Vila Do Bispo Barão De São João Mexilhoeira Grande Figueira São Bartolomeu De Messines
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Algarve Barlavento Vila do Bispo Barão de São João Mexilhoeira Grande Figueira São Bartolomeu de Messines Sotavento Alte Alportel Jorge Pereira Padure Xana Mariana, a Miserável Susana Gaudêncio Menau Tiago Batista Roteiro ALGARVE • Projeto WATT? ARTE PÚBLICA • Algarve Barlavento Vila do Bispo . 16 Barão de São João . 18 Mexilhoeira Grande . 22 Figueira . 26 São Bartolomeu de Messines . 32 Sotavento Alte . 40 Alportel . 50 Jorge Pereira Padure Xana Mariana, a Miserável Susana Gaudêncio Menau Tiago Batista ARTE PÚBLICA • 2 3 O PROGRAMA ARTE PÚBLICA • Imaginemos que vamos a todas as localidades abrangidas pelo Arte Pública fundação edp e que pintamos as paredes de branco, desmontamos as instalações dos espaços, apagamos do mapa as obras de arte criadas nas várias povoações intervencionadas de norte a sul do País. Que efeito teria na vida destas pessoas? O Arte Pública fundação edp é um mapa feito de um conjunto de obras de arte concebidas em espaços públicos de pequenas localidades de diversas regiões do País. Um programa desenhado pela fundação edp para proporcionar a comunidades rurais um maior contacto com a arte, provocando, simultaneamente, uma reflexão sobre a sua função na sociedade. Sinais de trânsito transformados em figuras tradicionais como a da mulher de lenço na cabeça? Duas raízes de árvores entrelaçadas, com pernas e braços? Um moinho em cima de um burro? Um homem em cima de um escadote a apanhar estrelas? Obras “bonitas” e “boas para a terra”, como costumam dizer as pessoas destas comunidades, sem se alongarem a extrapolar significados para lá dos significantes que lhes são apresentados. É neste grau zero, é nesta marca de início, que reside a premência do programa Arte Pública fundação edp. O Arte Pública fundação edp introduz um contacto concertado por parte das po- pulações com uma ideia contemporânea de cultura visual. Para muitos, o conceito de arte liga-se ainda à noção de artesanato ou a uma ideia de arte-verdade, em que o objeto artístico assume a função de replicação da realidade, numa mimética 2016. Alte, comunitária, Assembleia de embelezamento da mesma, como nos explica o artista plástico Xana, membro P5: — do movimento artístico dos anos 80 Homeostética e um dos artistas do projeto Arte Pública fundação edp que deixaram a sua marca nas localidades a barla- vento e a sotavento do Algarve. Figueira, 2016. 2016. Figueira, , Em cada região, associações e artistas foram desafiados a apresentar propostas de intervenção pública, que iam da pintura à escultura ou à instalação em vídeo e/ou som. Os artistas partiram para o terreno com duas premissas. A primeira foi a de não se colocarem no papel de educador, mas sim de facilitador. O de pôr ferra- comunitário Mural mentas à disposição de modo que as populações pudessem inteirar-se de como fun- ciona todo o processo de criação artística, desde o brainstorming à definição de PP 2 e 3: temáticas, ao uso de técnicas, à mão na massa, ao resultado. E a segunda foi a de desmistificar a arte enquanto prática elitista, inacessível. A arte tem, na sua premis- sa, uma matriz política: a de dar liberdade, a de proporcionar caminho e escolha. Foram envolvidas as instituições locais para definir quais os espaços públicos dis- poníveis, a par dos equipamentos da rede da EDP Distribuição, empresa parceira da fundação edp neste projeto, a serem intervencionados. E, em cada localidade, a população foi convidada a participar em assembleias comunitárias. As pessoas conheceram os artistas e deram a conhecer-se. Expressaram as suas sugestões de temas a serem tratados em obras, contaram as histórias e as tradições da terra, falaram das atividades económicas predominantes e das figuras de relevo. Aos artistas coube a tarefa de interiorizar as sugestões e integrarem os temas su- geridos no seu trabalho e na sua linha autoral. Foram feitas maquetes das “obras- -que-iriam-ser” que foram depois apresentadas à população. 4 5 O PROGRAMA ARTE PÚBLICA • Seguiram-se os dias de trabalho, de feitura das obras. Na comunidade, cresce a curiosidade e a proximidade aos artistas. Precisam de alguma coisa? Água? Algo para comer? Momentos de pausa são passados na pastelaria da rua, no convívio com os locais. O Arte Pública fundação edp é este ponto de encontro no qual se cruzam intencio- nalidade artística e intencionalidade social. É um programa que promove uma sen- sação de pertença, que já não se perde, independentemente de a tinta começar a cair, de a chuva vir a desbotar os tons. Neste caso, trata-se de uma sensação de pertença dupla. Este património artístico é das pessoas, da comunidade. Motivo por que são criadas, em cada região, visitas-percurso com guias locais, que são também Menau, São Bartolomeu de Messines, 2016. Messines, de Bartolomeu São Menau, elas uma forma de elo, de ligação das populações a quem as visita. E fá-las sentir-se , não isoladas do mundo, mas parte de uma ideia de contemporaneidade que vive a O Ser cultura visual a uma velocidade estonteante. Se por um lado a arte fixa, fixa a identi- dade de uma povoação, por outro fluidifica-se, permite-se novos usos e abordagens. Minho Trás-os- Braga -Montes Crespos e Pousada Padim da Graça Alfândega da Fé Merelim (São Paio) Torre de Moncorvo Panoias e Miranda do Douro Parada de Tibães Mogadouro Palmeira Alto Ribatejo Alentejo Rio Maior Vila da Marmeleira Campo Maior Assentiz Degolados São João da Ribeira Ouguela Ribeira de São João Médio Algarve Vila do Bispo Tejo Barão de São João Mexilhoeira Grande Vila Nova da Barquinha Figueira Atalaia S. Bartolomeu de Messines Praia do Ribatejo Alte Tancos Alportel 6 7 Roteiro ALGARVE • Projeto WATT? ARTE PÚBLICA • Vila do Bispo 1 S/TÍTULO, Jorge Pereira Barão de São João 2 MIGRAÇÕES, Mariana, a Miserável 3 S/TÍTULO, Jorge Pereira Mexilhoeira Grande 4 WATCHING YOU, Xana Vila do Bispo Portimão Silves São Brás de Alportel Vila do Bispo Mexilhoeira São Bartolomeu Alportel 5 CRIATURAS DO MAR, Padure Grande de Messines Figueira 6 S/TÍTULO, Vários autores 7 MURAL COMUNITÁRIO, Comunidade/Xana São Marcos da Serra E1 8 SENHORA DAS LARANJAS, Mariana, a Miserável IC1 10A 9A a in São Bartolomeu de Messines t en 13A c N2 i 14A V São Bartolomeu a 9 , Alunos/Xana MURAL COMUNITÁRIO t s de Messines o C e Alte N124 20A o N124 15A 10 O SER, Menau jan e 6A 15B ent l 20B A 4A Silves e 11 , Tiago Batista Alportel MARTÍRIO st 20C e 2A A22 Figueira São Brás do u Mexilhoeira e N270 de Alportel S d a 12 , Xana Grande r A22 Loulé ALS MESSINES A o Barão A22 o d Portimão i de S. João R N125 N125 tural Armação a Barão N de Pera de S. Miguel N125 Almancil Alte Luz Lagos arque Vilamoura IC4 P 1A Quarteira Vila 13 INTERVENÇÃO COLETIVA, Vários autores do Bispo a N268 Lagos Portimão Loulé os Sagres m 14 GENTES DA MINHA TERRA, Menau Pa or F rque Barão de Figueira Alte Ria São João Natural da 15 O JOVEM DA ALDEIA, Menau 16 BALTAZAR, Padure 17 O CLARÃO, Susana Gaudêncio Alportel 18 O PORTAL, Susana Gaudêncio 19 NADA SE LAVA SOZINHO, Tiago Batista 20 OUTRA BABEL, Xana img: Luis Forra, © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A. Roteiro ALGARVE • Projeto WATT? ARTE PÚBLICA • de roupa portáteis na “O envolvimento das para a sua terra. É como Alte é uma pequena aldeia via pública, junto à soleira autarquias e juntas de se as suas ideias fossem no Sotavento algarvio, Algarve das portas, e gaiolas de freguesia foi bastante materializadas e devol- concelho de Loulé, cujo periquitos no chão, a apa- positivo”, refere Nuno vidas. “Projetos como es- silêncio das horas de almo- WATT? nhar o sol do meio-dia. Pereira. “Facilitaram te são muito importantes ço de domingo é recortado Barão de São João, 2016 João, São de Barão Na rua, apenas silêncio. comunitária, Assembleia a logística: transportes, do ponto de vista da de- apenas pelo barulho da Na parte lateral do posto montagem de equipa- mocratização da arte. água da ribeira a cair, à Parceiro: de transformação, está mento, lavagem de pare- As pessoas é que decidem.” parte debaixo da encosta, desenhado um homem, A primeira abordagem des, etc. E disponibiliza- ou pelo tagarelar de um LAC – Laboratório de de impermeável amarelo, passou por contactar as ram espaços para se rea- ajuntamento de homens Atividades Criativas dobrado, de arrilhada na instituições locais para lizarem as assembleias.” no terraço de um deles a mão, a apanhar percebes. proceder a um levanta- “O critério da escolha fazerem uma almoçarada. mento de paredes públi- das localidades de cada “O critério de seleção de Facebook: cas nas quais se pudesse núcleo passou por liga- Alte foi o facto de ser co- intervir. Depois, a promo- ções a parcerias já exis- nhecida como sendo a al- ção de assembleias com WATT? Um Projeto tentes. Foi assim em Vila deia mais típica algarvia”, Menau, , Artístico para a a população: uma primei- do Bispo, por exemplo. esclarece Nuno Pereira, Comunidade ra para apresentar os ar- Ou então por conhecer- do LAC. “Em Alportel, por O Ser tistas selecionados e os 2016 João, São de Barão mos melhor os locais. exemplo, foi uma conse- Envolvimento comunitário, comunitário, Envolvimento seus trabalhos e ouvir Eu sou de Vila do Bispo. quência do processo, que- 2016. Messines, de Bartolomeu São Barlavento algarvio a população – preocu- O critério relativamente ríamos que fosse em São Localidades: O modelo do desenho pações, lendas, histórias, a Barão de São João foi Brás de Alportel, mas não é Nuno Pereira, membro heróis sugeridos para o facto de existir lá uma foi possível.