Pragas Sistemas CD S02-03
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Sistemas de plantio direto e pacotes tecnológicos para as cultivares de algodão da COODETEC e demais no Mato Grosso Aditivo 2- Pragas e entomopatógenos do algodoeiro e demais culturas nos sistemas de cultivo Relatório final Pierre Silvie (Agosto/2003) Sumário 1. RESUMO........................................................................................2 2. INTRODUÇÃO...............................................................................3 3. REVISÃO DE LITERATURA........................................................4 4. MATERIAL E METODOS............................................................10 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................14 6. ANÁLISE ECONÔMICA..............................................................23 7. CONCLUSÃO................................................................................23 8. BIBLIOGRAFIA............................................................................24 1 1. Resumo O aditivo de entomologia tem como objetivo de responder a uma série de perguntas: - Qual é a influência dos sistemas empregados (plantio direto integral, uso de palhadas) sobre as pragas, em particular quais são os riscos de transferências da fauna de um cultivo a outro? - Qual é a influência dos sistemas de cultivos sobre o controle biológico natural das pragas, em particular dos fungos entomopatógenos? - Qual é o complexo de pragas encontrado nos cultivos da safrinha e qual é a influência desse modo de cultivo sobre a multiplicação das pragas na entressafra? - Qual é a composição da fauna secundária, em particular os percevejos, que poderia se desenvolver em pragas importantes no caso de uma redução do uso de inseticidas, por exemplo, no caso do plantio de cultivares resistentes à doença azul ou de cultivares geneticamente modificadas resistentes aos lepidópteros? As observações foram feitas no dispositivo matricial colocado na fazenda Mourão. As metodologias de observações foram as seguintes: observação visual e catação de insetos, criação de hospedeiros (avaliação do parasitismo), rede de Noyes e pano-de-batida (caso da soja). Os principais resultados são os seguintes: inventário qualitativo e quantitativo das principais pragas encontradas na soja, no algodão de safra e safrinha, avaliação preliminar dos riscos na safrinha, inventário dos insetos presentes nas plantas de cobertura, participação no dia de campo do dia sábado 17 de maio. Uma lista de identificações é fornecida e até o momento, 3 (três) caixas entomológicas foram montadas, localizadas na Coodetec em Primavera do Leste-MT, disponibilizadas para os técnicos ou assessores das fazendas do MT. Mais de 500 amostras foram mandadas para as identificações dos especialistas em taxonomia. Para valorização, esta previsto no futuro um Manual de identificação. Ao nível dos recursos humanos, foram capacitados três alunos provenientes de várias instituições: dois graduandos das Universidades de Várzea Grande (Univag) e Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), um técnico do Centro Federal de Educação Tecnológica de Cuiabá (CEFET). 2 2. Introdução As técnicas do plantio semi direto (com palha de milheto) ou direto integral adotadas no Mato Grosso geraram vários sistemas de cultivo em função das rotações, das plantas de cobertura ou outros parâmetros. O manejo das pragas, em particular daquelas que tem uma alimentação polífaga tem que ser planificado pensando no sistema em si e não como cultivos independentes. A introdução de cultivos de safrinha, em particular de algodão com um plantio a partir do 15 de janeiro, poderia gerar outros tipos de problemas de pragas na entressafra (a recém chegada do bicudo é um problema preocupante). Algumas perguntas não foram esclarecidas tais como a influência dos sistemas sobre a evolução da entomofauna ou das doenças. Asserções são emitidas sobre a evolução negativa do percevejo castanho, devido aos cultivos, ou sobre a evolução positiva dos fungos entomopatogênicos contra as pragas, ou as transferências de fauna de um cultivo a outro. No caso do algodão, a redução do uso de inseticidas esperada com o desenvolvimento de cultivares resistentes à virose do mosaico das nervuras forma Ribeirão Bonito (“Doença Azul”), ou aos principais lepidópteros (Heliothis virescens, Pectinophora gossypiella, Spodoptera frugiperda, Alabama argillacea, S. frugiperda no caso do milho, Anticarsia gemmatalis no caso da soja) com as cultivares geneticamente modificadas, poderia favorecer outras pragas potenciais. No algodão o complexo de percevejos das famílias dos Pentatomidae e sobre tudo dos Miridae é pouco conhecido. Outras formas de gestão das pragas realizadas em outros países consistem em plantio de plantas - trampas em faixas, para atrair algumas pragas do algodão. No caso do manejo da mosca branca no Brasil, é uma recomendação da pesquisa (Araujo et al., 2000). Isso não é ainda aplicado no Mato Grosso, como também o uso de atrativos alimentícios pelos inimigos naturais (Slosser et al., 2000). O presente trabalho visou realizar observações qualitativas e quantitativas sobre os complexos de pragas do algodão, outros cultivos dos sistemas inclusive as plantas de cobertura, a fim de responder as seguintes perguntas específicas: • Os sistemas de cultivo em plantio direto integral favorecem ou não o controle biológico natural das pragas? 3 • Quais são os riscos de transferência da fauna de um cultivo a outro? • Será que o algodão de safrinha favorece a multiplicação das pragas na entre safra? Este trabalho pode ser considerado como complemento do aditivo 1 (estudo da macrofauna do solo e dos nematodos pela UNIVAG) e dos aspetos entomológicos de um outro projeto Facual (estudo da fauna das palhadas, realizada por Cristina Bastos, da Embrapa Algodão). 3. Revisão de Literatura Os estudos de comparação com o sistema de plantio chamado de convencional foram feitos sobre temas agronômicos variáveis, por exemplo, as plantas de cobertura (BOLONHEZI & OLIVEIRA, 2001) muito mais raramente sobre os componentes limitantes de origem biológica, como pragas e doenças, mais complicadas de analisar em forma global no sistema de cultivo. Da mesma forma, pelo menos no Mato Grosso, temos muitas poucas informações sobre os inimigos naturais presentes e o comportamento deles nos diferentes sistemas de cultivo. A presença no campo de plantas no período da entressafra é outra fonte de questionamento em relação às pragas (e seus inimigos naturais). Enfim, com a pressão crescente dos ambientalistas, o pedido geral da sociedade é o uso razoável dos inseticidas, inclusive do mercado internacional de alimentos, e também a necessidade de baixar os custos de produção na lavoura, uma evolução lógica dos sistemas de cultivo será para uma diminuição do uso dos agrotóxicos. Como conseqüência previsível disso, uma modificação da fauna prejudicial poderia acontecer, como no caso do algodão transgênico resistente aos 4 lepidópteros. Nos Estados Unidos, as pragas secundárias estão agora orientando o processo de manejo de pragas (LEONARD & EMFINGER, 2002). 1. Influência dos sistemas empregados sobre a evolução das pragas As principais pragas de cada cultivo são bem conhecidas no Brasil. A influência dos sistemas empregados sobre a evolução daquelas é pouco conhecida, muito menos pelo fato da especialização dos entomologistas que da própria especialização dos centros de pesquisas. Fora do país, a influência dos tipos de sistemas pode ser apresentada de uma maneira globalizada, falando de efeito positivo ou não (LEONARD & EMFINGER, 2002). Em forma geral e teórica, podem ser distinguidos os efeitos diretos sobre a fauna dos insetos que vivem no solo ou na superfície da terra dos efeitos indiretos através do aumento da umidade relativa, um vigor ou uma precocidade maior das plantinhas, uma densidade menos favorável (ou ao contrário, mais favorável) às pragas, ou, mais difícil de medir, uma proteção melhor dos inimigos naturais do tipo predadores ou parasitos. SOLO Os sistemas de plantio direto foram desenvolvidos inicialmente nos estados do sul do Brasil, com o cultivo de trigo. Numerosos dados são conhecidos sobre as pragas desse cultivo, sobretudo os insetos do solo. Os maiores trabalhos são aqueles de Dirceu Gassen, ex- pesquisador da Embrapa Trigo (GASSEN, 1989, 1999a, 1999b, 2002). Trabalhos anteriores também são mencionados tais como a análise faunística de SILVEIRO NETO et al. (1976) reportada pelos PRUETT & GUAMÁN (1999). A biologia particular dos insetos do solo, cujas larvas podem construir galerias até 80 cm de profundidade, não facilita a sua observação direta. Um efeito de « isca » sobre os insetos do solo (como o percevejo Scaptocoris castanea) é mencionado pelo SÉGUY et al. (1998) que observam 40 até 60% de plantas de algodoeiros atacadas pelo percevejo em monocultivo depois de uma gradagem e quase nenhuma ataque em plantio direto. Ao contrário, falando dos percevejos castanhos, dos SANTOS (2000) menciona que “o sistema de plantio direto ou na palha aumentará as possibilidades de ocorrência da praga no algodoeiro”. 5 Uma boa apresentação foi feita pelo GASSEN (1999a). No caso da soja, por exemplo, ele informa que sob plantio direto, as principais espécies que ocorrem diferentemente das pragas convencionais são o Curculionidae Sternechus subsignatus, os percevejos do gênero Dichelops e as formigas dos gêneros Atta e Acromyrmex. PARTES AÉREAS Geralmente, os trabalhos apresentados consistem em listas de pragas por cultivo: sobre soja, milho e trigo (PRUETT & GUAMÁN, 1998), algodão na Bolívia (PRUETT & GUAMÁN, 1999),