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PLANO ESTRATÉGICO REGIONAL DE GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

ESTADO DO

VALE DO

CISVALE

2019

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO CISVALE

Presidente Secretário CASSIO NUNES SOARES PAULO JOEL FERREIRA Prefeito Municipal de Prefeito Municipal de Boqueirão do Leão

Vice-presidente Tesoureiro PAULO ROBERTO BUTZGE MAIQUEL EVANDRO LAURENO SILVA Prefeito Municipal de Candelária Prefeito Municipal de

CONSELHO FISCAL Presidente SANDRA BACKES Prefeita Municipal de

Vice-presidente Segundo Secretário HÉLIO OLÍMPIO DE QUEIROZ GUIDO HOFF Prefeito Municipal de Prefeito Municipal de Vera Cruz

Secretário Vogal RAFAEL REIS BARROS CARLOS GUSTAVO SCHUCH Prefeito Municipal de Rio Pardo Prefeito Municipal de

DIRETORIA EXECUTIVA LÉA VARGAS

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Plano Estratégico Regional

Dezembro de 2019

ELABORAÇÃO

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COORDENAÇÃO TÉCNICA EDUARDO VARGAS Engenheiro Civil CREA/RS 159.984

EQUIPE PRINCIPAL

TIAGO SILVEIRA FRANCIÉLI SCHONS Economista Química Industrial CORECON/RS 8235 CRQ 05202974

JÚLIA SOMAVILLA CAMILA FRÖHLICH Engenheira Sanitarista e Ambiental Engenheira Ambiental CREA/RS 237.626 CREA/RS 177.964

FABIELI LIXINSKI LEONARDO FORTES Bióloga Técnico em Agricultura CRBio-03 45.962-03 CREA/RS 232987

ALESSANDRA QUADROS VIVIANE WOMER FRANÇA Bióloga Advogada CRBio-03 28226 OAB/RS 103.575

RENATA NAVARRO JOÃO LUIZ VARGAS Tecnóloga em Gestão Ambiental Advogado CREA/RS 235091 OAB/RS 25.782

EQUIPE DE APOIO

GIOVANA GHIDINI ISABELLE MANGONI ALEXANDRO DE OLIVEIRA Bióloga Arquiteta e Urbanista Gestor Ambiental

ROBERTO TEIXEIRA LUCAS FRANÇA NARA ALICE VARGAS Geólogo Graduando em Arquitetura Administradora

ELEN ALLIARDI ISADORA PEREIRA CAMILA GONÇALVES Engenheira Civil Graduanda em Eng Civil Jornalista

MARCOS RIBEIRO DA SILVA ANDERSON FARIAS LAUREN CASTRO Engenheiro Civil Graduando em Eng Civil Graduando em Comun. Social

GÉSSICA SOMAVILLA DARLINA FRANÇA PATRICK FONTOURA Arquiteta e Urbanista Pedagoga Auxiliar de Topografia

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SUMÁRIO

SUMÁRIO ...... 9 1 INTRODUÇÃO ...... 13 2 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO DO CISVALE ...... 19 2.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL ...... 19 2.1.1 Aspectos gerais, Situação e Localização dos Municípios ...... 19 2.1.2 Histórico dos Municípios ...... 21 2.1.3 Desenvolvimento dos Municípios ...... 28 2.1.4 Informações Institucionais ...... 30 2.1.5 Diagnósticos dos eixos Água e Esgoto do Saneamento Básico...... 34 2.2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA ...... 43 2.2.1 Geologia ...... 43 2.2.2 Hidrologia ...... 49 2.2.3 Evapotranspiração ...... 56 2.2.4 Vegetação ...... 58 2.2.5 Clima ...... 61 2.3 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA ...... 63 2.3.1 Índices Populacionais ...... 63 2.3.2 Índices de Saúde ...... 67 2.3.3 Índices de Educação ...... 69 2.3.4 Índice Socioeconômico ...... 70 2.3.5 Índice para o Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)...... 71 2.3.6 Aspectos Ambientais ...... 73 2.3.7 Projetos Existentes ...... 74 2.4 ATORES REGIONAIS ...... 86 2.4.1 Prestadores de Serviço de Coleta de Resíduos ...... 86 2.4.2 Prestadores de Serviço de Destinação Final de Resíduos ...... 87 2.4.3 Prestadores de Serviço de Abastecimento de Água e Esgoto ...... 89 3 PANORAMA DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS . 90 3.1 DEFINIÇÃO DOS CONCEITOS DO ESTUDO ...... 90 3.1.1 Resíduos Sólidos Urbanos ...... 90 3.1.2 Resíduos Sólidos de Saneamento (RSan) ...... 96 3.1.3 Resíduos Sólidos de Saúde (RSS) ...... 97 3.1.4 Resíduos Sólidos da Construção Civil (RCC) ...... 98

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3.1.5 Resíduos Sólidos de Limpeza Urbana ...... 101 3.1.6 Resíduos Sólidos de Limpeza Urbana ...... 101 3.1.7 Resíduos Sólidos de Mineração (RSM)...... 101 3.1.8 Resíduos Sólidos Industriais (RSI) ...... 102 3.1.9 Resíduos Sólidos Agrossilvipastoris (RSA) ...... 103 3.1.10 Resíduos Sólidos dos Serviços de Transporte ...... 105 3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS GERADORES ...... 106 3.2.1 Identificação dos Geradores sujeitos a Plano de Gerenciamento de Resíduos 106 3.2.2 Sistema de Logística Reversa ...... 113 3.2.3 Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) ...... 116 3.2.4 Manejo dos Resíduos Sólidos dos Serviços de Saneamento (RSan) ...... 148 3.2.5 Manejo dos Resíduos do Serviço de Saúde (RSS) ...... 150 3.2.6 Manejo dos Resíduos do da Construção Civil (RCC)...... 156 3.2.7 Manejo dos Resíduos de Limpeza Urbana ...... 158 3.2.8 Manejo dos Resíduos de Comerciais e de Prestadores de Serviços ...... 160 3.2.9 Manejo dos Resíduos de Serviço de Mineração (RSM) ...... 161 3.2.10 Manejo dos Resíduos Sólidos Industriais (RSI) ...... 161 3.2.11 Manejo dos Resíduos Agrossilvopastoris (RSA) ...... 161 3.2.12 Manejo dos Resíduos de Serviços de Transportes (RST) ...... 163 3.3 SÍNTESE COM DEFINIÇÃO REGIONALIZADA DOS GERADORES DE RESÍDUOS ...... 163 3.4 ÁREAS DEGRADADAS E PASSIVOS AMBIENTAIS ...... 167 3.5 SISTEMA DE COBRANÇA PELOS SERVIÇOS DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ..... 173 3.5.1 Taxas de Serviços Urbanos ...... 178 3.6 ANÁLISE SWOT ...... 183 3.7 POTENCIALIDADES ECONÔMICAS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ...... 186 4 PROSPECÇÃO E CENÁRIOS DE REFERÊNCIA ...... 189 4.1 PROGNÓSTICO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ...... 190 4.1.1 Metodologia ...... 191 4.1.2 Caracterização das Atividades Econômicas da Região ...... 191 4.2 CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO E DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS ...... 193 4.3 ESTUDOS DE PROSPECÇÃO E ESCOLHA DOS CENÁRIOS DE REFERÊNCIA ...... 196 4.3.1 Projeção do Crescimento Populacional ...... 200 4.3.2 Projeção para a Geração de Resíduos Sólidos ...... 201 5 ESTRATÉGIAS REGIONAIS PARA O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS ...... 205 5.1 CRITÉRIOS PARA O MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ...... 205 5.1.1 Compartilhamento de Responsabilidades ...... 207 5.1.2 Controle e Fiscalização do Plano Estratégico Regional ...... 209 5.1.3 Ações Preventivas e Corretivas ...... 210 5.2 ÁREAS POTENCIALMENTE FAVORÁVEIS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS ...... 211 5.3 DIRETRIZES PARA A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ...... 221

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6 METAS, PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES ...... 224 6.1 SÍNTESE DAS METAS CONSORCIADAS ...... 224 6.1.1 Eixo Educação Ambiental ...... 225 6.1.2 Eixo Coleta Seletiva ...... 235 6.1.3 Eixo Gestão de Resíduos Sólidos ...... 243 6.1.4 Eixo Destinação Final ...... 276 7 INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS E FONTES DE FINANCIAMENTO ...... 291 7.1 INVESTIMENTOS ...... 291 7.1.1 Projeto de Capacitação e Educação Ambiental ...... 291 7.1.2 Projeto de Coleta Seletiva ...... 292 7.1.3 Projeto de Gestão de Resíduos Sólidos ...... 292 7.1.4 Projeto de Destinação Final ...... 293 7.2 FONTE DE RECURSOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO ...... 294 7.2.1 Ações de apoios financeiros a serem desenvolvidas pelo CISVALE ...... 294 7.2.2 Fontes de recursos reembolsáveis e não-reembolsáveis ...... 296 8 SISTEMÁTICA DE CONTROLE E AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DO PLANO ...... 302 9 PLANO DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA ...... 303 9.1 AÇÕES CORRETIVAS PARA SITUAÇÕES EMERGENCIAIS ...... 303 9.1.1 Paralisação do serviço de varrição pública, poda e capina ...... 303 9.1.2 Paralisação do sistema de coleta de RSDU, RSS e outros ...... 303 9.1.3 Inoperância e ou paralisação da unidade de triagem ...... 304 9.1.4 Paralisação parcial ou total da operação do aterro ...... 305 9.1.5 Obstrução do sistema viário ...... 305 9.2 AÇÕES PREVENTIVAS PARA CONTINGÊNCIAS ...... 306 9.2.1 Ações de Controle Operacional ...... 306 9.2.2 Ações Administrativas ...... 306 10 INDICADORES DE DESEMPENHO ...... 307 10.1 SERVIÇOS DE VARRIÇÃO ...... 307 10.1.1 Habitantes/varredor ...... 307 10.1.2 Cobertura da Varrição das Ruas ...... 308 10.1.3 Extensão linear varrida/varredor/dia (ruas) ...... 308 10.2 SERVIÇOS DE COLETA ...... 308 10.2.1 Habitantes/Ajudantes da Coleta ...... 308 10.2.2 Habitantes/Veículos da Coleta ...... 309 10.2.3 Quilograma/ Habitante/dia ...... 309 10.2.4 Cobertura da Coleta ...... 310 10.2.5 Quilograma/Quilõmetro total percorrido ...... 310 10.2.6 Toneladas/Tempo total da Coleta ...... 311 10.2.7 Toneladas/Viagem ...... 311 10.3 SERVIÇOS DE DESTINAÇÃO FINAL ...... 312

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10.3.1 Densidade dos Resíduos no Aterro Sanitário ...... 312 10.4 SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO ...... 312 10.4.1 Rendimento do Combustível ...... 312 10.4.2 Rendimento dos Pneus ...... 313 11 MINUTA DE LEI PARA GESTÃO DE RESÍDUOS COM COBRANÇA DOS SERVIÇOS ...... 314 REFERÊNCIAS ...... 333

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resíduos. Vive-se em uma sociedade onde a filosofia predominante é a

1 INTRODUÇÃO valorização dos produtos descartáveis, estimulada pelo consumo e pela produção, o que significa, diretamente, O presente documento corres- mais rejeitos. Segundo a ABRELPE ponde ao Plano Estratégico Regional (Associação Brasileira de Empresas de para o Gerenciamento dos Resíduos Sóli- Limpeza Pública e Resíduos Especiais), dos contemplando os municípios em todo o País, foram produzidos, no gaúchos de Candelária, Xavier, ano de 2017, mais de 78,4 milhões de , Mato Leitão, Pantano Grande, toneladas de resíduos sólidos urbanos, Passo do Sobrado, Rio Pardo, Santa Cruz com a destinação final dos resíduos do Sul, Sinimbu, Vale do Sol, Vale dispostos em 59,1% em aterros Verde, Venâncio Aires, Vera Cruz, sanitários. Se for observada a elaborado a partir do Consórcio participação no total coletado do Brasil, Intermunicipal de Serviços do Vale do se tem que a região Sul corresponde a Rio Pardo (CISVALE) pela empresa 10,9%. Pelos estudos nos Planos Urbana Engenharia (Urbana Logística Municipais de Saneamento Básico dos Ambiental do Brasil Eireli), contratada municípios do CISVALE, estima-se que para a execução deste objeto. Para o seu cerca de 4,4 mil toneladas de RSU são desenvolvimento foram consideradas as gerados na região e 97,34% dos rejeitos diretrizes apontadas na Lei Federal nº destes resíduos são encaminhados para 11.445/2007 (Lei Federal do um único aterro sanitário, localizado em Saneamento Básico) e em seus decretos área fora dos municípios do CISVALE. regulamentadores (Decretos Federais nº 7.217/2010, nº 8.211/2014 e nº Em março de 2018, a empresa 8.629/2015), que instituem a Política de Urbana Engenharia assinou o contrato Saneamento Básico no Brasil. para elaboração e revisão de Planos Municipais de Gestão Integrada de Realizado em um cenário de Resíduos Sólidos dos municípios aumento do consumo, da produção participantes do CISVALE e elaboração industrial e o crescimento desordenado de Plano Estratégico Regional para o da população, o dilema social mais gerenciamento dos resíduos sólidos – latente é o que fazer com a geração dos PERGRS conforme edital e Termo de

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Referência da Concorrência nº técnica e a conscientização da sociedade 001/2017. Como consta no Termo de são fatores determinantes. Neste sentido Referência, item “2 Contextualização a gestão integrada dos resíduos sólidos Geral”, o trabalho é elaborado tendo a tem sido uma ferramenta inovadora e seguinte contextualização geral: eficaz no contexto brasileiro.

A prática da gestão integrada dos

A gestão dos resíduos sólidos resíduos sólidos pressupõe enfrenta dificuldades tanto nos grandes descentralização, não só dos recursos ou centros urbanos, quanto nos municípios o planejamento regional, mas também da implementação das propostas, de pequeno e médio porte. Os municípios com menor população ainda respeitando as peculiaridades que produzam menor quantidade de ambientais, sociais e econômicas da resíduos, também sofrem com a região. Busca também um modelo de degradação ambiental e social gestão regional onde sejam adotados os relacionada a uma gestão inadequada da princípios de desenvolvimento geração local dos resíduos sólidos. A sustentável como eixo norteador e maioria dos municípios de pequeno articulador das iniciativas das porte possui limitações de ordem administrações municipais da região, tornando-se sólida mesmo que haja financeira, como fluxos de caixa desequilibrados, tarifas desatualizadas, alterações das gestões administrativas. arrecadação insuficiente e inexistência Os modelos de gestão dos de linhas de crédito específicas, além da resíduos sólidos nos municípios não deficiência na qualificação técnica e devem priorizar alternativas isoladas, profissional, descontinuidade da gestão que invariavelmente apresentam maior política e administrativa e ausência de custos e limitações técnicas. A gestão política ambiental municipal. compartilhada pelas administrações

A elevada quantidade de municipais viabiliza projetos adequados resíduos sólidos gerados no Brasil não técnica e ambientalmente. Entretanto, está compatível com as políticas e os não deve restringir-se unicamente ao investimentos públicos para o setor. propósito de compartilhamento de Observa-se que há um longo caminho instalações de destinação final e para se trilhar, onde a capacitação disposição final, é fundamental ir além,

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construindo institucionalmente a gestão relacionados à limpeza urbana e ao regionalizada dos serviços de manejo de manejo de resíduos sólidos, ou para resíduos sólidos em todas as suas etapas serem beneficiados por incentivos ou e ordem de prioridade, ou seja: não financiamentos de entidades federais de geração, redução, reutilização, crédito ou fomento para tal finalidade".

reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final Ainda assim, nas últimas décadas ambientalmente adequada dos rejeitos. o Brasil se transformou de um País agrá- A Lei Federal nº 12.305, de 2 de rio em um País urbano, concentrando, agosto de 2010 que ”Institui a Política no início desta década, segundo o Insti- Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS; tuto Brasileiro de Geografia e Estatística altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro (IBGE), cerca de 85% de sua população de 1998; e dá outras providências", apresenta em seu art. 18. que “A elaboração de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é condição para o Distrito Federal e os Municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços

Figura 1. Comparativo das populações urbana e rural em diferentes escalas.

Fonte: Urbana Engenharia com dados do IBGE (2019)

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em áreas urbanas. Pela análise da regulamentou os artigos 182 e 183 da região do CISVALE, são mais de 330 mil Constituição Federal e estabeleceu as habitantes e destes pouco mais de dois condições para uma reforma urbana nas terços estão em centros urbanos, ou cidades brasileiras.

seja, a realidade é ligeiramente A pressão na legislação obrigou diferente, levando em consideração que os municípios a formular seus Planos a geração de resíduos ainda também se Diretores e Setoriais visando promover o concentra na zona rural, cujos custos de direito à cidade nos aglomerados operação são maiores. humanos sob vários aspectos: social Observa-se que o comporta- (saúde, educação, lazer, transporte, mento das populações urbana e rural é habitação, dentre outros), ambiental, diferente nos municípios integrantes do econômico, sanitário, etc.

CISVALE em comparativo com as infor- Atualmente, os municípios con- mações dos outros recortes conforme tam com um arcabouço legal que Figura 1. O crescimento das cidades, estabelece diretrizes para a gestão dos porém, não foi acompanhado pela resíduos sólidos, por meio da Política provisão de infraestrutura e de serviços Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº urbanos, principalmente uma estratégia 12.305/2010), e para a prestação dos correta para desenvolvimento de um serviços públicos de limpeza urbana e sistema de gestão e manejo dos resíduos manejo de resíduos sólidos por meio da sólidos. Ou seja, a economia dos Lei Federal de Saneamento Básico (Lei municípios do País cresceu sem que nº 11.445/2007). Também conta, desde houvesse, paralelamente, aumento da 2005, com a Lei de Consórcios Públicos capacidade de gestão dos problemas (Lei nº 11.107/2005) que permite esta- acarretados pelo aumento acelerado da bilizar relações de cooperação federativa concentração da população nas cidades. para a prestação desses serviços. Diretri- Em 2001, com a aprovação do zes e metas sobre resíduos sólidos tam- Estatuto das Cidades, foram bém estão presentes no Plano Nacional estabelecidos novos marcos regulatórios sobre Mudança do Clima (PNMC) recen- de gestão urbana, como as Leis Federais temente concluído.

de saneamento básico e de resíduos Todo este aparato legal, se em- sólidos. O Estatuto das Cidades pregado corretamente, deverá permitir o

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos resgate da capacidade de planejamento de educação ambiental e com isso inte- e de gestão mais eficiente dos serviços gra estratégias de manejo nos treze mu- públicos de saneamento básico, funda- nicípios integrantes do CISVALE (Cande- mental para a promoção de um lária, , Herveiras, Mato ambiente mais saudável, com menos Leitão, Pantano Grande, Passo do riscos à população. Sobrado, Rio Pardo, ,

Assim, é de suma importância Sinimbu, Vale do Sol, Vale Verde, Ve- que os agentes públicos tomem conhe- nâncio Aires e Vera Cruz) que são cimento e se apropriem do conteúdo objetos de estudo do presente estudo. destas leis e de seus Planos Locais de Os serviços desenvolvidos no Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, contrato nº 004/2018, com a elaboração incluindo a estratégia de manejo regio- do PMGIRS e do PERGRS, constituem o nal de resíduos ora apresentada. O sistema de gestão ambiental, que visa planejamento formaliza-se, portanto, em informar ao gestor municipal, empreen- documentos que apontam e descrevem dedores e população sobre as suas as ações relativas ao manejo dos resí- responsabilidades legais e ambientais duos sólidos, no âmbito municipal e para que estes desenvolvam o gerenci- regional, contemplando os aspectos amento dos resíduos gerados em seus referentes a geração, segregação, acon- municípios de forma integrada, plane- dicionamento, coleta, armazenamento, jada e implementada a partir de bases transporte, tratamento, destinação final científicas e técnicas, normativas e e disposição final, bem como a saúde legais, objetivando a minimização da pública e ambiental nos Municípios, bem produção de resíduos e proporcionando como a inclusão social. aos resíduos gerados, um encaminha-

Este Plano Estratégico Regional mento seguro, de forma eficiente, além de Gestão de Resíduos Sólidos (PERGRS) de fomentar diversos novos negócios contempla metas e ações consorciadas para a região. objetivando criar alternativas comparti- Todos os Planos Municipais de lhadas de alguns serviços, como aterro Gestão Integrada de Resíduos Sólidos sanitário, centrais de triagem transporte dos treze municípios participantes do e pontos de entrega para de resíduos CISVALE foram revisados e elaborados volumosos, além de políticas integradas de forma técnica e participativa,

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colocando em perspectiva as vontades das comunidades para a pauta ambiental e estas se alinham com o presente Plano Estratégico Regional, que pode ser dividido em duas partes: um Diagnóstico, com a caracterização da região e dos sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos, e um Prognóstico, com soluções para os problemas encontrados para essa pauta.

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– CISVALE, cuja localização está apresentada na Figura 2

2 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO Como princípio geral, o CISVALE DO CISVALE tem por objetivo representar os

municípios que o integram em assuntos Neste capítulo, o estudo fará de interesse comum, perante quaisquer uma descrição das características físicas, outras entidades públicas ou privadas, econômicas e sociais da região do especialmente perante as demais esferas CISVALE, observando quesitos que constitucionais de governo. afetam o desenvolvimento das estratégias coletivas para gestão de Formulando diretrizes e resíduos sólidos. viabilizando a gestão associada de projetos e programas de 2.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL desenvolvimento rural, urbano e

socioeconômico integrados nas áreas da Existem elementos gerais para o saúde, educação, trabalho e ação social, território da região, que se refere à habitação, agricultura, indústria, localização e formação dos núcleos comércio, turismo, abastecimento, populacionais, inclusive com a narrativa transporte, comunicação, segurança da sua evolução histórica, apresentadas pública com cidadania, meio ambiente, nos itens a seguir. infraestrutura, saneamento, sistema viário, mobilidade urbana, emprego, assistência social, e outros de maior 2.1.1 Aspectos gerais, Situação e complexidade que aumentem a Localização dos Municípios resolutividade das ações e serviços nos

municípios consorciados (CISVALE, Os municípios que contemplam o 2019). Plano Estratégico Regional de Gestão de

Resíduos Sólidos (PERGRS) são aqueles O Vale do Rio pardo localiza-se a que fazem parte do Consórcio centro-leste do Estado do Rio Grande do Intermunicipal de Serviços do Rio Pardo Sul e abrange uma área aproximada de 13.171,7 km² sendo que a área total

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atendida pelo PERGRS é de 7.472,80 Santa Cruz do Sul, enquanto que km². Os municípios localizam-se na Pantano Grande, Passo do Sobrado e Rio região denominada mesorregião Centro Pardo estão situados na microrregião de Oriental do Estado, formada por 3 e o município de Vale microrregiões e 54 municípios. Verde localiza-se na região denominada Candelária, Gramado Xavier, Herveiras, Mesorregião Metropolitana de Porto Mato Leitão, Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Alegre, formada por seis microrregiões e Vale do Sol, Venâncio Aires e Vera Cruz 98 municípios, na microrregião de São estão situados na microrregião de Jerônimo.

Figura 2. Mapa de localização dos municípios pertencentes ao Plano Estratégico Regional de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos.

Fonte: Urbana Engenharia com dados do IBGE (2019)

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A região do CISVALE tem que não significa necessariamente uma distâncias máximas entre os municípios preferência atávica, mas uma mera de Gramado Xavier e Pantano Grande, contingência. A região italiana logo deu no sentido norte-sul, cujos perímetros sinais de esgotamento (superpovoação e externos distam cerca de 130km, e insuficiência de terras), forçando a saída Candelária e Venâncio Aires, no sentido dos filhos dos imigrantes para novas leste-oeste, que distam cerca de 80km. áreas.

Com isso, observa-se que os 7.472,80 Do ponto de vista da formação, km² da abrangência do estudo estão os primeiros municípios que deram distribuídos em uma região bem origem a região são Rio Pardo (para as delimitada. sedes de Candelária, Gramado Xavier, Herveiras, Pantano Grande, Passo do Sobrado, Santa Cruz do Sul, Sinimbu, 2.1.2 Histórico dos Municípios Vale do Sol e Vera Cruz) e

(exclusivamente para as sedes de As características e rotinas Venâncio Aires, Mato Leitão e Vale operacionais das cidades são Verde). Cada um dos municípios da determinadas principalmente pela região sofreu estas duas influências, mas influência de seus povos fundadores e existem especificidades em cada colonizadores, em vista disto os tópicos povoado que gerou as cidades, conforme a seguir apresentam o histórico dos apresentados nos subitens de cada municípios. No Rio Grande do Sul, a município. imigração italiana, iniciada em 1875, deu-se na Encosta Superior Nordeste, 2.1.2.1 Rio Pardo onde, de acordo com a legislação vigente à época, foram organizados núcleos coloniais nas terras devolutas do No século XVIII, Portugal Império. A imigração alemã ocorrida precisava expandir suas fronteiras ao sul anteriormente havia se expandido pelos de sua colônia na América. Neste vales da Depressão Central, deixando a período, as terras que hoje formam o Rio encosta superior desabitada. Ao Grande do Sul pertenciam à Espanha. italiano restou ocupar a parte Porém, os portugueses atraídos pelo alta, já no início do Planalto Médio, o comércio na região do rio da Prata, bem

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como pelo gado existente nos campos Senhora do Rosário de Rio Pardo) e do Rio Grande do Sul, disputavam as Santo Antônio da Patrulha.

terras com os espanhóis. Rio Pardo era Rio Pardo a maior delas, com inicialmente território dos índios Tapes. uma área de 156.803 km², ocupava três Por volta de 1750, como forma quartos do território gaúcho e era o de tentar solucionar os problemas nas centro econômico-comercial da região disputas de terras Portugal e Espanha pois, todas as mercadorias dos assinam o Tratado de Madri, anulado em municípios arredores passavam pelo 1761. E em 1763 os espanhóis resolve- porto de Rio Pardo. ram retomar as terras gaúchas já con- A Vila de Rio Pardo era próspera, quistadas pelos portugueses. Tomaram a além do comércio possuía uma relevante colônia portuguesa do Santíssimo produção pecuária. Aos poucos, a zona Sacramento, no Uruguai, conquistaram urbana foi recebendo melhorias: uma Rio Grande e investiram sobre Rio Pardo, agência de correios, calçamento de ruas, planejando reconquistar toda a Capitania criação de escola de primeiras letras, de São Pedro. Porém, não conseguiram sendo que devido a este tomar o Forte Jesus Maria José e tiveram desenvolvimento em 31 de março de de recuar. 1846 a Vila foi elevada à categoria de Em 1769 o povoado foi elevado cidade, conforme dados extraídos do site à condição de Freguesia de Nossa da Prefeitura Municipal de Rio Pardo.

Senhora do Rosário. Em 1801 definiram- se as fronteiras do Rio Grande do Sul, 2.1.2.2 Santa Cruz do Sul quando Manoel dos Santos Pedroso e

José Borges do Canto partiram de Rio Pardo para conquistar a região das Os principais registros de Missões. Somente em 1809 com a movimento no hoje município de Santa conquista consolidada, o governo Cruz do Sul aconteceram quando esse português promoveu a primeira divisão ainda era um distrito de Rio Pardo, na administrativa do Rio Grande do Sul, década de 1840. Sua fundação resultou criando as quatro primeiras vilas: Rio do propósito da Câmara Municipal de Rio Grande, Porto Alegre, Rio Pardo Pardo, então próspero centro de (Provisão s/nº- 07.10.1809, Nossa comércio, de estabelecer comunicação

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos com a zona serrana da Província para 1979). Com a emancipação em 1877, os atrair o comércio àquela região. excedentes da agricultura, e a presença

Os primeiros habitantes, de artesões e outros profissionais, houve excluindo-se os brasileiros, provinham condições sólidas para uma do Reino da Prússia, sendo 42,53% da diversificação da economia e a formação Pomerânia, 37,88% da Renânia, 4,46% de uma média burguesia local (CUNHA, da Prússia, 3,57% da Silésia, 1,65% da 1988; NORONHA, 2012). De 1917 a 1965 Vestfália, e 0,14% de Brandenburgo. a cidade vivenciou uma forte expansão Cerca de 8,92% vinham de outros no setor fumageira, recebendo o título estados alemães, e outros 0,55% de de "capital mundial do fumo", (IBGE, outras regiões da Europa. As terras 1959; PRUS et al., 2016; EDITORA ocupadas pela colônia de Santa Cruz do GAZETA, 2017). Sul foram cedidas pelo governo imperial Com o crescimento da cidade, através de lei datada em 1848 de em 1962 a Associação Pró-Ensino em incentivo à imigração estrangeira. O Santa Cruz do Sul (APESC) inicia suas objetivo da colonização da região era a atividades com cursos de ensino renovação da economia, sem a mera superior, e em 1980 uniu quatro substituição da antiga mão-de-obra faculdades criadas por ela nas chamadas escrava. Faculdades Integradas de Santa Cruz do

Apesar de a maioria dos Sul (FISC), berço, em 1982, da imigrantes serem agricultores, cuja construção do atual campus da principal cultura produzida era o fumo, Universidade de Santa Cruz do Sul muitos artesãos foram instalados na (UNISC), sendo o projeto e os devidos colônia. Embora as dificuldades no credenciamentos finalizados em 1993. assentamento da terra — inicialmente De 1970 a 2010, houve uma mata nativa — bem como em acentuada verticalização da cidade, dificuldades financeiras e políticas, a iniciada na área central e seu colônia cresceu rapidamente e em 1849 fortalecimento em serviços para a havia doze habitantes, em 1852 eram região, que lhe outorgou o título de 254, em 1853 ocorreu um incremento centro econômico do CISVALE, em de 692 pessoas e em 1859 havia 2723 função do desenvolvimento industrial da habitantes, (CUNHA, 1988; MONTALI, cidade. No período de 1970 a 1986

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ocorre um êxodo rural no município, pios do CISVALE, tem origem no territó- com a população rural caindo de 62% rio de Porto Alegre e não de Rio Pardo, em 1970 para 11% em 2010, além de conforme poderá ser analisado na linha expansão demográfica devido em parte à do tempo das emancipações, apresenta- demanda por mão de obra do setor das na sequência do estudo.

fumageiro (MENEZES, 2014). 2.1.2.4 Candelária 2.1.2.3 Venâncio Aires

O municípoio de Candelária fez Na época do descobrimento do se parte da Sesmaria dos Campos e Brasil, o território onde hoje localiza-se o Matos que a fazenda pública nacional município de Venâncio Aires era habi- concedeu a José Francisco da Silveira tado por índios, que costumavam se em 22 de agosto de 1822. A margem da localizar nos vales dos rios e arroios. No estrada do Botucaraí, que ligava ao século XVIII, as autoridades portuguesas Planalto, formava-se uma espécie de estimularam o povoamento do Rio comércio que, pouco a pouco, crescendo Grande do Sul ao conceder sesmarias no contato permanente com os tropeiros aos colonizadores. Conforme a Prefeitura que faziam o comércio na região, Municipal de Venâncio Aires, a partir de lançando bases para o Distrito criado 1853, alguns donos de sesmarias passa- com a denominação de Candelária, por ram a lotear as terras, transformando-as ato municipal nº 53, de 10 de janeiro de em colônias exploradas por imigrantes e 1898 e por ato municipal nº 4, de 20- descendentes de alemães. Os imigrantes 07-1925, subordinado ao município de italianos, embora menos numerosos que Rio Pardo. Depois de Santa Cruz do Sul, os portugueses e alemães, também se Candelária foi o segundo município da fixaram no município. De 1809 até a região a ser desmembrados do território emancipação, a área onde está o muni- de Rio Pardo, tendo características cípio pertenceu a Rio Pardo, Triunfo, análogas. Além da influência germânica, e, finalmente, Santo Amaro – por estar ao pé da serra que dá acesso hoje distrito de General Câmara. A ao município de Sobradinho, tem formação do município de Venâncio também vínculos com a imigração Aires, diferente da maioria dos municí- italiana.

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conhecido por Pantano Grande, segundo 2.1.2.5 Vera Cruz a Prefeitura Municipal. No século XIX, a região onde hoje se encontra a cidade

de Pantano Grande já contava com A colonização de Vera Cruz teve alguns moradores, que em sua maioria início em 1850, quando chegaram os buscava como fonte de renda o plantio primeiros imigrantes. Em 1858 foi aberto de fumo. Porém, com o início da obra da caminho para comunicação com a construção das rodovias, muitas pessoas colônia alemã de Santa Cruz, recém começaram a ser atraídas para esta emancipada de Rio Pardo, permitindo localidade, e então um fazendeiro maior movimentação dos produtos visionário que residia no local contratou produzidos na colônia. A partir desta um engenheiro para organizar um abertura, começou a haver uma maior loteamento de uma parte de suas terras concentração populacional na localidade e vender terrenos. O referido loteamento de Linha Teresa, bem próxima a Linha forma hoje a mancha urbana da cidade. Josefa. No ano de 1866, foi demarcada nova povoação, cujo desenvolvimento 2.1.2.7 Passo do Sobrado resultou na elevação da freguesia, em 1889. O município de Vera Cruz teve emancipação a partir do território de A existência de Passo do Sobrado Santa Cruz do Sul. data de aproximadamente dois séculos. Nesse período, colonizado por portu- 2.1.2.6 Pantano Grande gueses que partiam de Rio Pardo para povoar a região, a região era conhecida

por Couto (lugar seguro, refúgio) e servia O município de Pantano Grande como ponto de descanso. Ao passar dos tem como origem de seu nome o fato anos, inúmeras famílias germânicas, imi- que o subsolo da região é formado por grantes que se instalaram primeiramente uma malha de tabatinga (barro lodoso), em Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires; o que nas primitivas estradas tornavam- portuguesas e descendentes de escravos se pantanosas (com atoleiros), se instalaram no que seria o futuro dificultando o movimento dos mais município, antes pertencente a Rio variados veículos, ficando por isso Pardo. Essas etnias, que se dedicaram à

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produção de alimentos para a subsistên- 2.1.2.9 Sinimbu cia formam hoje a maioria dos residentes

no município e tiveram a agricultura Existem diferentes versões para a familiar como fonte de renda. O nome origem do nome do município de da cidade foi criado em 1850, pelo fato Sinimbu. A versão mais acertada para a de haver uma passagem em um arroio, origem do nome do distrito que se situado na entrada da cidade. Próximo a emancipou de Santa Cruz do Sul é a de este arroio, existia uma casa de madeira homenagem ao Dr. João Lino Vieira de dois pisos, conhecida por sobrado. Cansanção de Sinimbu, que foi o presi- Carroceiros e tropeiros atribuíam a essa dente da província de São Pedro do Rio passagem o nome de Passo do Sobrado. Grande do Sul, tendo determinado a

colonização das linhas Sinimbu, São 2.1.2.8 Gramado Xavier João da Serra, Dona Josefa e Andréas. A população de Sinimbu é de origem predominantemente germânica, sendo Há registro de duas famílias que que o atual território onde o município viviam, há um século, distantes dois se encontra começou a ser povoado na quilômetros da cidade atual. Custódio metade do século XIX, em terras onde Xavier é um topônimo que se refere aos hoje se localizam o centro da cidade e a sobrenomes dessas duas famílias. Na localidade de Linha São João, no qual os região havia vários pontos conhecidos pequenos agricultores cultivam o fumo. por "gramados", lugares que serviam de parada para tropeiros condutores de tropas, animais e produtos entre a Zona 2.1.2.10 Vale do Sol Colonial, na baixada e a do Planalto. O

contingente populacional que migrou ao O início da colonização do muni- povoado que veio a dar origem ao muni- cípio de Vale do Sol formou-se pelos ex- cípio de Gramado Xavier era constituído, distritos de Trombudo, Formosa e parte basicamente, de pessoas de ascendência de Herveiras, município de Santa Cruz italiana. do Sul e parte do município de Candelá-

ria. O primeiro passo desta colonização ocorreu no ano de 1870, quando foi pro-

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos cedido o levantamento da área adquirida Vista pertencia à família do Coronel João anteriormente pelos senhores Eisenbarth de Freitas Leitão, morador de Rio Pardo, e Rauber de uma parte da Sesmaria dos sendo que os habitantes das colônias Borges pelo agrimensor Ernesto Ziltow, próximas chamavam esta região de dando-se a este território o nome de Leitao's Wald (o mato do leitão), dando Linha Eisenbarth. A abertura das origem ao nome do município. Em 1957 primeiras picadas foi realizada no ano de transformou-se em distrito de Venâncio 1878. Segundo consta, os primeiros Aires, conquistando a emancipação em colonizadores que chegaram ao municí- 20 de março de 1992. pio de Vale do Sol eram de origem ger- mânica, entre o início de 1880 até 1885. 2.1.2.12 Herveiras Devido à sua importância e crescimento,

Trombudo (antiga denominação de parte do município de Vale do Sol), foi ele- A vinda dos primeiros coloniza- vado à condição de vila, constituindo-se dores que deram início ao município de no sétimo distrito de Santa Cruz do Sul, Herveiras ocorreu entre os anos de 1800 em 15 de setembro de 1924. A emanci- a 1900. A grande maioria era descen- pação do atual município de Vale do Sol dente de alemães e algumas famílias de se deu em 1992. descendentes portugueses. Segundo a Prefeitura Municipal de Herveiras, os

colonizadores estavam em busca de 2.1.2.11 Mato Leitão araucárias e de ervas gigantes, pois os ervais existentes nesta localidade eram No século passado a área do vistosos, e por esse motivo originaram o município de Mato Leitão, localizada en- nome de Herveiras. A origem de Her- tre os vales do Rio Taquari e do Rio veiras é do município de Sinimbu e sua Pardo, na Encosta Inferior Nordeste e emancipação se deu em 1995. que até a sua emancipação correspondia ao 4° Distrito de Venâncio Aires, era 2.1.2.13 Vale Verde uma gleba de mata virgem, pertencente ao um morador de Rio Pardo. Segundo informações municipais, o município foi A chegada dos primeiros colonizado em 1906. A Fazenda Boa colonizadores portugueses a Vale Verde

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deu-se por volta de 1810. A comunidade econômicas ou sociais, detém algum tinha como base a agricultura de posto hierárquico na região. A Linha do subsistência e a criação rudimentar de Tempo esquemática apresentada na gado. Quase um século depois, os Figura 3 sintetiza as emancipações e o primeiros colonos alemães chegaram à histórico de cada um dos municípios do Colônia dos Mellos, vindos de Santa Cruz CISVALE.

do Sul. A primeira denominação da A criação das características colônia foi Rheingau, batizada pelos regionais bem como a divisão de imigrantes, pois a maioria deles era municípios consistiu no crescimento oriundo do Vale do Reno. populacional e desenvolvimento da Com o passar do tempo, muitos agricultura familiar, principalmente com desses colonos foram embora e a família o plantio de fumo, dando origem a Mello aumentava cada vez mais. O local, localidades, vilas ou distritos que, por então, passou a ser chamado de Colônia conseguinte, ocasionou a emancipação dos Mello. Mais tarde, este também foi dos mesmos. A primeira divisão ocorreu substituído por Rincão dos Mello. Ao no ano de 1809, separando a então tornar-se 5º Distrito do Município de Província de São Pedro em quatro General Câmara, passou a denominar-se grandes municípios: Porto Alegre, Rio Vila Melos. O nome foi mantido até o Grande, Rio Pardo e Santo Antônio da momento da emancipação do território, Patrulha. Desde então a divisão foi se em 1995, quando a comunidade local intensificando, chegando aos atuais 497 escolheu o atual nome de Vale Verde. municípios. Dos municípios pertencentes

ao CISVALE, nove originaram-se do município de Rio Pardo e três de Porto 2.1.3 Desenvolvimento dos Alegre. Municípios Santa Cruz do Sul foi

oficialmente fundada em 31 de março de Para a análise regional de um 1877, emancipada de Rio Pardo pela lei estudo de planejamento estratégico, é nº 1079. Em 1959, o município de Vera fundamental observar como os Cruz foi criado, desmembrando-se do municípios formaram-se e quais são município de Santa Cruz do Sul a partir aqueles que, por questões históricas, da publicação da Lei nº 3.697/59. Já em

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Figura 3. Linha do tempo da emancipação dos 13 municípios pertencentes ao PEGRS do CISVALE.

Fonte: Evolução dos Municípios do Estado: Rio Grande do Sul (1997)

divisão territorial datada de 20/03/1992, passou a fazer parte deste novo os distritos de Gramado Xavier, Sinimbu município, e com a Lei nº 10.640 é e Vale do Sol são elevados à categoria criado o município de Herveiras.

de município e desmembrados do Passo do Sobrado foi criado em município de Santa Cruz do Sul. 20 de março de 1992, conforme Lei O município de Herveiras foi Estadual no 9.545, após emancipação de fundado em 1995 após um plebiscito de Rio Pardo em 1991. Seguindo a linha do votação que levou o povo a decisão de tempo, Candelária é elevada à categoria emancipar Herveiras. O município de município pelo decreto estadual nº pertencia a Santa Cruz do Sul e em 1909 3493, de 07 de julho de 1925, foi elevado a distrito, sendo, 5º Distrito desmembrado de Rio Pardo. Pantano de Santa Cruz do Sul. Com a Grande pertenceu a Rio Pardo, no emancipação de Sinimbu, Herveiras entanto, os pantanenses promoveram

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um movimento emancipacionista, que centralizado em Santa Cruz do Sul o em plebiscito realizado em 1987, ficou polo industrial para beneficiamento da definida a emancipação de Pantano produção fumageira, que é uma das Grande, sendo que a data oficial de bases agrícolas dos pequenos criação do município foi em 15 de trabalhadores da região desde seu início dezembro de 1987, segundo a Lei n.º de povoamento pelos imigrantes.

8.488. Em 1809 as terras que hoje 2.1.4 Informações Institucionais sediam o município de Venâncio Aires

pertenciam à divisão política de Porto Alegre, que posteriormente, nos anos de Os municípios têm estruturas 1831, 1849 e 1881 subdividiram-se, administrativas independentes e estão seqüencialmente, nos municípios de reunidos para contratações compartilha- Triunfo, Taquari e General Câmara. A das de serviços no consórcio CISVALE. localidade de Venâncio Aires foi Os dados referentes ao cadastro institu- emancipada de General Câmara em cional dos municípios, em 2019, são os 1891, obtendo sua autonomia político- seguintes: administrativa através do Ato nº 371. Rio Pardo Posteriormente, em 1957, o município Prefeito: Rafael Barros de Mato leitão transformou-se em Vice-prefeita: Rosane Rocha distrito de Venâncio Aires e conquistou a Membros do Comitê Técnico sua emancipação em 1992. O município Plano Municipal: Ernani José Andreoli de Vale Verde foi desmembrado de (Titular); Nairo Venício Wester Lamb General Câmara no ano de 1995, sendo (Titular); Joel Lisboa da Rocha (Suplente); Pedro Antônio Panichi Lopes considerado um dos municípios mais (Suplente). jovens dos que pertencem ao CISVALE. Plano Estratégico: Ernani José Andreoli (Titular); Nairo Venício Wester Lamb Desta forma, observa-se que o (Suplente) desenvolvimento dos municípios é Secretarias responsáveis pela temática vinculado a uma mesma matriz territorial Resíduos Sólidos Secretaria Municipal de Trânsito e e, em geral, uma mesma cultura Serviços Essenciais, Secretaria Municipal vinculada às pequenas propriedades de Saúde e Secretaria Municipal de Meio Ambiente. rurais, tendo, mais modernamente, Agentes políticos responsáveis pela

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos temática Resíduos Sólidos Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Jair Francisco da Silva Rodrigues, Secretaria Municipal de Infraestrutura e Augusto Ferreira Pellegrini e Wilson Serviços Públicos e Secretaria Municipal Jesus de Vargas. de Saúde Agentes políticos responsáveis pela temática Resíduos Sólidos Santa Cruz do Sul Clóvis Schwertner Renato Golmann e Prefeito: Telmo Kirst Ramon Schwengber Vice-prefeita: Helena Hermany

Membro do Comitê Técnico Candelária Plano Municipal: Andreia Mahl (Titular); Prefeito: Paulo Alberto Roberto Butzge Daniela Silveira (Titular); Juliana de Souza Porn (Suplente); Débora Vice-prefeito: Nestor Rubem Ellwanger Leonhardt da Silva (Suplente) Membro do Comitê Técnico Plano Estratégico: Daniela da Silveira Plano Municipal: Alcioni Silva de Castro (Titular); Juliana de Souza Porn (Titular); Roberto de Monte Baccar Pilz (Suplente). (Titular); Valter Fernando Schmidt Auler Secretarias responsáveis pela temática (Suplente), Fabiane S. B. Wyzykowski Resíduos Sólidos (suplente) Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Plano Estratégico: Roberto de Monte Saneamento e Sustentabilidade, Baccar Pilz (Titular); Alcioni Silva de Secretaria Municipal de Transportes e Castro (Suplente) Secretaria Municipal de Saúde. Secretarias responsáveis pela temática Agentes políticos responsáveis pela Resíduos Sólidos temática Resíduos Sólidos Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Raul Fritsch, Gérson Antônio Vargas e Ambiente, Secretaria Municipal de Régis de Oliveira Júnior Transportes, Obras Públicas e Trânsito, Secretaria Municipal de Planejamento

Agentes políticos responsáveis pela Venâncio Aires temática Resíduos Sólidos Prefeito: Giovane Wickert Marco Aurélio Treichel, Gilvan da Silva Vice-prefeito: Celso Kramer Moura e Rui Leopoldo Beise Membro do Comitê Técnico Plano Municipal: Clóvis Antônio Vera Cruz Schwertner (Titular); Éder Felipe Prefeito: Guido Hoff Schroeder (Titular); Maurício Knak de Vice-prefeito:Alcindo Francisco Iser Almeida (Suplente); Giovane Alberto Nervo (Suplente) Membro do Comitê Técnico Plano Estratégico: Clóvis Antônio Plano Municipal: Roberto Mendes Schwertner (Titular); Éder Felipe (Titular); Ricardo Moacir Konzen Schroeder (Suplente) (Titular); Bruna Caroline Noronha Secretarias responsáveis pela temática (Suplente); Eliza Bischoff (Suplente); Resíduos Sólidos Plano Estratégico: Ricardo Moacir

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Konzen (Titular); Roberto Mendes Plano Estratégico: Júlio César Oliveira (Suplente) (Titular); Edemar de Azeredo (Suplente) Secretarias responsáveis pela temática Secretarias responsáveis pela temática Resíduos Sólidos Resíduos Sólidos Secretaria Municipal de Obras, Secretaria Municipal de Obras e Trânsito, Saneamento e Trânsito, Secretaria Secretaria Municipal de Agricultura e Municipal de Desenvolvimento Rural, Meio Ambiente e Secretaria Municipal de Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Saúde Secretaria Municipal de Educação Agentes políticos responsáveis pela temática Resíduos Sólidos Pantano Grande Edemar de Azeredo e Tatiane Helfer Prefeito:Cássio Nunes Soares Vice-prefeito: Ivan Rafael Trevisan Gramado Xavier Membro do Comitê Técnico Prefeito: Claucir José Mafi Plano Municipal: Juarez Oliveira da Silva Vice-prefeito:Jeferson dos Santos Froza (Titular); Jairo Israel Santos (Titular); Secretarias responsáveis pela temática Elen Pereira Woloski (Suplente). Claudia Resíduos Sólidos Regina da Silva Cardoso (Suplente) Secretaria Municipal de Obras, Viação, Plano Estratégico: Juarez Oliveira da Trânsito e Serviços Públicos , Secretaria Silva (Titular); Jairo Israel Santos Municipal de Saúde Secretaria Municipal (Suplente) de Agricultura e Meio Ambiente Secretarias responsáveis pela temática Agentes políticos responsáveis pela Resíduos Sólidos temática Resíduos Sólidos Secretaria Municipal de Mineração e Elocir França Rodrigues, Leandro de Meio Ambiente, Secretaria de Indústria, Fraga e Kleber Brizola dos Reis Comércio, Turismo, Desporto e Lazer e secretaria de obras saneamento e transito Sinimbu Agentes políticos responsáveis pela Prefeito: Sandra Marisa Roesch Backes temática Resíduos Sólidos Vice-prefeito: Claus Schneider Wagner Magali Santin Rezende da Rocha, Membro do Comitê Técnico Fabiano de Ávila Napar Plano Municipal: Carlos Backes Filho (Titular); César Roberto Zitzke (Titular); Passo do Sobrado Paulo Francisco Granja Jardim Prefeito: Hélio Olímpio de Queiroz (Suplente); Tiago Thomé( Suplente); Vice-prefeito: Cristiano Konzen Plano Estratégico: Carlos Backes Filho (Titular); César Roberto Zitzke Membro do Comitê Técnico (Suplente). Plano Municipal: Júlio César de Oliveira Secretarias responsáveis pela temática (Titular); Edemar de Azeredo ( Titular); Resíduos Sólidos Roberto Waldemar de Frantz (Suplente); Deni Jurandir Silva dos Santos (Suplente) Secretaria Municipal de Agricultura, Indústria, Comércio e Meio Ambiente,

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Secretaria Municipal de Obras e Trânsito Secretaria Municipal de Obras, Viação e Municipal, Secretaria Municipal da Saúde Trânsito e Secretarias Municipal da e Bem Estar Agricultura e Meio Ambiente. Agentes políticos responsáveis pela Agentes políticos responsáveis pela temática Resíduos Sólidos temática Resíduos Sólidos César Zitzke, Claus Schneider Wagner e Arly Stöhr e João Carlos Machry Plínio João Weigel

Herveiras Vale do Sol Prefeito: Paulo Nardeli Grassel Prefeito: Maiquel Evandro Laureano Silva Vice-prefeito: Roberto Bringmann Vice-prefeito: Normélio João Reckers Membro do Comitê Técnico Membro do Comitê Técnico Plano Municipal: Maiquel Samuel Eifert Plano Municipal: Graciela Pacheco (Titular); Luciana de Souza Grapiglia (Titular); Djulia Ana Gewehr (Titular); (Titular); Rodrigo Mello Witt (Suplente); Lênio Augusto Trevisan (Suplente); Marcos Aurélio Luedtke (Suplente); Mauro Francisco Mueller (Suplente) Plano Estratégico: Maiquel Samuel Eifert Plano Estratégico: Graciela Pacheco (Titular); Luciana de Souza Grapiglia (Titular); Djulia Ana Gewehr (Suplente). (Suplente). Secretarias responsáveis pela temática Secretaria responsável pela temática Resíduos Sólidos Resíduos Sólidos Secretaria Municipal de Obras, Trans- O município de Herveiras fez os proces- porte, Serviços Essenciais e Trânsito e sos de elaboração e revisão do Plano Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Municipal de Gerenciamento de Resíduos Ambiente, Indústria Comércio e Turismo. Sólidos de forma independente e não remeteu, até a conclusão do presente Agentes políticos responsáveis pela estudo em 5 de novembro de 2019, as temática Resíduos Sólidos informações para compatibilização dos César Ebert e Alessandro Kappel dados locais com o Plano Regional. Agentes políticos responsáveis pela Mato Leitão temática Resíduos Sólidos Prefeito: Carlos Alberto Bohn O município de Herveiras fez os proces- Vice-prefeito: Arly Stöhr sos de elaboração e revisão do Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Membro do Comitê Técnico Sólidos de forma independente e não Plano Municipal: Antônio Augusto remeteu, até a conclusão do presente Machado (Titular); João Carlos Machry estudo em 5 de novembro de 2019, as (Suplente); informações para compatibilização dos dados locais com o Plano Regional. Plano Estratégico: Antônio Augusto Machado (Titular); João Carlos Machry (Suplente). Vale Verde Secretarias responsáveis pela temática Prefeito: Carlos Gustavo Schuch Resíduos Sólidos Vice-prefeito: Roque Eisermann

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Membro do Comitê Técnico Plano Municipal: Rodrigo Augusto Klamt 2.1.5.1 Situação da Drenagem (Titular), Arlindo Toillier (Titular); Everton Miritz Jeske (Suplente); Tiago de Oliveira Almeida (Suplente) Plano Estratégico: Rodrigo Augusto O crescimento de áreas Klamt (Titular); Everton Miritz Jeske pavimentadas foi um dos impactos (Suplente). negativos que a urbanização provocou. Secretarias responsáveis pela temática Resíduos Sólidos O aumento de casas, apartamentos, Secretaria Municipal de Obras, Viação, indústrias, calçadas e ruas asfaltadas Trânsito e Serviços Públicos, Secretaria resultam na impermeabilização do solo, Municipal de Projetos e Meio Ambiente e Secretaria Municipal de Saúde. reduzindo a infiltração da água da chuva Agentes políticos responsáveis pela e, consequentemente, fazendo com que temática Resíduos Sólidos boa parte desta escoe superficialmente. Gilmar Elair Claas, Maria Enilda Machado A redução da infiltração da água no solo e Francieli Patrícia Grassel provoca o carreamento de sedimentos,

sólidos grosseiros e resíduos sólidos

urbanos descartados incorretamente 2.1.5 Diagnósticos dos eixos Água e através do sistema de drenagem, Esgoto do Saneamento Básico podendo causar a obstrução de bueiros,

inundações em ruas além de poluir os Ainda que o objeto do Plano córregos que recebem a água drenada Estratégico Regional seja a gestão de (COSTA, et al., 2015). resíduos sólidos e limpeza urbana, é Dentre os principais impactos das importante ter um panorama da situação inundações sobre a população estão: os dos outros eixos do saneamento básico prejuízos de perdas materiais e nos municípios e na região, como humanos, a interrupção da atividade referencia a Política Nacional de econômica das áreas inundadas, a Saneamento Básico (Lei Federal contaminação por doenças de veiculação 11.445/2007) e a Política Nacional de hídrica como leptospirose, cólera, entre Resíduos Sólidos (Lei Federal outros e a contaminação da água pela 12.305/2010). Para tanto, será feito um inundação de depósito de materiais apanhado geral das condições de tóxicos, estações de tratamento, entre drenagem e dos sistemas de outros. Com o aumento da urbanização, abastecimento de água e esgoto.

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos o despejo de esgotos, o uso de produtos está especificado nos Planos Municipais químicos pela agricultura, indústria e no de Saneamento Básico de cada um dos ambiente em geral, os recursos hídricos municípios. Cortado por vários rios e retornam a sua origem (rio) totalmente córregos, a hidrografia da região é contaminados (Figura 4). apresentada no item específico deste

trabalho e tem influência na gestão de Figura 4. Ciclo da contaminação de águas resíduos sólidos, uma vez que o descarte irregular de lixo é o principal fator para

Drenagem urbana os problemas de drenagem nas cidades.

Os principais problemas de macrodrenagem recolhidos dos estudos Esgoto Recursos sanitário Hídricos específicos dos Planos Locais de resíduos foram:

Abastecimento de água a) A existência de córregos e arroios Fonte: Urbana Engenharia que cruzam as cidades facilita o destino irregular de boa parte do

As consequências da falta de esgoto doméstico, ocasionando a visão ambiental é deterioração dos contaminação dos mesmos. mananciais e a redução da quantidade b) Podem ser encontrados pontos de água de qualidade para população. de alagamento nos municípios Para gerenciamento adequado da ocasionados pela a existência de drenagem urbana são indispensáveis o zonas semipermeabilizada devido conhecimento da área, o seu à construção de edificações, cal- monitoramento, o planejamento das çadas e ruas, que impedem que ações visando minimização dos impactos a água da chuva infiltre. e principalmente da participação e c) Questões construtivas, estrutu- motivação da população envolvida. rais, físicas e de dimensiona- mento também devem ser consi- A região do CISVALE tem uma deradas como causa das inunda- topografia acidentada e isso caracteriza a ções. drenagem das áreas urbanas. O tratamento dos problemas de drenagem

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

d) A disposição irregular e o mau d) Executar a limpeza e acondicionamento de resíduos manutenção do sistema de também podem originar pontos drenagem (bocas de lobo, poços de inundação. O carreamento de de visita, galerias e córregos) de resíduos sólidos durante eventos maneira continua; de precipitação ocasiona a e) Ampliar o sistema de coleta e obstrução de bueiros, impedindo tratamento do esgoto sanitário. a passagem da água pelo sis-

tema de drenagem, gerando o Por terem características acumulo de água nas ruas e geográficas, sociais e econômicas calçadas. semelhantes, os problemas de As principais medidas a serem macrodrenagem são iguais nos tomadas para minimizar os efeitos dos municípios e existe interferência da má problemas de drenagem são: disposição de resíduos nos sistemas de

drenagem locais. Ainda assim, metas e a) Desenvolver a educação programas vinculados a este eixo, são ambiental nas comunidades, detalhados nos Planos Municipais de visando a conscientização sobre Saneamento Básico. as consequências do descarte inadequado de resíduos sólidos e 2.1.5.2 Situação do Sistema de destinação incorreta do esgoto Abastecimento de Água doméstico;

b) Promover o emprego de fossa e filtro nas residências, bem como A principal prioridade das sua ligação de forma adequada à populações é o atendimento por sistema rede de esgoto pluvial, em zonas de abastecimento de água em urbanas sem acesso à rede quantidade e qualidade adequadas. Isto se deve pela importância em suas separadora absoluta; c) Promover o emprego de fossa, necessidades relacionadas à saúde, ao filtro e sumidouro nas residências desenvolvimento industrial e culturas de zonas rurais; agrícolas. Portanto, o objetivo de um sistema de abastecimento de água é fornecer ao usuário água de boa

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos qualidade para seu uso, em quantidade sendo a companhia o mais influente adequada e pressão suficiente. Em linhas player do saneamento na região. gerais, o SAA consiste nas seguintes Em geral, o abastecimento é etapas: dividido nas seguintes classes: rede geral, poço ou nascente e outra forma. A Figura 5. Etapas do sistema de tratamento de rede geral pode ser considerada com água canalização, que leva a água tratada até Captação  Adução  Tratamento  o domicílio, já o abastecimento por poço Estação  Adução  Reservação  Redes de Distribuição  Ligações  ou nascentes são frequentemente Consumo utilizados na zona rural devido à Fonte: Urbana Engenharia dificuldade de expansão da rede de distribuição de água, neste caso as águas Dentre os municípios são extraídas para uso próprio nas pertencentes ao Plano Estratégico de residências ou uso coletivo em pequenos Gerenciamento de Resíduos sólidos do núcleos populacionais. No que se refere CISVALE, cinco das treze cidades a outras formas, a água utilizada para efetivaram a concessão dos serviços para consumo humano tem outras fontes de a Companhia Riograndense de origem, sendo água da chuva, caminhão Saneamento (CORSAN), são eles: pipa ou consumo de captação do próprio Candelária, Pantano Grande, Rio Pardo, rios, configurando-se em classe de Santa Cruz do Sul, e Venâncio Aires. No regiões mais pobres. As figuras a seguir entanto, mesmo em cidades onde a representam um comparativo da CORSAN atua, ocorre a existência de evolução do sistema de abastecimento sistemas alternativos coletivos como as de água nos anos de 2000 e 2010. redes hídricas comunitárias a fim de cobrir as carências do setor, em especial nas áreas rurais e periurbanas. Os demais municípios possuem serviços municipais de saneamento ou redes comunitárias (SNIS, 2014, SISÁGUA, 2015). A população atendida estimada pela CORSAN é de 275.426 habitantes,

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Figura 6. Cobertura dos Sistemas de constante desenvolvimento dos municí- Abastecimento de Água no CISVALE em 2000. 7,72% pios, buscando constantemente garantir Ano 2000 saúde e saneamento a todos.

Rede geral Além disso, visando a redução da 26,33% proliferação de doenças pela água, os Poço ou nascente municípios lutam constantemente para o 65,95% Outra forma fechamento de poços ou nascentes de uso individual a partir da ampliação da

rede geral de abastecimento de água, Fonte: Dados DataSUS (2000) que em 2010 contemplava 77,37% das residências, assim garantindo que a água

Figura 7. Cobertura dos sistemas de consumida pela população passe por abastecimento de água nos 13 municípios pertencentes ao PEGRS do CISVALE no ano de todos os tratamentos necessários. 2010. 0,47% Em uma pesquisa no ano de 2015 pelo Departamento de Informática Ano 2010 22,15% do SUS (DATASUS), foi contabilizado o Rede geral somatório dos sistemas de abasteci- Poço ou nascente mento de água nos municípios perten- Outra forma 77,37% centes ao Vale do Rio Pardo. Analisando os dados, pode-se observar que a cobertura dos serviços de abastecimento Fonte: Dados DataSUS (2010) de água é praticamente 100% nos muni-

cípios de Vera Cruz (rede geral) e de Mato Leitão (redes hídricas), no qual O estudo realizado comparou o possuem sistemas municipalizados. Há desenvolvimento do sistema de abaste- ocorrência de um percentual relativa- cimento das residências dos 13 municí- mente alto de soluções alternativas indi- pios do CISVALE pertencentes ao escopo viduais (poço ou nascente na proprie- deste plano, sendo de 93.099 residên- dade), nos municípios de Candelária, cias no ano 2000 (Figura 6 e 111.501 em Herveiras, Passo do Sobrado, Sinimbu, 2010 (Figura 7). A redução de 7,25% do Vale do Sol e Vale Verde. Por outro lado, uso de abastecimento de água da ocorre a existência de muitos outros categoria “outra forma” é resultado do

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos municípios com alto percentual de “sem Por fim, no ano de 2015, 12,24% informação”, como exemplo, Sinimbu. dos domicílios pertencentes ao Vale do

Conforme Figura 8, no ano de Rio Pardo eram considerados “sem 2015 71,01% da população dos municí- informação”, ou seja, trata-se de domi- pios do Vale do Rio Pardo possuía cílios que podem ter ou não, algum tipo sistema de abastecimento de água, no de abastecimento, mas que não constam qual os domicílios eram atendidos atra- nas informações oficiais, portanto, não vés da rede pública e geral de água são monitorados. potável, fornecida pela CORSAN ou pelo Da análise do Sistema de Abas- serviço municipal. Os municípios de tecimento de Água da região, conclui-se Mato Leitão e Vera Cruz possuem o ser- que em função do bom trabalho desen- viço de abastecimento de água de total volvido pela CORSAN, maior detentora responsabilidade do serviço municipal. de contratos para esse serviço nos muni- Simultaneamente, 16,75% da população cípios do CISVALE, que vem constante- eram abastecidas pelo sistema alterna- mente melhorando os indicadores de tivo coletivo ou individual, ou seja, a cobertura de atendimento, é possível água fornecida nas residências é captada vinculá-la aos programas municipais de a partir de poços comunitários ou educação ambiental, utilizando seu nascentes. potencial de abordagem para qualifica-

ção dos processos educativos, seja na Figura 8. Cobertura dos sistemas de obtenção de materiais para as campa- abastecimento de água nos municípios do Vale nhas como na qualificação dos técnicos do Rio Pardo no ano de 2015. dos municípios. Ano 2015

12,24% Rede geral

Poço ou 2.1.5.3 Situação do Sistema de nascente 16,75% Outra forma Esgotamento Sanitário

71,01% O sistema de esgoto sanitário é o conjunto de elementos que tem por ob- Fonte: Dados DataSUS (2015) jetivo a coleta, o transporte, o trata-

mento e a disposição final tanto do esgoto doméstico quanto do lodo resul-

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tante. A maior parte da água tratada que de trituradores junto ao sistema hidros- abastece uma residência retornará do sanitário, acoplados à pia das cozinhas. imóvel na forma de água servida, ou No dimensionamento daqueles sistemas, seja, esgoto, que consiste na mistura de parte da geração de resíduos sólidos água e matéria orgânica (fezes, urina e orgânicos é destinado junto com o água do serviço doméstico). Em geral, esgoto. No Brasil, isso não é usual e o esses sistemas de esgotos são impor- principal desafio é universalizar a coleta tantes componentes da infraestrutura de esgoto nos diferentes municípios, urbana e estão constituídos pelos itens principalmente aqueles cujo volume de apresentados na esquematização pro- geração não oportuniza um equilíbrio posta na Figura 9: econômico financeiro da operação.

A Figura 10 mostra um mapa de Figura 9. Esquematização do sistema de esgoto calor com a estimativa de domicílios dos sanitário municípios quanto à utilização do Sistema de coleta  Estações esgotamento sanitário no ano de 2010 elevatórias  Estações de tratamento de esgoto  Disposição de águas em que se observa que apenas os residuárias Fonte: Urbana Engenharia Figura 10. Mapa de calor com estimativa de domicílios quanto a utilização de sistema de esgotamento sanitário. Todavia, o tratamento não é completo Gramado apenas em estação de Xavier tratamento de esgotos, Herveiras pois a destinação adequada Sinimbu Mato Leitão Vale do destes resíduos inicia nas Santa Sol Venâncio Cruz do Aires residências, onde a geração Vera Sul Candelária Cruz P. do pode carregar para Sobrado tubulações, inclusive, re- Vale Verde síduos sólidos. É comum Rio Pardo observarmos em sistemas de esgotamento sanitário de países mais ricos, como Pantano Grande Estados Unidos da América, por exemplo, a utilização

Fonte: Urbana Engenharia com dados 40 do IBGE (2019)

PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos municípios de Santa Cruz do Sul e General Câmara, Herveiras, , Venâncio Aires têm alta densidade de , Mato Leitão, domicílios, fato que indicia que serão os Pantano Grande, , Passo do primeiros a universalizar os sistemas de Sobrado, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, esgoto, a partir da lógica da , Sinimbu, Sobradinho, Tunas, autossuficiência da operação. O mapa de Vale do Sol, Vale Verde, Venâncio Aires calor apresenta também Rio Pardo, e Vera Cruz. Destes municípios citados, como uma segunda categoria de 12 municípios são objetivos do atual utilização do sistema de esgotamento estudo, estando ausente apenas sanitário, seguido por Candelária e Vera Gramado Xavier.

Cruz. Estes cinco municípios são, não por acaso, os maiores geradores de Tabela 1. Número de residências de acordo com resíduos sólidos urbanos, conforme o tipo de Sistema de Esgoto Sanitário diagnóstico do Plano Estratégico Número de Sistema residências atendidas Regional. O fato de serem os municípios Vala 5191 com maiores populações e densidade de Sem banheiro ou sanitário 1943 residência elevam eles à categoria de Rio, Lago ou Mar 717 Rede Geral de Esgoto ou Pluvial 53453 foco para políticas de saneamento Outro Escoadouro 1451 básico, tanto no que se refere aos Fossa séptica 49043 resíduos sólidos, quanto nos outros eixos Fossa Rudimentar 29796 Fonte: Dados FEEDados (2010) da Política Nacional de Saneamento

Básico. No ano de 2010, das 141.594 Para analisar a situação do residências pertencentes ao COREDE do esgotamento sanitário dos municípios do Vale do Rio Pardo apenas 37,75% CISVALE, foram examinadas as possuíam encanamento com acesso à informações de saneamento fornecidos rede geral de esgoto ou pluvial. As pelo FEEDADOS do ano de 2010. A fossas sépticas, obrigatórias em análise da Erro! Fonte de referência não residências não atendidas pela rede de ncontrada. contempla os municípios esgoto correspondem à apenas 34,63% pertencentes ao COREDE do Vale do Rio do total. Este estudo demonstra que, no Pardo, são eles: , mínimo, 27% dos esgotos sanitários são Boqueirão do Leão, Candelária, despejados sem nenhum tratamento , ,

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prévio no meio ambiente, Básico, mas as principais causas que potencializando os problemas de dificultam a ampliação do SES estão destinação final de resíduos. vinculadas ao custo de implantação e

De forma a complementar os operação. Em comparação com o custo dados acima, uma pesquisa realizada de implantação de rede de pelo Departamento de Planejamento abastecimento de água, o custo para Governamental do Estado do Rio Grande implantar sistema de coleta e tratamento do Sul obteve o percentual de esgoto esgoto é superior. Outro entrave na tratado nos municípios que contemplam ampliação do SES é a falta de técnicos o COREDE do Vale do Rio Pardo. qualificados nas prefeituras, para realizar a fiscalização dos projetos, obras e Conforme o IBGE, no ano de operação do sistema. 2010, dos municípios que pertencem a este Plano Figura 11. Mapa do percentual de esgoto tratado nos municípios do COREDE Vale do Rio Pardo (2010) Estratégico, apenas Santa Cruz do Sul conta com serviços de tratamento de esgoto. Ainda que, seja a única cidade com tratamento de esgoto, o percentual tratado é relativamente muito baixo, estando entre 11% e 20%. O município de Vera Cruz não apresenta dados referentes a esse tema, e os demais municípios não contam com sistema de tratamento de esgoto. Os problemas vinculados aos SES são tratados Fonte: Departamento de Planejamento Governamental especificamente nos Planos do Estado do Rio Grande do Sul (2015) Municipais de Saneamento

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renciais para a ação dos processos de intemperismo e erosão. Esses fatores,

2.2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA sob efeitos climáticos variáveis ao longo do tempo geológico, geraram amplos conjuntos de relevos com características É necessário apresentar as próprias, cujas feições, embora diversas, condicionantes físicas da região, guardam entre si as relações comuns objetivando fazer um estudo de com a estrutura geológica a partir da planejamento que seja compatível com a qual se formaram, desenvolvendo uni- realidade local. Para tanto, são dades geomorfológicas. Unidades Geo- apresentados a geologia, hidrografia, morfológicas são definidas como um pluviometria, vegetação e clima. arranjo de formas altimétrica e fisiono- micamente semelhantes em seus diver- 2.2.1 Geologia sos tipos de modelados. A geomorfogê- nese e a similitude de formas podem ser

explicadas por fatores paleoclimáticos e Os Domínios Morfoestruturais por condicionantes litológicas e estrutu- compreendem os maiores táxons na rais. Cada unidade geomorfológica evi- compartimentação do relevo. Ocorrem dencia seus processos originários, forma- em escala regional e organizam os fatos ções superficiais e tipos de modelados, geomorfológicos segundo o arcabouço diferenciados dos demais. O comporta- geológico marcado pela natureza das mento da drenagem, seus padrões e rochas e pela tectônica que atua sobre anomalias são tomados como referencial elas. As macroformas do relevo, além de à medida que revelam as relações entre dependerem do tipo de rocha em que os ambientes climáticos atuais ou passa- são modeladas, são controladas pela ge- dos e as condicionantes litológicas ou ometria dos corpos rochosos e pelas es- tectônicas. Como podemos observar na truturas das rochas. Figura 12, a região onde se localizam os A influência das estruturas ro- municípios de Candelária, Gramado Xa- chosas varia desde grandes feições, que vier, Herveiras, Mato Leitão, Pantano imprimem a sua influência na forma do Grande, Passo do Sobrado, Rio Pardo, relevo por inteiro, até pequenas descon- Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol, tinuidades, que constituem zonas prefe- Vale Verde, Venâncio Aires e Vera Cruz é

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composta basicamente por uma transi- região. Encontra-se localizado em uma ção entre duas grandes unidades de área de grande variabilidade geológica e relevo: Planícies e depressões. Planícies geomorfológica, podendo-se identificar são conjuntos de formas de relevo claramente três segmentos planas ou suavemente onduladas, em geomorfológicos: (i) planície, (ii) geral posicionadas a baixa altitude, e em encostas da serra e (iii) planalto que processos de sedimentação superam ondulado. As planícies (i) são constituí- os de erosão. Depressões são conjuntos das por rochas sedimentares e materiais de relevos planos ou ondulados situados coluvionares, tanto de origem vulcânica abaixo do nível das regiões vizinhas, quanto sedimentar (DAER, 2002). elaborados em rochas de classes vari- Existem alguns arenitos mais resistentes adas (IBGE, 2009). com pequenas evidências da Formação

Ao centro do Rio Grande do Figura 12. Unidades Geomorfológicas do Rio Grande do Sul. Sul está a Depressão Central, que é formada de rochas sedimentares, dando origem a um extenso corre- dor que liga o oeste ao leste, atra- vés de terrenos de baixa altitude. Ao norte, o início de uma transição liga a região da Depressão Central ao Planalto Meridional e os Campos de Cima da Serra. Essa transição é marcada por duas regiões conhecidas como Encosta Inferior do Nordeste e Encosta Superior do Nordeste. Fonte: Secretaria do Planejamento do A área de estudo, em Estado do Rio Grande do Sul (2009) geral, é analisada no contexto da Bacia Hidrográfica do Rio Paraná quanto Botucatu, mas principalmente arenitos e às características geológicas, visto que o siltitos da Formação Santa território desta bacia tem grande Maria/Caturrita. influência na formação geológica da

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As regiões ocupadas pelas en- gundo o DAER (1991), mas com marcada costas da serra (ii) correspondem à de tendência de tipo ondulada (Figura 13). maior variabilidade, tanto em termos da cota topográfica quanto de geologia e 2.2.1.1 Pedologia geomorfologia. Ao longo do relevo, a sequência de derrames da formação Serra Geral foi atravessada por derrames As diversas combinações dos ácidos no topo com níveis de fratura- fatores de formação do solo (material de mento variáveis, brechas alteradas áci- origem, clima, relevo, organismos vivos) das, brechas basálticas alteradas, derra- atuando ao longo do tempo, criam mes basálticos alterados entremeados condições para o desenvolvimento de com brechas de arenitos intertrápicos e diversos processos pedogenéticos, que siltitos de origem eólica entre derrames. podem ser descritos como processos de

O planalto Figura 13. Aspectos gerais topográficos da Bacia ondulado (ii) corres- Hidrográfica do Rio Pardo com a localização das sedes municipais. ponde ao segmento com menor hetero- geneidade geológica, quando comparado com os outros três. Os materiais predo- minantes neste seg- mento correspondem às rochas ácidas do topo da Formação Fonte: HELFER F (2006). Serra Geral, fácies Palmas/Caxias, prin- formação do solo. Os processos pedoge- cipalmente riolitos e riodacitos. O grau néticos consistem numa combinação de de alteração dos materiais é baixo em reações químicas, biológicas e físicas, quase todos os locais, mas sem guardar cuja ação e intensidade é condicionada homogeneidade, tanto na direção verti- pelos fatores ambientais. A partir disso, cal como horizontal. A topografia é con- siderada como sendo montanhosa se-

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são produzidos diferentes tipos de solos sificações de solo. Os Argissolos em razão dos fatores de formação. Vermelhos Distróficos (PVd11) iden-

O solo é o corpo natural da tificados nas cidades de Gramado Xavier, superfície terrestre, constituído de mate- Herveiras, Santa Cruz do Sul, Sinimbu riais minerais e orgânicos resultantes das Vale do Sol e Venâncio Aires é composto interações dos fatores de formação atra- por Argissolos Vermelhos Distroficos, vés do tempo, contendo matéria viva e, Argissolos Vermelho-Amarelos em parte, modificado pela ação humana. Aluminicos e Argissolos Vermelho- É capaz de sustentar plantas, de reter Amarelos Distroficos. Já os Argissolos água, de armazenar e transformar resí- Vermelhos Distróficos (PVd6) duos e suportar edificações (USDA, encontrados nas cidades de Pantano SoilSurvey Staff, 1975). Assim, o con- Grande e Rio Pardo possuem em sua ceito de solo como corpo Figura 14. Mapa de identificação dos solos dos municípios natural organizado tem pertencentes ao Plano Estratégico Regional de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos. uma importância prática muito grande, pois estabelece relações entre os fatores ambientais e os diferentes tipos de solos, o que permite mapear sua distribuição geográfica, avaliar o potencial de uso das terras e predizer os efeitos da intervenção humana.

Analisando o mapa da Figura 14, os municípios pertencentes ao CISVALE no qual contemplam o PERGRS possuem diferentes clas- Fonte: Urbana Engenharia com dados da Embrapa (2011)

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos composição apenas Argissolos Vermelhos Argissolos Vermelho-Amarelos Distróficos Distroficos e Argissolos Vermelho-Ama- (PVAd37) são encontrados em menores relos Distroficos. quantidades na região, apenas na cidade

Os Neossolos Litólicos Eutróficos de Pantano Grande, estes possuem em (RLe23) estão presente na maioria das sua composição Argissolos Vermelho- cidades estudadas, sendo reconhecido Amarelos Distroficos, Argissolos Verme- nas ao norte cidades de Candelária, Her- lho-Amarelos Aluminicos e Neossolos veiras, Gramado Xavier, Sinimbu, Santa Litolicos Distroficos. Cruz do Sul, Venâncio Aires, Vale do Sol Os Argissolos ocorrem em relevo , Vale Verde, Rio Pardo Passo do desde suave ondulado até fortemente Sobrado e Mato Leitão e ao sul nas cida- ondulado, ocupando, em termos des de Pântano Grande e Rio Pardo. percentuais, boa parte do território do Estes possuem em sua composição Rio Grande do Sul. Apresentam caracte- Neossolos Litólicos Eutróficos, Cambis- rísticas físicas e químicas que permitem solos Háplicos Tb Eutróficos e Chernos- sua utilização e manejo em sistemas de solos Argiluvicos Órticos. Já em menor produção agropecuária, porém, devido à quantidade encontram-se os Neossolos sua acidez e baixa fertilidade natural, Litólicos Distróficos (RLd17), localizados exigem investimentos em corretivos e nas cidades de Pantano Grande e Rio fertilizantes.

Pardo compõem-se de Neossolos Litóli- O termo Neossolo é associado cos Distróficos, Argissolos Vermelho- com solos novos e pouco desenvolvidos. Amarelos Distróficos e Cambissolos Os Neossolos geralmente são solos rasos Haplicos Tb Distroficos. que apresentam em seu perfil uma Nas cidades de Candelária, sequência de horizontes Ar, ou A-C-R, Pantano Grande, Passo do Sobrado, ou O-R, ou H-C. São solos de formação Santa Cruz do Sul, Rio Pardo, Vale recente e encontrados nas mais diversas Verde, Vale do Sol e Venâncio Aires são condições de relevo e drenagem. Na encontrados os Planossolos Haplicos área de estudo, os Neossolos são do tipo Eutróficos (SXe13), que possuem em sua Litólico e Regolíticos Eutróficos (Unidade composião Planossolos Haplicos Eutrófi- Charrua), apresentando o horizonte A ou cos, Gleissolos Melanicos Ta Eutroficos e O, assentado sobre a rocha parcialmente Argissolos Acinzentados Eutroficos. Os alterada (horizonte C) ou rocha inalte-

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rada (camada R). O contato lítico ocorre Gleissolos apresentam, ao invés do hori- em profundidades maiores que 50 cm e zonte Bt, um horizonte Bg e Cg, hori- esses solos apresentam alta saturação zontes glei, ou seja, mal drenado, com por bases (≥ 50%). Para Streck et al. cores acinzentadas, com ou sem mos- (2002), os Neossolos, associados com queados.

Chernossolos Argilúvicos férricos, Os Planossolos e Gleissolos, ocupam as encostas de relevo mais conforme suas condições de alta umi- acentuado na paisagem. dade e ocorrência em relevo plano a O termo Cambissolos caracteriza suave ondulado, são historicamente uti- solos rasos a profundos, que variam de lizados para o cultivo do arroz irrigado. bem drenados a imperfeitamente drena- Porém, com a formação de um bom dos, dependendo da posição na paisa- sistema de drenagem, é possível cultivar gem. Seu perfil obedece a uma sequên- culturas de sequeiro, como o milho, soja, cia de horizontes A-Bi-C ou O-A-Bi-C feijão e pastagens.

(STRECK et al., 2018). Cambissolos são Os Chernossolos apresentam-se solos em processo de formação, caracte- de solos rasos a profundos, com hori- rizam-se por apresentar acúmulo de zonte Bt ou não, podendo apresentar material orgânico (MO) no horizonte uma sequência A-Bt-C ou A-Bi-C. Estes superficial. solos são característicos, pois apresen- Os Planossolos são solos imper- tam razoáveis teores de matéria orgânica feitamente ou mal drenados, caracterís- nos horizontes superficiais, o que con- ticos de áreas de várzea, com relevo ferem cores escuras ao horizonte A, plano a suave ondulado. O perfil destes conhecido como A chernozêmico. Do solos tem sequência de horizontes A-E- ponto de vista de altos conteúdos de Bt-C, apresentando horizonte Bt, ou matéria orgânica, conferem a esses solos seja, com mudança textural abrupta. O alta fertilidade química, com alta satura- horizonte Bt nesses solos são bem mais ção de bases, em geral acima de 65% e argilosos e adensados, com cor acinzen- alta capacidade de troca de cátions tada, apresentando ou não mosqueados (CTC) de forma homogênea no perfil. Os vermelhos/amarelos. Os Planossolos são Chernossolos Háplicos Órticos típicos distinguidos dos Gleissolos por meio (Unidade Vila) situam-se em relevo dessa mudança textural abrupta. Os plano a suavemente ondulado, princi-

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos palmente nas várzeas de rios, podendo Grande do Sul (SEMA) a bacia ser utilizados para o cultivo de arroz irri- hidrográfica serve como unidade básica gado e culturas anuais, assim como os para gestão dos recursos hídricos e para Planossolos e Gleissolos. gestão ambiental, uma vez que os

elementos físicos naturais estão interligados pelo ciclo da água. 2.2.2 Hidrologia A Divisão Hidrográfica Nacional,

instituída pelo Conselho Nacional de Entende-se por bacia Recursos Hídricos (CNRH), estabelece as hidrográfica toda a área de captação doze Regiões Hidrográficas brasileiras. natural da água da chuva que escoa São regiões hidrográficas: bacias, grupo superficialmente para um corpo de água de bacias ou sub-bacias hidrográficas ou seu contribuinte. Os limites da bacia próximas, com características naturais, hidrográfica são definidos pelo relevo, sociais e econômicas similares. Esse considerando-se como divisores de critério de divisão das regiões visa águas as áreas mais elevadas. O corpo orientar o planejamento e de água principal, que dá o nome à gerenciamento dos recursos hídricos em bacia, recebe contribuição dos seus todo o país. afluentes sendo que cada um deles pode No Rio Grande do Sul, o artigo apresentar vários contribuintes menores, 171 da Constituição Estadual estabeleceu alimentados direta ou indiretamente por um modelo sistêmico para a gestão das nascentes. Assim, em uma bacia existem águas do Estado e a Lei Estadual várias sub-bacias ou áreas de drenagem 10.350/1994 regulamentou esse artigo e de cada contribuinte. Estas são as estabeleceu que para cada bacia unidades fundamentais para a hidrográfica do Estado, a formação de conservação e o manejo, uma vez que a um comitê de gerenciamento, o Comitê característica ambiental de uma bacia de Bacia. De acordo com a referida lei, reflete o somatório ou as relações de foi determinada a existência de três causa e efeito da dinâmica natural e Regiões Hidrográficas em que as bacias ação humana ocorridas no conjunto das hidrográficas são agrupadas para fins de sub-bacias nela contidas. Segundo a gerenciamento, como consta na Figura Secretaria do Meio Ambiente e 15. Desenvolvimento Sustentável do Rio

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Figura 15. Regiões Hidrográficas do Rio Grande Herveiras Guaíba Rio Pardo do Sul (A) Região Hidrográfica do Uruguai; (B) Mato Leitão Guaíba Guaíba Região Hidrográfica do Guaíba; e (C) Região Pantano Grande Guaíba Baixo Jacuí Hidrográfica do Litoral. Passo do Sobrado Guaíba Taquari-antas Rio Pardo e Baixo Rio Pardo Guaíba Jacuí Rio Pardo e Baixo Santa Cruz do Sul Guaíba Jacuí Sinimbu Guaíba Rio Pardo Vale do Sol Guaíba Rio Pardo Baixo Jacuí e Taquari- Vale Verde Guaíba antas Venâncio Aires Guaíba Rio Pardo Vera Cruz Guaíba Rio Pardo Fonte: Urbana Engenharia a partir do Mapa Eólico do Rio Grande do Sul

Conforme dados da FEPAM, é Fonte: Mapa Eólico do Rio Grande do Sul possível observar na Figura 16 como As três regiões hidrográficas são: estão distribuídas as bacias hidrográficas a região do Rio Uruguai (A) que coincide da região do Guaíba e a sobreposição do com a bacia nacional do Uruguai, a CISVALE em quatro bacias (Rio Pardo, região do Guaíba (B) e a região do Baixo Jacuí, Taquari-Antas e Guaíba. Litoral (C), que coincidem com a bacia

nacional do Atlântico Sudeste. O Decreto Figura 16. Bacias Hidrográficas da Região nº 53.885, de 18 de janeiro de 2017, Hidrográfica do Guaíba. institui subdivisão das Regiões Hidrográficas do Estado do Rio Grande do Sul em 25 Bacias Hidrográficas. A partir do Mapa de Regiões Hidrográficas, resultado da topografia, a Figura 15 apresenta a qual região hidrográfica e bacia hidrográfica os municípios do CISVALE estão vinculadas:

Fonte: FEPAM (2009) Tabela 2. Caracterização da região hidrográfica e bacia Hidrográfica conforme os municípios. A descrição das bacias

Região Municípios Bacia Hidrográfica hidrográficas, apresentada nos subitens Hidrográfica Candelária Guaíba Rio Pardo Gramado Xavier Guaíba Rio Pardo

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos abaixo, apresenta a característica de em 209.060 habitantes. Os principais cada uma delas. cursos de água são o Rio Pardinho, Rio

Pequeno, Arroio Andréas, Arroio Francisco Alves e o Rio Pardo. Este 2.2.2.1 Bacia Hidrográfica do Rio último tem sua nascente ao Norte da Pardo bacia na cidade de e desembocadura no Rio Jacuí, na cidade A Bacia Hidrográfica do Rio Pardo Figura 17. Bacia Hidrográfica do Rio Pardo. situa-se na região central do Estado do Rio Grande do Sul, entre as coordenadas geográficas 28º50' a 30º00' de latitude Sul e 52º15' a 53º00' de longitude Oeste. Abrange as pro- víncias geomorfológicas da Depressão Central e Planalto Meridional. Possui área de 3.658,34 km², com extensão de 115 km. A bacia inclui 13 municípios do centro do Estado: Barros Cassal, Boqueirão do Leão, Can- delária, Gramado Xavier, Herveiras, Lagoão, Passa Sete, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Sinimbu,

Vale do Sol, Venâncio Fonte: Secretaria Estadual do Meio Aires e Vera Cruz, com Ambiente uma população estimada

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de Rio Pardo (Figura 17). 2.2.2.2 Bacia Hidrográfica do Baixo

A bacia hidrográfica do Rio Pardo Jacuí limita-se ao norte e a oeste com a bacia do Alto Jacuí, ao sul com a bacia do A Bacia Hidrográfica do Baixo Baixo Jacuí e a leste com a bacia do Ta- Jacuí situa-se na região da Depressão quari-Antas. É considerada por Viera Central do Estado do Rio Grande do Sul, (1984) como uma pequena bacia, com- entre as coordenadas geográficas de posta exclusivamente pelo Rio Pardo e latitudes 28°10' e 30°45'S e as afluentes. A vegetação característica é a longitudes de 49°55' e 54°35'W, com Floresta Estacional Decidual, podendo suas nascentes no planalto sul rio- apresentar pequenos fragmentos de grandense, no município de Passo Áreas de Tensão Ecológica. Fundo. Abrange as províncias geomorfológicas do Planalto Meridional, Depressão Central, Escudo Sul-Rio- Grandense e parte da Planície Costeira (Interior). Possui área de 17.345,15 km²,

Figura 18. Bacia Hidrográfica do Baixo Jacuí.

Fonte: Secretaria Estadual do Meio Ambiente 52

PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos abrangendo municípios como da área total do estado. A Bacia do , , Guaíba, Guaíba é formada por 251 municípios e Minas do Leão, Rio Pardo, Santa Cruz do conta com uma população de 5.869.265 Sul, Pantano Grande e Triunfo, com habitantes, que representa 61% da po- população estimada em 385.496 pulação do Estado. É formada pelas habitantes. Os principais cursos de água bacias hidrográficas da porção norte e são os arroios Irapuã, Capané, Botucacaí, central do Estado que drenam para o Capivari, do Conde, dos Ratos, dos Lago Guaíba: Gravataí, Sinos,Caí e Baixo Cachorros, Ibacurú e o Rio Jacuí. Os Jacuí; outras bacias drenam para o Baixo principais usos da água se destinam a Jacuí: Alto Jacuí, Taquari-Antas, Pardo e irrigação, uso industrial e abastecimento Vacacaí (FEPAM, 2006).A bacia hidro- humano. A Figura 18 apresenta bacia, gráfica do Rio Taquari-Antas situa-se na que imita-se ao norte com a bacia do região Nordeste do estado do Rio Grande Alto Jacuí, Pardo e Taquari Antas, a do Sul, abrangendo uma área de 26.428 oeste com a Bacia do Vacacaí Mirim ao km2, equivalente a 9% do território sul com a bacia do Camaquã e a leste estadual e 98 municípios. Trata-se do com a bacia do Caí e do Guaíba. principal afluente do rio Jacuí,maior Segundo Viera (1984) a vegetação formador do Guaíba (FEPAM, 2006). característica é a Floresta Estacional O Rio Taquari-Antas nasce no Decidual, Savanas e Áreas de Tensão extremo leste do Planalto dos Campos Ecológica, sendo que em grande parte Gerais, com a denominação de rio das da bacia uma das principais atividades Antas, até a confluência com o Rio Car- que modificam o ambiente é o cultivo reiro, nas imediações do município de do arroz irrigado nas áreas de várzea. São Valentim do Sul. A partir daí passa a denominar-se Taquari, desembocando 2.2.2.3 Bacia Hidrográfica do Guaíba no rio Jacuí, junto à cidade de Triunfo. Seus principais afluentes pela margem

esquerda são os rios Camisas, Tainhas, A Bacia Hidrográfica do Guaíba Lajeado Grande e São Marcos, e pela situa-se na região nordeste do RS, entre margem direita, os rios Quebra-Dentes, os paralelos 28ºS e 31ºS e os meridianos da Prata, Carreiro, Guaporé, Forqueta e 50ºW e 54ºW, abrangendo uma área de Taquari-Mirim.Em termos hidrográficos, 84.763,54 km² e correspondente a 30% os dois principais cursos são o arroio

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Bonito e o Sampaio. Ambos são impor- fica assentada sobre a formação basál- tantes afluentes do Rio Taquari, que se tica.

localiza a Leste do município em ques- Encontra-se encaixado e com tão. regiões meândricas, apresenta quanti- Os regimes hídricos do arroio dade razoável de seixos em seu leito, Bonito e o Sampaio são irregulares, que apresenta largura média de 10,00 caracterizando-se por variações de suas metros – 20,00 metros (em sua maioria) descargas, ocorrendo cheias e estiagens e profundidade variável sendo que a alternadas. Esse regime fica condicio- média é de 0,50 metros a2,00 metros nado por vários fatores naturais. Efeti- em quase a totalidade do curso.Estes vamente, a baixa permeabilidade dos dois arroios apresentam quantidades solos da bacia, incluindo a drenagem do pequenas de sedimentos(cascalhos), em terreno, aliados às fortes declividades zonas características de deposição e em algumas porções e formas planares erosão. Também é possível observar que tipo várzeas em outras porções propi- os arroios Bonito e Sampaio são mean- ciam um coeficiente de escoamento drantes e, eventualmente abandonam superficial alto e, consequentemente, seu curso original, principalmente em pequenas parcelas de água se infil- períodos de grandes densidades pluvio- trando. Desta forma, a camada de solo métricas.

funciona como “volante hidrológico”, armazenando quantidades de água, 2.2.2.4 Bacia Hidrográfica Taquari- responsáveis pela contribuição subterrâ- Antas nea dos cursos d‖água nos períodos de estiagem. Observa-se, pois, que a maior percentagem de água precipitada na A Bacia Hidrográfica do sistema bacia escoa superficialmente para a rede Taquari-Antas situa-se na região nor- hidrográfica. Por outro lado, estando os deste do Rio Grande do Sul, abrangendo cursos d‖água desta bacia nitidamente uma área de 26.428 km², equivalente a encaixados nos vales, os retardamentos 9% do território estadual, e 98 municí- e abastecimentos das ondas de cheias pios, inseridos total ou parcialmente. são pequenos. O arroio Bonito e o Sam- Limita-se ao Norte com a bacia do Rio paio possuem toda a sua bacia hidrográ- , a Oeste e ao Sul com a bacia do Rio Jacuí e a Leste com as bacias dos

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos rios Caí e Sinos. Trata-se do principal Marcos, e, pela margem direita, os Rios afluente do Rio Jacuí, maior formador do Quebra-Dentes, da Prata, Carreiro, Gua- Guaíba. poré, Forqueta e Taquari-Mirim. Devido

O Rio Taquari nasce no extremo à sua magnitude, esta bacia possui leste do Planalto dos Campos Gerais, características físicas e antrópicas dife- com a denominação de Rio das Antas, renciadas: áreas de alto índice de indus- até a confluência com o rio Carreiro, nas trialização, áreas com predomínio de imediações do município de São Valen- produção primária, zonas intensamente tim do Sul. A partir daí, passa a denomi- urbanizadas e riscos de ocorrência de nar-se Taquari, desembocando no Rio enchentes, entre outras. Uma das regi- Jacuí, junto às cidades de Triunfo e ões mais desenvolvidas do Estado, o General Câmara. Seus principais afluen- Aglomerado Urbano do Nordeste, tes pela margem esquerda são os Rios encontra-se nesta bacia hidrográfica. Camisas, Tainhas, Lajeado Grande e São O Rio Taquari-Antas tem suas

Figura 19. Bacia Hidrográfica do Rio Taquari-Antas, divisão política e principais redes de drenagem.

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nascentes nos municípios de Cambará do transpiração dos vegetais. Assim, Sul, Bom Jesus e São José dos Ausentes, representa a precipitação pluviométrica numa região de baixa densidade popula- necessária para atender às carências de cional, onde predomina a criação exten- água da vegetação.

siva de gado. Esta paisagem começa a Para Barreto (2009), a se transformar na altura de Antônio determinação da evapotranspiração Prado, onde predomina a pequena potencial numa bacia hidrográfica é propriedade com utilização intensiva, já importante por ser um dos principais com densidades mais elevadas. fatores que interfere na disponibilidade O trecho mais significativo, em hídrica da área, sendo imprescindível em termos de uso e ocupação do solo, está qualquer processo de gerenciamento compreendido entre os municípios de e/ou planejamento hídrico.

Antônio Prado e Veranópolis, concen- Existe uma informação válida trando 50% da população e 57% das para a região do CISVALE que é oriunda indústrias da bacia.Quanto ao uso agrí- da Estação Meteorológica da UNISC, mas cola, destacam-se em área cultivada as os dados mais utilizados para este tipo bacias de drenagem dos rios Carreiro, de estudo são aqueles disponibilizados Forqueta e das Antas, onde predominam pela Embrapa, que refere que na região as culturas de milho e soja. Além destas denominada “depressão central”, entre culturas, o arroz também é cultivado nas Santa Maria e Porto Alegre, cujo partes mais planas, ao Sul da bacia, em comportamento é apresentado na Erro! especial na altura dos municípios de onte de referência não encontrada.. General Câmara, Triunfo e Taquari.

Tabela 3. Evapotranspiração (mm) Potencial do RS, segundo método de Penman (1966) 2.2.3 Evapotranspiração Porto Santa Período Alegre Maria Janeiro 111 131 A evapotranspiração, segundo Fevereiro 99 102 Camargo (2000), é definida como o Março 76 88 Abril 46 51 processo de perda de água para a Maio 22 28 atmosfera visando atender as Junho 16 18 necessidades da evaporação do solo e da Julho 19 21 Agosto 31 35

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Setembro 46 46 de estações de transbordo. Outubro 66 78 Novembro 88 104 Com base nestas assertivas, a Dezembro 142 127 contemplação de informações acerca da Anual 762 829 evapotranspiração teria uma importância Fonte: Embrapa (2018) mais relevante se tratasse da elaboração De qualquer maneira, quando se de um Plano Municipal na área do elabora um Plano Estratégico Regional, a Abastecimento de Água ou Drenagem caracterização climática a ser apresen- Pluvial. Assim, na ausência de tada compreende: informações acerca da a) caracterizações mais gerais, evapotranspiração, trabalha-se com o visando trazer um panorama universal balanço hídrico, que segundo acerca da climatologia da região; Thornthwaite (1948), avalia o solo como

b) caracterizações mais um reservatório fixo, no qual a água específicas, visando apresentar informações Figura 20. Balanço Hídrico quali-quantitativo. que serão levadas em consideração na tomada de decisões durante a elaboração do respectivo Plano, a exemplo das cheias - que comprometem certas áreas de intenção de implantação de aterro sanitário; de intensi- dade de ventos – utili- zada para definir a localização de aterro sanitário e medidas es- tratégicas na operação

Fonte: Urbana Engenharia com dados da Agência Nacional de Águas (2018)

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armazenada até o máximo da capaci- de escassez ou enchentes, conforme a dade de campo somente será removida incidência de eventos climáticos pela ação das plantas. extremos.

A Figura 20 expõe a condição satisfatória de todo o território de Gra- 2.2.4 Vegetação mado Xavier, Herveiras, Sinimbu, Mato

Leitão, parcialmente nos municípios de Vale do Sol, Vera Cruz, Vale Verde, O Rio Grande do Sul apresenta Candelária Passo do Sobrado, Santa Cruz dois biomas, que são os conjuntos da do Sul e Pantano Grande no que tange fauna, macroclima, altitude, solo e ao balanço hídrico qualitativo e quanti- fitofisionomia, dentre outros, de tativo. determinado ambiente. Estes são o Pampa e a Mata Atlântica. Define-se o No que tange criticidade bioma Pampa por um conjunto de quantitativa no balanço hídrico o vegetação de campo em relevo município de Rio Pardo é em quase sua predominante de planície que se totalidade afetado, enquanto que, os estende também pelo Uruguai e municípios de Vale Verde, Vera Cruz, Argentina e é marcado pela presença de Candelária, Vale do Sol, Passo do grande diversidade de fauna e flora, Sobrado, Pantano Grande e Santa Cruz ainda pouco conhecida. Estima-se que do Sul possuem parcialmente estas haja em torno de 3000 espécies de características. plantas, destacando-se gramíneas, com A criticidade qualiquantitativa aproximadamente 450 espécies, e encontra-se de forma parcial nos leguminosas, com aproximadamente 150 municípios de Santa Cruz do Sul e Vera espécies. Além das espécies vegetais, Cruz, enquanto que a criticidade neste bioma existe uma enormidade de qualitativa encontra-se de forma parcial espécies de animais, dentre esses as nos municípios de Sinimbu, Passo do aves, algumas existentes apenas neste Sobrado, Venâncio Aires, Vera Cruz, local. O Pampa é considerado Santa Cruz do Sul e Vale Verde. Cabe atualmente o segundo mais ameaçado destacar que esta condição é dada em do país, atrás apenas do bioma Mata termos gerais, tendo em vista que os Atlântica (IBGE, 2018). A ocorrência municípios são atingidos por situações deste Bioma no Brasil é restrita ao Rio

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Grande do Sul, ocupa a metade sul do de alguns continentes (17.000 espécies estado e se estende por 63% do na América do Norte e 12.500 na território gaúcho, cobrindo uma área de Europa) e por isso a região da Mata 176.496 km² (IBGE, 2004), o que Atlântica é altamente prioritária para a corresponde a 2,07% do território conservação da biodiversidade mundial. brasileiro. O Pampa é o segundo menor Em relação à fauna, os levantamentos já bioma do país, atrás apenas do Pantanal. realizados indicam que a Mata Atlântica

A Mata Atlântica é formada por abriga 849 espécies de aves, 370 um conjunto de formações florestais e espécies de anfíbios, 200 espécies de ecossistemas associados como as répteis, 270 de mamíferos e cerca de restingas, manguezais e campos de 350 espécies de peixes. altitude, que se estendiam originalmente Conforme Figura 20, os por aproximadamente 1.300.000 km² municípios localizados ao norte, mais em 17 estados do território brasileiro. precisamente as cidades de Pantano Hoje, os remanescentes de vegetação Grande, Rio Pardo, Vale Verde e porções nativa estão reduzidos a cerca de 22% de Passo do Sobrado, Santa Cruz, Vera de sua cobertura original e encontram-se Figura 21. Mapa de abrangência do Bioma Pampa nas cidades em diferentes estágios pertencentes ao CISVALE. de regeneração.

Mesmo reduzida e muito fragmentada, estima-se que na Mata Atlântica existam cerca de 20.000 espécies vegetais (cerca de 35% das espécies existentes no Brasil), incluindo diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Essa riqueza é maior que a

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Cruz e Candelária, contemplam como nativa, campos, áreas urbanizadas e parte de sua vegetação o Bioma Pampa. demais características que o compõem.

Dentre deste Bioma encontram-se áreas A partir do mapa da , observa-se de vegetação preservada, áreas que as cidades mais ao norte, como modificadas antropicamente a partir da Gramado Xavier, Herveiras, Sinimbu, silvicultura, rizicultura e agricultura, Vale do Sol, Mato Leitão, Candelária, campos degradados, banhados, mata Venâncio Aires, Vera Cruz e Passo do

Figura 22. Mapa de abrangência do Bioma Mata Atlântica nas cidades pertencentes ao CISVALE.

Fonte: ArcPLan

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Sobrado, estão no Bioma da Mata influência fundamental na composição Atlântica, apresentando resquícios desta do ambiente, para a caracterização dos vegetação nas cidades de Rio Pardo e ecossistemas e serve de apoio aos Vale Verde. Este dispõe de áreas estudos da flora e fauna. As condições urbanas, agricultura e mata nativa, climáticas, em associação com os dados vegetações secundárias influenciadas por hidrológicos, auxiliam na previsão das meio antrópico e demais aspectos. enchentes e como indicadores no

A ocorrência de dois biomas no controle da poluição do ar. território de abrangência do CISVALE é resultado do clima e da diferença de Figura 23. Classificação climática da Região Sul altitude entre os locais. Com o avanço do Brasil segundo Koppen. do agronegócio, crescimento das zonas urbanas e industriais e devido à extração irregular de madeiras, as áreas de biomas com características nativas encontram-se mais reduzidas, existindo assim de maneira progressiva ambientes com suas características alteradas antropicamente.

2.2.5 Clima

O Clima é um conjunto de estados de tempo meteorológico que caracteriza uma determinada região durante um grande período de tempo, Fonte: Urbana Engenharia (2019) com dados do incluindo o comportamento habitual e as INPE (2018) flutuações, resultante das complexas Dessa forma, o clima da região, relações entre a atmosfera, geosfera, bem como da maior parte do Estado do hidrosfera, criosfera e biosfera (IBGE, Rio Grande do Sul e sul de Santa 2004). Os fatores climáticos apresentam Catarina se encontra incluso no tipo de

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clima Cfa ou subtropical úmido, segundo móvel de origem polar. Quanto ao a classificação de Köppen, como comportamento térmico, o clima foi apresentado na Tabela 4. O clima Cfa se considerado Clima Mesotérico Brando. caracteriza por temperaturas médias no Portanto, o inverno é bastante sensível e mês mais quente, que superam 22°C, e possui pelo menos um mês com por temperaturas, no mês mais frio, temperatura média inferior a 15°C. A situadas entre -3 e 18°C. partir dos dados do INPE, foi concebida a

Sevegnani (1995) classifica o Tabela 4. clima de grande parte da Região Sul do Analisando os dados da tabela Brasil como temperado, sendo que acima, identifica-se que o clima dos somente o norte do Paraná apresenta municípios deste Plano Estratégico é Clima Tropical. No Rio Grande do Sul, a predominantemente Cfa possuindo circulação atmosférica é frequentemente tempeatura média anual de 19,34°C e perturbada pela passagem de grandes precipitação média anual de 1379,19 descontinuidades de origem circumpolar mm. Este clima é propício para culturas em qualquer época do ano, seguida por de fumo, soja, milho, arroz, trigo e ondas de frio do sistema anticiclônico diversas variedades de frutíferas.

Tabela 4. Características climáticas das cidades pertencentes ao CISVALE.

Média das Média das Precipitação Temperatura Altitude Municípios temperaturas temperaturas Clima anual (mm) média anual (ºC) (m) mínimas (ºC) máximas (ºC) Candelária 1820,8 19,72 14,77 24,68 Cfa 54 Gramado Xavier 1449 18,06 13,03 23,12 Cfa 417 Herveiras 1469 17,56 12,56 22,48 Cfa 557 Mato Leitão 1302 19,7 14,84 24,56 Cfa 65 Pantano Grande 1350 19,4 14,69 24,16 Cfa 40 Passo do Sobrado 1301 19,5 14,75 24,38 Cfa 65 Rio Pardo 1327,7 19,5 14,81 24,3 Cfa 48 Santa Cruz do Sul 1311 19,7 14,8 24,52 Cfa 56 Sinimbu 1323 19,7 14,8 24,66 Cfa 68 Vale do Sol 1360 19,6 14,65 24,55 Cfa 87 Vale Verde 1300 19,6 14,79 24,37 Cfa 59 Venâncio Aires 1293 19,8 14,92 24,6 Cfa 47 Vera Cruz 1323 19,7 14,81 24,52 Cfa 59

Fonte: Urbana Engenharia com dados do INPE (2018)

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PEGRS do ano 2000 e 2010 juntamente com a estimativa populacional para o ano

2.3 CARACTERIZAÇÃO de 2018. A cidade de maior índice SOCIOECONÔMICA populacional no ano de 2010 foi a cidade de Santa Cruz do Sul, com 118.374

A qualidade de vida de uma pessoas, seguida por Venâncio Aires com população é influenciada pela qualidade 65.946 pessoas, Rio Pardo com 37.591 ambiental, abastecimento de água, pessoas, Candelária com 30.171 pessoas e esgotamento sanitário, resíduos sólidos e Vera Cruz com 23.983 pessoas. As demais drenagem urbana. As condições sociais apresentaram população inferior 20.000 estão estritamente ligadas à habitantes sendo elas: Vale do Sol 11.077 disponibilidade de tais recursos. Da habitantes, Sinimbú 10.068 habitantes, mesma forma, os indicadores de Pantano Grande 9.895 habitantes, Passo concentração de renda, de saúde e de do Sobrado 6.011 habitantes, Gramado alfabetização são qualitativos para Xavier 3.970 habitantes, Mato Leitão avaliação do Desenvolvimento Humano, 9.865 habitantes, Vale Verde 3.253 o que mostra, em primeira análise, que habitantes e Herveiras com o menor sociedades que apresentam baixo nível índice populacional, 2.954 habitantes. de renda e condições precárias de A taxa média de crescimento saneamento, registram maiores anual do Brasil entre 2000 e 2010 foi de problemas de saúde, o que reflete 1,17%, porém as populações de Mato também no desempenho da Leitão, Passo do Sobrado, Vera Cruz e aprendizagem. Candelária obtiveram índices iguais ou

superiores ao nacional, 1,87%, 1,23%, 1,19% e 1,17%, respectivamente. Entre- 2.3.1 Índices Populacionais tanto, os municípios de Candelária, Gramado Xavier, Herveiras, Pantano Para determinar a projeção e as Grande, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, características populacionais foram utili- Sinimbu, Vale do Sol, Vale Verde e zados os dados do Censo de 2000 e 2010 Venâncio Aires com índices de cresci- do IBGE. AFigura 24 representa a mento anual de 0,20%, 0,80%, -0,01%, população residente nos municípios das -1,03%, -0,05%, 0,96%, -0,14%, cidades do CISVALE pertencentes ao 0,48%, 0,62% e 0,74%, respectiva-

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Figura 24. Crescimento da população total residente nas cidades do CISVALE pertencentes ao PEGRS do ano 2000, 2010 e 2018.

Fonte: Urbana Engenharia com dados do IBGE (2018)

mente, são índices abaixo do O crescimento populacional en- crescimento anual. Analisando o tre os anos de 2000 e 2018 foi linear, crescimento populacional da região do tendo um acréscimo aproximado de 22% CISVALE, incluindo todos os municípios, em relação a população de 2000, que observa-se a seguinte evolução: era de 307580 habitantes (Figura 25).

Ao gerar a linha de tendência do cresci- Figura 25. Crescimento populacional da região mento populacional tem-se a seguinte do CISVALE entre 2000 a 2010. equação: y = 20.826x + 286.338. Ou

360.000 seja, para a projeção do aumento de 350.000 340.000 habitantes da região será considerada o 330.000 320.000 ano inicial 2000, no qual cada ano extra 310.000 300.000 será multiplicada por 20.826 habitantes 2000 2010 2018

População (hab) População mais 286.338 pessoas. Prevendo o

Fonte: Urbana Engenharia com dados do INPE aumento linear populacional, os municí- (2018) pios devem preparar-se para atender a

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos nova população, Figura 27. Proporção populacional entre gêneros nas cidades do portando, novos CISVALE pertencentes ao PEGRS do ano 2000. projetos de infraes- trutura tanto urbana como rural, devem prever a evolução populacional.

De acordo com a análise da Figura 26 e Figura 27, que ex- plana a porcentagem populacional de Fonte: Urbana Engenharia com dados do IBGE (2018) acordo com os gêneros feminino e masculino Figura 26. Proporção populacional entre gêneros nas cidades do CISVALE pertencentes ao PEGRS do ano 2010. nos municípios per- tencentes ao PEGRS, verifica-se que o per- centual masculino e feminino equiparam- se em valores aproxi- mados, variando entre 45% e 55% em 2000 e 48% à 52% em 2010. Os municípios de Candelária, Fonte: Urbana Engenharia com dados do IBGE (2018) Pântano Grande, Passo do Sobrado e Há aproximadamente cem anos, Venâncio Aires apresentaram em 2000 a economia do Brasil era fortemente índices menores para a população femi- impulsionada pela agricultura fazendo nina atingiram índices superiores à com que grande porcentagem da população masculina. população brasileira buscasse empregos e moradias nas zonas rurais. A partir da

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Fonte: Urbana Engenharia (2019) com dados do IBGE (2018)

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revolução industrial, Figura 28. Proporção populacional rural-urbana nas cidades do CISVALE pertencentes ao PEGRS do ano 2000. esse quadro começou a mudar. As cidades passaram por grandes transformações urbanas e começaram a atrair pessoas do campo em busca de trabalho e melhores condições de vida. Teve início ao êxodo rural, cujo auge foi nas décadas de 1970 e 1980, e que continua Fonte: Urbana Engenharia com dados do IBGE (2018)

até os dias atuais. Figura 29. Proporção populacional rural-urbana nas cidades do CISVALE pertencentes ao PEGRS do ano 2010. Ao observar e comparar a Figura 28 e Figura 29, identifica-se o efeito do êxodo rural entre os anos de 2000 e 2010 em maior escala nas cidades de Candelária, Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol e Vera Cruz. Fonte: Urbana Engenharia com dados do IBGE (2018) Embora a mecanização da quantidade ao comparada com a produção agrícola e ofertas de emprego população urbana. A análise comparativa em indústrias e comércio, serviço demonstra que os centros urbanos Gramado Xavier, Heveiras, Mato Leitão, maiores, como Santa Cruz do Sul, Rio Passo do Sobrado, Sinimbu, Vale do Sol, Pardo e Venâncio Aires concentram a Vale Verde e Vera Cruz permanecem maior parte da população nas cidades, com a população rural em maior embora a população nas comunidades

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos rurais seja maior que as médias Estadual crianças que não sobrevivem até um ano e Nacional. A heterogeneidade das de idade, este dado é obtido apartir da distribuições populacionais em centros contagem de óbitos por mil nascidos vi- urbanos e áreas rurais faz com que o vos. Na Unidade Federativa (UF), ou CISVALE seja dividido em dois casos seja, a taxa de mortalidade infantil na- específicos: (i) as cidades médias, que cional era de 12,4, em 2010, de 16,7, concentram a população nos núcleos em 2000 e 22,5, em 1991. Entre 2000 urbanos, e (ii) as cidades pequenas, cuja e 2010, a taxa de mortalidade infantil no população rural é maior que a urbana. país caiu de 30,6 óbitos por mil nascidos Para a análise da gestão de resíduos, vivos para 16,7 óbitos por mil nascidos esse fator é relevante, uma vez que vivos. Em 1991, essa taxa era de 44,7 existem diferentes culturas de óbitos por mil nascidos vivos. Com a destinação de resíduos em cada uma taxa observada em 2010, o Brasil dessas populações. A exceção desse cumpre uma das metas dos Objetivos de conceito é o município de Pantano Desenvolvimento do Milênio das Nações Grande, que acaba tendo grande Unidas, segundo a qual a mortalidade população urbana por estar situado às infantil no país deve estar abaixo de 17,9 margens da rodovia BR 290. óbitos por mil em 2015. As informações

da Tabela 5 representam estes índices para as cidades de Candelária, Gramado 2.3.2 Índices de Saúde Xavier, Herveiras, Mato Leitão, Pantano Grande, Passo do Sobrado, Rio Pardo,

A saúde pública é um elemento Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol, muito relevante para a sociedade. Por Vale Verde, Venâncio Aires e Vera Cruz. isso, é necessário que se identifiquem as relações de causa e efeito das doenças e Tabela 5. Índice de mortalidade infantil nos anos 1991, 2000 e 2010 cidades do CISVALE acidentes vinculados com a habitação e pertencentes ao PEGRS. atividades consideradas de baixa quali- Mortalidade Infantil dade ambiental (impróprias e insalu- 1991 2000 2010 bres), visando estabelecerem-se as bases Nacional 22,50% 16,70% 12,40% para os programas de saneamento e Estadual 11,34% 6,77% 9,19% Candelária 26,20% 17,70% 12,10% controle da poluição. O índice de morta- Gramado Xavier 31,20% 27,40% 16,40% lidade infantil representa o número de Herveiras 22,50% 21,90% 16,70%

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Mato Leitão 23,10% 20,30% 11,20% dimensão Longevidade do Índice de Pantano Grande 26,70% 24,50% 14% Desenvolvimento Humano Municipal Passo do Sobrado 22,50% 16,70% 20,60% (IDHM). No Brasil, a esperança de vida Rio Pardo 26,70% 11,80% 11,80% Santa Cruz do Sul 21,50% 15,10% 11,80% ao nascer é de 73,9 anos, em 2010, de Sinimbu 25,40% 23,00% 16,40% 68,6 anos, em 2000, e de 64,7 anos em Vale do Sol 23,40% 21,60% 14,40% Vale Verde 25,50% 21,60% 14,20% 1991 e os dados da região são consolida- Venâncio Aires 21,20% 20,00% 13,80% dos na tabela a seguir: Vera Cruz 23,10% 22,20% 12,10% Fonte: PNUD, Ipea e FJP Tabela 6. Expectativa de vida nos anos 1991, 2000 e 2010 cidades do CISVALE pertencentes ao PEGRS. Conforme informações obtidas pelo IBGE, em 1991, Herveiras, Passo do Expectativa de Vida ao Nascer (anos) 1991 2000 2010 Sobrado, Santa Cruz do Sul e Venâncio Nacional 64,7 68,6 73,9 Aires foram os municípios que apresen- Estadual 68,8 73,2 75,4 taram taxa de mortalidade infantil muni- Candelária 67,0 72,6 75,5 Gramado Xavier 61,5 67,9 72,5 cipal igual ou menor a taxa de mortali- Herveiras 67,3 70,4 72,5 dade infantil federal que era de 22,50%. Mato Leitão 68,2 71,2 76,2 Já no ano de 2017, com a redução para Pantano Grande 66,8 69,2 73,9 Passo do Sobrado 69,3 71,9 76,0 12,40% da taxa de mortalidade infantil Rio Pardo 66,8 72,5 75,8 federal, o número de municípios com a Santa Cruz do Sul 69,0 74,2 76,1 Sinimbu 67,3 69,9 72,5 taxa igual ou inferior aumentou, Cande- Vale do Sol 68,1 70,5 73,8 lária, Mato Leitão, Rio Pardo, Santa Cruz Vale Verde 67,3 70,6 73,9 do Sul, e Vera Cruz foram os municípios Venâncio Aires 69,1 71,4 74,1 Vera Cruz 68,2 70,3 75,5 que se enquadram nesse valor. A redu- Fonte: PNUD, Ipea e FJP ção da porcentagem da mortalidade

infantil entre os anos de 1991 e 2017 é resultado do avanço da medicina, no A Tabela 6 estabelece um com- qual dedica grande parte do tempo em parativo da expectativa de vida federal e pesquisas, aprimorando novas técnicas e estadual para os anos 1991, 2000 e assim garantindo a evolução da saúde 2010 entre os municípios pertencentes dos municípios. ao CISVALE. No ano de 1991, a expecta- tiva de vida no Brasil era de aproxima- A esperança de vida ao nascer é damente 65 anos, enquanto que no Rio o indicador utilizado para compor a

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Grande do Sul era de aproximadamente escolar do Estado e compõe o IDHM 69 anos. Gramado Xavier era então o Educação. Os tópicos a seguir demons- único município cuja expectativa de vida tram a situação educacional nos anos de não alcançou o índice nacional, 1991 e 2010 para os municípios de enquanto que, Candelária, Herveiras, Candelária, Gramado Xavier, Herveiras, Mato Leitão, Pantano Grande, Rio Pardo, Mato Leitão, Pantano Grande, Passo do Sinimbú Vale Verde e Vera Cruz tiveram Sobrado, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, seu o índice acima do nacional e inferior Sinimbu, Vale do Sol, Vale Verde, ao estadual. Venâncio Aires e Vera Cruz. Estas infor-

Com a evolução da expectativa mações tem como fontes principais o de vida nacional, aumentou o número Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada de municípios que não atingiram o (Ipea), Fundação João Pinheiro (FJP) e índice nacional e estadual no ano de Programa das Nações Unidas para o 2010. Gramado Xavier, Herveiras, Desenvolvimento (PNUD) para o ano de Sinimbú e Vale do Sol são os municípios 2014. A Tabela 7, relaciona o percentual que em 2010 possuíam a expectativa de de crianças, adolescentes e adultos de vida abaixo ao índice nacional de 73,90 acordo com os níveis de escolaridade anos e estadual de 75,38 anos. Cande- para os anos de 1991 e 2010. lária, Mato Leitão, Passo do Sobrado, Rio

Pardo, Santa Cruz do Sul e Vera Cruz Tabela 7. Percentual de crianças, jovens e superaram o índice de expectativa adultos com acesso à escolaridade e instituições de nível superior. nacional e estadual, sendo Mato Leitão o Níveis de Escolaridade município com maior expectativa de vida 1991 2010 Crianças de 5 a 10 anos na (76,20 anos). 18,05% 77,87% escola Crianças de 11 a 13 anos no 40,93% 89,02% ensino fundamental Jovens de 15 a 17 anos com 2.3.3 Índices de Educação ensino fundamental 19,44% 56,85% completo Jovens de 18 a 20 anos com 11,41% 40,49% ensino médio completo Proporções de crianças e jovens Jovens adultos de 18 a 24 anos cursando o ensino 2,94% 13,81% frequentando ou tendo completado superior Fonte: PNUD, Ipea e FJP determinados ciclos indica a situação da educação entre a população em idade De acordo com dados fornecidos pelo IBGE para os municípios do CIS-

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VALE, a proporção de crianças de 5 a 6 de obra infantil e maior acessibilidade às anos na escola é de 77,87%, em 2010, escolas. Conforme informações obtidas tendo uma evolução de 59,92 pontos pelo FEEDADOS, a ampliação entre os percentuais se comparado com o ano de anos 1991 e 2010 de instituições em 1991, o desvio padrão é de 9,04% e ensino superior, tornou mais fácil o 6,27%. No ano de 2010, a porcentagem ingresso à faculdades e universidades, de crianças de 11 a 13 anos freqüentando configurando assim a evolução de 10,87 os anos finais do ensino fundamental é pontos percentuais de jovens nas uni- de 89,02%, no qual apresentou au- versidades. Embora a facilidade no mento de 48,09 pontos percentuais, o ingresso à educação, a taxa de analfa- desvio padrão neste caso é de 4,80 e betismo no ano de 2010 para os municí- 15,86. pios pertencentes ao COREDE do Vale do

A proporção de jovens de 15 a 17 Rio Pardo é de 5,93%, salientando que anos com ensino fundamental completo dos 23 municípios que fazem parte deste no ano de 2010 é de 56,87%; e a pro- COREDE apenas Mato Leitão não está porção de jovens de 18 a 20 anos com incluso. ensino médio completo é de 40,49% com desvio padrão de 10,14% e 12,04%, 2.3.4 Índice Socioeconômico respectivamente. Entre 1991 e 2010,

essas proporções aumentaram, respecti- vamente, em 37,41 pontos percentuais, A caracterização socioeconômica 29,08 pontos percentuais, e os seus contempla a utilização de indicadores respectivos desvio padrão são 7,49% e que demonstrem o perfil socioeconômico 6,70%. da população. Os dados foram sistemati- zados, agrupados e colocados de forma a Dos jovens adultos de 18 a 24 possibilitar melhor visualização. As fon- anos, 13,81% estavam cursando o ensino tes de consulta dos dados foram: Atlas superior em 2010 e em 1991, 2,94%, de Desenvolvimento Humano, disponível sendo que o desvio padrão neste caso é na página do Programadas Nações Uni- de 6,52% e 2%. O aumento de crianças, das para o Desenvolvimento (PNUD), as jovens e adultos freqüentando e conclu- pesquisas desenvolvidas pelo Instituto indo os níveis de ensino básico e médio, Brasileiro de Geografia e Estatística dá-se principalmente à proibição da mão (IBGE), os quais foram complementados

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por dados

específicos, Tabela 8. Economia dos municípios do CISVALE. disponibilizados pelas prefeituras municipais.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento divulga o Índice de Desenvolvimento

Humano (IDH) e Fonte: Urbana Engenharia com dados do IBGE (2018) a elaboração do 2.3.5 Índice para o Desenvolvimento IDH tem como objetivo oferecer um Humano Municipal (IDHM) contraponto a outro indicador, o Produto Interno Bruto (PIB), e parte do pressuposto que, para dimensionar o Desenvolvimento humano é o avanço, não se deve considerar apenas a processo de ampliação das liberdades dimensão econômica, mas também das pessoas, com relação às suas outras características sociais, culturais e capacidades e às oportunidades a seu políticas que influenciam a qualidade da dispor, para que elas possam escolher a vida humana. Na análise comparativa da vida que desejam ter. O processo de Tabela 8, observa-se o vínculo inverso expansão das liberdades inclui as entre renda e pobreza. dinâmicas sociais, econômicas, políticas

e ambientais necessárias para garantir uma variedade de oportunidades para as

Figura 30. Faixa de Desenvolvimento Humano.

Fonte: IBGE (2018) 71

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pessoas, bem como o ambiente propício encontram-se explanados a seguir. A para que cada uma exerça, na plenitude, Figura 30. Faixa de Desenvolvimento seu potencial. Assim, o desenvolvimento Humano. representa os índices de humano deve ser centrado nas pessoas e desenvolvimento humano para cada na ampliação do seu bem-estar, localidade e a ordem de maior entendido não como o acúmulo de crescimento.

riqueza e o aumento da renda, mas como a ampliação do escopo das Longevidade: Ter uma vida longa escolhas e da capacidade e da liberdade e saudável é fundamental para a vida de escolher. Nesta abordagem, a renda e plena. A promoção do desenvolvimento a riqueza não são fins em si mesmas, humano requer que sejam ampliadas as mas meios para que as pessoas possam oportunidades que as pessoas têm de viver a vida que desejam. evitar a morte prematura, e que seja Na sua formulação clássica, o garantido a elas um ambiente saudável, IDH é composto por três indicadores, que com acesso à saúde de qualidade, para representam a oportunidade de uma que possam atingir o padrão mais sociedade de ter vidas longas e elevado possível de saúde física e saudáveis, de ter acesso a conhecimento mental. e de ter comando sobre os recursos de Educação: O acesso ao forma a garantir um padrão de vida conhecimento é um determinante crítico digno. Por meio das duas primeiras para o bem-estar e é essencial para o dimensões, pretende-se avaliar a exercício das liberdades individuais, da realização do bem-estar mediante a autonomia e da autoestima. A educação adoção de um estilo de vida resultante é fundamental para expandir as de escolhas livres e informadas, a partir habilidades das pessoas para que elas das habilidades e conhecimentos possam decidir sobre seu futuro. acumulados. Já o comando sobre Educação constrói confiança, confere recursos indica se esse processo se deu dignidade e amplia os horizontes e as livre de privações das necessidades perspectivas de vida. básicas, como as de água, alimento e moradia. Os municípios do CISVALE Renda: A renda é essencial para foram analisados conforme a acessarmos necessidades básicas como longevidade, educação e renda, estes água, comida e abrigo, mas também

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para podermos transcender essas os mais altos vincularam-se ao necessidades rumo a uma vida de crescimento dos índices de longevidade.

escolhas genuínas e exercício de A condição socioeconômica da liberdades. A renda é um meio para uma região, portanto, é adequada e embora série de fins, possibilita nossa opção por as diferenças de IDHM, pode-se dizer alternativas disponíveis e sua ausência que o índice é alto, uma vez que para os pode limitar as oportunidades de vida. principais polos ele é superior a 0,7.

O IDHM é um número que varia 2.3.6 Aspectos Ambientais entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano. A Tabela 9 representa a régua das faixas Da população que reside nos de desenvolvimento. Os dados municípios pertencentes ao CISVALE, analisados para o CISVALE não mostram 65,54% estão na zona rural. Estes IDHM baixo nos municípios, sendo que buscam o seu subsídio de sobrevivência

Tabela 9. Desenvolvimento Humano para cada município do CISVALE.

Fonte: IBGE (2018)

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através da pecuária, pesca, agricultura e acabará degradando progressivamente o artesanato. A população urbana também ambiente natural.

é atendida 100% por produtos do A maneira ideal de regularizar e agronegócio e agricultura familiar, ou compensar o uso de recursos naturais é seja, a fonte de manutenção de seu a partir da gestão equilibrada nas trabalho da população rural e fonte de próprias empresas que geram impacto alimento da população urbana são ambiental, que para funcionarem provindas diretamente dos recursos necessitam de licenciamento nos órgãos naturais existentes na região. Para estes ambientais municipais e estadual. A casos, verifica-se a constante gestão ambiental trata-se de uma preocupação e necessidade da maneira administrativa no qual prioriza preservação da fauna e flora local, métodos e ações que favorecem o uso visando assim não extinguir a racional dos recursos naturais, biodiversidade que sustenta e alimenta minimizando os impactos ambientais das diversas famílias. atividades econômicas e industriais.

Em contrapartida, nos polos Com isso, a política de gestão de industriais econômicos busca-se a resíduos sólidos deve focar na produção em largas escalas. Todo o organização e fiscalização das licenças processo produtivo contribui ambientais, objetivando o cumprimento positivamente para a economia regional, das medidas compensatórias nelas porém acaba gerando passivos indicadas e nos procedimentos ambientais a partir da geração de operacionais descritos nestes efluentes e de resíduos que podem documentos. contaminar o ar, a água e o solo. Os

municípios de Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Rio Pardo e Vera Cruz 2.3.7 Projetos Existentes

possuem grandes indústrias que movimentam a economia regional. Existem projetos ambientais Durante o processo produtivo são relativos a gestão de resíduos sólidos em extraídas matérias do meio ambiente e quase todos os municípios do CISVALE. consequentemente gerado resíduos, que Ainda que desconexos e descontinuados, se não for realizada de maneira correta, cada governo local, através dos setores

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos de meio ambiente, restam por executar ambiental. A abordagem dá-se atividades que contemplam as diretrizes diretamente no quesito da importância da Política Nacional de Resíduos Sólidos. da separação dos resíduos sólidos Foram detectados alguns programas e domiciliares, uma vez que a separação projetos como mais significativos dentro prévia deste material viabiliza o trabalho dos Planos Municipais de Resíduos dos cooperados, contribui para Sólidos de cada município, os quais são preservação ambiental e fortalece o referidos neste subitem do estudo. sistema de gerenciamento de resíduos

sólidos urbanos.

2.3.7.1 Resíduos Recicláveis Figura 31. Folder material distribuído pela cooperativa Acootrali.

O foco dos projetos ambientais, inclusive por uma questão de sustentabilidade econômica da medida, é a gestão de resíduos recicláveis. Os principais projetos são:

Fonte: Cooperativa Acootrali. a) Cooperativa Accotrali em Vera Cruz: São realizadas atividades de educação ambiental, como palestras e Figura 32. Folder material distribuído pela cooperativa Acootrali. rodas de conversa, sempre que solicitada pelas escolas, associações comunitárias e outros grupos interessados. A cooperativa realiza campanha no sistema porta a porta, explicando diretamente para a população qual a melhor forma de separar os resíduos, o que torna seu Fonte: Cooperativa Acootrali. trabalho de extrema relevância social e

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b) Projeto Meio Ambiente: animais e vegetais e os problemas Projeto de sensibilização dos alunos da locais. Outra ação é a confecção e Escola Municipal de Ensino Fundamental instalação de latas de lixo apropriadas Elemar Guilherme Kroth Os objetivos do para a coleta de material reciclável. projeto são: (i) conscientizar Figura 33. Visita dos alunos, professores e equipe diretiva a Acootrali e alunos desenvolvendo atividades na horta escolar. quanto à importância do meio ambiente e sua preservação para manter o equilíbrio natural do planeta; (ii) Incentivar o uso consciente da água e práticas de reaproveitamento e reciclagem de materiais (como garrafas plásticas e papel), deixando Fonte: Tânia Jost explícitas as Ainda são realizadas oficinas de vantagens desta ação. Há outros reciclagem, ensinando a separar e como objetivos elencados, como identificar reaproveitar e construir brinquedos ou diferenças, tanto nas espécies animais utensílios com material reciclado. O como vegetais, entre outros. projeto prevê ainda a criação e A metodologia utilizada é o manutenção da horta escolar, entre conhecimento da realidade por meio de outras ações. atividades. Uma delas são passeios pelos

arredores da escola ou em algum parque arborizado (com devido policiamento e c) Palestras em Vera Cruz: Em acompanhamento, mediante aprovação 2018, a Prefeitura Municipal de Vera dos pais) visando identificar espécies Cruz conseguiu, junto à Fundação

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Nacional de Saúde (FUNASA), uma sendo realizadas campanhas com 12 verba de R$ 261.924,30 para realizar um grupos do Programa de Atenção Integral projeto de educação ambiental contínua, à Família (PAIF). É importante frisar que num período de 12 meses. O projeto de as campanhas são pontuais. Uma Educação em Saúde Ambiental: sugestão é a inserção de programas de Sustentabilidade e Qualidade de Vida educação ambiental de ações tem por objetivo geral fortalecer o continuadas, uma vez que, para alcançar programa de coleta seletiva desenvolvida melhores resultados, os trabalhos devem pela Associação Comunitária dos ser realizados de maneira intensa. Segue Trabalhadores do lixo de Vera Cruz abaixo o folder distribuído pelo Dema (ACOTRALI), promovendo a inclusão nas campanhas de Coleta Seletiva. social e garantindo que menos resíduos com potencial de reciclagem sejam Figura 35. Folder da campanha de coleta dispostos no aterro. seletiva.

Figura 34. Atividade de educação ambiental e saúde. Parceria DEMA e Redenção do Pardo.

Fonte: Prefeitura Municipal Vera Cruz.

d) Coleta Seletiva em Sinimbu: Fonte: Departamento de Meio Ambiente de O município começou a realizar Sinimbu. campanhas para conscientizar a população em relação à coleta seletiva,

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e) Ponto de Figura 36. Fachada e pátio do ecoponto. recebimento de materiais recicláveis: A central de recebimento de resíduos recicláveis (Ecoponto) foi instalada no ano de 2011, através de um Fonte: Urbana Engenharia. convênio da prefeitura municipal com a seu objetivo é conscientizar a RECICLANIP e também com a ECOLOG, população de que esse material pode com o intuito de destinar pneus, ser reciclado, diminuindo o lixo equipamento eletrônicos, ambiental, além de contribuir com a eletrodoméstricos. O ecoponto está perspectiva institucional de localizado na Rua Júlio Wild, próximo à sustentabilidade.

Estação de Tratamento de água. Atualmente, o ecoponto apresenta um 2.3.7.2 Resíduos Orgânicos passivo ambiental bastante significativo

já que muitos resíduos são depositados de maneira inadequada. Uma grande A grande população residente quantidade é exposta diretamente (a em área rural dos municípios fomenta céu aberto) no solo impermeabilizado, programas vinculados aos resíduos causando contaminação ambiental. orgânicos e seu vínculo com a agricultura familiar, conforme se pode f) Projeto “Bem na tampa” de observar nas descrições a seguir:

Santa Cruz do Sul: Consiste na coleta de tampas plásticas de qualquer tipo a) Projeto Despertar: A Escola (refrigerantes, sorvete, creme dental, Municipal de Ensino Fundamental Jacob margarina, café, produtos de limpeza, Blész está localizada em Linha Henrique etc) e de lacres metálicos de latinhas D‖Ávila, interior do município de Vera para, com a sua venda, reverter fundos Cruz. A escola foi escolhida pela para a Casa de Saúde, com prestação empresa Alliance One para a realização de contas periódica à comunidade. O do Projeto Despertar, projeto de jornada

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos ampliada aos jovens Figura 37. Construção de composteira. estudantes e a comunidade do entorno. O objetivo geral do projeto é a contribuição para o desenvolvimento humano e social de jovens estudantes, Fonte: Suzana Soder mães e das escolas (não soube precisar quais) comunidade escolar, ofertando dispõe de uma composteira no interior atividades socioeducativas, com vistas à de sua instituição educacional. É cidadania e equidade social. O público necessário, porém, o fomento deste alvo são crianças, jovens estudantes do projeto, em que as escolas que já têm 2º ao 9ª ano da Escola Municipal de composteira devem ser incentivadas a Ensino Fundamental Jacob Blész e as dar continuidade às suas ações e as mães dos estudantes. Durante o ano de escolas que ainda não têm devem ser 2018, o projeto atendeu um total de motivadas a implantar o sistema. 120 crianças, 15 mães, 8 professores e parceiros do projeto. São oferecidas c) Informativos em Passo do oficinas de Jardinagem, Hortas Sobrado: A administração pública (compostagem), oficinas culinárias para realiza campanhas de educação as mães, entre outros. ambiental onde é realizada a

distribuição de um folder criado pela b) Programas ambientais vigilância sanitária e distribuído nos Secretarias de Vera Cruz: Dados da diversos setores da prefeitura e nas Secretaria Municipal de Educação, escolas do município, o mesmo é disponibilizados pelo secretário apresentado na Figura 38. municipal, Claúdio Stoeckel, a maioria

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Figura 38. Campanha sobre Decomposição do legislação ambiental. Por esse motivo, Lixo. existem inúmeros projetos e programas dentro desta pauta.

a) Projeto Coletando: No município de Vera Cruz é disponibilizado coletores para a entrega de materiais como pilhas, baterias, aparelhos celulares e carregadores,

medicamentos vencidos, blisters e Fonte: Prefeitura de Passo do Sobrado frascos, agulhas, seringas, ampolas e Este folder foi criado com intuito cartões plásticos. Atualmente, existem de coibir a queima dos resíduos, prática coletores espalhados pela prefeitura, bastante utilizada principalmente pela secretarias, postos de Saúde, hospital, população do interior. Também traz o escolas, Câmara de Vereadores e outros itinerário de coleta dos resíduos órgãos municipais. praticado (apesar de já desatualizado),

informação sobre tempo de b) Recolhimento de óleo decomposição de alguns resíduos e saturado: O óleo de cozinha usado, algumas práticas uteis de reutilização de quando descartado irregularmente, diversos materiais. pode causar grandes danos ao ecossistema aquático, além de 2.3.7.3 Resíduos Especiais impermeabilizar o solo e causar entupimentos nas redes de esgoto e de

drenagem, levando à ocorrência de A problemática dos resíduos inundações. Além dos riscos diretos, especiais também é enfrentada pelos também pode provocar contaminação municípios do CISVALE, através das por uso de produtos químicos utilizados empresas e indústrias geradoras, que são para o desentupimento dessas redes, as responsáveis por esse tipo de resíduo. por liberação de gás metano durante o Em geral, a coleta e tratamento dos processo de decomposição, entre resíduos especiais são financiados pela outros. O resíduo coletado é iniciativa privada, como determina a transformado em biodiesel, sendo

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos reaproveitado em veículos da própria Indústria e Serviço de Venâncio Aires entidade. Esse projeto teve início no (CACIVA), Parceiros Voluntários, ano de 2009 e atualmente vem Brasfumo, AllianceOne e UNIMED. O coletando resíduos em escolas e projeto visa recolher o óleo de cozinha entidades filantrópicas dos estados de descartado pela população e Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do comercializá-lo. A iniciativa busca a Sul. As entidades recebem R$0,50 a inclusão social e geração de renda para cada litro de óleo coletado, sendo esse mulheres de comunidades carentes do convertido em materiais de uso comum município. Para isso, foram implantados para as escolas e entidades. Além do diversos pontos de coleta, entre eles valor pago pelo óleo coletado, a supermercados e o SESC de Venâncio AFUBRA oferece palestras educativas e Aires. materiais didáticos e informativos para Atualmente, a Associação os professores trabalharem em sala de Óleofutura conta com 12 associados e aula. dezenas de voluntários. A Figura 40

apresenta material de divulgação, por meio do qual estimula a doação em Figura 39. Folder da coleta de óleo saturado pela Afubra. pontos específicos, convidando a população em geral para participar da preservação do meio ambiente.

Figura 40. Material de divulgação do Projeto Óleofuturo.

Fonte: AFUBRA (2018)

c) Projeto óleo futuro em Venâncio Aires: Desenvolvido pela Associação Comunitária Óleofutura, fundada em 22 de setembro de 2009, com o apoio da Câmara de Comércio Fonte: Associação Óleofutura

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Figura 41. Folder Coleta Pneus. d) Coleta de Pneumaticos: A prefeitura municipal de Rio Pardo formalizou termo de compromisso de entrega de pneumáticos, com a empresa Ecotires Soluções Ambientais LTDA, do município de – RS. Como não há um ecoponto fixo, o município realizou campanhas de conscientização junto às borracharias sobre a destinação correta dos pneumáticos inservíveis, onde ficou acordado que ambos responsáveis armazenam esses resíduos até a coleta ser realizada pela empresa Ecotires Soluções Ambientais LTDA, conforme Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente. termo de compromisso de coleta.

O município realiza trabalhos de e) Coleta de resíduos divulgação sobre a coleta dos eletrônicos: O Município de Rio Pardo pneumáticos inservíveis, conforme mantém convênio com a empresa Wall- Figura 41. E, inscrita no CNPJ sob nº 26.620.025/0001-81,situada na cidade

de Cachoeira do Sul/RS. O município, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, realiza a divulgação da coleta eletroeletrônicos através dos jornais locais, mídias sociais e panfletos informativos, conforme Figura 42

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Figura 42. Panfleto de Divulgação. As campanhas de conscientização são realizadas, além de jornais da cidade e mídias sociais, através das escolas municipais, utilizando-se dos alunos e professores como mediadores e multiplicadores da importância da coleta e destinação ambientalmente correta desse tipo de resíduo no município, tendo por base na coleta de informações sobre gincanas e ações de coleta dos resíduos junto às

escolas municipais. Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

f) Coleta de resíduos eletrônicos em Vale do Sol: Os aparelhos eletrônicos Essa coleta ocorre diariamente, como computadores, televisores e pois o município possui ecoponto fixo celulares são recolhidos em campanhas para armazenamento dos resíduos, realizadas pelo Departamento de Meio situado junto à Secretaria de Meio Ambiente do município, conforme pode Ambiente, conforme figuras abaixo. Essa ser observado na Figura 45. Na última destinação ocorre de forma gratuita, não campanha, realizada em junho de 2018, gerando nenhum ônus aos cofres foi recolhido pela empresa Natusomos públicos. um total de 15 m³ de resíduos eletrônicos. A licença de operação para Figura 43. Depósito de Material Eletrônico. transporte de resíduos eletroeletrônicos da empresa citada acima é de n° 02611 /2018. Após a coleta desse resíduo, é realizada a descaracterização, separação, moagem. Ele então volta para as indústrias e é transformando em matéria prima reutilizável no mercado

Fonte: Urbana Engenharia.

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g) Coleta de resíduos ocorre de forma gratuita, não gerando eletrônicos em Pantano Grande: O nenhum ônus aos cofres públicos. município de Pantano Grande mantém convênio com a empresa Davidson h) Coleta de Pilhas e Baterias Augusto Hirt – EIRELLI – ME em Pantano Grande: O município de, (Natusomos Lixo Eletrônico), inscrita mantém convênio com a empresa sob CNPJ nº 17.995.224/0001-83, Davidson Augusto Hirt – EIRELLI – ME situada na cidade de – RS. (Natusomos Lixo Eletrônico), inscrita O município, através da Secretaria de sob CNPJ nº 17.995.224/0001-83, Mineração e Meio Ambiente, realiza a situada na cidade de Horizontina – RS. divulgação da coleta eletroeletrônicos O município, através da Secretaria de através dos jornais locais e mídias Mineração e Meio Ambiente, realiza a sociais. divulgação da coleta de pilhas e baterias através dos jornais locais e Figura 44. Flyer de Divulgação. mídias sociais. Essa coleta, geralmente, ocorre durante uma semana, pois o município não possui ecoponto fixo para armazenamento. Essa destinação ocorre de forma gratuita, não gerando nenhum ônus aos cofres públicos.

i) Coleta de Pilhas de Baterias em Sinimbu: Segundo Fabiana Knod (2018), as pilhas e baterias da prefeitura são acondicionadas em

Fonte: Página do Município nas redes sociais garrafas pet e posteriormente são (2018). encaminhadas para o eco ponto na EMEF Gloria. A escola destina as pilhas Essa coleta, geralmente, ocorre e baterias no eco ponto do durante uma semana, pois o município Supermercado Miller (Santa Cruz do não possui ecoponto fixo para Sul), e este destina para a Ecolog. De armazenamento. Essa destinação acordo com a Ecolog, esses resíduos são destinados para a empresa E-

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos sucata, tendo como destino a Figura 45. Recolhimento de pilhas e baterias supermercados MILLER. reciclagem, e para empresa Utresa, onde as pilhas e baterias vão para aterros.

j) Coleta de pilhas e baterias em Vale do Sol: As pilhas e baterias são recebidas da população em geral nos pontos de coleta e em campanhas. Elas são destinadas, anualmente, a Fonte: Urbana Engenharia. empresas que possuem todas as licenças ambientais. Quando é l) Coleta de medicamentos em necessário o descarte, o Departamento Santa Cruz do Sul: As farmácias de Meio Ambiente entra em contato municipais oferecem, gratuitamente, com empresas interessadas em para a comunidade, o recolhimento de recolher. medicamentos vencidos, blisters e

frascos no hall de entrada. k) Coleta de pilhas e baterias em Santa Cruz do Sul: O supermercado Figura 46. Recolhimento de medicamento Miller destina para Ecolog Serviços vencido, blisters e frascos. Ambientais. Segundo a Ecolog, esses resíduos são destinados para a empresa E-sucata tendo como destino a reciclagem, e para empresa Utresa, onde essas pilhas e baterias vão para aterros.

Fonte: Urbana Engenharia.

m) Recolhimento de medicamentos vencidos em Venâncio Aires: A UNIMED oferece, gratuitamente, para a comunidade, o

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

recolhimento de medicamentos resíduos sólidos urbanos; Companhia vencidos, blisters e frascos no hall de Riograndense de Valorização de entrada. Resíduos, na prestação de serviços vinculados a vertente de resíduos sólidos Figura 47. Recolhimento de medicamentos em saneamento; Ambinew Coleta de vencidos, blisters e frascos. Lixo Séptico Ltda, responsável pela coleta, transporte e destinação final dos Resíduos de Saúde.

2.4.1 Prestadores de Serviço de Coleta de Resíduos

A empresa santacruzense Fonte: Urbana Engenharia Conesul Soluções Ambientais atende a maioria da população do CISVALE em seis contratos de coleta, transporte e 2.4 ATORES REGIONAIS transbordo com os municípios. Possui sua sede localizada em Santa Cruz do

A característica cultura de Sul, cidade da região centro do Rio integração da região também refletiu em Grande do Sul. De forma estratégica, sua uma tendência de organização do posição geográfica permite um controle mercado em torno dos mesmos mais ágil pelos quatro cantos do Estado. prestadores de serviços para coleta, A Figura 48 apresenta a importância transporte e destinação final de resíduos. deste player no processo de gestão de Os playeres mais presentes nos resíduos sólidos, 92,37% dos resíduos municípios do CISVALE são: Companhia produzidos no CISVALE são coletados e Riograndense de Saneamento, na transportados até a unidade de prestação de serviços vinculados a transbordo ou aterro sanitário pela saneamento básico mais especificamente empresa Conesul. para SAA e SES; ConeSul Soluções Ambientais, na prestação de serviços

vinculados a coleta e transporte de

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

pontuais no desenvolvimento do traba-

Figura 48. Porcentagem de resíduos coletados e lho, as visitas técnicas nos municípios transportados pela empresa Conesul. clientes do CISVALE indicaram o bom desempenho da prestação do serviço, 7,63% inexistindo críticas correntes nas opera- ções de coleta.

2.4.2 Prestadores de Serviço de 92,37 % Destinação Final de Resíduos

Outras empresas Conesul Com relação a gestão de Fonte: Urbana Engenharia. resíduos sólidos, a empresa Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos Sólidos detém contratos com 10 dos 13 De acordo com as informações municípios do CISVALE, estabelecendo a fornecidas pelo website, a empresa seguinte proporção com os demais locais Conesul é especializada na prestação de de destinação de resíduos sólidos. serviços para empresas privadas e Prefeituras Municipais, realizando a gestão total de resíduos, manutenção Figura 49. Proporção de resíduos destinados dos municípios atendidos pela Companhia urbana, coleta, transporte e destinação Riograndense de Valorização de Resíduos. final de resíduos sólidos, coleta e desti- 2,17% nação final de resíduos de saúde, coleta de óleo vegetal usado, manutenção de Outras redes hidráulicas e capina e varrição empresas CRVR mecanizada de vias públicas em aproxi- 97,83% madamente 50 municípios do Rio Grande do Sul. Além da coleta de resíduos convencional a Conesul Fonte: Urbana Engenharia. também executa coleta de resíduos conteinerizada com a robotização do De acordo com a Figura 49, o sistema. Embora existam problemas aterro sanitário da CRVR localizado em

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Minas do Leão é o local de destinação Figura 50. Aterros sanitários da CRVR no Rio Grande do Sul. final de quase a totalidade dos municípios do CISVALE. A empresa também detém um monopólio do setor de destinação final no Rio Grande do Sul, com empreendimentos em locais estratégicos do território do Estado.

Conforme informação disponibili- zada no website da CRVR, a empresa dispõe os aterros sanitários indicados na Figura 50. Fonte: CRVR Segundo informações da empresa em seu website institucional, o de condensado e queima controlada em aterro sanitário de Minas do Leão onde flare enclausurado, o que possibilita uma 97,83% dos resíduos do CISVALE são redução anual em torno de 170 mil destinados é projetado para atender uma toneladas de CO². A CRVR inaugurou no capacidade total de 23 milhões de ano de 2015 uma unidade de geração de toneladas, com prazo de operação energia, tendo como combustível o estimado em duas décadas. A central aproveitamento do biogás obtido da está instalada em uma área de 129 decomposição dos rejeitos depositados. hectares, dos quais 84 são reservados A unidade geradora tem uma potência para receber resíduos. Fazem parte do de 8,5 MWh, podendo atender uma processo operacional uma área reservada população de aproximadamente 100 mil para o aterro sanitário e uma estação de habitantes. tratamento para efluentes líquidos – Além dos resíduos oriundos dos composta por filtros biológicos, lagoa municípios do CISVALE, o aterro recebe aerada e lagoas facultativas –, além de resíduos domiciliares de outros quase 70 dois banhados construídos com área de municípios gaúchos. A estrutura tem 20 mil m². Atualmente em operação, capacidade para receber 90 mil tonela- sua estrutura é composta por um das de resíduos por mês e possui capaci- sistema de coleta e oxidação térmica do dade operacional de funcionamento biogás, sopradores, tanque de separação superior ao deste plano. A infraestrutura

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é capaz de receber resíduos 24 horas por A estrutura operacional do aterro dia, sendo depositados em áreas proje- sanitário de Minas do Leão é adequada e tadas para esta finalidade. sua condição de manutenção é boa, não

havendo – na análise técnica deste Figura 51. Valas de Disposição de Resíduos estudo – apontamento acerca de sua Sólidos. operação.

2.4.3 Prestadores de Serviço de Abastecimento de Água e Esgoto

Fonte: CRVR. Os sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário dos muni- Os locais de disposição final são cípios do CISVALE estão em sua maioria valas abertas pela mineração de carvão sob responsabilidade da Companhia Rio- mineral, conforme Figura 51, e grandense de Saneamento, empresa pú- posteriormente reconfiguradas para esta blica contratada pelos municípios para finalidade, recebendo camadas de argila desenvolver a distribuição de água e compactada, areia e uma manta de tratamento de esgoto. Embora não seja polietileno, de acordo com as normativas um player diretamente vinculado a ges- técnicas e exigências dos órgãos tão de resíduos sólidos, cabe a CORSAN licenciadores. e os municípios o planejamento destes

dois eixos do saneamento básico. Figura 52. Tratamento para efluente líquidos das valas. A empresa foi criada em 21 de dezembro de 1965 e oficialmente insta- lada em 28 de março de 1966 e abas- tece atualmente, conforme dado do seu website, cerca de 6 milhões de gaúchos, que representa 2/3 da população do Estado, distribuídos em 316 municípios clientes. Fonte: CRVR.

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estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem

3 PANORAMA DOS SERVIÇOS DE industrial, doméstica, hospitalar, LIMPEZA URBANA E MANEJO DE comercial, agrícola, de serviços e de RESÍDUOS SÓLIDOS varrição. Ficam incluídos nesta definição

os lodos provenientes de sistemas de A construção de cenários de tratamento de água, aqueles gerados em prognóstico para os resíduos sólidos da equipamentos e instalações de controle região passa pela análise do panorama de poluição, bem como determinados atual, dos conceitos técnicos e do en- líquidos, cujas particularidades tornem tendimento destes conceitos em cada inviável o seu lançamento na rede um dos municípios. Para tanto, a partir pública de esgoto ou corpos de água, ou da bibliografia e do diálogo com os exijam para isso soluções técnicas e agentes em cada uma das treze prefei- economicamente inviáveis em face à turas do CISVALE, ficaram consolidados melhor tecnologia disponível. alguns entendimentos acerca dos Segundo a Lei Federal nº conceitos do saneamento básico. 12.305, de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, em seu artigo 3º, cita que o Poder Pú- 3.1 DEFINIÇÃO DOS CONCEITOS DO blico e a coletividade são responsáveis ESTUDO pela efetividade das ações que envolvam os resíduos sólidos gerados. Cabe aos Por serem elementos de municípios e Distrito Federal a gestão natureza técnica, é importante dos resíduos sólidos gerados em seus apresentar a definição de cada critério territórios. Também, em seu artigo 13, apresentado no Plano Regional. cita que a elaboração de Planos de Ges- tão Integrada de Resíduos Sólidos é con-

dição para os municípios terem acesso a 3.1.1 Resíduos Sólidos Urbanos recursos da União destinados a empre- endimentos e serviços relacionados à

Segundo a NBR 10.004/2004 da limpeza urbana e ao manejo de resíduos ABNT, resíduos sólidos são resíduos nos sólidos.

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3.1.1.1 Estudos Gravimétricos Figura 53. (A) Caminhão compactador utilizado para recolhimentos resíduos e (B) Caminhão que pertencente à secretaria de obras, utilizado esporadicamente, com resíduos coletados na zona rural do município. Foi desenvolvido um estudo gra- vimétrico com a composição dos resí- duos coletados como RSU em cada mu- nicípio, a partir da ABNT- NBR 10.007/2004. A caracterização gravi- métrica é a determinação dos constitu- Fonte: Urbana Engenharia. intes e de suas respectivas percentagens No processo de caracterização, em peso e volume, em uma amostra de os resíduos foram dispostos em locais resíduos sólidos, podendo ser físico, ofertados pelos municípios para este químico e biológico e, com isso, avaliar procedimento, alguns locais possuíam qual o melhor encaminhamento para área parcialmente coberta, o que cada um dos resíduos. possibilitou a gravimetria em um local Nestes termos, a gravimetria foi protegido das intempéries enquanto que realizada nos municípios do CISVALE outros foram dispostos em local com a intenção de obter um conheci- descoberto, a Figura 54 e Figura 55 mento mais aprofundado quanto à demonstram os locais de caracterização quantidade e tipologia dos resíduos ge- de resíduos dos municípios. rados pela população. Este estudo possi- bilita estimar o potencial de aproveita- Figura 54. Método dos montes e pilhas mento dos resíduos gerados, bem como o retorno financeiro advindo deste apro- veitamento.

As coletas para análise da com- posição gravimétrica dos resíduos foram realizadas no período de dezembro de 2018 e janeiro de 2019 por caminhões de coleta dos municípios, a Figura 53 exemplifica os modelos de veículos utili- zados nas coletas. A análise contemplou Fonte: Urbana Engenharia resíduos da zona urbana e rural.

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Figura 55. Separação/triagem nas esteiras. específicos destes materiais, o que poderia ocasionar discrepâncias quanto à representatividade.

Apesar da grande diversidade de categorização dos materiais recicláveis, o estudo foi apoiado na seguinte caracteri- zação:

 Plástico rígido: composto por

todos os materiais plásticos mais rígidos, como garrafas PET e PEAD; Fonte: Urbana Engenharia  Plástico-filme: compreende o A determinação da composição plástico mais flexível, geralmente uti- gravimétrica dos resíduos sólidos do- lizado para envolver materiais, como mésticos apoiou-se na metodologia con- fardos de bebidas ou alguns eletro- tida na ABNT NBR 10.007/2004, utili- domésticos; zando-se da técnica amostra de montes  Vidro cristal: composto por vidros e pilhas. Durante a separação dos resí- transparentes; duos, procurou-se obter o maior apro- veitamento dos mesmos, apesar da  Vidro colorido: composto por vi- grande perda da reciclabilidade pelo dros de distintas colorações;

contato entre distintas tipologias de resí-  Papel: composto por papel, pa- duos. pelão, revistas, envelopes e similares;

Ainda, a caracterização conside-  Sucata: principalmente rou apenas os resíduos com característi- materiais de ferro fundido e latão, tais cas de domésticos. Foram relatados os como latas de conserva, latas de tinta materiais cuja característica é adversa, imobiliária, etc; dada a importância do conhecimento  Alumínio: materiais de alumí- destas ocorrências. Porém, enquanto nio, tais como latinhas de bebidas, composição global, a sua inclusão junto utensílios domésticos, etc; aos percentuais seria um equívoco me-  Tetrapack: embalagens Tetra- todológico pela imprecisão dos pesos pack, tais como caixas de leite, de io-

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos gurte, de creme de leite, de sucos, Tabela 10. Fonte: Urbana Engenharia. etc; Data da análise Município  Isopor: bandejas, placas e fra- gravimétrica ções quaisquer de isopor que não Mato Leitão 26/09/2018 13/12/2018 contenham resíduos de carne ou su- Pantano Grande 28/12/2018 jeiras diversas muito impregnadas; Passo do Sobrado 10/09/2018  Orgânico: composto por res- Rio Pardo 11/12/2018 29/01/2019 tos de comidas, vegetais e animais, 30/01/2019 Santa Cruz do Sul cruas e cozidas; 31/01/2019  Rejeitos: composto por todos 01/02/2018 10/09/2018 os materiais que não possuem al- Sinimbu 18/12/2018 guma forma viável de reciclagem, 26/09/2018 Vale do Sol como roupas e sapatos muito velhos, 28/09/2018 Vale Verde 17/12/2018 fraldas, papel higiênico, materiais 14/01/2019 muito sujos, etc; 15/01/2019 Venâncio Aires 16/01/2019  Outros: Materiais diversos, 17/01/2019 que não se caracterizam como resí- 18/01/2019 duos sólidos urbanos, demandando 03/12/2018 04/12/2018 destinações diferenciadas, incluindo Vera Cruz 05/12/2018 roupas passíveis de doações. Exem- 06/12/2018 plos: resíduos dos serviços de saúde, 07/12/2018 Fonte: Urbana Engenharia medicamentos, eletroeletrônicos, pneus.

Os estudos gravimétricos obser- varam as composições dos resíduos sóli- Os estudos gravimétricos foram dos das populações dos municípios do desenvolvidos em todos os municípios CISVALE, no qual a Tabela 11 expõe do CISVALE, com exceção de Candelária quantitativamente a geração de resíduos e Herveiras, que já tinham informações levantados em campo. acerca da composição dos resíduos coletadas. As rotinas de gravimetria foram desenvolvidas nos dias indicados na Tabela 10.

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Tabela 11. Geração de resíduos do CISVALE.

Fonte : Urbana Engenharia

Os resíduos sólidos urbanos dos municípios podem possuir em sua Figura 56. Percentual das classes de resíduos composição resíduos recicláveis, em cada municípios em relação ao montante gerado no CISVALE. orgânicos, rejeitos e outros. Conforme

Figura 56, explana-se a porcentagem de

resíduos conforme a classe que os municípios representam em ralação ao

total gerado no CISVALE:

Fonte: Urbana Engenharia 94

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Os municípios de Rio Pardo, Figura 58. Porcentagem total das classes de resíduos para todo o sistema de geração do CISVALE. Santa Cruz Venâncio Aires, Candelária e Vera Cruz são os grandes geradores de resíduos recicláveis, orgânicos, rejeitos do CISVALE, sendo responsáveis pela geração de, respectivamente, 88,91%, 95,79% e 84,03%. A geração de resíduos concentrada em cinco municípios dá-se principalmente pelo crescimento Fonte: Urbana Engenharia dos núcleos urbanos concomitante com o desenvolvimento do Aproximadamente 33% dos comércio e indústria. A porcentagem resíduos sólidos produzidos no CISVALE total dos resíduos sólidos urbanos, possuem potencial de reciclagem, parte conforme as classe, é dada de acordo dele é coletado por cooperativas, com a Figura 58. associações e catadores autônomos

Figura 57. Porcentagem da participação dos municípios do CISVALE quanto a geração de resíduos sólidos urbanos.

Fonte: Urbana Engenharia

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enquanto e parte é destinada à aterros interior tem uma característica sanitários, perdendo o seu valor específica, buscou-se consolidar as comercial. Os resíduos urbanos estimativas de geração dos núcleos configuram a segunda categoria de urbanos, onde o sistema de coleta de geração, abrangendo 31,29% da geração resíduos e destinação tem processos e total de resíduos. A parcela de rejeitos - ciclos mais padronizados, além de fração que não possui alternativa além representar majoritariamente o impacto da destinação em aterros sanitários - volumétrico da geração.

contempla 29,51% da geração total. A categoria outros é destinada de maneira 3.1.2 Resíduos Sólidos de irregular em containers e lixeiras que por Saneamento (RSan) fim chegam até os aterros sanitários, estes contemplam a menor parcela de

6,22%. Os resíduos de serviços públicos A Figura 57 explana a de saneamento são os gerados em ativi- representação de cada município dades relacionadas ao tratamento da pertencente ao CISVALE no que pese a água (Estação de Tratamento de Água – geração de resíduos sólidos ETA), ao tratamento do esgoto sanitário indiferentemente das classes. (Estação de Tratamento de Esgoto – ETE), e a manutenção dos sistemas de A concentração da geração total drenagem e manejo das águas pluviais. dos resíduos sólidos é visivelmente observada no gráfico acima, identifica-se Os resíduos da ETA são consti- que os principais geradores são os tuídos basicamente por materiais remo- municípios de Santa Cruz do Sul vidos da água bruta e por produtos quí- (47,68%), Venâncio Aires (19,25%), Rio micos adicionados à água durante o tra- Pardo (9,65%), Vera Cruz (7,42%) e tamento. Geralmente, os resíduos apre- Candelária (6,92%). O montante de sentam baixa biodegradabilidade, alta geração de resíduos destes municípios concentração de sólidos totais, agentes configura 90,92% do gerado no patógenos e, casualmente, metais pesa- CISVALE. dos. São gerados, principalmente, nos decantadores, nos flotadores e nos fil- Considerando que o tros. comportamento das coletas de RSU no

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Os Resíduos gerados nas Esta- objetos perfurocortantes, efetiva ou po- ções de Tratamento de Esgoto – ETEs tencialmente contaminados e rejeitos dependem do tipo de sistema adotado e radiativos, que necessitam de cuidados do efluente tratado. Porém, todos envol- específicos de acondicionamento, trans- vem uma grande carga de matéria orgâ- porte, armazenamento, coleta e trata- nica, gerando resíduos provenientes do mento. gradeamento, areia, sólidos de maior O tratamento destes resíduos dimensão e lodo. consiste na aplicação de métodos, técni- A CORSAN responsável pela ge- cas ou processos que alteram as carac- ração de resíduos de 05 municípios e as terísticas físicas, físico-químicas, quími- prefeituras municipais de 08 municípios cas ou biológicas dos resíduos. Estes não dispõem da rotina de destinação dos processos podem promover a sua des- RSan, mas a responsabilidade é do gera- caracterização, visando à minimização dor e feito, em geral, dentro do próprio do risco à saúde pública, a preservação sistema de tratamento da qualidade do meio ambiente, a se-

gurança e a saúde do trabalhador. De acordo com a RDC ANVISA nº 3.1.3 Resíduos Sólidos de Saúde 306/04 e a Resolução CONAMA nº (RSS) 358/05, os RSS são classificados em

cinco grupos: A, B, C, D e E. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), entende-se por Resí- Grupo A - Engloba os componentes com duo do Serviço de Saúde (RSS) todo possível presença de agentes biológicos aquele resíduo gerado por prestadores que podem apresentar risco de infecção. de assistência médica, odontológica, la- Ex: Placas e lâminas de laboratório, car- boratorial, farmacêutica, instituições de caças, peças anatômicas (membros), te- ensino e pesquisa relacionados à popula- cidos, bolsas transfusionais contendo ção humana ou veterinária. Além disso, sangue, dentre outras. incluem-se aqueles itens com potencial de risco, em função da presença de Grupo B - Contém substâncias químicas materiais biológicos capazes de causar que podem apresentar risco à saúde pú- infecção, produtos químicos perigosos, blica ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabili-

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dade, corrosividade, reatividade e toxici- mento. Os empreedimentos privados dade. Ex: medicamentos apreendidos, também tem essa responsabilidade com reagentes de laboratório, resíduos con- a destinação correta do RSS.

tendo metais pesados, dentre outros. Grupo C - Quaisquer materiais resultan- 3.1.4 Resíduos Sólidos da tes de atividades humanas que conte- Construção Civil (RCC) nham radionuclídeos em quantidades

superiores aos limites de eliminação es- pecificados nas normas da Comissão Na- Os resíduos da Construção Civil cional de Energia Nuclear (CNEN), como, consistem em resíduos provenientes de por exemplo, serviços de medicina nu- construções, reformas, reparos, demoli- clear e radioterapia etc. ções de obras e preparação e escavação de terrenos. Dentre os materiais encon- Grupo D - Não apresentam risco bioló- tram-se tijolos, blocos cerâmicos, con- gico, químico ou radiológico à saúde ou creto em geral, solos, rochas, resinas, ao meio ambiente, podendo ser equipa- colas, tintas, madeiras e compensados, rados aos resíduos domiciliares. Ex: so- forros, argamassa, gesso, telhas, pavi- bras de alimentos e do preparo de ali- mento asfáltico, vidros, plásticos, tubula- mentos, resíduos das áreas administrati- ções, fiação elétrica, entre outros. In- vas etc. cluem ainda materiais facilmente reci- Grupo E - Materiais perfurocortantes ou cláveis, como embalagens em geral, tu- escarificantes, tais como lâminas de bar- bos e metais. bear, agulhas, ampolas de vidro, pontas Conforme a Resolução do CO- diamantadas, lâminas de bisturi, lance- NAMA nº 307/02 e suas alterações pos- tas, espátulas e outros similares. teriores (Resoluções CONAMA nº

469/2015, nº 448/12, nº 431/11 e nº Todos os municípios do CISVALE 348/04), são classificados da seguinte entendem que a disposição e tratamento forma: dos RSS deve ser feito por empresa ter-

ceirizada contratada exclusivamente para Classe A - são os resíduos reutilizáveis este fim e o fazem para os empreendi- ou recicláveis como agregados, tais mentos públicos, como hospitais, postos como (a) de construção, demolição, de saúde, clínicas e unidades de trata-

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos reformas e reparos de pavimentação e Os municípios pertencentes ao de outras obras de infraestrutura, PEGRS não possuem um Plano Municipal inclusive solos provenientes de de Gestão de Resíduos da Construção terraplanagem; (b) de construção, Civil ou centrais de armazenamento. A demolição, reformas e reparos de responsabilidade do gerenciamento, bem edificações: componentes cerâmicos como a destinação final do material, é (tijolos, blocos,telhas,placas de de cada gerador. São considerados revestimento etc.), argamassa e geradores pessoas físicas ou jurídicas, concreto; e (c) de processo de fabricação públicas ou privadas, responsáveis por e/ou demolição de peças pré-moldadas atividades ou empreendimentos que em concreto (blocos, tubos, meios-fios gerem os resíduos de construção civil ou etc.) produzidas nos canteiros de obras; demolição.

Classe B - são os resíduos recicláveis De acordo com Pinto (1999), o para outras destinações, tais como resíduo gerado pela construção civil plásticos, papel, papelão, metais, vidros, corresponde, em média, a 50% do madeiras, embalagens vazias de tintas material que entra na obra. Confirmando imobiliárias e gesso; esse percentual, Lima (2001) afirma

Classe C - são os resíduos para os quais que, de todos os resíduos sólidos gerados numa cidade, cerca de dois não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que terços são resíduos domésticos e um permitam a sua reciclagem ou terço vem da construção civil, podendo recuperação; atingir 50% em alguns municípios.

Classe D - são resíduos perigosos A indústria da construção civil é um dos grandes contribuintes do oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou desenvolvimento socioeconômico, sendo aqueles contaminados ou prejudiciais à também o maior gerador de resíduos de saúde oriundos de demolições, reformas toda a sociedade, ao longo de toda a sua e reparos de clínicas radiológicas, cadeia produtiva. A maior preocupação instalações industriais e outros, bem com o tema se dá pela falta de como telhas e demais objetos e gerenciamento sobre todo esse resíduo, materiais que contenham amianto ou devido a muitos municípios não outros produtos nocivos à saúde. possuírem uma política que exija uma

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

destinação final ambientalmente correta. Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. O Os resíduos da construção civil deverão Plano pode ser elaborado de forma ser destinados das seguintes formas: conjunta com outros municípios,

centralizando em consórcios públicos, por exemplo, como é o caso do CISVALE. Classe A - deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou O levantamento de números encaminhados a áreas de aterro de confiáveis sobre os resíduos de resíduos da construção civil, sendo construção e demolição depende de dispostos de modo a permitir a sua informações com agentes externos à administração pública e de difícil utilização ou reciclagem futura; estimativa e mensuração, uma vez que Classe B - deverão ser reutilizados, depende de fatores como aquecimento reciclados ou encaminhados a áreas de da economia da construção civil por armazenamento temporário, sendo fomento de política federal, por dispostos de modo a permitir a sua exemplo. Convém lembrar a ausência de utilização ou reciclagem futura; dados referentes a estes resíduos, Classe C - deverão ser armazenados, apontando para uma necessidade de transportados e destinados em construção de um acervo e conformidade com as normas técnicas sistematização de informações que estão especificas; fora dos órgãos públicos. Poderá ser Classe D - deverão ser armazenados, criada uma sistemática de registro de transportados, reutilizados e destinados fornecedores, procedência, usuários, em conformidade com as normas volumes manejados, entre outros, técnicas especificas. visando construir um banco de dados confiável e atualizado para essa tipologia

de resíduos, uma vez que a geração A Resolução CONAMA nº deste resíduo pode representar ativos 448/2012 estabelece como instrumento para os governos locais. para a implementação da gestão dos

resíduos da construção civil o Plano Municipal de Gestão de RCC, a ser elaborado pelos municípios em consonância com o Plano Municipal de

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

3.1.5 Resíduos Sólidos de Limpeza sas atividades. A Lei n° 11.445/2007 Urbana estabelece ainda que:

Conforme a Política Nacional de “Art. 6º. O lixo originário de Resíduos Sólidos, os resíduos de limpeza atividades comerciais, industriais e de urbana constituem os resíduos serviços cuja responsabilidade pelo originários da varrição, limpeza de manejo não seja atribuída ao gerador logradouros e vias públicas; capinas; pode, por decisão do poder público, ser limpeza de escadarias e monumentos; considerado resíduo sólido urbano”. raspagem e remoção de terra em logradouros públicos; desobstrução e Os resíduos oriundos de estabe- limpeza de bueiros, bocas de lobo e lecimentos comerciais podem incluir-se correlatos; e limpeza de feiras e eventos nos resíduos sólidos domésticos, con- públicos. forme a quantidade de resíduo gerada Os resíduos da varrição são por dia. O estabelecimento pode ser res- constituídos por materiais de pequenas ponsabilizado pelos resíduos gerados, dimensões como areia, terra, folhas, quando estes estiverem acima do esta- além de embalagens, pedaços de belecido pelo poder público, cuja atribui- madeiras, e outros. Já os resíduos verdes ção de fiscalização é do órgão municipal. constituem os provenientes do serviço Portanto, para os estabelecimentos con- de poda, manutenção da arborização de siderados pequenos geradores, a coleta praças, parques e jardins e da capina. será realizada pelo serviço público, desde que as características e a quanti- dade sejam compatíveis com os resíduos 3.1.6 Resíduos Sólidos de Limpeza de origem domiciliar. Urbana

3.1.7 Resíduos Sólidos de Mineração Conforme a Lei Federal n° (RSM) 12.305/2010, os resíduos de estabeleci- mentos comerciais e prestadores de ser- viços são os gerados internamente nes- Na atividade de mineração, existem dois tipos principais de resíduos

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

sólidos: os estéreis e os rejeitos. Os para isso, soluções técnica ou estéreis são os materiais escavados, economicamente viáveis em face da gerados pelas atividades de extração (ou melhor tecnologia disponível. Também lavra) no decapeamento da mina. Estes estão nessa faixa de resíduos os lodos não têm valor econômico e ficam, provenientes de sistemas de tratamento geralmente, dispostos em pilhas. Os de água e aqueles gerados em resíduos estéreis gerados dentro da mina equipamentos e instalações de controle permanecem no local onde se obteve de poluição.

licença ambiental. Segundo a Política Nacional de Já o rejeito é um tipo específico Resíduos Sólidos, instituída pela Lei n° de resíduo sólido. Quando todas as 12.305, de 2010, os geradores de possibilidades de reaproveitamento ou resíduos provenientes de atividades reciclagem já tiverem sido esgotadas e industriais devem elaborar seu próprio não houver solução final para o item ou Plano de Gerenciamento de Resíduos, parte dele, trata-se de um rejeito. Neste cujo conteúdo mínimo é estabelecido caso, as únicas destinações plausíveis pelo artigo 21 da legislação, e o mesmo são o encaminhamento para um aterro deve estar vinculado a esse Plano sanitário licenciado ambientalmente ou a Estratégico Regional. incineração. A NBR 10.004/2004 classifica os resíduos de acordo com sua origem. Eles podem ser industriais, urbanos, de 3.1.8 Resíduos Sólidos Industriais serviços de saúde, de portos, de (RSI) aeroportos, de terminais rodoviários e

ferroviários, agrícolas, radioativos e A resolução CONAMA 313/2002 entulho. Os mesmos são classificados define resíduo sólido industrial como em: todo resíduo que resulte de atividades

industriais e que se encontre nos estados Resíduos Classe I – Perigosos: podem sólido, semissólido, gasoso e líquido, apresentar riscos à saúde pública e ao cujas particularidades tornem inviável o meio ambiente por causa de suas seu lançamento na rede pública de características de inflamabilidade, esgoto ou em corpos d‖água, ou exijam,

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos corrosividade, reatividade, toxicidade e 3.1.9 Resíduos Sólidos patogenicidade; Agrossilvipastoris (RSA)

Resíduos Classe II – Não perigosos: são os resíduos que se encontram listados no Os resíduos agrosilvopastoris são anexo H da presente resolução, sendo analisados segundo suas características alguns deles resíduos de madeira, de orgânicas e inorgânicas. São materiais têxteis, resíduos de considerados resíduos agrosilvopastoris restaurantes, sucata de ferro, papel, de natureza orgânica os resíduos gerados papelão, areia de fundição e resíduos de em culturas perenes (café, banana, plástico; laranja etc.) e temporárias (cana, soja, Resíduos Classe II A – Não inertes: milho, trigo, mandioca, feijão). Nas aqueles que não se enquadram nas criações animais, são considerados os classificações de resíduos classe I e II B resíduos gerados na criação de bovinos, nos termos da norma. Incluem-se, nesta caprinos, ovinos, suínos, aves, entre classe, os resíduos potencialmente outros, bem como os provenientes dos biodegradáveis, combustibilidade ou abatedouros e atividades agroindustriais. solubilidade em água; O fato da região ser fortemente

Resíduos Classe II B – Inertes: quando vinculada à agricultura familiar faz com amostrados conforme NBR 10006/2004 que estes resíduos existam em da ABNT não tiverem nenhum de seus abundância, principalmente na área rural componentes solubilizados a e proporcionalmente maior em concentrações superiores aos padrões de municípios menores, cuja população água, executando-se aspecto, cor, urbana é percentualmente menor. turbidez, dureza e sabor conforme anexo Os resíduos de natureza G desta resolução. inorgânica abrangem os agrotóxicos,

fertilizantes, produtos de uso veterinário e suas embalagens. Também, são Os resíduos industriais são de considerados resíduos agrosilvopastoris responsabilidade dos geradores, os gerados nas atividades florestais. conforme consta no artigo 8 da Lei Estadual nº 9.921/93. Levantamento realizado pela Associação Nacional de Defesa Vegetal

(ANDEF), veiculada pelo Ministério da

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 3.1.9.1 Resíduos Agrosilvopastoris em 1999, indicava que 50% das Inorgânicos embalagens vazias de agrotóxicos no

Brasil eram vendidas ou repassadas sem Os resíduos agrosilvopastoris nenhum tipo de controle. Destas, 25% inorgânicos são todas as embalagens de eram queimadas a céu aberto, 10% produtos veterinários ou não, eram armazenadas ao relento e 15% embalagens de fertilizantes, agrotóxicos, eram abandonadas de forma arbitrária medicamentos, que quando mal no campo. (BARREIRA e PHILIPPI 2002 descartadas acabam gerando problemas apud COMETTI 2009). principalmente junto a rios e córregos. Por meio do Decreto n° Isto acontece pela característica do 4.074/2002, ocorreu a regulamentação pequeno gerador, que vale-se de das Leis Federais 7.802/1989 e quantidades pequenas de embalagens 9.974/2000, dividindo as de produtos agrosilvopastoris sem a responsabilidades a todos os segmentos devida atenção ao seu descarte. Em envolvidos diretamente com os geral, este resíduo é destinado de forma agrotóxicos: fabricantes, revendas incorreta na própria propriedade rural. (canais de comercialização), agricultores A Política Nacional de Resíduos (usuários) e poder público (fiscalizador), Sólidos, por meio da Lei 12.305/2010, para a destinação apropriada das dispõe sobre resíduos agrosilvopastoris embalagens utilizadas. em dois artigos: Visando atender à nova

legislação, os fabricantes de agrotóxicos organizaram-se e, em 2002, criaram o Art. 20. Estão sujeitos à elaboração de Instituto Nacional de Processamento de plano de gerenciamento de resíduos Embalagens Vazias (INPEV), entidade sólidos:(...)

que representa as indústrias fabricantes V - Os responsáveis por atividades de produtos fitossanitários, assumindo, agrosilvopastoris, se exigido pelo órgão de forma autônoma, a gestão e os competente do Sisnama, do SNVS ou do trabalhos relativos à destinação final das Suasa. (...) embalagens vazias de agrotóxicos em Art. 33. São obrigados a estruturar e todo o território nacional. implementar sistemas de logística

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reversa, mediante retorno dos produtos remanescente nos processos empregados após o uso pelo consumidor, de forma na agricultura e agroindústria, além de independente do serviço público de evitar a acumulação de resíduos, limpeza urbana e de manejo dos contribuindo para o controle da poluição resíduos sólidos, os fabricantes, e proporcionando melhores condições de importadores, distribuidores e saúde pública, pode também servir para comerciantes de: a geração de energia limpa e para

I - agrotóxicos, seus resíduos e recuperação de elementos valiosos embalagens, assim como outros presentes nos resíduos, contribuindo produtos cuja embalagem, após o uso, para a fertilização do solo e melhoria na constitua resíduo perigoso, observadas as produção de alimentos (SINIR, 2011). regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou 3.1.10 Resíduos Sólidos dos regulamento, em normas estabelecidas Serviços de Transporte pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do

Suasa, ou em normas técnicas; Os resíduos de serviços de

transportes, segundo a Política Nacional

de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 3.1.9.2 Resíduos Agrosilvopastoris 12.305/2010), especificamente no Orgânicos tocante a resíduos de serviços de transportes terrestres, incluem os resíduos originários de terminais Os resíduos orgânicos gerados na rodoviários e ferroviários, os gerados em agricultura e agroindústria têm potencial terminais alfandegários e em passagens para gerar danos ambientais, se não de fronteira (BRASIL, 2010). Cabe ao forem devidamente tratados. Os gerador a responsabilidade pelo impactos ambientais associados a estes gerenciamento dos resíduos e as resíduos decorrem de grandes volumes e empresas responsáveis por terminais da degrabilidade, que em certos casos é (rodoviários/ferroviários), estando lenta e gera subprodutos tóxicos. sujeitos à elaboração do Plano de Conforme a bibliografia técnica, Gerenciamento de Resíduos Sólidos (Art. o reaproveitamento da biomassa 20º da Lei 12.305/2010).

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Os resíduos originários de 3.2.1 Identificação dos Geradores terminais rodoviários e ferroviários sujeitos a Plano de constituem-se em resíduos sépticos que Gerenciamento de Resíduos podem conter organismos patogênicos, Sólidos como materiais de higiene e de asseio

pessoal e restos de comida. Possuem Conforme o Art. 20 da Política capacidade de veicular doenças entres Nacional dos Resíduos Sólidos, instituída cidades, estados e países. A Agência pela Lei 12.305/2010, estão sujeitos à Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) elaboração de plano de gerenciamento publicou, em 2008, a Resolução RDC de resíduos sólidos os geradores de resí- 56/08 para o controle sanitário de duos sólidos dos serviços públicos de sa- resíduos sólidos gerados nos pontos de neamento básico; os geradores de resí- entrada do país, passagens de fronteiras duos sólidos industriais, cuja produção e recintos alfandegados, além de portos advém de instalações e processos indus- e aeroportos. triais; os geradores de resíduos sólidos Além do resíduo orgânico, são de serviços de saúde, conforme definido geradas embalagens em geral, cargas em regulamento ou em normas estabe- em perdimento, apreendidas ou mal lecidas pelos órgãos do Sisnama e do acondicionadas, resíduos de manutenção SNVS; os geradores de resíduos sólidos dos meios de transportes, entre outros. de mineração, gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios; os estabelecimentos comerci- 3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS ais e de prestação de serviços que gerem GERADORES resíduos perigosos, ou gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não A classificação dos resíduos passa perigosos, por sua natureza, composição pela identificação dos geradores, ou volume, não sejam equiparados aos inclusive aqueles agentes privados resíduos domiciliares pelo poder público sujeitos ao Plano de Gerenciamento de municipal; as empresas de construção Resíduos Sólidos. civil, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do

Sisnama; os responsáveis pelos terminais

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos e outras instalações referidas na alínea previstos na PNRS.A atribuição do poder “j” do inciso I do art. 13 e, nos termos do público abrange a criação de planos para regulamento ou de normas estabelecidas a gestão ambiental das matérias primas. pelos órgãos do Sisnama e, se couber, As pesquisas em soluções na do SNVS, as empresas de transporte; os área de resíduos sólidos refleteM a responsáveis por atividades agrossilvo- demanda da sociedade que carece por pastoris, se exigido pelo órgão compe- mudanças motivadas pelos elevados tente do Sisnama, do SNVS ou do Suasa. custos socioeconômicos e ambientais. Ao A partir da criação da Política serem manipulados de maneira correta, Nacional dos Resíduos SÓlidos em 2010, os resíduos sólidos adquirem valor na qual instituiu no conceito de respon- comercial e podem ser utilizados em sabilidade compartilhada, a sociedade forma de novas matérias-primas ou como um todo – cidadãos, governos, novos insumos. setor privado e sociedade civil organi- A implantação de um Plano de zada – passou a ser responsável pela Gerenciamento trará reflexos positivos gestão ambientalmente adequada dos no âmbito social, ambiental e econô- resíduos sólidos. Atualmente o cidadão mico. Atendendo o tripé da gestão possui responsabilidade tanto pela dis- ambiental tende-se a reduzir o consumo posição correta dos resíduos que gera, dos recursos naturais, proporcionar a quanto como um papel pensante no que abertura de novos mercados, gerando tange o seu potencial de consumidor. trabalho, emprego e renda e conduzir à O setor privado, por sua vez, fica inclusão social, amenizando os impactos responsável pelo gerenciamento ambi- ambientais provocados pela disposição entalmente correto dos resíduos sólidos, inadequada dos resíduos. pela sua reincorporação na cadeia pro- A Política Nacional de Resíduos dutiva e pelas inovações nos produtos Sólidos apresenta os responsáveis pela que tragam benefícios socioambientais, gestão compartilhada dos resíduos sempre que possível; os governos fede- gerados nos municípios do CISVALE que ral, estaduais e municipais são responsá- são sujeitos à elaboração de Plano de veis pela elaboração e implementação Gerenciamento de Resíduos Sólidos, dos planos de gestão de resíduos sólidos, conforme diagramas das figuras da assim como dos demais instrumentos sequencia:

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O acondicionamento Figura 60. Responsabilidades atribuídas durante a gestão do ciclo dos resíduos domiciliares. correto dos resíduos domicili- ares é de responsabilidade direta do gerador. Fica a cargo do mesmo acondicio- nar os resíduos em recipien- tes apropriados e disponibili- zar em lixeiras e container para posterior coleta. Nesse caso, o poder público responsabiliza-se pela coleta, transporte e a destinação Fonte: Política Nacional de Resíduos Sólidos

correta de resíduos orgânicos, Figura 59. Responsabilidades atribuídas durante a gestão do ciclo dos recicláveis e rejeitos. resíduos de limpeza urbana.

Já a responsabilidade da gestão dos resíduos de limpeza urbana desde o acondicionamento até a destinação final é integral- mente do poder público.

Fonte: Política Nacional de Resíduos Sólidos

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Figura 62. Responsabilidades atribuídas durante a gestão do ciclo dos resíduos de construção civil.

Fonte: Resolução CONAMA nº 307/2002

Os resíduos de Figura 61. Responsabilidades atribuídas durante a gestão do ciclo dos resíduos comerciais. construção civil são de responsabilidade dos geradores em todo o seu ciclo. Define-se como geradores pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades ou empre- endimentos que gerem os

resíduos definidos na Fonte: Política Nacional de Resíduos Sólidos. Resolução CONAMA nº geradores. Considera-se neste caso 307/2002. pequenos geradores aqueles que No caso de resíduos gerados no produzem até 120 L/dia de resíduos. comércio, o responsável pela segregação Fica a cargo do gerador o transporte e e acondicionamento é o próprio gerador. destinação final uma vez que a produção A coleta, transporte e destinação podem seja superior a 120L/dia. ser de responsabilidade do município,

contanto que sejam resíduos de escritório e de sanitários de pequenos

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Figura 64. Responsabilidades atribuídas durante a gestão do ciclo dos resíduos industriais.

Fonte: Resolução CONAMA n.º 313/2002

O ciclo de gestão dos resíduos permitam ser lançado na rede pública de industriais é de responsabilidade do esgoto ou corpos receptores. Portanto gerador. Os resíduos sólidos industriais inclui-se o tratamento antes da podem ser considerados como todos os destinação do mesmo.

resíduos que resultem de atividades industriais e que se encontrem nos

estados sólido, semi-sólido, gasoso e líquido no qual suas características não o

Figura 63. Responsabilidades atribuídas durante a gestão do ciclo dos resíduos de serviço de saúde.

Fonte: Resolução nº 306 de 07/12/2004 / ANVISA

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

O manejo dos RSS é entendido externo, coleta e transporte externos e como a ação de gerenciar os resíduos destinação final são de responsabilidade em seus aspectos intra e extra estabele- do gerador quando órgão privado e de cimento, desde a geração até a disposi- responsabilidade do poder público ção final. Por tratar de uma classe de quando se trata de instalações públicas resíduos potencialmente poluidores, os de saúde.

resíduos de serviço de saúde devem ser Os resíduos orgânicos gerados imediatamente segregados e acondicio- durante as atividades de pastoreio de nados de maneira correta após o uso. animais e a agricultura são de Portanto é de responsabilidade do gera- responsabilidade do gerador em todo o dor a segregação, acondicionamento, seu ciclo. Enquanto que, no caso dos identificação, transporte interno e arma- resíduos agrossilvipastoris inorgânicos, zenamento temporário. fica a cargo do gerador apenas as etapas O tratamento pode ser aplicado de acondicionamento e armazenamento. no próprio estabelecimento gerador ou Por tratar-se de embalagens de em outro estabelecimento, a aplicação agrotóxicos, estas contemplam o ciclo da desta técnica modifica as características logística reversa, portanto é de dos riscos inerentes aos resíduos, responsabilidade do fabricante o reduzindo ou eliminando o risco de transporte, tratamento e destinação dos contaminação, de acidentes ocupacionais mesmos.

ou de dano ao meio ambiente .

As etapas de armazenamento

Figura 65. Responsabilidades atribuídas durante a gestão do ciclo dos resíduos agrossilvipastoris orgânicos.

Fonte: Política Nacional de Resíduos Sólidos.

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Figura 67. Responsabilidades atribuídas durante a gestão do ciclo dos resíduos agrossilvipastoris inorgânicos.

Fonte: Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Tendo como fundamentação a vel. No que tange o ciclo dos resíduos Política Nacional de Resíduos Sólidos, a de logística reversa estão envolvidos os implantação de responsabilidades com- geradores, comerciantes, distribuidores, partilhadas durante o transcurso dos re- importadores e fabricantes. síduos desde a fabricação até a destina- É de responsabilidade do gerador ção final influencia o processo produtivo o acondicionamento e armazenamento a transcorrer de maneira mais sustentá- dos resíduos e embalagens de agrotóxi-

Figura 66. Responsabilidades atribuídas durante a gestão do ciclo dos resíduos de logística reversa.

Fonte: Política Nacional de Resíduos Sólidos.

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos cos, pilhas e baterias, pneus, óleos embalagens; lâmpadas fluorescentes, de lubrificantes, lâmpadas e eletrodomésti- vapor de sódio, de mercúrio e de luz cos, de maneira adequada. Os distribui- mista; produtos eletroeletrônicos e seus dores e comerciantes são responsáveis componentes. por efetuar a devolução dos produtos e embalagens aos fabricantes ou importa- 3.2.2.1 Lâmpadas dores. Enquanto que, os fabricantes ou importadores tem o cargo de providen- ciar a destinação ambientalmente ade- As lâmpadas fluorescentes (de quada aos produtos e às embalagens vapor de sódio, mercúrio e de luz mista) reunidos e devolvidos. são conhecidas pelo seu uso econômico e tempo de vida útil mais longo,

contribuindo para minimização da 3.2.2 Sistema de Logística Reversa geração de resíduos. Porém, tem alto potencial poluidor, sendo classificadas

A logística reversa é apresentada como resíduo perigoso e sujeitas à na Política Nacional de Resíduos Sólidos logística reversa obrigatória, conforme a como um instrumento de desenvolvi- Política Nacional de Resíduos Sólidos. mento econômico e social, caracterizado Por isso, são necessárias políticas de por um conjunto de ações, procedimen- gerenciamento destes resíduos a fim de tos e meios destinados a viabilizar a evitar a contaminação ambiental e coleta e a restituição dos resíduos sóli- impacto na saúde da população em dos ao setor empresarial, para reapro- geral. As lâmpadas fluorescentes podem veitamento, em seu ciclo ou em outros ser de formato tubular ou compacto. ciclos produtivos, ou outra destinação Elas são comumente utilizadas nos final ambientalmente adequada. domicílios, comércio, indústria e iluminação pública. A implementação da logística reversa deverá ser realizada de forma Exclui-se desta logística as prioritária, inicialmente, para seis tipos lâmpadas incandescentes de filamento de resíduos: agrotóxicos, seus resíduos e metálico que não possuem mercúrio, embalagens; pilhas e baterias; pneus; cujo processo final consiste na separação óleo lubrificante, seus resíduos em dos componentes (vidro e metais),

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

podendo ser encaminhados às indústrias de beneficiamento. 3.2.2.3 Pneus

3.2.2.2 Pilhas e Baterias O descarte de pneus em locais inadequados, como rios e cursos d―água As pilhas e baterias são definidas em geral, provoca a obstrução da na resolução CONAMA 257/1999, e passagem da água, aumentando o risco estão dentre os resíduos com logística de enchentes nas cidades. Em terrenos reversa obrigatória prevista na Política baldios, por outro lado, os pneus podem Nacional de Resíduos Sólidos. Estes constituir ambiente propício à procriação materiais apresentam várias dimensões, de insetos transmissores de doenças, desde os dispositivos de porte pequeno principalmente a dengue, colocando em até as baterias automotivas. risco a saúde pública.

Ao serem descartados junto ao A gravidade dos problemas resíduo comum, estes produtos podem ambientais e sanitários gerados pelo causar danos ao meio ambiente e riscos descarte incorreto de pneus inservíveis à saúde pública, devido à presença de fez com que a questão fosse objeto de metais pesados. As substâncias tóxicas regulamentação específica, envolvendo a que compõem as pilhas e baterias, indústria de pneumáticos. As exigências quando dispostas inadequadamente, legais contribuíram para a consolidação podem atingir e contaminar solos, água, de uma cadeia logística reversa de coleta e chegar ao organismo humano, por e destinação final desse tipo de resíduo, meio da ingestão de água ou de cuja caracterização constitui o objetivo alimentos contaminados, inalação ou geral deste estudo (PINHEIRO et al, contato dérmico. Os metais pesados, por 2010).

serem bioacumulativos, podem se A Resolução do CONAMA n° depositar no organismo vindo a afetar 416/2009, dispõe sobre a prevenção à funções orgânicas. degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada. Em seu

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos artigo 1º traz a obrigatoriedade da da produção nos municípios da região do logística reversa: CISVALE. É importante ressaltar que

estes materiais contêm chumbo, cádmio, arsênio, mercúrio, bifenilas policloradas Art. 1º Os fabricantes e os importadores (PCBs), éter difenil polibromados, entre de pneus novos, com peso unitário outras substâncias tóxicas que, se superior a 2,0 kg (dois quilos), ficam descartadas como lixo comum, podem obrigados a coletar e dar destinação contaminar o solo e a água, além de adequada aos pneus inservíveis serem acumulados nos organismos dos existentes no território nacional. animais e do homem causando diversos problemas de saúde.

Neste mesmo sentido, a Política Conforme a FEPAM (2009) É Nacional de Resíduos Sólidos traz como necessário evitar que esse material seja obrigatória a logística reversa de pneus destinado para lixões e aterros sanitá- usados. As principais fontes de geração rios. É preciso, ainda, estimular a reci- deste resíduo são borracharias, oficinas clagem desses itens ou a incentivar à mecânicas, comércio com troca de pneu, correta destinação. Devido a suas transportadoras e empresas de características, estes resíduos são transporte em geral. classificados, atualmente, como Classe I.

No Brasil, já existem empresas 3.2.2.4 Eletrônicos especializadas em processos de reciclagem deste tipo de resíduo.

O aumento acelerado do con- 3.2.2.5 Óleos sumo de equipamentos eletrônicos vem acarretando em um novo problema am- biental: o manejo e controle dos volu- Os óleos lubrificantes são produ- mes de aparatos e componentes eletrô- zidos diretamente a partir do refino de nicos obsoletos, conhecidos como resí- petróleo (óleos lubrificantes básicos duos de equipamentos eletroeletrônicos. minerais) ou através de reações químicas O Brasil produz cerca de 2,6 kg por ano a partir de produtos geralmente extraí- de resíduos eletrônicos por habitante e dos do petróleo (óleos lubrificantes bási- não existem informações precisas acerca cos sintéticos). São utilizados em auto-

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

móveis, ônibus, caminhões, motos, trens, aviões, barcos, e num grande nú- 3.2.2.6 Embalagens de Agrotóxicos mero de equipamentos motorizados

como colheitadeiras, tratores e motos- Muito utilizado na área rural, o serras, para lubrificação, em especial dos agrotóxico tornou-se o principal resíduo motores para seu funcionamento. A perigoso da atualidade. A Lei Federal nº troca de óleo lubrificante em veículos é 12.305/2010 dispõe da obrigatoriedade um ato comum, mas poucas pessoas de estrutura e implementação da sabem dos riscos para o ambiente e para logística reversa dos agrotóxicos, seus a saúde humana que o gerenciamento resíduos e embalagens, assim como inadequado do óleo usado pode causar outros produtos cuja embalagem, após o (APROMAC). Este resíduo, classificado uso, constitua resíduo perigoso. como perigoso, está dentre os resíduos obrigados a implementar a logística Para isso, devem-se observar as reversa. A Resolução CONAMA n.º regras de gerenciamento de resíduos 362/2005 dispõe sobre o recolhimento, perigosos previstas em lei ou coleta e destinação final de óleo regulamento, em normas do Sisnama, do lubrificante usado ou contaminado: SNVS, do Suasa, ou em normas técnicas. Ainda, o decreto que regulamenta esta

lei estabelece ao sistema de logística Art. 7º Os produtores e importadores são reversa de agrotóxicos o cumprimento obrigados a coletar todo óleo disponível do disposto na lei federal n.º 7.802/1989 ou garantir o custeio de toda a coleta de e Decreto Federal n.º 4.074/2002. óleo lubrificante usado ou contaminado

efetivamente realizada, na proporção do óleo que colocarem no mercado 3.2.3 Resíduos Sólidos Urbanos conforme metas progressivas (RSU) intermediárias e finais a serem

estabelecidas pelos Ministérios de Meio A partir dos estudos Ambiente e de Minas e Energia em ato gravimétricos elaborados durante revisão normativo conjunto, mesmo que e a elaboração dos planos locais de superado o percentual mínimo fixado. resíduos sólidos urbanos dos municípios

do CISVALE, foi possível chegar na

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos seguinte composição Tabela 12. Estimativas de geração de resíduos nas cidades do CISVALE, considerando apenas as zonas urbanas. estimada de Resíduos População Total Produção de RSU Produção per capita Município Sólidos Urbanos por mês: (hab) (kg/mês) (kg/hab*dia) Santa Cruz do Sul 129.427 2.080.000 0,535 O total de Venâncio Aires 67.140 840.000 0,417 Rio Pardo 38.284 421.000 0,366 resíduos sólidos gerados Candelária 31.306 301.240 0,32 Vera Cruz 24.530 323.613 0,439 no CISVALE é de 4362,57 Pantano Grande 9.269 90.000 0,323 ton/mês (Tabela 12). A Mato Leitão 4.009 70.500 0,586 Passo do Sobrado 6.104 48.410 0,264 relação da geração de Sinimbu 10.031 78.843 0,261 resíduos por pessoa em Vale do Sol 11.732 58.000 0,164 Vale Verde 3.297 13.686 0,138 um município é dada em Gramado Xavier 4297 36.883 0,286 Herveiras 3.018 Sem Informação Sem Informação função do total gerado Totais 342.451 4362573,53 0,315 com a população que o Fonte: Urbana Engenharia. habita. As cidades de insumo nas hortas e floreiras, reduzindo Mato Leitão (0,586Kg/pessoa.dia), Santa assim o volume destinado a aterros Cruz do Sul (0,535 Kg/pessoa.dia), Vera sanitários. A média da produção per Cruz (0,439Kg/pessoa.dia) e Venâncio capta de RSU do CISVALE é de 0,315 Aires (0,417 Kg/pessoa.dia) são os Kg/dia, ficando abaixo do índice nacional municípios com a maior produção de na qual cada pessoa gerou 0,378 Kg/dia resíduos per capta, podendo chegar a (ABRELPE, 2017). um valor 4 vezes maior se comparado ao município de menor produção, no caso Vale Verde onde a geração de 0,138 3.2.3.1 Coleta Convencional Kg/dia de resíduo por pessoa. Os elevados valores podem ser explicados Antes da coleta dos Resíduos pelo descarte irregular de RCC e podas Sólidos Urbanos, deve haver um correto no serviço convencional de coleta de acondicionamento destes, de forma resíduos ou devido a existência de sanitária e ambientalmente adequada contratos fechados mensais quanto ao (MONTEIRO et al., 2001). O volume de resíduos coletados no acondicionamento e armazenamento município. Cidades pequenas possuem o adequado evita acidentes, proliferação hábito de consumir produtos de feiras, de vetores, minimiza o impacto visual e elevando a quantidade de resíduos orgânicos, estes são utilizados como

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

olfativo e facilita a realização da etapa exceder uma semana para evitar da coleta (MASSUKADO, 2004). proliferação de moscas, aumento do

A qualidade da operação de mau cheiro e a atratividade que o lixo coleta e transporte depende diretamente exerce sobre roedores, insetos e outros do acondicionamento, armazenamento e animais (MONTEIRO et al., 2001). da disposição dos recipientes, inclusive O planejamento do sistema de para reduzir a heterogeneidade dos coleta de RSU domiciliares e comerciais resíduos e facilitar a coleta (MONTEIRO leva em conta as características et al., 2001). Esta atenção é topográficas da cidade, o plano viário, as fundamental para, no final do ciclo de convenções de tráfego, o estado de vida dos resíduos, tornar-se possível pavimentação e de calçamento das ruas, uma maior recuperação e reutilização as diferentes zonas de ocupação, os destes. Para que um resíduo possa ser locais de destino final e as quantidades e reciclado, esse precisa ter um as características dos resíduos produzidos determinado grau de pureza e limpeza, (BARROS, 2012).

ou seja, estar disponível, separado de A coleta é, basicamente, feita outros resíduos e sem contaminação segundo um dos quatro sistemas (STRAUCH, 2008). diferenciados:

Coletar o lixo significa recolher e encaminhá-lo, mediante transporte a) Sistema Regular ou adequado, a uma possível estação de Convencional: Executada nas residências transferência, a um eventual tratamento a intervalos determinados, e à disposição final (MORAES et al.). correspondendo à remoção de resíduos Também, destaca-se a necessidade de de tipo domiciliar, comercial e industrial regularidade da coleta, repetindo-se os de pequeno porte. Este sistema regular locais, dias e horários, fazendo a pode ser do tipo porta a porta, em que o população confiar no sistema de coleta e serviço recolhe os resíduos adequar-se a ela (ALMEIDA et al., acondicionados em frente a cada 2000). edificação; ou do tipo ponto a ponto, em Por razões climáticas, no Brasil, o que os resíduos acondicionados são tempo decorrido entre a geração do lixo acumulados em pontos pré- domiciliar e seu destino final não deve

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos determinados, a uma pequena distância material orgânico em geral). A medida média de cada edificação. que o sistema de coleta seletiva evolui, b) Coleta especial: Executada pode-se sofisticar as condições de mediante escala ou a pedido do(s) coleta, aumentando-se o número de interessado(s). Os resíduos provêm da categorias separadas, visando facilitar varrição pública, de unidades de saúde, ainda mais a separação, e, podendo ser restos de limpezas de consequentemente, incrementar o cemitérios, animais mortos, dejetos de potencial de reaproveitamento feiras livres, de festas especiais, pequenas quantidades de entulhos e Em verificação da operação da outros. coleta em campo, todos os municípios c) Coleta realizada pelo do CISVALE estão com o serviço de próprio produtor: Executada quando há coleta convencional adequado com dias incidência de grande volume de lixo. São e horários já estudados e definidos nos resíduos de indústrias, de obras de diferentes Planos Municipais de Gestão engenharia (entulhos), etc. Os de Resíduos Sólidos. Ainda assim, existe produtores devem se responsabilizar boa receptividade para outros tipos de pelo seu eventual tratamento, remoção coleta, como a especial, a própria e a transporte e disposição em locais seletiva. previamente acordados e indicados. d) Coleta Seletiva: Recolhimento dos materiais de forma 3.2.3.1.1 Composição da Coleta que se tenha uma segregação prévia na Convencional fonte (residências, estabelecimentos comerciais e outros), dentre os quais Analisando o percentual das destacam-se como de maior interesse categorias de resíduos orgânicos, comercial o papel, papelão, vidro, resíduos recicláveis, outros e rejeitos na plásticos e metais. Estes materiais, Figura 68, observa-se que os resíduos inicialmente, podem ser considerados recicláveis são encontrados em grandes como lixo seco, coletados então em proporções na maioria dos municípios, separado aos constituintes do lixo que se indicando que aproximadamente 720 decompõem de modo mais rápido toneladas por mês de resíduos que (restos de comida, podas de árvore, possuem valor agregado e possibilidade

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de reciclagem podem ir a aterros municípios interioranos, as cascas de sanitários. frutas e restos vegetais, por exemplo,

Durante o processo de são compostados nas próprias gravimetria, os resíduos encontravam-se residências, evitando sua destinação alocados em sacolas plásticas que por para aterros sanitários. Os resíduos diversas vezes as categorias de resíduos outros são destinados geralmente de estavam misturadas entre si. Este fato maneira irregular para a coleta de justifica a contabilização em grandes resíduos sólidos urbanos devido a porcentagens da categoria rejeitos, pois inexistência de pontos de entrega o material reciclável ao entrar em acessíveis de pilhas, pneus, inservíveis, contato com a matéria orgânica ou entre outros. rejeitos que a contaminem, este resíduo Outro fator relevante na perde seu potencial de reciclabilidade. caracterização dos resíduos sólidos

Os resíduos sólidos urbanos urbanos é a população dos municípios. classificados como orgânicos e outros Na Figura 68, verifica-se que a possuem baixa proporção frente aos quantidade de resíduos gerados é demais resíduos. Por se tratar de diretamente proporcional com o número

Figura 68. Gráfico de percentual de resíduos recicláveis, orgânicos, rejeitos e outros nas cidades pertencentes ao PEGRS do CISVALE.

Fonte: Urbana Engenharia.

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Figura 69. Gráfico de comparação da geração mensal de resíduos sólidos urbanos com a população das cidades pertencentes ao PEGRS do CISVALE.

Fonte: Urbana Engenharia.

de habitantes. Observando os índices Venâncio Aires, Rio Pardo, Vera Cruz e socioeconômicos a tendência dos Candelária.

municípios é de crescimento anual, portanto os municípios devem estar preparados para reorganizações 3.2.3.1.2 Cobertura do Sistema de Coleta Convencional constantes de custos de coleta e

destinação final de resíduos sólidos. Os serviços de coleta Pode-se falar do ponto de vista convencional de resíduos são realizados da macroanálise, que o estudo de por caminhões compactadores ou por resíduos da região do CISVALE depende caminhões com carroceria aberta, exclusivamente de cinco principais atendendo a totalidade da população do geradores de RSU: Santa Cruz do Sul, município. Recomenda-se que para a garantia de eficiência deste sistema, o

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ideal é que a coleta convencional resíduos sólidos urbanos para a recolha apenas os rejeitos, outros e a totalidade da população. matéria orgânica. Mas para que isso Aproximadamente 27% dos resíduos ocorra é fundamental que o município gerado na zona rural não é coletado, disponibilize o sistema de coleta seletiva enquanto que em Candelária, a e que a população em sua totalidade administração municipal possui contrato contribua com os serviços da coleta para prestação dos serviços de seletiva. recolhimento somente dos resíduos

Seguindo pela lógica da coleta recicláveis, ficando a cargo dos convencional, os resíduos devem ser geradores a destinação dos demais coletados em 100% do município, ou resíduos. Os demais municípios possuem seja, tanto na zona urbana com na zona coleta de resíduos sólidos urbanos para a rural. Após a coleta os resíduos são totalidade da população. Na Tabela 13, transportados até a área de transbordo pode ser observado qual empresa realiza para posterior destinação no aterro o serviço de coleta de resíduos sólidos sanitário ou do município é transportado para cada município bom como a direto para o aterro sanitário. O freqüência de coleta, a situação da fluxograma na Figura 70 representa coleta seletiva e os custos mensais. esquematicamente o funcionamento do A situação atual da coleta de sistema de coleta convencional de resíduos sólidos urbanos nos municípios resíduos sólidos nos municípios. do CISVALE é definida diretamente

proporcional de acordo com a população Figura 70. Fluxograma de RSU no sistema de dos mesmos. Uma vez que, quanto coleta convencional de resíduos. maior é a população que os habitam maior será a geração de resíduos sólidos urbanos, acarretando na maior frequência de coletas semanais, o que acarreta na ampliação dos custos de Fonte: Urbana Engenharia funcionários e equipamentos. Percebe-

se que as 05 cidades mais populosas do CISVALE possuem os maiores custos de Os municípios de Sinimbu e coleta e transporte, totalizando Candelária não possuem coleta de

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Tabela 13. Dados de coleta, transporte e custos referentes aos resíduos sólidos.

Fonte: Urbana Engenharia. aproximadamente 88% dos gastos cooperativas, associações ou catadores gerados informados pelos municípios. autônomos a coleta seletiva parcial ou

A coleta seletiva é uma total na zona urbana e/ou rural. Este serviço por muitas vezes possui baixa alternativa para o tratamento dos resíduos, atribuindo-os um novo valor de rentabilidade, necessitando assim do mercado. As cidades de Candelária, apoio financeiro ou material das Passo do Sobrado, Rio Pardo, Santa Cruz prefeituras, no qual foram interpretados do Sul, Sinimbu, Vale Verde, Venâncio e na tabela como custos de coleta. Vera Cruz realizam pelo meio de

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Os resíduos podem ser catadores, coletando entre 10% e 20% encontrados para a coleta de duas dos resíduos sólidos urbanos, apresenta maneiras diferentes, de porta a porta ou um caráter de grande relevância social e a partir de containers, isso depende da ambiental. Eles participam da realização necessidade da periodicidade da coleta de um serviço público cuja ou da capacidade populacional de cada responsabilidade é constitucionalmente município: do governo local e contribuem com o a) Coleta porta a porta: aumento da vida útil dos aterros gerador disponibiliza os resíduos à coleta sanitários, agregando valor em um em lixeiras ou apenas embalados em material que seria considerado rejeito.

sacos plásticos, em frente às residências para que possam ser coletados e transportados em caminhões 3.2.3.1.3 Triagem e Transbordo da Coleta Convencional compactadores ou caminhões abertos.

b) Coleta conteinerizada: Um caminhão compactador, equipado com A distância dos municípios até o um moderno sistema de braços aterro sanitário ou o volume de resíduos robotizados eleva o contêiner sólidos urbanos gerados pela população despejando o lixo em um grande fazem com que as cidades necessitem compartimento compactador. Depois o de área de transbordo de resíduos. O contêiner é recolocado no lugar ficando transbordo configura-se pela passagem sempre a sua disposição. dos resíduos coletados em caminhões compactadores com capacidade de até Enquanto ainda não coletado, o 15 m³ para caminhões de com maior resíduos sólido urbano pode sofrer a capacidade de carga. Este procedimento interferência dos catadores autônomos pode ser feito através de estações de de resíduos recicláveis. O trabalho de transbordo ou apenas em áreas cobertas catador possibilita encontrar na matéria- onde o lixo será despejado em local prima descartada pela população, uma adequado e recolhido por escavadeiras fonte de sobrevivência. Atualmente, que posteriormente disponibilizarão milhares de pessoas que trabalham estes resíduos em caminhões maiores. coletando materiais recicláveis e vendendo para as indústrias de Nos municípios de Candelária, reciclagens. A ação desenvolvida pelos Vale do Sol e Vera Cruz, os resíduos

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sólidos coletados são encaminhados à Em Venâncio Aires, os serviços área de trasbordo, localizada na cidade de transbordo e triagem são realizados de Santa Cruz do Sul, licenciada junto à pela empresa Reciclagem Serrana, com Secretaria Municipal de Meio ambiente, sede no próprio município. Por outro Saneamento e Sustentabilidade de Santa lado, as empresas que prestam os cruz do Sul (SMMASS), com LO Nº serviços de coleta nas demais cidades 100/2015. Após encaminhados até à não citadas não realizam nenhuma área de transbordo, os resíduos são atividade separação ou transbordo dos acondicionados em contêineres que, resíduos. As coletas são executadas com posteriormente, são transportados até o o auxílio de caminhões do tipo aterro sanitário privado em Minas do “compactador” ou “aberto” que, são Leão. A Figura 71 representa a unidade direcionados imediatamente a aterros de transbordo de resíduos no município sanitários após terem suas cargas de Santa Cruz do Sul. completas

Figura 71. Área de transbordo da Conesul.

Fonte: Prefeitura Municipal de Vale do Sol (2014).

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3.2.3.1.4 Análise dos Contratos de Coleta Convencional

Segundo os Tabela 14. Informações de contrato de serviço da coleta de resíduos sólidos urbanos. dados disponibilizados Nº de contrato de Término de Município Empresa pelos Municípios, os prestação de Contrato Conesul Soluções n.º 042/2014 Candelária 05/03/2019 serviços de coleta de Tavares & Santos 5º termo aditivo resíduos domésticos Gramado Xavier Transporte e Serviço nº 083/2018 07/06/2019 Herveiras Sem Informação Sem Informação Sem Informação Eloir Lopes de Melo n.º 070/2014 são realizados por em- Mato Letão 30/06/2019 e Cia LTDA 4º Termo Aditivo presas terceirizadas, Pantano Grande Transportes Linter nº 089/2014 - Passo do Sobrado Eloir Lopes de Melo 021/2018 28/02/2019 exceto em Vale Verde. Rio Pardo Conesul Soluções nº 100/2013 - Santa Cruz do Sul Conesul Soluções n.º065/2014 24/03/2020 Na Tabela 20, são Sinimbu Ede Jamir do n.º067/2016 - demonstrados dados Vale do Sol Conesul Soluções n° 93/2017 - Conesul Soluções 125/2015 Venâncio Aires 25/10/2019 referentes aos contra- Ambientais 6º Termo aditivo Vera Cruz Conesul Soluções - - tos de prestação de Fonte: Urbana Engenharia. serviços repassados até a presente data con- tratos atualizados de todos os Municípios.

3.2.3.1.5 Análise do Transportes de RSU

econômica e sanitária, de modo a suprir O transporte complementa a também as necessidades de pessoal e de etapa de coleta, sendo caracterizado recursos para manutenção dos veículos pelo deslocamento entre o ponto de (BARROS, 2012). Os caminhões término desta coleta até as estações de responsáveis pela coleta dos resíduos transbordo ou as unidades de tratamento sólidos são caminhões que possuem ou de disposição final. cordões de solda contínuos para evitar o A escolha dos tipos de veículos a vazamento de líquidos oriundos da serem empregados baseia-se em carga. O limite de ruído da operação é considerações de ordem técnico- definido pela NBR 8433.

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Tabela 15. Informações do processo de transporte de resíduos.

Município Responsável pela coleta Destino Transbordo > Aterro Sanitário – Candelária Conesul Soluções Ambientais (Urbano) CRVR Minas do Leão Aterro Sanitário – Meioeste Gramado Xavier Transporte e Serviço do Vale Ambiental Ltda Herveiras Sem Informação Sem Informação Aterro sanitário – CRVR Minas do Mato Leitão Eloir Lopes de Melo e Cia LTDA Leão Aterro Sanitário – CRVR Minas do Pantano Grande Transportes Linter LTDA Leão Aterro Sanitário – CRVR Minas do Passo do Sobrado Eloir Lopes de Melo & cia LTDA Leão Aterro Sanitário – CRVR Minas do Rio Pardo Conesul Soluções Ambientais Leão Conesul Soluções Ambientais Transbordo Santa Cruz do Sul Santa Cruz do Sul TAZAY Transportes LTDA Aterro Sanitário Minas do Leão Transbordo > Aterro Sanitário Ede Sinimbu Ede Jamir do Santos–ME Jamir dos Santos- ME Transbordo > Aterro Sanitário – Vale do Sol Conesul Soluções Ambientais CRVR Minas do Leão Secretaria de Obras, Viação, Trânsito e Aterro Sanitário – CRVR Minas do Vale Verde Serviços Leão Conesul Soluções Ambientais Transbordo Venâncio Aires Aterro Sanitário – CRVR Minas do Ecopal Reciclagem e Transporte Ltda Leão Transbordo > Aterro Sanitário – Vera Cruz Conesul Soluções Ambientais CRVR Minas do Leão Fonte: Urbana Engenharia.

base, controle da recepção de resíduos, a deposição no solo, a compactação e a 3.2.3.1.6 Análise da Destinação Final cobertura diária, o controle de lixiviados e das emissões gasosas, tratamento de Os aterros sanitários são as efluentes, coleta e tratamento de gases, infraestruturas consideradas técnica e monitoramento ambiental, dentre outras ambientalmente adequadas para a características (FEAM, 2010).

eliminação de resíduos. Devem obedecer Todas as categorias de aterro a um projeto de implantação e contribuem a uma maior concentração exploração, respeitando normas e de metano, conforme cita STRAUCH critérios técnicos estabelecidos pelos (2008). Para minimizar o impacto, são órgãos ambientais (GOMES, 2008). necessários sistemas extremamente A exploração de um aterro eficientes de coleta e utilização de compreende a impermeabilização de gases, o que, na maioria dos casos, é

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inviável. Além disso, aterros mal de Resíduos Ltda (CRVR) no município projetados podem acarretar de Minas do Leão.

contaminação do lençol freático. Até o momento, a forma de Tabela 16. Relação dos aterros sanitários e a distância percorrida para destinação final dos disposição final em aterro sanitário resíduos. possui a maior viabilidade técnica e Município Aterro Sanitário Distância Companhia Riograndense de econômica. Atualmente, pela Política Candelária 126 Km Valorização de Resíduos Nacional de Resíduos Sólidos brasileira, Gramado Xavier Meioeste Ambiental 410 Km antes do encaminhamento dos resíduos Herveiras Sem Informação Companhia Riograndense de Mato Letão 134 Km ao aterro sanitário, deve-se verificar se Valorização de Resíduos Companhia Riograndense de Pantano Grande 39 Km existe possibilidade de minimizar sua Valorização de Resíduos Companhia Riograndense de Passo do Sobrado 104 Km geração. A orientação é que seja Valorização de Resíduos Companhia Riograndense de verificada a possibilidade de reutilizá-lo, Rio Pardo 62 Km Valorização de Resíduos Santa Cruz do Companhia Riograndense de reciclá-lo ou de tratá-lo, visando 87 Km Sul Valorização de Resíduos prolongar a vida útil dos aterros e torná- 72,50 Sinimbu Ede Jamir do Santos–ME Km los empreendimentos sustentáveis ao Companhia Riograndense de Vale do Sol 124 Km Valorização de Resíduos longo dos anos. Companhia Riograndense de Vale Verde 99 Km Valorização de Resíduos Assim, devem seguir para aterros Companhia Riograndense de Venâncio Aires 127 Km apenas os rejeitos, resíduos que não Valorização de Resíduos Companhia Riograndense de Vera Cruz 99 Km mais podem ser recuperados sob Valorização de Resíduos Fonte: Urbana Engenharia nenhuma forma, ou, ainda, aqueles que não apresentam reciclabilidade, em função de questões de mercado. Gramado Xavier e Sinimbu

De acordo com a Tabela 15, os destinam seus resíduos para os aterros municípios de Candelária, Mato Leitão, sanitários das empresas Meioeste Pantano Grande, Passo do Sobrado, Rio Ambeintal no município de - Pardo, Santa Cruz do Sul, Vale do Sol, RS e Ede Jamir dos Santos localizado em Vale Verde, Venâncio Aires e Vera Cruz Barros Cassal – RS, respectivamente. A destinam os seus resíduos sólidos ausência de balanças nos municípios e urbanos no aterro sanitário da nas unidades de transbordo para Companhia Riograndense de Valorização identificar a massa de resíduos produzidos, também ocasionam a falta

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos de controle sobre os custos investidos Os locais de disposição final são mensalmente. valas abertas pela mineração de carvão

Observa-se que alguns dos mineral e posteriormente reconfiguradas Municípios consorciados encaminham para esta finalidade, recebendo camadas seus resíduos para a disposição final a de argila compactada, areia e uma uma distância excessiva de sua manta de polietileno, de acordo com as localidade, ultrapassando 100 Km de normativas técnicas e exigências dos deslocamento, originando gastos órgãos licenciadores, conforme Figura elevados com transporte e manutenção 72. de frota. Figura 72. Valas de Disposição de Resíduos da Das empresas responsáveis pela CRVR em Minas do Leão/RS. destinação dos resíduos sólidos urbanos dos municípios do CISVALE, a Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR) de Minas do Leão atende 10 cidades.

Segundo informações do site Fonte: CRVR desta empresa, o aterro sanitário da CRVR de Minas do Leão é projetado para uma capacidade total de 23 milhões de A destinação dos resíduos sólidos toneladas, com prazo de operação urbanos de Gramado Xavier é de estimado em 23 anos. A Central está responsabilidade da empresa Meioeste instalada em uma área de 129 hectares, Ambeintal. Conforme informações dos quais 84 são reservados para receber obtidas pelo site, a Meioeste Ambiental resíduos. Fazem parte do processo está implantando e operando a solução operacional uma área reservada para o para os problemas de destinação do lixo aterro sanitário e uma estação de urbano na metade sul do estado do Rio tratamento para efluentes líquidos – Grande do Sul, o Aterro Sanitário Metade composta por filtros biológicos, lagoa Sul (Figura 73). Localizado no município aerada e lagoas facultativas –, além de de Candiota, além de proporcionar a dois banhados construídos com área de recuperação de uma extensa área 20 mil m². degradada pela ação mineradora no

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município, coloca a disposição uma A empresa Ede Jamir do Santos– opção qualificada e ambientalmente ME é cotratada para destinar os resíduos correta para o destino dos resíduos sólidos urbanos de Sinimbu. O sólidos.Os serviços oferecidos são empreendimento está situado no planejados, projetados e executados município de Barros Cassal e possui em dentro das técnicas de tratamento seu cadastro de pessoa jurídica a ambiental para resíduos sólidos. atividade de tratamento e disposição de Soluções para a gestão do lixo urbano, resíduos não-perigosos, atendendo a da limpeza urbana, coleta, coleta demanda necessária do município.

seletiva, recuperação de área degradada e implantação e operação de aterros 3.2.3.2 Coleta Seletiva sanitários.

Figura 73. Aterro sanitário Meioeste em A fase de segregação é muito Candiota/RS. mais eficiente e se torna muito melhor em termos de saneamento e sanidade das condições de trabalho, quando ocorre qualquer tipo de segregação preliminar na fonte. Ou seja, começa nas residências unifamiliares a necessidade de separar os materiais secos ou recicláveis, dos resíduos orgânicos ou restos de alimentos, provenientes da preparação de refeições ou do descarte das sobras de alimentação. Deste modo, há necessidade do desenvolvimento de programas de educação ambiental em caráter constante em no Município de Mato Leitão, inclusive com ampliação dos programas existentes.

Fonte: Meioeste A nova Lei Federal n° 12.305/2010 sobre resíduos urbanos tem

uma peça- chave: o trabalho dos

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos catadores. Eles são essenciais para o fim todo território nacional, destes 58.928 dos lixões e a implantação da coleta na região sul. Importante destacar que seletiva dos Municípios o que significa estes dados podem estar subestimados menos poluição e mais geração de devido a própria natureza da atividade renda. Ao reforçar o aspecto social, a Lei os catadores cooperados representam prioriza a participação dos catadores, uma pequena parte. Para que a Lei seja pois estes são aliados das empresas nas cumprida, a atual produção das ações para reciclagem. cooperativas precisará ser triplicada e

Por séculos marginalizados, a centrais para triagem de resíduos existência dos catadores foi enfrentada deverão ser criadas. O esforço já está com preconceito além de viverem em sendo empreendido e requer poder de condições precárias. A realidade está articulação, a fim de chegar a modelos mudando, esses trabalhadores ganham inteligentes e eficientes, em parceria valor e reconhecimento perante a com o setor público e privado, sendo sociedade. Os catadores foram primordial a capacitação dos catadores reconhecidos pela nova Lei brasileira para o desempenho de suas funções, como agentes da gestão do lixo, isso que exige o conhecimento sobre os significa que sua participação deve ser métodos de separação e priorizada pelos Municípios. acondicionamento dos materiais. O objetivo da nova Lei é aumentar a escala O número de catadores no Brasil da reciclagem, com efeitos positivos para é difícil de dimensionar devida sua o meio ambiente e para a geração de heterogeneidade. No estudo renda. “Diagnóstico sobre catadores de resíduos sólidos” realizado pelo IPEA (2001) teve- Portanto, é necessário prestar se como estimativa a quantidade entre apoio institucional, preferencialmente de 400mil e 600mil catadores – com base uma forma oficial, que pode ser em dados de organizações públicas, determinada no Município em função de seu histórico, através de promulgação de empresariais e do Movimento Nacional de Catadores de Recicláveis. Já com Lei ou mesmo através de um pacto de base no Censo de 2010, temos que concertação social permanente e nesse levantamento 387.910 pessoas se reconhecido por todas as partes declararam catadores ou catadores em interessadas (“stakeholders”) envolvidas direta ou indiretamente com a situação

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de coleta seletiva, segregação e comercialização ou logística reversa conforme preconizam os Arts. 30 e 33 da Lei n.º 12.305/2010.

3.2.3.2.1 Composição da Coleta Seletiva

Considerando que nem todos os municípios do CISVALE possuem a coleta seletiva no programa regular da coleta de resíduos sólidos domiciliares e que há participação de cooperativas, associações

e catadores autônomos atuando nos municípios. Foi realizado o estudo gravimétrico dos resíduos, caracterizando os resíduos passíveis de reciclagem de acordo com as classes alumínio, sucata, papel, tetrapark, plástico filme, plástico, vidro cristal, vidro colorido e isopor, verificando o potencial de reciclabilidade de cada município. As figuras a seguir demonstram a porcentagem de cada classe de material reciclável de acordo com cada município.

Figura 74. Porcentagem de resíduos recicláveis.

Fonte: Urbana Engenharia.

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Analisando as informações da colorido e 3,98% isopor. Das 23,13 ton Figura 74, tem-se a porcentagem de de resíduos recicláveis gerados em resíduos recicláveis de acordo com as Pantano Grande, 1,74% são resíduos de classes para as cidades pertencentes ao alumínio, 6,71% sucata, 44,21% CISVALE. O município de Candelária papel/papelão, 3,87% tetrapark, 5,55% totaliza mensalmente 1.287,06 ton de plástico filme, 11,55% plástico, resíduos recicláveis, destes 10,01% são 1,89%vidro cristal, 1% vidro colorido, resíduos de alumínio, 23,55% 3,43% isopor. papel/papelão, 49,98% plástico, 16,44% Em Passo do Sobrado é gerado vidro cristal, os resíduos de sucata foram aproximadamente 20,33 ton de resíduos contabilizados na categoria de alumínio, recicláveis por mês, sendo 4,25% tetrapark em papel/papelão e vidro resíduos de alumínio, 11,26% sucata, cristal e coloridos foram unificados na 18,76% papel/papelão, 6,06% tetrapark, categoria vidro cristal. De 16,96 ton de 15,08% plástico filme, 22,9% plástico, resíduos recicláveis produzidos 8% vidro cristal, 6,21% vidro colorido e mensalmente por Gramado Xavier, 7,16% isopor. O município de Rio Pardo 5,26% são resíduos de alumínio, 2,69% produz mensalmente 202,08 ton de sucata, 24,48 papel/papelão, 1,97 resíduos recicláveis sendo 4% resíduos tetrapark, 29,64% plástico filme, 23,57% de alumínio, 9,84% sucata, 45,13% plástico, 8,71% vidro cristal, 3,17% vidro papel/papelão, 3,03% tetrapark, 9,41% colorido e 0,5 % de isopor. plástico filme, 21,33% plástico, 3,03% O município de Herveiras não vidro cristal, 1,73% vidro colorido e 2,9% cedeu, até a conclusão do PER em isopor. O município de Santa Cruz do Sul dezembro de 2019, informações sobre as gera mensalmente 578,65 ton de características do seu resíduo. resíduos recicláveis contendo a seguinte

O município de Mato Leitão porcentagem de resíduos: 1,01% de produz mensalmente 24,83 ton de alumínio, 4,77% de sucata, 32,09% de papelão, 3,86% de tetrapark, 22,78% de resíduos recicláveis, sendo 5,27% resíduos de alumínio, 3,5% de sucata, plástico filme, 17,19% de plástico, 4,51% 23,15% papel/papelão, 4,85%tetrapark, de vidro cristal, 10,72% de vidro colorido 19,99% plástico filme, 22,35% plástico, e 3,08% de isopor. Das 39,98 ton de 12,01% vidro cristal, 4,88% vidro resíduos recicláveis gerados em Sinimbu, 9,67% são resíduos de alumínio, 22,94%

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sucata, 11,01% papel/papelão, 6,79% Todas as classes de resíduos tetrapark, 8,9 % plástico filme, 23,36% foram encontradas na totalidade dos plástico, 7,11% vidro cristal, 6,85% vidro municípios, exceto isopor que não foi colorido e 3,37% isopor. contabilizado em Candelária e vidro

No município de Vale do Sol são colorido não contabilizado em Vale geradas 24,80 ton de resíduos Verde. Considerando que, no município recicláveis mensalmente, destes 0,81% de Candelária os resíduos foram são resíduos de alumínio, 11,55% sucata, classificados apenas como metal, papel, 22,36% papel/papelão, 3,37% tetrapark, plástico e vidro, os valores dos mesmos 41,16% plástico filme, 13,73% plástico, não foram utilizados como análise 7,36% vidro cristal, 2,76% vidro colorido detalhada no seguinte comparativo. Os e 2,3% de isopor. Em Vale Verde são resíduos de alumínio teve a maior produzidos mensalmente 5,31 ton de porcentagem na cidade de Sinimbu, com resíduos recicláveis sendo 3,9% de 10,01%. Sucata obteve maior resíduos de alumínio, 36,69% sucata, porcentagem no município de Vale 18,67% papel/papelão, 3,48% tetrapark, Verde com 36,69%. Papel/papelão teve 5,06% plástico filme, 19,41% plástico, o valor máximo de coleta no município 10,42% vidro colorido e 2,38% isopor. de Pantano Grande, contabilizando Em Venâncio Aires são gerados 44,21%. Tetrapark foi contabilizado em mensalmente 235,62 ton de resíduos maior porcentagem no município de recicláveis tendo a porcentagem dividida Vera Cruz, sendo de 9,04% em relação em 2,54% de resíduos de alumino, aos demais resíduos. Plástico filme, com 3,61% sucata, 40,23% papel/papelão, 41,16% foi contabilizado na cidade de 6,27% tetrapark, 31,34% plástico filme, Vale do Sol. A categoria plástico foi 13,3% plástico, 5,01% vidro cristal e encontrada em maior porcentagem no 1,3% isopor. Vera Cruz produz município de Gramado Xavier, com aproximadamente 136,37 ton de 23,57%. Vidro cristal com 12,01% e resíduos recicláveis por mês, destes isopor com 3,98% foram encontrados 5,66% são resíduos de alumino, 12,76% em maior quantidade no município de sucata, 30,93% papel/papelão, 9,04% Mato leitão. Por fim, a categoria de vidro tetrapark, 16,11% plástico filme, 17,18% colorido foi contabilizada e maior plástico, 3,57% vidro cristal, 2,83% vidro porcentagem no município de Vale colorido e 1,91% isopor. Verde, com 10,42%.

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A figura a seguir Figura 75. Diagnóstico da porcentagem de resíduos recicláveis do representa a porcentagem CISVALE. de resíduos recicláveis de acordo com as classes segregadas durante a análise de gravimetria. Com o auxílio da Figura 75, observa-se que os resíduos de papel- papelão, plástico, plástico filme e sucata são encontrados em maiores porcentagens se comparados aos demais. Estes correspondem a aproximadamente 79% Fonte: Urbana Engenharia. dos resíduos recicláveis.

Considerando que a totalidade dos resíduos recicláveis 3.2.3.2.2 Cobertura do Sistema de Coleta Seletiva gerados mensalmente pelos 13 municípios pertencentes ao CISVALE fosse coletada por catadores autônomos, Atualmente o CISVALE não associações ou cooperativas, possui em sua totalidade a coleta aproximadamente 1437 toneladas de seletiva integrada à coleta convencional resíduos deixariam de ser enviados para de resíduos sólidos urbanos. Dos 13 aterros sanitários e virariam fonte de municípios pertencentes ao consórcio, renda. A implantação da coleta seletiva apenas 08 usufruem da coleta seletiva aos resíduos potencialmente recicláveis de forma parcial ou total na zona urbana implica na redução custos de transporte e/ou rural. e destinação final destes, além de garantir ascensão de renda a população sustentada pela coleta de resíduos, como o caso de catadores autônomos.

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Tabela 17. Relação dos municípios que exercem uma micro empresa que realiza a coleta seletiva. procedimentos de triagem dos materiais Responsável pela Coleta Município Seletiva recicláveis que são recolhidos junto às Tavares & Santos LTDA – Candelária comunidades urbanas e rurais do ME ( Zona Rural) Passo do Sobrado AMAPASSO município. Rio Pardo COCAMARP Santa Cruz do COOMCAT Sul Sinimbu Ede Jamir do Santos–ME Vale Verde AMPASSO 3.2.3.2.3 Triagem na Coleta Seletiva Associação Catadores da Venâncio Aires Vida Vera Cruz ACOOTRALI O processo de triagem do Fonte: Urbana Engenharia material da coleta seletiva é apresentado na Tabela 18:

Os municípios identificados na Tabela 17 possuem de maneira Tabela 18. Situação da triagem dos resíduos recicláveis. complementar ao sistema de coleta de resíduos urbanos a coleta de resíduos Município Triagem O material proveniente da coleta urbana recicláveis. O município de Sinimbu não de resíduos e da coleta de recicláveis da área rural é enviado para a central de Candelária possui cooperativa de catadores nem triagem no qual será realizada a segregação para posterior comercialização catadores autônomos registrados. O que dos mesmos. se observa, portanto, é apenas uma Não há um programa de coleta seletiva no tentativa de aproveitamento de uma município. A AMAPASSO percorre preteritamente todo o percurso da coleta Passo do convencional (urbano e rural), recolhendo porção do material reciclável por parte Sobrado o material que esteticamente aparenta da empresa que realiza a coleta dos conter uma fração reciclável atraente (Triagem visual). resíduos. Os demais municípios possuem a coleta seletiva implantada no A coleta dos resíduos de porta-a-porta facilita a interação dos catadores com os município com a ajuda de catadores que munícipes, fazendo com que a seja realizada a triagem prévia dos resíduos. Alguns materiais ainda chegam sem a se organizam na forma de associações e Rio Pardo devida segregação na fonte, ou seja, em catadores autônomos que recolhem os conjunto aos materiais recicláveis misturam-se os rejeitos, aqueles resíduos resíduos diretamente de lixeiras para que não são passíveis de reaproveitamento/reciclagem. revender a atravessadores. Santa A segregação dos materiais recicláveis é Cruz do realizada após a coleta de resíduos na No município de Mato Leitão não Sul Usina de Triagem. há coleta seletiva implantada, apenas

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Os resíduos recicláveis são coletados em consequentemente, o baixo valor um dia específico na semana que, Sinimbu posteriormente, passarão pela triagem na econômico agregado. estação de transbordo. A Figura 76, Figura 77, Figura A triagem dos recicláveis é realizada Vale manualmente pelos catadores na rua. 78, Figura 79 e Figura 80 e demonstram Verde Após os resíduos são direcionados até a Cooperativa que realiza a comercialização. a situação atual das usinas de triagem

Após coletados, os resíduos são doas municípios de Sinimbu, Santa Cruz encaminhados para a Usina de Triagem, Venâncio onde é realizada a segregação dos Aires do Sul, Venâncio Aires, Passo do materiais recicláveis com potencial de comercialização. Sobrado e Vera Cruz. Observa-se o A triagem dos recicláveis é realizada elevado volume de resíduos coletadas manualmente pelos catadores, Vera Cruz imediatamente após o transbordo do em sacos plásticos. material. Não é praticado o armazenamento de materiais não triados

Fonte: Urbana Engenharia Figura 76. Usina de Triagem em Sinimbu.

Os resíduos recicláveis coletados tanto pela coleta seletiva dos municípios quanto por catadores autônomos, associações e cooperativas, são direcionados a uma unidade para separar completamente o reciclável do rejeito. A parte reciclável pode ser comercializada, já os resíduos orgânicos, juntamente com os rejeitos, são enviados para um aterro sanitário como forma de destinação final.

Percebe-se que em ambos os municípios é a baixa conscientização dos moradores dos munícipes. Poucos moradores possuem consciência quanto à correta segregação e reciclagem de Fonte: Urbana Engenharia resíduos. O resultado é a baixa qualidade dos resíduos coletados e,

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Figura 77. Usina de Triagem em Santa Cruz do Sul.

Fonte: Urbana Engenharia

Figura 78. Usina de Triagem Venâncio Aires.

Fonte: Urbana Engenharia

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Figura 79. Usina de Triagem em Passo do 3.2.3.2.4 Análise dos Contratos de Sobrado. Coleta Seletiva

As empresas responsáveis pela coleta dos materiais recicláveis nos municípios de Passo do Sobrado, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Vale Verde, Venâncio Aires e Vera Cruz, por tratarem-se de associações e cooperativas, a maioria não possui contrato de prestação de serviços. Estes são apoiados a partir de auxílios financeiros e empréstimo de locais para sede e equipamentos para coleta.

Tabela 19. Análise dos contratos quanto a realização da coleta seletiva nos municípios. Fonte: Urbana Engenharia N.º de Responsável Término contrato de Município pela Coleta do prestação de Seletiva contrato serviço Figura 80. Usina de Triagem em Vera Cruz. Tavares & n.º 154/2014 Santos Candelária LTDA – ME 3º Termo 28/12/2019 ( Zona aditivo Rural) Auxílio financeiro Passo do municipal, AMAPASSO - Sobrado Lei Municipal n.º 1.690/2017 Convênio n.º Rio Pardo COCAMARP - 008/2015 Termo de Santa Cruz COOMCAT Colaboração Fonte: Urbana Engenharia do Sul n.º005/2017. Ede Jamir Sinimbu do Santos– n.º 067/2016 ME Vale Verde AMPASSO - -

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Associação Tabela 20. Análise dos contratos quanto a Venâncio Catadores n.° 107/2016 05/09/2019 realização da triagem de resíduos nos Aires da Vida municípios.

Auxílio conforme Lei Responsável pela N.º de contrato de Vera Cruz ACOOTRALI - Município Municipal n.º Coleta Seletiva prestação de serviço 4.464 Tavares & Santos n.º 154/2014 Fonte: Urbana Engenharia Candelária LTDA – ME ( Zona Rural) 3º Termo aditivo A coleta seletiva no município de Auxílio financeiro Passo do municipal, Lei AMAPASSO Sinimbu é realizada pela mesma Sobrado Municipal n.º 1.690/2017 empresa que pratica a coleta Convênio n.º Rio Pardo COCAMARP 008/2015 convencional de resíduos sólidos Termo de Santa Cruz do COOMCAT Colaboração urbanos. Foi escolhido um dia da Sul n.º004/2017. Ede Jamir do semana para recolhimento apenas dos Sinimbu n.º 067/2016 Santos–ME resíduos recicláveis. A metodologia Vale Verde AMPASSO - Associação utilizada para implantar a coleta seletiva Venâncio Aires Catadores da n.° 107/2016 depende da educação ambiental dos Vida Auxílio conforme munícipes quanto à separação dos Vera Cruz ACOOTRALI Lei Municipal n.º 4.464 resíduos recicláveis dos demais. Fonte: Urbana Engenharia

3.2.3.2.5 Análise dos Contratos de 3.2.3.2.6 Análise dos Contratos de Triagem de Materiais Destinação Final dos Rejeitos

As empresas que realizam a Após a triagem do material tem- coleta dos resíduos recicláveis são as se dois produtos: o material reciclável e mesmas que contemplam a triagem. o rejeito. A parte reciclável é direcionada Portanto o número de contrato, para a comercialização, já os resíduos convênio ou auxílio são os mesmos da orgânicos, juntamente com os rejeitos, Tabela 19, exceto para o município de são enviados para um aterro sanitário Santa Cruz do Sul que recebe um novo como forma de destinação final (Figura termo de colaboração neste caso. 81).

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Figura 81. Fluxograma dos resíduos sólidos bem econômico e de valor social, domiciliares. gerador de trabalho e renda e promotor

Coleta Seletiva e/ou Reciclagem de cidadania” e a “responsabilidade Cooperativas e/ou Associações Comercialização Catadores compartilhada pelo ciclo de vida dos RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICOS produtos”.

Coleta Convencional Trasnporte Aterro Sanitário Além disso, a PNRS incentiva a criação e o desenvolvimento de Fonte: Urbana Engenharia cooperativas ou de outras formas de

associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis e define que 3.2.3.2.7 Situação dos Catadores sua participação nos sistemas de coleta

seletiva e de logística reversa deverá ser A atuação dos catadores de priorizada. A esse respeito, destaca-se a materiais reutilizáveis e recicláveis, cuja Lei n.º 11.445/2007, que estabelece as atividade profissional é reconhecida pelo diretrizes nacionais para o saneamento Ministérios do Trabalho e Emprego desde básico, na qual estabelece a contratação 2002, segundo a Classificação Brasileira de cooperativas e associações de de Ocupações (CBO), contribui para o catadores de materiais recicláveis, por aumento da vida útil dos aterros parte do titular dos serviços públicos de sanitários e para a diminuição da limpeza urbana e manejo de resíduos demanda por recursos naturais, na sólidos, dispensável de licitação. medida em que abastece as indústrias A fase de segregação é muito recicladoras para reinserção dos resíduos mais eficiente e se torna muito melhor em suas ou em outras cadeias em termos de saneamento e sanidade produtivas, em substituição ao uso de das condições de trabalho, quando matérias-primas virgem. ocorre qualquer tipo de segregação A PNRS atribui destaque à preliminar na fonte. Ou seja, começa nas importância dos catadores na gestão residências unifamiliares a necessidade integrada dos resíduos sólidos, de separar os materiais secos ou estabelecendo como alguns de seus recicláveis, dos resíduos orgânicos ou princípios o “reconhecimento do resíduo restos de alimentos, provenientes da sólido reutilizável e reciclável como um preparação de refeições ou do descarte

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das sobras de alimentação. Deste modo, sólidos” realizado pelo IPEA (2001) teve- há necessidade do desenvolvimento de se como estimativa a quantidade entre programas de educação ambiental em 400mil e 600mil catadores – com base caráter constante em no Município de em dados de organizações públicas, Mato Leitão, inclusive com ampliação empresariais e do Movimento Nacional dos programas existentes. de Catadores de Recicláveis. Já com

A nova Lei Federal n° base no Censo de 2010, temos que 12.305/2010 sobre resíduos urbanos tem nesse levantamento 387.910 pessoas se uma peça- chave: o trabalho dos declararam catadores ou catadores em catadores. Eles são essenciais para o fim todo território nacional, destes 58.928 dos lixões e a implantação da coleta na região sul. Importante destacar que seletiva dos Municípios o que significa estes dados podem estar subestimados menos poluição e mais geração de devido a própria natureza da atividade renda. Ao reforçar o aspecto social, a Lei os catadores cooperados representam prioriza a participação dos catadores, uma pequena parte. Para que a Lei seja pois estes são aliados das empresas nas cumprida, a atual produção das ações para reciclagem. cooperativas precisará ser triplicada e centrais para triagem de resíduos Por séculos marginalizados, a deverão ser criadas. existência dos catadores foi enfrentada com preconceito além de viverem em O esforço já está sendo condições precárias. A realidade está empreendido e requer poder de mudando, esses trabalhadores ganham articulação, a fim de chegar a modelos valor e reconhecimento perante a inteligentes e eficientes, em parceria sociedade. Os catadores foram com o setor público e privado, sendo reconhecidos pela nova Lei brasileira primordial a capacitação dos catadores como agentes da gestão do lixo, isso para o desempenho de suas funções, significa que sua participação deve ser que exige o conhecimento sobre os métodos de separação e priorizada pelos Municípios. acondicionamento dos materiais. O O número de catadores no Brasil objetivo da nova Lei é aumentar a escala é difícil de se dimensionar devido sua da reciclagem, com efeitos positivos para heterogeneidade. No estudo o meio ambiente e para a geração de “Diagnóstico sobre catadores de resíduos renda.

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Portanto, é necessário prestar apoio institucional, preferencialmente de uma forma oficial, que pode ser determinada no Município em função de seu histórico, através de promulgação de Lei ou mesmo através de um pacto de concertação social permanente e reconhecido por todas as partes interessadas (“stakeholders”) envolvidas direta ou indiretamente com a situação de coleta seletiva, segregação e comercialização ou logística reversa conforme preconizam os Arts. 30 e 33 da Lei n.º 12.305/2010.

A Tabela 21 representa a situação atual dos catadores informais, cadastrados, associados e/ou cooperativados nos municípios pertencentes ao CISVALE.

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Tabela 21. Situação dos Catadores de materiais recicláveis dos municípios do CISVALE.

Candelária No município não há uma organização de catadores ou uma fiscalização sobre as condutas destes, o sistema de coleta dos recicláveis por parte deste grupo social ocorre em total desarmonia com as condutas de ordem, limpeza e conservação ambiental. alguns atores saem as ruas no decurso da madrugada, visando ter acesso privilegiado aos resíduos que a população dispõe à noite. Ainda, outros atores se aproveitavam dos aglomerados de lixo formados pelos garis da coleta regular, para otimizar o seu acesso ao material disposto. Com estas ações, os sacos de lixo são rasgados sem qualquer cuidado e os resíduos cotidianamente são espalhados pelas ruas e calçadas.

Gramado Xavier O município de Gramado Xavier não possui catadores de materiais recicláveis Herveiras Sem Informações Sem Informações Mato Leitão

No município há um catador informal de resíduos recicláveis. O mesmo está vivendo na antiga área de triagem do município localizada junto ao antigo lixão.

Pantano Grande

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Não há registros de pessoas que possuam a ocupação profissional de catador no município. Passo do Sobrado O município dispõe de uma Relação dos Catadores em Associação de Catadoras e Catadores Passo do Sobrado: de Materiais Recicláveis de Passo do

Sobrado (AMAPASSO), registrada sob 1. Angela Teresinha Oliveira Dos CNPJ nº 24.419.364/0001-79, Santos – Centro fundada em 2 de setembro de 2015. 2. Anatanael Ricardo Mello Doner Opera sob licença ambiental – Centro municipal LO-R nº 002/2017 onde 3. Carlos Yuri De Godoi Rodrigues atualmente 5 associados tem – Bairro Harmonia participação direta nos trabalhos. 4. Jose Amauri Rodrigues – ERS Encontram-se qualificados na 405 sequência, conforme localidade de 5. Luiz Eduardo Silva De Oliveira residência. Afora estes, não foram – ERS 405 identificados catadores informais. Rio Pardo Atualmente, 12 cooperados têm participação direta nos trabalhos. Destes, 8 atuam internamente no prédio da cooperativa e 4 realizam os trabalhos externos, incluindo a coleta porta-a-porta. No convênio nº 008/2015 e seus aditivos, o município de Rio Pardo celebra termo de convênio com a COCAMARP, que tem por objetivo o recolhimento de materiais recicláveis nos pontos de coleta, remição e participação nos eventos de educação ambiental com ênfase na coleta seletiva. Santa Cruz do Sul No município, há 49 famílias (106 pessoas), no cadastro único da Secretaria Municipal de Políticas Públicas. Porém, acredita-se que este número possa ser de aproximadamente 600 pessoas envolvidas, sendo que 85% trabalham de forma dissociada, revendendo para atravessadores. A maioria dos catadores são moradores do Bairro Rauber ( Berçario Habitacional II), Em fevereiro de 2010 foi fundada a Cooperativa de Catadores e Recicladores de Santa Cruz do Sul (COOMCAT). Atualmente, a Cooperativa conta com 52 associados. Dentre os associados, 4 são catadores e 48 desempregados, encontrando na cooperativa oportunidade de renda, inclusão social e oportunidade de qualificação e autonomia.

Sinimbu

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Não há registros de pessoas que possuam a ocupação profissional de catador no município. Vale do Sol O município de Vale do Sol não possui nenhuma associação de catadores de resíduos, porém existem dois catadores cadastrados na prefeitura, localizados no Centro e em Pinhal Trombudo. Vale Verde Não há registros de pessoas que possuam a ocupação profissional de catador no município. Venâncio Aires Há cerca de 150 catadores de materiais recicláveis no município. Alguns catadores se organizaram na forma de associação. A única entidade existente adotou o nome de Associação Catadores da Vida. Outros recicladores, que são maioria, cerca de 85%, trabalham de forma dissociada, revendendo para atravessadores. A maioria dos catadores são moradores do Bairro Battisti. Vera Cruz O município dispõe de uma associação comunitária dos trabalhadores na seleção de lixo de Vera Cruz, a Associação Comunitária dos Trabalhadores na Seleção do Lixo de Vera Cruz (Acotrali). Em fevereiro de 2018, a associação fundou a Cooperativa de trabalhadores recicláveis Vera Cruz (Acootrali). Atualmente, 25 associados/cooperados têm participação direta nos trabalhos. Fonte: Urbana Engenharia

As ações para com os catadores proporcionar a correta destinação dos de materiais recicláveis devem ser seus resíduos. Entretanto, a inexistência priorizadas. É importante que seja de uma cooperativa legalizada e planejada uma força-tarefa por um licenciada ambientalmente torna inviável grupo multidisciplinar, uma vez que cada a correta destinação do respectivo material, que acaba por ser doado aos profissional possui o seu papel essencial no sucesso das condutas a serem catadores informais ou ser destinado adotadas. Salienta-se, também, que junto da coleta pública urbana, tendo empreendimentos que geram grande como destino final o aterro sanitário. quantidade de material reciclável em A grande reclamação dos suas atividades são responsáveis por catadores, cadastrados ou não, é a baixa

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos conscientização dos moradores dos municípios. Poucos moradores possuem consciência quanto à correta segregação e reciclagem de resíduos. O resultado é a baixa qualidade dos resíduos coletados, e, consequentemente, o baixo valor econômico agregado.

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3.2.4 Manejo dos Resíduos Sólidos dos Serviços de Saneamento (RSan)

A Tabela 22 apresenta a gerado, a empresa responsável pela saneamento básico dos municípios do situação dos resíduos de saneamento coleta e a destinação deste resíduo, é CISVALE. básico nos municípios do CISVALE, possível identificar a situação atual do relacionando a quantidade de resíduo gerenciamento dos resíduos de

Tabela 22. Situação dos Serviços Públicos de Saneamento Básico.

Gramado Pantano Passo do Santa Cruz Venâncio Indicador Candelária Herveiras Mato Leitão Rio Pardo Sinimbu Vale do Sol Vale Verde Vera Cruz Xavier Grande Sobrado do Sul Aires

Esgoto: Não Esgoto: Não Esgoto: Não Esgoto: Não Esgoto: Não Esgoto: Não Esgoto: Não Não há Não há Sem há registro; Não há Não há há registro; Não há há registro; há registro; há registro; há registro; há registro; Massa (Kg) registro registro Informação Água: Não há registro registro Água: Não há registro Água: Não há Água: Não há Água: Não há Água: Não há Água: Não há geração geração geração geração geração registro registro

Esgoto: Companhia Esgoto: Não Esgoto: Não Esgoto: Não Esgoto: Não Esgoto: Não Esgoto: 23% 90,87% Não há Não há Sem Empresa Riograndense há registro; há registro; há registro; há registro; há registro; Sistema de Coleta Não há coleta CORSAN. registro registro Informação Licenciada. de Água: Não há Água: Não há Água: Não há Água: Não há Água: Não há coleta de Água: Não há Saneamento. geração. geração. geração. geração. registro. esgoto registro.

Não há Não há Sem Não há Não há Não há Não há Não há Não há Não há Não há Não há Não há Custos registro registro Informação registro registro registro registro registro registro registro registro registro registro

Fonte: Urbana Engenharia

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Devido o fato dos municípios não através de poços, os quais se encontram possuírem plano de gerenciamento de em processo de regularização junto ao resíduos de serviços públicos de Siout. Os resíduos gerados nas Estações saneamento básico, não é possível de Tratamento de Esgosto – ETE‖s, quantificar o volume de resíduo gerado dependem do tipo de sistema adotado e mensalmente em cada município. do efluente tratado. Porém, todos envolvem uma grande carga de matéria Cada município possui a sua orgânica, gerando resíduos provenientes própria maneira de coleta e do gradeamento, areia, sólidos de maior gerenciamento deste resíduo. No dimensão, escuma e lodo. município de Mato Leitão no ano de 2012 foi implantada uma Estação de Segundo levantamento junto à Tratamento de Esgoto coletivo, com administração pública municipal, o capacidade para atender 420 habitantes. município de Pantano Grande não possui O lodo gerado durante a operação de ETE em relação à captação e tratamento tratamento é coletado por empresas de efluentes domésticos. Atualmente no licenciadas, que ficam responsáveis por município, nas edificações antigas ocorre destinar/tratar de forma adequada o a destinação do esgoto às fossas e mesmo. Sua destinação final pode variar posterior vala de infiltração (sumidouro), o que pode ocasionar poluição das águas da compostagem ao aterro sanitário, ou industrial, dependendo de sua subterrâneas. Já nas edificações novas, a composição. Cabe ressaltar que o destinação adotada é através de fossas tratamento da água ocorre de forma sépticas, filtros anaeróbicos e posterior simplificada, assim não havendo geração valas de infiltração, sendo que o de resíduos. município consegue realizar esse controle através da ação de liberar o A zona urbana do município de “Habite-se” somente após a fiscalização Pantano Grande é atendido pela da obra, e aprovação desse item. Não Companhia Riograndense de existem informações precisas sobre o Saneamento – CORSAN, e possui uma lançamento irregular de resíduos de Estação de Tratamento de Água para esgotamento sanitários em redes de abastecimento de toda a área urbana do drenagem pluvial ou cursos d‖água, mas município. Já na área rural do município, são fatos que não podem ser o abastecimento de água é realizado descartados, visto que apesar de todo o

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trabalho de conscientização para com a municípios que utilizam água de poços comunidade, sempre ocorrem denúncias artesianos para abastecer a população ao tocante deste assunto. não geram resíduos por necessitarem

No município de Vera Cruz, de apenas do tratamento simplificado de acordo com o Semae, o lodo gerado água. pelos tanques de sedimentação e Já para os municípios que não também pela lavagem dos filtros é possuem coleta e tratamento de esgoto enviado para duas lagoas de decantação é de responsabilidade do gerador o (Wetland), que ficam próximas da tratamento prévio do resíduo a partir do estação de tratamento de água. Em sistema de fossa séptica e sumidouros. relação ao esgoto doméstico, uma parte Como a maioria dos municípios não é lançada junto à rede pluvial (cerca de possuem cotrole dos sistemas já 77% da população se enquadra nesse instalados, há o registro de ligações sistema), que, posteriormente, é lançado clandestinas de esgoto na rede fluvial e nos corpos hídricos que cortam a zona pluvial, gerando passivos ambientais nos urbana do município (Arroios Wolfran, municípios a partir da contaminação do Andréas e Passinho). A outra parte é solo e da água.

lançada na rede coletora absoluta (ETE prefeitura+ ETE loteamentos 3.2.5 Manejo dos Resíduos do residenciais), atendendo cerca de 23% Serviço de Saúde (RSS) da população. Vale destacar que a maioria das casas apresenta sistema

individual de fossa séptica, seguido ou Embora seja de responsabilidade não por filtros anaeróbios e sumidouro. exclusiva do gerador, o manejo dos Para os demais municípios não resíduos do serviço de saúde deve ser foram encontradas informações fiscalizado criteriosamente pelo Poder relevantes sobre o tratamento de Público, uma vez que há alto risco de resíduos provenientes da Estação de contaminação. Nos subitens a seguir é Tratamento de Água (ETA) e Estação de apresentado um panorama da situação Tratamento de Esgoto (ETE). A nos municípios do CISVALE.

justificativa para a não identificação de resíduos nas ETA‖s é dada, pois os

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3.2.5.1 Abrangência da Coleta dos radores a responsabilidade pelo gerenci- RSS amento de seus resíduos, desde a gera- ção até a disposição final.

Entende-se por resíduos de A Tabela 23 apresenta os serviços de saúde, para efeitos desta responsáveis pela coleta de Resíduos de resolução, aqueles provenientes de Serviços de Saúde nos diferentes qualquer unidade que execute atividades municípios do CISVALE. de natureza médico-assistencial humana

ou animal; aqueles provenientes de Tabela 23. Empresas responsáveis pela coleta dos resíduos de saúde. centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia Município Responsável pela coleta Stericycle gestão ambiental e saúde; medicamentos e Candelária LTDA Gramado Ambinew Coleta de Lixo imunoterápicos vencidos ou deteriora- Xavier Séptico Ltda dos; aqueles provenientes de necroté- Herveiras - rios, funerárias e serviços de medicina Mato Leitão Aborgama do Brasil Ltda Pantano Ambinew Coleta de Lixo legal; e aqueles provenientes de barrei- Grande Séptico Ltda – ME ras sanitárias. A norma prevê que os es- Passo do Eloir Lopes de Melo & Cia Sobrado Ltda - Epp tabelecimentos são obrigados a elaborar Empresa terceirizada não Rio Pardo identificada o Plano de Gerenciamento de Resíduos Santa Cruz do Conesul Serviços Ambientais de Serviços de Saúde para o processo de Sul Ambinew Coleta de Lixo licenciamento ambiental. Sinimbu Séptico Ltda; Ecolog Ambinew Coleta de Lixo Vale do Sol Lembra-se que a Resolução Séptico Ltda; Ambinew Coleta de Lixo ANVISA Resolução n.º Vale Verde Séptico Ltda; Venâncio 306/2004, dispõe sobre o Conesul Serviços Ambientais Aires Regulamento Técnico para o Grupos A, B e E: Conesul Vera Cruz Soluções Ambientais LTDA; gerenciamento de resíduos de Fonte: Urbana Engenharia serviços de saúde, sendo esse de responsabilidade do gerador pela

A Resolução ANVISA n.º gestão de seus resíduos, desde a 283/2001, que dispõe sobre o trata- geração até a disposição final. E, mento e a destinação final dos resíduos conforme a Lei Estadual nº dos serviços de saúde, incumbe aos ge- 13.905/2012, a partir de 1º de

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dezembro de 2012, as farmácias farmacêuticos e correlatos, e drogarias do Estado do Rio deteriorados ou com prazo de Grande do Sul ficam obrigadas a validade expirado. A

manterem recipientes para a Tabela 24 apresenta a relação do coleta de medicamentos, serviço prestado, locais e freqüência em cosméticos, insumos cada um dos municípios do CISVALE.

Tabela 24. Relação do serviço prestado pelas empresas de coleta, pontos de coleta e freqüência de coleta dos resíduos de saúde.

Município Serviço Locais de coleta

Setor administrativo da SMS ( Rua 20 de Setembro, nº1239 – Bairro Centro);

ESF III Rincão Comprido (Rua Coleta e destinação do lixo Amandio Silva, nº 1199 – contaminado; Recolhimento e Bairro Rincão Comprido); destinação final de medicamentos Candelária inutilizados e/ou vencidos. ESF II Marilene, (Rua Rio (frequência de coleta a cada 15 Pardo, nº 14 – Bairro dias) Marilene); ESF I Irene da Silva Oliveira, (Rua Castelo Branco, nº 2011 – Bairro Ewaldo Prass); Posto Marechal, (Av. Marechal Deodoro, nº 461 – Bairro Centro.)

Coleta, gerenciamento e destinação Gramado final dos resíduos do Grupo A (Risco Unidade de Pronto Xavier Biológico), Grupo B (Risco Químico) Atendimento (UPA) e Grupo E (Perfurocortantes)

Não disponibilizou Herveiras Não disponibilizou informações informações

Coleta, tratamento, transporte e Unidades de Saúde do Mato Leitão destinação final dos resíduos sólidos Município (Santo Antônio e e químicos de serviço de saúde. centro)

Coleta, gerenciamento e destinação Posto de Saúde Unical; Pantano final de resíduos de serviços de Unidade de Saúde do ESF Grande saúde enquadrados nos Grupos A (Vila Nova); (biológicos), B(químicos) e E ESF Monte Castelo;

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(perfurocortantes). (frequência de Posto de Saúde Central coleta a cada 15 dias) Passo do Gerenciamento dos resíduos de 02 Postos de Estratégia de Sobrado Grupo A, Grupo B e Grupo E Saúde da Família (4) Estratégias de Saúde da Família; (2) Unidades Básicas de Saúde urbanas; (5) Unidades Básicas de Tratamento, coleta, transporte Saúde rurais; (2) Centros de externo e disposição final dos Rio Pardo Atenção Psicossocial (adulto resíduos nos estabelecimentos e infantil) geradores. (1) Farmácia Básica Municipal, (2) serviços de SAMU (1) Hospital (regional, público 100% SUS) Hospital Santa Cruz (HSC); Hospital Ana Nery; Unidade de Pronto Atendimento (UPA); Hospitalzinho Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU); Unidades Básicas de Saúde; Santa Cruz do Coleta, tratamento e destinação Centro de referência de Sul final dos resíduos de saúde. assistência social; Centro de Atendimento Psicossocial (Caps); Centro de Atendimento Psicossocial em Álcool e Drogas (Caps AD); Centro Integrado de Educação e Saúde (Cies); Vigilância Sanitária. Posto de Saúde Central e farmácia, localizado na Av. General , 868; Gerenciamento dos resíduos de Posto de Saúde de Linha Grupo A, Grupo B e Grupo E. Almeida; Sinimbu Posto de Saúde de Pinhal Santo Antônio; Posto de Saúde de Linha Rio Pequeno. Gerenciamento dos resíduos de Hospital Beneficente grupo A e E. (frequência de coleta Sinimbu; a cada 15 dias)

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(4) Estratégia de Saúde da Coleta, transporte, tratamento e Familia; Vale do Sol disposição final dos Resíduos de (2) Postos de Saúde; Serviços de Saúde Hospital Beneficente Vale do Sol

Gerenciamento dos resíduos de (1) Estratégia de Saúde da Vale Verde Grupo A, Grupo B e Grupo E. Família

Hospital São Sebastião Mártir (HSSM); Unidade de Pronto Atendimento (UPA); Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) (16) Unidades Básicas de Saúde, Centro de Coleta, tratamento e destinação Atendimento Psicossocial Venâncio Aires final dos resíduos de saúde (CAPS); Centro de Atendimento Psicossocial em Álcool e Drogas (CAPS AD); Centro de Atendimento em Doenças Infecciosas (Cadi); Centro Integrado de Educação e Saúde (Cies) e Vigilância Sanitária. Hospital; Posto de coleta – lab. de Coleta, transporte e destinação final análises clínicas; dos resíduos de saúde da classe I – Posto Central; Vera Cruz Infectantes, dos grupos A, B e E. (2) Posto de Saúde; (frequência de coleta a cada 15 (3) Estratégia de Saúde da dias) Família (ESF); Espaço Mamãe e Criança; Farmácia Municipal. Fonte: Urbana Engenharia

3.2.5.2 Estimativa de Geração técnicas, é possível estimar a expectativa de geração de RSS, conforme Tabela 25.

A partir dos contratos e das informações coletadas nas visitas

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Tabela 25. Volume coletado de resíduos de saúde. Tabela 26. Empresas responsáveis pela destinação de resíduos ou locais de destinação. Município Volume gerado Candelária 1.200 L/mês Município Destinação final Gramado Xavier 300 L/mês Candelária - Incineração em Herveiras - Gramado Xavier . Mato Leitão 1300 Kg/ano Herveiras - Pantano Grande 650 L/mês Público Resíduos grupo A e Passo do E Planta de Tratamento de Sobrado 600 L/mês Resíduos Sólidos do Serviço Rio Pardo 6180 Kg/mês de Saúde em ; Resíduos grupo B são Santa Cruz do encaminhados para Sul - Mato Leitão tratamento e/ou destino Sinimbu 600 L/mês final para uma Central de Vale do Sol 600 L/mês Tratamento de Resíduos Sólidos Industriais Classe I e Vale Verde 400 L/mês II e/ou Central de Venâncio Aires - Tratamento de Efluentes Vera Cruz 2125 L/mês Líquidos. Fonte: Urbana Engenharia Pantano Grande Incineração em Cachoeirinha Responsabilidade da empresa Eloir Lopes De Melo & Cia Ltda - Epp. Resíduos 3.2.5.3 Análise da Destinação Final Passo do Sobrado não contaminados: coleta convencional; Privado: Responsabilidade do gerador. Aterro sanitário não Rio Pardo A destinação final dos resíduos identificado. Tratados em instalações Santa Cruz do Sul de Serviço de Saúde fica a cargo da específicas. Ambinew Coleta de Lixo Sinimbu empresa responsável pela coleta dos Séptico Ltda. Ambinew Coleta de Lixo mesmos. A Tabela 26 demonstra a Vale do Sol Séptico. Ambinew Coleta de Lixo destinação utilizada pelos municípios. Vale Verde Séptico. Algumas das empresas encaminham os Cone Sul Serviços Venâncio Aires Ambientais. resíduos de saúde para a incineração, Resíduos grupos A, B e E: enquanto que outras destinam em Vera Cruz Conesul Soluções Ambientais LTDA. aterros sanitários. Alguns dos municípios Fonte: Urbana Engenharia não informaram o local de tratamento e/ou destinação final dos resíduos, Após a incineração, o descarte porém é de responsabilidade das dos inertes pode ser feito, inclusive, em empresas contratadas para a gestão aterros sanitários, pois são considerados deste tipo de resíduos a destinação dos como uma solução prática, mesmos. relativamente barata de disposição final

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de resíduos urbanos e industriais - ambientalmente adequados dos inclusive de resíduos que poderiam ser resíduos.

reciclados. Apresenta a vantagem de reduzir bastante o volume de resíduos.

Além disso, destrói os microrganismos 3.2.6.1 Estimativa de Geração que causam doenças, contidos principalmente no lixo hospitalar e

industrial. Com a incineração é possível Quanto ao levantamento de uma redução do volume inicial de dados confiáveis sobre a geração de resíduos até cerca de 90% através da resíduos de construção civil nos combustão, as temperaturas que se municípios não há o controle. Na elevam a mais de 900°C. Por isso tem maioria dos casos há apenas o controle vindo a ser implementado em zonas de sobre os pedidos de coletas desses grande produção de lixo. No entanto, resíduos, portanto, cabe implementar certos resíduos liberam gases tóxicos aos metodologia que consiga definir a serem queimados. Nesses casos, para quantidade em massa e volume desses evitar a poluição do ar, é necessário resíduos. Dessa forma poderá ser criada instalar filtros e equipamentos especiais uma sistemática de registro de – o que torna o processo mais caro. fornecedores, procedência, usuários, volumes manejados, entre outros, visando construir um banco de dados 3.2.6 Manejo dos Resíduos do da confiável e atualizado para essa tipologia Construção Civil (RCC) de resíduos.

O levantamento de números Devido a carência de planos de confiáveis sobre os resíduos de gerenciamento de resíduos de construção e demolição depende de construção civil, os municípios não informações com agentes externos à possuem total controle sobre estes. Os administração pública. Convém lembrar grandes geradores deverão elaborar seus a ausência de dados referentes a estes Planos de Gerenciamento de Resíduos resíduos, apontando para uma da Construção Civil e terão como necessidade de construção de um acervo finalidade constituir os procedimentos e sistematização de informações que necessários para o manejo e destinação

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Tabela 27. Responsável pela coleta e volume coletado de resíduos de estão fora dos construção civil. órgãos públicos. Município Coleta Volume gerado Candelária Tavares & Santos LTDA – ME 1320 m³ Poderá ser criada Gramado Xavier Responsabilidade do gerador. - Herveiras - - uma sistemática de Mato Leitão Responsabilidade do gerador. - registro de Pantano Grande Responsabilidade do gerador. - Passo do Sobrado Secretaria de obras e transporte. ±3000 Kg/mês fornecedores, Secretaria Municipal de Trânsito e procedência, Rio Pardo Serviços Essenciais. - Responsabilidade do gerador usuários, volumes Santa Cruz do Sul contratar empresas licenciadas. ±432m³/mês Sinimbu Serviço prestado pela prefeitura. ±416,66Kg/mês manejados, entre Vale do Sol Responsabilidade do gerador. ±20.496,66 Kg/mês outros, visando Vale Verde Responsabilidade do gerador. - Venâncio Aires Responsabilidade do gerador. - construir um banco Vera Cruz Serviço prestado pela prefeitura. ±100 Kg/mês de dados confiável e Fonte: Urbana Engenharia. atualizado para essa construção civil nos municípios do tipologia de resíduos. CISVALE.

Em alguns municípios o recolhi- mento destes é um serviço prestado pela Tabela 28. Destinação final dos resíduos de construção civil. prefeitura com auxílio das secretarias mediante pagamento de taxa. O Município Destinação final Candelária - contrário acontece em Candelária, no Gramado Xavier Doados para aterros em obras. qual uma empresa terceirizada é Herveiras - Doados para aterros em responsável pelo recolhimento deste tipo Mato Leitão obras/descarte irregular. de resíduo. Conforme Tabela 26, é Pantano Grande Aterro de terrenos. possível observar o manejo dos resíduos Disposição em terrenos Passo do Sobrado baldios. Licenciamento de cava de construção civil nos municípios de disposição de resíduos. Secretaria Municipal de pertencentes ao CISVALE. Trânsito e Serviços Essenciais Rio Pardo Destinação em aterro licenciado. Responsabilidade do gerador Santa Cruz do Sul 3.2.6.2 Destinação Final de RCC nos contratar empresas licenciadas. Municípios Público: Terreno baldio Sinimbu privado; Privado: Utilizado em aterro de terrenos. Vale do Sol Responsabilidade do gerador. A Tabela 28 seguir apresenta a Vale Verde Doados para aterros em obras. Venâncio Aires Responsabilidade do gerador. destinação final de resíduos da Vera Cruz Ecoponto. Fonte: Urbana Engenharia.

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O gerenciamento, bem como a funcionários da secretaria responsáveis destinação final do dos resíduos de pela limpeza urbana. O serviço é construção civil, é de responsabilidade realizado geralmente de maneira manual cada gerador. São considerados com auxílio de vassouras, e dispostos em geradores pessoas físicas ou jurídicas, reboque, para posterior destinação à públicas ou privadas, responsáveis por coleta convencional junto ao aterro atividades ou empreendimentos que sanitário.

gerem os resíduos de construção civil ou demolição. É possível observar que a 3.2.7.1 Cobertura dos Serviços de maioria dos municípios possuem o Limpeza Urbana nos conhecimento da destinação deste tipo Municípios de resíduo. Em alguns casos, como em Gramado Xavier, Mato Leitão, Pantano Grande e Vale Verde, os resíduos são Os resíduos de limpeza urbana reutilizados em áreas que necessitam são constituídos por materiais de aterros para execução de novas pequenas dimensões, como areia, terra, edificações e terraplanagem, mas folhas, além de embalagens, pedaços de também é possível observar que em madeira, entre outros que necessitam do algumas áreas a destinação é realizada descarte correto. de forma inadequada. No município de Candelária, as rotas de varrição estão programadas e

3.2.7 Manejo dos Resíduos de incluem regiões importantes da cidade, no sentido de aglomeração de pessoas, Limpeza Urbana como hospitais, supermercados, postos

de saúde, prefeitura municipal. Todavia, Estes serviços são de locais como o Ginásio Municipal de responsabilidade do município que Esportes, a Câmara Municipal de designa funções diretamente para as Vereadores, o Ginásio de Esportes da Secretarias. Exceto aos municípios de Instituição de Ensino Concórdia e o Candelária, Gramado Xavier e Mato quarteirão ao fundo desta instituição Leitão, a secretaria não possui serviço (Figura 82) poderiam ser incluídos como terceirizado para execução dessas rotas da varrição. atividades, sendo os próprios

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Figura 84. Limpeza urbana no município de Pantano Grande. Figura 82. Área sugerida para limpeza urbana em Candelária.

Fonte: Urbana Engenharia Fonte: Urbana Engenharia Em Mato Leitão, serviço de limpeza urbana é terceirizado e a Já em Pantano Grande, atividade é desenvolvida de forma conforme coletado junto à Administração adequada. Municipal, o serviço é realizado

manualmente com auxílio de vassouras, Figura 83. Limpeza urbana realizada no e dispostos em reboque, para posterior município de Mato Leitão. destinação à coleta convencional junto ao aterro sanitário. As atividades de varrição limitam-se às vias centrais e centro comercial do município.

Figura 85. Limpeza urbana no município de Vale do Sol.

Fonte: Urbana Engenharia

A empresa contratada possui responsabilidade pela limpeza de ruas centrais (cerca de 497 km de extensão de sarjeta são varridas), canteiros, praças, jardins e trevos, os quais utilizam equipamentos manuais e mecanizados Fonte: Urbana Engenharia (Figura 83). As atividades de varrição limitam-se às vias centrais e centro

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comercial do município, sendo realizada A destinação final desses resíduos de de segunda a sexta-feira. A mesma é limpeza urbana é apresentada na Tabela desempenhada por uma equipe 29.

composta por dois funcionários da Prefeitura Municipal. A varrição é 3.2.8 Manejo dos Resíduos de realizada de forma manual (Figura 85). Comerciais e de Prestadores de Nos demais municípios, as atividades de Serviços varrição limitam-se às vias centrais e centro comercial dos mesmos, sendo

realizada de segunda a sexta-feira. Os resíduos de estabelecimentos comerciais podem ser analisados em dois Tabela 29. Destinação final dos resíduos de grupos dependendo da quantidade de limpeza urbana dos municípios pertencentes ao CISVALE. resíduos gerado por dia. Sugere-se que seja considerado “pequeno gerador” de Município Destinação final Estação de transbordo resíduos os estabelecimentos que geram Candelária licenciada até 120 litros por dia (dado este extraído Gramado Xavier Coleta convencional Herveiras - do Manual de Gerenciamento Integrado Disposição irregular em Mato Leitão de Resíduos Sólidos da Secretaria terrenos. Resíduos de poda e capina: Especial de Desenvolvimento Urbano da Pantano Grande Aterro de galhos; Limpeza geral: Aterro sanitário Presidência da República – SEDU), o Passo do Sobrado Coleta convencional “grande gerador” é o estabelecimento Rio Pardo Aterro de galhos que gera um volume superior a esse Aterro no Parque de eventos Santa Cruz do Sul (área licenciada) limite. Resíduos de varrição: Depositado em canteiros de Sinimbu Deste modo estabelecendo praças; Demais resíduos: Coleta convencional limites de quantidade para coleta de Disposição em terreno não Vale do Sol resíduos em estabelecimentos comerciais licenciado Pátio da secretaria municipal e de serviços, acima desse volume a Vale Verde de Obras coleta deverá ser feita pelo responsável Venâncio Aires Área licenciada Vera Cruz Ecoponto. do estabelecimento, o qual deverá Fonte: Urbana Engenharia contratar empresas licenciadas para esse serviço. Caberá o Município acompanhar

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos o manejo a que são submetidos os 3.2.10 Manejo dos Resíduos resíduos. Sólidos Industriais (RSI)

A totalidade dos municípios exige que a destinação dos resíduos Os resíduos industriais são de comerciais e prestadores de serviço responsabilidade dos geradores. Devem sejam da seguinte maneira: Os resíduos ser segregados isoladamente de de escritório e banheiros podem ser qualquer outro tipo de resíduo, pelo fato destinados na coleta convencional do de apresentarem, por vezes, município, enquanto que para os demais características de periculosidade. Os resíduos a coleta, transporte e geradores devem elaborar o próprio destinação final são de responsabilidade plano de gerenciamento de seus dos geradores. resíduos, tendo em vista a resolução A falta de fiscalização a cerca da CONAMA n.º 313/2002, considerando as disposição dos resíduos na coleta ações específicas e cuidados adicionais convencional do município faz com que de segregação, acondicionamento, existam irregularidades durante este coleta, tratamento e destinação final. processo. Recomenda-se a exigência do plano de gerenciamento de resíduos 3.2.11 Manejo dos Resíduos quando necessário. Agrossilvopastoris (RSA)

3.2.9 Manejo dos Resíduos de Dentre esses resíduos, salientam- Serviço de Mineração (RSM) se suas características orgânicas e

inorgânicas. Tomam destaque entre os Nos municípios pertencentes ao resíduos com características orgânicas, os CISVALE, existem empresas licenciadas resultantes das principais culturas pela Fundação Estadual de Proteção agrícolas, separadas em culturas Ambiental Henrique Luiz Roessler – RS temporárias e permanentes, principais (FEPAM) e registradas no Departamento criações de animais, silvicultura e todas Nacional de Produção Mineral que as agroindústrias associadas. Dentre os realizam atividades as quais não geram resíduos de características inorgânicas resíduos significativos. gerados no setor agrossilvopastoril,

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destacam-se Tabela 30. Diagnóstico dos resíduos agrossilvopastoris.

nos segmentos Município Coleta Destinação final Embalagens Agrotóxico: Sinditabaco Embalagens Agrotóxico: dos agrotóxicos, Candelária orienta levar para agropecuárias. Logística reversa. fertilizantes, Gramado Xavier - - Herveiras - insumos Mato Leitão - - farmacêuticos Pantano Grande Não há registro Responsabilidade do gerador

veterinários, Passo do Sobrado Embalagens de Agrotoxico: AFUBRA. Agrotoxico: Logística reversa. além dos Rio Pardo - - Embalagens de Agrotoxico: Santa Cruz do Sul - resíduos sólidos Logística reversa. Embalagens Agrotóxico: Sinditabaco Embalagens Agrotóxico: Sinimbu domésticos orienta levar para agropecuárias. Logística reversa. Embalagens Agrotóxico: Sinditabaco Embalagens Agrotóxico: Vale do Sol rurais. orienta levar para agropecuárias. Logística reversa; Resíduos gerados na criação Durante animal e nas agroindústrias: Ração animal. a elaboração do Vale Verde - - trabalho de di- Resíduos orgânicos usados na Venâncio Aires - própria propriedade agnóstico de Resíduos orgânicos: Vera Cruz Embalagens de Agrotoxico: AFUBRA Incorporados no solo resíduos agros- Fonte: Urbana Engenharia. silvopastoris, não foi possível estimar a parcela de dades para com todos os segmentos en- resíduos orgânicos gerados nas ativida- volvidos nas cadeias logísticas desses des de cultivos, colheita e produção, pois produtos. não foram encontrados números Diante à elaboração do diagnós- consistentes que permitam quantificá- tico, não se obteve informações precisas los, bem como não foram obtidas sobre o montante, quantificação ou ca- informações concretas sobre tais racterização dos resíduos inorgânicos atividades. provenientes das atividades agrossilvo-

Sobre os resíduos de natureza pastoris. Sugere-se o cadastramento das inorgânica que abrangem os agrotóxicos, atividades agrossilvopastoris do municí- fertilizantes e produtos de uso veteriná- pio de Rio Pardo para um melhor moni- rio e suas embalagens, a partir do De- toramento dos resíduos gerados. creto n.º 4.074/2002, que regulamen- A Tabela 30 demonstra o diag- tou as Leis n.º 7.802/1989 e n.º nóstico dos resíduos agrossilvopastoris 9.974/2000, dividiu-se as responsabili- nos municípios, principalmente no que

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos tange a logística reversa das embalagens de agrotóxicos e fertilizantes. Conforme analisado, os resíduos inorgânicos devem 3.3 SÍNTESE COM DEFINIÇÃO contemplar o ciclo da logística reversa, o REGIONALIZADA DOS PEQUENOS, MÉDIOS E GRANDES Sinditabaco e a AFUBRA realizam ações GERADORES DE RESÍDUOS incentivando e orientando a destinação das embalagens de agrotóxicos nas Esse item objetiva apresentar a agropecuárias. Embora não registrado, os síntese com definição regionalizada dos resíduos agrossilvopastoris orgânicos são pequenos, médios e grandes geradores utilizados na própria propriedade, no de resíduos, contendo sugestão de plano qual são reintroduzidos no solo melho- de cadastramento dos médios e grande rando a qualidade e a produtividade das geradores, visando contribuir no culturas. processo de fiscalização ambiental

quanto aos planos de gerenciamento de 3.2.12 Manejo dos Resíduos de resíduos sólidos destes, quando for o Serviços de Transportes (RST) caso.

Para isso, cada município, em

Os municípios pertencentes ao seu Plano Municipal de Gerenciamento CISVALE possuem apenas terminais de Resíduos Sólidos deve definir, na rodoviários e entrepostos, os quais são esfera municipal, qual departamento utilizados para os ônibus que realizam as deve analisar e validar os Planos de linhas para o interior do município. Os Gerenciamento Específicos de Resíduos mesmos não possuem nenhum controle Sólidos dos empreendimentos privados ou informação sobre os resíduos daquela municipalidade, centralizando, provenientes da atividade, com isso, o controle das ações para o impossibilitando sua caracterização. As manejo correto dos resíduos. A empresas geradoras são responsáveis elaboração desses planos é obrigatório pela gestão e destinação final dos para determinados geradores, conforme resíduos. Provavelmente a destinação é determinação do Art. 20 da Lei Federal realizada junto aos resíduos à coleta de nº 12.305/2010, sintetizados nos itens a resíduos sólidos domiciliares de cada seguir: município.

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a) Geradores de resíduos dos perigosos, por sua natureza, composição serviços públicos de saneamento básico, ou volume; exceto os resíduos sólidos urbanos f) Geradores de resíduos de domiciliares e de limpeza urbana, serviços de transporte: neste grupo originários da varrição, limpeza de entram as empresas de transporte logradouros e vias públicas e outros originários de portos, aeroportos, serviços de limpeza urbana. Nessa terminais alfandegários, rodoviários e categoria são consideradas as empresas ferroviários e passagens de fronteira. de tratamento de água e esgoto, g) Geradores de resíduos das drenagem de água pluvial, as prefeituras atividades agropecuárias e silviculturas, que prestam os serviços públicos de incluídos os relacionados a insumos saneamento básico por conta própria, utilizados nessas atividades: as empresas entre outros. pertencentes a essa categoria são: b) Geradores de resíduos frigoríficos, matadouros, abatedouros, industriais: se aplica a toda e qualquer açougues, indústria de processamento de indústria, desde a indústria alimentícia, produtos agrícolas como arroz, automobilística, de equipamentos mandioca, milho, soja, feijão, etc.

eletrônicos, as serrarias, entre outras. c) Geradores de resíduos de Como a elaboração dos planos serviços de saúde: os resíduos desta de gerenciamento de resíduos sólidos categoria de geradores são originados compete à iniciativa privada, cabe ao principalmente em hospitais, clínicas, CISVALE a capacitação dos órgãos de consultórios, mas também na indústria fiscalização para cobrar as ações farmacêutica. indicadas nestes documentos e d) Geradores de resíduos da apropriar-se das informações dos construção civil: as empresas de processos produtivos geradores dos construção, de reformas, reparos e resíduos. demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis. e) Geradores de resíduos

perigosos, ou caracterizados como não

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Tabela 32. Definição do porte dos geradores pela média de produção de resíduos sólidos

Gerador Pequenos geradores Médios geradores Grandes geradores

Os proprietários, possuidores ou titulares de estabelecimentos institucionais, de prestação de serviços, comerciais e industriais, dentre outros, geradores de Média mensal superior >50 Média mensal superior Média mensal superior a resíduos sólidos caracterizados como resíduos da Classe 2 pela NBR 10.004, L/dia >100 L/dia 200 L/dia da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

Os proprietários, possuidores ou titulares de estabelecimentos institucionais, de prestação de serviços, comerciais e industriais, dentre outros, geradores de Média mensal superior a Média mensal superior a Média mensal superior a resíduos sólidos inertes, tais como entulhos, terra e materiais de construção, 10 Kg/dia. 25 Kg/dia. 50 Kg/dia. sujeitos à obtenção de alvará de aprovação e/ou execução de edificação, reforma ou demolição;

Os condomínios de edifícios não-residenciais ou de uso misto cuja soma dos Média mensal acima de Média mensal acima de Média mensal acima de resíduos sólidos, caracterizados como resíduos da Classe 2 pela NBR 10.004, 250L/dia 500L/dia 1.000L/dia da ABNT, gerados pelas unidades autônomas que os compõem.

Média mensal acima de 10 Média mensal acima de 25 Média mensal acima de 50 As entidades da Administração Indireta e os órgãos e entidades estaduais e Kg/dia. Kg/dia. Kg/dia. federais da Administração Direta e Indireta geradores de resíduos sólidos caracterizados como resíduos da Classe 2 pela NBR 10.004, da ABNT, Média mensal superior a Média mensal superior a Média mensal superior a geradores de sólidos inertes, tais como entulhos, terra e materiais de 50L/dia. 100L/dia. 200L/dia. construção.

Fonte: Urbana Engenharia.

Sabe-se que o porte dos Tabela 31. Definição dos portes das empresas a partir do número de colaboradores e receita anual. estabelecimentos estão direta- Número de Colaboradores Porte da Empresa Comércio e Receita anual Indústria mente vinculados ao seu porte, Serviços Microempreendedor Até 1 - <81 mil entende-se que quando maior a Microempresa Até 9 Até 19 99 >499 >R$ 300 milhões empresas em pequeno, médio e Fonte: SEBRAE. grande porte de acordo com o número Figura 86. Situação das empresas do CISVALE em 2014. de funcionários e a receita anual: 7219 6763 O número de empreendimentos 7000 6000 existentes nos municípios pertencentes 5000

ao CISVALE, de acordo com o porte, é 4000

3000 identificado na Figura 86. Em 2014 fo- 1991 2000 1289

ram contabilizados 17.546 estabeleci- 1000 222 62 mentos, nesta situação foi possível iden- 0 2014 tificar que quanto menor o porte da Microemprededor individual Microempresa empresa maior é a sua abrangência de Empresa de pequeno porte Empresa de médio porte Empresa de grande porte Porte não informado mercado. Fonte: IBGE (2014).

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Devido ao fato do CISVALE não  Cópia do Alvará de possuir o cadastros dos estabelecimentos Funcionamento; conforme o seu patamar de geração de  Comprovante de inscrição no resíduos, sugere-se criar um sistema Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica para cadastramento dos produtores de (CNPJ); resíduos sólidos, dando prioridade aos  Plano de Gerenciamento de grandes geradores. Resíduos Sólidos, nos termos da Lei

Federal n.º 12.305/2010; do seu Regulamento, Decreto nº 7.404/2010 e 3.3.1.1 Sugestão para Cadastramento demais normas pertinentes, com dos Grandes Geradores Responsabilidade Técnica devidamente

assinada e recolhida junto ao conselho Considerando a necessidade de profissional competente; proteção da saúde pública e da  Cópia da cédula de identidade e qualidade ambiental e a necessidade de do Cadastro de Pessoa Física (CPF) do estabelecer políticas de redução, responsável legal; reutilização, reciclagem e tratamento dos  Cópia do contrato de prestação de resíduos sólidos, bem como disposição serviços de gerenciamento de resíduos final ambientalmente adequada dos sólidos firmado entre o grande gerador rejeitos, é necessário que exista um com empresa prestadora devidamente sistema de cadastramento de habilitada; estabelecimentos considerados como  Todas as informações solicitadas grandes geradores de resíduos sólidos, pelo Poder Público referente à natureza, estes estabelecidos na Tabela 31. ao tipo, às características e quantidades

Para o cadastramento, o grande e ao gerenciamento e manejo dos gerador deverá disponibilizar sua resíduos sólidos gerados. documentação no sistema que será criado exclusivamente para este tipo de O grande gerador é responsável ação. Segue listagem dos documentos pela coleta, transporte, tratamento, sugeridos para o cadastro de grande destinação dos resíduos sólidos e gerador: disposição final dos rejeitos em aterro sanitário regularmente licenciado, bem

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos como por danos decorrentes do manejo conta disso, é amplamente interpretado, inadequado dos resíduos ou rejeitos variando entre utilizado para representar realizados pelas empresas prestadoras de a depredação de uma mata até a serviço. exploração de uma área de tal forma

A fim de garantir a fiscalização que ela perca suas características de solo dos estabelecimentos, caberá ao órgão e vegetação, podendo culminar até público municipal as seguintes funções: mesmo em uma modificação de relevo. Para este Plano Estratégico, foi  Inspecionar e orientar os Grandes considerada área degradada toda área Geradores e empresas prestadoras de que por ação antrópica vinculada ao serviços quanto às normas que serão descarte irregular de resíduos teve suas estabelecidas; características originais alteradas além  Vistoriar os abrigos de do limite de recuperação natural dos armazenamento de resíduos, recipientes solos, exigindo, assim, a intervenção do acondicionadores e os veículos homem para sua recuperação. cadastrados; O Decreto Federal nº 97.632/89  Expedir notificações, auto de define o conceito de degradação infração, retenção e apreensão. ambiental como sendo "processos resultantes de danos ao meio ambiente, Sugere-se que o pelos quais se perdem ou se reduzem recadastramento seja realizado algumas de suas propriedades, tais como anualmente, assim o poder público de a qualidade produtiva dos recursos cada município terá maior controle da naturais". situação atual dos resíduos sólidos. Nas visitas técnicas em todo o território do CISVALE, foram identificadas as principais áreas degradadas e os

3.4 ÁREAS DEGRADADAS E principais passivos ambientais, PASSIVOS AMBIENTAIS apresentados nas duas imagens esquemáticas a seguir da localização dos

O conceito de áreas degradadas passivos, nos treze municípios objetos do é multidisciplinar, isto é, ele é utilizado Plano Estratégico Regional: em várias frentes do conhecimento. Por

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Figura 87. Passivos ambientais identificados nos municípios do CISVALE nos anos de 2018 e 2019.

Fonte: Urbana Engenharia

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Figura 88. Passivos ambientais identificados nos municípios do CISVALE nos anos de 2018 e 2019.

Fonte: Urbana Engenharia

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Apesar de ser um termo contaminação por resíduos sólidos, mas abrangente, podem-se definir passivos sim casos pontuais e dispersos, como o ambientais como obrigações adquiridas cemitério. Neste local, observou-se a em decorrência de transações anteriores disposição de resíduos de exumação e ou presentes, que provocaram ou sepultamento, além de resíduos provocam danos ao meio ambiente ou a volumosos, e de construção civil. Quanto terceiros de forma voluntária ou ao antigo lixão existente no município o involuntária. Os passivos ambientais mesmo encontra-se desativado, no local devem ser indenizados através da existe um projeto de recuperação desta entrega de benefícios econômicos ou área que está sob análise Fundação prestação de serviços, em um momento Estadual de Proteção Ambiental – futuro (GALDINO et al, 2002). Foram FEPAM. considerados para diagnóstico como Em Mato Leitão não foram passivos ambientais aterros controlados, identificados pontos de descarte irregular lixões, cursos d‖água, áreas de “bota- de resíduos, contudo, foi identificado um fora” e principais pontos críticos à lixão desativado há mais de 10 anos, disposição de resíduos sólidos. sendo que não há mais geração de

Os passivos ambientais chorume (Item 01 da Figura 87). Todas as áreas já se recompuseram investigados nos municípios pertencentes ao CISVALE contemplam ambientalmente, apresentando principalmente o descarte irregular de vegetação em estágio médio e todas as resíduos de construção civil, resíduos áreas em suas drenagens, sejam por sólidos urbanos e resíduos volumosos declividade do terreno ou drenagem em terrenos baldios. Foram identificadas construída, não gerando escoamento de áreas de antigos “lixões”, utilizadas para chorume ou lixiviado. o descarte de resíduos sólidos urbanos Até o ano de 2014, o município que, atualmente não possuem mais esta de Pantano Grande destinava seus utilidade. A seguir serão identificadas as resíduos no “lixão” que havia no áreas de passivos ambientais para cada município, sendo que este foi desativado município. por não se enquadrar nos parâmetros

No município de Gramado Xavier exigidos pelo órgão ambiental, onde não há problemas graves com relação à todos os lixões a céu aberto e sem

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos tratamento correto, deveriam ser de despejo de lixo. As águas das chuvas interditado e as áreas recuperadas. Hoje, também podem contribuir para que o essa área se encontra com o devido arroio receba carga de resíduos que não projeto de recuperação executado, se encontram em local adequado porém, durante a elaboração do podendo ser visualizado o depósito de diagnóstico pode-se observar uma resíduos no Arroio do Sobrado, na disposição de resíduos no local. Nas entrada da cidade (Item 03 da Figura demais áreas não há problemas graves 87). com relação a contaminação por No município de Rio Pardo não resíduos sólidos, mas sim casos pontuais há problemas graves com relação a e dispersos com a disposição de resíduos contaminação por resíduos sólidos, mas em locais irregulares (Item 02 da Figura sim casos pontuais e dispersos com a 87). disposição de resíduos em locais A fim de evitar o descarte irregulares, conforme podemos observar irregular de resíduos em terrenos a disposição irregular de resíduos de desocupados, a Secretaria de Meio construção civil (Item 04 da Figura 87). Ambiente de Passo do Sobrado passou a Já no município de Santa Cruz do sul, implantar placas orientativas e lixeiras, identificaram-se passivos ambientais em no qual, tal atividade vem resultando em diversas regiões da cidade, como mudanças positivas dos hábitos da exemplo, terreno no Bairro Progresso população. Entretanto, na sede da (antigo Santo. Antônio do Sul), região de Secretaria de Obras e Trânsito periferia, no qual se trata de uma área identificou-se um local onde pode existir viciada em receber resíduos de risco de contaminação e passivos construção civil (RCC). Foram detectados ambientais por conta do armazenamento em áreas de aterros e terrenos de óleos usados e de lâmpadas desocupados diversos resíduos de fluorescentes próximas à vala de construção civil, resíduos volumosos, escoamento hídrico. Em função do resíduos sólidos urbanos, resíduos desenvolvimento urbano e a falta de eletrônicos e sucatas. Na área do antigo conscientização urbana e rural, os corpos “lixão” do município ainda é possível d‖água existentes na zona urbana encontrar passivos na questão de recebem carga de dejetos sem descarte irregular de resíduos no local tratamento e também se tornam pontos (Item 05 da Figura 87).

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No município de Sinimbu, não inadequado. Observa-se sucata de há problemas graves com relação à caminhão e outras estruturas metálicas contaminação por resíduos sólidos, mas dispostas diretamente ao solo além de sim casos pontuais e dispersos, como o áreas de descarte inadequado de descarte irregular de podas e RCC ao resíduos de construção civil, resíduos de lado da EMEI Criança . Neste local, poda e capina e resíduos volumosos observou-se a disposição de resíduos de (Item 08 da Figura 88).

construção civil, volumosos e podas Entre os passivos ambientais no (Item 06 da Figura 88). município de Venâncio Aires, pode-se Em Vale do Sol foi constatado citar um terreno na Rua Antônio Carlos, que existe uma área inapropriada onde região central, área viciada em receber são acondicionados resíduos volumosos. Resíduos de Construção Civil (RCC). No Segundo o proprietário do terreno, o bairro Battisti, verifica-se o acúmulo de mesmo recolhe os resíduos volumosos depósito de resíduos de construção civil, comercializáveis de Vale do Sol e região resíduos volumosos, roupas, sapatos e e, posteriormente, comercializa com sucatas em geral. Foram observadas uma empresa localizada em Lajeado demais áreas no município que recebem (Item 07 da Figura 88). Entretanto, no resíduos sólidos urbanos de maneira município não existem outras áreas de irregular. Foram observadas também passivos ambientais. São raras as lâmpadas usadas mal acondicionadas na denúncias de descarte irregular de Secretaria de Infraestrutura e Serviços resíduos. No município de Vale Verde Públicos. Há um antigo lixão na cidade, pode ser identificado um passivo que agora está cercado e em ambiental no pátio da secretaria recuperação ambiental (Item 09 da municipal de Obras, Trânsito, Transporte Figura 88).

e Serviços, no qual apresenta área Como passivos ambientais no contaminada por distintos materiais município de Vera Cruz, pode-se citar dispostos diretamente na superfície do áreas ou terrenos viciados, ferros velhos, solo, verificam-se manchas no solo pneus e sucatas mal dispostos e causadas por óleo mal acondicionado e ecopontos (Item 10 da Figura 88). manuseio incorreto, apresentando

vazamento e infiltração. Portanto, o local onde o óleo está alojado é

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3.5 SISTEMA DE COBRANÇA PELOS de RSU e da limpeza urbana, obtida SERVIÇOS PÚBLICOS DE através dos contratos de terceirização LIMPEZA URBANA E DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS deste serviço. Observa-se que em todos os municípios há déficit na arrecadação da taxa de lixo com os custos totais A gestão de resíduos sólidos, envolvidos. devido à sua complexidade e estrutura, apresenta grande necessidade de A finalidade do valor arrecadado recursos financeiros, seja para para custear o manejo de resíduos investimentos, como aquisição de sólidos é decidido durante a votação do equipamentos, ou para seu simples orçamento do Poder Executivo, o que custeio das operações. Apesar dessa nem sempre garante que estes recursos visível necessidade, em geral os tenham a utilização prevista municípios não criam uma forma originalmente. Além de gerar receita, a específica de financiamento para este cobrança por esses serviços poderia serviço público. Com isso, as taxas de servir de meio pedagógico de forma a limpeza pública ficam embutidas nos educar a população quanto à impostos prediais e territoriais (IPTU) e necessidade de se reduzir a quantidade acumuladas no orçamento municipal, de resíduos gerados. Entretanto, quando embora nem sempre sejam menores do a cobrança está embutida nos impostos que os gastos reais. A Tabela 33 territoriais, por exemplo, perde-se esse apresenta o Tabela 33. Custos mensais com RSU e limpeza urbana versus receita arrecada pela valor taxa de lixo. arrecadado Município Custo mensal total Taxa de lixo Déficit com a taxa Candelária R$ 100.055,70 R$ 43.787,19 R$ 56.268,50 Gramado Xavier R$ 13.732,58 R$ 604,57 R$ 13.128,01 de limpeza Herveiras Sem Informação Sem Informação Sem Informação pública e Mato Leitão R$ 21.187,00 R$ 8.800,65 R$ 12.386,35 Pantano Grande R$ 32.401,35 R$ 11.927,11 R$ 20.474,23 seu gasto Passo do Sobrado 32.493,25 R$ 12.155,18 R$ 20.338,06 direto com Rio Pardo R$ 156.913,10 R$ 71.160,09 R$ 85.753,10 coleta, Santa Cruz do Sul R$ 1.048.296,76 R$ 450.000,00 R$ 598.296,76 Sinimbu R$ 37.337,56 R$ 1.473,77 R$ 35.863,78 transporte e Vale do Sol R$ 33.108,73 R$ 4.316,06 R$ 28.792,66 destinação Vale Verde R$ 4.111,47 R$ 326,08 R% 3.785,39 Venâncio Aires R$ 438.173,34 R$ 270.833,33 R$ 167.340,00 final apenas Vera Cruz R$ 131.596,31 R$ 75.960,53 R$ 55.635,77 Fonte: Urbana Engenharia

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fator educativo. O sentimento de que pagam, poderia incentivar a redução da gerenciar o lixo não custa nada permite geração de resíduos (DENISON; o aumento inconseqüente da geração RUSTON, 1990).

dos RSUs. Além disso, o custo marginal Nesse sentido, há muitos que é inexistente; gerando ou não resíduos, defendem não apenas a cobrança por as pessoas pagam o mesmo valor. serviços de coleta de resíduos, mas que É contraditório, também, as esta seja efetuada sob a forma de tarifa. orientações dos órgãos de controle, Uma vez que tornaria não apenas mais como o Tribunal de Contas do Estado, transparente o uso do dinheiro, mas por exemplo, que sugere contratos nos também porque teria a capacidade de municípios cujo fator vínculo de induzir a diminuição da quantidade de remuneração é "tonelada coletada", ao resíduos gerada, no caso de se aplicar a invés de pagar por "empreitada global" cobrança progressiva pela geração de ou "preço por habitante". Com isso, resíduos (MAGALHÃES, 2009).

ficam em dois lados da operação o Com esse objetivo, diversos município contratante e a empresa países – por exemplo, Alemanha, terceirizada contratada. Uma Bélgica, Estados Unidos, Finlândia, (contratante) fazendo o esforço para França, Holanda, Inglaterra, Itália, conscientizar para a redução da Luxemburgo e Nova Zelândia – cobram produção de resíduo e outra pela coleta de resíduos. Tais cobranças (contratada), paradoxalmente, instruindo visam não apenas financiar o sistema, a população para fazer exatamente o mas também incentivar a população a contrário, vez que seu faturamento produzir menos resíduos (FENTON; depende exclusivamente do aumento - e HANLEY, 1995). Esta cobrança, não redução - da produção de resíduos. usualmente, recai apenas sobre os Em um cenário ideal, a cidade mais resíduos que são encaminhados para limpa não é, necessariamente, aquela destinação final em aterros, enquanto os que mais se limpa, e sim aquela que resíduos coletados para posterior menos se suja (VARGAS, 2018). Existem reciclagem não são cobrados. Esta importantes críticas a tal arrecadação diferenciada também posicionamento, uma vez que informar procura incentivar a população a aos cidadãos os custos da coleta e participar das ações de reciclagem e disposição dos resíduos, pelos quais já

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos coleta seletiva. Todavia, embora a pode haver aumento da irregularidade cobrança pelo serviço de coleta de no fluxo de caixa, em contraposição aos resíduos gere benefícios financeiros e custos com equipamentos e disposição educativos, ela também apresenta final que são, em geral, já definidos. Na alguns riscos e problemas. projeção deste, deve-se levar em

Primeiramente, não pode os consideração que o objetivo dos municípios buscarem uma cobrança da programas é reduzir a quantidade de população incentivando a não geração resíduos, o que significa redução da enquanto as empresas terceirizadas são receita. Fica, novamente, os municípios motivadas, em função dos contratos no cenário paradoxal em que a estabelecidos com o Poder Público, a arrecadação é proporcional ao aumento fazer exatamente o contrário. Dado o do resíduo, que é estimulado - através cenário de baixa capacidade institucional de política econômica - a reduzir sua e limitada estrutura de monitoramento produção. das prefeituras vinculadas ao CISVALE, a Por fim, outra dificuldade cobrança por coleta de resíduos encontrada diz respeito aos domicílios aumentaria a disposição ilegal, uma vez multifamiliares. A solução mais prática e que isto reduziria os valores pagos na utilizada em outros países é o uso de forma de tarifa (FULLERTON, 1998; contêineres coletivos, cujo custo é MIRANDA; ALDY, 1998). Embora rateado entre as pessoas (WIEDEMANN, experiências internacionais demonstrem 1999). Entretanto, a possibilidade de que uma fiscalização inicial efetiva pessoas socializarem os custos da gestão diminua a chance de disposição ilegal de seus resíduos é grande, análogo à (DEWEES; HARE, 1998), o histórico da cobrança de água em edifícios, cuja gestão de RSU no Rio Grande do Sul e conta é paga pelo condomínio. A no Brasil demonstra que o controle é conteinerização já é desenvolvida no muito frágil para se esperarem sistema de manejo de resíduos de alguns resultados semelhantes. municípios, como Santa Cruz do Sul e

Em segundo lugar, a cobrança de Venâncio Aires, mas existem resistências tarifas tende a tornar o gerenciamento de catadores e dos próprios moradores a mais complexo e a aumentar o custo esta tecnologia, uma vez que a administrativo do sistema. Além disso, população não está, ainda, suficientemente educada para seu uso.

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Independente das experiências categoria genérica de usuários e divisível internacionais, a implantação de seria o serviço suscetível de utilização, sistemas de cobrança pela gestão de separadamente, por parte de cada um resíduos sólidos no Brasil vinha, dos usuários. A diferenciação entre taxa historicamente, sendo dificultada por e tarifa, por sua vez, daria-se pela questões legais. Principalmente devido à obrigatoriedade da utilização. Uma vez dificuldade de criar novos impostos ou que a taxa é impositiva para todos de caracterizar a coleta de resíduos quantos possam usufruir tais serviços, como serviço passível de cobrança por ainda que não o desejem, a tarifa é o taxas ou tarifas. Segundo a legislação, preço público que a administração fixa, existem critérios bem definidos com prévia e unilateralmente, por ato do relação à instituição de impostos, taxas e Executivo, para as utilidades tarifas. Os impostos se distinguem dos (MEIRELLES, 2001). Em resumo, a tarifa demais tributos pela inexistência de uma é um preço público unitário atividade específica da administração preestabelecido cobrado pela prestação ligada à exigência da prestação de serviço de caráter individualizado e pecuniária; o imposto é arrecadado em facultativo. A tarifa não tem natureza benefício de toda a coletividade tributária, estando relacionada à (MEIRELLES, 2001). Neste sentido, o quantidade do serviço efetivamente imposto deve ser adotado para financiar prestado, como por exemplo ao volume atividades que não possam ser divididas de resíduos sólidos recolhidos.

ou atribuídas a um grupo específico. Conforme o Manual para Para a definição de taxas ou Elaboração de Plano Municipal tarifas, por sua vez, é necessário que o Simplificado de Gestão Integrada de serviço seja específico e divisível. O Resíduos Sólidos disponibilizados pela Código Nacional Tributário (CNT) define GRS/DAU/SRHU do Ministério do Meio como serviço específico aquele que pode Ambiente, cidades com menos de 20 mil ser destacado em unidade autônoma de habitantes, recomenda-se adotar a intervenção, de utilidade ou de cobrança da seguinte forma:

necessidade pública. Desta forma, ele deve ser vinculado ao público ao qual se a) taxas: coleta e destinação destina. Pela definição do CNT, são final para as residências e pequenos específicos serviços destinados a uma

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos comércios que gerem resíduos que se ela precisa ser eficaz e eficiente, sendo caracterizam como domiciliares; necessária a profissionalização destes

b) preços públicos ou tarifas: sistemas e o correto controle financeiro para grandes geradores, como e operacional. empreendimentos que geram acima de Apesar de a cobrança pela 2,5 mil litros ou 0,5 ton de resíduos por gestão de resíduos sólidos parecer mês, além dos geradores industriais, de equacionada do ponto de vista legal, saúde, construção civil, oriundos da existe uma série de desafios práticos a agropecuária ou mineração. serem superados, que serão reduzidos a partir do momento que se desenvolva

um sistema de financiamento específicos Conforme indicação da Política para a gestão de resíduos sólidos, Nacional do Saneamento Básico, Lei mobilizados pelo CISVALE, em todos os Federal nº 11.445/2007, em que um dos municípios do consórcio. eixos são os resíduos sólidos, os serviços públicos devem ter sustentabilidade Conforme análise da situação de econômica-financeira, mediante a arrecadação em cada um dos municípios remuneração pela cobrança dos serviços observa-se que a modalidade de (art. 29 da Lei Federal nº 11.445/2007). cobrança adotada vincula, em geral, a A mesma lei, em seu art. 35, refere que cobrança de limpeza urbana ao IPTU, as taxas ou tarifas decorrentes da não havendo uma diferenciação quanto prestação dos serviços de limpeza aos financiamentos dos sistemas de urbana e manejo de resíduos sólidos limpeza urbana e manejo de resíduos urbanos devem levar em conta critérios sólidos. Essa discriminação é fundamental para o planejamento de renda do contribuinte, características das áreas e edificações, volume e massa orçamentário das ações de gestão de de resíduo produzido, entre outros resíduos sólidos, e deve ser indicada quesitos. como propostas de metas e ações futuras. Embora a instalação de sistemas de cobrança seja importante, por si só ela não é suficiente para garantir a viabilidade econômica dos sistemas de gestão de RSU. Além de ser implantada,

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3.5.1 Taxas de Serviços Urbanos De acordo com as informações coletadas, o valor arrecadado para os

serviços de limpeza urbana e coleta, São apresentados os valores de transporte e destinação final dos RSU taxas de serviços urbanos vinculadas à são incrementados na parcela do IPTU, gestão de resíduos em cada um dos sendo cobrados anualmente. O valor municípios na Tabela 34. arrecadado para cada tipo de economia

Tabela 34. Identificação dos serviços públicos urbanos de RSU e sua cobrança.

Cobrança dos Método de Município serviços Serviços Urbanos Lei Cobrança urbanos Cobrança pelos serviços de coleta Lei Federal de Saneamento Candelária SIM e destinação dos resíduos sólidos IPTU Básico n.º 11.445/2007 domiciliares. Cobrança pelos serviços de coleta, Gramado Xavier SIM transporte e destinação final dos IPTU Lei Municipal n.º 1.751/2017 resíduos sólidos urbanos.

Herveiras Sem Informações Cobrança dos serviços de limpeza Mato Leitão SIM IPTU Lei Municipal n.º 2.543/2017 urbana. Cobrança dos serviços de coleta, Código Tributário Lei Pantano Grande SIM transporte e destinação final dos IPTU Complementar n.º 572/2016 resíduos sólidos urbanos.

Cobrança dos serviços de coleta Código Tributário Lei Passo do Sobrado SIM convencional, coleta seletiva, IPTU Complementar Municipal n.º aterro sanitário e limpeza pública. 004/2005

Cobrança dos serviços de coleta Código Tributário Lei Rio Pardo SIM convencional, coleta seletiva, IPTU Municipal n° 1.302/2003 aterro sanitário e limpeza pública.

Cobrança dos serviços de coleta, Código Tributário Lei Santa Cruz do Sul SIM transporte, destinação final dos IPTU Municipal nº 1.682/2017 RSU e limpeza pública.

Cobrança dos serviços de coleta, Sinimbu SIM transporte, destinação final dos IPTU Lei Municipal nº 90/2006 RSU e limpeza pública.

Cobrança dos serviços de coleta, Código Tributário e Lei Vale do Sol SIM transporte, destinação final dos IPTU Complementar nº 35/2015 RSU e limpeza pública. Cobrança dos serviços de coleta, Código Tributário e Lei Vale Verde SIM transporte e destinação dos IPTU Municipal nº 1.682/2017 resíduos sólidos. Cobrança dos serviços de coleta, Lei Complementar n.º Venâncio Aires SIM transporte, destinação final dos IPTU 64/2013 RSU e limpeza pública. Cobrança dos serviços de coleta, Código Tributário Lei nº Vera Cruz SIM transporte e destinação final dos IPTU 1176/1993 RSU. Fonte: Urbana Engenharia

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é atribuído de acordo com o código Pantano Grande Valor tributário e leis de cada município. As Coleta de resíduos Incidência 1UPM R$ 270,00 Tabelas a seguir demonstram o valor Imóveis construídos, de uso exclusivamente residencial que deve ser contribuído de acordo com Inscrições em logradouros com até cinco coletas semanais o tipo de edificação e a sua área, em Com até 70m² de área R$ 48,60 construída cada um dos municípios. Com mais de 70m² até Anual R$ 97,20 500m² de área construída Com mais de 500m² de R$ 145,80 área construída Tabela 35. Valor cobrado pelas Prefeituras pelos Inscrições em logradouros com mais de cinco coletas serviços de coleta e destinação de RSU. semanais Com até 500m² de área R$ 216,00 construída Anual Candelária Com mais de 500m² de R$ 270,00 Tipo de economia Incidência Valor área construída Prédios com até 50m² R$ 27,30 Outros imóveis construídos, de uso não residencial Prédios de 50 a 100m² R$ 38,22 Inscrições em logradouros com até cinco coletas Prédios de 100 a 150m² Anual R$ 43,68 semanais Prédios de 150 a 200m² R$ 54,60 Com até 150m² de área R$ 108,00 Prédios com mais de 200m² R$ 81,80 construída Definições na Lei Municipal nº 63/2003 Com mais de 150m² até Anual R$ 216,00 Gramado Xavier 1500m² de área construída Com mais de 1500m² de Valor R$ 351,00 Coleta de resíduos Incidência 1 URM área construída R$ 3,49 Inscrições em logradouros com mais de cinco coletas Prédios residenciais R$ 34,24 semanais Prédios comerciais R$ 57,06 Com até 150m² de área Anual R$ 135,00 Prédios industriais R$ 100,83 construída Com mais de 150m² até Terrenos baldios R$ 11,41 Anual R$ 243,00 Definições na Lei Municipal nº 1.751/2017 1500m² de área construída Com mais de 1500m² de Herveiras R$ 405,00 área construída Não foram disponibilizadas informações até o Imóveis sem edificações fechamento do PER. Todos os imóveis Anual R$ 27,00 Mato Leitão Definições na Lei Municipal nº 572/2016 Valor Coleta de resíduos zona Passo do Sobrado Incidência 1 URM urbana Tipo de economia Incidência Valor R$ 3,29 Residencial R$ 112,32 Residencial até 50,00 m² R$ 39,48 Anual Comercial R$ 144,84 Residencial de 50,01 m² até R$ 59,22 Definições na Lei Municipal nº 04/2005 100,00 m² Residencial de 100,01 m² Rio Pardo R$ 82,25 até 200,00 m² Valor Residencial acima de (R$/m²) R$ 125,02 Descrição Incidência 200,01 m² 1 VPM Não Residencial até 100,00 Anual R$ 3,58 R$ 115,15 m² Coleta de Lixo em imóvel Não Residencial de 100,01 edificado, por metro R$ 180,95 R$ 2,47 m² até 300,00 m² quadrado de área Não residencial de 300,01 construída e por ano. R$ 263,20 m² até 700,00 m² Limpeza Pública – em Não residencial acima de imóvel edificado, por metro R$ 427,70 R$ 0,54 700,01 m² quadrado de área Anual Valor construída e por ano. Coleta de resíduos zona Incidência 1 URM Limpeza Pública – em rural R$ 3,29 imóvel não edificado, por Residencial R$ 26,32 metro quadrado de área R$ 0,54 Anual Não Residencial R$ 65,80 corrigida até 5.000 metros quadrados e por ano. Definições na Lei Municipal nº 2.543/2017

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Remoção de lixo não Vale do Sol residenciável (limpeza de Valor em terrenos, resíduos de aterro, Tipo de economia Incidência R$ 35,80 UFM entulho, caliça etc.) – por Área não edificada até 6 carga e por vez quando 500m² solicitado Área não edificada de 501 12 Remoção de lixo não até 1.500m² residenciável (limpeza de Área não edificada de 1.501 terrenos, resíduos de aterro, 16 R$ 107,40 até 3.500m² entulho, caliça etc.) – por Área não edificada superior 20 carga e por vez quando não a 3.500m² solicitado Ocupação residencial com 6 Definições na Lei Municipal nº 1.302/2003 área inferior a 50m² Santa Cruz do Sul Ocupação residencial com Valor área superior a 50 até 12 Tipo de economia Incidência 1 UPM 100m². R$ 315,66 Ocupação residencial com Imóveis construídos, de uso exclusivamente área superior a 100 até 16 residencial: 150m². Inscrições em logradouros com até cinco coletas Ocupação residencial com semanais: área superior a 150 até 20 Com até 70 m² de área 200m². R$ 94,70 construída Ocupação residencial com Com mais de 70 m² até área superior a 200 até 24 Anual R$ 189,39 500 m² de área construída; 300m² Com mais de 500 m² de Ocupação residencial com R$ 236,74 28 área construída. área superior a 300m². Ocupação não residencial Inscrições em logradouros com mais de cinco coletas 16 semanais ou atendidos por serviço permanente de com área inferior a 50m². contêiner de recolhimento de resíduos residenciais Ocupação não residencial Com até 500 m². de área com área superior a 50 até 20 R$ 378,79 construída. 100m². Anual Com mais de 500 m². de Ocupação não residencial R$ 473,49 área construída. com área superior a 100 até Anual 24 Outros imóveis construídos de uso não residencial: 150m². Inscrições em logradouros com até cinco coletas Ocupação não residencial semanais: com área superior a 150 até 28 Com até 150 m². de área 200m². R$ 189,39 construída. Ocupação não residencial Com mais de 150 m². até com área superior a 200 32 1.500 m2. de área Anual R$ 315,66 até 400m². construída. Ocupação não residencial Com mais de 1.500,00 m². com área superior a 400 36 R$ 631,32 de área construída. até 700m². Inscrições em logradouros com mais de cinco coletas Ocupação não residencial semanais ou atendidos por serviço permanente de com área superior a 700 40 contêiner de recolhimento de resíduos residenciais: até 1.000m². Com até 150 m². de área Ocupação não residencial R$ 236,74 construída. com área superior a 1.000 44 Com mais de 150 m². até até 1.500m². 1.500 m2. de área Anual R$ 394,57 Ocupação não residencial construída com área superior a 48 Com mais de 1.500 m². de 1.500m². R$ 789,15 Edificação mista com área área construída. 12 Definições na Lei Municipal nº 1.682/2017 construída inferior a 50m². Edificação mista com área 16 Sinimbu superior a 50 até 100m². Valor Edificação mista com área 20 Tipo Incidência 1 URM superior a 100 até 150m². R$ 293,69 Edificação mista com área 24 Prédios residenciais R$ 1.468,45 superior a 150 até 200m². Prédios comerciais Anual R$ 4.405,35 Edificação mista com área 28 Prédios industriais R$ 7.342,25 superior a 200 até 300m². Definições na Lei Municipal nº 090/2006 Edificação mista com área 32

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superior a 300 até 500m². Área não residencial R$ 18,00 Edificação mista com área construída até 50 m² 36 superior a 500 até 700m². Área não residencial Edificação mista com área construída de 51 m² à R$ 24,00 40 superior a 700 até 900m². 100m² Edificação mista com área Área não residencial 44 superior a 900 até 1200m². construída de 101 m² à 150 R$ 30,00 Edificação mista com área m² superior a 1200 até 48 Área não residencial 1500m². construída de 151 m² à 200 R$ 36,00 Edificação mista com área m² 52 superior a 1500m². Área não residencial Definições na Lei Municipal nº 35/2015 construída de 201 m² à 300 R$ 45,00 Vale Verde m² Valor Área não residencial construída de 301 m² à 400 R$ 54,00 Tipo de Economia Incidência 1 URM m² R$ 23,27 Área não residencial Terrenos até 360 m² R$ 23,27 construída de 401 m² à 500 R$ 63,00 Terrenos com mais de 360 R$ 46,54 m² m² Área não residencial Imóveis residenciais de até R$ 23,27 construída de 501 m² à R$ 78,00 100m² 1000 m² Imóveis residenciais com R$ 46,54 Área não residencial mais de 100m² Anual construída de 1001 m² à R$ 100,00 Imóveis comerciais e 2000 m² industriais não R$ 46,54 Área não residencial residenciais de até 100 m² construída de 2001 m² à R$ 140,00 Imóveis comerciais e 5000 m² industriais não R$ 93,08 Área não residencial residenciais com mais de construída mais de 5000 R$ 175,00 100m² m² Definições na Lei Municipal nº 1.682/2017 Definições na Lei Municipal nº 1.176/1993 Venâncio Aires Fonte: Urbana Engenharia Valor R$/m² Descrição Incidência 1 UPM R$ 4,29 Com os custos individualizados Quando a coleta for R$ 1,72 X realizada na área por municípios, obtém-se o cálculo de área containerizada. Quando a coleta for de 5 a R$ 1,28 X quanto é arrecadado em cada 6 vezes por semana. área Anual Quando a coleta for de 4 R$ 1,07 X municipalidade, quanto é gasto e os vezes por semana. área Quando a coleta for parâmetros "custo por habitante" e R$ 0,64 X realizada na sede dos área distritos. "arrecadado por habitante". Definições na Lei Municipal nº 64/2013 Vera Cruz Faixa de áreas construída Incidência Valor Área residencial construída R$ 6,00 até 50 m² Área residencial construída R$ 10,00 de 51 m² a 100m² Área residencial construída R$ 14,00 de 101 m² a 150 m² Área residencial construída Anual R$ 18,00 de 151 m² a 200 m² Área residencial construída R$ 22,00 de 201 m² a 250 m² Área residencial construída R$ 26,00 de 251 m² a 300 m² Área residencial construída R$ 30,00 com mais de 300 m²

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Tabela 36. Valor anual de entradas e saídas da taxa de limpeza urbana.

Valor Anual (2018)

Custos por Valor arrecadado por Município Custo (R$) Arrecadado (R$) Empenhados (R$) habitante (R$) habitante (R$)

Candelária R$ 1.200.668,40 R$ 525.446,28 R$ 675.222,12 R$ 38,35 R$ 16,78 Gramado Xavier R$ 164.790,96 R$ 7.254,84 R$ 157.536,12 R$ 38,35 R$ 1,69 Herveiras Sem informações Mato Leitão R$ 254.244,00 R$ 105.607,80 R$ 148.636,20 R$ 63,42 R$ 26,34 Pantano Grande R$ 388.816,20 R$ 143.125,32 R$ 245.690,88 R$ 41,95 R$ 15,44 Passo do Sobrado R$ 389.919,00 R$ 145.862,16 R$ 244.056,84 R$ 63,88 R$ 23,90 Rio Pardo R$ 1.882.957,20 R$ 853.921,08 R$ 1.029.036,12 R$ 49,18 R$ 22,30 Santa Cruz do Sul R$ 12.579.561,12 R$ 5.400.000,00 R$ 7.179.561,12 R$ 97,19 R$ 41,72 Sinimbu R$ 448.050,72 R$ 17.685,24 R$ 430.365,48 R$ 44,67 R$ 1,76 Vale do Sol R$ 397.304,76 R$ 51.792,72 R$ 345.512,04 R$ 33,87 R$ 4,41 Vale Verde R$ 49.337,64 R$ 3.912,96 R$ 45.424,68 R$ 14,96 R$ 1,19 Venâncio Aires R$ 5.258.080,08 R$ 3.249.999,96 R$ 2.008.080,12 R$ 78,32 R$ 48,41 Vera Cruz R$ 1.579.155,72 R$ 911.526,36 R$ 667.629,36 R$ 64,36 R$ 37,15 Total R$ 24.592.885,80 R$ 11.416.134,72 R$ 13.176.751,08 Média R$ 48,35 Média R$ 18,55 Fonte: Urbana Engenharia

O indicador médio da despesa despesas crescem no mesmo sentido do total do município com o manejo dos crescimento do porte municipal. Os resíduos sólidos urbanos, quando rateada municípios de Santa Cruz do Sul, pela população urbana e rural, resulta Venâncio Aires, Vera Cruz e Rio Pardo em uma despesa per capita anual de R$ são as cidades mais populosas, tendo 48,35. Em comparação com as médias custos elevados a partir da maior Estadual e Nacional com as despesas per frequência de coleta, maiores percursos capita pelo manejo do RSU pela de caminhões e uso de contêiners, por população urbana são, respectivamente, exemplo. R$ R$110,32 e. R$ 121,62

(Figura 89). Observa-se Figura 89. Despesa per capita com o manejo de RSU em relação a população urbana. que o custo médio por munícipe para as cidades pertencentes ao CISVALE encontra-se abaixo da média estadual e nacional. Concomitantemente, as

Fonte: Urbana Engenharia

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A partir dessa análise, é de cenário ou análises de ambiente, recomendado que o CISVALE controle os sendo usada como base para o seus municípios integrantes para que planejamento estratégico. Em geral, é seja reavaliado os valores de taxas e um sistema simples para posicionar ou tarifas praticados a cada ano, a partir da verificar a posição estratégica do avaliação dos valores arrecadados e empreendimento no ambiente em custos dos serviços, para que estejam questão. equilibrados e mantenham a suficiência Diante desse contexto, o financeira para seu financiamento, presente estudo sintetiza o cenário do conforme prevê a própria Política processo de integração do manejo de Nacional de Resíduos Sólidos. resíduos sólidos na região do CISVALE, a fim de identificar os ambientes internos, representado pelas forças e fraquezas e

3.6 ANÁLISE SWOT o ambiente externo, representado pelas ameaças e oportunidades. A análise foi feita a partir das visitas técnicas aos A elaboração de um Plano municípios e leituras bibliográficas. Estratégico Regional focaliza as medidas positivas que se pode seguir em relação Para o caso do Plano Estratégico ao ambiente em que a região está Regional, observando o que indica inserida. De acordo com Chiavenato Chiavenato (2000), a análise interna do (2000), o planejamento estratégico pode processo pode ser controlada e envolve ocorrer em curto ou longo prazo e uma todos os bens, sejam eles humanos e das técnicas utilizadas para o alcance da não humanos. Além dos bens utilizados gestão estratégica é a análise da Matriz na análise, são considerados os que o SWOT, sigla em inglês que significa empreendimento retém, mas que por Strengths (Forças), Weaknesses alguma razão não estão sendo utilizados, (Fraquezas), Opportunities e também aqueles bens que o (Oportunidades) e Threats (Ameaças). empreendimento ainda não dispõe, mas Essa ferramenta é bastante usual em que poderia obter. Ademais é estudos de planejamento. fundamental a avaliação da estrutura formal (níveis hierárquicos da gestão de A análise Matriz SWOT é uma resíduos sólidos) do mesmo modo, as ferramenta utilizada para fazer análises

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atividades elaboradas Tabela 37. Fraquezas identificadas nos municípios do CISVALE. em cada um desses Fraquezas Descrição

níveis hierárquicos. A predominância da população em 08 municípios pertencentes Grande população na área rural ao CISVALE é rural. Retrata-se a dificuldade de acesso em Sobre a análise localidades interioranas. Área rural com polos urbanizados externa, a técnica Aumento do deslocamento elevando custos de coleta. distantes e com difícil acesso desenvolvida por Apenas 08 dos municípios pertencentes ao CISVALE possuem Coleta seletiva não universalizada soluções parciais para o gerenciamento de resíduos recicláveis. Chiavenato (2000) Tecnologias distintas na coleta de A coleta é predominantemente de porta a porta, porém em teoriza que o ambiente resíduos regiões mais urbanizadas utilizam-se contêiners. Constatou-se que a população do CISVALE não possui Carência em projetos de Educação externo pode ser conhecimentos quanto ao separação adequada dos resíduos Ambiental com temática RSU apenas monitorado. recicláveis. Verificou-se ecopontos de descarte irregular de resíduos Disposição irregular em terrenos Analisá-lo é ter uma (terrenos baldios, recursos hídricos e vias públicas). visão geral, isto é, Durante a gravimetria foram observados RSS e RCC.na coleta Carência de fiscalização de RSU. Identificaram-se pontos de descarte irregular de transcender o impacto resíduos sólidos. Alta geração de resíduos Foi localizado um polo industrial cuja principal atividade é a do empreendimento industriais fumageira. O diagnóstico demonstrou que há diferentes empresas Interesse do mercado de não em que se atua e contratadas para o gerenciamento de resíduos sólidos nos unificar o serviço municípios. Dificuldade de fiscalização da envolve política, Vê-se que em alguns casos o percurso do resíduo até o aterro execução de um sistema sanitário poderá ser ampliado. cultura, legislação a consorciado Não há profissionais habilitados para o gerenciamento de Quadro restrito de técnicos nos aterro sanitário e demais funções, necessitando de novas mudanças de municípios contratações. mercados. Na análise Forma de cobrança do serviço Durante análise da taxa de lixo dos municípios do CISVALE, distinta nos municípios e identificou-se na totalidade a entrada de recursos muito externa é importante insuficiente inferior aos custos.

fazer uma pesquisa do Apenas dois municípios do CISVALE manifestaram interesse Not In My Back Yard” – Fenômeno em sediar um aterro sanitário, reduzindo as possíveis áreas de NIMBY que conflitua com a instalação do empreendimento. proposta de integração Por ser decisão do conjunto de municípios, nem sempre o Descentralização da decisão compartilhamento da contratação de serviços de saneamento política da gestão de resíduos atente todos os interesses de todos os governos. sólidos, para ter Fonte: Urbana Engenharia conhecimento do nível interlocução entre os diferentes de atuação e com efeito de ameaça. aspectos, que interagem, é necessário A partir do diagnóstico de todo o fazer a análise global dos ambientes sistema de gerenciamento de resíduos interno e externo. nos municípios do CISVALE, tem-se uma A Tabela 37 abaixo apresenta visão abrangente e detalhada dos várias cada quesito do gerenciamento de resí- ações nas administrações locais. Como duos sólidos e os pontos fracos detecta- toda a gestão de resíduos tem

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos dos na operação Tabela 38. Ameaças identificadas nos municípios pertencentes ao CISVALE. dos sistemas de Ameaças Oportunidades Grandes players do setor preferem negociar caso a caso com manejo. Da mesma Lobby do setor privado os municípios forma, a Tabela 38 O exercício de predominância da solução em um único Pressão política município pode despertar diferentes interesses do pondo de apresenta as amea- vista da política. As empresas ambientais e os órgãos licenciadores têm Dificuldade de licenciamento diferentes visões sobre o futuro integrado da gestão dos ças ao processo de (Lobby ambiental) Resíduos Sólidos. integração proposto Dificuldade de modelagem do Por falta de experiências concretas (número limitado) e sistema, tanto do ponto de vista arcabouço jurídico consolidado. pelo CISVALE. formal quanto operacional.

As palavras do ano de 2019 de diferentes dicionários Sintetizando internacionais remetem a crise climática: “Emergência Nova cultura de descarte de Climática” segundo dicionário Oxford e “Greve do Clima” o cenário atual, foi resíduos – diminuição vertiginosa segundo dicionário Collins. A conscientização do problema e a dos resíduos redução vertiginosa na produção e descarte de resíduos que é elaborada uma positivo do ponto de vista da sociedade, para um empreendimento como o proposto pode trazer prejuízos. matriz SWOT com Déficit na arrecadação da taxa de O valor per capita da taxa de lixo arrecadado junto ao IPTU é um panorama para lixo inferior aos custos do processo. Empresa consolidada próxima a Empresa no mesmo ramo com contratos firmados na mesma a elaboração do região. região do futuro empreendimento. Fonte: Urbana Engenharia Plano Estratégico

Regional, utilizando soluções compartilhadas juntamente os parâmetros usuais no planejamento com o arranjo institucional existente e estratégico, a partir da seguinte matriz: consolidado. A localização geográfica dos municípios e o acesso viário já existente Tabela 39. Análise Swot. facilitam o deslocamento dos resíduos até o aterro sanitário. O CISVALE possui também polos de serviços não difusos em seu território, características geológicas favoráveis à instalação de um novo aterro sanitário, apoio de polos educacionais e universidades na região e

grupos organizados de catadores que Fonte: Urbana Engenharia contribuem com a coleta seletiva.

Entre as forças estabelecidas no ambiente interno, tem-se a cultura política favorável para projetos de

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3.7 POTENCIALIDADES apresenta baixo custo e alto benefício ECONÔMICAS DOS RESÍDUOS social. Assim, esse conjunto de SÓLIDOS URBANOS operações formam uma rede inicial de

negócios básicos que vai suprir as O sistema de reciclagem no demandas das indústrias de Brasil representado na Figura 90 envolve transformação do setor da reciclagem. É vários atores: catador, atravessador, neste estágio que se encontra o sistema reciclador e no topo da pirâmide a de reciclagem da Região do CISVALE. indústria da reciclagem. A presença de Outro cenário está constituído grande número de catadores se destaca por um sistema de coleta seletiva e na representação piramidal do sistema, reciclagem de resíduos sólidos, integrado sendo estes a base da pirâmide. ao sistema de gerenciamento de resíduos. Este cenário conta com a Figura 90. Hierarquia da mão de obra utilizada no processo de reciclagem. inclusão de catadores e ações de educação ambiental, tendo nos municípios áreas de processamento de resíduos assim descritos: centrais de resíduos sólidos para recepção e triagem de resíduos e ecopontos para funções exclusivas de recepção e armazenamento temporário de materiais recicláveis definidos. Um terceiro cenário reflete o contexto legal que consta da Fonte: Urbana Engenharia Lei Federal nº 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O foco principal é a destinação Um primeiro cenário, ilustrado adequada dos resíduos sólidos, a qual pelo fluxograma seguinte, Figura 91, é deve atender o art. 9º dessa lei, e o constituído pelas atividades mais simples parágrafo IV do art. 8º, que considera do processo, de natureza manual, que

Figura 91. Fluxograma do sistema de reciclagem.

Fonte: Urbana Engenharia

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como instru- Tabela 40. Potencial dos resíduos recicláveis estimado para Porto Alegre em 2016. mento dessa Materiais recicláveis R$/ton Kg/mês R$/mês 10,00% Política “o incen- Papelão R$ 320,00 PL 479311,3 R$ 153.379,00 R$ 15.337,96 Papel branco R$ 550 PL - - - tivo à criação e Latas de aço R$ 160 PL 92550,16 R$ 14.808,02 R$ 1.480,80 ao desenvolvi- Latas de alumínio R$ 2700 PL 48365,9 R$ 130.587,93 R$ 13.058,79 Vidros R$ 45 L 158031,5 R$ 6.312,26 R$ 632,12 mento de coope- Plástico rígido R$ 800 PL 292865,1 R$ 234.292,08 R$ 23.429,20 rativas ou de PET R$ 1400 PL - - - outras formas de Plástico filme R$ 800 P 279652 R$ 223.721,60 R$ 22.372,16 Longa vida R$ 200 P 62963,03 R$ 12.592,60 R$ 1.259,26 associação de P=prensado L=limpo catadores de ma- Fonte: CEMPRE (2019) projetos de coleta seletiva, onde estes teriais reutilizáveis e recicláveis”. Assim, poderiam passar a trabalhar em o poder público municipal deve incluir a cooperativas ou associações de catadores coleta seletiva e a reciclagem como e contribuir para a preservação de parte da gestão de resíduos sólidos. recursos naturais, o aumento da vida útil Avaliando apenas o aspecto da dos aterros sanitários. seleção e venda para a indústria, a partir Outro potencial econômico é do potencial de geração de resíduos fazer com que todo recurso público recicláveis no CISVALE, tens a Tabela investido em aterros sanitários fora da 40, que indica o potencial econômico região sejam gastos em algum desse processo. empreendimento da região. Cabe observar que o valor De acordo com a Figura 92, a mensal total de recicláveis indicados na média de preço para contratos de Tabela 40, reflete 100% do potencial destinação final de resíduos sólidos econômico coletado dos resíduos secos. urbanos, estabelecidos a partir de janeiro Como exemplo e projeção, considerando de 2019, é de R$107,00/ton. que apenas 10% fossem coletados e Considerando que o somatório dos comercializados, isso equivaleria a resíduos produzidos mensalmente nos aproximadamente R$77.570,00, ou seja, municípios pertencentes ao CISVALE é 77 pessoas com remuneração de um de aproximadamente 4.362,00 salário mínimo de 2019 (R$ 998,00). toneladas. Concluindo, um ganho adicional para os catadores seria pela inclusão deles nos

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Figura 92. Preços de destinação de resíduos nas unidades da CRVR.

Fonte: CRVR

Mantendo o preço de destinação final em 95% do valor utilizado pela empresa da figura acima, o faturamento mensal do empreendimento instalado na região será de aproximadamente R$ 440 mil/mês.

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econômica que o País enfrenta desde 2014, quando entrou em recessão

4 PROSPECÇÃO E CENÁRIOS DE técnica principalmente pela queda do REFERÊNCIA preço internacional das commodities brasileiras, fez com que o perfil de

Partindo como base o cenário produção de resíduo fosse alterado. prospectivo proposto no Plano Estadual Embora essa quebra no desenvolvimento de Resíduos Sólidos, são apresentadas as da economia brasileira, para a projeções de variáveis econômicas em elaboração do cenário prospectivo foram bases macroeconômicas e setoriais da contemplados estudos, quando região do CISVALE. Tais tendências são existentes, de planejamento já condicionantes fundamentais para a elaborados para o País e Estado, além de demanda futura de resíduos, permitindo cadernos técnicos setoriais, que podem o planejamento das ações e impactar direta ou indiretamente a investimento no setor segundo cada projeção da geração e na gestão de tipologia. O cenário prospectivo acaba resíduos sólidos nos municípios objetos por se caracterizar como a evolução do trabalho. provável, no futuro, para a economia Conforme simulações do Plano gaúcha e regional, dadas as restrições Estadual de Resíduos Sólidos, as sob as quais operam e as suposições premissas para o cenário feitas sobre alguns de seus aspectos macroeconômico prospectivo envolvem estruturais fundamentais, tais como: a evolução do cenário internacional taxa de investimento, padrão de consistente com cenários de organismos consumo das famílias e evolução da internacionais e a manutenção da produtividade em alguns setores. política fiscal e monetária brasileira

Basicamente, o cenário compatíveis com uma situação de prospectivo deve ser entendido como inflação baixa e crescimento econômico uma situação para a qual caminhará a consistente. Embora o presente trabalho economia, na hipótese de que os fatores esteja sendo elaborado em um e políticas deste passado recente panorama de incertezas da política continuem a exercer alguma influência econômica e da relação do Brasil com a no período de projeção. A crise comunidade internacional, é possível indicar que são válidas as premissas do

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cenário macroeconômico. Além disso, expressam os princípios e as diretrizes de foram consideradas as dinâmicas desenvolvimento estaduais, onde as setoriais das exportações e importações principais variáveis a serem estudadas como parâmetro do cenário prospectado. são: população, PIB e Renda Per Capita. Esses dois aspectos, porém, são menos Posteriormente, em uma segunda precisos do que os da análise análise, foi estudada a avaliação do macroeconômica, uma vez que a política desenvolvimento setorial, considerando de exportações e importações do se os cenários de desenvolvimento atual Governo Federal, a partir de 2019, passa e tendências nacionais e internacionais.

por um rearranjo que pode alterar algumas relações comerciais atuais.

O cenário regional mais provável 4.1 PROGNÓSTICO DA GESTÃO DE para os setores foi obtido a partir da RESÍDUOS SÓLIDOS análise conjunta das projeções regionais

e nacionais, considerando-se o O futuro da gestão dos resíduos crescimento das estruturas produtivas sólidos do CISVALE depende específicas da região. necessariamente de um estudo acerca A metodologia utilizada para a das características da geração de construção dos cenários alternativos foi resíduos nos municípios nos próximos ancorada em bases setoriais e territoriais anos. Essa avaliação passa, em princípio, considerando as premissas indicadas no por questões populacionais, uma vez Plano Estadual, a partir da identificação que a produção de lixo é proporcional ao e avaliação do processo de número de pessoas, e questões de desenvolvimento do Estado e dos natureza econômica, pois nasce das principais setores produtivos, através da relações econômicas a quantidade e caracterização da evolução positiva ou características físicas do resíduo negativa da região, tomando-se como produzido. Estes dois aspectos são pano de fundo a evolução do país e do observados na construção dos cenários mundo. Como produto dessa primeira do prognóstico da gestão dos resíduos análise se obteve um conjunto de sólidos.

cenários prospectivos compatíveis com cenários econômicos globais e que

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4.1.1 Metodologia Cruz do Sul foi de R$ 7,76 bilhões, correspondendo a 56,4% do total dos

municípios em análise. Venâncio Aires é O método para elaboração de o segundo município mais representativo prognósticos para a gestão de resíduos da região, gerando um PIB de R$ 2,8 sólidos utilizado no Plano Estratégico bilhões, em 2015. Ainda se destaca em Regional é o indicado no Manual de relação ao PIB o município de Rio Pardo Elaboração de Planos de Gerenciamento com um PIB R$ 0,82 bilhão, ou seja, 6% de Resíduos Sólidos do Ministério do do PIB da Região. Nesse sentido, os três Meio Ambiente, com adaptações a partir municípios correspondem a um total de das experiências da empresa consultora 83% do PIB do município analisados. e dos técnicos dos municípios envolvidos Comparando com o PIB do no projeto. estado do Rio Grande do Sul, a Região

tinha uma participação de 3,6% no ano 4.1.2 Caracterização das Atividades de 2015, enquanto a população Econômicas da Região correspondia a 3,1% (em estimativa do

mesmo ano – FEE), demonstrando uma

A Figura 93 apresenta o Figura 93. PIB Total em 2015 (em mil R$). PIB dos municípios em análise do CISVALE, no qual o município de Santa Cruz do Sul representa a maior participação percentual do PIB dentre os demais Fonte: FEE Dados municípios. Em 2015, o PIB de Santa

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evolução Figura 94. Composição do VAB (R$ mil) em 2015. participação no PIB maior que a representação da população.

Segundo o documento de Planejamento Estratégico do COREDE Vale do Rio Pardo (2017) Fonte: FEE Dados – que engloba todos os municípios analisado com industrial na sua economia. Cabe exceção de Gramado Xavier, o panorama ressaltar que 55,5% do VAB industrial da da região em relação à geração do PIB é região analisada tem como origem o uma “atividade econômica muito município de Santa Cruz do Sul e outros concentrada em três principais 32,1% de Venâncio Aires.

municípios, que correspondem a quase Como apresenta do três quartas partes de toda a produção Planejamento Estratégico para o COREDE do Conselho. Além disto, também ocorre do Vale do Rio Pardo “Nesse contexto uma concentração da produção em um pode ser observado que o setor de principal produto agrícola, o tabaco.” serviços é o que tem a maior Conforme se apresenta na Figura participação percentual na composição 94, o Valor Adicionado Bruto da região, do VAB. Nesse sentido, municípios com em 2015, é composto por 10,9% da maior porte é que vão ter uma agropecuária, 30,9% da indústria e participação mais elevada no VAB de 58,2% de serviços, percebendo-se que o serviços”.

VAB se concentra nos serviços e na O trabalho de Planejamento indústria. Os municípios de Mato Leitão Estratégico do COREDE Vale do Rio (38,8%), Santa Cruz do Sul (33,6%) e Pardo destaca a importância da Venâncio Aires (44%) são os município Produção de tabaco na região: “A com maior participação do setor produção de tabaco é uma atividade

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos importante para o Rio Grande do Sul e, econômico e crescimento populacional principalmente, para a região do com a geração de resíduos, para tantos o COREDE/VRP. A cultura do tabaco presente estudo apresenta cenários para envolve interesses de vários agentes, indicar qual a expectativa de produção como fumicultores, indústria fumageira e de resíduos no horizonte do plano, a o Governo, nas esferas municipal, partir de estudos de cenários estadual e federal, em decorrência do prospectivos. volume de impostos arrecadados.” Para a projeção da evolução da Conforme o Plano Estratégico de gestão de resíduos na região foi adotado Desenvolvimento Regional do Vale do um Cenário Base tendencial baseado em Rio Pardo (2015-2030), elaborado em séries históricas de evolução da 2017, outra cultura de produção população e da economia do País, do importantes na região analisada é a Estado e da região. Assim, admitiu-se cultura de Erva-Mate, com destaque um crescimento do PIB dentro das taxas para Venâncio Aires e a produção médias moderadas do processo histórico leiteira, também com destaque para o e do que se estima para a economia município de Venâncio Aires. Mato gaúcha e regional em razão das Leitão também se destaca com a condicionantes previstas para o Estado e produção de leite, com quase 8 mil litros para o País. Na Tabela 41 é apresentada produzidos em 2014. Outras culturas uma síntese do que se observa das como arroz, milho, mandioca e soja são diversas fontes consultadas e do que se identificadas na região, onde competem verificou na análise feita em que se por espaço e produções mais tradicionais espera que o PIB do Estado tenha um vão abrindo espaço para produção de comportamento médio, mais soja. conservador, em termos de crescimento

para o denominado Cenário Base. Ao se considerar uma perspectiva otimista, espera-se que a economia cresça 1 4.2 CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO E DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS ponto percentual para mais no Cenário Superior e para uma previsão pessimista (Cenário Inferior), admite-se que a É fundamental entender o economia cresça, porém, 1 ponto a vínculo entre desenvolvimento menos do Cenário Base.

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Tabela 41. Taxa média do crescimento do PIB no Tabela 43. Expectativas do crescimento do PIB RS. do setor industrial gaúcho (2015-2035).

Taxa média de crescimento Taxa média de crescimento Período Cenário Cenário Cenário Período Cenário Cenário Cenário Inferior Base Supeior Inferior Base Supeior 2015 a 2015 a 2,5% a.a 3,5% a.a 4,5% a.a 0,7% a.a 1,7%a.a 2,7%a.a 2020 2020 2021 a 2021 a 3,0% a.a 4,0% a.a 5,0% a.a 1,2% a.a 2,2%a.a 3,2%a.a 2025 2025 2026 a 2026 a 3.5% a.a 4,5% a.a 5,5% a.a 1,7% a.a 2,7%a.a 3,7%a.a 2035 2035 Fonte: Urbana Engenharia com dados da FEE Fonte: Urbana Engenharia com dados da FEE Dados Dados

Tabela 44. Expectativas do crescimento do PIB Com vistas a estabelecer uma do setor de serviço gaúcho (2015-2035). estimativa setorial, considerou-se que no Taxa média de crescimento Cenário Base o Setor irá crescer de Período Cenário Cenário Cenário acordo com sua média histórica, Inferior Base Supeior 2015 a 1,9% a.a 2,9%a.a 3,9%a.a constatada neste estudo. Nos demais 2020 2021 a 2,4% a.a 3,4%a.a 4,4%a.a cenários a variação otimista (Cenário 2025 2026 a 2,9% a.a 3,9%a.a 4,9%a.a Superior) e variação pessimista (Cenário 2035 Fonte: Urbana Engenharia com dados da FEE Inferior) seguem o mesmo princípio Dados adotado para as estimativas do PIB

Total, apresentadas na sequencia: Para uma comparação nacional,

tomamos com base outro estudo, Tabela 42. Expectativas do crescimento do PIB do setor agropecuário gaúcho (2015-2035). realizado pela Empresa de Pesquisa Energética1, realizado em 2018. Esse Taxa média de crescimento Período Cenário Cenário Cenário estudo tomou como base dois cenários Inferior Base Supeior para projeção do crescimento do PIB 2015 a 3,8% a.a 4,8%a.a 5,8%a.a 2020 setorial. “No Cenário Inferior os avanços 2021 a 5,3% a.a 5,3%a.a 6,3%a.a 2025 necessários para reduzir o chamado 2026 a 4,8% a.a 5,8%a.a 6,8%a.a 2035 "Custo Brasil", relacionado ao baixo Fonte: Urbana Engenharia com dados da FEE Dados desenvolvimento da infraestrutura e

1 Empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Tem por finalidade prestar serviços na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético.

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos logística, sistema tributário complexo, internacional. Por outro lado, os setores burocracia excessiva e alto custo do industriais de transformação, construção financiamento do investimento, não civil e infraestrutura perdem dinamismo ocorrem de forma satisfatória. Também no horizonte. O setor de serviços cresce pesa de forma negativa o baixo nível de de forma moderada em função da investimento em Pesquisa, expansão modesta da renda per capita.

Desenvolvimento e Inovação (P&D&I), Quanto ao cenário superior, “No além da deficiência de mão-de-obra cenário superior, a realização de qualificada, que inibe o desenvolvimento reformas microeconômicas e tributária, o de atividades produtivas de maior maior nível de investimento em P&D&I, produtividade e maior conteúdo maior qualificação da mão de obra e tecnológico, inclusive no segmento de melhor ambiente de negócios permite ao serviços.” País obter importantes ganhos de competitividade na produção nacional.” Figura 95. Taxas médias de crescimento dos Como resultado, temos “A dinâmica do macrossetores – cenário inferior (% a.a.). crescimento ocorre de forma disseminada entre todos os setores, com os benefícios das reformas estruturais permitindo aumentos de produtividade na economia como um todo. O setor industrial, bastante sensível às condições

Fonte: Empresa de Pesquisa Energética de competitividade e aos movimentos da demanda interna, logra atingir maior

taxa de crescimento nesse cenário, Segundo a publicação “o embora abaixo dos demais setores, que crescimento econômico no período se dá já possuem melhores condições de em função do desempenho de setores competitividade e de aproveitamento mais primários e voltados para a das novas oportunidades vindas com os exportação, como agropecuária e avanços estruturais do cenário.” (EPE, indústria extrativa. Ambos setores 2018) deverão crescer a taxas médias acima do

PIB, em função da boa competitividade nacional e boa inserção no mercado

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Figura 96. Taxas médias de crescimento dos de 2,2%. No setor de serviços o cenário macrossetores – cenário superior (% a.a.). nacional estimou crescimento de 2,45% do setor ao ano, enquanto que o cenário estadual foi de 3,4%. Por fim, observando o crescimento da economia como um todo (através do PIB) temos que a projeção estimada de crescimento

para o Brasil é de 2,4% e para o Estado Fonte: Empresa de Pesquisa Energética de 4% dentro do marco temporal desse estudo.

Observamos que entre o Cenário superior e o inferior produzido pela Empresa de Pesquisa Energética e os 4.3 ESTUDOS DE PROSPECÇÃO E ESCOLHA DOS CENÁRIOS DE cenários apontados para o Estado do rio REFERÊNCIA Grande do Sul, mesmo com diferentes

recortes temporais, temos uma A metodologia de construção dos perspectiva de crescimento de todos cenários futuros do Plano Estratégico macrossetores. De forma mais tímida no Regional de Gestão de Resíduos Sólidos, estudo nacional, com médias anuais combina o disposto em BUARQUE inferiores, mas dentro de uma (2003) e no Guia para elaboração dos expectativa de crescimento econômico, Planos de Gestão de Resíduos Sólidos, o setor agropecuário cresceria no período BRASIL (2011). A partir dos elementos desse estudo (até 2038) de forma dos diagnósticos dos resíduos nos estimada e média (dos diferentes municípios e valendo para os cenários cenários) em torno de 4,2%, enquanto definidos, serão estudadas as ameaças e que no cenário gaúcho em torno de oportunidades (OLIVEIRA, 1999) 5,3%. No setor industrial a diferença da associadas aos sistemas de limpeza estimativa nacional e gaúcha é de 0,13 urbana e manejo dos resíduos sólidos pontos, enquanto o cenário nacional identificados na região. Ameaças são aponta para um crescimento de 2,07% aspectos negativos com potencial de nesse macrossetor, o cenário estadual comprometer o desenvolvimento da pesquisado aponta para um crescimento organização, que criam obstáculos ou

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos dificultam substancialmente sua municipais da região do CISVALE. Uma estratégia, mas que poderão ser ou não vez analisadas, as ameaças e evitáveis, desde que reconhecidas em oportunidades foram classificadas e tempo hábil. Assim, as ameaças foram hierarquizadas para, a seguir, construir determinadas a partir das visitas os cenários futuros do Plano Estratégico técnicas, levantamentos e audiências Regional para a região, contendo ações realizadas para a elaboração e revisão que visam a melhoria da gestão de dos Planos de Gerenciamento de resíduos sólidos e em consequência da Resíduos Sólidos nos diferentes qualidade de vida da população e o municípios. melhor uso dos recursos naturais.

As oportunidades são aspectos Listadas as ameaças e positivos com potencial de fazer superar oportunidades, foram definidos os eixos as ameaças e obter vantagem de atuação do sistema de resíduos competitiva à organização. A sólidos que visam à redução de impactos identificação de oportunidades é ambientais e socioeconômicos. importante para qualificar as ameaças e Conforme a hierarquia de ações priorizar seu enfrentamento Tabela 45. Ameaças e oportunidades identificadas nos municípios pertencentes ao CISVALE. tendo com instrumento o plano Ameaças Oportunidades Legislação Cultura favorável às soluções Lei n.º Lobby do setor privado de gerenciamento compartilhadas. 12.305/2010 Parcerias Público-Privadas e Lei n.º Pressão política de resíduos sólidos Concessões 12.305/2010 Dificuldade de (BUARQUE, 2003). Política ambiental favorável a este Lei n.º licenciamento (Lobby tipo de empreendimento; 12.305/2010 Para tanto, as ambiental) Legislação e linhas de Dificuldade de modelagem financiamentos existentes. ameaças e do sistema, tanto do ponto Lei n.º Demandas judiciais para solucionar de vista formal quanto 12.305/2010 oportunidades pautas relacionadas à gestão de operacional. resíduos sólidos (Tabela 45) foram Nova cultura de descarte de Comercialização dos resíduos Lei n.º resíduos – diminuição apresentadas na recicláveis. 12.305/2010 vertiginosa dos resíduos. Matriz SWOT e Déficit na arrecadação da Possibilidade de redução de custos Código tributário taxa de lixo. pelo fator de escala do município descritas com base Possibilidade de construção de um Empresa consolidada Lei n.º empreendimento de destinação nas percepções dos próxima à região. 12.305/2010 final de RSU dentro da região. técnicos e gestores Fonte: FEE Dados

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

definidas pela Lei 12.305/2010, os eixos de Ocorrência e Requisitos Legais ao são: conjunto correlacionado de “ameaças e

– Educação Ambiental (EA) oportunidades” e a indicação de prioridades pelos resultados da aplicação – Coleta Seletiva (CS) do modelo numérico de ponderação. – Gestão de Resíduos (GR) A relevância de cada ameaça – Disposição Final dos Rejeitos (DF) revela seu destaque e a sua importância segundo os vetores estratégicos/ macroações de manejo definidas: gestão As ameaças foram agrupadas de resíduos, educação ambiental, coleta segundo eixos de atuação e, a cada uma seletiva e disposição final dos rejeitos. A das ameaças, foi aplicada a seguinte relevância é alta quando a existência equação de ponderação (CNTL, 2001): daquelas ameaças representa

deficiências que exigem atenção especial RESULTADO (RST) = RELEVÂNCIA X dos responsáveis para a implementação PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA + da política de resíduos sólidos, devendo, REQUISITOS LEGAIS portanto, ocupar os primeiros lugares na

escala de prioridades.

A cada segmento desta As ameaças são de média expressão será aplicada a seguinte relevância quando não constituem pontuação: obstáculos significativos ao desenvolvimento a contento da política

de resíduos, enquanto as ameaças de 1. Relevância das Ameaças (RLV): Baixa = 1; Média = 3; Alta = 5 baixa relevância são as que podem ser afastadas por meio de ações pontuais e 2. Probabilidade de Ocorrência (PRB): Baixa = 1; Média = 3; Alta = 5 imediatas. Já as probabilidades de ocorrência estão associadas ao registro 3. Existência de Requisitos Legais (RQL): Não = 0; Sim = 5 maior ou menor de observações dessas ameaças nos municípios. Os requisitos legais referem-se à existência ou não de A qualificação das ameaças instrumentos legais definindo ocorre pela associação dos itens procedimentos de combate às ameaças Relevância das Ameaças, Probabilidade

198

PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos referidas. Os resultados das pontuações ambiental) Dificuldade de modelagem do sistema, tanto do ponto das ameaças, serão apresentados por 3 3 0 9 de vista formal quanto tipos de vetores estratégicos analisados operacional. Nova cultura de descarte de resíduos – diminuição 5 3 0 15 nesta etapa elencando a ordem de vertiginosa dos resíduos. Déficit na arrecadação da 5 3 5 20 prioridade resultante conforme pode ser taxa de lixo. Empresa consolidada 5 3 0 15 observado nos eixos Educação próxima à região. Fonte: Urbana Engenharia Ambiental, Coleta Seletiva, Gestão de Resíduos e Disposição Final.

Os somatórios dos resultados das Tabela 46. Análise das ameaças a partir da pontuações atribuídas a cada ameaça, metodologia de priorização. como mostram a coluna de resultados Resultado da pontuação das ameaças para o Eixo Educação (RST) das Tabelas anteriores, alcançaram Ambiental. Pontuação Ameaças RLV PRB RQL RST os seguintes resultados: gestão de Nova cultura de descarte de resíduos – diminuição 3 3 0 9 resíduos sólidos, 68 pontos; coleta vertiginosa dos resíduos Déficit na arrecadação da 5 3 5 20 seletiva, 12 pontos, educação ambiental, taxa de lixo. 29 pontos; e disposição final, 103. Estes Resultado da pontuação das ameaças para o Eixo Coleta Seletiva. Pontuação resultados podem ser visualizados no Ameaças RLV PRB RQL RST Dificuldade de modelagem gráfico da Figura 97. do sistema, tanto do ponto 3 3 0 9 de vista formal quanto operacional. Nova cultura de descarte de resíduos – diminuição 3 1 0 3 Figura 97. Pontuação das ameaças por eixo de vertiginosa dos resíduos atividade.

Resultado da pontuação das ameaças para o Eixo Gestão de Resíduos. Pontuação Ameaças RLV PRB RQL RST Lobby do setor privado 3 5 0 15 Dificuldade de licenciamento (Lobby 5 3 5 20 ambiental) Dificuldade de modelagem do sistema, tanto do ponto 3 3 0 9 de vista formal quanto operacional. Nova cultura de descarte de resíduos – diminuição 3 3 0 9 vertiginosa dos resíduos. Déficit na arrecadação da 5 3 0 15 taxa de lixo. Fonte: Urbana Engenharia. Resultado da pontuação das ameaças para o Eixo Disposição Final. Pontuação Ameaças RLV PRB RQL RST Lobby do setor privado 3 5 0 15 Durante o processo de Pressão política 3 3 0 9 Dificuldade de 5 3 5 20 planejamento realizado, nas diferentes licenciamento (Lobby

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

reuniões públicas realizadas com a os dados são lançados para buscar a participação dos prefeitos, secretários de projeção da população futura, em meio ambiente e pastas correlatas e horizonte de 20 anos, sendo que estes técnicos da área, entendeu-se que o dados podem ser visualizados nas figuras Consórcio deve titular os serviços que abaixo.

forem possível para maior integração dos processos, sempre que possível ganhado Figura 98. Projeção da população do CISVALE. em escala.

Também o CISVALE tem possibilidade de realizar serviços de fiscalização em áreas degradadas, fazendo a análise dos contratos de coleta para integração a partir de estudos elaborados, para fazer o destino final em

um único empreendimento ficando o investimento atual na região. Fonte: Urbana Engenharia

4.3.1 Projeção do Crescimento A projeção do crescimento Populacional populacional dos municípios

pertencentes ao CISVALE dá-se de maneira linear. Em 2018 a população A metodologia adotada para a era de 310.716 pessoas e de 319185 projeção populacional utiliza a habitantes no ano de 2038. É possível prospectiva linear com base na determinar a projeção da população a interpolação dos dados censitários dos partir da seguinte equação: “y = 433,2x municípios, desde o ano de 2000 a + 310019”. Ou seja, ao multiplicarmos o 2010. Com o auxílio de planilha ano desejado com 433,2 e adicionar o eletrônica, grafica-se os dados das fator de 310019 após a multiplicação colunas da tabela de registro de dados, teremos a projeção da população para e, a partir destes dados, tem-se a determinado ano. A projeção poderá estimativa de crescimento relacionada sofrer alterações com o transcorrer do aos últimos anos. A partir deste ponto, tempo, fatores sociais, culturas e

200

PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos econômicos podem ocasionar a 99 identifica a projeção em 20 anos dos imigração de novos habitantes ou a resíduos orgânicos, recicláveis e rejeitos emigração dos já existentes. que compõem a categoria dos resíduos

sólidos urbanos. Os resíduos sólidos urbanos 4.3.2 Projeção para a Geração de crescem linearmente acompanhando a Resíduos Sólidos evolução populacional das cidades.

Durante o ano de 2018 foi produzido 4.3.2.1 Projeção da Geração de RSU aproximadamente 48.090 toneladas de RSU no qual o seu crescimento anual é dado a partir da equação “y = 99,233x + A projeção da geração dos 47962”. Estima-se a geração de resíduos sólidos urbanos é fundamental aproximadamente 50.060 ton em 2038. para identificar cenários futuros e projetar soluções que atendam a A projeção da geração dos demanda atual e subsequente. A Figura resíduos orgânicos, recicláveis e rejeitos

Figura 99. Projeção dos Resíduos sólidos Urbanos do CISVALE.

Fonte: Urbana Engenharia. 201

PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

dos municípios pertencentes ao CISVALE tecnológicos, promocionais e ambientais. é dada, respectivamente, pelas seguintes Comunidades com maior nível equações: “y = 16,74x + 7317,1”, “y = educacional, cultural e aquisitivo optam 43,378x + 20673” e “y = 39,115x + por produtos recicláveis, reduzindo o 19972” No decorrer de 2018 a produção consumo de matéria orgânica. O de resíduos orgânicos foi de 7335,74 desenvolvimento tecnológico, ton, fundamentando a estimativa de lançamento de novos produtos e as 7670,51 ton em 2038. O montante dos ofertas promocionais do comércio faz resíduos recicláveis produzidos durante com que exista o aumento do consumo, 2018 foi de 20.720,94 ton, estima-se influenciando o descarte de embalagens.

que a geração dos mesmos em 2038 acrescerá em aproximadamente 867 ton, 4.3.2.2 Projeção da Geração de RSan totalizando 21588,62 ton. Já a

estimativa da geração dos rejeitos em 2038 dos municípios do CISVALE será de A inexistência de planos de ge- aproximadamente 20800 ton, 766 ton a renciamento dos resíduos de sanea- mais que o total gerado durante 2018. mentos nos municípios pertencentes ao CISVALE torna inviável a identificação da Seguindo a pesquisa do IBAM geração dos resíduos de saneamento. (2001), os fatores demográficos podem Por conseguinte, não foi possível deter- interferir nas características da geração minar a estimativa da geração de resí- de resíduos conforme a população duos de saneamento durante 20 anos. urbana. Quanto maior a população em uma cidade, maior será a geração per

capita. Cidades pequenas possuem o 4.3.2.3 Projeção da Geração de RSS hábito de consumir produtos de feiras,

elevando a quantidade de resíduos orgânicos, enquanto grandes centros Os Resíduos de Serviços de urbanos procuram a praticidade de Saúde têm um elevado potencial de produtos embalados elevando a contaminação, dessa forma, necessitam quantidade de plásticos, papelões, vidros de atenção especial. A projeção dos e latas. Por fim, os fatores resíduos de saúde (Figura 100) socioeconômicos reproduzem cenários corresponde ao crescimento linear, culturais, educacionais, aquisitivos, sendo proporcional a expansão

202

PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos populacional dos municípios. Durante para então, ser tratado/destinado como 2018 foram coletados nos municípios tal), atualmente, todos os resíduos do pertencentes ao CISVALE 213.212 L de serviço de saúde são encaminhados para RSS. A produção total em 2038 foi de empresas alocadas fora da sede 219090L, elevando 5.878 L em 20 anos. municipal. Deste modo, a projeção da Para projetar a estimativa da geração, geração total destes resíduos teria pouca utiliza-se a equação a seguir: “y = utilidade. É importante que sejam 300,03x + 212738”. produzidos relatórios para quantificar

com exatidão os resíduos do serviço de saúde administrados pela administração Figura 100. Projeção da geração de Resíduos de Serviço de Saúde. municipal.

220000 Faz-se necessária a criação de 219000

218000 um banco de dados dos resíduos gerados 217000 Projeção RSS no setor da saúde que possibilite 216000

215000 consultas rápidas pelos gestores. Com

(L/ano) 214000 isso, seria possível a adoção de 213000 212000 procedimentos adequados em situações 211000

210000 atípicas ou ações imprevistas que 2018 2023 2028 2033 2038 afetassem a qualidade de vida da

população e exigissem intervenções Fonte: Urbana Engenharia imediatas da administração pública local. É importante salientar que os únicos métodos de controle, atualmente, são os Na projeção apresentada supra, contratos com as empresas terceiras e os não foram contabilizados os resíduos relatórios emitidos pelas referidas provenientes dos estabelecimentos empresas. particulares/privados, visto que cada gerador é responsável pela destinação dos seus resíduos. Devido suas 4.3.2.4 Projeção da Geração de RCC características demandarem a esterilização (ou seja, tirar a característica de patogenicidade, A construção civil, por sua vez, é transformando em um resíduo Classe II, reconhecida como uma das mais

203

PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

importantes atividades para o cada ano é dada a partir da seguinte desenvolvimento econômico e social, e, equação: “y = 34,732x + 16787”, por outro lado, comporta-se como apresentando 99% de confiabilidade do geradora de grandes volumes. A resultado. Neste caso desconsideraram- estimativa da geração de resíduos da se as eventuais oscilações que poderão construção civil para os cenários futuros, ocorrer no mercado da construção civil.

em toneladas, teve como base o índice de 35% sobre o total de resíduos sólidos 4.3.2.5 Projeção da Geração de RSI urbanos, recomendado pela literatura na ausência de dados acerca. Neste caso,

projetou-se a geração de RCC de forma Os resíduos industriais são de constante, considerando a projeção responsabilidade do próprio gerador. A populacional do município. sugestão é para a criação de um banco de dados dos resíduos gerados nas diversas atividades econômicas do Figura 101. Projeção da geração dos Resíduos de Construção Civil. município que possibilite consultas

17530 rápidas pelos gestores. Para este caso,

17430 não foi possível determinar a estimativa

17330 Resíduos de da geração de resíduos industriais construção civil 17230 durante 20 anos.

17130 ton/ano

17030 4.3.2.6 Projeção da Geração de RSA 16930

16830 2018 2023 2028 2033 2038 O mesmo cenário dos resíduos

identificado no item Projeção da Geração Fonte: Urbana Engenharia de RSI é identificado para os resíduos

agrossilvipastoris. Os mesmos são de Considerando a geração de RCC responsabilidade do próprio gerador. em 35% dos RSU, a projeção de resíduos Para este caso, não foi possível anual é de 0,15%, totalizando determinar a estimativa da geração de aproximadamente 17.520 ton em 2038. resíduos industriais durante 20 anos. A estimativa da geração de resíduos para

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

executar ações, incluindo-as como prioritárias em seus orçamentos, sendo

5 ESTRATÉGIAS REGIONAIS PARA este o caso daquelas que visam à O GERENCIAMENTO DE implementação deste Plano que foi RESÍDUOS elaborado para a região do CISVALE.

Neste capítulo são apresentadas as Diretrizes e Estratégias que nortearão 5.1 CRITÉRIOS PARA O MANEJO DE o Plano Estratégico Regional, tomando- RESÍDUOS SÓLIDOS se como princípios os estabelecidos na Lei Federal nº 12.305/2010 e Decreto nº Conforme o Plano Estadual de 7.404/2010, que instituíram a Política Resíduos Sólidos e a Política Nacional de Nacional de Resíduos Sólidos e a Lei Resíduos Sólidos, a prioridade no acesso Federal nº 11.445/2007 e Decreto nº a recursos da União e aos incentivos ou 7.217/2010, que implantaram a Política financiamentos destinados aos Nacional de Saneamento Básico. As empreendimentos e serviços diretrizes e estratégias deste PER relacionados à gestão de resíduos sólidos consideram a situação atual dos ou à limpeza urbana e manejo de municípios integrantes do CISVALE com resíduos sólidos se dá, prioritariamente, relação aos resíduos sólidos, configurada da seguinte forma: nos diagnósticos realizados e no cenário de referência escolhido e já descrito. 1) Aos estados que instituírem microrregiões para integrar a Essas diretrizes e estratégias organização, o planejamento e a foram estabelecidas de maneira a execução das ações da gestão dos nortear a consolidação de um conjunto resíduos sólidos a cargo de municípios de metas relativas à gestão limítrofes. O Rio Grande do Sul já têm, compartilhada dos resíduos sólidos, as desde 2015, a regionalização instituída ações e os meios para que possam ser pelo Plano Estadual; implementados tanto a nível regional quanto a nível local, nos municípios. 2) Aos consórcios públicos Vale lembrar que as administrações constituídos, com o objetivo de viabilizar locais, em decorrência dessa legislação, a descentralização e a prestação de têm que atender suas diretrizes e serviços públicos que envolvam resíduos

205

PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

sólidos. O CISVALE, consórcio Municípios. A solução proposta pelo reconhecido por compras compartilhadas CISVALE agrega os 13 (treze) municípios principalmente na área da saúde e do consórcio.

modelo para outras instituições do A proposta de regionalização da gênero, buscou para si a gestão de resíduos sólidos dentro do responsabilidade de gestão de resíduos CISVALE tem como objetivo de organizar sólidos; a prestação compartilhada de serviços 3) As soluções consorciadas ou das funções públicas de interesse compartilhadas entre dois ou mais comum vinculadas à gestão de resíduos

Figura 102. Regionalização proposta no Plano Estadual de Resíduos Sólidos, em que o CISVALE - com exceção de Gramado Xavier - pertence à Região 7.

Fonte: Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Rio Grande do Sul 206

PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Figura 103. Mapa identificando áreas sujeitas à instalação de aterro sanitário nos municípios do CISVALE.

Fonte: Urbana Engenharia.

sólidos, cujo interesse vincula municípios 5.1.1 Compartilhamento de limítrofes e definir áreas e infraestrutura Responsabilidades: Munícipes, de uso coletivo dos municípios Setor Privado e Poder Público consorciados.

A Região 7 da regionalização do A partir da regulamentação da Plano Estadual possui boa condição para Lei Federal nº 12.305/2010, a destinação de resíduos sólidos, conforme responsabilidade dos geradores de o mapa temático da Figura 103. As vias resíduos sólidos, do poder público e da de acesso integram as localidades, fato coletividade passou a estar definida na que favorece a implantação de rotinas Política Nacional de Resíduos Sólidos. de coletas compartilhadas também. Em linhas gerais, a coleta e o transporte dos resíduos domiciliares, limpeza

urbana, resíduos de saúde gerados em

207

PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

unidades públicas e aqueles volumosos Os geradores; mesmo não Resíduos volumosos, sendo resíduos perigosos, também gerados nas instituições comerciais e devido à quantidade, prestadores de serviços natureza composição ou públicas, pequenas quantidades de RCC que não estejam volume, necessitam de equiparados a resíduos Plano Específico de (cerca de 1000l), além dos pequenos domiciliares pelo poder Gerenciamento de público municipal. Resíduos (PGRS), a ser comércios, cuja geração não tenha cadastrado pelo município. Resíduos de serviços O município devem de saneamento (RSan) volume superior a 120 litros/dia, são de atualizar o Plano Municipal (água, esgoto e de Saneamento Básico responsabilidade das prefeituras. Já a drenagem urbana) Os geradores, a partir do coleta e transporte de resíduos de definido no Plano Resíduos Sólidos Específico de grandes geradores, agrossilvapastoris, industriais (RSI) Gerenciamento de Resíduos (PGRS), a ser RSS de clínicas privadas, resíduos de cadastrado pelo município Os geradores. mineração, resíduos especiais, entre Eventualmente o poder público municipal exige Resíduos da construção Plano Específico de outros, são de responsabilidade do civil (RCC) Gerenciamento de gerador. Resíduos (PGRS)para obras de determinado porte. Os geradores, que devem Conforme o art. 30 da Resíduos dos serviços elaborar Plano Específico de transporte (RST) de Gerenciamento de Constituição Federal, a titularidade da (portos, aeroportos, Resíduos (PGRS), que terminais precisa ser aprovado pelos limpeza pública é atribuída aos alfandegários, órgãos competentes e rodoviários e fiscalizado pelo município municípios, porém a responsabilidade ferroviários) e/ou Estado, a depender do empreendimento. pela segregação, acondicionamento, Os geradores, que somente necessitam de Plano coleta, armazenamento temporário, Específico de Resíduos Sólidos Gerenciamento de agrossilvipastoris (RSA) transporte, tratamento, disposição final Resíduos (PGRS) se isso for exigido pelos órgãos de cada tipologia de resíduos, de acordo competentes. Os geradores, a partir do com sua origem e periculosidade, ficou Plano Específico de Resíduos Sólidos da Gerenciamento de mineração (RSM) definido da seguinte forma: Resíduos (PGRS), cuja elaboração é obrigatória Os geradores, que necessitam de Plano Específico de Tabela 47. Responsabilidade pela destinação dos Resíduos Sólidos Gerenciamento de Especiais (RSE) resíduos, conforme Política Nacional de Resíduos Resíduos (PGRS) se isso for Sólidos. exigido pelos órgãos competentes. Tipo de Resíduo Responsabilidade Legal Fonte: Plano Estadual de Resíduos Sólidos O município deverá Resíduos sólidos implantar o Plano de urbanos (RSU) e Gerenciamento Integrado resíduos da limpeza de Resíduos Sólidos urbana. Urbanos (PGIRS) e mantê- Portanto, existe uma lo atualizado responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, conforme a

208

PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Política Nacional de Resíduos Sólidos, a 5.1.2 Controle e Fiscalização do qual propõe atribuições também Plano Estratégico Regional compartilhadas de forma individualizada e encadeada envolvendo: O principal mecanismo para o

controle e fiscalização é a informação Figura 104. Responsabilidade compartilhada pelo acerca dos empreendimentos. ciclo de vida dos produtos. Atualmente não existe um banco de dados integrado com informações de

Titulares dos Fabricantes, diferentes empreendimentos nos serviços públicos de importadores, limpeza urbana e distribuidores e Municípios. Esse banco de dados com a de manejo de comerciantes. resíduos sólidos consolidação das informações, centralizados pelo CISVALE, possibilitará consultas imediatas em tempo real por técnicos e gestores, para a adoção de Consumidores procedimentos adequados de fiscalização do cumprimento das diretrizes dos

Planos Específicos de Gerenciamento ou

ainda o controle de ações quando da Fonte: Urbana Engenharia. ocorrência de situações atípicas ou imprevistas que afetem a qualidade de O presente Plano Estratégico vida da população das comunidades. A Regional transfere para o coletivo a rotina para a criação do banco de dados responsabilidade pela destinação dos deve ser a seguinte: resíduos, mas mantém na mão do poder público a fiscalização e gestão de alguns 1) Criação, por parte do resíduos cuja cobrança é feita mediante CISVALE, de um grupo de trabalho para taxa, como RSU enquadrados como organizar a demanda de Controle e resíduos domésticos e resíduos da Fiscalização; limpeza urbana. 2) Levantamento, através dos alvarás de funcionamento das empresas emitidos pelas Prefeituras, daqueles em- preendimentos cuja a apresentação dos

209

PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Planos Específicos de Gerenciamento de dos resíduos gerados em cada um dos Resíduos Sólidos é obrigatória e também municípios, transportados para centrais levantamento dos geradores de resíduos de triagem e destinados em aterros sujeitos ao sistema de logística reversa; sanitários; 3) Cadastramento dos A partir desse grupo de trabalho, geradores, incluindo dados como outras rotinas devem ser atribuídas às Identificação do Gerador, Identificação iniciativas de controle e fiscalização dos do Resíduo Gerado, Plano de Manejo dos Planos Específicos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, Indicadores de Resíduos Sólidos. Controle, da Coleta, do Transporte e do Rejeito; 4) Cadastramento das 5.1.3 Ações Preventivas e Corretivas empresas prestadoras de serviços

vinculados ao gerenciamento de resíduos O estudo do Plano Estratégico sólidos: empresas de coleta, transporte, apontou dezenas de situações em que destinação final, para submetê-las à são necessárias medidas emergenciais, fiscalização ambiental dos municípios e, corretivas e preventivas a serem praticas dependendo do enquadramento, dos pelos municípios, sob o controle e órgãos estaduais; fiscalização do CISVALE. 5) Implantação de sistema de controle de geração, a partir da pesagem

Tabela 48. Ações preventivas e corretivas.

Estratégias Problemas detectados Ação Corretiva Ação Preventiva Desinformação da população acerca da correta separação de resíduos, - Programas de Educação Ambiental - Campanhas publicitárias informativas eventualmente descartando RCC, RSS e outros como RSU - Programas de Educação Ambiental - Capacitação dos prestadores Ineficiência da Coleta Seletiva - Programas de Coleta Seletiva - Campanhas publicitárias informativas Falta de disciplina quanto ao - Programas de Educação Ambiental - Campanhas publicitárias informativas consumo consciente, não geração, - Subsídio público para financiamento - Programas de coleta seletiva das ações Sustentabilidade econômico- - Regulamentação da taxa do lixo nos financeira das coletas convencional e - Programa de Gestão de Resíduos municípios seletiva - Capacitação dos catadores e prestadores desse serviço - Criação de banco de dados Ausência de dados de prestadores centralizados no CISVALE dos serviços vinculados ao - Capacitação de técnico específico. - Programa de Gestão de Resíduos gerenciamento de resíduos sólidos Sólidos Fonte: Urbana Engenharia 210

PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Tabela 48. Ações preventivas e corretivas.

Estratégias Problemas detectados Ação Corretiva Ação Preventiva - Financiamento público para que o Não universalidade da coleta de - Criação de um sistema que atenda sistema de coleta chegue até toda a resíduos todas as regiões dos municípios população. - Criação de banco de dados Precariedade na regulação, centralizados no CISVALE informação e a fiscalização do - Capacitação de técnico específico. - Programa de Gestão de Resíduos sistema de saneamento básico. Sólidos Falta de lixeiras, disposição irregular, -Programa de Educação Ambiental - Incentivar a implantação de lixeiras sacolas de resíduos são rasgadas - Programa de Gestão de Resíduos domiciliares ou coletivas em locais não facilmente por animais. Sólidos atendidos por contêiner. - Programa de Gestão de Resíduos - Capacitação de técnico específico Recuperação de áreas degradadas Sólidos - Fiscalização ambiental - Programa de Gestão de Resíduos Carência de técnicos nos municípios - Capacitação de técnico específico Sólidos Falta de informação acerca dos - Elaboração de banco integrado de geradores sujeitos a planos informação específicos de resíduos sólidos e - Programa de Gestão de Resíduos - Capacitação dos servidores estabelecimento de sistemas de Sólidos logística reversa - Programa de Educação Ambiental Ausência da responsabilidade - Programa de Gestão de Resíduos - Capacitação dos prestadores compartilhada pelo ciclo de vida dos Sólidos produtos - Programa de Educação Ambiental - Campanhas publicitárias informativas Fonte: Urbana Engenharia.

5.2 ÁREAS POTENCIALMENTE O Plano Estratégico Regional FAVORÁVEIS PARA A serve para monitorar a melhoria dos DESTINAÇÃO AMBIENTALMENTE resultados que refletem diretamente na ADEQUADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS qualidade de vida da população. Para

isso, é fundamental que o Plano seja revisado periodicamente, a cada ciclo de Devido os fatores operacionais e quatro anos. Vinculando o processo de econômicos, o aterro sanitário é planejamento e informação deste considerado como uma alternativa de documento, deve-se divulgá-lo, em grande aplicabilidade para municípios de materiais de campanhas educativas, e pequeno porte para a disposição final disponibilizá-lo para consulta pública dos resíduos sólidos urbanos. junto aos municípios. Porém, selecionar de áreas para

implantação de aterros sanitários é uma das principais dificuldades enfrentadas

pelos municípios, principalmente porque uma área, para ser considerada adequada, deve reunir um grande

211

PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

conjunto de condições técnicas,  Esteja de acordo com o econômicas e ambientais que zoneamento local; demandam o conhecimento de um  Possa ser utilizado por longo grande volume de dados e informações, período de tempo necessitando apenas normalmente indisponíveis para as de um mínimo de obras para início da administrações municipais, além de operação. envolver diversos fatores conflitantes e

interdependentes. Dos muncípios Quanto para avaliação da pertencentes ao CISVALE, apenas dois adequabilidade do local são necessários demonstraram interesse em sediar um os seguintes os aspectos técnicos: aterro sanitário na cidade, são eles: Pantano Grande e Venâncio Aires.  Topográficos, em virtude das obras de terraplanagem; Segundo a NBR 13896/97  Geológicos, para determinação da (ABNT, 1997) – “Aterros de resíduos não capacidade de depuração e infiltração do perigosos. Critério para projeto, solo. Recomendam-se solos implantação e operação” e NBR 15849 naturalmente pouco permeáveis; (ABNT, 2010) – “Resíduos sólidos  Hidrológicos, para avaliação da urbanos – Aterros sanitários de pequeno influência do aterro na qualidade dos porte – Diretrizes para localização, recursos hídricos, sendo normatizada projeto, implantação, operação e uma distância mínima de 200 metros de encerramento”, a avaliação para escolha qualquer corpo hídrico; de um local a ser utilizado para  Vegetação, de maneira que possa implantação de um aterro sanitário deve atuar favoravelmente na redução da ser tal que: erosão, formação de poeira e transporte

de odores;  Os impactos ambientais gerados  Acessos, com influência na sua implantação e operação sejam operacional direta; mínimos, devendo seguir a legislação  Tamanho disponível e vida útil, ambiental vigente; onde se recomenda um mínimo de 15  Reduza os custos envolvidos; anos;  Tenha a aceitação da população  Custos, para que seja vizinha; economicamente viável e;

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 Distância de núcleos populacionais, onde se recomenda valores superiores a 500 metros.

Como critérios de segurança, tais Figura 105. Áreas sugeridas para implantação do aterro sanitário regional em locais devem ter uma Pantano Grande. distância mínima do lençol freático de 1,50m e não devem estar sujeitas a inundações. Sob o ponto de vista legal, devem ser observadas questões referentes ao uso e ocupação do solo, com destaque ao Plano Diretor.

Para as áreas sugeridas para a Fonte: Urbana Engenharia alocação do aterro sanitário do município de Pantano Grande, foram identificadas núcleos populacionais e sintetizados características do solo, informações de na.Tabela 49 abaixo: corpos hídricos, acessos e a distância de

Tabela 49. Identificação das áreas sugeridas para implantação do aterro sanitário regional em Pantano Grande.

Distância de Distância do Ponto Predominância do solo na região Acesso Tipo de acesso núcleos corpo hídrico populacionais 1 >200m* Argissolo Vermelho Distrófico BR 471 Asfalto 480 m BR 471; Asfalto; 2 >500m ** Argissolo Vermelho Distrófico >500m Estrada Não pavimentado

* Distância estabelecida a partir da coordenada (-30.366105° -52.418891°), informada pelo ofício n.º 105/2019. ** Distância estabelecida a partir da coordenada (-30.288728° -52.371611°), informada pelo ofício n.º 105/2019.

Fonte: Urbana Engenharia

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Figura 106. Estudo da hidrografia, mancha populacional e altitude em Pântano Grande.

Fonte: Urbana Engenharia

As áreas representadas pelos Figura 107. Análise da área sugerida 01. pontos 01 e 02 (Figura 106) possuem características muito semelhantes. O solo da região possui características predominantes de Argissolos Vermelhos Distróficos, podendo sofrer variações em menores escalas. A distância de recursos hídricos e núcleos populacionais é parcialmente atendida, visto que, tem-se

apenas as coordenadas geográficas como referência de cada terreno. Fonte: Urbana Engenharia

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Figura 108. Análise da área sugerida 02. aterro é em uma antiga cava de mineiração.

Já o município de Venâncio Aires sugeriu 14 possíveis áreas para a implementação do aterro sanitário regional. O município considerou a distância de 200m de corpos hídricos e 500 m de núcleos populacionais, além de analisar apenas as áreas aproximadas a 25 ha.

Fonte: Urbana Engenharia Conforme a Tabela 50, além de identificar que todos os terrenos A imagem das duas áreas sugeridos encontram-se a mais de 200 mostram que a área 1 tem presença de m de cursos hídricos e de 500m de urbanização e manchas populacionais núcleos populacionais, percebe-se que o próximas, e a área 2 é mais afastada, solo da região nos pontos 01, 03, 04 e sendo que o espaço destinado para o 05 são considerados como Planossolos

Tabela 50. Identificação das áreas sugeridas para implantação do aterro sanitário regional em Venâncio Aires.

Distância de Distância do Ponto Predominância do solo na região Acesso Tipo de acesso núcleos corpo hídrico populacionais 1 >200m Planossolo Háplico Eutrófico Estrada Não pavimentado >500m 2 >200m Neossolos Lióticos Eutróficos Estrada Não pavimentado >500m BR 287 Asfaltado 3 >200m Planossolo Háplico Eutrófico >500m Estrada Não pavimentado BR 287 Asfaltado 4 >200m Planossolo Háplico Eutrófico >500m Estrada Não pavimentado BR 287 Asfaltado; 5 >200m Planossolo Háplico Eutrófico >500m Estrada Não pavimentado RSC 453 Asfaltado 6 >200m Neossolos Lióticos Eutróficos >500m Estrada Não Pavimentado RSC 453 Asfaltado 7 >200m Neossolos Lióticos Eutróficos >500m Estrada Não Pavimentado RSC 453 Asfaltado 8 >200m Neossolos Lióticos Eutróficos >500m Estrada Não asfaltado RSC 453 Asfaltado 9 >200m Neossolos Lióticos Eutróficos >500m Estrada Não asfaltado RS 816 Asfaltado 10 >200m Neossolos Lióticos Eutróficos >500m Estrada Não asfaltado 11 >200m Neossolos Lióticos Eutróficos RS 422 Asfaltado >500m ERS 418 12 >200m Neossolos Lióticos Eutróficos Não pavimentados >500m Estarda ERS 418 13 >200m Neossolos Lióticos Eutróficos Não pavimentados >500m Estarda 14 >200m Neossolos Lióticos Eutróficos BR 287 Asfaltado >500m Fonte: Urbana Engenharia 215

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Háplicos Eutróficos, enquanto que nos rigorosa antes da definição do local demais pontos o solo é considerado apropriado. A partir dos pontos, é como Neossolos Lióticos Eutróficos. Pode possível fazer um estudo da hidrografia, existir uma variação do tipo de solo em mancha populacional e altitude em menor escala, cabe uma análise mais Venâncio Aires.

Figura 109. Áreas sugeridas para implantação do aterro sanitário regional em Venâncio Aires.

Fonte: Urbana Engenharia

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Figura 110. Estudo da hidrografia, mancha populacional e altitude em Venâncio Aires.

Fonte: Urbana Engenharia

Os pontos sugeridos em Venâncio Aires são apresentados nas

figuras a seguir:

Figura 111. Análise da área sugerida 01. Figura 112. Análise da área sugerida 02.

Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Venâncio Aires Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Venâncio Aires

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Figura 113. Análise da área sugerida 03. Figura 117. Análise da área sugerida 08 e 09.

Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Venâncio Aires Venâncio Aires

Figura 114. Análise da área sugerida 04. Figura 118. Análise da área sugerida 10.

Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Venâncio Aires Venâncio Aires

Figura 115. Análise da área sugerida 05. Figura 119. Análise da área sugerida 11.

Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Venâncio Aires Venâncio Aires

Figura 116. Análise da área sugerida 06 e 07. Figura 120. Análise da área sugerida 12 e 13.

Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Venâncio Aires Venâncio Aires

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

testes a campo identificados demais Figura 121. Análise da área sugerida 14. aspectos como a permeabilidade e ocorrência de nível do lençol freático, levantamento da vegetação e seu manejo, além de identificar as características locais do solo.

Contudo, se faz necessário Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Venâncio Aires amplos estudos geológicos-geotécnicos, de relevo, climáticos, quanto as águas subterrâneas, análise da legislação e Cabe destacar que para ambos informações socioeconômicas. dos municípios, deverão ser realizados

Figura 122. Aspectos geológico-geotécnico e de relevo.

Distribuição e características existentes na região.

Principais feições estruturais (falhas e Geológico-geotécnico fraturas).

Características dos solos: tipos, espessuras, permeabilidade, capaci dade de carga do terreno de fundação.

Identificação de áreas de morros, planícies e encostas. Relevo

Declividade dos terrenos.

Fonte: Urbana Engenharia

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Figura 123. Aspectos de águas subterrâneas e superficiais.

Fonte: Urbana Engenharia

Figura 124. Aspectos do clima.

Fonte: Urbana Engenharia

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Figura 125. Aspetos socioeconômicos.

Valor da terra

Uso e ocupação dos terrenos

Distância da área em relação aos municípios Socioeconômico atendidos.

Integração à malha viária.

Aceitabilidade da população e de suas entidades organizadas.

Fonte: Urbana Engenharia

Figura 126. Aspectos da legislação.

Localização das áreas de proteção ambiental, parques, reservas, áreas tombadas Legislação Zoneamento urbano da cidade (plano diretor).

Fonte: Urbana Engenharia

Os diagramas apresentados acima demonstram quesitos de análise 5.3 DIRETRIZES PARA A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS de cada um dos itens que se referem a viabilidade de um empreendimento de destinação final. Para tanto, deve ser As diretrizes possuem a feito um estudo específico com os função de estabelecer planos resultados da análise de cada item. relacionados ao ideal gerenciamento de resíduos sólidos. Tendo como princípios

os estabelecidos na Lei nº 12.305/2010

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

e Decreto nº 7.404/2010, que no cenário de referência escolhido. Essas instituíram a Política Nacional de diretrizes e estratégias foram Resíduos Sólidos, a Lei nº 11.445/2007 e estabelecidas de maneira a nortear a Decreto nº 7.217/2010, que implantaram consolidação de um conjunto de metas a Política Nacional de Saneamento relativas à gestão dos resíduos sólidos, Básico. As diretrizes e estratégias as ações e os meios para que possam ser identificadas nos itens a seguir implementados tanto a nível regional consideram a situação atual dos quanto a nível municipal.

municípios pertencentes ao CISVALE. A A partir da definição das com relação aos resíduos sólidos, diretrizes do Plano Estratégico de configurada nos diagnósticos realizados e

Figura 127. Diretrizes utilizadas para definição das metas.

Fonte: Urbana Engenharia

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Gerenciamento de Resíduos Sólidos do CISVALE, definiram-se eixos para elaboração de metas, programas projetos e ações.

Figura 128. Eixos utilizados para definição de metas.

Educação Ambiental

Coleta Seletiva

Gestão de Resíduos Sólidos

Destinação Final

Fonte: Urbana Engenharia

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

O plano estratégico de gerenciamento de resíduos sólidos do

6 METAS, PROGRAMAS, PROJETOS CISVALE obedece às diretrizes gerais do E AÇÕES planejamento, em conformidade com a Lei Federal 12.305/2010.

Neste capítulo, o estudo fará As metas e estratégias do plano uma descrição das Metas, Programas, deverão traduzir com clareza a Projetos e Ações do Plano Estratégico hierarquia a ser observada para a gestão Regional. de resíduos estabelecida na PNRS: não

geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos e disposição final dos rejeitos. Assim, 6.1 SÍNTESE DAS METAS CONSORCIADAS deve-se contemplar a recuperação e valorização máxima dos diversos materiais, incorporando soluções para Apartir do diagnóstico da redução da disposição dos rejeitos ricos situação atual do manejo de resíduos em matéria orgânica nos aterros, de sólidos urbanos dos municípios do forma a reduzir a geração de gases CISVALE, passa-se à fase de maléficos à atmosfera. hierarquização e definição das metas e objetivos de curto, médio e longo prazo A gestão dos resíduos adota visando a universalização dos serviços, como regras fundamentais a saúde da admitindo soluções graduais e população e a proteção ao meio progressivas, em compatibilidade com os ambiente, elencando também fatores demais planos setoriais, plano plurianual como a garantia de regularidade, e outros planos governamentais continuidade, funcionalidade e correlatos. universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo As metas representam um dos resíduos sólidos. Além disso, destaca conjunto de instruções e indicações as seguintes prioridades: necessárias para o desenvolvimento dos programas. Consistem em ações futuras e condições para a sua execução.  Não geração;  Redução;

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

 Reuso; seletiva, gestão de resíduos sólidos e  Reciclagem; disposição final.

 Recuperação, incluindo Para a elaboração das metas, compostagem; foram considerados os seguintes prazos:  Tratamento e destinação final adequada.  Curto Prazo: um a quatro anos;

 Médio Prazo: cinco a doze anos O plano de gestão deve levar em  Longo Prazo: quinze a vinte anos. conta, prioritariamente, o planejamento das iniciativas para os resíduos que têm presença mais significativa nas cidades. Um dos principais fatores a fim De uma forma geral, estes resíduos são de garantir a efetivação e materialização o da construção civil, o resíduo do plano proposto é a definição de domiciliar seco, e o resíduo domiciliar normativas e regulamentos expedidos úmido. Este planejamento específico pelo Poder Público, de forma a garantir a deve ser seguido pelo planejamento das administração integrada dos resíduos. ações para todo o conjunto de resíduos Desta forma, se faz necessário um ocorrentes (resíduos de serviços de conjunto de ações operacionais, saúde, resíduos de logística reversa, financeiras, fiscalizadoras e de resíduos industriais, minerários, planejamento. agrosilvopastoris, etc.).

O PEGRS deve ser traduzido a 6.1.1 Eixo Educação Ambiental um conjunto de instalações que contemplem a totalidade do território. O eixo Educação Ambiental é Estas instalações constituem a oferta de basilar em qualquer processo de endereços físicos para a atração e planejamento. Para que todas as outras concentração de diversos tipos de políticas públicas tenham resultados resíduos. Desta forma, a presente etapa satisfatórios, é fundamental que as ações consiste em expor as metas, estratégias, definidas nesse eixo sejam executadas. programas e ações que devem ser levadas em conta na tomada de decisão frente à educação ambiental, coleta

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Tabela 51. Identificação da política pública para o eixo educação ambiental.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL Políticas Problema Estratégia Públicas

Falta de conhecimento da população quanto à Incentivar a segregação dos resíduos sólidos segregação dos resíduos na fonte. urbanos em: Recicláveis, orgânicos e rejeitos; Descarte de resíduos de construção civil, serviços de saúde e embalagens de Estimular a população quanto ao descarte correto para cada classe de resíduos. medicamentos animais na coleta de resíduos Educação sólidos urbanos; Ambiental 01 Falta de interesse na separação dos resíduos Incentivar a Reciclagem dos resíduos sólidos recicláveis; urbanos. Falta de educação ambiental quanto ao consumo consciente - não Geração e a Incentivar a Não Geração e a Redução dos Redução dos resíduos e resíduos sólidos em resíduos sólidos urbanos. todas as classes.

Fonte: Urbana Engenharia

6.1.1.1 Política Pública: Educação Ambiental 01

Objetivo: os recursos naturais; Criar multiplicadores que auxiliam no Desenvolver a educação com os despertar da responsabilidade ambiental moradores dos municípios pertencentes de cada pessoa. ao CISVALE fornecendo-os conhecimentos, habilidades e atitudes voltadas para contribuir com o Situação Atual:

gerenciamento de resíduos sólidos. De acordo com a situação Estimular e incentivar a participação da diagnosticada, existem programas de população na Gestão dos Resíduos educação ambiental implantados com as Sólidos; incentivar a não geração, a comunidades e escolas de alguns redução, reutilização e reciclagem dos municípios do CISVALE. Verifica-se em resíduos, com vistas a reduzir a muitos casos que a população do não quantidade de resíduos sólidos urbanos possui conhecimentos a cerca do manejo gerados; Promover o consumo ideal durante a separação dos resíduos consciente e as práticas sustentáveis; sólidos urbanos, visto que não há Esclarecer a importância da preservação

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos programas específicos de educação cotidiano, levar informações a outros ambiental que trabalhe diretamente a que não às possuem, facilitando o temática dos resíduos sólidos nas desenvolvimento de suas residências. potencialidades, permitindo-lhes a

Percebe-se a necessidade do descoberta do meio em que vivem e do desenvolvimento de programas de qual são parte integrante. Estes atores educação ambiental em caráter deverão formar um grupo interdisciplinar constante, promovendo iniciativas que (educação, saúde, meio ambiente e visam a não geração, redução, infraestrutura), devendo ser capacitados reutilização, reciclagem, tratamento e a responsabilizarem-se pelo destinação final adequada. Visam-se desenvolvimento dos trabalhos de ações voluntárias de grupos ecológicos e educação ambiental no Município. As instituições de ensino, contribuindo com escolas têm um grande papel perante a iniciativas de coleta diferenciada dos questão dos resíduos sólidos. São resíduos e de educação ambiental, além essenciais nos programas que abrangem da elaboração de programas e as questões que afetam a vida da campanhas que promovam e induzam população em seu conjunto. ao consumo sustentável. É preciso levar o aluno a compreender que o lixo não é apenas

algo rejeitável e degradante, mas algo Descrição do Programa: do qual podemos tirar benefícios para a Deverão ser desenvolvidos sociedade, gerando trabalho e renda trabalhos educativos junto ao corpo para população em condição de exclusão técnico municipal, oriundo das social, preservando o meio ambiente, secretarias de educação, saúde, obras, valorizando a escola, as questões de planejamento e meio ambiente de cada cidadania, entre outros. Para o município, que serão os responsáveis desempenho das atividades junto aos pela disseminação do trabalho de professores e alunos, será necessária a educação ambiental proposto aos demais aplicação de dinâmicas interativas e entes da comunidade em geral. Cada oficinas trabalhando a temática do lixo, cidadão deve transformar-se em agente bem como a elaboração de material de multiplicador de informações sobre as apoio, como cartilha, folheto, vídeo, questões ambientais vivenciadas no seu entre outros materiais didáticos.

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

A educação ambiental deverá ser e das escolas na gestão dos resíduos fomentada junto aos grandes geradores sólidos, incluindo a produção e a de resíduos sólidos, no sentido de distribuição de material didático garantir as premissas da Política específico (de preferência digital),vídeos, Nacional de Resíduos Sólidos, entre outros; Realizar palestras, compreendendo a minimização e exposições interativas, ou outros que segregação na fonte e garantir o incentivem práticas sustentáveis;Firmar aproveitamento de todos os resíduos parcerias com instituições públicas ou com valor comercial, além da privadas, habilitadas à criação e à responsabilidade compartilhada. O aplicação de cursos de educação projeto de educação ambiental ambiental, para diferentes públicos-alvo; compreende o principal instrumento que Capacitar servidores para desenvolver os vai influenciar na mudança de atitudes programas de educação ambiental; da população pertencente ao CISVALE e Formar grupos de servidores para ampliar a competência dos agentes disseminar a ideia nos municípios; públicos, melhorando assim a qualidade Realizar eventos que informem a e os custos dos serviços de limpeza e população das legislações ambientais gerenciamento de resíduos sólidos. vigentes, importância da separação dos

O público das ações propostas resíduos e da destinação final são todos os munícipes que geram adequada;Realizar campanhas e ações resíduos sólidos domésticos. Para a que incentivem as práticas de realização das atividades, deverão ser reutilização e reciclagem dos RSU realizadas parcerias técnicas e inorgânicos; Incentivar o setor industrial financeiras entre o poder público, setor a implantar práticas sustentáveis na empresarial e organizações não produção e prestação de serviços; governamentais com vistas a Incentivar o desenvolvimento de implementação das ações de capacitação sistemas de gestão ambiental nas e educação ambiental. empresas, indústrias e comércios; Elaborar e por em prática programas que

incentivem a prática da compostagem Ações e prazos: dos resíduos sólidos orgânicos nas áreas Realizar projetos e eventos que rurais dos municípios, visando a redução estimulem a participação da comunidade dos gastos com coleta, destinação e

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos disposição final dos resíduos; Fomentar devolução após o uso, aos comerciantes programas e campanhas de educação ou distribuidores, dos produtos e das ambiental, em parceria com o setor embalagens contempladas na Logística empresarial, que sensibilizem o Reversa. consumidor quanto à importância da

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Tabela 52. Insumos, custos e prazos para as ações do eixo educação ambiental.

Curto prazo Médio Prazo Longo Prazo Ações Insumos Custo Anual 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Um técnico do CISVALE (R$ Realizar projetos e eventos 24.000,00/ano) que estimulem a participação Dois eventos por mês (R$ da comunidade e das escolas R$ 40.000,00 X 12.000,00/ano) na gestão dos resíduos sólidos Deslocamento, Material (R$ 4.000,00/ano) Produção e a distribuição de Impressos R$ 5.000,00 X material didático específico Realizar palestras, exposições interativas, ou outros que Três eventos por mês (R$ R$ 18.000,00 X incentivem práticas 18.000,00/ano) sustentáveis Firmar parcerias com instituições públicas ou privadas, habilitadas à Horas técnicas de servidor do criação e à aplicação de R$ 2.400,00 X CISVALE (R$ 2.400,00/ano) cursos de educação ambiental, para diferentes públicos-alvo Capacitar servidores para Horas técnicas de servidor do desenvolver os programas de R$ 2.400,00 X CISVALE (R$ 2.400,00/ano) educação ambiental Realizar eventos que informem a população das legislações ambientais Treze eventos por ano (R$ R$ 13.000,00 X vigentes, importância da 13.000,00/ano) separação dos resíduos e da destinação final adequada

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Curto prazo Médio Prazo Longo Prazo Ações Insumos Custo Anual 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Horas técnicas de servidor do CISVALE (R$ 24.000,00/ano) Realizar campanhas e ações Um evento por mês (R$ que incentivem as práticas 6.000,00/ano) R$ 37.000,00 X de reutilização e reciclagem Deslocamento (R$ dos RSU 1.000,00/ano) Divulgação (R$ 6.000,00/ano) Incentivar o setor industrial a implantar práticas Horas técnicas de servidor do R$ 1.200,00 X sustentáveis na produção e CISVALE (R$ 1.200,00/ano) prestação de serviços Incentivar o desenvolvimento de sistemas de gestão Horas técnicas de servidor do R$ 1.200,00 X ambiental nas empresas, CISVALE (R$ 1.200,00/ano) indústrias e comércios; Elaborar e por em prática Horas técnicas de servidor do programas que incentivem a CISVALE (R$ 3.600,00/ano) prática da compostagem dos R$ 11.600,00 X resíduos sólidos orgânicos Deslocamento, Material (R$ nas áreas rurais dos 8.000,00/ano) municípios Fonte: Urbana Engenharia

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Indicador geral:

Número de profissionais da área de educação ambiental capacitados em gestão de resíduos sólidos em relação ao número de funcionários de áreas específicas em todo o CISVALE.

Meta geral:

Universalização da Educação Ambiental da população do CISVALE até 2024 quanto a temas relacionados à gestão de resíduos sólidos.

Metas específicas:  Aplicar conhecimentos de educação ambiental sobre a gestão dos resíduos sólidos domésticos em 20% das escolas dos municípios do CISVALE até dezembro de 2020.  Aplicar conhecimentos de educação ambiental sobre a gestão dos resíduos sólidos domésticos em 60% das escolas dos municípios do CISVALE até dezembro de 2021.  Promover eventos que estimulem a gestão dos resíduos sólidos em universalizando as escolas do CISVALE até dezembro 2022.  Promover eventos que estimulem a gestão dos resíduos sólidos em 25% da comunidade do CISVALE até dezembro de 2020.  Promover eventos que estimulem a gestão dos resíduos sólidos em 50% da comunidade do CISVALE até dezembro de 2021.  Promover eventos que estimulem a gestão dos resíduos sólidos em 75% da comunidade do CISVALE até dezembro de 2022.  Universalização do sistema de educação ambiental para a população do CISVALE, estimulando a gestão dos resíduos sólidos até dezembro de 2023.  Produzir de material didático informativo para 20% das Escolas de Educação Infantil até dezembro 2020.  Produzir de material didático informativo para 60% das Escolas de Educação Infantil até dezembro 2021.

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

 Produzir de material didático informativo atendendo de forma generalizada as Escolas de Educação Infantil até 2022.  Atender 20% dos municípios pertencentes ao CISVALE, através de palestras que incentivam práticas sustentáveis até dezembro 2020.  Atender 60% dos municípios pertencentes ao CISVALE, através de palestras que incentivam práticas sustentáveis até 2021.  Universalização dos municípios pertencentes ao CISVALE, através de palestras que incentivam práticas sustentáveis até 2022.  Ter apoio de 30% das instituições públicas e privadas para a aplicação de cursos de educação ambiental até 2020.  Ter apoio de 60% das instituições públicas e privadas para a aplicação de cursos de educação ambiental até 2021.  Ter apoio da totalidade das instituições públicas e privadas para a aplicação de cursos de educação ambiental até 2022.  Capacitar 40% dos servidores para desenvolver a educação ambiental até dezembro 2020.  Capacitar 80% dos servidores para desenvolver a educação ambiental até dezembro 2021.  Capacitar universalmente os servidores para desenvolver a educação ambiental até dezembro 2022.  Informar 25% da população quanto sobre as legislações ambientais até dezembro 2020.  Informar 50% da população quanto sobre as legislações ambientais até Dezembro de 2021.  Informar 75% da população quanto sobre as legislações ambientais até Dezembro 2022.  Universalização da divulgação das legislações ambientais para a população pertencente ao CISVALE até dezembro de 2023.  Atender 40% da população do CISVALE com campanhas que incentivem as práticas de reutilização e reciclagem até 2020.  Universalização de campanhas para a população do CISVALE que incentivem as práticas de reutilização e reciclagem até 2021.

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

 Incentivar 20% do setor industrial do CISVALE quanto a práticas sustentáveis na produção e prestação de serviços até dezembro 2020.  Incentivar 40% do setor industrial do CISVALE quanto a práticas sustentáveis na produção e prestação de serviços até dezembro 2021.  Incentivar 60% do setor industrial do CISVALE quanto a práticas sustentáveis na produção e prestação de serviços até dezembro 2022.  Incentivar 80% do setor industrial do CISVALE quanto a práticas sustentáveis na produção e prestação de serviços até dezembro 2023.  Ter o apoio da totalidade do setor industrial do CISVALE quanto a práticas sustentáveis na produção e prestação de serviços até dezembro 2024.  Incentivar em 20% a gestão ambiental nas empresas até dezembro de 2020.  Incentivar em 40% a gestão ambiental nas empresas até dezembro de 2021.  Incentivar em 60% a gestão ambiental nas empresas até dezembro de 2022.  Incentivar em 80% a gestão ambiental nas empresas até dezembro de 2023.  Universalização da gestão ambiental nas empresas privadas até dezembro 2024.  Aplicar técnicas de compostagem em 20% dos resíduos orgânicos gerados no CISVALE até dezembro de 2020.  Aplicar técnicas de compostagem em 40% dos resíduos orgânicos gerados no CISVALE até dezembro 2021.  Aplicar técnicas de compostagem em 60% dos resíduos orgânicos gerados no CISVALE até dezembro 2022.  Aplicar técnicas de compostagem em 80% dos resíduos orgânicos gerados no CISVALE até dezembro 2023.  Universalização da compostagem dos resíduos orgânicos gerados no CISVALE até dezembro 2024.

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Coleta Seletiva são o resultado prático do eixo Educação Ambiental, tanto 6.1.2 Eixo Coleta Seletiva que a política pública proposta vincula, mais uma vez, processos de

Tão relevante quanto a conscientização e capacitação em Educação Ambiental e vinculada todos os níveis do projeto. diretamente a ela, as tarefas do eixo

Tabela 53. Identificação da política pública para o eixo coleta seletiva..

COLETA SELETIVA Política Problema Estratégia Pública Estudo/Aplicação/Fortalecimento da coleta Dificuldades em manter a coleta seletiva nos seletiva na área urbana gerados na unidade municípios. familiar. Coleta Falta de incentivo da coleta seletiva nos Potencializar e estimular a separação de Seletiva e municípios. resíduos. Capacitação Estabelecer metodologias para implantação da para Falta de coleta seletiva em alguns municípios; coleta seletiva associada a coleta convencional Catadores 01 Falta de incentivo para com as cooperativas e Profissionalizar o serviço de cotação realizado catadores por catadores organizados

Fonte: Urbana Engenharia

6.1.2.1 Política Pública: Coleta Seletiva e Capacitação para Catadores 01

Objetivo: Situação atual:

Estimular a população a se Durante o diagnóstico de sentir parte do processo (o ato de gerenciamento de resíduos sólidos separar); Diminuir custos para o poder identificou-se que os municípios não público com o transporte e destinação são atendidos totalmente quanto a final dos resíduos; Geração de renda coleta de resíduos recicláveis. para a população envolvida com o Observa-se que em alguns municípios processo de coleta seletiva. já há implantada a coleta seletiva

simultaneamente com a coleta

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convencional, alguns caso há estabelecendo como alguns de seus associações/cooperativas atuando de princípios o “reconhecimento do forma complementar a coleta resíduo sólido reutilizável e reciclável convencional além da ação de como um bem econômico e de valor catadores autônomos. Em muitos social, gerador de trabalho e renda e casos observados durante a triagem, os promotor de cidadania” e a resíduos recicláveis chegam até as “responsabilidade compartilhada pelo cooperativas acondicionados juntos aos ciclo de vida dos produtos”.

resíduos orgânicos, contaminando o Além disso, a PNRS incentiva a material que está em contato. A falta criação e o desenvolvimento de de instrução quanto a segregação ideal cooperativas ou de outras formas de de resíduos acaba reduzindo a associação de catadores de materiais porcentagem de materiais que reutilizáveis e recicláveis e define que poderiam ser recicláveis. sua participação nos sistemas de coleta A atuação dos catadores de seletiva e de logística reversa deverá materiais reutilizáveis e recicláveis, ser priorizada. A esse respeito, cuja atividade profissional é destaca-se a Lei nº 11.445/2007, que reconhecida pelo Ministérios do estabelece as diretrizes nacionais para Trabalho e Emprego desde 2002, o saneamento básico, na qual segundo a Classificação Brasileira de estabelece a contratação de Ocupações (CBO), contribui para o cooperativas e associações de aumento da vida útil dos aterros catadores de materiais recicláveis, por sanitários e para a diminuição da parte do titular dos serviços públicos demanda por recursos naturais, na de limpeza urbana e manejo de medida em que abastece as indústrias resíduos sólidos, dispensável de recicladoras para reinserção dos licitação.

resíduos em suas ou em outras cadeias O material reciclável produtivas, em substituição ao uso de corresponde a aproximadamente 33% matérias-primas virgem. dos resíduos sólidos domiciliares do A PNRS atribui destaque à CISVALE, lembrando que este dado foi importância dos catadores na gestão averiguado após a retirada de parte integrada dos resíduos sólidos,

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos dos recicláveis por catadores do Governo Federal, correlato à autônomos e cooperativas. atuação dos catadores de materiais

Deste modo, é importante o reutilizáveis e recicláveis na gestão fomento ao fortalecimento da integrada dos resíduos sólidos. organização produtiva dos catadores  Decreto n.º 5.940/2006: na forma de sua associação, Institui a separação dos resíduos caracterizando como um passo recicláveis descartados pelos órgãos e fundamental para ampliar o leque de entidades da administração pública atuação desta categoria profissional na federal direta e indireta, na fonte implementação da PNRS junto ao geradora, e a sua destinação às município, em especial na cadeia associações e cooperativas dos produtiva da reciclagem. Para tal, a catadores de materiais recicláveis, e dá coleta seletiva solidária deverá ser outras providências; implementada, juntamente com  Lei n.º 11.445/2007: atividades de educação e Estabelece diretrizes nacionais para o conscientização da população. saneamento básico; altera as Leis nºs 6.766, de 19 de dezembro de 1979, A iniciativa traduz-se em 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, oportunidades de geração de renda e de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de negócios, dentre os quais, a de fevereiro de 1995; revoga a Lei nº comercialização em rede, a prestação 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá de serviços, a logística reversa e a outras providências. Essa Lei alterou o verticalização da produção. Deverão inciso XXVII do caput do art. 24 da Lei ser trabalhados os princípios de n.º 8.666/1993, tornando dispensável autogestão, de economia solidária e de a licitação “na contratação da coleta, oportunidades de trabalho, exercendo processamento e comercialização de articulação e integração entre ações de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou cunho social, ambiental e de ordem reutilizáveis, em áreas com sistema de econômica como forma de coleta seletiva de lixo, efetuados por alavancagem e sustentabilidade do associações ou cooperativas formadas grupo. exclusivamente por pessoas físicas de A relação a seguir expõe os baixa renda reconhecidas pelo poder principais marcos legais de iniciativa público como catadores de materiais

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recicláveis, com o uso de relevantes quanto aos aspectos sociais, equipamentos compatíveis com as econômicos e ambientais. Esses normas técnicas, ambientais e de fatores são considerados de total saúde pública”. relevância na justificativa de  Decreto n.º 7.217/2010: implantação da coleta seletiva em Regulamenta a Lei nº 11.445, de 5 de qualquer comunidade, sendo que a janeiro de 2007, que estabelece população deverá ter o compromisso diretrizes nacionais para o saneamento no atendimento e principalmente básico, e dá outras providências; conscientização da importância  Lei n.º 12.305/ 2010: ambiental do processo de reciclagem Institui a Política Nacional de Resíduos de resíduos domiciliares.

Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 Qualquer que seja a forma de de fevereiro de 1998; e dá outras execução dos serviços, a implantação providências; do programa de coleta seletiva requer  Decreto n.º 7.405/2010: muito além do comprometimento de Institui o Programa Pró-Catador, diversos setores da administração denomina Comitê Interministerial para pública, ou seja, alocação de Inclusão Social e Econômica dos infraestrutura integrada por Catadores de Materiais Reutilizáveis e instalações, mão de obra e Recicláveis o Comitê Interministerial da equipamentos necessários à boa Inclusão Social de Catadores de Lixo execução dos serviços. Neste sentido, criado pelo Decreto de 11 de setembro compete às Secretarias responsáveis de 2003, dispõe sobre sua organização promoverem o comprometimento dos e funcionamento, e dá outras diversos agentes envolvidos no providências. processo, quais sejam: a população, a entidade executora dos serviços, os Descrição do programa: técnicos integrantes da administração pública e outros, além de promover a A implantação de programas disponibilização da infraestrutura de coleta seletiva nos municípios ou a necessária. manutenção do sistema já existente representa para a administração Para a execução dos serviços pública uma gama de objetivos de coleta seletiva nos municípios do

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CISVALE, serão utilizadas duas Entrega Voluntária) dispersos pela metodologias: Coleta dos resíduos cidade, evitando a mistura dos sólidos “porta a porta” em regiões com resíduos nos contêineres e/ou nas menores densidades populacionais e coletas porta a porta (lixeiras contêiner identificados em regiões específicas para os materiais mais urbanizadas. Esta metodologia recicláveis, com acesso apenas para os consiste em coletar os resíduos sólidos catadores da cooperativa); segregados na fonte (secos, orgânicos Desenvolvimento de material de e rejeitos) para coleta otimizada via divulgação sobre os dias de coleta catadores do município. Salienta-se porta a porta, locais e a importância da que o rejeito continuará sendo ação da coleta seletiva; Identificação encaminhado para o aterro sanitário. dos catadores informais para realização

de integração formal junto às cooperativas. Ações e prazos:

As ações deverão ser voltadas de forma a incentivar os munícipes separar adequadamente os resíduos recicláveis, valorizando o serviço realizado pelos catadores, para a situação deve ser observado os seguintes itens: Realizar estudo para reorganização de rotas existentes e organizar novas rotas para melhor atender aos munícipes atendidos pelo sistema de coleta seletiva; Ações de conscientização do público da zona rural, com a realização da separação, previamente, nas residências; Buscar alternativas para otimizar a coleta de recicláveis na zona urbana dos municípios pertencentes ao CISVALE, com a implantação de PEVs (Pontos de

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Tabela 54. Insumos, custos e prazos para as ações do eixo coleta seletiva.

Curto prazo Médio Prazo Longo Prazo Ações Insumos Custo Anual 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Realizar estudo para Contratar empresa setorização do perímetro especializada para elaboração urbano do município, para de projetos de integração da R$ 10.000,00 X melhor atender aos coleta (Custo único R$ munícipes atendidos pelo 100.000,00) sistema de coleta Criar ações de conscientização do público Horas técnicas de servidor do da zona rural, com a R$ 1.200,00 X CISVALE (R$ 1.200,00/ano) realização da separação, previamente, nas residências

Buscar alternativas para otimizar a coleta de recicláveis na zona urbana, Horas técnicas de servidor do implantando PEVs (Pontos de CISVALE (R$ 7.200,00/ano) Entrega Voluntária) dispersos R$ 8.800,00 X pela cidade, evitando a mistura dos resíduos nos contêineres e/ou nas coletas porta-a-porta Implantação de 80 PEV's (custo único de R$ 32.000,00)

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Curto prazo Médio Prazo Longo Prazo Ações Insumos Custo Anual 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Desenvolvimento de material Deslocamento, Material (R$ de divulgação sobre os dias 15.000,00/ano) de coleta porta a porta, R$ 27.000,00 X locais e a importância da ação da coleta seletiva Divulgação (R$ 12.000,00/ano) Identificação dos catadores informais para realização de Horas técnicas de servidor do integração formal junto à R$ 1.200,00 X CISVALE (R$ 1.200,00/ano) cooperativa já existente no município Horas técnicas de servidor do Incentivar, auxiliar e prover CISVALE (R$ 2.400,00/ano) recursos para manter a Qualificação dos infraestrutura mínima para o

equipamentos das trabalho de triagem e R$ 6.900,00 X associações (R$ segregação de materiais 90.000,00/ano) recicláveis nas cooperativas e associações Custos dos técnicos das prefeituras Realizar ações de educação ambiental junto à

comunidade, para que os Custos de técnicos das R$ 0,00 X munícipes se disciplinem a prefeituras separar os resíduos na fonte geradora Fonte: Urbana Engenharia

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Indicador geral:

Porcentagem de resíduos recicláveis destinados para cooperativas em relação à porcentagem de resíduos recicláveis gerados nos municípios.

Meta Geral:

Introduzir a coleta seletiva em 100% dos municípios pertencentes ao CISVALE.

Metas específicas:  Atender 20% da população do CISVALE a partir da organização de rotas de coleta de resíduos recicláveis até dezembro 2020.  Atender 40% da população do CISVALE a partir da organização de rotas de coleta de resíduos recicláveis até dezembro 2021.  Atender 60% da população do CISVALE a partir da organização de rotas de coleta de resíduos recicláveis até dezembro 2022.  Atender 80% da população do CISVALE a partir da organização de rotas de coleta de resíduos recicláveis até dezembro 2023.  Universalização do sistema de coleta de materiais recicláveis até dezembro de 2024 a partir da organização de rotas de coleta.  Conscientizar 50% da população rural do CISVALE quanto a segregação dos resíduos até dezembro 2020.  Conscientizar a totalidade da população rural do CISVALE quanto a segregação dos resíduos até dezembro 2021.  Recolher em 30% os resíduos recicláveis gerados na zona urbana e rural até dezembro de 2020.  Recolher em 60% os resíduos recicláveis gerados na zona urbana e rural até dezembro de 2022.  Recolher em 80% os resíduos recicláveis gerados na zona urbana e rural até dezembro de 2024.

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 Recolher em 90% os resíduos recicláveis gerados na zona urbana e rural até dezembro de 2025.  Universalização da coleta dos resíduos recicláveis gerados na zona urbana e rural até dezembro 2026.  Informar 30% da população do CISVALE quanto os dias de atuantes da coleta seletiva até 2020.  Informar 60% da população do CISVALE quanto os dias de atuantes da coleta seletiva até 2022.  Informar 80% da população do CISVALE quanto os dias de atuantes da coleta seletiva até 2024.  Informar 90% da população do CISVALE quanto os dias de atuantes da coleta seletiva até 2025.  Universalizar a divulgação dos dias de atuantes da coleta seletiva até 2026.  Identificar 30% dos catadores informais até 2022.  Identificar 60% dos catadores informais até 2024.  Identificar a totalidade dos catadores informais até 2026.  Estabelecer projetos para estruturas de usina de triagem até 2024, atendendo 100% dos resíduos recicláveis.  Educar 50% da população do CISVALE quanto à segregação ideal dos RSU até dezembro de 2020.  Universalização da segregação dos resíduos sólidos urbanos até 2021.

6.1.3 Eixo Gestão de Resíduos Sólidos

mediação e indicação de A gestão de resíduos sólidos responsabilidades. em um município depende da interação entre os geradores e o Poder Público, responsável por fazer a

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Tabela 55. Identificação da política pública para o eixo coleta seletiva..

GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Políticas Problema Estratégia Públicas Falta de cadastro quando aos Cadastrar os grandes geradores no que pese ao empreendimentos considerados grandes Volume, massa e tipo de resíduo, classificando geradores. os estabelecimentos de acordo com o porte. Adequação/criação das leis municipais Deficiência em leis municipais disciplinando o disciplinando o gerenciamento de resíduos gerenciamento de resíduos sólidos urbanos sólidos urbanos (Criar legislação, com a definição de responsabilidades, multas); Falta de cadastro de cemitérios, seus Cadastrar os cemitérios existentes no CISVALE. respectivos, licenciamentos ambientais e Aplicar o gerenciamento de resíduos afim de tipificação de resíduos; obter controle das atividades desenvolvidas.

Promover ações que reduzam a geração de Taxa de lixo muito inferior aos custos do resíduos per capta; gerenciamento dos resíduos urbanos; Reajustar o valor da taxa recolhida junto ao IPTU. Falta de aplicação e fiscalização da logística Promover o incentivo da Logística Reversa reversa dos resíduos especiais; pelos munícipes. Gestão de Resíduos Precariedade na regulação, informação e a Capacitar técnicos para fiscalização do sistema Sólidos 01 fiscalização do sistema de saneamento básico; de saneamento do CISVALE. Promover a extinção de áreas de descarte Falta de projetos para recuperação de áreas irregular de resíduos; com passivos ambientais; Incentivar a elaboração de planos de recuperação de áreas degradadas. Revisão dos contratos com empresas terceirizadas, alguns locais não possui balança Reformular contratos a partir do volume atual identificando a massa real de resíduos de resíduos gerados nos municípios. produzidos no município; Incentivar a implantação de lixeiras domiciliares Falta de lixeiras, sacolas de resíduos são ou coletivas em locais não atendidos por rasgadas facilmente por animais; contêiner. Necessidade de monitoramento da área de Promover planos de recuperação das áreas antigos lixões; degradadas Em alguns locais não se tem 100% da coleta Atender 100% da população do CISVALE no de resíduos domiciliares; que pese a coleta de resíduos sólidos urbanos. Implantar Pontos de Entrega Voluntária (PEV) Gestão de Identificação de resíduos de logística reversa e para o recebimento e destinação final dos Resíduos resíduos volumosos em terrenos. resíduos volumosos e resíduos da logística Sólidos 02 reversa. Identificação de elevados volumes de resíduos Implantar centrais triagem para otimizar o Gestão de recicláveis direcionados para aterros sistema de gestão de resíduos sólidos, Resíduos sanitários. integrando com as políticas de Coleta Seletiva. Sólidos 03

Fonte: Urbana Engenharia

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6.1.3.1 Política Pública: Gestão de Resíduos Sólidos 01

Objetivo: resíduos sólidos urbanos, resíduos de construção civil, de serviços de saúde Acompanhar, fiscalizar e e resíduos especiais. Ou seja, há um monitorar a implantação da lei da déficit quanto à fiscalização do Política Nacional de Resíduos Sólidos gerenciamento de resíduos gerados por (Lei 12.305/10), no âmbito das ações empresas privadas, indicando que em municipais; Sensibilizar a população e muitos casos não está sendo praticada promover o correto destino dos a logística reversa. resíduos previstos na logística reversa, uma vez que é dever de todos Não foi identificado um comerciantes de produtos previstos na sistema com informações dos resíduos logística reversa, medicamentos, gerados em empresas privadas, não há cosméticos, entre outros, implantar a controle quanto ao volume gerado, logística reversa na forma da lei. tipo de resíduo e destinação dos mesmos, dificultando o controle do

município acima do comércio e Situação Atual: indústria. A partir de análises O gerenciamento de resíduos é realizadas quanto ao valor da taxa do realizado de maneira diferenciada de lixo arrecadado no IPTU e os custos de acordo com cada município. Observa- gerenciamento de resíduos urbanos, se que na totalidade das cidades, o observa-se um grande déficit anual na transporte e a destinação final dos receita dos municípios. A falta de resíduos sólidos é realizada a partir de lixeiras coletivas ou individuais contratos com empresas terceirizadas, configurou cenários de sujeira pública em alguns contratos firmados sem a partir da ação de catadores estimativa da geração real de resíduos, autônomos e/ou animais domésticos os custos aplicados ultrapassam o em busca materiais recicláveis e volume de resíduos gerados. Durante alimento, respectivamente. análises de gravimetria, foram identificados juntos a coleta dos

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Descrição do programa: para viabilização da responsabilidade

Deve ser instituído o plano de compartilhada e da logística reversa. gerenciamento de resíduos sólidos,

quando cabível, nas empresas privadas Ações e Prazos: existentes no CISVALE. Caberá aos Integrar, valorizar e dar suporte responsáveis pelo plano de aos agentes ambientais (catadores de gerenciamento de resíduos sólidos resíduos recicláveis); Promover manter atualizadas e disponíveis ao incentivo à implantação de centrais de órgão ambiental municipal comercialização de resíduos informações completas sobre a recicláveis, possibilitando a implementação e a operacionalização comercialização direta com a indústria; do plano sob sua responsabilidade. O Realizar campanhas de educação Plano de Gerenciamento de Resíduos ambiental que visem sensibilizar a Sólidos é parte integrante do processo população quanto à importância da de licenciamento ambiental do prática da segregação dos resíduos nas empreendimento ou atividade, residências, informando da importância cabendo ao município ou ao órgão desta ação para a triagem posterior. licenciador competente a aprovação do Avaliar, o atual modelo de cobrança de plano. Os empreendimentos e taxa de lixo; Verificar as soluções atividades licenciadas no município possíveis para equilibrar a relação deverão entregar trimestralmente a receita/despesa no gerenciamento dos planilha de resíduos ao órgão RSDU, considerando o Decreto Federal ambiental competente contendo, no 7.217/2010, art. 14 e capítulo VI. mínimo, os tipos de resíduos gerados, Realizar trabalhos de educação volumes e destinação final adotada. ambiental e orientação junto aos Deverá ser realizada a fiscalização dos catadores; Incentivar e orientar a resíduos de logística além de realizar a população quanto à segregação do articulação com os empreendimentos material reciclável, visando diminuir a locais e entidades nacionais quantidade de rejeitos; Incentivar, representativas dos diversos setores auxiliar e prover recursos para manter encarregados da formulação de a infraestrutura mínima para o diretrizes conceituais e operacionais trabalho de triagem e segregação de

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos materiais recicláveis nas cooperativas e mercúrio e de luz mista; produtos associações; Incentivar o setor eletroeletrônicos e seus componentes. empresarial a contemplar os agentes Incentivar e orientar quanto a logística ambientais (catadores de materiais reversa de medicamentos vencidos; recicláveis) na articulação da logística Fiscalizar o processo e o andamento reversa das embalagens. Privilegiar as das ações de Logística Reversa; Exigir soluções consorciadas ou nos procedimentos de licenciamento compartilhadas, de maneira a ambiental, quando couber, a possibilitar a gestão integrada dos responsabilidade do fabricante, resíduos sólidos; Realizar campanhas distribuir ou comerciante, de implantar junto a comunidade informando e a logística reversa dos resíduos orientando quanto a obrigatoriedade previstos em lei; Fiscalizar se os de implementação da logística reversa; comerciantes e distribuidores efetuam Implementar um sistema de a devolução aos fabricantes ou aos cadastramento dos grandes geradores importadores os produtos e/ou de resíduos sólidos urbanos, embalagens, bem como se os estabelecendo o tipo, as características fabricantes e os importadores o volume gerado e a destinação final encaminham à destinação final dos mesmo; Planejar e incentivar ambientalmente adequada dos soluções consorciadas ou referidos resíduos; Exigir que todos os compartilhadas, entre o setor público e participantes dos sistemas de logística o setor empresarial, a estruturação e reversa disponibilizem ao órgão implementação de sistemas de municipal informações completas e logística reversa por parte dos periódicas sobre a realização das ações fabricantes, importadores, de Logística Reversa; Criar banco de distribuidores e comerciantes de dados com informações sobre volumes agrotóxicos, seus resíduos e gerados, disposição final adotada dos embalagens, assim como outros resíduos gerados no território do produtos cuja embalagem, após o uso, município. constitua resíduo perigoso: pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Tabela 56. Insumos, custos e prazos para as ações do eixo gestão de resíduos sólidos 01.

Curto prazo Médio prazo Longo prazo Ações Insumos Custo Anual 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Realizar campanhas de educação ambiental que visem sensibilizar a população quanto à Custos de técnicos das importância da prática da R$ 0,00 X prefeituras segregação dos resíduos nas residências, informando da importância desta ação para a triagem posterior Avaliar, o atual modelo de Contratar estudo contábil R$ 5.000,00 X cobrança de taxa de lixo (custo único R$ 20.000,00) Incentivar e orientar a população quanto à Horas técnicas de servidor do segregação do material R$ 1.200,00 X CISVALE (R$ 1.200,00/ano) reciclável, visando diminuir a quantidade de rejeitos Incentivar o setor empresarial a contemplar os agentes ambientais (catadores de Horas técnicas de servidor do R$ 1.200,00 X materiais recicláveis) na CISVALE (R$ 1.200,00/ano) articulação da logística reversa das embalagens Privilegiar as soluções consorciadas ou Custos de técnicos das compartilhadas, de maneira a R$ 0,00 X prefeituras possibilitar a gestão integrada dos resíduos sólidos

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Curto prazo Médio prazo Longo prazo Ações Insumos Custo Anual 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Realizar campanhas junto a comunidade informando e orientando quanto a Custos de técnicos das R$ 0,00 X obrigatoriedade de prefeituras implementação da logística reversa Custo de software para cadastro em forma de planilhas, identificando os grandes geradores e suas Implementar um sistema de informações quanto o tipo de cadastramento dos grandes resíduo, volume mensal geradores de resíduos sólidos gerado e empresa urbanos, estabelecendo o responsável pela destinação R$ 21.200,00 X tipo, as características o final. (Custo único R$ volume gerado e a 80.000,00) destinação final dos mesmo Horas técnicas de servidor do CISVALE (R$ 1.200,00/ano) Custos de técnicos das prefeituras Planejar e incentivar soluções compartilhadas, entre o setor público e o setor empresarial, a implementação de sistemas Horas técnicas de servidor do R$ 1.200,00 X de logística reversa por parte CISVALE (R$ 1.200,00/ano) dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes. Incentivar e orientar quanto à Custos de técnicos das logística reversa de R$ 0,00 X prefeituras medicamentos vencidos

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Curto prazo Médio prazo Longo prazo Ações Insumos Custo Anual 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Exigir nos procedimentos de licenciamento ambiental, quando couber, a responsabilidade do Custos de técnicos das R$ 0,00 X fabricante, distribuir ou prefeituras comerciante, de implantar a logística reversa dos resíduos previstos em lei; Fiscalizar se os comerciantes e distribuidores efetuam a devolução aos fabricantes ou aos importadores os produtos e/ou embalagens, bem como Custos de técnicos das R$ 0,00 X se os fabricantes e os prefeituras importadores encaminham à destinação final ambientalmente adequada dos referidos resíduos

Exigir que todos os participantes dos sistemas de logística reversa disponibilizem ao órgão Custos de técnicos das R$ 0,00 X municipal informações prefeituras completas e periódicas sobre a realização das ações de Logística Reversa; Criar banco de dados com informações sobre volumes Horas técnicas de servidor do gerados, disposição final R$ 1.200,00 X CISVALE (R$ 1.200,00/ano) adotada dos resíduos gerados no território do município Fonte: Urbana Engenharia

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Indicador geral:

Número de estabelecimentos geradores de resíduos em relação ao número de estabelecimentos cadastrados ou que possuem gerenciamento dos resíduos gerados durante as atividades.

Meta Geral:

Aplicar a gestão de resíduos sólidos em 100% dos resíduos gerados no CISVALE até 2032.

Metas Específicas:  Comercialização direta com a indústria de 30% dos resíduos recicláveis até dezembro de 2020.  Comercialização direta com a indústria de 50% dos resíduos recicláveis até dezembro de 2022.  Comercialização direta com a indústria de 70% dos resíduos recicláveis até dezembro de 2024.  Comercialização direta com a indústria de 90% dos resíduos recicláveis até dezembro de 2025.  Comercialização direta com a indústria de 100% dos resíduos recicláveis até dezembro de 2026.  Manter a Taxa de lixo 50% equivalente com os custos de gerenciamento de resíduos sólidos até 2020.  Manter a Taxa de lixo 75% equivalente com os custos de gerenciamento de resíduos sólidos até 2021.  Manter a Taxa de lixo equivalente com os custos de gerenciamento de resíduos sólidos até 2022.  Reduzir em 25% os resíduos recicláveis destinados a aterros sanitários até 2020.  Reduzir em 50% os resíduos recicláveis destinados a aterros sanitários até 2021.  Contemplar 30% da logística reversa até 2020.

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

 Contemplar 60% da logística reversa até 2021.  Universalização das ações relacionadas a gestão de resíduos até 2020.  Informar até 2020, 30% da população do CISVALE quanto à logística reversa.  Informar até 2021, 60% da população do CISVALE quanto à logística reversa.  Universalização da divulgação quanto logística reversa da população do CISVALE até 2022.  Cadastrar 30% os geradores de resíduos sólidos até 2020.  Cadastrar 60% os geradores de resíduos sólidos até 2021.  Cadastrar a totalidade dos geradores de resíduos sólidos até 2022.  Implementar soluções compartilhadas de logística reversa em 30% dos municípios do CISVALE até 2023  Implementar soluções compartilhadas de logística reversa em 60% dos municípios do CISVALE até 2026.  Implementar soluções compartilhadas de logística reversa em 80% dos municípios do CISVALE até 2028.  Implementar soluções compartilhadas de logística reversa em 90% dos municípios do CISVALE até 2030.  Implementar soluções compartilhadas de logística reversa em 100% dos municípios do CISVALE até 2032.  Universalizar a logística reversa dos medicamentos vencidos até 2021.  Identificação da responsabilidade quanto a logística reversa em 100% dos licenciamentos ambientais até 2028.  Universalizar a fiscalização a logística reversa até 2032.  Obter 100% das informações sobre a realização das ações de logística reversa até 2032.  Cadastrar 30% dos grandes geradores quanto o volume gerado e disposição final dos resíduos gerados nos municípios até 2022.  Cadastrar 50% dos grandes geradores quanto o volume gerado e disposição final dos resíduos gerados nos municípios até 2024.

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 Cadastrar 70% dos grandes geradores quanto o volume gerado e disposição final dos resíduos gerados nos municípios até 2026.  Cadastrar 90% dos grandes geradores quanto o volume gerado e disposição final dos resíduos gerados nos municípios até 2028.  Universalização do cadastro das empresas enquadradas como grandes geradoras até 2036.

6.1.3.2 Política Pública: Gestão de Resíduos Sólidos 02

Objetivo: de resíduos gerados por empresas privadas. Ainda que existam incentivos Implantar Pontos de Entrega à cadeia de catadores de resíduos Voluntária (PEV) para o recebimento e recicláveis, como as políticas públicas destinação final dos resíduos vinculadas ao eixo Coleta Seletiva, é volumosos e resíduos da logística importante que os municípios, reversa (conforme artigo 33 da Lei organizados em consórcio, fomentem 12.305/10 (Política Nacional de as associações de com estruturas Resíduos Sólidos). Os PEV‖s são adequadas para o recebimento desse estruturas que qualificam os sistemas tipo de resíduo. de coleta seletiva e de logística reversa.

Descrição do Programa:

Situação Atual: Para fins deste estudo preliminar, não foram considerados os Nas visitas técnicas feitas nos custos de logística da coleta seletiva, municípios do CISVALE, e pelas mas parte-se do princípio de que esta análises de gravimetria dos resíduos deve ocorrer. Dessa forma, maximiza- coletados, foi identificado junto a se o potencial de aproveitamento dos coleta dos resíduos sólidos urbanos materiais submetidos aos processos de uma série de resíduos volumosos e de recuperação. Sabe-se que, para o logística reversa. Ou seja, há um déficit alcance da meta de redução de RSU quanto à fiscalização do gerenciamento encaminhados a aterros sanitários,

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serão necessários programas robustos a) Estudo para busca de áreas para de educação ambiental, além de forte implantação de PEV‖s, conscientização da população, preferencialmente nos cinco maiores responsável pela separação e geradores de resíduos, que são Santa disponibilização dos resíduos para Cruz do Sul, Venâncio Aires, Rio Pardo, tratamentos adequados. Vera Cruz e Candelária ;

Entretanto, pela falta de b) Contratação de estudos técnicos informação e pelo longo período em cinco áreas consideradas favoráveis necessário para assimilação da para implantação de PEV‖s após população sobre seus deveres nesse estudo;

sentido, as estimativas de custo c) Elaboração de Projeto Executivo referentes a esses programas não de adequação de espaço dos Pontos de foram incluídas neste programa, uma Entrega Voluntária; vez que já há um eixo exclusivo para d) Execução dos Pontos de Entrega Educação Ambiental no Plano Voluntária; Estratégico Regional. Para calcular os investimentos necessários à redução de e) Viabilização de financiamento e resíduos recicláveis secos dispostos em definição da modelagem jurídica da aterros, foi estimado o custo para operação do PEV.

universalizar as estruturas de recepção e triagem. Para tanto, foram Para a implantação do Ponto considerados investimentos para de Entrega Voluntária para o implantação de PEVs, para entrega de recebimento dos resíduos volumosos e materiais recicláveis e de logística de logística reversa, deverão ser reversa. As etapas do programa para realizados testes a campo identificando implantação de Pontos de Entrega todos os aspectos necessários, a partir Voluntária (PEV) para o recebimento e do projeto técnico executivo do destinação final dos resíduos empreendimento que deve levar em volumosos e resíduos da logística conta as questões ambientais para seu reversa são: licenciamento. A definição da modalidade de investimento também condicionará as etapas de investimento

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(se público, se privado ou se misto), logística reversa, apenas um ponto além das etapas de operação. para seu acondicionamento temporário

até o envio para os locais mais apropriados para esse fim. Diretrizes:

Os Pontos de Entrega Voluntária de resíduos volumosos e de Estratégia: logística reversa devem ser áreas A estratégia de implantação de organizadas, dispostas em pontos PEV‖s é qualificar o processamento dos estratégicos da região do CISVALE materiais recicláveis, volumosos, e de aptos a receberem materiais recicláveis logística reversa. Para isso, a segregados previamente. O local de modalidade operacional para a sua fixação e o modelo a adotar é execução da coleta seletiva (porta a dependente do disposto nos porta, por meio de locais ou postos de respectivos Planos Municipais de entrega, ou na combinação destes ou Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. ainda por meio de outras tecnologias) Sua finalidade é propiciar o deve obedecer o estabelecido nos recebimento de pequenas quantidades Planos Municipais de Gestão de de produtos e embalagens pós Resíduos Sólidos revisados pelo consumo segregadas pela população, a CISVALE, oportunizando a preferência fim de facilitar seu encaminhamento indicada no §1º, II, do art 18 da Política para os Galpões de Triagem e Nacional de Resíduos Sólidos, que Beneficiamento e associações de prioriza os investimentos federais para catadores. O volume recebível deve ser regiões em que o sistema de coleta compatível com a capacidade de seletiva e de logística reversa funcione. recepção dos materiais a restituir. Para O destaque dado ao LEV representa a quantidades mais elevadas, os resíduos tendência de facilitação do retorno de deverão ser entregues diretamente nos materiais no contato direto com o Galpões de Triagem e Beneficiamento consumidor, o que poderá ter impacto e nas associações de catadores. Ou positivo na qualidade do material seja, a construção de um PEV não deve retornado, e dessa forma enquadre-se oportunizar um local de descarte nas diretrizes dos Planos Nacional e definitivo de materiais secos ou de Estadual de Resíduos Sólidos.

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necessários os seguintes os aspectos

Especificações Mínimas: técnicos:

A partir das referências da NBR  Área mínima de 1500 m² para 15112/2004 (ABNT, 2004) – "Resíduos PEV‖s em Santa Cruz do Sul e da Construção Civil e Resíduos Venâncio Aires (escala de 100 Volumosos - Áreas de transbordo e mil habitantes) e área mínima triagem, Diretrizes para projeto, de 1000 m² para os PEV‖s de implantação e operação" e estudo de Rio Pardo, Vera Cruz e viabilidade técnica e econômica para Candelária; implantação da logística reversa por  Acessos, com influência cadeia produtiva elaborado pelo IBAM operacional direta; (2012), esse tipo de estrutura deve ter  Custos, para que seja as seguintes especificações mínimas: economicamente viável;  Local para atividades de até 38  Análise para a redução dos profissionais impactos ambientais gerados na (catadores/administrativos) para sua implantação e operação; PEV‖s da escala de 100 mil  Tenha a aceitação da população habitantes e de 20 profissionais vizinha; (catadores/administrativos) para  Esteja de acordo com o PEV‖s da escala de 50 mil zoneamento local; habitantes  Possa ser utilizado por longo

período de tempo necessitando apenas de um mínimo de obras Identificação de Áreas Favoráveis: para início da operação, vez que Foram indicadas como já existem nos municípios áreas favoráveis áreas dentro dos cinco construídas com atividades municípios maiores geradores de afins. resíduos secos, volumosos e de logística reversa do CISVALE: Santa Quanto para avaliação da Cruz do Sul, Venâncio Aires, Rio Pardo, adequabilidade do local são Candelária e Vera Cruz. Para que o sistema atenda também os municípios

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos da região, que embora contribuam agrupou-se – em análise preliminar – com menor produção ao sistema quais seriam os municípios atendidos também têm problemas com resíduos com cada PEV, conforme Tabela a volumosos e de logística reversa, seguir:

Tabela 57. Abrangência de cada um dos cinco PEV‖s propostos.

População Distância máxima do Estimada Município Área atendida gerador ao PEV Atendida PEV de Santa Cruz do Santa Cruz do Sul, Sul Sinimbu Sinimbu - 25km 131.045 Venâncio Aires, Vale Verde, Passo do PEV de Venâncio Aires Sobrado, Mato Leitão Vale Verde - 29km 80.593 Rio Pardo, Pantano Pantano Grande - PEV de Rio Pardo Grande 24km 47.155 PEV de Candelária Candelária, Vale do Sol Vale do Sol - 27km 41.531 Vera Cruz, Herveiras, Gramado Xavier - PEV de Vera Cruz Gramado Xavier 73km 31.651 Total 331.975 Fonte: Urbana Engenharia

No estudo de viabilidade de de Operação do PEV, afim de que ele implantação, é necessário observar a não se torne um local de descarte possibilidade de acesso aos PEV da irregular de resíduos. Esse manual, população, tanto daquele município elaborado a partir das diretrizes do onde ele está instalado, quando da Plano de Operação especificado na comunidade regional. Portanto, cabe NBR 15112/2004 (ABNT, 2004), e ao CISVALE fazer um estudo técnico de deve observar: (i) controle da entrada cada uma destas áreas, objetivando dos resíduos recebidos, (ii) propor um Projeto Técnico Executivo discriminação dos procedimentos para implantação do empreendimento. realizados na área, (iii) controle da qualidade dos produtos gerados e (iv)

descrição e destinação dos resíduos a Procedimentos Operacionais: serem rejeitados, reutilizados e Uma vez concluídas as obras reciclados. de implantação e obtida a licença de Ainda, devem ser elaborados operação, deve-se produzir um Manual planos com o objetivo de otimizar os

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processos e reduzir os impactos dos órgãos ambientais. O ambientais decorrentes, por meio de financiamento do correto descarte dos rotinas de inspeção e manutenção das rejeitos oriundos do sistema de áreas e equipamentos. Essas rotinas logística reversa e resíduos volumosos devem controlar a integridade da área é da indústria e do comércio, não e das áreas de armazenamento cabendo aos municípios apropriarem- temporário, a integridade dos sistemas se dessa responsabilidade sem a de drenagem e proteção de águas devida contrapartida financeira dos subterrâneas e emissões de poluentes fabricantes. Por esse motivo, a atmosféricos, vibrações e ruídos. operação dos PEV‖s deve ser financiada

pelas empresas da região, mediante convênio ou integração com os Definição das responsabilidades projetos da cadeia da logística reversa. quanto à sua implementação e operacionalização dos PEV’s:

A definição de Estudo de viabilidade técnica e responsabilidades no empreendimento financeira e dimensionamento do passa pela discussão da modalidade de custo de capital (Capital Expenditure investimento para os PEV‖s, uma vez – CAPEX) e dos custos operacionais que – em geral – esses espaços são (Operational Expenditure – OPEX) do cedidos para atividades meio de empreendimento: cooperativas e associação de Os custos associados à catadores. A finalidade do instalação de Pontos de Entrega empreendimento é facilitar a logística Voluntária foram calculados com base de processamento de resíduos no estudo do IBAM (2012), segundo o volumosos e de logística reversa e qual apresenta custos da ordem de R$ cabe ao CISVALE e aos municípios 80.000,00 para cada 100.000 definirem até onde vão as atribuições habitantes. Atualizando esse valor de de cada um dos atores envolvidos, seja março de 2012 para preços de no que se refere à administração e novembro de 2019, temos um correção operação do empreendimento, sendo de 1,56876190, ou seja, um aumento que a fiscalização técnica e ambiental dos valores na ordem de 56,87% ficará, em todos os casos, nas mãos aproximadamente. Conforme a Política

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Nacional de Resíduos Sólidos, é Aires (população estimada em 67.140 necessário que em se adote o modelo habitantes) terão estruturas maiores misto de coleta seletiva incluindo, (100% do custo de um PEV para 100 além da coleta porta a porta, locais de mil habitantes) e Rio Pardo (população entrega voluntária para a captação de estimada em 37.548 habitantes), materiais recicláveis. Considerando que Candelária (população estimada em estes pontos de entrega voluntária 30.323 habitantes) e Vera Cruz coletariam cerca de 10% dos materiais (população estimada em 24.652 disponíveis, apresenta-se na Tabela 58 habitantes) terão estruturas menores, os investimentos de implantação de no custo proporcional de 50% daquele LEVs para cidades com população de para PEV de 100 mil habitantes, 100 mil habitantes e discriminado na a seguir: proporcionalmente para municípios menores, dimensionados com base nos Tabela 58. Custo estimado cinco PEV‖s parâmetros adotados nos programas do propostos. Ministério do Meio Ambiente (Lixão População Custo Estimado Município Estimada do PEV Zero) e outros fomentados pelo Atendida PEV de Santa Governo Federal (Recicla Brasil, Cruz do Sul 131.045 R$ 125.500,00 Avançar Cidades Saneamento, por PEV de Venâncio Aires 80.593 R$ 125.500,00 exemplo). PEV de Rio Pardo 47.155 R$ 62.750,00 Atualizados conforme PEV de Candelária 41.531 R$ 62.750,00 premissas do IBAM (2012) para PEV de Vera Cruz 31.651 R$ 62.750,00 execução de um PEV, os valores Totais 331.975 R$ 439.250,00 seriam de R$ 125,5 mil para cada PEV Fonte: Urbana Engenharia vinculado a uma demanda de 100 mil habitantes. Pode-se estimar, portanto, Os cinco PEV trabalharão como um custo de PEV para nos cinco estruturas regionais, não fazendo maiores municípios do CISVALE, conflito com a rede de coleta já levando-se em consideração que os existente em cada município, uma vez locais servirão para armazenamento do que o valor indicado no Programa resíduo gerado na região, em que Gestão de Resíduos Sólidos 02 presta- Santa Cruz do Sul (população estimada se, inclusive, para qualificar os PEV‖s já em 121.014 habitantes) e Venâncio

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existentes no território do CISVALE. O ráveis para implantação de PEV‖s após CAPEX estimado para esse programa é estudo; Contratar empresa para ela- de R$ 439.250,00, indicando um boração de Projeto Executivo de ade- custo unitário de implantação de R$ quação de espaço dos Pontos de En- 1,32/habitante. Tal valor foi atualizado trega Voluntária; Aportar recursos mu- pela inflação acumulada até novembro nicipais, consorciados ou captados de 2019 e contempla apenas o custo junto ao Governo Federal; Viabilizar de instalação, visto que o custo de financiamento para construir ou refor- manutenção é muito baixo e sua mar espaço para os Pontos de Entrega responsabilidade pelo financiamento, Voluntária; Capacitar empresas e in- no caso dos resíduos volumosos e de dústrias quanto ao sistema de logística logística reversa, é da reversa; Conveniar com empresas e indústria/comércio. Portanto, no ingressar em programas das cadeias projeto dos PEV‖s, não se estimou o produtivas de logística reversa; Definir valor de OPEX, visto que o custo de modelagem jurídica da operação do operação deve ficar vinculado a PEV; Incentivar o setor empresarial a sustentabilidade econômica do próprio contemplar os agentes ambientais investimento, a partir de financiamento (catadores de materiais recicláveis) na dos geradores, seja por convênio com articulação da logística reversa das fabricantes ou integração com os embalagens; Privilegiar as soluções projetos da cadeia da logística reversa. consorciadas ou compartilhadas, de

maneira a possibilitar a gestão inte- grada dos resíduos sólidos;Realizar Ações e Prazos: campanhas junto a comunidade infor- Reunir grupo técnico do CIS- mando e orientando quanto a obriga- VALE para busca de áreas urbanas ou toriedade de implementação da logís- rurais, com acesso adequado, para im- tica reversa; Implementar um sistema plantação de PEV‖s, preferencialmente de cadastramento dos grandes gera- nos cinco maiores geradores de resí- dores de resíduos sólidos urbanos, es- duos, que são Santa Cruz do Sul, tabelecendo o tipo, as características o Venâncio Aires, Rio Pardo, Vera Cruz e volume gerado e a destinação final dos Candelária; Contratar de estudos técni- mesmo; Planejar e incentivar soluções cos em cinco áreas consideradas favo- consorciadas ou compartilhadas, entre

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos o setor público e o setor empresarial, a tas e periódicas sobre a realização das estruturação e implementação de sis- ações de Logística Reversa; Criar banco temas de logística reversa por parte de dados com informações sobre vo- dos fabricantes, importadores, distri- lumes gerados e disposição final ado- buidores e comerciantes de agrotóxi- tada dos resíduos gerados no território cos, seus resíduos e embalagens, assim do município, através de software como outros produtos cuja embala- próprio com acesso e divulgação de gem, após o uso, constitua resíduo informação para todos os municípios perigoso: pilhas e baterias; pneus; do CISVALE.

óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, a) Estudo para busca de áreas para de vapor de sódio e mercúrio e de luz implantação de PEV‖s, preferencial- mista; produtos eletroeletrônicos e mente nos cinco maiores geradores de seus componentes; Incentivar e orien- resíduos, que são Santa Cruz do Sul, tar quanto a logística reversa de medi- Venâncio Aires, Rio Pardo, Vera Cruz e camentos vencidos; Fiscalizar o pro- Candelária ; cesso e o andamento das ações de Lo- gística Reversa; Exigir nos procedi- b) Contratação de estudos técnicos mentos de licenciamento ambiental, em cinco áreas consideradas favoráveis quando couber, a responsabilidade do para implantação de PEV‖s após fabricante, distribuir ou comerciante, estudo; de implantar a logística reversa dos c) Elaboração de Projeto Executivo resíduos previstos em lei; Fiscalizar se de adequação de espaço dos Pontos os comerciantes e distribuidores efe- de Entrega Voluntária; tuam a devolução aos fabricantes ou d) Execução dos Pontos de Entrega aos importadores os produtos e/ou Voluntária; embalagens, bem como se os fabri- e) Viabilização de financiamento e cantes e os importadores encaminham definição da modelagem jurídica da à destinação final ambientalmente operação do PEV. adequada dos referidos resíduos; Exigir que todos os participantes dos sistemas de logística reversa disponibilizem ao órgão municipal informações comple-

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Tabela 59. Insumos, custos e prazos para as ações do eixo gestão de resíduos sólidos 02.

Curto prazo Médio prazo Longo prazo Ações Insumos Custo Anual 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Estudo para busca de áreas para implantação de PEV‖s, preferencialmente nos cinco Contratar empresa maiores geradores de especializada para elaboração R$ 10.000,00 X resíduos, que são Santa Cruz de 5 projetos (Custo único R$ do Sul, Venâncio Aires, Rio 80.000,00) Pardo, Vera Cruz e Candelária Técnico do CISVALE (R$ 24.000,00/ano)

PEV‖s (PEV de Santa Cruz do Contratação de estudos Sul (R$ 125.500,00), PEV de técnicos em cinco áreas Venâncio Aires (R$ consideradas favoráveis para 125.500,00), PEV de Rio R$ 78.906,25 X implantação de PEV‖s após Pardo (R$ 62.750,00), PEV estudo; de Candelária (R$ 62.750,00) e PEV de Vera Cruz (R$ 62.750,00), perfazendo R$ 439.250,00 Fonte: Urbana Engenharia

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Indicador Geral:

Número de estabelecimentos geradores de resíduos em relação ao número de estabelecimentos cadastrados ou que possuem gerenciamento dos resíduos gerados durante as atividades.

Meta Geral:

Projetar e implantar pontos de entrega voluntária de resíduos.

Metas específicas:

• Inaugurar os cinco PEV‖s até 2026.

6.1.3.3 Política Pública: Gestão de Resíduos Sólidos 03

Fonte: Urbana Engenharia

Objetivo: Situação Atual:

Implantar centrais triagem para Nas visitas técnicas feitas nos otimizar o sistema de gestão de municípios do CISVALE, e pelas resíduos sólidos, integrando com as análises de gravimetria dos resíduos políticas de Coleta Seletiva, sistema de coletados, foi identificado junto a Pontos de Entrega Voluntária e coleta dos resíduos sólidos urbanos operação de Aterro Sanitário Regional. uma série de resíduos recicláveis. As centrais de triagem são estruturas Ainda que existam incentivos à cadeia que qualificam os sistemas de de catadores de resíduos recicláveis, destinação final adequada dos como as políticas públicas vinculadas resíduos. Não foram incluídos nesse ao eixo Coleta Seletiva, é importante programa as centrais de compostagem que os municípios, organizados em e as centrais de transbordo dependem consórcio, fomentem as associações de da localização escolhida para situar o com estruturas adequadas para o aterro regional. recebimento desse tipo de resíduo para

que seja feita a separação de cada

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tipologia de resíduo e seu melhor centrais de triagem nesses municípios. encaminhamento à indústria de Cabe a esse programa também reciclagem. Atualmente, mais de dois contemplar centrais de triagem nos terços da produção de RSU está outros maiores geradores: Rio Pardo, localizada nos municípios de Santa Candelária e Vera Cruz.

Cruz do Sul e Venâncio Aires, No cenário de destinação final conforme Tabela 60. de resíduos em um Aterro Sanitário Regional, não foram indicadas áreas de Tabela 60. Participação no CISVALE quanto a transbordo uma vez que os custos de produção de resíduos sólidos urbanos. transporte de resíduos são menores Produção de Participação Município quando o transporte é efetuado no RSU (kg/mês) no CISVALE

Santa Cruz do Sul 2080000 47,75% próprio caminhão coletor. Com a Venancio Aires 840000 19,28% viabilidade de implantação desse Rio Pardo 421000 9,66% aterro regional nos municípios de Candelária 301240 6,92% Vera Cruz 323613 7,43% Venâncio Aires (14 áreas sugeridas) e Pantano Grande 90000 2,07% Pantano Grande (2 áreas sugeridas), as Mato Leitão 70500 1,62% distâncias médias dos maiores Passo do Sobrado 42260 0,97% Sinimbu 78843 1,81% geradores até a destinação final são Vale do Sol 58000 1,33% apresentadas na Tabela 61: Vale Verde 13686 0,31% Gramado Xavier 36883 0,85% Herveiras* 0 0,00% Tabela 61. Distância média dos principais Totais 4356025 100,00% geradores de resíduos do CISVALE até as *O município de Herveiras não remeteu ao possíveis áreas de aterro sanitário. CISVALE dados técnicos operacionais do seu sistema de gestão de resíduos sólidos. Por ser Distância Distância um município com pequena população, média até média até aproximadamente apenas 2,5 mil habitantes, a Aterro Aterro Município produção de RSU e reciclável para fins deste Regional em Regional em Programa, foi desconsiderado. Venâncio Pantano Aires Grande Fonte: Urbana Engenharia Santa Cruz do Sul 30 km 54 km Venâncio Aires 0 km 88 km Rio Pardo 66 km 24 km Esse dado indicia que existe Candelária 65 km 88 km nesses dois pólos também o maior Vera Cruz 38 km 60 km Fonte: Urbana Engenharia potencial de produção de resíduos

recicláveis, sendo necessário priorizar

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Conforme o Manual de serão estudadas tão logo haja a orientação técnica serviços de coleta definição de onde será implantado o de resíduos sólidos domiciliares aterro sanitário regional. projeto, contratação e fiscalização do Da mesma forma, processos de Tribunal de Contas do Estado do Rio compostagem têm melhores resultados Grande do Sul (TCE/RS, 2017), o quando incluídos dentro dos sistemas transbordo é recomendado em caso de de educação ambiental, uma vez que viagens superiores a 50 km até o é necessário o controle rigoroso da aterro ou rotas que indiquem mais de geração do resíduo para que não 2 horas de viagem para a destinação possibilite a contaminação do resíduo final, incluindo ida, volta e tempo de gerado no processo de compostagem. descarga. Como os maiores geradores Com isso, a necessidade e possiblidade são Santa Cruz do Sul e Venâncio de áreas de compostagem foram Aires, responsáveis por dois terços de tratadas em cada um dos Planos todo o resíduo produzido no CISVALE, Municipais de Gestão Integrada de observa-se que se o aterro for Resíduos Sólidos, para as escalas construído em Venâncio Aires, todos os municipais. A possibilidade de centrais casos estariam dentro dos parâmetros regionais de compostagem, caso haja técnicos para a desnecessidade de um entendimento para sua execução de estação de transbordo. viabilização, deve ser tratada em Se o aterro regional for estudos técnicos específicos, que localizado em Pantano Grande, os levem em conta a situação destes municípios de Venâncio Aires e empreendimentos não serem tratados Candelária teriam que operar suas como descarte de todo o RSU e sim coletas de resíduos incluindo área para somente daquela parte que condicione transbordo, que pode ser a mesma que a atividade de compostagem seja existente atualmente em Venâncio satisfatória. Aires e outra que atenda Candelária.

Por estas variáveis operacionais Descrição do Programa: dependerem da área de destinação final, optou-se por indicar que Por já estarem incluídos nos necessidade de existência e localização custos de outros programas e serviços as possíveis centrais de transbordo já oferecidos pelas administrações

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municipais, não foram considerados os Para calcular os investimentos custos de operação e logística da necessários à redução de resíduos coleta seletiva, partindo-se do princípio recicláveis secos dispostos em aterros, de que esta deve ocorrer para que as foi estimado o custo para universalizar Centrais de Triagem funcionem da as estruturas de centrais de triagem. forma correta, com insumos de boa Conforme já descrito na Política qualidade para sua separação e futuro Pública Gestão de Resíduos Sólidos 02, processamento, maximizando-se o para implantação de Pontos de Entrega potencial de aproveitamento dos Voluntária (PEV‖s), há uma necessidade materiais submetidos aos processos de de integração entre PEV‖s e as Centrais recuperação. Sabe-se que, para o de Triagem. É possível que tanto PEV‖s alcance da meta de redução de RSU quanto as Centrais de Triagem sejam encaminhados a aterros sanitários, dispostas no mesmo local, mas é serão necessários programas robustos importante diferenciar a função de de educação ambiental, além de forte cada uma destas estruturas: enquanto conscientização da população, o PEV é um local para armazenamento responsável pela separação e temporário de resíduo já separado e disponibilização dos resíduos para encaminhado pela população e tratamentos adequados. geradores autônomos, a central de

Entretanto, pela falta de triagem é o espaço em que existem informação e pelo longo período equipamentos para a segregação de necessário para assimilação da resíduos. população sobre seus deveres nesse As etapas do programa para sentido, as estimativas de custo implantação de Centrais de Triagem referentes a esses programas não para o recebimento e destinação final foram incluídas tanto no programa de dos resíduos volumosos e resíduos da implantação de centrais de triagem logística reversa são: como no programa de implantação de

PEV‖s, uma vez que já há um eixo a) Estudo para busca de áreas para exclusivo para Educação Ambiental no implantação de Centrais de Triagem, Plano Estratégico Regional. preferencialmente nos cinco maiores geradores de resíduos, que são Santa

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Cruz do Sul, Venâncio Aires, Rio Pardo, (se público, se privado ou se misto), Vera Cruz e Candelária, mas também além das etapas de operação. em todos aqueles locais em que os municípios tenham sistemas de coleta Diretrizes: seletiva que demandem essa estrutura; b) Contratação de estudos técnicos As Centrais de Triagem devem prioritariamente em cinco áreas estar dispostas em pontos estratégicos consideradas favoráveis para da região do CISVALE, aptas a implantação de Centrais de Triagem receberem materiais recicláveis para após estudo; segregação. O local de sua fixação e o c) Elaboração de Projeto Executivo modelo a adotar é dependente do de adequação de espaço das Centrais disposto nos respectivos Planos de Triagem; Municipais de Gestão Integrada de d) Execução das Centrais de Resíduos Sólidos. Sua finalidade é Triagem; propiciar o recebimento e segregação e) Viabilização de financiamento e de grandes quantidades de resíduos. O definição da modelagem jurídica da volume recebível deve ser compatível operação das Centrais de Triagem. com a capacidade de segregação das centrais de triagem.

Para a implantação das Centrais de Triagem para o Estratégia: recebimento dos resíduos volumosos e A estratégia de implantação de de logística reversa, deverão ser Centrais de Triagem é segregar o realizados testes a campo identificando resíduo reciclável oriundo da coleta. todos os aspectos necessários, a partir Para isso, a modalidade operacional do projeto técnico executivo do para a execução da coleta seletiva empreendimento que deve levar em (porta a porta, por meio de locais ou conta as questões ambientais para seu postos de entrega, ou na combinação licenciamento. A definição da destes ou ainda por meio de outras modalidade de investimento também tecnologias) deve obedecer o condicionará as etapas de investimento estabelecido nos Planos Municipais de Gestão de Resíduos Sólidos revisados

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pelo CISVALE, oportunizando a logística reversa por cadeia produtiva preferência indicada no §1º, II, do art elaborado pelo IBAM (2012), esse tipo 18 da Política Nacional de Resíduos de estrutura deve ter as seguintes Sólidos, que prioriza os investimentos especificações mínimas:

federais para regiões em que o sistema de coleta seletiva e de logística reversa  Análise para a redução dos funcione. impactos ambientais gerados na sua implantação e operação;

Especificações Mínimas:  Tenha a aceitação da população vizinha; Conforme o relatório de Estudo  Esteja de acordo com o de Viabilidade Técnica e Econômica zoneamento local; para Implantação da Logística Reversa  Possa ser utilizado por longo por Cadeia Produtiva elaborado pelo período de tempo necessitando IBAM (2012), as centrais de triagem e apenas de um mínimo de obras para beneficiamento primário serão início da operação, vez que já modulares e deverão ser multiplicados existem nos municípios áreas para atendimento às cidades de médio construídas com atividades afins. porte, distribuídas regionalmente de forma a otimizar a operação do sistema. Para cidades com população Quanto para avaliação da até 30.000 habitantes, com adequabilidade do local são capacidade de processamento de necessários os seguintes os aspectos 1,94t/dia, serão adotadas unidades técnicos: simplificadas. As centrais de triagem

para atender demandas de 100.000  Área mínima de 1500 m² para habitantes (6,47t/dia) terão projetos Centrais de Triagem em Santa Cruz mais robustos e deverão ter maior grau do Sul e Venâncio Aires (escala de de mecanização, prevendo-se a 100 mil habitantes) e área mínima de utilização de esteiras transportadoras. 1000 m² para as Centrais de Triagem A partir das referências do de Rio Pardo, Vera Cruz e Candelária estudo de viabilidade técnica e ; econômica para implantação da

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

 Acessos, com influência da Logística Reversa por Cadeia operacional direta; Produtiva elaborado pelo IBAM (2012),  Custos, para que seja a Central de Triagem é viável para economicamente viável; regiões com mais de 30 mil  Local para atividades de até 38 habitantes. Por esse motivo, utilizando profissionais o mesmo critério espacial da (catadores/administrativos) para implantação de PEV‖s, foram indicadas Centrais de Triagem da escala de 100 como favoráveis áreas dentro dos cinco mil habitantes e de 20 profissionais municípios maiores geradores de (catadores/administrativos) para resíduos secos do CISVALE: Santa Cruz Centrais de Triagem da escala de 50 do Sul, Venâncio Aires, Rio Pardo, mil habitantes Candelária e Vera Cruz. Para que o sistema atenda também os municípios

da região, que embora contribuam Identificação de Áreas Favoráveis: com menor produção ao sistema Existe uma condicionante também têm problemas com resíduos técnica para sustentabilidade recicláveis, agrupou-se – em análise econômica das Centrais de Triagem preliminar – quais seriam os que vincula à geração. Conforme municípios atendidos com cada PEV, relatório de Estudo de Viabilidade conforme Tabela 62: Técnica e Econômica para Implantação

Tabela 62. Abrangência de cada uma das cinco Centrais de Triagem propostas.

População Distância máxima Município Área atendida Estimada do gerador ao PEV Atendida

CT de Santa Cruz do Sul Santa Cruz do Sul, Sinimbu Sinimbu - 25km 131045 Venâncio Aires, Vale Verde, CT de Venâncio Aires Passo do Sobrado, Mato Vale Verde - 29km 80593 Leitão Pantano Grande - CT de Rio Pardo Rio Pardo, Pantano Grande 47155 24km CT de Candelária Candelária, Vale do Sol Vale do Sol - 27km 41531 Vera Cruz, Herveiras, Gramado Xavier - CT de Vera Cruz 31651 Gramado Xavier 73km Total 331975 Fonte: Urbana Engenharia

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No estudo de viabilidade de catadores de materiais reutilizáveis e implantação, é necessário observar a recicláveis, para as esteiras de triagem. possibilidade de acesso às Centrais de Os materiais devidamente Triagem. Portanto, cabe ao CISVALE segregados serão colocados em fazer um estudo técnico de cada uma contêineres plásticos ou em bags e destas áreas, objetivando propor um levados para o setor de prensagem. Projeto Técnico Executivo para Serão prensados recicláveis por implantação do empreendimento. tipologia (papéis e papelão, plástico

filme, PET, latas de aço e alumínio) e os demais devem ser armazenados a Procedimentos Operacionais: granel. Para o controle da produção, Na entrada das Centrais de todos os materiais separados serão Triagem será reservado um setor para pesados. Os materiais segregados recepção das embalagens e produtos poderão se comercializados pós consumo coletados através da diretamente das centrais de triagem, coleta seletiva. Para atender uma mas, a fim de assegurar a conferencia demanda de município de 30 mil e ganho de escala dos materiais, eles habitantes (centrais de triagem devem ser comercializados a partir de localizadas em Rio Pardo, Candelária e negociação conjunta entre todas as Vera Cruz), cuja capacidade estimada centrais do CISVALE. de operação é 1,94t/dia (IBAM, 2012),

a recepção será feita em baías de concreto. Os empreendimentos para Definição das responsabilidades atender centrais maiores (Santa Cruz quanto à sua implementação e do Sul e Venâncio Aires) deverão operacionalização dos PEV’s: contar com silos de capacidade A definição de volumétrica dimensionada para responsabilidades no empreendimento armazenar o equivalente a 1,5 dias de passa pela discussão da modalidade de operação. investimento para as Centrais de

Do setor de recepção os Triagem, uma vez que – em geral – materiais recicláveis serão esses espaços são cedidos para encaminhados, preferencialmente por atividades meio de cooperativas e associação de catadores. A finalidade

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos do empreendimento é facilitar a 2019, temos um correção de logística de processamento de resíduos 1,56876190, ou seja, um aumento dos recicláveis e cabe ao CISVALE e aos valores na ordem de 56,87% municípios definirem até onde vão as aproximadamente. Conforme a Política atribuições de cada um dos atores Nacional de Resíduos Sólidos é envolvidos, seja no que se refere à necessário que em se adote o modelo administração e operação do misto de coleta seletiva incluindo, empreendimento, sendo que a além da coleta porta a porta, locais de fiscalização técnica e ambiental ficará, entrega voluntária para a captação de em todos os casos, nas mãos dos materiais recicláveis, a fim de manter a órgãos ambientais. qualidade dos resíduos recicláveis e dar

condições de trabalho nas Centrais de Triagem. Atualizados conforme Estudo de viabilidade técnica e premissas do IBAM (2012) para financeira e dimensionamento do execução de uma Central de Triagem, custo de capital (Capital Expenditure os valores seriam de aproximadamente – CAPEX) e dos custos operacionais R$ 1,23 milhões para demandas de 30 (Operational Expenditure – OPEX) do mil habitantes (Rio Pardo, com empreendimento: população estimada em 37.548 Os custos associados à habitantes, Candelária, com população instalação de Centrais de Triagem estimada em 30.323 habitantes e Vera foram calculados com base no estudo Cruz, com população estimada em do IBAM (2012), segundo o qual 24.652 habitantes) e R$ 2 milhões apresenta custos da ordem de R$ para demandas de 100 mil habitantes 783.345,00 para demanda de 30 mil (Santa Cruz do Sul, com população habitantes e R$ 1.276.325,00 estimada em 121.014 habitantes e demandas de 100 mil habitantes. Venâncio Aires, com população Atualizando esse valor de março de estimada em 67.140 habitantes), 2012 para preços de novembro de discriminados na tabela a seguir:

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Tabela 63. Custo estimado de implantação de Centrais de Triagem propostas.

População Estimada Município Custo do PEV Atendida CT de Santa Cruz do Sul 131045 R$ 2.000.000,00 CT de Venâncio Aires 80593 R$ 2.000.000,00 CT de Rio Pardo 47155 R$ 1.230.000,00 CT de Candelária 41531 R$ 1.230.000,00 CT de Vera Cruz 31651 R$ 1.230.000,00 Total 331975 R$ 7.690.000,00 Fonte: Urbana Engenharia

As cinco Centrais de Triagem acumulada até novembro de 2019 e trabalharão como estruturas regionais, contempla apenas o custo de não fazendo conflito com outros instalação. serviços de reciclagem existentes em Já o OPEX de uma Central de cada município, uma vez que o valor Triagem, a partir das referências indicado no Programa Gestão de técnicas do IBAM (2012) é de R$ 50 Resíduos Sólidos 03 presta-se, mil por mês para escala de 30 mil inclusive, para qualificar as estruturas habitantes (Rio Pardo, Candelária e já existentes. O CAPEX estimado para Vera Cruz) e R$ 155 mil por mês para esse programa é de R$ 7.690.000,00, escala de 100 mil habitantes (Santa indicando um custo unitário de Cruz do Sul e Venâncio Aires). Os implantação de R$ 23,16/habitante. custos de operação são discriminados Tal valor foi atualizado pela inflação na Tabela 64:

Tabela 64. Custos operacionais anuais estimados com as Centrais de Triagem propostas.

População Estimada Município OPEX Atendida CT de Santa Cruz do Sul 131045 R$ 1.860.000,00 CT de Venâncio Aires 80593 R$ 1.860.000,00 CT de Rio Pardo 47155 R$ 600.000,00 CT de Candelária 41531 R$ 600.000,00 CT de Vera Cruz 31651 R$ 600.000,00 Totais 331975 R$ 5.520.000,00 Fonte: Urbana Engenharia

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O OPEX deve ser abatido da anos de operação, 20% nos anos 03 receita do processo de venda de até 06 de operação e 10% a partir do recicláveis. Como política pública, ano 07 de operação, totalizando o estima-se que o Poder Público deva escalonamento de custos, a partir do fortalecer a cadeia de catadores de OPEX, apresentado na Tabela 65. resíduos a partir do financiamento de Como a meta indica a construção das parte do custo. Por critérios usuais de Centrais de Triagem até o oitavo ano fomento a política de reciclagem, do PER (até 2025), converte-se o estima-se que 30% do custo com a custo de subsídio nos anos do operação do sistema seja suportado horizonte do plano, da seguinte forma: pelos municípios nos primeiros dois

Tabela 65. Custos para o Poder Público para subsídio das Centrais de Triagem.

Custo anual para o Custo anual para o Custo anual para o Poder Público Anos 09 Poder Público Anos Poder Público Anos Município OPEX e 10 do horizonte do 11, 12, 13 e 14 do 15, 16, 17, 18, 19 e PER horizonte do PER 20 do PER CT de Santa Cruz do Sul R$ 1.860.000,00 R$ 558.000,00 R$ 372.000,00 R$ 186.000,00 CT de Venâncio Aires R$ 1.860.000,00 R$ 558.000,00 R$ 372.000,00 R$ 186.000,00 CT de Rio Pardo R$ 600.000,00 R$ 180.000,00 R$ 120.000,00 R$ 60.000,00 CT de Candelária R$ 600.000,00 R$ 180.000,00 R$ 120.000,00 R$ 60.000,00 CT de Vera Cruz R$ 600.000,00 R$ 180.000,00 R$ 120.000,00 R$ 60.000,00 Totais R$ 5.520.000,00 R$ 1.656.000,00 R$ 1.104.000,00 R$ 552.000,00 Fonte: Urbana Engenharia

Tabela 66. Consolidação dos subsídios das Centrais de Triagem.

Custo total do subsídio em todo Município OPEX o horizonte do PER (20 anos) CT de Santa Cruz R$ 1.860.000,00 R$ 3.720.000,00 Consolidando os incentivos do Sul para subsidiar o sistema de centrais de CT de Venâncio R$ 1.860.000,00 R$ 3.329.400,00 Aires resíduos, temos os valores totais CT de Rio Pardo R$ 600.000,00 R$ 1.074.000,00 indicados na Tabela 66: CT de Candelária R$ 600.000,00 R$ 1.074.000,00 CT de Vera Cruz R$ 600.000,00 R$ 1.074.000,00

Totais R$ 5.520.000,00 R$ 10.271.400,00 Fonte: Urbana Engenharia

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Ainda que o investimento com consideradas favoráveis para subsídios possa ser indireto, com a implantação de Centrais de Triagem cedência dos galpões das centrais de após estudo; Contratar empresa para reciclagem com isenção de aluguel, ou elaboração de Projeto Executivo de pagamento de contas de consumo, adequação de espaço das Centrais de como água e luz, ou ainda pagamento Triagem; Aportar recursos municipais, de serviços necessários como consorciados ou captados junto ao vigilância, administração e Governo Federal; Viabilizar contabilidade, é necessário entender financiamento para construir ou que o subsídio do sistema de centrais reformar espaço para os Centrais de de triagem deve ser permanente, sob Triagem; Definir modelagem jurídica pena de torná-lo instável, ou inviável, da operação das Centrais de Triagem; vez que além do aspecto financeiro, o Incentivar o setor empresarial a programa tem objetivo social de contemplar os agentes ambientais geração de renda. (catadores de materiais recicláveis) na

A partir da estimativa de articulação da logística reversa das subsídio nos 20 anos de horizonte do embalagens; Privilegiar as soluções plano, há condição de dimensionar o consorciadas ou compartilhadas, de custo dessa política pública dentro do maneira a possibilitar a gestão Plano Estratégico Regional elaborado integrada dos resíduos sólidos e pelo CISVALE. encaminhamento de resíduos recicláveis gerados no CISVALE serem

separados em Centrais de Triagem da Ações e Prazos: região

Reunir grupo técnico do CISVALE para busca de áreas urbanas ou rurais, com acesso adequado, para implantação de Centrais de Triagem, preferencialmente nos cinco maiores geradores de resíduos, que são Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Rio Pardo, Vera Cruz e Candelária; Contratar de estudos técnicos em cinco áreas

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Tabela 67. Insumos, custos e prazos para as ações da Política Pública Gestão de Resíduos Sólidos 03.

Curto prazo Médio prazo Longo prazo Ações Insumos Custo Anual 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Estudo para busca de áreas para implantação de Centrais de Triagem, Contratar empresa preferencialmente nos cinco especializada para elaboração maiores geradores de R$ 10.000,00 X de 5 projetos (Custo único R$ resíduos, que são Santa Cruz 80.000,00) do Sul, Venâncio Aires, Rio Pardo, Vera Cruz e Candelária Centrais de Triagem (Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires ao custo unitário de R$ 2 Execução das Centrais de milhões e Rio Pardo, R$ 961.250,00 X Triagem; Candelária e Vera Cruz ao custo unitário de (R$ 1,23 milhões) perfazendo R$ R$ 7.690.000,00 Subsídio para operação de Central de Triagem Custo anual para o Poder Público Anos 09 e 10 do horizonte do PER (R$ Viabilização de financiamento 558.000,00/ano) e definição da modelagem Custo anual para o Poder R$ 558.000,00 X jurídica da operação das Público Anos 11, 12, 13 e 14 Centrais de Triagem. do horizonte do PER (R$ 372.000,00) Custo anual para o Poder Público Anos 15, 16, 17, 18, 19 e 20 do PER (R$ 186.000,00) Fonte: Urbana Engenharia

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Indicador Geral:

Volume de resíduos recicláveis gerados em relação ao volume de resíduos coletados por cooperativas, associações e catadores autônomos.

Meta Geral:

Universalizar a reciclagem dos resíduos recicláveis gerados nos municípios do CISVALE a partir da implantação de centrais de triagem

Metas Específicas:  Inaugurar as cinco Centrais de Triagem até 2026.  Comercialização direta com a indústria de 100% dos resíduos recicláveis até 2026.  Reduzir em 100% os resíduos recicláveis destinados a aterros sanitários até 2030.

um aterro privado fora da região, 6.1.4 Eixo Destinação Final oportunizou a criação de uma

estratégia específica, dentro deste eixo Os crescentes problemas com do estudo. os custos e operação da destinação final de resíduos na região do CISVALE, que é dependente exclusivamente de

Tabela 68. Identificação da política pública para o eixo gestão de resíduos sólidos.

DISPOSIÇÃO FINAL Políticas Problemas Estratégia Públicas Redução do volume direcionado para aterros sanitários a partir da reciclagem e Custos elevados na disposição final dos Destinação compostagem; RSU. Final 01 Implantação de um aterro sanitário regional.

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Descarte de resíduos de construção civil, Fiscalização nos estabelecimentos quanto a serviços de saúde e embalagens de destinação dos resíduos sólidos gerados nos medicamentos animais na coleta de processos. resíduos sólidos urbanos; Licenciar áreas apropriadas para a Descarte de resíduos de poda e limpeza disposição final além de estabelecer pontos urbana, RCC e resíduos volumosos em de entrega voluntária de resíduos áreas irregulares. volumosos. Fonte: Urbana Engenharia

6.1.4.1 Política Pública: Destinação Final 01

Objetivo: encaminhados para aterros sanitários. Percebe-se grande deslocamento Buscar, de forma consorciada durante o transporte de resíduos até ou regionalizada, a viabilidade de sua destinação final. Durante análises implantação de aterro sanitário ou de gravimetria foram identificados outra forma de destinação resíduos não pertencentes ao RSU ambientalmente correta de resíduos descartados irregularmente junto à (rejeitos) cuja destinação atual seja em coleta convencional. É possível aterro; Discutir alternativas observar no decorrer dos perímetros consorciadas para o gerenciamento dos urbanos, pontos de descarte irregular resíduos sólidos urbanos; Diminuir os de resíduos volumosos e resíduos de custos de transporte e de destinação construção civil. final de resíduos; Identificar soluções para os resíduos volumosos, resíduos de construção civil e resíduos de poda Descrição do Programa: e limpeza urbana. A coleta dos resíduos sólidos atende quase a totalidade da área

Situação Atual: urbana, entretanto, alguns corredores e locais socialmente desprivilegiados De acordo com análises de ainda carecem de atenção. Com uma contratos com empresas terceirizadas, reanálise dos atuais contratos e os resíduos sólidos urbanos coletados reedição dos editais licitatórios, é são encaminhados para cooperativas possível incluir estes serviços sem (em sua minoria) e os demais são

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conferir aumento nos montantes finais. regional para o recebimento dos Para a implantação do aterro sanitário resíduos transfere para o CISVALE a regional deverão ser realizados testes a responsabilidade da destinação final de campo identificando todos os aspectos resíduos, em área própria localizada necessários, como exmplo, a dentro da região, em que os 13 permeabilidade e ocorrência de nível municípios vinculados ao consórcio do lençol freático, levantamento da têm como obrigação a compra vegetação e seu manejo, além de exclusiva dos serviços de destinação identificar as características locais do final neste empreendimento e em solo. Contudo, se faz necessário contrapartida terão um preço fixo amplos estudos geológicos- abaixo do praticado no mercado pelas geotécnicos, de relevo, climáticos, empresas privadas. As etapas do quanto as águas subterrâneas, análise programa para implantação de um da legislação e informações aterro sanitário regional para o socioeconômicas. Caberá a cada recebimento dos resíduos são:

município o estudo de áreas licenciadas para a destinação dos a) Contratação de estudos técnicos resíduos volumosos e de limpeza em cinco das 16 áreas consideradas urbana, devendo cumprir as normas favoráveis para implantação do aterro estabelecidas pela órgão ambiental do sanitário regional; Estado. Deverá ser realizada a b) A partir da definição dos custos fiscalização da geração dos resíduos de em cada uma das áreas, verificar os construção civil juntamente ao seu custos de transporte dos resíduos dos plano de gerenciamento de resíduos. 13 municípios pertencentes ao CISVALE Atualmente a maioria dos comparando-os com os custos atuais contratos agrupa as tarefas de coleta de transporte; de resíduos com destinação final, mas c) Discussão da modalidade de existe um custo fixo de destinação investimento para o Aterro Sanitário: praticado pelos aterros. Em valores (i) a partir de investimento público; (ii) atualizados até 2019, o custo a partir de concessão especial contratado é de R$ 107,00 por patrocinada; (iii) a partir de concessão tonelada destinada. O programa para especial administrativa; (iv) a partir de implantação de um aterro sanitário

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PMI/PPP ou (v) outra modalidade de da legislação e informações contratação; socioeconômicas. d) Contratação de empresa para A definição da modalidade de elaboração de Projeto Técnico investimento também condicionará as Executivo e licenciamento ambiental etapas de investimento (se público, se do Aterro Sanitário Regional do privado ou se misto), além das etapas CISVALE a partir da escolha da área de operação. É necessária a avaliação mais adequada para localização do da possibilidade de venda dos serviços empreendimento; de destinação final de resíduos a e) Definição da modalidade de outros clientes públicos e privados, investimento e processo de como forma de viabilizar contratação da execução do economicamente o empreendimento. empreendimento; e f) Operação do Aterro Sanitário Regional. Diretrizes:

O projeto do sanitário regional para o recebimento dos resíduos deve Para a implantação do aterro ser elaborado segundo as normas sanitário regional para o recebimento preconizadas pela Associação Brasileira dos resíduos deverão ser realizados de Normas Técnicas (ABNT). No caso testes a campo identificando todos os dos aterros sanitários Classe II aspectos necessários, a partir do (Segundo a NBR 10004/04, resíduos projeto técnico executivo do da Classe II são os Não Perigosos, empreendimento que deve levar em divididos em IIA-Não Inertes e IIB- conta a permeabilidade do solo, Inertes), a norma a ser seguida é a de ocorrência de nível do lençol freático, número NBR 8419/NB 843, que levantamento da vegetação e seu descreve as diretrizes técnicas dos manejo, além de identificar outras elementos essenciais aos projetos de características ambientais para seu aterros, tais como impermeabilização licenciamento. Contudo, se faz da base e impermeabilização superior, necessário amplos estudos geológicos- monitoramento ambiental e geotécnicos, de relevo, climáticos, geotécnico, sistema de drenagem de quanto as águas subterrâneas, análise lixiviados e de gases, exigência de

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

células especiais se for ampliado para

destinação de resíduos de serviços de Especificações Mínimas: saúde, apresentação do manual de Segundo a NBR 13896/97 operação do aterro e definição de qual (ABNT, 1997) – “Aterros de resíduos será o uso futuro da área do aterro não perigosos. Critério para projeto, após o encerramento das atividades. implantação e operação” e NBR 15849 De acordo com a Norma NBR (ABNT, 2010) – “Resíduos sólidos 8419/84, o projeto de um aterro urbanos – Aterros sanitários de sanitário deve ser obrigatoriamente pequeno porte – Diretrizes para constituído das seguintes partes: localização, projeto, implantação, memorial descritivo, memorial técnico, operação e encerramento”, um apresentação da estimativa de custos e empreendimento de aterro sanitário do cronograma, plantas e desenhos deve ter as seguintes especificações técnicos. mínimas:  Análise para a redução dos

Estratégia: impactos ambientais gerados na sua implantação e A estratégia basilar do projeto operação; é fazer com que o ganho dos  Tenha a aceitação da municípios do CISVALE seja: (i) nos população vizinha; custos de destinação final no aterro  Esteja de acordo com o sanitário regional, uma vez que o valor zoneamento local; da operação será rateado  Possa ser utilizado por longo proporcionalmente entre os municípios período de tempo no empreendimento que terá receitas necessitando apenas de um advindas também da prestação de mínimo de obras para início serviço de destinação final de resíduos da operação. de outros geradores públicos ou privados; e (ii) na redução imediata dos custos de transbordo e transporte Quanto para avaliação da de resíduos, uma vez que o aterro adequabilidade do local são ficará localizado em área localizada necessários os seguintes os aspectos dentro do território do CISVALE. técnicos:

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

recomenda valores superiores  Área superior a 25ha, a 500 metros.

possibilitando a ampliação do empreendimento; Identificação de Áreas Favoráveis:  Topográficos, em virtude das obras de terraplanagem; Foram indicadas como  Geológicos, para determinação favoráveis 16 áreas dentro do território da capacidade de depuração e do CISVALE, sendo que cinco dessas infiltração do solo. (5) tem melhor viabilidade de Recomendam-se solos implantação, tais quais: naturalmente pouco 1) Área 2 no município de Pantano permeáveis; Grande, localizada nas coordenadas -  Hidrológicos, para avaliação 30.288728° / -52.371611°, Datum da influência do aterro na WGS84), na BR 471, próximo ao km qualidade dos recursos 193, na localidade de Monte Castelo; hídricos, sendo normatizada 2) Área 14 no município de uma distância mínima de 200 Venâncio Aires, localizada às margens metros de qualquer corpo da BR 287 (-29°40'10.59‖‖ / - hídrico; 52°17'30.18‖‖);  Vegetação, de maneira que 3) Área 6 no município de possa atuar favoravelmente Venâncio Aires, localizada às margens na redução da erosão, da RSC 453 (-29°33'30.72"/ -52° formação de poeira e 7'17.44”); transporte de odores; 4) Área 7 no município de Venâncio Aires, localizada às margens  Acessos, com influência operacional direta; da RSC 453 (-29°33'58.67"/ -52° 7'17.92");  Tamanho disponível e vida 5) Área 8 no município de útil, onde se recomenda um Venâncio Aires, localizada às margens mínimo de 15 anos; da RSC 453 (-29°34'56.25"/ -52°  Custos, para que seja 8'37.57"). economicamente viável e;  Distância de núcleos populacionais, onde se

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Cabe ao CISVALE fazer um

estudo técnico de cada uma destas Definição das responsabilidades áreas, objetivando propor um Projeto quanto à sua implementação e Técnico Executivo para implantação do operacionalização do Aterro Sanitário empreendimento. Regional:

A definição de Procedimentos Operacionais: responsabilidades no empreendimento

Uma vez concluídas as obras passa pela discussão da modalidade de de implantação e obtida a licença de investimento para o Aterro Sanitário. operação, pode-se dar início efetivo ao Ainda que o titular do recebimento das cargas de resíduo no empreendimento seja o CISVALE, aterro sanitário regional, o que deverá deve-se definir como será feita a obedecer a um plano operacional execução das obras e operação do previamente elaborado. O plano deve aterro. Em princípio, deve-se estudar ser simples, contemplando todas as as seguintes macro-propostas: atividades operacionais rotineiras em um aterro e garantindo operação a) Administração do segura e ininterrupta. Uma operação empreendimento por parte do inadequada pode fazer com que um CISVALE, com construção do Aterro aterro sanitário se transforme em um Sanitário Regional a partir de lixão em pouco tempo, principalmente investimento público, oriundo da quando a responsabilidade de operação captação de recursos nos Governos cabe ao Poder Público, que por vezes Federal, Estadual e Municipais e tem problemas orçamentários para operação de responsabilidade do execução de todos os procedimentos CISVALE, a partir de infraestrutura exigidos pela licença ambiental e própria ou terceirizada; norma técnica. b) Administração do

No projeto do aterro sanitário empreendimento por parte da iniciativa regional deve estar previsto também o privada, com construção do Aterro reaproveitamento da área após o Sanitário Regional a partir de encerramento de suas atividades ou o investimento privado, a partir de final de sua vida útil.

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos concessão especial patrocinada ou que estima-se uma capacidade de 300 administrativa. toneladas/dia de operação.

Foram calculados o custo de

Em ambos os casos, a capital (Capital Expenditure – CAPEX) e responsabilidade do empreendimento é os custos operacionais (Operational ofertar o serviço de destinação final de Expenditure – OPEX) do resíduos por um preço abaixo do empreendimento a partir dos praticado atualmente, e a parâmetros do manual da ABETRE e responsabilidade dos municípios descrição das características do aterro sanitário proposto. Portanto, o custo geradores é garantir o fornecimento de resíduos a partir do preço referente à construção do contratualizado, por um período empreendimento foi baseado também mínimo pré-determinado. no levantamento da ABETRE e FGV (2009), atualizados pela inflação. Os

custos variaram de acordo com o porte Estudo de viabilidade técnica e do aterro a ser construído, financeira e dimensionamento do determinado de acordo com a geração custo de capital (Capital Expenditure de resíduos sólidos de cada – CAPEX) e dos custos operacionais microrregião. (Operational Expenditure – OPEX) do Como no processo de empreendimento: mensuração não foi indicado um A consultoria econômica- empreendimento com a capacidade financeira realizada pela Fundação estimada para o CISVALE (300 Getúlio Vargas por solicitação da ton/dia), foi proposta uma interpolação Associação Brasileira de Empresas de dos custos entre os aterros de pequeno Tratamento de Resíduos (ABETRE) porte (100 ton/dia) e médio porte elaborou um relatório com aspectos (800 ton/dia), conforme tabela abaixo, econômicos e financeiros da utilizando como índice de atualização o implantação, operação e encerramento IGP-m (FGV) acumulado no período (de de aterros sanitários. O aterro sanitário julho/2009 atpe nov/2019) no valor de regional objeto do Plano Estratégico 82,82 %, a partir do índice de correção Regional é classificado como de 1,82819990: empreendimento de médio porte, vez

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Tabela 69. Estimativa de custos para viabilização de Aterro Sanitário de 100 ton/dia e 800 ton/dia.

Custos das etapas de viabilização Custos das etapas de viabilização de de um aterro com capacidade de um aterro com capacidade de 800 Etapa do Aterro 100 ton/dia ton/dia Participação Valor Atualizado Participação Valor Atualizado s/ total (nov/2019) s/ total (nov/2019) Pré-implantação 1,16% R$ 1.111.704,59 0,97% R$ 4.200.861,50 Implantação 5,09% R$ 4.879.790,95 3,88% R$ 16.782.664,84 Operação 86,70% R$ 83.124.891,05 87,30% R$ 377.496.448,69 Encerramento 0,93% R$ 889.724,56 1,37% R$ 5.931.492,20 Pós-encerramento 6,13% R$ 5.872.825,26 6,48% R$ 28.021.863,77 Total R$ 95.878.936,42 Total R$ 432.433.330,99 Fonte: Urbana Engenharia a partir do Relatório da consultoria econômica-financeira realizada pela Fundação Getúlio Vargas por solicitação da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (ABETRE), com atualização de preços pelo IGP-M (de jul/2009 a nov/2019).

A partir da interpolação das Trabalhou-se com os percentuais de duas propostas de orçamento (de participação dos aterros pequenos, ou aterros de capacidades de 100 ton/dia seja, 1,16% do investimento para Pré- e de 800 ton/dia), tem-se uma implantação, 5,09% para Implantação, estimativa de investimento para o 86,70% para Operação, 0,93% para empreendimento proposto no CISVALE, Encerramento e 6,13% para Pós- cuja capacidade é de encerramento. aproximadamente 300 ton/dia.

Tabela 70. Estimativa de custos, a partir de ponderação dos modelos de pequeno porte (100 ton/dia) e médio porte (800 ton/dia) para viabilização de Aterro Sanitário de 300 ton/dia.

Custos das etapas de viabilização de um aterro com capacidade de 300 ton/dia Etapa do Aterro Participação s/ total Valor Atualizado (nov/2019) Pré-implantação 1,16% R$ 2.227.633,08 Implantação 5,09% R$ 9.774.700,34 Operação 86,70% R$ 166.496.369,33 Encerramento 0,93% R$ 1.785.947,21 Pós-encerramento 6,13% R$ 11.771.888,63 Total R$ 192.037.334,87 Fonte: Urbana Engenharia a partir do Relatório da consultoria econômica-financeira realizada pela Fundação Getúlio Vargas por solicitação da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (ABETRE), com atualização de preços pelo IGP-M (de jul/2009 a nov/2019).

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Com isso, o custo de projeto de investimento, fazendo que o implantação do empreendimento valor presente líquido do proposto com capacidade de 300 empreendimento seja igual à zero. ton/dia, referenciado no estudo Quanto maior essa taxa, mais econômico-financeiro da ABETRE a economicamente atrativo é o partir da atualização monetária é de R$ empreendimento, pois uma TIR alta 2,23 milhões na fase de pré- tende a superar a taxa mínima de implantação e de R$ 9,77 milhões na atratividade (TMA), que é o valor que fase de implantação, perfazendo um indica quanto sustentável total de R$ 12 milhões. economicamente é o investimento.

Segundo a ABETRE, a TIR (Taxa Para uma TIR de projeto de Interna de Retorno) de projeto desse 16%, considerada conservadora para o investimento deve girar em torno de empreendimento, mas que oferece 16%. Na após as definições de receita uma segurança na análise tem-se os do empreendimento, a TIR retorna um seguintes valores de receita por valor que pode chegar até 26,17% para tonelada no aterro sanitário, segundo aterros de pequeno porte. A TIR é a estudo econômico da ABETRE, já taxa de desconto que torna o valor atualizados pelo IGP-M e ponderados pelo porte definido: presente das entradas de caixa igual ao valor presente das saídas de caixa do

Tabela 71. Estimativa da receita por tonelada destinada no aterro sanitário com TIR de projeto de 16%.

TIR de Projeto Receita por Tonelada TIR do Acionista 16% R$ 120,68 23,35% Fonte: Urbana Engenharia a partir do Relatório da consultoria econômica-financeira realizada pela Fundação Getúlio Vargas por solicitação da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (ABETRE), com atualização de preços pelo IGP-M (de jul/2009 a nov/2019).

A TIR do acionista representa a despesas financeiras oriundas de taxa interna de retorno líquida para o possível financiamento (o estudo da acionista do empreendimento, no caso ABETRE indica o financiamento o CISVALE, após a dedução com subsidiado do BNDES de 6,5% ao ano). Como o retorno percentual da TIR fica

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dentro do próprio empreendimento, Ainda que o aterro regional do cujo proprietário é o CISVALE e seu CISVALE proponha um serviço a R$ conjunto de municípios, indica-se o 100,00/ton destinada, acima do preço custo de operação o valor da receita estimado de receita de R$ 92,50/ton, por tonelada subtraindo a taxa interna entende-se como viável o de retorno, ou seja, R$ 92,50. empreendimento, pois os municípios já

Com isso, observa-se que têm os custos de destinação a valores existe viabilidade econômica no atualizados de R$ 107,00/ton alocados empreendimento, uma vez que nos seus orçamentos. A análise não 97,34% dos resíduos sólidos urbanos vincula outros ganhos diretos na gerados no CISVALE são destinados em redução dos custos de transporte, uma um aterro sanitário localizado no vez que todas as áreas favoráveis para município de Minas do Leão, distante sediar o aterro regional ficam mais 90km do principal gerador Santa Cruz próximos dos grandes geradores (Santa do Sul, que cobra pelos serviços Cruz do Sul, com geração mensal de atualmente o valor de R$ 107,00/ton, 2.080 toneladas de resíduo, Venâncio conforme Tabela de Preços Aires, com geração mensal de 840 apresentada na Figura 129abaixo: toneladas de resíduo, Rio Pardo, com geração mensal de 421 toneladas de

resíduo, Vera Cruz, com geração Figura 129. Preço de R$ 107,00 por tonelada praticado na CRVR. mensal de 320 toneladas de resíduo e Candelária, com geração mensal de 300 toneladas de resíduo).

Apenas atualizando a quantidade de resíduo já destinado no aterro localizado em Minas do Leão, a região produz cerca de 4.400 toneladas por mês, que indica uma possibilidade imediata de faturamento de R$ 440 mil, que não deixaria ociosa a capacidade do projeto.

Fonte: Site da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos

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Ações e Prazos:

Estudar e planejar ações consorciadas a fim de verificar a viabilidade técnico-financeira de implantação de aterro sanitário regional; Incentivar e prover recursos consorciados, municipais ou captados junto ao governo federal para a viabilização de implantação do aterro com sistema de captação e geração de energia proveniente destes resíduos; Criar comissão para elaboração de estudo e buscar viabilidade financeira; Elaborar o estudo e projeto; Buscar ações consorciadas, regionalizadas ou parcerias público-privadas para a gestão dos resíduos volumosos, resíduos eletrônicos, resíduos pneumáticos, resíduos de construção civil, resíduos de oleosos e resíduos de serviço de saúde; Exigir o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil nas aprovações de projetos; Licenciar área pelo órgão ambiental para o acondicionamento correto dos resíduos de construção civil, evitando, dessa forma, a existência de “bota fora” irregulares ou descarte em locais inadequados.

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Tabela 72. Insumos, custos e prazos para as ações do eixo destinação final.

Curto prazo Médio prazo Longo prazo Ações Insumos Custo Anual 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Organizar a implantação do de aterro sanitário regional, Implantação de aterro incentivando e promovendo sanitário regional (Custo recursos consorciados, R$ 1.000.000,00 X único estimado de R$ municipais ou captados junto 12.000.000,00) ao governo federal para a sua viabilização Criar comissão para Custos de técnicos das elaboração de estudos de prefeituras (Sem custo direto) R$ 24.000,00 X viabilidade econômica do Horas técnicas de servidor do empreendimento CISVALE (R$ 24.000,00/ano) Contratar empresa especializada para elaboração de 05 projetos: - Resíduos volumosos; Buscar ações consorciadas, - Resíduos eletrônicos; regionalizadas ou parcerias - Resíduos pneumáticos; público-privadas para a R$ 12.000,00 X gestão dos Resíduos sólidos -Resíduos de construção urbanos. civil; - Resíduos de oleosos; -Resíduos de serviço de saúde. (Custo único R$ 120.000,00) Exigir o Plano de Gerenciamento de Resíduos Custos de técnicos das R$ 0,00 X da Construção Civil nas prefeituras aprovações de projetos

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Curto prazo Médio prazo Longo prazo Ações Insumos Custo Anual 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Licenciar área pelo órgão ambiental para o Contratar empresa acondicionamento correto especializada para dos resíduos de construção licenciamento de três R$ 10.000,00 X civil, evitando, dessa forma, empreendimentos (Custo a existência de “bota fora” único R$ 100.000,00) irregulares ou descarte em locais inadequados Fonte: Urbana Engenharia

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Indicador Geral:

Elevados custos de destinação final de resíduos sólidos urbanos.

Meta Geral:

Solucionar problemas de destinação final de resíduos sólidos gerados nos municípios do CISVALE até 2032.

Metas Específicas:  Ter projeto de aterro sanitário regional até 2032.  Desenvolvimento do estudo de viabilidade financeira para instalação do aterro sanitário regional até 2028.  Ter ações consorciadas para o gerenciamento de 40% dos resíduos urbanos até 2022.  Ter ações consorciadas para o gerenciamento de 60% dos resíduos urbanos até 2024.  Ter ações consorciadas para o gerenciamento de 80% dos resíduos urbanos até 2026.  Universalização das ações consorciadas para o gerenciamento dos resíduos urbanos até 2028.  Identificação de 100% dos Planos de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil até 2028;  Licenciar área para RCC até 2032.

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7 INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS 7.1 INVESTIMENTOS E FONTES DE FINANCIAMENTO

7.1.1 Projeto de Capacitação e O presente item apresenta os Educação Ambiental investimentos necessários e as fontes de

financiamento para as tarefas indicadas no Plano Estratégico Regional e seu Para a promoção da Educação desembolso no tempo. A informação Ambiental e a participação social visando objetiva preparar o Poder Público para à proteção da saúde pública e da que consiga viabilizar a execução dos qualidade ambiental é definido o programas indicados no estudo. programa de educação ambiental. Para a implementação das técnicas será A amortização dos investimentos necessário um investimento total de é feita por estimativa, dentro dos crité- R$337.400,00 no horizonte de 20 anos. rios de prioridades discutidos em reuni- ões técnicas com o Comitê Participativo

que participou da elaboração do Plano Estratégico Regional de Gestão Integrada

de Resíduos Sólidos.

Figura 130. Investimento no horizonte de 20 anos no eixo de educação ambiental.

Fonte: Urbana Engenharia

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7.1.2 Projeto de Coleta Seletiva

Para promover a inclusão de coleta seletiva, que necessitará de socioeconômica de catadores de um investimento no horizonte de 20 materiais recicláveis é definido o projeto anos de R$ 447.900,00.

Figura 131. Investimento no horizonte de 20 anos no eixo de coleta seletiva.

Fonte: Urbana Engenharia

7.1.3 Projeto de Gestão de Resíduos Sólidos

Para qualificar o planejamento e enquanto que, o investimento necessário a gestão integrada dos resíduos sólidos e para implantar a política pública de fomentar a responsabilidade gerenciamento de resíduos sólidos 02 e compartilhada e a logística reversa de 03 é de, respectivamente, R$711.250,00 produtos pós-consumo é definido o e R$11.490.000,00. Neste caso, será programa de gestão de resíduos sólidos. necessário um investimento que, no A política pública de gerenciamento de horizonte de 20 anos, totalizará resíduos sólidos 01 necessitará de um R$12.345.650,00. investimento total de R$447.900,00

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Figura 132. Investimento no horizonte de 20 anos no eixo de gerenciamento de resíduos sólidos.

Fonte: Urbana Engenharia

7.1.4 Projeto de Destinação Final

Para garantir o manejo integrado de passivos ambientais é definido o de resíduos sólidos, atendendo ao programa de manejo e destinação final objetivo da PNRS de “não geração, de resíduos sólidos. Para aplicar os redução, reutilização, reciclagem, estudos e obter projetos para atender tratamento dos resíduos sólidos e este eixo, será necessário um disposição final ambientalmente investimento de R$ 12.700.000,00, em adequada dos rejeitos” e a recuperação um horizonte de 20 anos.

Figura 133. Investimento no horizonte de 20 anos no eixo de destinação final.

Fonte: Urbana Engenharia

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aquisição dos equipamentos necessários

7.2 FONTE DE RECURSOS PARA para projetos ambientais; IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO  Incentivar os municípios a promover e apoiar, através do uso das

O desenvolvimento das ações políticas públicas, a formalização e públicas e privadas que darão regularização de cooperativas de sustentação a correta gestão dos catadores de materiais recicláveis e resíduos sólidos na região do CISVALE outras formas associativas existentes na passa pelo financiamento dos projetos e região; das políticas ambientais. Na visão de  Incentivar os municípios na planejamento, são feitas análises de implementação de modelos adequados condicionantes externas e internas de de cobrança pelos serviços atinentes a fontes de recursos, conforme gestão de resíduos sólidos através da apresentado nos subitens a seguir: elaboração de estudo de valores e formas de cobrança;

 Incentivar os municípios a 7.2.1 Ações de apoios financeiros a promover a universalização do serviço de serem desenvolvidas pelo coleta regular direta em zonas urbanas CISVALE através do uso das políticas públicas;  Incentivar os municípios a promover e apoiar, através do uso das Para a implementação do Plano políticas públicas, a formalização e Estratégico Regional, em linha com o regularização de cooperativas de Plano Estadual de Resíduos Sólidos e catadores de materiais recicláveis e com a Política Nacional de Resíduos outras formas associativas existentes na Sólidos, é de responsabilidade dos região; Governos Municipais, Estadual e Federal Incentivar os municípios a o subsídio às ações de apoio financeiro  da seguinte forma: promover, através do uso das políticas públicas, apoio para remediação de

áreas degradadas e passivos ambientais;  Incentivar os municípios a apoiar,  Adotar as medidas das políticas através do uso das políticas públicas, a públicas de incentivo para reutilização e

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos reciclagem, tendo em vista priorizar o tendência espacialmente concentradora uso de materiais recuperados como do direcionamento do tratamento e insumo no processo produtivo; disposição final dos resíduos sólidos em  Incentivar os municípios a empreendimentos fora da região e que fomentar, através do uso das políticas também os municípios, busquem a públicas, a implementação de captação de recursos para investimentos tecnologias de aproveitamento dos nos seus projetos locais, objetivando resíduos da agroindústria e pulverizar as ações ambientais. agrossilvipastoris para compostagem, Para tanto, ações de captação de geração de energia, biodigestão ou recursos em nome da região, para o outras tecnologias apropriadas; fomento e apoio financeiro aos projetos  Incentivar os municípios a locais deve estar na pauta do consórcio, fomentar, através do uso das políticas que deve buscar, também, o incentivo públicas, o desenvolvimento e inovação privado à cadeia produtiva de produtos tecnológica com vistas ao que utilizam insumos de resíduos aproveitamento de resíduos potencialmente recicláveis devem entrar agrossilvipastoris; na pauta governamental. Tais medidas já  Adotar as políticas de regulação são tomadas pelos Governos Municipais, dos serviços de manejo de resíduos Estadual e Federal, quando cria linhas sólidos existentes no Estado e nos específicas de financiamento subsidiadas municípios; para o fomento do uso de energia  Incentivar os municípios a fotovoltaica, do biodiesel e do álcool desenvolver instrumentos fiscais de etanol, que beneficiaram sobremaneira apoio privado à adoção de programas de seus produtos no Brasil, criando cadeias Educação Ambiental com foco na produtivas que inclusive estão presentes sustentabilidade ambiental e inclusão na região do Vale do Rio Pardo. Já em social; termos de incentivos ficais, cita-se a política fiscal IPTU Mais, do município de Para consecução destas ações, Venâncio Aires, que promove a redução porém, é indispensável que haja o apoio de impostos para as edificações que dos municípios, por meio da utilização atenderem a quesitos técnicos das das políticas públicas governamentais, políticas ambientais locais. para que o CISVALE consiga inverter a

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Com boa aceitação popular, a ingresso de agentes privados nas ações ideia de fomento de ações ambientais de manejo de resíduos sólidos. A pauta através de pequenos incentivos fiscais de resíduos sólidos está sendo centrali- poderá servir de modelo para o zada em um conjunto de ações dentro segmento de resíduos sólidos, do programa denominado “Programa adequando os procedimentos e normas Nacional Lixão Zero”, que é parte da de maneira que seja aplicado em algum implementação da Política Nacional de caso que o tratamento do resíduo tenha Resíduos Sólidos (PNRS) e está inserido um benefício ambiental. Outra ação que no âmbito da Agenda Nacional de Quali- deve ser estudada pelo consórcio é a da dade Ambiental Urbana e objetiva subsi- criação do Fundo Regional de Resíduos diar os estados e municípios na gestão Sólidos, aos moldes da proposta do dos resíduos sólidos urbanos, com foco Fundo Estadual de Resíduos Sólidos na disposição final ambientalmente ade- indicados no Plano Estadual de Resíduos quada.

Sólidos, que deve ser uma das suas A Agenda Nacional de Qualidade fontes de financiamento, que pode ser Ambiental Urbana é uma política pública gerado dentro da “taxa de lixo” lançada em 2019 pelo Ministério do Meio atualmente vinculada ao IPTU, gerido Ambiente e foca na melhoria dos indica- pelo CISVALE e aplicado conforme dores da qualidade ambiental nas cida- propostas do presente Plano Estratégico des. Tal agenda, por ora, foca grandes Regional, seguindo critérios regionais a populações das metrópoles, ou seja, não partir de elementos técnicos, atende as demandas dos pequenos econômicos e sociais a serem definidos. municípios, como o caso daqueles inte- grantes do CISVALE. A política pública pode ser sintetizada como uma lista de 7.2.2 Fontes de recursos orientações e condutas para políticas reembolsáveis e não- públicas urgentes, efetivas e eficientes, reembolsáveis que integrem os diferentes níveis de

tomadas de decisão. Conforme mani- A Administração Federal a partir festação do site do Ministério do Meio de janeiro de 2019 está imprimindo nas Ambiente, a evolução da Agenda políticas nacionais de Meio Ambiente um Nacional de Qualidade Ambiental critério mais flexível, que objetiva o

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Urbana passa por atender, no futuro a como BRDE Município Saneamento problemática nos pequenos municípios. Básico + PCS Produção e Consumo

Após a consolidação de diversos Sustentáveis e faz concessão de crédito diagnósticos, seis linhas de ação foram aos municípios e pode atender as estabelecidas como metas iniciais do demandas indicadas nesse plano regio- Governo Federal: Lixo no Mar, Resíduos nal. Sólidos, Áreas Verdes Urbanas, Quali- O Governo Federal indica que dade do Ar, Saneamento e Qualidade serão oportunizados recursos privados das Águas, e Áreas Contaminadas, sendo para o financiamento das ações vincula- pertinentes para este estudo as áreas de das às políticas de resíduos sólidos, mas Resíduos Sólidos e Áreas Contaminadas. que abrirá linhas de captação de recur-

Relativo aos Resíduos Sólidos, o sos para projetos nos bancos públicos Ministério do Meio Ambiente entrega, Caixa Federal e Banco do Brasil. Da por meio do programa, um diagnóstico mesma forma, os bancos públicos do da situação atual dos Resíduos Sólidos Estado Banrisul e Badesul abriram opor- Urbanos, a situação desejada e indica- tunidades para financiamento de proje- dores para avaliar a implementação tos vinculados aos resíduos sólidos. dessa política pública. Para tanto, dispo- O financiamento pode se dar nibiliza um Plano de Ação, com ações pela Fundação Nacional de Saúde pragmáticas e concretas e uma Agenda (FUNASA), que tem programas específi- de Atividades, que serão atualizados de cos para o apoio aos municípios em acordo com a evolução do programa. ações vinculadas aos resíduos sólidos. A

Conforme o Mapa de Financia- FUNASA repassa recursos não onerosos necessários à implantação e/ou melho- mento para a Gestão de Resíduos Sóli- dos do Ministério do Meio Ambiente, rias de sistemas integrados de gerencia- existe linha de financiamento no BNDES mento de resíduos sólidos urbanos. para apoio a projetos de municípios, Considerando o caráter de apoio às seus órgãos e entidades, que contribuam ações de serviços públicos, os financia- para a universalização do acesso aos mentos contemplarão unicamente ações serviços de Saneamento Básico e à recu- voltadas ao gerenciamento de Resíduos peração de áreas ambientalmente Sólidos Urbanos (RSU) classificados degradadas. Essa linha está nominada como aqueles gerados em atividades

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domésticas residenciais (urbanas ou outros serviços de limpeza urbana. Ou rurais), de comércios e órgãos públicos seja, são passíveis de apoio deste equiparados aos resíduos domésticos e programa as ações de Gerenciamento de aqueles gerados em serviços públicos de Resíduos Sólidos de responsabilidade e limpeza urbana originários da varrição, titularidade pública. limpeza de logradouros, vias públicas e

Figura 134. Serviços vinculados ao gerenciamento de resíduos sólidos.

Fonte: FUNASA

Resumidamente, o programa de e disposição adequada em aterros manejo de resíduos sólidos urbanos da sanitários, sistemas de gerenciamento de FUNASA apoia a execução de reciclagem com a coleta e manejo em infraestrutura e aquisição de veículos e unidades de recuperação de recicláveis e equipamentos para implantação e/ou sistemas de compostagem com a coleta melhorias nos sistemas convencionais de e manejo em unidades de gerenciamento de rejeitos, com a coleta compostagem.

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Figura 135. Itens passíveis de financiamento.

Fonte: FUNASA

O Plano Estadual de Resíduos obtenção de recursos via FNMA é a es- Sólidos indica como agente de crédito de truturação de associações ou cooperati- ações inseridas no plano estratégico re- vas de catadores nos municípios. cursos do Fundo Nacional do Meio Am- Para empresas localizadas na re- biente (FNMA), que é uma unidade do gião, há um programa do Governo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), cri- Estado denominado FUNDOPEM/RS, que ado pela Lei Federal nº 7.797/1989 e é um fundo de operação para empresas regulamentado pelo Decreto Federal nº do Rio Grande do Sul criado através da 3524/2000, cujo objetivo é atuar como Lei Estadual nº 11.916/2003. O instru- órgão financiador por meio da participa- mento de financiamento vincula o Go- ção social, para a implementação da Po- verno do Estado com a iniciativa privada, lítica Nacional do Meio Ambiente visando à promoção do desenvolvimento (PNMA), em que a temática resíduos só- socioeconômico, integrado e sustentável lidos participa. Um caso concreto para do Rio Grande do Sul. O FUNDOPEM/RS

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não libera recursos financeiros para o quanto o consórcio e as empresas priva- empreendimento incentivado, mas o das vinculadas a cadeia dos resíduos só- empreendimento é apoiado por intermé- lidos devem atualizar, junto às institui- dio do financiamento parcial do ICMS ções bancárias, quais são aquelas formas incremental mensal devido gerado a de obtenção de recursos e financiamen- partir da sua operação. tos mais adequadas no momento da de-

Empresas da cadeia dos resíduos cisão pelo investimento, uma vez que sólidos, que tem incidência tributária de não existe a possibilidade de prever, ICMS, podem ser beneficiadas pelo fi- com alguma precisão, qual será o custo nanciamento do FUNDOPEM/RS, a partir financeiro do financiamento do projeto das suas diretrizes fundamentais: des- antes da sua apresentação às instituições centralização estratégica da produção de crédito. industrial, a redução de desigualdades Além de projetos que estejam de regionais, o desenvolvimento do parque acordo com as políticas públicas nacio- industrial considerando-se os arranjos nais e internacionais de responsabilidade produtivos locais, a competitividade da socioambiental com investimentos em atividade industrial e agroindustrial, a desenvolvimento sustentável .

geração significativa de empregos, o Manual publicado pelo Banco do desenvolvimento ou a incorporação de Brasil em parceria com o Ministério do avanços tecnológicos e de inovações de Meio Ambiente (MMA) e o Ministério das processos e produtos, a complementação Cidades (MCidades) aponta diversas das cadeias produtivas da economia es- fontes de recursos reembolsáveis e não tadual e o respeito ao meio ambiente. reembolsáveis: MMA, MCidades, Banco Da mesma forma que financiam Nacional de Desenvolvimento Econômico ações do Poder Público, bancos públicos e Social (BNDES), Fundação Nacional da e privados têm, em geral, linhas de fi- Saúde (FUNASA) e Ministério da Justiça. nanciamento com taxas reduzidas para Estes operam com recursos diversos, in- projetos e empreendimentos cujo foco é clusive os vinculados ao PAC – Programa a sustentabilidade ambiental. Como de Aceleração do Crescimento. Como existe uma natural flexibilidade na oferta forma de viabilizar a universalização dos de cada uma dessas linhas de financia- serviços de manejo dos resíduos sólidos mento, tanto as administrações locais, o Decreto Federal nº 7.404, de 23 de

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos dezembro de 2010, que regulamenta a obtenção de recursos, destacam-se a Lei 12.305/2010 (PNRS), este Manual baixa priorização para a abertura de no- prevê instrumentos econômicos que po- vas fontes de financiamento e a libera- dem fomentar as iniciativas propostas ção de recursos, os quais não são atrela- pela Lei. Entre as medidas indutoras, dos a critérios de garantia de aplicação estão incentivos fiscais, financeiros e eficiente, evidenciando a necessidade da creditícios, cessão de terrenos públicos, revisão de critérios para essa liberação. subvenções econômicas e apoio à ela- Por outro lado, apesar de haver uma di- boração de projetos no âmbito do Meca- versidade de tipos de programas de fi- nismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) nanciamentos no País, todos eles de- ou quaisquer outros mecanismos decor- pendem de previsão de recursos em Pla- rentes da Convenção-Quadro sobre Mu- nos Plurianuais. Existem programas de dança do Clima das Nações Unidas. O financiamento específicos para projetos Decreto estabelece também que as ins- de saneamento e resíduos sólidos dispo- tituições financeiras federais podem criar níveis aos municípios brasileiros, sendo linhas especiais de financiamento para que a partir da implementação da PNRS, cooperativas ou outras formas de associ- 463 Convênio SICONV 764224: 2010, ação de catadores de materiais reutilizá- para se ter acesso aos recursos federais veis e recicláveis, com os seguintes ob- os municípios deverão ter obrigatoria- jetivos relativos ao gerenciamento de mente elaborado seu Plano Municipal de resíduos sólidos: aquisição de máquinas Resíduos Sólidos ou Plano Regional de e equipamentos utilizados; atividades Resíduos Sólidos em casos de regionali- destinadas à reciclagem e ao reaprovei- zação ou adesão a ações consorciadas ou tamento; atividades de inovação e de- compartilhadas entre municípios. Para senvolvimento; e atendimento a projetos projetos de inclusão social, o financia- de investimentos. No Brasil, alguns fa- mento poderá ser requerido através de tores políticos e técnicos, envolvendo municípios ou entidades a serem benefi- respectivamente aspectos legais e ela- ciadas especificadamente, como ONGs, boração de projetos de qualidade, difi- associações ou cooperativas de catado- cultam o acesso dos municípios a finan- res. A seguir, são apresentadas possíveis ciamentos para correta gestão dos RSU, fontes de financiamento para projetos, principalmente para os de pequeno estudos, capacitação ou aquisição de porte. Quanto aos aspectos relativos à veículos, máquinas ou instalações.

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

8) A cobertura do serviço de coleta em relação à população total atendida;

8 SISTEMÁTICA DE 9) A cobertura do serviço de coleta ACOMPANHAMENTO, CONTROLE de resíduos domiciliares em relação à E AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO população urbana; DO PLANO 10) A quantidade de material

recolhido na coleta de resíduos O Plano Estratégico de Gestão inorgânicos em relação à quantidade Integrada de Resíduos Sólidos deverá total coletada de resíduos sólidos considerar, para avaliação sistemática da domiciliares; eficiência e eficácia das ações 11) A quantidade de matéria orgânica programadas, os seguintes critérios: recolhida em relação à quantidade total coletada de resíduos sólidos

1) A universalidade: os serviços domiciliares; devem atender toda a população, sem 12) A massa recuperada per capita de exceção; resíduos recicláveis (exceto matéria 2) A integralidade do atendimento orgânica e rejeitos) em relação à prevendo programas e ações para todos população atendida; os resíduos gerados; 13) A massa de resíduos dos serviços 3) A articulação com políticas de de saúde (RSS) coletada per capita inclusão social, de desenvolvimento (apenas por coletores públicos) em urbano, regional, dentre outras; relação à população urbana; 4) A adoção de tecnologias 14) A massa de resíduos da apropriadas, considerando a capacidade construção civil (RCC) coletada per de pagamento dos usuários, capita em relação à população urbana; 5) A adoção de soluções graduais e 15) O número de disposições progressivas visando a preservação da irregulares por mil habitantes; saúde pública e do meio ambiente; 16) A quantidade total de resíduos 6) O grau de satisfação do usuário; removidos na limpeza corretiva de 7) A autossuficiência financeira da disposições irregulares e; prefeitura com o manejo de resíduos 17) O número de catadores sólidos; organizados em relação ao número total de catadores (autônomos e organizados).

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9.1.1 Paralisação do serviço de varrição pública, poda e capina

9 PLANO DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA Origens possíveis:

Para tratar de situações Greve de funcionários/servidores, eventuais que possam interromper a ou problemas com veículos utilizados e prestação dos serviços de Manejo e ainda necessidade de realocação de Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana, as funcionários para outras atividades mais ações de emergências e contingências importantes no período, já que os visam minimizar impacto até que a mesmos estão sob gestão da Secretaria situação se normalize. Entende-se como de Obras, Viação, Trânsito e Serviços. emergencial o evento perigoso, que leva a situações críticas, incidentais ou As ações emergenciais que devem ser urgentes. A contingência, por sua vez, é realizadas são: aquilo que pode ou não suceder, a  Informar oficialmente a população incerteza, a eventualidade. para que, ciente, colabore em manter a

cidade limpa;  Contratar, em caráter de 9.1 AÇÕES CORRETIVAS PARA emergência, a prestação do serviço. SITUAÇÕES EMERGENCIAIS

As situações imprevistas que 9.1.2 Paralisação do sistema de venham a alterar a gestão ou o manejo coleta de RSDU, RSS e outros dos resíduos sólidos exigem ações emergenciais que devem ser aplicadas Origens possíveis: através de um conjunto de Greve geral de funcionários procedimentos corretivos. As possíveis municipais, avaria ou falha mecânica nos emergências, suas origens e as ações veículos de coleta. corretivas são listadas a seguir.

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As ações emergenciais que devem ser avaria/falha mecânica nos veículos de realizadas são: coleta/equipamentos que entregam o

Em caso de greve dos funcionários: material na unidade; falta de mercado para a comercialização do material  Comunicar à população para que, reciclável; falta de operador em um dos ciente, colabore em manter a cidade setores da unidade; greve dos limpa e manter os resíduos colaboradores/cooperativados/associados acondicionados de forma adequada até /funcionários; greve da empresa que que o serviço se normalize; transporta os rejeitos da unidade.  Contratação de empresa

especializada em caráter de emergência. As ações emergenciais que devem ser Em caso de avaria ou falhas mecânicas realizadas são: nos veículos são:

 Substituir os veículos danificados  Buscar viabilidade econômica para pelos veículos reserva; adquirir os equipamentos necessários;  Exigir da empresa que presta o  Providenciar imediatamente o serviço terceirizado agilidade no reparo reparo/concerto do equipamento de veículos e/ou equipamentos avariado; avariados;  Substituir o veículo danificado por  Providenciar o reparo imediato dos veículo reserva; veículos. No caso de veículos  Solicitar o reparo imediato do terceirizados, solicitar à empresa veículo; responsável para que tome as medidas cabíveis, de forma imediata.  Viabilizar local/contentores para depósito junto à unidade, até que a

situação se normalize; 9.1.3 Inoperância e ou paralisação  Buscar novos compradores de da unidade de triagem material;

 Contatar novas unidades de reciclagem; Origens possíveis:  Acondicionar o material de forma Escassez de equipamentos; adequada, até que a situação se avaria/falha em equipamentos; normalize;

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 Substituir o operador por outro  Solicitar à empresa agilidade no previamente treinado; reparo de veículos e/ou equipamentos  Informar a população para que, avariados; ciente, colabore até a situação  Informar a população para que, normalizar; ciente, colabore até a situação se  Contratar, em caráter normalizar; emergencial, nova unidade de triagem;  Contratar, em caráter  Contratar, em caráter emergencial, nova empresa para a emergencial, empresa coletora. disposição final dos resíduos;

 Em caso de encerramento definitivo, contratar nova empresa com 9.1.4 Paralisação parcial ou total da aterro próprio para a destinação final dos operação do aterro resíduos.

Origens possíveis: 9.1.5 Obstrução do sistema viário Ruptura de taludes; vazamento de chorume; avaria/falha mecânica nos Origens possíveis: veículos que realizam o transporte até o aterro; greve geral; interdição ou Acidentes de trânsito; protestos embargo por algum órgão fiscalizador; e manifestações populares; obras de esgotamento da área de disposição; infraestrutura. encerramento/fechamento do aterro.

As ações emergenciais que devem ser As ações emergenciais que devem ser realizadas são: realizadas são:  Estudo de rotas alternativas para o  Solicitar à empresa responsável fluxo dos resíduos; pelo aterro os reparos imediatos;  Solicitar à empresa que realiza o transporte a substituição dos veículos danificados pelos veículos reserva;

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resíduos para a contratação em caráter emergencial;

9.2 AÇÕES PREVENTIVAS PARA  Manter cadastro de aterros CONTINGÊNCIAS sanitários de municípios próximos para serviços de contratação em caráter

As possíveis situações críticas emergencial; que exigem ações de contingências  Manter cadastro de recicladoras ou podem ser minimizadas através de um unidades de triagem para a contratação conjunto de procedimentos preventivos em caráter emergencial.

citados a seguir.

9.2.1 Ações de Controle Operacional

Para fins de prevenção, é fundamental:

 Acompanhamento do serviço de coleta por meio da fiscalização da execução dos serviços;  Acompanhamento do serviço de triagem dos resíduos sólidos urbanos por meio da fiscalização da execução dos serviços;  Registro e análise do número de reclamações e situações que venham a ocorrer com frequência.

9.2.2 Ações Administrativas

Quanto às contratações emergenciais:

 Manter cadastro de empresas prestadoras de serviços na gestão de

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10.1.1 Habitantes/varredor

10 INDICADORES DE DESEMPENHO Este índice permite determinar

se a quantidade de trabalhadores Em atendimento ao disposto no disponibilizados para o serviço de artigo 19, inciso VI da Lei Federal n° varrição está de acordo com a 12.305/2010, que institui a Política quantidade de ruas e vagas. Neste Nacional de Resíduos Sólidos, abaixo índice, são considerados a idade, estão listados critérios para avaliação condições e rendimento do trabalhador, operacional do sistema de limpeza turno e frequência do serviço, densidade urbana e manejo de resíduos sólidos. populacional, população flutuante, apoio A avaliação de desempenho da varrição mecânica e da cooperação operacional é um instrumento da população. Ele é apresentado na importante para o controle dos serviços Equação 1. prestados. Com base nos resultados obtidos, é fácil identificar deficiências, Intervalo aceitável: analisar os custos de operação, além de conseguir prever uma futura demanda 2.000 a 2.500 hab./varredor ou 0,50 a para gerenciar o sistema analisado. 0,40 varredor/1.000 hab. (rendimento de 1,3 km/varredor/dia, 2 turnos/dia, Os métodos de avaliação de frequência do serviço: 60% diário e 40% desempenho são de autoria da RMS intermediário). Engenharia (2009).

Equação 01. Habitantes/varredor

População total 10.1 SERVIÇOS DE VARRIÇÃO Quantidade total de varredores

Fonte: RMS Engenharia Para os serviços de varrição são sugeridos os métodos que seguem como indicadores operacionais.

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trabalhador, a densidade populacional, o fluxo de pedestres, o turno e a do 10.1.2 Cobertura da Varrição serviço, o tipo de escova utilizada e a das Ruas presença de veículos estacionados.

Permite conhecer a porcentagem Intervalo aceitável: de ruas cobertas pelo serviço de varrição. Neste índice, são considerados 1,3 a 1,5 km lineares/varredor/dia a quantidade de ruas pavimentadas, o (calçada + sarjeta, pistas pavimentadas, adequado planejamento do serviço e as varredor de 35 anos, média de altura: possibilidades de acesso aos lugares da 1,63 para homens e 1,53 para mulheres, prestação do serviço. peso: 5 quilos adicionais em relação com a altura para homens e 7 quilos para

mulheres). Intervalo aceitável:

85 a 100%. Equação 03. Extensão das ruas varridas em km/var/dia

Equação 02. Extensão das ruas varridas em % 퐸푥푡푒푛푠ã표 푡표푡푎푙 푑푒 푟푢푎푠 푣푎푟푟푖푑푎푠 푎표 푚ê푠

(푄푛푡 푑푒 푣푎푟푟푒푑표푟푒푠 푒푓푒푡푖푣표푠 × 푑푖푎푠 푒푓푒푡푖푣표푠 푑표 푚ê푠) Extensão das ruas varridas × 100 Fonte: RMS Engenharia 퐸푥푡푒푛푠ã표 푡표푡푎푙 푑푎푠 푟푢푎푠 Fonte: RMS Engenharia

10.2 SERVIÇOS DE COLETA 10.1.3 Extensão linear

varrida/varredor/dia (ruas) 10.2.1 Habitantes/Ajudantes da

Coleta Este índice permite conhecer o

rendimento médio diário de um trabalhador em quilômetros lineares. Este índice permite determinar Considera, de maneira implícita, o tipo se a quantidade de ajudantes (garis) do de serviço executado (calçada e sarjeta), serviço de coleta está em acordo com a o estado físico da calçada e da sarjeta, a quantidade de resíduos gerados na área idade e as condições físicas do atendida pelo serviço.

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Neste índice, são considerados o índice, são considerados o tipo e a tipo e a capacidade do veículo, turnos e capacidade do veículo, geração de número de viagens realizadas, número resíduos por habitante, quantidade de de ajudantes por veículo coletor, população flutuante, turnos e número de existência de serviços de coleta anexos viagens realizadas, porcentagem de aos domicílios e tipo de armazenamento veículos reserva, cobertura e qualidade dos resíduos. do serviço.

Intervalo aceitável Intervalo aceitável:

3.000 a 4.000 hab./ajudantes de coleta 29.000 hab./veículo de coleta (inclui ou 0,30 a 0,26 ajudantes de coleta da varrição das ruas e vagas) coleta/1.000 hab. (compactador de 14 (compactador de 14 m³, 2 turnos/dia, 4,8 m³, 2 turnos/dia, 4,8 viagens/veículo/dia, 19% de veículos viagens/veículo/dia, 3 ajudantes/veículo, reserva, 95% de cobertura do serviço. coleta de resíduos domiciliares, comerciais e de mercados). Equação 05. Densidade de veículos coletores em hab/veículos da coleta População total Equação 04. Densidade de coletores em hab/ajudantes da coleta Quantidade de veículos de coleta

População total Fonte: RMS Engenharia

Quantidade total de ajudantes de coleta Fonte: RMS Engenharia 10.2.3 Quilograma/

Habitante/dia 10.2.2 Habitantes/Veículos da

Coleta Este índice serve de base para o planejamento do serviço de coleta, pois Este índice permite determinar permite estabelecer setores e rotas de se a quantidade de veículos que opera coletas, bem como estimar a quantidade no sistema de coleta de resíduos de resíduos gerados na cidade onde há a alcançará a cobertura total dos resíduos prestação do serviço. Está em função do gerados na área de atuação. Neste extrato socioeconômico da população,

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infraestrutura urbana, cobertura e qualidade do serviço de coleta. 10.2.5 Quilograma/Quilõmetro total percorrido

Intervalo aceitável:

0,35 a 0,75 kg/hab./dia. Esta informação permite

conhecer a relação entre a quantidade de toneladas que se coleta e a Equação 06. Geração per capita em kg/hab/dia quilometragem total percorrida por mês. Quantidade de resíduos coletados por dia O aumento ou a diminuição do valor se População total reflete necessariamente no custo do Fonte: RMS Engenharia serviço.

Neste índice, são considerados a 10.2.4 Cobertura da Coleta densidade populacional, método de coleta (calçada ou esquina), tipo de armazenamento dos resíduos, frequência Permite conhecer a porcentagem do serviço, rotas adequadas de coleta e da população total do município que conta com o serviço de coleta. Neste o número de ajudantes. O que diferencia o kg/km do indicador do setor é que a índice, são considerados o planejamento maior incidência está representada pela do serviço, o acesso aos lugares da distância do lugar de descarga (planta de prestação do serviço e a frequência. transferência ou aterro sanitário).

Intervalo aceitável: Intervalo aceitável: 85 a 100%. 100 a 150 kg/total km recorridos

(serviço com 43% de frequência diária e Equação 07. Percentual da população atendida 57% de frequência intermediária, pela coleta método de calçada, 3 ajudantes, 25 km População urbana servida × 100 do lugar de descarga). População urbana total (incli população flutuante) Fonte: RMS Engenharia

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Equação 08. Taxa de coleta em kg/km Equação 09. Taxa de coleta em ton/hora

Quantidade de resíduos Quantidade de resíduos coletados ao mês × 1000 coletados ao mês 퐸푥푡푒푛푠ã표 푝푒푟푐표푟푟푖푑푎 푇푒푚푝표 푡표푡푎푙 푑푒 푐표푙푒푡푎 푝푒푙표푠 푣푒í푐푢푙표푠 푎표 푚ê푠 Fonte: RMS Engenharia Fonte: RMS Engenharia

10.2.7 Toneladas/Viagem 10.2.6 Toneladas/Tempo total

da Coleta Esta informação é utilizada para

determinar se os setores e rotas de Esta informação permite coleta são estabelecidos adequadamente conhecer a relação entre a quantidade e para controlar a sobrecarga dos de toneladas que se coleta e o tempo veículos. É estabelecido como que toma esta atividade. A diminuição informação base para a medição e do valor obtido se reflete faturamento do serviço. necessariamente no aumento do custo do serviço. Intervalo aceitável: Neste índice, são considerados infraestrutura urbana, densidade 6 a 7 t/viagem (compactador de 14 m³ populacional, método de coleta (calçada, de capacidade, com 3 ajudantes de esquina), quantidade de ajudantes, tipo coleta). de armazenamento dos resíduos, características do veículo, horários de Equação 10. Taxa de coleta em ton/viagem coleta e velocidade média de coleta. Quantidade de resíduos coletados ao mês

푄푢푎푛푡푖푑푎푑푒 푑푒 푣푖푎푔푒푛푠 푟푒푎푙푖푧푎푑푎푠 푎표 푚ê푠

Intervalo aceitável: Fonte: RMS Engenharia

2,3 a 2,6 t/hora de coleta (pistas pavimentadas, método de calçada, 3 ajudantes, 10 km/hora velocidade média na coleta).

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10.3 SERVIÇOS DE DESTINAÇÃO 10.4 SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO FINAL

10.4.1 Rendimento do 10.3.1 Densidade dos Resíduos Combustível no Aterro Sanitário

Estabelece a relação entre a A densidade obtida permite quilometragem percorrida por um determinar o grau de compactação dos veículo e o consumo de combustível ao resíduos. O aumento ou a diminuição do mês. O aumento ou a diminuição do valor obtido incide na vida útil do aterro valor obtido neste índice incide no custo e na qualidade do processamento. do serviço.

Neste índice, são considerados o Intervalo aceitável: desempenho do motorista, as condições mecânicas do veículo (regulação da 0,75 a 0,85 t/m³ (resíduos domiciliares, bomba de injeção) e as condições das compactados horizontalmente e em vias (pendente, pistas sem pavimento talude com trator sobre esteira). asfáltico).

Equação 11. Densidade do Aterro em ton/m³ Intervalo aceitável: Quantidade de resíduos recebidos em um período de tempo 2 a 3 km/litro. Volume ocupado pelos resíduos em um período de tempo

Fonte: RMS Engenharia Equação 12. Consumo de Combustível

Quantidade de veículos de coleta operativos ∗ 100

Quantidade de combustível utilizado pelo veículo de coleta ao mês Fonte: RMS Engenharia

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10.4.2 Rendimento dos Pneus

Esta informação é utilizada para Intervalo aceitável: conhecer e projetar os custos operativos 40.000 a 50.000 km (altura radial do serviço (custos diretos – materiais) e inclui a primeira vida mais para verificar o rendimento de cada um recauchutagem). dos pneus dos veículos de coleta.

Neste índice, são considerados o Equação 13. Consumo de Pneus desempenho do motorista, condições Extensão rodada climáticas, condições das vias (pendente, Pneus pistas sem pavimento asfáltico), Fonte: RMS Engenharia qualidade do pneu e adequada supervisão (pressão e rotação).

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11 MINUTA DE PROJETO DE LEI ESPECÍFICA PARA GESTÃO DE RESÍDUOS COM COBRANÇA ADEQUADA DOS SERVIÇOS

Esse item apresenta diretrizes Política do Plano Estratégico Regional de para a legislação que indica as diretrizes, Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do objetivos, metas, prazos e condições da CISVALE.

Dispõe sobre a Política Municipal de Resíduos Sólidos, o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos dos municípios pertencentes ao CISVALE e sobre a cobrança adequada dos serviços, e dá providências.

DA POLÍTICA MUNICIPAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Capítulo I DAS DEFINIÇÕES E DOS FUNDAMENTOS

Art. 1º Esta Lei institui a Política Municipal de Resíduos Sólidos que estabelece as diretrizes municipais e a universalização do acesso aos serviços de coleta, transporte, tratamento, destinação e disposição final dos resíduos sólidos, e subsidia a implementação e operação de ações de melhoria dos serviços de manejo de resíduos sólidos e de limpeza urbana, observadas a Lei Federal nº 12.305, de 8 de agosto de 2010, e a Lei Estadual nº14.528, de 16 de abril de 2014, que instituíram, respectivamente, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e a Política Estadual de Resíduos Sólidos (PERS). § 1º Esta Lei também dispõe sobre seus princípios e objetivos, bem como as responsabilidades dos geradores e do poder público e sobre os instrumentos econômicos aplicáveis. § 2º Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos. § 3º A Política Municipal de Resíduos Sólidos vincula-se a Política Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos, e articula-se com: I - a Gestão de Resíduos Sólidos, nos termos do art. 247, § 3º da Constituição Estadual, regulada pelas Leis nº 9.921, de 27 de julho de 1993, regulamentada pelo Decreto nº 38.356, de 1º de abril de 1998, e da Lei nº 10.099, de 7 de fevereiro de 1994; II - a Política Estadual de Educação Ambiental, regulada pela Lei n.º 13.597, de 30 de dezembro de 2010, e pelo Decreto n.º 43.957, de 8 de agosto de 2005; e III - a Política Estadual de Saneamento, regulada pela Lei n.º 12.037, de 19 de dezembro de 2003, e pelo Decreto nº 48.989, de 4 de abril de 2012.

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

Art. 2º A Política Municipal de Resíduos Sólidos será executada em programas, projetos e ações, de forma integrada, planificada, em processo contínuo, e obedecendo às disposições contidas na presente lei e nos procedimentos administrativos dela decorrentes, vinculados, também, ao Plano Estratégico Regional de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PER), elaborado pelo Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (CISVALE) e aprovado pelo Comitê Participativo para questão de resíduos sólidos da região do CISVALE. Parágrafo único. O Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias, os Orçamentos Anuais, abrangendo suas alterações legislativas subsequentes, os Planos, Programas e Projetos Urbanísticos, assim como os demais instrumentos municipais de desenvolvimento deverão incorporar os princípios, diretrizes e determinações desta Lei.

Art. 3º Para efeito desta Lei, considera-se: I - área contaminada: local onde há contaminação causada pela disposição, regular ou irregular, de quaisquer substâncias ou resíduos; II - área órfã contaminada: área contaminada cujos responsáveis pela disposição não sejam identificáveis ou individualizáveis; III - área degradada: local onde há disposição inadequada de resíduos sólidos ou rejeitos que deva ser objeto de recuperação ambiental; IV - aterro sanitário: técnica de disposição final de rejeitos no solo, ambientalmente adequada, sem causar danos ou risco à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais, e que utiliza os princípios de engenharia para confiná-los no menor volume possível; V - ciclo de vida do produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final; VI - coleta seletiva: recolhimento diferenciado de resíduos sólidos previamente segregados pela fonte geradora, conforme sua constituição ou composição, para a sua reutilização e/ou reciclagem; VII - compostagem e biodigestão: processo de tratamento por meio de decomposição bioquímica da fração orgânica, biodegradável de origem animal ou vegetal, efetuada por microrganismos em condições controladas, para obtenção de um material humificado e estabilizado, denominado composto orgânico, em processo que pode ocorrer com a presença de oxigênio (sem a produção de biogás) ou sem a presença de oxigênio (onde há produção de biogás); VIII - destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos sólidos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, o tratamento e a disposição final, bem como outras formas de destinação admitidas pelos órgãos competentes, observando normas operacionais específicas de modo a minimizar os impactos ambientais adversos e evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança; IX - disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a minimizar os impactos ambientais adversos e evitar danos ou risco à saúde pública e à segurança; X - geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluídos o consumo;

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XI - gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de armazenamento, coleta, transporte, transbordo, destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos, incluindo a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com a política municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, ou com plano específico de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS), exigidos na forma desta Lei, vinculados ao Plano Estratégico Regional de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PER), ao Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), e ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS); XII - gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável; XIII - logística reversa: instrumento de gestão de resíduos caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada; XIV - materiais recicláveis: aqueles que, após submetidos a um processo de reciclagem, são transformados em insumos para a fabricação de novos produtos; XV - materiais reutilizáveis: aqueles que podem ser utilizados para a mesma finalidade, ou outra, sem sofrer qualquer transformação; XVI - plano específico de gerenciamento de resíduos (PGRS): documento elaborado pelo gerador que define as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, observadas suas características e riscos, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, destinação final ambientalmente adequada, incluindo a sua disposição final, bem como as ações de proteção à saúde pública e ao meio ambiente; XVII - pontos de entrega voluntária de materiais recicláveis e resíduos especiais (PEV): equipamentos públicos destinados ao recebimento de materiais recicláveis (constituídos de plásticos, vidros, metais e papéis, devidamente separados para a coleta seletiva) e de resíduos especiais para encaminhamento à logística reversa, incentivando a segregação dos materiais na fonte geradora e sua entrega voluntária; XVIII - ecopontos: pontos de entrega voluntária de maior porte, geralmente em forma de construções, para materiais recicláveis, resíduos da construção civil, resíduos volumosos, resíduos de poda e resíduos especiais; XIX - reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de sua propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e, no que couber, do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) e do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial − SINMETRO; XX - rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada; XXI - resíduos sólidos: materiais, substâncias, objetos ou bens descartados resultantes de atividades humanas em sociedade nos estados sólido ou semi-sólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas

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PER – Plano Estratégico Regional de Gestão de Resíduos Sólidos

particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d`água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis sem face da melhor tecnologia disponível; XXII - responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos; XXIII - reutilização: processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua transformação biológica, física ou físico-química, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e, no que couber, do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) e do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial − SINMETRO; XXIV - serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: contempla as atividades de varrição, capina e poda de árvores em vias e logradouros públicos e outros eventuais serviços pertinentes à limpeza pública urbana, bem como a coleta, transporte, transbordo, triagem para fins de reutilização ou reciclagem, tratamento, inclusive por compostagem, e disposição final dos resíduos domiciliares, resíduos originários de atividades comerciais, industriais e de serviços, em quantidade e qualidade similares às dos resíduos domésticos e resíduos originários dos serviços públicos de limpeza urbana; XXV - segregação: separação de resíduo no local e momento de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas e com sua periculosidade.

Art. 4º Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a seguinte classificação: I - quanto à origem de atividade: a) resíduos domiciliares: originários de atividades domésticas em residências urbanas; b) resíduos de limpeza urbana: originários de varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana, bem como resultante de poda e campina; c) resíduos sólidos urbanos: englobados nas alíneas "a" e "b"; d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas "b", "e", "g", "h", "j" e "l" deste inciso; e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: gerados nessas atividades (tais como resíduos de gradeamento, escuma, lodos, entre outras da atividade de tratamento de água e esgoto), excetuando os referidos na alínea "c"; f) resíduos industriais: gerados nos processos produtivos e instalações industriais; g) resíduos de serviços de saúde: gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS); h) resíduos de construção civil: gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluindo os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis; i) resíduos agrossilvopastoris: gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;

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j) resíduos de serviços de transporte: originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários; k) resíduos de mineração: gerados na atividade de pesquisa, lavra, extração ou beneficiamento de minérios; l) resíduos cemiteriais: gerados nos cemitérios, subdividido sem humanos e não humanos, resultantes da exumação dos corpos e da limpeza e manutenção periódica dos cemitérios. II - quanto à periculosidade: a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica; b) resíduo não perigoso: aqueles não enquadrados na alínea "a" deste inciso.

Art. 5º São princípios da Política Municipal de Resíduos Sólidos: I - a prevenção e a precaução; II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; III - a participação e o controle social; IV - a educação ambiental; V - a universalização do acesso aos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; VI - o direito da sociedade ao acesso à informação; VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, especialmente ambiental; VIII - do desenvolvimento sustentável; IX - da inclusão social nos serviços de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos; X - da cooperação interinstitucional entre o setor público, setor empresarial, cooperativas e associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, e os demais segmentos da sociedade civil; XI - do respeito à ordem de prioridade estabelecida nessa Lei para o gerenciamento de resíduos sólidos: não geração, redução de geração, reutilização, reciclagem, recuperação energética e disposição final; XII - da visão sistêmica na gestão dos resíduos sólidos, considerando as variáveis ambientais sociais, culturais, econômicas, tecnológicas e de saúde pública. Parágrafo único. Adotam-se, para os efeitos desta Lei, as diretrizes e objetivos estabelecidos nos arts. 6º e 7º da PERS (Política Estadual de Resíduos Sólidos, conforme a Lei Estadual nº 14.528, de 16 de abril de 2014), respectivamente.

Capítulo II DA COMPETÊNCIA E DA PARTICIPAÇÃO DE ÓRGÃOS E AGENTES MUNICIPAIS NA EXECUÇÃO DA POLÍTICA MUNICIPALDE RESÍDUOS SÓLIDOS

Art. 6º O Município deverá organizar e prestar os serviços públicos de coleta e destinação de resíduos sólidos ou delegar a organização, a regulação, a fiscalização e a prestação desses serviços, nos termos do art. 241 da Constituição Federal e da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010.

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Art. 7º A gestão da Política Municipal de Resíduos Sólidos é de responsabilidade do Departamento do Meio Ambiente dos municípios e das Secretarias do meio ambiente, saúde e obras. Será distribuída de forma transdisciplinarem todas as Secretarias e órgãos da Administração Municipal, respeitadas as suas competências.

Art. 8º Para dar fiel cumprimento à Política Municipal de Resíduos Sólidos, cabe ao Município, além das determinações desta Lei, realizar as seguintes ações: I - executar campanhas de educação ambiental; II - realizar capacitação de servidores públicos e agentes comunitários para difundir informações sobre resíduos sólidos no Município; III - estabelecer multas ou outras sanções decorrentes da falha na prestação dos serviços de coleta e destinação final dos resíduos sólidos; IV - contemplar os objetivos e metas previstos no PMGIRS nos contratos de prestação de serviço celebrados após a publicação desta Lei; V - observar os conceitos, diretrizes, objetivos, instrumentos e obrigações da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010.

Art. 9º O Município poderá realizar programas conjuntos com a União, Estado, Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (CISVALE) e outras instituições públicas, mediante convênios de mútua cooperação, gestão associada, assistência técnica e apoio institucional, com vistas a assegurar a operação e a administração eficiente dos serviços de coleta e destinação de resíduos sólidos.

Art. 10º Para adequada execução dos serviços públicos de coleta e destinação de resíduos sólidos, deles se ocuparão profissionais qualificados tecnicamente e legalmente habilitados.

Capítulo III DOS INSTRUMENTOS

Art. 11º São instrumentos da Política Municipal de Resíduos Sólidos: I - instrumentos legais e institucionais: a) normas constitucionais, legislação federal, estadual, municipal, resoluções e regulamentos que dispõe sobre resíduos sólidos e proteção ambiental; b) legislação que dispõe sobre concessão de serviços públicos; c) convênios para a regulação dos serviços de coleta e destinação de resíduos sólidos; d) audiências públicas; e) planos nacionais, estaduais e municipais de resíduos sólidos. II - Instrumentos financeiros: a) leis orçamentárias municipais; b) tarifas, preços, e taxas; c) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;

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d) Fundo Municipal de Resíduos Sólidos. III - Ações e práticas educativas ambientais e de capacitação dos servidores em temas correlatos à gestão de resíduos sólidos, sob responsabilidade do Município, voltadas, entre outras, a: a) divulgar e conscientizar a sociedade quanto à forma correta de separação e destinação do resíduo sólido; b) promover campanhas permanentes de educação ambiental formal e não formal abordando os redução de resíduos, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos,incluindo informações sobre a segregação destes resíduos, importância da reutilização e reciclagem dos materiais e disposição adequada para a coleta, reforçando o papel transformacional de cada indivíduo, incluindo a redução de resíduos por meio da compostagem doméstica; c) capacitação de agentes comunitários e assistentes sociais para difundir informações sobre os resíduos sólidos. § 1º As ações e práticas educativas ambientais e de capacitação dos servidores a que se refere o inciso III deste artigo poderão ser realizados mediante convênio. § 2º Instituições públicas e privadas que promovam ações complementares às obrigatórias, em consonância com os objetivos, princípios e diretrizes desta Lei, terão prioridade na concessão de benefícios fiscais ou financeiros, por parte dos organismos de crédito e fomentos ligados ao Governo Municipal.

Capítulo IV DO SISTEMA MUNICIPAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Art. 12º O poder público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis pela efetividade das ações voltadas para assegurar a observância desta Política Municipal Resíduos Sólidos - PMRS e das diretrizes e demais determinações estabelecidas nesta Lei e em seu regulamento. Parágrafo único. Consideram-se serviços públicos de manejo de resíduos sólidos as atividades de coleta e transbordo, transporte, triagem para fins de reutilização ou reciclagem, tratamento, inclusive por compostagem, e disposição dos: I - Resíduos domiciliares; II - resíduo originário de estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços e industriais, em qualidade similar às dos resíduos domiciliares, e com gerador inferior a 120 litros/dia ou 30 quilogramas/dia; III - resíduos originários dos serviços públicos de limpeza pública urbana; IV - resíduos de serviços de saúde pública.

Art. 13º São considerados Grandes Geradores, para fins desta Lei, os proprietários, possuidores ou titulares de estabelecimentos públicos, institucionais, de prestação de serviços, comerciais e industriais, terminais rodoviários e aeroportuários, entre outros, exceto residenciais, cujo volume de resíduos sólidos gerados é superior a 120 litros/dia ou 30 quilos/dia. § 1º A disponibilização adequada para coleta seletiva compreende o acondicionamento de forma diferenciada entre os resíduos secos recicláveis e os resíduos úmidos, conforme regulamento. § 2º No momento da implantação gradativa do serviço público de coleta seletiva via modalidade de aporte voluntário, os domicílios em geral, os condomínios residenciais verticais e horizontais e os estabelecimentos

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comerciais e prestadores de serviço com geração inferior a 120 l/dia ou 30 kg/dia, deverão segregar os resíduos sólidos secos recicláveis dos úmidos, orgânicos e rejeitos, disponibilizando os sacos para coleta seletiva pública na modalidade implantada, com destinação exclusiva às cooperativas e associações de catadores, e os úmidos para a coleta domiciliar convencional, com destinação ao aterro sanitário.

Art. 14º Cabe ao poder público municipal atuar, subsidiariamente, com vistas a minimizar ou cessar o dano, logo que tome conhecimento de evento lesivo ao meio ambiente ou à saúde pública relacionada ao gerenciamento de resíduos sólidos. Parágrafo único. Os responsáveis pelo dano ressarcirão integralmente o poder público pelos gastos decorrentes das ações empreendidas na forma do caput.

Art. 15º Os órgãos públicos da administração municipal, estadual e federal, e demais estabelecimentos públicos de geração de resíduos sólidos especiais que forem caracterizados como grandes geradores, deverão implantar, em cada uma de suas instalações e, principalmente, nas destinadas à realização de grandes eventos, procedimentos de coleta seletiva dos resíduos de características domiciliares gerados em suas atividades, observando dispositivos legais vigentes, destinando os resíduos secos recicláveis às cooperativas e associações de catadores locais. § 1º Os órgãos públicos e demais estabelecimentos referidos no caput deste artigo deverão indicar, do seu quadro efetivo, em cada uma de suas instalações, os funcionários responsáveis pela eficiência do procedimento de coleta seletiva. § 2º Os materiais recicláveis segregados e coletados serão destinados preferencialmente às Cooperativas ou Associações de catadores existentes na região de abrangência do CISVALE, mediante comprovação atestada pela receptora. § 3º Os órgãos públicos e demais estabelecimentos públicos com geração de resíduos inferior a 120 l/dia ou 30kg/dia serão atendidos pelos serviços públicos de coleta seletiva. § 4º O Município fica obrigado a desenvolver atividades curriculares para proporcionar o reaproveitamento de resíduos sólidos.

Art. 16º Ficam os condomínios não residenciais e mistos instalados neste Município, com geração de resíduos superior a 120 l/dia ou 30kg/dia, conforme disposto no artigo 13, que são considerados grandes geradores nos termos desta Lei, obrigados a proceder à seleção prévia dos resíduos sólidos especiais por eles gerados, separando os resíduos secos recicláveis dos resíduos úmidos, orgânicos e rejeitos. § 1º Os condomínios mencionados no caput deverão dispor de área coberta proporcional e adequada para disposição dos resíduos secos recicláveis, e não recicláveis, de forma visível e com inscrição que identifique o tipo de resíduos, sendo o abrigo localizado no próprio lote em que esteja a edificação, conforme legislação municipal própria. § 2º A exigência de que trata o § 1º deste artigo fica estabelecida para os novos condomínios a serem implantados a partir da vigência desta Lei como condição para obtenção da Certidão de Baixa e Habite-se de qualquer edificação no Município, sendo que os instalados anteriores a esta Lei, deverão proceder à adequação

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de seus espaços para o acondicionamento e armazenamento dos resíduos secos recicláveis a fim de facilitar a sua coleta, dentro da vigência de legislação específica. § 3º No momento da implantação do serviço público de coleta seletiva, os condomínios não residenciais e mistos com geração de resíduos inferior a 120 l/dia ou 30 kg/dia serão atendidos pelos serviços públicos de coleta seletiva em modalidade de PEVs quanto aos resíduos secos recicláveis, e de coleta domiciliar quanto aos úmidos e rejeitos. § 4º Os materiais recicláveis segregados e coletados serão preferencialmente destinados às Cooperativas ou Associações de catadores existentes nos Municípios de Candelária, Passo do Sobrado, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Vale Verde, Venâncio Aires e Vera Cruz, mediante comprovação atestada pela receptora.

Art. 17º Estão sujeitos à elaboração de Plano Específico de Gerenciamento de Resíduos Sólidos os grandes geradores aqueles descritos nos incisos I a V, do art.20 da Lei nº 12.305, de 2010, observada a obrigatoriedade de: I - segregação de resíduos orgânicos gerados, especialmente em estabelecimentos como mercados, frutarias, restaurantes e similares; II - separação e destinação adequada do óleo vegetal gerado em estabelecimentos privados; III - implantar estrutura e equipamentos apropriados, desde que tecnicamente necessários, para triagem e acondicionamento dos resíduos no interior de suas dependências em locais que facilitem o seu armazenamento, triagem e remoção, de forma a não contaminar os resíduos secos recicláveis, atendendo às características do material a ser depositado, nos termos da legislação em vigor. § 1º Os Planos Específicos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) devem ser submetidos à aprovação dos órgãos municipais competentes, constituindo-se numa das condicionantes a expedição e/ou renovação da licença de localização e do alvará de funcionamento. § 2º Para atendimento do inciso III deste artigo, o grande gerador poderá contratar empresa licenciada, cooperativas ou associações de catadores. § 3º Os resíduos secos recicláveis segregados poderão ser coletados a critério do gerador, pelo serviço público de coleta seletiva, por empresa privada devidamente cadastrada/licenciada para a atividade, bem como, pelas cooperativas e associações de catadores, devidamente licenciados. § 4º Os resíduos secos recicláveis segregados e coletados serão destinados preferencialmente às Cooperativas ou Associações de catadores existentes nos Municípios de Candelária, Passo do Sobrado, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Vale Verde, Venâncio Aires e Vera Cruz, mediante comprovação atestada pela receptora, exceto nos casos onde os grandes geradores realizarem o reaproveitamento ou a venda direta dos seus resíduos secos recicláveis.

Art. 18º Os resíduos da construção civil, provenientes das construções, reformas, reparos e demolições de obras da construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis e volumosos, são regidos por legislação municipal específica, devendo ser observado o caráter não exclusivo da prestação do serviço de coleta, triagem, tratamento e destinação final destes resíduos.

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Art. 19º O Município, na gestão dos resíduos sólidos, deverá, além das obrigações previstas na Lei nº 12.305, de 2010: I - realizar a segregação de resíduos orgânicos úmidos e secos em todos os órgãos municipais; II - implantar e manter sistema de informações para gestão de resíduos sólidos, contemplando em banco de dados de resíduos coletados e destinados pela Prefeitura, cooperativas e grandes geradores; III - implantar e manter sistema de informações para gestão de resíduos recicláveis, contemplando em banco de dados os resíduos coletados e destinados pelas cooperativas e que farão parte do sistema de venda deste material; IV - implantar gradualmente a coleta seletiva no território municipal, dentro das metas do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos; V - promover a inclusão de catadores e reestruturação das cooperativas; VI - fiscalizar a destinação dos resíduos especiais e perigosos gerados em estabelecimento privado e aplicar as sanções previstas na Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e regulamentos; VII - promover, direta ou indiretamente, a coleta, tratamento e destinação de Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) gerados em unidades públicas de saúde e monitorar o acondicionamento adequado destes resíduos; VIII - fiscalizar os proprietários de terrenos particulares que não realizem a limpeza dos seus imóveis; IX - fomentar e assessorar a organização de triadores de resíduos em forma e cooperativa ou de associação.

Art. 20º O proprietário ou o responsável legal de terreno não edificado ou não utilizado, com frente para logradouros públicos, é obrigado a: I - mantê-lo capinado ou roçado, drenado e limpo; II - guardá-lo e fiscalizá-lo de modo a impedir que ele seja utilizado para deposição e queima de resíduos sólidos de qualquer natureza. § 1º A capina prevista no inciso I do caput deste artigo somente será permitida nas hipóteses previstas no regulamento desta lei. § 2º Para os fins desta lei, terrenos não edificados são aqueles em que não se encontram edificações concluídas ou em que não é exercida uma atividade, e terrenos não utilizados são aqueles em que não é exercida nenhuma atividade, embora possam conter edificações demolidas, semidemolidas, abandonadas ou obras desativadas.

Art. 21º O Poder Público, verificado o descumprimento dos incisos I e II, do art. 20, seguirá cumprimento de legislação específica.

Capítulo VI DA RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA

Art. 22º É instituída a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, consoante as atribuições e procedimentos previstos neste Capítulo. Parágrafo único. A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos tem por objetivo:

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I - compatibilizar interesses entre os agentes econômicos e sociais processos de gestão empresarial e mercadológica com os de gestão ambiental, desenvolvendo estratégias sustentáveis; II - promover o aproveitamento de resíduos sólidos, direcionando-os para a sua cadeia produtiva ou para outras cadeias produtivas; III - reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de materiais, a poluição e os danos ambientais; IV - incentivar a utilização de insumos de menor agressividade ao meio ambiente e de maior sustentabilidade; V - estimular o desenvolvimento de mercado, a produção e o consumo de produtos derivados de materiais reciclados e recicláveis.

Art. 23º Sem prejuízo das obrigações estabelecidas no Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e com vistas a fortalecer a responsabilidade compartilhada e seus objetivos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes têm responsabilidade que abrange: I - investimento no desenvolvimento, na fabricação e na colocação no mercado de produtos: a) que sejam aptos, após o uso pelo consumidor, à reutilização, à reciclagem ou a outra forma de destinação ambientalmente adequada; b) cuja fabricação e uso gerem a menor quantidade de resíduos sólidos possível. II - divulgação de informações relativas às formas de evitar, reciclar e eliminar os resíduos sólidos associados a seus respectivos produtos; III - recolhimento dos produtos e dos resíduos remanescentes após o uso, assim como sua subsequente destinação final ambientalmente adequada, no caso de produtos objeto de sistema de logística reversa; IV - compromisso de, quando firmados acordos ou termos de compromisso com o Município, participar das ações previstas no Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e no Plano Estratégico Regional proposto pelo CISVALE, no caso de produtos ainda não inclusos no sistema de logística reversa.

Art. 24º As embalagens devem ser fabricadas com materiais que propiciem a reutilização ou a reciclagem. § 1º Cabe aos respectivos responsáveis assegurar que as embalagens sejam: I - restritas em volume e peso às dimensões requeridas à proteção do conteúdo e à comercialização do produto; II - projetadas de forma a serem reutilizadas de maneira tecnicamente viável e compatível com as exigências aplicáveis ao produto que contêm; III - recicladas, se a reutilização não for possível. § 2º O regulamento disporá sobre os casos em que, por razões de ordem técnica ou econômica, não seja viável a aplicação do disposto no caput. § 3º É responsável pelo atendimento do disposto neste artigo todo aquele que: I - manufatura embalagens ou fornece materiais para a fabricação de embalagens; II - coloca em circulação embalagens, materiais para a fabricação de embalagens ou produtos embalados, em qualquer fase da cadeia de comércio.

Art. 25º São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, observadas as leis municipais próprias para cada tipo de resíduo, de

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forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso; II - pilhas e baterias; III - pneus; IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes; VII - embalagens de medicamentos e medicamentos usados ou vencidos. Parágrafo único. Na forma do disposto no § 1º, da Lei nº 12.305, de 2010, ou de acordo com lei municipal, os sistemas de logística reversa serão estendidos a produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro e aos demais produtos e embalagens.

Capítulo VII DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO DE COLETA SELETIVA

Art. 26º O serviço público de coleta seletiva de resíduos recicláveis será operacionalizado pelo Poder Público municipal e os resíduos secos recicláveis encaminhados, exclusivamente, aos segmentos organizados de catadores para triagem, classificação, beneficiamento e comercialização, com o apoio do órgão municipal de prestação de serviços urbanos, considerando os seguintes princípios: I - priorização das ações geradoras de ocupação e renda; II - compromisso com ações alteradoras do comportamento dos munícipes perante os resíduos que geram; III - incentivo à solidariedade dos munícipes e suas instituições sociais com a ação de cooperativas ou associações de coleta seletiva; IV - reconhecimento das cooperativas e associações autogestionárias como agentes ambientais da limpeza urbana; V - desenvolvimento de ações de inclusão e apoio social para a população menos favorecida que possa ser integrada ao programa, constituindo a cadeia produtiva da reciclagem. § 1º Os geradores de resíduos domiciliares ou assemelhados são os responsáveis pelos resíduos de suas atividades e pelo atendimento das diretrizes do serviço público de coleta seletiva de resíduos recicláveis. § 2º O Município desenvolverá ações de incentivo às cooperativas de catadores de material reciclável, observados os princípios deste artigo.

Art. 27º As cooperativas e associações autogestionárias de catadores organizados e com todos os diplomas legais vigentes, são reconhecidas como prestadores de serviço ambiental para o município e região, tendo os seguintes reconhecimentos de acordo com a origem dos resíduos: § 1º Tem prioridade na destinação de materiais recicláveis secos por parte dos Grandes Geradores; § 2º Tem exclusividade na destinação de materiais recicláveis secos coletados pelo poder público municipal por meio de seu esquema de coleta seletiva, recebendo da Prefeitura valor equivalente à metade do dispendido

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pela destinação final de rejeitos (taxa do aterro sanitário) pelo volume destes resíduos que triar, classificar, prensar e comprovadamente comercializar; § 3º O controle de volumes para a remuneração pela prestação de serviços por parte das cooperativas e associações autogestionárias de catadores organizados e com todos os diplomas legais vigentes, disposta nos § 2º e § 3º, é realizado via banco de dados de resíduos da Prefeitura, que controla os volumes e fluxos de resíduos dos grandes geradores e da coleta municipal, combinado com a apresentação das notas fiscais de comercialização dos materiais recicláveis; § 4º A fonte orçamentária para a remuneração pela prestação de serviços por parte das cooperativas e associações autogestionárias de catadores organizados e com todos os diplomas legais vigentes, disposta nos § 2º e § 3º, é a mesma que para a remuneração pela disposição final de rejeitos em aterro sanitário, atualmente fonte zero - orçamento público municipal, contratação de serviços de terceiros.

Art. 28º O Poder Público ao implementar a coleta seletiva deverá destinar o resíduo reciclável às cooperativas e associações, cuja forma de distribuição às entidades será regulamentada por ato do poder executivo.

Art. 29º É de responsabilidade da administração municipal a implantação e manutenção da rede de PEV`s, em número e localização adequados ao atendimento no município, considerando o estabelecido nas metas do PMGIRS e do PER. § 1º A rede de pontos de entrega de pequenos volumes (PEV) e os ecopontos necessários ao serviço de coleta seletiva deverão obedecer à legislação ambiental, à de uso, ocupação e urbanização do solo, além das normas e recomendações técnicas pertinentes, podendo ser estabelecida pela administração municipal em áreas e instalações: I - públicas; II - cedidas por terceiros; III - locadas entre os imóveis disponíveis no município. § 2º A administração municipal poderá fornecer às cooperativas ou associações de catadores materiais, panfletos informativos e sacos para o acondicionamento de resíduos secos, para o desenvolvimento contínuo dos programas de informação ambiental dirigidos aos munícipes.

Art. 30º Cabe à administração municipal a implantação gradual do serviço público de coleta seletiva via modalidade de entrega voluntária, atendendo as metas estabelecidas no Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

Art. 31º É responsabilidade da administração municipal o desenvolvimento de ações inibidoras de práticas não admitidas como: I - armazenamento de resíduos em domicílios, com finalidade comercial, que causem qualquer tipo de poluição, prejuízo à saúde ambiental ou que propiciem a multiplicação de vetores ou outros animais nocivos à saúde humana; II - Aplicação de sanções frente ao descumprimento desta Lei.

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Art. 32º As ações das cooperativas ou associações de coleta seletiva serão apoiadas pelo conjunto dos órgãos da administração pública municipal, mediante a inclusão dos catadores informais não organizados nos grupos de informação ambiental e nos trabalhos de educação ambiental desenvolvidos. § 1º A administração municipal estabelecerá mecanismos de cadastramento das atividades de catação autônoma, desde que realizadas de forma adequada, não ferindo o disposto no artigo 31; § 2º A administração municipal poderá bonificar o catador autônomo, à sua discrição, desde que cadastrado, pelos volumes de resíduo seco coletado e comprovadamente encaminhados à reciclagem. § 3º A administração municipal deverá fomentar a organização dos catadores autônomos em cooperativas ou associações.

Art. 33º As cooperativas ou associações de catadores estarão obrigadas a orientar seus cooperados ou associados quanto à proibição de: I - uso de procedimentos destrutivos das instalações e equipamentos de galpões de triagem; II - lançar nas vias públicas panfletos ou outros impressos de informativos ambientais.

Capítulo VIII DO PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Art. 34º O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é o instrumento de implementação da Política Municipal de Resíduos Sólidos e visa a integrar e orientar as ações dos agentes públicos e privados na adoção de medidas indispensáveis à promoção da universalização dos serviços de coleta e destinação de resíduos sólidos e garantia de salubridade ambiental, tendo como conteúdo mínimo: I - diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo território, contendo a origem, o volume, a caracterização dos resíduos e as formas de destinação e disposição final adotadas, apontando as causas das deficiências detectadas; II - objetivos e metas de imediato, curto, médio e longo prazo para a universalização, soluções graduais e progressivas para o alcance de níveis crescente de coleta, separação e destinação de resíduos sólidos no Município, observando a compatibilidade com os demais planos e políticas públicas do Município, da Região, do Estado e da União; III - proposição de programas, projetos, ações e iniciativas necessárias para atingir os objetivos e metas da Política Municipal de Resíduos Sólidos, com identificação das respectivas fontes de financiamento; IV - diretrizes e orientações para o equacionamento das condicionantes de natureza político-institucional, legal e jurídica, econômico-financeira, administrativa, cultural e tecnológica com impacto na consecução das metas e objetivos estabelecidos; V - identificação de áreas favoráveis na região para disposição final ambientalmente adequada de rejeitos, observado o plano diretor de que trata o § 1º, do art.182, da Constituição Federal e o zoneamento indicado pelo CISVALE; VI - identificação das possibilidades de implantação de soluções consorciadas a partir do CISVALE ou compartilhadas com outros Municípios, considerando, nos critérios de economia de escala, a proximidade dos locais estabelecidos e as formas de prevenção dos riscos ambientais;

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VII - identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos a plano específico de gerenciamento ou a sistema de logística reversa na forma do observadas as disposições desta Lei e de seu regulamento, bem como as normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e do SNVS; VIII - procedimentos operacionais e especificações mínimas a serem adotados nos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, incluída a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e observada a Lei Federal nº 11.445, de 2007, e Lei Federal nº 12.305 de 2010. IX - definição das responsabilidades quanto à sua implementação e operacionalização, incluídas as etapas do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos a cargo do poder público; X - programas e ações para a participação dos grupos interessados, em especial das cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, se houver; XI - mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda, mediante a valorização dos resíduos sólidos; XII - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito local, da implementação e operacionalização dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos e dos sistemas de logística reversa; XVI - ações preventivas e corretivas a serem praticadas, incluindo programa de monitoramento; XVII - identificação dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos, incluindo áreas contaminadas, e respectivas medidas saneadoras. Parágrafo único. O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos prevê o horizonte de atuação de 20 (vinte) anos, devendo ser promovidas as devidas revisões em prazo não superior a 04 (quatro) anos, preferencialmente em períodos coincidentes com os de vigência dos Planos Plurianuais.

Art. 35º O processo de elaboração e revisão do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos fundamenta-se na divulgação em conjunto com os estudos que o embasam, o recebimento de sugestões e críticas por meio de consulta ou audiência pública e análise e opinião por órgão colegiado. Parágrafo único. A divulgação das propostas do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e dos estudos deve ser ampla, por meio da disponibilização integral de seu teor a todos os interessados, utilizando os meios afins, como rádio, jornal e internet, seguida de debates por meio de consultas ou audiências públicas.

Capítulo IX DO CONSELHO GESTOR DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Art. 36º Vincula-se ao Conselho Municipal de Meio Ambiente a atribuição de órgão colegiado deliberativo, regulador e fiscalizador, de nível estratégico superior dos instrumentos do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde.

Art. 37º Compete ao órgão colegiado deliberativo, regulador e fiscalizador do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos: I - auxiliar na formulação, planificação e execução da Política Municipal de Resíduos Sólidos, definir estratégias e prioridades, acompanhar e avaliar a sua execução;

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II - opinar e dar parecer sobre projetos de leis que estejam relacionados à Política Municipal de Resíduos Sólidos, assim como convênios; III - decidir sobre propostas de alteração da Política Municipal de Resíduos Sólidos; IV - estabelecer metas e ações relativas à cobertura e otimização dos serviços de resíduos sólidos; V - propor a convocação e estruturar a comissão organizadora de audiências públicas e seminários relacionados aos resíduos sólidos de responsabilidade do Município; VI - manifestar-se quanto às tarifas, taxas e preços, ou qualquer assunto voltados direta para resíduos sólidos; VII - deliberar sobre a criação e aplicação de fundos de reservas e especiais; VIII - examinar propostas e denúncias e responder a consultas sobre assuntos pertinentes a ações e serviços de coleta e destinação de resíduos sólidos; IX - elaborar e aprovar itens e rotinas vinculadas à Política Municipal de Resíduos Sólidos dentro do seu Regimento Interno.

Capítulo X DO CONTROLE SOCIAL

Art. 38º As atividades de planejamento, regulação e prestação dos serviços de coleta e destinação de resíduos sólidos poderão estar sujeitas ao controle social. § 1º O controle social dos serviços públicos de coleta e destinação de resíduos sólidos será exercido mediante adoção, entre outros, de um dos seguintes mecanismos: I - debates e audiências públicas; II - consultas públicas; e III - participação em órgãos colegiados de caráter consultivo na formulação da política municipal de resíduos sólidos, no seu planejamento e avaliação e representação no organismo de regulação e fiscalização. § 2º As audiências públicas mencionadas no inciso I, do § 1º, devem ser realizar de modo a possibilitar a maior participação popular possível. § 3º As consultas públicas devem ser promovidas de forma a possibilitar que qualquer pessoa, independentemente de interesse, tenha acesso às propostas e aos estudos e possa se manifesta por meio de críticas e sugestões às propostas do Poder Público, devendo tais manifestações serem adequadamente respondidas.

Art. 39º São assegurados aos usuários de serviços públicos de coleta e destinação de resíduos sólidos: I - o conhecimento dos seus direitos e deveres e das penalidades a que podem estar sujeitos, no termos desta Lei, do seu regulamento e demais normas aplicáveis; II - o acesso: a) a informação de interesse individual ou coletivo sobre os serviços prestados; b) aos regulamentos e manuais técnicos de prestação dos serviços elaborados ou aprovados pelo organismo regulador; e c) a documento regulares de monitoramento e avaliação da prestação dos serviços editados pelo organismo regulador e fiscalizador.

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Capítulo XI DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES

Art. 40º Compete ao Município a fiscalização do atendimento aos contratos estabelecidos no âmbito desta Lei.

Art. 41º São infrações de limpeza urbana a ação ou a omissão das pessoas físicas ou jurídicas que caracterizem inobservância aos preceitos desta lei e deverão ser fiscalizadas pela Secretaria de Meio Ambiente do Município. § 1º O rol de infrações está previsto nos Códigos Municipais de Meio Ambiente e Códigos Tributários Municipais e deverá ser respeitado e cobrado pelas prerrogativas desta Lei. § 2º Prevê-se notificação para limpeza pelo Município, cobrança de preço para ressarcimento do Município pelo serviço prestado, o qual poderá ser exigido no mesmo momento do IPTU, inclusão em dívida ativa. § 3º Responderá pela infração quem, de qualquer modo, cometê-la, concorrer para a sua prática ou dela se beneficiar.

Capítulo XII DA REGULAÇÃO, NORMATIZAÇÃO, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO

Art. 42º O exercício da função de regulação atenderá aos seguintes princípios: I - independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária e financeira da entidade reguladora; II - transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões.

Art. 43º Em caso de gestão associada ou prestação regionalizada dos serviços, o Município adotará os mesmos critérios econômicos, sociais e técnicos da regulação em toda a área de abrangência das associações ou da prestação.

Art. 44º Os prestadores de serviços públicos deverão fornecer à entidade reguladora todos os dados e informações necessárias para o desempenho de suas atividades. Parágrafo único. Incluem-se os dados e informações a que se refere o caput deste artigo aquelas produzidas por empresas ou profissionais contratados para executar serviços ou fornecer materiais e equipamentos específicos.

Art. 45º Incumbe à entidade reguladora e fiscalizadora dos serviços a verificação do cumprimento do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos por parte dos prestadores de serviços, na forma das disposições legais, regulamentares e contratuais.

Art. 46º Incumbe à entidade reguladora e fiscalizadora dos serviços a fiscalização quanto ao cumprimento e adequação dos Planos Específicos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS por parte dos geradores de

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resíduo originário de atividades comerciais, industriais e de serviço, em qualidade similar às dos resíduos domésticos e em quantidade superior a 120L/dia ou 30kg/dia. Parágrafo único. Incluem-se nos serviços de fiscalização a emissão de advertências, contendo exigência de adequações aos PGRS, e emissões e execução de multas pelo não cumprimento.

Capítulo XIII DA COBRANÇA ADEQUADA DOS SERVIÇOS

Art. 47 A arrecadação da taxa de serviço de coleta de lixo poderá ser efetuada via concessionário do serviço de água e esgoto, mediante a convênio específico, ou diretamente pelo poder público municipal via IPTU ou aplicação de taxa específica.

Art. 48 A taxa de Coleta de Lixo será lançada com base nos valores constantes da Tabela de Cobrança, conforme código municipal, em função da classe do gerador de lixo, da categoria e do número de economias de uso do imóvel.

Art. 49 O critério para determinar o enquadramento da classe do gerador de lixo a ser aplicado deverá levar em conta medidas variáveis pelo porte da economia: Sendo cobrado pela concessionária de água e esgoto pelo consumo de água e esgoto; Sendo uma taxa embutida no IPTU pela área construída ou conforme alíquota do IPTU e Sendo uma taxa específica, buscar pela cobrança pay-as-you-throw – pague pelo que você joga, sendo a taxa de lixo equivalente a produção desse. Art. 50 Quando houver mudança de categoria cadastral ou aumentar/diminuir o número de economias do seu imóvel, o mesmo será reclassificado no mesmo exercício fiscal.

Art. 51. O valor a ser cobrado tem como referência a categoria do imóvel (residencial, comercial/industrial/utilidade pública ou mistas), o consumo de água/esgoto e ou número de economias cadastradas/contidas na matrícula, a área construída ou o potencial de lixo recolhido.

Art. 52. O pagamento da Taxa de Coleta de Lixo poderá ser efetuado das seguintes formas: I- Em parcela única ou parceladamente, que serão cobrados do gerador de lixo juntamente com a cobrança do IPTU (Imposto sobre a Propriedade Territorial e Predial Urbana) do exercício; II- Exclusivamente em parcela única, através de documento próprio a ser emitido pela Prefeitura, a qual terá seu vencimento com o primeiro ou vencimento em parcela única do IPTU (Imposto sobre a Propriedade Territorial e Predial Urbana) do exercício; III- Através de lançamento automático na conta de água/esgoto da Concessionária de Água e Esgoto em até 12 (doze) parcelas iguais e sucessivas.

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Art. 53. Em caso de inadimplemento da Taxa de Coleta de Lixo arrecadado pela Concessionária ou pelo Município, será aplicado multa, juros e atualização monetária, de acordo com a legislação vigente, devidos em razão de atraso.

Art. 54. O contribuinte que não desejar pagar a taxa de lixo mensalmente através da cobrança realizada pela Concessionária deverá protocolizar requerimento junto à Prefeitura Municipal até o último dia útil do mês de janeiro de cada exercício, solicitando sua exclusão, caso em que poderá proceder a quitação da taxa anual na forma prevista nos itens “I” ou “II” do Artigo 12 desta Lei.

§ 1º A Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Finanças, deverá comunicar à Concessionária a exclusão do contribuinte da cobrança da Taxa de Coleta de Lixo junto com a conta de água/esgoto.

Art. 55. Casos específicos e pontuais, como os contribuintes de alto consumo de água, sem geração proporcional de lixo, deverão ser analisados pela Secretaria Municipal de Finanças, que poderá aplicar taxas adequadas e proporcionais, independentemente das tabelas estipuladas.

Capítulo XIV DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAIS

Art. 56º O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do CISVALE com vigência entre 2019-2039 é aquele apresentado como documento base para análise e integra a presente Lei.

Art. 57º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a partir da sua promulgação.

Art. 58º As despesas decorrentes da execução da presente Lei correrão por conta das dotações próprias consignadas no orçamento vigente e constituintes do Fundo Municipal de Resíduos Sólidos, suplementadas se necessário.

Art. 59º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se disposições em contrário.

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