaeus,1758) Amara aenea (DeGeer,1774) Lonchoptera bifurcata (Fallén,1810) Amerobelba decedens Berlese,1908 Lotophila atra (Meigen,1830) Amischa analis (Gravenhorst,1802) Lucilia sericata (Meigen,1826) Anaspis proteus Wollaston,1854 Lysmata seticaudata (Risso,1816) Anax imperator Leach,1815 Macaroeris cata (Blackwall,1867) Anisodactylus binotatus (Fabricius,1787) Macroglossum stellatarum (Linnaeus,1758) Anisolabis maritima (Bonelli,1832) Macrosteles sexnotatus (Fallén,1806) Anotylus complanatus (Erichson,1839) Madiza glabra Fallén,1820 Aphaenogaster senilis senilis Mayr,1853 Maja brachydactyla Balss,1922 Aphrosylus calcarator Frey,1945 Mangora acalypha (Walckenaer,1802) Apis mellifera Linnaeus,1758 Megabalanus azoricus (Pilsbry,1916) Aproaerema anthyllidella (Hübner,1813) Meioneta fuscipalpis (C.L.Koch,1836) Areozetes altimontanus Hammer,1961 Melanotus dichrous dichrous Erichson,1821 Argiope bruennichi (Scopoli,1772) Mesapamea storai (Rebel,1940) Argyresthia atlanticella Rebel,1940 Metellina merianae (Scopoli,1763) Argyrodes nasicus (Simon,1873) Meteorus communis (Cresson,1872) Armadillidium vulgare (Latreille,1804) Microctenonyx subitaneus (O.P.Cambridge,1875) Ascotis fortunata azorica Pinker,1971 Monalocoris filicis (Linnaeus,1758) Atheta acuicollis (Sharp,1876) Monomorium carbonarium (F.Smith,1858) Atheta coriaria (Kraatz,1856) Monotoma spinicollis Aubé,1837 Atheta dilutipennis Motschulsky,1858 Musca domestica calleva Walker,1849 Atheta divisa (Märkel,1844) Musca osiris Wiedemann,1830 Atheta pseudolaticollis Erber&Hinterseher,1992 Mythimna loreyi (Duponchel,1827) Atheta ravilla (Erichson,1839) Mythimna unipuncta (Haworth,1809) Atheta sordida (Marsham,1802) Nabis pseudoferus ibericus Remane,1962 Athous azoricus Platia&Gudenzi,2002 Nanhermannia nana (Nicolet,1855) Attalus lusitanicus Erichson,1840 Necrobia ruficollis (Fabricius,1775) Bedellia somnulentella (Zeller,1847) Neomariania scriptella Rebel,1940 Blaps gigas (Linnaeus,1767) Neottiura bimaculata (Linnaeus,1767) Blastobasis desertarum (Wollaston,1858) Nephus hiekei Fürsch,1965 Blastobasis marrocanella Amsel,1952 Nezara viridula (Linnaeus,1758) Bradycellus distinctus (Dejean,1829) Nigma puella (Simon,1870) Calcinus tubularis Holthuis,1977 Nitidula carnaria (Schaller,1783) Calliphora vicina RobineauDesvoidy,1830 Noctua atlantica (Warren,1905) Calosoma olivieri Dejean,1831 Noctua pronuba (Linnaeus,1758) Camisia segnis (Hermann,1804) Nomophila noctuella (Denis&Schiffermüller,1775) Campiglossa producta (Loew,1844) Nosopsyllus fasciatus (Boscd’Antic,1800) Canace nasica (Haliday,1839) Nostima picta (Fallen,1813) Carpelimus corticinus (Gravenhorst,1806) Nothrus palustris azorensis PérezÍñigo,1992 Carpophilus fumatus Boheman,1851 Nysius ericae ericae (Schilling,1829) Carpophilus hemipterus (Linnaeus,1758) Ocypus aethiops (Waltl,1835) Carpophilus marginellus Motschulsky,1858 Ocypus olens (Müller,1764) Carpophilus nepos Murray,1864 Oecobius similis Kulczynski,1909 Carpophilus quadrisignatus Erichson,1843 Omonadus floralis (Linnaeus,1758)

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Governo dos Açores

Cercyon haemorrhoidalis (Fabricius,1775) Omosita colon (Linnaeus,1758) Cercyon lugubris (Olivier,1790) Oniscus asellus Linnaeus,1758 Cercyon nigriceps (Marsham,1802) Onthophagus taurus (Schreber,1759) Cercyon quisquilius (Linnaeus,1761) Onthophagus vacca (Linnaeus,1767) Cerodontha denticornis (Panzer,1806) Oonops domesticus DeDalmas,1916 Chironomus cingulatus Meigen,1818 Ophonus ardosiacus (Lutshnik,1922) Chironomus riparius Meigen,1804 Opogona sacchari (Bojer,1856) Chironomus venustus Staeger,1839 Orchestia chevreuxi DeGuerne,1887 Chrysodeixis chalcites (Esper,1789) Oribotritia berlesei (Michael,1898) Chrysolina bankii (Fabricius,1775) Orthonama obstipata (Fabricius,1794) Chrysolina hyperici (Forster,1771) Ostearius melanopygius (O.P.Cambridge,1879) Chrysoperla agilis Henry,Brooks,Duelli&Johnson,2003 Pagurus cuanensis Bell,1845 Chrysoperla lucasina (Lacroix,1912) Palaemon serratus Pennant,1777 Chthonius ischnocheles (Hermann,1804) Palliduphantes schmitzi (Kulczynski,1899) Chthonius tetrachelatus (Preyssler,1790) Pantomorus cervinus (Boheman,1849) Clitostethus arcuatus (Rossi,1794) Paradamaeus clavipes (Hermann,1804) Coboldia fuscipes (Meigen,1830) Paranchus albipes (Fabricius,1796) Coccinella undecimpunctata undecimpunctata Linnaeus,1758 Pardosa acoreensis Simon,1883 Coleophora versurella Zeller,1849 Parydra coarctata (Fallen,1813) Colias croceus (Fourcroy,1785) Percnon gibbesi (H.MilneEdwards,1853) Conoderus posticus (Eschscholtz,1822) Peridroma saucia (Hübner,1808) Coproporus pulchellus (Erichson,1839) Periplanetaamericana(Linnaeus,1758) Cordalia obscura (Gravenhorst,1802) Phasia pusilla Meigen,1824 Corticaria elongata (Gyllenhal,1827) Philonthus longicornis Stephens,1832 pulchrimella Chambers,1875 Philonthus rectangulus Sharp,1874 Costaconvexa centrostrigaria (Wollaston,1858) Philonthus ventralis (Gravenhorst,1802) Cotesia glomerata (Linnaeus,1758) Phloeonomus punctipennis Thomson,1867 Creophilus maxillosus maxillosus (Linnaeus,1758) Phloeopora testacea (Mannerheim,1830) Cricotopus sylvestris (Fabricius,1794) Phlogophora meticulosa (Linnaeus,1758) Crossopalpus aeneus (Walker,1871) Pholcus phalangioides (Fuesslin,1755) Cryptamorpha desjardinsii (GuérinMéneville,1844) Phthiracarus piger (Scopoli,1763) Cryptophagus affinis Sturm,1845 Phthorimaea operculella (Zeller,1873) Cryptops hortensis (Donovan,1810) Phycitodes albatella pseudonimbella (Bentinck,1937) Ctenocephalides felis felis (Bouché,1835) Phyllocnistis citrella Stainton,1856 Ctenoplusia limbirena (Gueneé,1852) Phytomyza plantaginis RobineauDesvoidy,1851 Cyclophora azorensis (Prout,1920) Pieris brassicae azorensis Rebel,1917 Cydia molesta (Busck,1916) Pilocepheus azoricus PérezÍñigo,1992 Danaus plexippus (Linnaeus,1758) Pisa armata (Latreille,1803) Dardanus calidus (Risso,1827) Pisaura acoreensis Wunderlich,1992 Delia platura (Meigen,1826) Plutella xylostella (Linnaeus,1758) Dermestes frischi Kugelann,1792 Pollenia rudis (Fabricius,1794) Desoria trispinata (MacGillivray,1896) Polymerus cognatus (Fieber,1858) Diasemiopsis ramburialis (Duponchel,1833) Polypedilum nubifer (Skuse,1889) Dicranomyia michaeli (Theowald,1977) Polyspilla polyspilla Germar,1821 Dictyna acoreensis (Wunderlich,1992) Porcellionides sexfasciatus (C.L.Koch,1847) Dilta saxicola (Womersley,1930) Pritha nana (Simon,1868) Disparrhopalites patrizii (Cassagnau&Delamare,1953) Procladius choreus (Meigen,1804) Dryops luridus (Erichson,1847) Protapanteles militaris (Walsh,1861) Dysdera crocata C.L.Koch,1838 Pseudocollinella humida (Haliday,1836) Elachiptera bimaculata (Loew,1845) Pseudoophonus rufipes (DeGeer,1774) Eluma purpurascens BuddeLund,1885 Pseudophloeophagus tenax Wollaston,1854 Emmelina monodactyla (Linnaeus,1758) Psilopa pulicaria (Haliday,1839) Encarsia formosa Gahan,1924 Psoquilla marginepunctata (Hagen,1865) Endothenia oblongana (Haworth,1811) Ptilinus pectinicornis (Linnaeus,1758) Enochrus bicolor (Fabricius,1792) Quedius simplicifrons Fairmaire,1861 Ensina azorica Frey,1945 Rachispoda varicornis (Strobl,1900) Entomobrya marginata (Tullberg,1871) Rhantus suturalis (MacLeay,1825) Epermenia aequidentella (Hofmann,1867) Rhopobota naevana (Hübner,1817) Ephestia kuehniella (Zeller,1879) Rhyzobius litura (Fabricius,1787) Epitrix cucumeris (Harris,1851) Rhyzobius lophanthae (Blaisdell,1892) Epitrix hirtipennis (Melsheimer,1847) Rodolia cardinalis (Mulsant,1850) Epuraea biguttata (Thunberg,1784) Rugathodes acoreensis Wunderlich,1992 Erigone dentipalpis (Wider,1834) Rugilus orbiculatus orbiculatus (Paykull,1789) Ero flammeola Simon,1881 Ruspolia nitidula (Scopoli,1786) Eublemma ostrina (Hübner,1808) Salticus mutabilis Lucas,1846 Euborelliaannulipes(Lucas,1847) Saprinus planiusculus Mostchulsky,1849

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Governo dos Açores

Eudasyphora cyanella (Meigen,1826) Saprinus semistriatus (Scriba,1790) Eudonia interlinealis (Warren,1905) Sarcophaga crassipalpis Macquart,1839 Eupelops acromios acromios (Hermann,1804) Sarcophaga uncicurva Pandellé,1896 Eupteryx filicum (Newman,1853) Scatella tenuicosta Collin,1930 Euscelidius variegatus (Kirschbaum,1858) Scathophaga stercoraria (Linnaeus,1758) Euxesta freyi Krivosheina&Krivosheina,1997 Scatophila despecta (Haliday,1839) Euzetes globulus (Nicolet,1855) Scoparia aequipennalis Warren,1905 Fannia canicularis (Linnaeus,1761) Scoparia coecimaculalis Warren,1905 Folsomia candida Willem,1902 Scutigera coleoptrata (Linnaeus,1758) Forficula auricularia Linnaeus,1758 Scymnus interruptus (Goeze,1777) Fucellia tergina (Zetterstedt,1845) Scymnus nubilis Mulsant,1850 Gabrius nigritulus (Gravenhorst,1802) Segestria florentina (Rossi,1790) Galathea squamifera Leach,1814 Selania leplastriana (Curtis,1831) Galathea strigosa (Linnaeus,1767) Sepedophilus lusitanicus Hammond,1972 Galgula partita Gueneé,1852 Sericoderus lateralis (Gyllenhal,1827) GalumnaazoreanaPérezÍñigo,1992 Sesamia nonagrioides (Lefèbvre,1827) Gibbaranea occidentalis Wunderlich,1989 Sitona lineatus (Linnaeus,1758) Glyptotendipes barbipes (Staeger,1839) Sitona puberulus Reitter,1903 Glyptotendipes pallens (Meigen,1804) Sitophilus oryzae (Linnaeus,1763) Gryllus bimaculatus DeGeer,1773 Sitophilus zeamais Motschulsky,1855 Gyrohypnus fracticornis (Müller,1776) Smittia brevifurcata (Edwards,1926) Halisotoma maritima (Tullberg,1871) Sphaeridium bipustulatum Fabricius,1781 Halocladius varians (Staeger,1839) Sphaerophoria scripta (Linnaeus,1758) Halophiloscia couchii (Kinahan,1858) Sphenophorus abbreviatus (Fabricius,1787) Halophiloscia guernei (Dollfus,1887) Steatoda grossa (C.L.Koch,1838) Hecamede albicans (Meigen,1830) Steganacarus hirsutus azorensis 1992 Helicoverpa armigera (Hübner,1808) Stenolophus teutonus (Schrank,1781) Helina sexmaculata (Preyssler,1791) Stilbus testaceus (Panzer,1797) Hermanniella granulata (Nicolet,1855) Stomorhina lunata (Fabricius,1805) HermanniellainconditaPérezÍñigo,1987 Stomoxys calcitrans (Linnaeus,1758) Heteroderes azoricus Tarnier,1860 Suillia variegata (Loew,1862) Hirticomus quadriguttatus (Rossi,1794) Sylvicola cinctus (Fabricius,1787) Humerobates pomboi PérezÍñigo,1992 Sympetrum fonscolombii (Selys,1840) Hydrellia griseola (Fallen,1813) Tachyporus chrysomelinus (Linnaeus,1758) Hypena obsitalis (Hübner,1813) Talitroides topitotum (Burt,1934) Hypera postica (Gyllenhal,1813) Tebenna micalis (Mann,1857) Kleidocerys ericae (Horváth,1908)

Phoronidae – 1 espécie Phoronis hippocrepia Wright,1856

Echinodermata – 12 espécies Antedon bifida (Pennant,1777) Holothuria forskali Chiaje,1841 Arbacia lixula (Linnaeus,1758) Holothuria tubulosa Gmelin,1788 Arbaciella elegans Mortensen,1910 Marthasterias glacialis (Linnaeus,1758) Centrostephanus longispinus (Philippi,1845) Ophidiaster ophidianus (Lamarck,1816) Coscinasterias tenuispina (Lamarck1816) Paracentrotus lividus (Lamarck,1816) Hacelia attenuata (Gray,1840) Sphaerechinus granularis (Lamarck,1816)

Tunicata – 6 espécies Clavelina lepadiformis (Müller,1776) Diplosoma listerianum (MilneEdwards,1841) Cystodites dellechiajei (DellaValle,1877) Distaplia corolla Monniot,1974 Didemnum maculosum (MilneEdwards,1841) Eudistoma angolanum (Michaelsen,1915)

Piscis – 46 espécies

Abudefduf luridus (CuvierinCuvierandValenciennes,1830) Parablennius ruber (Valenciennes,1836) Apogon imberbis (Linnaeus,1758) Phycis phycis (Linnaeus1766) Balistes carolinensis Gmelin,1789 Pseudocaranx dentex (Bloch&Schneider,1801) Blennius sp. Pseudolepidaplois scrofa (Valenciennes,1839) Boops boops (Linnaeus,1758) Sarda sarda (Bloch,1793) Centrolabrus caeruleus Azevedo,1999 Sardina pilchardus (Walbaum,1792) Chelon labrosus (Risso,1827) Sarpa salpa (Linnaeus,1758) Chromis limbata (Valenciennes,1833) Scorpaena maderensis Valenciennes,1833

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Coris julis (Linnaeus,1758) Scorpaena scrofa (Linnaeus,1758) Coryphoblennius galerita (Linnaeus,1758) Seriola dumerili (Risso,1810) Dasyatis pastinaca Linnaeus,1758 Seriola rivoliana Valenciennes,1833 Diplodus sargus cadenati delaPaz,Bauchot&Daget,1974 Serranus atricauda (Günther,1874) Epinephelus marginatus (Lowe,1834) Sparisoma cretense (Linnaeus,1758) Gobius paganellus (Linnaeus,1758) Sphoeroides marmoratus (Lowe,1839) Gymnothorax unicolor (Delaroche,1809) Sphyraena viridensis Cuvier1829 Katsuwonus pelamis (Linnaeus,1758) Symphodus mediterraneus (Linnaeus,1758) Labrus bergylta (Ascanius,1767) Synodus saurus (Linnaeus,1758) Labrus bimaculatus Linnaeus1758 Thalassoma pavo (Linnaeus,1758) Lipophrys pholis (Linnaeus,1758) Thorogobius ephippiatus (Lowe,1839) Mullus surmuletus Linnaeus,1758 Thunus thynus thynus (Linnaeus,1758) Muraena augusti (Kaup,1856) Trachinotus ovatus (Linnaeus,1758) Ophioblennius atlanticus atlanticus (Valenciennes,1836) Trypterygion delaisi delaisi Cadenat&Blache,1970 Parablennius incognitus (Bath,1968) Xyrichtys novacula (Linnaeus,1758)

Reptillia – 2 espécies Caretta caretta Linnaeus,1758 Lacerta dugesii MilneEdwards,1829

Aves – 24 espécies

Ardea cinerea Linnaeus1758 Motacilla cinerea patriciae Vaurie,1957 Arenaria interpres (Linnaeus1758) Oceanodroma castro (Harcourt,1851) Bulweria bulwerii (Jardine&Selby1828) Phaeton aethereus Linnaeus,1758 Buteo buteo rothschildi (Linnaeus,1758) Pterodroma feae (Salvadori,1899) Calonectris diomedea borealis (Cory,1881) Puffinus assimilis baroli (Bonaparte1857) Charadrius alexandrinus Linnaeus,1758 Regulus regulus inermis Murphy&Chapin,1929 Columba livia (J.F.Gmelin,1789) Serinus canaria canaria (Linnaeus,1758) Columba palumbus azorica Hartert,1905 Sterna dougallii Montagu,1813 Egretta garzetta (Linnaeus,1766) Sterna hirundo Linnaeus,1758 Fringilla coelebs moreletti Pucheran1859 Sturnus vulgaris granti Linnaeus,1758 Gallinago gallinago (Linnaeus,1758) Sylvia atricapilla atlantis Linnaeus,1758 Larus cachinnans atlantis Dwight,1922 Turdus merula azorensis

Mammalia – 25 espécies

Balaenoptera acutorostrata Lacépède,1804 Mesoplodon bidens (Sowerby,1804) Balaenoptera borealis Lesson,1828 Mesoplodon europaeus Gervais,1855 Balaenoptera musculus (Linnaeus,1758) Nyctalus azoreum (Thomas,1901) Balaenoptera physalus (Linnaeus,1758) Orcinus orca (Linnaeus,1758) Bos taurus Linnaeus,1758 Oryctolagus cuniculus Linnaeus,1758 Delphinus delphis Linnaeus,1758 Physeter macrocephalus (= catodon )Linnaeus,1758 Equus asinus Linnaeus,1758 Pipistrellus maderensis (Dobson,1878) Globicephala macrorhynchus Gray,1846 Pseudorca crassidens (Owens,1846) Grampus griseus (Cuvier,1812) Stenella coeruleoalba (Meyen,1833) Hyperoodon ampullatus (Forster,1770) Stenella frontalis (Cuvier,1829) Kogia breviceps (deBlainville,1838) Tursiops truncatus (Montagu,1821) Kogia simus Owen,1866 Ziphius cavirostris Cuvier,1823 Megaptera novaeangliae (Borowski,1781)

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Governo dos Açores

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Candidatura da Ilha Graciosa Programa“OHomemeaBiosfera”daUNESCO - 97 -

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20. Moradas

20.1. MORADA DE CONTACTO PARA R.B. CANDIDATA. SecretáriaRegionaldoAmbiente RuaCônsulDabneyColóniaAlemã Apartado140 9900014HORTA PORTUGAL Telefone:+351292207300 Fax:+351292292004 Correioelectrónico:[email protected]

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21. Anexos

Anexo ao Dossier de Candidatura à Reserva da Biosfera MABnet Directory of Biosphere Reserves Descrição da Reserva da Biosfera †

DETALHES ADMINISTRATIVOS País: Portugal Nome da Reserva da Biosfera: ReservadaBiosferadaIlhaGraciosa

Ano de designação: (a ser preenchido pelo secretariado do MAB) Autoridades administrativas: DirecçãoRegionaldoAmbiente(SecretariaRegionaldoAmbienteedoMar;Governo daRegiãoAutónomadosAçores) Contacto: SecretáriaRegionaldoAmbiente RuaCônsulDabneyColóniaAlemã Apartado140 9900014HORTA PORTUGAL Telefone:+351292207300 Fax:+351292292004 Correioelectrónico:[email protected]

LIGAÇÕES RELACIONADAS (PÁGINAS DE INTERNET) www.azores.gov.pt

DESCRIÇÃO DESCRIÇÃO GERAL (Característicasdolocalem11.1;Populaçãohumanaem10;Unidadesdegestãoterritorialem17.2) (Aproximadamente25linhas) AilhaGraciosafazparteintegrantedoGrupoCentraldosAçorese,comapenas60,7km2deáreae38,9kmdelinhadecosta,éasegunda menorilhadoarquipélago(aseguiraoCorvo)eadealtitudesmaisbaixas,atingindoasuacotamáximaaos405m.Comumcomprimento máximode12,6kmelarguramáximade7,0km,sendoalongadasegundoumaorientaçãoNWSE,ailhaGraciosadista56,8kmdaPontada Serreta,nailhaTerceirae36,5kmdaFajãdoJoãoDias,nailhadeSãoJorge. ActualmenteailhaGraciosatemcercade4800habitantes(aestimativapara2004foide4.777habitantes),distribuídapelas4freguesiasdo concelhodeSantaCruzdaGraciosa:Guadalupe,Luz,PraiaeSantaCruz.ApopulaçãodaGraciosacontinuamuitoligadaaosectorprimário, quercomofontederendimentoprincipalquercomoactividadesecundária. AReservadaBiosferapropostaapresentaoseguintezonamento: Zonas Núcleo: Estãodefinidas4ZonasNúcleo(PontaBranca,IlhéudeBaixo–Restinga,CaldeiraeIlhéudaVila)nãocontíguas. EstasconsistememsítiosclassificadosnoâmbitodaRedeNatura2000daUniãoEuropeia,zonasespeciaisdeprotecçãoderecursos marinhosedoMonumentoNaturalRegionaldaCaldeiradaIlhaGraciosa. Zonas Tampão: AsZonasTampãoqueenvolvemaszonasNúcleo“IlhéudeBaixo–Restinga”e“Caldeira”unemsesegundoumeixo NWSE,noflancoexteriorsudestedoconeda “Caldeira”,sendoasrestantesduasenvolventesdaZonaNúcleo“PontaBranca”e “IlhéudaVila”.AsZonasTampãoconsistememterrenospúblicoseprivadosouzonasmarinhas,comregrasdeutilizaçãodispostas

†ParasercolocadonaMABnetapósaprovaçãodacandidatura.Osnúmerosindicamassecçõesrelevantesdacandidatura.

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atravésdediferentesmeiosdeordenamentodeterritórioeactividades,anívelnacional,regionalelocal. Zona de Transição:AZonadeTransiçãopossuiumaparteterrestreeoutramarinhaeenvolvetodasaszonasNúcleoeTampão.A ZonadeTransiçãoconsisteemterrenosurbanosouurbanizáveis,emterrenospúblicoseprivados,comregrasdeutilizaçãodispostas atravésdemeiosdeordenamentodoterritórioeactividades.

Principais tipos de ecossistemas: médiaaltitude,arribascosteiras,grutasealgas vulcânicos, costeiros de baixa profundidade. Principais habitats e coberturas de terreno: Ilhéuscosteiros(IlhéudeBaixoRestinga,IlhéudaPraiaeIlhéude BaixoRestinga);Zonascosteiras(regional);Zonasmarinhas(regional);Falésiascosteiras(local);Caldeirada IlhaGraciosa(local);Zonaurbana(local). Localização (latitude e longitude): 39º03’N028º00’W(LimiteNorte:39º06’N;LimiteSul:38º59’N;LimiteOeste: 028º05’W;LimiteEste:027º55’W) Área (ha) Total: 12.172,5ha Zona(s) Núcleo:474ha Zona(s) Tampão:1.023ha Zona(s) de Transição:10.674,5ha

Diferente zonação existente:

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Altitude máxima (metros acima do nível do mar):405m

INVESTIGAÇÃO E MONITORIZAÇÃO BREVE DESCRIÇÃO (pontono15.1.3) (Aproximadamente5linhas) DesdehámaisdeumadécadaailhaGraciosatemservidocomolaboratórioparaexperiênciasemconservaçãodebiodiversidadee,devidoàs suascaracterísticasnaturaisúnicas,évisitadafrequentementeporexpediçõescientíficasnacionaiseinternacionais.Experiênciasjárealizadase emcursonoâmbitodagestãoderecursos,erradicaçãodeespéciesintroduzidaserestaurode habitatsnaturais,assimcomoinfraestruturasjá criadas,tornamaReservadaBiosferapropostanumsítioidealparaaexecuçãodeprojectosdeinvestigação,dedemonstraçãoegestãode recursosnaturaiseparaotreinodeinvestigadoresetécnicosnessasáreas.

Variáveis específicas Abióticas Biodiversidade Factoresabióticos √ Reflorestação √ Deposiçãoacídica/Factoresatmosféricos Algas √ QualidadedoAr Espéciesexóticase/ouinvasoras √ TemperaturadoAr √ Anfíbios Clima,climatologia √ Sistemasáridosesemiáridos Contaminantes Autoecologia Seca √ Praias Erosão √ Benthos √ Geologia √ Aspectosdebiodiversidade √ Geomorfologia √ Biogeografia √ Geofísica √ Biologia √ Glaciologia Biotecnologia MudançasGlobais √ Aves √ Águassubterrâneas SistemasdeflorestasBoreais Habitat √ Reprodução √ Metaispesados SistemasMarinhos/costeiros √ Hidrologia √ Estudodecomunidades √ Indicadores √ Conservação √ Meteorologia √ Recifesdecoral Modelação Áreasdegradadas Monitorização/Metodologias Desertificação Nutrientes SistemasdeDunas Oceanografiafísica √ Ecologia √ Poluição,poluentes Avaliaçãodeecossistemas √ Sedimentação Funcionamento/estruturadeecossistemas √ Solos Ecotones Espeleologia √ Espéciesendémicas √ Topografia √ Etologia √ Toxicologia Evapotranspiração RadiaçãoUV Paleoecologia/Estudosdeevolução √ Fauna √ Fogos/Ecologiadefogos Peixes √ Flora √ Sistemasflorestais Sistemasdeáguadoce √ Fungos Recursosgenéticos √ Organismosgeneticamentemodificados Jardinsdomésticos Indicadores √ Invertebrados √ Sistemasinsulares √ Sistemaslagunares √ Liquens √ Mamíferos √ Sistemasdemangal SistemasMediterrânicos Microrganismos √

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Abióticas Biodiversidade Populaçõesmigrantes √ Modelação Monitorização/metodologias √ Sistemasmontanhososedealtitude Recursosnaturaiseoutros √ Produtosdemedicinanatural Perturbaçõeseresiliência Doenças/pragas Fenologia Sucessão/fitosociologia Plancton √ Plantas √ Sistemaspolares Polonização Genética/dinâmicadepopulações √ Produtividade √ Espéciesraras/ameaçadas √ Répteis √ Reabilitação √ (Re)introduçãodeespécies √ Inventáriodeespécies √ Sistemassubtropicaiseflorestashúmidastemperadas Taxonomia √ Sistemasdeflorestastemperadas Sistemasdepastagenstemperadas Sistemasdeflorestastropicaissecas Sistemastropicaisdepastagensesavanas Sistemasdeflorestastropicaishúmidas SistemasdeTundra Estudosdevegetação √ Sistemasvulcânicos/geotérmicos √ Sistemasdepântanos Vidaselvagem √

Socio-ecónomia Monitorização Integrada Agricultura/outrossistemasdeprodução √ Estudosbiogeoquímicos Agroflorestação Capacidadedecarga √ Estudosantropológicos Analise/resoluçãodeconflitos √ Aquicultura Aproximaçãoecossitémica √ Arqueologia DivulgaçãoeSensibilização √ Bioprospecção Mudançasglobais √ Capacidadedeconstrução SistemasdeInformaçãoGeográfica(SIG) √ Turismorural √ Estudosdeimpacteerisco √ Aspectosculturais √ Indicadores √ Demografia √ Indicadoresdequalidadeambiental √ Estudoseconómicos √ Desenvolvimentodeinfraestruturas √ Espécieseconomicamenteimportantes √ Aspectosinstitucionaiselegais √ Sistemasdeproduçãodeenergia √ Estudosintegrados √ Etnologia/práticastradicionais/conhecimento √ Estudosinterdisciplinares √ Cortedelenha Propriedadedoterritório √ Pescas √ Utilizaçãoecoberturadoterritório √ Floresta √ Inventariação/monitorizaçãodapaisagem √ Saúdehumana √ Gestão √ Migraçãohumana √ Mapeamento √ Caça √ Modelação Indicadores √ Monitorização/metodologias √ Indicadoresdesustentabilidade √ Planeamentoemedidasdezonamento √ Populaçõesindígenas Politica √ Industria Detecçãoremota √ Medidasdosmeiosdesubsistência Sistemasrurais √ Animaisdomésticoseimpactesrelacionados √ Desenvolvimento/usosustentável √ Participaçãolocal √ Acções/medidastransfronteiriças Microcrédito Sistemasurbanos Mineração Estudo/monitorizaçãodebaciashidrográficas √ Modelação Monitorização/metodologias √ Riscosnaturais √

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Socio-economia Monitorização Integrada Produtosflorestais(nãodemadeira) Pastorícia √ Relaçõespopulação/natureza √ Pobreza Economiadequalidade/marketing √ Recreação √ Usoderecursos √ Opapeldamulher √ Locaissagrados Pequenasempresas √ Aspectossocioeconómicos √ Interessesdeutilizadores √ Turismo √ Transportes √

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