Senado Federal
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Reunião de: 09/12/2015 Notas Taquigráficas - Comissões SENADO FEDERAL SENADO FEDERAL SECRETARIA-GERAL DA MESA SECRETARIA DE REGISTRO E REDAÇÃO PARLAMENTAR REUNIÃO 09/12/2015 - 12ª - Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – Havendo número regimental, declaro aberta a 12ª Reunião, Ordinária, da comissão criada pelo Requerimento nº 935, de 2015, destinada a propor soluções que promovam o desenvolvimento nacional. Conforme convocação, a presente reunião destina-se à apreciação de matérias, de acordo com pauta previamente publicada. Vamos para o item 1. ITEM 1 PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 316, de 2015 - Não terminativo - Altera a Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, para vedar a aplicação de sanções ao Município que ultrapasse o limite para a despesa total com pessoal e para desobrigar o titular do Município de pagar despesas empenhadas no mandato do prefeito anterior, nos casos de perda de recursos que especifica. Autoria: Senador Otto Alencar Relatoria: Senador Blairo Maggi Relatório: Pela aprovação Observações: Vista coletiva concedida em 25.11.2015 Eu mudei. O primeiro eu havia retirado de pauta. Desculpe, Senador Anastasia, mas o Senador Acir Gurgacz pediu para retirar de pauta e eu não comuniquei a V. Exª e às Srª e aos Srs. Senadores. Eu passo a palavra ao Relator, Senador Blairo Maggi. O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT) – Muito obrigado, Presidente. Este é um projeto de vossa iniciativa, que lemos na reunião passada. Na realidade, hoje temos apenas que proceder à votação. Pode ser que algum colega tenha alguma observação a fazer, mas o relatório já foi lido e discutido na reunião passada. Falta apenas o encaminhamento dos votos. Devolvo, então, a palavra ao Presidente para que possa conduzir a votação e coletar os votos favoráveis ou não a este projeto de lei. O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – Senadora Gleisi Hoffmann. A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Apoio Governo/PT - PR) – Obrigada, Sr. Presidente. Eu não entendi. Foi feita a discussão também? Porque eu queria levantar alguns aspectos aqui e talvez V. Exª pudesse... 1/23 Reunião de: 09/12/2015 Notas Taquigráficas - Comissões SENADO FEDERAL O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – Eu poderei explicar à senhora, se for o caso, pois sou autor do projeto. Eu fui Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Bahia. Poderia ter ficado lá 15 anos. Renunciei com cinco anos e saí porque não me adaptei. De acordo com o projeto, os Municípios do Brasil, principalmente do Nordeste agora, estão perdendo arrecadação. Por que estão perdendo arrecadação? Porque caiu a arrecadação do Governo Federal, o que, consequentemente, atinge Estados e Municípios. Há Estados que não têm como pagar este ano a folha de pessoal, muito menos o décimo terceiro. É bem provável que em vários Estados aconteça isso. O Rio Grande do Sul está nessa situação. A arrecadação caiu agora porque a economia está em queda. Estamos com dificuldades, há falta de crescimento econômico, e cai a arrecadação. Houve um momento, há uns dois ou três anos, em que a Presidente Dilma baixou o IPI dos automóveis da linha branca, e, com isso, caiu a arrecadação de impostos. Hoje, a composição da arrecadação do Governo Federal: 48% são PIS/Cofins, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e outros; e 52%, impostos. Só que metade dos impostos cai para a União e metade, para Estados e Municípios. Quando baixa o IPI dos automóveis da linha branca, o que acontece? O Município perde lá. Ele tinha um orçamento previsto de 10 milhões ao ano, entram 8, ele empenhou, o dinheiro não entrou, ele não paga e tem conta rejeitada. Vai ser ficha suja! Essa que é a realidade. Então, esse projeto é para impedir que, quando o Município perde arrecadação, e a culpa não é do prefeito, uma vez que ele não deixou de cobrar o IPTU, ele não deixou de cobrar dívida ativa, enfim, os impostos são de responsabilidade dele, ele não pode ter conta rejeitada, e o Governo baixando o IPI, e não o compensando. No momento em que a Presidente Dilma baixou o IPI, deveria ter havido uma compensação para os Municípios e os Estados. E não houve. O Estado da Bahia no Governo Wagner, em 2013, perdeu R$460 milhões. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – A Cide também. Se cortar a Cide, quem perde são Estados e Municípios. Só dando o exemplo de 2013, porque fui Secretário da Infraestrutura, com a Cide, perdemos 120 milhões; e com o FPE, 460, porque diminuiu o IPI dos automóveis da linha branca. O Município tem culpa disso, da decisão federal? Não tem! O que deveria ter acontecido? "Vamos compensar os Estados e os Municípios." Não compensaram. Então, o prefeito empenha, o dinheiro não chega, ele não paga, ele tem conta rejeitada e passa a ser ficha suja. Outra coisa: índice de pessoal. No meu Estado, em 10 anos, 43 Municípios perderam a arrecadação por êxodo rural. Havia Município que tinha 15 mil habitantes; passou para 8. Ele tinha arrecadação de 2 milhões; passou para 800. Ele não pode demitir, porque os funcionários são todos estáveis. Então, ele ultrapassa 54% do índice de compensação; ultrapassando, conta rejeitada também. A culpa é do prefeito? Não é do prefeito! A Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de 2000, tem 15 anos, precisa ser revisada, até porque o Congresso Nacional tem uma culpa muito grande em relação às prefeituras. Sabe por que, Senadora? Porque criou mais de 12 projetos, programas especiais, e não mandou dinheiro para pagar a conta. Agora, se não me engano, a Senadora Lúcia Vânia apresentou – ou foi a Senadora Ana Amélia – projeto no sentido de que qualquer programa de governo, aprovado aqui, no Congresso, tem que dizer a fonte do financiamento. Então, veio o ProJovem, o Proidoso, Cras, Craf, PET, PSF, UBS... (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – Pois é! Até para o Conselho Tutelar, o Município tem que contratar pessoal e pagar. Quem paga o Município aqui faz a festa, e o prefeitinho, lá no interior, vai pagar a conta e ter a conta rejeitada. É preciso acabar com essa centralização de se querer aprovar projeto sem a fonte de pagamento e dizer: prefeito, você, de Catolândia, que tem 2.905 habitantes... Pode ser que tenha nascido um de ontem para hoje, mas o prefeito me disse ontem de noite que só há 2.905, e está encarregado de 700 mil por mês. Fazem um programa para ele pagar e contratar o médico por 20. Ele não tem como pagar. Essa que é a situação. Esse projeto é exatamente para que o prefeito não pague a conta... (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – Exato. Dela. E esse que estou apresentando aqui é para que o prefeito não pague a conta quando a arrecadação cair e não for por culpa dele. Agora, se ele deixa de cobrar o ITBI, se ele deixa de cobrar o ISS, se ele deixa de cobrar esses impostos que não acrescentam absolutamente nada... Mas, se é culpa do Governo Federal baixar aqui, e ele pagar a conta lá, ele não pode. 2/23 Reunião de: 09/12/2015 Notas Taquigráficas - Comissões SENADO FEDERAL Fui conselheiro durante cinco anos e digo que conheci isso de perto, porque, no meu Estado, eu rejeitei conta de prefeitos. E poucos podem ser considerados tão honestos quanto esses homens. E eu tive que rejeitar as contas deles. E olhavam para mim e diziam: "Conselheiro, não cometi nenhum crime. Caiu a arrecadação. O que eu posso fazer?" Eu dizia: "Está na lei"; e a lei não pode ser inflexível com quem é honesto. O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Oposição/PSDB - PA) – Para discutir, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – Para discutir. A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Apoio Governo/PT - PR) – Eu também estou inscrita. O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Oposição/PSDB - PA) – Senadora Gleisi, pode falar. A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Apoio Governo/PT - PR) – Já está para discutir? O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – Não senhora! É porque o Flexa Ribeiro tem mania de querer ultrapassar inclusive a Senadora! O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Oposição/PSDB - PA) – Não, não. Com muito prazer – até ela se inscreveu antes –, eu daria a palavra a ela, mas eu diria que era bom V. Exª falar depois de mim, porque a senhora vai contraditar o que eu vou colocar. O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – Senadora, o projeto já foi discutido. A discussão já foi encerrada. A senhora me pediu uma explicação, e eu estou lhe dando. Na verdade, a discussão já foi encerrada na outra reunião. A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Apoio Governo/PT - PR) – Mas eu gostaria de fazer algumas considerações, não obstante essa observação do Senador Blairo para V. Exª, porque eu tenho uma convicção e queria fazer algumas ponderações sobre o que V. Exª disse. Acho que V. Exª tem razão em grande parte das questões que colocou. Hoje nós temos as finanças da Federação engessadas, da forma como elas são feitas; mas nós também temos poucas formas de fiscalização para efetivação de despesas, a começar... O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – Poucas? A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Apoio Governo/PT - PR) – Poucas. A começar... O SR. PRESIDENTE (Otto Alencar.