Análise Linguística Em Perspectiva Funcional
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ANÁLISE LINGUÍSTICA em Organização José Romerito Silva Dioney Moreira Gomes Editora da UFRN Catalogação da Publicação na Fonte. Bibliotecária Cristiane Severo da Silva CRB-15/557. COMISSÃO ORGANIZADORA Profª Drª Maria Angélica Furtado da Cunha (UFRN) Prof. Dr. Edvaldo Balduíno Bispo (UFRN) Prof. Dr. José Romerito Silva (UFRN) COMISSÃO CIENTÍFICA Camilo Rosa da Silva (UFPB) Cléber Alves de Ataide (UFRPE) Denilson Pereira de Matos (UFPB) Dioney Moreira Gomes (UnB) Edvaldo Balduíno Bispo (UFRN) Emanuel Cordeiro da Silva (UFRPE) Erotilde Goreti Pezatti (UNESP) Flávia Bezerra de Menezes Hirata Vale (UFSCar) Glícia Marili Azevedo de Medeiros Tinoco (UFRN) Ivo da Costa do Rosário (UFF) João Bosco Figueiredo Gomes (UERN) José da Luz da Costa (UFRN) José Romerito Silva (UFRN) Marcela Aparecida Cucci Silvestre (UFRN) Márcia Teixeira Nogueira (UFC) Maria Alice Tavares (UFRN) Maria Angélica Furtado da Cunha (UFRN) Maria Helena de Moura Neves (UNESP/Araraquara) Maria Maura da Conceição Cezario (UFRJ) Maria Medianeira de Souza (UFPE) Mariangela Rios de Oliveira (UFF) Marize Mattos Dall’Aglio-Hattnher (UNESP) Orlando Vian Júnior (Unifesp) Patrícia Fabiane Amaral da Cunha Lacerda (UFJF) Priscilla Mouta Marques (UFRJ) Roberto Gomes Camacho (UNESP/SJRP) Rosângela Maria Bessa Vidal (UERN) Samuel Anderson de Oliveira Lima (UFRN) Sebastião Carlos Leite Gonçalves (UNESP) Tiago de Aguiar Rodrigues (CMB/DF) APRESENTAÇÃO Esta publicação é resultante do IV Simpósio Internacional de Linguística Funcional (IV SILF), que foi realizado entre 31 de maio e 02 de junho de 2017, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Natal/RN), e reuniu graduandos, pós- -graduandos e pesquisadores de universidades brasileiras e do exterior que se dedicam aos estudos linguísticos, a partir das vertentes teóricas funcionalistas e de suas interfaces. O evento contou com conferências, mesas-redondas, simpósios temáticos, minicursos e apresentação de pôsteres. Aqui, trazemos a público textos produzidos a partir das comunicações orais ocorridas nos onze simpósios temáticos. Esses simpósios cobriram as três principais vertentes teóricas do Funcionalismo em voga no Brasil atualmente, a saber, Linguística Funcional Centrada no Uso, Gramática Discursivo- Funcional e Linguística Sistêmico-Funcional. Ao total, publicam-se 18 artigos, os quais trazem refle- xões teóricas e análises em torno de fenômenos linguísticos ocorridos em situações reais de fala e/ou de escrita. Outros se voltam, ainda, para questões relativas ao ensino de língua. Lançar mão de usos efetivos da língua(gem) em intera- ções comunicativas do cotidiano social é um dos pressupostos fundamentais das três vertentes do Funcionalismo. Isso se dá em razão de entender que são esses usos que impulsionam a emergência de novas formas-funções na língua, a construção da gramática, a variação e a mudança linguísticas. Os organizadores. SUMÁRIO 01. A (in)definitude dos referentes novos Gabriela Fernandes Albano 8 02. Papéis semânticos dos Sprep dos verbos de movimento Alan Marinho César 41 03. A construção do sentido pelo sistema do complexo oracional Fernando Henrique Pereira da Silva 65 04. Construcionalização lexical e mudança de transitividade verbal: uma contribuição da Linguística Funcional Centrada no Uso Monclar Guinarães Lopes e Vanda Maria Cardozo de Menezes 81 05. Correlação e hierarquia: uma análise funcionalista dos parâmetros sintático-semânticos da transitividade Lúcia Chaves de Oliveira Lima 108 06. Aspectos semântico-discursivos das construções vai que e vá lá. Maria Aparecida da Silva Andrade 134 07. Marcadores discursivos [XrLoc] em debates parlamentares: uma análise cognitivo-funcional Flávia Saboya da Luz Rosa 163 08. Marcadores discursivos formados pelos verbos perceptivo-visuais olhar e ver: virtualidade e contextos de uso Vânia Rosana Mattos Sambrana 194 09. Gradualidade e frequência na parentetização dos verbos cognitivos Letícia de Almeida Barbosa 220 10. O estatuto sintático da expressão mêmica no português do Brasil: Perspectivas funcionais Wilquer Quadros dos Santos 243 11. Mudança linguística: o item linguístico feito em função de conector Comparativo e os princípios de Hopper (1991) Aymmée Silveira Santos e Camilo Rosa Silva 276 12. O item tipo em gramaticalização na fala de jovens natalenses: funções morfossintáticas e interacionais Josele Julião Laurentino 302 13. A representatividade do selfie na perspectiva da semiótica social Rosana Cardoso Gondim 322 14. Tu e você: Sociofuncionalismo e ensino de gramática Francielly Coelho da Silva 350 15. Lendo imagens: o trabalho com a gramática do design visual em sala de aula Derli Machado de Oliveira 386 16. Discurso, mídia e letramento: entre a análise crítica do discurso e a gramática do design social Ivandilson Costa 410 17. Reflexões sobre a expressão da modalidade volitiva para o ensino da língua espanhola André Silva Oliveira e Nadja Paulino Pessoa Prata 431 18. A significação no ensino de inglês: um foco nos diferentes usos da preposição to Patrícia dos Reis 463 A (in)definitude dos referentes novos The (in)definiteness of the new references Gabriela Fernandes Albano Resumo Embora seja amplamente aceita a associação entre sujeito pós-verbal e traço [-definido] do referente sujeito, essa relação não chega a ser unilateral. Com efeito, observam-se casos em que o sujeito posposto, mesmo ao veicular informação [+nova], apresenta traço [+definido]. Portanto, o presente artigo tem como objetivo questionar a relação entre sujeito posposto e referente [- definido]. Essa associação é principalmente gerada pela alta frequência de sujeitos pospostos veiculando infor- mação com traço [+novo] e, ao introduzir informação nova no discurso, esses referentes seriam apresentados primeiramente com traço [-definido] e, posteriormente, retomados com traço [+definido] (GORSKI, 1994). Contudo, a análise da posposição do sujeito mostra que essa relação não é categórica. De fato, em nosso corpus os sujeitos pospostos são predominantemente [+definidos]. Tomamos como base teórica o funcionalismo linguístico norte-americano. Nosso corpus é formado por textos jornalísticos de gêneros diversos retirados do jornal Tribuna do Norte. Consideramos na análise, para efeito de cruzamento, os grupos de fatores definitude do SN sujeito posposto e status informacional dos referentes. Em suma, associamos a predominância de sujeitos pospostos [+definidos] ao caráter apresentativo (de informações, argumentos e/ou aconteci- mentos) dos gêneros jornalísticos que favorece referentes bem delimitados e definidos. Palavras-chave: Sujeito posposto. Sintaxe de ordenação. Definitude dos referentes. Status informacional. Abstract Although the association between the post-verbal subject and the [-defined] trait of the subject referent is widely accepted, this relation doesn’t become unilateral. In fact, there are cases in which the subject postposes, even when transmitting [+new] information, presents the trait [+defined]. Therefore, the present article aims to question the relationship between postposes subject and referent [-defined]. This association is mainly generated by the high frequency of postponed subjects with new information, and by introducing new information into discourse, these references would be presented first with trait [-defined] and, later, resumed with trait [+defined] (GORSKI, 1994). However, the analysis of the subject’s postponement shows this relationship is not categorical. In fact, in our corpus the postponed subjects are predominantly [+defined]. We take as theoretical basis the North American functionalism linguistic. Our corpus is formed by journalistic texts of diffe- rent genres taken from the newspaper Tribuna do Norte. We consider in the analysis, for cross effect, definiteness of the SN post subject and informational status. In short, we associate the predominance of postponed [+defined] subjects with the presentational character (of information, arguments and/or A (in)definitude dos referentes novos Gabriela Fernandes Albano 9 events) of the journalistic genres that favor well defined and defined referents. Keywords: Postponed subject. Ordering syntax. Definiteness of referents. Informational status. 1 Introdução A ordenação dos itens linguísticos designa muito mais do que suas funções sintáticas. Estudos anteriores têm demonstrado que o fluxo informacional do discurso e a maneira como o locutor apresenta a informação, tida como periférica ou central, reflete-se na organização dos constituintes na oração. Nessa perspectiva, vários são os estudos que tomam o sujeito posposto como objeto de pesquisa. Naro e Votre (1999) consideram que as ordens VS e SV sejam variantes em distribuição complementar: em contraste com os sujeitos antepostos, os sujeitos pospostos são marcados por menor relevância discursiva, introduzindo uma informação nova de importância secundária. Na mesma linha, Huffman (2002) defende que o sujeito posposto apresenta uma função focalizadora no sentido de indicar para o interlo- cutor que seu referente está fora do foco, isto é, não merece atenção especial. O português é classificado como uma língua SV (sujeito- -verbo), ou seja, com tendência a posicionar o sujeito antes do verbo. Considera-se a ordem SV como não marcada com base na sua grande frequência de uso e na facilidade de processamento; por sua vez, a ordem VS (verbo-sujeito) é tida como excepcional, pouco frequente, e, por isso, marcada (cf. PEZATTI; CAMACHO, 1997). Porém, embora seja uma construção marcada, não é raro A (in)definitude dos referentes novos Gabriela Fernandes Albano