Carlos Otávio Araujo Gussoni
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CARLOS OTÁVIO ARAUJO GUSSONI Área de vida e biologia reprodutiva da maria-da-restinga (Phylloscartes kronei) (Aves, Tyrannidae) Tese apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Ciências Biológicas (Zoologia) Orientador: Dr. Marco Aurélio Pizo Ferreira Rio Claro 2014 CARLOS OTÁVIO ARAUJO GUSSONI Área de vida e biologia reprodutiva da maria-da-restinga (Phylloscartes kronei) (Aves, Tyrannidae) Tese apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Ciências Biológicas (Zoologia) Comissão Examinadora: Dr. Marco Aurélio Pizo Ferreira Dr. Pedro Ferreira Develey Dr. Mercival Roberto Francisco Dr. Edilberto Giannotti Dr. Alejandro Edward Jahn Rio Claro, 19 de setembro de 2014 598.2 Gussoni, Carlos Otávio Araujo G982a Área de vida e biologia reprodutiva da maria-da-restinga (Phylloscartes kronei) (Aves, Tyrannidae) / Carlos Otávio Araujo Gussoni. - Rio Claro, 2014 116 f. : il., figs., gráfs., tabs. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro Orientador: Marco Aurélio Pizo Ferreira 1. Ave. 2. Ornitologia. 3. Território. 4. Ninho. 5. Ovo. 6. Cuidado parental. 7. História natural. I. Título. Ficha Catalográfica elaborada pela STATI - Biblioteca da UNESP Campus de Rio Claro/SP Aos amigos Bianca Reinert, Marcos Bornschein e Ricardo Belmonte-Lopes. AGRADECIMENTOS À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo pela bolsa concedida (Processo FAPESP 2010/09707-1). À Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza pelo apoio financeiro (0911_20112). Ao CEMAVE (licença 3442/5), SISBIO (licença 30336-3), Instituto Ambiental do Paraná (IAP) (licença 334.11), COTEC (licença 260108-000.206/2011) e Prefeitura Municipal de Guaratuba (licença 0002) pelas licenças de pesquisa concedidas. Ao Prof. Dr. M. A. Pizo pela orientação e amizade ao longo desses anos de estudo. Ao Mater Natura (Instituto de Estudos Ambientais) e equipe pelo apoio ao projeto, em especial à H. Zarantonielli e P. Pizzi. Aos queridos amigos B. L. Reinert, M. R. Bornschein, R. Belmonte-Lopes, I. Suassuna e C. Hrdina pela amizade e por permitirem a realização deste trabalho na incrível Reserva Bicudinho-do-brejo. A todos aqueles que ajudaram nos campos (ou ofereceram ajuda), sem os quais este trabalho não seria possível: B. L. Reinert, M. R. Bornschein, R. Belmonte-Lopes, C. Hrdina, I. Suassuna, L. Corrêa, D. Sobotka, F. Shibuya, F. Akashi, A. Degues, L. F. Corrêa, A. Grose, T. V. B. Ribeiro, F. Fernandes, R. F. Torres, R. Matsushita, A. Vasconcelos, A. Gouvêa, T. Piazzetta, M. Ceccon, B. G. Piato, A. Ferraroni, R. Sugohara, V. Tonetti, I. Lopes, F. Arantes, M. A. Pizo, M. Rubio, H. E. Noventa, M. Fortes, H. Singling, O. Suzuki, T. Marcos, D. Oliveira, D. B. Delgado, R. Capretz, T. M. Souza, F. Alves, K. Molina, E. G. de Oliveira, G. G. Leite, C. Alves, C. Golec, F. Bellotto, G. A. Locher, R. Marcondes, W. Cavarzere, G. Del-Rio, M. Silva, D. Freitas, J. Cunha, L. M. Lima, T. Filadelfo, T. Pongiluppi, B. Rennó, C. Carvalho, T. Santos, C. Mendes, P. Lopes, A. Bovo, R. Branco, B. Cano, M. Ferraz, K. Mello, M. Viana, L. Sommaggio, G. Althmann, E. Pacífico, F. Bocalini, V. Robinson, M. Franchi, R. C. Machado, B. Lima, F. Schunck, A. C. Guaraldo, M. Bissoli, A. G. Aguirre, G. Corrêa, S. Von Matter, L. K. Honda, L. Ferreira e V. T. Lombardi. Aos que enviaram informações para a revisão bibliográfica sobre o gênero Phylloscartes (Anexo B): A. C. Guaraldo, B. L. Reinert, C. Albano, D. B. Machado, D. Buzzetti, D. Seripierri, E. R. Luiz, F. V. Costa, G. Kirwan, G. Serpa, J. Furlani, J. M. Pereira, M. R. Bornschein, M. F. Vasconcelos, P. C. Pulgarín-R., P. Smith, R. Ahlman, R. Belmonte- Lopes, T. Pongiluppi, V. G. Staggemeier, A. Rupp e V. T. Lombardi. Aos queridos amigos moradores da República Nemelés (H. H. Tozzi, L. K. Honda, T. H. D. Leandro, I. Otero, R. H. Sugohara, R. M. S. Alves, F. C. Nominatto, P. R. M. Souza Filho, C. Kanda, D. J. L. Sousa, R. Fonseca, A. H. Takara, P. M. Tokumoto e Pedro H. Mainardi) e agregados por todos os momentos vividos ao longo desses quatro anos de estudo. À B. Neves, T. H. D. Leandro, M. Assis, V. G. Staggemeier e R. H. Sugohara pela ajuda nas identificações botânicas. À F. R. A. Gussoni pela ajuda com as sexagens dos indivíduos. Ao S. Govone pela ajuda com as análises estatísticas. À E. G. de Oliveira por todo o apoio e pelos inesquecíveis momentos vividos juntos ao longo desses anos. À B. L. Reinert, R. Belmonte-Lopes e M. R. Bornschein por tudo o que me ensinaram, pela amizade inigualável, pelos exemplos de vida e por tornarem esse trabalho possível. Aos moradores da Vila de Riozinho, sempre dispostos a ajudar. Aos queridos amigos e “irmãos” A. C. Carvalho, D. B. Delgado, F. Alves, O. C. Togni e T. Pongiluppi, pela amizade e por estarem sempre dispostos a ajudar. À D. Seripierri pela ajuda com material bibliográfico. À F. Alves pela ajuda na elaboração do Abstract. À M. Franchi pela leitura crítica do manuscrito. Aos companheiros de passarinhadas, pelas agradáveis e inesquecíveis horas de observações de aves e conversas em solo brasileiro, boliviano e peruano. À minha família, por todo o apoio e amizade. Aos indivíduos de maria-da-restinga, com os quais aprendi muito sobre a vida. Por fim, mas não menos importante, agradeço a todos os outros que auxiliaram neste trabalho. “As long as we do not destroy ourselves, a bright new world will one day welcome us with open arms.” (Nausicaä of the Valley of the Wind, 1994) RESUMO A maria-da-restinga (Phylloscartes kronei) é um tiranídeo globalmente ameaçada de extinção, cuja história natural é pouco conhecida. Este trabalho teve como objetivo descrever sua área de vida, território e biologia reprodutiva. Foram capturados e marcados com anilhas coloridas 32 indivíduos no município de Guaratuba, PR. De janeiro de 2012 a dezembro de 2013 foram realizados 211 dias de observações. A área de vida dos indivíduos foi de 1,76 ± 0,93 ha e a dos casais 2,52 ± 1,91 ha, havendo extensa sobreposição nestas áreas. Não houve diferença nas áreas de vida de machos e fêmeas e entre a área de vida dos indivíduos e casais em 2012 e 2013. Houve diferença nas áreas de vida dos indivíduos dentro e fora do período reprodutivo apenas em 2012. O tamanho da área de vida dos casais não variou dentro e fora do período reprodutivo. O tamanho de território foi determinado para dois casais: 0,68 e 0,46 ha. A densidade populacional em 21 ha foi de 1,04 casais/ha. Os primeiros sinais de reprodução ocorreram em setembro e os últimos em janeiro. Os ninhos foram construídos entre 0,72 e 3 m acima do solo, sendo fechados e ovalados. Foram construídos internamente de folhas secas de gramíneas e forrados externamente por musgos verdes, sendo os materiais colados com teia-de-aranha e a câmara oológica forrada com sementes plumosas. A taxa de predação dos ninhos foi de 60% e o Sucesso de Mayfield para o período de incubação foi de 42,42%. Um dos casais que teve o ninho predado construiu outro a 52 m de distância do anterior, que foi igualmente predado, sendo o terceiro construído a 93 m de distância do último. Outro casal, que teve seu ninho predado, construiu outro a 51 m de distância. A construção durou aproximadamente 19 dias e foi tarefa exclusiva das fêmeas. O tamanho da postura foi de dois a três ovos brancos (15,9–16,8 mm x 12,7–13,1 mm). A incubação foi tarefa exclusiva das fêmeas e durou aproximadamente 12 dias (constância = 0,40). Machos e fêmeas alimentaram os filhotes dentro e fora do ninho e retiraram sacos fecais. A massa corpórea dos adultos variou de 7 a 10 g, sendo os machos mais pesados do que as fêmeas, não havendo sobreposição nos valores. Mudas de asa ocorreram de janeiro a abril, de cauda e tetrizes de janeiro a março. Para quatro casais foi possível coletar informações sobre a fidelidade dos parceiros, sendo que três continuaram fiéis ao longo do estudo. Foram registrados dois itens alimentares inéditos: Diptera e Blattodea. Foram observados três eventos da espécie seguindo bandos mistos de aves, com 17 espécies inéditas em bandos envolvendo P. kronei. Um evento envolveu indivíduos anilhados, que seguiram o bando durante pelo menos 66 min. Foram observados indivíduos banhando-se na base de folhas de bromélias do gênero Vriesea. Foram coletadas informações sobre a dispersão de juvenis, sendo que aquele que estabeleceu seu território mais longe da área de vida dos adultos o fez a cerca de 120 m de distância. ABSTRACT Little is known about natural history of the globally threatened Restinga Tyrannulet (Phylloscartes kronei). This work aimed to describe its home range and territory, and collect new information about its breeding biology. We captured and banded with coloured bands 28 individuals at Reserva Bicudinho-do-brejo (Guaratuba, PR) and four at Parque Natural Municipal da Lagoa do Parado. Field work was conducted monthly from January 2012 to December 2013, comprising 211 days of field observations. The individuals home range size was 1.76 ± 0.93 ha and the home range size of pairs was 2.52 ± 1.91 ha. There weren´t differences between the home range size of males and females and the home range size of individuals and pairs throughout the study. In 2012 we found different home range size of the individuals inside and outside the breeding season, whereas this was not observed in 2013.