grau mais alto de qualificação que um treinador de futebol pode obter na Europa chama se UEFA Pro. Segundo os dados mais recentes da UEFA (do final de 2013). o país com mais treinadores com este (quarto e último) nível de qualificação é a Espanha, com 2353 licenças, seguida pela Alemanha, com 1304. Mais atrás vem a Itália, com 725, e. algures a meio da tabela, Portugal, com 592 treinadores UEFA Pro — dados atualizados pela Federação Por- — tuguesa de Futebol (FPF) este ano , um grau de formação que custa pouco mais de €4 mil, minis trado dirctamente pela FPF c validado pela UEFA. E, no entanto, qual é o país mais representado en tre os treinadores dos 32 clubes participantes na Liga dos Campeões desta época? losé Mourinho (Mancliester United), (Shakhtar Donetsk), (Mónaco), Rui Vitória (Benfica). Sérgio Conceição (FC Porto) e Jorge Je- sus (Sporting) ajudam a responder: é esse mesmo, Portugal, com seis (cx aequo com a Itália) dos seus 233 treinadores UEFA Pro. O mesmo país que tem, de forma inédita — aqui — c nos principais campeonatos europeus , apenas treinadores locais nos bancos, cm todas as equipas da I e II Ligas. Assim como uma diáspora que cx cede a centena de técnicos espalhados pelo mun- do, de acordo com os dados fornecidos ao Expresso pela Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF). "Não tenho dúvidas nenhumas que nos vêem lá fora como sendo dos melhores treinadores do mundo", diz o líder da ANTF, José Pereira. "A qualidade dos nossos treinadores que trabalham no estrangeiro é muita e aqui não podemos esquecer o contributo inexcedível que José Mourinho deu. país tão pequeno, com 10 milhões de habitantes preocupações de formação, concretamente dos Ser campeão europeu em Portugal, ir para fora e há o melhor treinador do mundo, o melhor joga- agentes desportivos", começa por explicar Ra- continuar a ser campeão, isto chamou a atenção dor do mundo e também já houve o melhor árbi- fael Gomes, ex-aluno do ISEF e formador de trei- das pessoas", acrescenta. tro do mundo?" nadores — c ele próprio treinador, no Atlético da Na última década, o nosso treinador mais 'es- Tapadinha — há 30 anos, na Associação de Fute- pecial' marcou terreno alcm-frontciras em Ingla- O SEGREDO ESTÁ NA MASSA CINZENTA bol de Lisboa. "Aparece a formação de treinado terra, em Itália e em Espanha (e ainda conquistou Nos últimos 40 anos, o processo de formação de res de uma forma académica. Quem era respon- a Liga dos Campeões e a Liga Europa), mas hou- treinadores em Portugal sofreu reformulações sável pelo curso de treinador era a FPF e come- ve mais portugueses a vencer campeonatos pela profundas, que se basearam inicialmente nas in- ça a criar-se então uma luta entre os treinadores Europa fora: Leonardo Jardim em França, André quietações de um grupo de "pensadores do fu- que vêm das faculdades e os treinadores que vêm Villas-ISoas na Rússia, Paulo Sousa na Vítor tebol" reunidos destino Instituto do futebol", conta. cm dia um cx Suíça, , pelo no antigo "Hoje -jogador Pereira e na Grécia e Paulo Fonseca na Superior de Educação Física (ISEF) — atualmen- tem obviamente urna série de experiências que — Ucrânia. "Naturalmente, as pessoas debruçam-se te Faculdade de Motricidade Humana (FMII) , são valorizadas, mas não pode ignorar, parale sobre este tipo de situações e houve uma curiosi- criado em 1975. Foi ali que se licenciaram os pri- lamente, toda a sua formação em termos teóri- dade enorme sobre o treino em Portugal. Indepen- meiros alunos com especialização em futebol, por cos, tendo que cumprir os graus de formação, dentemente da competência, que naturalmente já uma via académica eme até então era inexisten- algo que não acontecia naquela altura. Reconhe- tínhamos, antes disso ainda éramos conhecidos te. "Depois do 25 de Abril, o ensino em Portu- ceu-se entretanto que esse conhecimento teóri- como uma província espanhola. Como é que num gal mudou muito, passando a haver outro tipo de co é sempre necessário para fundamentar algum LEITURA É na década de 80 que surgem em Portugal as primeiras publicações com artigos especializados em futebol, como a "Futebol em Revista" (da FPF) ea "Ludens" (do ISEF)

saber empírico que possa haver. O futebol ter ido rotina que se fundamentava numa ideia da impor para as faculdades levou a que o mesmo fosse mais tância de treinadores com muita experiência, que pensado e cada vez mais desenvolvido", explica não eram nada treinadores com muita experiência, 11.756 o formador de treinadores como Paulo Fonseca. eram treinadores que há 25 anos repetiam 25 vezes Rui Aguas e Hélio Sousa. a mesma coisa, mas isso não é experiência, é ape De acordo com os ciados fornecidos ao Expresso São os primeiros treinadores das faculdades — nas repetir uma rotina", explica. peia FPF, há 11.780 portugueses com as licenças nos anos 80 e 90 depreciativamente apelidados de O atual selecionador do Irão, hoje com 64 anos, de treinador: 592 Pro/grau IV (58ó homens, seis

"professores de educação física", ou. na melhor era então ainda um jovem a começar a estudar fu- mulheres), 442 A/grau 111 (440 homens, duas mu- das hipóteses, de "preparadores físicos" amu tebol, mas não se revia no que era feito no treino, lheres), 3585 B/grau II (3562 homens, 23 mulhe- dar algo ainda mais profundo: a forma como se en- daí ter começado a questionar os métodos vigen- res) e7ló7 C/grau I (70Ó7 homens, 100 mulheres) tendia o futebol em Portugal. "A partir do momen tes. "Tenho duas experiências pessoais que me O primeiro grau que dá acesso à carreira pode to em que o Zé [Mourinho] teve o êxito que teve. influenciaram: a de jogador, em que fiquei dece- ser obtido nas associações distritais (ou através a abordagem integrada do treino começa a ganhar cionado quando cheguei ao futebol propriamente de uma licenciatura na área) e os candidatos só muita força, mas o primeiro a pensar como dito, e outra como treinador. Tinha eu 14 anos e precisam de preencher dois requisitos para entrar: algo complexo e a sistematizar o treino de uma treinava com juniores cm África e alguns dos que ter 18 anos e a escolaridade mínima obrigatória nova forma foi o ", esclarece Antó- jogavam comigo... os irmãos mais novos deles já (havendo depois critérios de seíeção consoante nio Veloso, também cx aluno do ISEF colega de tinham acabado a tropa [risos]. Imagine o que era o CV desportivo). Destes treinadores, há pelo curso de 'Zé' Mourinho — e atualmente professor o treino de guarda-redes naquela altura", recorda menos 155 a exercer no estrangeiro, segundo os catedrático da FMH. "A nova abordagem ao jogo o cx-guardião do Ferroviário de Nampula, equipa registos da Associação Nacional de Treinadores passou a ser típica da escola portuguesa e não te- moçambicana. "O nosso treino era apanhar bolas de Futebol. nho dúvidas que é por isso que hoje cm dia o trei- de dentro da baliza. Pumba, uma lá para dentro, nador português tem sucesso", garante. pumba, duas lá para dentro... Era o treino mas era "Para uma teoria do ensino/treino do futebol" do treinador, não era do guarda-redes. Isto marcou — foi assim que, com um artigo de 19 páginas no muito a minha vida. Quando comecei a estudar sabia o que fazer no primeiro treino. Vou começar número 8 da revista do ISEF "Ludens" de 1983. lembrei-me destas vivências todas. Porque, curio- por onde? De tudo aquilo que sei, a técnica, a tá- Carlos Queiroz começou a mudar a forma como o samente, o dia mais feliz que tínhamos no treino tica, começo por onde? Daquele novelo todo, não futebol era visto em Portugal, sistematizando fa- era quando o treinador faltava. Era o melhor trei- havia uma ponta por onde pegar", recorda. ses c princípios (gerais c específicos, do ataque c da no, porque nós éramos capazes de nos organizar- Entrou então em ação Queiroz, o professor. defesa — até o menos estudioso dos adeptos já terá mos e jogávamos [risos]. Ou seja, jogávamos mais "Comecei a fazer testes. Desenvolvi as minhas in- ouvido falar cm "contenção" e "cobertura", por tempo e tocávamos mais vezes na bola do que na- quietações por duas linhas: por um lado, fui estu- exemplo) que ainda hoje servem como base do en- quelas vezes em que andávamos para ali a correr, dar tudo o que havia de informação de treino, li- sino do jogo — porque c através do jogo que se deve acorrer, acorrer..." vros, artigos... Fiz uma coleção e gastei vima for- ensinar o jogo. Mas isso nem sempre foi evidente. Foi assim que Queiroz, o aluno, começou a tuna. Dividi os treinadores em vários campos, os "Quando era miúdo, chegávamos ao futebol para pensar que aquela não podia ser a melhor for- anglo-saxónicos, os latinos e os de leste. E comecei treinar futebol, mas encontrávamos treinadores de ma de treinar. Mas ainda faltava perceber, então, a estudar e a classificar tudo o que eles escreviam futebol que não nos davam futebol. Punham-nos como fazer, depois de eras cm que as principais sobre exercícios, para tentar perceber como c que a correr e a subir e descer escadas. Ia para lá para componentes exacerbadas no treino quase sem entendiam o treino. Depois, como já era professor jogar à bola, não me encontrava com o futebol na- pre foram o físico e a técnica, de forma descon- no ISEF e já tinha alunos a trabalhar para mim, queles termos. Jogávamos futebol na rua, mas de textualizada com o jogo. "Andei ali três ou quatro com os meios rudimentares que tínhamos, co pois quando íamos para os clubes aquilo era atle- anos a estudar tudo o que podia sobre futebol, no meçamos a investigar. Pedi para filmarem deter- tismo. Só jogávamos futebol no dia do jogo, por- que era o primeiro curso só de futebol, portanto minados sítios em Lisboa, no Parque Eduardo VII, que de resto, durante a semana, não era futebol", tínhamos muitas horas de futebol... Mas, a certa e até ali em Oeiras. em pátios onde os miúdos se recorda Carlos Queiroz, um dos tais "pensadores altura, começou o centro de treinos, que era uma encontravam para jogar à bola sozinhos. Filma do futebol" do início do ISEF, juntamente com Mi- parte prática que tínhamos de fazer. Fui treinar o mos como é que se organizavam e como é que jo- randela da Costa, Jesualdo e Nelo Vinga colégio americano, na minha primeira experiên gavam", descreve. da. "O treino em Portugal estava completamente cia como treinador. Cheguei lá, no primeiro dia, e O processo levou a conclusões claras. "O que estagnado e tradicionalizado, era o status quo de eu, que pensava que sabia tudo sobre futebol, não confirmei foi que os miúdos viam um futebol que os treinadores não viam. Houvesse dois, três ou qua mudança, ao alerta que havia caminhos novos", cx muitas formas. Valoriza se muito mais o treina tro miúdos, organizava-se sempre um jogo: era o plica Queiroz, garantindo que, 40 anos depois, não dor português agora, como também se valoriza guarda-redes avançado que se adiantava e ia com se vê como pioneiro. "O que acho é que essa estra- mais quem não teve um percurso como jogador o companheiro fazer dois contra um, coisas assim. da que começámos abriu outras estradas e ajudou as profissional ao mais alto nível. Valoriza-se a práti- Comecei a juntar as peças dos dois lados, sistema pessoas a pensarem e fazerem diferente. E depois as ca de observação dos adversários, a capacidade de tizei os conhecimentos e foi assim que me reinven próprias pessoas com os conhecimentos e experiên relacionamento interpessoal treinador jogador... tci como treinador, na projeção desse conceito de cias que tiveram voaram mais c até melhor. Foi qua- Enfim, a lista é longa. Foi o único treinador a ter integração de todos os elementos do jogo. É aí que se como haver ali uma montanha no meio c nós que- esta abordagem? Não, mas foi (e é) único a ser ex- escrevo aqueles artigos e chamo àquilo 'a simplifi- ríamos atravessar. Foi preciso partir aquilo e fazer cecional em tudo", diz o ex-aluno de Mourinho cação da estrutura complexa do jogo'", conta, refe- um túnel e começou-se a passar para o outro lado. E na FMII. Atualmente a exercer funções enquanto rindo se ao artigo que desde então passou a constar depois apareceram os barcos, os aviões... Mas o que adjunto do Rosenborg, Hugo Pereira considera que cm quase tudo o que são teses de futebol, tanto na abriu o caminho foi o túnel. Acho que foi um mo- ''já se percebeu um pouco por todo o lado que se " FMH como noutras faculdades, como a Faculdade mento de luz que ajudou muita gente a ter sucesso. se quer melhorar a jogar futebol, tem de se jogar de Desporto da Universidade do Porto, outro local futebol". Por isso há mais qualquer coisa a distin- essencial na evolução do futebol em Portugal, pela DEPOIS DO CONHECIMENTO, guir os portugueses lá fora. "Somos os melhores mão do professor Vítor Frade, criador da periodi- O RECONHECIMENTO do mundo na capacidade de adaptação e na capa- zação tática. Em 2015, já depois de a FPF ter reformulado os cur- cidade de trabalho. Esta combinação é. na minha No fundo. Queiroz, o treinador, passou a enten- sos de treinador, sob a égide do Plano Nacional de opinião, a razão do sucesso. Trabalhamos muito e der o jogo nas suas mais diversas formas (um con- Formação de Treinadores do Instituto Português da bem, e percebemos rapidamente o que funciona no tra um, dois contra três... até ao mais formal onze Juventude e em concordância com as diretrizes da ambiente que nos rodeia", acrescenta. Opresiden contra onze) como a base da aprendizagem, com o UEFA, a FMH iniciou um novo patamar de formação te da ANTF c vice-presidente da Aliança das As- treino a ser visto sempre de forma integrada — com para técnicos: uma pós -graduação internacional em sociações de Treinadores de Futebol Europeus cor- — bola e propósitos táticos ao contrário dos exercí- "Treino em Futebol de Alto Rendimento" , pensada e robora a ideia. "Além da qualificação que temos, — dois ISEF: José cios analíticos só a pensar no físico, ou sem bola, organizada por ex-alunos do Mouri- temos uma forma de estar.. . ("orno me disse numa ou com bola mas sem balizas — que eram norma nho e António Veloso. "Criámos algo à semelhança de ocasião um treinador alemão: 'Eh pá, dificilmente até ali. "Uma das coisas que também filmei c depois umMßAparagcstorcs, ou seja, uma formação especi- em minha casa falha uma lâmpada, mas se falhar, comecei a chocar as pessoas com aquilo — porque alizada com um conjunto de conhecimentos que o Zé não sei como é que hei de fazer. Já os portugueses, também filmei muita gente em clubes — era aquele considerou essenciais para um treinador de alto nível pode falhar uma, duas ou três lâmpadas, que eles típico treino de finalização, horroroso: eram 20 e tal e que obteve pela sua vida profissional e não numa sabem substitui ias, sabem desligar os interrup indivíduos em fila, enquanto o treinador tinha uma estrutura de ensino formal" , explica António Veloso. rores, sabem fazer tudo'", conta José Pereira. "Ou bola, passava para o lado c um jogador rematava. Fiz Prestes a abrir as inscrições para a terceira edi- seja, além do conhecimento técnico-tático idênti- um estudo e cronometrei a cadência e a frequência ção, o curso — que conta com Mourinho como um co ou melhor do que uma grande parte dos treina- dos remates nesse modelo de exercício para mostrar dos professores, obviamente — já vai com mais de dores mundiais, têm uma grande disponibilidade, e provar o que queria dizer. Como é que um jogador uma centena de treinadores estrangeiros em lista capacidade de improvisação e uma forma de lidar podia evoluir no remate — ou em qualquer outra de espera. "A verdade é que já tivemos aqui alu com as pessoas que ultrapassa os seus parceiros." técnica que fosse — quando ele fazia um remate de nos de todos os continentes e eles surpreendem- Carlos Queiroz, que já passou por mais de uma três cm três minutos, às vezes de quatro em quatro -se sempre com a abordagem portuguesa ao treino mão cheia de países, também aponta a adaptação isso e diz admitindo as vitórias de minutos, e era quando a fila corria bem, porque ao jogo" , Veloso, que como um fator crucial no sucesso. "Globalmente, às vezes os mais novos — e às vezes até mais talen- Mourinho são "incomparáveis" no futebol atual e os portugueses, com esta assunção de ver o jogo, tosos — eram empurrados pelos mais velhos e nunca serviram de "chamariz" para Portugal e para a sua sendo capazes de construir o treino de uma ma mais chegavam ao início da íila outra vez. E isto não formação de treinadores. neira muito específica, consoante o jogo que pre- se passava só nas crianças, passava-se nos seniores Hugo Pereira, a treinar na Noruega desde 2012, tendem, estiveram mais bem equipados. Senti isso também", recorda. concorda. "Mourinho revolucionou o futebol de pessoalmente, quando cheguei à América, ao Ja- A teoria já estava assente, mas faltava colocá-la pão, a Inglaterra, a África do Sul, mesmo a Espa nha. Mas é em prática. Foi o que Queiroz fez quando entrou na . . a outra questão importante ter na lei- FPF. "Sc tinha algumas dúvidas, quando comecei tura de jogo uma dinâmica estratégica e uma fle- a treinar nas sclcçõcs nacionais juniores com base xibilidade que as outras escolas não têm. Há uma nesses conceitos e métodos, perdi-as todas. Há uma "fogávamos adaptação aos jogadores locais, às estratégias, ao altura em que faço várias experiências, já com a futebol tipo de futebol que se joga..." Queiroz resume o sclcção com João Pinto, Figo... Vi que os exercíci- na rua, assunto assim: "Como os portugueses estão bem os fundamentais e estruturais [com oposição e ba- preparados e se adaptam bem, aproveitam a po- liza] tinham uma progressão exponencial, porque mas quando pularidade, resultado do 'cartão de crédito' que o elemento emocional, motivacional, decisional e íamos os jogadores e a selcção hoje nos dá. Antigamente, cognitivo presente permitia resultados espetacula para os o meu intérprete árabe disse-me uma vez assim: res num espaço de tempo muito mais curto, quan- 'Coach, você vai à televisão, porque é que não diz do comparado com os exercícios complementares clubes aquilo que é brasileiro?' Pergunto porquê. 'Ah, é que ser

[sem finalização] . Aí não tive mais dúvidas nenhu- treinador português...' Esta pessoa abriu me os mas e fui para a frente", conta. era atletismo", olhos, porque naquela altura havia pouco futebol As vitórias nos Mundiais de Sub 20, em 1989 e português lá fora. Durante uma data de anos, quase 1991, ajudaram a catalisar as ideias dos "pensado- recorda Carlos todos os brasileiros que encontrava tinham jogado res" pelo país. ''Estava com o Nelo [Vingada] e com com o Pele. Depois houve uma fase em que havia o Jesualdo [Ferreira] e começámos a passar estas Queiroz, treinadores holandeses por todo o lado e todos ti ideias, até numa revista criada pela FPF. Quer dizer, nham jogado com o Cruyff . Aí comecei a perceber o nosso conhecimento não ficou dentro das pare pioneiro no novo a chave da questão. O sucesso dos jogadores e das des da universidade, foi um conhecimento partilha- equipas abre portas. Os treinadores portugueses do. Discutia horas c horas com o Jesualdo e com o entendimento do foram apanhando o comboio e tendo resultados. Nelo e partilhávamos abertamente aquilo que era a E hoje já não preciso de dizer que sou brasileiro", nossa visão, sem nos pormos em bicos dos pés, sem jogo e do treino graceja. • querermos impor nada, mas a verdade dos factos, com as vitórias das sclcçõcs, veio dar mais força à em Portugal Rn r r. ca bíaiYõjexpí es;o.'i r ipie;G.pl.