A Mulher Em Portugal Alguns Aspetos Do Evoluir Da Situação Feminina Na Legislação Nacional E Comunitária Volume I

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A Mulher Em Portugal Alguns Aspetos Do Evoluir Da Situação Feminina Na Legislação Nacional E Comunitária Volume I Direção-Geral da Segurança Social Núcleo de Documentação e Divulgação A mulher em Portugal Alguns aspetos do evoluir da situação feminina na legislação nacional e comunitária Volume I Lisboa, dezembro 2014 Direção-Geral da Segurança Social Núcleo de Documentação e Divulgação A mulher em Portugal : Alguns aspetos do evoluir da situação feminina na legislação nacional e comunitária Volume I Lisboa, dezembro 2014 A mulher em Portugal TÍTULO A mulher em Portugal : Alguns aspetos do evoluir da situação feminina na legislação nacional e comunitária - Volume I EDIÇÃO © Direção Geral da Segurança Social (DGSS) Núcleo de Documentação e Divulgação (NUDD) Largo do Rato, n.º 1 |1269-144 Lisboa Tel.: (+351) 21 381 7300 Fax: (+351) 21 388 9517 E-mail: [email protected] PESQUISA, ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO GRÁFICA Ester Liñares Lisboa, dezembro de 2014 ISBN 978-989-98930-1-6 2 A mulher em Portugal Índice Volume I Apresentação ........................................................................5 Século XII – Século XIX .........................................................7 1112-1900 ....................................................................9 Século XX ........................................................................... 63 1901-1950 .................................................................. 65 3 A mulher em Portugal 4 A mulher em Portugal APRESENTAÇÃO "Quando os Direitos Humanos das Mulheres são violados e a sua participação na sociedade limitada, é a humanidade no seu conjunto que é questionada, é o tecido social que é destruído”. Denise Fuchs, Presidente do Lobby Europeu das Mulheres, 2001 Apresentamos hoje o resultado de três anos de pesquisa sobre a evolução da situação feminina em Portugal, conscientes de que muito fica por dizer, apesar de todo o cuidado e rigor que aqui depositamos. Presente em todos os momentos da vida, a mulher raramente vê o seu papel enaltecido. Foi o que aqui tentámos fazer. Mostramos como, desde 1112, o seu papel tantas vezes secundário se desenvolveu e atingiu, em anos próximos, posições tão relevantes como seja o lugar de Primeira-ministra ou o de candidata a Presidente da República de Portugal. O longo caminho percorrido é aqui retratado principalmente com referências legislativas nacionais e pontualmente comunitárias, mas referenciamos também algumas instituições fundadas por mulheres, os jornais e outras publicações periódicas que editaram, as iniciativas a que deram corpo. Por curiosidade, falamos também das primeiras mulheres portuguesas a encetarem carreiras até então tipicamente masculinas. Procurámos respeitar a grafia original (os acentos gráficos, as consoantes duplas, os grupos nasais, etc.) na legislação régia bem como a pontuação. Para todos quantos pretenderem debruçar-se sobre a situação da mulher em Portugal, deixamos este instrumento de trabalho, em dois volumes, (1112-1950 e 1951-2014), da responsabilidade do NUDD, que é editado apenas eletronicamente. 5 A mulher em Portugal 6 A mulher em Portugal SÉCULO XII – SÉCULO XIX 7 A mulher em Portugal 8 A mulher em Portugal 1112-1212 D. Teresa de Aragão (1080?-1130), mãe de D. Afonso Henriques, fica à frente dos destinos do Condado Portucalense, por morte do marido, D. Henrique de Borgonha, tentando prosseguir com a política de independência face a Leão e com o alargamento do território. D. Mafalda (1125-1157?), filha do conde de Moriana e Sabóia, Amadeu II, é a primeira rainha de Portugal, por casamento com D. Afonso Henriques. Educada sob influência da Ordem de Cister, são-lhe atribuídas muitas fundações de piedade e penitência, como o Mosteiro da Costa, em Guimarães e o hospital/albergaria de Marco de Canavezes. Dulce Berenguer de Barcelona, ou de Aragão, (1160-1198), a rainha fecunda, segunda rainha de Portugal por casamento com D. Sancho I, é a primeira rainha de quem se conhece a outorga de documentos de gestão do reino: o foral de Mortágua, uma carta de privilégio e uma confirmação de privilégio. A D. Urraca de Castela (1186?-1220) é atribuído um papel importante no estabelecimento da Ordem de São Francisco em Portugal. 1289-1321 A Rainha Santa Isabel (1270?-1336), uma das mais notáveis figuras femininas da nossa história, notabiliza-se pelas ações diplomáticas que realiza com reis e rainhas de Castela e Aragão sempre com o objetivo de promover a paz. Em 1289, D. Dinis nomeia-a tutora das propriedades dos seus filhos bastardos. Funda vários hospitais, em Coimbra, Leiria e Santarém. Em 1294, manda construir uma albergaria para os pobres no Convento de Odivelas. Deve-se-lhe também a fundação do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha bem como o de Santa Isabel, em 1314. Em 1321, funda um albergue para pobres e doentes em Alenquer. 1326 A mais antiga referência à existência de mulheres boticárias em Portugal diz respeito a uma boticária em Lamego em 1326, Maria Nunes1, mas nada se sabe sobre o seu verdadeiro estatuto ou funções profissionais. Nos séculos XV e XVI surgem outras referências a mulheres boticárias, ligadas a senhoras da alta nobreza.2 1 http://darcordaoneuronio.blogspot.pt/2006/08/e-se-eu-vos-contasse-27-programa_13.html, [Consult. 26 ago. 2013]. 2 http://www.ordemfarmaceuticos.pt/scid//ofWebInst_09/defaultCategoryViewOne.asp?categoryId=1900, [Consult. 26 ago. 2013]. 9 A mulher em Portugal 1383 Regência da Rainha D. Leonor Teles (1345-1405?), em nome da sua filha Beatriz, é a primeira rainha nascida em Portugal. 1387-1415 D. Filipa de Lencastre (1360-1415), mulher de D. João I e rainha de Portugal, é, sempre que necessário, a representante do poder real. Inaugura o cosmopolitismo, abertura e cultura que caracteriza os Descobrimentos e a primeira metade da dinastia de Avis.3 1438-1439 Regência de D. Leonor de Aragão (1400?-1445?), na menoridade de Afonso V. Os cronistas referem-na como governador dos seus reynos e curador de seus filhos. 1471 Regência da Princesa D. Joana (1452-1490) aquando da expedição de D. Afonso V a Arzila. 1475 D. Beatriz, Infanta de Portugal (1429-1506), tem um papel ativo na política dos reinados de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I. Por morte do marido, o rei D. Fernando, fica com a tutoria do seu primogénito, D. Diogo, e, consequentemente, com a governação do ducado e das ilhas. É nomeada pelo Papa governadora da Ordem de Cristo, tendo sido a única mulher a desempenhar este cargo. É das mulheres mais poderosas de Portugal. Ajuda a concretizar as pazes com Castela encontrando-se pessoalmente com Isabel, a Católica, acontecimento que leva à assinatura do tratado de Alcáçovas e as Terçerías de Moura. A Infanta Beatriz é considerada, por alguns historiadores, o poder em Portugal no século XV e início do século XVI. 1476 Regência da Rainha D. Leonor (1458-1525) na ausência de D. João II. É fundado um asilo para as muitas órfãs que havia em Lisboa.4 3 http://pinhoada.blogspot.pt/2007/07/in-memoriam-dona-filipa-de-lencastre.html, [Consult. 12 ago. 2013]. 4 RECTOR, Mónica – A imagem e o imaginário da mulher em Portugal : Da Idade Média ao Renascimento. Inédito [Em linha] [Consult. 12 ago. 2013]. Disponível na internet: <URL: http://www.monicarector.com/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=29&Itemid=1>. 10 A mulher em Portugal 1497-1499 A Rainha D. Leonor volta a ser a regente do Reino, durante o reinado de D. Manuel. Funda a Misericórdia de Lisboa. 1518 Publicação, por ordem da Rainha D. Leonor, do livro Espelho de Cristina, o qual falla de tres estados de molheres, traduzido e adaptado do Livre des Trois Vertus, de Christine de Pisan, um dos primeiros livros impressos em Portugal, que veicula preceitos não só de moral mas também de comportamento cortesão, dirigidos a princesas, damas da corte e mulheres de condição inferior.5 1521 Das Ordenações Manuelinas, destacamos os seguintes decretos todos de 1 de janeiro: - Do beneficio do Veleiano outorguado aas molheres que fiam outrem, ou se obriguam por elle. - Que o marido nom possa litiguar em Juizo sobre bens de raiz sem outorgua de sua molher. - Que o marido nom possa vender, nem emalhear bens de raiz sem outorguamento de sua molher; e da doaçam dos bens moueis feita polo marido. - Como a molher fica em posse e cabeça de casal per morte de seu marido. - Da doaçam feita polo marido aa molher, ou pola molher ao marido, e arras e camara carrada. - Do homem casado que fia alguem sem outorguamento de sua molher. - Como o marido e a molher socedem huu ao outro. - Como o padre e madre herdaõ ao filho, e nom o irmaõ. E da molher que casou sendo de hidade de cincoenta annos. - Do que matou sua molher pola achar em adultério. - Das molheres que tem cousas da da Coroa do Reyno, que casam sem licença d'ElRey. - Do que casa com duas molheres. E da que casa com dous maridos. 1540 Espelho de Casados, tratado do Dr. João de Barros (1496-1570), visa declaradamente destruir os preconceitos masculinos contra o casamento, que se 5 FIADEIRO, Paula Cristina Neves – Ecos do Galateo : cortesania, comportamento e ética na literatura do Portugal Moderno. Aveiro : Universidade de Aveiro, 2007. Tese apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Literatura. 11 A mulher em Portugal baseiam nos defeitos considerados parte da natureza feminina: ignorância, inconstância, incontinência. Encaixa-se no momento de transição da Idade Média para a Idade Moderna e reflete aspetos tanto do humanismo como de uma visão medieval da sociedade. Uma obra única para o seu tempo, na medida em que se apresenta como um “espelho”, isto é, um texto que assumidamente pretende criar uma pauta para o estado de “casados”, discutindo as vantagens e desvantagens do casamento e concluindo pela necessidade de optar por ele, em nome da “ordem social” e da “proles” (…) delineando o perfil desejado da mulher e o seu lugar na sociedade, defendendo o sexo feminino a partir duma perspetiva moral e da estabilidade do casamento.6 Para o Dr.
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