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Imed Escola De Arquitetura E Urbanismo

Imed Escola De Arquitetura E Urbanismo

FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO

Alexandra Segalin Mezzomo

Hostel e Centro de Referência à Cultura Italiana em /RS

Passo Fundo 2016

Alexandra Segalin Mezzomo

Hostel e Centro de Referência à Cultura Italiana em Nova Bassano/RS

Relatório do Processo Metodológico de Concepção do Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar do Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional – IMED, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, sob orientação da professora Me. Mariane G. Spannenberg Casa.

Passo Fundo 2016

Alexandra Segalin Mezzomo

Hostel e Centro de Referência à Cultura Italiana em Nova Bassano/RS

Banca Examinadora:

Profª. Me. Mariane G. Spannenberg Casa – Orientadora

Profª. Me. Renata Postay - Integrante

Passo Fundo 2016 iii

AGRADECIMENTOS

Ao Plano Espiritual, pela oportunidade da vida, pela minha família, por me dar saúde e por me permitir chegar até aqui. Aos meus pais, Odete e Jorge, pelo amor, dedicação e por seus incansáveis incentivos, sem vocês nada disso seria possível. A minha irmã Luísa por sempre estar presente e pelo apoio dado. Ao meu namorado, Cristiano Dall’ Agnol, pelo companheirismo, paciência e compreensão. Sua companhia e auxílio foram essenciais nos momentos de dificuldade. Aos meus avós, por sempre se orgulharem de mim. Aos dindos, dindas, tios e tias, primos e primas, vocês também fazem parte de mais esta etapa. Aos meus colegas, que ao longo da caminhada se tornaram amigos e companheiros, por tornarem essa jornada muito mais agradável. A minha orientadora, Mariane G. Spannenberg Casa, pelo conhecimento transmitido, por ter dedicado parte de seu tempo e por cada sugestão, que me auxiliaram no desenvolvimento deste trabalho. A todos os professores desta Instituição, por compartilharem seus conhecimentos e experiências.

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Resumo

É visível que ao passar do tempo as pessoas têm aumentado a busca por mais espaços de lazer e que proporcionem tranquilidade, devendo-se principalmente pela vida acelerada que a situação atual nos oferece, facilidade de acesso e curiosidade. As cidades menores do interior do estado do de colonização europeia vêm recebendo destaque graças ao ambiente de tranquilidade mas principalmente pelos costumes que foram fortemente mantidos pela população. Assim, o objetivo deste trabalho visa a criação de um Centro de Referência à Cultura Italiana e construção de um hostel em Nova Bassano, engrandecendo o espaço para a área de cultura e lazer através da implantação de um espaço interno planejado sob a arquitetura das antigas casas de seus antecedentes, e para os visitantes, um modo de hospedagem não existente até então na região. O projeto será implantado em uma área central da cidade e aberto para a população local e visitantes. Será construído visando o melhor aproveitamento do terreno, com altura que não intervenha negativamente na paisagem local. O trabalho foi levantado com base em análises feitas na cidade e em estudos de caso com funções semelhantes as que serão estabelecidas no projeto. Como retorno, deseja-se intensificar valorização da cultura local e a troca de informações com turistas.

Palavras-chave: Hospedagem, espaço cultural, lazer, italianos.

Abstract

In the last years it has been remarkable the increase of people that have searched for places for leisure that provide tranquility mainly due busy life, travels facility and curiosity. Small towns of the state of Rio Grande do Sul of european colonization have beein highlighted due it peaceful environment but mostly by it population behaviours wich has been strongly manteined by his descendants. Thereby, the objective of this project aimed a creation of a Reference Center for Italian Culture and construction of a hostel in Nova Bassano, increasing culture and leisure areas by implantation of a internal space planned according to the ancient italian houses, and to the visitants, a new non existing hosting model in the region. The project will be implanted in the center area of the town, open to the local population and visitors. The construction will aim the best use of the land with it height not adversely intervene in local landscape. This plan was projected based on analysis made in the city and through case studies with similar functions established in the present work. In return, it is expected intensified valorization of local culture and exchange of information with tourists. Keywords: lodging, cultural espace,leisure, italians

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 -Fotos das dependências dos hotéis de Nova Bassano ...... 2 Figura 2 -Programa de necessidades Subsolo Complexo Cultural/Museu das Missões ...... 7 Figura 3 -Programa de necessidades Primeiro Pav. Complexo Cultural/Museu das Missões ...... 7 Figura 4 -Programa de necessidades Segundo Pav. Complexo Cultural/Museu das Missões ...... 8 Figura 5 - Mapas de localização e Implantação Complexo Cultural/Museu das Missões ...... 8 Figura 6 -Zoneamento Subsolo Complexo Cultural/Museu das Missões ...... 9 Figura 7 -Zoneamento Térreo Complexo Cultural/Museu das Missões ...... 9 Figura 8 -Zoneamento Primeiro Pavimento Complexo Cultural/Museu das Missões ...... 10 Figura 9 -Fluxograma Complexo Cultural/Museu das Missões ...... 10 Figura 10 -Fluxograma Complexo Cultural/Museu das Missões ...... 10 Figura 11 -Fluxograma Complexo Cultural/Museu das Missões ...... 11 Figura 12 -Forma demarcada na Planta baixa e falta de marcação de acesso ...... 14 Figura 13 -Vista do telhado verde e iluminação zenital ...... 14 Figura 14 -Exterior e interior do edifício onde é possível identificar os materiais utilizados ...... 15 Figura 15 -Programa de necessidades Primeiro e Segundo Pav. Centro Cultural em Son Ferriol . 15 Figura 16 - Localização Centro Cultural em Son Ferriol ...... 16 Figura 17 -Skyline da face da rua de implantação ...... 16 Figura 18 -Zoneamento Primeiro Pavimento Centro Cultural em Son Ferriol ...... 17 Figura 19 -Zoneamento Segundo Pavimento Centro Cultural em Son Ferriol ...... 17 Figura 20 -Fluxograma Centro Cultural em Son Ferriol ...... 18 Figura 21 -Forma demarcada na Planta baixa e aberturas de acesso ...... 19 Figura 22 -Vista do pátio central e das aberturas para o interior da edificação ...... 20 Figura 23 - Utilização do Concreto e Vidro ...... 20 Figura 24 -Corte e programa de necessidades subsolo e térreo Hotel Santa Teresa ...... 21 Figura 25 -Corte e programa de necessidades subsolo e térreo Hotel Santa Teresa ...... 21 Figura 26 - Planta de Cobertura e Localização Hotel e Santa Teresa ...... 22 Figura 27 -Skyline da rua de Implantação ...... 22 Figura 28 -Zoneamento Hotel Santa Teresa ...... 23 Figura 29 -Zoneamento Hotel Santa Teresa ...... 23 Figura 30 -Fluxograma Hotel Santa Teresa ...... 24 Figura 31 -Forma demarcada na Planta Baixa e vista do alongamento do telhado ...... 26 Figura 32 -Vista das aberturas laterais e terreno de implantação ...... 26 Figura 33 -Vista de observação de alguns materiais ...... 27 Figura 34 -Mapa de localização de Nova Bassano ...... 28 Figura 35 - Imagem dos pontos turísticos de Nova Bassano ...... 28 Figura 36 -Terreno e Entorno Imediato ...... 29 Figura 37 -Cheios e Vazios ...... 29 Figura 38 -Face A da Av. 23 de Maio ...... 30 vi

Figura 39 -Face B da Av. 23 de Maio ...... 30 Figura 40 -Face A da Rua Antônio Matiello ...... 30 Figura 41 -Face B da Rua Antônio Matiello ...... 30 Figura 42 -Face A da Servidão Heitor Hugo Boscatto ...... 30 Figura 43 -Face B da Servidão Heitor Hugo Boscatto ...... 31 Figura 44 -Face A da Rua ...... 31 Figura 45 -Face B da Rua Pinheiro Machado ...... 31 Figura 46 -Configuração das Vias e Fluxo das Vias ...... 31 Figura 47 - (A) Rótula localizada no Centro da cidade, (B) Canteiro próximo ao terreno ...... 32 Figura 48 -Perfil da Av. 23 de Maio ...... 32 Figura 49 -Perfil da Rua Antônio Matiello ...... 32 Figura 50 -Imagens dos espaços canalizados – (A) Espaço destinado para veículos, (B) Espaço destinado para pedestres ...... 33 Figura 51 – Uso e Altura das Edificações ...... 33 Figura 52 -Gráfico tipo pizza para apresentar a proporção entre os usos da área estudada ...... 34 Figura 53 –Infraestrutura Urbana ...... 34 Figura 54 -Dimensões do terreno e levantamento topográfico ...... 35 Figura 55 -Corte transversal e Imagem do murro de contenção existente no local ...... 35 Figura 56 -Orientação solar e projeção de sombra às 08:00, às 12:00 e às 17:00 horas do verão 36 Figura 57 -Orientação solar e projeção de sombra às 08:00, às 12:00 e às 17:00 horas do verão 36 Figura 58 -Orientação solar e projeção de sombra às 08:00, às 12:00 e às 17:00 horas do verão 36 Figura 59 -Árvores no interior do terreno ...... 36 Figura 60 - Mapa de Zonas ...... 37 Figura 61 -Croqui Composição Arquitetônica ...... 43 Figura 62 -Imagens de faixas elevadas no entorno (A – Rua Antônio Matiello, B e C – Av. 23 de Maio) ...... 45 Figura 63 -Passeio público entorno (A – Arborização e dimensão do passeio, B – Proposta para passeio) ...... 45 Figura 64 -Organograma ...... 49 Figura 65 -Fluxograma Subsolo ...... 49 Figura 66 -Fluxograma Primeiro Pavimento ...... 49 Figura 67 -Fluxograma Segundo Pavimento ...... 50 Figura 68 -Fluxograma Demais Pavimentos ...... 50

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 -Dimensões dos Espaços Complexo Cultural/Museu das Missões ...... 11 Tabela 2 -Dimensões dos Espaços Centro Cultural em Son Ferriol ...... 18 Tabela 3 -Dimensões dos Espaços Hotel Santa Teresa ...... 24 Tabela 4 -Programa de Necessidades/Pré-dimensionamento ...... 46 Tabela 5 -Primeira Proposta de Zoneamento ...... 50 Tabela 6 -Segunda Proposta de Zoneamento ...... 51 Tabela 7 -Terceira Proposta de Zoneamento ...... 52

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SUMÁRIO Lista de Figuras ...... v Lista de Tabelas ...... vii 1. INTRODUÇÃO ...... 1 1.1 Justificativa ...... 1 1.2 Objetivos ...... 2 1.2.1 Objetivo Geral...... 2 1.2.2 Objetivos Específicos ...... 3 1.3 Delimitação do Tema ...... 3 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...... 4 2.1 Contextualização Histórica ...... 4 2.1.1 Evolução do Turismo e Histórico dos Hostels ...... 4 2.1.2Colonização Italiana no Brasil e Rio Grande do Sul ...... 5 2.1.3Evolução dos Espaços Voltados a Cultura ...... 5 2.2Estudos de Caso ...... 6 2.2.1 Complexo Cultural/Museu das Missões ...... 6 Ficha Técnica ...... 6 Programa e Caráter ...... 7 Implantação ...... 8 Função ...... 9 Dimensão dos Espaços ...... 11 Forma ...... 13 Habitabilidade – Ligação com espaços externos ...... 14 Tecnologia – Materiais construtivos aparentes e Sistema estrutural utilizado ...... 14 2.2.2 Centro Cultural em Son Ferriol...... 15 Ficha Técnica ...... 15 Programa e Caráter ...... 15 Implantação ...... 16 Função ...... 16 Dimensão dos Espaços ...... 18 Forma ...... 19 Habitabilidade – Ligação com espaços externos ...... 20 Tecnologia – Materiais construtivos aparentes e Sistema estrutural utilizado ...... 20 2.2.3 Hotel em Santa Tereza ...... 20 Ficha Técnica ...... 20 Programa e Caráter ...... 21 Implantação ...... 22 Função ...... 22 Dimensão dos Espaços ...... 24 Forma ...... 25 Habitabilidade – Ligação com espaços externos ...... 26 Tecnologia – Materiais construtivos aparentes e Sistema estrutural utilizado ...... 26 ix

3. DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO ...... 28 3.1 Contextualização Regional ...... 28 3.2MapaNolli ...... 29 3.3Skyline ...... 30 3.4Infraestrutura – Sistema Viário ...... 31 3.5Uso e Ocupação do Solo ...... 33 3.6Mapa de Infraestrutura Urbana (Geral) ...... 34 3.7Transporte ...... 34 3.8Área de Implantação ...... 35 3.9Síntese da Legislação Geral e Específica do Tema ...... 37 3.9.1 Plano Diretor...... 37 3.9.2Código de Obras (Lei Municipal N 2.632, de 9 de Dezembro de 2013) ...... 38 3.9.3 NBR 9050 (Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos) ...... 39 3.9.4NBR 9077 (Saídas de Emergência em Edifícios) ...... 39 4. CONCEITO E DIRETRIZES DO PROJETO ...... 42 4.1 Conceito da Proposta ...... 42 4.1.1 Composição Arquitetônica ...... 42 4.2Carta de Intenções ...... 43 4.2.1 Entorno ...... 43 4.2.2 Funcionalidade ...... 43 4.2.3 Herança Cultural ...... 43 4.2.4 Características do Sítio ...... 44 4.2.5 Público ...... 44 4.3Diretrizes do Projeto ...... 44 4.4Diretrizes Urbanas Propostas ...... 45 5. PARTIDO GERAL ...... 46 5.1Programa de Necessidades/Pré/Dimensionamento ...... 46 5.2Organograma...... 48 5.3Fluxograma ...... 49 5.4Partido Geral – Zoneamento ...... 50 6. CONCLUSÃO ...... 54 Referências ...... 55 7. ANEXOS ...... 57

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1 INTRODUÇÃO Melhores condições de vida das pessoas associadas às facilidades de acesso aos meios de locomoção têm permitido a expansão do turismo e suas formas de hospedagem. Esse progresso tem estreitado a relação entre a curiosidade despertada pela cultura de outros povos e a satisfação em saciá-la. (SATYRO; PINHEIRO, 2006, p.34) Dentre as formas de hospedagens, os hostels tem demonstrado aumento no número de busca. Entre os fatores determinantes para estes achados, destacam-se o custo reduzido cobrado por diárias e, também, pelo crescente número de construções com esta proposta de estadia, fazendo com que as pessoas estejam mais familiarizadas com este tipo de ambiente. De acordo com Medeiros (2013, p. 11) “Os hostels conquistam o interesse dos hóspedes, graças a seu baixo custo e possibilidade de conhecimento de pessoas de outras partes do mundo, o que possibilita a vivencia com outras culturas melhorando a estadia”. Localizada na Serra Gaúcha, a cidade de Nova Bassano faz parte da região em que houve forte colonização italiana. Grande parte das tradições são mantidas por seus descendentes, como o dialeto (língua originada do italiano); a culinária, passada de geração em geração; a arquitetura das residências e moinhos, ainda existentes no interior da cidade; alguns ensinamentos, como a construção de pipas para armazenar vinho; ritos religiosos, dentre outros costumes. Baseado nestes aspectos busca-se trabalhar com a implantação de uma edificação que abrigará Hostel e um Centro de Referência à Cultura Italiana. A área de hospedagem será constituída por diferentes tipos de acomodações e espaços de convivência; na parte cultural acontecerá a criação de um centro de informações sobre os locais turísticos da cidade, de um restaurante típico italiano, um museu reconstruindo o interior das residências da época, salas para cursos e ensaios do Coral Cantare Per Voi e local para apresentações teatrais.

1.1 JUSTIFICATIVA Nova Bassano, que abriga 9.478 habitantes (IBGE, 2015) possui capacidade de hotelaria para aproximadamente 100 hóspedes, distribuídas em 3 hotéis, sendo que a cidade vizinha com maior infraestrutura, , dispõe de aproximadamente 250 vagas divididas entre 8 hotéis. Análise recente dos hotéis da cidade de Nova Bassano demonstra variação do custo por diária de R$ 40,00-R$ 400,00. Os preços vão de acordo com a capacidade dos 2

dormitórios (solteiro, casal, família), e vantagens oferecidas (frigobar, climatizador). Cabe ressaltar que o preço cobrado por um dos hotéis apresenta valor superior aos demais, justificado pelo ano de construção (2013) e sofisticação dos ambientes.

Figura 01 – Fotos das dependências dos hotéis de Nova Bassano Fonte: Autora (2016) Em pesquisa realizada com prefeituras das cidades localizadas nos arredores, hospedagem do tipo Hostel mais próxima, está localizada em (120 Km). Com relação ao Centro de Referência à Cultura Italiana, relata-se que existe iniciativa pública e privada em parceria com a ATUASERRA, para a construção do Plano Municipal de Turismo, visto a inserção do município na Região Uva e Vinho, na Rota Turística Termas e Longevidade e a Rota dos Trigais. Outra referência relevante é a forte procura à Biblioteca Pública, que fornece à população, livros de diversos conteúdos, com ênfase em livros de literatura que são repostos anualmente após a Feira do Livro Municipal. Recentemente, a biblioteca teve seu tamanho reduzido devido parte de seu espaço cedido ao museu. O antigo local utilizado pelo museu deu espaço a uma sala de aula para alunos da creche localizada a menos de 50 metros. Com base na ausência evidenciada de hospedagem coletiva e de baixo custo e interesse de inserção do município à rotas turísticas e possível criação de outras novas, visualiza-se a necessidade de uma edificação com papel organizacional e de orientação aos habitantes e turistas interessados pela cultura local, possibilitando hospedagem deste público.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral Oferecer aos cidadãos bassanenses, área de cultura e lazer em espaço inspirado na cultura e arquitetura de seus antecedentes. E para os visitantes, um modo de hospedagem não existente até então na região. 3

1.2.2 Objetivos Específicos  Proporcionar hospitalidade e comodidade à população e visitantes numa hospedagem coletiva e de baixo custo.

 Proporcionar interação/convivência entre pessoas de diferentes regiões e culturas.

 Criar uma edificação apropriada no local de implantação, com mínimo possível de impactos na mobilidade urbana.

 Inserir e incentivar o turismo na cidade de Nova Bassano e arredores, atraindo uma nova forma de economia para a cidade.

 Projetar uma arquitetura simples, acessível e sustentável com ênfase no aspecto ambiental, com aplicação de cisternas, aquecimento solar, iniciativa de reutilizar e reciclar tudo aquilo que for possível, dentre outras técnicas.

1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA O tema escolhido para este trabalho, Hostel e Centro de Referência à Cultura Italiana, se limita no que diz respeito à inserção inicial da cidade no ramo turístico e quanto a seu local de implantação. O terreno definido para elaboração do projeto é de posse municipal com construções de grande porte e interesse social próximas ao espaço, como o Hospital, CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) e a Casa das Feiras. O terreno está próximo ainda a um rio, sendo que este foi canalizado.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O objetivo deste capítulo é apresentar o histórico do tema, destacando de forma independente os pontos relevantes de cada assunto e estudos de caso que foram analisados e estudados, de forma que possam servir de referência para a condução e elaboração do projeto proposto.

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

2.1.1 Evolução do Turismo e Histórico dos Hostels A nova forma de viver das pessoas, seus comportamentos e a consciência de seu papel na sociedade, refletiram em mudanças de comportamento com relação ao turismo (Saraiva, 2013, p. 33), de modo que pessoas de todas as idades são motivadas a realizar alguma forma de turismo. Segundo Satyro (2006, p. 34) não existem pré-requisitos para que o turismo seja realizado, favorecendo o aumento da demanda nos últimos anos e, assim, impulsionando a oferta turística. O surgimento de novas formas de turismo têm recebido destaque principalmente àquelas que proporcionam bem-estar. Conforme Saraiva (2013, p. 24 APUD Cunha, 1997) “As motivações turísticas foram pioneiramente sistematizadas por Kurt Krapf, nomeadamente: o descanso, a busca de conhecimento, o repouso, a cura, a religião e o contato com paisagens diferentes.” Atualmente, estes motivos ainda são os principais impulsionadores do turismo.

Muitas pessoas que regularmente se hospedavam em hotéis, têm optado, nos dias de hoje, por estabelecer-se em hostels. O que difere entre eles é que o primeiro disponibiliza de uma estrutura cômoda que pode variar de acordo com o preço, sendo sempre quartos privativos, por outro lado, hostels podem oferecer de 4 a 20 leitos em um só dormitório, podendo ser divididos por sexo ou ainda privativos. (SATYRO, 2006, p.33) Qualquer pessoa pode se hospedar em um hostel, mas os mochileiros (backpackers), são os clientes mais comuns destes estabelecimentos. Os mochileiros levam em conta estar próximos a comunidade local, andar pelos bairros e conhecer as diferenças que cada cidade pode oferecer. (SATYRO, 2006, p. 34) É interessante ressaltar que além de mochileiros, os hostels também hospedam turistas de negócios. (SILVA; KOHLER, 2015, p. 56)

Os hostels, traduzidos para o português como albergues, surgiram na Alemanha em 1884, com Guido Franz Rotter, sua função era atender alunos alemães. No ano de 1909, Richard Schirrmann fundou uma Associação de Albergues Alemãs, incentivando viagens de estudos. Porém, foi a partir da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que os hostels 5

se expandiram pelo mundo. Atualmente, o hostel mais antigo ainda em funcionamento é o Altena, de 1912. (SILVA; KOHLER, 2015, p. 57)

No Brasil, o surgimento de hostels datam os anos de 1965 no e 1966 em . Em 1979, o Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR, na época Empresa Brasileira de Turismo, presidida por Miguel Colassuono, incluiu os albergues nas diretrizes do turismo social. Visando a abertura de novas unidades, a EMBRATUR elaborou o Plano Nacional de Albergues da Juventude em 1980 (SILVA; KOHLER, 2015, p. 57).

2.1.2 Colonização Italiana no Brasil e Rio Grande do Sul Com a abolição dos escravos, o Brasil passou a ter dificuldades para encontrar mão de obra. A forma adotada para suprir essa demanda, foi a de trazer imigrantes ao país. Por volta de 1850, os italianos começaram a chegar, sendo recebidos pelos Estados do Espirito Santo, , São Paulo, Paraná, e Rio Grande do Sul. No Rio Grande do Sul, as terras distribuídas entre os novos colonizadores, localizavam-se na Encosta Superior da Serra, entre o Rio das Antas e as colônias alemãs do baixo e da Bacia do Rio Caí. (MIGLIORANZA, 2011, p. 13)

A cidade de Nova Bassano, antiga colônia de Alfredo Chaves, atual Veranópolis, foi fundada com a construção da Igreja Matriz. Estimulados pelo Pe. Pedro Colbachini vindo da Itália, os também descendentes de italianos, construíram a Paróquia local. Quando fundada, o município de Nova Bassano recebeu o nome de Bassano del Grappa, em homenagem a cidade de origem dos imigrantes locais. (GUIZZARDI, 1992, p. 80) Posteriormente, Bassano del Grappa teve seu nome alterado para Nova Bassano. Culturas e tradições italianas ainda são mantidas na região da colonização e por descendentes em todo estado.

2.1.3 Evolução dos Espaços voltados a Cultura A palavra cultura pode ter diversos sentidos, alguns autores apontam o latim como língua origem do termo cultura. Alfredo Bosi (1998) aponta para um campo que já fora arroteado e plantado por gerações sucessivas; algo cumulativo; e também o ritual feito em honra aos antepassados. (RAMOS, 2007, p.51) Ou seja, pode-se entender como cultura aquilo que as pessoas guardam sobre aprendizados vividos, lugares conhecidos, práticas passadas de geração em geração, dentre outras coisas que se deem continuidade ao passar dos anos. 6

A cultura italiana está diretamente ligada com a cultura de povos brasileiros, em alguns pontos, transformando-as típicas da área. No nordeste do Rio Grande do Sul, local onde se evidenciou grande número de imigrantes italianos, pensa-se que estes se instalaram no local, pois viam ali semelhanças com seu país de origem. (MIGLIORANZA, 2011, p.28) Neste mesmo lugar, 140 anos depois da chegada dos primeiros colonizadores italianos, as tradições ainda são mantidas. Miglioranza (2011, p. 28 APUD Luca, 2007) coloca que “os imigrantes procuraram adaptar sua cultura, gastronomia, costumes, arquitetura e idioma em um espaço novo”.

Com base na variedade de costumes existentes em nosso país, surgiu um turismo voltado para a cultura. Ramos (2007, p. 92 APUD Moletta) explica que “turismo cultural é o acesso ao patrimônio cultural, história, cultura, e ao modo de viver de uma comunidade”. O turismo cultural tem ainda, o intuito de estimular e promover a cultura de um povo, repassando e ensinando a outros povos.

Para aprofundar este novo atrativo turístico, se pode criar espaços específicos para introduzir partes desta cultura a ser compreendida, contando parte de sua história. Além dos percursos naturais, possíveis de ser instalados na região nordeste do Rio Grande do Sul, as conhecidas rotas rurais.

2.2 ESTUDOS DE CASOS Para este trabalho, foram selecionados três projetos, sendo um internacional e dois nacionais. Os critérios de avaliação para escolha foram o local de implantação, materiais construtivos, relação com a comunidade, usos existentes em cada um e proximidade que estes têm com o projeto que será executado neste Trabalho de Conclusão de Curso.

2.2.1 Complexo Cultural/Museu das Missões

Ficha Técnica Arquiteto (s) responsável (eis): Marcelo Ferraz, Francisco Fanucci e Carlos Eduardo Comas

Área do terreno: 19.500 m²

Área construída: 8.571 m²

Local de implantação (cidade/estado/país): São Miguel das Missões – RS/Brasil 7

Programa e caráter a) A edificação é considerada baixa, por possuir dois pavimentos e cobertura rasa. Esta é a intenção do projeto, que pretende deixar a vista das Ruínas do Sítio de São Miguel livre para o pampa gaúcho, que é a paisagem natural da região.

b) Programa de necessidades: Subsolo: Estacionamento de cavalos (1), Depósito (2), Vestiário (3), Hall (4), Depósito do Iphan (5), Garagem (6), Rua de Serviço (7), Sala de Controle (8), Monitoramento (9), Transformador (10), Copa (11), Serviços Gerais (12), DML (13), Lixo Reciclado (14), Lixo (15).

Figura 02 – Programa de necessidades Subsolo Complexo Cultural/Museu das Missões Fonte: ArcoWeb (2016)

Programa de necessidades 1º Pavimento: Setor Administrativo da Setur (1), Recepção da Setur (2), Reuniões (3), Secretário (4), Área Técnica Descoberta (5), Diretoria (6), Arquivo do Ibram (7), Arquivo do Iphan (8), Chefia (9), Escritório do Iphan (10), Almoxarifado (11), TI (12), Escritório do Ibram (13), Recepção Administrativa (14), Copa (15), Acesso (16), Exposições Temporárias (18), Passarelas (19), Mezanino (20), Área Técnica (21), Exposições (22), Passagem (23), Varanda (24), Biblioteca (25), Reserva Técnica do Iphan (26), Laboratório do Iphan (27).

Figura 03 – Programa de necessidades 1º Pav. Complexo Cultural/Museu das Missões Fonte: ArcoWeb (2016) 8

Programa de necessidades 2º Pavimento: Horta (1), Lixo (2), Área de Serviço (3), Churrasqueira (4), Depósito (5), Bar (6), Cozinha (7), Restaurante (8), Bocha (9), Pista (10), Varanda (11), Oficina (12), Salão de Festas (13), Pista de Dança (14), Palco (15), Camarim (16), Museu (17), Depósito para Serviços Gerais (18), Oficina de Música (19), Bilheteria (20), Rancho Crioulo (21), Sala da Benzedeira (22), Loja (23), Serviços Gerais (24), Copa (25), Sala da Estátua Missioneira (26), Sala de Filme (27), Brigada (28), Acolhimento (29), Loja (30), Corredor (31), Loja (32), Depósito (33), Foyer (34), Café (35), Palco (36), Exposições (37), Sala Multimídia Belas Palavras (38), Passagem (39), Sala de Educação (40), Apoio (41), Apoio Ibram (42), Reserva Técnica do Ibram (43), Laboratório do Ibram (44), Quarentena do Ibram (45), Doca (46).

Figura 04 – Programa de necessidades 2º Pav. Complexo Cultural/Museu das Missões Fonte: ArcoWeb (2016)

Implantação

Figura 05 – Mapas de localização e Implantação Complexo Cultural/Museu das Missões Fonte: Google Maps editado pela Autora e ArcoWeb (2016) 9

O projeto do Complexo Cultural prevê que este esteja inserido ao limite do lote que compreende o Sítio Histórico das Reduções de São Miguel. A posição da nova edificação segue recomendações do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico), a fim de deixar a vista da igreja, atualmente em ruínas, livre em direção aos campos. As edificações mais próximas ao Sítio Histórico localizam-se a aproximadamente 500 metros e são de pequeno porte.

Função Para desenvolvimento do Zoneamento e Fluxograma dos projetos, eles foram subdivididos em: Acesso, Administrativo, Apoio, Cultural/Lazer e Serviço.

a) Zoneamento:

Figura 06 – Zoneamento Subsolo Complexo Cultural/Museu das Missões Fonte: ArcoWeb editado pela Autora (2016)

Figura 07 – Zoneamento Térreo Complexo Cultural/Museu das Missões Fonte: ArcoWeb editado pela Autora (2016) 10

Figura 08 – Zoneamento Primeiro Pavimento Complexo Cultural/Museu das Missões Fonte: ArcoWeb editado pela Autora(2016)

b) Fluxograma:

Figura 09 – Fluxograma Complexo Cultural/Museu das Missões Fonte: Autora (2016)

Figura 10 – Fluxograma Complexo Cultural/Museu das Missões Fonte: Autora (2016) 11

Figura 11 – Fluxograma Complexo Cultural/Museu das Missões Fonte: Autora (2016)

Dimensão dos espaços Nome do Setor Dimensões Área útil em m² Mobiliário existente compartimento

Hall 4m x 2m 8m² -

Recepção 6m x 3m 18m² Cadeiras para espera.

administrativa Acesso Acolhimento 9m x 5m 45m² -

Subtotal do Setor 71m²

Depósito 4m x 3m 12m² Armários.

Garagem 7m x 3m 21m² -

Bancada e Sala de controle 4m x 2m 8m²

computadores.

Bancada e Monitoramento 4m x 2m 8m² Apoio computadores.

Transformador 4m x 3m 12m² -

Bancada, 01 pia, 01 Copa 4m x 3m 12m² fogão mesa e cadeiras. 12

DML 4m x 2m 8m² Armários.

Almoxarifado 3m x 3m 9m² Armários.

TI 1m x 3m 3m² -

Churrasqueira 3m x 2m 6m² -

Bancada, cadeiras, pia Bar 3m x 2m 6m² e balcão para preparos.

Bancada, mesas e Restaurante 3m x 5m 15m² cadeiras.

Armários, bancada e Camarim 5m x 2m 10m² cadeiras.

Bilheteria 3m x 2m 6m² Bancada e cadeiras.

Loja 3m x 2m 6m² Prateleiras e armários.

Doca 3m x 3m 9m² -

Subtotal do Setor 151m²

Reuniões 3m x 2m 6m² Mesa e cadeiras.

Secretário 3m x 2m 6m² Mesa e cadeira.

Diretoria 3m x 2m 6m² Mesa e cadeira.

Chefia 3m x 2m 6m² Mesa e cadeira.

Administrativo Subtotal do Setor 24m²

Prateleiras, mesas e Biblioteca 7m x 5m 35m² cadeiras e armário.

Exposições 4m x 7m 28m² - temporárias

Mezanino 8m x 9m 56m² Poltronas.

Exposições 10m x 8m 80m² -

Cultural Horta 7m x 4m 28m² Vegetação.

Sala de oficinas 12m x 3m 36m² -

Salão de festas 12m x 3m 36m² -

Pista de dança 12m x 4m 48m² - 13

Palco 5m x 2m 10m² -

Museu 8m x 2m 16m² -

Sala para filmes 4m x 5m 20m² Poltronas.

Subtotal do Setor 393m²

Vestiário 06 chuveiros e

5m x 3m 15m²

o funcionários armários. Serviç Rua de serviço 3m x 9m 27m² -

Lixo 2m x 3m 6m² -

Lixo reciclado 2m x 3m 6m² -

Cozinha 2m x 4m 8m² Bancada, pia e fogão.

Subtotal do Setor 62m²

Área Total 701m²

Área total construída é de 8.571m²

Tabela 01 – Dimensões dos Espaços Complexo Cultural/Museu das Missões Fonte: Autora (2016)

Alguns espaços eram específicos do Complexo e do Sítio Histórico, desta forma não foram considerados na tabela de áreas.

O Complexo Cultural das Missões é um projeto de grande porte e ocupa uma vasta área, fazendo com que o terreno mantenha seu declive natural em alguns pontos. Na parte da edificação a acessibilidade dos pavimentos é feita por elevadores e a ligação dos blocos por passarelas.

Forma A forma deste projeto é linear, conforme descrito em Ching. A disposição dos espaços acontece por corredores que estão ligados a um pátio central, a ideia do Iphan e da Prefeitura de São Miguel é de que o Complexo Cultural seja constituído por duas áreas que se distribuem por duas quadras, sendo articuladas por uma extensa praça. Não há hierarquia de acesso, indica-se que deve ter orientações, já que este é um ponto turístico. 14

Figura 12 – Forma demarcada na Planta baixa e falta de marcação de acesso Fonte: ArcoWeb (2016)

Habitabilidade – Ligação com espaços e externos Para tornar o projeto do Complexo Cultural mais habitável e confortável técnicas específicas foram empregadas. Dentre elas, o telhado verde em toda a edificação; iluminação zenital em grandes espaços e ventilação cruzada, visto que o projeto foi dividido em blocos, proporcionando a passagem de ventilação natural nas grandes aberturas criadas. Além de existir vasta vegetação no local de implantação.

Figura 13 – Vista do telhado verde e iluminação zenital Fonte: ArcoWeb (2016)

Tecnologia – Materiais construtivos aparentes e Sistema estrutural utilizado O visual criado pretende remeter ao público uma transposição ao passado. Os edifícios serão constituídos de tons avermelhados em concreto e pedra, em referência aos claustros e pátios dos colégios jesuítas. 15

Figura 14 – Exterior e interior do edifício onde é possível identificar os materiais utilizados Fonte: ArcoWeb (2016)

2.2.2 Centro Cultural em Son Ferriol

Ficha Técnica Arquiteto (s) responsável (eis): Jordi Herrero e Sebástian Escanellas

Área do terreno: Aproximadamente 1.480 m²

Área construída: 750 m²

Local de implantação (cidade/estado/país): Carrer de Sant Joan de la Creu – Illes Balears/Espanha

Programa e caráter a) Elaborado por uma equipe de arquitetos espanhóis, a edificação possui planta com formato em L, fachada voltada para a praça da igreja e um pátio no interior do terreno.

b) Programa de necessidades: 1º Pavimento: Acesso (1), Sanitários (2), Local Social (3), Pátio Aberto (4), Bar (5), Depósito (6), Almoxarifado (7). 2º Pavimento: Administração (1), Sanitários (2), Sala de Aula (3), Sala de Aula (4), Sala de Aula (5), Biblioteca (6).

Figura 15 – Programa de necessidades 1º e 2º Pav. Centro Cultural em Son Ferriol Fonte: Archdaily editado pela Autora (2016) 16

2.2.3 Implantação

Figura 16 – Localização Centro Cultural em Son Ferriol Fonte: Google Maps editado pela autora (2016)

O centro Cultural está localizado em uma área residencial, aproximadamente 6 km de distância do centro da cidade de Palma de Mallorca; o local é constituído por residências baixas com terrenos e passeios arborizados, o que faz o projeto estar inserido harmonicamente com a malha urbana, pois possui dois pavimentos; materiais simples como concreto e vidro, o qual permite a ligação interior x exterior. O acesso se dá por uma lateral da edificação que encontra-se em frente a uma praça, que junto a este projeto compõe o espaço cultural do bairro que também possui Hospital e Escola Pública.

Figura 17 – Skyline da face da rua de implantação Fonte: Google Maps editado pela Autora (2016)

Função Para desenvolvimento do Zoneamento e Fluxograma dos projetos, eles foram subdivididos em: Acesso, Administrativo, Apoio, Cultural/Lazer e Serviço.

17

a) Zoneamento:

Figura 18 – Zoneamento Primeiro Pavimento Centro Cultural em Son Ferriol Fonte: Archdaily editado pela Autora (2016)

Figura 19 – Zoneamento Segundo Pavimento Centro Cultural em Son Ferriol Fonte: Archdaily editado pela Autora (2016)

18

b) Fluxograma:

Figura 20 – Fluxograma Centro Cultural em Son Ferriol Fonte: Autora (2016)

Dimensão dos espaços Nome do Setor Dimensões Área útil em m² Mobiliário existente compartimento

Cobertura de

8m x 3m 24m² - entrada

Subtotal do Setor 24m² Acesso

Depósito 4m x 5m 20m² Armários.

Bancada, mesas e o

Café 8m x 10m 80m² cadeiras, pia e balcão Apoi para preparos.

Subtotal do Setor 100m²

Administração 7m x 5m 35m² Cadeira e mesa.

trativo Adminis Subtotal do Setor 35m²

Prateleiras, mesas e Biblioteca 7m x 18m 126m²

cadeiras e armário.

Sala de aula 01 10m x 7m 70m² Classes e armário.

Sala de aula 02 5m x 7m 35m² Classes e armário. Cultural

Sala de aula 03 10m x 7m 70m² Classes e armário.

Subtotal do Setor 301m² 19

25m x Pátio aberto 500m² - 20m

Espaço Social 22m x 7m 154m² -

Subtotal do Setor 654m² Sociocultural

Instalações e Armários, bancada e 8m x 3m 24m²

serviços pia.

04 sanitários, sendo

Sanitários 4m x 6m 24m² um adaptado; bancada Serviço com 04 pias.

Sub Total do Setor 42m²

Área Total 1.162m²

Área total construída é de 750m²

Tabela 02 – Dimensões dos Espaços Centro Cultural em Son Ferriol Fonte: Autora (2016)

A edificação é acessível em todos os pontos, desde seu acesso principal que é ligado por uma pequena rampa ao passeio público, até o segundo pavimento que possui uma rampa de grande porte que liga os espaços a uma varanda que serve como espaço de circulação. Além da rampa, o projeto possui escadas internas.

Forma Segundo observações, a forma utilizada para distribuição dos compartimentos deste projeto é a linear, pois todos eles estão em um alinhamento e ligados por uma circulação, além de possuir um pátio central que permite a conexão dos ambientes do primeiro pavimento.

Não há hierarquia de acesso, identificado por estar localizado em frente a praça da igreja local e por possuir grandes aberturas de vidro em meio ao concreto utilizado na fachada da edificação.

Figura 21 – Forma demarcada na Planta baixa e aberturas de acesso Fonte: Archdaily (2016) 20

Habitabilidade – Ligação com espaços internos e externos O Centro Cultural possui ventilação cruzada em todos ambientes, pois seu projeto possui planta em formato de L, o que permite que todos os ambientes tenham aberturas para o exterior do edifício. O tamanho de suas aberturas favorece esta condição. Há também vegetação em seu entorno e nos passeios públicos.

Figura 22 – Vista do pátio central e das aberturas para o interior da edificação Fonte: Archdaily (2016)

Tecnologia – Materiais construtivos aparentes e Sistema estrutural utilizado Para este projeto foram utilizados materiais simples. O concreto, usado em seu segundo pavimento e com pequenas aberturas quadradas e o vidro em seu primeiro pavimento, dando abertura para a praça do lado externo da edificação e para o pátio cultural do lado interno.

Figura 23 – Utilização de concreto e vidro Fonte: Archdaily (2016)

2.2.4 Hotel em Santa Teresa

Ficha Técnica Arquiteto (s) responsável (eis): Rodrigo Mindlin Loeb e Caio Atílio Dotto

Área do terreno: 436 m²

Área construída: 1.000 m²

Local de implantação (cidade/estado/país): Rio de Janeiro – RJ/Brasil 21

Programa e caráter a) O conceito deste projeto está ligado ao bairro em que está inserido, aos condicionantes da área e aos preceitos da arquitetura ambiental/sustentável. Os sistemas utilizados, desde a implantação que pretende remover o mínimo de terra possível, até a estrutura que serão de aço e preenchidos com concreto in loco, são planejados afim de não causarem danos ao meio em que será implantado. b) Programa de necessidades: Subsolo: Salão (1), Deque (2), Piscina (3), Jardim (4). Térreo: Estacionamento (1), Recepção (2), Cervejaria (3), Salão (4), Bar (5), Cozinha (6).

Figura 24 – Corte e programa de necessidades subsolo e térreo Hotel Santa Teresa Fonte: ArcoWeb editado pela Autora (2016)

Programa de necessidades 3º e 4º Subsolos: Suíte (1).

Figura 25 – Corte e programa de necessidades subsolo e térreo Hotel Santa Teresa Fonte: ArcoWeb editado pela Autora (2016) 22

Implantação

Figura 26 – Planta de cobertura e Localização Hotel Santa Teresa Fonte: ArcoWeb e Google Maps editado pela Autora (2016)

O Hotel será construído em Santa Teresa, bairro tradicional, boêmio e turístico do Rio de Janeiro, além de ser considerado Área de Proteção Ambiental (APA). A localização do lote, em uma das encostas mais íngremes, fez com que o projeto se adaptasse ao local, criando pavimentos de lazer no desnível. Para preservar a vista do imóvel vizinho, a Paróquia Santa Zenaide, foi adotado o dobro do recuo frontal exigido, 6 metros. As demais residências são baixas e a rua é estreita, próximo localiza-se o Museu de Benjamin Constant.

Figura 27 – Skyline da rua de implantação Fonte: Google Maps editado pela Autora (2016)

Função Para desenvolvimento do Zoneamento e Fluxograma dos projetos, subdividiram-se em: Acesso, Administrativo, Apoio, Cultural/Lazer e Serviço. 23

a) Zoneamento:

Figura 28 – Zoneamento Hotel Santa Teresa Fonte: Autora (2016)

Figura 29 – Zoneamento Hotel Santa Teresa Fonte: Autora (2016) 24

b) Fluxograma:

Figura 30 – Fluxograma Hotel Santa Teresa Fonte: Autora (2016)

Dimensão dos espaços Nome do Setor Dimensões Área útil em m² Mobiliário existente compartimento

Vegetação e objetos Recepção 5m x 15m 75m²

decorativos.

Salão 6m x 12m 72m² - Acesso Salão 2º Pav 10m x 7m 70m² -

Subtotal do Setor 217m²

Veículo do Estacionamento 7m x 4m 28m² estabelecimento

Bancada, 02 pias, 01 Cozinha 3m x 4m 12m²

fogão. Apoio Bancada, cadeiras, pia Bar 7m x 2m 14m² e balcão para preparos.

Subtotal do Setor 40m²

Dormitório 4m x 7m 28m² Leito e armário. 25

Vaso sanitário, pia e Sanitário 3m x 4m 12m² banheira de privativo hidromassagem.

Subtotal do Setor 40m² Apartamentos Deque 10m x 5m 50m² -

Piscina 15m x 5m 75m² -

Jardim 15m x 5m 75m² - Lazer Mirante 7m x 18m 126m² -

Subtotal do Setor 283m²

02 sanitários, sendo Sanitários 3m x 4m 12m² um adaptado; bancada

com 05 pias.

Bancada para apoio,

Serviço Cervejaria 6m x 3m 18m² 04 máquinas específicas, 10 barris.

Subtotal do Setor 12m²

Área Total 592m²

Área total construída é de 1.000m²

Tabela 03 – Dimensões dos Espaços Hotel Santa Teresa Fonte: Autora (2016)

A acessibilidade do Hotel Santa Teresa é ineficiente, pois o terreno é íngreme, e para seu melhor aproveitamento o projeto acompanha seu relevo. Possui cinco pavimentos e o acesso à eles é feito somente por escadas, o que não o torna acessível.

Forma Pelo fato de estar inserido em um terreno com testada estreita e profundidade maior, a forma utilizada foi a linear, utilizando formas quadrangulares próximas ou com alguma ligação.

Possui materiais pensados em sustentabilidade e elementos característicos do espaço que será implantado, com alongamento de seu telhado. 26

Figura 31 – Forma demarcada na Planta Baixa e vista do alongamento do telhado Fonte: ArcoWeb (2016)

Habitabilidade – Ligação com espaços internos e externos Por estar localizado em uma área com densa vegetação, o Hotel já possui conforto térmico naturalmente, mas em seu projeto foram adotados métodos para melhorar as condições climáticas. Grandes aberturas localizam-se na fachada mais longa do edifício, cortando ambientes e proporcionando ventilação cruzada aos espaços. Em sua cobertura encontra-se um mirante, onde é possível observar o Aterro do Flamengo, além de placas de aquecimento fotovoltaico.

Figura 32 – Vista das aberturas laterais e terreno de implantação Fonte: ArcoWeb (2016)

Tecnologia – Materiais construtivos aparentes e Sistema estrutural utilizado O projeto está ligado a conceitos ambiental e sustentável, possui soluções para utilização racional de água e energia, placas de aquecimento fotovoltaico, está previsto o sistema de captação e reuso da água da chuva, aproveitamento das águas cinzas (provenientes de pias e chuveiros) e o esgoto terá tratamento em rede privativa antes de ser lançado na rede pública. Em relação aos materiais construtivos, está prevista a 27

mistura da pré-fabricação com a moldagem in loco e composição do sistema metálico com o de concreto. As vedações serão constituídas por steel frame.

Figura 33 – Vista de observação de alguns materiais Fonte: ArcoWeb (2016)

28

3 DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL Localizado na região nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, a 195 Km de , o município de Nova Bassano possui uma área de 211,611 Km² (IBGE, 2015), conforme figura 34. Com população estimada em 9.478 habitantes (IBGE, 2015), tem sua base econômica centrada na indústria metalúrgica, que é suporte de crescimento de outros setores. A segunda maior fonte de renda da cidade é a agropecuária, com altos expoentes na avicultura, suinocultura e gado leiteiro.

Figura 34 – Mapa de localização de Nova Bassano Fonte: Google Imagens, editado pela Autora (2016)

O município possui atrativos culturais e naturais em sua área urbana e rural, sendo eles a Cruz do Monte Caravággio (A), a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes (B), o Balneário do Rio Carreiro (C), a Igreja Matriz (D), o Campanário, o Parque de Eventos (E) e a mais conhecida popularmente a Cascata da Boa Fé (F) localizada no interior do município, envolta por densa natureza e com potencialidades turísticas não exploradas, como casas típicas dos imigrantes italianos, que são preservadas como em sua época de construção.

Figura 35 – Imagens dos pontos turísticos de Nova Bassano Fonte: Google Imagens, editado pela Autora (2016) 29

O terreno para implantação deste projeto localiza-se no Centro da cidade, na esquina entre as Ruas Antônio Matiello e Avenida 23 de Maio, aos fundos do Hospital Nossa Senhora de Lourdes e possui 2.075 m².

Figura 36 – Terreno e entorno imediato Fonte: Google Maps, editado pela Autora (2016)

3.2 MAPA NOLLI Ao realizar o levantamento das edificações num raio de 300 metros, constatou-se que 22,30% da área analisada está ocupada, conforme mostra o Mapa Nolli (cheios e vazios). Deve-se levar em consideração que a cidade é dividida pela RS 324, e, portanto, há a necessidade de respeitar a faixa de domínio estabelecida pelo DAER (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem), a qual encontra-se entre duas encostas. Ainda percebe-se que maior concentração de moradias estão localizadas na parte mais baixa da cidade, com maiores espaços vazios próximos à rodovia e aos pontos mais altos.

Figura 37 – Cheios e Vazios Fonte: Autora (2016) 30

3.3 SKYLINE Conforme imagens abaixo, verifica-se que as faces da quadra em que o terreno se encontra são divergentes. O lote está inserido em uma área de constante crescimento, em frente a uma construção e comércio de serviços. Próximo a ele, se localizam a praça, o banco , consultórios médicos e odontológicos e residências, sendo que o Hospital Nossa Senhora de Lourdes, a Casa das Feiras e uma edificação de uso misto estão situados na mesma quadra.

Figura 38 – Face A da Av. 23 de Maio Fonte: Autora (2016)

Figura 39 – Face B da Av. 23 de Maio Fonte: Autora (2016)

Figura 40 – Face A da Rua Antônio Matiello Fonte: Autora (2016)

Figura 41 – Face B da Rua Antônio Matiello Fonte: Autora (2016)

Figura 42 – Face A da Servidão Heitor Hugo Boscatto Fonte: Autora (2016) 31

Figura 43 – Face B da Servidão Heitor Hugo Boscatto Fonte: Autora (2016)

Figura 44 – Face A da Rua Pinheiro Machado Fonte: Autora (2016)

Figura 45 – Face B da Rua Pinheiro Machado Fonte: Autora (2016)

3.4 INFRAESTRUTURA – SISTEMA VIÁRIO A principal via de acesso à cidade é feita através da RS 324 que liga Nova Bassano aos municípios de Nova Prata (Sul) e Nova Araçá (Norte).

O terreno encontra-se entre uma Via Coletora e outra Local de mão dupla (Figura 46), ambas com fluxo intenso devido à existência de comércios e edifícios na região.

Figura 46 – Configuração das Vias e Fluxo das Vias Fonte: Autora (2016) 32

Para solucionar o conflito dos cruzamentos foram criadas rótulas, e, próximo a elas canteiros para distribuição de ruas secundárias e faixas de segurança elevadas para facilitar a travessia de pedestres, as quais foram implementadas por toda cidade.

Figura 47 – A – Rótula localizada no Centro da cidade, B – Canteiro próximo ao terreno Fonte: Autora (2016)

As caixas viárias do entorno da área de implantação do projeto são suficientes para a via ser de mão dupla e ainda haver estacionamento dos dois lados da rua, e em relação aos passeios, na Av. 23 de Maio, há largura suficiente para canteiros e passagem de pedestres; na Rua Antônio Matiello, o passeio é estreito e ainda há árvores de médio porte, isso se dá pela idade das construções existentes no local.

Figura 48 – Perfil da Av. 23 de Maio Fonte: Autora (2016)

Figura 49 – Perfil da Rua Antônio Matiello Fonte: Autora (2016) 33

A pavimentação das vias do munícipio é de paralelepípedo, exceto no local que houve canalização, que se assemelha a pavimentações de concreto. O espaço canalizado passa em frente ao terreno, local onde a faixa é destinada aos veículos (A), mas em sua maioria, a canalização prioriza os pedestres, com áreas para atividades e descanso (B). Espaços como este, estão localizados a 20 metros de distância do terreno de implantação do projeto.

Figura 50 – Imagens dos espaços canalizados - A - Espaço destinado para veículos, B - Espaço destinado para pedestres Fonte: Autora (2016)

3.5 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Em relação aos cheios e vazios, 22,30% da área está ocupada, com diversos usos e alturas, já que o Plano Diretor da cidade caracteriza o local como Zona de Comércio e Serviços, e possibilitando maior aproveitamento, permitindo edificações em alturas e usos múltiplos, conforme mostra a figura 51 e o gráfico a seguir.

Figura 51 – Uso e altura das edificações Fonte: Autora (2016) 34

Figura 52 – Gráfico tipo pizza para apresentar a proporção entre os usos da área estudada Fonte: Autora (2016)

3.6 MAPA DE INFRAESTRUTURA URBANA (GERAL) O mapa a seguir ilustra a locação de bocas de lobo, postes de rede elétrica, árvores existentes e rede pluvial. Os postes da rede elétrica e árvores existentes são diferentes conforme a rua em que estão situados. Em relação ao esgoto cloacal, não foi encontrada rede coletiva, o sistema utilizado na cidade é o de fossa individual.

Figura 53 – Infraestrutura Urbana Fonte: Autora (2016)

3.7 TRANSPORTE Não há sistema de transporte coletivo na cidade, existem apenas algumas linhas que fazem o deslocamento de trabalhadores da cidade até o distrito industrial, realizado a partir da iniciativa privada. 35

No centro da cidade encontram-se dois pontos de táxi compreendidos por 19 táxis ao total, situados em frente à rodoviária e à praça, locais de maior fluxo de pessoas.

3.8 ÁREA DE IMPLANTAÇÃO A área do terreno é de 2.075 m², atualmente está cercado, pois é de posse municipal e recebe cuidados da Administração Pública e do Hospital, ao qual faz fundos.

Figura 54 – Dimensões do terreno e levantamento topográfico Fonte: Autora (2016)

A topografia apresenta brandos desníveis. A Rua Antônio Matiello possui desigualdade de nível em relação ao terreno, havendo um muro de contenção de aproximadamente 3 metros entre o passeio público e a área de implantação do projeto.

Figura 55 – Corte transversal e Imagem do muro de contenção existente no local Fonte: Autora (2016)

O terreno está praticamente livre da intervenção de sombra das edificações vizinhas, exceto pelo edifício localizado à frente (Av. 23 de Maio), que projeta sombra nos horários da manhã, conforme pode-se observar nas imagens abaixo. 36

Figura 56 – Orientação solar e projeção de sombra às 08:00, às 12:00 e às 17:00 horas do verão Fonte: Autora (2016)

Figura 57 – Orientação solar e projeção de sombra às 08:00, às 12:00 e às 17:00 horas do verão Fonte: Autora (2016)

Figura 58 – Orientação solar e projeção de sombra às 08:00, às 12:00 e às 17:00 horas do verão Fonte: Autora (2016)

Há no interior do terreno grande número de árvores, sendo a maioria delas de pequeno porte ou frutíferas que podem ser relocadas ou replantadas.

Figura 59 – Árvores no interior do terreno Fonte: Autora (2016)

Nas faces do terreno não há árvores no passeio, somente nos canteiros e no início e fim da quadra. 37

Em relação aos ventos, pelo fato de a cidade estar localizada entre duas encostas, acaba formando uma barreira física. O terreno está em um área de baixada e o vento é quase inexistente.

3.9 SÍNTESE DA LEGISLAÇÃO GERAL E ESPECÍFICA DO TEMA

3.9.1 Plano Diretor Conforme o Plano Diretor de Nova Bassano (Lei Municipal Nº 2.634, de 9 de Dezembro de 2013), o terreno encontra-se na Zona de Comércio e Serviços (ZCS). Figura 28.

Figura 60 – Mapa de Zonas Fonte: Prefeitura Municipal

Na Zona de Comércio e Serviços (ZCS), os índices urbanísticos máximos são os seguintes:

Taxa de Ocupação (TO)= 75%

Coeficiente de Aproveitamento (CA)= 7

Lote Mínimo= 360 m²

Os recuos de fundos devem corresponder em no mínimo 1/10 (um décimo) do comprimento médio do terreno. 38

Altura máxima permitida é de 27 (vinte e sete) metros ou 9 (nove) pavimentos, considerando o nível de acesso até o nível da laje de forro do último pavimento.

Para edificações que possuírem 3 (três) pavimentos ou mais, há a necessidade de considerarem afastamento mínimo lateral e de fundo equivalente a 1/10 (um décimo) da altura total da edificação mais 1,50 m (um metro e cinquenta centímetros) a partir do 3º pavimento.

Para terrenos que apresentam desnível será permitido a ocupação do subsolo de acordo com a Taxa de Ocupação, podendo ser residencial, comercial, garagem ou depósito, sendo que esta área será considerada no Coeficiente de Aproveitamento.

Deverá ser respeitada uma taxa de permeabilidade do solo de, no mínimo, 10% da área total do terreno.

Será obrigatória 01 (uma) vaga de estacionamento, cobertas ou não, para cada 10 (dez) leitos.

Será obrigatória 01 (uma) vaga de estacionamento, cobertas ou não, para cada 100 (cem) lugares em estádios, cinemas e teatros.

3.9.2 Código de Obras (Lei Municipal Nº 2.632, de 9 de Dezembro de 2013) DOS HOTEIS E ESTABELECIMENTOS DE HOSPEDAGEM

Os hotéis e estabelecimentos de hospedagem deverão obedecer às seguintes determinações:

I – Os dormitórios para 2 (dois) leitos deverão ter a área mínima de 12 (doze) metros quadrados, e para um leito a área mínima de 8 (oito) metros quadrados em qualquer caso não poderão ter dimensão menor que 2,50m (dois metros e meio).

II – Todos os dormitórios deverão ter banheiros privativos.

III – As instalações sanitárias para o pessoal de serviço deverão ser independentes das destinadas aos hóspedes.

IV – Deverão ter, no pavimento térreo, hall de entrada e instalações de portaria e recepção com área mínima de 20 (vinte) metros quadrados e dimensão mínima de 3 (três) metros, além de entrada de serviço independente.

V – Os corredores não poderão ter largura inferior a 1,50m (um metro e meio) de obstáculos. O corredor da entrada principal deverá obedecer ao disposto para os edifícios de apartamentos. 39

VI – Em todos os pisos destinados a dormitórios deverá haver uma peça ou armário para rouparia.

VII – As paredes de banheiros, despensas, cozinhas e lavanderias deverão ser revestidas até a altura de 2 (dois) metros, com azulejo ou material similar.

VIII – Quando tiverem mais de 3 (três) pavimentos deverão possuir instalações de coleta de lixo de acordo com as exigências previstas para os edifícios de apartamentos.

IX – Quando tiverem mais de 2 (dois) pavimentos acima do térreo, deverão ter elevadores, nas condições exigidas no capítulo correspondente deste Código.

X – Deverão ter instalações preventivas contra incêndio.

XI – Deverão ter reservatório de água, de acordo com as exigências da CORSAN.

3.9.3 NBR 9050 (Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos) O seguinte projeto buscará trabalhar com a NBR 9050 para fins de dimensionamentos diversos, principalmente para cálculos de circulações, acessos, rampas, escadas entre outros espaços. Sua intenção é inserir de forma adequada as edificações na acessibilidade universal com critérios e parâmetros técnicos:

Circulação – As circulações pretendem obedecer à medida mínima de 1,50 m para que cadeirantes consigam fazer manobras de 360º.

Acessos – Todos os acessos devem possuir acessibilidade e sinalização, bem como rotas de interligação às principais funções do edifício. O percurso de ligação entre estacionamento de veículos e acesso da edificação deve possuir uma rota acessível. Acessos de uso restrito estão isentos das condições desta Norma.

Rampas – Devem seguir o nível máximo de inclinação de 8,33% e larguras mínimas de circulação de 1,50m.

Escadas – As escadas devem ter largura mínima de 1,50 m. Se estabelece a necessidade de um patamar a cada 3,20 m de desnível e toda vez que houver mudança de direção.

3.9.4 NBR 9077 (Saídas de Emergência em Edifícios) A Norma Brasileira deve ser consultada para assuntos de escadas, dutos, saídas de emergência e outros fundamentos que esta abrange. 40

Segundo a Tabela 01 da Norma que faz a Classificação das edificações quanto à sua ocupação, o projeto a ser executado se enquadra nas seguintes categorias:

Ocupação/Uso: Serviços de hospedagem/Locais de reunião de público

Divisão: B1/F1

Descrição: Hotéis e assemelhados/Locais onde há objetos de valor inestimável

Tabela 02 – Classificação das edificações quanto à altura:

Código: N

Tipo de edificação: Edificações medianamente altas

Tabela 03 – Classificação das edificações quanto às suas dimensões em planta

Natureza do enfoque: Quanto à área total St (soma das áreas de todos os pavimentos da edificação)

Código: U

Classe da edificação: Edificações médias

Parâmetro de área: 750 m ≤ St< 1500 m²

Tabela 04 – Classificação das edificações quanto às suas características construtivas

Código: Z

Tipo: Edifícios em que a propagação do fogo é difícil

Especificação: Prédios com estrutura resistente ao fogo e isolamento entre os pavimentos.

Tabela 05 – Dados para o dimensionamento das saídas

Divisão: B/F1

População: Uma pessoa por 15 m² de área/ Uma pessoa por 3 m² de área

Capacidade da U. de passagem –

Acessos e descargas: 60/100

Escadas e rampas: 45/75

Portas: 100/100

Tabela 06 – Distâncias máximas a serem percorridas

Grupo e divisão de ocupação: C, D, E, F, G-3, G-4, G-5, H, I/ A, B, G-1, G-2, J 41

Sem chuveiros automáticos –

Saída única: 30 m/40 m

Mais de uma saída: 40 m/50 m

Com chuveiros automáticos –

Saída única: 45 m/55 m

Mais de uma saída: 55 m/65 m

Tabela 07 – Número de saídas e tipos de escadas

Números: 2

Tipo Escada: Escada à prova de fumaça

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4 CONCEITO E DIRETRIZES DO PROJETO

4.1 CONCEITO DA PROPOSTA Planejar um espaço que servirá de hospedagem e de referência a uma cultura de extrema importância para uma região consiste em analisar comportamentos característicos do ambiente e da população buscando a abrangência e harmonia destes conhecimentos, a fim de reproduzir aos visitantes, vivências semelhantes aos que vivem na região.

4.1.1 Composição Arquitetônica A palavra progresso é abrangente, ela pode representar o desenvolvimento de uma civilização ou região, ou ainda, simplesmente, expressar o movimento para frente (figura 61). Segundo Filippon (2007, p. 16) “O momento histórico da metade do século XIX até meados do século XX, fez com que houvessem grandes alterações no processo produtivo e na sociedade europeia, deste modo, o progresso originado na época proporcionou o desenvolvimento de várias tecnologias, entre elas as estradas de ferro e as novas embarcações.” As novas embarcações permitiram que pessoas pudessem ir para lugares jamais pensados antes, ligado a isto, encontra-se a imigração.

O aumento da imigração italiana está registrada por volta do final do século XIX, a principal causa de tal mudança, foi a grave crise econômica e em seguida a unificação do país, em 1870. (FILIPPON, 2007, p. 18) Em situação de fome e pobreza, muitas pessoas decidiram deixar a Itália, principalmente agricultores. Alguns italianos foram expulsos de sua pátria, pois não havia com o que trabalhar e se manter no país, deixando às vezes parte da família em sua terra de origem. As cenas vistas nos navios e portos eram muito comoventes. Como relatado no livro “A Itália sangra pelo porto de Gênova” (FILIPPON apud POZENATO, 2000, p. 15).

A partir de 1850 o Brasil aprovou a extinção do tráfico negreiro, e a busca por mão-de- obra livre tornou-se uma necessidade. (FILIPPON, 2007, p. 19-20) Com a fragilidade da Itália, a situação favoreceu a vinda de várias pessoas ao Brasil que se instalaram em áreas desocupadas e trabalharam principalmente com a agricultura.

Cerca de dois séculos depois, terras colonizadas por descendentes destes italianos ainda guardam em seus hábitos, artigos religiosos e construções, características do local de origem de seus colonizadores. 43

Pensando nisso, a forma do projeto reproduzirá a proa de um navio retratando a ideia do início da colonização, um meio de locomoção e uma forma de progresso para representar respectivamente o Centro de Referência à Cultura Italiana, o Hostel e a inserção do turismo local na cidade de Nova Bassano.

Figura 61 – Croqui Composição Arquitetônica (Vista da edificação) Fonte: Autora (2016)

4.2 CARTA DE INTENÇÕES O projeto a ser executado tem por objetivo criar um ambiente para prestigiar a cultura de origem italiana de um município de pequeno porte através de espaços que ofereçam conhecimento à população, área para apresentações ou exposições temporárias e, ainda, um local de hospedagem de baixo valor.

4.2.1 Entorno O principal caráter de uso do entorno é o residencial, contudo, pelo fato de o terreno estar localizado no centro da cidade, muitas vezes a utilização das edificações é mista, já que é o local de maior comércio e prestação de serviços.

Vale ressaltar que edificações de maior porte também localizam-se nas proximidades, fazendo com que o entorno do terreno seja a área mais povoada da cidade.

4.2.2 Funcionalidade A proposta do projeto conta com dois temas diferentes, Centro de Referência à Cultura Italiana e Hostel, mas com intuito de unir as duas funções em um núcleo principal.

O objetivo é a criação de dois acessos, um em cada rua que o terreno de implantação possui frente, que permitirá o fácil acesso da população e visitantes.

4.2.3 Herança Cultural O projeto busca ser um local de referência para a comunidade local e símbolo de acolhida para visitantes, por isso a escolha da proposta arquitetônica e dos materiais tem como objetivo transmitir a sensação de harmonia. Estratégias que priorizem cores e 44

materiais que proporcionam conforto térmico e, valorização de pontos de ventilação e iluminação natural serão fatores chave para o desenvolvimento. Quando possível, opções sustentáveis serão implantadas como no telhado, rede cloacal, entre outros.

4.2.4 Características do Sítio Nova Bassano situa-se na região serrana do estado e possui características típicas deste tipo de relevo. Sua demografia é bastante definida, com relevo acidentado, o que fez com que a população se estabelecesse na região de vale. A expansão da cidade aconteceu na parte mais baixa até o momento em que foi possível, mas nos últimos anos, o crescimento dos bairros começou a se expandir para a parte mais alta, o que modificou a distribuição e traçado da cidade.

O relevo também tem influência sob o clima, pois funciona como barreira natural em relação aos ventos. Esta região se caracteriza por apresentar estações bem demarcadas. Nas partes mais altas da cidade estão as áreas de mata nativa, o que se justifica por ser de difícil acesso.

4.2.5 Público A intenção para este projeto é atender todos os tipos de pessoas, na parte de Centro de Referência, público local e turistas que buscam aprendizado ou aprimorar conhecimento da cultura italiana ou ainda ensinamentos gerais. Na parte do Hostel, objetiva-se atender turistas e visitantes vindos de todas as partes que tenham como interesse a proximidade com outra região e cultura.

4.3 DIRETRIZES DE PROJETO  Empregar materiais que se adequem a forma definida. O objetivo é utilizar aço corten que em alguns pontos poderá ser vazado, fazendo contraste com vidros, espelhos e jardins verticais, quebrando o aspecto rudimentar que o material apresenta;

 Criar demarcação de acesso expressiva nos dois primeiros pavimentos, determinando a entrada de veículos e de pedestres e facilitando sua percepção;

 Requalificar o passeio público já existente, criando uma nova paginação de piso para o entorno imediato do local de implantação do projeto, fazendo com que este também esteja incorporado ao conceito;

 Aplicar duas alturas diferentes para usos diferentes. O Centro de Referência que será aberto ao público, pretende-se usar no máximo três pavimentos, já o 45

Hostel terá seu acesso e áreas comuns em pavimentos próximos a rua e vegetações, mas seus quartos serão em partes mais elevadas do projeto.

4.4 DIRETRIZES URBANAS PROPOSTAS A área possui fluxo moderado, considerando-se que nos finais de semana é quase inexistente, pois os veículos que circulam próximo ao sítio são em sua maioria em função do comércio local.

É importante ressaltar que foram implantadas recentemente faixas elevadas em todo centro da cidade, incluindo as Ruas Antônio Matiello e Av. 23 de Maio, no início e fim da quadra de implantação do projeto (figura 62), o que reduz consideravelmente a velocidade dos veículos.

Figura 62 – Imagens de faixas elevadas no entorno (A – Rua Antônio Matiello, B e C – Av. 23 de Maio) Fonte: Autora (2016) O passeio público dispõe de uma largura confortável para circulação de pedestres, rebaixamento para travessia de Portadores de Necessidades Especiais e arborização, que é feita conforme o proprietário do lote. Desta forma, será proposto a implantação de canteiros nos passeios, unificando a vegetação existente, bancos para contemplação e inserção de piso tátil no entorno.

Figura 63 – Passeio público entorno (A – Arborização e dimensão do passeio, B – Proposta para passeio) Fonte: Autora (2016) 46

5 PARTIDO GERAL

5.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES/PRÉ-DIMENSIONAMENTO O programa de necessidades é multifuncional e foi desenvolvido com base nos estudos de caso analisados e nas demandas do município. Abrigará áreas reservadas para uso da comunidade local e referência a seus antepassados e ainda um Hostel de pequeno porte, abrigando cerca de 14 leitos.

O programa apresentado na Tabela 04 está distribuído nos seguintes setores: Administrativo e Cultural – Centro de Referência, Administrativo, Serviço e Área Habitacional – Hostel, Serviço e Apoio – Uso Comum.

Área Centro de Área Espaço Quant. Equipamentos Usuários Total Referência (m²) (m²) Balcão de Funcionários Recepção 1 atendimento, 25m² 25m² e hóspedes. armários, sofás. Mesas, cadeiras, Funcionários Gerência 1 25m² 30m² armários, . computadores. Funcionários Almoxarifado 1 Armários. 4m² 4m²

. Administrativo Lavatório, bacia Funcionários Lavabo 1 2m² 2m² sanitária. . Subtotal do Setor: 56m² Estantes, Visitantes e Biblioteca 1 mesas, 50m² 50m² hóspedes. cadeiras. Sala de Visitantes e 2 Armários. 35m² 70m² Exposições hóspedes. Armários, Sala de Visitantes e 2 mesas, 30m² 60m² Oficinas hóspedes. cadeiras. Mobília de Visitantes e Museu 45m² 45m² 1 época. hóspedes. Mesas, Sala de cadeiras, Visitantes e 1 30m² 25m² Cultural Informações armários, hóspedes. computadores. Sala de Poltronas, Visitantes e 1 35m² 40m² Áudio/Vídeo telão. hóspedes. Palco, Visitantes e 200m 200m Anfiteatro 1 arquibancadas. hóspedes. ² ² Sala de Funcionários Apoio/Manute 1 Armários. 6m² 6m² . nção Subtotal do Setor: 496m²

Área Área Hostel Espaço Quant. Equipamentos Usuários Total (m²) (m²) 47

Balcão de Funcionários Recepção 1 10m² 10m² atendimento. e hóspedes. Armários, Lobby 1 Hóspedes. 40m² 40m² sofás. Mesas, cadeiras, Funcionários Gerência 1 25m² 30m² armários, . computadores. Funcionários Almoxarifado 1 Armários. 4m² 4m² Administrativo . Lavatório, bacia Funcionários Lavabo 1 2m² 2m² sanitária. . Subtotal do Setor: 81m² Bancada, pia, fogão, Cozinha 1 geladeira, Hóspedes. 30m² 30m² compartilhada

microondas,

mesa, cadeiras. Lavadora de Lavanderia 1 roupas, Hóspedes. 15m² 15m² Serviço compartilhada bancada. Funcionários DML 1 Armários. 4m² 4m² . Subtotal do Setor: 49m² Cama solteiro, armário, mesa, Dormitório cadeira, 4 Hóspedes. 19m² 76m² Individual cabideiro, banheiro individual. Cama casal, armário, mesa, Dormitório cadeira, 2 Hóspedes. 21m² 42m² Casal cabideiro, banheiro individual. Cama solteiro e casal, armário,

Dormitório mesa, cadeira, 2 Hóspedes. 30m² 60m² Família cabideiro, banheiro individual. Dois beliches, armário, mesa, Dormitório 4 2 cadeira, Hóspedes. 21m² 42m² pessoas cabideiro, Área habitacional Área lavatório. Três beliches, armário, mesa, Dormitório 6 2 cadeira, Hóspedes. 28m² 56m² pessoas cabideiro, lavatório. Quatro beliches, Dormitório 8 armário, mesa, 2 Hóspedes. 33m² 66m² pessoas cadeira, cabideiro, lavatório. Sofás, mesas, Estar 150m 3 cadeiras, Hóspedes. 50m² Compartilhado ² televisão. 48

Lavatórios, Sanitários chuveiros, 108m 3 Hóspedes. 36m² coletivos bacia sanitária, ² mictórios. Subtotal do Setor: 600m² Setores de Área Área Uso Espaço Quant. Equipamentos Usuários Total (m²) Comum (m²) Pias, bancada, balcão d preparo, Funcionários Cozinha 1 60m² 60m² câmara . refrigerada, dep. lixo. Mesas, Visitantes e 120m 120m Refeições 1 cadeiras, hóspedes. ² ² balcão, Buffet. Funcionários Depósito 1 Armários. 4m² 4m² . Recepção de Funcionários 1 Armários, pia. 6m² 6m² alimentos . Lavatório, bacia Funcionários Vest. Feminino 1 sanitária, 10m² 10m² . chuveiro. Lavatório, bacia Serviço Vest. Funcionários 1 sanitária, 10m² 10m² Masculino . chuveiro. Fogão, Sala geladeira, Funcionários Funcionários/ 1 15m² 15m² microondas . Copa mesa, cadeiras. Sanitário Púb. Lavatórios, Visitantes e Feminino 1 bacias 10m² 10m² hóspedes. (PNE) sanitárias. Lavatórios, Sanitário Púb. bacias Visitantes e Masculino 1 10m² 10m² sanitárias, hóspedes. (PNE) mictórios. Subtotal do Setor: 245m² Reservatórios 1 - - 40m² 40m² de água Gás 2 - - 10m² 10m²

Apoio Lixo 2 - - 10m² 10m² Subtotal do Setor: 60m² Área Total: 1587m² Tabela 04 – Programa de Necessidades/Pré-dimensionamento Fonte: Autora (2016)

5.2 ORGANOGRAMA O Organograma foi desenvolvido a partir dos setores presentes no projeto desenvolvido, prevendo seus acessos e fluxos, conforme ilustra a Figura 64.

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Figura 64 – Organograma Fonte: Autora (2016)

5.3 FLUXOGRAMA O fluxograma representado nas figuras 65, 66, 67e 68 foi concebido segundo os ambientes presentes no programa de necessidades, e com base neles sugere-se a melhor forma de circulação e acessos ao projeto proposto.

Para melhor compreensão, o fluxograma está dividido por Setores: Administrativo, Apoio, Cultural, Habitacional e Serviço, e por pavimentos.

Subsolo:

Figura 65 – Fluxograma Subsolo Fonte: Autora (2016)

Primeiro Pavimento:

Figura 66 – Fluxograma Primeiro Pavimento Fonte: Autora (2016) 50

Segundo Pavimento:

Figura 67 – Fluxograma Segundo Pavimento Fonte: Autora (2016)

Demais Pavimentos:

Figura 68 – Fluxograma Demais Pavimentos Fonte: Autora (2016)

5.4 PARTIDO GERAL – ZONEAMENTO

Primeira Proposta de Zoneamento

Critérios Avaliação

Caracterizada pela estruturação dos setores e pelo acesso no nível Funcionalidade mais baixo do lote à frente da Av. 23 de Maio.

Forma A forma é representada pela linearidade do projeto, com único acesso 51

principal e estacionamento independente da edificação. Proposta assimétrica com mais pavimentos somente em um dos lados da construção.

Para este projeto procura-se usar o concreto, o vidro e o aço como Sistema principais materiais construtivos. O concreto para vedações, o vidro para Construtivo esquadrias e o aço para a estrutura.

Levando em consideração o tema proposto, o seguinte zoneamento apresenta funcionalidade, entretanto, o estacionamento independente da Conclusão edificação pode vir a representar problemas com intempéries, necessitando de uma cobertura de ligação.

Tabela 05 – Primeira Proposta de Zoneamento Fonte: Autora (2016)

Segunda Proposta de Zoneamento

Critérios Avaliação

A funcionalidade desta proposta foi desenvolvida pensando na Funcionalidade facilidade dos acessos, na circulação dos ambientes e disposição das curvas de nível.

A forma se justifica pelo terreno, que apresenta condicionantes em relação ao espaço. No desnível em relação à Rua Antônio Matiello pretende-se aproveitar posicionando o estacionamento como subsolo. Forma Acima do estacionamento será criado um acesso ao nível da Rua Antônio Matiello, além do acesso principal pela Av. 23 de Maio. Estes farão ligação aos espaços culturais, administrativos e restaurante, os espaços para hospedagem se localizam pavimentos acima.

Sistema Para este projeto procura-se usar o concreto, o vidro e o aço como Construtivo principais materiais construtivos. O concreto para vedações, o vidro para 52

esquadrias e o aço para a estrutura.

Levando em consideração o tema proposto, buscou-se projetar uma Conclusão forma simples, com facilidade de acesso, que se adequasse ao terreno proposto e funcional.

Tabela 06 – Segunda Proposta de Zoneamento Fonte: Autora (2016)

Terceira Proposta de Zoneamento

Critérios Avaliação

A funcionalidade desta proposta foi pensada de maneira que o Funcionalidade estacionamento que está independente da edificação conseguisse abrigar mais vagas possíveis. O prédio localizou-se próximo à esquina do lote.

Priorizou a facilidade de acesso próximo a Av. 23 de Maio e pensou-se Forma em uma forma praticamente simétrica, o que a impede da simetria é um volume aos fundos da edificação.

Para este projeto procura-se usar o concreto, o vidro e o aço como Sistema principais materiais construtivos. O concreto para vedações, o vidro para Construtivo esquadrias e o aço para a estrutura.

Levando em consideração o tema proposto, a forma apresenta funcionalidade, entretanto, o estacionamento independente da edificação pode vir a representar problemas com intempéries, necessitando de uma Conclusão cobertura de ligação, e, ainda, a localização do prédio em relação ao terreno faz com que este seja mal aproveitado, sobrando um grande espaço vago.

Tabela 07 – Terceira Proposta de Zoneamento Fonte: Autora (2016) 53

A partir destas propostas de zoneamento, nota-se que a segunda proposta é a que melhor se enquadra ao tema pretendido, por apresentar a divisão de setores, o que facilita o fluxo de pessoas, se ajusta a forma do terreno propondo a utilização de espaços vagos para interação com edificações vizinhas e apresenta facilidade de acesso, criando entradas para o público em duas faces do terreno.

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6 CONCLUSÃO O presente estudo teve como finalidade desenvolver uma proposta de criação para um Centro de Referência à Cultura Italiana e Hostel na cidade de Nova Bassano de modo a atender as necessidades culturais e de hospedagem do local, seguindo as Normas vigentes e com base na análise de estudos de caso realizados.

O projeto oferece local de hospedagem, com opções de acomodações individuais e coletivas, preços acessíveis, e espaços para troca de conhecimentos. O intuito do programa (Hostel e Centro de Referência) baseia-se na transmissão de culturas e costumes entre visitantes, população local e preservação da cultura italiana através dos espaços voltados a um museu com objetos da época da colonização e, restaurante de comidas típicas.

Esta proposta busca inserir a cidade de Nova Bassano dentre as opções de turismo, uma vez que existem lugares apropriados, porém ainda pouco explorados. Através desta proposta, busca-se também um novo ramo econômico e cultural para a cidade, pois, com a criação dos locais de lazer, poderá ocorrer aumento do número de visitantes, mas fundamentalmente, a permanência dos moradores da própria cidade em seus momentos livres.

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7 ANEXOS

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