Hemiptera: Heteroptera: Gerridae) Na Bacia Hidrográfica Do Rio Trombetas, Pará, Brasil
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A SUBFAMÍLIA GERRINAE (HEMIPTERA: HETEROPTERA: GERRIDAE) NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO TROMBETAS, PARÁ, BRASIL. Raquel Τ. de Moreira SAMPAIO1, Victor PY-DANIEL1 RESUMO — Foi realizado um levantamento da Família Gerridae na Bacia Hidrográfica do rio Trombetas, Pará, Brasil, desde as cabeceiras até o Baixo Trombetas. Entre os Hemiptera aquático, Gerridae foi a Família mais representativa, sendo Gerrinae a subfamília mais coletada em 12 dos 35 pontos de coleta. Mapas com os primeiros registros da distribuição geográfica de Gerrinae para a Bacia do rio Trombetas e uma chave para a identificação dos cinco gêneros e seis espécies são apresentadas. Palavras-chave: Insecta, Hemiptera, Gerridae, Insetos aquáticos. The subfamily Gerrinae (Hemiptera: Heteroptera: Gerridae) at the Rio Trombetas hydrografic basin, Pará, Brasil. ABSTRACT — A survey of the the Family Gerridae was made at the Hidrological Basin of the Trombetas river, Pará state, Brazil, since the Headwaters until the Lower Trombetas river. Gerridae was the most representative Family among the aquatic Heteroptera and Gerrinae the most collected subfamily on 12 of the 35 collected points. Maps with the first geographic dis tributional records for the Trombetas river Basin and a key for the identification of the 5 gen era and 6 species is presented. Key words: Insecta, Hemiptera, Gerridae, Aquatic Insects. Os estudos sobre morfologia, discutindo afinidades entre a fauna e a discussões taxonômicas e distribuição região (ANDERSEN, 1982). Segundo geográfica de Gerridae na região Neo CALABRESE (1980) as regiões tropical foram realizados em sua Neártica e Paleàrtica não possuem maioria por POISSON (1924), gêneros endêmicos; 54 entre 57 gêneros HUNGERFORD ( 1958a), existentes na Família Gerridae estão HUNGERFORD e MATSUDA representados nos trópicos do Novo e (1960), CALABRESE (1980) e Velho mundos, o que a leva a sugerir ANDERSEN (1982). A distribuição uma origem tropical para a Família. O dos hemípteros aquáticos foi abordada levantamento dos gerrídeos da Bacia por JACZEWSKI (1937) e Hidrográfica do rio Trombetas foi HUNGERFORD (1958b), restrita a realizado em convênio entre o Instituto aspectos de revisões descritivas. Nacional de Pesquisas da Amazônia e JACZEWSKI e KOSTROWICKI a ELETRONORTE (Enge-Rio), no publicaram em 1969 alguns resultados projeto de estudo de viabilização da sobre a fauna Holoártica destes grupos, construção da Hidrelétrica Cachoeira 1 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia-INPA, Coordenação de Pesquisas em Entomologia, Caixa Postal 478, 69011-970 - Manaus, Amazonas - Brasil ACTA AMAZÔNICA 23(1): 83-94.1993. Porteira, no rio Trombetas. Foram confluência dos rios Mapuera e Trom realizadas 35 coletas ao longo do rio betas até a foz onde não há formação Trombetas, Pará, desde o baixo de cachoeiras mas sim de "lagos" Trombetas até a região dos formadores, laterais às margens, onde o rio assume incluindo o rio Mapuera até a seu caráter Potamal, predominando a cachoeira da Bateria. O material foi formação geológica sedimentar recente; coletado com o auxílio de uma rede 2) Zona de transição- entomològica aquática ou rapiché nos Trombetas, do local denominado remansos próximos às cachoeiras, Cachoeira Porteira ao Remanso do In trechos lênticos dos rios principais, às ferno ou Parana do Defunto, local onde margens, em poças temporárias de o rio Trombetas abre-se formando uma águas de chuva ou cachoeira, igarapés rede de paranás ou canais. É onde de rio e à beira das estradas em Cacho ocorre uma interdigitação das áreas do eira Porteira, abrangendo todo o corpo precambriano e cenozóico; de água que apresentasse condições para o Gerridae se desenvolver. Foram 3) Zona de transição-Mapuera, encontrados gerrídeos em 12 dos 35 desde Cachoeira Porteira até a primeira pontos de coleta na Bacia Hidrográfica grande cachoeira (Cachoeira da Égua); do rio Trombetas. Todo o material 4) Médio Trombetas, área coletado está depositado na Coleção de compreendida entre o Remanso do In Invertebrados do Instituto Nacional de ferno e os formadores, excluindo-os, a Pesquisas da Amazônia (INPA), qual está caracterizada por formações Manaus, AM, Brasil. précambrianas, águas lóticas, trecho apresentando diversas cachoeiras, típico trecho Ritrai do rio; ÁREA DE ESTUDO 5) Médio Mapuera, à partir da Cachoeira da Égua aos formadores A Bacia do rio Trombetas está (Tauiní/Mapuerinha), analisado apenas compreendida entre as coordenadas até a Cachoeira da Bateria. geográficas 2°00'S-2°00'N e 55°30- 59°00'W (fig 1), desde as cabeceiras do 6) Formadores (cabeceiras), rio Trombetas na divisa do Brasil com compreende apenas os formadores a Guiana (rios Poana e Anamú), até a propriamente ditos do rio Trombetas: região do Baixo Trombetas (região do rios Poana e Anamu. lago Erepecu), entrando pelo rio Mapuera até a Cachoeira da Bateria. Distribuição Geográfica da A sua macro-diferenciação com Subfamília Gerrinae na Região base tanto nos conjuntos geológicos Amazônica. como na própria dinâmica dos cursos d'agua foi realizada da seguinte forma Na literatura existe em grande (fig 2): número registros quanto à distribuição 1) Baixo Trombetas, desde a genérica da Família Gerridae e em Figura 1. Mapa da América do Sul evidenciando a área trabalhada, Bacia Hidrográfica do Rio Trombetas, Pará, Brasil. número reduzido para espécies. ela), Brachymetra (Bolívia, Brasil, HUNGERFORD & MATSUDA, Guiana, Peru, Venezuela) e Eobates 1960, citam a distribuição para a (Peru). O gênero Limnogonus It.s. é região amazônica dos seguintes gêne considerado cosmopolita e Neogerris, ros: Tachygerris (Bolívia, Brasil, Peru subgenera de Limnogonus. e Suriname), Cylindrostethus (Brasil, Dados organizados de Bolívia, Guiana, Peru), Potamobates distribuição geográfica das espécies (Colômbia, Peru, Venezuela), descritas para a região amazônica, são Charmatometra (Colômbia, Venezu inexistentes. Relação de Tribos\gêneros\ espécies (sensu MATSUDA, 1960) na Bacia Hidrográfica do rio Trombetas. Gerrini Limnogonus Stai 1868 recurvus Drake & Harris, 1934 Neogerris Matsumura 1913 celeris Drake & Harris, 1934 lotus (White, 1878) Tachygerris Drake 1957 surinamensis Hungerford & Matsuda, 1958 Cylindrostethini Cylindrostethus Fieber 1861 palmaris Drake & Harris, 1934 Charmatometrini Brachymetra Mayrl865 totaShaw, 1933 Genero Limnogonus Stal 1868 Harris, Ann. Carnegie Mus. 23:202- 205 1868 - Limnogonus Stal, Herm. 1940 - Limnogonus Poisson, Fabr. 1:132. Bull. Soc. Sc. Bret. 17:(3-4):12-13. 1882 - Gerris (Lamprotrechus) 1942 - Limnogonus Kuitert, Reuter, Oefv. Finska Vet. Soc. Forh. Univ. Kansas Sc. BuII. 28:125 25:40. 1958 - Limnogonus Hungerford, 1898 - Limnogonus Champion, Proc. lOth. Intern. Congr. Ent. 1 : Biol. Centr. Amer., Rhynch. Heter. 346, f. 3. 2:151. 1959 - Limnogonus Hungerford 1909 - Limnogonus Kirkaldy e & Matsuda, J. Kansas ent. Soc. 32(1): Torre-Bueno, Proc. ent. Soc. Wash. 40-41. 1908, 10:210. 1960 - Limnogonus Hungerford 1911 - Gerris (Limnogonus) & Matsuda, Univ. Kansas Sc. Bull 41 Torre-Bueno, Trans. Amer. ent. Soc. (l):197-202. 32:244. Especie assinaladas para a Bacia 1917 - Tenagogonus van Duzee Amazonica : Limnogonus hyalinus (nec Stal, 1855). Cat. Hem.: 429 (FABRICIUS, 1803); L profugus Drake & Harris, 1930; L recurvus Drake & 1917 - Limnogonus Bergroth, Harris, 1930; L. ignotus Drake & Har- Proc. Nac. Mus. 51 (2150):237. ris, 1934; L. aduncus Drake & Harris, 1932 - Tenagogonus Anderson 1938, var. uncatus Kuitert, 1942. (nec Stal, 1855 ), Univ. Kansas Sc. Tipo; Hydrometra hyalina (Fa- Bull. 20:298. bricius) 1803 (por subsequente 1933 - Limnogonus Lundblad, designacao de KIRKALDY, 1906) Arch. Hydrob. Suppl. 12:374. Localidade - tipo : "Americae 1934 - Limnogonus Drake & Meridionalis aquis". Limnogonus recurvus Drake & 1930 - Neogerris : Harris, 1934 MATSUMURA, Illustr. Thous. Ins. Japan 1 : 14. in ANDERSEN, N.M., Material coletado : BRASIL, 1982 - Entomograph, vol.3. Scandi Pará : Cachoeira Anã, rio Trombetas navian Science Press.Klapenborg - (Médio Trombetas), remansos em Denamak. cachoeiras, 13.X.85, Equipe 1935 - Limnogonus Lundblad, Comander (INPA), 02 fêmeas Arch. Hydrobil. Thous. Ins. Jap. ápteras, 03 ninfas; Igarapé do Km 1(3): 214. 3,8 da Estrada que sai de Cachoeira 1959 - Limnogonus Porteira para a Balsa, 01.X.85, (Limnogonellus) HUNGERFORD & Equipe Comander (ΓΝΡΑ), 01 fêmea MATSUDA, J. Kansas Sc. ent. Soc. e 03 ninfas; Igarapé Nikihto, rio 32:40-41. Mapuera, 04.VI.86, Equipe Baracuxí, 04 ninfas. 1960 - Limnogonus (Limnogonellus) HUNGERFORD & Observações adicionais: L. MATSUDA, Univ. Kansas Sc. Bull. recurvus foi coletada tanto em igarapés 41(1):11. como na calha dos grandes rios, desde 1960 - Limnogonus o Médio até o Baixo Trombetas, (Limnogonellus) MATSUDA, Univ. incluindo o rio Mapuera; a segunda espécie de maior dispersão. Kansas Sc. Bull. 41(1):200. L. recurvus foi encontrada em 1961 - Limnogonus (Neogerris) estômagos de Acarás (Characidae) e HUNGERFORD & MATSUDA, Insecta Matsumurana 24:112-114. Traíras (Erythrinidae) pela pesquisa dora R. GONÇALVES conforme 1963 - Limnogonus informação do Dr. BENTO MASCA- (Limnogonellus) POISSON , Bull. RENHAS (MPEG). Inst. fr. Afr. noire (A)25:l 178. 1965 - Neogerris POISSON , Neogerris Matsumura, 1913 Bull. Inst. fr. Afr. noire (A)27:1488. Espécies assinaladas para a 1913 - Neogerris Matsumura, Bacia Amazônica: Neogerris lotus Thous. Ins. Japan, Add. : 99.1η (WHITE, 1878); Ν lubricus ANDERSEN, N.M., 1982 - (WHITE, 1879); Ν. celeris Drake & Entomograph, vol.3. Scandinavian Harris, 1934; N. celeris var. magnus Science Press. Klapenborg-Denamark. Kuitert, 1942;