Reconectando a Sociabilidade On-Line E Off-Line: Trajetórias, Poder E Formação De Grupos Em Canais Geográficos No Internet Relay Chat
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Ana Maria Alves Carneiro da Silva Reconectando a sociabilidade on-line e off-line: trajetórias, poder e formação de grupos em canais geográficos no Internet Relay Chat Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas sob a orientação do Prof. Dr. Thomas Patrick Dwyer Campinas – Novembro 2000 I FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO IFCH – UNICAMP Silva, Ana Maria Alves Carneiro da Si 38 r Reconectando a sociabilidade on-line e off-line: trajetórias, formação de grupos e poder em canais geográficos no Internet Relay Chat (IRC) / Ana Maria Alves Carneiro da Silva. -- Campinas, SP : [s.n.], 2000. Orientador: Thomas Patrick Dwyer. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. 1. Tecnologia – Aspectos sociais – Brasil. 2. Sociologia. 3. Poder (Ciências Sociais). 4. Sociabilidade. 5. Internet (Redes de Computação) – Brasil. I. Dwyer, Thomas Patrick. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. III. Título. II Ana Maria Alves Carneiro da Silva Reconectando a sociabilidade on-line e off-line: trajetórias, poder e formação de grupos em canais geográficos no Internet Relay Chat Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas sob a orientação do Prof. Dr. Thomas Patrick Dwyer. Este exemplar corresponde à redação final da tese defendida e aprovada pela Comissão Julgadora em / /2000. Banca Prof. Dr. Thomas Patrick Dwyer (Orientador) Prof. Dr. Theophilos Rifiotis Prof. Dr. Fernando Lourenço III Resumo Reconectando a sociabilidade on-line e off-line: trajetórias, formação de grupos e poder em canais geográficos no Internet Relay Chat (IRC) O objetivo desta pesquisa foi analisar a sociabilidade e os exercícios de poder no ciberespaço, aprofundando a discussão da bibliografia especializada. Considerando que o ciberespaço é composto por espaços de sociabilidade diversos, habitados por pessoas das mais diferentes culturas, escolheu-se um desses espaços, o IRC, e dentro do mesmo, uma realidade particular, os canais geográficos, isto é, canais com referências a lugares geográficos. Acompanhou-se a vida de um canal geográfico por cerca de um ano, recuperando sua história através de reportagens e entrevistas com os usuários fundadores. A análise dos exercícios de poder foi feita a partir do exame da formação dos agrupamentos de usuários e seus posicionamentos nas hierarquias do canal. Para perceber qual a metáfora dominante no canal, que combina mundos e os mantêm juntos (Star, 1996), ou seja, fazer a análise do poder a partir da formação dos grupos foi necessário atentar para os múltiplos pertencimentos dos usuários e agrupamentos, o que apontou a necessidade de contextualização mais ampla dos usuários em relação à rede sócio-técnica do canal, que integra humanos e não humanos e os planos on-line e off-line. Dessa forma, a perspectiva aqui desenvolvida inovou também, se comparada ao conjunto da bibliografia especializada, ao procurar articular as experiências on- line e off-line dos usuários, investigando algumas características sociológicas dos seus membros para procurar padrões de agrupamento e também as experiências coletivas off-line (IRContros). Também procurou-se integrar os fatores humanos e não humanos envolvidos nas interações. Abstract Reconnecting on-line and off-line sociability: trajectories, group formation and power in geographic channels of Internet Relay Chat (IRC) This research analyze the power exercises on cyberspace, deepen specific bibliography. The cyberspace here is thought as formed by many sociability spaces inhabited by people of many different cultures. The fieldwork was performed on one of these spaces, the Internet Relay Chat (IRC), and on particular site within it, the “geographic channels” (that is, channels with references to geographic places). The social life on a geographic channel was accompanied for almost one year, and its history was recovered through newspaper reports and some interviews with founders users. The power was analyzed trough examine user’s group formation and their hierarchic positions in channel. To perceive whose metaphor is dominant in channel, which brings world together, and hold them there (Star, 1996) it was considered the multiple membership of users and groups, that were contextualized in a broad social reality. This way, the perspective here innovate, if compared to the whole set of specific bibliography of Communication Mediated by Computer, for looking to articulate on- line and off-line users experiences, researching some sociologic aspects to find grouping patterns and researching the off-line collective meetings (IRContros). In the same way, it was tried to integrate human and non-human factors involved in interaction. IV A Cookie, Peris e Chris pelo carinho e companhia em todos os momentos. V O que te garante que eu não esteja agora apenas te gozando, ou armando uma arapuca? Nada garante em definitivo. Mesmo o Geertz nunca pôde ter certeza absoluta da interpretação correta das piscadelas (...) E no entanto negociamos a credibilidade, a plausibilidade, cercamo-nos de parâmetros parciais que convencem, e damos o salto: o resto é risco. Pensar é por-se em risco. Com um tanto de cálculo, outro tanto de ousadia (ou chamemo-lo desejo). (Jayme Aranha Flo.) Mas o instante-já é um pirilampo que acende e apaga, acende e apaga. O presente é o instante em que a roda do automóvel em alta velocidade toca minimamente o chão. E a parte da roda que ainda não tocou, tocará num imediato que absorve o instante e torna-o passado. Eu, viva e tremeluzente como os instantes, acendo-me e me apago, acendo e apago, acendo e apago. Só que aquilo que capto em mim tem, quando está sendo agora transposto em escrita, o desespero das palavras ocuparem mais instantes que um relance de olhar. Mais que um instante, quero o seu fluxo. (Clarice Lispector) VI Agradecimentos Sem a valorosa ajuda de uma série de pessoas eu não conseguiria ter feito este trabalho. Espero conseguir lembrar de todos nestes singelos agradecimentos, singelos porque muitas das ajudas recebidas são impagáveis (meninos fiquem despreocupados que vou no mínimo indicar os “direitos autorais” dos programas que vocês fizeram...). Agradeço então: À minha família, Maria, Manoel, Ana Lúcia e Manuel, pelo apoio e carinho, onde sempre me baseei para poder alçar meus vôos. À minha família estendida, Miro, Tânia e Decon pela sempre feliz convivência. Aos meus tios, tias e vós adotadas em Gurupi da família Morais o agradecimento pela rica experiência de vida que me passaram. Aos amigos de Goiás e Tocantins, especialmente os da Pastoral da Juventude e Casa da Juventude (Goiânia), pelo acolhimento e convivência tão saudável e prazerosa na minha trajetória pessoal. Aos professores da graduação na UFG, especialmente Rabelo, Irmihld, Telma e Cristina por terem me ensinado o gosto pela pesquisa empírica e a Jordão pela dica de usar Nudist, entre outras. Aos colegas da graduação, especialmente As 5, Luciana, Gisele, Rute e Naum, as boas horas que passamos juntos. Às amigas Goretti, Ronize, Andréia e Ana Lúcia, irmãs e companheiras desde a graduação e para sempre, independente da distância. A Deny pela carinhosa iniciação ao mundo do IRC. Aos amigos do PT e do Movimento Estudantil de Goiânia pela importante vivência político-partidária. Aos professores com quem tive contato no mestrado, especialmente Sérgio Silva, José Mário, Josué e José Luiz, pelos incentivos e sugestões. A Guilhermo Ruben e Fernando Lourenço pela participação na banca de qualificação. A Fernando Lourenço e Vitor pelas dicas sobre o SPSS. A Sérgio Silva por ter me feito pensar sobre o exercício de construir teoria sociológica/social, mais do que aprender teorias e pelo estimulante incentivo para eu continuar e aprimorar meu estilo “debochado” de escrita. Aos amigos do mestrado, Claudete, Wilson e Telma pelo companheirismo realmente em todas as horas (Timão ÊÔ!!). A Wilson o agradecimento especial pela ajuda com o questionário eletrônico e as coisas do IRC. Aliás, queria aproveitar para agradecer ao Corinthias por ter entrado numa série histórica de derrotas e ter facilitado, assim, a VII concentração na redação da dissertação. De qualquer forma essa tal Copa João VaiLonge não passa de uma copa pífia e o que importa mesmo é ser Fiel. Aos amigos que fui conhecendo pela Unicamp a fora e nas redes de amizades, Marilis, Claudenício, Elaine, Dionísio, Rodrigo (DPCT), Clara, Marta, Gláucia e Elisa pelas festas, amizade e carinho. A Elaine pela companhia atenciosa em suas visitas. A Hector pela leitura da versão final e pelos comentários pertinentes. Não poderia deixar de reforçar o agradecimento a Claudete e Marilis, amigas nas alegrias e tristezas, na saúde e na doença, etc. etc amém. Aos amigos da Elétrica, especialmente a Rodrigo por ter me explicado a lógica da bicicleta de marcha, por ter feito o script para “consertar” os resultados do cgi (de qualquer forma, obrigada Everaldo do CCUEC) do questionário eletrônico e pela amizade sincera em todas as horas (menos é claro na hora do futebol, porque Parmera sux! Timão Rlz!). Mas fique aqui registrado que não lhe perdôo a omissão nas recorrentes piadas sobre a incompatibilidade entre mulheres e informática, que trazem um indicador da realidade empírica, a ser investigado, mas de forma totalmente distorcida e biologicamente determinada por não levar em conta toda a rede sócio-técnica envolvida nessa relação. Ao meu orientador, Tom Dwyer, por ter aceitado participar de tal desafiante empreitada e, na medida do possível, ter me instigado com perguntas aparentemente pentelhas. Também fica o “muito obrigada” pela eficiente ajuda com as burocracias da universidade e por sempre confiar no meu “faro”. Ao Grupo de Teoria Sociológica, vulgo grupo do Josué, pela possibilidade de discutir teoria sociológica. Aos amigos Gecas, Mário, Edu, Jayme e Vicka, o privilégio de poder discutir meu tema com os poucos especialistas no Brasil nos telefonemas, geircadas, geircontros, gecamails (Gecas Rôoo!).