INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUDESTE DE – CAMPUS RIO POMBA

GUSTAVO TEIXEIRA LUNA MÁRIO CÉSAR LOURES SALVADOR

INFLUÊNCIA DA OCUPAÇÃO E USO DO SOLO NA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIBEIRÃO BOM JARDIM-RIO POMBA, MINAS GERAIS

Rio Pomba 2016

GUSTAVO TEIXEIRA LUNA MÁRIO CÉSAR LOURES SALVADOR

INFLUÊNCIA DA OCUPAÇÃO E USO DO SOLO NA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIBEIRÃO BOM JARDIM-RIO POMBA, MINAS GERAIS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas-Campus Rio Pomba, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Graduação em Tecnologia em Laticínios.

Orientador: Roselir Ribeiro da Silva

Coorientadores: Bruno Gaudereto Soares Vanessa Riani Olmi Silva

Rio Pomba 2016

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Jofre Moreira – IFET/RP Bibliotecária: Ana Carolina Souza Dutra CRB 6 / 2977

L961i Luna, Gustavo Teixeira.

Influência da ocupação e uso do solo na qualidade da água do ribeirão Bom Jardim, Rio Pomba - Minas Gerais./ Gustavo Teixeira Luna e Mário César Loures Salvador – Rio Pomba, 2016. 45f.: il.

Orientador: Prof. Roselir Ribeiro da Silva. Trabalho de Conclusão de Curso - Graduação em Tecnologia em Laticínios - Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais - Campus Rio Pomba.

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca ____- IFET/RP 1.QualidadeBibliotecária: da água. ______2. Uso e ocupação - n° ______do solo. I. Salvador, Mário César Loures. II. Silva, Ro selir Ribeiro. III. Título.

CDD: 553.7

FOLHA DE APROVAÇÃO

LUNA, Gustavo Teixeira; SALVADOR, Mario Cesar Loures. Uso e ocupação do solo e influência na qualidade da água do ribeirão Bom Jardim-Rio Pomba, Minas Gerais. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como requisito parcial à conclusão do curso de Graduação em Tecnologia em Laticínios, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas-Campus Rio Pomba, realizado em 2016.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Roselir Ribeiro da Silva Orientador

Prof. Bruno Gaudereto Soares Coorientador

Profa. Vanessa Riani Olmi Silva Coorientadora

Examinado em: 06/12/2016

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AGRADECIMENTOS I

Primeiramente a Deus, a quem dedico minha vida e tudo o que conquistei. A mãe de Deus e nossa mãe a Virgem Maria. A minha mãe Ozânia Maria Teixeira Luna, meu pai Alcino Vieira Luna, pela minha criação, por ter me educado e amado em todos os momentos da minha vida, meu irmão Guilherme Teixeira Luna, a minha tia Maria de Fátima Teixeira e minha avó Terezinha Bernardino Teixeira, a todos eles pelo apoio e palavras de incentivo. Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, campus Rio Pomba, pela oportunidade da realização do curso e por disponibilizar a infraestrutura. Ao professor Roselir Ribeiro da Silva, pela orientação, pelos ensinamentos e apoio. Aos professores coorientadores Prof. Bruno Gaudereto Soares e Profa. Vanessa Riani Olmi Silva. A todos os professores do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos do IF Sudeste MG. Ao apoio do meu parceiro Mário César Loures Salvador para que este trabalho fosse realizado com sucesso. A aluna de mestrado Jéssica Beatriz da Silva Reis, e aos alunos de tecnologia em laticínios Gabriel Reis Fagundes e Samuel Pinto Santos Aos meus amigos Adryano e Helena Maria Moreira Soares por toda força e apoio. A Adryhelen Moreira Soares pela força, apoio e grande incentivo. E a todos amigos e parceiros que ajudaram diretamente ou indiretamente para que o trabalho fosse realizado.

Gustavo Teixeira Luna

AGRADECIMENTOS II

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Primeiramente a Deus, a quem dedico minha vida e tudo o que conquistei. A mãe de Deus e nossa mãe a Virgem Maria. Ao meu pai Paulo Roberto Salvador, a minha mãe Regina Lúcia Loures Pires, por ter me dado a vida, por ter me educado e amado em todos os momentos da vida, a todos familiares e amigos pelo apoio e palavras de incentivo. Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, campus Rio Pomba, pela oportunidade da realização do curso e por disponibilizar a infraestrutura. Ao professor Roselir Ribeiro da Silva, pela orientação, pelos ensinamentos e apoio. Aos professores coorientadores Prof. Bruno Gaudereto Soares e Profa. Vanessa Riani Olmi Silva. A todos os professores do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos do IF Sudeste MG. Ao apoio do meu companheiro Gustavo Teixeira Luna, para que este trabalho fosse realizado com sucesso. A Edna de Jesus Leite, Raiane Thaina Lemes Rosa pela força, apoio e grande incentivo. A aluna de mestrado Jéssica Beatriz da Silva Reis, e aos alunos de tecnologia em laticínios Gabriel Reis Fagundes e Samuel Pinto Santos. E a todos amigos e parceiros que ajudaram diretamente ou indiretamente para que o trabalho fosse realizado.

Mário César Loures Salvador

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RESUMO No planeta cerca de 99 % da água existente, está nos oceanos, tendo aproximadamente 0,009% disponível nos rios e lagos, na forma de água doce para uso e consumo. A água doce disponível para as atividades humanas se encontra nas bacias hidrográficas, onde são realizadas diversas atividades em função do uso e ocupação do solo. Visando verificar a influência do uso e ocupação do solo na qualidade das águas, foram realizadas duas coletas (seca e chuva) em 17 pontos amostrais dos cursos d’água da bacia do ribeirão Bom Jardim, do município de Rio Pomba-MG. Foram realizadas análises físicas e químicas de pH, sólidos totais dissolvidos, turbidez, demanda bioquímica de oxigênio, demanda química de oxigênio, nitrogênio total, fósforo total, temperatura, além da aferição da vazão, altitude e umidade relativa. As análises microbiológicas foram de coliformes termotolerantes e E. coli. Um questionário foi aplicado junto aos moradores para avaliar o nível de conhecimento e informação sobre o uso e preservação da água na bacia hidrográfica. A bacia do ribeirão Bom Jardim, se encontra bastante homogênea em suas variáveis analisadas. As variações observadas são pouco significativas devido a estação do ano em que se encontra, necessitando-se de levar aos moradores informações sobre qualidade e preservação das nascentes e dos cursos de água. Palavras Chaves: Qualidade da água, Uso e ocupação do solo, Ribeirão Bom Jardim, Impactos ambientais.

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ABSTRACT About 99% of the existing water in the oceans, with only 0.009% available in rivers and lakes, in the form of fresh water for use and consumption. The fresh water available for human activities is found in the hydrographic basins, where several activities are carried out due to the use and occupation of the soil. Aiming at the quality of waters of the basins, the present study was carried out in the Bom Jardim river basin, located in the municipality of Rio Pomba-MG, with the objective of demarcating the sampling points to be correlated with the use and occupation of the soils. A questionnaire was taken to the residents around the basin, aiming at being apart from the level of knowledge about water preservation and maintenance. After analyzing the chemical and microbiological quality of the studied waters, the analysis of flow (Q), pH, water temperature (TEMP), total dissolved solids (TDS), turbidity (TURB), thermotolerant coliforms, E. coli, biochemical oxygen demand (BOD), chemical oxygen demand (COD), total nitrogen (NT) and total phosphorus (PT). The basin of the Bom Jardim stream is very homogeneous in its analyzed variables, but it suffers minor variations due to the season of the year, being necessary to take to the inhabitants information about the quality and preservation of the springs and the water courses.

Keywords: Water quality, Soil use and occupation, Stream Bom Jardim, Environmental impacts.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Classes de uso e ocupação do solo, agrupadas pelo potencial de alterar a qualidade da água...... 6 Tabela 2.Correlação das variáveis limnológicas obtidas na bacia do ribeirão Bom Jardim com os dois primeiros componentes principais. Em negrito estão os coeficientes considerados importantes para a formação dos componentes (n=11)...... 18

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Localização da bacia hidrográfica e pontos amostrais do ribeirão Bom Jardim. .... 8 Figura 2. Altimetria da bacia hidrográfica do ribeirão Bom Jardim...... 11 Figura 3. Uso e ocupação do solo da bacia do ribeirão Bom Jardim...... 13 Figura 4. Resultados de pH (a), temperatura da água (b), umidade relativa (c), turbidez (d), sólidos totais dissolvidos (e), DBO (f), nitrogênio total (g) e fósforo total (h) dos cursos d’água da bacia do ribeirão Bom Jardim no período seco e chuvoso de 2016...... 16 Figura 5. Resultados das análises microbiológicas dos cursos d’água da bacia do ribeirão Bom Jardim no período seco e chuvoso de 2016...... 18 Figura 6. Diagrama de ordenação da Análise do Componente Principal (ACP) aplicada às variáveis limnológicas (n=11, Tabela 2) em diferentes pontos amostrais da bacia do ribeirão Bom Jardim (MG) divididos em período seco e período chuvoso...... 20 Figura 7.Número de fontes de água utilizadas na propriedade...... 21 Figura 8. Tratamento de água para consumo...... 21 Figura 9.Utilização da água...... 22 Figura 10.Já recebeu informação sobre qualidade de água...... 23 Figura 11. Como recebeu informação sobre qualidade...... 23 Figura 12. Realiza tratamento de resíduos ...... 24 Figura 13. Forma de tratamento de resíduos ...... 25 Figura 14.Tipo de fontes de água utilizada...... 25 Figura 15.Quantas nascentes possui em sua propriedade...... 26 Figura 16. Possui leito de água em sua propriedade...... 26 Figura 17. Quantos leitos de água possui em sua propriedade...... 27 Figura 18. Já passou por escassez de água ...... 27 Figura 19. Solução para escassez de água...... 28 Figura 20. Possui conhecimento sobre preservação de nascentes...... 29 Figura 21. Qual forma de conhecimento sobre preservação de nascentes...... 29 Figura 22.Consumo médio de água...... 30 Figura 23. Possui cadastro ambiental rural (CAR)...... 30 Figura 24. Possui cadastro no sindicato rural...... 31

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ...... vi LISTA DE FIGURAS ...... vii SUMÁRIO ...... viii 1. INTRODUÇÃO ...... 1 2. REVISÃO DE LITERATURA ...... 1 3. OBJETIVOS ...... 5 3.1. Objetivo Geral ...... 5 3.2. Objetivos Específicos ...... 5 4. MATERIAL E MÉTODOS ...... 5 4.1. Estruturação do estudo ...... 5 4.2. Área de estudo ...... 7 4.3. Variáveis climatológicas ...... 9 4.4. Variáveis abióticas ...... 9 4.5. Variáveis bióticas ...... 9 4.6. Aplicação do questionário ...... 9 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...... 10 5.1. Características da bacia hidrográfica ...... 10 5.2. Uso e ocupação do solo na bacia ...... 12 5.3. Análises físicas e químicas da água...... 14 5.4. Análise microbiológica da água ...... 17 5.5. Análise dos componentes principais ...... 18 5.6. Respostas do questionário aplicado junto aos produtores ...... 21 6.CONCLUSÃO ...... 31 7. REFERÊNCIAS BIBLIORÁFICAS ...... 32

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1. INTRODUÇÃO

A água é um bem renovável, essencial e insubstituível em nosso planeta, sendo a mesma, a substância maior abundância, subdivida em doce e salgada, com pequena fração disponível para o consumo humano. Segundo Botkin e Keller (2000) da água existente no planeta, cerca de 99% se encontra dentro dos oceanos e geleiras, que são geralmente pouco utilizadas pelos seres humanos por sua salinidade e localização. Toda água doce superficial, ou seja, aquela existente em rios e lagos representam apenas 0,009% da água na Terra. Com as variações climáticas, influências do homem impactando o meio ambiente estão sendo presenciadas alterações, na qualidade e quantidade dos recursos hídricos disponíveis, seja para o consumo humano, agricultura ou pecuária. No Brasil, a água é considerada um recurso abundante, mas em muitas áreas, principalmente a mais carentes se torna um bem limitado às necessidades do homem. Normalmente, a escassez é mais evidente em regiões onde o desenvolvimento ocorreu de forma desordenada, provocou a degradação das águas disponíveis, devido ao lançamento direto nos cursos d’água, sem tratamento de esgotos domésticos, dejetos, despejos industriais, agrotóxicos e outros poluentes (MOITA e CUDO, 1991). A natureza, por si mesma, é constituída por uma cadeia complexa e bem distinta, através de seus processos químicos, físicos e biológicos, que ocorrem de maneira natural, com intuito de se manter de maneira equilibrada o ecossistema terrestre. O presente trabalho buscou avaliar a qualidade da água, em relação ao uso e ocupação do solo, quantificando e qualificando o nível de poluição e contaminação provindo de diversas variáveis poluentes.

2. REVISÃO DE LITERATURA

De acordo com Xavier (2005), as mudanças ocorridas na natureza e o grande crescimento das atividades humanas, geram alterações quantitativas e qualitativas nas propriedades dos recursos hídricos. Historicamente, o desenvolvimento da sociedade englobou mudanças no uso da água na área rural e na agricultura, para uso na área urbana e industrial, o que se reflete na demanda e na poluição da água. 1

A água após ser captada e usada, modifica muito sua composição devido a presença de resíduos físicos, químicos e microbiológicos. Essa modificação gera impactos negativos na água, muito deles imprevisíveis e irreversíveis, sendo os de maior relevância, provocados, descarte de efluentes, resíduos líquidos e sólidos, os quais produzem feito devastador para o meio aquático. Segundo Xavier (2005), entre a decadência da qualidade da água, encontram-se a eutrofização. O processo baseia-se num aumento de nutrientes na água, principalmente fósforo e nitrogênio, que são provenientes dos diferentes usos dos solos nas bacias hidrográficas, aumentando a concentração na água, diminuindo a qualidade, pelo crescimento expressivo de microalgas e macrófitas. As cargas de resíduos, resultantes do escoamento superficial agrícola, são constituídos de: dejetos animais, sedimentos, nutrientes, agroquímicos e outros nutrientes, que acarretam a degradação dos recursos hídricos. Arcova & Cicco (1997) salientam que, as microbacias de utilização agrícola, quando comparadas às de uso , o transporte de sedimentos e a perda de nutrientes são maiores. De acordo com Brasil (1998), uma fonte importante de contaminação das águas, é a poluição causada pelas atividades pecuárias em sistemas intensivos de produção, como a suinocultura, a pecuária de leite e a avicultura. Os impactos gerados por essas atividades tendem a crescer no Brasil, devido, ao crescimento do consumo interno e exportação de carne de aves e suínos. O uso do solo, para práticas agrícolas, modifica a superfície e o interior do mesmo, para que se possam produzir diferentes culturas. Quando modificamos a estrutura do solo interna e externamente, faz com que haja aumento ou redução do escoamento interno e superficial, influenciados, principalmente pelos índices pluviométricos. Com a presença de barreiras naturais curvas de nível, terraceamentos, presença de cobertura vegetal, uso de técnicas de plantio e manejo adequado do solo, possibilitam menor escoamento de resíduos para o leito de água. A utilização de parâmetros, como critério de qualidade da água são os aspectos físicos, que medem e indicam características perceptíveis pelos sentidos (cor, turbidez, odor, sabor), químicos, resultantes da presença de substâncias dissolvidas, em geral avaliáveis somente por meios analíticos, (dureza, acidez, pH, alcalinidade, cloretos) e microbiológicos, representados por microrganismos patogênicos e deterioradores, constituindo um risco à qualidade da água e à saúde dos usuários.

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No Brasil, a Resolução Conama 357/2005 (BRASIL, 2005) possui normativas para avaliar a qualidade da água, e a Resolução CNRH 91/2008 (BRASIL, 2008), no Art. 6 § 2º, estabelece que o conjunto de parâmetros de qualidade da água adotados no processo de enquadramento deve ser definido em função dos usos pretendidos dos recursos hídricos, considerando os diagnósticos e os prognósticos elaborados. Os parâmetros utilizados como critério de qualidade de água de rios são estabelecidos pela Resolução Conama 357 (BRASIL, 2005) confere 5 classes de qualidade: Especial, classe 1, classe 2, classe 3 e classe 4. Para cada classe é definido um tipo de uso. Geralmente as características de ordem visual, materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais, óleos e graxas, substâncias que comuniquem gosto ou odor, corantes provenientes de fontes antrópicas e resíduos sólidos objetáveis devem estar virtualmente ausentes. As características de ordem física incluem a cor, e a turbidez. Os aspectos químicos da água são resultantes da presença de substâncias dissolvidas, em geral avaliáveis somente por meios analíticos, pH, Oxigênio Dissolvido (OD), Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Fósforo Total (PT) e Nitrogênio Total (NT) (BRASIL, 2005). Em relação à qualidade microbiológica, a água pode atuar como veículo de microrganismos patogênicos e deterioradores, constituindo um risco à saúde da população. A Resolução Conama 357 estabelece limites para coliformes termotolerantes em 100 mL de água com diferentes padrões para cada classe. Diante do exposto, destaca-se necessariamente a importância do conhecimento da qualidade da água utilizada na produção alimentos, irrigação de hortaliças, dessendentação dos animais, higienização dos animais e locais de ordenha e até para consumo humano após tratamento adequado. Segundo Girard (2012), há falta de conhecimento das necessidades de consumo de água dos animais. É preciso estar ciente dos riscos da falta de água para as produções pecuárias e, com essa consciência, melhorar a eficiência da utilização da água. Aumentar o conhecimento da utilização da água pelos diferentes sistemas de produção e desenvolver métodos padronizados para quantificação desta utilização é a melhor forma, senão a única, para atingir o equilíbrio hídrico das produções. De acordo com Hoekstra (2011), não existe nenhuma nação que considere em seu planejamento hídrico a relação pecuária e uso intensivo da água.

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A supressão da mata ciliar ocorreu principalmente para facilitar o acesso dos animais as fontes de água, pois a região, após o declínio do cultivo de café e cana de açúcar, se especializou na criação extensiva de gado leiteiro, quando a pastagem avançou, inclusive, sobre as áreas de preservação permanente (JACOVINE et al., 2008). O excesso de sólidos na água pode afetar a dinâmica do corpo hídrico, afetar o desenvolvimento das comunidades aquáticas, alterando o metabolismo dos organismos autotróficos submersos, por dificultar a realização da fotossíntese, consequentemente prejudicando também os demais organismos heterotróficos dependentes do oxigênio dissolvido produzido na fotossíntese para respiração (CESTESB, 2009). O pH também é influenciado pelas taxas de fotossíntese do meio aquático, pois quando aumenta, devido ao excesso de nitrogênio e fósforo, o pH da água tende a aumentar, ou seja, torna-se mais alcalino em decorrência da diminuição das concentrações de gás carbônico na água (WETZEL, 2001). O tipo de fauna e flora que habitam o meio, são determinados pelo pH, sendo próximo ao neutro, mais adequado para o equilíbrio e desenvolvimento dos ecossistemas aquáticos (CETESB, 2009). De acordo com Köeppen (1948) apud Silva (2014), a tipologia característica da bacia hidrográfica é tropical, quente, úmido, com verão chuvoso e inverno seco, sendo que no trimestre mais seco, as médias pluviométricas são inferiores a 60 mm. No estudo observamos a conscientização das pessoas em torno da bacia ao utilizarem as fontes de água, pois se constatou que a população utiliza um número de fontes apenas para suprir suas necessidades diárias da propriedade. A boa aparência da água leva aos consumidores uma visão de pureza e acredita-se que essa visão impeça que a pessoas coloquem valor no sentido de tratar essa água, seja por um processo simples de desinfecção, o que certamente minimizaria o risco de veiculação de enfermidades (AMARAL et al, 2003). Todo cidadão tem o direito de receber informações sobre a qualidade da água que consome onde é estabelecido pelo Decreto n. 5.440 (BRASIL, 2005), que define como deve ser levada as informações para a população.

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3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

Avaliar a ocupação e o uso do solo e influência na qualidade da água do ribeirão Bom Jardim-Rio Pomba, Minas Gerais.

3.2. Objetivos Específicos

- Analisar como o uso e ocupação do solo da bacia do ribeirão Bom Jardim influencia na qualidade das águas, correlacionando os dados de ocupação e uso obtidos por meio de imagens de satélite com os dados físico-químicos e microbiológicos da água. - Realizar entrevista junto aos produtores rurais da bacia hidrográfica do ribeirão Bom Jardim zona rural do Município de Rio Pomba verificando por meio de entrevista os principais tipos de uso da água, fontes de água da propriedade, tratamentos e destino dos dejetos e esgotos.

4. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado na bacia hidrográfica do ribeirão Bom Jardim zona rural do Município de Rio Pomba e no Laboratório de Físico Química e Laboratório de Microbiologia de Alimentos do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos do IF Sudeste MG Campus Rio Pomba. Os dados de qualidade da água foram analisados no período seco e chuvoso.

4.1. Estruturação do estudo

A qualidade das águas da bacia do ribeirão Bom Jardim, foi avaliada em 17 pontos amostrais sendo realizadas duas campanhas em 2016, sendo março (período da chuva) e agosto (período seco). As coletas foram realizadas próximos as nascentes, a montante e a jusante de locais com prováveis impactos e em pontos próximos a foz dos cursos d’água. Para divisão das sub-bacias foi usado extensão ARCHIDRO do ARCGIS (ESRI, 2016), com dados do Modelo Digital de Elevação (MDE) do Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) (USGS, 2016). O mapa de uso e cobertura do solo foi realizado com base em imagens do satélite LandSat 8, orbita-ponto 217-75 do ano de 2013 (USGS, 2016). 5

As imagens foram segmentadas e pré-classificadas usando o algoritmo do software SPRING com 20 de similaridade e 80 pixels de área (NASCIMENTO 1997; INPE, 2014). Para segmentar a imagem usou-se o método de crescimento de regiões, que subdividiu a imagem em regiões homogêneas, considerando algumas características intrínsecas, que melhor representam as feições da cena, como o nível de cinza dos pixels e a textura (OLIVEIRA, FORMAGGIO, EPIPHAMIO 2003). Posteriormente realizou-se classificação supervisionada de acordo com a chave de uso do solo proposta pelo IBGE (2013). Para auxiliar na classificação do uso e ocupação do solo foi utilizado imagens do Google Earth e visitas a campo para conferência das informações. Para cada ponto amostral foi delimitada a área e a rede de drenagem a montante. Após a classificação do uso e ocupação do solo, de toda a bacia do ribeirão Bom Jardim, foi realizado um recorte da área de drenagem do ponto amostral. A área de drenagem do ponto amostral, já com o uso e ocupação do solo reclassificada, foram correlacionadas com os dados físico-químicos e microbiológicos da água para determinar a influência do uso do solo na qualidade da água usando a análise dos componentes principais (ACP) (LATTIN et al., 2011). As classes de uso do solo foram agrupadas pelo potencial de causar impacto na água (Tabela 1). O agrupamento das classes foi usado na análise estatística dos componentes principais (ACP) a ser individualizada pelas classes de uso e pelo tamanho das áreas de drenagem.

Tabela 1 Classes de uso e ocupação do solo, agrupadas pelo potencial de alterar a qualidade da água. Classe de uso do Códigos* Impacto Características solo Florestal FLOR Sem ou pouca modificação da condição Corpos dʼágua AGUA Baixo natural caracterizando baixo uso e Campestre CAMP ocupação do solo.

Sem práticas conservacionistas, alta lotação no pastejo, terrenos Pastagem PAST Médio montanhosos, aumenta o escoamento superficial no período chuvoso.

Lavoura permanente LAVP Manejo inadequado do solo, sem Silvicultura SILV Médio a alto práticas de conservação em áreas com Lavoura temporária LAVT alta declividade.

Mineração MIN Áreas com muita modificação da Alto Solo desprotegido DESP condição inicial de uso

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Condição original muito modificada pela Área urbanizada URB Muito alto presença humana com edificações, áreas degradadas e ruas pavimentadas. * Códigos criados para compor a ACP.

4.2. Área de estudo

. A bacia hidrográfica do ribeirão Bom Jardim está localizada entre as coordenadas 43°10'27 e 43°6'42,8"W e 21°6'59,55" e 21°14'57,25"S (Figura 1).

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Figura 1. Localização da bacia hidrográfica e pontos amostrais do ribeirão Bom Jardim.

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4.3. Variáveis climatológicas

A umidade relativa (UR) e temperatura do ar foram aferidas em campo, no ato da amostragem, usando termohigrômetro Alla France 910-15.

4.4. Variáveis abióticas

A profundidade, largura e velocidade para cálculo da vazão (Q) foi averiguada de acordo com o sugerido pela Cetesb (2011). As análises da água realizadas na sub-superfície foram pH, temperatura da água (TEMP) e sólidos totais dissolvidos (TDS). Para a turbidez (TURB) usou-se o turbidímetro digital Poli – control microprocessado - AP-2000-IR (Figura 1). Para análise das variáveis DBO e DQO foram coletadas amostras na sub- superfície, armazenadas sob-refrigeração e analisadas de acordo com os métodos da APHA (2012). Para análise de nitrogênio total-NT e fósforo total-PT foi coletado 1L de água, e analisados por meio de espectrofotômetro Biospectro SP-220, de acordo com Golterman, Clymo, Ohnstad (1978) e Valderrama (1981).

4.5. Variáveis bióticas

A e coliformes termotolerantes (COLT) e E.coli foi realizada de acordo com APHA (2012). As amostras foram coletadas em frascos de 500 ml previamente esterilizados e mantidas sob-refrigeração.

4.6. Aplicação do questionário

Para a elaboração do questionário, foi feito uma análise das principais variáveis que compõem o uso e ocupação do solo, em função da qualidade das águas. Foram abordadas no questionário, questões que evidenciam como o solo em torno da bacia está sendo ocupado e a utilização de seus recursos para as atividades em geral, obtendo um perfil das propriedades e dos residentes. Para a escolha dos produtores que iam responder o questionário foi adotado um erro amostral de 10% e considerado a população homogênea e como informado pelo sindicato rural de Rio Pomba tinha aproximadamente 100 produtores na bacia chegamos ao número de 30 questionários a serem. A aplicação foi de forma homogênea tentando abranger uma área bem representativa da bacia. O questionário foi submetido ao comitê de ética, sendo validado e previamente testado com alguns produtores obtendo êxito. Posteriormente foi

9 aplicada a toda a população amostral. A intenção da aplicação do questionário foi para obter dados sobre as principais questões que afetam a qualidade da água na bacia hidrográfica e como o produtor rural trata as questões ambientais no seu dia a dia, levando em consideração formas de preservação e uso do solo e dos recursos hídricos, e como esse uso pode influenciar a qualidade e a quantidade da água disponível na bacia (Anexo 1).

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Características da bacia hidrográfica

O ribeirão Bom Jardim tem a nascente à 864m de altitude no município de Rio Pomba, próximo do distrito de São José da Soledade do município Silveirânia-MG. O ribeirão Bom Jardim apresenta uma declividade média de 4,1%, e após percorrer 23,2km atinge a foz no ribeirão Tijuco, na altitude de 439m. A altimetria da bacia varia de 439m com pontos chegando a 952m, nas regiões de nascentes (Figura 2). Na bacia predominam terrenos declivosos, o que favorece o escoamento superficial, aumenta erosão e a contaminação das águas. Nesta região o relevo é conhecido como “mar de morros” e de acordo com Silva (2014) a bacia do rio Pomba, onde está inserida a bacia do ribeirão Bom Jardim, predominam terrenos com elevada declividade, onde 56,5% é ondulado e 16,9% forte ondulado.

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Figura 2. Altimetria da bacia hidrográfica do ribeirão Bom Jardim.

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5.2. Uso e ocupação do solo na bacia

O uso e ocupação do solo é predominado por pastagem para criação de gado leiteiro, atividade econômica mais importante da bacia. A pastagem representa 57,3% da área (Figura 3), formada basicamente por braquiária (Brachiaria sp), forrageira nativa da África, introduzida no Brasil por ter baixo custo de produção e alta produção de matéria seca (EUCLIDES et al., 2008). A pastagem de braquiária se adaptou ao clima e ao solo da região, que tem baixa fertilidade e alta concentração de alumínio, porém é muito agressiva e domina a paisagem, pois suas raízes tem alta capacidade de penetração no solo, tendo também a característica de formação de touceiras faz com que haja menor penetração de água no solo permitindo o maior fluxo de água. Na bacia a maior parte da pastagem está degradada, semelhante a uma área da Zona da Mata-MG analisada por Nascimento et al. (2006), que ao estabeleceram 4 níveis de degradação, detectaram 81% da área de pastagem na classe de degradação forte. De acordo com Barbosa (2006), esse predomínio da braquiária e a baixa fertilidade do solo associado com relevo fortemente ondulado, tem-se constituído nos principais fatores de degradação dos pastos, causando a síndrome da “morte” do capim nativo. Esse fato indica que deve ser dada mais ênfase às pesquisas, a fim de desenvolver novas opções forrageiras para maior diversificação das espécies e conservação do solo. A porcentagem de remanescentes florestais total da bacia é de 20,42% (Figura 3), abaixo dos 25% recomendado pela Organização das Nações Unidas como ideal para o desenvolvimento de uma agricultura auto-sustentável. No entanto supera a área florestada da bacia do rio Pomba que é de 16,93% (SILVA, 2014). Entre os impactos negativos da baixa cobertura florestal incluem a erosão do solo e a diminuição da quantidade de água disponível, que no período seco se torna mais crítico.

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Figura 3. Uso e ocupação do solo da bacia do ribeirão Bom Jardim.

A completa supressão da mata ciliar da bacia ocorre ao longo do ribeirão Bom Jardim e dos afluentes (Figura 3), constatação observada também por Vieira e Rodrigues (2010) e Silva (2014) nos afluentes do rio Paraíba do Sul.

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A lavoura temporária da bacia ocupa 16,94% da área e se encontra predominantemente no leito principal do ribeirão Bom Jardim, principalmente por ter maior disponibilidade de água e relevo mais plano (Figura 3). Os principais cultivos temporários para o período analisado foram a cana-de-açúcar e capim forrageiro para alimentação do gado leiteiro. Essas áreas cultivadas nas várzeas, muitas vezes sem manejo conservacionista do solo, podem em períodos chuvosos, favorecer o escoamento superficial das águas que arrastam para o leito dos rios, nutrientes e outros contaminantes que podem alterar a qualidade da água. Na bacia a área ocupada com silvicultura é pouco representativa e ocupa mais as regiões de cabeceiras, próximo às nascentes do ribeirão e dos seus afluentes (Figura 3). Nessas regiões também foi observado boa parte do solo desprotegido da bacia, onde predominam voçorocas bem acentuadas e solos erosivos, o que em períodos chuvosos favorecem o assoreamento e a contaminação dos cursos d’água. Por se tratar de uma bacia tipicamente rural não foi detectado áreas urbanizadas ou aglomerações com residências (vilas) o que pode ser um ponto positivo para a qualidade das águas da bacia. A maior parte das residências tem seu próprio tratamento de esgotos domésticos e quase todos os resíduos de criações domésticas não atingem os cursos d’água, pois são usados como adubos nas plantações.

5.3. Análises físicas e químicas da água

Os dados para as análises encontram-se na figura 4. No período seco, o pH apresentou maior variação comparado ao período da chuva. Na seca o pH médio foi menor que no período das chuvas que apresentou valores próximo a neutralidade (p<0,05). Alguns pontos amostrais no período da seca estavam fora dos padrões da legislação, sendo que os demais pontos para as duas estações encontram-se dentro dos limites (pH de 6 a 9), estabelecidos pela Conama 357 (BRASIL, 2005) (Figura 4a). No caso das águas da bacia do ribeirão Bom Jardim podemos verificar um aumento do nitrogênio no período das chuvas o que pode ter elevado também o pH (Figura 4). A temperatura da água (TEMP) na bacia no período seco apresentou menores valores (p<0,05), porém maior amplitude, se comparados com o período de chuva, onde os valores médios foram maiores, com menor variação (Figura 4b). Estas variações na temperatura da água, foram influenciadas pela estação do ano 14

(período seco), apresentando menores temperaturas da água por estar no inverno e período

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)

15

(g) (h)

Figura 4. Resultados de pH (a), temperatura da água (b), umidade relativa (c), turbidez (d), sólidos totais dissolvidos (e), DBO (f), nitrogênio total (g) e fósforo total (h) dos cursos d’água da bacia do ribeirão Bom Jardim no período seco e chuvoso de 2016. das chuvas maiores temperaturas da água por estar no verão, os resultados obtidos para essa variável estão dentro do esperado para a condição climática da região que apresenta temperatura média anual de 15 a 26ºC, valores próximos aos encontrados neste estudo. A umidade relativa do ar (UR) apresentou mais baixa no período seco (p<0,05), possuindo maior variação, ao se comparar com o período das chuvas, que por sua vez apresentou UR mais elevada com menor variação. A variação da umidade relativa pode ser influenciada pelas massas de ar, compreendidas em cada estação do ano (Figura 4c). No período seco a turbidez (TURB) foi menor comparado com o período das chuvas (p<0,05) (Figura 4d). O que explica esta diferença é o transporte de solo e matérias orgânica, no período chuvoso para o curso de água, é devido a falta de cobertura vegetal e manejo inadequado no uso do solo, que vai desde as regiões de cabeceiras com nascentes desprotegidas, com áreas de preservação permanente sem cobertura vegetal, até a total supressão da mata ciliar ao longo das margens dos cursos d’água. Para os sólidos totais dissolvidos (TDS), não houve diferença entre os períodos de seca e chuva (p>0,05) (Figura 4e). De acordo com a Resolução CONAMA 357 (BRASIL, 2005), para enquadramento do corpo hídrico nas Classes 1, 2 e 3 a concentração de sólidos totais não deve ser superior a 500 mg/L, sendo que valores acima deverão enquadrar o corpo hídrico na Classe 4.

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Portanto, os valores obtidos nas duas estações não ultrapassaram o limite legal. O comportamento dos sólidos totais é semelhante ao da turbidez e valores refletem a condição local, com aumento em locais mais impactados. A demanda bioquímica de oxigênio (DBO), no período seco, se apresentou menor e com maior variação se comparado com o período das chuvas (p<0,05) (Figura 4f). Na bacia do ribeirão Bom Jardim, no período seco, 13 dos 17 pontos estavam enquadrados na Classe 1, com DBO menor que 3mg O2/L, enquanto na chuva 9 pontos estavam enquadrados na classe 2 (entre 3 e 5 mg DBO) e 4 pontos amostrais na classe 3 (> 5 mg de DBO). O aumento da DBO, no período das chuvas na bacia, pode ter ocorrido com transporte de resíduos carreados pelo escoamento superficial das áreas de pastagem para o curso de água. Com o aumento da matéria orgânica na água, a taxa de oxigenação presente diminui, promovendo o completo esgotamento do oxigênio na água, provocando o desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática. O nitrogênio total (NT) e o fósforo total (PT), tiveram os valores dentro dos parâmetros estabelecidos pela Resolução Conama 357 para rios classe 1 (BRASIL, 2005), para o período seco e de chuva. Para NT não teve diferença entre período seco e de chuva (p>0,05) (Figura 4g). O teor de fósforo foi mais elevado no período seco (p<0,05) o que pode evidenciar poluição pontual na bacia. O nitrogênio e fósforo presentes nas águas possuem correlação com o resíduo orgânico lançado nas águas e podem favorecer a eutrofização dos cursos d’água, principalmente em ambientes lênticos como as represas. No entanto os valores relatados na bacia foram muito inferiores as bacias urbanizadas, onde os valores de PT podem chegar a 4,35 mg/L e de NT a 2,39 mg/L (SILVA, 2014), indicando que não há grande lançamento e deposição de resíduos na bacia hidrográfica deste estudo.

5.4. Análise microbiológica da água

A contagem de coliformes termotolerantes (COLT) e E. coli, no período seco e de chuva não apresentaram diferença (p>0,05), porém pode-se afirmar que ocorrem lançamentos pontuais na bacia pelo fato de ter valores elevados em alguns pontos, fato que coloca um ponto amostral na seca e dois pontos amostrais na chuva na classe 4 da Conama 357 (BRASIL, 2005) usando essa variável para classificação (Figura 5).

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Figura 5. Resultados das análises microbiológicas dos cursos d’água da bacia do ribeirão Bom Jardim no período seco e chuvoso de 2016.

5.5. Análise dos componentes principais

Na análise dos componentes principais (ACP), podemos observar a dinâmica da bacia hidrográfica. Assim foram selecionadas as principais variáveis que determinaram a qualidade das águas no período seco e chuvoso (n=5), ao mesmo tempo em que se definiram quais classes de uso e ocupação do solo interferiram nesta qualidade (n=6) (Tabela 2 e Figura 6). Os dois primeiros eixos da ACP explicam 49,77% da variação (Figura 6). O primeiro eixo contribuiu com 24,6% da variação e está associado com os pontos amostrais, correlacionados com as variáveis em negrito do eixo 1 (Tabela 2). No eixo 2 estão as variáveis que contribuíram com 22,45% da variância e em negrito as mais importantes na definição da qualidade da água (Tabela 2). Tabela 2.Correlação das variáveis limnológicas obtidas na bacia do ribeirão Bom Jardim com os dois primeiros componentes principais. Em negrito estão os coeficientes considerados importantes para a formação dos componentes (n=11). Variáveis Limnológicas Eixo 1 Eixo 2 LAVT 0,4778 0,1095 DESP -0,4504 0,1002 CAMP -0,4528 0,0731 TURB 0,3912 0,1949 PT -0,3569 0,0702 DBO 0,2376 -0,2064 FLOR -0,1222 -0,5258 PAST -0,0720 0,4532 Coli -0,0628 0,4060 TDS 0,0024 0,3761 Vaz 0,0533 0,3143 % total da variância 24,47 24,47 18

% acumulada da variância 22,45 49,77 Legenda: LAVT-Lavoura Temporária, DESP-Solo desprotegido, CAMP-Campestre, TURB-Turbidez, PT-Fósforo total, FLOR-Floresta, PAST-Pastagem, Coli-Coliforme, TDS-Sólidos totais Dissolvidos, Vaz-Vazão e DBO- Demanda Bioquímica de Oxigênio.

Os pontos C4, C6, C8, C10, S6 e S10 (Figura 3) estão correlacionados com elevada turbidez da água e próximos de áreas com maior cobertura de solo por lavoura temporária. Todos os pontos amostrais são na foz de cursos d’água, que drenam a área de uma micro bacia hidrográfica e recebem alguma fonte pontual de poluição na seca e poluição difusa na chuva. Estes pontos estão mais distantes de áreas com maior cobertura florestal (Figura 6 Figura 3). Os pontos amostrais C12, S11, S12, S13 foram mais correlacionados com área desprotegidas, campestre e apresentaram maior concentração do fósforo total (PT). Os quatro pontos amostrais, todos ao longo da nascente do ribeirão Bom Jardim pode ter sido afetado pela atividade agropecuária, baixa cobertura florestal e estão mais relacionados a fontes pontuais de poluição, uma vez que dos quatro pontos agrupados nesta condição, 4 foram coletados na seca (Figura 6 Figura 3). As áreas ocupadas por florestas são mais eficientes para armazenar a água da chuva, manter sua qualidade e melhorar a distribuição da vazão ao longo do ano. Os pontos amostrais C5, S5, C15, S15, C30 e S30 estão em áreas de drenagem com maior índice de cobertura florestal (Figura 3) e apresentaram menores valores de TDS e Coliformes da bacia, confirmando a importância da floresta na produção e qualidade da água (Figura 3).

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Elevada TDS, pastagem e coliformes Solo desprotegido, cobertura campestre e elevado teor de fósforo Elevada Turbidez e lavoura temporária

Elevada DBO Área com Floresta Legenda: Variáveis- Tabela 3. S=Seca e C=Chuva. O número após a letra S e C identificam os pontos Figura 6. Diagrama de ordenação da Análise do Componente Principal (ACP) aplicada às amostrais. variáveis limnológicas (n=11, Tabela 2) em diferentes pontos amostrais da bacia do ribeirão Bom Jardim (MG) divididos em período seco e período chuvoso.

O ponto S5 ficou afastado do agrupamento por ter apresentado um teor um pouco mais elevado de NT no período seco (Figura 6). Neste trabalho a área de drenagem a montante do ponto 30, coberta com floresta foi de 47,7% e a área a montante do ponto 15 foi de 59,4%. Estes valores estão bem acima dos 16,3% de cobertura florestal encontrado por Silva (2014) na bacia do rio Pomba. Para os pontos S7, S8, S9, C7, C8 e C9 apresentaram os maiores índices de coliformes e TDS da bacia e estão correlacionados com áreas com maior área de drenagem cobertas por pastagem chegado a 81,9% na área de drenagem a montante do ponto 7 e 72,3% na área de drenagem a montante do ponto 8. Essas áreas tem os menores índices de cobertura florestal (Figura 3).

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5.6. Respostas do questionário aplicado junto aos produtores

A água é um recurso fundamental para a existência da vida, onde a sua utilização as vezes se torna de maneira desordenada, ocasionando inúmeros impactos ao ecossistema (Figura 7).

Figura 7.Número de fontes de água utilizadas na propriedade.

De geração a geração, ocorre o tradicionalismo no meio rural que não há necessidade de se tratar a água para consumo, devido a mesma ser obtida diretamente das fontes e de ser de boa qualidade (Figura 8) podemos observar que este tradicionalismo vem se mantendo em torno da bacia, preservando os traços culturais ali presentes.

Figura 8. Tratamento de água para consumo.

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A agricultura, bem como a pecuária vem se destacando no cenário nacional como fonte econômica viável para as pessoas. Como a água é um recurso fundamental para que as atividades possam ser desenvolvidas, a cada dia se torna maior a sua utilização, bem como nas atividades agropecuárias a água é de fundamental importância para o consumo familiar e os serviços gerais de uma propriedade (figura 9).

Figura 9.Utilização da água.

A população, hoje possui um nível de informação bem maior a respeito da qualidade e preservação das águas, mas ainda existe uma grande defasagem na divulgação e na busca de informações conforme foi visto a campo, evidenciamos como está o nível de informação da população ali presente. A inexistência de fontes informativas, de fatores de proteção que são de grande importância para a preservação da qualidade da água, evidencia a necessidade de um trabalho de orientação às pessoas que utilizam essas águas, com o objetivo de manter sua qualidade (AMARAL, et al, 2003).

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Figura 10.Já recebeu informação sobre qualidade de água.

Constatou que a população que recebeu algum tipo de informação, a mesma não chegou de uma forma concreta, havendo uma defasagem nos conhecimentos ali presentes, também constatou que algumas pessoas receberam informação através da escola, sendo um meio importante de divulgação e conscientização sobre as questões ambiental (Figura 11).

Figura 11. Como recebeu informação sobre qualidade.

A maioria das propiedades não realiza tratamento de residuos, devido a defassagem de conhecimentos levados ate os mesmos. O aumento desordenado das atividades humanas nas bacias de drenagens, eleva o transporte de nutrientes para lagos, rios e reservatórios, através de descargas domésticas, industriais, águas residuais urbanas e agrícolas. Essa

23 mudanças nas características tróficas dos corpos aquáticos, também pode restringir o tempo de vida útil destes ecossistemas (BARBOSA et al., 2006).

Figura 12. Realiza tratamento de resíduos

O tratamento de resíduos é um meio de concientização e implantação de formas eficientes de preservação dos ambientes aquaticos. Sendo assim, a agricultura sustentável vem como alternativa para equilibrar a situação atual do setor agrícola. Nesse modelo, em relação aos resíduos agrícolas, realiza aproveitamento como sub produto em outras atividades (SILVA; MELO; SOUZA, 2005). A situação econômica brasileira, requer esforços na busca de sistemas mais produtivos a custos mais baixos, sendo enfatizado o reaproveitamento dos subprodutos gerados na agricultura (MORGADO et al., 2000) (Figura 13).

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Figura 13. Forma de tratamento de resíduos

A predominância da utilização de poço semi-artesiano e nascentes como fontes principais, se deve ao fato de apresentarem água de melhor qualidade e de mais fácil acesso para consumo. Nas áreas rurais, as fontes de abastecimento de ·água são constituídas por rios, lagos e nascentes, fontes bastante susceptíveis à contaminação representando um risco considerável a saúde dos consumidores (Figura 14).

Figura 14.Tipo de fontes de água utilizada. O Brasil é um país rico hidricamente, a maioria das propriedades apresentam nascentes, devido a grande homogeneidade da distribuição das águas em torno da bacia.

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Em uma bacia hidrográfica o lençol freático pode se apresentar de duas maneiras, sendo com a percolação das águas de forma mais profunda ou com a percolação das águas superficiais, gerando os olhos de água (Figura 15)

Figura 15.Quantas nascentes possui em sua propriedade.

Devido ao tamanho da bacia do Ribeirão Bom Jardim não ser muito extensa, em derivação das análises dos pontos amostrais, percebemos que há uma boa distribuição dos leitos de água que compõem a bacia. As propriedades são beneficiadas com recurso hídrico, para diversos fins, sejam ele em pequena, média ou grande escala (Figura 16)

Figura 16. Possui leito de água em sua propriedade.

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A predominância de leitos de água nas propriedades podem sofrer variações devido a extensão territorial das mesmas. Sua localização e sua topografia ajudam a definir os cursos de água que ali se tornaram presentes, os leitos de água da propriedade podem ser originados ali mesmo ou cortado por águas provindas de outras propriedades (Figura 17).

Figura 17. Quantos leitos de água possui em sua propriedade.

A escassez de águam se dá por diversos motivos, sendo eles por ação humana ou natural. Constatou que ao passar dos anos, a população ali presente não realizou formas adequadas de preservação de nascentes, sendo que hoje já existe índices de escassez de água vivenciados pelos moradores em torno da bacia (Figura 18).

Figura 18. Já passou por escassez de água

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Em diálogo com os entrevistados, percebemos que a forma mais fácil de solucionar a escassez de água, foi a perfuração de poços semi artesiano, pela disponibilidade de mão de obra e por se contar que a recuperação de nascentes se torna mais difícil, pela falta de informação e o tempo necessário para que a mesma possa se re-estabelecer. Em relação com baixo custo, a facilidade de perfuração de poços semi artesianos, a captação de água do aquífero livre é mais frequentemente utilizada no Brasil (SILVA; ARAUJO, 2003), (Figura 19).

Figura 19. Solução para escassez de água.

A grande maioria da população possui conhecimento sobre as formas de preservação de nascentes, devido às necessidades de utilização das mesmas. As nascentes são definidas como o afloramento do lençol freático, que origina uma fonte de água. Elas podem ser encontradas em encostas ou depressões do terreno ou ainda no nível de base representado pelo curso d’água local, podem ser de fluxo contínuo e de fluxo temporário, necessitando-se de cuidados para sua existência e manutenção (CALHEIROS et al., 2004) (Figura 20). O estabelecimento de árvores nos topos dos morros e nas seções de maior declividade, estendendo-se até 1/3 das encostas, é indispensável para a recuperação e conservação das nascentes e leitos de água.

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Figura 20. Possui conhecimento sobre preservação de nascentes.

As formas de conhecimento sobre preservação de nascentes são bem homogenias devido às adequações que são exigidas pelo governo. Diante a importância de se preservar essas áreas, objetivando disciplinar e limitar as interferências antrópicas sobre o meio ambiente, o artigo 2º do Código Florestal Brasileiro (BRASIL, 1965), que contempla a criação das Áreas de Preservação Permanente (APP), que são definidas como áreas cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas (Figura 21)

Figura 21. Qual forma de conhecimento sobre preservação de nascentes. A agricultura e a pecuária são atividades econômicas que geram um consumo diário de água excessivo, esse consumo é em função da escala de produção. 29

Sendo que muitas das vezes são gastos de maneira desordenada, oque vem gerando preocupações sejam na forma de utilização seja na forma de geração de resíduos posteriores a utilização (Figura 22)

Figura 22.Consumo médio de água.

O cadastro ambiental rural é feito para regulamentação das áreas da propriedade formando base de dados estratégica para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento das florestas e demais formas de vegetação nativa do Brasil, bem como para planejamento ambiental dos imóveis rurais (Figura 23)

Figura 23. Possui cadastro ambiental rural (CAR).

Para levantamento dos dados amostrais, foi consultado o número de produtores cadastrados no sindicato rural em torno da bacia, sendo constatado que

30 nem todos os residentes daquela localidade possui cadastro e consequentemente não usufruem dos benefícios como receber informações auxilio medico, oferecidos por ele (Figura 24)

Figura 24. Possui cadastro no sindicato rural.

6.CONCLUSÃO

A bacia do ribeirão Bom Jardim, sofre influência na qualidade de suas águas, devido ao uso, a ocupação do solo e estação do ano. Sendo que a mesma se apresenta bastante homogênea nas variáveis analisadas, constatando que a bacia possui capacidade de se regenerar muito rapidamente, devido leitos de córregos pequenos que compõem o rio principal que apresenta desnível considerado, favorecendo a renovação de suas águas. Em relação ao conhecimento, dos residentes em torno da bacia necessita-se de maiores informações sobre qualidade de água, tendo em vista a melhoria de sua utilização e sua qualidade, por meio de projetos de extensão cursos, palestras e programas do governo. Em critérios de quantidade de água necessita-se de maior conscientização sobre formas de preservação e manutenção de leitos e nascentes, para que a bacia do Ribeirão Bom Jardim se mantenha viva.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIORÁFICAS

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ANEXO I Questionário sobre a influência do uso do solo na qualidade da água da bacia do ribeirão Bom Jardim como parte do TCC do curso de Tecnologia em Laticínios do IF Sudeste MG Campus Rio Pomba dos Alunos Mario César Loures Salvador e Gustavo Teixeira Luna. Este estudo poderá servir como fonte de informação para capacitações e treinamentos dos produtores rurais desta bacia e para definir políticas públicas de preservação do solo e manutenção da qualidade da água, não se tratando de fiscalização e sim de uma atividade de ensino e extensão. Todos os dados aqui obtidos serão mantidos em absoluto sigilo sendo os dados analisados de forma genérica. Att Prof Roselir Ribeiro da Silva

Propriedade: ______Data:____/11/2016 Lat:______Long:______1- Quantas fontes de água você utiliza em sua propriedade? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ou mais

2- A água utilizada passa por algum tipo de tratamento? ( ) Não ( ) Sim Se sim, qual?______3- O consumo de água em sua propriedade, está compreendido em? ( ) Agricultura ( )Pecuária ( )Consumo familiar ( )Serviços gerais 4- Você já recebeu algum tipo de informação sobre qualidade de água? ( ) Não ( ) Sim Se sim, quais? ( ) jornais ( )televisão ( )cursos de atualização ( )“boca- boca” ( ) Internet ( ) Outros: ______5- A água utilizada na propriedade, ao ser devolvida ao seu leito natural, recebe algum tipo de tratamento? ( )Não ( ) Sim Se sim, quais? ( ) fossa séptica ( ) filtração ( ) decantação ( ) biodigestor 6- Quais os tipos de fontes de água você utiliza? ( )Poço artesiano ( )Poço semi-artesiano ( )Nascente ( )Córrego 7- Em sua propriedade possui nascentes? ( )Não ( ) Sim Se sim, quantas?_ ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ou mais 8- Sua propriedade é “cortada” por algum leito/curso de água? ( )Não ( ) Sim Se sim, quantos? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ou mais 9- Você já passou por algum problema de escassez de água? ( )Não ( ) Sim. Se sim, como resolveu situação?______10- Você conhece alguma forma de preservação de nascentes? ( )Não ( ) Sim Se sim, quais? ( )área de preservação permanente ( )mata ciliar ( )mata nativa ( )Outras: ______11- Quantos litros aproximadamente você utiliza de água em sua propriedade por dia? ( )0-100 ( )100-500 ( )500-1000 ( )1000-2000 ( ) acima de 2000 12- Você já se cadastrou no CAR (Cadastro Ambiental Rural)? ( )Não ( ) Sim 1

Se não, o que faltou para se cadastrar? ( ) Falta de informação ( ) Falta de assistência ( ) Falta de tempo ( ) Receio da fiscalização ( ) Falta de recursos ( )Outros:______13- Você possui cadastro no sindicato rural? ( ) sim ( ) não

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