Leonel De Moura Brizola Biografia
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1 Ano 4 - Nº 107 – 28 de junho de 2004 LLeeoonneell ddee MMoouurraa BBrriizzoollaa 11992222 -- 22000044 Editorial Na semana passada, testemunhamos multidões saindo às ruas, no Rio de Janeiro e no Rio G rande do S ul, para rev erenc iar L eonel de M oura B riz ola. T rata-se, sem dú v ida, de um fato polític o e soc ial q ue merec e uma reflex ã o mais aprofundada. E ste é o ob jetiv o do b oletim IHU On-Line desta semana. C om g rande c ompetê nc ia, a eq uipe de c omunic aç ã o do Instituto H umanitas U nisinos, mudando a pauta preparada anteriormente, b usc ou aux iliar na c ompreensã o de um período importante da v ida polític a b rasileira: o período V arg as, Jang o G oulart, a c adeia da leg alidade, o trab alhismo, o c hamado populismo. Nesta tarefa, nos ajudam as entrev istas c om historiadores e soc ió log os c omo Jorg e F erreira, G unter Ax t da P U C -RS , M aria C elina D ‘Araujo, da U F F e do C P D O C /F G V , Joã o T rajano S ento-S é da U F F , L uiz Alb erto M oniz B andeira e C ristov am B uarq ue. T amb é m entrev istamos os jornalistas F lá v io T av ares e P aulo M ark un, alé m de outras pessoas q ue c onv iv eram c om B riz ola c omo S ereno C haise, F lá v ia S c hilling e Joã o Av eline. E ste b oletim c onstitui-se, assim, num interessante sub sídio para o seminá rio A Era Vargas em Questão, q ue se realiz ará nos dias 23 a 25 de ag osto de 20 0 4 , aq ui na U nisinos, promov ido pelo Instituto H umanitas U nisinos œIH U œ e pelo P P G em H istó ria IHU On-Line, São Leopoldo, 28 de junho de 2004 2 da U nisinos. A div ulg aç ã o do ev ento atrasou por c ausa da long a neg oc iaç ã o para a c onfirmaç ã o da v inda de L eonel B riz ola para testemunhar sob re G etú lio V arg as por oc asiã o do 5 0 º aniv ersá rio da sua morte. Ainda neste nú mero, reproduz imos uma long a entrev ista, na editoria Aná lise de C onjuntura, de C ristov am B uarq ue c onc edida à Ag ê nc ia C arta M aior. A sua pub lic aç ã o na semana da morte de B riz ola ajuda a c ompreender melhor o B rasil no iníc io deste nov o sé c ulo, apó s G etú lio, Jang o e B riz ola. A todos e todas uma ó tima leitura e uma ex c elente semana! LEONEL DE MOURA BRIZOLA BIOGRAFIA As informaç ões sob re a v ida e a ob ra de L eonel B riz ola q ue apresentamos a seg uir, podem ser c omplementadas nos sítios http://busca.estadao.com.br/agestado/noticias e http://w w w .cati.com.br/noticia.asp? C odN otic= 30 8 A notícia de sua morte O presidente nacional do P D T , L eonel Briz ola, morreu na noite do ú ltimo dia 21 de junho de 20 0 4, aos 8 2 anos, de enfarte. Ele estava internado no H ospital S ã o L ucas, em C opacabana, bairro onde morava no R io de J aneiro. Briz ola teve uma infecç ã o pulmonar e foi submetido a uma bateria de ex ames. P or volta das 18 horas, q uando já estava liberado, o ex -governador do R io de J aneiro e do R io G rande do S ul teve uma parada cardiorrespirató ria e foi transferido para a emergê ncia, onde recebeu sedativos. O s médicos, entã o, passaram a lutar para reanimá -lo, mas Briz ola nã o reagiu. O diretor da U nidade C á rdio-Intensiva do H ospital S ã o L ucas, M arcos Batista, informou q ue a morte de Briz ola ocorreu à s 21h20 min. O médico contou q ue, durante a tentativa de reanimar o ex -governador, ele recebeu um marcapasso. E confirmou a causa oficial da morte: enfarte agudo do miocá rdio. O corpo do ex -governador do R io G rande do S ul e do R io de J aneiro, L eonel Briz ola, foi enterrado dia 24 de junho em S ã o Borja, na fronteira oeste do R io G rande do S ul. A cidade parou para acompanhar o cortejo q ue saiu da Igreja M atriz de S ã o F rancisco de Borja, no centro. O povo seguiu a pé o cortejo por q uase cinco q uilô metros até o cemitério J ardim da P az . N ã o houve cerimô nias oficiais, somente alguns pronunciamentos de autoridades do Estado e companheiros políticos q ue falaram sobre o líder trabalhista. Briz ola foi sepultado no jaz igo da família, onde já estavam sua mulher N euz a G oulart Briz ola e o ex -presidente J oã o G oulart. Leonel Brizola, um político radical e apaix onado C rítico, combativo, radical, ex atamente como era já nos idos de 19 45 - ele tinha entã o 23 anos - q uando entrou no recém-fundado P artido T rabalhista Brasileiro e mergulhou de cabeç a na causa do trabalhismo, pregada por G etú lio V argas. E antes nã o tinha sido diferente. N ascido de família humilde, o peq ueno L eonel bem cedo trabalhou como engrax ate e ascensorista e batalhou muito, depois, para completar o curso de engenharia em 19 49 . M as foi um misto de radicalismo e valentia q ue fez dele uma figura nacional. IHU On-Line, São Leopoldo, 28 de junho de 2004 3 ,mbalado nas campanhas do P T B gaú cho, foi deputado federal em 19 54. N o ano seguinte, prefeito de P orto A legre, e em 19 58 , aos 36 anos, elegeu-se governador do R io G rande do S ul. o Palácio Piratini para o palco da política nacional foi um simples passo O P aís vivia, a meio caminho do governo de J uscelino K ubitschek , um intenso debate entre nacionalismo, mais à esq uerda, e um modelo econô mico liberal, pró -americano, à direita. O engenheiro, como começ avam a chamá -lo, simplesmente estatiz ou empresas multinacionais e começ ou um processo de reforma agrá ria. A renú ncia de J â nio Q uadros, em 19 61, o levou a criar e comandar uma "cadeia da legalidade" para garantir a posse do vice-presidente J oã o G oulart, q ue os militares da época nã o aprovavam. M icrofone na mã o, voz dramá tica, ele falava em patriotismo e desafiava os militares. P regava em comícios e auditó rios em defesa das chamadas reformas de base. Modelos Em 19 62, foi o deputado mais votado do P aís, pelo R io de J aneiro. Ele, do P T B, de um lado, e C arlos L acerda, do outro, pela U D N , travaram uma batalha histó rica em torno de um modelo para o Brasil. L acerda e os militares venceram, em 19 64, e Briz ola foi cassado. Ex ilado no U ruguai, foi de lá ex pulso em 19 77, indo viver nos Estados U nidos e depois em P ortugal. S ua volta ao P aís, com os anistiados de 19 79 , foi marcada por um trauma: a sigla P T B foi "tomada" dele, na reorganiz aç ã o partidá ria de entã o, por Ivete V argas, e lhe restou fundar um novo partido, o P artido D emocrá tico T rabalhista, P D T . P elo P D T , ele governou por duas vez es o R io de J aneiro, em 19 8 2 e em 19 9 0 . T entou duas vez es a P residê ncia, perdendo para F ernando C ollor em 19 8 9 e para F ernando H enriq ue C ardoso em 19 9 4. A margou uma terceira derrota em 19 9 8 , como vice de L uiz Iná cio L ula da S ilva. R estavam-lhe o prestígio internacional, como militante da Internacional S ocialista - da q ual ainda era vice-presidente - e a amiz ade com figuras como M á rio S oares, F elipe G onz alez e outros líderes. N os ú ltimos dez anos, seu P D T perdeu espaç o na esq uerda nacional, e ele passou a criticar L ula e o P T . Saiba mais sobre Brizola L eonel de M oura Briz ola nasceu em 22 de janeiro de 19 22 no povoado de C ruz inha, q ue pertenceu a P asso F undo (R S ) até 19 31, q uando passou à jurisdiç ã o de C araz inho (R S ). S eu pai, o lavrador J osé de O liveira Briz ola, morreu na R evoluç ã o F ederalista de 19 23, lutando nas tropas de J oaq uim F rancisco de A ssis Brasil, q ue combatiam os republicanos de Borges de M edeiros.