PREFEITURA MUNICIPAL DE LIBERATO SALZANO/RS

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO – PME DO MUNICÍPIO DE LIBERATO SALZANO/RS

Liberato Salzano/RS 2015 2

PREFEITURA MUNICIPAL DE LIBERATO SALZANO

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO – PME

GESTÃO 2013-2016

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Figura 1: Pórtico de Liberato Salzano

Fonte: Gustavo Pertille – Abril de 2015

Figura 2: Prefeitura Municipal de Liberato Salzano

Fonte: Gustavo Pertille – Abril de 2015 4

PREFEITO: GILSON DE CARLI VICE-PREFEITO: DARCI ARTHUR PIVA PRESIDENTE DO PODER LEGISLATIVO: Antônio Pedro Guadagnin

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA: SMEC - Secretária: Neiva Lurdes Maestro - Secretária Adjunta: Sandra Regina Pin

ASSESSORIA TÉCNICA DE ELABORAÇÃO DO PME: Silvana Aparecida Pin

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LEI MUNICIPAL DE APROVAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

LEI N° 3.414 DE JUNHO DE 2015

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ...... 7 INTRODUÇÃO ...... 9 1 HISTÓRICO DO MUNICÍPIO ...... 13 2.1 ANTECEDENTES HISTÓRICOS ...... 13 2.2.COLONIZAÇÃO...... 15 2.3 TOPONOMIA DE LIBERATO SALZANO ...... 17 2.4 LIBERATO SALZANO: NOME DADO AO MUNICÍPIO...... 18 2.5 PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DE LIBERATO SALZANO ...... 19 2.6 LEI Nº 4.736 DE 01 DE JUNHO DE 1964 PARA A CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO DE LIBERATO SALZANO/RS ...... 20 2.8 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA ...... 25 3. CONTEXTUALIZAÇÃO ...... 26 3.1 ASPECTOS DEMOGRÁFICOS...... 26 3.2 PRODUÇÃO ECONÔMICA ...... 27 3.2 SANEAMENTO BÁSICO ...... 31 3.2 HIDROGRAFIA ...... 31 3.3 RELEVO ...... 32 3.4 CLIMA ...... 32 3.5 VEGETAÇÃO ...... 32 3.6 ECONOMIA ...... 33 3.7 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS...... 33 4 ASPECTOS CULTURAIS E ESPORTIVOS ...... 35 5 ASPECTO RELIGIOSO ...... 36 5.1 HISTÓRICO DA PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO ...... 36 6 FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO – HISTÓRICO ...... 37 6.1 O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS ...... 42 7 A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE LIBERATO SALZANO...... 44 7.1 ESCOLAS MUNICIPAIS ...... 45 7.2 ESCOLAS ESTADUAIS ...... 46 7.3 PROFESSORES, FUNCIONÁRIOS E AUXILIARES E ALUNOS ...... 46 8 METAS E ESTRATÉGIAS DO PNE/2014-2024, DO PEE E AS AÇÕES DO MUNICÍPIO...... 46 8. 1 PROGRAMAS FEDERAIS E ESTADUAIS VIABILIZADOS PELA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO ...... 70 9 LEI DE CRIAÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO: ...... 71 10 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO ...... 71 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 72 REFERÊNCIAS...... 74

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APRESENTAÇÃO

Ao propormos o Plano Municipal de Educação – PME, para o município de Liberato Salzano, assumimos juntamente com a comunidade salzanense a responsabilidade de desenvolver as políticas educacionais nele contidas e elaboradas em consonância com as metas e estratégias propostas no Plano Nacional de Educação – PNE 2014-2024 e no Plano Estadual de Educação – PEE. O Poder Executivo e o Poder Legislativo do Município de Liberato Salzano, no nível que lhes compete, propõe-se a buscar recursos e aprovar leis que façam cumprir o que foi aqui proposto e aprovado após estudos, análises e diagnósticos, bem como, consulta pública à comunidade salzanense, aos professores, alunos, entidades e demais interessados. As políticas públicas definidas neste PME são propostas em atenção ao PNE, ao PEE e às necessidades educacionais específicas do município de Liberato Salzano. Assumimos o compromisso de garantir uma educação de qualidade para todos, como fator de desenvolvimento social e econômico e como instrumento de inclusão social e de combate à pobreza, com vistas à construção de uma sociedade mais justa e igualitária, nos termos das legislações Federal e Estadual. Frente a essa decisão, o Poder Executivo, o Poder Legislativo, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura - SMEC, em parceria com o Conselho Municipal de Educação - CME, criado pela Lei Municipal N° 1002 de 02/07/1992, que atua como assessor da SMEC, assumem o compromisso de fazer cumprir as metas e estratégias propostas neste PME. Os encaminhamentos dados pela Secretaria Municipal de Educação e pela Comissão Técnica responsável pela elaboração deste Plano Municipal de Educação asseguraram a participação da comunidade escolar e dos diversos segmentos da sociedade que fazem interface com a educação contando com o apoio do Poder Executivo e do Poder Legislativo. O presente PME contém a essência da legislação educacional vigente no país, aprovada pela Lei Nº 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Baseia-se, ainda no Plano Estadual de Educação e Políticas da Educação vigentes. O PME de Liberato Salzano visa atender as necessidades educacionais da comunidade salzanense propondo ações que possam dar conta de uma educação de qualidade, não só no sentido da alfabetização e do letramento, mas buscando melhoria da qualidade de vida para a população. O presente plano define metas e ações, que retratam o 8

comprometimento com uma proposta pedagógica que vai além dos conteúdos cognitivos e que contribui efetivamente, com a formação de cidadãos reflexivos, comprometidos e ativos na construção de uma sociedade com mais justiça e solidariedade para todos e todas os/as munícipes. O presente Plano Municipal de Educação, submetido à aprovação do Poder Legislativo e aprovado pelo Poder Executivo, através da Lei Nº 3.414/Junho de 2015 cumpre a exigência do PNE 2014-2024, cumpre o que ordena a Constituição Federal de 1988, em seu art. 214, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, N° 9394/96, contemplando todos os níveis e modalidades de educação e os âmbitos da produção de aprendizagens, da gestão, do financiamento e da avaliação das políticas públicas de educação, colocando a sociedade no compromisso de acompanhar e controlar a sua execução. Compete aos órgãos públicos e a cada cidadão e cidadã do município acompanhar a aplicação efetiva deste Plano Municipal de Educação para que as metas e ações propostas configurem-se em mecanismos de compromisso para a continuação do desenvolvimento educacional iniciado com mais vigor e responsabilidade a partir das novas propostas do PNE e do PEE.

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Gilson de Carli - Prefeito Municipal

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Darci Artur Piva - Vice-prefeito

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Antônio Pedro Guadagnin - Presidente do Poder Legislativo

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Assessora Técnica do PME – Professora Silvana Aparecida Pin

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INTRODUÇÃO

O Plano Nacional de Educação 2014-2024 e o Plano Estadual de Educação envolveram a participação efetiva de todos os setores da sociedade, do Estado e do País, através da realização das Conferências Nacionais de Educação – CONAE, que abrangeram profissionais da educação de todos os níveis e modalidades de educação existentes no país. O movimento nacional por uma educação de qualidade e que abarque todas as populações parte de um esforço comum dos educadores e educadoras do Brasil, que teve início em 1932, com o manifesto dos Pioneiros da Educação. Desde então, estudos e debates sobre a educação, seguidos de propostas de melhorias, tem sido feitos até o momento presente e as legislações avançaram no sentido da elaboração de um Plano Nacional de Educação, que aponta metas e estratégias que dizem respeito a todos os entes federados.

A Constituição Brasileira de 1934, em seus artigos 150 e 152 já sinalizava para a elaboração de um Plano Nacional de Educação. A elaboração dos planos decenais de educação é reafirmada nas constituições de 1946 e 1967. Contudo, apenas a Constituição

Federal de 1988, em seus Artigos 60, 212 e 214, consagrou-o com o objetivo de promover a articulação e o desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e de integrar as ações do

Poder Público para a efetivação de políticas públicas para a educação, em regime de colaboração, de seus respectivos sistemas de ensino e o estabelecimento do Plano Nacional de

Educação, de duração plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do Poder Público.

Em 1996, com o advento da Lei N° 9394, de 20 de dezembro de 1996 – Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, configura-se um amplo projeto para a educação brasileira, inovador em vários aspectos, dentre os quais cabe destacar a nova organização da

Educação Nacional, os níveis e modalidades de educação e ensino e a determinação de que fosse elaborado e encaminhado ao Congresso Nacional o Plano Nacional de Educação, com 10

diretrizes e metas para dez anos, em sintonia com a “Declaração Mundial sobre Educação para Todos”, realizada em Jomtien, Tailândia em 1990, da qual participaram 155 países.

A partir das decisões mundiais para a educação, a Educação Básica assume importância vital dentro da perspectiva de atender as exigências de uma sociedade em processo, de busca pela democracia, que só terá êxitos na medida em que os cidadãos tiverem acesso a informação, ao conhecimento e forem participantes efetivos das ações que dizem respeito a promoção humana e ao direito inalienável da cidadania e do exercício da democracia.

Considerando as metas e estratégias do PNE e do PEE ficam estabelecidas neste PME as políticas educacionais para o município de Liberato Salzano, formalizadas a partir de três enfoques:

- atender à demanda educacional municipal, priorizando a Educação Infantil e o

Ensino Fundamental, responsabilidade direta do município, fortalecendo ações voltadas à cobertura das demandas apontadas nos diagnósticos realizados e à questão da qualidade do ensino oferecido através de investimentos na formação de professores e da garantia de formação em serviço, através de parcerias com o Estado e o governo federal, a fim de atingir padrões educacionais compatíveis com a satisfação das necessidades básicas do ensino e da aprendizagem.

- estabelecer parcerias e viabilizar a oferta do Ensino Médio, cuja responsabilidade é da Secretaria Estadual de Educação, mas é tema de reflexão do município, a fim de apontar metas e objetivos que sirvam de orientação para que o Estado atenda as necessidades desse nível educacional, para a concretização das políticas de Educação Básica.

- incentivar e viabilizar programas que possibilitem o acesso à Educação Superior, a fim de que os munícipes possam estudar sem deixar suas famílias e sua cidade. 11

As modalidades de educação propostas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional estão contempladas no PME devendo ser assumidas por cada ente federado de acordo com o que prevê a legislação nacional e estadual. Nesse sentido, o presente PME, validado por lei, marca o início de um novo e aprofundado trabalho de resgate dos compromissos educacionais por parte da atual administração municipal, assumindo através da

SMEC a coordenação do processo de definição e cumprimento das diretrizes, metas e estratégias para a educação do município na vigência do atual PNE/2014-2024.

O planejamento e a execução desse PME fundamentam-se em uma metodologia participativa, onde a pesquisa partiu dos próprios sujeitos envolvidos, de dados disponíveis no site do Ministério da Educação e Cultura – MEC e da participação nos Seminários da União

Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação - UNDIME. As metas, estratégias e ações, partiram do que foi proposto nos Planos Nacional e Estadual de Educação e foram discutidas com grupos de profissionais da educação e entidades civis, sendo levantadas a partir das necessidades e prioridades que interferem na oferta e na qualidade da educação municipal. Os participantes dos fóruns, reuniões e oficinas foram professores, gestores e cidadãos da comunidade em geral, ligados direta ou indiretamente à educação.

Os objetivos, metas e estratégias que constam nesse PME foram apresentados em

Fóruns, com a participação de gestores, docentes, discentes e das diferentes representações da comunidade civil, os quais tiveram o direito de opinar e propor alterações, aprovando as propostas que vem ao encontro das necessidades e, também, das potencialidades do município de Liberato Salzano.

Quanto às competências das esferas administrativas para a consecução deste PME, mecanismos e parcerias devem ser articulados para efetivação do regime de colaboração entre os sistemas de ensino, conforme dispositivos constitucionais e preceitos da Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional – Lei N° 9394/96. 12

O PME que ora é entregue à comunidade de Liberato Salzano, reflete, não só os dispositivos legais que o instituíram, mas é fruto de trabalho participativo e representativo.

Sua implantação efetiva está na direta proporção do comprometimento de todos. Não só das esferas decisórias, dos dirigentes e dos gestores, não só do empenho da comunidade educacional e da fé em seus resultados, mas da contribuição de todos os segmentos, das iniciativas individuais, comunitárias e da criatividade de cada educador e educadora. Cada profissional, portanto deve assumir sua parte nessa construção.

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1 HISTÓRICO DO MUNICÍPIO

Cada povo tem sua história e nas suas raízes estão impressas as necessidades e potencialidades que contribuem para o seu desenvolvimento. A comunidade salzanense, desde seus primórdios constitui-se de um povo trabalhador e desbravador buscando sempre, na ética de seus costumes e valores dar à população condições de vida digna e . Rodeado de montanhas, o pequeno povoado cresceu e se transformou em horizonte promissor para muitas famílias que aqui residem e controem a sua história juntamente com outros municípios da redondeza. Alicerçados em objetivos comuns os cidadãos buscam a realização pessoal e comunitária desenvolvendo potencialidades e aparando fragilidades, apoiados pelos seus representantes políticos, que aos poucos foram dando rosto e projeção à pequena cidade, embelezada pelo seu povo, pelas suas riquezas naturais e pela força de seus trabalhadores e trabalhadoras.

2.1 ANTECEDENTES HISTÓRICOS

O território no qual surgiu o município de Liberato Salzano, como também a parte Norte do Estado do , em épocas anteriores, era habitado pela civilização indígena, descendente da etnia dos Gês, que durante a guerra com a tribo Guarani, quase foi dizimada, permanecendo poucos deles dispersos pelas florestas. O missionário Padre Roque Gonzales1 reuniu-os em aldeias denominando-os de Kaingangues, cuja palavra significa “Kai: mato” e “Gangues: morador”, ou seja, “morador do mato”. Atualmente, os indígenas Kaigangues, agrupados em aldeias, vivem em áreas limitadas pelo governo sob a proteção da Fundação Nacional do Índio - FUNAI. Moram em

1 Roque Gonzales de Santa Cruz, sacerdote jesuíta, foi um religioso natural do Paraguai que entrou na história do Brasil meridional ao tentar disseminar a religião católica entre os povos originais das terras do oeste do Rio Grande do Sul. Nascceu em 17 de novembro de 1576, Assunção, Paraguai e faleceu em 15 de novembro de 1628, no Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo/RS. O Padre Roque Gonzales foi canonizado em 16 de maio de 1988, pelo Papa João Paulo II, em Assunção, Paraguai, sendo proclamado santo da Igreja Católica. Sua festa litúrgica é comemorada em 17 de novembro.

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casas modestas, usam vestimentas semelhantes a outras civilizações, praticam a agricultura familiar, fabricam cestas, balaios, e são assistidos pela área da Saúde e Educação, amparados por Lei. A Terra Indígena Rio da Várzea, de indígenas Kaigangues, pertence ao município de Liberato Salzano, tem área atual de 16.415,44 hectares e está situada na Reserva Florestal Federal, na divisa deste município com o município de , próximo ao Distrito do Pinhalzinho/Liberato Salzano. A aldeia indígena Rio da Várzea é assistida na Educação Básica pela Escola Estadual Indígena de Educação Básica Francisco Kajeró. Os professores que atuam nesta escola são contratados pelo Estado e pelo município de Liberato Salzano. Além disso o município oferece o transporte escolar, assistência à saúde e outras parcerias para políticas educacionais. O território que compreende o atual município de Liberato Salzano, com área de 24.990 km², desde os primórdios do Brasil até sua emancipação político-administrativa, está inserido no atual território do Estado do Rio Grande do Sul. De 1809 a 1819 o território de Liberato Salzano fazia parte do grande município de . Em 1819 a região de Rio Pardo é dividida em outros municípios. Um dos novos municípios é , ao qual o território deste município passou a pertencer. De 24 de março de 1824 a 15 de novembro de 1889, São Pedro do Sul deixa de ser Capitania passando a ser constituído de Província de Rio Grande de São Pedro do Sul. Em 23 de maio de 1834, desmembra-se do grande município de Cachoeira do Sul o novo município de Cruz Alta, o qual se emancipa. A área territorial de Liberato Salzano passa a fazer parte da grande região de Cruz Alta. Em 26 de novembro de 1847, é elevado à categoria de Freguesia, pela Lei provincial Nº. 99. Em 28 de janeiro de 1857, pelo ato provincial Nº. 340 a Freguesia Nossa Senhora Aparecida de Passo Fundo é elevado à categoria de município, incluindo em sua área de abrangência o município de Liberato Salzano. Em 15 de novembro de 1889 ocorre a Proclamação da República, com isso a Província de Rio Grande de São Pedro do Sul passa a ser o Estado do Rio Grande do Sul, segundo a primeira Constituição Republicana de 1891. Em 27 de junho de 1939 desmembra- se de Passo Fundo e se emancipa o município de Sarandi, pelo decreto Lei Nº. 7840, com instalação oficial em 01 de janeiro de 1940, tendo como Distritos: , , e Constantina. No Distrito de Constantina incluía-se o território deste município, na época designado como Marcolino. 15

Em 14 de abril de 1959 o Distrito de Constantina desmembra-se de Sarandi e tem sua emancipação político-administrativa. O território de Liberato Salzano passa a pertencer a este novo município. Em 01 de junho de 1964, a área territorial, a qual constitui este município desmembra-se de Constantina, tendo sua emancipação político-administrativa, com a designação de Liberato Salzano. O Município de Liberato Salzano situa-se ao Norte do Estado do Rio Grande do Sul, na Região do Médio Alto Uruguai, a 400m acima do nível do mar. Com o início da colonização, desbravando a mata virgem, Marcolino Paiano, por motivo político, fugiu de Palmeira das Missões/RS e veio estabelecer-se nesta localidade. Já em 1931, um grupo de famílias proveniente do município de Guaporé, constatando a fertilidade do solo, veio fixar morada aqui dando inicio a um significativo progresso agrícola. O lugarejo passou a chamar-se Marcolino em homenagem ao primeiro desbravador desta terra, senhor Marcolino Paiano. Logo Marcolino teve seu nome alterado, em data incerta, para Baitaca. Segundo informações da época, ter-se-ia dado este nome devido a grande quantidade de papagaios, ainda existentes, e de cor verde. Em 1958, foi alterado o nome de Baitaca para Liberato Salzano, em homenagem ao Dr. Liberato Salzano Vieira da Cunha, na época, Secretário de Educação e Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, morto tragicamente em acidente aéreo. Quando denominado Marcolino, era vinculado ao território de Passo Fundo. Com o desmembramento político administrativo de Sarandi, do Município de Passo Fundo, Marcolino, e posteriormente Baitaca, passou a ser distrito do novo município de Sarandi. Com o movimento de emancipação Político Administrativa de Constantina, desmembrando-se de Sarandi, Liberato Salzano passou a ser Distrito de Constantina. Em 1963, o povo desta terra imbuído de um forte espírito de dependência político administrativa, iniciou o movimento emancipacionista. Em 22 de março de 1964, foi instaurado em todo Distrito um plebiscito vencendo o “sim”. Em 1º de junho de 1964, através da Lei Governamental de nº 4.736, foi criado o Município de Liberato Salzano, hoje em pleno desenvolvimento.

2.2 COLONIZAÇÃO Muitos anos antes da colonização, o território do município de Liberato Salzano era um imenso tapete verde, formado por espessa mata composta por árvores de diversas espécies e centenárias que cobriam o relevo de planícies, planaltos ondulados e serrarias. No interior da mata reinava silêncio profundo, quebrado apenas pelo ruído das águas cristalinas e 16

sussurrantes dos rios, arroios e córregos que rumorejavam nas corredeiras e pedregais. O ciçar dos ventos na copa das árvores, o ruivar dos animais silvestres, o agravar dos papagaios de várias cores e tamanhos, o canto sonoro dos pássaros ou das gralhas, a dessecar as sementes de pinho, ou então pelo silvo das flechas dos índios Kaingangues, habitantes da região formavam inusitada melodia. Os indígenas Kaingangues eram andarilhos das matas, ou de beiras de rios e córregos, e durante séculos fizeram deste território seu habitat. Coletavam pinhão e usufruíam da pesca e da caça, então abundantes neste território. No decorrer dos anos as terras férteis deste município, ainda não cultiváveis começaram a serem visitadas pelos humanos, de raça branca, de diferentes etnias e lugares. No final do século XIX e início do século XX, tropeiros e viajantes aventuravam-se a passar por meio destas matas, pelas picadas, e ao realizar suas tropeadas perceberam a fertilidade destas terras. No início do século XX desenvolvia-se a estruturação fundiária no país, através da Lei de Terras de 1850, há a determinação de lotes de terra e incentivo à colonização. A atividade agrícola foi exaltada como verdadeira essência do Brasil, sendo o latifúndio criticado pelos intelectuais pela expansão da monocultura. Pensava-se que somente com o regime da pequena e média propriedade, o país poderia ser autossuficiente na produção de alimentos, como: feijão, milho, trigo e criação de suínos e bovinos. Por volta da segunda década do século XX, no Estado do Rio Grande do Sul, houve a estruturação fundiária da terra. Nessa época, muitas famílias que, com numerosos filhos, não tinham onde morar e trabalhar, buscavam áreas de terra na região Norte do Estado do Rio Grande do Sul, para povoar e colonizar. O território que abrangia o atual município de Liberato Salzano, inserido na região Norte, estava à disposição, através da venda de títulos de posses de áreas de terras pela Comissão de Terras da Colonização - CEMAPA, sediada no município de Nonoai, com sub escritórios em Constantina. A colonização encetou sua marcha desbravadora em etapas sucessivas. No decorrer dos anos, amparado por surpreendente potencial de energia oriunda do braço forte dos primitivos colonizadores atraídos não só pela fertilidade do solo, mas também por diversos outros fatores, como: a facilidade do trabalho em terras apropriadas à lavoura, a quantidade de mato existente, especialmente de madeira nobre e a possibilidade de tornarem-se proprietários de um pedaço de terra. A princípio as primeiras famílias enfrentaram muitas dificuldades, uma vez que não havia comércio próximo para adquirir o que necessitavam, precisavam dirigir-se até a linha 17

Gramados ou Taquaruçu, hoje município de Constantina, à cavalo. Levavam um dia para ir e outro para voltar, não havia estradas, mas apenas picadas. Através de contatos com os nativos, índios e caboclos procuraram estabelecer um relacionamento de boa convivência. Ainda, na primeira década do século XX, estabeleceram-se em terras salzanenses pessoas fugitivas das perseguições políticas do vizinho município de Palmeiras das Missões. Por volta dos anos de 1931 e 1932, várias famílias oriundas do município de Guaporé, de origem italiana, adquiriram lotes de terra nesta região. Estes lotes eram colocados à disposição dos colonos pela Comissão de Terras, órgão do governo instalado em Nonoai.

2.3 TOPONOMIA DE LIBERATO SALZANO O topônimo Marcolino, foi o primeiro nome dado a este lugar pelos imigrantes italianos estabelecidos aqui, nas primeiras décadas do século XX. Este lugarejo pertencia a uma região extremamente grande, vinculado ao território de Passo Fundo. Em 1923 inicia a Revolução Federalista, tendo sua duração até 1924, atingindo todo o estado do Rio Grande do Sul, principalmente em algumas regiões os revolucionários manifestavam-se fortemente, como em Palmeiras das Missões, aonde ocorriam saques, pilhagens, vitimavam muitas pessoas e perseguiam outras, caso fossem Maragatos. Na época, muitos cidadãos eram perseguidos pelas forças políticas vigentes. Em toda a região do Alto Uruguai, acontecia muita violência política oriunda das revoluções, principalmente a de 1923 e 1924, na qual seus administradores coronéis ou generais, caso do coronel Valzumiro Dutra, de Palmeiras das Missões, que reprimia e perseguia seus opositores liberais, conforme estabelecia a constituição autoritária de 1891, elaborada sob os pilares do positivismo. Na região de Palmeira das Missões, com a política coronelista e a legalização das terras, os colonizadores procuraram desenvolver atividades pecuárias e ervateiras, para isto desmatavam a floresta conífera, madeira de importante economia comercial. Iniciava-se, assim, a derrubada e a comercialização da madeira. A comercialização era realizada por transporte fluvial com a região de São Tomé, na Argentina, conduzida por balsa. O transporte fluvial iniciava pelo rio da região, o rio da Várzea, que desembocava no rio Uruguai e, este, no estuário da Prata em São Tomé, na Argentina.

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2.4 LIBERATO SALZANO: NOME DADO AO MUNICÍPIO O nome dado ao município é uma homenagem ao Sr. Liberato Salzano Vieira da Cunha, nascido aos 20 de dezembro de 1920, na Rua Sete de Setembro em Cachoeira do Sul/RS. Era filho do casal Antonio Peixoto Vieira da Cunha e de Angelina Vieira da Cunha. Foi alfabetizado em Passo Fundo pela professora Dona Pequena Porto. Fez o terceiro ano primário na Escola Normal João Neves Fontoura, terminou o curso primário no Ginásio Roque Gonzales, onde estudou até o 3° ano Ginasial. O 4° e 5° ano cursou no Colégio Nossa Senhora do Rosário, bem como, o pré-juridico. Em 1947, com 26 anos de idade assumiu como prefeito de Cachoeira do Sul/RS, permanecendo até 1950. Nesse período criou o Corpo de Bombeiros, fundou a Casa da Criança e da Velhice Desamparada, criou o Patronato Agrícola Nossa Senhora da Conceição e instalou fábricas de tubos de concreto. Em 1950 elegeu-se Deputado Estadual, sendo reeleito no período seguinte pela legenda do Partido Social Democrático - PSD. Em 1955, assumiu a Pasta da Secretaria de Educação e Cultura, dedicando-se inteiramente a causa educacional do Estado do Rio Grande do Sul. Como secretário da Educação e Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, no período que exerceu a função realizou várias atividades. Todos os atos de sua gestão refletem as virtudes de seu caráter e a limpidez de seu insuperável valor espiritual. Viveu muito pouco, mas realizou muito e deixou estabelecidas linhas mestras de ações e planos da Secretaria de Educação e Cultura. Em 22 de abril de 1957, através da Lei Municipal N° 481, na gestão do prefeito municipal de Sarandi, o senhor Olimpio Oltramari, altera a denominação do distrito de Baitaca para Liberato Salzano. A referida Lei diz o seguinte “Faço saber em cumprimento ao disposto no artigo 049, Inciso II da Lei Orgânica do município que a Câmara Municipal aprovou e sanciono o seguinte: Artigo I. É alterado a denominação do distrito e vila Baitaca, para Liberato Salzano. Artigo II. A presente lei entrará em vigor na data de sua publicação revogando-se as disposições ao contrário. Gabinete do prefeito Municipal de 22 de abril de 1957, Olimpio Oltramari. Registra-se e publica-se. Leo Reinaldo Finger - Secretário (Livro Tombo)”. Em 07 de setembro de 1958, ocorreu o plebiscito para a emancipação político- administrativa de Constantina, antigo Taquaruçu. Em 14 de abril de 1959, aconteceu a emancipação do distrito de Constantina e o distrito de Liberato Salzano deixa de pertencer a Sarandi e passa a pertencer a Convênia de Constantina. 19

2.5 PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DE LIBERATO SALZANO O sonho de qualquer Distrito é de formar unidade político-administrativa por suas lideranças. Procurar realizar um trabalho voltado ao seu povo. Tudo começou em 1963, quando o povo salzanense imbuído de um forte espírito de independência política administrativa formou uma “Comissão pró-emancipacionista”. Esta comissão era composta pelos seguintes membros: Presidente - Davino de Carli e Vice-presidente - Normélio Enéas da Silva. Os Emancipacionistas tomaram posse e elaboraram um completo dossiê, com os documentos e todos os elementos necessários à formação do processo. Em maio de 1963, o procurador Geral da Comissão Emancipacionista Dr. Carlos Alberto Godoy Ilha encaminha o processo de emancipação para a Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Em 27 de maio de 1963, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa reconhece a inclusão do processo de Emancipação do Distrito de Liberato Salzano, pois vislumbrava a possibilidade de desenvolvimento do então distrito. Em 28 de agosto de 1963, o presidente da Comissão autoriza a consulta plebiscitária para consulta da opinião pública, a respeito da emancipação, marcando a data de 22 de janeiro de 1964. Na data determinada foi realizado o plebiscito em toda a área emancipada do “sim ou não”, com retumbante vitória do sim, proclamada, em votação, pela absoluta maioria dos eleitores. A Comissão anexa o resultado do plebiscito no processo de emancipação que tramitava na Assembleia Legislativa do Estado. A Comissão dirige-se a para apressar os tramites do projeto de Lei em prol da emancipação, sendo retardada em virtude da Revolução de 31 de março de 1964. Em 01 de junho de 1964, foi aprovada a Lei Estadual Nº. 4.736 pela Assembleia Legislativa do Estado, sancionada e promulgada pelo governador Ildo Meneghetti criando o novo município que foi desmembrado do município de Constantina, mantendo a denominação de Liberato Salzano em homenagem ao ilustre Dr. Liberato Salzano Vieira da Cunha, secretário de Educação e Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, falecido em acidente aéreo, em Bagé/RS, em 1957.

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2.6 LEI Nº 4.736 DE 01 DE JUNHO DE 1964 PARA A CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO DE LIBERATO SALZANO/RS Conforme a Lei Estadual Nº. 4.736 de 01 de junho de 1964, Ildo Meneghetti, governador do Estado do Rio Grande do Sul, cumprindo o disposto no Artigo 87, Inciso II, Artigo 88, Inciso II, da Constituição do Estado aprovada pela Assembleia Legislativa, sanciona e promulga a lei de criação do município de Liberato Salzano. O território do novo município fica assim delimitado: - Ao Norte: começa com a confluência do Rio da Várzea com o arroio Demétrio, subindo por este até a barra do Lajeado Gastão. - A Leste: começa na barra do Lajeado Gastão e daí segue, rumo sudeste, por uma linha seca e reta, até encontrar a estrada Trindade – Pinhalzinho, no ângulo com o Travessão do Llote 53, 65 da 1ª Seção de Trindade, daí, por uma sanga que deságua no Lajeado Baitaca, por este, água acima, até o marco divisório dos lotes 226, 244 da Seção 2ª Baitaca, segue por linha seca e reta, até o marco divisório dos lotes 63, 258 e 161, de onde segue pela divisa dos lotes rurais 164 e 162, 142 e 143, segue rumo noroeste, até o marco divisório dos lotes 123 e 35, na nascente da Sanga das Marrecas; seguindo rumo sudeste, pela divisa dos lotes rurais 35, 36, 96, 97, 98, 99, 100, 101, 102 e 103, até encontrar uma sanga sem denominação, pela qual segue até o Arroio Manuara. - Ao Sul: começa na confluência da sanga sem denominação com o arroio Manuara, entre os lotes rurais 103 e 119; daí segue pelo arroio Manuara até a direção da foz do Rio da Várzea. - Ao Oeste: começa na confluência do arroio Manuara com o da Várzea, pelo qual segue águas abaixo, até a barra do arroio Demétrio, no Rio da Várzea. Este documento foi publicado no Diário Oficial do dia 02 de junho de 1964, a partir do qual Liberato Salzano deixa de existir no mapa político como distrito e passa à condição de município, respondendo pelo desenvolvimento como nova cidade do Estado do Rio Grande do Sul, localizada na região Sul do Brasil e ao Norte do Estado do Rio Grande do Sul. Hoje a população abriga diversas etnias, sobretudo a italiana, mas também alemães, poloneses, indígenas, negros. A cidade é conhecida como terra da diversificação, por ter cultivos diferenciados de produtos que servem para a alimentação e também para a exportação. Atualmente, possui diversas indústrias como, de tecidos, de calçados, de conservas e de sucos cítricos. É considerado o maior produtor de tabaco dos municípios que compõem a Associação dos Municípios da Zona de Produção - AMZOP. O município tem como rodovia de acesso a BR - 386. 21

Figura 3: Localização geográfica

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberato_Salzano#/media/File:RioGrandedoSul_Municip_LiberatoSalzano.svg

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Figura 4: Localização de Liberato Salzano no Brasil

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberato_Salzano#/media/File:RioGrandedoSul_Municip_LiberatoSalzano.svg

Figura 5: Mapa do município

Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2015. 23

2.7 INSTITUIÇÃO DOS SÍMBOLOS MUNICIPAIS: O BRASÃO E A BANDEIRA

O BRASÃO DO MUNICÍPIO Figura 6: Brasão do Município

Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2015.

O escudo do município tem o seguinte significado: escudo português contendo um chefe, representação da Reserva Florestal do município, a sinopse verde protegendo a comunidade; em goles em vermelho representando um conjunto de habitações encimados pelo céu, em blau azul, no centro, abismo, representação de um livro branco aberto, tendo a sinestra, um tinteiro com uma pena, antigo instrumento da escrita e sobre este um papagaio, conhecido de Baitaca, em sinopse verde e goles de vermelho, que existia em abundância na região. O livro, o tinteiro e a pena são um simbolismo do Educador que foi Liberato Salzano Vieira da Cunha pela sua ação a favor da Educação, quando secretario de Educação e Cultura de Estado. Em ponta um blau com listas onduladas, representando a abundância de arroios e do rio Baitaca que cortam ou banham o território do município. Sob o escudo um listel de 24

goles vermelho com a inscrição: “01–06/ Liberato Salzano 1964” Data da emancipação política do município. Na parte externa do escudo, na ponta e sobre as extremidades do listel, a destra em sinopse verde jalde ouro e preto, uma composição de milho, feijão preto; a sinestra em sinopse verde em jalde em ouro ,uma composição de milho e soja, representando a cultura agrícola do município. O escudo é encimado por uma coroa com três torres em preto e jalde em ouro.

BANDEIRA DO MUNICÍPIO

Figura 7: Bandeira do Município

Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2015.

A bandeira Municipal tem como cores oficiais: vermelho, branco e verde, contando com faixas horizontais intercaladas com a mesma largura e um quadriculado branco na parte interior superior representando: o vermelho a tenacidade, o vigor do trabalho de sua gente. O branco a mensagem de fé e de paz. O verde a esperança de um mundo humano, solidário e justo. No centro do quadrilátero branco - o Brasão do município. A feitura da Bandeira obedece a seguinte regra: as dimensões tem por base a largura desejada, dividindo-se em doze partes iguais. Cada uma das partes será considerado um módulo. O comprimento é de 18 módulos. A largura das faixas vermelhas, brancas e verdes é 25

de um módulo cada uma. O quadrilátero branco é de 6 módulos, a partir do ângulo superior interno da Bandeira. O Brasão terá a altura de 4 e a largura de 3 módulos. É obrigatório o uso da Bandeira do Município: no gabinete do prefeito, no recinto da Câmara de Vereadores e na parte frontal do prédio do Executivo, do Legislativo Municipal nos dias de festa e nos lutos oficiais, conforme a Lei N° 559 de 20 de outubro de 1988.

2.8 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

O Município de Liberato Salzano está localizado na região do Médio Alto Uruguai do Estado do RS, onde faz limite territorial com os seguintes municípios: ao Norte: e Planalto; ao Sul: Constantina; ao Leste: Três Palmeiras e Trindade do Sul; ao Oeste:

Rodeio Bonito, e Cerro Grande.

O município tem uma área total de 24.990 hectares, divididas na sua ocupação da seguinte forma:

 Reserva Florestal: 2.461 hectares;

 Mata Virgem: 1.500 hectares;

 Capoeira Arbustiva: 3.467 hectares;

 Agricultura: 14.100 hectares;

 Fruticultura: 1.450 hectares;

 Pastagem: 1.446 hectares;

 Benfeitorias: 626 hectares.

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3 CONTEXTUALIZAÇÃO A sede administrativa do município está localizada na Avenida Rio Branco, 234, no centro da cidade. O site do município é www.pmliberatosalzano.com.br e o e-mail [email protected] Telefone: (55) 3755-1133. Fax: (55) 3755-1170.

3.1 ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

A população do município reduziu, conforme apresentam os censos demográficos entre 2000 e 2010. O percentual de redução foi de -1,27% ao ano, passando de 6.569 para 5.780 habitantes. O gráfico seguinte apresenta os dados demográficos.

Gráfico 1: Taxa de crescimento anual por área

No ano 2000, a população urbana representava 16,23%, apresentando crescimento em 2010, quandopassou a representar 22,4% do total. Quanto a estrutura demográfica também percebe-se mudanças no município, pois entre 2000 e 2010 cresceu a população idosa em média de 3,7% ao ano. Em 2000 os idosos representavam 9,7% da população e em 2010 passou a representar 15,8% no município. A população de 0 a 14 anos diminuiu em -4,7% ao ano. Crianças e Jovens representavam 29% da população em 2000, totalizando 1.907 habitantes, e, em 2010 este segmento populacional diminuiu para 20,5%, com 1.184 pessoas.

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Gráfico 2: População por faixa etária

A população municipal de 15 a 19 anos decresceu em média -09% ao ano, passando de 4.032 habitantes em 2000 para 3.683 em 2010. No ano de 2010, essa faixa da população representava 63,7% da população.

3.2 PRODUÇÃO ECONÔMICA

Segundo os dados do IBGE, entre 2005 e 2010, o Produto Interno Bruto – PIB do município cresceu 113,8%, passando de R$ 35,3 milhões para R$ 75,5 milhões. O percentual de crescimento foi superior ao do Estado do RS, que foi de 49,7%. Assim, o PIB municipal aumentou de 0,02% para 0,03% na composição do PIB estadual, entre os anos de 2005 a 2010.

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Gráfico 3: Participação dos setores econômicos no PIB municipal

Percebe-se, através do gráfico que o maior índice de participação no crescimento do PIB foi devido ao setor Agropecuário.

Gráfico 4: PIB por setor econômico

Na análise dos aspectos econômicos do município destaca-se a capacidade de geração de renda, dentre outros fatores, através de atividades desenvolvidas na pecuária e na agricultura. Dessa forma, o gráfico abaixo é um demonstrativo da importância do Setor 29

agropecuário, referente ao ano de 2011, trazendo as cinco principais culturas de rebanho no município.

Gráfico 5: culturas de rebanhos em 2011

O rebanho bovino representa o maior contingente, seguido do setor aviário e suíno. Em menor representatividade temos galinhas e rebanho caprino. Além do Setor da pecuária, a pesquisa feita pelo IBGE, em 2011, fornece dados acerca da agricultura no município de Liberato Salzano. Foram coletados dados representantivos das principais culturas de agricultura do município, divididas entre culturas permanentes e culturas temporárias. Os dados estão demonstrados no gráfico a seguir.

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Gráfico 6: Culturas de Agricultura em 2011

Entre as culturas permanentes destaca-se a de laranja, com 21 toneladas. Acredita-se que esse resultado deve-se ao incentivo dado aos pordutores de cítricos e à fábrica de sucos instalada no município. Entre as culturas temporárias tem destaque a do milho, com 19.800 toneladas. A Agricultura Familiar também é um setor importante e de destaque no município, sendo que em 2006, foram registrados 1.201 agricultores familiares, o que correspondia a 93% dos produtores. Os agricultores familiares ocupavam 73% das áreas cultiváveis, ocupando 93% da mao de obra do setor e participavam com 89% da produção agropecuária municipal. Atualmente, o município conta com 1.486 agricultores familiares cadastrados com Declaração de Aptidão ao Pronaf – DAP, como representado na tabela a seguir.

Tabela 1: Agricultores cadastrados com DAP

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3.2 SANEAMENTO BÁSICO

Quanto ao saneamento básico do município, os dados do Censo Demográfico de 2010 apresentam que, na área rural, a coleta de lixo atende 97,1% dos domicílios. A rede de abastecimento de água atende a 88,9% das casas particulares e 3,8% das residências dispõe de rede de esgotos adequada. No caso da área urbana, o gráfico abaixo fornece os dados desses serviços para os domicílios particulares.

Gráfico 7: Saneamento Básico na Área Urbana

3.2 HIDROGRAFIA A drenagem, do município é estabelecida pelas formas de relevo associadas à direção do fraturamento e, em certos trechos, ao controle exercido pelo contato entre as sequências de derrames basálticos. A rede hidrográfica pertence à Bacia do Rio da Várzea, que está dentro da Bacia do Rio Uruguai. O comprimento total dos cursos d’água do município é de aproximadamente 3.919 metros cúbicos e a densidade de drenagem calculada foi 15,6 m/ha, estando classificada, segundo a DNAEE – EESC (1980) na categoria rica.

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3.3 RELEVO A clinografia do Município foi classificada em seis classes de declividade com graus de limitação ao uso por suscetibilidade à erosão crescente. A análise dos dados referentes à clinografia revela um relevo bastante irregular, onde 60,03% das áreas apresentam até 13% de declividade, com relevo classificado como plano, suave ondulado e moderadamente ondulado, com graus de limitação nulo, ligeiro e moderado que são áreas que, do ponto de vista da declividade, podem ser utilizadas com culturas anuais, desde que sejam adotadas práticas simples de controle à erosão. Algumas áreas são classificadas com declividade forte, de modo que, quando utilizadas para a agricultura, requerem práticas intensivas de controle à erosão. Outras áreas com declividade entre 20 e 45% ocupam 20,45% da superfície, onde o relevo forte e ondulado determina uma suscetibilidade à erosão muito forte, e sabe-se que o controle à erosão é muito dispendioso, podendo ser antieconômico.

3.4 CLIMA O município de Liberato Salzano está situado na Zona Temperada, sujeito a bruscas mudanças de temperatura. O clima pode ser classificado como subtropical. A temperatura média é de 18°C a 25°C, variando bastante, ou seja, verões muito quentes e invernos bastante frios, tendo sido registrado a mínima de -1°C e a máxima de 39° C. A ocorrência de geadas, é comum, durante o inverno. As principais características do extremo sul do Brasil são determinadas pelos fenômenos relacionados com a dinâmica da atmosfera (frentes metereológicas) e fatores, como a orografia, a continentalidade e a maritimidade.

3.5 VEGETAÇÃO A maior parte da área do município está coberta de vegetação de mata nativa, tendo sofrido modificações com a introdução da agricultura, o plantio de citrus como uma alternativa viável a pequena propriedade rural. A plantação de citros e tabaco faz, atualmente, parte da vegetação, além de áreas de pastagens. O Município conta com riquíssimo Parque Florestal, onde se encontra madeira nativa e de lei. O solo é argiloso-arenoso .

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3.6 ECONOMIA O ranking do município evidencia crescimento econômico e social, elevando a expectativa da comunidade quanto ao seu desenvolvimento sustentável, o que assegura ser um território com pessoas e espaços que permitem a todos viver com qualidade de vida. A base econômica do município é a agricultura, o comércio, o plantio de cítricos, com a instalação da fábrica de sucos, importante na economia do município e na geração de empregos. Destaca-se ainda a fábrica de calçados, de tecidos e de conservas, a produção de leite com o criação do gado leiteiro, produção de brócolis são importantes fontes de desenvolvimento e de geração de empregos.

3.7 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS O município conta com a prestação de serviços do Banco do Estado do Rio Grande do Sul – Banrisul, do Sistema de Cooperativas de Crédito - SICREDI, da Cooperativa de Crédito Rural Novo Horizonte – CRENHOR, da Cooperativa de Crédito solidário - CRESOL e do Serviço dos Correios. Essas instituições financeiras agilizam as transações comerciais. Para os serviços de saúde, tem-se o Hospital e Postos de Saúde, com atendimento médico e odontológico conveniados pelo Sistema Único de Saúde que comportam o atendimento a toda a população. Além disso, o município mantem convênios com hospitais da região para exames e atendimentos cirúrgicos. Conta-se, também, com farmácias, inclusive Farmácia Popular, e clínicas de atendimento particular para diversas demandas. O hospital possui equipamentos que suprem as demandas mais urgentes e comuns, através da Secretaria da Saúde procura fazer os encaminhamentos para atendimentos em outros municípios. Possui também o programa Primeira Infância Melhor - PIM, para atendimento e orientação as gestantes e crianças de zero a quatro anos de idade. A Associação dos Deficientes de Liberato Salzano - ADELS, para atendimento de crianças e jovens com necessidades especiais, através de equipe multiprofissional. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER, a Cooperativa Tríticola Sarandi Ltda - COTRISAL e a Secretaria Municipal da Agricultura, prestam assistência técnica e serviço de extensão rural e orientação à população. Conta ainda com supermercados, bares, restaurantes, lojas de calçados, vestuários, artigos para decoração, lojas de móveis e eletrodomésticos, hotéis, postos de combustível, 34

oficinas mecânicas e estação rodoviária. Os dados estão registrados em setores municipais competentes. 35

4 ASPECTOS CULTURAIS E ESPORTIVOS

A população urbana e rural, tem seus encontros sociais no Salão de Festas da Paróquia São Sebastião, Centro de Tradições Gaúchas - CTG Cordeiro do Pago, Ginásio Municipal de Esportes, Estádio Municipal, Estádio Benfica, Estádio Milionários e Sociedade Aquática Salzanense - SOASA. As comunidades da zona rural possuem, ainda, seus pequenos, médios e grandes salões de festa e campos de esportes. Embelezando a cidade e oferecendo amplo espaço de lazer, o município tem uma belíssima praça, motivando as pessoas a reunirem-se, oferecendo espaço para bate-papo, parque infantil para recreação das crianças, espaço para prática de esporte, amplas calçadas, para prática de caminhadas, com arborização e jardins. Além disso, possui a academia ao ar livre, adquirida pela Secretaria Municipal de Saúde com recursos do Governo Federal incentivando a qualidade de vida da população. Em eventos que reúnem toda a comunidade, como o Teatro da Paixão de Cristo que ocorre na Semana Santa, o Natal Luz, que ocorre na época próxima ao Natal, na Feira do Livro e das Profissões e outros eventos culturais e esportivos que ocorrem na cidade, a prefeitura oferece gratuitamente o transporte coletivo para que as pessoas da zona rural também possam participar e desfrutar dos momentos de lazer e cultura oferecidos pelo poder municipal em cooperação com o Estado e o governo federal. Merece destaque a decoração natalina e a decoração pascal, que além de embelezar a cidade, traz para junto da comunidade o verdadeiro sentido do Natal e da Páscoa, através dos símbolos colocados nas ruas e na praça, bem como a apresentação de teatros e shows referentes a data. Vale ressaltar ainda o Projeto Cultural Canta Liberato, que incentiva a música, com a participação de diversas pessoas da própria comunidade, de outros municípios e de outros estados. 36

5 ASPECTO RELIGIOSO

O aspecto religioso é fator de relevância dentro da convivência das sociedades quando promove valores de solidariedade, de esperança e de preservação da paz entre as pessoas e os povos. A cidade de Liberato Salzano foi marcada desde seu início pela religiosidade do seus moradores.

5.1 HISTÓRICO DA PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO

Conforme o relato dos primeiros imigrantes quando da ocupação das terras do município de Liberato Salzano, relata-se que relata que a primeira missa foi celebrada na residência do Sr. Antonio Ferrarini. O padre vinha do distrito de Constantina e conhecido como padre Patui, de origem polonesa. A primeira Igreja foi construída em 1933, tendo como padroeiro Santo Antônio. Por volta de 1940 foi construída outra Igreja, maior que a anterior, e por decisão da comunidade o padroeiro passou a ser São Sebastião. A paróquia foi instalada no dia 20 de janeiro de 1954, sem registro em Ata. Em três de junho assumiu a paróquia o padre Lido Armando Liberalli, nomeado pelo Bispo Diocesano de Passo Fundo. Assim, sucederam-se os sacerdotes que atenderam a paróquia, sendo que atualmente pertence a Diocese de .

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6 FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO – HISTÓRICO

A Constituição Federal de 1934 foi a primeira que destinou recursos vinculados a impostos para a educação a nível federal. Era uma tentativa de aumentar e garantir recursos financeiros para tornar efetivo um investimento prioritário naqueles tempos de “otimismo pedagógico”, na perspectiva de viabilizar um Plano Nacional de Educação. O art. 156 da referida Constituição, determina que a União e os municípios aplique nunca menos de 10%, e os Estados e Distrito Federal, nunca menos de 20%, da renda resultante de impostos na manutenção e desenvolvimento da educação. Em 1937, com o crescimento das despesas com educação, tanto por parte da União como dos estados e municípios cai a vinculação federal. Aos municípios foi estendida uma vinculação de 20% da receita tributária própria e 20% do Fundo de Participação dos Municípios, a partir da Constituição de 1946, quando voltou a valer a vinculação de recursos federais. De 1950 a 1980, houve uma explosão das matrículas, no que hoje se chama de Educação Básica, compreendendo a Educação Infantil, Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Os recursos financeiros foram reforçados com o salário-educação. Porém, o financiamento público na Educação só firmou-se em 1983, com a “Emenda João Calmon” e posteriormente com a consolidação da Constituição Federal de 1988, garantindo e especificando as delimitações dos financiamentos para com a Educação, por meio de Leis expressas, na qual 25% dos investimentos seriam de responsabilidade dos municípios e Estados (incluindo o Distrito Federal); enquanto a União se responsabilizaria por 18% dos financiamentos. Com a elaboração da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei N° 9394/96, o ensino ganha mais ênfase e as mudanças são significativas. A criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino Básico - FUNDEB foi uma das mais consideráveis, substituindo o antigo Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino Fundamental - FUNDEF.

A forte autonomia política dos municípios herdada de 1988, a total autonomia financeira dos sistemas municipais de ensino na reforma e a falta de foros políticos institucionais apropriados retiram dos Estados a capacidade de articular políticas educacionais estaduais, de coordenar os processos de correção e ajuste das desigualdades geradas pelo 38

próprio Fundo. Assim, deixaria de existir, aos poucos, um sistema estadual de educação que seria substituído por múltiplos sistemas municipais e, possivelmente, desiguais. Após o Estado Novo, em 1946, é regulamentado o ensino primário sob a influência do movimento renovador e dos princípios estabelecidos pelo Manifesto dos Pioneiros da Educação em 1932. O presidente Dutra envia ao Congresso Nacional um projeto sobre as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, dentro dos princípios da liberdade e nos ideais de solidariedade humana. O projeto, em 1961, tornar-se a Lei Nº 4.024, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN. Instala-se pelo Golpe de 64, o regime político de ditadura militar, com cinco generais presidentes. O AI5 dirige a educação, cassando professores, afastando-os ou aposentando-os, daí a "evasão de cérebros" para o exterior. As verbas para a educação são reduzidas a níveis incompatíveis com o crescimento populacional. O corte nas verbas para a educação pública e gratuita, o arrocho salarial dos docentes e do pessoal administrativo das escolas, desestimulam o processo educacional. Para contrabalançar a redução da oferta de vagas na rede pública, os governos militares estimulam a proliferação das escolas privadas. Assim foram reduzidas as responsabilidades do Estado com a educação, previstas na Constituição Federal. O Estado reforma a Lei 4.024/61 através da Lei 5.540/68, atrelando o sistema educacional ao modelo de desenvolvimento econômico dependente, imposto pela política econômica norte-americana e, para tanto, recebe assistência técnica e financeira, a partir de 1964, através dos acordos entre o Ministério da Educação e Cultura - MEC e o United States Agency for Internacional Development - USAID, para realizar a reforma que se assentou em três pilares: educação e desenvolvimento, educação e segurança e educação e comunidade. Dentro do contexto histórico da época, o governo promulga a Lei 5.692/71 fixando diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus. A lei destaca dois pontos fundamentais: a obrigatoriedade escolar e a profissionalização do ensino médio. É considerado o primeiro grau como o Ensino Fundamental, tendo a duração de oito anos e obrigatório para as crianças dos sete aos quatorze anos. Agoniza o regime militar. O Brasil caminha para a redemocratização. Cai a censura, e a sociedade civil debate problemas nacionais como a inflação, as crises políticas e o impeachment - cassação de um presidente eleito diretamente pelo voto do povo. Com o esgotamento do modelo econômico vigente até então, a doutrina econômica neoliberal expande-se e influencia na descentralização das políticas públicas. Coincidindo com a redemocratização, o Brasil tornou-se um país altamente descentralizado. Este fato trouxe uma série de mudanças intra-governamentais e no poder 39

relativo dos governos e das sociedades locais, dando ensejo a um intenso movimento de lideranças socialistas. Os movimentos sociais dos anos 80 tinham como característica cinco elementos constitutivos em seu ideário: autonomia, adoção de democracia direta, sentimento anti-capitalista, relações de poder e processos decisórios horizontalizados além do sentimento constitucionalista. Esses cinco elementos fizeram um empate permanente com o aparelho do Estado. No bojo do processo de redemocratização do país, houve a implementação da descentralização dos serviços e a aproximação dos grupos de interesse organizados. Esse processo de descentralização consistiu numa estratégia de gestão e execução de políticas públicas, de forma a privilegiar a proximidade entre executores e público-alvo. Nesse sentido, a otimização de recursos significa criar condições para uma maior eficiência. Em consequência, houve maior agilidade e transparência na prestação de serviços públicos pelo Estado, maior envolvimento direto do poder local na captação das demandas, no controle de gastos e na inspeção do cumprimento das metas estabelecidas e, a um só tempo, o acompanhamento dessas ações pelo setor público. O processo de descentralização como política pública é uma tendência universal desde o esgotamento do “Welfare State” (Estado de Bem-estar Social) e da ascensão do neoliberalismo segundo o qual, a ineficácia do Estado é o resultado do aprofundamento da sua intervenção na sociedade. O estado de bem-estar social representa a intervenção de um novo Estado Keynesiano-desenvolvimentista, a partir do final da Segunda Grande Guerra Mundial - 1945, quando o panorama internacional passou a ser marcado por uma significativa ampliação do Estado na economia. É também nesse período que os regimes social-democratas se apresentam como suposta alternativa ao capitalismo selvagem e aos projetos socialista e comunista. Nesse contexto, o sistema capitalista incorpora ideias de planificação socialista e principia um quadro de recuperação e de estabilização. O Estado de Bem-Estar, Welfare State, irá desenvolver políticas sociais que visam à estabilidade no emprego, políticas de rendas com ganhos de produtividade e de previdência social, incluindo seguro-desemprego, bem como direito à educação, subsídio no transporte etc. O slogan de Henry Ford - "nossos operários devem ser também nossos clientes", caracteriza a estratégia econômica da segunda fase do fordismo que busca viabilizar a combinação de produção em grande escala com consumo de massa. O surgimento, desenvolvimento e crise do fordismo e do Estado de Bem-Estar Social ou Previdenciário dentro de uma dialética em cujo pacto se situa a possibilidade de 40

sustentação do padrão de acumulação capitalista, envolve o financiamento, pelo fundo público, de capital privado e, ao mesmo tempo, de forma crescente da reprodução da força de trabalho, aumentando de forma generalizada a assistência à população, não por caridade, mas como direito, mediante as políticas sociais de saúde, educação, emprego etc. É importante destacar que a crise dos anos 70/90 não é uma crise fortuita e meramente conjuntural, mas uma manifestação específica de uma crise estrutural. O que entrou em crise nos anos 70 constituiu-se em mecanismo de solução da crise dos anos 30: as políticas estatais, mediante o fundo público, financiando o padrão de acumulação capitalista nos últimos cinquenta anos. A crise não é, portanto, como a explica a ideologia neoliberal, resultado da demasiada interferência do Estado, da garantia de ganhos de produtividade e da estabilidade dos trabalhadores e das despesas sociais. Ao contrário, a crise é um elemento constituinte, estrutural, do movimento cíclico da acumulação capitalista, assumindo formas específicas que variam de intensidade no tempo e no espaço. Os neoliberais, todavia, como defensores da minimização da ação do Estado, creditam ao mercado a capacidade da regulação do capital e do trabalho, considerando as políticas públicas de ação social, como saúde, educação e assistência social, as principais responsáveis pela crise. Ao tomarem para si a responsabilidade pelos programas sociais, os governos geram mais receitas, suprindo-as com o aumento da carga tributária e encargos sociais. Esses fatores, tais como a minimização da ação do Estado, a redução das garantias sociais, a descentralização sem o devido repasse de recursos e as privatizações, contribuíram para a criação de movimentos sociais contra a doutrina neoliberal. A redução do papel do Estado, imposta pelas políticas de privatização e descentralização, reflete-se nas ações desses grupos e vai repercutir no estabelecimento do caráter descentralizador e participativo da Constituição Federal de 1988. Como decorrência, a legislação que normatiza a educação, traz a obrigatoriedade da oferta do ensino fundamental para todos, a universalização do ensino fundamental e a erradicação do analfabetismo. Não podemos deixar de mencionar aqui a influência dos organismos internacionais na assunção desses objetivos. Evidencia-se o aprofundamento da intervenção desses organismos nas políticas educacionais de países situados à margem das economias centrais, em particular na América Latina. Neste continente, as políticas educacionais vão ocorrer sob forte impacto de diagnósticos, relatórios e receitas, formulados no âmbito de órgãos multilaterais de financiamento. 41

No bojo dos estudos e propostas elaborados por esses organismos, evidencia-se a defesa da descentralização como forma de desburocratização do Estado e de abertura a novas formas de gestão da esfera pública; da autonomia gerencial para as unidades escolares e, ainda, da busca de incrementos nos índices de produtividade dos sistemas públicos. A Conferência de Jontien impulsionou os nove países, entre eles o Brasil, com a maior taxa de analfabetismo do mundo, a desencadear ações com o objetivo de satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem e da promoção da equidade, passando por mudanças no modelo de gestão da educação e culminando na definição de competências e responsabilidades das instâncias de governo em relação à gestão e financiamento da educação básica. Assim, o Brasil assumiu a responsabilidade de assegurar à sua população, o direito à educação, compromisso esse reafirmado e ampliado na Constituição Federal de 1988. Devido a esses fatos, no final da década de 80 foi grande o incentivo à participação dos municípios em programas de parcerias, multiplicando-se os convênios entre os estados e municípios com vistas ao transporte de alunos, à merenda escolar, às construções escolares, datando desse período a municipalização do ensino pré-escolar. A LDB e a Lei do FUNDEF - hoje FUNDEB, com a abrangência da Lei sobre o Ensino Médio e Educação Infantil - impulsionaram a descentralização do ensino, trazendo uma grande modificação na educação do país, definindo o município como ente federativo autônomo na questão da formulação e da gestão da política educacional - Sistema Municipal do Ensino. Essas medidas de ordem legal definiram também o regime de colaboração e parceria entre a União, os Estados e Municípios. Todavia, sendo o Brasil um país de grande desigualdade, com municípios ainda sem autossuficiência, a municipalização encontrou sérios entraves pela falta de recursos financeiros. Apesar de constar em uma Constituição recente, a ideia de municipalização da educação não é uma ideia nova no Brasil, data da época de Anísio Teixeira associada à doutrina política e social da Constituição Federal de 1946, e que não se consolidou.

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6.1 O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS

Atualmente, a principal fonte de financiamento da educação é a receita de impostos. O artigo 212 da Constituição Federal vigente determina que “A União aplicará, anualmente, nunca menos de 18%, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 25%, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida aquela proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino”. Além desses recursos provenientes de vinculação constitucional, o salário-educação é uma importante fonte adicional de financiamento do ensino fundamental. O salário- educação foi criado em 1964, através da Lei Nº 4.440, fixado em 1,4% da folha de contribuição das empresas à Previdência Social, permanecendo até hoje, com algumas modificações oriundas da Emenda Constitucional N° 14/96 a qual alterou vários artigos da Constituição Federal de 1988, entre eles o artigo 212, parágrafo 5°, no qual faz alterações no salário-educação, ampliando o percentual de 2,5 sobre o total da folha de pagamento das empresas, cuja regulamentação encontra-se na Lei Nº 9424/96, artigo 15. O montante de sua arrecadação, após a dedução de 1% ao INSS (órgão arrecadador), é dividido em duas quotas, uma federal (equivalendo a 1/3) e uma estadual (correspondendo a 2/3 de sua receita líquida). Observando o critério de participação de cada estado na receita. O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB é um fundo de natureza contábil-financeiro, instituído pela Emenda Constitucional Nº 53, de 19 de dezembro de 2006, regulamentado pela Medida Provisória Nº 339, posteriormente convertida na Lei Nº. 11.494/2007. Sua implantação foi iniciada em 1º de janeiro de 2007, de forma gradual, e concluída em 2009, funcionando com todo o universo de alunos da educação básica pública presencial e os percentuais de receitas que o compõem terão de alcançar o patamar de 20% de contribuição. A Sua vigência é até 2020. Os recursos do FUNDEB destinam-se a financiar a educação básica, compreendendo a Educação Infantil, o Ensino Fundamental, o Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos - EJA. Pelo exposto, o município conta com fontes fixas de recursos públicos para a educação escolar: - 35% fixado pela Lei Orgânica de seus impostos (IPTU, ISSQN, ITBI) e transferências (ITR, IPVA, IRRF), sendo 60% exclusivamente para o Ensino Fundamental e 40% para a Educação Infantil; 43

- transferência do FUNDEB integralmente para o Ensino fundamental, do qual 60% é para o pagamento do Magistério em efetivo exercício; - a receita do Salário-Educação e de outras contribuições.

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7 A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE LIBERATO SALZANO

Desde os primórdios da instalação do município houve a preocupação com a educação das crianças, assim, por volta de 1940, junto à Igreja, foi construída a primeira escola, sendo sua primeira professora Mauríli Correia. A escola funcionou nesse local até ser construído o Grupo Escolar, onde hoje é a rua Rua Voluntários da Pátria. A partir da emancipação político-administrativa do município de Liberato Salzano em 01 de junho de 1964 começam-se a organizar mais detalhadamente as questões educacionais atreladas ao município. Com o passar do tempo, a população salzanense foi aumentando, com isso desenolveu-se a agricultura, com o cultivo do milho e do feijão, logo após desenvolvendo-se também o cultivo da soja, do fumo, a criação de gado-leiteiro, suinocultura, setor aviário, plantação de cítricos, hortifrutigranjeiros cana-de-açúcar, entre outros. Esse crescimento ocasionou a necessidade do comércio, das indústrias e das transações comerciais que escoam esses produtos. As agroindústrias garantem a absorção da produção e agregam valores aos produtos oriundos da pequena propriedade rural. Hoje, Liberato Salzano, é denominado “Terra da Diversificação” por ter sua base produtiva alicerçada na diversificação da pequena propriedade rural. A cidade passou por um processo de urbanização que a transformou numa das mais belas da região, através de um trabalho desenvolvido pela Comissão Municipal de Urbanização, Administração Municipal e Comunidade. Nesta perspectiva de progresso, uma das preocupações mais recentes e latentes da administração, é a geração de emprego e renda através da atração de investidores ao município, com a implantação de indústrias de médio e grande porte, absorvendo a mão de obra local. O desenvolvimento da educação também é um reflexo do desenvolvimento ocorrido nos últimos anos e uma preocupação da Administração Municipal para atender as demandas que são crescentes. Dessa forma, a educação tem sido prioridade na administração municipal, o que está proporcionando um grande progresso em construção de novas escolas e ampliação e reforma das já existentes. Além disso, tem-se investido na formação continuada dos docentes e incentivado a sua formação pedagógica específica nas universidades da região. O município já chegou a contar com 37 escolas, das quais 35 eram de alvenaria e 2 de madeira, todas elas oferecendo condições para o processo de construção do conhecimento. Eram atendidos na época, 1.095 alunos de 1ª a 6ª séries. Tinha ainda 3 escolas da rede estadual, as quais atendiam 830 alunos de 1º e 2º graus. Por volta de 1989, o número de 45

escolas diminuiu para 33, com 87 professores e, em 1990 o número de alunos caiu para 1.070, mantendo-se as 33 escolas e os 87 professores. Com as reformas promovidas no Ensino Fundamental, mais especificamente com a aprovação da Lei Nº 9.394, de 20.12.96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o Município, objetivando a redução de gastos com a implementação da municipalização do ensino básico, optou pelo fechamento de diversas escolas multisseriadas e, através do processo chamado nucleação, reuniu os estudantes das unidades desativadas em escolas pólos na área rural e na área urbana, oferecendo o transporte escolar. Assim, movidos pela ideia de que a manutenção de algumas poucas escolas, com o agrupamento dos diversos alunos através do transporte escolar, implicaria economia aos cofres municipais, dado que reduziria o número de professores e de servidores ligados a atividade de ensino, promoveu-se a desativação de escolas isoladas, com o argumento de que o novo método elevaria a qualidade do ensino, na medida em que a concentração dos alunos em maior número viabilizaria a separação em classes de acordo com a faixa etária. A partir disso, sempre trabalhando pela qualidade do ensino e a formação continuada dos educadores, o município conquistou sua inserção no Programa A União Faz a Vida, presente no município desde 2002, que deu uma nova dimensão à educação. No ano de 2005, o município implantou a educação de nível superior na modalidade a distância, já com a primeira turma formada em 2008, seguindo-se outras mais nos anos posteriores. Atualmente, o município investe em transporte diário de universitários para as Universidades da região, proporcionando aos jovens a permanência em suas famílias e a formação em cursos de Graduação. O mapa atual da educação no município é desenhado por 06 escolas municipais e 04 escolas estaduais, como demonstrado nos dados a seguir.

7.1 ESCOLAS MUNICIPAIS - Escola Municipal de Educação Infantil Janaica Colossi, situada no Bairro Flórida; - Escola Municipal de Educação Infantil Paraíso Infantil, situada no Bairro Flórida; - Escola Municipal de Ensino Fundamental Tomé de Souza, situada na Linha Via Barca; - Escola Municipal de Ensino Fundamental Duarte da Costa, situada na Linha Peixe Baixo; - Escola Municipal de Ensino Fundamental Henrique Dias, situada na Linha Dinoca; - Escola Municipal - em fase de construção com conclusão prevista para o final de 2015, situada no Bairro Flórida. 46

7.2 ESCOLAS ESTADUAIS

- Colégio Estadual de Educação Básica Dr. Liberato Salzano Vieira da Cunha, situado na Avenida Rio Branco, centro de Liberato Salzano; - Escola Estadual Estácio de Sá, situada na Linha Xisto; - Escola Estadual Estado de Pernambuco, situada na Linha Pinhalzinho Baixo; - Escola Estadual Indigena de Educação Básica Francisco Kajeró, situada na Terra Indígena Rio da Várzea.

7.3 PROFESSORES, FUNCIONÁRIOS E AUXILIARES E ALUNOS O município conta atualmente com 91 professores, funcionários e auxiliares, e com 416 alunos, na rede municipal de ensino. As escolas Estaduais contam com 506 alunos, 82 professores e funcionários. A escola Municipal de Ensino Fundamental Tomé de Souza, sedia um pólo da Universidade do Oeste do Paraná – UNOPAR, na modalidade a distância. O município mantém a gratuidade no transporte escolar para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio e subsidia o transporte de Universitários para as universidades da região. Proporciona formação continuada aos educadores da rede municipal e estadual de ensino, de forma gratuita. Oferece merenda de qualidade, com manutenção de uma nutricionista no quadro de servidores da educação, orientando os profissionais da área para a elaboração de uma merenda saudável e nutritiva. Desenvolve diversos projetos de integração social, desenvolvimento da personalidade, de valores e exercício da cidadania, em convênio com a Secretaria da Saúde e Departamento de Assistência Social do Município.

8 METAS E ESTRATÉGIAS DO PNE/2014-2024, DO PEE E AS AÇÕES DO MUNICÍPIO

O município de Liberato Salzano tem cumprido as exigências estabelecidas pelas leis vigentes no país e no Estado com respeito à educação. Nesse sentido, foram realizados estudos do Plano Nacional de Educação e do Plano Estadual de Educação para adaptar as políticas municipais de educação e dar conta das demandas que competem a esfera municipal. 47

Assim, foram verificados os diagnósticos e verificadas as estratégias que já estão em andamento, bem como implantadas novas ações para atender as demandas exigidas nos planos nacional e estadual, e as necessidades do próprio município. As origens do PNE remontam a LDB de 1961 que surge com a concepção e a filosofia neoliberal. Com o golpe de 1964, a LDB foi sendo desarticulada e prevaleceu o pensamento tecnocrático. A constituição de 1967 inclui entre as competências da União o estabelecimento de Planos Nacionais de Educação e Saúde. Mas, somente a Constituição Federal de 1988 vai reafirmar a educação como direito social de todos e dever do Estado e da família. Define também que a União tem função redistributiva e os recursos mínimos que ela deve aplicar na educação devem ser de 18%, além de salário-educação e programas de alimentação e assistência à saúde, sendo que 25% de aplicação compete aos Estados e municípios. O desenvolvimento histórico do PNE salienta a centralidade de políticas de governo e não de Estado, tanto que vão ocorrendo diversas mudanças e por longo tempo nada fica assegurado na educação nacional. O governo de Fernando Henrique Cardoso (1994-2002) efetivou lógicas de gestão, para reforma da educação nacional, com adoção de políticas focalizadas, com ênfase no ensino fundamental e efetivação de instrumentos de avaliação. O PNE não fazia parte das prioridades governamentais, o que sinaliza a falta de centralidade conferida ao PNE e revela ação política inibidora de outras concepções contrárias à reforma. O PNE 2014-2024 contém 20 metas e 170 estratégias. A partir da realidade local do município de Liberato Salzano, apresentam-se a seguir as metas do PNE, PEE e os gráficos da situação em que se encontra a efetivação de cada uma das metas e as ações que estão sendo efetivadas para o cumprimento de cada meta.

Meta 1: Educação Infantil Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE.

Meta 1 PEE – RS: Universalizar até 2016, a Educação Infantil na Pré Escola para as crianças de 4 a 5 anos de idade em todos os Municípios e ampliar a oferta da Educação Infantil em 48

creches de forma a atender, no mínimo , 50% das crianças até 3 anos até o final da vigência deste PEE – RS, ampliando o percentual na faixa etária da creche nos Municípios onde a meta do PNE já estiver alcançada, conforme os PME.

Gráfico 7: População de 4 e 5 anos que frequenta a escola

A partir do Gráfico 7 pode-se perceber que o município de Liberato Salzano já está cumprindo a Meta 1 no que se refere à Educação Infantil na faixa etária de 4 a 5 anos, pois a meta aponta como exigência mínima o percentual de 50% e já são atendidas 64,7% das crianças dessa etapa.

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Gráfico 8: População de 0 a 3 anos que frequenta a escola

O Gráfico 8 apresenta a porcentagem de 8,7% para a população de 0 a 3 anos que frequenta a escola, sendo que a meta é de 50% até o ano de 2024.

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA CUMPRIR A META 1: - manter a oferta da Educação Infantil em um patamar elevado e consolidar as políticas já existentes para alcançar 100% de abrangência para a população de 4 e 5 anos até 2016; - para a população de 0 a 3 anos já existe a oferta de vagas para 50% das crianças nessa faixa etária, o município visa ampliar a oferta da educação infantil em creches de forma a atingir no mínimo 90% dessa população até o final da vigência deste PME; - o município buscará recursos junto ao estado e governo federal adequando o transporte escolar para o acesso das crianças de 0 a 3 anos, em caso de obrigatoriedade; - continuar e ampliar as parcerias com o governo federal e estadual a fim de ampliar e conservar as EMEIs existentes.

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Meta 2: Ensino Fundamental universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE.

Meta 2 PEE – RS Universalizar o Ensino Fundamental de 9 anos para toda população de 6 a 14 anos e garantir que, no mínimo 80% dos estudantes concluam esta etapa na idade recomendada até 2019 e pelo menos 95% dos alunos, até o último ano de vigência deste PEE - RS

Gráfico 9: população de 6 a 14 anos que frequenta a escola

A partir do Gráfico 9 percebe-se que esta faixa da população que frequenta a escola é de 98,8%, atendendo assim a expectativa prevista pelo PNE.

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Gráfico 10: Percentual de pessoas de 16 anos que concluem o EF

O Gráfico 10 revela que existe um percentual aproximado de 10% de evasão e abandono escolar no ensino fundamental.

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA CUMPRIR A META 2:

- para cumprir essa meta o município visa universalizar, em regime de colaboração com o Estado, o ensino Fundamental de 9 anos, para a população de 6 a 14 anos e garantir que pelo menos 95% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada até o último ano de vigência deste PME; - o município disponibiliza instituições de ensino que abrangem essa etapa de educação, profissionais, transporte escolar, material didático e pedagógico, atividades complementares e demais subsídios necessários, porém ainda há a necessidade de incentivar a permanência das crianças na escola; - existem problemas, como gravidez na adolescência e desestruturação familiar. Para resolver os mesmos o município investe em ações do Conselho Tutelar, Ficha de Comunicação de Aluno Infrequente – FICAI online e acompanhamento pelo Centro de Referência Familiar e Social - CRAS. Também são realizadas algumas ações pela Secretaria Municipal de Saúde e Educação para informar e prevenir as evasões decorrentes dessas dificuldades, entre as quais a distribuição do Manual do Adolescente e de preservativos.

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Meta 3: Ensino Médio Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento).

Meta 3 PEE – RS: Universalizar até 2016 o atendimento escolar para toda população de 15 a 17 anos e elevar até 2019, a taxa líquida de matrículas no Ensino Médio para 70% e, até o finalo do período de vigência deste PNE, para 85%.

Gráfico 11: População de 15 a 17 anos que frequenta a escola

Gráfico 12: Taxa de escolarização líquida no ensino médio 53

Os Gráficos 11 e 12 apresentam 22,7% de evasão no Ensino Médio. A análise dos gráficos demonstra que o problema está presente em todo o Brasil e alcança índice semelhante no RS.

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA CUMPRIR A META 3:

- contribuir para a ampliação do atendimento da população de 15 a 17 anos e elevar a taxa líquida de matrículas no Ensino Médio para 80% até o final da vigência deste PME; - o município subsidia em parceria com o estado, transporte escolar visando atingir os índices previstos pelo PNE.

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Meta 4: Inclusão universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos, o atendimento escolar aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, preferencialmente na

rede regular de ensino, garantindo o atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou comunitários, nas formas complementar e suplementar, em escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.

Meta 4 PEE – RS Universalizar, para população de 4 a 17 anos com deficiência transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à Educação Básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas, serviços especializados, públicos ou conveniados.

Gráfico 13: População de 4 a 17 anos com deficiência que frequentam a escola

O Gráfico 13 apresenta o percentual de 85,8% de crianças e jovens com deficiências que frequentam a escola. Ainda não foi atingida a meta da universalização pela resistência dos pais em colocarem as crianças na escola e falta de profissionais na área.

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AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA CUMPRIR A META 4:

- o município oferece o transporte gratuito e adequado para todos; - a Secretaria Municipal da Saúde encaminha a confecção de cadeiras específicas para cada deficiência; - o município se empenhará em contratar mais profissionais capacitados para o atendimento desta população; - o município dispõe de Atendimento Educacional Especializado – AEE com profissionais e serviços educacionais especializados. A meta é manter e ampliar esses recursos; - o Município visa estabelecer parcerias como o Estado e programas do governo federal para o cumprimento destas ações;

Meta 5: Alfabetização Infantil Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental.

Meta 5 PEE – RS Alfabetizar todas as crianças, no máximo até o final do 3º (terceiro) ano do Ensino Fundamental.

Gráfico 14: Taxa de alfabetização das crianças até o 3º ano

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O Gráfico 14 demonstra concretização parcial desta meta, faltando apenas uma pequena porcentagem para alcançar 100%. AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA CUMPRIR A META 5: - Formação continuada para os professores e auxiliares da Educação Infantil em encontros mensais; - formação continuada para os professores e auxiliares de Anos Iniciais através do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa; - Investimentos em jogos e materiais pedagógicos diversos; - Investimento no acervo das Bibliotecas; - Implantação da Feira do Livro que ocorre anualmente, financiada pela Lei de Incentivo a Cultura – LIC.

Meta 6: Educação Integral Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos/as alunos/as da educação básica.

Meta 6 PEE – RS Oferecer educação em tempo integral, em no mínimo 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos alunos da educação básica.

Gráfico 15: Alunos com 7h de atividades escolares 57

Gráfico 16: escolas públicas com alunos com 7h em atividades

Os gráficos indicam que ainda é muito baixa a oferta de educação integral, tanto no Brasil, quanto no RS e no município de Liberato Salzano.

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA CUMPRIR A META 6: - O município oferece infraestrutura, transporte escolar e profissionais para a educação integral da população de 0 a 5 anos de idade; - o município subsidia o transporte escolar, os profissionais e a infraestrutura de sua competência para a educação integral das demais faixas etárias; - a meta é atingir 25% de atendimento dos alunos da Educação Básica em tempo integral através do Programa Mais Educação.

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Meta 7: fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB:

Meta 7 PEE – RS: Fomentar a qualidade da Educação Básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolare da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o ideb: 6,0 nos anos iniciais do Ensino Fundamental; 5,5 nos anos finais do Ensino Fundamental; 5,2 no Ensino Médio.

IDEB 1º ANO 3º ANO 5º ANO 7º ANO 10º ANO ANOS INICIAIS 4,9 5,2 5,5 5,7 6,0 DO ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS 4,4 4,7 5,0 5,2 5,5 DO ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO MÉDIO 3,9 4,3 4,7 5,0 5,2

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA CUMPRIR A META 7:

- monitorar e ataulizar o Plano de Ações Articuladas – PAR garantindo recursos orçamentários para atingir melhores resultados no Ideb; - organizar e garantir o quadro de pessoal completo nas escolas no início do ano letivo; - avaliar a cada final de ano letivo a qualidade do Ensino Fundamental envolvendo toda a comunidade escolar.

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Meta 8: Elevação da escolaridade/diversidade Elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar no mínimo 12 (doze) anos de estudo no último ano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

Meta 8 PEE – RS: Elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 anos de estudo no último ano de vigência deste plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade do País e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade médiaentre negos e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

Gráfico 17: Escolaridade média da população de 18 a 29 anos

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Gráfico 18: Escolaridade média da população rural

Gráfico 19: Escolaridade média de negros e não negros

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Gráfico 20: Escolaridade média entre os 25% mais pobres

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA CUMPRIR A META 8: - a meta municipal é atender da mesma forma todas as faixas etárias, etnias e raças a fim de que tanto as escolas do campo, como as escolas urbanas e a escola indígena na área do muncípio atendam satisfatoriamente e sem discriminação as diversidades; - O município subsidia a Educação de Jovens e Adultos – EJA e oferece infraestrutura, transporte, profissionais, materiais escolares pedagógicos e didáticos e merenda escolar procurando atender as demandas dessa faixa etária da população.

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Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional.

Meta 9 PEE – RS: Elevar a taxa de Alfabetização da população com 15 anos ou mais 93,5% até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.

Gráfico 21: Taxa de alfabetização de 15 anos ou mais

Gráfico 22: Taxa de analfabetismo funcional

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AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA CUMPRIR A META 9:

- contribuir para a elevação da taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 90% até 2016 e até o final da vigência deste PME de 70% da taxa de analfabetismo funcional - Criar parcerias com universidades federais para a oferta de cursos técnicos; - Continuar subsidiando o Programa Brasil Alfabetizado – PBA.

Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, na forma integrada à educação profissional, nos ensinos fundamental e médio.

Meta 10 PEE – RS: Oferecer, no mínimo 25% das matrículas de jovens e adultos, nos ensinos Fundamental e Médio, na forma integrada a educação profissional.

Gráfico 23 : Percentual de matrículas da EJA

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA CUMPRIR A META 10:

- apoiar para que no mínimo 25% das matrículas da Educação de Jovens e Adultos sejam oferecidas no Ensino Fundamental e Médio na forma integrada à educação profissional; - criar parcerias com Institutos Federais e/ou particulares para a oferta de cursos técnicos profissionalizantes.

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Meta 11: triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público.

Meta 11 PEE – RS: Triplicar as matrículas da Educação Profissional técnica de nível médio, assegurando a aqualidade da oferta e pelo menos 50% da expansão no segmento público.

Gráfico 24: Matrículas em educação profissional técnica em nível médio

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA CUMPRIR A META 11:

- incentivar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% da expansão no segmento público; - criar parcerias com Institutos Federais, Estaduais e particulares para fomentar a educação profissional técnica de nível médio.

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Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público.

Meta 12 PEE – RS: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público.

Gráficos 25 e 26 : taxa da escolarização na Educação Superior

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA CUMPRIR A META 12:

- estimular a taxa de matrícula na Educação Superior para 50% através de incentivo ao ingresso na Educação Superior promovendo anualmente a Feira das Profissões com a presença de Universidades da região; - continuar subsidiando o transporte totalmente gratuito para todos os universitários.

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Meta 13: elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores.

Meta 13 PEE - RS: elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores.

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA CUMPRIR A META 13:

- apoiar a qualificação dos profissionais da educação viabilizando a formação em serviço; - garantir para o professor da educação pública a possibilidade de acesso aos cursos de Pós-Graduação Lato Sensu e organizar o horário do professor, a fim de dar oportunidade de participação no curso.

Meta 14: elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores.

Meta 14 PEE - RS: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores.

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA CUMPRIR A META 14:

- fomentar parcerias com a iniciativa privada e pública para proporcionar acesso e permanência dos profissionais de educação em cursos de Pós-Graduação. 67

Meta 15: garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política nacional de formação e valorização dos profissionais da educação, assegurando que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.

Meta 15 PEE - RS: Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política nacional de formação e valorização dos profissionais da educação, assegurando que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA CUMPRIR A META 15:

- Apoiar e incentivar os professores/as que ainda não possuem formação específica em nível superior e os que desejam fazer uma segunda licenciatura através do Plano Nacional de Formação de Professores – Parfor.

Meta 16: formar em nível de pós-graduação 50% (cinquenta por cento) dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos os profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.

Meta 16 PEE - RS: Formar em nível de pós-graduação 50% (cinquenta por cento) dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos os profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA O CUMPRIMENTO DA META 16:

- Apoiar e incentivar os professores a especializarem-se em suas áreas de atuação, através de cursos de Pós-Graduação. 68

Meta 17: valorizar os/as profissionais do magistério das redes públicas da educação básica, a fim de equiparar o rendimento médio dos/as demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do 6º (sexto) ano da vigência deste PNE.

Meta 17 PEE - RS: Valorizar os/as profissionais do magistério das redes públicas da educação básica, a fim de equiparar o rendimento médio dos/as demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do 6º (sexto) ano da vigência deste PNE.

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA O CUMPRIMENTO DA META 17:

- continuar atualizando anualmente o Piso Salarial do Magistério Municipal, conforme exigência da Promotoria de Justiça Regional de Passo Fundo/RS.

Meta 18: assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de Carreira para os/as profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de Carreira dos/as profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.

Meta 18 PEE - RS: assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de Carreira para os/as profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de Carreira dos/as profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA O CUMPRIMENTO DA META 18:

- reestruturar no prazo de dois anos o plano de carreira existente para os profissionais da Educação Básica de todos os sistemas de ensino e para o plano de carreira dos profissionais da educação básica pública tomar como referências o piso salarial nacional 69

profissional definido em Lei Federal nos termos do inciso VIII, do Artigo 206, da Constituição Federal.

Meta 19: assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.

Meta 19 PEE - RS: assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA O CUMPRIMENTO DA META 19:

- priorizar o repasse de transferências voluntárias na área da educação para o Estado e o Município; - implantar a escolha democrática dos gestores escolares. Para isso será realizada semana de formação e capacitação para avaliação de mérito e desempenho e posteriror escolha dos diretores; - oferecer e garantir que as mantenedoras organizem cursos de formação continuada sobre gestão escolar para candidatos e diretores das escolas, que enfoquem temas de práticas pedagógicas e administrativas atualizadas.

Meta 20: ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto - PIB do País no 5º (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio.

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Meta 20 PEE - RS: Ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto - PIB do País no 5º (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio.

AÇÕES DO MUNICÍPIO PARA O CUMPRIMENTO DA META 20:

- garantir fonte de financiamento permanente e sustentável para todas as etapas e modalidades da educação básica.

8. 1 PROGRAMAS FEDERAIS E ESTADUAIS VIABILIZADOS PELA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

 Programa “Sorrindo para o futuro”, subsiadiado pelo Municipio, dispõe de profissionais na área odontológica para acompanhamento dos alunos e da comunidade, tendo em cada escola equipamentos adequados para o atendimento.  PDDE – Programa Dinheiro Direto na Escola;  FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e dos Profissionais da Educação;  PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar;  PNATE – Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar;  Guri Bom de Bola, o Município disponibiliza materiais, transporte e estádios para realização dos eventos;  JERGS o Município disponibiliza materiais, transporte e estádios para realização dos eventos;  Curso Técnico Agrícola, acompanhamento e supervisão pela Secretaria Municipal de Educação e Transporte Escolar;  Educação Superior na Modalidade EAD, o Município disponibiliza profissionais diversos, transporte escolar e estrutura física;  Formação mensal continuada oferecida aos educadores ministradas pela Secretaria Municipal de Educação – e, quando necessário investimento em profissionais nas áreas afins; 71

 Hortas escolares: o Município contribui com mão de obra, material, espaço e profissionais na área;  Programa Mais Educação: o Municipio dispõe da estrutura física e Transporte Escolar.

9 LEI DE CRIAÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

A Lei Municipal 2.023/03 de 07 de março de 2003, cria o Conselho Municipal de

Educação - CME que tem como função primordial, normatizar os atos que emanam da

Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul – SEED, do Conselho Nacional de Educação -

CNE. O CME emite pareceres, resoluções, normatizações a respeito dos atos legais que são solicitados pela Secretaria Municipal de Educação.

10 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

O Plano Municipal de Educação do município de Liberato Salzano, cumpre o seu papel de estabelecer as políticas de educação até o final de vigência do PNE 2014-2024, a partir das metas e ações traçadas neste PME, com a participação dos diversos setores da comunidade.

A importância deste plano se dá pela sua atualização conforme as políticas do PNE e

PEE e das ações traçadas em conformidade com a responsabilidade do Poder Público

Municipal e dos instâncias comprometidas com o processo de qualificação e universalização da Educação em todos os níveis.

Serão feitas avaliações periódicas pelo Conselho Municipal de Educação a fim de verificar o andamento e a concretização das ações planejadas. Integrarão os Fóruns de 72

Avaliação, a sociedade civil, os professores e professoras, representantes dos diversos conselhos do município, Conselhos Escolares, Secretaria Municipal de Educação, Conselho

Tutelar e outras instituições.

A implementação e o desenvolvimento do PME deverá assegurar a sua integração com instâncias da Administração Pública Federal e Estadual para que as metas e ações traçadas se concretizem, cabendo aos poderes Executivo e Legislativo, através de suas representações, acompanhar a implantação e o desenvolvimento das ações, para garantir que as metas sejam cumpridas.

Cabe à SMEC proceder a elaboração e a promoção de mecanismos para o registro das alterações prováveis do PME, passando relatório ao CME, que emitirá parecer prévio, encaminhando-o ao Executivo Municipal, que comunicará ao Legislativo Municipal e aos componentes do Fórum de acompanhamento e de avaliação, a data das sessões de avaliação, ocorrendo a primeira avaliação após o segundo ano de vigência da Lei que o institui.

Também, é competência da Câmara de Vereadores a aprovação de mecanismos que se façam necessários para as possíveis correções, durante a vigência do presente plano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após realizadas as etapas de atualização do PME para os próximos dez anos considera-se que, após analisados os diagnósticos, as ações propostas partiram da realidade e das necessidades do Município. As ações municipais foram previstas de acordo com o que está proposto no PNE e no PEE.

É de fundamental importância que todos os segmentos envolvidos e comprometidos com a qualidade da Educação Básica e da universalização de sua oferta desempenhem suas 73

funções para que o presente Plano se concretize e possa colaborar para uma melhor qualidade de vida da população salzanense garantindo a dignidade humana para todos.

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REFERÊNCIAS

BRASIL - IBGE – Pesquisa Nacional de Amostra de Domicilio. Brasília, 2010.

BRASIL – Censos 2010. Disponível em: www.inep.gov.br. Acesso em: abril de 2015.

BRASIL – IBGE – Censo 2010. Acesso em 03/07 de 2010.

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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, Diário Oficial da União, 1988. Diponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: Abril de 2015.

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BRASIL. Diretrizes Curriculares da Educação Infantil – RES. CNE/CEB n° 01/1999. Brasília: MEC, 1999.

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BRASIL. Plano Decenal de Educação para Todos. Brasília : MEC, 1993.

BRASIL. Plano Nacional de Educação. LEI Nº 13.005, de 25 de junho de 2014 que aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Disponível em: http://pne.mec.gov.br/. Acesso em: abril de 2015.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/ CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA – Resolução 02, de 28/05/2009. Fixa as Diretrizes Nacionais Para os Planos de Carreira e remuneração dos profissionais da Educação.Brasília: MEC 2009.

DELORS, Jaques. Educação: um tesouro a descobrir- 8ª ed. São Paulo. Cortez . Brasília. DF. MEC; UNESCO.

DIDONET, Vital. Plano Nacional de Educação. Brasília: Plano 2000.

LIBERATO SALZANO. - Lei Municipal N.°2.048/03, de 25 de abril de 2.003 . Liberato Salzano, 2003.

LIBERATO SALZANO. Plano de carreira do Magistério. Liberato Salzano. 2003.

LIBERATO SALZANO. Plano plurianual do Município. Liberato Salzano, 2011. 75

MONLEVADE, João. Educação Pública no Brasil: contos e descontos. Ceilândia-DF: Idéia Editora, 2ª edição, 2001.

RIO GRANDE DO SUL. Plano estadual de Educação. Porto Alegre: Assembléia legislativa, 2006.

ZANG, Nelson et al. Caracterização e Diagnóstico Ambiental da Paisagem do Município de Liberato Salzano- RS. URI. 2006.