Helen Petry NEOLOGISMOS METAFÓRICOS SOB a ÓTICA DA
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Helen Petry NEOLOGISMOS METAFÓRICOS SOB A ÓTICA DA SEMÂNTICA COGNITIVA Dissertação submetida ao Programa de Pós-graduação em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do grau de Mestre em Linguística. Orientador: Prof. Dr. Heronides Maurí- lio de Melo Moura Florianópolis 2016 Helen Petry NEOLOGISMOS METAFÓRICOS SOB A ÓTICA DA SEMÂNTICA COGNITIVA Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em Linguística, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-graduação em Linguística da Universidade Federal de Santa Catari- na. Florianópolis, 18 de maio de 2016. ________________________ Prof. Dr. Heronides Maurílio de Melo Moura Coordenador do Curso Banca Examinadora: ________________________ Prof. Dr. Heronides Maurílio de Melo Moura Orientador Universidade Federal de Santa Catarina ________________________ Profa. Dra. Mara Sophia Zanotto Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Videoconferência) ________________________ Profa. Dra. Edwiges Maria Morato Universidade Estadual de Campinas (Videoconferência) ________________________ Profa. Dra. Adja Balbino de Amorim Barbieri Durão Universidade Federal de Santa Catarina A Éverton. AGRADECIMENTOS Aos meus pais e à minha família pelo incentivo de sempre e por compreenderem a minha ausência durante a elaboração deste trabalho. Ao Éverton por ter me apoiado financeiramente e emocionalmen- te; por ter sido um atento interlocutor no processo de construção da pesquisa e até mesmo, confesso, eventual “cobaia” das minhas investi- gações linguísticas. À Márcia Barros pela ótima combinação de amizade e doação de conhecimentos metodológicos. Ao professor Heronides pela condução dedicada em que ofereceu a orientação necessária em cada etapa e a confiança para adaptar o dese- nho da pesquisa às minhas percepções. Às professoras Adja e Mara pelas importantes contribuições na qualificação do projeto. A todos os professores do Programa de Pós-graduação em Lin- guística que fizeram parte da minha formação. Aos queridos colegas da pós-graduação, especialmente à Ezra, Rafaela e Valéria, não somente por todas as vezes em que me ajudaram, como também pelas conversas, cafés, livros e parceria nos eventos. À UFSC, ao curso de Letras e à PPGLin pela oportunidade de me fazer conhecer o que é ensino público de excelência. E, ainda, à existência da Lei Estadual n. 6.745/1985, especial- mente do artigo 24, o qual dispõe sobre o direito de redução de jornada de trabalho para os servidores públicos, “sempre que essa medida se mostrar necessária no caso de funcionário estudante [...]” e ao Roger Tang Vidal por ter aceitado apoiar a minha escolha. At the heart of our quest for meaning is our need to know ourselves-who we are, how our mind works, what we can and cannot change, and what is right and wrong. It is here that cognitive sci- ence plays its crucial role in helping philosophy realize its full importance and usefulness. It does this by giving us knowledge about such things as concepts, language, reason, and feeling. Since everything we think and say and do depends on the workings of our embodied minds, cognitive science is one of our most profound resources for self-knowledge (LAKOFF; JOHNSON, 1999). Não há estrada senão na sensação. É só através de nós que caminhamos (PESSOA, 2007). RESUMO Esta pesquisa analisa o papel da metáfora em neologismos semânticos de língua portuguesa brasileira e pretende identificar a incidência dos fatores culturais e universais nessas metáforas. O corpus é formado por neologismos semânticos captados pelo Projeto BaseNeo (Universidade de São Paulo). Tomamos como a base a Teoria Cognitiva da Metáfora, a partir de Lakoff e Johnson (1980), Lakoff (1987), Lakoff e Turner (1989) e as discussões posteriores sobre universalismo, cultura e polis- semia metafórica, conforme abordagem de Dancygier e Sweetser (2014), Kövecses (2005, 2010), Bowdle e Gentner (2005), Lakoff e Johnson (1999), Grady (1997), Johnson (1997), Moura (2007, 2008) e Moura e Zanotto (2009). Consideramos a metáfora como processo mul- tidimensional, em que operam simultaneamente fatores conceptuais, linguísticos, neuro-corporais e socioculturais (KÖVECSES, 2005), ad- mitindo a variação cultural e a existência de conceitos cognitivos poten- cialmente universais. Sem deixar de considerar os múltiplos aspectos que compõem a metáfora, classificamos os dados em três tipos: metáfo- ras imagéticas, conceptuais e culturais. A produtividade neológica mos- trou-se alinhada à produtividade cultural da metáfora e constatamos que a complexidade do conceito está relacionada à incidência do aspecto cultural, fornecendo indícios da relevância do componente, ao menos para os neologismos metafóricos, em contraponto ao aspecto universa- lista, eis que, em consonância com Kövecses (2005), as metáforas mais estáveis em uma língua são aquelas de caráter mais universal e as metá- foras mais propensas a mudanças são aquelas com maior incidência do fator cultural. Palavras-chave: Neologismo. Metáfora. Cognição. Cultura. ABSTRACT This research analyzes the role of metaphor in semantic extensions of Brazilian Portuguese words and aims to identify the impact of cultural and universal factors in such metaphors. The corpus consists of seman- tics neologisms captured by BaseNeo Project (University of São Paulo). We take as basis the Cognitive Theory of Metaphor from Lakoff and Johnson (1980), Lakoff (1987), Lakoff and Turner (1989) and subse- quent discussions about universalism, culture and metaphoric polysemy as undertaken by Dancygier and Sweetser (2014), Kövecses (2005, 2010), Bowdle and Gentner (2005), Lakoff and Johnson (1999), Grady (1997), Johnson (1997), Moura (2007, 2008) and Moura and Zanotto (2009) approach. We consider metaphor as a multidimensional process in which simultaneously operate conceptual, linguistic, neuro-physical and socio-cultural factors (Kövecses, 2005), assuming the cultural varia- tion and the existence of potentially universal cognitive concepts. While considering the many aspects that make up the metaphor, we classify the data into three types: imagistic, conceptual and cultural. The neological productivity proved to be aligned with the cultural productivity of meta- phor and we found that the complexity of the concept is related to the incidence of the cultural aspect. It provides evidence of the importance of this component, at least for the metaphorical neologisms, as opposed to the universalist aspect. In line with Kövecses (2005), the most stable metaphors in a language are those of the most universal and the most likely to change are those with the highest incidence of the cultural fac- tor. Keywords: Neologism. Metaphor. Cognition. Culture. LISTA DE QUADROS Quadro 1- Metáforas BOM É PARA CIMA/ RUIM É PARA BAIXO 28 Quadro 2- Nível do conceito ................................................................. 31 Quadro 3- Metáforas imagéticas ........................................................... 72 Quadro 4- Rotulagem das metáforas conceptuais detectadas. ............... 77 Quadro 5- Metáforas primárias detectadas nas metáforas conceptuais . 80 Quadro 6- Nível de especificidade do conceito-alvo ............................ 83 Quadro 7- Rotulagem das metáforas culturais detectadas. .................... 93 Quadro 8- Domínio-fonte: Animais, alimentação, natureza................ 107 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Unidades lexicais com metáfora imagética ......................... 129 Tabela 2- Unidades lexicais com metáfora conceptual ....................... 139 Tabela 3- Unidades lexicais com metáfora cultural ............................ 169 Tabela 4- Unidades lexicais com extensão semântica sem metáfora .. 229 Tabela 5- Entradas consideradas inválidas .......................................... 247 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................. 21 1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................. 23 1.2 OBJETIVOS ......................................................................................... 24 1.2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................ 24 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................... 25 1.3 QUESTÕES .......................................................................................... 25 1.4 HIPÓTESES .......................................................................................... 25 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................... 27 2.1 TEORIA COGNITIVA DA METÁFORA ............................................ 27 2.1.1 ESTRUTURA INTERNA DA METÁFORA .................................................. 29 2.1.2 CATEGORIZAÇÃO E CONCEPTUALIZAÇÃO ............................................ 30 2.1.3 ESQUEMAS GENÉRICOS E TIPOS DE METÁFORA .................................... 33 2.1.4 METÁFORA E METONÍMIA ................................................................... 35 2.2 A METÁFORA EM FUNCIONAMENTO ........................................... 36 2.2.1 Metáfora e universalidade: as metáforas primárias .......................... 37 2.2.2 Metáfora e variação cultural ............................................................. 40 2.2.3 Metáfora e polissemia ........................................................................ 44 2.3 NEOLOGISMOS: ASPECTOS GERAIS ............................................. 48 2.3.1 O neologismo ....................................................................................