BANDAS EM DESTAQUE

he ateleurs amn essions

ANO I • NÚMERO 11 • JULHO 2021

DITORI AL

#11 Julho 2021

O tema de capa deste número é Em Nome Próprio, nome de uma rubrica desta vossa revista, onde publicamos regularmente as biografias de bandas de rock e metal português. Desta vez decidimos dar mais voz às bandas através dessa mesma rubrica. Lançamos o desafio a 257 bandas para submeterem as suas biografias e notícias. Recebemos 41 biografias, o que tornou a impressão deste vosso número um pouco impraticável. Razão pela qual decidimos criar pela primeira vez um suplemento para a versão impressa da revista, e que reúne precisamente todas as biografias recebidas, mantendo as notícias recebidas na revista impressa. A versão digital mantém-se fluída na sua totalidade, com as suas 54 páginas.

Neste número podes encontrar ainda uma receita para uma história de vida pelo nosso colaborador Ricardo Azevedo, entrevistas aos The Bateleurs e aos Damn Sessions, dois Metalicões de Daniel Lucas e as habituais colunas Exórdios de Hélder Raposo e Perdidos no Sótão de José Bonito. Por fim temos os Lançamentos do Mês e a nossa Agenda.

DIREÇÃO Gonçalo João REDAÇÃO José Bonito • Rui Ferraz COLABORADORES Daniel Lucas • Eduardo Trigo (Ilustração da Capa) • Hélder Raposo • Ricardo Azevedo • EDIÇÃO GRÁFICA Jack CJ Simmons PERIODICIDADE Mensal TIRAGEM 66 Exemplares DEPÓSITO LEGAL nº471315/20 • ISSN 2184-7967 (Digital) PROPRIEDADE Ethereal Sound Works CONTATOS Rua de Entrecampos, 25, 3ºD, 1700-156 Lisboa • WWW.REVISTALUSITANIA.PT •[email protected]

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M OME RÓPRIO

otícias

Está prevista a edição de um single ainda sem data, chamado Facadas na Noite pela editora da banda, a Voraus Records.

O novo single dos The Bateleurs, Rise Above the Storm, foi lançado no passado Os Cryptum estão neste momento numa dia 28 de abril de 2021. Foi masterizado espécie de retiro criativo, estamos a pelo aclamado engenheiro David Gardner compor novas músicas, mas sem qualquer no Infrasonic Sound, Nashville TN (Rival tipo de pressão ou data marcada. Após a Sons, Chris Stapleton). É o primeiro saída do nosso guitarrista David tivemos single do álbum de estreia da banda que de reestruturar e voltar à carga, e é sairá ainda este ano. precisamente esse o processo pelo qual estamos a passar.

Clockwork Boys Temos também um novo membro no baixo, algo que sempre nos faltou e que o Francisco Morato, baixista de altíssima Gostaríamos de vos dar a novidade que o qualidade com formação jazzística nos primeiro videoclip de Clockwork Boys veio ajudar a colmatar. As novas músicas relativo ao álbum Como se não Houvesse de Cryptum terão, portanto, um toque Amanhã já foi estreado e chama-se mais brutal, mas também subtil com a Austrália. A banda, entretanto, reuniu-se formação atual. no Algarve e filmou as imagens para um segundo clip intitulado A Noite Chama Podem ouvir o nosso single Architects of por Mim. Chaos no YouTube.

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totalmente diferentes das versões do álbum e serão divulgadas dentro em breve.

De momento os Lux Yuri encontram-se Tivemos o lançamento do nosso primeiro em estúdio a gravar aquele que será o álbum em CD, no passado dia 28 de junho próximo álbum de originais. e ainda por confirmar um concerto de lançamento do disco em princípio a acontecer dia 3 de julho. O álbum chama- se Damn Sessions. É composto por onze temas mais uma faixa escondida.

Os Deserto preparam-se para finalizar o [Nihility] o nosso próximo álbum está teledisco do seu novo single que será praticamente pronto, estamos apenas à apresentado no mês de julho. Em espera do momento oportuno para o simultâneo, os Deserto estão a trabalhar lançamento. para um possível concerto que ocorrerá antes de 2021, onde além dos temas habituais irão também apresentar novos singles e onde será também a estreia do baterista Bruno Capelas com os Deserto. A banda prepara também um direto que igualmente ocorrerá antes de 2021. Perennial Dawn é um novo trio de doom rock, formado por Valter Mateus (ex- Gangrena), Ricardo Silveira (Blame Zeus, LUX YURI ex-Gangrena) e Sandra Oliveira (Blame Durante o confinamento e à distância Zeus). Estes experientes músicos foram reinterpretados e regravados, num trabalham juntos em direção a sons e formato diferente com guitarras acústicas atmosferas mais melancólicas, para e synths, vários temas do primeiro álbum simultaneamente testemunharem o By Appointment of Her Majesty, com nascer de um novo dia e permanecerem uma roupagem, harmonias e melodias num eterno crepúsculo. Uma ambiguidade de sons pesados que viajam

4 entre meia-luz e semi-escuridão, libertando os ouvintes daquilo que é esperado e apresentando-lhes um mundo diferente, onde o certo e o errado não existem, e onde a luz e o escuro se fundem e confundem. Deixem-se estar, ao mesmo Sobre a escolha do título do último álbum, tempo, em êxtase e em desespero, como a Banalization of Evil, os Simbiose vida verdadeiramente é. Preparamos avançam que esta deve créditos ao estado atualmente o lançamento de dois singles atual do mundo e à forma como nele de apresentação, Even If It Kills You e vivemos: “Ao passo que a violência se vai Envisioning The Flames, cuja produção banalizando nos média e até nas várias estará a cargo de Ricardo Fernandes, do plataformas de entretenimento que fazem Dynamix Studio (Lisboa) e que estarão parte no nosso quotidiano, o ser humano disponíveis em todas as plataformas vive cada vez mais impávido, adormecido, digitais. incapaz de reagir. Num momento em que

a intervenção de todos nós seria essencial, em que nos deveríamos erguer em protesto perante as atrocidades e a violência espalhada pelo mundo fora, deixámos de questionar tudo e remetemo- nos ao nosso conforto, ao privilégio. A banalização do mal resulta deste coletivo estado de dormência e este álbum Atualmente e após o lançamento do single pretende ser uma chamada de atenção 2.0 em 2020, o quarteto encontra-se neste para diversos temas que, em geral, a momento em trabalho de produção e sociedade prefere ignorar, passar à gravação do seu novo álbum a lançar ainda frente”. este ano. Recentemente em entrevistas, foi revelado por alguns membros da banda que este futuro CD contará com um vasto número de temas, temas esses que serão o resultado de muito trabalho, mas também de muitas ideias fora do esperado. O nosso [Thirdsphere] disco novo será “Nenhuma música deste longa duração gravado até ao fim deste ano e depois será parecida a outra”, dito pelos próprios. então teremos novidades.

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Temos muito orgulho em anunciar que

[Thrashwall] gostaríamos de informar André Hencleeday é o novo baixista dos que temos disponível merchandising e dar Wells Valley! O André é um músico ênfase aos novos formatos do lançamento muito experiente e tem todas as condições do nosso álbum, nomeadamente os Vinis para fazer a banda atingir novos e as K7. patamares de criatividade. Aproveitamos também para divulgar que este ano a UIVO BASTARDO banda iniciou as sessões de composição de um novo trabalho, que tem como previsão Neste momento, e depois do período de lançamento o ano de 2022. errático dos confinamentos, [Uivo Bastardo] encontramo-nos em plena composição de um novo trabalho. Já existem temas novos e ideias em curso que permitem alimentar a expectativa de voltarmos à carga, idealmente até ao fim do ano. Esse é o horizonte. Esperamos que seja também a realidade.

VERBIAN

Os Verbian, power trio de post-hardcore post-metal oriundo do Porto, divulgou a Os Antiquus Scriptum, projeto de pagan 10 de junho o primeiro single, Nem a Luz black viking metal, com influências de Escapa, do próximo disco da banda. Ainda ambient & folk, encontra-se em estúdio a com título e data de lançamento por gravar o seu sétimo álbum de originais, divulgar, este disco terá edição digital e que se intitulará Phenomena (The 7th física através da italiana Antigony Seal) e deverá ser lançado em fevereiro de Records. 2022.

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ECEITA PARA UMA ISTÓRIA DE IDA

de icardo zevedo

Abre a arca. Tira as peças grandes mas também as pequenas que ocupam os espaços, que repousam no fundo e tilintam quando remexemos no passado. Isso, descobre-lhes as superfícies brilhantes. Não uses todas. Fala-nos dos teus sonhos imberbes Escolhe as que te tragam recordações sempre tangentes a arestas diletantes. e limpa-lhes o pó. Fala-nos do início, Usa a ponta dos dedos, fala-nos do verbo e do processo. um lenço enxuto, Mostra-te orgulhoso do teu reflexo sopra com o coração. mas não te deixes cair Tens lá guardada a moral das histórias. na tentação da soberba. Livra-te do mal do autoelogio. É onde se curam as feridas inglórias mesmo que não haja um fio de sutura No fim, para deitar a mão. ao reabrir da arca recoloca as grandes, só depois as de menor dimensão. Tímidas, elas rolarão para os lugares ainda vazios onde só pairam frustrações e amarguras. Confia. No encaixe de um abraço perfeito baterão as asas do desejo. Darão as pequenas espaço às grandes memórias futuras.

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HE ATELEURS

Entrevista a Sandrine Orsini e Ricardo tudo, ao vivo e em estúdio, como músicos, Dikk dos The Bateleurs: produtores e diretores musicais, com alguns dos maiores nomes da música Fazem parte dos The Bateleurs músicos nacional. Não faz muito sentido estar a já com muita experiência no meandro da enumerá-los a todos, porque esta música nacional. Para os que leem a nossa revista e ainda aqueles que entrevista é sobre os The Bateleurs, e possam não ter conhecimento ou tido preferimos falar do nosso trabalho com contacto com o vosso trabalho ao longo este projeto e não de outros que fazemos a dos anos, façam o favor de se apresentar. nível profissional. Gostamos de manter as nossas atividades separadas a esse nível. Ricardo: Os The Bateleurs são compostos por Sandrine Orsini na voz, Ricardo Dikk Rise Above the Storm é a vossa mais no baixo, Marco Reis na guitarra e Rui recente proposta musical e que serve de Reis na bateria. Podemos dizer que todos aperitivo para o vosso vindouro álbum de estreia The Sun in the Tenth House. nós temos experiência como freelancers já Satisfeitos com o resultado final e quais há alguns anos. Já fizemos um pouco de

8 as diferenças para o vosso EP de estreia nem sempre é fácil. Acho que de 2018 The Immanent Fire? conseguimos fazer de maneira que quem

oiça as canções se foque no essencial do R: A principal diferença reside no facto que queremos transmitir, sem ser que sentimos que o nosso disco de estreia necessário malabarismos ou fogo de está mais próximo daquilo que achamos artifício. que é o nosso ideal estético. No EP começámos por experimentar algumas abordagens, e para o álbum tentámos Com uma sonoridade assente no aprimorar essas ideias de forma a Blues/Rock britânico e americano dos obtermos um conjunto de canções mais anos 70 e também na velha guarda do sólido e coerente. Por muito que se diga som da Motown, que dificuldades sentem ou encontram nos dias de hoje em fazer que no Rock já foi tudo inventado, as chegar a vossa proposta musical ao opções continuam a ser imensas, e é público e captar a atenção do mesmo? preciso encontrar um equilíbrio entre todas as nossas influências. Sentimos que, R: Pode dizer-se que fazemos música à no final, temos um disco onde está imagem da que crescemos a ouvir. Não evidente de onde a inspiração proveio, fazemos um esforço para estar atualizados mas que tem um cunho e uma sonoridade nas últimas tendências, nem retiramos muito própria. muita inspiração do panorama musical moderno. A nossa forma de expressão é essa e não nos faz sentido ir atrás da moda mais recente. Logo, é natural que a grande maioria do público que gosta do que fazemos seja de uma faixa etária mais elevada, essencialmente pessoas que cresceram a ouvir discos e a quem o Spotify não diz grande coisa. Para nós acaba por ser positivo, porque a nossa

música requer que o ouvinte dedique toda Sandrine: Onde sinto maior diferença é a sua atenção, algo que parece ser mais que para o álbum, conseguimos limpar difícil para as novas gerações, que estão a bastante os arranjos para que a essência ser criadas no hábito do constante zapping das composições chegasse ao ouvinte de e cuja atenção dificilmente se prende em uma forma mais assertiva e eficaz. Muitas algo por mais de um minuto e meio. Por vezes há várias formas de resolver uma esses motivos, não temos grande ambição situação musical, e encontrar a mais direta de sermos as próximas estrelas do TikTok ou ter muitos streams no Spotify,

9 tentamos ter uma presença equilibrada Espanha, que articulando com vários nas redes sociais e investir onde sabemos promotores locais e os media da que o nosso público-alvo realmente se especialidade fizeram com que tudo tenha encontra. corrido extremamente bem para todos os envolvidos. Este tipo de viabilidade é Os The Bateleurs já andaram pelo ainda muito difícil de conseguir em estrangeiro em promoção. Passa Portugal. definitivamente pela internacionalização do vosso trabalho a expansão do projeto? Levantando agora um pouco o véu acerca

do futuro, que expectativas tem para The S: Desde o primeiro dia que o nosso Sun in the Tenth House e quais os principal objetivo foi a internaciona- objetivos que pretendem alcançar em lização. Temos consciência de que a termos de exposição com esse música que fazemos tem pouca expressão lançamento? em Portugal, pelos mais variados motivos. R: O nosso objetivo primordial é tocar no A pequena dimensão do país e o reduzido estrangeiro. Assim que o álbum sair mercado fazem com que seja difícil ter um queremos voltar à estrada assim que a projeto que não está apontado ao situação pandémica o permitir, e alargar o mainstream. Por isso apontamos a maioria nosso alcance ao máximo possível de da nossa promoção a mercados mais países europeus. Estamos a trabalhar com favoráveis. A nossa tour em Espanha foi diferentes agentes para agendar o máximo surpreendente, conseguimos fazer algo de concertos possíveis, num conjunto de que em Portugal seria impossível devido à tours em recintos mais pequenos e dimensão do nosso circuito, que foi fazer começar também a fazer festivais. Há dez concertos consecutivos, em dias de muita coisa a acontecer por essa Europa semana, com entradas pagas, sempre com fora, e acredito que assim que o problema boa afluência de público. Tal só foi do covid esteja ultrapassado, a indústria possível devido ao trabalho incrível da vai voltar mais forte do que nunca. LeStrato Rock, a nossa agência em

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AMN ESSIONS

Entrevista a Rogério Xavier dos Damn média luz e uma bebida forte para a Sessions: audição do disco.... ao vivo, tentamos oferecer uma noite densa e intensa. Para quem nos lê e não conhece ainda o vosso trabalho, quem faz parte dos Damn Depois do vosso EP de apresentação Old Sessions e o que propõem musicalmente Mules, One Camera & Pure Malt Songs de como coletivo? 2018 segue-se agora o vosso álbum de estreia Damn Sessions. O que sentem em Olá, obrigado desde já pelo interesse em relação a este vosso recente Damn Sessions. Somos Pedro Pereira na lançamento? Orgulhosos com o resultado final? E quais as diferenças entre os dois voz, Rogério Xavier na guitarra, Rui trabalhos? Rodrigues no Baixo e Marco Diogo na bateria. Bom... o que propomos são as Old Mules, foi uma experiência gravada nossas histórias, na nossa música... no ao vivo e em take direto, em modo quase fundo aquilo que mais gostamos de fazer. acústico, às quatro da manhã numa casa Propomos um universo fumarento, na montanha, com o Ben Solheim num boémio, melancólico e denso, mas com Slide Guitar improvisado e fiddle, como algum romantismo e paixão... em convidado especial. Tocámos o ambiente rock blues com rasgos de folk alinhamento e o Fred Gracias, o 5º stoner e até umas valsas á mistura. Elemento dos Damn Sessions gravou Aconselhamos um sofá confortável,

11 tudo... áudio e vídeo ao mesmo tempo. e caseirinho, mas muito verdadeiros e com Incrível! o feeling certo. Já tínhamos vídeos de outros temas que estão no novo álbum O álbum... é um álbum de estúdio, gravado lançados antes deste sequer ser em multipistas, durante vários meses. Sem anunciado... isso prova que é um caminho dúvida estamos orgulhosos, conseguimos a seguir... gostamos de os imaginar, um resultado muito satisfatório em realizar, filmar, fotografar e editar. Haja relação ao imaginado, com os meios tempo!!! possíveis... não os melhores, nem os piores. Mas estamos sinceramente Assinaram pela Raging Planet. Satisfeitos satisfeitos com o resultado conseguido. com esse relacionamento e quais os planos de promoção ao disco que existem

e o que tem em mente para os próximos São mencionados os nomes de coisas tempos? como Johnny Cash ou Leonard Cohen, aos quais arriscaremos aqui juntar também os nomes de Tom Waits ou Nick Estamos muito felizes por ter o apoio da Cave, como referências musicais para Raging Planet. Conhecemos uma pessoa enquadrar a vossa sonoridade. incrível, chamada Daniel Makosch, ele e Concordam ou acham que a expressão Eliana Berto, Ride the Snake (mais um artística dos Damn Sessions vai noutro sentido e para além desses nomes? motivo de orgulho), estão a tratar da promoção e distribuição... e certamente Esses monstros são sem dúvida algumas passará por divulgação na net, por das influências e que nos inspiram, mas plataformas digitais, e venda do disco como é obvio não são as únicas... se nos físico online e também em algumas lojas enquadram nessas referências só físicas. podemos estar orgulhosos... isso é uma Pergunta final. Até onde pretendem divisão intergaláctica... nós somos só os chegar com os vossos Damn Sessions e Damn Sessions! quais os objetivos para o projeto a longo prazo? Laura é o primeiro tema a ser extraído do vosso álbum homónimo em formato Um dia de cada vez, enquanto nos der vídeo. Fará parte do vosso futuro a edição de mais coisas do género nesse formato? prazer... sem ilusões de maior..., mas dando sempre o nosso melhor e Sim! O vídeo ajuda muito a que as pessoas aproveitando cada momento, cada percebam e entrem no nosso universo. experiência, cada fase do trabalho como São todos feitos por nós com ajuda de um fonte de aprendizagem, de prazer e de amigo de longa data... O Paulo Gomes concretização. (Olhos a zumbir)... tudo muito low budget

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M OME RÓPRIO

iografias

Utilizando tanto instrumentos ancestrais de várias partes do mundo como também outros contemporâneos, os seis músicos apresentam um espetáculo enérgico e repleto de aromas musicais diversos, abraçando géneros tão distintos como world music, rock e metal progressivo, folk, e fusão. Os Albaluna são uma banda portuguesa fundada em 2010, constituída por seis Celebraram o décimo ano em 2020 e, com músicos e dirigida pelo multi- cinco álbuns na sua discografia, Alvorada instrumentista e compositor Ruben da Lua (2010), Nau dos Corvos (2016), Monteiro. O grupo dedica-se à pesquisa Amor, Ira & Desgosto (2019), Rotas musical, histórica e cultural e à criação de Romani (2020), e Heptad (2021), a banda composições maioritariamente originais e conta já com um vasto currículo nacional enormemente inspiradas pelo espectro e internacional, tendo já pisado palcos um cultural que une os povos em torno do pouco por toda a Europa, como também Mar Mediterrâneo e a antiga Rota da Seda. em Marrocos, Índia e China. Em 2021 os Albaluna apresentam o mais recente Mais do que uma banda, os Albaluna são disco Heptad, numa profunda catarse um conceito. É através de uma fusão onde a banda expõe uma viagem multidisciplinar entre a música, a poesia e introspetiva inspirada pelas antigas dança, inspiradas nas ancestrais culturas culturas da Rota da Seda. Uma obra da Rota da Seda, que emerge a intensa e livre de barreiras. originalidade deste projecto. Os Albaluna encontram na paixão pela História das Civilizações um ponto de partida para uma fundamentada luta contra o preconceito e a intolerância entre culturas. O discurso artístico desenvolve- se em torno de conceitos ancestrais e uma Os Attick Demons são Artur Almeida assumida abordagem moderna. (Voz), Nuno Martins e Luís Figueira (Guitarras), João Clemente (Baixo) e

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Ricardo Oliveira (Bateria). Formaram-se Siberian Orchestra) foi o convidado em janeiro de 1996, em Lisboa. Tocam especial. Em 2020 assinaram com a Heavy Metal Clássico com influências da editora ROAR – Rock of Angels Records, New Wave Of British Heavy Metal (Iron e lançaram em setembro de 2020 o Maiden, Saxon, ) e de bandas terceiro álbum Daytime Stories… como Scorpions, AC/DC e Manowar. Nightmare Tales. Começaram por ser conhecidos pela sua sonoridade e pelos seus concertos cheios Os Attick Demons já partilharam o palco de energia. Depressa alcançaram êxito com os W.A.S.P., Moonspell, Overkill, In fora de portas, tendo sido reconhecidos Flames, , Hammerfall, em vários países pela imprensa Sabaton, UDO, , Paul especializada. Di´Anno, tocaram em festivais como o , Vagos Metal Fest, A primeira demo-tape surgiu em 1996, Swordbrothers, Sabaton Open Air, foram três meses depois da sua formação. cabeças de cartaz na 33ª Concentração Entretanto gravaram outra demo em 1997 Motard de Faro e tocaram em países como e em 2000 editaram o EP Attick Demons. Espanha, Alemanha, Eslovénia e Suécia. Em 2011, os Attick Demons assinaram um contrato com a editora alemã Pure Steel Records e lançaram o seu primeiro álbum, intitulado Atlantis, trabalho conceptual onde abordaram o mito da Atlântida. Paul Di´Anno (Ex-Iron Maiden) e Ross The Boss (Ex-Manowar) foram os convidados especiais, apadrinhando assim, de alguma forma, o primeiro registo longa-duração da banda portuguesa. Blind the Eye é uma banda de Metal de Santa Maria da Feira. Começou em 2016, Não há melhor forma de comemorar os e rapidamente dois singles de estreia vinte anos de existência que lançar um foram lançados, Mask of Demon e Lesser ”. novo trabalho. E foi assim que surgiu Let´s Human Entre as mudanças de Raise Hell, editado no final de 2016. Foi de elementos no início, apenas três facto um passo enorme na carreira dos permaneceram até hoje, Dário Rosa (voz), Attick Demons, levando-os a conquistar Ramiur Sekh (guitarra solo) e Rui Rocha os mercados brasileiro, espanhol e (bateria), sendo os dois últimos os japonês. Chris Caffery (Savatage, Trans- fundadores do Blind the Eye.

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Em 2018, durante o processo de gravação Em 2006, os Cinemuerte lançam o seu do primeiro álbum Arise to the Theta primeiro longa duração Born from Ashes, State, a banda contratou dois novos pela editora independente Raging Planet. integrantes, Nuno Rodrigues O álbum é produzido por Armando (contrabaixo) e Rúben Oliveira (guitarra Teixeira. O single de estreia intitulado base), com quem fizeram dezenas de Stuck in a Moment ganha rapidamente concertos em Espanha e Portugal. Em notoriedade passando a integrar a playlist 2020, iniciou-se o processo de da rádio Antena 3 abrindo caminho para o composição do EP com o nome seu sucessor o single Underwater. Tripolarity, que conta com três novas canções em estúdio e duas canções ao vivo Entre 2006 e 2007, pisam os principais gravadas durante 2019 em Bilbao palcos da cena musical: no Coliseu dos (Bilborock). recreios, abrem para HIM e My Chemical Romance. Integram ainda os cartazes dos Os Blind the Eye iniciaram o processo de Festivais de verão: Vilar de Mouros, gravação do novo álbum em 2021, desta Festirock, Cellos Rock, SBSR onde a 25 de vez com a coprodução Bruno Silva, a maio de 2006, os Cinemuerte tocam para mistura estará a cargo de um produtor um público de 20.000 pessoas ao lado de alemão a anunciar brevemente, daqui , Within Temptation, Moonspell, sairão dez temas que serão apresentadas Ramp e Bizarra Locomotiva. Esta etapa no próximo trabalho a ser lançado via El marca para sempre os Cinemuerte como Puerto Records da Alemanha entre o fim banda de referência do Rock Português no de 2021 e o início de 2022. Wikipedia.

Em 2007, os Cinemuerte surgem com uma reinterpretação de Chabala, prestando homenagem aos Mão Morta no álbum de tributo E se depois pela editora Formados em 2002, em Lisboa por Sophia Raging Planet. Vieira e João Vaz, em escassos meses, os Cinemuerte participam em dois tributos: Em 2008, lançam em Portugal pela Raging a The Cure, no Our Voices da Equinoxe Planet o segundo longa duração Aurora Records com o tema Close to Me; e a The Core que inclui o single Air e The Night of Misfits no Portuguese Nightmare da Everyday com letra de Fernando Ribeiro. Raging Planet Records com o tema Where Neste álbum, participam os músicos Eagles Dare. convidados Pedro Cardoso (F.E.V.E.R) e Ricardo Amorim (Moonspell). A mistura

15 e masterização do disco são do lendário Dog, estreia com a apresentação de um produtor Waldemar Sorychta (Lacuna vídeo Black & White realizado por André Coil, The Gathering, Moonspell, Tiamat, Guiomar (premiado no NY Portuguese Samael). Film Festival 2012), inspirado no carácter introspetivo do mais recente trabalho da Em 2009, os guitarristas Tiago Menaia, banda. O vídeo é nomeado na categoria de Fred Gonçalves e o baterista Sérgio Lopo melhor vídeo do 12º Black & White – integram a banda. Nesse ano, gravam uma Festival Internacional Audiovisual versão de Kim Wilde, Kids in America, (Oficial Selection) - Portugal 2015. para a colectânea Metropolis 79/89 (Carbono Records, Raging Planet & A banda regressa à estrada. Em 2015, Metropolis) de tributo aos anos 80. destaca-se o convite para tocarem na festa Uivo para prestarem homenagem a uma Em fevereiro desse mesmo ano, são das mais importantes figuras da rádio de convidados para tocar em duas festas de todos os tempos em Portugal, António lançamento em Portugal, Twilight DVD Sérgio, mais conhecido pela autoria de Release Party e a World Guitar Hero programas de rádio tais como Som da Tour. Mais tarde em fevereiro de 2012, Frente e A Hora do Lobo. Ainda em 2015, regressam a convite para a sequela do os Cinemuerte conquistam o prémio primeiro filme: a Twilight Breaking internacional Global Rockstar Contest Dawn DVD Release Party. patrocinado pela AKG, na categoria de melhor artista do mês. Em 2011, lançam o seu terceiro álbum Wild Grown, misturado e masterizado Em abril de 2019, os Cinemuerte por Beau Burchell, aclamado músico e regressam com o lançamento do seu produtor californiano (Saosin). Wild quarto álbum O Refúgio, pelo seu próprio Grown é distribuído mundialmente pela selo, a editora Core Artists. Me, Myself Sony Music Entertainment. 2012 marca a and I é o primeiro single de avanço. saída do guitarrista Tiago Menaia. Em 2020, lançam outros dois singles: Três anos após o lançamento do álbum Until We Say Goodbye e Silent Notes. Wild Grown, 2014 marca o regresso dos Regressam à estrada tendo participado no Cinemuerte com o lançamento do EP II Doomed Fest 2020 em fevereiro de Dhist, pela editora Raging Planet. O 2020. Os Cinemuerte prometem voltar artwork é da autoria do fotógrafo sueco em 2022 com o seu quinto álbum, estando Tommy Ingberg (PX3 Prix de La a banda atualmente focada na sua Photographie Paris). O primeiro single, composição.

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todas as baterias neste trabalho, à semelhança do EP de estreia. A capa é baseada nos atos heroicos de D. Duarte de Almeida, que mesmo depois de o inimigo

lhe ter decepado as mãos nunca largou o A banda tomou forma no início de 2009, estandarte nacional. A música O em Torres Novas, para dar continuidade Decepado relata esses mesmos feitos. ao projeto idealizado por Ricardo Pombo, Com letras a cargo de Eurico Dias, foi guitarrista e vocalista, assim como editado pela Non Nobis Prod e com principal compositor. Em agosto de 2012 artwork a cargo de Pedro Sena Lordigan. entraram nos Southern Studios para Após terem sido a banda do ano de 2013 registar os cinco temas presentes no EP para os leitores da revista Loud! e de terem Guerreiros do Metal. A gravação e tocado por todo o país, em que se masterização ficaram a cargo de Arlindo destacam as primeiras partes dos Cardoso (Low Torque, ex-W.A.K.O.), finlandeses Ensiferum em Lisboa e Porto, que também colaborou na composição e este álbum vem cimentar o lugar dos Cruz gravação das baterias. O EP tem ainda a de Ferro como um dos bastiões do Heavy colaboração especial nas vozes de Nelson Metal cantado em português. Também Santos e de Vítor Pinheiro. O artwork da neste ano entra para a bateria Bruno capa ficou a cargo da IrondoomDesign, de Guilherme. Augusto Peixoto. Para promover o EP foi lançado o vídeo para o tema Defensores, 2017 vê ser reeditado o EP de estreia, gravado nas Grutas de Lapas, local de Guerreiros do Metal, que estava há muito interesse histórico e arqueológico da zona esgotado. A reedição conta com os cinco de Torres Novas. A 12 de Dezembro de temas originais, e outros novos cinco 2012 lançaram o EP Guerreiros do Metal, temas, num total de dez músicas. Editado com cinco temas inteiramente cantados a 5 de agosto de 2017, data em que tocaram em português. 2013 é dedicado a concertos no palco Loud! no Festival VOA em de norte a sul do país em promoção do EP Corroios, teve a gravação novamente a de estreia. cargo de Arlindo Cardoso. Estes novos 5 temas são os primeiros temas de originais Morreremos de Pé é o primeiro longa- que Bruno Guilherme (Enchantya, ex duração dos Cruz de Ferro e conta com Ciborium, ex W.A.K.O.) gravou com os dez temas cantados em português. Cruz de Ferro. Editado a 19 de dezembro de 2015, foi gravado e masterizado por Arlindo A 4 de abril de 2018 sai o EP Imortal pela Cardoso, que também gravou e produziu mão da Non Nobis Prod. Este trabalho

17 tem a particularidade de contar com a concerto dos Cruz de Ferro, gravado em cover de 1967 dos Quarteto 1111, o épico A fevereiro de 2013 é editado apenas em Lenda de El-Rei de D. Sebastião, para cassete pela Bonesaw, edição limitada a 70 além do tema Imortal editado em 2015 no unidades, e conta com 7 temas gravados ao trabalho Morreremos de Pé. O lado B vivo. conta com a versão semiacústica do tema Glória ao Rey, mostrando uma vertente A 21 de Janeiro de 2021 sai o vídeo para o mais melódica e épica a este clássico de tema Leão dos Mares, tema de avanço ao Cruz de Ferro. Por último o tema Fúria esperado EP com o mesmo nome. O EP é Divina retirado da demo de pré-produção, lançado a 12 de março em vinil pela contém partes que não integraram a Rastilho Records, edição limitada a 300 versão final. Uma edição com uma capa de exemplares em vinil colorido. luxo e desenho a cargo do talentoso Samuel Lucas, que também desenhou a capa da reedição do Guerreiros do Metal, de 2017. Um item para coleccionadores e fãs acérrimos de Cruz de Ferro! Durante Setembro de 2006, África escondida atrás 2018 tocaram um pouco por todo o país, já do horizonte, entre um repasto de bivalves com o novo guitarrista Riccardo Teixeira, e crustáceos. Ao sabor de vinho branco a com destaque para as passagens nos estalar e puro malte japonês a rematar, Festivais Laurus Nobilis em Famalicão e o com intensos reflexos em tom alaranjado, Milagre Metaleiro no Pindelo dos nasce o personagem que serve de cicerone Milagres a esta viagem chamada damn sessions.

2019 é um ano de semi pausa, mas com Boémio, errante, romântico, apaixonado e tempo para preparar uma série de temas explosivo, Johannes S.D. dá corpo às que irão compor o próximo trabalho da histórias reais e ficcionadas, vividas e banda Leão dos Mares. No final do ano imaginadas por Gê (Guitarra) e Pedro iniciaram-se as gravações deste trabalho. Pereira (Voz), que são descritas nas letras da banda. A música, composta por estes A 1 de abril de 2020 sai o tema Irmãos de dois, complementa-se com o baixo de Rui Armas, com um teledisco muito especial Rodrigues (Acromaníacos, Mente), e a com a participação de muitos fãs e amigos, bateria de Marco Diogo (ex-Myself A produzido e realizado já em Grunt). confinamento. A 22 de maio é lançado o EP Soldado Desconhecido em formato As influências, são vastas como a digital com dois temas. O primeiro imensidão dos desertos onde ecoam a sua

18 guitarra, baixo e bateria. Sente-se o calor resultou no seu primeiro LP, Filhos do das tascas onde se cantam ladainhas e o Deserto, de nove temas gravados no Verão odor de cerveja entornada no chão de de 2014 em Lisboa, o qual foi apresentado clubes noturnos onde se ouve e faz música no Paradise Garage. Foram feitas duas com poucas regras. A sonoridade vagueia tiragens do disco que rapidamente se entre a melancolia dramática dos puros esgotou. românticos e a ironia selvagem do rock na sua faceta de fora da lei. No ano de 2019 a banda lança e apresenta o seu segundo LP, Manual do Deserto, de O primeiro trabalho é lançado neste ano onde foi extraído um single para a Antena de 2021 e tem o selo da Raging Planet. 3, Ferida Feita.

Em dezembro de 2020, Bruno Capelas assume a bateria dos Deserto. O primeiro single desde a sua entrada foi apresentado em dezembro de 2020 intitulado Vai

Correr Bem. Os Deserto são uma banda de Rock cantado em português, oriundos da Cidade de Odivelas satélite à grande Lisboa, e resultam da reunião dos membros que integraram bandas como Ex Votos, Slamo, Sugar Baby Condoms, Why Angels Fall.

Depois de passadas essas aventuras musicais partem agora numa nova viagem onde percorrem uma sonoridade potente O calor na cidade de Lisboa era e de várias texturas harmónicas e sónicas insuportável, corria o ano de 2018 e as fazendo jus ao nome, que vem de alterações climáticas faziam-se sentir. No Vontade, Espaço, Viagem, Alma e parlamento uma geringonça tomava Contemplativo. conta… de si. Isto é, fazia exatamente o mesmo que todos os outros antes fizeram. Após o primeiro avanço do EP homónimo de 2013, que serviu de motor de arranque Num apartamento da cidade de Lisboa para dar a conhecer o potencial da banda, entre guitarras baixo, cordas e pedais, OV os Deserto definiram o caminho a fazia tremer as fundações do prédio com o percorrer em termos musicais que seu amplificador de baixo a debitar

19 lowend em volumes massivos. Mas OV universos. Sabemos que está de olho em sentia-se só… e anunciou-o. nós, e nós seguiremos…

Noutra ponta da cidade MM irritava-se… À medida que os temas iam tomando típico. O calor, aquele calor que tira a forma, algo começou a ser evidente, era vontade de viver, destruía-o. Com a necessário alguém que desse voz aos Dirt ventoinha no máximo e paciência no Cult. Anos depois de embrenhada em mínimo, resolveu fazer pela vida e ver cantares tradicionais, o rock sacudiu-a anúncios que lhe permitissem espancar com intensidade e no frio de janeiro de tambores a assim salvar os tachos, as 2020 a voz de KB juntou-se aos Dirt Cult. panelas e os gatos lá de casa. Reparou num anúncio que lhe chamou a atenção, procura-se baterista para banda…

RM atarefava-se com a criança, com bolos, a folha de Excel e uma pedaleira que, sim sr., desenrasca. E a sua guitarra gosta de riffs com tons e efeitos. Quando Depois de um álbum duplo cheio de recebe uma mensagem de MM: “Queres convidados, Portuguese Freakshow, e um guitarrar num projeto? Cena fixe!” álbum em trio gravado ao vivo em estúdio

no Brasil, Primitive, os The Dirty Coal AC já não estava descontraído nas praias Train voltam a baralhar cartas e a dar do Algarve, precisava de algo, mas não novamente. sabia bem o quê. Olhava para a guitarra ali encostada e sabia que ela queria amigos. Para começar assinam o disco novo como Tal como elem que entre ração seca e Dirty Coltrane, tal como faziam no início bonecos para trincar fazia amigos entre os da banda, depois parece que reduziram os animais, também a sua guitarra precisava convidados nas gravações para centrar de ventilar as melodias e os riffs grande parte da instrumentação no duo acumulados… Ricardo e Beatriz. Espalharam as canções

de Dirty Coltrane Volume 1 e 2 por edição OV MM RM AC são os Dirt Cult. Os em vinil e CD ou por uma edição limitada Dirt Cult tocam música… pesada. Mas a em vinil e cassete. sorte foi madrasta e antes que os Dirt Cult nascerem oficialmente, OV foi chamado a O disco abre com o habitual garage com a explorar outros mundos… outros energia e fórmula do punk, mas ao invés de serem burros velhos que não aprendem

20 línguas, a banda, como vem sendo Sérgio Curto, Dr. Bifes para os amantes da também costume, tem no disco lugar para música nacional underground, que viria coisas fora da caixa. Atiram-se sem desempenhar o papel de baixista vergonha ao pseudo-rockabilly, para logo (descansa em paz brother). Uma coisa em seguida fazerem uma manta sónica, levou à outra e o DV convidou o Diogo ocupam o lugar de balada-venenosa Belo, baterista, que por sua vez convidou o deixado vago por Cave, servem temazorro Diogo Bentes, guitarrista, e o João garage punk à-la Cramps, para seguirem Gonçalves, guitarrista. Assim se fez a com um no wave dissonante. primeira formação de Fonte, que durou apenas um ensaio, com o Bifes a sair por Mas não se enganem, este Volume 1 é falta de tempo para novos projetos, mas punk e rock sem merdas típico do duo. O não sem deixar a sua marca numa das Volume 2 parece funcionar como o Lado músicas que fará parte do nosso álbum de B da moeda. Não o típico lado das sobras, estreia, Já Dizia o Outro. mas sim um local onde o duo pensou “ok, aqui temos carta branca para expandirmos Agora, em 2021, preparamo-nos para ainda mais o que nos der na telha”. editar o nosso disco de estreia com uma Engraçado que talvez as sonoridades mais formação renovada, com a entrada de atípicas de Dirty sejam nas novas versões Pedro Carvalho no baixo, Francisco para dois temas da primeira demo tape. Martins na voz e Duarte Freire na guitarra, juntamente com os originais Os The Dirty Coal Train (ou será Dirty Diogo Belo e Diogo Bentes. Coltrane?) não avançam nem recuam, nem tão pouco andam em círculos. Desenvolvem a sua própria espiral de géneros à volta do Garage Punk!

As Gaijas são um projeto iniciado em finais de outubro de 2014, num formato de tributo ao rock puramente no feminino.

Os Fonte começaram em 2017, com uma Desde esta data que estão ativas, e conversa entre o nosso vocalista percorrem o país de norte a sul espalhando fundador, Paulo Ferreira DV e o grande uma energia contagiante e rebelde com a sua eclética escolha de temas.

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a gravação de um ensaio com overdub de Sofrendo várias alterações de membros voz em cassete áudio. Koraxid tocou desde o início as Gaijas chegam ao bateria e adicionou vozes. Azarath tocou requinte e a um equilíbrio de grupo, com a guitarra e sintetizador nas faixas formação atual e com uma nova direção ambientais da mesma. O logotipo da no seu percurso, a composição de temas banda foi desenhado neste verão, por originais. Azarath. O nome da banda foi dado por Koraxid e vem da letra da faixa The Já com alguns temas na calha e prontas Burning Shadows of Silence do álbum In para gravar o seu primeiro álbum, no final the Nightside Eclipse da banda do ano 2020. No dia 10 de maio de 2019 norueguesa Emperor. para abrir o apetite lançaram o primeiro single, É Como É, inserido no Entre 1998 e 2000, Grievance começa um documentário Ela é uma Musica de novo caminho, com o recrutamento de Francisca Marvão no IndieLisboa. novos membros. Marco Tomé na guitarra. (Des)Culpas é o segundo single lançado a Azarath agora toca baixo e voz. Koraxid 31 de outubro 2019. mantém seu lugar na bateria, e a banda agora é acompanhada por Sérgio Pina no trompete. O caminho do Black Metal parecia ter sido deixado de lado, agora com uma banda mais experimental, com um vasto estilo crossover que incluia Black, Death, Punk, Doom e rock progressivo. A banda passou a tocar ao vivo em diversos locais e festivais. Azarath sai do país em 2000 e a banda pára a sua atividade por vários anos, com apenas ensaios esporádicos e jam sessions com a formação original em duo.

Compartilhando desde 1996 a banda Em 2006, a banda encontra-se agora Tenebrous Dominancy na qual dividida entre dois países: Portugal desempenhavam as funções de baterista e (Caldas da Rainha) e Espanha (Algeciras). baixista respetivamente, Koraxid e A formação da banda é refeita com o Azarath fundaram Grievance em maio de recrutamento de Enjendro no baixo, 1997, com o desejo de praticar Black Metal Koraxid permanece na bateria e Azarath moderno. A primeira demo, Por Entre a toca guitarra e voz. É gravada a segunda Escuridão Outonal, que surgiu em julho, é

22 demo da banda, intitulada The New Tiago Da Cruz. Sem efeitos de Photoshop Millenium Sessions com apenas duas nas fotos, todas as fotografias são feitas faixas, que demonstram o esforço feito na por técnicas analógicas, numa noite de lua criação de nova música, com a banda cheia de verão em 2012 na Praya d’el Rey voltando ao seu estilo original, o Black em Óbidos. Metal. Dois temas gravados em sessões separadas, em 2006 e 2007, uma em O single Perante o Céu Infernal, que foi Algeciras (Espanha) e outra no Axe Farm criado numa sessão de improvisação por Studios em Caldas da Rainha (Portugal). Koraxid, que gravou todos os Devido à distância entre os membros, a instrumentos no Estúdio de Som da atividade da banda diminui novamente... ESAD em Caldas da Rainha (captação e pré-mistura de som analógica), resultou Após vários anos de inatividade quase de um convite feito pelos alunos do curso total Koraxid assume o projeto em 2011, de som e imagem André Santos, Bruno para que ele possa viver para ver a luz do Alves, Bruno Vieira e Filipe Nunes. O dia novamente e lançar novo material. tema foi revisto, a letra, sintetizador e voz Esta atitude foi tomada de comum acordo foram adicionados no final de 2015, e com o Azarath, já que ambos concluíram remisturado e masterizado em janeiro de que uma banda dividida por dois países é 2016 por Koraxid no Axe Farm Studios. É muito difícil de manter, para além do uma faixa única por estes motivos, por facto de os dois membros estarem isso foi decidido criar um single, que ocupados com outras atividades nos seus encaixa perfeitamente na ocasião e ao países respetivos. A partir de agora o mesmo tempo conduz para um novo futuro da banda ficou garantido e caminho musical no som de Grievance, Grievance manterá a sua atividade aperfeiçoado no seguinte álbum, Pilar, estável, agora como um projeto a solo. Pedra e Faca. A foto da capa é tirada da sessão de fotos de Tiago da Cruz para o O primeiro álbum de Grievance, é álbum Retorno. lançado em fevereiro de 2014 pela editora independente Brasileira Nyarlathotep As gravações do álbum Pilar, Pedra e Faca Records. Composto em sessões de começaram em setembro de 2013 e foram improvisação no inverno de 2011/2012 e concluídas em setembro de 2016. Muitas misturado no verão de 2013, Retorno é um situações pessoais impediram a devaneio de ocultismo, história e luta finalização deste álbum, a participação de interior, totalmente composto e gravado Koraxid em outros projectos (Medo, por Koraxid. A sessão fotográfica Zephyrus), a gravação e produção de Koraxid, que incluí a capa foi realizada por outras bandas no Axe Farm Studios e a

23 criação do Stronghold (Sala de concertos SWR Barroselas, e esse objetivo foi nas Caldas da Rainha, já encerrada) foram alcançado com a passagem da algumas das causas deste atraso. Todos eliminatória. Poucas semanas depois tudo eles eventualmente foram descartados em foi interrompido devido à pandemia de favor de um esforço contínuo para COVID-19. acompanhar o crescimento e consolidação de Grievance. Todas as músicas, letras e Grievance estava a preparar um novo vozes foram executadas e escritas por álbum desde 2017, e a ideia era lançá-lo no Koraxid, exceto Subliminar Voz Interior, final de 2018, início de 2019. Este álbum música interpretada e escrita por Tiago da acabou por ser o mais recente trabalho Neta. Convidados especiais neste album Nos Olhos da Coruja, lançado foram o Tiago da Neta, Guitarra posteriormente, em dezembro de 2020. Portuguesa nas faixas 6, 8 e 9, Joaquim Entretanto pretendia-se lançar um single “Vulture” Moreira, Guitarra Baixo nas em vinil de 7’’ com 2 temas, incluindo a faixas 6 e 7). A ilustração da capa é de faixa inédita Corvos Que Esvoaçam, que Duarte Cór (2015). a banda toca ao vivo. O 7’’ logo se tornou num álbum, e assim foi criado um novo A banda retomou suas apresentações ao álbum, Em Lucefécit, totalmente gravado vivo em 2018, com a adição dos membros e composto entre julho e outubro de 2018. da sessão ao vivo Mortuum na bateria, 7 novas faixas e a regravação de Corvos War Faust no baixo, Urutu na guitarra Que Esvoaçam, cerca de 40 minutos de ritmo e WrathWulf na guitarra lead. música. A gravação e composição do Koraxid assume unicamente a voz nos álbum foi uma tarefa hercúlea concertos ao vivo. No final de agosto de concretizada num período de tempo tão 2018, WrathWulf deixou a formação ao curto, embora não haja temas forçados ou vivo e foi substituído por Dom Dracul. para encher. Todo o álbum foi gravado em Essas apresentações ao vivo deram início momentos de inspiração e apenas o a uma nova fase na banda com a adição da melhor material foi incluído neste formação ao vivo e o retorno aos palcos, lançamento. O álbum foi lançado pela após um hiato de quase 20 anos. 2019 e War Productions no dia 11 de fevereiro de início de 2020 foram tempos de 2019 em formato de vinil 12’’. Misturado crescimento, a banda tocou ao vivo em e masterizado entre outubro e novembro vários locais e festivais por todo o de 2018 por Koraxid, ilustração da capa Portugal, em janeiro de 2020 Grievance por Patrícia Guimarães. participou no concurso Wacken Metal Battle Portugal para garantir Finalmente o álbum que vinha a ser maioritariamente um lugar no palco do desenvolvido desde finais de 2017 é

24 lançado, após gravações e regravações, ajuda do mesmo quarteto que a tem sendo a maior parte das faixas criada acompanhado nos últimos anos: durante o início de 2018, seguindo-se um Mortuum na Bateria, Dom Dracul na interregno para composição e gravação do Guitarra Lead, Urutu na Guitarra Ritmo e álbum Em Lucefécit. A finalização do War Faust no Baixo. álbum foi retomada a partir de meados de 2019, tendo algumas faixas sido descartadas e algumas partes compostas de novo. Todo o processo foi finalizado em fins de 2019. A mistura ficou a cargo de Koraxid e desta vez a masterização foi entregue a Sérgio Veloso. O álbum estava pronto em fevereiro de 2020, sendo apenas lançado no final do mesmo ano. Todas as músicas, vozes e letras escritas e executadas por Koraxid. Composto e gravado no Axe Farm Studios de janeiro de 2017 a dezembro de 2019. Os músicos Law of Contagion é um projeto formado convidados são Azarath, Guitarra e em finais de 2019 por Ishkur, como forma de explorar uma estética e temática lírica e composição na faixa 6, Enjendro, vozes na musical diferente do que tinha feito no intro da faixa 2. A iIlustração da capa ficou a cargo de Diana Silva. O álbum foi passado. Em inícios de 2020 assinou contrato com a seminal editora Norte- lançado em CD Digipack de 6 painéis pela Americana Moribund Records, e lançou o War Productions e Void Wanderer Productions numa edição limitada de 200 seu álbum de estreia em agosto de 2020. cópias. Explora uma sonoridade ancorada nos

Após cerca de um ano e meio de paragem, anos 90, misturando elementos de black e Grievance volta aos palcos no dia 6 de com uma temática fortemente ligada ao ocultismo, junho de 2021, com a apresentação oficial demonologia e satanismo. Encontra-se do novo álbum Nos Olhos da Coruja, com duas datas no Side B Rocks em Alenquer. neste momento em fase final da gravação Apenas a primeira de muitas novas datas do segundo álbum, a lançar novamente pela Moribund Records entre finais de marca o regresso á normalidade após um período negro da história, agora 2021 e início de 2022, e com planos de felizmente quase ultrapassado. A banda promover o mesmo ao vivo. mantém a sua formação ao vivo com a

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Mais recentemente, no Halloween de 2020, lançaram o single Witchmantia, gravado ao vivo no Teatro Capitólio em Lisboa. Consiste em 20 minutos de música arrastada e psicadélica, fazendo-se referência em vários jornais regionais e sites internacionais. Desde então a banda Lord of Confusion é uma banda de voltou a pisar o palco no Teatro José Lúcio Doom com influências de Rock da Silva com Gaerea e Dallian. Psicadélico, resultando num som hipnótico e desolador. Os membros Keep on doomin'! integrantes são Carlota Sousa na voz e teclados, Danilo na guitarra, Nelson Figueiredo na bateria e João Fonseca no baixo. LUX YURI

Liderada por uma voz poderosa e riffs Os Lux Yuri são quatro músicos amigos pesados, esta banda aborda temas sobre de longa data, oriundos de várias bandas e oculto e mistério. Inspirados por filmes de com vários interesses em comum, entre os horror e clássicos antigos, a banda foi quais, a música: Vasco Santos (bateria), formada em meados de 2018 e está ativa André Maia (guitarra e backing vocals), desde 2019. Têm como base de inspiração Paulo Portela (baixo e backing vocals), bandas dos anos 70 à atualidade, do João Maia (voz principal, guitarra, lap género experimental ao black metal, como steel e harmónica). por exemplo Black Widow, Sleep, Saint Vitus, Black Sabbath, Windhand, Conan, Tudo começou quando a banda onde João Melvins, Electric Wizard, entre outros. Maia era guitarrista, os My Porno Star, se extinguiu, e o João decidiu compor A banda estreia-se com o EP Burnin' algumas músicas ao qual deu o nome Lux Valley, lançado em junho de 2019, Yuri a esse projeto. levando-os a tocar em vários pontos de Portugal. Desde Caldas da Rainha, Leiria a Porto e Santarém, atuaram em sítios Envia a biografia como Texas Bar, Barracuda, Stereogun e Side B Rocks, e também no teatro Miguel da tua banda para Franco. Já partilharam palco com artistas [email protected] como The Black Wizards, Fast Eddie Nelson, The Voynich Code.

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Em 2008 inscreveu o projeto no Festival power metal que mantém o tema principal Termómetro o qual foi selecionado, da banda sobre ocultismo e crise convidou o Paulo, o André e o Kika, e existencial. começaram a ensaiar e fazer concertos. A banda é assinada pela label DyMM Em 2011 gravam um EP promocional, I P&M que já está preparando a tour Am in Grace, edição de autor e distribuído europeia da banda First Steps of the gratuitamente. Em 2016 lançam o álbum Legacy. By Appointment of Her Majesty e em 2018 o álbum Lost on the Caravan Dust.

Os Nematomorphos renasceram em 2018, alguns anos depois duma tentativa inicial de Rangel Coutiño (ex- Ledderplain, Roadburn) criar uma banda de Thrash com carga antipolítica. Depois

de um encontro casual com o reconhecido Master Dy foi criada na cidade do Porto, produtor Guilhermino Martins por Dy Moob como uma válvula de escape (Blind&Lost Studios, Serrabulho), o para a depressão. Após iniciar a baterista Paulo Queirós (ex-Yonder) composição do primeiro álbum Dy Moob aceita o desafio, e outros músicos como começou então a convocar os membros os António Cardoso (ex-StoneGarden, quais ela batizou com os nomes das Tragic Fate, Dark Agression e Black Scar) ’ constelações da galáxia de Andrómeda e e Ricardo 'Dalton Rodrigues mostram agora trabalha com sete músicos interesse em fazer parte do projeto. distribuídos entre Portugal e Brasil. Depois de uma estreia auspiciosa no ’ ’ O primeiro álbum foi lançado em 26 de warm-up do Ink n Roll Fest no fevereiro deste ano, recebeu ótimas TreBARvna, em Lamego, apenas três avaliações de blogueiros, produtores e de meses depois dos primeiros ensaios, os alguns media, hoje em dia quatro meses Nematomorphos saíram por essa estrada após o lançamento a banda é ouvida em fora, tendo já atuado em alguns palcos mais de 60 países, e já tem um single novo importantes como o Sebadelhe Metal saindo nas próximas semanas Fest, Tondela Rocks, Fora de Rebanho, denominado You Are Not Alone, um Outeiro Metal Fest e Laurus Nobilis Fest

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(Palco Ceve), lançando o seu EP de estreia, Survive the Wasteland, em dezembro de 2020 gravado nos Blind & Lost Studios, de Guilhermino Martins. Em abril de 2021, voltam a ser um quinteto, com a adição do guitarrista Cassiano Timóteo.

Phoenix Clove é o nome de uma potente e arrojada banda de rock instrumental portuguesa. São a banda oficial da edição de 2018 do Rock in Rio Academy e a primeira banda de rock a colaborar com o Nihility formou-se em 2012 na cidade de único coro de Língua Gestual Portuguesa, Paços de Ferreira. A banda é composta por o Projeto Mãos que Cantam. Mário Ferreira (Voz), Luís Moreira

(Bateria), Renato Barbosa (Guitarra/Voz) Para juntar ao seu EP de estreia lançaram e Miguel Seewald (Baixo). Desde a sua dois singles no final do ano de 2020, formação as maiores influências foram o produzidos e gravados nos estúdios Death e Black Metal, esta combinação Poison Apple, disponíveis em todas as acabou por moldar o som que a banda plataformas de streaming. produz hoje em dia.

Nem a pandemia os abrandou, Por entre momentos bons outros menos continuando a trabalhar em novo bons, bem como algumas mudanças de material, com o foco de consolidar a sua membros, finalmente em 2019 Nihility identidade sonora. À medida que a música lançou o seu primeiro álbum de estúdio ao vivo vai retomando a sua atividade, intitulado Thus Spoke The Antichrist. também os Phoenix Clove vão Um álbum gravado na cidade de Braga no preparando o seu regresso aos palcos. A estúdio UltraSound Studios debaixo da sua espantosa capacidade técnica e rica alçada de Pedro Mendes e lançado com o musicalidade fazem emergir uma apoio da Black Lion Records (Suécia). sonoridade rock que, em cada música, vive

por caminhos inesperados. Certamente O conteúdo lírico de Nihility é inspirado não deixarão ninguém sem abanar a na filosofia niilista especialmente nas cabeça. obras de Friedrich Nietzsche.

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concerto dos Glassjaw no Hard Club, no PLEDGE Porto e realizado uma tour entre Portugal e Espanha, onde atuaram, também, no Os Pledge nasceram em 2018 em Viana do Kanekas Fest, na Galiza, em 2019. Castelo. São caracterizados pelo seu som enérgico, explosivo e sentimental sem ser É impossível ficar indiferente a um lamechas. Pode-se dizer que tocam um concerto de Pledge, pelo que, de concerto post-hardcore sem amarras e adaptado aos para concerto, a banda foi conquistando tempos modernos, bebendo da influência cada vez mais público, que se tornou musical que cada membro traz à banda. A assíduo e cada vez mais numeroso. A sua banda divide membros entre Viana e performance explosiva, genuína e Porto e é constituída por Hugo Martins na carismática, de quem não tem medo de guitarra (Larkin, On Equal, Killing Frost), olhar o público nos olhos, misturada com Sofia Magalhães na voz (We Are The a destreza que cada membro evidencia no Damned, Hicks Kinison, Vaee Solis), seu instrumento, tornou-se o cartão de Vitor Vaz no baixo (Mr Miyagi, Dead visita da banda. A banda contou com o Academy), Filipe Romariz na bateria apoio da LOUD! magazine que apelidou “ (Verbian, Local Trap, Lodge) e Vasco Reis os Pledge como uma das bandas mais na guitarra e sintetizadores (Verbian, intensas e explosivas no underground ” Abnóxio). nacional , entre outras plataformas e radios como a Threshold magazine ou a Estrearam-se em 2018 com o EP SFTD Radio. Resilience, de onde saíram malhas como The Peter, The Wolf e Doom and Em dezembro de 2019, a banda entrou em Redemption. O EP foi gravado e estúdio para gravar o seu álbum de estreia produzido em modo DIY e, foi Haunted Visions, com o André masterizado por Chris Paccou (Napalm Gonçalves, no Adrift Studio, em Viana do Death, Carcass, Brujeria). Castelo. Daqui surgiu o videoclip do single Wrong Planet Syndrome, realizado Apesar do curto tempo da banda, os pelo André Cardoso, que acompanha a Pledge lançaram-se aos palcos sem medo banda desde o início, tendo filmado todos e, em menos de dois anos correram o país os videoclips de Pledge. todo, estreando-se no Cave Avenida e no Sonic Blast Moledo, tendo tocado, desde Entretanto, em março de 2020, o mundo então, em praticamente todas as venues foi assolado por uma pandemia que relevantes em Portugal, de norte a sul, apanhou toda a gente de surpresa, tendo também feito a abertura do incluindo os Pledge. Havia um plano

29 delineado para 2020, um ano elementos, a banda conta com uma forte importantíssimo, que iria servir de energia e intensidade em palco, assim alavanca para a banda, a muitos níveis, como em todos os seus segmentos com um álbum pronto a ser lançado, uma musicais. série de concertos e festivais já confirmados (SWR Barroselas Metalfest, Depois de uma longa paragem, em 2018, Sonic Blast Moledo) e prestes a ir em tour Pull the Trigger voltou com todo o fogo e por Espanha. Todos estes planos foram, e promete arder bem mais nos tempos que obviamente, cancelados ou adiados, mas a se aproximam. Misturando groove com banda não desanimou e continuou focada distorções pesadas e refrões sonantes, no seu objetivo. Entretanto surgiu a Pull the Trigger não impõe limites à sua oportunidade de gravar um livestream no composição musical. Barracuda, no Porto, atenuando um pouco a fome de tocar por parte da banda e a do público que salivava por poder assistir a um concerto.

Eis que chega 2021 e as coisas começam a ganhar outra forma. Apesar de ser um ano que ainda carrega um fardo pesado do ano passado, já se vê alguma luz ao fundo do Rageful é uma banda de Death Metal de túnel. O álbum Haunted Visions é editado Lisboa, inicialmente formada em 2011, pela editora nacional Raging Planet e está com o nome Wall of Death. Entre 2012 e cá fora na primavera de 2021. 2014 a banda fez vários concertos por todo o país e lançou dois EPs, [Dis]Illusion em 2013 e Dementia Enhances Understan- ding em 2014.

No início de 2015 houve grandes mudanças na formação, mas a banda continuou a dar concertos com repertório do último lançamento, até o final do ano. Posteriormente em 2016, devido às Nascidos no final de 2009, Pull the mudanças de formação, a banda decidiu Trigger é uma banda oriunda de Faro com mudar o nome para Rageful, marcando o uma forte influência Nu Metal e Metal início de uma nova era e de uma Industrial. Composta por quatro sonoridade mais madura.

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Depois de quatro anos de composição e compondo, mas também algumas covers produção, o disco de estreia intitulado que tanto lhes dizem. Ineptitude foi lançado em setembro de 2020, trazendo um novo ar fresco à cena Um dia apareceu o José Alves que, por ser underground do Old School Death Metal aprendiz de bateria, muito se interessou em Portugal. pelo projeto, ao que melhorou as suas técnicas de percussão e preencheu o cargo Os Rageful são Leonardo Bertão (voz), de baterista, dando assim mais ritmo e Paulo Soares (bateria), João Arcanjo som ao rock alternativo dos Projeto (baixo), Cláudio Santos e Ricardo Pato Granada. Depois, numa tarde no museu (guitarras). apareceu o Yuri, oriundo do mundo, que após ter pertencido a várias bandas tanto no Brasil como em Portugal, conheceu o Hélder, que apaixonadamente lhe falou do seu projeto musical e das intenções que tinha para a sua banda. O Yuri rapidamente ficou também interessado, acrescentando experiência musical e em palco, ao projeto que se iniciava. Augusto Nunes, aprendiz de viola, autodidata com sabedoria imposta pela idade e com tempo livre após saber que andávamos a procura de guitarrista rítmico quis, para além de aprender connosco, dar o seu contributo

ao projeto. O Projeto Granada nasceu numa folha de papel amarrotada e de uma necessidade de Trabalhando sempre que é possível, a expor sentimentos maiores que as banda foi crescendo, tendo já feito a sua palavras. O Hélder foi escrevendo letras e apresentação ao vivo na Figueira da Foz tocava sozinho na sua guitarra barata até perante um público fantástico. Fomos que o João, o baixista da banda, se recebidos de braços abertos e com uma interessou pelo projeto e juntou-se ao reação positiva ao nosso estilo próprio e Hélder para tocarem juntos, mas, acima de alternativo. A finalidade deste Projeto é tudo, se divertirem. O principal objetivo sempre a diversão, todos os membros têm era divertirem-se e aliviarem o dia a dia uma profissão principal, ao que dedicam nos instrumentos e na música, não só todo o seu tempo livre à música. tocando originais que o Hélder foi

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Como tudo nesta vida que nasce, também Top, Rolling Stones, Led Zeppelin, The cresce e evolui. E este Projeto de todos nós Cult são influência clara da banda. Os não é exceção. E como não existe Redlizzard editaram a 17 de novembro de crescimento sem mudança, e a evolução é 2011 o EP In Your Face, que teve como o propósito da vida, apresentamos o novo single o tema mais famoso da banda Push passo na evolução: Real. It Babe. A 07 de abril de 2015 os Redlizzard editaram o álbum The Red Album e em 08 Real significa que temos os pés assentes de junho de 2019 The Black Album, do na terra, que sabemos e temos a perfeita qual foram extraídos 3 singles, Let It Rock, noção do que nos rodeia, os nossos e os temas Shake It e Back Together, objetivos e ambições. Transpõe a misturados e masterizados pelo produtor realidade das nossas letras e melodias, a norte-americano Beau Hill. O seu estilo transparência da nossa alma e dos nossos musical e as prestações ao vivo levaram a sentimentos mais profundos, a realidade banda a conseguir alguns feitos, como a de nós próprios sem concavidades abertura do concerto dos Bon Jovi no deturpadoras… simplesmente, é o que é! Parque da Bela Vista em 2011, atuando para 57 mil pessoas. Entre quase centena e meia de espetáculos destaca-se também a primeira parte do conceituado músico Marco Mendonza (Thin Lizzy,

Whitesnake e The Dead Daisies). Os Redlizzard são uma banda originária de Almada. Nasceram em finais de 2007, começaram a compor um reportório durante o ano de 2008 e deram o primeiro concerto a 31 de janeiro de 2009 em Almada na Casa Municipal da Juventude. Os Redlizzard começaram quando os guitarristas Patrick e Elvis se conheceram Os Revolution Within são uma banda de descobriram um gosto comum: a música! metal formada em 2005 e que pratica

moderno. Presentemente o São uma banda Rock, com algumas line-up é constituído por Raça (voz), influências de Hard Rock, Classic Rock e Matador e Adriano (guitarras), Manu Southern Rock. Sons fortes de guitarra, (baixo) e Tozé (bateria). Até ao momento ritmos marcados e canções orelhudas foram lançados quatro álbuns, todos definem a sonoridade, marcadamente através da editora Rastilho Records, Rock. Bandas com Def Leppard, nomeadamente: Collision (2009), Guns’n’Roses, Gun, Whitesnake, ZZ Straight From Within (2012) e Annihi-

32 lation (2016). O último disco Chaos foi em 2002 por Nuno Carreiro e Helder lançado em outubro de 2020. Andrade. A sua sonoridade assentava num Black Metal e tinha como referência as A banda já participou nos maiores eventos bandas de Cradle of Filth, Hecate de metal nacionais e em alguns eventos Enthroned, , Immortal... internacionais, com claro destaque para o Wacken Open Air (Alemanha) e o Em 2006, com a entrada de Camila Resurrection Fest (Espanha), Morticia (vocalista) e Nélson Félix permitindo-lhes partilhar o palco com (guitarrista), a banda começou a preparar algumas bandas internacionais de aquele que seria o seu primeiro trabalho renome, destacando os , , editado, a promo-track Revelation, com Anthrax, Motorhead, Rammstein, data de lançamento a 30 de novembro , , , , 2006. Em dezembro, desse mesmo ano, , Trivium, Arch Enemy, assinam contracto com a PJ - Prods & Mastodon, , Devin Management e com a Anaites ZDP para Townsend, Behemoth, Carcass, Children agenciamento, promoção e distribuição of Bodom, Dew-Scented, , da promo-track Revelation, sendo lançada , Skid Row, Sodom, Sabaton, em 2007 uma edição limitada no Brasil e Suicidal Tendencies, Angelus Apatrida, participado em compilações como Crisix, Obituary, entre outros. Círculo de Fogo - Ataque I, Anaites ZDP Rec. / PJ Prod´s Vol. III, Headbangers Em suma, os Revolution Within são uma Metal Reunion Vol I, entre outras. banda que tem sabido crescer a pulso e que não deixa ninguém indiferente nos palcos A participação no VI Concurso de Música por onde passa, não só pela música como Moderna da Ribeira Grande, em 2009, do também pela amizade e humildade qual a banda foi vencedora, vir-se-ia a demonstrada. tornar fundamental para o início da composição e gravação do seu álbum de estreia Samca nos estúdios da Neburrecords, com Ruben Moniz. Samca é lançado em 2012 como edição de autor, sendo um álbum conceptual composto por nove temas, onde procuramos sensibilizar e enaltecer a envolvência de um misto de simbolismos, que vagueiam entre o misticismo, mitologia, Os Sanctus Nosferatu são uma banda vampirismo, sentimentos assentes no oriunda da ilha de São Miguel e formados

33 terror e voracidade esquizo-paranoica da essência humana. Simboliza o lado arcaico/lado negro da nossa espécie na constante procura pela supremacia face ao próximo.

O hiato de nove anos, dos Sanctus Nosferatu, viria a ter o seu termino em janeiro de 2021 com o lançamento de Riffs modernos e uma abordagem single 1.e4, esse tem como base de alternativa a um som melódico distinto sustentação ideológica a persistente e são os principais elementos dos Secret demente manipulação da mente humana e Chord, uma promissora banda de metal consequentemente dos nossos comporta- portuguesa, nascida em 2015, na cidade de mentos de forma a ludibriar-nos quanto à Poiares, distrito de Coimbra. Após dois nossa verdadeira liberdade de anos de dedicação e persistência na busca pensamento e ação, induzindo-nos do seu próprio tipo de expressão artística, erraticamente a acreditar que somos uma os Secret Chord lançaram o EP de quatro consequência pura e direta da associação faixas Dimensions of a Dream, levando o de vivências experienciadas com a nossa grupo a ser reconhecido dentro do círculo carga genética. 1.e4 será parte integrante da música pesada nacional e permitindo do futuro EP a ser editado pela banda em um número consistente de concertos em 2021, EP esse que será composto por seis festas ou pequenos festivais por todo o temas com uma sonoridade que oscilará país. Em 2018, os Secret Chord decidiram entre o Black/Death/Thrash Metal e com apresentar um novo single intitulado algumas influências progressivas. Wraith Of Oblivion e lançaram-no como o seu primeiro teledisco oficial, Atualmente a banda é composta por Nuno apresentando uma evolução para um Carreiro (baixo), Ruben Ferreira conceito mais sombrio de som e imagem. (guitarra), João Raposo (guitarra), Nuno Ao longo do ano de 2019, os Secret Chord Costa (bateria) e Nélson Leal (voz). consolidaram a sua posição no género sinfónico gótico alternativo, oferecendo performances poderosas e prosperando Colaboradores no seu novo caminho. O período de confinamento inesperado de 2020 levou a (M/F) Queres colaborar connosco? banda a concentrar-se no processo Envia-nos um email para criativo, resultando num conjunto de [email protected] novas músicas que estão incluídas no seu disco de estreia, intitulado Aurora, que foi

34 lançado no passado mês de março de 2021. concerto, ou a desfrutar dos nossos vídeos Após uma série de mudanças de formação e música. ao longo dos anos, os Secret Chord contam atualmente com Raquel Subtil na O disco de estreia da banda chama-se voz, Carlos Pereira na guitarra e voz, João Fetish e foi editado em dezembro 2016 nos Conceição também na guitarra, Nuno formatos CD e vinil com o selo da editora Fidalgo no baixo e Afonso Martins na francesa Manic Depression Records. Em bateria. junho de 2019 foi editado o segundo disco, XXX, também com o mesmo selo.

A banda tem vários formatos de show, um apenas com a banda, e outro com performance Fetish com uma ou duas bailarinas, performers, para alem da projeção de vídeo. Temos também DJ set para as afters caso necessitem. Os shows Os She Pleasures Herself são de Lisboa e dos SPHS são intensos e marcantes, com foram formados em 2016. A banda é uma componente muito visual. SPHS é composta por David Francisco (synths / uma ode à mulher. A arte cénica, a moda, guitarras / baixo), Nuno Francisco o vídeo e a música aliados à performance (bateria / programação), Nuno Varudo são os grandes trunfos dos SPHS. (voz) e Letícia Contreiras (baixo / synths).

A música dos SPHS é difícil de englobar num único género ou som. O estilo de música dos SPHS remete para os sons Dark Wave , Goth Rock e Post-punk das décadas 70/80 . Tudo isso misturado com Em 2016 David Spinola (guitarrista e uma moderna e luxuosa imagem e compositor) criou a banda Shima com a roupagem entre a decadência punk e o intensão de poder desenvolver a sua visão mundo fetichista. do rock com temas sem estrutura obrigatória e que servissem como forma Os SPHS praticam um som que mexe com de expressão de forma a levar os ouvintes todos os sentidos entre a onda de prazer em viagens de pura introspeção espacial e sonoro para as pistas de dança e uma pessoal. Depois de já vários temas vontade imensa de praticar sexo ou apenas compostos ainda nesse ano o Diogo estar com alguém que amas ou gostas num Valsassina entra para o papel do baixo

35 juntando-se então ao David nesta viagem Após alguns concertos com o novo e pouco mais tarde o Pedro Romão entra baterista os Shima gravam então o também para a bateria e assim deram vida segundo álbum, Vol.02, lançam-no em aos temas compostos previamente pelo 2021, embora estivesse para ser lançado guitarrista onde agora ganham toda uma em 2020, mas devido a toda a situação dimensão que os temas realmente pediam. com o Covid-19 não foi possível. Ainda assim em 2020 tocam também na versão Em 2017 gravam o primeiro álbum de do festival SonicBlast feita online devido Shima chamado Vol.01 nos antigos à pandemia, o que aumentou o seu publico estúdios Le Baron Rouge Rock Hangar e é então em 2021 que lançam o Vol.02 misturado, capturado e masterizado pelo novamente pela Raging Planet, e que teve Sérgio Melo e lançado pela Raging Planet uma excelente receção do publico não só Records, este álbum vai de temas pesados em Portugal como fora, em países como o rápidos e diretos a temas mais Canadá, os Estados Unidos, a Suécia, progressivos com algum psicadelismo e tendo saído algumas reviews do Vol.02. diferentes secções, o que leva o álbum a toda uma jornada psicadélica e espacial Agora esperam pelo momento que possam cheia de riffs de guitarra, solos imersivos voltar aos palcos para poderem voltar a linhas de baixo fluídas e baterias que partilhar a sua música, feeling e visão do prendem e unem tudo isto. rock juntando o prog, stoner e rock psicadélico. Ate lá Enjoy the Ride! Depois de algum tempo de concertos e de divulgarem a banda e o álbum o David Spinola compõe então o que seria o Vol.02 e começaram a trabalhar então no seu segundo álbum. A dada altura o baterista decide abandonar a banda, o que fez com que tenha demorado um pouco mais até poderem gravarem o seu segundo álbum. Os Speedemon foram formados em 2011 É nessa altura, que o Ricardo Antunes, em Vila Franca de Xira e têm influências baterista na altura da banda Urso Bardo, e de Heavy Metal, NWOBHM , Thrash e banda a qual tocou e partilhou o palco com Speed Metal. Passam por várias alterações os Shima ainda umas vezes, se junta aos na formação e gravam em 2015 o seu EP de Shima e assim seguem para a sua segunda estreia First Blood com críticas muito jornada. positivas do underground nacional e internacional.

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Em 2019 lançam o seu primeiro álbum, Hellcome, com gravação, mistura e masterização de Hélder Rodrigues no Fifteen Steps UP Studio. Na capa de

Hellcome, o Speedemon cavalga sobre uma estrada de caveiras que representam Sotz’, que significa morcego na língua os restos de humanidade, o drifter traz indígena Maia, é uma banda de Death consigo um exército de condenados, num metal, influenciada pela cultura e ambiente pós-apocalíptico, numa era de mitologia da civilização Maia, oriunda da declínio da humanidade e anuncia o cidade do Porto. Apesar de inicialmente Hellcome! Um novo começo, uma nova ter sido planeado como um projeto de ordem de caos, tragédia e matança, sem gaveta, logo cedo foi ganhando forma piedade e sem remorsos. Na introdução pelas mãos dos guitarristas Jisus Rocha e Army of the Doomed, o Speedemon fala Pedro Magalhães. para as suas hostes anunciando o caos, e de seguida a entrada épica de Legion of Fools Em 2017 lançam o seu primeiro trabalho marca o início da viagem pelo Hellcome. intitulado como Tzak’ Sotz’, Conjurar o Musicalmente todos os temas do CD Espírito do Morcego, trabalho esse que abordam as fragilidades e tragédias dos garantiu a sua presença no Laurus Nobilis humanos, sendo o Hellcome uma Music Fest Famalicão no ano seguinte. metáfora dos nossos piores receios e dos Em 2018 lançam o single Baak, que nossos piores atos também. A ideia significa Osso na língua indígena, que conceptual Hellcome foi criada pelos assegurou a sua identidade no panorama Speedemon. A ilustração da capa e da underground nacional. personagem principal foi da autoria do Darcy Fernandes, a composição gráfica de Em 2020, Sotz’ lança o seu primeiro disco todo CD e restantes elementos pelo longa duração Popol Vuh, Livro da Director de Arte Armando Lopes, criativo Comunidade, editado e produzido pelo e autor também do logotipo dos produtor Afonso Aguiar da Titanforged Speedemon. O nome Hellcome é da Productions. Contou com as autoria do escritor Português Luis Raínha. participações de Ricardo Pereira (Moonshade) na voz do tema Propects of Os Speedemon são Bruno Brutus na voz e Pakal, Sérgio Pinheiro (Dark Oath) na guitarra, Jorge Bicho na guitarra, Diogo guitarra do tema Eye of Baálam e Stefano Diley no baixo e China na bateria. Francescini ( e Hideous Divinity) no baixo do tema Tree of Knowledge.

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Motivados pela pandemia que abala todo suas primeiras bandas de garagem, o mundo, foi apenas possível fazer a sua mantendo ainda hoje (mais de 20 anos apresentação ao vivo em junho de 2021 e depois) uma grande amizade com a maior prometem não ficar por aqui. Mais parte dos membros. A música, como concertos estão a ser planeados para o profissão, só surgiu há seis anos na sua futuro próximo, estando já confirmados vida. Passou a viver da arte, apesar de no Vagos Metal Fest 2022. In Lak’ech Ala manter a atividade de Psicóloga. Os K’in projetos, palcos e espetáculos foram surgindo. Desde duos a Big Bands, acabou por se dedicar a fundo ao mundo da performance.

Mas era na escrita e na composição que se realizava. Lançou-se a solo em dezembro de 2018 com o single, composto e escrito por si, Sou Só Eu. O EP homónimo saiu

em 2019, bem como o single Além de Ti, Tatianna nasceu em Moçambique, em dedicado às vítimas de violência 1979. Começou a estudar música com doméstica, em dueto com o ator e apenas quatro anos de idade (piano) e a ter frontman de Mundo Cão, Pedro Laginha. aulas de canto em grupo coral, ainda na Já pisou vários grandes palcos do país, infância. Foi no início da adolescência que tendo mesmo recebido um prémio descobriu, em casa, uma guitarra acústica atribuído pelos jurados Luís Represas e do seu pai e um livro com cifras das João Gil. músicas de Abril. Rapidamente e de forma autodidata, junto dos seus colegas de Os temas são 100% em português e escola, começou a aprender a tocar escritos pela autora, que se faz guitarra e a fazer covers de Rock acompanhar pelo Quarteto Fantasma, Português. Na altura era inspirada por Pedro Maia Lopes, Rafael Burguete, João nomes como Xutos, Rádio Macau ou Cracel e Bruno Santos. Atualmente, os GNR. nomes do Rock Português, sobretudo Rádio Macau e Ornatos Violeta, A vida enviou-a por outros caminhos e o continuam a ser suas influências, bem académico foi sempre o mais como os de Heroes del Silencio, Alice in proeminente. Licenciou-se em Chains, Velvet Revolver, Stone Temple ’ ’ Jornalismo, em Psicologia e em Medicina Pilots ou Guns n Roses. Pretende manter Chinesa. Foi aos vinte que começou as vivo o espírito dos 90s e é isso que procura

38 dar ao público nos seus concertos. Os fãs elemento traz à banda uma sonoridade comparam-na amiúde à Xana dos Rádio que deriva de diferentes backgrounds e Macau e, apesar do interregno todos participam ativamente no processo pandémico, os concertos voltaram ao de composição. Temos diferentes ativo novamente com a tour Sem Eira formações, gostos e percursos musicais, Nem Beira ‘21. mas sentimos que o nosso estilo encaixa num registo indie rock e rock alternativo", por vezes fugindo para o funk rock ou grunge. TERMINAL A curto prazo, vamos continuar a divulgar Nós somos os Terminal, uma banda de mensalmente os vídeos que fizemos para Indie Rock de Coimbra formada em todos os temas do nosso primeiro álbum, setembro de 2019, constituída por Tomás o Nothing Inside the Bottle. Esta é uma Dinis (voz e guitarra), Diogo Soares dimensão importante do nosso projeto (baixo), Eduardo Gonçalves (bateria) e porque queremos transmitir as João Reis (guitarra). Em março de 2020 mensagens presentes nas nossas letras lançamos o nosso EP de estreia intitulado visualmente. de First Stop constituído por sete faixas, gravado nos estúdios da Blue House em Estamos prontos para voltar aos palcos e Coimbra, que marcou o início desta ambicionamos futuramente fazer uma viagem. tour nacional e tocar em festivais por toda

a Europa onde certamente iremos dar Atualmente estamos a lançar o nosso espetáculos bastante energéticos e primeiro álbum, Nothing Inside the memoráveis. Voltar a estúdio brevemente Bottle, gravado no Low Wave Studio em também está nos nossos planos, visto que Leiria, do qual iremos divulgar temos muito material novo pronto a ser mensalmente as dez faixas que o gravado e tocado. Esperamos que um dia constituem. Esta maratona de os Terminal sejam um emprego a full- apresentação do nosso novo trabalho time, pois este é o nosso maior sonho e começou em janeiro de 2021 e terminará fazer música está-nos no sangue. em outubro. Cada faixa do álbum terá um videoclip criado em volta da temática da mensagem que a letra pretende passar ao Envia a biografia ouvinte. da tua banda para

É-nos difícil catalogar a nossa música em [email protected] apenas um género musical, porque cada

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intemporais que ficam de fora da muralha fictícia que dá nome à banda. O álbum representa, sob forma gráfica, escrita e sonora, o próprio significado do que o nome da banda significa para nós. Uma barreira que filtra os podres da humanidade e das várias sociedades, na

luta por um mundo pacífico e consciente. Formados no ano de 2015 em Évora, com influências nos sons crus e puros do Thrash Metal enquanto forma de expressão, nascem os ThrashWall. Numa tentativa de manter vivo o espírito e as Three of Me é uma banda de heavy rock raízes do Thrash com sons rápidos, sem do Porto, composta por Ricardo Dourado filtros e letras inspiradas nas próprias na voz e guitarra ritmo, TJ Abreu nas revoltas e inconformidades, buscando segundas vozes e guitarra solo, Miguel influências a bandas como Sepultura, Dourado no baixo e Gaspar Ribeiro na Slayer, Anthrax, Kreator, Megadeth e em bateria. Esta formação deriva de vários sonoridades mais recentes como projetos de gêneros musicais diferentes Municipal Waste e Violator, iniciaram o ativos no momento e teve o seu momento seu percurso nos palcos desde abril de de estreia em palco a 14 de fevereiro de 2016, contando com vários concertos até a 2020, em Braga. O seu álbum de estreia data, consolidando então as suas Black Dog, lançado a 21 de março de 2021, sonoridades e raízes. disponível em formato físico e em todas as plataformas digitais através do The Skull O lançamento do seu autointitulado Room Studio. álbum de estreia foi em 2020, com selo Firecum Records, gravado no seu próprio estúdio, e produzido pela Demigod Recordings. São riffs rápidos e agressivos, baterias velozes, solos de guitarra bem gulosos e vozes de raiva vindas das suas próprias revoltas e inconformidades, que É legítimo dizer que Torn Fabriks são definem assim o seu Raw Old School produto da crise pandémica Covid-19 e Thrash Metal. O álbum ThrashWall, para medidas de prevenção impostas pelas além de primeiro registo e definição de autoridades portuguesas, e que ainda identidade, representa a perspetiva da continua a afligir o mundo. Os três banda em relação aos problemas sociais e experientes músicos da cena

40 underground portuguesa de Heavy Metal, partilharam alguns riffs e ideias entre eles, e aos poucos algumas músicas começaram a ser escritas, só por diversão. Após publicação das primeiras músicas a serem compostas nalgumas redes sociais, perceberam que o feedback tanto por parte de metaleiros, como também dos media da especialidade, era positivo.

De repente, o que começou como um projeto sem intenção de ser levado a sério, Torn Fabriks com alguns meses de Uivo Bastardo é o culminar de uma antiga existência, assinou com etiqueta idealização que só encontra a sua portuguesa de metal, Firecum Records. O verdadeira expressão em finais de 2017, mote estava dado e a 11 de janeiro de 2021, altura que se dá a união de esforços entre a banda apresenta o seu EP de estreia Hélder Raposo, André Louro (ambos ex- intitulado Mind Consumption, composto Kronos) e David Jerónimo (Conceal- por seis faixas de Old School Thrash ment). As ideias e as estruturas Metal obtendo excelentes reviews de embrionárias que existiam encontraram todos os cantos do mundo. Para promoção terreno fértil no trabalho de produção de ao EP, a banda apresentou três telediscos David Jerónimo que desde cedo assumiu (Bring Me Down; Idiocracy Layers e Evil também o papel de baterista, ajudando Eight), sendo este último um Lyric Video. assim a forjar uma sonoridade intensa, orgânica e visceral. Apesar de nunca se terem apresentado ao vivo devido às restrições da pandemia, os A construção sonora do trabalho de Torn Fabriks já se encontram a preparar o estreia dá-se durante 2018, período em sucessor do EP. Será um álbum com uma que todos os temas foram produzidos, sonoridade dentro do Old School Thrash gravados e misturados no Malware Sound Metal do EP. 2022 será o ano apontado Studios. Os baixos foram gravados por para apresentação deste sucessor e caso Dikk (ex-Witchbreed, The Bateleurs) e as tudo comece a voltar à normalidade guitarras por Miguel Camilo (MC Sound possível, Torn Fabriks apresentar-se-á ao Studios). Numa fase posterior à gravação, vivo pela primeira vez, na sua curta e juntaram-se a Hélder Raposo (voz), André intensa carreira. Até lá, fiquem atentos às Louro (teclados e programações) e David movimentações da banda. Jerónimo (bateria), os músicos Paulo Bretão (Collapse of Light) no baixo e João

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Tiago (Sunone) na guitarra. A expectativas. No entanto, um grande salto masterização foi assegurada por Miguel foi feito, por parte da banda, em termos de Camilo no MC Sound Studios. produção, no seu segundo álbum, que vai ser lançado pela editora italiana Antigony No início de 2019, a banda assinou Records. A banda anunciou também a sua contrato com a Ethereal Sound Works colaboração com a HNM, pelo que, neste para a edição do seu disco de estreia, momento estão a ser agendadas datas de Clepsydra, cujo lançamento ocorreu a 13 apresentação do disco e uma tour europeia de maio de 2019. em 2022. Fiquem atentos.

VERBIAN

Os Verbian são um trio quase instrumental nascido no Porto, em 2017. Em boa hora juntos desde outubro de A banda é caracterizada pelo seu peculiar 2016, os The Void surgem num contexto som progressivo construído em camadas, de revivalismo, experiências sonoras e imbuído de várias linguagens musicais, amizades de mais de vinte anos. São eles o entre elas, o rock progressivo, o post-metal Ricardo Teixeira, na bateria, o Sérgio e, até algum doom, fazendo-o de uma Teixeira, na guitarra, e o Paulo Brandão, forma bastante original e, não tendo o no baixo, que convidaram a Vanessa género musical como preocupação. Ao Fangueiro para a voz, tendo ela no final de longo do seu repertório, eles alternam 2019 saído da banda para trabalhar no entre uma miríade de paisagens musicais, estrangeiro. Em janeiro de 2020 entra a recorrendo a riffs pesados e épicos para se Ana Flores para a voz. bater com a cabeça no chão, à eletrónica dos sintetizadores e samples, viajando Desafio aceite, surgem então com vincos também ritmos mais dançáveis. Os de garage rock, rock alternativo, mescla concertos de Verbian são uma com uma lufada de ar fresco. Do mais experiência bastante imersiva e tranquilo ao mais estridente, os The Void inspiradora, por isso, fiquem a contar com procuram que até no vazio se sinta a algumas surpresas. Preparem-se, não se pressão de sua plasticidade. Não somos vão arrepender. leais a nenhum estilo ou estética. Não

estamos aqui para tentar mudar mundo. A Os Verbian estrearam-se com o álbum nossa música é apenas uma parte daquilo Jaez, em 2019, que superou as que queremos oferecer a quem nos segue

42 e se identifica com aquilo que escrevemos. Após uma triagem a essas mesmas Tudo o resto são sombras de olhos vazios, músicas, já no ano de 2020, a banda e o amanhã, nunca saberemos se chegará. entrava no Estudio55 de João Ribeiro, em Guimarães. Em apenas cinco dias Os The Void são os vencedores do festival (embora num espaço temporal de três Garband Music Fest em 2020. meses), as gravações de Altars of Cosmic Devotion estavam concluídas.

Primeiro passo efetuado, faltava agora um passo muito importante: angariar uma editora, tendo em vista uma parceria para o lançamento da banda. Após exaustiva busca, e muitas respostas/propostas positivas, surgiu o convite da Iron Como tantas outras bandas, tudo surgiu Bonehead Productions. A banda acedeu de uma simples ideia proveniente de uma de forma positiva à proposta da editora conversa entre amigos ainda no ano de alemã e foram colocadas mãos à obra, com 2018. No início do ano seguinte, 2019, essa o resultado que se verifica. ideia começou a ganhar forma, com o primeiro ensaio da banda. Contando Após o lançamento em vinil de 12" e CD então com quatro elementos (M.S Void, digipak, a banda procurou então uma Noctvs, F.S e Lord), desde logo ficou no ar parceria para o lançamento de uma edição a necessidade de acrescentar uma guitarra, em cassete, que se viria a tornar realidade após uma promissora primeira sessão. em abril de 2021 pela recentemente criada Fractal, foi então adicionado ao lineup. editora portuguesa, Gruesome Records. Surgia então Voidwomb como Com tudo isto, a banda conseguiu conhecemos atualmente. alcançar um vasto número de público, espalhado um pouco por todo o mundo, Os ensaios eram efetuados com conseguindo obter um ótimo feedback da regularidade e a composição de músicas imprensa especializada e relativo fluía com naturalidade. Voidwomb era já reconhecimento dentro do underground, então uma força criativa na sua plenitude. fazendo da sua estreia, um arranque Depois de um breve interregno devido a promissor. compromissos profissionais e pessoais dos membros da banda, o objetivo de compor músicas suficientes para um WWW.REVISTALUSITANIA.PT primeiro lançamento foi então alcançado.

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reles, decidiram também enganar os mais distraídos e gravaram... discos. Contam já com Na Taberna do B.A., Zurrapa Som Sistema, (Des)Governo no País das Maravilhas e Lambe-me o CUbo. E espante-se... ainda continuam juntos e a tocar... ou a fazer aquelas macacadas.

Zurrapa: Nascido do engaço das mais reles castas e estagiado por tempo indeterminado em pipas e cubas putrefactas, é dono de uma cor esbatida e mortiça, aspeto algo turvo e um aroma quase fétido. Na boca é ácido, desequilibrado e praticamente intragável. O final será sempre tudo menos harmonioso. Acompanha muito bem qualquer marca de tabaco, com ou sem filtro, após uma certa embriaguez. Aceitamos endorsements de garrafeiras, adegas cooperativas e cervejeiras. Tabaqueiras também não serão ignoradas.

Formados em meados de 2017, há quem garanta ser mesmo verdade, com o intuito de poderem beber copos aos domingos à tarde, entusiasmaram-se e desataram a fazer o que algumas pessoas menos atentas chamam de música. De lá para cá, e parecendo que não, fizeram perto de uma catrefada de concertos e alguns deles, mas poucos, até nem foram tão maus quanto isso. Se fossem bonitos ainda iam longe.

Embutidos de um espírito deveras trapaceiro e com um caracter a roçar o

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XÓRDIOS

undos omunicantes

Usar a criação artística como veículo de Como se as coisas que crescem cá dentro expressão é sempre, em alguma medida, pudessem assumir novas formas em uma maneira de falarmos de nós. E se virtude de serem alimentadas por vastos falamos do mundo circundante, fazemo- canais de artérias pulsantes. A vastidão do lo através de um olhar que, antes de tudo, mundo à nossa volta, a incógnita dos é o nosso. Quer essa expressão seja de teor outros e, sobretudo, o confronto com o intimista, conceptual, ideológico ou de que se nos vai afigurando como mera experimentação errática, são as perturbador, indecifrável ou até nossas obsessões, preferências e deslumbrante, enriquece-nos no modo imaginários pessoais que vão nutrindo e como nos obriga a ponderar sair de um pondo em movimento os impulsos dessas pedestal narcísico. expressões. Por esse motivo, talvez não seja excessivo considerar que as Ensaiar esse percurso, quer seja tacteando manifestações do acto criativo tendem a timidamente territórios virgens ou induzir um inevitável solipsismo, pois a mergulhando anarquicamente para o edificação de uma voz e de um olhar desconhecido, é um processo que não é próprio pressupõem um percurso de inócuo nos resultados que sempre produz, descoberta cuja matriz radica na mas tal não significa que subjectividade do sujeito. Sentimos o irremediavelmente se percam as mundo na primeira pessoa do singular e coordenadas subjectivas de onde tudo vamos procurando moldá-lo à luz da nossa originalmente emana. Vamo-nos interioridade. refazendo e ampliando o nosso olhar, é certo, mas a matéria informe que permite É claro que essa interioridade não tem de essas reconfigurações persiste como ser forçosamente uma caixa hermética marca fundadora. Neste sentido, a robustamente blindada a qualquer possibilidade de dar azo, por via da criação coordenada que nos seja estranha ou artística, às expressões que nos assaltam e estrangeira. Pode assim suceder, que clamam por ganhar vida própria, põe obviamente, mas o interessante dos em circulação as nossas obstinações e percursos de verdadeiro crescimento é o preocupações recorrentes. É, no fundo, o de nos irmos refazendo, como se o nosso que permite que as múltiplas derivações âmago, em vez de um abismo cristalizado, que de nós emergem - como se fossem as fosse composto por um labirinto dúctil intrépidas cabeças da Hidra -, falem e que se ramifica em novas possibilidades. traduzam de maneiras diferentes o mesmo mantra essencial que sempre É deste valor indizível que se reveste a transportamos. magia insondável da criação artística. Por debaixo da aparente inutilidade, é, afinal, Falar em nome próprio é, portanto, fazer isto que alimenta a nossa ânsia de nos ressonância, uma e outra vez, do que encontrarmos e de alimentarmos esta sempre quisemos dizer. É querer fazer nossa voragem de uma certa imortalidade; ecoar a nossa voz e deixar tatuado o nosso a vontade de tudo abarcar para serenar ponto de vista enquanto pulsão humana uma inquietude que não nos deixa para irmos construindo os sentidos da sossegar. Esta utilidade do aparentemente existência e do nosso estar no mundo. inútil (como tem vindo a ser reflectida por Nessa medida, olhar para as obras vários autores e pensadores) é, pois, o que, artísticas, e no caso da realidade que aqui em última instância, nos permite nos enquadra, as obras musicais, é sempre construir o nosso sentido estético e ético. uma boa oportunidade de irmos Mesmo que se assuma que não há conhecendo mundivisões e sensibilidades propriamente uma utilidade prática, a estéticas que – por afinidade ou por importância de nos interpelarmos osmose – nos podem também interpelar reciprocamente é uma das mais fortes como sujeitos. Conhecer e compreender a marcas de humanidade. Ouçamo-nos natureza das obras que conseguem ir então em nome próprio, porque da provocando algum grau de abalo interior, justaposição dos olhares solipsistas há é um excelente exercício que nos convida sempre intersecções que podem dizer-nos a entrever os interstícios de muitos muito acerca de nós todos e das múltiplas mundos estéticos. Mundos que, apesar de possibilidades de estar no mundo e com os trazerem as marcas da sua interioridade outros. E isto, como é óbvio, vale por si fundadora, podem também, mas apenas mesmo. Como coisa preciosa que nos melhores casos, devolver-nos em realmente é. --- HR espelho tensões e aspirações universais. Ou seja, expressões que não deixam Nota da redação: Texto escrito segundo o antigo acordo ortográfico. também de ser as nossas e as de todos.

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ERDIDOS NO ÓTÃO

reves eflexões sobre iscos

Entramos agora numa sequência de a cargo de Carlos Maria Trindade e da registos que de perdidos, diga-se, até não o própria banda, é o disco em que se assiste são assim muito na realidade, graças ao em termos musicais ao refinamento de nível de exposição que obtiveram no toda a qualidade de composição do panorama da música nacional da altura. conjunto de Lisboa, capacidade essa que já Consideradas propostas musicais de valor havia sido demonstrada nos lançamentos e importância por alguns e anteriores 78-82 de 1982 e Cerco de 1985. completamente desinteressantes e No passado do projeto ficava então desinspiradas por outros, certa é a alguma da raiz e característica punk rock relevância que cada uma destas obras que dos seus primórdios dando lugar a uma este mês aqui serão alvo de observação maturidade musical mais cuidada e teve neste final de década musical. elaborada, não só, a nível de arranjos, mas também de sonoridade.

Depois de verem os seus dois primeiros trabalhos totalmente ignorados pela crítica e público, é a edição deste Circo de Feras que os coloca definitivamente no mapa do meandro musical português e que lhes abre o caminho para uma carreira de sucesso e mais tarde, com a edição de 88, Ao Vivo, Gritos Mudos e Dizer Não de Vez, para o reconhecimento geral como o nome maior resultante daquilo a que se chamou o Boom do rock feito em solo nacional no início da década. São hoje

unanimemente consagrados como o Começando pelo ano de 1987 trazemos grupo de rock mais popular do país graças aqui a este espaço os Xutos & Pontapés e o à sua atividade constante em matéria de seu terceiro disco de originais de nome edições e apresentações ao vivo ao longo Circo de Feras. Editado via Polydor, dos seus mais de 40 anos de existência. gravado nos estúdios Angel com produção

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Com a morte em 2017 do carismático poderiam e deveriam ter tido uma maior guitarrista Zé Pedro e anteriormente do importância na história da música vocalista original Zé Leonel em 2011, nacional, mas que, infelizmente, as restam hoje do núcleo fundador da banda constantes alterações de formação, apenas dois elementos, o baixista e deficiente promoção, serviço militar vocalista Tim e o baterista Kalú, isto obrigatório, mudanças de agência e ainda porque o também emblemático guitarrista alguns acidentes de viação, lhes irá marcar João Cabeleira somente entrou para o o percurso, processo de crescimento, grupo em 83 em substituição de Francis, carreira e finalmente, o destino. Editado guitarrista que gravou o primeiro trabalho em 1988, via Discossete, o disco da banda, juntando-se assim ao homónimo dos Ibéria é um excelente saxofonista Gui que já acompanhava o exercício de hard’n’heavy rock inspirado coletivo na época, completando assim na escola americana do género e recheado uma formação que se tornaria histórica de texturas clássicas do metal proveniente com o passar dos tempos como já acima do Reino Unido, como se pode constatar foi referido. logo no tema de abertura do álbum, o vigoroso Warriors. De destacar ainda os temas Unfaithful Guitars, No Pride, o infame Fuck The Teacher, o instrumental The Sailing Way To India ou a balada Lady In Black. Enfim, estamos perante um trabalho cuja coerência musical e qualidade técnica é realmente de assinalar para o meandro nacional da altura e que surge igualmente enquadrado dentro da onda estética dos lançamentos do estilo que se fizeram além-fronteiras naquele período de tempo. Registado nos estúdios da Discossete, integravam os Ibéria aquando dessa sessão de gravação os nomes de João Alexandre, voz e guitarra, De seguida daremos destaque ao disco de João Sérgio, baixo e voz, Tony Cê, bateria estreia de uma banda que em termos e voz e na guitarra, voz e teclas um tal de sonoros percorre trilhos mais pesados Francisco Landum ou Ricardo, do qual já dentro do território do rock. Fundados no aqui se escreveu neste espaço, com início da década de 80 na Baixa da passado em coisas como TNT ou Samurai, Banheira com uma outra designação, os e que era músico de sessão de uns tais de Ibéria são mais um daqueles coletivos que

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Da Vinci com quem atingirá grande Retornam novamente ao ativo entre 2007 notoriedade no ano seguinte ao ganhar o e 2008, decidem remasterizar e reeditar os Festival RTP da Canção com um tema de seus dois discos, e com uma nova sua autoria intitulado Conquistador. formação começam a apresentar-se ao Tornar-se-á em anos vindouros no mais vivo com regularidade até que em 2011 é bem-sucedido produtor e compositor de editado o seu terceiro disco Revolution e um novo conceito de música popular em 2017 o seu quarto trabalho Much portuguesa, e que aqui assume um papel Higher Than a Hope, no qual apenas resta preponderante, não só, como produtor do o baixista João Sérgio como elemento disco em conjunto com a banda mas original da formação que gravou o single também o de diretor musical e principal de estreia Hollywood de 1988. Foram já compositor. Quanto ao disco, após o seu homenageados e medalhados por parte de lançamento, Ibéria será alvo de elogios por entidades estatais da sua região pelo parte da crítica colocando assim o heavy mérito artístico e cultural da sua carreira. metal na montra do meandro musical português e que como consequência trará ao projeto uma maior exposição, um maior número de aparições em programas da televisão pública, aumento de público apreciador e relevância dos seus concertos. Já em 1989, serão a primeira banda portuguesa a ter airplay no famoso programa da BBC-Radio One, The Friday Rock Show, liderado por Tommy Vance, facto este que será considerado como um feito histórico para a música nacional da altura, e verão o álbum ser contemplado com o título de melhor disco de estreia e a banda ser considerada o melhor ato de E para concluir este texto, avancemos rock ao vivo no nosso país. Chegados à então para o último lançamento a ser década de 90 e já com uma outra formação referenciado neste espaço este mês. conseguem ainda editar um segundo Amantes e Mortais de Adelaide. Editado trabalho de originais chamado Heroes of em 1989, via MBP, Adelaide Ferreira em the Wasteland que será o derradeiro conjunto com o guitarrista Luís Fernando durante os anos seguintes, pois 6 anos apresenta-nos aqui um agradável e após o seu lançamento, o coletivo decide competente exercício hard rock com um dar por encerrada a sua atividade. ou outro apontamento e característica

49 heavy no qual a cantora exibe toda a sua Curiosidade neste Amantes e Mortais foi qualidade, alcance e domínio vocal, ora de o facto de ter sido editado em duas forma mais agreste ora de forma mais línguas, tendo a versão inglesa sido suave, dando uma notoriedade digna de batizada de Fast and Far e de ter chamado elogio a todo o trabalho de composição e à atenção do manager da altura da cantora exímia execução técnica de Fernando. Madonna, que se mostrou agradado com o Destacam-se os temas Amantes e Mortais, que ouviu, e que ao demonstrar o seu São Loucos, Carrie e a balada Dava Tudo. interesse em trabalhar com a cantora A acompanhar o duo nesta gravação feita portuguesa esbarrou com a intransigência entre Lisboa e França estão o baixista do responsável da editora, o que Nani Teixeira, o baterista Rui Alves e o rapidamente lhe esfriou o entusiasmo. teclista Arnaud Dunoyer de Segonzac. Teve a produção de Jean-Louis Milford, Com o passar do tempo este disco tornou- conceituado vocalista e teclista da banda se numa das pérolas perdidas do hard rock francesa Century conhecidos pelo seu hit feito em Portugal e como até hoje nunca single Lover Why retirado do álbum de foi alvo de reedição, assim permanecerá estreia de 1986, o que terá contribuído como apenas mais um reflexo do tempo para o resultado de qualidade que o disco em que foi criado e editado, no entanto, apresenta em termos de sonoridade. mantendo toda a sua personalidade e encanto. Bem hajam. --- JB

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número da Revista Lusitânia ANÇAMENTOS DESTE ÊS

DRAGON’S KISS – Barbarians of the Wasteland Heavy Speed Metal, reedição, álbum, Vinil, 8 faixas Firecum Records

EXISTENCE:VOID – Anatman Black Metal, álbum, CD + Digital, 7 faixas Gruesome Records

REVOLUTION WITHIN – Chaos Thrash Metal, álbum, Vinil, 11 faixas Firecum Records

SER – Valsa de curto pé Rock, álbum, CD + Digital, 12 faixas Raging Planet

… mais os que nos escaparam em junho

ALASTOR – The Unholy Hordes Speed Thrash Metal, álbum, CD + Digital, 11 faixas Firecum Records

DAMN SESSIONS – Damn Sessions Rock Folk Grunge, álbum, CD + Digital, 11 faixas Raging Planet

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MARTA REN – Ao Vivo nos Aliados Soul Funk Jazz, álbum, CD, 8 faixas Rastilho Records

… e em maio

BLACK FLARE – Black Flare Stoner Doom Metal, álbum, CD, 9 faixas Firecum Records

CAPELA DAS ALMAS – Onírica Rejeição Gothic Rock, demos, reedição, CD, 13 faixas, 46:36 Zona 22

GENDA

2 21:45 dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTIDAS @ Salão Brazil, Coimbra 6 21:00 Dream People @ Teatro Maria Matos, Lisboa 8 20:00 Ena Pá 2000 @ Titanic Sur Mer, Lisboa 10 16:00 Thrashwall @ Meet & Greet, Sociedade Harmonia Eborense, Évora 16 20:00 Downfall of Mankind + Lhabya @ RCA Club, Lisboa 17 15:00 Thrashwall @ Meet & Greet, Valhalla Rock Pub, Lisboa 17 21:00 Glockenwise @ CCB, Lisboa 24 20:30 UHF, Concerto Persona À Flor da Pele @ C. C. Olga Cadaval, Auditório Jorge Sampaio, Sintra 31 20:30 UHF @ Casa da Música, Sala Suggia, Porto 31 21:00 Marta Ren @ CCB, Lisboa

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