Bruno Thebaldi De Souza MÍDIA E EXTERIORIZAÇÃO DO SELF
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Bruno Thebaldi de Souza MÍDIA E EXTERIORIZAÇÃO DO SELF: Exposição de Intimidade e Culto ao Corpo Tese de Doutorado Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Comunicação da PUC-Rio como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Comunicação. Orientadora: Profa. Vera Lúcia Follain de Figueiredo Rio de Janeiro Junho de 2018 BRUNO THEBALDI DE SOUZA “Mídia e Exteriorização do Self: Exposição de Intimidade e Culto ao Corpo” Tese de Doutorado Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUC-Rio como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Comunicação. Profa. Vera Lucia Follain de Figueiredo Orientadora Departamento de Comunicação Social – PUC-Rio Profa. Tatiana Oliveira Siciliano Departamento de Comunicação Social – PUC-Rio Profa. Maria Isabel Mendes de Almeida PUC-Rio Profa. Ana Lúcia Silva Enne UFF Profa. Gisela Grangeiro da Silva Castro ESPM Prof. Augusto César Pinheiro da Silva Vice-Decano de Pós-Graduação do CCS Rio de Janeiro, 11 de Junho de 2018. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, do autor e da orientadora. Bruno Thebaldi de Souza Graduou-se em Estudos de Mídia pela Universidade Federal Fluminense em 2010. Possui mestrado em Comunicação Social pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense (PPGCOM-UFF). Autor do livro “A Era dos Multimedos. As turbofobias e a construção dos imaginários sociais de medo pela mídia” (2016). Pesquisa principalmente temas relacionados com subjetividade, sociabilidade, intimidade, corpo, consumo, desigualdade e democratização da mídia. Ficha Catalográfica Souza, Bruno Thebaldi de Mídia e exteriorização do self : exposição de intimidade e culto ao corpo / Bruno Thebaldi de Souza ; orientadora: Vera Follain de Figueiredo. – 2018. 214 f. : il. ; 30 cm Tese (doutorado)–Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Comunicação Social, 2018. Inclui bibliografia 1. Comunicação Social – Teses. 2. Mídia. 3. Imprensa. 4. Brasil. 5. Exteriorização. 6. Subjetividade. I. Figueiredo, Vera Lúcia Follain de. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Comunicação Social. III. Título. CDD: 302.23 Para Daysi Thebaldi (1952-2016) Agradecimentos Para minha orientadora, a professora Drª Vera Lúcia Follain de Figueiredo (PUC- Rio), por toda a ajuda, empenho, dedicação e paciência durante o processo de condução da feitura desta tese. Foi um prazer dividir esse trabalho com essa pessoa admirável; Para a professora Drª Ana Enne (UFF), por sempre estar presente e ter sido minha orientadora da graduação à conclusão do mestrado - faz-se jus dizer que foi por sua força que decidi trilhar o caminho da pós – e por ter aceitado o convite para integrar a banca de defesa do doutorado; Para a professora Drª Maria Isabel Mendes de Almeida (PUC-Rio), por gentilmente ter aceitado compor minhas bancas de qualificação e defesa de doutorado, brindando-me com preciosas sugestões desde a ocasião em que cursei uma de suas disciplinas no PPGCIS; Para a professora Drª Tatiana Siciliano (PUC-Rio), por igualmente ter aceitado meus convites para as bancas de qualificação, também me presenteando com grandes dicas, e, agora, a de defesa; Para a professora Drª. Gisela Castro (ESPM-SP), por tão solicitamente ter aceitado compor a banca de defesa, dispondo-se a viajar de São Paulo para o Rio de Janeiro, ainda que com a agenda apertada; Para o professor Dr. Dênis de Moraes (UFF), que tão solicitamente aceitou escrever-me uma carta de recomendação ainda durante a seleção do doutorado, em 2013; Para a professora Paula Sibilia (UFF), por toda a ajuda ao longo de minha trajetória acadêmica, e pelas ternas e fraternais palavras de apoio e incentivo ao término deste doutorado; Para o PPGCOM da PUC-Rio, em especial seu corpo docente, que confiou em meu projeto e me deu a oportunidade de fazer o doutorado na instituição; Para os meus colegas de trabalho, que me prestaram bastante apoio durante o período em que fiz o doutorado e pela paciente e indispensável ajuda que me prestarem com as regras de formatação do texto; Para a minha família, a base de tudo. Resumo Souza, Bruno Thebaldi de; Figueiredo, Vera Lúcia Follain de. Mídia e exteriorização do self: exposição de intimidade e culto ao corpo. Rio de Janeiro, 2018. 214p. Tese de Doutorado – Departamento de comunicação social, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Entende-se, aqui, o complexo processo de formatação das subjetividades contemporâneas a partir de dois fenômenos principais, os quais são observados não de forma isolada, mas em concomitância, isto é, ocorrendo ao mesmo tempo, sem que se anulem. Ao contrário, os dois se somam. São eles: a exibição de particularidades da vida dita privada nos meios de comunicação, em especial nas redes sociais da Web em sua fase 2.0, como Facebook, Twitter, Instagram e YouTube, a qual podemos aludir como “exposição de intimidade”, e a crescente e desenfreada preocupação com a obtenção do chamado “corpo perfeito”, em geral associado, nas narrativas midiáticas, ao porte torneado ou musculoso, fomentando o movimento conhecido como “culto ao corpo”. Na tentativa de encontrar proximidades, afastamentos e ambiguidades entre o atual modelo de subjetividade predominante, que começou a emergir a partir de meados do século XX, e o anterior, em voga, sobretudo, entre os séculos XIX e primeira metade do XX, esta tese de doutorado coteja dois momentos históricos distintos. Para tanto, a opção foi analisar o discurso de periódicos nacionais, de grandes e pequenas cidades, situado nesses dois recortes temporais. Dessa investigação, a conclusão foi a de que, ao contrário do que alega a maioria dos estudos sobre o tema, a força da exteriorização, tão marcante aos dias atuais, também já estava presente e se fazia sentir no modelo subjetivo de antes, ainda que atuasse de modo diferente: se hoje o predomínio é o da “exteriorização ativa”, quando o próprio indivíduo expõe a si mesmo, anteriormente o mais observado era o que batizamos de “exteriorização passiva”, quando o indivíduo é exteriorizado por terceiros, às vezes sem o seu consentimento ou sapiência. Igualmente os objetivos almejados com a exteriorização cambiaram de um momento a outro: no século XIX e primeira metade do XX, buscava-se, notadamente, constranger e/ou envergonhar o outro, especialmente pela difusão de comportamentos considerados “desviantes” ou “inapropriados” à moral da época; agora, por sua vez, procura-se, sobre todas as coisas, a captura do “olhar do outro”, “ser visto”, o que ascende o sentimento de prestígio social. Palavras-chave Comunicação; mídia; imprensa; Brasil; exteriorização; subjetividade; exposição de intimidade; culto ao corpo; entretenimento; redes sociais. Abstract Souza, Bruno Thebaldi de; Figueiredo, Vera Lúcia Follain de (Advisor). Media and self externalization: intimity exhibition and Cult of body in formation of contemporany subjectives. Rio de Janeiro, 2018. 214 p. Tese de Doutorado – Departamento de comunicação social, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. It is understood, here, the complex process of formatting of the contemporary subjectivities from two main movements, observed not in isolation manner, but in concomitance, that is, both occurring at the same time, without being annulled. On the contrary, add up each other. They are: the exhibition of particularities of private life in the media, especially in the social networks from the Web 2.0, such as Facebook, Twitter, Instagram and YouTube, which is alluded as “exhibition of intimacy”, and the growing and unbridled preoccupation with obtaining the so-called “perfect body”, usually associated, in the mediatic narratives, with the turned or muscular body, fomenting the movement known as “cult of the body”. In an attempt to find closeness, distanceness and ambiguitiess between the current predominant model of subjectivity, which began to emerge from the mid-twentieth century, and the past, in vogue, especially between the nineteenth and first half of the twentieth century, this PhD thesis matches two different historical moments. For that, the option was to analyze the discourse of Brazilian periodicals, of large and small cities, located in these two temporal cuts. From this investigation, the conclusion was that, contrary to most of the studies defend, the force of externalization, so striking to present days, was already present and felt in the previous subjective model, even though acting differently: if today the predominance is that of “active exteriorization”, when the individual exposes himself, before the most often observed was what we call “passive exteriorization”, when the individual is externalized by others, sometimes without your consent or wisdom. Likewise, the goals of exteriorization have changed from the first moment to the next: in the nineteenth and first half of the twentieth, the aim was to embarrass the other, especially through the diffusion of behaviors considered “deviant” or “inappropriate” to the moral of the age; now, in turn, it searches for, above all, capture the “look of the other”, “to be seen”, which ascends the sense of social prestige. Keywords Comunication; media; press; Brazil; exteriorization; subjectivity; exhibity of intimacy; cult of the body; entertainment; social networks. Sumário 1. Introdução 12 2. Externalizo-me, logo existo 38 2.1 A exteriorização no processo de formatação das subjetividades 39 3. A supremacia do entretenimento 64 4. Mídia e narrativas privadas nos séculos XIX, XX e XXI 89 4.1 Narrativas privadas e a busca pelo “eu” interior 89 4.2 Confissões nada secretas 108 4.3 A intimidade como entretenimento 120 5. Das mudanças nos ideais de beleza ao culto ao corpo 140 5.1 O corpo, “espelho do eu” 140 5.2 Formação do culto ao corpo 159 5.3 Um corpo sem limites? 175 6. Conclusão 191 7. Referências bibliográficas 197 Lista de figuras Figura 1 - Elegantíssima na sua ‘toilette’ de rendas brancas, admiravelmente ‘chapeautée’, passa Mme. Van Erven, acompanhada de uma galante amiguinha 23 Figura 2 - Depois de terem examinado a ‘vitrine’ do Bazin, encaminham-se para a estação do Jardim Botanico, Mme.