Notícias De Violência E Crime No Jornal Nacional: Do Medo Do Crime Ao Controle Da Ordem
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA NOTÍCIAS DE VIOLÊNCIA E CRIME NO JORNAL NACIONAL: DO MEDO DO CRIME AO CONTROLE DA ORDEM DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Ana Carolina Cademartori Santa Maria, RS, Brasil 2012 NOTÍCIAS DE VIOLÊNCIA E CRIME NO JORNAL NACIONAL: DO MEDO DO CRIME AO CONTROLE DA ORDEM Ana Carolina Cademartori Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Área de Concentração em Psicologia da Saúde, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Psicologia. Orientadora: Profª. Drª Adriane Roso Santa Maria, RS, Brasil 2012 Ficha catalográfica elaborada através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Central da UFSM, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). Cademartori, Ana Carolina Notícias de violência e crime no Jornal Nacional: Do medo do crime ao controle da ordem / Ana Carolina Cademartori.-2012. 135 p.; 30cm Orientadora: Adriane Roso Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Sociais e Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, RS, 2012 1. Psicologia Social Crítica 2. Violência 3. Crime 4. Jornal Nacional 5. Análise de Discurso Francesa I. Roso, Adriane II. Título. Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Sociais e Humanas Programa de Pós-Graduação em Psicologia A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a dissertação de mestrado NOTÍCIAS DE VIOLÊNCIA E CRIME NO JORNAL NACIONAL: DO MEDO DO CRIME AO CONTROLE DA ORDEM elaborada por Ana Carolina Cademartori como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Psicologia COMISSÃO EXAMINADORA: Adriane Roso, Drª (Presidente/Orientadora) Neuza Maria de Fátima Guareschi, Drª (UFRGS) Dorian Mônica Arpini, Drª (UFSM) Santa Maria, 26 de março de 2012. AGRADECIMENTOS Inicialmente, gostaria de agradecer à minha orientadora, Adriane Roso, pela acolhida, pela dedicação, pela paciência e incentivo. Sua orientação foi essencial para a realização desta pesquisa. Sou grata pela atenção que recebi durante esses anos de trabalho. Levarei os ensinamentos para onde quer que eu esteja. Obrigada por ter sido mais que uma orientadora. Aos membros da banca examinadora, Neuza Maria de Fátima Guareschi, Dorian Mônica Arpini e Luís Fernando Lofrano de Oliveira, por terem aceitado dedicar seu tempo precioso na leitura desta dissertação e pelas importantes contribuições e questionamentos feitos para o desenvolvimento e conclusão desta pesquisa. Aos professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria por terem compartilhado seus conhecimentos e experiências. À minha mãe, Elizabeth Cademartori, e à minha avó, Eny Cademartori, pelo carinho, amor e amparo de todas as horas. Obrigada por terem acreditado em mim e me oferecem a base necessária para que eu pudesse “caminhar com as minhas próprias pernas”. Ao meu marido e companheiro de empreitadas, Rafael Abelin, por compreender minhas ausências nestes dois últimos anos de nossas vidas. Obrigada por ter estado do meu lado nos momentos mais difíceis desta jornada, por ter me oferecido seu ombro e por ter enxugado minhas lágrimas quando levava mais de quatro horas para escrever um parágrafo. Ao colaborador de iniciação científica, Thiago Alves, por ter sido um importante interlocutor na construção desta pesquisa. Agradeço, também, pela valiosa relação de amizade que construímos nestes dois anos de convivência. Aos colegas de mestrado, especialmente ao Moises Romanini, à Carlise Cadore e ao Guilherme Correia, por terem feito esse momento se tornar mais leve, agradável e instigante. Levarei, com muito carinho, o aprendizado que compartilhamos e os laços que estabelecemos. Ao Grupo de Pesquisa “Saúde, Minorias Sociais e Comunicação” pela acolhida, pelos momentos de aprendizado intenso e pela bonita relação que construímos. Ao professor Arnaldo Chagas que acompanhou meus primeiros passos na vida acadêmica e através de suas reflexões despertou meu interesse pela Psicologia Social e pela Análise de Discurso. Ao professor Francis Almeida e ao grupo de estudos “O Inominável” vinculado ao curso de Ciência Sociais da Universidade Federal de Santa Maria pelas preciosas discussões e indicações de leitura. Ao Otávio Fontoura Neto e ao Gustavo Dalla Costa pelo apoio técnico. Agradeço a tod@s amig@s que me apoiaram nesta hora, especialmente, à Walesca Prates, à Viviane Costa, à Fabiana Jorge e ao Rossano Maicá, pelo carinho e consideração e, sobretudo, pela paciência em me ouvir falar repetidas vezes sobre minhas dificuldades e descobertas no decorrer desta pesquisa. À CAPES e ao Programa REUNI, pelo apoio financeiro. Enfim, a tod@s que, de algum modo, contribuíram para a realização desta dissertação, pois hoje tenho a certeza de que não se faz nada sozinh@! Amanhã aconteceu Que é notícia? Um hoje que nunca é hoje, um amanhã que é já ontem entre ontens que se perdem no anteontem dos anos no tresantontem dos lustros... Que é notícia? Amanhã acontecido, notícia é sempre um depois, é um a viver vivido... Que é notícia? Notícia é devoração! Aí vai ela pela goela que há-de engolir tudo e todos! Aí vai ela, lá foi ela! Nem trabalho de moela retém notícia... Notícia sem coração! Que é notícia? Cão perdeu-se! Por que não? Cão achou-se! Ainda bem! Ainda melhor, por sinal, se o cão perdido e o achado forem um só e o mesmo «lidos» no mesmo jornal! Que é notícia? Damos notícia um ao outro do nosso interesse comum. Fui Cavalheiro amanhã. Ontem Senhora serás. Como eu não há nenhum!... Que é notícia? Quando o primeiro tortulho se abre no céu (silhueta que em símbolo se tornará) onde estou, estouvava eu? Estava com a tia Henriqueta... Que é notícia? Fechada para balanço, tia Queta dormitava. Com a folhinha nos joelhos, do tortulho, que treslera, já em feto se engelhava... Que é notícia? Das convulsões deste mundo dava meu pai a versão: - Ailitla por toda a Europa... O guarda-roupa, meu filho, varia, a tragédia não... Que é notícia? O bom do velhote ia na terceira dentição... Que é notícia? Alcatruz que se abalança a tornar à sua água? Já o de Éfeso sabia: não se molha duas vezes o lenço na mesma mágoa... Que é notícia? Notícia em primeira mão na minha mão infantil: o papagaio empinado no claro céu da manhã, meu jornal publicado por cima de tanto afã... Mas terá sido notícia? Que é notícia? Alexandre O'Neill De Ombro na Ombreira (1969) In Poesias Completas Lisboa, Assírio & Alvim, 2000 RESUMO Dissertação de Mestrado Programa de Pós-Graduação em Psicologia Universidade Federal de Santa Maria NOTÍCIAS DE VIOLÊNCIA E CRIME NO JORNAL NACIONAL: DO MEDO DO CRIME AO CONTROLE AUTORA: ANA CAROLINA CADEMARTORI ORIENTADORA: Drª. ADRIANE ROSO Local e Data de Defesa: Santa Maria, 26 de março de 2012. Este estudo tem como objetivo principal investigar os discursos sobre violência e crime veiculados no/pelo Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, com o intuito de interpretar as possíveis estratégias discursivas relacionadas aos processos de saúde/doença. Os objetivos específicos foram: realizar um estudo quantitativo referente às notícias sobre violência e crime veiculadas no JN; analisar as condições de produção das notícias sobre violência e crime; buscando conhecer os possíveis sentidos produzidos nos conjuntos de enunciados presentes no discurso e identificar as distintas tipologias que caracterizam os discursos presentes no corpus de análise. Os seguintes crimes foram enfocados: Homicídio; Lesão Corporal; Extorsão; Tortura e Furto ou Roubo. Como base teórico-metodológica, nos apoiamos na Psicologia Social Crítica e na Análise de Discurso Francesa, considerando que ambas se propõem a perceber o ser humano como produto histórico-social e sujeito ativo na construção e transformação da sociedade. Os resultados indicam que das 49 edições gravadas, 29 edições apresentam notícias sobre violência e crime incluídas na delimitação da pesquisa, perfazendo um total de 59,18% das edições gravadas. As informações transmitidas sobre a problemática da violência e do crime centram-se, especialmente, nas classificações furto ou roubo e homicídio. Através de nossa análise qualitativa, percebemos que o JN ao abordar a problemática da violência e do crime não estabelece relações diretas com os processos de saúde e doença. Além disso, verificamos que o funcionamento discursivo tende para o tipo de discurso autoritário, ou seja, encontramos predominantemente a reincidência da paráfrase nas notícias submetidas à análise. Portanto, ao encontrarmos a dominância da paráfrase, percebemos a repetição dos sentidos e não o contrário, a ruptura com os sentidos postos. Palavras-chave: Psicologia Social Crítica, Violência, Crime, Jornal Nacional, Análise de Discurso Francesa. ABSTRACT Master’s Thesis Postgraduation Program in Psychology Federal University of Santa Maria VIOLENCE AND CRIME NEWS ON ‘JORNAL NACIONAL’: FROM THE FEAR OF CRIME TO CONTROL AUTHOR: ANA CAROLINA CADEMARTORI ADIVISOR: Drª. ADRIANE ROSO Local and Date of Defense: Santa Maria, March 26, 2012. This paper aims to investigate the speeches about violence and crime broadcasted on ‘Jornal Nacional’ news program on ‘Rede Globo de Televisão’, in order to interpret the possible oration strategies related to the processes of health and disease. Its specific objectives were: carry out a quantitative study concerning to the news on violence and crime shown on ‘JN’ news television program; analyze the conditions of producing news about violence and crime