2.2 Território
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REVISÃO DO PDM DE FERREIRA DO ALENTEJO ENQUADRAMENTO TERRITORIAL ABRIL 2010 2.2.1 ÁREAS TERRITORIAIS NUT’S 3: BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL 2.2.1.1 BAIXO ALENTEJO 2.2.1.2 ALENTEJO LITORAL 2.2.2 GEOTECNIA 2.2.3 SOLOS 2.2.3.1 LITOLOGIA 2.2.3.2 CAPACIDADE DE USO 2.2.4 RECURSOS HÍDRICOS 2.2.4.1 SISTEMA HIDROGRÁFICO 2.2.4.2 RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS 2.2.4.3 RECURSOS HÍDRICOS ARTIFICIAIS: PLANO DE REGA DO ALENTEJO 2.2.5 SISTEMAS ECOLÓGICOS 2.2.6 PAISAGEM 2.2 TERRITÓRIO REVISÃO DO PDM 2. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL DE FERREIRA DO ALENTEJO 2.2 TERRITÓRIO ABRIL 2010 2.2 TERRITÓRIO 2.2.1 ÁREAS TERRITORIAIS NUT’S 3: BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL Combinando uma vocação agrícola (olivais e pomares) e florestal (pinheiros bravos e eucaliptos) com uma tradição industrial expressiva ao longo do Rio Sado, a que se acrescenta o turismo e as reservas de água e de produção de energia, o Concelho de Ferreira do Alentejo coloca-se numa posição central entre as sub-regiões.(NUTs 3) do Baixo Alentejo, a que pertence, e do Alentejo Litoral, com que confina. Fig 2.2.1 - Área Territorial de Referência: Baixo Alentejo e Alentejo Litoral 2.2.1 REVISÃO DO PDM 2. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL DE FERREIRA DO ALENTEJO 2.2 TERRITÓRIO 2.2.1.1 BAIXO ALENTEJO O Baixo Alentejo corresponde à metade sul da planície alentejana, ocupando uma área de 8 542,7 km², a maior ao nível nacional, tendo como limites, a norte o Distrito de Évora, a leste Espanha, a sul o Distrito de Faro e a oeste o Distrito de Setúbal e abrangendo 13 Concelhos - Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Barrancos, Beja, Castro Verde, Cuba, Ferreira do Alentejo, Mértola, Moura, Ourique, Serpa e Vidigueira. Embora possuindo uma grande coerência territorial, há muito estabilizada, os limites do Baixo Alentejo são difíceis de descortinar a Norte, pois decorrem essencialmente da relação que o povoamento humano foi estabelecendo com o território - as fronteiras com o Alto Alentejo mais do que físicas, são humanas e comportamentais e, sobretudo, são políticas e administrativas, resultante da divisão do Alentejo histórico em distritos, nomeadamente o de Beja, praticamente coincidente com o Baixo Alentejo. A região do Baixo Alentejo “tem como unidade morfológica natural predominante a Peneplanície Alentejana, que se caracteriza por uma extensa superfície de aplanamento, por vezes muito perfeita, a ponto de melhor lhe caber o nome de planície, outras vezes com suaves ondulações, situando-se os valores dos declives maioritariamente entre os 0 e os 5%”1. A Poente, as serras de Grândola e do Cercal constituem barreiras físicas cuja, outrora, difícil transposição permite compreender a diferenciação territorial entre o Baixo Alentejo e o Alentejo Litoral, sendo este, na sua faixa costeira, mais “algarvio”, por força de migrações populacionais associadas à pesca. A sul, as serras algarvias (Serra de Monchique, Serra do Caldeirão e Serra de Espinhaço de Cão) são as áreas mais acidentadas e de maior altitude que ajudam a separar fisicamente dois territórios, o Alentejo e o Algarve que historicamente foram sempre diferenciados. 2.2.1.2 ALENTEJO LITORAL O Alentejo Litoral, com que Ferreira do Alentejo confina a Poente e com o qual mantem relações, constituiu, sempre, uma sub-região especial no contexto alentejano. 1 Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Alentejo (PROF BA) 2.2.2 REVISÃO DO PDM 2. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL DE FERREIRA DO ALENTEJO 2.2 TERRITÓRIO Dotada de recursos naturais notáveis e com uma extensa costa atlantica, apresenta uma localização geoestratégica excelente, entre a Área Metropolitana de Lisboa e o Algarve, compreendendo 5 concelhos: Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines (do distrito de Setúbal) e Odemira (do distrito de Beja). A paisagem, clima ou a influencia do atlântico marcam a litoralidade desta Sub-região, reforçada pela separação física provocada pelo sistema montanhoso das serras de Grândola e do Cercal, contribuindo para uma maior autonomização do Alentejo Litoral e a formação de uma identidade mais forte. Por outro lado, com excepção de Odemira, os Concelhos do Alentejo Litoral foram integrados no Distrito de Setubal, o que gerou relações de dependência e aproximação para Norte, que reforçou aquela identidade e algum afastamento do resto do Alentejo. Na década de setenta do Século passado, o lançamento do complexo industrial e portuário de Sines, provocou uma significativa alteração estrutural no Território alentejano, com a constituição de uma nova centralidade urbana e económica no triangulo Sines - Santiago do Cacem – S. André. 2.2.2 GEOTECNIA Do ponto de vista geológico, a região de enquadramento de Ferreira do Alentejo divide-se (fig. 2.2.2) entre - Zona da Ossa Morena: No limite norte, os terrenos desta zona cavalgam os da zona centro--ibérica e estendem-se para sul, sendo limitados no território português pelo cavalgamento de Ferreira do Alentejo-Ficalho, continuando-se por Espanha até Cazala da Serra e vale do Guadalquivir. Abundam os materiais pré-câmbricos e câmbricos que apresentam materiais vulcânicos e plutónicos. A idade destas rochas é da ordem dos 460 a 500 M.a., isto é, do Ordovícico. - Zona Sul Portuguesa: Localizado a sul da zona de Ossa--Morena e caracteriza-se pelo afloramento de materiais relativamente jovens {Devónico e Carbonífero), que em alguns casos estão afectados por um metamorfismo de baixo grau. As rochas mais abundantes nesta zona são sedimentares, às quais se encontram associados importantes jazigos minerais (Faixa Piritosa Ibérica) que têm sido explorados desde a Antiguidade. 2.2.3 REVISÃO DO PDM 2. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL DE FERREIRA DO ALENTEJO 2.2 TERRITÓRIO - Zona Orla Ocidental - essencialmente constituída por materiais sedimentares mesocenozói-cos, sobretudo calcários, argilas, arenitos, etc, com algumas intrusões magmáticas e escoadas lávicas. Ao nível das bacias do Tejo e do Sado encontram-se depósitos de cobertura de idade mais recente. Ferreira do Alentejo reparte-se entre a Zona da Ossa Morena e a Zona Sul Portuguesa,sendo o acidente geológico mais notável o calvagamento Ferreira do Alentejo - Ficalho Fig 2.2.2 – Carta Geológica Resumo A título meramente informativo para compreensão do enquadramento regional, já que no Volume 3, Caracterização e Diagnóstico procede-se a uma análise mais detalhada das componentes geológicas e hidrogeológicas de Ferreira do Alentejo, apresenta-se um extracto da Carta Geológica de Portugal (fig.s 2.2.3) 2.2.4 REVISÃO DO PDM 2. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL DE FERREIRA DO ALENTEJO 2.2 TERRITÓRIO Fig 2.2.3 – Carta Geológica 2.2.3 SOLOS 2.2.3.1 LITOLOGIA A Carta Litológica do Atlas do Ambiente do Instituto do Ambiente (fig.2.2.4) considerou, com base no tratamento da informação existente, dois parâmetros relativos à rocha-mãe - o pH e a dureza - do que resultou a definição de cinco unidades litológicas – rochas ácidas brandas, rochas ácidas duras, rochas básicas duras e rochas de dureza e acidez variada 2.2.5 REVISÃO DO PDM 2. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL DE FERREIRA DO ALENTEJO 2.2 TERRITÓRIO A Carta Litológica, a par da Carta Geológica e da componente hidrogeológica, no que será analizado com maior detalhe no Relatório 3, Caracterização e Diagnóstico, permite verificar a singularidade do subsolo de Ferreira do Alentejo no contexto do Baixo Alentejo, cuja análise mais detalhada é remetida para o Relatório 3, de caracterização e Diagnóstico. Fig 2.2.4 – Carta Litológica Fonte: Atlas do Ambiente Digital, Instituto do Ambiente 2.2.3.2 CAPACIDADE DE USO Com relevância para a agricultura, apresenta-se a distribuição da Capacidade de Uso Agrícola do Solo para o Alentejo (fig. 2.2.5), com base no Atlas do Ambiente Digital, Instituto do Ambiente, onde é percepcionável a localização priveligeada de Ferreira do Alentejo, nos chamados Barros de Beja, onde as classes A e B apresentam grande proeminencia, em contraste com a maior parte do Alentejo, onde predominam os solos pobres. 2.2.6 REVISÃO DO PDM 2. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL DE FERREIRA DO ALENTEJO 2.2 TERRITÓRIO Fig 2.2.5 – Carta de Capacidade de Uso do Solo Fonte: Atlas do Ambiente Digital, Instituto do Ambiente 2.2.4 RECURSOS HÍDRICOS A área de referência considerada, definida pelas NUTs do Baixo Alentejo e do Alentejo Litoral é dominada pelas Bacias Hidrográficas do Sado, a poente e abrangendo a totalidade do Concelho de Ferreira do Alentejo, e do Guadiana, a Nascente, ambas abrangidas por Planos de Bacia Hidrográfica (PBH do Rio Sado e PBH do Rio Guadiana). Embora integralmente abrangido pela Bacia do Rio Sado, Ferreira do Alentejo também beneficia do Rio Guadiana através do sistema de rega da Barragem do Alqueva cujo Bloco 12 cobre parte significativa do Norte do Concelho. 2.2.7 REVISÃO DO PDM 2. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL DE FERREIRA DO ALENTEJO 2.2 TERRITÓRIO 2.2.4.1 SISTEMA HIDROGRÁFICO O Plano da Bacia Hidrográfica do Sado, que constitui um dos instrumentos de referência estratégica do PDM, tem como Área de Intervenção a bacia hidrográfica do rio Sado, o estuário e as bacias costeiras que drenam directamente para o mar, excluindo a faixa litoral de 500 m, que é objecto dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira, abrangendo um 2 2 total de 8 341 km , dos quais 7 692 km correspondem propriamente à bacia hidrográfica do rio Sado. Citando o PBH do Rio Sado, refere-se que este rio “nasce na serra da Vigia, a 230 m de altitude, e desenvolve-se ao longo de 180 km até à foz, no oceano Atlântico, junto a Setúbal. Num primeiro troço, entre a nascente e a confluência com a ribeira de Odivelas, o rio corre na direcção sul-norte, flectindo depois para noroeste, direcção que segue até à sua foz.