ENTRE O SINO DO BONFIM E O CHOCALHO DO CÃO: Fé, Folia E Consumo Nas Lavagens Da Festa Do Senhor Do Bonfim De Muritiba-BA
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE ARTES, HUMANIDADES E LETRAS - CAHL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS CLÁUDIO MÁRCIO REBOUÇAS DA SILVA ENTRE O SINO DO BONFIM E O CHOCALHO DO CÃO: Fé, Folia e Consumo nas Lavagens da Festa do Senhor do Bonfim de Muritiba-BA CACHOEIRA-BA 2016 CLÁUDIO MÁRCIO REBOUÇAS DA SILVA ENTRE O SINO DO BONFIM E O CHOCALHO DO CÃO: Fé, Folia e Consumo nas Lavagens da Festa do Senhor do Bonfim de Muritiba-BA Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais: Cultura, Desigualdades e Desenvolvimento da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) para obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais. Orientador Prof. Dr. Wilson Rogério Penteado Júnior CACHOEIRA-BA 2016 Ficha Catalográfica: Biblioteca Universitária de Cachoeira - CAHL/UFRB Silva, Cláudio Márcio Rebouças da S586e Entre o sino do Bonfim e o chocalho do cão: fé, folia e consumo nas lavagens da festa do Senhor do Bonfim de Muritiba – BA. / Cláudio Márcio Rebouças da Silva. – Cachoeira, 2016. 136 f.: il.; 30 cm. Orientador: Prof. Dr. Wilson Rogério Penteado Júnior. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Centro de Artes, Humanidades e Letras, 2016. 1. Bonfim, Senhor do, Festa do. 2. Festa religiosa – Muritiba (BA). 3. Sociologia urbana. 4. Muritiba (BA) – Usos e costumes religiosos. I. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Centro de Artes, Humanidades e Letras. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais: cultura, desigualdade e desenvolvimento. II. Título. CDD: 726(813) CLÁUDIO MÁRCIO REBOUÇAS DA SILVA ENTRE O SINO DO BONFIM E O CHOCALHO DO CÃO: Fé, Folia e Consumo nas Lavagens da Festa do Senhor do Bonfim de Muritiba-BA Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais: Cultura, Desigualdades e Desenvolvimento da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) para obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais. BANCA EXAMINADORA: ___________________________________________________________________ Professora Drª. Maria Salete Souza Nery (UFRB) ___________________________________________________________________ Professor Dr. Edson Silva de Farias (UnB) ___________________________________________________________________ Professor Dr. Wilson Rogério Penteado Júnior (UFRB)- Orientador Aprovado em 13\07\16 DEDICATÓRIA Dedico esta pesquisa a minha esposa Jussi. Você foi a maior responsável em provocar em mim outro ser. Muito Obrigado! Sabe de uma coisa? Após dez anos de casados penso que essa foi uma das melhores escolhas da minha vida. Sou teu devoto-folião, você é minha festa! A pequena Clarice Vitória (in memorian), pois, a seu modo, me ensinou que a vida é uma festa! Ao professor Paulo José (in memorian), símbolo de dedicação e amor às manifestações culturais da cidade serrana do Recôncavo da Bahia. AGRADECIMENTOS A festa popular de caráter massivo é um fenômeno complexo e multifacetado. Não se pode negar que nela a vida pode ser reinventada-celebrada a partir de experiências lúdicas mercantilizadas com dimensões miméticas tanto no processo de rememorar práticas culturais pelos grupos que a compõem, quanto seu aspecto corpóreo que envolve necessariamente rituais de sociabilidades, uma vez que, laços são construídos, fortalecidos e, não menos, desfeitos. Todavia, uma das facetas da festa é a gratidão, ou seja, pode ser por uma graça alcançada, pela oportunidade de rever familiares e amigos, pelo fato de conhecer novas pessoas ou cidade e, até mesmo, poder postar nas redes sociais mais “uma festa”. Assim sendo, para além dos votos e súplicas, a gratidão demonstra leveza no coração de devotos-foliões e sinalizam um processo de alteridade, uma vez que, seja numa dimensão mística sobrenatural e ou humana, tais indivíduos sociais são relacionais, logo, ser grato implica em ato de humildade e de interdependência. Dessa forma, sinalizo aqui nomes, grupos e instituições que proporcionaram o desenvolvimento da pesquisa. Logo, ao Deus (Pai-Mãe) de bondade e ternura no olhar que percorreu ao meu lado as ruas da cidade entre o sino do Bonfim e o chocalho do "cão", muito obrigado! Minha gratidão ao Deus que sabe festejar, que sabe dançar. Ao Deus que ama o chão do Recôncavo da Bahia em sua diversidade de cores, sons, sabores, credos e, ao som do pandeiro abre um sorriso e convida- me a fé-festa. Semelhantemente, sou extremamente grato a minha família. Cada um(a) a seu modo acreditou e apoiou minha trajetória. No aconchego familiar encontrei orações, palavras de apoio e livros. Grato aos meus pais (Icléa e Deda) que com muito carinho e dedicação festejam este momento de minha jornada. Sim, sei que suas mãos e colo estão disponíveis para mim... Mainha e Painho, muito obrigado, amo vocês! Grato a meu irmão (Neto) e minhas irmãs (Josy, Taty e Paty). Vocês são exemplos para mim! Assim como um folião aguarda a lavagem a fim de acessarem momentos de celebração da vida, aguardo vocês na janela, nas esquinas e praças da cidade. Vocês são a minha festa! Como não celebrar tendo vocês, meus cunhados (Romilton, Wagner, Júnior) e cunhadas (Dai e Vanessa) por perto? Vocês e a festa tem algo em comum, são explosão de vida! Arthur, Rai, Guga, Clarice (in memorian), Gui, Daniel e Davi confirmam isso, não? Cada criança dessas faz o caminhar do tio uma festa! Ora, falando em tio, obrigado Josete, Icleide, Iclelia, Laise, Claudionor e José Wilson e ainda ao meu avô José. Tudo de bom para vocês, pois, também possibilitam este momento mágico que me encontro. Valeu! Também sou extremamente grato a minha sogra que vem sendo outra mãe na minha jornada (Valdelice), sogro (Zelito) e concunhado (Reinaldo) quanto acolhimento e solidariedade. Valeu! Bem, sou também reverendo da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil de Muritiba, logo, grato a essa família. Tenho consciência que muitas orações foram feitas por mim e fui fortalecido em dias difíceis... Obrigado! Vamos continuar construindo diálogos entre a bíblia e outros saberes, entre esses, o sociológico, evidentemente! Como não fui bolsista no PPGCS, a ajuda na aquisição de livros por meus familiares, pelos de Jussi e também de eclesianos da comunidade, foi de extrema relevância para desenvolver minha pesquisa. Com intensidade sou agradecido! Como não ser grato ao governo público federal administrado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) tanto no mandato do presidente Luis Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff? Aqui na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia pude fazer graduação e mestrado em Ciências Sociais. Essa experiência em minha jornada foi relevante, imagina na vida de estudantes negros e negras, da zona rural, filhos de pedreiros, costureiras, lavadeiras? Aqui no território do Recôncavo entendemos que mesmo a “cana sendo moída-esmagada, ela produz doçura”. Vida longa a UFRB. Também agradeço pelos colaboradores da minha pesquisa, isto é, os “agentes especializados da cultura”, os “guardiões da cultura popular”, os foliões e o poder público municipal, uma vez que, possibilitaram essa reflexão como mais uma narrativa em processo do que é esquecido- lembrado. Grato a amiga e professora Drª Maria Salete de Souza Nery. Você despertou em mim a necessidade de exercer um olhar sociológico para o mundo ao meu redor. Sou grato pelo apoio em palavras e textos. Você é uma profissional e intelectual exemplar! Uma referência na minha vida. Obrigado pelo acolhimento e por acreditar em meu potencial. Grato ao meu orientador o professor Dr. Wilson Rogério Penteado Júnior. Antropólogo que faz com que eu coloque um pé na sociologia e outro na antropologia. Intelectual responsável que se tornou um modelo em minha caminhada. Muito obrigado por tudo, parceiro! Grato ao professor Dr. Edson Silva de Farias. Para mim, símbolo de compromisso com o saber sociológico. Obrigado pela generosidade de participar deste momento da minha vida. A cada estudante do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRB (PPGCS). Aos professores, servidores e terceirizados, muito obrigado. Como não agradecer ao grupo de pesquisa Corpo, Socialização e Expressões Culturais (ECCOS-UFRB)? A cada integrante, valeu! Por último, mas, não menos importante, minha gratidão aos integrantes do Artigo 157\ tomando o conhecimento de assalto. Valeu, Paulo Roberto, Valdir Alves, Matheus Barros, Ezequias Amorim, Marcus Bernardes, June Alfred, Janaina Palma e, somando a esses, o parceiro historiador João Paulo. Reafirmo que foi bom ter encontrado vocês no caminho. Toda estrutura é um arranjo entre muitos arranjos, reais ou possíveis. Portanto, é, ao mesmo tempo, menos do que é, podendo ser substituída por uma infinidade de outras estruturas, e bem mais do que é, pois carrega dentro de si esta mesma infinidade. Na festa, o homem nasce para si mesmo. A identidade é recuperada (para logo ser outra vez perdida) na efervescência da comunhão. Tendo chegado até este tempo através de tantas tristezas e de tantos trabalhos, somos dominados pela alegria de por um momento sermos o que somos, ainda que tudo vá se acabar na quarta- feira. E esboçamos os passos da dança que, enquanto dura, detém o tempo e anula a morte. (Léa Freitas Perez). SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .................................................................................................... 13 INTRODUÇÃO: ESPETADO PELO TRIDENTE DO CÃO ........................................ 17 1. ATOS ANUNCIADORES: A FESTA JÁ COMEÇOU ............................................. 41 1.1. HOJE TÊM LAVAGEM: CONSUMO DE FOLIA NA FESTA DO SENHOR DO BONFIM DE MURITIBA-BA. ...................................................................................