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DIAGNÓSTICO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DE ALGUMAS ANGIOSPERMAS NO PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA, BRASIL*

Conservation diagnosis of some angiosperms in National Park of Itatiaia, Brazil

Katiuss Ferreira Borges 1, Tielen Viana da Silva 1, Jônatas de Souza Mercedes 1, Lais de Almeida Bezerra 1, Maria Júlia Groppa Rodrigues 1, Sabrina do Nascimento Silva 1, Daiane Barbosa da Silva 1, Tatiani Yuriko Souza Kikuche 1, João Victor de Souza Castelar 1 & Michaele Alvim Milward-de-Azevedo 1,2, 3

1Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Pós-graduação em Biologia Vegetal, Rua São Francisco Xavier, nº 524, Maracanã, Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha, 2º andar, sala 229B, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 20550-013, Brasil. 2Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Campus Três Rios, Departamento de Ciências do Meio Ambiente, Laboratório de Biologia Vegetal, Av. Prefeito Alberto da Silva Lavinas 1847, Centro, Três Rios, RJ, CEP: 25802-100, Brasil. 3Autor para correspondência: [email protected], ORCID: 0000-0001- 8076-5561 ______

Resumo: As Unidades de Conservação (UCs) são áreas importantes para conservação in situ de toda a biodiversidade vegetal, principalmente para as espécies endêmicas e em estado de risco de extinção. Considerada a primeira UC do país, o Parque Nacional do Itatiaia (PNI) é um importante patrimônio para a manutenção da nossa biodiversidade. Um levantamento sobre o estado de conservação das Angiospermas do PNI foi realizado afim de atualizar a lista de espécies em estado de ameaça de extinção, e fornecer subsídios para criação de políticas públicas e ações conservacionistas. Foram selecionadas as famílias com as maiores riquezas de espécies no PNI: Acanthaceae, Apocynaceae, Araceae, Asteraceae, Bignoniaceae, Bromeliaceae, Euphorbiaceae, , Lamiaceae, Melastomataceae, , Orchidaceae, Piperaceae, Poaceae, Rubiaceae, Sapindaceae e Solanaceae, de acordo com o Catálogo de Plantas das Unidades de Conservação do Brasil. Foram verificadas 39 espécies consideradas em estado de ameaça, com 5% (2 espécies) Criticamente em Perigo, 54% (21) Em Perigo e 41% (16) como Vulneráveis, e 24 espécies categorizadas como Quase Ameaçadas (NT) e Dados Insuficientes (DD). As famílias com maior número de espécies em estado de ameaçada foram: Orchidaceae (9 spp.), Asteraceae (7 spp.), Bromeliaceae (5 ssp.), Myrtaceae (5 ssp.) e Rubiaceae (5 spp.), o que corresponde aproximadamente 79% das espécies levantadas. Palavras-chave: conservação da biodiversidade, Mata Atlântica, Unidade de conservação.

Abstract: The Conservation Units (UCs) are important areas for the conservation in situ of all biodiversity, especially for endemic and . Considered the first conservation unit of Brazil, the Itatiaia National Park (PNI) is an important patrimony for maintaining of the biodiversity. A survey of the of the Park's

*Editor de área: Ana Carolina Mezzonato-Pires | Edição: Luís Felipe Skinner | Recebido em 02 de março de 2020 | Aceito em 26 de maio de 2020 | Publicado em 14 de junho de 2020, em comemoração Aniversário de 83 anos do Parque Nacional de Itatiaia.

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Angiosperms was conducted to update the list of endangered species, and to provide input for public policy and conservation actions. The families with the highest species richness in the PNI were selected: Acanthaceae, Apocynaceae, Araceae, Asteraceae, Bignoniaceae, Bromeliaceae, Euphorbiaceae, Fabaceae, Lamiaceae, Melastomataceae, Myrtaceae, Orchidaceae, Piperaceae, Poaceae Sapaceae, Rubaceae, the Plant Catalog of Conservation Units of Brazil. A total of 39 threatened species were found, with 5% (2 species) critically endangered, 54% (21) endangered and 41% (16) as vulnerable, and 24 species categorized as Near Threatened and Insufficient Data (DD). The families with the largest number of endangered species were Orchidaceae (9 spp.), Asteraceae (7 spp.), Bromeliaceae (5 ssp.), Myrtaceae (5 ssp.) and Rubiaceae (5 spp.), approximately 79% of the species surveyed. Key words- Atlantic Forest, biodiversity's conservation, Conservation unit.

Introdução O bioma Mata Atlântica encontra-se em pequenos fragmentos florestais (Galindo-Leal & Câmara 2005). Atualmente, segundo o Ministério do Meio Ambiente - MMA (2019), restam apenas 29% da cobertura original e mesmo com alta fragmentação estima-se que ocorram 20 mil espécies vegetais, sendo muitas endêmicas e/ou sofrendo algum grau de ameaça. Tal acolhimento, representa cuidados que devem ser tomados em relação a proteção de espécies nativas ameaçadas (MMA 2019). As áreas protegidas são importantes para conservação in situ de toda a biodiversidade vegetal, principalmente para as espécies endêmicas e em estado de risco. As Unidades de Conservação são fontes de pesquisas, educação ambiental, conservação da biodiversidade e de grande aporte de informações. Apesar de esforços e do crescimento da pesquisa nessas áreas, ainda temos espécies com mais de 100 anos sem novos registros de ocorrência e mais de 50% das espécies endêmicas categorizadas como Dados Insuficiente (DD) (Martinelli et al. 2018). Em 2007, só o estado de Minas Gerais contemplou 520 espécies de angiospermas ameaçadas de extinção, distribuídas em 63 famílias botânicas, sendo Asteraceae a família de maior destaque com 124 espécies ameaçadas, seguida de Fabaceae com 43 espécies (BIODIVERSITAS 2007), atualmente, este dado não está atualizado. Já o estado do Rio de Janeiro contempla 884 espécies endêmicas, representadas por 100 famílias botânicas, e com cerca de 513 espécies ameaçadas de extinção (Martinelli et al. 2018). Instituído em 1937, por um Decreto Federal, o Parque Nacional do Itatiaia (PNI) foi o primeiro parque nacional criado devido ao conhecimento científico que era gerado naquela região por pesquisadores nacionais, principalmente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), e estrangeiros (Brandão 2017), com o objetivo de preservar a biodiversidade da Serra da Mantiqueira, devido a sua relevância ambiental, paisagística e sensação de bem-estar, além de sua posição estratégica entre grandes centros do país (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo). Localizado ao Sul dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, o PNI é considerado um centro de diversidade e endemismo da fauna e da flora (Costa et al. 2015) devido a sua ampla

18 Diversidade e Gestão 4: 17-45. 2020 e-ISSN: 2527-0044 http://itr.ufrrj.br/diversidadeegestao/ variação de altitude (700-2.787m) e presença de diferentes formações da vegetação: florestas estacionais semideciduais e ombrófilas densas baixo montana, montana e alto montana, florestas de araucárias e campos de altitude (Catálogo de Plantas das Unidades de Conservação do Brasil 2019). Umas das primeira listas de espécies do PNI foi publicada por Alexandre Curt Brade em 1956, com 445 espécies (Catálogo de Plantas das Unidades de Conservação do Brasil 2019). Em 2018, uma nova lista de 2.642 espécies foi publicada por um grupo de taxonomistas, mostrando grande esforço dos pesquisadores para o aumento do conhecimento da flora do PNI (Carrijo et al. 2018). Essa listagem foi atualizada recentemente, somando 2.316 espécies de plantas vasculares, sendo 2.238 nativas e 78 não nativas (Moreira et al. 2020). O objetivo deste trabalho foi analisar e avaliar as espécies de famílias de Angiospermas com maior riqueza, da flora do PNI, pertencentes ao Catálogo de Plantas das Unidades de Conservação do Brasil - Lista de espécies de plantas terrestres do Parque Nacional do Itatiaia (Carrijo et al. 2018), gerando uma listagem das espécies em estado de ameaça e fornecendo subsídios para as tomadas de decisões e criação de políticas públicas para estabelecer prioridades de ações conservacionistas.

Material e Métodos O PNI está localizado na região Sudeste do Brasil entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, inserido na Serra da Mantiqueira (Figura 1). O Parque possui uma área de cerca de 30.000 ha, abrangendo os municípios de Itatiaia e Resende (RJ) e Alagoa, Bocaina de Minas e Itamonte (MG), entre as coordenadas 22º16’-22º28’S e 44º34’-44º42’W (FBDS 2000, IBAMA 2007).

Figura 1. Mapa de localização do Parque Nacional do Itatiaia, Brasil.

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O clima da região é classificado, segundo Köppen, como subtropical de altitude (Cwb), com verão brando e estação chuvosa no verão nas regiões acima dos 1.600 m de altitude, e clima temperado com verão ameno (Cfb), com chuvas uniformemente distribuídas e sem estação seca nas partes baixas das encostas montanhosas (Furtado et al. 2001). A temperatura média anual no planalto é de 11,4°C, com temperaturas inferiores a 0°C e ocorrência frequente de geadas durante o inverno (Furtado et al. 2001). Foram selecionadas as famílias de angiospermas com as maiores riquezas de espécies no PNI: Acanthaceae, Apocynaceae, Araceae, Asteraceae, Bignoniaceae, Bromeliaceae, Euphorbiaceae, Fabaceae, Lamiaceae, Melastomataceae, Myrtaceae, Orchidaceae, Piperaceae, Poaceae, Rubiaceae, Sapindaceae e Solanaceae, de acordo com o Catálogo de Plantas das Unidades de Conservação do Brasil - Lista de espécies de plantas terrestres do Parque Nacional do Itatiaia (Carrijo et al. 2018), para o levantamento das espécies pertencentes à lista vermelha. A análise das famílias botânicas foi realizada abrangendo toda área do parque. Desta forma, todo o gradiente altitudinal e fitofisionômico foi considerado, a saber: Floresta Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana, Floresta Ombrófila Mista Montana, Floresta Estacional Semidecidual Montana e Campo de Altitude. O grau de ameaça das espécies encontradas, baseados nas categorias estabelecidas pela IUCN (IUCN 2019), foram confirmados nos sítios eletrônicos do Centro Nacional de Conservação da Flora – CNCFlora (http://cncflora.jbrj.gov.br/portal), Flora do Brasil 2020 (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/), Catálogo da Flora do estado do Rio de Janeiro (https://florariojaneiro.jbrj.gov.br/consulta.php) e Fundação Biodiversitas (http://www.biodiversitas.org.br/), assim como na literatura consultada: Martinelli & Moraes (2013), Martinelli et al. (2018) e Moreira et al. (2020). A nomenclatura atualmente aceita e se as espécies são endêmicas ou não, foram verificados no sítio eletrônicos da Flora do Brasil 2020. Após a confirmação do grau de ameaça geral das espécies encontradas, as mesmas foram conferidas se estão presentes ou não, no Anexo I da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA 2008), e na Lista Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção, publicada pela Portaria MMA nº443, de 17 de dezembro de 2014 (MMA 2014). As avaliações do valor ornamental e do interesse das espécies foi consultado em: CNCFlora (2012), Lorenzi (2002a, 2002b, 2009), Lorenzi & Souza (2008) e Martinelli & Moraes (2013). A obtenção dos dados geográficos de ocorrência das espécies, foram realizados através da visualização do acervo digital dos materiais depositados nos herbários, nos sítios eletrônicos do JABOT

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(http://aplicacoes.jbrj.gov.br/jabot/v2/consulta.php) e Species Link (http://splink.cria.org.br/). Os acrônimos dos herbários estão de acordo com Thiers (2020). O cálculo da Área de Ocupação (AOO) e Extensão de Ocorrência (EOO) das espécies que ocorrem na área do PNI foram realizados utilizando a ferramenta GeoCAT (http://geocat.kew.org/editor), utilizando o Grid de 2 km, conforme recomendado pela IUCN (2019), para aquelas com ao menos três registros de ocorrência dentro do PNI, estabelecendo desta forma a categoria de ameaça das espécies no âmbito do PNI (Status PNI, Quadros 1 e 2).

Resultados e Discussão Das famílias de Angiospermas avaliadas, foram verificadas 39 espécies consideradas em estado de ameaça no PNI (Quadro 1), de acordo com o CNCFlora (2012), Martinelli & Moraes (2013) e Martinelli et al. (2018). Destas, 5% (2 espécies) são consideradas criticamente em perigo, 54% (21) em perigo e 41% (16) como vulneráveis (Quadro 1). Deste total, apenas seis espécies não são exclusivas do domínio Mata Atlântica. Aproximadamente 90% das espécies avaliadas são endêmicas do Brasil (35 espécies), e 23% (9 espécies) são endêmicas do estado do Rio de Janeiro ou Minas Gerais (Quadro 1). As famílias com maior número de espécies em estado de ameaçada foram: Orchidaceae (9 spp.), Asteraceae (7 spp.), Bromeliaceae (5 ssp.), Myrtaceae (5 ssp.) e Rubiaceae (5 spp.), o que corresponde aproximadamente 79% das espécies levantadas (Quadro 1). De todas as espécies avaliadas (Quadro 1), 72% (28 espécies) estão protegidas contra exploração por Lei, de acordo com o Anexo I da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA 2008), e a Lista Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção, publicada pela Portaria MMA nº443, de 17 de dezembro de 2014 (MMA 2014). O Quadro 2 apresenta 24 espécies ocorrentes no PNI que são categorizadas como Quase Ameaçadas (NT) ou como Dados Insuficientes (DD). Destas, apenas Rudgea triflora Benth (Rubiaceae) é endêmica do Rio de Janeiro e Quesnelia augusto-coburgii Wawra ocorre nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, 96% (23 espécies) são endêmicas do Brasil, e somente Miconia longicuspis Cogn. E Symphyopappus lymansmithii B. L. Rob. (Asteraceae) estão protegidas pelo Anexo I da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA 2008). Zygopetalum pedicellatum (Thunb.) Garay (Orchidaceae), classificada como Quase Ameaçada (NT), de acordo com a Lista da Flora de Ameaçadas de Minas Gerais da Fundação Biodiversitas, apresenta-se como Criticamente em Perigo (CR). Rudgea nobilis Müll.Arg (Rubiaceae) e Quesnelia augusto- coburgii Wawra (Bromeliaceae), classificadas também como Quase

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Ameaçadas (NT), de acordo com o Catálogo da Flora do Estado do Rio de Janeiro, apresentam-se como Em Perigo (EN). Já Vriesea morrenii Wawra (Bromeliaceae), classificada como Dados Insuficientes (DD), e Miconia longicuspis Cogn. (Melastomataceae), Nidularium marigoi Leme, Vriesea itatiaiae Wawra (Bromeliaceae) e Cattleya bicolor Lindl. (Orchidaceae), classificadas como Quase Ameaçadas (NT), são categorizadas como Vulneráveis (VU), no Catálogo da Flora do Estado do Rio de Janeiro e/ou Lista da Flora de Ameaçadas de Minas Gerais da Fundação Biodiversitas (Quadro 2). Dentre todas as espécies avaliadas, a família Orchidaceae apresentou cinco espécies legalmente protegidas, de acordo com a convenção sobre o comércio internacional de espécies selvagens da flora e fauna (UNEP-WCMC 2019), provavelmente devido ao seu alto valor ornamental (Quadros 1 e 2). Os Quadros 1 e 2 apresentam juntas 26 espécies em que o último registro foi há mais de 30 anos no PNI, o que indica que essas plantas estejam possivelmente extintas na natureza, de acordo com os critérios da IUCN (2019). Porém, de acordo com Penedo et al. (2015), recomenda-se uma classificação de precaução, utilizando CR (criticamente em perigo), adicionado de uma marca extra à sigla (CR*), indicando que além de ser criticamente ameaçado, a espécie está provavelmente extinta. Esta medida, além de garantir a proteção legal das espécies e o desenvolvimento de ações de conservação (Martinelli & Moraes 2013), é mais apropriada em vista das recentes redescobertas documentadas (Penedo et al. 2015). Das 63 espécies avaliadas, nos Quadros 1 e 2, 16% (10 spp.) são consideradas como ornamentais e 8% (5 spp.) comerciais, de acordo com a bibliografia consultada. Estas representam apenas espécies das famílias Fabaceae, Myrtaceae e Orchidaceae. A exploração das espécies de Fabaceae deve-se pelo seu alto potencial madeireiro na indústria moveleira, carpintaria e construção civil (CNCFlora 2012). Já a espécie de Myrtaceae, hirsuta Gardner, é uma planta ornamental e com frutos comestíveis, principalmente processados na forma de sucos e geleias, utilizados em pomares domésticos (Lorenzi 2009). Já as Orchidaceae encontram-se ameaçadas por seu uso ornamental (CNCFlora 2012). Um dos fatores que interfere no grande indíce de indivíduos das Orchidaceae, é o extrativismo das espécies devido ao seu latente potencial ornamental, pois seu porte pequeno e peso leve, favorecem que as mesmas sejam retiradas com facilidade das unidades de conservação para vendas clandestinas e programas de melhoramento de orquidários (Barros 2007). As orquídeas possuem diversos fatores que limitam sua dispersão e expansão de distribuição geográfica, já que as sementes da maioria das espécies não possuem endosperma (Pridgeon et al. 1999). Apesar de apresentar características para uma boa dispersão, como cápsulas que produzem pelo menos 6.000 sementes em espécies terrícolas, e centenas de

22 Diversidade e Gestão 4: 17-45. 2020 e-ISSN: 2527-0044 http://itr.ufrrj.br/diversidadeegestao/ milhares de sementes em espécies epífitas, com tamanhos entre 0,15-6 mm de comprimento, facilmente dispersadas pelo vento (Pridgeon et al. 1999), a dispersão é limitada e dependente de fatores climáticos e ecológicos, o que inibe uma disseminação eficiente das espécies (Sanford 1974). Além disso, o sucesso da germinação e o estabelecimento de novas plântulas é associado às condições físicas que permitam a presença de um fungo específico que formará uma micorriza com as sementes (Dressler 1981). Orchidaceae, família que apresentou o maior número de espécies em estado de ameaça, apresenta no levantamento realizado por Carrijo et al. (2018), 216 espécies ocorrentes no PNI, porém Barberena (2010) listou um total de 226 espécies. As espécies Octomeria itatiaiae Brade & Pabst e Campylocentrum itatiaiae E. Pessoa & M. Alves apresentam ambas status de conservação NE (espécie não avaliada), porém são espécies com coletas antigas, 1937 e 1938, respectivamente, representadas apenas pelo material tipo depositado no Herbário RB e endêmicas do PNI, o que nos indica o provável desaparecimento dessa espécie e sua extinção. Estas espécies foram adicionadas ao Quadro 2. As espécies avaliadas de acordo com a AOO e EOO no PNI retrataram o status CR (criticamente em perigo) devido à baixa amostragem de coletas e depósitos destas em herbários. Barberena (2010) afirmou que as espécies da família Orchidaceae possuíam poucos registros nos herbários e que não havia novas coletas há décadas. Além disso, o autor afirma que as poucas informações disponíveis sobre a riqueza da família são provenientes dos estudos de Porto (1915) e de Brade (1956), dados estes desatualizados para o cenário atual. Dentre as espécies listadas como ameaçadas, somente quatro foram coletadas no últimos 10 anos por Barberena (2010): Epidendrum henschenii Barb.Rodr., Octomeria chamaeleptotes Rchb.f. , Octomeria hatschbachii Schltr . e Zootrophion atropurpureum (Lindl.) Luer. O restante das espécies datam entre 74 a 105 anos sem novos registros. Apesar de um crescente aumento de coletas e levantamentos florísticos para Unidades de Conservação, os estudos mais recentes para Orchidaceae ainda são pouco expressivos no Brasil. Para a região Sudeste, pode-se destacar os trabalhos de Forster (2002), Menini Neto (2004a, b), Barbero (2007), Menini Neto et al. (2007), Romanini & Barros (2007), Pansarin & Pansarin (2008) e Abreu et al. (2011), e especificamente para o estado do Rio de Janeiro, os estudos de Miller et al. (2006), Cunha & Forzza (2007), e Sadii (2008), realizados, respectivamente, no Parque Natural Municipal da Prainha, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, e nos Afloramentos Rochosos da Pedra da Gávea, que, neste caso, integram o Parque Nacional da Tijuca. No PNI só se destaca o trabalho realizado por Barberena (2010). As espécies Anathallis radialis (Porto & Brade) Pridgeon & M.W.Chase, Habenaria achalensis Kraenzl. e Isabelia virginalis Barb.Rodr. , têm seus

23 Diversidade e Gestão 4: 17-45. 2020 e-ISSN: 2527-0044 http://itr.ufrrj.br/diversidadeegestao/ registros concentrados em áreas de grande interferência antrópica devido ao desenvolvimento agropecuário e crescimento urbano (CNCFlora 2012). As espécies Cattleya bicolor Lindl., Epidendrum henschenii Barb.Rodr. , Neogardneria murrayana (Gardner ex Hook.) Schltr. ex Garay , Octomeria hatschbachii Schltr. e Zygopetalum pedicellatum Garay encontram-se ameaçadas devido a grande perda de seu habitat (CNCFlora 2012). Octomeria chamaeleptotes Rchb.f. encontra-se em risco devido a sua população ser totalmente fragmentada e ameaças como o fogo (CNCFlora 2012). A espécie Zootrophion atropurpureum é uma micro orquídea que ocorre em vários fragmentos de Mata Atlântica, no entanto, a espécie encontra-se Criticamente em Perigo (CR) no Espírito Santo, e por isso, sua ocorrência para outros locais pode estar também ameaçada (CNCFlora 2012). A família Asteraceae possui a maior riqueza de espécies no PNI, segundo Alves et al. (2016), sendo listadas 183 espécies por Carrijo et al. (2018). Destas, Campuloclinium parvulum (Glaz.) R.M.King & H.Rob. é considerada vulnerável de acordo com o CNCFlora (2012), ocorrendo nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No entanto, o Livro Vermelho da Flora do Brasil (2013) relata sua distribuição apenas em Minas Gerais e em São Paulo. Considerando que as últimas coletas da espécie no Rio de Janeiro (PNI) depositadas em herbários aconteceram na década de 1940, a espécie pode já estar extinta no estado. As espécies de Asteraceae sofrem com as atividades antrópicas realizadas no entorno e interior do PNI, como por exemplo, os frequentes incêndios que incidem sobre os Campos de Altitude (MMA 2008). As espécies do gênero Mikania Willd. despertam interesse do ponto de vista medicinal (Fierro et al . 1999, Do Amaral et al . 2003), apesar de faltarem estudos para as espécies que estão em situação de ameaça no PNI, Mikania additicia B.L.Rob. e Mikania argyreiae DC. , neste aspecto, pode ser relevante para iniciativas de conservação destas espécies. Stevia organensis Gardner, considerada como Em Perigo (EN) (Martinelli et al. 2018) e como Quase Ameaçada (NT) (Moreira et al. 2020), é uma espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro, ocorrendo no PNI, Parque Nacional Serra dos Órgãos e no Pico do Caledônia, em Nova Friburgo, e o registro mais recente, foi realizado em 2007, por M. Nadruz 1.775 (RB), para o Parque Nacional Serra dos Órgãos. Bromeliaceae apresenta-se como uma das principais famílias que podem estar ameaçadas pela incidência de incêndios naturais e, ou, propositais, quase que anuais, que resultam no declínio contínuo da qualidade do hábitat e do número de indivíduos maduros (Aximoff & Rodrigues 2011), principalmente na área de Planalto, onde várias herbáceas epífitas são endêmicas e algumas espécies apresentam distribuição restrita,

24 Diversidade e Gestão 4: 17-45. 2020 e-ISSN: 2527-0044 http://itr.ufrrj.br/diversidadeegestao/ como por exemplo, destaca-se Fernseea itatiaiae (Wawra) Baker (IBDF 1982, Negrelle et al . 2011). Apesar das espécies de Bromeliaceae levantadas neste trabalho estarem sujeitas ao risco de extinção, a Lista Vermelha da Flora do Brasil citou apenas Nidularium itatiaiae L.B. Sm., como sendo protegida pelo PNI. Semelhante ao que acontece com os representantes da família Orchidaceae no PNI, várias bromeliáceas por apresentarem alto potencial ornamental, são passíveis ao extrativismo, causando a redução das suas populações (Manetti et al . 2009). Por fim, o aumento das atividades turísticas e recreativas, como escaladas, podem causar a mortalidade de indivíduos (Costa et al . 2018). De acordo com indexadores bibliográficos, verificou-se que, trabalhos específicos com a flora de Bromeliaceae no PNI ainda são incipientes, porém destacam-se os trabalhos de Martinelli & Vaz (1986), Fontoura et al . (1991), Vieira 2006, Martinelli et al . (2008), Martinelli et al. (2009) e Moura et al . (2014), que fizeram listagens contemplando espécies ocorrentes em alguns tipos vegetacionais do PNI. Martinelli et al . (2018) destacam que a maioria das espécies de Bromeliaceae apresentam registros realizados recentemente (menos de 30 anos), porém permanecem pouco coletadas (apenas 1 ou 2 registros), sendo estes fatos corroborados no presente levantamento realizado para as espécies ameaçadas de Bromeliaceae do PNI. A família Myrtaceae possui espécies com uma importância econômica bem estabelecida nas indústrias de especiarias, madeireira e para produção de papel, farmacêutica e cosmética, além de ser fonte de frutos comestíveis, como goiaba, jabuticaba, pitanga, guabiroba e araçá (Souza & Lorenzi 2012). Entre as espécies ameaçadas para a família, apenas Campomanesia hirsuta Gardner consta como uma planta ornamental e com frutos comestíveis, processados na forma de sucos e geleias, utilizados em pomares domésticos (Lorenzi 2009). Conhecida popularmente como guabiroba-grande, C. hirsuta é uma espécie considerada rara na Mata Atlântica, sofrendo com a fragmentação de habitat devido à expansão urbana, uma vez que a espécie é polinizada e dispersada por animais, que provavelmente não migram longas distâncias, em locais severamente alterados pela ação e ocupação humana (CNCFlora 2012). Os gêneros Siphoneugena O. Berg e Myrcia DC. possuem espécies com potencial farmacológico, utilizadas na medicina popular (Proença 1990, Matsuda et al. 2002, Gallo 2004, Gallo et al. 2014, Cascaes et al. 2015, Saccol et al. 2017). Myrcia lineata (O.Berg) Nied., Myrcia diaphana (O.Berg) N.Silveira e Myrceugenia bracteosa (DC.) D. Legrand & Kausel são consideradas espécies raras, com poucos registros de coletas, provavelmente devido à fragmentação e perda de habitat (CNCFlora 2012).

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Quadro 1. Espécies em estado de ameaça do Parque Nacional de Itatiaia, Brasil. Legenda: PNI: Parque Nacional de Itatiaia; AI: Anexo I da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA 2008); LO: Lista Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção, publicada pela Portaria MMA nº443, de 17 de dezembro de 2014 (MMA 2014); O: Espécie com valor ornamental; C: Espécie com valor comercial; Status: EX= Extinta, CR= Criticamente em Perigo, EN= Em Perigo, NE= Espécie Não Avaliada, NT= Quase Ameaçada e VU= Vulnerável.

Status Status Status Status Status Família Espécie A L Protegidas Endêmica Endêmica O C Vouchers Ano da Floresta Campos de Atual (Moreira PNI Catálogo Fundação I O pelo RJ e/ou Brasil última Ombrófila Altitude et al. da Flora Biodiversitas comércio MG coleta 2020) do RJ internacional

CR EN CR CR Rubiaceae Hindsia glabra X X X X A. Glaziou 2019 X 4834 (P, R); K.Schum C. Baez 1786 (RB); G. Eiten & L.T. Eiten 6581 (SP, US); L. Lanstyak 1 (RB); J.A. Oliveira 201 (RB); P.K. Dusén 469 (US); R.M. Tryon & A.F. Tryon 6700 (U S); S.J. Silva Neto 1873 (CEPEC, HUEFS, NY, RB, SPF) CR NE CR CR Rubiaceae Randia X X A.B. Pereira 136 2003 X (RB); M.R. itatiaiae Silva Carranga 32 Neto & Ávilla (RB); P.C. Porto s.n. (RB 15420); S.J. Silva Neto 1702 (RB, SP); S.J. Silva Neto 1761 (RB); S.J. Silva Neto 1868 (RB); S.J. Silva Neto 1869 (RB); W.D. Barros 361 (RB)

26 Diversidade e Gestão 4: 17-45. 2020 e-ISSN: 2527-0044 http://itr.ufrrj.br/diversidadeegestao/

Status Status Status Status Status Família Espécie A L Protegidas Endêmica Endêmica O C Vouchers Ano da Floresta Campos de Atual (Moreira PNI Catálogo Fundação I O pelo RJ e/ou Brasil última Ombrófila Altitude et al. da Flora Biodiversitas comércio MG coleta 2020) do RJ internacional EN EN CR VU Acanthaceae Staurogyne X X X G. Martinelli 2010 X 10741 (RB); S.J. itatiaiae Silva Neto 744 (Wawra) (RB); D.R. Hunt Leonard 6391 (RB); Brade 14344 (RB); A. Quinet 196 (RB); V.F. Mansano 265 (RB); J.M.A. Braga 1388 (RB); Grupo Azul (HRCB); J. Mattos (NY); A Quinet 196 (NY); M.B.F. Canela 3 (RB); M.W. Torres 10 (RB); D. Sucre 5177 (RB); L. Luiz 118 (RB); E. Pereira 43 (RB); L. Laustiaki, 144 9 (RB); A.B. Pereira 1 (RB); A.P. Duarte 821 (RB); E. Pereira, 99 (RB); M.M. Santos, 07 (RB); H. Monteiro (RBR); A. Curt Brade (RFA); DM Braz (RBR); P. Occhioni 819 (RFA); S. Viana (RBR)

27 Diversidade e Gestão 4: 17-45. 2020 e-ISSN: 2527-0044 http://itr.ufrrj.br/diversidadeegestao/

Status Status Status Status Status Família Espécie A L Protegidas Endêmica Endêmica O C Vouchers Ano da Floresta Campos de Atual (Moreira PNI Catálogo Fundação I O pelo RJ e/ou Brasil última Ombrófila Altitude et al. da Flora Biodiversitas comércio MG coleta 2020) do RJ internacional EN EN CR Apocynaceae Oxypetalum X X A. Lobão 1825 2018 X (RB); N. glaziovii Marquete et al. (E.Fourn.) 451 (RB); D.R. Fontella & Couto 4163 (RB); N.M.F. Marquete Silva, 451 (NY); Markgraf 21258 (RB); M.A.Farinaccio 602 (RB); J.M.A. Braga 1498 (RB); S.J. Silva Neto 826 (RB); A. Lobão 1825 (RB); A.C. Brade 15590 (RB); G. Eiten 6554 (RB); P. Occhioni 898 (RB); C. Porto 9124 (RB); Markgraf 3703 (RB); R.W. Kaempfe (RB); A. Castellanos 25670 (RB); Campos 272A (RB) EN EN Asteraceae Lepidaploa X T. D. Gauí 411 2015 X (RB) gnaphalioides (Sch.Bip. ex Baker) H.Rob. EN EN EN Asteraceae Mikania X Brade 14651 2013 X (RB); Pereira additicia 5695 (RB); M.M. B.L.Rob. Saavedra 360 (RB); Mansano 07-400 (RB); C.T. Oliveira 822 (RB); C.T. Oliveira 25 (RB); Freitas, Batista & Vale 24 (BHCB)

28 Diversidade e Gestão 4: 17-45. 2020 e-ISSN: 2527-0044 http://itr.ufrrj.br/diversidadeegestao/

Status Status Status Status Status Família Espécie A L Protegidas Endêmica Endêmica O C Vouchers Ano da Floresta Campos de Atual (Moreira PNI Catálogo Fundação I O pelo RJ e/ou Brasil última Ombrófila Altitude et al. da Flora Biodiversitas comércio MG coleta 2020) do RJ internacional EN NT CR* CR CR Asteraceae Stevia X X X Brade 18898 (RB); 1977 X Brade 20271 (RB), organensis Martinelli 1610 Gardner (RB); Lindeman & Haas 4137 (US) EN EN CR EN Bignoniaceae Jacaranda X X X X W.D. Barros 207 2016 X (RB); L. Silva 845 crassifolia (RB); G.K. Morawetz Gottsberger 16- 13878 (MO); W.D. Barros 207 (RB); M. R. Carrara 23 (RB) EN EN EN EN EN Bromeliaceae Fernseea X X X L.S.B. Calazans 239 2018 X (RB); A.C. Brade itatiaiae (RB); E. Pereira 5781 (RB); D.R. (Wawra) Couto 3816 (RB); Baker M.W. Torres 25 (RB); G. Martinelli 1606 (RB); D.R. Couto 3828 (RB); A.C. Brade 20216 (RB); D.R. Couto 3945 (RB); S. J. Neto 833 (RB); M. Kuhlmann 947 (RB); H.C. Lima 2538 (RB); G. Martinelli, 7389 (RB); D.R. Couto 4210 (RB); D.R. Couto 4182 (RB); P.I.S. Braga, 2573 (RB); D. Sucre, 5766 (RB); D.R. Couto 4169 (RB); C. Farney 34 (RB); D. Sucre, 4671 (RB); G. Martinelli 7767 (RB); R.C. Forzza 3722 (RB); G. Martinelli 10847 (RB); C.B. Toledo 730 (RB); J.M.A. Braga 1504 (RB); G. Martinelli 1088 (RB); A.O. Santiago 105 (RB); Sócrates 985 (RB); S. Andrade (RB); L. Lanstyak (RB); J.M.A. Braga 2041 (RB); A. Castellanos 23131 (RB); S. Andrade (RB)

29 Diversidade e Gestão 4: 17-45. 2020 e-ISSN: 2527-0044 http://itr.ufrrj.br/diversidadeegestao/

Status Status Status Status Status Família Espécie A L Protegidas Endêmica Endêmica O C Vouchers Ano da Floresta Campos de Atual (Moreira PNI Catálogo Fundação I O pelo RJ e/ou Brasil última Ombrófila Altitude et al. da Flora Biodiversitas comércio MG coleta 2020) do RJ internacional EN EN CR VU Bromeliaceae Nidularium X X X M.W. Torres 15 2017 X X (RB); D. Sucre itatiaiae 5155 (RB); A. L.B.Sm. Castellanos 23105 (RB); G. Martinelli 3253 (RB); G. Martinelli 10808 (RB); E.M.C. Leme 1415 (RB); J.M.A. Braga 2411 (RB); E.M.C. Leme (CVJBFZB357); S/coletor (HRCB 64830); M.B. Plumm et al. 69 (RFA); M.B. Plumm 64 (RFA) EN EN VU Bromeliaceae Vriesea X X X H.E. Strang 285 1995 X (RB); J.M.A. penduliflora Braga 2159 (RB) L.B.Sm. EN EN Myrtaceae Campomanesi X X X X W.D. Barros 279 1995 X (RB); J.M.A. a hirsuta Braga 2537 (RB) Gardner EN EN CR* Myrtaceae Myrcia lineata X W.D. Barros 592 1948 X (RB); C. Mello (O.Berg) Nied. s.n. (RB) EN EN EN Myrtaceae Myrceugenia X L.R.Landrum 2016 X 2111 (RB. MBM); bracteosa I. Aximoff 4 (DC.) (RB); S. Andrade D.Legrand & s.n. (RB); J.E.Q. Faria 6348 Kausel (HDJF); Vianna & Brade 20333 (RFA); IM Pereira s.n. (ESAL); Hatschbach 35833 (MBM) EN EN Orchidaceae Epidendrum X X F.F.V.A. 2009 X Barberena 148 henschenii (RB) Barb.Rodr.

30 Diversidade e Gestão 4: 17-45. 2020 e-ISSN: 2527-0044 http://itr.ufrrj.br/diversidadeegestao/

Status Status Status Status Status Família Espécie A L Protegidas Endêmica Endêmica O C Vouchers Ano da Floresta Campos de Atual (Moreira PNI Catálogo Fundação I O pelo RJ e/ou Brasil última Ombrófila Altitude et al. da Flora Biodiversitas comércio MG coleta 2020) do RJ internacional EN EN CR* Orchidaceae Neogardneria X X W.D. Ramos 968 1942 X (RB) murrayana (Gardner ex Hook.) Schltr. ex Garay EN EN CR* CR Orchidaceae Pabstia jugosa X X X P.C. Porto 1104 1922 X (RB) (Lindl.) Garay EN EN Piperaceae Peperomia X X A.C. Brade 2007 X 14634 (RB); R. itatiaiana Marquete 4082 Yunck. (RB) EN EN EN Piperaceae Piper X X J.M.A. Braga 2886 2004 X (RB); D. Monteiro 61 scabrellum (RB); D. Monteiro 69 Yunck. (RB); D. Monteiro 58 (RB) EN EN Poaceae Agrostis X X A.C. Brade 2003 X 15630 (RB) longiberbis Hack. ex L.B. Sm. EN EN EN Poaceae Chusquea X X L. Clark 658 (RB) 2008 X K.T. Ribeiro 229 heterophylla (RFA) Nees EN EN CR* Poaceae Poa bradei X X G. Eiten LT6585- 1965 X B Pilg. (SP)

A.C. Brade & Tamandaré EN EN CR Rubiaceae Manettia X X 6357 (SP); A.C. Brade 2020 X 15671 (RB); C. Baez pauciflora 2020 (RB); E.H.G. Ule s.n. (R 86532); E. Pereira Dusén 7582 (RB); L.L. Campos Porto 2704 (RB); R. Simão Bianchini & S. Bianchini 722 (CEN, IAC, MO, SP); S.J. Silva Neto 763 (RB); S.J. Silva Neto 1803 (RB) VU VU CR* EX Asteraceae Campulocliniu X A.C. Brade 1942 X 17275 (RB); A.C. m parvulum Brade 15606 (Glaz.) (RB), Occhioni R.M.King & s.n. (RB) H.Rob. VU VU CR* Asteraceae Mikania X D. Sucre 5154 1969 X (RB); E. Pereira argyreiae DC. 5696 (RB)

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Status Status Status Status Status Família Espécie A L Protegidas Endêmica Endêmica O C Vouchers Ano da Floresta Campos de Atual (Moreira PNI Catálogo Fundação I O pelo RJ e/ou Brasil última Ombrófila Altitude et al. da Flora Biodiversitas comércio MG coleta 2020) do RJ internacional VU VU CR* Asteraceae Stevia X Brade 15611 1969 X (RB); Sucre 5199 resinosa (RB) Gardner VU VU EN Asteraceae Trixis glaziovii X J.M.A. Braga 1997 X 2257 (RB); C. Baker Porto 2711 (RB); Pabst 9326 (RB); A.P. Duarte 802(2) (RB); Brade 15122 (RB), Occhioni s.n. (RB); S. Vianna s.n. (RFA); Lindeman & Haas 5144 (US); Pontual 426 (IPA); Dusén 23 (BHCB); Shepherd & Kirszenzaft 9960 (UEC); Luederwaldt s.n. (SP); Bockermann 18 (SP); Chase 8339 (MO); Santos 5054 (RFA); Sazima et al. 35727 (UEC); O. Barth 1216 (US) VU VU CR EN EN Bromeliaceae Aechmea X X M.B.F. Canella 24 2005 X (RB); G. vanhoutteana Martinelli 3215 (Van Houtte) (RB); J.M.A. Mez Braga, 1347 (RB); V.R. Almeida 65 (RB); N. Mattos, 15155 (SP) VU VU CR* Bromeliaceae Vriesea X X X H.E. Strang 247 1961 X (RB); S/coletor sazimae Leme (HRCB 65122)

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Status Status Status Status Status Família Espécie A L Protegidas Endêmica Endêmica O C Vouchers Ano da Floresta Campos de Atual (Moreira PNI Catálogo Fundação I O pelo RJ e/ou Brasil última Ombrófila Altitude et al. da Flora Biodiversitas comércio MG coleta 2020) do RJ internacional

VU VU CR VU Melastomataceae Miconia X X X W.D. Barros 684 2009 X (RB); A.C. Brade setosociliata 17312 (RB); Cogn. J.F.A. Baumgratz 1115 (RB) VU VU Myrtaceae Myrcia X J.M.A Braga s.n. 1995 X (RB); M.R. diaphana Carrara 24 (RB) (O.Berg) N.Silveira VU VU CR Myrtaceae Siphoneugena X X Souza 262 (RB); 2004 X Braga 2583 kuhlmannii (RB); Guedes Mattos 2326 (RB); Schumm 129 (RB) VU VU CR* Orchidaceae Anathallis X X X X Brade 17212 1942 X (RB) tigridens (Loefgr.) F.Barros & Barberena VU VU CR* Orchidaceae Grandiphyllum X X X C. Porto (RB 1918 X 14630) divaricatum (Lindl.) Docha Neto VU VU CR* Orchidaceae Habenaria X X C. Porto 1002 1921 X (RB) achalensis Kraenzl. VU VU CR* Orchidaceae Isabelia X X A.C. Brade 1945 X 17467 (RB) virginalis Barb.Rodr. VU VU Orchidaceae Octomeria X X F.F.V.A. 2009 X Barberena 172 chamaeleptote (RB) s Rchb. f. VU VU Orchidaceae Octomeria X X X F.F.V.A. 2009 X Barberena 174 hatschbachii (RB) Schltr. VU VU EN Rubiaceae Rudgea X X X R. Guedes 2319 1993 X insignis Müll. Arg.

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Quadro 2. Espécies em estado de ameaça do Parque Nacional de Itatiaia, Brasil. Legenda: PNI: Parque Nacional de Itatiaia; AI: Anexo I da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA 2008); LO: Lista Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção, publicada pela Portaria MMA nº443, de 17 de dezembro de 2014 (MMA 2014); O: Espécie com valor ornamental; C: Espécie com valor comercial; Status: CR= Criticamente em Perigo, EN= Em Perigo, DD= Dados Insuficientes, LC= Menos Preocupante, NE= Espécie Não Avaliada, NT= Quase Ameaçada e VU= Vulnerável.

Status Status Status Status Status Família Espécie A L Protegidas Endêmica Endêmica O C Vouchers Ano da Floresta Campos Atual (Moreira PNI Catálago Fundação I O pelo RJ e/ou Brasil última Ombrófila de et al. da Flora Biodiversitas comércio MG coleta Altitude 2020) do RJ internacional

DD DD VU Bromeliaceae Vriesea morrenii X A.C. Brade (RB) 2019 X 20185; C. Baez Wawra 1907 DD DD CR Fabaceae Bionia bella X A.C. Brade 14600 1995 X (RB); A.C. Brade Mart. ex Benth. 15058 (RB); J.M.A. Braga 2177 (RB) DD DD CR* Orchidaceae Octomeria X A.C. Brade (RB 1934 X 261272) decumbens Cogn. NT NT CR Apocynaceae Oxypetalum X S.J. Silva Neto 2018 X 1830 (RB); A.C. regnellii Brade (RB); A.C. (Malme) Malme Brade 14552 (RB); P.C. Porto 2735 (RB); P. Occhioni 861 (RB); R. Mello- Silva et al. (MO); M.A. Farinaccio 607 (RB); P.H. Pereira 7 (RB); E. Pereira 7558 (RB); E. Pereira 7078 (RB); D. Sucre 5797 (RB); N. Marquete 448 (RB); L. Lantyak (RB); J.C. Lindeman, 5133 (RB); R. Marquete, 4073 (RB); AC. Cervi 9678 (MBM); J.M. Silva 7537 (MBM); R. Marquete 4073 (MBM); J. Cordeiro 3631 (MBM); W. Barkarmam, 5 (SP); P. Dusén, 479 (MO)

34 Diversidade e Gestão 4: 17-45. 2020 e-ISSN: 2527-0044 http://itr.ufrrj.br/diversidadeegestao/

Status Status Status Status Status Família Espécie A L Protegidas Endêmica Endêmica O C Vouchers Ano da Floresta Campos Atual (Moreira PNI Catálago Fundação I O pelo RJ e/ou Brasil última Ombrófila de et al. da Flora Biodiversitas comércio MG coleta Altitude 2020) do RJ internacional NT NT CR* Asteraceae Symphyopappus X X S. Andrade s.n. 1971 X (RB); Brade 15110 lymansmithii (RB); 1936 (MO); Gottsberger s.n. B.L.Rob. (BOTU) NT NT CR* VU VU Bromeliaceae Nidularium X E.M.C. Leme 937 1986 X (RB); A.C. Brade marigoi Leme 17506 (RB); G. Martinelli 1090 (RB); G. Martinelli et al. 1090 (SP) NT NT CR EN Bromeliaceae Quesnelia X X A.C. Brade 14954 2011 X (RB); E. Pereira 100 augusto- (RB); C.M. Vieira (RB); A.C. Brade coburgii Wawra 14954 (RB); MW. Torres 21 (RB); E. Pereira 100 (RB); S. Andrade (RB); J.M.A. Braga 2492 (RB); S. Andrade (RB); M.B.F. Canela 16 (RB) NT NT EN VU VU Bromeliaceae Vriesea itatiaiae X R.G. Barbosa-Silva 2018 X 424 (RB); A.C. Wawra Brade 15173 (RB); G. Martinelli 1623 (RB); A. Costa 274 (RB); J.M.A. Braga 1511 (RB); S.J. Silva Neto 512 (RB); R.F. Monteiro 61 (RB); R.G. Barbosa-Silva 424 (RB); D.R. Couto 3820 (RB); A.C. Brade 15173 (RB); G. Martinelli 1623 (RB); R.F. Monteiro 61 (RB); D.R. Couto 3895 (RB); S.J. Silva Neto 512 (RB); A. Costa 274 (RB); D.R. Couto 3896 (RB); D.R. Couto 3926 (RB); T.M. Machado 707 (RB); A. Castellanos 23333 (RB); M.L.O. Trovó 567 (RB); H. Leuderwaldt s.n. (SP 12369); S/ coletor 739a (US 2481430); S/coletor (HRCB 65111); J. Liuderman 5186 (MBM); L.T Eiten 7584 ( SP)

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Status Status Status Status Status Família Espécie A L Protegidas Endêmica Endêmica O C Vouchers Ano da Floresta Campos Atual (Moreira PNI Catálago Fundação I O pelo RJ e/ou Brasil última Ombrófila de et al. da Flora Biodiversitas comércio MG coleta Altitude 2020) do RJ internacional NT NT CR* Fabaceae X X X J.J. Sampaio 42 1963 X (RB); S. tortum (Mart.) Andrade 3 (RB) Pittier NT NT CR* Fabaceae Inga bullata X X J.J. Sampaio s.n. 1947 X (RB 445067) Benth. NT NT CR* Fabaceae Tachigali X X X W.D. Barros 57 1940 X denudata (RB) (Vogel) Oliveira- Filho NT NT Fabaceae Tachigali X L.F.G. Silva 122 2006 X (RB); L.F.G. pilgeriana Silva 123 (RB) (Harms) Oliveira-Filho NT NT EN Fabaceae Tachigali rugosa X X X D.M. Neves 1387 2013 X (HUEFS, RB); L.F.G. (Mart. ex Silva 117 (RB); L.F.G. Silva 118 Benth.) (RB); L.F.G. Silva Zarucchi & 119 (RB); L.F.G. Silva 120 (RB); Pipoly L.F.G. Silva 121 (RB); J.M.A. Braga 2111 (CEPEC, SPF); M.P.M. Lima 407 (NY, RB); S.J. Silva Neto et al. 322 (HUEFS, RB); W.D. Barros 251 (MO, RB) NT NT EN LC Melastomataceae Huberia X J.F.A. Baumgratz 2009 X 923 (RB, NY, PACA- nettoana Brade AGP, FLOR); J.F.A. Baumgratz65 1 (RB, MBM, US, CEPEC); J.F.A. Baumgratz65 2 (RB); S.J. Silva Neto 749 (RB); L.A.F. Santos Filho 106 (RB); J.M.A. Braga 4509 (RB, SPF, HUEFS, NY, CEPEC); A. Salino, 59 (SPF) NT NT CR VU Melastomataceae Miconia X X J.M.A. Braga 2268 1995 X (RB); J.M.A. Braga longicuspis 2366 (RB); A.C. Brade 17283 Cogn. (RB); S.S. Renner 737 (INPA)

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Status Status Status Status Status Família Espécie A L Protegidas Endêmica Endêmica O C Vouchers Ano da Floresta Campos Atual (Moreira PNI Catálago Fundação I O pelo RJ e/ou Brasil última Ombrófila de et al. da Flora Biodiversitas comércio MG coleta Altitude 2020) do RJ internacional NT NT CR* Melastomataceae Tibouchina X P. Occhioni, 9194 1980 X (US); P.C. Porto schenckii Cogn. 2816 (RB); A.C. Brade 21247 (RB, NY, MO) NT NT CR* Myrtaceae Myrcia X Barros 97 (RB) 1940 X plusiantha Kiaersk. NT NT CR* Orchidaceae Anathallis X X A.C. Brade 1935 X 15171 (RB) radialis (Porto & Brade) Pridgeon & M.W.Chase NT NT CR* VU Orchidaceae Cattleya bicolor X X X P.C. Porto, 67 1914 X (RB) Lindl. NT NT Orchidaceae Zootrophion X P.C. Porto (RB 2011 X 8196); F.F.V.A. atropurpureum Barberena 217 (Lindl.) Luer (RB) NT NT CR* CR Orchidaceae Zygopetalum X Brade 17231 1942 X (RB) pedicellatum (Thunb.) Garay NT NT EN Rubiaceae Rudgea nobilis X A.B. Pereira 129 2012 X (RB); C.P. Müll. Arg. Bruniera et al. 699 (MO, RB, SPF) NT NT EN Rubiaceae Rudgea triflora X C.P. Brunieira et al. 2012 X 702 (MO, RB, SP); Benth. S. Andrade s.n. (RB 445173); S.J. Silva Neto 1878 (RB) NT NT EN LC Solanaceae Solanum X Markgraf 3749 2002 X (RB); P.C. Porto pinetorum (L.B. 1109 (RB); A.L. Peixoto 697 (RB); Sm. & Downs) S. Nunes 121 (RB); Bohs R. Marquete 3428 (RB) NE NE CR* Orchidaceae Campylocentru X X X L. Lanstyack, 1938 X s.n. (RB 35115) m itatiaiae E. Pessoa & M. Alves NE NE CR* Orchidaceae Octomeria X X X A.C. Brade 1937 X 15684 (RB) itatiaiae Brade & Pabst 37 Diversidade e Gestão 4: 17-45. 2020 e-ISSN: 2527-0044 http://itr.ufrrj.br/diversidadeegestao/

Rubiaceae, a família conhecida pelo café, apresenta a maior diversidade de espécies em regiões tropicais, com grande representatividade nos estratos arbustivos-arbóreos em florestas e arbustivos-herbáceos em ambientes campestres (Delprete & Jardim 2012), no PNI apresenta 93 espécies (Carrijo et al. 2018). As espécies em estado de ameaça listadas para o PNI apresentam em sua maioria distribuição restrita, com pequenas populações, e a perda do habitat em sua maioria deve-se a degradação da vegetação pela ocorrência de incêndios, alterações do uso do solo e atividades de turismo (CNCFlora 2012). Randia itatiaiae Silva Neto & Ávilla, considerada como Criticamente em Perigo (CR) (Martinelli et al. 2018) e como Espécie não Avaliada (NE) (Moreira et al. 2020), é uma espécie considerada endêmica do estado do Rio de Janeiro (Flora do Brasil 2020 (em construção), Martinelli et al. 2018), ocorrendo apenas no PNI. Porém, foi encontrado um material coletado por A.C. Brade 15090 (RB), para o estado de São Paulo, identificado como Randia itatiaiae , por M. Gomes, especialista de Rubiaceae, aumentando desta forma a área de abrangência desta espécie. As espécies em estado de ameaça da família Poaceae encontradas no PNI: Agrostis longiberbis Hack. ex L.B. Sm., Chusquea heterophylla Nees e Poa bradei Pilg. são plantas de pequeno porte que se distribuem em regiões de Campos de Altitude do Sul e Sudeste do Brasil (CNCFlora 2012). Nesses ambientes as ameaças constituem-se de focos de incêndio, desmatamento para ocupação urbana, e substituição da mata nativa por pinheiros exóticos cultivados (CNCFlora 2012). Segundo a Lista Vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP 2004), Chusquea heterophylla é considerada como "Extinta" (EX). A categoria de ameaça apresentado por C. heterophylla no estado de São Paulo, pode ser compartilhado para as outras espécies em diversas regiões do país, se as políticas de conservação atuais não forem praticadas, ampliadas, ou que novas sejam criadas. Essa é uma necessidade que se torna ainda mais distante, quando veículos de imprensa noticiam que nossos atuais governantes planejam uma revisão das áreas de proteção ambiental do país, com o intuito de alterar suas categorias ambientais e transformar áreas hoje restritas em locais abertos ao turismo e ao extrativismo. A família Piperaceae apresenta duas espécies listadas como ameaçadas. Mais uma vez, podemos observar a falta de coletas recentes, como observado anteriormente em outras famílias. Ambas espécies apresentam distribuição restrita, sendo Piper scabrellum Yunck considerada uma espécie rara, segundo Guimarães & Medeiros (2009). Fatores como expansão urbana desordenada, presença de gado, desmatamento e ocorrência de fogo, devem ser considerados na interpretação do status atual das espécies do PNI (CNCFlora 2012).

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A família Acanthaceae possui apenas uma espécie em estado de ameaça, Staurogyne itatiaiae (Wawra) Leonard, que apresenta distribuição restrita e possível declínio populacional devido à perda de hábitat (Martinelli & Moraes 2013). Com alta representatividade em coleções botânicas para o município de Itatiaia até a década de 60, houve um declínio dos registros recentes, que pode estar associado a devastação da vegetação nativa (Braz 2005). Apocynaceae apresenta apenas Oxypetalum glaziovii (E. Fourn.) Fontella & Marquete como ameaçada na flora brasileira. Porém, de acordo com os cálculos de AOO e EOO realizados com os indivíduos ocorrentes no PNI, Oxypetalum regnellii (Malme) Malme, categorizada como Quase Ameaçada (NT) para o Brasil, juntamente com O. glaziovii foram consideradas como CR no PNI, por serem espécies restritas aos Campos de Altitude. Esta classificação pode estar associada aos poucos registros de coleta das espécies, restritas ao Pico das Agulhas Negras e Prateleiras. A família Bignoniaceae demonstrou apenas a espécie Jacaranda crassifolia Morawetz. como ameaçada. De porte arbóreo e com distribuição restrita ao estado do Rio de Janeiro e a fitofisionomia de Floresta Ombrófila (Flora do Brasil 2020), J. crassifolia está protegida legalmente pela lista oficial de espécies ameaçadas de extinção (MMA 2014). Na família Melastomataceae, apenas a espécie Miconia setosociliata Cogn. se encontra em estado de ameaça. Endêmica da região Sudeste do Brasil, essa espécie sofre com a perda de habitat causado por ações antrópicas, como atividades agrícolas e de pastagem (CNCFlora, 2012). Tibouchina schenckii Cong., espécie categorizada como Quase Ameaçada (NT) e endêmica do sudeste brasileiro, é considerada como sendo provavelmente extinta para o estado de São Paulo (SMA-SP 2004). No PNI, o registro de coleta mais recente é de 1980, e de acordo com os critérios da IUCN (2019), é considerado um registro antigo para determinar a ocorrência de uma espécie, logo no PNI foi categorizada como Criticamente em Perigo (CR*). O CNCFlora (2012) já recomendava estudos populacionais para essa espécie, a fim de verificar o real estado de conservação. As famílias Araceae, Euphorbiaceae, Lamiaceae e Sapindaceae não apresentaram espécies em estados de ameaça no PNI. Já Fabaceae e Solanaceae apresentaram espécies nas categorias Dados Insuficientes (DD) e/ou Quase Ameaçado (NT). Algumas destas espécies, já constam na Lista Vermelha de determinados órgãos ambientais, como as Fabaceae: Tachigali pilgeriana (Harms) Oliveira-Filho e Tachigali rugosa (Mart. ex Benth) com status Em Perigo (EN) (Vaz 1998, Simonelli & Fraga, 2007), e Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier como Criticamente em Perigo (CR) (World Conservation Monitoring Centre 1998). A ameaça destas espécies deve-se a degradação e perda de habitat e/ou a exploração dessas espécies pelo alto potencial

39 Diversidade e Gestão 4: 17-45. 2020 e-ISSN: 2527-0044 http://itr.ufrrj.br/diversidadeegestao/ madeireiro na indústria moveleira, carpintaria e construção civil, (CNCFlora 2012). Solanum pinetorum (L.B.Sm. & Downs) Bohs (Solanaceae), apesar de apresentar distribuição relativamente ampla, exibe distribuição disjunta (CNCFlora 2012), logo, suas populações não compartilham fluxo gênico, que caracterizam em expressões de fenótipos distintos (WCM 2019). As espécies categorizadas como Dados Insuficiente (DD) ou Quase Ameaçadas (NT), na Lista Vermelha da Flora Brasileira (CNCFlora 2012), neste trabalho foram consideradas como Criticamente em Perigo (CR* ou CR) ou Em Perigo (EN), no PNI. Com relação a categorização de risco, Loyola et al . (2018) reportaram que uma espécie é categorizada como Dados Insuficientes (DD) quando não há conhecimento suficiente relacionado principalmente à sua distribuição geográfica e ao número de indivíduos desta espécie na natureza, sendo esse um ponto crucial na conservação da biodiversidade da flora, uma vez que a ausência de dados impossibilita a realização da avaliação do risco de extinção da espécie e, consequentemente, saber se a espécie encontra-se ameaçada de extinção (Bland et al . 2014). Com relação às espécies com Dados Insficientes (DD) neste estudo (Quadro 2), todas foram consideradas Criticamente em Perigo (CR*), pois o último registro de coleta datam mais de 30 anos. Das espécies Quase Ameaçadas (NT), devemos dar maior atenção às espécies com distribuição mais restrita, como: Inga bullata Benth. (Fabaceae), Nidularium marigoi Leme (Bromeliaceae) e Tibouchina schenckii (Melastomataceae), todas consideradas como Criticamente em Perigo (CR*), para o PNI, pois o último registro de coleta datam mais de 30 anos. De acordo com Fontoura et al . (1991) a Floresta Ombrófila, seguida pelos Campos de Altitude, são os ecossistemas com maior número de táxons endêmicos no estado do Rio de Janeiro. Vale ressaltar que, o PNI não foi alvo de expedições do Projeto "Procura-se", campanha destinada a busca de campo das espécies categorizadas como Dados Insuficientes (DD) (Martinelli et al . 2018), cujo o principal foco foi a realização de expedições em unidades de conservação em busca de novos registros de ocorrência e de mais informações sobre diversos táxons da flora endêmica do Rio de Janeiro, portanto não há registro de novas ocorrências para as referidas espécies ameaçadas do PNI. Segundo Martinelli et al . (2018) as espécies epífitas são mundialmente mais vulneráveis à extinção do que outras plantas, no caso específico da flora endêmica do Estado do Rio de Janeiro, as famílias Orchidaceae e Bromeliaceae são as que possuem o maior número de espécies com Dados Insuficientes (DD). Das espécies avaliadas neste trabalho, Campuloclinium parvulum (Asteraceae), Vriesea morrenii , Vriesea sazimae Leme (Bromeliaceae), Anathallis tigridens (Loefgr.) F.Barros & Barberena, Grandiphyllum

40 Diversidade e Gestão 4: 17-45. 2020 e-ISSN: 2527-0044 http://itr.ufrrj.br/diversidadeegestao/ divaricatum (Lindl.) Docha Neto, Habenaria achalensis Kraenzl., Isabelia virginalis Barb.Rodr., Octomeria decumbens Cogn. e Pabstia jugosa (Lindl.) Garay (Orchidaceae) foram listadas como espécies prioritárias para a conservação do PNI (Moreira et al. 2020). A maioria delas neste trabalho foram consideradas como Criticamente em Perigo, pois foram coletadas há mais de 30 anos.

Conclusão Diante ao status de conservação crítico que algumas espécies se encontram atualmente no PNI, é necessário que iniciativas como a do CNCFlora e a Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro (SEA), que fizeram campanha e criaram o aplicativo "Detetive Botânico", para identificação das espécies ameaçadas de extinção, seja amplamente divulgado na mídia e utilizado na prática pelo público interessado. Pois um esforço conjunto, auxilia na contribuição para a conservação da flora endêmica e ameaçada do estado do Rio de Janeiro, especialmente para o PNI. Para todas as espécies aqui listadas, é necessário estudar maneiras de conservação para que não se amplie seus status de ameaça e nem que ocorra perda da diversidade em um futuro próximo.

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