O Novo Retrato Cultural Da Música Sertaneja
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA – DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA BRIAN HENRIQUE DE ASSIS FUENTES REQUENA A UNIVERSIDADE DO SERTÃO: O NOVO RETRATO CULTURAL DA MÚSICA SERTANEJA VERSÃO CORRIGIDA SÃO PAULO 2016 2 BRIAN HENRIQUE DE ASSIS FUENTES REQUENA A UNIVERSIDADE DO SERTÃO: O NOVO RETRATO CULTURAL DA MÚSICA SERTANEJA Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Sociologia (PPGS) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), como requisito para obtenção do título de Mestre em Sociologia. Área de concentração: Sociologia da Cultura. Orientador: Prof. Dr. Sergio Miceli Pessôa de Barros. De acordo VERSÃO CORRIGIDA SÃO PAULO 2016 3 AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE. Catalogação na Publicação Serviço de Biblioteca e Documentação Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Requena, Brian Henrique de Assis Fuentes. R427 u A universidade do sertão: o novo retrato cultural da música sertaneja / Brian Henrique de Assis Fuentes Requena; orientador Sergio Miceli Pessôa de Barros. - São Paulo, 2016. 203 f. Dissertação (Mestrado)- Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Departamento de Sociologia. Área de concentração: Sociologia. 1. Sociologia da Cultura. 2. Música Sertaneja. 3. Indústria Cultural. 4. Música Popular Brasileira. 5. História Social. I. Barros, Sergio Miceli Pessôa de orientador. II. Título. 4 REQUENA, Brian Henrique de Assis Fuentes. A UNIVERSIDADE DO SERTÃO: O NOVO RETRATO CULTURAL DA MÚSICA SERTANEJA. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Sociologia (PPGS) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), como requisito para a obtenção do título de Mestre em Sociologia. Aprovado em: 21/outubro/2016 Banca Examinadora _______________________________________________________ Prof. Dr. Sergio Miceli Pessôa de Barros – (Orientador) _______________________________________________________ Prof. Dr. Fernando Antonio Pinheiro Filho – Universidade de São Paulo _______________________________________________________ Prof. Dr. Dmitri Cerboncini Fernandes – Universidade Federal de Juiz de Fora 5 6 É de sonho e de pó O destino de um só Feito eu perdido Em pensamentos Sobre o meu cavalo É de laço e de nó De jibeira o jiló Dessa vida Cumprida a sol O meu pai foi peão Minha mãe solidão Meus irmãos Perderam-se na vida À custa de aventuras Descasei, joguei Investi, desisti Se há sorte Eu não sei, nunca vi Me disseram, porém Que eu viesse aqui Pra pedir de Romaria e prece Paz nos desaventos Como eu não sei rezar Só queria mostrar Meu olhar, meu olhar Meu olhar Sou caipira, Pirapora Nossa Senhora de Aparecida Ilumina a mina escura e funda O trem da minha vida Sou caipira, Pirapora Nossa Senhora de Aparecida Ilumina a mina escura e funda O trem da minha vida1. Dedico este trabalho à memória de mamãe – Maria de Assis (1955-2011). Para homenageá-la, trouxe a letra de sua canção favorita que, por sinal, foi também a trilha sonora da sua breve existência entre nós. Deixo registrado aqui, além da saudade perpétua, meus sinceros sentimentos de gratidão, respeito, admiração e amor incondicional por essa humilde caipira lá das bandas das Minas Gerais. 1 Romaria, 1977. Intérprete: Elis Regina. Composição: Renato Teixeira. 7 AGRADECIMENTOS Foram muitas as mãos amigas que colaboraram para o resultado final deste trabalho. Em 2012, abandonei o jornalismo cultural e me tornei um migrante forasteiro na sociologia da cultura da USP. Confesso que o caminho até aqui não foi nada fácil. Portanto, todos os nomes que citarei foram os corresponsáveis pelo meu êxito. Dedico especialmente à Prof.ª Maria de Lourdes Eleutério que, há tantos anos, não tem poupado dedicação, votos e créditos à minha trajetória acadêmica. Sou grato ao meu orientador Sergio Miceli, por ter me recebido de braços abertos na sociologia uspiana. Obrigado também pelos ―puxões de orelha‖ bem merecidos que levei e por sua inesgotável paciência em entender minhas limitações de aluno ainda inexperiente. Ao meu companheiro Felipe Zukauskas, um analista de sistema com ―alma de sociólogo‖, que acompanhou os meus tropeços e compartilhou minhas aflições sem reclamar. O seu apoio total e irrestrito foi mais insistente do que o meu pessimismo. À Adriana Manzo Castello que, desde 2013, aceitou a sublime tarefa de ser o meu ―anjo da guarda‖. Ao meu pai Francisco José Fuentes Requena pelo investimento financeiro nos meus estudos. Gostaria de agradecer aos docentes do Departamento de Sociologia da FFLCH-USP, que, gentilmente, dispuseram-se a colaborar com o andamento desta pesquisa. Sou grato especialmente à Prof.ª Maria Arminda do Nascimento Arruda que, em 2013, aceitou minha participação como estagiário nos projetos culturais desenvolvidos dentro da PRCEU-USP e, depois, esteve presente no meu exame de qualificação. Ao Prof. Fernando Antonio Pinheiro Filho, que sem hesitar acompanhou diretamente todas as etapas da dissertação e foi uma figura decisiva na institucionalização do saber sociológico para mim. Ao Prof. Luiz Carlos Jackson, por seu comprometimento em ler, sugerir e discutir os textos produzidos durante os três anos de mestrado. À Prof.ª Sylvia Gemignani Garcia, pela valiosa oportunidade do estágio supervisionado em docência, no curso de Sociologia da Educação. Meus agradecimentos à Mônica Isabel Moraes, uma inestimável amiga, que tanto se dispôs a trocar figurinhas comigo durante as caronas, à Flavia ―Adorno‖ Brancalion, ao poeta sociólogo João Victor Kosicki, ao Pedro Serrano, ao Rodrigo Amaral, ao Tony Nakatany, à Bruna Nicodemos, ao Gabriel Milanez, à Aline Chiaramonte, à Joyce Ribeiro, ao Matheus Jung, à Ana Carolina Roman, à Érica Magi (a musa sociológica do rock), à Lidiane Soares Rodrigues, 8 à Vanessa Gatti e aos demais amigos da FFLCH, pelo intercâmbio intelectual e companheirismo social. Dedico aos meus familiares espalhados por São Paulo e Minas Gerais, especialmente à minha irmã Juliane Camile, ao meu primo-irmão Jean Paulo Alves dos Santos, ao Lucas e à Aline Araújo, às tias Silvia e Mafalda, ao tio Silvano, à Lilian e à Joelma e Lilian Castro, à Elisíria Gouveia, à Flavia Aparecida e ao Kaique de Assis Matos. Obrigado também aos amigos de São Paulo que, desde a partida de mamãe, tornaram-se membros da minha nova família: Karina e Aurinha Makiyama, Tenille Avanci, Neide Gasparetto, Mario Marchi, Magali Mabujade, Zélia Castro, o casal Euclides e Marina, Nathália Albar e seus pais Robson e Vera Cordeiro, Cristine Lore Cavalheiro, Roberto Lucas e Sônia Leme, Renato Ber, Juliane Henrique, André Luiz Oberleitner e Fábio Barreto. Obrigado às minhas grandes e inesquecíveis amigas de Limeira, Izabel Ribeiro, Juliana Boro e Bruna Medeiros, que, aliás, não escondem a paixão pela música sertaneja – e sem o sufixo universitário. Os meus sinceros agradecimentos aos professores Marcos Napolitano e Ivan Vilela que tanto cooperaram para o desenvolvimento deste projeto. Especialmente, dedico ao Prof. Dmitri Cerboncini Fernandes, que esteve presente na defesa de mestrado e também foi o mentor responsável pela publicação deste trabalho. Quero agradecer a boa-vontade com que os jornalistas Helder Maldonado e André Piunti receberam meus questionamentos sobre a música sertaneja, principalmente, por oferecerem pistas fundamentais para o trabalho. Obrigado ainda à Deia Neves, Edy Betty, Elaine Silva, Monaliza Vilaça e Fernanda Rodrigues. Sem a ajuda de todas vocês, seria impossível ter avançado na pesquisa de campo. Sou grato às assessoras de imprensa Juliana Chiavassa (V&L) e Bete Ferreira (F&S) pelas credenciais cedidas nos shows e também pelo acesso aos bastidores e aos artistas. Por último, dedico àqueles que são os protagonistas deste trabalho: Victor Chaves, Leonardo Chaves, Fernando Fakri de Assis ―Sorocaba‖ e Fernando Zorzanello. De antemão, peço que enxerguem nesta dissertação sociológica uma tentativa de trazê-los ao universo acadêmico. Tudo o que for discutido nas próximas páginas tem caráter estritamente artístico e não pessoal. Obrigado ao CNPq, pela concessão da bolsa de estudos que viabilizou a realização desta pesquisa. São Paulo, dezembro de 2016. 9 NOTA AO LEITOR Este trabalho foi o resultado da minha dissertação de mestrado em sociologia, defendida no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, no ano de 2016. Durante a defesa, os professores Sergio Miceli Pessôa de Barros (orientador), Fernando Antonio Pinheiro Filho (Universidade de São Paulo) e Dmitri Cerboncini Fernandes (Universidade Federal de Juiz de Fora) fizeram relevantes sugestões, observações e críticas em relação ao trabalho apresentado. Entretanto, optei por mantê-lo na íntegra, pois servirá como registro oficial do meu desenvolvimento intelectual e também como um marcador pessoal da minha transição acadêmica da Comunicação Social para a Sociologia. Portanto, a versão corrigida entregue em dezembro de 2016 contém somente uma revisão gramatical e ortográfica do texto. 10 Essa é a história de um novo herói Cabelos compridos a rolar no vento Pela estrada no seu caminhão Gravado no peito a sombra de um dragão Tinha um sonho ir pra Nova York Levar a namorada Fazer seu caminhão voar nas nuvens Mas enquanto isso na estrada Saudade vai, vai, vai... Saudade vem, vem, vem te buscar2. Eu mesmo tenho frequentemente lembrado que, se existe uma verdade, é que a verdade é um lugar de lutas. Essa afirmativa é particularmente válida para os universos sociais relativamente autônomos que chamo de campos, nos quais profissionais da produção simbólica enfrentam-se em lutas que têm como alvo a imposição de princípios legítimos de visão e de divisão do mundo natural e do mundo social3. A tradição é na prática a expressão mais evidente das pressões e limites dominantes e hegemônicos. É sempre mais do que um segmento inerte historicizado; na verdade, é o meio prático de incorporação mais poderoso.