Geologia E Geocronologia Do Complexo Santa Izabel Na Região De Urandi, Bahia
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA ÁREA DE PETROLOGIA, METALOGÊNESE E EXPLORAÇÃO MINERAL DISSERTAÇÃO DE MESTRADO GEOLOGIA E GEOCRONOLOGIA DO COMPLEXO SANTA IZABEL NA REGIÃO DE URANDI, BAHIA ÉDER LUÍS MATHIAS MEDEIROS SALVADOR – BAHIA MARÇO/2013 96 GEOLOGIA E GROCRONOLOGIA DO COMPLEXO SANTA IZABEL NA REGIÃO DE URANDI, BAHIA por ÉDER LUÍS MATHIAS MEDEIROS Geólogo (Universidade Federal do Mato Grosso) ORIENTADORA: PROF.ª DRA. SIMONE CERQUEIRA PEREIRA CRUZ CO-ORIENTADOR: PROF. Dr JOHILDO SALOMÃO FIGUEIRÊDO BARBOSA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Submetida em satisfação parcial dos requisitos ao grau de MESTRE EM CIÊNCIAS – GEOLOGIA – à Câmara de Ensino de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Federal da Bahia 97 98 “A aranha tece puxando o fio da teia A ciência da abeia, da aranha e a minha Muita gente desconhece” “João do Vale” 99 Dedico esse trabalho a minha família em especial meus pais que nunca pouparam esforços para minha formação. AGRADECIMENTOS Eu quero agradecer à Universidade Federal da Bahia, ao programa de Pós-Graduação em Geociências da UFBA e em especial à minha orientadora Dra. Simone Cruz por ter aceitado me orientar, por me ajudar em todos os momentos e continuar a fazê-lo mesmo com minhas negligências em relação aos prazos e deslizes acadêmicos, por sua fidelidade e compromisso a mim dedicado, pela sua ajuda dentro e fora da Universidade. A ela, eu devo a realização de poder me tornar um Mestre em Geologia. Ao Mestre Marcelo Galé, um amigo e irmão que direta e indiretamente participou de todas as etapas desse trabalho e tanto me ajudou a desenvolver e finalizar essa pesquisa. Ao Geólogo e amigo Luciano Mata, um grande parceiro incentivador sempre presente na preparação dessa dissertação. A Ravena, pela amizade e grande ajuda com as traduções dos artigos. Sem você tudo seria mais difícil. Aos amigos de Pós-Graduação, em especial Zilda Pena, Agnaldo Barreto e Jofre Borges pelo seu envolvimento acadêmico e pessoal em minha vida. À futura Doutora e colega de Pós-Graduação Jailma Souza, sempre presente com suas dicas, principalmente na escolha dos créditos. Aos responsáveis pela pós-graduação, o Prof. Manoel Jerônimo, bem como o secretário Nilton Dias, por serem sempre prestativos e me ajudar a contornar minhas falhas no sistema de matricula. Ao Doutor Johildo Barbosa por me acompanhar nos trabalhos de campo. À Doutora Angela Leal por ajudar nas descrições petrograficas. Ao Doutor Cesar Gomes, que tanto me ensinou sobre geologia. Aos amigos que me acompanharam durante as etapas de campo (Turma da disciplina geologia de campo III semestre 2010.1, ao colega Danilo Ribeiro, (Turma de geologia de campo III semestre 2010.2), Bento, Decrepto (Turma de geologia de campo III 2011/1), Guiga, Josafá, AJ e Edmar. A Dira por me ajudar tanto em campo quanto em sala; aos estudantes membros do Student Chapter da UFBA que tanto alegraram os dias no Instituto de Geociências, em especial aos alunos Júlio, Kim, João Paulo, Ramom, Luan, Mariana Andrioti, Pedro Lélis, Chapa de Carne (Edu Carrilho), Michele, Luiz (Cabeça), o Professor Pedro (Smeagle). Ao professor Misi e nossa Sporsor Maria da Glória. 100 Ao Rafael (Johildinho) pelo acompanhamento em uma etapa de campo. Aos Funcionários do Instituto de Geociências, em especial Bossal, André (portaria), Marcelinho (faxina) e aos motoristas. (Formiga, Dera e Jairo). Aos amigos que direta ou indiretamente participaram da elaboração dessa Dissertação e não se enquadram em nenhum grupo dos citados acima, tais como Eron, Marcelo Carcará, Mileno, Sizenando, Durval, Luquinhas, Bruno (Metafórmica). Aos geógrafos Isarael (D2), Pedrão, Julia, Valeria, George, Jean, Phillipp. Aos alunos da disciplina Geologia Estrutural 2010/2 pelo rápido período que foram meus alunos. À minha esposa Izabel, que me acompanha e tanto me encorajou principalmente nos momentos finais desta Dissertação. Ao meu filho amado, e o mais esperado, Raul, pela alegria da sua existência. Agradeço à CBPM, pela confecção das lâminas ao Departamento de Geocronologia da UFOP, em especial ao Doutor Maurício Carneiro e ao funcionário Cirilo. Ao Doutor Reinaldo Brito e ao Geólogo Inácio Delgado, da CPRM, por facilitarem os estudos geocronológicos. Ao CNPq, pela bolsa concedida e apoio ao projeto de Pesquisa que deu suporte a essa dissertação. Ao meu pai José Carlos de Lavor Medeiros e minha mãe Ana Maria Mathias Medeiros. Ao Mestre Olavo. Aos amigos cuiabanos de chapa e cruz. Aos meus irmãos Eduardo e Everton. Aos amigos do Bando Anuciador da Capoeria Angola de rua (Mestre Lua Rasta, Guaxini, Caboco, Catarina, Peixinho, Sapoti, Pescador, Janaina, Isabel, Kalunga, Jorge Pintor, Sol, Mirian, Lagarto, Vaqueiro e a todos outros participantes). Por fim a todos estudantes de Geologia e Geólogos que sabem do prazer inenarrável de ser Geólogo. 101 RESUMO O Complexo Santa Izabel compreende rochas orto e paraderivadas que ocorrem no setor oeste do Bloco Gavião, na porção setentrional do Cráton do São Francisco. Esse trabalho foi elaborado no âmbito do projeto PRONAGEO (Programa Nascional de Geologia) e do convênio UFBA/CPRM/FAPEX. O objetivo geral foi avançar no conhecimento geólogico sobre a constituição e evolução geológica do Complexo Santa Izabel e, por conseguinte, da porção meridional do Bloco Gavião em seu domínio de afloramento na região de Urandi, Bahia. Como objetivos específicos, essa pesquisa pretende: (i) proceder ao mapeamento geológico do Complexo Santa Izabel na região de Urandi; (ii) realizar o estudo petrográfico das unidades cartografadas; (iii) investigar as idades absolutas dos protólitos e do metamorfismo desse complexo; e (iv) elaborar um modelo geológico que contemple as informações obtidas. Como método de trabalho, foram realizadas estudos bibliográficos, analise de imagens através de Sensoriamento Remoto, e geoprocessamento, trabalhos de campo, estudos petrograficos e análises geocronológicas. O levantamento geológico realizado na escala 1:100000 permitiu identificar ortognaisses migmatitos, enclaves maficos e granitoides. Os ortognaisses compreendem bandas máficas, cujo protólito possui composição hornblenda-gabróica, e bandas félsicas, de composição monzodiorítica e granodiorítica. Os migmatitos formam corpos amebóides e fazem contato transicional com os ortognaisses, sendo classificados como metatexitos e diatexitos. Nos primeiros, a composição das rochas é semelhante à que foi identificada para os ortognaisses e neles foram identificadas estruturas estromáticas, de dilatação e em rede. Nos diatexitos a composição predominante do leucossoma é granodiorítica a monzogranítica e foram observadas estruturas nebulíticas, scholen e schlieren. Nas bandas félsicas dos ortognaisses e metatexitos foi identificada uma mineralogia metamórfica de fácies anfibolito (Paragênese I), de idade paleoproterozóica, constituída por quartzo, plagioclásio, K-feldspato, hornblenda e biotita, enquanto que nas bandas máficas predominam hornblenda e plagioclásio. Os monzogranitos sao isotrópicos a levemente anisotrópicos no centro do corpo e bandados a foliados nas bordas. Essas rochas fazem contato ora intrusivo, ora transicional com os migmatitos e ortognaisses, mas também podem ocorrer como diques com espessura centimétrica cortando essas rochas. Os granitóides desse complexo são o produto da migmatização dos ortognaisses. Uma mineralogia de alteração hidrotermal de fácies xisto verde (Paragênese II), de idade neoproterozóica, foi encontrada em todas as rochas desse complexo, sendo constituída por mica branca, epidoto e carbonato. Quatro fases deformacionais compressionais foram identificadas, subdividas em Dn-1, Dn, Dn+1 (Dn+1’/Dn+1’’) e Dn+2. A fase Dn-1 pode ser reconhecida em dobras isoclinais internas à intrafoliação da fase Dn. A fase seguinte, Dn+1, levou ao desenvolvimento de dobras com envoltória simétrica (estágio Dn+1’). Essas estruturas são truncadas por zonas de cisalhamento sinistrais a sinistrais reversas (Estágio Dn+1”) com orientação geral NNW-SSE, que foram geradas sob campo de tensão NW-SE. A última fase de deformação compressional, Dn+2, nucleou zonas de cisalhamento NNW-SSE e WNW- ESSE com cinemática destral reversa e sinistral, respectivamente. O campo de tensão principal maxima associado com essa fase posiciona-se em WSW-ENE. Amostras de paleossoma e neossoma foram datadas pelo método U/Pb (zircão, SHRIMP), tendo sido obtidas idades paleoarqueanas para os protólitos e em torno de 2.1 Ga para a migmatização das rochas. Os granitoides apresentam uma idade mais jovem de cristalização, em torno de 2.06 Ga e sugerem um posicionamento tardio com relação à deformação. Uma idade em torno de 2.6Ga foi obtida utilizando-se monazitas em ortognaisses, que deve refletir um evento regional de colocação de rochas anorogênicas. 102 ABSTRACT The Santa Isabel Complex comprises ortho- and paraderived rocks that occur in the west sector of the Gavião Block, in the northern area of the São Francisco Craton. The geological survey conducted in a 1:100000 scale enabled the identification of mafic enclaves as well as orthognaisses, migmatites, and monzogranites. Orthognaisses comprise mafic bands, whose protolite consists of hornblende gabbro, and felsic bands that consist of monzodiorite and granodiorite. Migmatites form amoeboid bodies and have transitional contact with orthognaisses, and are classified as metatexites and diatexites. In the first ones the rock composition was similar to the one that was identified for orthognaisses and stromatic, dilatation structures, and structures in