Esta Crise Veio Pôr a Nu a Nossa Fragilidade Há Várias Décadas Que Pensa O Turismo E O Algarve E Não Se Negou Agora a Fazê-Lo, Em Tempos De Pandemia
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Prioritário O SEMANÁRIO DE MAIOR EXPANSÃO DO ALGARVE FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis quinta-feira I 6 de maio de 2020 I ANO LXIV - N.º 3293 I Preço 1,30 € PORTE PAGO - TAXA PAGA www.jornaldoalgarve.pt VÍTOR NETO REFLETE SOBRE O TURISMO, O ALGARVE E A PANDEMIA IP desiste de estrada que ameaçava Centro Agrário Esta crise veio de Tavira P7 pôr a nu a 342 infetados Segunda onda pode coincidir nossa fragilidade com período de gripe no Inverno Há várias décadas que pensa o Turismo e o Algarve e não se negou P 13 agora a fazê-lo, em tempos de pandemia. Em entrevista exclusiva ao JA, Vítor Neto, presidente da Associação Empresarial Viajantes podem alarmar população residente da Região do Algarve (NERA), discorre sobre o momento atual e o seu contexto: as empresas e a economia nacional e do Algarve. Isolamento Mas o especialista em Turismo fala também de regionalização não é obrigatório e coloca o dedo em feridas várias. Por exemplo ao dizer para quem chega que foi Lisboa quem escolheu muitos dos caminhos da história P 15 recente do Algarve. Alguns deles bem discutíveis Espanhóis elogiam P 4/5 instalações portuguesas na fronteira DOS PALCOS PARA OS ECRÃS do Guadiana Artistas adaptam-se à pandemia P 19 Farense através da Internet ascende à I Liga A pandemia de COVID-19 confinou as pessoas às suas casas, fechou as salas de espetáculos, as discotecas, após quase duas os bares e cancelou os festivais de verão. À semelhança do que vem acontecendo um pouco por todo o mundo, décadas de jejum os artistas do Algarve têm atuado para a população confinada, através de atuações em direto para as redes sociais, aulas online e outras iniciativas criativas, que estão à distância de um clique P 21 P 10/11 RADIS JORNAL do ALGARVE - em PDF para todos os leitores Dr. Jorge Pereira Dada a situação difícil e extraordinária que o País atravessa, as consequências para a vida de cada um de nós do Estado de Emergência Agora com TAC - Rx - Ecografia - Mamografia em vigor e a de compaginar essas dificuldades com a impreterível necessidade de manter a população informada, o JORNAL DO RX Panorâmico Dentário ALGARVE informa que a edição semanal em PDF está gratuitamente disponível a todos os leitores no nosso site jornaldoalgarve.pt. Acordos - Convenções ADSE - SAMS - CGD - PSP - CTT - TELECOM - ADMFA Apesar de o jornal continuar a ser semanalmente impresso, é possível que nas próximas semanas possam surgir algumas dificuldades ADMG - MÚTUA PESCADORES - MEDIS de distribuição da edição em papel. Não sendo diretamente responsáveis por tais problemas, pedimos a maior compreensão aos SAMS QUADROS - MULTICARE nossos leitores que possam vir a ser afetados por eles. Rua Aug. Carlos Palma n.º 71 r/c e 1.º Esq. - Tel. 281 322 606 em frente à farmácia do Montepio (Tavira) Podem continuar a contar connosco, nos melhores e piores momentos, tal como, estamos certos, podemos contar convosco. Lojas 2.02 a 2.05 – 8700-137 Olhão - Tel. 289 722 535 A Direção E.N. 125, Algarve Outlet, nº 100 7 I maio I 2020 »DOIS [2] JORNAL do ALGARVE www.jornaldoalgarve.pt [AVARIAS] SMS 850 Carlos Albino [email protected] Enfartado Fernando Proença Depois da pandemia, o pandemónio Domingo, dia 3 de Maio do ano da Graça de dois mil e vinte, jornal da tarde da TVI; locutora de cara alegre, riso Algarve, muito sol e céu aberto. Adivinha-se que, depois da – coisa difícil de acontecer na região e no país – para a fase aberto e conversa, onde constava (com mais ou menos pandemia, virá o pandemónio. da tempestade das ideias que conduz, e depois, à síntese desvios literais ou semânticos) mais ou menos o seguinte: e à proposta concreta. Andam no ar ideias mestras dessa “hoje é dia da Mãe, calor e o sol a brilhar. Dia convidativo Sobre o assunto seria bom recordar que em 1982 foi pu- reconsideração. para um passeio ao ar livre, talvez junto ao mar, como blicado um livro de ficção, intitulado O Cais das Merendas, forma de celebração”. Este arrazoado, fresco e fofo, lido de Lídia Jorge (desculpas pela inevitável citação…), que Claro que a urgência de fazer face a uma indústria tão com o maior sorriso do mundo (como se ousa dizer por chamava a atenção para dois aspectos. Primeiro, conviria vulnerável como é o turismo, em profunda crise, não se estes dias), marcou praticamente a entrada do serviço que, na osmose da cultura regional com a cultura do vasto compagina com fugazes reuniões de responsáveis jogando noticioso. Logo após, dois minutos depois, que a espera mundo, se resguardasse, para nosso bem e para o bem dos à defensiva. Esta é a altura em que se deve avançar para não foi muita, vários repórteres em directo, de diferentes outros, alguma coisa da nossa identidade cultural. A última acções concretas, coordenadas e em conjunto, onde a pontos deste país que se volta ao mar, registavam e acen- frase desse livro é a seguinte – Já não se sabia como voava urgência da eficácia seja imperativo número um. Mas não tuavam; os portugueses não devem esquecer o dever de um pássaro. Segundo, conviria não nos concentrarmos só e nos iludamos - encontrar um equilíbrio coerente para a re- estar em casa. O fim do estado de (ou da) emergência, apenas nas lides turísticas e gastronómicas. Uma das cenas gião, a médio e longo prazo, exige um espaço de análise e não pode significar que façamos a vida que fazíamos. De- imaginadas nesse livro é o envio para o Espaço dos sons consideração para a qual devem ser convocados não só os vemos continuar com o dever de afastamento social etc. da Terra. Enquanto outros povos enviariam os sons próprios que agem no terreno, mas também os que pensam, e vêem etc. A TVI (podia ser qualquer um dos outros canais, mas das suas culturas diversas, música, engenharia, mecânica, ao longe os acontecimentos, através daquele instrumento apostava, em primeira mão que os rapazes e raparigas nós enviaríamos os sons dos talheres, o roçagar das toa- que radiografa à distância no tempo, chamada mitologias. da CMTV, não enjeitariam uma oportunidade destas), no lhas, o brinde dos copos. Importante? Sim, mas subsidiário, Elas dizem claramente que a componente coadjuvante do seu melhor. A pivô da estação, em pleno serviço noticioso tangencial, demasiado básico para nos apresentarmos aos turismo não são as indústrias extractivas, gás, petróleo e o a apelar para que os tugas saiam de casa. Onde come- futuros habitantes do Espaço. resto. São o que está à vista de todos – retomar o trabalho da morar um dia especial, que não seja longe de casa, perto terra, o trabalho do mar e o trabalho do saber e da criação. de (por exemplo, também figurava na peça) do mar em Nos dias que correm rever essa mitologia fantasiosa, por Belém, que é para onde vai, de momento a reportagem? incrível que pareça, transforma-se numa chamada para a Tem de se ter em vista não só evitar o pandemónio depois Isto no princípio da peça porque a meio a coisa já muda realidade. Uma difícil realidade que teremos de enfrentar se da pandemia, É preciso depois do inevitável pandemónio de figura e se apela ao bom comportamento dos cidadãos não quisermos que o Algarve se transforme num local áspero erguer a harmonia. (já não existem pessoas, apenas cidadãos), que devem para viver e trabalhar. É preciso que muitos, urgentemente, ficar em casa à janela a bater palmas e a tocar saxofone, se sentem à mesa, passem pelo número um do ponto da Flagrante contaminação: Essa gente que andou e anda mascarada toda a vida, tem agora dúvidas em usar máscara? só porque querm aparecer nas redes sociais e, quiçá, na ordem de trabalhos que consiste no mea culpa responsável televisão. Aparentemente, a ninguém (neste caso na TVI) faz espécie que lado a lado coexistam os que dizem uma coisa com os que afirmam o seu contrário, tudo difundido CRÓNICA DE FARO pela mesma redacção, com um minuto de intervalo e pela mesma pessoa. Penso que não vem nada de bom depois de estarmos submetidos a doses elevadas e contantes de informação. Foi-o há 50 anos… Pela minha experiência de cidadão metido em casa, refor- cei a ideia que estarmos em contacto com notícias de todo Meio século é volvido desde que foi constituído o de primeira prioridade», o que o mundo (mas completamente soterrado em Covid-19), primeiro órgão regional de turismo, corolário do desen- deu origem ao chamado «Plano horas a fio nos torna imunes e insensíveis a quase tudo. volvimento que a chamada «indústria sem chaminés» de Obras» com infraestruturas de Palavra, que no último mês e meio, só ouvi que, há cerca havia alcançado no Meio Dia Português. Para além do saneamento básico, rodoviarias, João Leal de duas semanas, alguém (os habituais), tinham posto que representou há meio século esta disposição gover- de animação e outras, para o que uma bomba num qualquer mercado na Síria e feito, num namental de então emanada, através dos Ministérios era estabelecida uma verba de segundo, o que com o vírus da moda leva horas: quarenta da Presidência e das Obras Públicas e publicada pelo 300 mil contos. mortos, assim à cabeça. Tudo o que nos vai rodeando tira- Decreto – Lei nº 114/70, de 18 de Março, teve o rele- Recordamos, ao jeito de lembrança e de homenagem, nos a capacidade de perceber o que se vai passando, mas vante significado de uma regionalização, que o era de os nomes que integraram a primeira Comissão Executiva os apontamentos de reportagem da CMTV são um farol relevância no Portugal de então.