A Açucarocracia De Pernambuco E a Câmara Municipal De Olinda Nas Primeiras Décadas Do Século XVIII

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A Açucarocracia De Pernambuco E a Câmara Municipal De Olinda Nas Primeiras Décadas Do Século XVIII UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO‐UFPE CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS‐GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA Uma elite em crise: a açucarocracia de Pernambuco e a Câmara Municipal de Olinda nas primeiras décadas do século XVIII. Breno Almeida Vaz Lisboa Recife, 2011 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO‐UFPE CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS‐GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA Uma elite em crise: a açucarocracia de Pernambuco e a Câmara Municipal de Olinda nas primeiras décadas do século XVIII. Breno Almeida Vaz Lisboa Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em História sob a orientação do Prof. Dr. George Félix Cabral de Souza Recife, 2011 Catalogação na fonte Bibliotecária Maria do Carmo de Paiva, CRB4-1291 L769u Lisboa, Breno Almeida Vaz. Uma elite em crise : a açucarocracia de Pernambuco e a Câmara Municipal de Olinda nas primeiras décadas do século XVIII / Breno Almeida Vaz Lisboa. – Recife: O autor, 2011. 224 f. : il. ; 30 cm. Orientador: Prof. Dr. George Félix Cabral de Souza. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, CFCH. Programa de Pós Graduação em História, 2011. Inclui bibliografia e anexos. 1. História. 2. Pernambuco - História. 3. Açúcar. 4. Elites (Ciências sociais). 5. Câmara municipal – Olinda – Séc. XVIII. I. Souza, George Félix Cabral de (Orientador). II. Titulo. 981.34 CDD (22.ed.) UFPE (CFCH2011-98) A José Pedro Lisboa e Firmina Alves Lisboa Agradecimentos É hora de olhar um pouquinho para trás e lembrar as pessoas que tornaram possível a realização deste trabalho. Refiro-me não só àqueles que estiveram envolvidos diretamente ou indiretamente com a formação desta dissertação, mas também a todos que já estavam ou passaram por minha vida durante esse período. Sinceramente, quando saí de Paulo Afonso, na Bahia, em dezembro de 1995, nem imaginava ser historiador, ainda menos que chegaria a um mestrado e lecionaria em uma faculdade. Pode não parecer muito para alguns, mas tenham certeza de que o tamanho do orgulho que meus pais sentem por isso nem cabe nesse texto. É sem dúvida a eles que devo isso. O esforço que eles fizeram para que eu pudesse chegar até aqui foi de uma magnitude tão grande que é difícil expressar literalmente. Enfim, mais do que um historiador, me tornei um homem, alguém que mesmo distante orgulha aqueles dois senhores lá do sertão da Bahia. Assim, agradeço a todos de minha família: José Lisboa Filho e Elza Maria Almeida Vaz Lisboa (meus pais) Rômulo, Filipe e Vitor (meus irmãos). Obrigado por tudo! Agradeço ao professor Alberon Lemos (UPE) que me iniciou nos meandros da pesquisa histórica, sempre me atendendo com atenção e carinho. Sempre disposto a ajudar, foi de grande importância na minha formação. Não posso esquecer a pessoa que esteve mais diretamente envolvida com todos os passos deste trabalho, meu orientador George Félix Cabral de Souza. Foi com ele que descobri o mundo do poder e das elites no Brasil colonial e a partir daí, através de várias conversas, chegamos à nossa temática da pesquisa. Sua grande competência e conhecimento nas temáticas que trabalhei foram essenciais para a pesquisa. Além disso, sua leitura atenta dos meus textos trouxe mais rigor à dissertação, algo que considero fundamental. Agradeço também às conversas descontraídas e descompromissadas, sempre nos rendendo boas risadas. Valeu George! Aos professores da UFPE Marília Ribeiro e Virgínia Almoedo pelas preciosas dicas no momento da banca de qualificação. A esta última professora agradeço ainda pela indicação de documentos importantes. A professora Adriana Romeiro (UFMG), pelo profícuo diálogo em torno de temas do nosso interesse. Além disso, sua grande gentileza fez com que cedesse em primeira mão um texto seu ainda não publicado e que usei nesta dissertação. A professora Maria Fernanda Bicalho (UFF), pelas dicas importantes e pela gentileza com a qual sempre me atendeu. Ao gaúcho Adriano Comissoli (Doutor em História pela UFRJ), que acompanhou este trabalho desde o início e deu várias dicas importantes. Valeu pelo apoio e pelas agradáveis conversas via internet! Aos colegas da minha turma de mestrado da UFPE, pelas várias ocasiões de troca de ideias e agradáveis momentos juntos. Turma boa, tenho um grande carinho por todos. Especialmente Ezequiel Canário, que já conhecia muito antes de imaginarmos que faríamos mestrado juntos. Amigo “das antigas”, nossos momentos de descontração e “Rock´n´Roll” vem de longos anos, mas nestes últimos dois anos nosso diálogo acadêmico, troca de informações e ajuda mútua foram essenciais. Valeu por tudo, jogador! A secretaria da pós-graduação em História da UFPE, na pessoa de Sandra Regina. Tenho que agradecer pela sua educação e extrema gentileza com que sempre me atendeu. Sempre disposta a ajudar e resolver as nossas “broncas”, é um exemplo de profissional. Aos professores, funcionários e alunos da FAL (Faculdade Líder) em São Lourenço da Mata, pelo constante apoio e amizade. Agradeço aos meus alunos pelos ótimos momentos que passamos juntos em sala de aula discutindo História e pelos grandes momentos de alegria e descontração nas viagens e outros momentos fora da sala de aula. Aos amigos e foliões do bloco da U.V.A, do qual sou presidente, que tornaram meus últimos carnavais uma alegria sem tamanho, renovando sempre minha motivação para prosseguir no trabalho. Aos amigos da Bodega do Isaldo, no Cordeiro, pertinho da minha casa, onde passei valorosos momentos de alegria, descontração e amizade. Momentos esses que nas minhas horas de folga foram de extrema importância para aliviar as eventuais tensões durante a pesquisa e a escrita da dissertação. Em especial a Isaldo e Manoel “boca de álcool”, que me proporcionaram os momentos mais engraçados e as melhores risadas nestes últimos dois anos. Enfim, a todos os familiares, amigos, “ficantes”, namoradas e esposas que passaram pela minha vida durante esse período, meu muito obrigado! “Se um veleiro repousasse na palma da minha mão, sopraria com sentimento e deixaria seguir sempre rumo ao meu coração. Meu coração, a calma de um mar, que guarda tamanhos segredos, diversos naufragados e sem tempo. Rimas de ventos e velas, Vida quem vem e que vai. A solidão que fica e entra, me arremessando contra o cais.” Jessé - “Porto Solidão” Resumo Este trabalho se dedica a estudar a Câmara de Olinda nas primeiras décadas do século XVIII, após a Guerra dos Mascates. Neste caso, buscamos perceber não simplesmente o funcionamento da instituição, mas como era ela usada para viabilizar os interesses das elites locais. Assim o fazemos levando em conta que uma das principais características de uma câmara municipal no mundo ultramarino português era representar os interesses e demandas das elites coloniais. Também buscamos perceber como a açucarocracia de Olinda reage à derrota na Guerra dos Mascates e de que forma passa a conviver com um novo núcleo de poder local, a Câmara do Recife, enfatizando que se trata de um período de tensão ainda reinante na capitania. Além disso, analisamos nesse contexto como a Câmara de Olinda se relaciona com os outros poderes da capitania, destacando eventuais problemas e conflitos em torno da governança da terra. De tal forma que as relações entre poder local e poder central e a capacidade de negociação das elites do açúcar de Olinda com a Coroa nortearam nossa análise neste trabalho. Assim, percebemos que as ações da Coroa na capitania eram pensadas e repensadas levando sempre em conta o orgulho e a tradição revoltosa da nobreza da terra. Palavras chave: Câmara de Olinda. Açucarocracia. Nobreza da Terra. Abstract This work is dedicated to studying the Camera of Olinda in the first decades of the eighteenth century after the War of Hawkers. In this case we seek to understand not just the functioning of the institution, but as it was used for the interests of local elites. So we do take into account that one of the main tasks of a town hall in the world the Portuguese overseas was to represent the interests and demands of the colonial elites. We also seek to understand how the “açucarocracia” of Olinda reacts to loss in the War of Hawkers and how it is to live with a new core of local government, the City of Recife, emphasizing that it is a period of tension still prevailed in the Captaincy. In addition, we analyze in this context as the Camera of Olinda relates to the other branches of the captaincy, highlighting potential problems and conflicts around the governance of the land. So that relations between local and central government and the bargaining power of the elite of the sugar of Olinda with the Crown guided our analysis in this work. Thus we see that the actions of the Crown in the captaincy were thought and rethought always taking into account the rebellious pride and tradition of the landed nobility. Keywords: Chamber of Olinda. Açucarocracia. Nobility of the Earth. Sumário Lista de abreviaturas.................................................................................9 Introdução.................................................................................................10 Capítulo 1- “Um barril de pólvora chamado Pernambuco”: crise econômica, afirmação e orgulho da nobreza da terra...........................................................................................................22 1.1. A crise da açucarocracia......................................................22 1.2. O desprestígio de
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