20 NOV | 2013 the john scofield Überjam band 22:00 SALA SUGGIA

John Scofield guitarra Andy Hess baixo Avi Bortnick guitarra e samples Louis Cato bateria

John Scofield é um artista quase impossível de rotular. O “Al Green Song foi outra em que Avi tinha a base e eu seu domínio da guitarra permite que se sinta confortável apenas a desenvolvi. Não poderíamos ter pensado num em qualquer contexto – seja jazz, blues, rock ou outros melhor título depois de a gravarmos, porque é totalmen‑ géneros, incluindo alguns ainda por definir e que sur‑ te influenciada pela vibração e som que o produtor Willie gem no seu último disco para a EmArcy, Überjam Deux. Mitchell introduziu em todos aqueles fantásticos discos A gestação deste álbum levou uma década, descendendo de Al Green.” directamente do título de 2002 que conquistou uma no‑ “Em Cracked Ice, o vamp é de Avi e a melodia é minha. meação para os Grammy, Überjam. Avi é um dos melhores guitarristas ritmo com quem já Isto não significa que Scofield tenha estado inactivo trabalhei e obtém aquele ritmo R&B na perfeição.” neste período, longe disso. Vários álbuns surgiram entre‑ “I Just Don’t Want To Be Lonely é uma versão de uma gra‑ tanto, bem como cinco outros em que divide a lideran‑ vação de The Main Ingredient que foi um êxito em 1974. ça. A gravação anterior para a EmArcy foi A Moment’s Pea- A guitarra ritmo criada por Avi lembra­‑me Clean Up Wo- ce (2011), um luxuriante álbum de baladas – o oposto de man de Betty Wright, com a fabulosa guitarra de Little Überjam Deux. Beaver. Mais uma homenagem com um toque moderno.” Aqueles que gostaram da originalidade de Überjam não “Há dois temas com uma base afro­‑beat – Camelus e têm razões para desapontamento com Überjam Deux. Diz Snake Dance. Avi criou os grooves que tornam estes temas Scofield: “Usámos toda a espécie degrooves diferentes nes‑ tão diferentes do resto do álbum, ele tem uma predilec‑ te disco, mas são todos basicamente grooves de dança. Po‑ ção pela música da Nigéria e África Ocidental e isso ouve­ derá dizer­‑se que provêm da diáspora africana: rhythm ‑se em ambos os temas. Mais uma vez, criei a melodia na and blues, afro­‑beat, reggae e house, todos eles com um minha guitarra.” carácter funky. (…) Certas canções foram sendo desenvol‑ “A música de Überjam Deux é um dos estilos nos quais vidas ao longo dos dez anos desde Überjam; Avi Bortnick me sinto mais confortável. Comecei com o jazz­‑rock há trabalhou sobre algumas das ideias, pegámos nelas e 40 anos e a parte melhor desta música é que está em desenvolvêmo­‑las até chegaram ao que se ouve no disco.” constante desenvolvimento. Interesso­‑me em combinar “Boogie Stupid é uma das minhas favoritas, personifica jazz com outras formas rítmicas desde que estou ligado à todo o projecto. Avi escreveu a secção boogie e eu escrevi música. Fui lançado nesta direcção através da minha co‑ as secções B melódicas. Jazz‑rock­ na sua versão mais funk.” laboração com Miles Davis, entre outros. Pertenço à ge‑ “Endless Summer é uma faixa que surgiu a partir de uma ração da fusão! Se fosse necessário definir um ‘conceito’ jam num ensaio. No estúdio havia um poster de publici‑ para esta banda, eu diria que se trata de explorar diferen‑ dade à Austrália, com um surfista sobre as ondas, que tes formas de música com groove.” dizia ‘Endless Summer’. Concordámos que se encaixava perfeitamente com a positividade do tema.” ciclo jazz sonae

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John Scofield nasceu Ohio, em 1951. É um dos músicos Avi Bortnick cresceu em St. Louis, Missouri. Estudou gui‑ mais destacados na inovação da guitarra jazz moderna, tarra clássica e piano na infância, mudando­‑se para a re‑ um camaleão estilístico que construiu uma identidade gião da Baía de São Francisco aos 19 anos para frequen‑ estética consistente. Independentemente do contexto, a tar a Universidade de Califórnia­‑Berkeley. Prosseguiu singularidade do seu som de guitarra e das suas compo‑ os estudos na Universidade de São Paulo, no Brasil. Em sições torna‑os­ inconfundíveis, a que se junta a excelên‑ 1994 ingressou num curso de acústica arquitectónica na cia na improvisação e forte dedicação à tradição do jazz. Universidade da Flórida, Gainesville. Membro original Com o nome em várias dezenas de álbuns, expressa‑se­ da Überjam Band de Scofield, tem tocado com uma di‑ com à­‑vontade e entusiasmo nas linguagens do bebop, versidade de projectos tais como a banda retro­‑soul What blues, jazz‑funk,­ jazz acústico de câmara, música com It Is. A sua banda Dry Look foi pioneira do movimento grooves electrónicos e ensembles orquestrais. Desde mea‑ groove­‑jazz de São Francisco no início dos anos 90. Tem dos dos anos 70, tem liderado e apresentado internacio‑ uma ligação profunda à música africana e das Caraíbas, nalmente os seus grupos. A sua versatilidade e mestria téc‑ em especial tocando guitarra com Kotoja, uma banda de nica permitiram‑lhe­ associar a carreira como líder com as dança nigeriana. Tocou também com Bobby McFerrin. colaborações enquanto sideman ao lado de músicos como Desde os tempos da Überjam Band, divide o seu tempo Miles Davis e Phil Lesh (Grateful Dead). Os mais de trin‑ entre a acústica e as colaborações artísticas com Jim Wei‑ ta álbuns de Scofield (muitos deles já clássicos) incluem der, Jihae, Betty Black, Forro in the Dark, Ghost Train Or‑ colaborações com inúmeras grandes figuras contemporâ‑ chestra, Rene Lopez, Jason Blum e Karina Zeviani. Desen‑ neas como Pat Metheny, Charlie Haden, Medeski, Martin volve também apps para iPhone (Time Guru). & Wood, Bill Frisell, Brad Mehldau, Mavis Staples e Gov’t Mule. Tocou e gravou com Miles Davis, Tony Williams, Jim Hall, Herbie Hancock e Joe Henderson, entre muitos ou‑ Louis Cato bateria tros nomes lendários do jazz. Louis Cato toca vários instrumentos e canta. Nasceu em Lisboa e batia em tachos e panelas antes de saber andar, Andy Hess baixo tendo recebido a sua primeira bateria aos dois anos. Mais tarde, tocava bateria na igreja em Ohio, Washington D.C. Andy Hess mudou‑se­ para Nova Iorque em 1990, vindo e Carolina do Norte. Aos oito anos tocava guitarra e bai‑ de Oakland, Califórnia, onde iniciou a carreira nos blues xo, e depois aprendeu instrumentos de sopro na escola. e R&B. Trabalhou durante vários anos com Leo Nocen‑ Formou­‑se no Berklee College of Music. telli (da formação original dos Meters) – o que o levou a Tem tocado intensivamente em digressão, destacando­ tocar com Bernie Worrell dos Parliament e Zigaboo Mo‑ ‑se pela sua facilidade em tocar qualquer género musi‑ deliste (também dos Meters). Foi membro de The Black cal com especial paixão e uma autenticidade instintiva. Crowes e Gov’t Mule e da Überjam Band de Scofield no Tocou e partilhou o palco com Marcus Miller, John Sco‑ início da década de 2000. Tocou intensivamente em di‑ field, Brian McKnight, Roy Hargrove, Stevie Wonder, La‑ gressões com o cantor e autor Freedy Johnston, a cantora Toya Luckett (ex­‑membro de Destiny’s Child), Q­‑tip, Wyn‑ Joan Osborne, Robben Ford e Steve Kimock. Gravou com ton Marsalis, Wyclef Jean, Sean Jones, Solange Knowles, Scofield, The Black Crowes, Gov’t Mule, Freedy Johns‑ Jason Palmer, Talib Kweli e Idle Warship, Norah Jones, ton, o cantor de blues Bill Sims, Tina Turner, David Byrne Donald Harrison, Christian Scott, JoJo, Ahmir “?uestlo‑ (Talking Heads) e Shawn Colvin, entre outros. ve” Thompson, Bobby Brown, Derek Trucks, Ryan Les- lie, Sam Kininger, e desenvolve os seus projectos pró ‑ prios 6Figures e Chapter2.

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