ARQUITETU RA E

PLANO MUNICIPAL DE REDUÇÃO DE RISCO CABO DE SANTO AGOSTINHO

VOLUME II – MAPEAMENTO DE RISCO

Maio - 2006 6565265

VOLUME II – MAPEAMENTO DE RISCO

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SUMÁRIO

VOLUME II – MAPEAMENTO DE RISCO

1. INTRODUÇÃO ...... 04

2. ASPECTOS SOCIAIS ...... 06

3. ASPECTOS DE URBANISMO E INFRA-ESTRUTURA ...... 12

4. ASPECTOS AMBIENTAIS ...... 31

5. ASPECTOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS ...... 35

6. MONTAGEM DA BASE CARTOGRÁFICA ...... 52

7. QUADROS RESUMOS ...... 54

8. ANEXOS ...... 62

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1. INTRODUÇÃO

O Mapeamento de Risco abrange os assentamentos precários indicados pelo monitoramento da Defesa Civil, localizados em áreas de encostas ou margens de cursos d'água no território do Município do Cabo de Santo Agostinho, identificados como áreas sujeitas a situações de risco decorrentes de processos erosivos e inundação, conforme objeto do Termo de Referência. O Mapeamento de Risco contém em um mesmo ambiente as informações cartográficas disponibilizadas pelo governo municipal (bases cartográficas) e as informações descritivas, devidamente tratadas, resultando na hierarquização de setores de risco. Esta hierarquização foi obtida através da sistematização e tratamento das informações/ levantamentos de campo. O Mapeamento de Risco deverá ser considerado como um instrumento no planejamento urbano essencial, no registro da situação atual (março/2006), ele deve permitir e facilitar o acompanhamento das transformações futuras no ambiente, por conta tanto de intervenções previstas no plano, quanto por fatores outros, positivos ou negativos, especialmente presentes na dinâmica dos assentamentos precários. Por conta disso, o mapeamento se agregará ao sistema de acompanhamento/ gestão da operacionalização do plano, que contém instrumentos / rotinas específicos para a atualização das informações em tempo real, de forma a se constituir num produto perene. Conforme apresentado anteriormente (volume-I), com a adoção de metodologia que segue a recomendada pelo Ministério das Cidades, o mapeamento foi elaborado objetivando o cadastramento dos pontos de risco e o zoneamento destes. No cadastramento dos pontos de risco, a equipe partiu dos relatórios de monitoramento dos pontos de risco da coordenadoria de Defesa Civil do Município e das reuniões realizadas junto às lideranças locais, das comunidades diretamente envolvidas, foram vistoriados todos os pontos, com indicação do grau de risco. As informações levantadas através das vistorias subsidiaram o cadastramento das áreas de risco, considerando os fatores de suscetibilidade e vulnerabilidade. A partir deste cadastramento foram delimitadas as zonas homogêneas em relação ao grau de risco, estabelecendo assim os setores, os quais passaram por um processo de individualização, sendo: aplicação de fichas/ relatórios de campo – informações geológicas, geotécnicas, de engenharia, urbanísticas, social, ambiental, estabelecimento de escala para hierarquia de risco – risco baixo = 1, risco médio = 2, risco alto = 3, risco muito alto = 4, e o lançamento dos setores de risco no mapa. Para o zoneamento, foi realizada uma pré setorização – com mapas, fotos, imagens, relatório da coordenadoria de defesa civil e das vistorias realizadas e os cadastros. A setorização foi realizada com a aplicação das fichas de campo (indicadas pelo MCidades) O mapeamento foi executado por meio de estudos realizados em campo, no período de julho a novembro de 2005, partindo de reuniões realizadas, junto à equipe técnica institucional e sociedade civil organizada; onde foi elaborado um Planejamento de Atividades de Campo, com a montagem de uma agenda de visitas nas áreas indicadas pela Defesa Civil/ documentos institucionais de anos anteriores/ indicação da população. A equipe de campo foi composta por: Consultora – engenheiros civis, técnico social, arquitetos, geólogo - junto à equipe da defesa civil do município e as lideranças locais.

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Equipe Técnica da Consultora

Área Específica Nomes Hilda Wanderley Gomes Luciana Macário Simões da Silva Engenharia Civil Cristiane Barroso Viana Robson Gomes - Estagiário Geologia/ Geotecnia Kleber Rolim Estella Suzana Matias Braga Luiz Antonio Wanderlei Neves Filho Arquitetura/ Urbanismo Jairo Gonçalves Lima Filho Anderson Luiz Aragão da Silva Antonio Jordão dos Santos Neto Ambiental Ricardo Silva D’anunciação Júnior Social Diniz Gomes Campos José Gleidson Dantas Geoprocessamento Kleberth Domingos

O trabalho de campo teve início pela Regional 4 – Charneca, área em sua totalidade com perfil geológico de morros, com setores de risco muito alto, como pode-se verificar nos mapas (anexo). A seqüência foi a Regional 3 – Ponte dos Carvalhos/ Pontezinha, com problemas de risco alto e muito alto, com perfil geológico tanto de alagados como de encostas; seguiu-se a Regional 2 – Praias/ Vilas, que diante das outras regionais, em referência a risco de encostas e inundações, apresentou menos setores, porém com uma parte das Vilas (Destilaria) tendo um risco alto de inundação; finalizando com a Regional 1 – Centro/ São Francisco/ Cohab, com muitas áreas de risco, principalmente muito alto e alto.

Material utilizado pela equipe de campo da consultora: - Fichas de levantamento de informações, das áreas de geologia, geotecnia, engenharia (definidas pelo Mcidades), social; - Mapas da localidade a ser visitada; - Câmeras digitais. A equipe teve muitas dificuldades nas vistorias, por conta da cartografia disponibilizada estar desatualizada, sendo necessário, por muitas vezes atualizar/ corrigir as unibases, a partir de levantamento em campo.

Foram considerados aspectos sociais, de urbanismo e infra-estrutura, ambientais, geológicos/ geotécnicos para delimitação dos setores, a seguir abordaremos estes aspectos, suas especificações, suas informações, quadros resumo e as fichas de campo.

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2. ASPECTOS SOCIAIS

Por orientação do MCidades, a participação popular é um dos pré-requisitos primordiais para elaboração do PMRR, a sustentabilidade dos conceitos aplicados para elaboração do PMRR, é alicerçada num processo participativo, através do qual as comunidades se envolvam tanto na indicação dos pontos de risco, quanto nos problemas e na proposição de soluções. Esse referencial funciona como o eixo condutor de todas as etapas de trabalho, possibilitando a articulação e integração das atividades e de seus produtos. Foram desenvolvidas articulações/ mobilizações junto à equipe técnica municipal e todas as informações, documentos, relatórios, entre outros foram conseguidas junto à municipalidade. As famílias moradoras do município foram co-participantes em todas as atividades, interagindo nas visitas, reuniões, validação de setores, etc. Para início dos trabalhos foi necessário o conhecimento da divisão político-administrativa do município, para que a equipe técnica pudesse traçar um planejamento de atividades/ vistorias, a partir da forma organizacional do município, resultando na construção integrada e participativa de todos os membros da equipe, tanto da consultora como da defesa civil e da comunidade. Importante salientar que a agenda de vistoria foi elaborada a partir deste precedente.

A partir deste planejamento foram executadas as atividades com a seguinte agenda:

REGIONAL ATIVIDADE DATA Reunião realizada no escritório da Regional 1, localizado na Cohab, às 9h., com a presença de lideranças representativas 1 11.07 das áreas a serem mapeadas, com o objetivo de apresentar o Plano de Trabalho. Reunião realizada no escritório da Regional 3, localizado em Ponte dos Carvalhos, às 9h., com a presença de lideranças 3 14.07 representativas das áreas a serem mapeadas, com o objetivo de apresentar o Plano de Trabalho. Reunião realizada no escritório da Regional 4, localizado na Charneca, às 9h. e em Jussaral, com a presença de 4 19.07 lideranças representativas das áreas a serem mapeadas, com o objetivo de apresentar o Plano de Trabalho Reunião realizada no escritório da Regional 2, localizado em Gaibú - Praias, às 9h., com a presença de lideranças 2 20.07 representativas das áreas a serem mapeadas, com o objetivo de apresentar o Plano de Trabalho • Em anexo segue as atas das reuniões acima citadas

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Registro fotográfico de Reunião realizada na Regional 4 – Apresentação do Plano de Trabalho do PMRR do Cabo de Santo Agostinho

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Nas vistorias, foi observado que também um grande número de pessoas, abordava a equipe, com questionamentos do tipo: “em que eles estavam trabalhando?” “Para que era o levantamento que estava sendo feito?” Este número não foi possível quantificar, porém é importante deixar registrado este fato, pois algumas pessoas tomaram conhecimento do Plano a partir das vistorias em suas localidades e percebeu-se que nas reuniões realizadas durante o processo o interesse aumentou, pela presença e pelas perguntas feitas pelas lideranças locais.

A partir das apresentações foi construída uma agenda de vistorias

REGIONAL ATIVIDADE PERÍODO Agosto/ 4 2005 Agosto/ 3 Visitas de campo para subsidiar mapeamento de risco 2005 Setembro/ 2 2005 Setembro/ 1 2005

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Registro fotográfico das vistorias de campo, equipe da consultora, junto à defesa civil do município.

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Após a elaboração do Mapeamento Parcial de Risco de todas as áreas, foram realizadas reuniões para validar o mapeamento, considerando que se houvesse alguma área que não tivesse sido visitada, seria agendada uma visita técnica. Socializando assim todo o processo.

REGIONAL ATIVIDADE PERÍODO 3

1 Reuniões para validação do mapeamento parcial de Setembro/ risco Outubro/ 2 2005

4 Em anexo segue as atas das reuniões acima citadas

Registro fotográfico das reuniões de acompanhamento do Mapeamento – Regional1

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As informações sócio econômicas levantadas foram generalizadas, já que os recursos para elaboração do PMRR, não estão incluídos o cadastramento censitário sócio-econômico das famílias moradoras dos setores de risco. A partir dos pontos de risco, cadastrados e zoneados, foram levantadas informações sócio econômicas das localidades, nas quais estão inseridos os setores. Apresentamos em anexo à ficha de campo utilizada pelo social, bem como as informações sócio-econômicas levantadas, por Regional, das localidades vistoriadas. No entendimento que o papel do social está atrelado à articulação/ mobilização não só das comunidades diretamente envolvidas, mas também dos demais atores institucionais que interagem durante este processo, ou seja infra-estrutura, planejamento, defesa civil, equipes das secretarias regionais, foram planejadas algumas atividades de nivelamento de informações, para que o governo se apropriasse destas, dominasse o trabalho a ser desenvolvido, facilitando assim, todo o processo. A atividade do social, na articulação e mobilização das reuniões, ficou definida como apoio, das equipes da secretarias regionais, que são as responsáveis pela articulação política das ações da Prefeitura.

Registro fotográfico das reuniões com a equipe institucional para nivelamento das informações

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3. ASPECTOS DE URBANISMO E INFRA-ESTRUTURA

Os problemas de ocupação urbana dos grandes centros, por conta do ajustamento do homem ao ambiente construído, refletem-se principalmente na periferia, em alagados e morros, ocupados de forma desordenada. A população, ávida por cada centímetro quadrado da cidade, desfigura o relevo e esquece o caminho das águas. A chuva vem e não perdoa. Os deslizamentos amontoam-se com o barro nos quartos e salas. A água da chuva, represada pelas ocupações, recupera seu espaço inundando as residências. As casas são privadas, a calamidade é pública. A freqüência de acidentes com perda de vidas e prejuízos materiais tem sido o grande desafio do poder público, diante de sua responsabilidade constitucional. A necessidade de tratamento das encostas urbanas esbarra em questões técnicas associadas às intervenções e obras nos morros e alagados ocupados quanto às definições de prioridades, tipo de intervenções e relação custo x benefício. O entendimento destes problemas passa pelo entendimento de suas causas e conseqüências. Os condicionantes naturais aliados ao manejo inadequado aceleram a degradação, impactando nos desastres ambientais urbanos. As características geomorfológicas, geológicas e pedológicas determinam a capacidade do ambiente ao tipo de ocupação e obras de engenharia. A gestão destes problemas estará mais bem encaminhada com a elaboração de documentos técnico-científicos, com prazo e custos eficazes e com uma gestão política que permita a implantação em tempo hábil das medidas de prevenção e controle urbano. A nova realidade tecnológica permite que as informações sejam democratizadas e dissipadas em alta velocidade, torna-se aliada deste modelo de gestão, que pressupõe o caráter participativo com toda a sociedade civil, especialmente a residente em áreas de risco. Os principais fatores que determinam a ocorrência de áreas de risco à erosão e deslizamentos são a forma de ocupação (fatores antrópicos), e os condicionantes naturais, que trazem juntos, além dos prejuízos materiais e perdas de vida, conseqüências como o assoreamento de rios e canais, obstrução de galerias e transtornos na cidade como um todo. O problema, com esta repercussão ambiental, então extrapola as fronteiras dos morros e alagados, atingindo o morador da cidade formal.

Ocupação do Solo

A ocupação da Região Metropolitana do , inicialmente se deu na planície, em sítios estratégicos, do ponto de vista militar e seguindo a rota de escoamento de mercadorias, em direção ao porto do Recife. A planície, entrecortada por rios, canais e camboas, teve seu desenho urbano definido por esta rota, com um centro urbano e freguesias nas encruzilhadas onde aparecia terra firme. Com o crescimento da cidade e a multiplicação de oportunidades, primeiro os baixos e depois os morros, passaram a ser ocupados pela camada mais pobre da população. Os recursos naturais dos mangues atraíram sua gradual ocupação, já que permitiam uma subsistência no extrativismo na ausência de trabalho remunerado. Esta população, diante da necessidade premente de "Ter onde morar" ocupou estas áreas, de risco geológico, sem critérios e orientação técnica e gerou um processo em que os problemas surgem numa velocidade bem maior que suas soluções.

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Nestas localidades há também o que se admirar: A bela vista da cidade, a riqueza de sua produção cultural,... Por outro lado, estes assentamentos em sua maioria se deram de forma ilegal, desordenada e concentradora de problemas. A ausência de uma política habitacional agravou a situação. Esta ocupação se dá, praticamente segundo dois modelos: • Ocupação informal, realizada sem planejamento urbano adequado, no entorno de pequenos núcleos urbanos iniciais ou de vias de acesso. Por ter se dado de forma lenta e gradual, em sua maioria se adaptou ao meio físico, tendo sido trabalhada sem grande agressão ambiental. Este tipo de ocupação não chega a constituir uma ameaça ao meio físico. • Invasões, a mais agressiva das ocupações, do ponto de vista ambiental, pela velocidade em que ocorrem. Representam uma grande ameaça tanto para a própria população, quanto para as comunidades formais em seu entorno.

Outro ponto agravante à problemática destas áreas é a dificuldade estrutural do poder público na questão do Controle Urbano, onde o poder público municipal exerce mais freqüentemente o poder de fiscalização no que diz respeito a construções irregulares, diminuindo sensivelmente a prática de construções. A verdade dos altos e dos alagados é outra, com a constante multiplicação de construções informais e invasões.

Drenagem

O município do Cabo de Santo Agostinho conta com um sistema natural de drenagem, envolvendo três bacias hidrográficas. A hidrografia do município é bem hierarquizada, estando incluída nos recursos hídricos de superfície da Região Metropolitana do Recife, e tem como principais rios:

• Pirapama - com elevado índice de poluição decorrente de resíduos industriais e da falta de sistema de saneamento básico no município; • Gurjaú - principal afluente do Pirapama que abastece o Recife desde 1918, com descarga mínima de 65.000 m3/dia; • Jaboatão - que recebe pesada carga poluidora dos municípios de Jaboatão e Moreno.

As áreas de encostas, por suas peculiaridades topográficas, despejam por gravidade suas águas nessas Bacias Hidrográficas. De forma ordenada ou não, o caminho das águas segue o seu curso, e na insuficiência de dimensionamento da rede de drenagem, ocorrem os problemas nos morros e alagados. Nos assentamentos informais a preocupação com o caminho das águas é quase sempre inexistente. Quando há o esclarecimento, a iniciativa encerra-se no limite do lote. A falta de uma consciência de coletividade, sedimentada na amargura dos problemas individuais cria esta grande Babel. O ato de criar um sistema primário de drenagem, sem sua complementação no sistema da micro-bacia, transfere o potencial erosivo para o seu limite imediato. As canaletas devem fazer parte de um sistema completo de drenagem, que conduza as águas pluviais até um curso d'água ou outro sistema devidamente dimensionado, sem que haja perigo de erosão ou outros inconvenientes. O sistema de drenagem predominante nas áreas de morros do Cabo de Santo Agostinho, quando não em valas comuns criadas pela erosão, dá-se em forma de calhas a céu aberto, ladeando as escadarias e vias que funcionam como sistema viário. Uma parte das obras de

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contenção e/ou revestimento também apresenta calhas em sua crista e/ou pé, despejando na drenagem existente no logradouro (quando há) ou diretamente no solo, criando valetas em solo natural. Estas valetas incorporam ao longo de seu curso outras contribuições, tendendo a tornarem-se sulcos ou ravinas (conforme descreveremos a seguir). Com a orientação das águas no sentido do Alto para o Córrego, daí direcionado para o sistema hídrico da micro-bacia através de córregos, canais e em alguns (poucos) casos bueiros e sistema de drenagem em galerias subterrâneas. O processo erosivo das encostas termina provocando o estrangulamento da drenagem através do assoreamento destas micro- bacias. Estes sistemas em sua maioria foram (e ainda são) executados sem um estudo mais aprofundado, sendo freqüentes os casos de coletores com dimensionamento inferior à drenagem de contribuição. Afora isto, o sistema que deveria escoar exclusivamente águas pluviais, recebe permanentemente contribuição de águas servidas e esgoto doméstico. A falta de orientação e conhecimento técnico da população no processo de ocupação dos morros também contribui para o colapso da drenagem nestas áreas. Intervenções simples, como biqueiras, calhas e dissipadores, devidamente orientados para um sistema de destino final, contribuiriam para minimizar o processo erosivo das encostas. Outro problema grave identificado é o estado de manutenção das canaletas e canais, o acúmulo de lixo em seu leito e a obstrução do sistema por obras ou intervenções particulares (acesso de veículos e pedestres, puxadas, etc.).

Proteção Vegetal

Atualmente a cobertura vegetal do Cabo de Santo Agostinho é composta pela remanescente vegetação nativa e pela vegetação cultivada. Ainda temos uma boa parte da vegetação nativa, ora em matas primárias e mangues, ora em estágio de regeneração, em áreas de preservação ambiental. Por outro lado, a vegetação introduzida na substituição da nativa, principalmente com o cultivo da cana-de-açúcar, traduz-se numa parcela significativa da cobertura vegetal do município. Algumas localidades apresentam uma cobertura arbórea aparentemente satisfatória (Jussaral, por exemplo). O corte da vegetação nos taludes seja para planificação do terreno a ser edificado, ou simplesmente para "limpar o mato", cria uma ferida na encosta, tornando-a um ponto vulnerável à erosão ou aos deslizamentos. De acordo com estudos 2 o atrito das gotas de uma chuva com uma hora de duração remove 50 m 3 de solo sem proteção vegetal, sem contar com a enxurrada provocada pela declividade. A cobertura vegetal tem influência na quantidade de água infiltrada, no escoamento superficial, na maior ou menor degradação da superfície (erosão), teor de umidade do solo e resistência à ação das chuvas. As raízes formam um reforço mecânico e retiram a água das camadas superficiais, favorecendo a estabilidade. Este sistema radicular ainda aumenta a capilaridade do solo, tendo interferência nas camadas mais profundas. A proteção vegetal constitui-se na defesa natural do terreno contra a erosão, protegendo-o contra o impacto direto da chuva e provendo a dispersão e quebra de energia das águas de escoamento. Outro fator grave observado é o acúmulo nos taludes, de lixo doméstico em meio à vegetação. Apesar do município oferecer uma cobertura de coleta em quase toda a cidade, há dificuldades devido à topografia, difícil acesso e densidade demográfica, principalmente nas áreas de morros. Na falta de educação e orientação ambiental, a população

2 Sílvio Romero de Melo Ferreira – Erosão Hídrica – Notas de Aula, pg. 03, 1997

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invariavelmente, cria verdadeiros depósitos de lixo lançados sobre a vegetação dos taludes. Com a chegada das chuvas, a imediata saturação da vegetação e o seu aumento de peso, despencam arrastando consigo a cobertura vegetal e parte do solo. Por isto, qualquer plano de gestão de problemas urbanísticos em áreas com estas características, tem que levar em consideração conceitos de preservação da cobertura vegetal, limpeza urbana e educação ambiental.

Deslizamento de Taludes

Entende-se por talude a superfície inclinada de um maciço de solo, rocha ou ambos. Os taludes artificiais são os que aparecem nos cortes ou aterros, enquanto encostas são aqueles encontrados na natureza. Conforme descrito anteriormente são três os fatores predominantes que causam o deslizamento de taludes:

• Características Geomorfológicas • Forma de Ocupação Antrópica • Ação das Águas

No caso dos morros do Cabo de Santo Agostinho, estes três fatores ocorrem de maneira associada. As localidades com morfologia de relevo irregular são formadas por altos e córregos. Apresentam extensas áreas desmatadas, alguns trechos cultivados, e desfigurados pela erosão induzida. A erosão do solo ocorre quando as forças de atração, levantamento e abrasão dos solos excedem as de coesão e atrito. Os processos erosivos do solo possa se dar de forma natural, quando se desenvolvem em condições de equilíbrio com a formação do solo. A erosão antrópica ou acelerada é provocada pela água, em conseqüência da ocupação humana. Deflagrados pela ocupação do solo, os processos erosivos passam a ser comandados por diversos fatores naturais relacionados às características da chuva, do relevo, do solo e da cobertura vegetal. A ação das águas é o mais importante fator que leva as situações de risco. Analisando os aspectos fisiográficos da RMR, no quesito clima, classificado como tropical quente-úmido ou tropical chuvoso, tem uma precipitação anual superior a 1.653 mm, chegando a atingir médias anuais de 3.459 mm (1964) e de 3.860 mm (1986), sendo o mês de maio, o de maior ocorrência de chuvas. Além da contribuição pluvial a situação é agravada pela falta de saneamento básico e as alternativas encontradas pela população para destino final de dejetos. O acúmulo de fossas negras nos taludes, além do permanente despejo de águas servidas tem sido fatores preponderantes no que se refere à saturação do solo. Considerando que as causas de ruptura dos taludes estão basicamente relacionadas ao aumento de solicitação do maciço e à redução gradativa ou temporária da resistência ao cisalhamento, é certo afirmar que a ação das águas interfere diretamente na estabilidade dos taludes, da seguinte forma: • Saturação, Represamento e Compressão - Aumenta a solicitação, diminui a resistência, reduz a estabilidade; • Erosão - Aumenta a solicitação e reduz a estabilidade.

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As massas de solo situadas nas partes mais altas dos taludes tendem a deslocar-se para baixo e para fora do maciço, com a ação da força da gravidade. Quando a resistência ao cisalhamento do solo supera esta tendência, o talude é estável. Quando fatores modificam esta relação, ocorrerá a ruptura e o deslizamento. As ocorrências de deslizamentos de taludes podem ser observados em 4 categorias de movimentos 1 :

Queda ou Desprendimento caracteriza-se pelo destacamento e queda de uma porção do maciço sob ação da gravidade. A freqüência deste fenômeno é verificada quando um solo facilmente erodível encontra-se subjacente a outro mais resistente, como por exemplo, uma camada de solo arenoso ou silte sob uma camada de argila adensada.

Escorregamento Rotacional acontece de maneira relativamente rápida, quando um bloco maciço desloca-se como um todo, sobre uma superfície contínua de ruptura, com a forma aproximada de um arco de círculo. Costuma ocorrer em argilas uniformes. Em solos em que a resistência ao cisalhamento varia com a profundidade, a forma da superfície de ruptura tende a se achatar.

Escoamento caracteriza-se pelo movimento contínuo de materiais de encostas, sem que haja necessariamente superfície determinada, podendo envolver grandes massas de material. Quando lento apresenta características de escoamento fluido viscoso, é chamado de rastejo; quando rápido produzido pela elevação da pressão neutra e redução da resistência ao cisalhamento, por ocorrência das chuvas, chama-se corrida.

Escorregamento Translacional ocorre quase sempre em planos paralelos à superfície inclinada do talude. A massa que desliza tem duas dimensões preponderantes sobre a terceira (espessura), chegando a atingir grandes extensões, movimentando-se como corpo contínuo. São provocados pela elevação de nível de água preexistente ou pela infiltração sem nível de água preexistente.

No caso específico dos morros do Cabo de Santo Agostinho, nos períodos chuvosos em decorrência dos fatores já descritos, ocorrem movimentos de massa (deslizamentos), nos solos mais argilosos e transporte de massa (erosão), quando os sedimentos são mais arenosos. Os cortes e/ou aterros tecnicamente incorretos e a presença de lixo, são fatores que aumentam a probabilidade de acidentes , resultantes da associação destes dois movimentos, levando ao que nós classificamos como Desabamentos , que se caracteriza pela destruição de estruturas construídas (escadarias, muros de arrimo, muros de proteção, edificações) devido à falta de manutenção, falhas construtivas e ação das chuvas.

Infra-estrutura

Uma das premissas do planejamento urbano é a reunião do maior número de informações cadastrais da região em estudo condicionantes naturais e construídos, infra-estrutura, serviços públicos, etc., reunidas, classificadas e devidamente analisadas são uma poderosa ferramenta para o urbanista detectar os problemas e potencialidades.

Distribuição de Água

1 B.B. Broms, em "Landslides"

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A Companhia de Pernambucana de Saneamento, desde o início dos anos 70 é a concessionária estatal responsável pela distribuição de água no Cabo de Santo Agostinho, cobrindo praticamente toda a área urbana do município, de forma integrada a nível metropolitano, composta pelos sistemas Tapacurá, Duas Unas, Suape e Botafogo. Este sistema integrado, com a construção dos Grandes Anéis, uma linha principal de distribuição d'água, que recebe água dos sistemas já citados, a partir do qual derivam-se as linhas secundárias. Estas linhas secundárias, na planície quase sempre se encontram ao longo dos logradouros, seja sob o leito das ruas, seja sob os passeios. Nas áreas de encostas, por suas características próprias de topografia e traçado urbano irregular, a distribuição não segue um padrão, estando muitas vezes exposta de forma a ser violada facilmente, ou oculta de forma tal, que só é encontrada com o auxílio de plantas ou cadastros. Nos serviços de movimento de terra, um dos condicionantes importantes é a localização da tubulação distribuidora de água. Tal informação define elementos condicionantes para o desenho urbano do espaço a modificar, a sim como orienta na prevenção de riscos de rompimento quando da execução das obras.

Escadarias

A falta de planejamento na ocupação das encostas gerou um traçado urbanístico orgânico, acomodado nas limitações topográficas. Este traçado urbano surgiu a partir dos antigos caminhos e estradas que ligavam os povoados ao centro ao longo dos vales, os córregos, ou no topo dos morros, os altos. É comum o nome de logradouros batizados desta forma: Alto do Cemitério, Alto dos Índios, Alto da Igreja, Alto da Bela Vista, entre outros. A ocupação informal foi ocorrendo adjacente a estas vias, buscando-se sempre os terrenos mais planos, e depois modificando o perfil das encostas com intervenções de cortes ou aterros. Estas intervenções foram naturalmente delimitando o espaço de domínio privado. O talude passou a definir os limites dos "terrenos". Se as ocupações nas áreas de morros fossem formalizadas com plantas de loteamento, haveria um mapeamento cadastral de todos os taludes artificiais em domínio privado dos morros do Cabo de Santo Agostinho. Com ocupação definitiva dos espaços adjacentes às vias, gradativamente o casario passou a “subir e/ ou descer” os morros, surgindo às vielas de acesso, que passaram a ligar os altos aos córregos. Estas vielas passaram a servir como sistema viário e de drenagem de águas pluviais e servidas. Com o início dos problemas inerentes a esta ocupação e a atuação do poder público municipal, estas vielas passaram a ser urbanizada na forma de escadarias, devido à sua grande declividade. A ausência de sistema de esgotamento sanitário e de drenagem agregou a este mobiliário urbano, valetas laterais, em tese para drenagem de águas pluviais, mas que na prática esgotam também águas servidas e esgotos domésticos. O método construtivo padrão destas escadarias, parte da concepção de uma secção tipo, que vai adequando-se à topografia. A maioria teve seus degraus e patamares definidos in loco , quando da execução da obra. Poucas escadarias foram executadas a partir de projetos executivos que detalhassem a distribuição longitudinal de degraus e patamares, o que dificulta o planejamento e as obras de manutenção e compromete a acessibilidade. A secção transversal da escadaria é definida por duas muretas laterais, geralmente em alvenaria de blocos cerâmicos de uma vez, com acabamento chapiscado e emassado com massa única de cimento e areia. Os degraus tem o seu espelho também geralmente em alvenaria de tijolos cerâmicos de uma vez. Os pisos são executados em contrapiso em

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concreto magro aplicado sobre o solo regularizado e com acabamento em argamassa de cimento e areia. Nas laterais, em um ou dois lados, são executadas as valetas, em geral no mesmo sistema construtivos para as paredes e pisos. Em alguns casos esta valetas são em canaletas pré-moldadas concreto. Em algumas escadarias identificamos dissipadores de energia, com o transpasso dos degraus para dentro das valetas, nas situações mais íngremes. Existem situações, em que estas obras, assumem um caráter de estabilização de taludes em processo de erosão, sendo muito comum encontrar arrimos de alvenaria de pedra rachão ladeando as escadarias. As laterais das escadarias, com ou sem drenagem são, em geral, o limite entre o logradouro e os "lotes" privados. Identificamos muitos casos em que os arrimos laterais encimados pelas muretas laterais de proteção, que são executadas com função de guarda- corpo, servem como paredes para as ampliações das residências nas "puxadas", agravando os problemas inerentes às ocupações ilegais. Este método construtivo é eficiente do ponto de vista tecnológico e econômico, mas traz cuidados importantes como a constante manutenção para evitar infiltrações e conseqüentes desabamentos. O acúmulo de lixo ou areia no leito da drenagem também se constitui num grave problema. É inegável a constatação de que estas intervenções melhoraram consideravelmente a qualidade de acessibilidade às residências e de como servem como ordenadora da drenagem de águas pluviais, mas não podemos deixar de admitir que apresentem problemas urbanísticos e arquitetônicos, como as dificuldades para o sistema de coleta de lixo, transporte de mercadorias, acesso de deficientes, estética e salubridade.

Tratamento de Encostas

Como já relatado, o poder público municipal tem feito ao longo dos anos altos investimentos em obras. A estrutura municipal utiliza-se de recursos próprios e convênios, entre eles o Programa Viva o Morro, e algumas vezes de verbas emergenciais para o saneamento de situações de calamidade. O sistema tradicional de obras nestas localidades é feita com a contratação de empreiteiras através de processos licitatórios para a construção e manutenção de escadarias, drenagens, muros de arrimo, pavimentação, etc. O poder público interfere tanto coletiva quanto pontualmente. Podemos considerar a interferência como pontual ou tópica quando a mesma traz como beneficiário um pequeno grupo de famílias, e ocorre quase sempre no lote. Geralmente trata-se da execução ou manutenção de obras que buscam o controle de erosão ou evitem acidentes por desabamentos, tais como muros de arrimo, revestimentos, drenagens, retaludamentos, plantio de vegetação no talude, recuperação e esgotamento de fossas, erradicação de árvores, retirada de lixo, entre outras. A interferência coletiva compreende obras de alcance social, beneficiando não só os moradores do entorno, ocorrendo no espaço público. São intervenções de execução ou manutenção de sistema viário (escadarias e pavimentações), drenagens e dissipadores, revestimento de canais, bueiros, pontes e pontilhões, muros de arrimos, urbanização de espaços vazios. A interveniência do poder público em obras pontuais justifica-se pela sua responsabilidade constitucional. Como já explicitado, a situação de risco geológico em áreas de morros com as características das do Cabo de Santo Agostinho, tem em suas causas principais a ação do homem, neste caso, a própria vítima em potencial é a geradora da situação do risco por problemas diversos como a falta do acesso à moradia formal, a falta de informação na

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maneira adequada de ocupação, e a falta de educação ambiental. Mas estas carências não tiram a sua responsabilidade. Existe um vasto acervo na engenharia civil de métodos de estabilização de encostas. Além dos métodos tradicionais, consagrados academicamente, um sem número de experiências e tecnologias alternativas surge a cada dia. O critério de adoção de cada um destes métodos passam pela análise de três fatores preponderantes: Viabilidades executivas, financeiras e durabilidade. Podemos dividir os métodos de estabilização de taludes em três grupos: Métodos Mecânicos, Métodos Geométricos e Métodos Hidrológicos. A tabela a seguir demonstra algumas das aplicações:

MÉTODOS MECÂNICOS Tipo Características • Estabilidade derivada do peso próprio Muro de Gravidade • Exige bom terreno de fundação Ex. Alvenaria de Pedra Rachão • Secção trapezoidal • Secções transversais esbeltas • Maciço / aterro contrabalança o empuxo Muro em “L” de Concreto Armado • Exige bom terreno para fundação • Altura máxima 5,0 m • Com contrafortes, aumenta a estabilidade. • Sucessão de estacas posicionadas em distâncias entre eixos de 1,5 vezes o diâmetro Cortina de Tubulões ou Estacas Justapostas • Terrenos Instáveis construídos a partir da superfície • Altura máxima de 3,0 m • A utilização de tirantes permite vencer alturas maiores • Possibilidade de estruturas delgadas com espessuras a partir de 20 cm Cortina de Concreto Armado ou Grelha • Vencem grandes alturas – acima de 20 m • Necessita associação com algum tipo de revestimento ou gramíneas (Grelha) • Não requer grandes movimentos de terra, bastando regularização. Tela Metálica Fixada com Chumbadores e • Elimina a necessidade de formas, escoramento, armaduras e Recoberta por Concreto Projetado (Soil concretagem. Nailing) • Necessita associação a obras de drenagem Muro de Blocos Estruturais de Concreto, • Requer a remoção de materiais para colocação de chumbadores e apoiado em Micro estacas e Contido por dreno Chumbadores. • Elevada permeabilidade e grande flexibilidade Arrimo de Gabiões • Rapidez de construção e facilidade de mão de obra especializada • Exige bom terreno de fundação • Possibilidade de maior ângulo de inclinação (1H: 15 V) Aterro Compactado com Reforço de Geotêxtil • Necessidade de revestimento de face • Exige bom terreno de fundação • Altura de até 6,0 m por patamar Arrimo de Solo-cimento Ensacado • Possibilidade de utilização do solo da própria encosta (rip-rap) • Associar a sistemas de micro-drenagem • Extremamente viável em obras por mutirões • Altura máxima de 2,5 m, por patamar Revestimento com Alvenaria de Tijolos • Associar a sistemas de micro-drenagem Cerâmicos e Concreto Armado • Necessita corte e regularização do talude • Rapidez de construção e tecnologia simplificada

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• Não requer grandes movimentos de terra, bastando regularização • Elimina a necessidade de formas, escoramento, armaduras e concretagem Revestimento em Tela Argamassada • Necessita associação a obras de drenagem e estrutura de base (obras existentes ou associadas) • Ideal para a proteção de áreas de taludes que ainda não foram comprometidos pelo processo erosivo • Rapidez na Aplicação; • Baixo custo; Resinas Elastroméricas de Poluiretano • Versatilidade de aplicação; projetada • (IMP – TL) Eficácia e durabilidade; • Possibilidade de associar vegetação no talude tratado; • Facilidade de manutenção / recuperação

MÉTODOS GEOMÉTRICOS

Tipo Características • Retirada do Material do trecho superior, diminuindo as cargas que influem na estabilidade Alívio do Topo do Talude • A associação com drenagem e proteção da superfície (impermeabilização), na maioria dos casos basta para a estabilização do talude. • Obtenção de ângulo médio de inclinação menor, através de um abrandamento geral do talude Abrandamento da inclinação do Talude • Indicado em situações onde o solo é de baixa resistência (Arenosos e (Retaludamento) siltes) • Associar a micro-drenagem e proteção da superfície • Necessidade de espaço na crista. • Amplamente utilizado em estradas, com flexibilidade de espaço na crista Escalonamento (Bermas) • Associar a canaletas, dissipadores e proteção superficial • Permite estabilização de grandes alturas (7,0 a 10,0 m por patamar)

• Aterro compactado, associado ou não a arrimo, no pé do talude Reforço do Pé do Talude • Associar drenagem e proteção superficial • Necessita de espaço no pé do talude

MÉTODOS HIDROLÓGICOS

Tipo Características • Sistema de drenagem de águas pluviais em taludes Escadas Dissipadoras de Energia • Prever estaqueamento, evitando o comprometimento por eventual desestabilização do talude (tratado ou não) • Divisor de águas que descem na face do talude • Impede deslizamentos superficiais Viga Canaleta (apoiada em micro-estacas) • Funciona como arrimo de pequena altura, escalonando a estabilidade • Trabalha associada ao sistema de drenagem

• Destinados a interceptar e conduzir à superfície águas subterrâneas, Drenos Sub-horizontais Profundos principalmente do lençol freático • Enterrada, suporta o peso dos aterros de espessuras consideráveis, Galeria Horizontal de Infiltração sem perda de eficiência • Deve ser construído de jusante para montante • Influenciam na quantidade de água infiltrada, no escoamento superficial, na degradação da superfície, no teor de umidade do solo e resistência à ação das chuvas e do vento Plantio de Vegetação • As raízes formam um reforço mecânico e retira a água das camadas superficiais, favorecendo a estabilidade • Aumento da capilaridade, interferindo nas camadas mais profundas

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Além destes métodos, a produção técnica, a criatividade e a cultura popular, detêm um acervo de possibilidades de soluções técnicas e uso de materiais alternativos ou reutilizados/ reciclados, que através de experimentações criteriosas que não representem riscos, possam ser incorporados à tipologia de soluções. O uso de materiais pouco convencionais como pneus, bambu, garrafas, restos e rejeitos de construções, devidamente experimentados e com a comprovação quanto à eficácia relação à estabilidade, podem ainda elevar a qualidade estética das obras, atingindo o quarto fator também importante à obra de engenharia: A beleza. O Programa Viva o Morro, criado pela Câmara de Meio Ambiente e Saneamento da FIDEM, traz uma nova concepção de requalificação dos espaços de morros, com a inserção desse território no planejamento da cidade e uma visão técnica de integração dos tratamentos, para a estruturação das encostas. Com o apoio financeiro da SUDENE, foi realizado um Diagnóstico Ambiental, Urbanístico e Social das áreas de morros da RMR, para a produção de um Manual Técnico para orientar gestores e técnicos na ocupação de encostas.

Com referência aos aspectos positivos e negativos das interferências da infra-estrutura com relação à proteção de encostas, destacamos o seguinte:

Interferência Aspectos Aspectos Positivos Negativos • Mapeamento e cadastro • Risco de rompimento em acidentes • Monitorização da Manutenção • Exposição da tubulação Distribuidores • Proteção • Desconhecimento de locação • Democratização dos serviços • Desuniformidade de distribuição Públicos • Melhoria na qualidade do acesso • Baixa qualidade das obras • Drenagem de águas pluviais • Dificuldade para coleta de lixo e • Tecnologia simples, baixo custo acesso de deficientes; • Versatilidade construtiva • Drenagem de águas servidas e • Caráter estabilizador de processos esgoto doméstico; erosivos • Acúmulo de lixo e areia nas canaletas Escadarias • Necessidade de manutenção permanente; • Favorecimento de puxadas • Dificuldade de acessibilidade • Estética • Insalubridade • Resultados imediatos; • Concepção desintegrada; Obras Pontuais ou • Viabilidade financeira • Intervenções sem maiores aprofundamentos técnicos; Tópicas • Agravamento da situação em longo prazo • Tratamento da situação de forma • Resultados a médio e longo prazo; Obras Coletivas sustentável e integrada; • Maiores investimentos financeiros • Aprofundamento técnico na Integradas concepção da intervenção; • Durabilidade

O desenvolvimento das atividades, vistorias técnicas de campo, levantamentos fotográficos, digitalização dos dados, preenchimento de fichas, entre outras, nesta área, se deu a partir dos tópicos e das metodologias apresentadas nos parágrafos anteriores deste documento, e foram embasadas nas informações contidas no Plano de Trabalho apresentado como primeiro produto deste trabalho.

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A setorização e a hieraquirzação dos setores de risco levaram em consideração as tabelas abaixo, contidas no Plano de Trabalho:

• Grau de Risco para Processos de Instabilização do Tipo Escorregamentos e Solapamento – apresenta a caracterização de cada grau de risco para tal finalidade, ou seja, como classificar em R1 (Baixo), R2 (Médio), R3 (Alto) e R4 (Muito Alto). • Grau de Risco para Inundações - apresenta a caracterização de cada grau de risco para tal finalidade, ou seja, como classificar em R1 (Baixo), R2 (Médio), R3 (Alto) e R4 (Muito Alto).

A seguir relatamos particular e sucintamente a situação atual (perfil) de cada Regional, e suas APA’s, de tal forma que se tenha um melhor entendimento da situação que foi levantada nas fichas técnicas de campo, apresentadas em anexo.

REGIONAL 01

APA 01 – Centro

Malaquias

Localidades Visitadas: Malaquias, Alto do Cruzeiro, Torrinha, Centro, Alto da Bela Vista, Engenho Novo, Mauriti e Pirapama, pertencentes à APA – 01.

Descritivo: Foram ocupadas espontaneamente sobre propriedade particular tendo, hoje, grande adensamento populacional, onde predominam as edificações em alvenaria. São localidades com boa infra-estrutura em vias de acesso, tendo ruas calçadas com drenagem, contudo nas áreas de morros a realidade é diferente, com pouca acessibilidade e falhas na drenagem das águas.

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APA 02 – São Francisco

Charnequinha

Localidades Visitadas: Charnequinha e São Francisco, pertencentes à APA – 02.

Descritivo: Há predominância de residências em alvenaria e no geral estas localidades possuem uma infra-estrutura regular. Na localidade de São Francisco, há a necessidade de obras estruturadoras, tais como: pavimentações de ruas, escadarias e muros de arrimo. Na localidade de Charnequinha a infra-estrutura é insuficiente, com pouca acessibilidade, grande adensamento e sem áreas de lazer expressivas. A coleta de lixo, nestes locais é regular.

APA 03 – Cohab

Rua 3 - Cohab

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Localidades Visitadas: Cohab, Madre Iva e Alto do Miranda são pertencentes à APA – 03.

Descritivo: Possuem uma infra-estrutura urbana regular, com as principais vias de acessos pavimentadas, equipamentos comunitários e áreas de lazer, contudo é grande a densidade populacional.

REGIONAL 02 - APA 04 – Vilas

Destilaria

Localidades Visitadas: Vilas do Cabo – Destilaria, pertencentes à APA 04.

Descritivo: A localidade da Destilaria surgiu através de uma usina, onde os moradores eram antigos funcionários da destilaria; a área é plana com boa infra-estrutura urbana, sendo grande parte das ruas calçadas e com a maioria das edificações em alvenaria e com coleta de lixo regular. Porém dentro da Antiga Destilaria (atualmente desativada), estão acampadas famílias do Movimento dos Sem Teto – MTST, vivem praticamente as margens do rio, que margeia a estrutura da antiga Destilaria.

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APA 05 – Praias.

Suape

Localidades Visitadas: Praias Enseada dos Corais, Itapuama, Suape, Gaibú – Área Rural – Rosário, pertencentes à APA 05.

Rosário

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Descritivo: A ocupação das áreas de praias deu-se por loteamentos formais, contudo sem grandes investimentos na infra-estrutura. Esta hoje, apresenta-se regular, ainda se fazendo necessárias obras estruturadoras, tais como pavimentação de ruas e construção de canais. Predomina edificações em alvenaria, a coleta de lixo é regular. Já o assentamento de Rosário surgiu de um loteamento, onde a infra-estrutura é precária, pois as ruas não são pavimentadas e praticamente não existe sistema de drenagem, apesar de apresentar uma predominância das edificações em alvenaria e de possuir uma coleta de lixo regular.

REGIONAL 03

APA 06 – Ponte dos Carvalhos

Localidades Visitadas: Casa de Farinha, Alto dos Índios, CSU (Loteamento Ilha), Manoel Vigia, Alto da Igreja Católica, Matadouro, Fluminense, Bom Sucesso, Maruim, Caçari, , Estação, Ponte dos Carvalhos (antigo) – pertencentes à APA 06 - Ponte dos Carvalhos.

Descritivo: Área consolidada, com crescimento desordenado, causando problemas estruturais à população. A área necessita de calçamentos de ruas, macro drenagem, tratamento de taludes em situação de risco de desabamento. Predomina edificações em alvenaria, coleta de lixo e iluminação pública regular.

P Ponte dos Carvalhos

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APA 07 – Pontezinha.

21 de Abril - Pontezinha

Alto Santa Rosa - Pontezinha

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Localidades Visitadas: 21 de Abril (Rua do Limite), Alto Santa Rosa, Coqueirinho, Vila das Palmeiras (Compesa), Cambuim, Vila Nova, Mocidade – pertencentes à APA 07 – Pontezinha.

Descritivo: Área consolidada de forma desordenada, causando assim problemas urbanísticos à população residente. Predominam edificações em alvenaria com boa infra- estrutura nas principais vias de acesso, tendo ruas calçadas com drenagem, contudo nas áreas de morro a realidade é diferenciada, com pouca acessibilidade e falhas na drenagem, a coleta de lixo é regular.

REGIONAL 04

APA 08 – Jussaral/ Engenhos

Localidade Visitada: Jussaral – Área Rural – APA 08.

Descritivo: Situada na área rural, essa localidade é uma área de um antigo engenho com infra-estrutura precária, sem calçamento das vias (somente a principal é pavimentada), necessitando tanto de obras estruturadoras: escadarias e pavimentação de ruas, como intervenções pontuais: contenção de encostas.

Rurópolis - Jussaral

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Jussaral

APA 09 – Charneca.

Localidades Visitadas: Charneca, Chave do rei, Nova Horizonte, Matinha, Silvinho, Córrego do Morcego, Rosa dos Ventos – pertencentes à APA 09.

Descritivo: Área consolidada com crescimento desordenado, apresentando problemas estruturais. Predominam edificações em alvenaria, necessitando de obras estruturadoras para redução do risco quanto aos processos de escorregamento. Observa-se também que em seu entorno existem áreas de ocupações recentes que ainda se encontram com moradias precárias e infra-estrutura inexistente.

Charneca

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Todos os pontos de risco ligados a encostas e inundações indicados pela Coordenadoria de Defesa Civil do Município foram visitados. Importante ressaltar que mesmo depois de concluído o processo de visitas assegurado na agenda, que foi construída junto à municipalidade e as lideranças de localidades diretamente envolvidas, em reuniões com as comunidades, foi identificada uma demanda de acordo com a metodologia utilizada nas reuniões, onde indicou-se diretamente nos mapas as áreas não demandadas pela defesa civil, para serem realizadas as vistorias. Apresentaremos a seguir, a distribuição espacial dos setores de risco nos mapas por Regional, considerando morros e alagados, e as cores determinadas pelo MCidades, para os graus de risco. Foram mapeados 85 setores de risco nas 4 regionais, que são subdivididas em 9 APA’s e 45 localidades/ Assentamento. Destes - 32 são de Risco Muito Alto, 22 de Risco Alto, 18 de Risco Médio e 13 Risco Baixo, como mostra o quadro resumo, no capítulo 7.

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4. ASPECTOS AMBIENTAIS

Abordagem Local

A cidade do Cabo é bastante rica no que diz respeito à diversidade da fauna e flora que habitam seus exuberantes e complexos ecossistemas naturais. Dentre estes habitats, podemos destacar como um dos mais relevantes a Mata Atlântica. Existente em 17 (dezessete) Estados da Federação, inclusive em , o ecossistema Mata Atlântica está hoje reduzido a cerca de 7% da sua área original – o que a colocou na categoria de hotsports: áreas com grande diversidade ecológica mas com alto nível de degradação. No estado de Pernambuco existem 38 (trinta e oito) Reservas Ecológicas, estando 09 (nove) delas no Município do Cabo de Santo Agostinho, ou seja, 24% do total das Reservas Estaduais, contribuindo assim para a manutenção de uma gama expressível de espécies, sobretudo endêmicas. Podemos salientar ainda para a existência de ricos ecossistemas aquáticos, marinhos e fluviais, que além de abrigar as mais variadas espécies biológicas, ainda proporcionam belos cenários naturais - como as belas praias que compõem o litoral cabense e as bacias hidrográficas dos rios Gurjaú, Pirapama e Jaboatão. O município do Cabo de Santo Agostinho vem desenvolvendo - com a participação de todos os setores da sociedade: governo, empresas, sociedade civil organizada, ONG’s - ações visando estabelecer na cidade, em todos os níveis sociais, uma consciência voltada para a preservação e conservação dos recursos naturais. Isto se reflete na elaboração e implementação de instrumentos que possibilitam a participação efetiva, de forma mais pro ativa, da população na construção de uma política pública mais ampla, tendo como foco principal o desenvolvimento sustentável. Portanto, baseado numa tendência mundial, nacional e estadual, o município do Cabo de Santo Agostinho construiu uma ferramenta poderosa, de grande importância no alcance da sustentabilidade: a Agenda 21 Local. A Agenda 21 do Cabo de Santo Agostinho, lançada em 2003, é uma iniciativa decorrente do poder público municipal e sociedade civil, através da Secretaria de Meio Ambiente e Saneamento, Centro das Mulheres do Cabo, Movimento de Vila Claudete, Centro de Saúde Popular Raízes da Terra – CESPRATE e Colônia de Pescadores Z–8. Este documento foi construído tendo como subsidio informações contidas no Diagnóstico Integrado da Bacia do Rio Pirapama, no Plano de Desenvolvimento Sustentável – Cabo 2010, no Zoneamento Sócioecológico da Bacia do Pirapama e no Estudo Agroecológico do Município do Cabo de Santo Agostinho. Considerando a realidade local, a Agenda 21 foi dividida em 5 (cinco) dimensões:

• Conservação e Gerenciamento dos Recursos Naturais; • Desenvolvimento Social, Econômico e Cultural; • Ambiente Urbano Sustentável; • Conservação e Gerenciamento do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental; e, • Fortalecimento das Instituições Locais.

Cada uma delas contendo projetos, ações e atividades voltados para minimização dos problemas e dificuldades encontrados nas respectivas áreas, bem como para a potencialização das atividades já existentes, consideradas fundamentais no processo de implementação da Agenda 21.

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Outro forte instrumento de gestão ambiental que merece ser considerado é a Organização Não Governamental - ONG Rede de Defesa Ambiental. Construída e institucionalizada com o apoio do Projeto de Gestão Ambiental Urbana – PROGAU, uma parceria do Ministério do Meio Ambiente – MMA como a Agência de Cooperação Técnica Alemão – GTZ e o Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM, a Rede de Defesa Ambiental do Cabo de Santo Agostinho, configura-se como um fórum de articulação entre os três segmentos da sociedade – setor produtivo, setor público e sociedade civil organizada, conformando-se como uma agência executora de planos, projetos e serviços de apoio, abrangendo atividades de educação e controle ambiental, além de ser membro componente do Fórum da Agenda 21 Local.

Degradação Ambiental em Áreas de Expansão Urbana

A herança histórica da falta de planejamento urbanístico das cidades, aliada ao crescimento excessivo da população, com a conseqüente redução do espaço físico, contribui, de fato, para a implementação desordenada das comunidades. Conseqüentemente, o ambiente vai, gradualmente, se tornando mais degradado, conforme se pode observar nos mais diversos bairros das 4 (quatro) Regiões Político-Administrativa do Cabo de Santo Agostinho. A expansão desordenada da população, a princípio, e de forma imediata, ocasiona a supressão da vegetação existente para a construção das moradias, fazendo com o que o solo se torne mais instável, principalmente nas áreas de , causando sua erosão com a ação das chuvas e do vento, além de se tornar mais pobre em nutrientes e minerais pelo carreamento da matéria orgânica e pela extinção de toda vida biológica existente. Com a deficiência de infra-estrutura básica: rede de drenagem, esgotamento sanitário, coleta de resíduos sólidos, o ambiente vai se tornando cada vez mais insalubre. Como conseqüência da ausência desses serviços de saneamento ambiental, problemas como lançamento in natura de esgotos domésticos – principal causa de contaminação de cursos d’água superficiais – causam elevação da Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO nos corpos d’água fazendo com que toda biodiversidade desses ecossistemas seja comprometida.

Esgotamento Sanitário/ Sistema de Drenagem

O lançamento de águas servidas no solo provoca ainda contaminação do lençol freático, onde a situação se torna bem mais difícil de ser revertida, haja vista a forma como essas águas estão confinadas. Uma vez contaminado, o aqüífero freático tem suas águas impróprias para o consumo humano. Em pequena escala, a própria natureza é capaz de absorver esses resíduos, entretanto com a aglomeração humana cada vez mais crescente esse processo, a autodepuração, torna-se inviável. Com isso se verifica que o Município do Cabo de Santo Agostinho é bastante susceptível a esse tipo de agressão ambiental, visto que apenas 1 (um) bairro da cidade, a COHAB, localizado na Regional 1, possui sistema de esgotamento sanitário, ou seja, apenas 1% das residências do Município possui este serviço. O sistema de tratamento é gerenciado pela Companhia Pernambucana de Saneamento – COMPESA, utilizando o tratamento biológico a partir de lagoa de estabilização. Salienta-se, contudo, que a comunidade em tela já moveu ação judicial contra a COMPESA, exigindo o cancelamento da cobrança da taxa de esgoto, alegando ineficiência do serviço oferecido. Já em outros bairros da Regional 1, (o centro da Cidade), como por exemplo o Centro, Alto do Cruzeiro, São Francisco e Engenho novo – todos estes considerados risco 3 (alto) pela

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avaliação de risco deste Plano Municipal de Redução de Riscos - a disposição de águas servidas é feita através de sistemas alternativos de esgotamento sanitário – fossa séptica com tratamento complementar (filtro anaeróbio) - encontrados em quantidades minguadas; através de disposição em “fossas negras”, instalação sem atendimento de parâmetros técnicos, com número mais expressivo, ou fazendo lançamento direto no solo e/ ou cursos d’água (córregos e riachos), inclusive em canais de águas pluviais. Na Regional 2, sobretudo nas praias do Município, verifica-se o mesmo tipo de disposição de efluentes domésticos, porém a forma complementar mais usual do sistema alternativo de fossa séptica são os sumidouros e valas de infiltração, haja vista sua viabilidade em função do grau de permeabilização do solo. Em diversos pontos da praia de Gaibú é possível notar o encaminhamento de águas servidas para o riacho que perpassa a localidade, que recebe ainda, águas servidas de outros locais, como da praia de Enseada dos Corais, por exemplo. Ainda na Regional 2, especificamente nas praias de Gaibu, Enseada dos Corais e Pedra do Xaréu é possível verificar o desenvolvimento de atividades clandestinas de extração mineral, o que ocasiona, além do desmatamento em áreas de preservação permanente, a instabilização do solo, bem como problemas relacionados à deteriorização de vias vicinais daquelas localidades. Outro evento significativo existente na praia de Gaibú está relacionado à ocupação desordenada do Parque Nacional Armando Holanda, região de resquício de Mata Atlântica, com topografia acidentada, que vem sofrendo ameaça pela aglomeração exagerada de moradias. A falta de infra-estrutura no local agrava ainda mais a situação. Problemas ambientais relacionados ao desmatamento do ecossistema Manguezal pode ser verificado no bairro de Ponte dos Carvalhos, pertencente à Regional 3. A implementação das moradias nestas áreas provoca perda significativa da diversidade encontrada nesses ecossistemas. A falta de saneamento básico desencadeia uma série de agravos ambientais e sanitários. Além disso, a dinâmica natural do rio Pirapama faz com que as moradias lá implementadas sejam invadidas pelas águas do referido corpo d’água. Ainda neste Distrito Municipal é possível encontrar diversos pontos onde são desenvolvidas atividades de extração mineral, as quais geram significativos passivos ambientais. Por um lado promovem a degradação do ambiente natural e por outro, contribuem para elevação de grau de risco nestas comunidades, visto que apenas o simples transporte do material extraído afeta consideravelmente a estrutura das vias, moradias e benfeitorias existentes. Como conseqüência disto, novos pontos passíveis de alagamentos surgem nesta comunidade. Ademais, a construção de moradias nas mais diversas áreas deste bairro, inclusive nas vertentes se deve também ao nível de desenvolvimento econômico do mesmo, que se dá, diga-se, em detrimento do meio ambiente e, portanto, de forma insustentável. Em outro bairro da mesma RPA - 3, o Distrito de Pontezinha, verifica-se a mesma modalidade de expansão urbana e conseqüente agressão ambiental analisadas no vizinho Ponte dos Carvalhos. Boa parte das moradias adentra o manguezal, exaurindo desta maneira, toda diversidade desse complexo e rico ecossistema e, por conseguinte, sofre as conseqüências naturais de tal “invasão”. Importante salientar que este bairro foi contemplado com um projeto de esgotamento sanitário, com sua respectiva Estação de Tratamento de Esgotos – EEE. Porém, o projeto não foi de fato implementado na sua íntegra, se restringido apenas à construção parcial da rede coletora e das lagoas de estabilização. Estas, por sua vez, foram implantadas às margens do rio Jaboatão, infringido assim pelo menos uma legislação ambiental, o Código Florestal, criado pela Lei nº 4. 771, de 15 de setembro de 1965. Com a descontinuidade na execução do projeto, a população passou a utilizar forma inadequada as partes constitutivas do sistema em tela, provocando

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com isso problemas sanitários, como a proliferação de insetos e animais indesejáveis, além de configurar-se como um potencial ponto de disseminação de doenças, o que, certamente, reduz a qualidade de vida daqueles moradores. Sob a ótica ambiental a interrupção do projeto vem causando prejuízos relacionados a lançamentos de grandes volumes de águas residuais no solo e no rio que margeia a comunidade de Pontezinha.

Resíduos Sólidos

A população do Município do Cabo de Santo Agostinho gera em torno de 150 toneladas de resíduos sólidos por dia (dados estimados pelo estudo desenvolvido pelo CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem, no qual foi estabelecido que no Brasil cada habitante produzisse 1 (um) quilograma de resíduos por dia. Deste total, aproximadamente 90 toneladas são de natureza orgânica, sendo o restante material inorgânico. É de extrema importância ambiental e social o trabalho desenvolvido pelas Associações e Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis do Município, com destaque para a Cooperativa Mista de Serviços do Cabo – COMSERC, e para o Lar São Lázaro, ambas localizadas na Regional 1. Destaque ainda para alguns setores da iniciativa privada local, através de programas de educação ambiental, voltado para o gerenciamento de resíduos. A coleta e transporte de resíduos sólidos, de responsabilidade do poder público local, é um serviço terceirizado desenvolvido pela empresa Locar Saneamento Ambiental. A maior parte do município é contemplada por este serviço, ficando apenas excluídos alguns povoados da zona rural do município, onde a disposição é feita diretamente no solo, nos riachos, nos remanescentes de mata atlântica ou ainda são queimados. Entretanto, a disposição final dos resíduos no Cabo de Santo Agostinho não atende os critérios ambientais, desencadeando uma série de problemas de cunho ambiental e social. Todo tipo de resíduo doméstico, comercial e urbano é disposto a céu aberto, no local conhecido por “Lixão da Pista Preta” – Regional 2, local já bastante deteriorado e saturado, com vida útil já bastante reduzida, com características semelhantes à de um aterro controlado. Um levantamento realizado no ano de 2005 mostrou que cerca de 100 (cem) pessoas trabalhavam como catadores neste lixão. Importante salientar a preocupação do Poder Público Local e Ministério Público do Estado- MP, Comarca Cabo de Santo Agostinho que em conjunto definiram atribuições, competências, responsabilidades e obrigações que estão compondo um instrumento legal do MP, um Termo de Ajustamento de Conduta – TAC. Este documento foi elaborado, em 2005, ainda com o intuito de credenciar o Município para participação da Seleção de Municípios Para Estudos de Viabilidade de Projetos em MDL, Baseados no Aproveitamento de Gases Gerados nas Áreas de Destinação Final de Resíduos - promovida, no ano de 2005, pelos Ministérios das Cidades e do Meio Ambiente - o que de fato ocorreu. Algumas atividades, de caráter educativas, iniciadas pelo esforço do poder público local e por Organizações Não Governamentais mostraram resultados satisfatórios no que diz respeito à elevação do nível de consciência ambiental do público alvo do projeto (rede escolar pública e moradores do entorno das escolas), bem como no tange a disseminação e implementação de práticas ecológicas simples, como reaproveitamento do resíduo orgânico e produção de papel artesanal.

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5. ASPECTOS GEOLÓGICOS / GEOTÉCNICOS

Avaliação das condições Geológicas na contribuição no agravamento das Áreas de Riscos de Desastres Naturais relacionados com a Geomorfologia, o Intemperismo, a Erosão e a Acomodação do Solo.

Vale ressaltar que os trabalhos de identificação das áreas sujeitas a desastres naturais e sua avaliação do grau de periculosidade foram feitos, a partir das indicações da Defesa Civil do Município e em conjunto com engenheiros civis, técnicos sociais, arquitetos e geólogo, uma vez que estes determinantes somados é que avaliariam as situações de risco presentes.

Metodologia usada nas Avaliações Geológicas

A equipe de geologia percorreu as áreas consideradas sujeitas a desastres naturais, isto vinculado a trabalhos anteriores da Defesa Civil Municipal e informações da população local. Nos trechos percorridos foram escolhidos 16 (dezesseis) pontos, determinadas suas coordenadas geográficas, efetuados registros fotográficos e lançados de forma digital em um recorte do município do Cabo de Santo Agostinho - PE do “MAPA GEOLÓGICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO” – Escala: 1:500.000 elaborado através de convênio do Governo do Estado de Pernambuco, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Esportes, Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco AD-DIPER e o Governo Federal, Ministério de Minas e Energia, Secretaria de Minas e Metalurgia, CPRM - Serviço Geológico do Brasil, Superintendência Regional do Recife. Nos pontos locados no mapa foram indicados as direções e mergulhos das rochas e direção de fraturas, como também ressaltadas as formações sedimentares.

Unidades Estratigráficas. O Mapa Geológico do Estado de Pernambuco - 2001 considerou 14 (quatorze) unidades estratigráficas no município do Cabo de Santo Agostinho - PE, conforme descrição que se segue:

Unidades Geológicas

Grupo/ Era Unid Descrição Formação Areias, siltes, argilas, vasas diatomácea, sedimentos turfáceos de ambiente flúvio-lacustre, Cenozóico Qi areias de cordões litorâneos subatuais e atuais, sedimentos silte-argilosos de mangue e cobertura eluvial arenosas. Sedimentos aluvionares, arenosos, argilosos e Qha conglomeráticos. Sedimentos eluvionares/coluvionares, areno- Qhe argilosos, arenosos e conglomeráticos. Arenitos pouco consolidados, às vezes G. Barreiras Tb conglomeráticos, com níveis de argilas variegadas, siltitos e lateritas

Mesozóico FM Algodoais Ka Conglomerados polimodais, oligomíticos com

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seixos de quartzo e de tufo vulcânico, matriz argilosa e arcósio intercalado com camadas argilosas. Traquitos, riolitos, basaltos, andesitos, ignimbritos, FM Kip tufos vulcânicos e granitos subvulcânicos. Calcários maciço, dolomítico, pouco fossilífero, FM Estiva Ket apresentando intercalações de margas e argilas esverdiadas. Conglomerados polimíticos de matriz arcoseanas, arcóseos com níveis conglomeráticos, siltitos e FM Cabo Kc argilitos capeados por arenitos grosseiros a conglomeráticos.

Quartzodioritos com variações para monzodioritos, Neoproterozóico N 3qd monzogranitos e biotita granodioritos Monzonitos e granodioritos com enclaves máficos N 3m e filiação alcalina-metaluminosa. Biotita-anfibólio granitóides grossos a porfiríticos , com enclaves dioríticos e fácies sieníticas (N 2k ); N2k termos dioríticos de granulação fina podem predominar (N 2kd ). Suíte K-calcialcalina, predominantemente metaluminosa, tipo Itaporana.

Leucogranitóides contendo biotita e muscovita Mesoproterozóico M4s (M 4sm ), e/ou granada ou cordierita (M 4sg ). Suíte leucocrática peraluminosa. Biotita ortognaisses tonalíticos/granodioríticos, leucocráticos de cor cinza, geralmente migmatizados e migmatitos com mesossoma Complexo Mbf quartzo diorítico/tonalítico a anfibólio e/ou biotita B.S.F além de porções anfibólicas. Relíquias de rochas paraderivadas, calcários/mármores (Ca), quartizitos (Qt) e rochas calcissílicáticas (Sc).

O mapa geológico apesar de estar na escala de 1:500.000, que é uma escala que não permite detalhes, por considerar cada centímetro quadrado, em planta, equivalente a vinte e cinco quilômetros quadrados, mostra a diversidade geológica do município do Cabo de Santo Agostinho, a qual contém grande parte considerada como sedimentar, outra boa parte coberta por rochas resultantes de atividades vulcânicas e por fim o tectonismo que gerou as rochas metamórficas e as intrusões graníticas.

Assim, nos locais visitados pela equipe técnica, as unidades geológicas descritas no mapa foram identificadas sem surgimento de outra unidade que não houvesse sido mapeada.

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AVALIAÇÕES GEOLÓGICAS

1ª Análise:

Localização: Charneca – Cabo de Santo Agostinho – PE Coordenadas Latitude: 08º 17´42,40” Longitude: 35º 03´30,00” Tipo de rocha: Ortognaisse: Az 290º Mergulho 18º

Foto 1- Data - 21/09/05 - As margens da Br - 101- Mergulho da rocha contrário ao talude

Essa área da localidade designada como Charneca - Cabo de Santo Agostinho - PE, foi indicada pela Defesa Civil local e pela comunidade como área de risco a desastres naturais de escorregamento de terra. A consideração geológica seria que os taludes voltados para a margem da BR-101, estariam favorecidos pelo mergulho da rocha que sendo contrário ao mergulho do talude do solo, da elevação, não permitiria o escorregamento de massa de solo. Por outro lado à Oeste da elevação o risco de deslizamento é agravado pelo mergulho da rocha. Essa área, com agravante geológico, esta localizada a jusante da Barragem Pirapama sendo detalhada na segunda análise.

2ª Análise:

Localização: Charneca – Engenho Mercês – Cabo de Santo Agostinho - PE Coordenadas Latitude: 08º 17´47,10” Longitude: 35º 04´05,50” Tipo de rocha: Ortognaisse: Az 120º

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Mergulho 40º

Foto 2 – Data – 21/09/05 – Engenho Mercês – Mergulho da rocha a favor do deslizamento de solo

O segundo ponto analisado fica localizado na estrada carroçável, no engenho Mercês, que serve de acesso à ombreira direita da Barragem de Pirapama. A foto mostra um escorregamento de solo sobre o mergulho da rocha, facilitado ainda pela saturação existente entre o contato do solo com a rocha. Esses parâmetros de agravamento na instabilidade dos taludes das elevações existentes nessa área, a Oeste da Charneca, seriam melhor definidos com sondagens que determinassem a espessura da camada solo, definindo melhor a influência do mergulho da rocha.

3ª Análise:

Localização: Charneca – Engenho Mercês – Cabo de Santo Agostinho - PE Coordenadas Latitude: 08º 17´52,70” Longitude: 35º 04´04,60” Tipo de rocha: Ortognaisse: Az 40º Mergulho 65º

O terceiro ponto é uma confirmação do mergulho do ortognaisse sempre favorável ao escorregamento do solo na área à Oeste da Charneca, que resulta em taludes muito fortes, ou seja 1:1m, sempre instáveis, formando pequenas bacias hidrográficas em forma de “U”, “Ferradura” ou “Anfiteatro” , todo esse ambiente é agravado pelo tipo de solo que estariam nas bordas de solos ML – siltes orgânicas e inorgânicos com argilas a solos MH – siltes com argilas altamente elásticas quando saturados, por ter baixo ângulo de atrito, permitem o deslizamento.

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4ª Análise:

Localização: Charneca - Novo Horizonte – Cabo de Santo Agostinho - PE Coordenadas Latitude: 08º 17´38,70” Longitude: 35º 03´38,30” Tipo de rocha: Mapeado como sedimentos Qha, sedimentos aluvionar.

Foto 3– Data – 21/09/05 – Novo Horizonte - Populares efetuando corte/ aterro no talude para assentamento de residência. Observar o forte declive do talude.

Foto 4 – Data – 21/09/05 – Novo Horizonte - Observar a feição de “U” e o forte declive do talude e a casa em área de alto risco.

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Foto 5 – Data – 21/09/05 – Novo Horizonte – Observar a feição de “U” e o forte declive do talude. Em detalhe o grande desnível

Na localidade de Novo Horizonte foi percorrida a parte de cota mais baixa e as áreas de divisor de águas, onde foram feitos os registros fotográficos, não tendo sido encontrado testemunhos do embasamento cristalino. Na área exibem talude 1:1m que equivale a uma declividade de 45º, somente estável para ângulo de atrito de material pedregulhoso, no entanto o material local tem um alto teor de silte e argila própria para um declive entre 10 a 20º sendo um talude mínimo de 1:3m.

Perguntado a uma Senhora: - Onde é que cai mais barreira nessa área? A resposta foi: - Esse ano caiu pouca. A declaração é uma confirmação da estabilidade da área.

5ª Análise:

Localização: Charneca – Matinha – Cabo de Santo Agostinho – PE Coordenadas Latitude: 08º 18´00,60” Longitude: 35º 03´49,60” Tipo de rocha: – Fratura Az 270º Juntas de Alívio 150

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Foto 6 – Data – 21/09/05 – Charneca – Matinha - Observar o afloramento de granito

Foto 7 – Data – 21/09/05 – Charneca – Matinha – Observar o afloramento de granito

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Foto 8 – Data – 21/09/05 – Charneca – Matinha – Observar a erosão regressiva natural dos taludes

O ponto supracitado, na localidade de Matinha, induz claramente ao raciocínio de que essas morfologias em forma de “U” gerando bacias hidrográficas íngremes, com a drenagem central marcada por uma fratura de tração/compressão e a drenagem secundária marcada pelas fraturas de alívio foi resultado da intrusão do granito sob o gnaisse com posterior alteração do embasamento cristalino ou ainda por uma cobertura de sedimentos recentes. O gnaisse com mergulho favorável ao deslizamento do cristalino alterado ou mesmo da cobertura sedimentar recente, aliado ao material argiloso, resultado da alteração química do cristalino ou mesmo pela qualidade do sedimento, sempre com o ângulo de atrito entre 10 a 20º. Tudo isso predispõe a morfologia de taludes íngremes como se fosse uma erosão regressiva constante. Essas bacias hidrográficas com formatos semi-circular, logo com um baixo valor do índice de “Gravillius”, (que significa a relação entre o perímetro da bacia pelo perímetro do círculo que mais se aproxima, sendo usado para o cálculo do tempo de concentração); em ambiente degradado pela ocupação humana; numa região sujeita a tempestades tropicais, que apresentam um acumulado de precipitação pluviométrica acima de 70mm/hora; resulta em fortes enxurradas. E por fim, recomenda-se que todas as áreas a Oeste do município do Cabo de Santo Agostinho que apresentem a morfologia na forma de “U” sejam consideradas áreas sujeitas a Desastres Naturais Relacionados com a Morfologia, o Intemperismo, a erosão e a Acomodação do Solo.

6ª Análise:

Localização: Charneca – Córrego do Morcego – Cabo de Santo Agostinho – PE Coordenadas Latitude: 08º 17´59,50” Longitude: 35º 03´34,10”

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Tipo de rocha: Ortognaisse: Az 240º Mergulho 70º, fratura Az 340º

Foto 9 – Data – 24/09/05 – Charneca – Alto do Morcego – Local onde foi tomada a direção e o mergulho do afloramento de gnaisse.

Foto 10 – Data – 24/09/05 – Charneca – Alto do Morcego – Observar taludes muito íngremes

A situação geológica do Alto do Morcego é semelhante ao da Matinha, inclusive com afloramento de gnaisse ao pé do talude e surgência d´água no afloramento de gnaisse. Portanto região de alto risco a desastre natural.

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7ª Análise:

Localização: Charneca – Cabo de Santo Agostinho – PE Coordenadas Latitude: 08º 17´45,90” Longitude: 35º 03´40,50” Tipo de rocha: Ortognaisse – Litologia do mapa usado como base, no entanto não foi identificado em campo.

Nesse ponto há uma bacia hidrográfica em forma de “U”, com taludes íngremes, que na tentativa de estabilizá-los foram executados muros de arrimos do tipo conhecidos como “rip-rap”, tratando-se de estruturas de sacos plásticos, do tipo comum para embalar sessenta quilos de cereais, preenchidos com o material do próprio talude com um traço de 1:15 de cimento. Arrumados em camadas que permitam um talude 1:1m. A equipe técnica desceu do divisor da bacia hidrográfica através de uma escadaria que se desenvolve ao centro da bacia e atravessou um túnel sob a BR-101 onde à bacia deságua na drenagem principal do rio Pirapama, somente após o túnel é que foi encontrado um testemunho esferoidal de granito confirmando que na base destas bacias está o granito. Toda essa área tem o comportamento geológico semelhante à Matinha e Córrego do Morcego, portanto são áreas sujeitas a desastres.

8ª Análise:

Localização: Charneca/ Centro – Cabo de Santo Agostinho – PE Coordenadas Latitude: 08º 17´46,20” Longitude: 35º 03´32,20” Tipo de rocha: Ortognaisse: Az 340º Mergulho 35º

A menos de dois quilômetros do ponto anterior, seguindo pela BR-101 na direção de Recife-PE, há afloramentos de gnaisse com mergulho favorável à direção dos taludes, neste contexto geológico a morfologia torna-se mais suave e não se observa área sujeita a desastres.

9ª Análise:

Localização: Centro – Alto da Bela Vista – Cabo de Santo Agostinho – PE Coordenadas Latitude: 08º 17´42,40” Longitude: 35º 03´30,00” Tipo de rocha: Granito Leucogrático - No mapa geológico têm-se sedimentos aluvionares do Cenozóico.

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Foto 11– Data – 24/09/05 – Alto da Bela Vista – Presença de granito nas cotas mais baixas

O ponto nove, e o que se segue, está mapeado como sedimentos aluvionares, argilosos, arenosos e conglomeráticos, induzindo a que a espessura da camada sedimentar seria em torno de 30 a 40 metros, uma vez que os testemunhos de granito só afloram no pé do talude. Nessa espessura de solo o embasamento cristalino não influenciaria na estabilidade dos taludes, estes obedeceriam à mecânica dos solos. Até os conglomeráticos que possuem “matriz” argilosa, exigem taludes de baixo declive.

10ª Análise:

Localização: COHAB – Cabo de Santo Agostinho – PE Coordenadas Latitude: 08º 17´32,40” Longitude: 35º 01´45,40” Tipo de rocha: Sedimentos aluvionares.

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Foto 12 – Data – 24/09/05 – COHAB – Sedimentos aluvionares conglomeráticos.

Os sedimentos conglomeráticos deslizam com muita facilidade, seus deslizamentos são observados na cidade do Cabo e em muitos pontos de cortes de estradas. Assim, a degradação do ambiente que contém sedimentos conglomerados para assentamento de moradias sempre terá risco de desastres pelo corte/aterro na regularização dos lotes.

11ª Análise:

Localização: Centro – Alto do Cruzeiro – Cabo de Santo Agostinho – PE Coordenadas Latitude: 08º 17´24,30” Longitude: 35º 02´07,60” Tipo de rocha: Sedimentos aluvionares.

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Foto 13 – Data – 24/09/05 – Alto do Cruzeiro – Beco do Pitu. Sedimentos aluvionares argilosos

Semelhantemente as outras áreas já analisadas, o Beco do Pitu trata-se de uma área com arqueamento de sedimentos em bacias hidrográficas em forma de “U” que exigem taludes suaves e foram degradados pela ocupação tornando-se instáveis.

12ª Análise:

Localização: Suape – Praias – Cabo de Santo Agostinho – PE Coordenadas: Latitude: 08º 21´06,30” Longitude: 35º 57´20,10” Tipo de rocha: Sedimentos sobre rochas efusivas.

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Foto 14 – Data – 25/09/05 – SUAPE. Sedimentos sobre rochas efusivas

O grau de estabilidade dos taludes da região será especificado pelas características dos solos do Grupo Barreiras ou dos solos surgido da alteração das rochas efusivas. O Grupo Barreiras tem horizontes arenosos que cabem taludes até 1:2 m, já os solos oriundos de rochas vulcânicas são argilos-siltosos exigindo taludes mais suaves. A área de SUAPE não apresenta um agravante especial geológico. Nas áreas mais siltosas ocorrem erosões pela drenagem natural quando desmatadas as áreas.

13ª Análise:

Localização: Suape – Vila dos Pescadores – Cabo de Santo Agostinho – PE Coordenadas Latitude: 08º 20´29,60” Longitude: 35º 57´31,10” Tipo de rocha: Sedimentos sobre rochas efusivas.

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Foto 15 – Data – 25/09/05 – Vila dos Pescadores – Sedimentos sobre rochas efusivas.

Área sedimentar com taludes naturais suave sujeita à erosão por enxurradas após a degradação do ambiente. Atualmente não foi observado área de risco nesta localidade.

14ª Análise:

Localização: Ponte dos Carvalhos – Alto dos Índios – Cabo de Santo Agostinho – PE Coordenadas Latitude: 08º 14´19,10” Longitude: 35º 59´16,40” Tipo de rocha: Sedimentos aluvionares sobre solo resultantes de rochas efusivas.

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Foto 16 – Data – 25/09/05 – Ponte dos Carvalhos – Alto dos Índios – Sedimentos sobre sedimentos de rochas efusivas

O processo geológico e erosão do sedimento formaram uma rede de drenagem encravada no vale. Tem-se um talude com pouca inclinação, longo desde o platô até a rede de drenagem. Atualmente sendo degradada pela ocupação de residências, inclusive com o Cemitério local que deve seu muro danificado pelas últimas enxurradas, por pura imperfeição construtiva.

15ª Análise:

Localização: Ponte dos Carvalhos – Alto do Cemitério – Cabo de Santo Agostinho – PE Coordenadas Latitude: 08º 14´13,50” Longitude: 35º 59´27,90” Tipo de rocha: Sedimentos aluvionares sobre solo resultantes de rochas efusivas. O local em pauta fica na mesma área anterior.

16ª Análise:

Localização: Pontezinha – Rua 21 de Abril/ Rua do Limite/ Alto Santa Rosa/ Coqueirinho – Cabo de Santo Agostinho – PE Coordenadas Latitude: 08º 13´29,10” Longitude: 35º 58´06,50” Tipo de rocha: Sedimentos aluvionares sobre solo resultantes de rochas efusivas. Mesma especificações anteriores.

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CONCLUSÃO

As rochas sedimentares têm origem a partir de transporte de material desagregado por meio da ação gravitacional, descarga sólida da rede de drenagem ou ainda no caso de um tectonismo que tenha ação de deslocamento de uma parte de uma superfície de uma placa da crosta terrestre. Na maioria das vezes os sedimentos são lançados em depressões que posteriormente são soerguidos por efeitos do tectonismo. Dependendo de como se efetivou o soerguimento dos sedimentos, novamente o material vai de alguma forma desmoronando e formando os taludes com inclinações naturais que obedecem as características do solo e outros fatores como vegetação e rede de drenagem. O município do Cabo de Santo Agostinho apresenta de uma maneira geral coberto por sedimento ou espessos pacotes de alteração de rochas que também tem comportamento geotécnico de sedimentos. A Leste tem-se mais evidencia de rochas sedimentares e a Oeste há evidências da presença do embasamento cristalino. Assim as evidências encontradas em campo levam as seguintes conclusões intuitivas: a Oeste, à presença do cristalino com rochas metamórficas com direção e mergulho e maciços graníticos com fraturas nas localidades de Charneca, Centro da Cidade do Cabo influenciam na fragilidade da estabilidade dos taludes, considerando-se as pequenas bacias hidrográficas em forma de “U” como possuidoras de taludes de riscos eminentes ao deslizamento; a Leste e também ao Norte o sedimento tem seus taludes já trabalhados, suaves, de acordo com a característica geotécnica do solo/sedimento que passam a ser de riscos ao deslizamento quando agredidos, a exemplo das formações conglomeráticas compostas essencialmente de pedras semicircular com diâmetro médio de 20cm com aparência de um enrocamento que se preveria num alto declive. No entanto, a argila que empacota esse enrocamento é de baixo ângulo de declividade e por qualquer motivo esses taludes deslizam, não faltando eventos nos cortes da BR-101 e em estradas secundárias. Outro fato relevante em regiões de muita alteração de rochas, é que a rede de drenagem tem talvegues profundos devido ao processo erosivo das descargas dos rios isso implica em vales profundos e longos taludes caracterizado mais ao Norte do município mais precisamente na região de Ponte dos Carvalhos. Assim, consideram-se as micros bacias em forma de “U” imaturas e sujeitas a desastres e impróprias a ocupação, quanto às áreas a Leste e ao Norte, sedimentares, de longos e profundos taludes apresentam menos riscos de deslizamento nas condições naturais e extremamente arriscadas quando se pratica o corte aterro para planear um lote e a residência fica colada a um talude de 90º (graus), mesmo com um projeto auxiliar de drenagem ativa que minimiza mais nunca evita a saturação dos solos.

Apresentamos a seguir o Mapa Geológico do Cabo de Santo Agostinho.

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6. MONTAGEM DA BASE CARTOGRÁFICA

Documentação cartográfica fornecidas pela PMCSA:  UNIBASES (escala 1:.000)  Cartas temáticas de altimetria (fornecida pela COMPESA – 25% de cobertura)  Cartas de Nucleação SUL (escala 1:20.000)  Carta geológica do Estado de Pernambuco (escala 1:500)

No decorrer da etapa de coleta dos documentos cartográficos digitais que subsidiarão a elaboração da Base de Dados Gráfica do município do Cabo de Santo Agostinha, a qual comporá o SIG – PMRR, não foi possível contar efetivamente com nenhuma documentação Raster , quer seja a Imagem Orbital de alta resolução espacial, em fase ainda de aquisição, quer sejam as fotografias aéreas do vôo de 1997.

Definição do limites dos setores em campo (Mapeamento preliminar):

Mediante o exposto, a espacialização dos setores de risco contou de fato com o reconhecimento do território a partir das cartas cadastrais do Projeto UNIBASE e com a Carta de Nucleação SUL. Como conseqüência deste contexto, a alta precisão geométrica e posicional, alcançada nas áreas onde a cobertura da UNIBASE ainda se faz atual (Centro e COHAB), devido à consolidação urbana, não pôde ser atingida nas áreas de cobertura rarefeita, desatualiza ou inexistente. Para a demarcação dos setores aonde a informação da UNIBASE foi inadequada, a cartografia de referência adotada foi a Carta de Nucleação SUL, que por sua vez, para as áreas de recente expansão urbana, também se encontra desatualizada e sua escala torna mais impreciso seu uso como referencial, para edificações. A inexistência de referenciais fotográficos (ortofotocartas, imagens orbitais) recentes dificultou mais ainda a melhoria do caráter geométrico do mapeamento. Assim, a obtenção da precisão cadastral (1:2.500) almejada pela Agência CONDEPE/ FIDEM para os Planos de Municipais de Redução de Risco metropolitanos, só será possível mediante as seguintes situações:

1 – Cobertura ATUALIZADA de todo o território em escala de 1:2.500 ou maior. 2 – Cobertura ATUALIZADA de todo o território por IMAGENS ortoretificadas em escala de 1:2.500 ou maior

Deste modo a escala de 1:2.500 apresentada nos mapas em papel é de impressão e não cartográfica.

Metodologia para a produção da Base Cartográfica preliminar

A partir das UNIBASES que se encontram divididas por data do vôo, foi produzida uma cartografia preliminar para o lançamento dos limites dos setores pesquisados em campo, resultando na apresentação da hierarquização de risco. As UNIBASES foram unificadas por aglomeração urbana com o objetivo de obter continuidade territorial mesmo sem gerar arquivos gráficos muito grandes. Esta base destaca as edificações, a hidrografia, o sistema viário e por fim, os setores com sua devida classificação sendo seu grau de risco.

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Metodologia para a produção da Base Cartográfica DEFINITIVA.

As UNIBASES se apresentam diferentes em sua composição de Planos de Informação (níveis) para as restituições de 1988 e 1997. Em decorrência disto não é possível a simples unificação de todas as cartas do município para a produção de base única sem antes haver uma uniformização dos planos de informação. A correlação dos níveis restituídos em 88 e 97 que está sendo executada carta a carta das 125 que cobrem o Cabo, será objeto do produto final parte integrante do Plano Municipal de Redução de Risco, resultando no componente gráfico da base de dados espaciais do SIG do Plano. A Agência CONDEPE/ FIDEM está em fase de aquisição de imagem de satélite de todo o município, a qual será cedida à municipalidade para subsidiar o PMRR. A imagem de satélite sofrerá ajuste geométrico a partir de pontos de controle coletados na UNIBASE a fim de melhorar a sua precisão geométrica e posicional. Esta comporá um dos planos de informação da base final. É importante ressaltar que a cartografia, para o objeto deste trabalho é uma importante referência na espacialização das ações. Como tal, e por entendermos que ela sofrerá constantes atualizações, inerente à evolução da Cidade, deverá ser utilizada como “pano de fundo”, de forma que todas as informações do PMRR sejam preservadas, mantendo-se as coordenadas armazenadas em banco de dados, independente da base utilizada.

A Melhoria na definição do limites dos setores.

Como todos os limites de risco apresentado no mapeamento preliminar foram lançados sobre a UNIBASE, conseqüentemente estes estão geo-referenciados, e podem ser laçados de modo simples na base final. A partir da interpretação da imagem de satélite será possível ajustar detalhes dos limites dos setores antes executados com a Carta de Nucleação aumentando sobre maneira a precisão de 1:20.000 original da referida carta. O referencial das edificações visíveis na imagem atualizada também servirá de processo para melhoria geométrica dos setores para as áreas onde a unibase não foi adequada. Vale destacar que do ponto de vista cartográfico nem mesmo o apoio da imagem de satélite permitira a precisão de 1:2.500, visto que diversos estudos já comprovaram a ineficácia deste produto para escalas maiores que 1:5.000.

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7. QUADROS RESUMO

Quadro Geral dos Setores de Risco GRAU DE RISCO REGIONAL TOTAL R4 R3 R2 R1

1 12 08 08 04 32

2 03 03 04 13 03

3 14 05 04 01 24

4 06 07 03 04 20

TOTAL 35 23 18 13 89

Quadro Geral – Morros

GRAU DE RISCO REGIONAL TOTAL R4 R3 R2 R1

1 10 08 07 02 27

2 0 01 02 03 06

3 04 02 01 0 07

4 06 06 03 04 19

TOTAL 20 17 13 09 59

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Quadro Geral – Alagados

GRAU DE RISCO REGIONAL TOTAL R4 R3 R2 R1

1 02 0 01 02 05

2 02 01 01 07 03

3 10 03 03 01 17

4 0 01 0 0 01

TOTAL 15 06 05 04 30

Quadro Geral dos Setores de Risco – Tipo de Risco

Número de setores de Número de setores de Regionais risco de deslizamentos risco de alagamentos de encostas Regional 01 24 05 Regional 02 06 07 Regional 03 06 17 Regional 04 19 01 TOTAL 55 30 TOTAL GERAL 85 SETORES

Quadro Geral de Famílias por Setor de Risco

Número de Grau de Risco Famílias no setor Risco muito alto 9.149 Risco alto 7.011 Risco médio 5.662 Risco baixo 3.705 TOTAL DE FAMÍLIAS NOS SETORES 25.527

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Divisão de Setores por Regional

Regional 01

Morros

Risco Baixo 01

Risco Muito Alto 04

Risco Médio 02

Risco 01 - 2 Setores

Risco 02 - 7 Setores Risco 03 - 8 Setores

Risco 04 - 10 Setores Risco Alto 03

Alagados

Risco Muito Alto 04

Risco Baixo01

Risco 01 - 2 Setores Risco 02 - 1 Setor Risco 03 - 0 Setor

Risco 04 - 2 Setores Risco Alto 03

Risco Médio 02

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Regional 02

Morros

Risco Muito Alto 04 Risco Alto 03

Risco Baixo01

Risco 01 - 3 Setores

Risco 02 - 2 Setores Risco Médio 02 Risco 03 - 1 Setor Risco 04 - 0 Setor

Alagados

Risco Baixo 01 Risco Muito Alto 04

Risco Médio 02

Risco 01 - 1 Setor

Risco 02 - 1 Setor Risco 03 - 2 Setores

Risco 04 - 3 Setores

Risco Alto 03

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Regional 03

Morros

Risco Baixo 01

Risco Médio 02

Risco Alto 03

Risco 01 - 0 Setor Risco 02 - 1 Setor

Ri sco Muito Alto 04 Risco 03 - 2 Setor Risco 04 - 4 Setores

Alagados

Risco Baixo 01

Risco Médio 02

Risco 01 - 1 Setor

Risco 02 - 3 Setores Risco Alto 03 Risco 03 - 3 Setores Risco 04 - 10 Setores Risco Muito Alto 04 Regional 04

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Regional 04

Morros

Risco Baixo 01

Risco Muito Alto 04

Risco Médio 02

Risco 01 - 4 Setores

Risco 02 - 3 Setores

Risco 03 - 6 Setores Risco Alto 03 Risco 04 - 6 Setores

Alagados

Risco 02 Risco 01 Risco 04

.

Risco 01 - 0 Setor Risco 02 - 0 Setor Risco 03 - 1 Setor Risco 04 - 0 Setor

Risco 03 Planilha Geral do Mapeamento de Risco

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Quantidade Nº do Grau de Risco Regional APA Tipo de Localidade de Setores Setor de Risco de Risco Risco R1 R2 R3 R4 Mauriti 1 12 Morro x 13 Morro x Malaquias 2 14A Morro x 14B Morro x Torrinha 2 16 Morro x Alto da Bela 14C Morro x 2 Vista 15 Morro x Alto do Morro x 1 - Centro 1 14D Cruzeiro 17 Morro x Sapucaia 3 18 Morro x 19 Alagado x 26 Alagado x Pirapama 3 27 Morro x 28 Morro x Engenho 1 29 Morro x Novo 1 07 Morro x 08 Morro x São 5 09 Morro x Francisco 10 Morro x 11 Morro x 2 – São 20 Morro x Francisco 21 Morro x 22 Morro x Charnequinha 6 23 Morro x 24 Alagado x 25 Alagado x 05 Morro x Cohab 2 06 Morro x Vila Nova 1 01 Alagado x 3 - Cohab Madre Iva 1 02 Morro x Lot.ento Nova 03 Morro x Garapu – Alto 2 04 Morro x dos Mirandas 4 – Vilas do 30 Alagado x Destilaria 2 Cabo 31 Alagado x Rosário 1 32 Morro x Itapuama 1 33 Alagado x 34 Alagado x Enseada dos 3 35 Alagado x Corais 2 36 Alagado x 5 - Praias 37 Alagado x 38 Morro x Gaibú 4 39 Morro x 40 Morro x 41 Morro x Suape 2 42 Morro x 3 6 – Ponte dos Alto dos 3 43 Morro x

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Carvalhos Índios 44 Alagado 45 Morro x Ponte dos 46 Morro x Carvalhos 2 47 Morro x Antigo Matadouro 1 48 Alagado x Fluminense 1 49 Alagado x 50 Alagado x Bom Sucesso 2 51 Alagado x 52 Alagado x Maruim 2 53 Alagado x Caçari 1 54 Alagado x Bom 1 55 Alagado x Conselho Área da 1 56 Alagado X Estação C.S.U. 1 57 Alagado x Alto da Igreja 58 Alagado x 2 Católica 59 Morro x Vila das 1 60 Alagado x Palmeiras Coqueirinho 1 61A Morro x Alto Santa 1 61B Morro x 7 - Pontezinha Rosa 62 Alagado x 21 de Abril 2 63 Alagado x Vila Nova 1 64 Alagado x Mocidade 1 65 Alagado x 66 Alagado x 67 Morro X 68 Morro X 8 - Jussaral Jussaral 7 69 Morro X 70 Morro X 71 Morro X 72 Morro x Novo 73 Morro x 2 Horizonte 75 Morro x Chave do Rei 1 74 Morro x Rosa dos 4 1 76 Morro x Ventos 77 Morro x 78 Morro x 9 - Charneca 79 Morro x Charneca 6 81 Morro x 82 Morro x 83 Morro x Córrego do 1 80 Morro x Morcego Silvinho 1 84 Morro X Matinha 1 85 Morro x

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8. ANEXOS

MODELOS UTILIZADOS: FICHAS DE CAMPO DA ENGENHARIA/ URBANISMO / GEOTECNIA / SOCIAL (as informações levantadas seguirão no SIG – Sistema de Informações Geográficas) DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA DE SETORIZAÇÃO DE RISCO

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MODELOS DE FICHAS DE CAMPO DA ENGENHARIA/ URBANISMO / GEOTECNIA / SOCIAL (as informações levantadas seguirão no SIG – Sistema de Informações Geográficas)

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MAPA GEOLÓGICO

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DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA DE SETORIZAÇÃO DE RISCO

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