UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS

MÁRTIN LUCAS ARAÚJO LUCIO

PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS PARA FORTALEZA DE

JOÃO PESSOA 2020

MÁRTIN LUCAS ARAÚJO LUCIO

PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS PARA FORTALEZA DE SANTA CATARINA

Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado ao Centro de Comunicação, Turismo e Artes, da Universidade Federal da Paraíba, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel(a) em Relações Públicas.

Orientador: Me Bruno de Araújo Ribeiro Coorientadora: Ma. Daniella Alves de Melo

JOÃO PESSOA 2020

MÁRTIN LUCAS ARAÚJO LUCIO

PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS PARA FORTALEZA DE SANTA CATARINA

Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado ao Centro de Comunicação, Turismo e Artes, da Universidade Federal da Paraíba, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel(a) em Relações Públicas.

RESULTADO: ______NOTA: ______

João Pessoa, ______de ______de ______.

BANCA EXAMINADORA

______Prof. Me. Bruno de Araújo Ribeiro (orientador) Universidade Federal da Paraíba

______Ma. Daniella Alves de Melo (coorientadora) Universidade Federal da Paraíba

______Profa. Ma. Andréa Karinne Albuquerque Maia (examinadora) Universidade Federal da Paraíba

______Prof. Dra. Caroline Delevati Colpo (examinadora) Universidade Federal da Paraíba

Dedico este trabalho a minha mãe, que sempre me apoiou em todas as minhas decisões.

RESUMO

A Fortaleza de Santa Catarina é um monumento histórico militar do Estado da Paraíba, situado na cidade de Cabedelo, que possui grande potencial turístico e cultural, no entanto, esse potencial é pouco explorado pelos órgãos competentes e por sua administração. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo planejar e executar um Programa de Relações que visa trazer mais visibilidade a esse monumento, buscando a valorização e o resgate de sua identidade cultural, por acreditar que a cultura é um instrumento essencial para formar os cidadãos. Com base no briefing e na pesquisa de opinião realizada com visitantes, gestores, voluntários e representantes da comunidade, foi possível construir um diagnóstico comunicacional, no qual alguns problemas foram identificados, dentre eles: ausência de sinalização na área interna e externa da Fortaleza, falta de interatividade com os visitantes, guias com pouca capacitação, falta de apoio financeiro e logístico para manutenção do monumento. Diante das deficiências encontradas foram propostas ações para solucionar as falhas comunicacionais da Fortaleza, tais como: a definição de sua identidade organizacional (missão, visão e valores), a criação de uma identidade visual, o mapeamento da Fortaleza, a reestruturação de suas mídias sociais, a capacitação dos guias e a realização de um projeto cultural que contempla a história da Fortaleza a partir de exposições. Dessas ações, foram executadas e avaliadas quatro, que serviram para fortalecer a identidade organizacional da instituição, divulgá-la para seus mais diversos públicos, aproximá-la da comunidade e organizar seu espaço físico para receber melhor os visitantes.

Palavras-chave: Programa de Relações Públicas. Fortaleza de Santa Catarina. Patrimônio histórico e cultural. Cabedelo.

ABSTRACT

The Fortaleza de Santa Catarina is a military monument of the State of Paraíba, located in the of Cabedelo, which has great tourist and cultural potential, however, this potential is little explored by the agencies responsible for its administration. Thus, the present work aimed to plan and execute a Relationship Program that aims to bring more visibility to this monument, seeking to enhance and recover its cultural identity, as it believes that culture is an essential instrument to form businesses. Based on the briefing and opinion poll conducted with visitors, managers, and representatives of the community, it was possible to create a communicational diagnosis, some problems were found, including: lack of signage in the internal and external area of Fortaleza, lack of interactivity with visitors, guides with little capacity, lack of financial and logistical support to maintain the monument. In view of the deficiencies found, actions were taken to resolve communication failures in Fortaleza, such as: a definition of its organizational identity (mission, vision and values), a creation of a visual identity, the mapping of Fortaleza, a restructuring of its social media , the training of guides and the realization of a cultural project that contemplates the history of Fortaleza through exhibitions. Of these actions, four were carried out and evaluated, which served to identify the institution's organizational identity, disseminated its most diverse audiences, approached the community and organized its physical space to receive better visitors.

Keywords: Public Relations Program. Santa Catarina Fortress. Historical and cultural heritage. Cabedelo.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fortaleza De Santa Catarina ...... 21 Figura 2 – Organograma da Fundação Fortaleza de Santa Catarina ...... 26

Figura 3 - Igreja de Nossa Senhora da Guia ...... 29 Figura 4 - Farol da Pedra Seca ...... 30 Figura 5 - Centro Cultural São Francisco ...... 31 Figura 6 - Casa da Pólvora ...... 33 Figura 7 - Mosteiro de São Bento...... 34 Figura 8 - Parque Estadual Marinho Areia Vermelha ...... 35 Figura 9 - Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes ...... 36

Figura 10 - Farol do Cabo Branco ...... 37

Figura 11 – Piscinas Naturais de Picãozinho ...... 38

FIGURA 12 - PÔR DO SOL DA DO JACARÉ ...... 39 Figura 13 – Praia de Tambaba ...... 40

Figura 14 - Praia de Coqueirinho ...... 41 Figura 15 – Site da Secretaria de Turismo de Cabelo ...... 45

Figura 16 – Site da Empresa Paraibana de Turismo ...... 45

Figura 17 – Missão, visão e valores ...... 89 Figura 18 – Publicação da Missão, visão e valores no Instagram da Fortaleza ...... 90

Figura 19 - Logomarca ...... 91 Figura 20 – Uniformes nº 1 e nº 2, respectivamente ...... 92 Figura 21 - Mapa da Fortaleza...... 93 Figura 22 – Futura localização do mapa da Fortaleza ...... 94 Figura 23 – Evolução do perfil da Fortaleza no Instagram, de acordo com o número de seguidores ...... 95 Figura 24 – Parcerias realizadas com perfis locais no Instagram ...... 96 Figura 25 – Interatividade com o público no perfil da Fortaleza no Instagram ...... 96 Figura 26 – Pagina da Fortaleza de Santa Catarina ...... 97 Figura 27 – Resultado da enquete realizada ...... 99 Figura 28 – Manual de identidade visual ...... 112 Figura 29 – Manual de identidade visual ...... 112

Figura 30 – Manual de identidade visual ...... 113 Figura 31 – Manual de identidade visual ...... 113 Figura 32 – Manual de identidade visual ...... 114 Figura 33 – Manual de identidade visual ...... 114 Figura 34 – Manual de identidade visual ...... 115 Figura 35 – Manual de identidade visual ...... 115 Figura 36 – Manual de identidade visual ...... 116 Figura 37 – Página da Fortaleza de Santa Catarina no Facebook ...... 116

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Perfil Etário Dos Visitantes Da Fortaleza De Santa Catarina ...... 53 Gráfico 2 – Gênero Dos Visitantes Da Fortaleza De Santa Catarina ...... 53 Gráfico 3 – Estado E Cidade Dos Visitantes Da Fortaleza De Santa Catarina ...... 54 Gráfico 4 – Grau De Escolaridade Dos Visitantes Da Fortaleza De Santa Catarina ...... 54 Gráfico 5 – Renda Dos Visitantes Da Fortaleza De Santa Catarina ...... 55 Gráfico 6 – Primeira Ida Dos Visitantes À Fortaleza De Santa Catarina ...... 56 Gráfico 7 – Meios Pelos Quais Os Visitantes Tiveram Conhecimento Da Fortaleza De Santa Catarina ...... 57 Gráfico 8 – Motivos Que Levam Os Visitantes À Fortaleza De Santa Catarina ...... 58 Gráfico 9 – Os Visitantes Indicariam A Visita À Fortaleza De Santa Catarina ...... 59

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Análise Dos Públicos Da Fortaleza De Santa Catarina...... 42 Quadro 2 – Análise De Swot Da Fortaleza De Santa Catarina ...... 46 Quadro 3 – Cronograma De Atividades ...... 51 Quadro 4 – Classes Temáticas E Categorias Dos Discursos Emitidos ...... 60 Quadro 5 – Cronograma Para Realização Da Ação Nº 1 ...... 74 Quadro 6 – Criação De Uma Identidade Visual ...... 76 Quadro 7 – Mapa Da Fortaleza...... 77 Quadro 8 – Restruturação Do Instagram E Facebook...... 79 Quadro 9 – Placas De Sinalização...... 81 Quadro 10 – Mural De Fotos...... 83 Quadro 11 – Capacitação Dos Guias...... 85 Quadro 12 – Projeto Muralhas Da Nação ...... 87

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...... 16 2 PESQUISA INSTITUCIONAL ...... 18

2.1 DADOS CADASTRAIS DA ORGANIZAÇÃO ...... 18 2.2 HISTÓRIA DA ORGANIZAÇÃO ...... 18 2.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ...... 23 2.3.1 Organograma ...... 24 2.4 ECONOMIA ORGANIZACIONAL E SEU MERCADO DE ATUAÇÃO ...... 25 2.4.1 A situação econômica da organização ...... 25 2.4.2 Descrição do setor em que opera ...... 25 2.4.3 Principais concorrentes ...... 26 2.4.3.1 Igreja de Nossa Senhora da Guia ...... 28 2.4.3.2 Farol da Pedra Seca ...... 29 2.4.3.3 Centro Cultural São Francisco ...... 30 2.4.3.4 Casa da Pólvora ...... 31 2.4.3.5 Mosteiro de São Bento ...... 33 2.4.3.6 Parque Estadual Marinho Areia Vermelha ...... 34 2.4.3.7 Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes ...... 34 2.4.3.8 Farol do Cabo Branco ...... 36 2.4.3.9 Piscinas Naturais de Picãozinho ...... 37 2.4.3.10 Pôr do sol da praia do jacaré ...... 38 2.4.3.11 Praia de Tambaba ...... 39 2.4.3.12 Praia de Coqueirinho ...... 39 2.5 ANÁLISE DOS PÚBLICOS DA ORGANIZAÇÃO ...... 40 2.6 ANÁLISE DA CULTURA ORGANIZACIONAL ...... 43 2.7 ANÁLISE DO SISTEMA DE COMUNICAÇÃO ...... 43 2.8 ANÁLISE DO CENÁRIO ORGANIZACIONAL ...... 45 3 PESQUISA DE OPINIÃO ...... 47

3.1 JUSTIFICATIVA ...... 47 3.2 PROBLEMATIZAÇÃO ...... 48 3.3 OBJETIVOS ...... 48 3.3.1 Objetivo geral ...... 48 3.3.2 Objetivos específicos ...... 49 3.4 HIPÓTESES ...... 49 3.5 METODOLOGIA ...... 49 3.6 CRONOGRAMA...... 50 3.7 ORÇAMENTO ...... 51 13

3.8 ANÁLISE DE DADOS ...... 51 3.8.1 Questionários com os visitantes ...... 51 3.8.2 Entrevista com gestores, voluntários e a comunidade local...... 58 3.8.2.1 Turismo ...... 59 3.8.2.1.1 Turismo no Estado ...... 59 3.8.2.2 Investimentos ...... 60 3.8.2.2.1 Responsabilidade ...... 60 3.8.2.2.2 Apoio logístico ...... 61 3.8.2.2.3 Parceria ...... 61 3.8.2.3 Comunicação ...... 62 3.8.2.3.1 Gestão compartilhada ...... 62 3.8.2.3.2 Ações ...... 63 4 DIAGNÓSTICO ...... 64 5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...... 66

5.1 A COMUNICAÇÃO E SEU PAPEL NAS ORGANIZAÇÕES ...... 66 5.1.1 A comunicação em ambiente digital ...... 66 5.2 AS RELAÇÕES PÚBLICAS ...... 67 5.2.1 Relações Públicas no Terceiro Setor ...... 68 5.2.2 A identidade organizacional e sua importância ...... 69 5.3 TURISMO E A SINALIZAÇÃO DO AMBIENTE ...... 69 6 PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS ...... 71

6.1 MISSÃO DA COMUNICAÇÃO ...... 71 6.2 AÇÕES PROPOSTAS ...... 71 6.2.1 Ação nº 1: Definição da Identidade Organizacional...... 72 6.2.1.1 Justificativa ...... 72 6.2.1.2 Objetivos geral ...... 72 6.2.1.3 Objetivo específico ...... 72 6.2.1.4 Público alvo ...... 72 6.2.1.5 Estratégia...... 72 6.2.1.6 Avaliação ...... 73 6.2.1.7 Orçamento ...... 73 6.2.1.8 Cronograma...... 73 6.2.2 Ação nº 2: Criação de uma identidade visual ...... 73 6.2.2.1 Justificativa ...... 73 6.2.2.2 Objetivo geral ...... 73 6.2.2.3 Objetivo específico ...... 74 6.2.2.4 Público alvo ...... 74 6.2.2.5 Estratégia...... 74 14

6.2.2.6 Avaliação ...... 74 6.2.2.7 Orçamento ...... 74 6.2.2.8 Cronograma...... 75 6.2.3 Ação nº 3: Mapa da Fortaleza ...... 75 6.2.3.1 Justificativa ...... 75 6.2.3.2 Objetivos geral ...... 75 6.2.3.3 Objetivo específico ...... 75 6.2.3.4 Público alvo ...... 76 6.2.3.5 Estratégia...... 76 6.2.3.6 Avaliação ...... 76 6.2.3.7 Orçamento ...... 76 6.2.3.8 Cronograma...... 76 6.2.4 Ação nº 4: Restruturação do perfil no Instagram e criação de uma página no Facebook ...... 77 6.2.4.1 Justificativa ...... 77 6.2.4.2 Objetivos geral ...... 77 6.2.4.3 Objetivo específico ...... 77 6.2.4.4 Público alvo ...... 77 6.2.4.5 Estratégia...... 77 6.2.4.6 Avaliação ...... 78 6.2.4.7 Orçamento ...... 78 6.2.4.8 Cronograma...... 78 6.2.5 Ação nº 5: Placas de sinalização ...... 78 6.2.5.1 Justificativa ...... 78 6.2.5.2 Objetivos geral ...... 79 6.2.5.3 Objetivo específico ...... 79 6.2.5.4 Público alvo ...... 79 6.2.5.5 Estratégia...... 79 6.2.5.6 Avaliação ...... 79 6.2.5.7 Orçamento ...... 80 6.2.5.8 Cronograma...... 80 6.2.6 Ação nº 6: Mural de fotografias ...... 80 6.2.6.1 Justificativa ...... 80 6.2.6.2 Objetivos geral ...... 80 6.2.6.3 Objetivo específico ...... 81 6.2.6.4 Público alvo ...... 81 6.2.6.5 Estratégia...... 81 6.2.6.6 Avaliação ...... 81 6.2.6.7 Orçamento ...... 81 15

6.2.6.8 Cronograma...... 82 6.2.7 Ação nº 7: Capacitação dos Guias ...... 82 6.2.7.1 Justificativa ...... 82 6.2.7.2 Objetivos geral ...... 82 6.2.7.3 Objetivo específico ...... 83 6.2.7.4 Público alvo ...... 83 6.2.7.5 Estratégia...... 83 6.2.7.6 Avaliação ...... 83 6.2.7.7 Orçamento ...... 83 6.2.7.8 Cronograma...... 84 6.2.8 Ação nº 8: Projeto cultural “Muralhas da Nação”...... 84 6.2.8.1 Justificativa ...... 84 6.2.8.2 Objetivo geral ...... 84 6.2.8.3 Objetivos específicos ...... 84 6.2.8.4 Público alvo ...... 85 6.2.8.5 Estratégia...... 85 6.2.8.6 Avaliação ...... 85 6.2.8.7 Orçamento ...... 85 6.2.8.8 Cronograma...... 86 7 RELATÓRIO DAS AÇÕES ...... 87

7.1 AÇÃO Nº1: DEFINIÇÃO DA IDENTIDADE ORGANIZACIONAL ...... 87 7.1.1 Execução ...... 87 7.1.2 Avaliação ...... 89 7.2 AÇÃO Nº 2: CRIAÇÃO DE UMA IDENTIDADE VISUAL ...... 90 7.2.1 Execução ...... 90 7.2.2 Avaliação ...... 91 7.3 AÇÃO Nº 3: MAPA DA FORTALEZA ...... 91 7.3.1 Execução ...... 91 7.3.2 Avaliação ...... 93 7.4 AÇÃO Nº 4: REESTRUTURAÇÃO DO PERFIL NO INSTAGRAM E CRIAÇÃO DE UMA PÁGINA NO FACEBOOK ...... 93 7.4.1 Execução ...... 93 7.4.2 Avaliação ...... 98 8 CONSIDERAÇÕES ...... 99 REFERÊNCIAS...... 101 APÊNDICE ...... 105

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1 INTRODUÇÃO

A Fortaleza de Santa Catarina, assim como outros monumentos do Estado da Paraíba construídos no século XVI, possui um grande potencial turístico. Entretanto, para que esse potencial seja reconhecido, necessita-se de apoio financeiro público ou privado. A falta de recursos para a promoção de eventos, a ausência de sinalização, a precária segurança física e eletrônica e a omissão de apoio logístico e pedagógico tornam inviável sua manutenção. Desse modo, o presente trabalho teve como objetivo planejar e executar um Programa de Relações que visa trazer mais visibilidade a esse monumento, buscando a valorização e o resgate de sua identidade cultural, por acreditar que a cultura é um instrumento essencial para formar os cidadãos, pois estimula a reflexão e o senso crítico. Mediante a execução do Programa, pôde-se identificar quais fatores contribuem para uma maior e melhor visibilidade da Fortaleza nos meios de comunicação e de que forma um profissional de Relações Públicas pode vir a solucionar as deficiências comunicacionais da instituição para difundi-la como ponto turístico e compartilhar suas diversas atividades. Sobre o processo da pesquisa in loco, iniciou-se com a coleta de dados institucionais através do briefing, quando foi possível fazer o levantamento de diversas informações referentes à Fortaleza de Santa Catarina, tais como história, administração, recursos humanos e financeiros, operacionalização dos serviços. Após essa primeira etapa, realizou-se uma pesquisa de opinião com os gestores e voluntários do monumento, alguns membros da comunidade local e os visitantes. A pesquisa de opinião apontou as falhas comunicacionais e confirmou algumas das hipóteses elaboradas com base no briefing, além disso, revelou as expectativas de gestores e visitantes em relação a Fortaleza. Posteriormente, foi construído o quadro teórico que serviu como base para entender e subsidiar a análise das pesquisas e a formulação das ações que foram indicadas no programa de comunicação sugerido para instituição. Na fundamentação teórica foram abordados temas como: a comunicação e seu papel nas organizações, a comunicação no terceiro setor, o papel do Relações Públicas, a importância da identidade organizacional e da sinalização de ambientes, dentre outros. Por fim, com base no diagnóstico realizado, foi possível apresentar ações para sanar as falhas encontradas, dentre elas estão: a definição da identidade organizacional (missão, visão e valores); a criação de uma identidade visual (concepção do logotipo e padronização dos uniformes); a elaboração do mapa da Fortaleza; a reestruturação do perfil no Instagram e criação 17

de uma página no Facebook; a criação de placas de sinalização para o ambiente interno da Fortaleza; a criação de um mural de fotografias; a capacitação dos guias; e a realização de um projeto cultural que contemple a história da Fortaleza através de exposições. Dessas ações, foram executadas e avaliadas as quatro primeiras, que serviram para fortalecer a identidade organizacional da instituição, divulgá-la para seus mais diversos públicos, aproximá-la da comunidade e organizar seu espaço físico para receber melhor os visitantes. Ademais, as outras ações foram sugeridas para realização posterior, de acordo com a disponibilidade de recursos humanos e materiais da Fortaleza.

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2 PESQUISA INSTITUCIONAL

A Fortaleza de Santa Catarina está localizada à margem direita do Rio Paraíba do Norte, no município de Cabedelo - Estado da Paraíba, a cerca de dezoito quilômetros da capital João Pessoa. O monumento do século XVI é administrado pela Fundação Fortaleza de Santa Catarina, organização sem fins lucrativos, pertencente ao terceiro setor.

2.1 DADOS CADASTRAIS DA ORGANIZAÇÃO

Nome: Fortaleza de Santa Catarina; Administração: Fundação Fortaleza de Santa Catarina; Setor de atuação: Terceiro setor; Endereço: Rua Francisco Serafim, Praia – Ponta de Matos, Cabedelo - PB; Números de telefone: (83) 3228-3959 Horário de funcionamento: domingo a domingo, das 8:00 às 17:00 horas.

2.2 HISTÓRIA DA ORGANIZAÇÃO

A construção da Fortaleza de Santa Catarina, segundo o arquivo histórico da Paraíba, localizado no Espaço Cultural José Lins do Rego, iniciou em 1590, sua primeira edificação foi feita de forma primitiva em uma construção de taipa e areia solta. Logo em seguida, no ano de 1591, foi destruída pelos franceses em parceria algumas tribos indígenas da região. Em 1592, a Fortaleza foi reconstruída pelos portugueses, dessa vez de alvenaria de pedra e cal, sendo concluída em 1597 sob a invocação de Santa Catarina, padroeira da capela do forte, e em homenagem à D. Catarina, duquesa de Bragança. Ao longo dos anos, passou por diversas reformas até o seu formato atual. O primeiro nome dado à Fortaleza foi “Forte Cabedelo”, entretanto, com a invasão holandesa em 1634, ela foi rebatizada e passou a se chamar “Forte Margarida”, em homenagem à irmã de Nassau1. Na ocasião, passou por uma reforma de ampliação e modernização de seu sistema de defesa. Os holandeses consideravam a Paraíba uma região estratégica para o avanço da conquista do Nordeste devido a sua localização, produção de alimentos, em especial de açúcar.

1 João Maurício de Nassau era um nobre que trabalhou para a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. Ele quem administrava a região do Nordeste Brasileiro, conquistada pelos holandeses. 19

Sua conquista significava uma baixa no domínio português, pois, a Paraíba dava apoio à e servia de barreira para o avanço holandês nas capitanias do e do Maranhão. Os holandeses, ao chegarem na Paraíba, perceberam que precisariam de reforços para manter sua conquista e se aliaram aos Tapuias (povo indígena da região), que tinham fama de serem guerreiros terríveis, algo que os holandeses usaram em seu benefício (OLIVEIRA, 2016). Entretanto, a derrota contra as tropas portuguesas – compostas de brancos, negros (os Henriques2) e indígenas – em Guararapes, no ano de 1648, forçou os holandeses a abandonarem o território paraibano, e, com isso, a Fortaleza passou novamente ao domínio português, sendo rebatizada de “Forte de Santa Catarina”. Em 1698, a carta régia autorizou sua reconstrução e recomendou que as pedras vindas de fossem lançadas ao Rio Paraíba, servindo de enrocamento3 (ARQUIVO HISTÓRICO PARAÍBA, s/d). Em 1819, o governo decidiu que as muralhas deveriam ter canhoneiras, para melhorar o sistema de defesa da região, porém a falta de pessoal e de recursos acabou levando a Fortaleza às ruínas e ao abandono até os anos de 1870, quando o prédio foi cedido à marinha e devolvido somente dez anos depois, tornando-se uma cadeia pública. Em 1907, deixou de ser considerada uma fortificação, ficando abandonada até 1938, quando foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) – este realizou grandes reformas de restauração em 1972, sendo a Fortaleza beneficiada também pela construção do Porto de Cabedelo, que acabou colaborando com a preservação das muralhas. (ARQUIVO HISTORICO PARAÍBA, s/d; CANANÉA, 2016).

2 Os Henriques eram negros que lutavam junto com os portugueses para a expulsão dos holandeses no Nordeste – eles eram liderados por um negro chamado Henrique Dias, que foi liberto depois de se voluntariar ao exército português, tornando-se um mito. A partir de então todos os negros que lutavam junto aos português eram chamados de Henriques. (ARQUIVO HISTORICO PARAÍBA, s/d) 3 Enrocamento é o conjunto de blocos de pedra ou de outro material, lançados uns sobre os outros dentro da água, para servir como lastro para fundação de obra hidráulica, ou como quebra-mar, ou proteção contra a erosão das ondas (ENROCAMENTO, 2020).

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Figura 1 – Fortaleza de Santa Catarina

Fonte: Paraíba Criativa (2019).

Contudo, a Fortaleza de Santa Catarina, até a década de 1990, encontrava-se novamente em estado de abandono, depois que o então presidente Fernando Collor de Melo fechou o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN, atual IPHAN), que cuidava dos monumentos históricos e tombados do território nacional. O local era ocupado por pessoas em situação de rua, usuários de entorpecentes, entre outras pessoas que vivem à margem da sociedade (CANANÉA, 2016). Após os anos 1990, inicia-se uma forte ação da Associação Artística-Cultural de Cabedelo (AACC), no intuito de assumir a preservação da Fortaleza de Santa Catarina. Assim, a AACC consegue, junto ao secretário Luís Carlos Burity, da Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento (SUPLAN), do Estado da Paraíba, o remanejamento das pessoas que estavam ocupando o espaço do Forte, realizando o cadastramento dessas pessoas em programas sociais, para a obtenção de moradias e outras intervenções. A partir dessa ação, a AACC decide reabrir o monumento à visitação pública e passa a realizar diversas ações culturais no seu interior (CANANÉA, 2016). É criada, então, em 1992, para administrar a Fortaleza, a Fundação Fortaleza de Santa Catarina (FFSC), com 21 integrantes, dentre os quais faziam parte membros fundadores da 21

Associação Artística-Cultural de Cabedelo, servidores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e outras pessoas, como militares, ex-militares e pessoas da comunidade, que se incorporaram a essa ação por iniciativa da Secretaria de Cultura do Ministério do Exército (existente em 1992), em parceria com a AACC. A Secretaria de Cultura do Ministério do Exército instituiu Comissões Regionais em todo o território brasileiro para administrar as fortalezas, fortins, fortes e redutos militares (CANANÉA, 2016). Em dezembro de 1992, a AACC se juntou à Fundação Fortaleza de Santa Catarina e à Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Cultura de Cabedelo, com a proposta de reestruturar ações de arte, cultura e gestão cultural, em um projeto denominado de Arte Popular e Cultural Catarina, em homenagem a Fortaleza de Santa Catarina. Esse projeto nasceu de uma extensão da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), cujo objetivo era o empoderamento e fortalecimento da identidade dos membros da comunidade. Na ocasião, a Universidade disponibilizou, para o projeto, uma equipe formada por um pedagogo, uma filósofa, um arquiteto, um musicista, dois bolsistas e alguns extensionistas colaboradores do curso de Licenciatura em Educação Artística (CANANÉA,2016). A UFPB, até os dias de hoje, mantém parceria com a AACC e FFSC, através do projeto Arte e Cultura Catarina, possuindo um convênio de cooperação técnica com as mesmas, ao qual cede cinco funcionários para a Fundação e utiliza uma das salas da Fortaleza como sede do projeto. O referido projeto assessora e presta consultorias a órgãos públicos e não governamentais, sediados no município de Cabedelo ou em outras localidades, mediante solicitação (CANANÉA, 2016). Entre os anos de 2004 a 2016, a Fundação passou por momentos críticos e de muita resistência, pois a prefeitura de Cabedelo utilizou de meios diversos (tais como o corte de apoio financeiro, não renovação de convênios de cooperação técnica, científica, cultural, dentre outras coisas) para persuadir os membros da FFSC e da AACC a abandonar o patrimônio cultural da cidade e abrir espaço para especulação imobiliária e avanços das instalações do Porto de Cabedelo para área tombada pela Fortaleza. No entanto, os membros da FFSC não cederam às pressões e continuaram lutando para manter a Fortaleza como um centro cultural (CANANÉA, 2016). No entanto, em 2015/2016, a Secretaria do Patrimônio da União/PB e o IPHAN/PB, começaram a questionar se a guarda do monumento deveria ser repassada a outros órgãos, demonstrando preferência em cedê-la aos órgãos federais ou, até mesmo, abrir uma licitação pública para “quem quisesse cuidar” do monumento, ao invés de dar cessão de uso a FFSC, 22

porém essa manobra não foi levada à frente e a FFSC permanece, até os dias de hoje, esforçando-se para se manter na administração do monumento (CANANÉA, 2016). Em outubro de 2016, foi redigida uma carta pelo presidente da FFSC, Osvaldo da Costa Carvalho, endereçada ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, à Secretaria de Turismo de Cabedelo e ao Governo do Estado da Paraíba, com reinvindicações para um melhor funcionamento do monumento, como ajuda de custo, apoio técnico, apoio logístico, manutenção da área interna e externa da Fortaleza, segurança (tanto para proteger a Fortaleza como os voluntários e turistas), restauração das muralhas, dentre outras. Porém, as reivindicações da carta surtiram pouco efeito, visto que os órgãos prometem colaborar, mas não realizam o prometido (CANANÉA,2016). Desde a Ação de Ocupação pela Cultura, em 1992, quando a FFSC passou a gerenciar o monumento, ele é mantido aberto à visitação pública todos os dias. Inicialmente, várias reuniões e ações foram desenvolvidas junto à comunidade local, de modo a estabelecer com eles um diálogo sobre a Fortaleza, no sentido de saber quais as expectativas de utilização do espaço e quais possíveis ações deveriam ser desenvolvidas para tirá-la do abandono em que se encontrava. Assim, com o passar do tempo, os moradores foram se envolvendo e passaram a ajudar na preservação do monumento, desenvolvendo ações de natureza artística, cultural e administrativa ou, até mesmo, trabalhando como guias da fortificação (CANANÉA, 2016). Atualmente, a Fortaleza abriga, além da FFSC, várias outras Organizações Não Governamentais (ONGs), a exemplo dos grupos: Tambores do Forte, Escola de Capoeira, Associação de Artesãos de Cabedelo, Grupo de Teatro Amador Pe. Alfredo Barbosa, Movimento de Música Popular de Cabedelo (MUSIPOC), Sociedade Cabedelense de Escritores e Poetas, Associação para a Defesa da Cidadania (ACICA) e o Projeto Arte e Cultura Catarina/UFPB-PRAC-COEX. Além disso, a Fundação, em articulação com AACC, trabalha na formação de novos agentes culturais na defesa do patrimônio histórico cultural, realizando seminários e minicursos para estimular e empoderar as pessoas (CANANÉA, 2016).

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2.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A Fundação Fortaleza de Santa Catariana é uma Organização Não Governamental, de direito privado, sem fins lucrativos e de duração ilimitada, regida pelo que dispõem o Código Civil e o Código de Processo Civil. A forma de ingresso dos colaboradores para quadro de membros da Fortaleza é feita através de um sistema de voluntariado, sem atribuição de salários – o que dificulta a permanência prolongada de muitos deles, que necessitam, ao menos, de uma ajuda de custo para se manterem ativos no monumento. Há, também, a contratação de estagiários para o Projeto Catarina, como dito anteriormente. Para isso, foi estabelecida uma parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), na qual os candidatos passam por uma seleção. A Fortaleza não realiza, portanto, a contratação de funcionários – os altos custos de manutenção do monumento e os seus escassos recursos não permitem. A instituição conta com o apoio de quinze colaboradores voluntários, que se revezam na área administrativa, de manutenção do monumento, de segurança, de limpeza, de recepção, de apoio pedagógico e de atendimento aos turistas. A administração é feita pelo Presidente, Osvaldo da Costa Carvalho, morador da cidade de Cabedelo, formado em Engenharia civil e Administração de empresas; ele conta com a parceria do professor Fernando A. Abath (doutor em Educação e especialista em Educação Popular, cedido pela UFPB, através do Projeto Catarina), que dá todo o apoio pedagógico aos visitantes (pesquisadores, estudantes, membros da comunidade, turistas, etc.) que queiram conhecer um pouco mais sobre a história da Fortaleza de Santa Catarina, a história da cidade de Cabedelo e a história Estado da Paraíba. A equipe conta, ainda, com o apoio da professora Clara Magna Nery Lima (graduada em Filosofia e especialista em História da Arte, também cedida pela UFPB), que coordena o Projeto Catarina; de três funcionários cedidos pela Universidade Federal da Paraíba (também por intermédio do Projeto Catarina), responsáveis pela segurança e pelos serviços de manutenção da Fortaleza; de duas colaboradoras voluntárias e moradoras de Cabedelo, que ficam na bilheteria do monumento para receber os visitantes; de quatro voluntários, que colaboram com a manutenção geral do monumento; e de três guias turísticos, com pouca ou nenhuma formação profissional, mas instruídos por membros da Associação Artística Cultural de Cabedelo e da própria Fundação de Santa Catarina. Todos os membros da Fortaleza pertencem à faixa etária de mais de 40 anos e se revezam para mantê-la aberta ao público todos os dias do ano. 24

A organização tem por objetivos: fomentar práticas culturais; a cidadania; o empoderamento das pessoas; estimular uma maior participação da população em políticas públicas para a cultura, através de métodos e processos discutidos com a comunidade; a sensibilidade em atender ao público; e a avaliação constante de seus resultados pedagógicos. A visitação do monumento acontece de segunda a segunda, das 8h às 17h, podendo o visitante permanecer no local desde a abertura até o fechamento da Fortaleza. A bilheteria cobra um valor simbólico de R$ 2,00 (dois reais), no entanto estudantes da rede privada e idosos pagam meia-entrada, e alunos de escola pública não pagam. O acompanhamento pedagógico acontece caso o visitante solicite, na bilheteria, um guia, que estará disponível para conduzi-lo durante a visita; caso contrário, poderá circular livremente pelo Forte. Atualmente, todos os recursos financeiros para manutenção do monumento, treinamento dos voluntários e ajuda de custeio provêm da bilheteria, sem qualquer previsão de apoio financeiro por parte da União, das Secretarias do Estado ou do Município. Ademais, a Fundação cede ainda seu espaço para a realização de casamentos, eventos culturais, feiras gastronômicas, solenidades municipais, aulas de dança, aulas de teatro, aulas de música, aulas de artesanato e demais eventos que tenham finalidade cultural ou social, solicitando apenas uma ajuda de custo para a manutenção do espaço.

2.3.1 Organograma

A Fundação Fortaleza de Santa Catarina, que administra a Fortaleza, não possui um organograma estruturado. Entretanto, com base nas informações passadas pela administração do monumento e conforme observado em convivência durante a pesquisa, o organograma seria composto da seguinte maneira: Presidente; Conselho de Orientação e Fiscalização (que está acima dos demais cargos, porém abaixo do Presidente); Coordenador Pedagógico (que fica abaixo do Presidente, e se subdivide em Estudantes e Pesquisadores); Vice-Presidente (que coordena a Equipe de Apoio e Voluntários); Diretor Administrativo e Financeiro; e Diretor de Planejamento (com o apoio do Assessoramento Jurídico, que é feito de forma terceirizada), conforme apresentado na figura a seguir:

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Figura 2 – Organograma da Fundação Fortaleza de Santa Catarina

PRESIDENTE

CONSELHO DE ORIENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO

DIRETOR COORDENADOR VICE DIRETOR DE PEDAGÓGICO ADIMINISTRATIVO PLANEJAMENTO PRESIDENTE E FINANCEIRO

EQUIPE DE APOIO ASSESSORAMENTO ESTUDANTES E JURÍDICO PESQUISADORES

VOLUNTÁRIOS

Fonte: Elaboração própria com base na pesquisa (2020).

2.4 ECONOMIA ORGANIZACIONAL E SEU MERCADO DE ATUAÇÃO

2.4.1 A situação econômica da organização

A Fortaleza de Santa Catarina não forneceu dados quanto à sua situação econômica, entretanto, em conversas com voluntários e com o presidente da Fundação Osvaldo Carvalho, foi possível identificar que a Fortaleza não possui recursos em caixa – isso porque o monumento tem um custo de manutenção muito alto e não recebe apoio financeiro de nenhum órgão, entidade ou pessoa física.

2.4.2 Descrição do setor em que opera

A Fortaleza atua no circuito do turismo histórico e cultural do Estado da Paraíba, sendo assim um local de disseminação da história e da promoção de ações culturais. Segundo Ana Karina e Carla Mary, a arte, a cultura e o patrimônio arquitetônico e histórico têm sido alguns dos principais alvos do turismo em todo o mundo e, a cada ano, esse mercado movimenta milhões de dólares (CABRAL; OLIVEIRA, 2015). 26

O turismo tem diferentes definições, entretanto, a Organização Mundial do Turismo o define como “as atividades que as pessoas realizam durante suas viagens e permanência em lugares distintos do que vivem, por um período inferior a um ano consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros” (TOMÉ, 2016. p.1). Atualmente, o turismo alimenta grande parte da economia, seja por meio de um turismo cultural, de negócios, de consumo, de estudos etc. O turismo é a atividade do setor terciário que mais cresce no Brasil, movimentou 530,5 bilhões de reais entre atividades diretas e indiretas no ano de 2016, e a perspectiva do Governo é de que até 2027 o impacto na economia chegue a 739 bilhões, o que representa 9,1% do PIB (TOMÉ, 2016). A Região Nordeste possui um potencial turístico inexplorado, que vem ganhando destaque por meio de iniciativas governamentais, visto que possui construções históricas e recursos naturais, como praias, rios e lagos, que são propícios para um desenvolvimento rápido. O litoral, com cerca de 3000km de praia, apresenta-se como importante mecanismo para este desenvolvimento, visto que é destaque na mídia nacional e internacional (TOMÉ,2016). O Estado da Paraíba situa-se em local oportuno para o turismo cultural, turismo de negócios e o turismo de sol e mar, uma vez que está localizado a 130km de , 180 km de Natal, 370km de Maceió e ainda conta com uma satisfatória infraestrutura, vasta rede hoteleira e um centro de convenções com capacidade para receber 22.000 pessoas (MELO et al., 2006). A Paraíba segue a tendência de outros estados do Nordeste, que vêm se especializando no turismo de negócios. Segundo dados da EMBRATUR (2005), o turista de lazer gasta em média US$ 88 por dia, enquanto o turista de negócio gasta mais de U$ 200, o que faz despertar o interesse dos empresários e políticos de investir neste potencial. O Estado recebe 12% dos turistas nacionais, e destes, 60% vem a passeio ou rever amigos, enquanto 35% vem a negócios (MELO et al., 2006).

2.4.3 Principais concorrentes

A Fortaleza de Santa Catarina é um ponto turístico histórico, datado do século XVI, sendo o monumento histórico militar mais importante do Estado da Paraíba. Assim, quando se fala em concorrentes da Fortaleza, tendemos a considerar todo e qualquer local ou atração turística que faça com que o visitante se direcione a esse lugar e não a Fortaleza. Por outro lado, sabe-se que programações turísticas tendem a se formar em cima de roteiros com atrações 27

próximas, o que vem a colaborar com a visitação à Fortaleza, uma vez que conhecidos pontos turísticos ficam próximos a ela, como é o caso do Pôr do Sol do Jacaré. Por se tratar de uma tarefa um tanto demorada e por acreditar que não é o intuito desta pesquisa fazer um levantamento minucioso de todos os pontos turísticos do Estado, optou-se por apresentar o que entendemos ser os principais concorrentes da Fortaleza, com base na premissa apresentada anteriormente. Esses concorrentes podem ser divididos em duas categorias: a primeira, composta pelos principais pontos turísticos históricos da grande João Pessoa, a saber, a Igreja de Nossa Senhora da Guia, o Farol da Pedra Seca, o Centro Cultural São Francisco, a Casa da Pólvora e o Mosteiro de São Bento; e a segunda, formada pelos atrativos turísticos culturais e naturais, também da grande João Pessoa, representados aqui pela Estação Cabo Branco – Ciência Cultura e Arte, Farol do Cabo Branco, Parque Estadual Marinho Areia Vermelha, Pôr do Sol do Jacaré, Piscinas Naturais de Picãozinho, Praia de Tambaba e Praia de Coqueirinho. Logo abaixo apresenta-se uma tabela indicando cada um dos concorrentes listados acima, juntamente com o respectivo município em que está situado e sua taxa de visitação.

Tabela 1 – taxa de visitação

Local Município Taxa de visitação

Igreja de Nossa Senhora da Guia Lucena Gratuito

Farol da Pedra Seca Cabedelo Caiaques R$100,00

Centro Cultural São Francisco João Pessoa R$ 2,00

Casa da Pólvora João Pessoa R$ 2,00

Mosteiro de São Bento João Pessoa Gratuito

Parque E. M. Areia Vermelha Cabedelo Catamarã R$ 25,00

Estação Cabo branco João Pessoa Gratuito

Farol do Cabo Branco João Pessoa Gratuito

Piscinas Naturais de Picãozinho João Pessoa Catamarã R$ 35,00

Pôr do Sol do Jacaré Cabedelo Gratuito

Praia de Tambaba Conde Gratuito

Praia de Coquerinho Conde Gratuito Fonte: Elaborado pelo autor (2020).

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Como pôde-se perceber, todos os pontos citados fazem parte da grande João Pessoa, capital do Estado, e, em sua maioria, não é cobrada taxa de visitação, estando acessível a todos os tipos de públicos. A seguir, uma breve explicação sobre cada um deles.

2.4.3.1 Igreja de Nossa Senhora da Guia

Os registros históricos da Igreja de Nossa Senhora da Guia, localizada no município de Lucena - PB, revelam que a sua construção está ligada à chegada dos frades carmelitas no ano de 1591. Os frades fundaram uma primitiva capela, destinada a servir de base para a catequização dos índios na Paraíba. O local privilegiado foi utilizado como ponto de observação contra os ataques inimigos por estar em um ponto elevado, perto do Rio Paraíba, oposto à Fortaleza de Santa Catarina.

Figura 3 - Igreja de Nossa Senhora da Guia

Fonte: Blog História com Gosto (2015).

A construção do monumento foi iniciada em fins do século XVI, por religiosos que pertenciam à Ordem de Nossa Senhora do Carmo. Em 1866, passou por reformas e, posteriormente, ficou abandonada; no entanto, fiéis continuaram a visitar o santuário e a manifestar sua fé. Em 1980, o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) restaurou a igreja e passou sua administração para as carmelitas. A igreja é um dos mais representativos monumentos da arquitetura colonial na Paraíba, sendo tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP) desde 16 de maio de 1949 (PARAIBA CRIATIVA, 2017). 29

A rica história da Igreja de Nossa Senhora da Guia atrai visitantes de todo o Brasil, eles são levados por bugueiros e guias turísticos formais e informais, a fim de contemplar a sua arquitetura, denominada estilo barroco tropical. A Igreja apresenta, em sua fachada, arcadas características de construções franciscanas no Nordeste, além de desenhos extravagantes, como frutos tropicais, coroas, armas do Império Colonial Português, etc. É a única igreja do período barroco do Brasil que possui altar-mor esculpido em pedra (PARAIBA CRIATIVA, 2017).

2.4.3.2 Farol da Pedra Seca

O Farol da Pedra Seca localiza-se em um ponto estratégico na embocadura do Rio Paraíba, no município de Cabedelo, na praia de Ponta de Matos, e dá acesso ao principal porto do Estado e único em atividade na região. O Farol foi construído na ponta de uma península, que terminava em um conjunto de pedras que estavam sempre secas. Sobre elas, por ordem do governo imperial, foi levantada uma base de alvenaria para receber uma torre de ferro octogonal de 16 metros de altura, pintada de branco, fabricada na Escócia. O Farol foi inaugurado em 7 de setembro de 1873. Segundo relatos de antigos pescadores, na década de 20 do século passado, o mar engoliu a península onde existia a casa do faroleiro e alguns coqueirais (FAROIS DO BRASIL, s.d; FOCANDO NA NOTÍCIA, s.d; CABEDELO, s.d).

Figura 4 - Farol da Pedra Seca

Fonte: Stalkture (s.d). 30

Atualmente, o Farol está a 400 metros da costa e sua visitação acontece por meio de parcerias entre bugueiros e locadores de caiaques, que realizam passeios e mergulhos na região. Além disso, barcos que saem da Praia do Jacaré para Areia Vermelha passam pelo Farol. (FORAIS DO BRASIL, s.d; FOCANDO NA NOTÍCIA, s.d; CABEDELO, s.d).

2.4.3.3 Centro Cultural São Francisco

O Centro Cultural São Francisco está localizado no centro histórico da capital paraibana. Sua construção foi iniciada no ano de 1589, apenas quatro anos após a fundação da Cidade Real de Nossa Senhora das Neves, e concluída no ano de 1779. É um complexo arquitetônico formado pela Igreja de São Francisco, Convento de Santo Antônio, Capela da Ordem Terceira de São Francisco, Capela de São Benedito, Casa de Oração dos Terceiros (chamada de Capela Dourada), Claustro da Ordem Terceira, uma fonte e um grande adro com um cruzeiro. Em 1624, com a invasão dos holandeses, o convento foi bastante danificado. Em 1636, os frades foram expulsos e, por sua localização estratégica, foi instalado um posto militar, que permitia a visão de todo o Vale Sanhauá. O governo holandês, na tentativa de impedir uma possível rebelião, fortificou a Igreja de São Francisco e o Convento de Santo Antônio. (PARAIBA CRIATIVA, 2019; JOÃO PESSOA, 2019).

Figura 5 - Centro Cultural São Francisco

Fonte: Alcântara (s.d).

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O Centro Cultural São Francisco foi restaurado pelos portugueses no início do século XVIII; posteriormente, foram iniciadas obras que deram à edificação suas feições atuais, sendo considerado um dos melhores exemplares da chamada “Escola Franciscana” no Brasil. Os grandes destaques são a torre, que é recoberta de azulejos, e a fachada, com superposição de abóbadas, talhas de arenito de folhagens e flores estilizadas, que se entremeiam com relevos barrocos. As paredes são revestidas de azulejos portugueses, que formam painéis sobre a história de José do Egito. A obra de arte é feita sob influência da arte indígena, em talha dourada, considerado pela Unesco como única no mundo (PARAIBA CRIATIVA, 2019; JOÃO PESSOA, 2019). O Centro Cultural São Francisco possui grande importância por estar ligado à fundação da capital paraibana, sua visitação é aberta ao público de segunda a sexta das 08:30 às 17:30h, e sábados e domingos das 09:00 às 14:00h. A visita é guiada e dura entre 20 e 40 minutos dependendo da disponibilidade dos visitantes. Boa parte dos turistas são levados ao ponto por agências de turismo, que possuem roteiros para o centro histórico de João Pessoa. Além disso, em 5 de dezembro de 2008, foi inaugurado, em João Pessoa, o Projeto Rota do Pedestre, que incluiu o Centro Cultural São Francisco. Esse projeto foi idealizado pela Prefeitura de João Pessoa em parceira com Ministério do Turismo, e constituiu-se na elaboração e aplicação de placas ao longo do centro histórico da cidade, indicando dois circuitos que podem ser seguidos a pé pelos turistas e dando informações sobre a história da cidade (QUEIROZ et al., 2017).

2.4.3.4 Casa da Pólvora

A Casa da Pólvora localiza-se em João Pessoa, na parte alta da cidade, e foi construída com o objetivo de armazenar armas e munições, por ordem da Rainha Catarina de Portugal, através da Carta Régia do capitão-mor, governador Fernando de Barros e Vasconcelos, em 10 de agosto de 1704 (TAVEIRA; SILVA, 2017). Segundo Taveira e Silva (2017), sua construção foi interrompida algumas vezes, até ser concluída em 1710. Foi construída em local estratégico para servir de ponto de observação do Porto do Capim e do Rio da Várzea Paraibana, pois a coroa portuguesa temia possíveis ataques à Paraíba por parte da França e da Espanha.

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Figura 6 - Casa da Pólvora

Fonte: Rota Principal (s.d).

A autenticidade da Casa da Pólvora é comprovada através do material utilizado para sua construção – como blocos de pedras calcárias de formatos irregulares, que costumeiramente eram usados para construir os edifícios na localidade –, além de sua semelhança com outras construções da época. A casa tem uma única porta e duas frestas, provavelmente para arejamento da munição; o teto é de formato abobadado, feito com tijolos de alvenaria, ligados por cimento. Acima da única porta, vê-se uma coroa do Reino de Portugal e, abaixo, uma lápide quadrangular, onde está escrito “Reinando em Portugal o muito alto e poderoso senhor D. João V governando esta capitania João da Maia Gama se fez este armazém. Ano de 1710” (TAVEIRA; SILVA, 2017). A Casa da Pólvora funciona como um centro de cultura, onde, diariamente, há exposições, visitas de turistas e, em suas dependências, no fim de semana, ocorrem shows que atraem a comunidade ao seu entorno. O local é administrado pela Fundação Cultural de João Pessoa (FUNJOPE), em colaboração com as Secretarias de Educação e Cultura (SEDEC) e de Meio Ambiente (SEMAN), a Coordenadoria do Patrimônio Cultural (COPAC) e demais secretarias do Governo Municipal (TAVEIRA; SILVA, 2017. p. 17).

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2.4.3.5 Mosteiro de São Bento

O monumento é uma construção datada de 1590 e teve papel importante na colonização da capital paraibana. O Mosteiro foi tombado em 10 de janeiro de 1957, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), por sua arquitetura sóbria, em contraste com o estilo arquitetônico de outras igrejas da ordem beneditina, seguindo os cânones das construções portuguesas no tempo do Brasil Colônia. Na sua fachada, destaca-se o frontispício, ricamente trabalhado em pedra calcária, ostentando o brasão de armas da Ordem de São Bento. Sua torre é encimada por uma cúpula em cantaria, sobre a qual se encontra um indicador dos ventos, constituído de uma lâmina de cobre com perfil de um leão que gira em torno de um cajado, marco tradicional das igrejas beneditinas (PARAIBA CRIATIVA, s.d).

Figura 7 - Mosteiro de São Bento

Fonte: Tripadvisor (2019).

As atividades beneditinas se estenderam até 1921 e, devido ao conflito com o então 1º bispo da Paraíba, a Igreja foi fechada e assim permaneceu por anos. Em 1995, passou por intensa restauração e foi reaberta ao público. O mosteiro realiza missas diárias e está aberto durante todos dias no horário comercial. Além disso, fica localizado em uma das principais ruas de comércio da capital paraibana, com grande fluxo de pessoas.

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2.4.3.6 Parque Estadual Marinho Areia Vermelha

O parque Estadual Marinho Areia Vermelha, conhecido, popularmente, como Areia Vermelha, faz parte de um conjunto de recifes da costa brasileira. Os recifes brasileiros representam apenas 5% da área de recifes atlânticos do mundo. Esses 5% são distribuídos pelos 3000km da costa brasileira e são caracterizados por possuir uma diversidade relativamente baixa de corais e peixes, porém apresentam um número significativo de espécies endêmicas (QUERINO, 2011).

Figura 8 - Parque Estadual Marinho Areia Vermelha

Fonte: Tripadvisor (2019).

As águas rasas, o banco de areia junto ao entorno dos recifes, formando piscinas naturais e águas mornas, além da riqueza ambiental e paisagística, dão força à atividade turística na região. Em alta estação, cerca de 2000 mil pessoas frequentam o local a cada final de semana (QUERINO, 2011).

2.4.3.7 Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes

A Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes é um centro de cultura e arte, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que se localiza no bairro do Altiplano Cabo Branco. A Estação iniciou suas atividades em 2008 e possui mais de 8.500 metros quadrados de área construída; é formada por um auditório com capacidade para 501 pessoas, duas salas de 35

convenções com 200 lugares, um anfiteatro com capacidade para 300 pessoas sentadas, lanchonetes e estacionamento para veículos de passeio e ônibus de turismo (NÓBREGA JÚNIOR, 2016).

Figura 9 - Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes

Fonte: Tripadvisor (2019).

A missão do complexo é a de levar cultura, arte, ciência e tecnologia à população de forma gratuita. A torre do edifício é uma belíssima obra de arte construída sobre um espelho d`água, possuindo três andares, os dois primeiros têm espaços amplos para exposições e o terceiro um terraço com vista panorâmica para orla da cidade de João Pessoa. Seu jardim conta com exposições permanentes de artistas locais, como as obras de arte dos artistas plásticos Abelardo da Hora e Eulâmpio Neto. Ainda no jardim, dá para observar um exuberante painel de xilogravura, pintado no lado oeste do auditório pelos artistas Wilson Figueiredo e Percy Fragoso, com desenho de autoria do artista popular José da Costa Leite, um dos mais importantes e conceituados xilógrafos do país (NÓBREGA JÚNIOR, 2016). A Estação Ciência se localiza próximo ao Farol do Cabo Branco e faz parte do Polo Turístico do Cabo Branco, que busca o desenvolvimento socioeconômico do Estado. O local recebe visitas diárias, que incluem moradores da cidade e turistas, que são levados até o local através das agências de turismo (NUNES, 2014).

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2.4.3.8 Farol do Cabo Branco

O Farol do Cabo Branco foi construído na falésia do Cabo Branco, em 1972, no formato triangular, que simboliza e homenageia a planta sisal típica da região Nordeste. Ele, junto com a PB 008, foram marco para o turismo do Estado, colocando João Pessoa na rota do turismo internacional, por estar localizado no ponto mais oriental das Américas e por fazer parte do Projeto Costa do Sol, que engloba a construção de hotéis, restaurantes, casas, bares etc. Atualmente, o projeto mudou de nome para Polo Turístico do Cabo Branco (NÓBREGA JUNIOR; BAEZ, 2016).

Figura 10 - Farol do Cabo Branco

Fonte: Tripadvisor (2019).

O Farol não apenas serve de orientação para pescadores, como também se tornou um dos mais visitados pontos turísticos da região; junto a ele, uma pequena estrutura comercial vem se estabelecendo, com bancas de artesanatos e lanchonetes para receberem os turistas. Próxima ao Farol, está a Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, e, juntos, eles formam um importante complexo turístico da região (NÓBREGA JUNIOR; BAEZ, 2016). No monumento é notória a intensa visitação turística devido à sua popularidade, por ser conhecido como “o ponto mais oriental das Américas” instiga a curiosidade e o interesse dos visitantes. Entretanto, mesmo se tornando um símbolo do turismo na capital paraibana, ele não perdeu a sua função de sinalização, orientando os pescadores sobre onde está a barreira e guiando sobre onde ficam os corais (NÓBREGA JUNIOR; BAEZ, 2016). 37

Hoje, sua visitação se encontra ameaçada devido a erosão sofrida pela falésia em que ele se encontra. Esse é um fenômeno natural, pois, toda paisagem que possui uma decida acima de 3 graus pode sofrer erosão. Contudo, a ação humana tem acelerado esse processo, o crescimento urbano sem planejamento, por exemplo, contribui para maiores impactos ambientais, por meio do desmatamento desordenado e a expansão da atividade turística desordenada (NÓBREGA JUNIOR; BAEZ, 2016).

2.4.3.9 Piscinas Naturais de Picãozinho

No Brasil, as piscinas naturais são muito visitadas e importantes para o turismo nas regiões litorâneas. Os recifes de Picãozinho estão a aproximadamente 1,5km da praia de Tambaú e do Cabo Branco e possuem uma área de 71km². Nos dias de maré abaixo de 0,6 metros, é possível a realização de visitas e a observação de sua biodiversidade marinha. Atualmente, o passeio para a visitação das piscinas dura cerca de duas horas (DEBEUS, CRISPIM, 2008). Os recifes de corais, sob o ponto de vista geomorfológico, são estruturas rochosas, rígidas, resistente à ação das ondas e correntes marítimas. São constituídos por organismos marinhos e vegetais portadores de esqueleto calcário (LEÃO, 1994, apud CASTRO, 1999). Eles oferecem diversos benefícios para a sociedade e para o meio ambiente, alguns deles são: a reprodução de peixes, pois é o berçário de muitas espécies; a proteção ao litoral; a exploração da indústria farmacêutica; e a exploração do turismo (DEBEUS, CRISPIM, 2008).

Figura 11 – Piscinas Naturais de Picãozinho

Fonte: Paraíba Criativa (2019). 38

Picãozinho é um dos mais importantes pontos turísticos da cidade, sendo explorado turisticamente desde a década de 1980. Existem diversas embarcações regulamentadas pelos órgãos responsáveis para realização do translado dos turistas entre a praia de Tambaú e os recifes. Durante o trajeto, que dura aproximadamente 15 minutos, os turistas são instruídos a não andarem sobre os corais (DEBEUS, CRISPIM, 2008).

2.4.3.10 Pôr do sol da praia do jacaré

O Pôr do Sol da Praia do Jacaré é um dos mais bonitos e famosos do Estado da Paraíba. Está localizado no município de Cabedelo, às margens do Rio Paraíba, e a 10km da cidade de João Pessoa, capital do Estado. O principal acesso é pela BR230, na altura da entrada do bairro de Intermares. Outra forma de chegar é através de barcos, lanchas e catamarãs, que se posicionam no rio, próximo ao local.

Figura 12 - Pôr do Sol da Praia do Jacaré

Fonte: Paraíba total (2019).

O evento natural do pôr do sol, iluminando as águas do rio, se mistura com o verde do manguezal e se soma à apresentação do Bolero de Ravel, que o músico Jurandir do Sax faz nos 365 dias do ano, desde o ano 2000. O espetáculo encanta turistas nacionais e estrangeiros e culmina com uma apresentação da Ave Maria. O local ainda conta com bares, restaurantes, 39

comidas típicas e feira de artesanato, onde é possível adquirir suvenirs, roupas e outros artigos do artesanato local (CABEDELO, s/d. CARNEIRO, s/d).

2.4.3.11 Praia de Tambaba

A Praia de Tambaba é uma das mais visitadas do Nordeste, conhecida pela prática do naturismo e por uma beleza exuberante. A praia, localizada a 35km da capital paraibana, faz parte de uma área ambiental, sendo considerada uma das mais limpas da Paraíba. A prática do naturismo foi oficializada em 1991, depois que o prefeito do Conde, cidade onde ela está localizada, editou o decreto de nº 276, oficializando o espaço entre o Rio Graú e a Pedra dos Despachos como naturista. Adeptos da prática de naturismo de todo o mundo costumam visitar a região, o que trouxe grande impacto econômico ao estado (HISTÓRIA DE CONDE – TAMBABA, s/d).

Figura 13 – Praia de Tambaba

Fonte: G1 Paraíba (2019).

2.4.3.12 Praia de Coqueirinho

A Praia de Coqueirinho é uma das mais belas praias do litoral paraibano: sua orla é exposta e parcialmente convexa ao norte e retilíneo ao sul. A praia pertence à área de proteção de Tambaba – APA. A faixa de areia é formada por um planalto costeiro, com coqueiros em 40

toda sua orla e com falésias com pequenos riachos desembocando diretamente no mar e no manguezal. Sua paisagem natural se mistura com o processo de urbanização da região, pois se percebe, no entorno, a construção de loteamentos e de um pequeno núcleo habitacional, com predominância de casas de veraneio.

Figura 14 - Praia de Coqueirinho

Fonte: G1 - Paraíba (2019).

A praia, que fica a 35km da capital do Estado, possui, no lado norte, um mar calmo, graças aos recifes naturais e, no lado sul, o mar aberto, que favorece a prática de esportes radicais. As águas mornas e a paisagem são propícias para passeios de buggy e quadriciclos. A praia ainda possui restaurantes e bares, que permitem ao turista desfrutar de comida regional (CONDE, s/d).

2.5 ANÁLISE DOS PÚBLICOS DA ORGANIZAÇÃO

Para uma organização alcançar o sucesso, é importante que ela saiba identificar seus públicos, conhecê-los e entendê-los. Segundo Simões (1995, p. 61), público é “definido como um conjunto abstrato de pessoas com interesses comuns entre si e referentes à organização”. Assim, além da tarefa de mapear os públicos de uma organização, cabe também às Relações Públicas a tarefa de formar públicos, fornecendo informações e facilitando discussões a respeito de determinado tema, tendo em vista sempre o interesse de todas as partes (ANDRADE, 2003). 41

De acordo com Fábio França (2009, p. 210), “em relações públicas, atividade essencialmente de relacionamentos com pessoas, é imprescindível que os públicos da organização sejam corretamente identificados, para que se possa estabelecer com eles uma interação produtiva e dialógica”. Com a informação correta de quem são seus públicos, a organização pode pensar, de forma estratégica, comunicações direcionadas, que se tornam mais eficientes aos seus propósitos. França (2003) sugere o mapeamento dos públicos de acordo com o tipo e as interações que esses públicos possuem com a organização. Para o autor, os públicos se dividem em essenciais ou não essenciais, esse critério leva em consideração a dimensão de sua importância, sua constituição, sua sobrevivência, seus aspectos de independência e os objetivos do relacionamento, se são permanentes ou eventuais.

Quadro 1 – Análise dos públicos da Fortaleza de Santa Catarina.

Situação do Canais de Conceituação dos Públicos Classificação relacionamento comunicação públicos

Bom relacionamento, Contatos em Garantem o Diretoria Essencial com respeito aos reuniões, ofícios, e- funcionamento da princípios mail, WhatsApp Fortaleza democráticos Executam as Bom atividades relacionamento, Contatos em Voluntários necessárias ao Essencial seguido de muito reuniões, ofícios, e- funcionamento e respeito às mail, WhatsApp sobrevivência da hierarquias. Fortaleza Sites, imprensa, Dão apoio aos Familiares Bom Não essencial contato direto, membros da relacionamento WhatsApp Fortaleza Sites, imprensa, São peças chaves Turista Essencial Boa convivência contato direto, para a manutenção

WhatsApp da Fortaleza Sites, imprensa, Importantes para a Sociedade Essencial Estável contato direto, construção imagem

WhatsApp da Fortaleza Trabalhos sociais, As atividades de Comunidade Estável, bom eventos, contato cidadania são Essencial Local relacionamento direto, WhatsApp, voltadas para este sites público Bom Importante para a Imprensa relacionamento, Radio, TV, Release, consolidação da Essencial embora, às vezes, Mailing list. imagem positiva da conflituoso organização Reuniões, Telefone, Essencial para a Artista Estável, bom Essencial mídias sociais, disseminação da relacionamento WhatsApp cultura 42

Estável, precisa Relatórios (quando Peça-chave para Governo urgentemente Essencial solicitados), ofícios, manutenção da Federal melhorar a e-mail Fortaleza comunicação Estável, precisa Relatórios (quando Peça-chave para Governo Essencial melhorar a solicitados), ofícios, manutenção da Estadual comunicação e-mail Fortaleza Estável, Relatórios (quando Peça-chave para Governo conflituoso, precisa Essencial solicitados), ofícios, manutenção da municipal melhorar a e-mail Fortaleza comunicação Fonte: Elaborado pelo autor com base na pesquisa realizada, a partir de França (2003).

De acordo com os dados coletados: • Diretoria – É um setor estratégico da organização, responsável por todas as tomadas de decisões da Fortaleza; • Voluntários – São todos os membros da Fortaleza que ocupam ou não função de confiança; • Familiares – Representados pelas famílias dos membros voluntários da Fortaleza; • Turista – Todos aqueles visitantes que participam dos serviços e eventos da Fortaleza; Peças estratégicas para a manutenção do monumento; • Sociedade – População em geral; indica a percepção da imagem da organização; são peças-chave, pois trabalhar este público contribui para construir uma imagem positiva da instituição; • Comunidade local – Utiliza o espaço da Fortaleza, independentemente de para qual finalidade, incluindo cursos de dança, teatro, música, eventos gastronômicos, eventos culturais, shows ou uma área de lazer; • Imprensa – Órgão competente de disseminação sobre os acontecimentos e os eventos que são realizados; • Artistas – São pessoas que, por meio da Fortaleza, buscam expor seus trabalhos, visando divulgá-los; • Governo Federal – O Governo não repassa nenhum auxílio financeiro para a manutenção da Fortaleza, entretanto, se faz presente através da Universidade Federal da Paraíba; • Governo Estadual – a energia elétrica da Fortaleza é subsidiada pelo Estado e, em troca, este utiliza as dependências daquela sempre que necessário; • Governo municipal – Atualmente não colabora com nenhum auxílio financeiro ou benefício para a manutenção do monumento; entretanto, por uma questão de 43

cordialidade, sempre que necessita utilizar o monumento para solenidades ou eventos, ele é cedido.

2.6 ANÁLISE DA CULTURA ORGANIZACIONAL

A Fortaleza não possui missão, visão e valores definidos no papel. Porém, a cultura organizacional segue os princípios básicos da Constituição, como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Por meio de observações e entrevistas com voluntários da Fortaleza de Santa Catarina, pode-se constatar que a cultura organizacional, além de guiada por esses princípios básicos, é uma junção de cultura construtiva/proativa e familiar, pois, além da valorização dos colaboradores, existe a construção de laços familiares. Essa cultura reflete no clima organizacional de forma favorável, para que todos trabalhem em prol do funcionamento e do sucesso dos projetos da Fortaleza. Como os colaboradores não são remunerados, o incentivo para o trabalho é a própria paixão pelo que fazem, contribuindo para a disseminação da história e da cultura. Na Fortaleza, são comemoradas datas importantes, como “Outubro rosa”, “Novembro azul”, “Sete de setembro”, “Dia do Hino Nacional”, “Dia da criança” etc., quando acontecem ações que estimulam o exercício da cidadania, cultura e recomendações de prevenção a doenças. Existem também, dentro do monumento, oficinas e aulas gratuitas para a comunidade local, como oficina de artesanato, aulas de capoeira, oficinas de música e teatro etc.

2.7 ANÁLISE DO SISTEMA DE COMUNICAÇÃO

A comunicação na Fortaleza de Santa Catarina não é feita de forma planejada e não possui um setor específico de comunicação: o responsável pela comunicação é o presidente, que a faz de forma improvisada, visando sanar as deficiências comunicacionais. A organização não possui redes sociais oficiais, não possui um e-mail institucional e não possui um telefone fixo. A comunicação interna é realizada através de quadro de avisos, reuniões formais ou informais às sextas-feiras e aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Facebook do Presidente da Fundação. A comunicação externa ocorre de maneira pouco eficaz, visto que a Fortaleza dispõe apenas de um orelhão, que serve como telefone extraoficial. Todavia, para tentar sanar parte dessa deficiência comunicativa, o presidente disponibiliza o seu telefone e WhatsApp pessoal para atendimento ao público e contato com a Imprensa. Além disso, podemos considerar como 44

comunicação externa a divulgação que a Secretaria de Turismo de Cabedelo e a PBTUR realizam em seus sites institucionais, e os folders distribuídos aos turistas e em feiras para agências de turismo – essas ações ocorrem de forma independente, ou seja, não acontecem de forma conjunta à administração da Fortaleza.

Figura 15 – Site da Secretaria de Turismo de Cabelo

Fonte: Secretaria de Turismo de Cabedelo (s.d).

Figura 16 – Site da Empresa Paraibana de Turismo

Fonte: Empresa Paraibana de Turismo (s.d).

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2.8 ANÁLISE DO CENÁRIO ORGANIZACIONAL

A Análise de SWOT é uma das técnicas mais utilizadas pelos profissionais de Relações Públicas para observar os ambientes externos e internos das organizações. Através do profissional de comunicação, as organizações empregam essa técnica no processo de planejamento estratégico para analisar e avaliar suas condições competitivas, isto é, identificam os pontos fortes e fracos de seu ambiente interno e as oportunidades e ameaças relacionadas ao seu ambiente externo. (KUNCH, 2003.) Assim, apresenta-se a seguir a Análise de SWOT desenvolvida para a Fortaleza de Santa Catarina, com base na pesquisa realizada:

Quadro 2 – Análise de SWOT da Fortaleza de Santa Catarina FORÇAS FRAQUEZAS

- Espaço amplo; - Falta de mão de obra qualificada; - Tombado pelo IPHAN; - Falta de um planejamento comunicacional - Parcerias com ONGs; - Falta de recursos financeiros, técnicos e logísticos; - Parceria com a AACC; - Falta de sinalização; - Horário de funcionamento (domingo a domingo). - Falta de identidade visual; - Fica localizado no encontro do Rio Paraíba com o - Local afastado dos outros pontos turísticos da mar grande João Pessoa.

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

- Falta de investimentos governamentais; - Presença nas redes sociais; - Interesse privado na expansão do Porto de - Feiras e eventos culturais; Cabedelo; - Projetos culturais. - Outros pontos turísticos.

Fonte: elaborada pelo autor com base na pesquisa, 2020.

Pontos fortes: A Fortaleza está localizada no encontro do Rio Paraíba com o mar e proporciona uma vista exuberante da natureza, onde se pode apreciar o nascer e o pôr do sol; é um monumento tombado pelo IPHAN, pois é uma construção do século XVI, e possui uma bagagem cultural riquíssima; possui parcerias com ONGs de escolas de dança, música e teatro; mantém uma parceria estratégica com a AACC. Pontos fracos: falta de mão de obra qualificada, devido à falta de interesse do governo em viabilizar o treinamento adequado aos guias e recepcionistas da Fortaleza; faltam recursos financeiros que viabilizem o alto custo de manutenção da Fortaleza, pois não existe repasse de 46

verbas pelos governos da União, Estado e Município; falta de recursos técnicos e logísticos; falta de sinalização, dentro e fora da Fortaleza; e falta de identidade visual. Oportunidades: maior presença nas redes sociais, feiras, eventos e projetos culturais, pois deve atrair mais investimentos para manutenção da Fortaleza. Ameaças: Falta de investimentos governamentais, visto que isso inviabiliza a restauração, manutenção e segurança da Fortaleza, tornando o trabalho pedagógico difícil de ser executado de forma qualificada; o interesse privado na expansão do Porto de Cabedelo também representa uma grande ameaça, visto que o interesse econômico é maior que o interesse cultural.

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3 PESQUISA DE OPINIÃO

A pesquisa é uma das principais atribuições das Relações Públicas e é pré-requisito para um planejamento nas organizações. Kunsch (2002, p. 277) em seu livro Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada, defende:

[...] a importância do uso da pesquisa em relações públicas a fim de possibilitar um caráter científico para a prática de suas atividades. [...] Somente com uma atitude cientifica o profissional poderá construir diagnósticos e fazer prognósticos. Não dá para improvisar ou ficar nas simples percepções (KUNSCH, 2002, p. 277).

A pesquisa tem como objetivos conhecer a opinião dos públicos, construir diagnósticos, conhecer em profundidade a organização, sua comunicação e seus públicos, para a elaboração de estratégias, além de possibilitar as análises do ambiente interno e externo. A partir dessas informações, o profissional de Relações Públicas consegue detectar os pontos fortes e fracos do sistema de comunicação e, assim, pode evitar possíveis problemas identificados na pesquisa e sugerir ações para melhorar o relacionamento dos púbicos com a organização (KUNSCH, 2002).

3.1 JUSTIFICATIVA

A aplicação da pesquisa é de fundamental importância para que se possa avaliar, analisar e construir um diagnóstico organizacional, visto que o profissional de Relações Públicas deve conhecer a organização de forma aprofundada, para que, assim, possa construir um programa de comunicação aquedado às necessidades do ambiente interno e externo da organização. Segundo Margarida Kunsch, “a pesquisa nos ajuda a buscar respostas para inúmeros questionamentos em relação aos públicos envolvidos em determinado programa de ações comunicativas e a averiguar as expectativas dos públicos, de forma científica e correta” (KUNSCH, 2003, p. 279). Assim, para construir um vínculo e engajamento com os seus variados públicos, é fundamental para uma organização que se tenha uma comunicação clara, objetiva e eficaz. Pensando nessa necessidade de gerenciar de forma eficaz a comunicação, seja ela interna ou externa, entende-se a importância de uma assessoria de Relações Públicas com visão ampla, capaz de extrair as informações pertinentes e de trabalhar estrategicamente para o melhor resultado. Dessa forma, fez-se necessária a realização de uma pesquisa de opinião com os 48

públicos da Fortaleza de Santa Catarina, buscando conhecer a imagem que a organização tem transmitido e identificar suas falhas comunicacionais, de forma a embasar, juntamente com o briefing, um planejamento estratégico de comunicação para esta instituição.

3.2 PROBLEMATIZAÇÃO

Segundo Margarida Kunsch (2003), “administrar uma organização consiste em planejar, coordenar, dirigir e controlar seus recursos, de maneira que se obtenham alta produtividade, baixo custo e maior lucro ou resultado, por meio da aplicação de um conjunto de métodos e técnicas” (KUNCH, 2003, p. 152) que melhoram seu desempenho. Nesse sentido, nota-se, a partir do briefing, que há um descaso por parte das autoridades competentes em relação à Fortaleza de Santa Catarina, no que diz respeito a infraestrutura, logística e manutenção do monumento, o que vai de encontro ao que diz a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 215: “o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”. Tal descaso reflete no não desenvolvimento do potencial turístico e cultural do monumento, pois faltam recursos que possam ser utilizados para investir na divulgação e no desenvolvimento desse espaço. Percebe-se, ainda, a escassez de canais de comunicação que estimulem o relacionamento da Fortaleza com seus públicos, o que dificulta o engajamento de visitantes, colaboradores e apoiadores. Diante dessas premissas, a pesquisa de opinião se fez necessária para investigar a imagem da Fortaleza e avaliar seu relacionamento com seus públicos de interesse, além de identificar as possíveis falhas de comunicação que possa haver na instituição. Nesse sentido, partiu-se da seguinte questão de pesquisa: como gestores, colaboradores, visitantes e comunidade percebem e se relacionam com a Fortaleza de Santa Catarina e o que pode ser melhorado em suas estratégias de comunicação?

3.3 OBJETIVOS

3.3.1 Objetivo geral

Analisar como gestores, colaboradores, visitantes e comunidade percebem e se relacionam com a Fortaleza de Santa Catarina e o que pode ser melhorado em suas estratégias de comunicação.

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3.3.2 Objetivos específicos

• Analisar e compreender a percepção dos visitantes e dos gestores em relação à Fortaleza de Santa Catarina; • Levantar o perfil do público da Instituição; • Identificar as formas e os instrumentos de comunicação utilizados pela Fortaleza e se eles são eficazes para seus públicos; • Identificar ações de comunicação adequadas para conscientizar os públicos a respeito da Fortaleza; • Desenvolver ações que proporcionem uma comunicação interna e externa adequada e que fortaleçam a identidade organizacional da Fortaleza.

3.4 HIPÓTESES

Com base no briefing e em conversas informais com gestores, membros e visitantes da Fortaleza, levantou-se as seguintes hipóteses: • A percepção dos visitantes em relação à Fortaleza não está alinhada com a dos gestores da instituição; • A instituição desconhece seus públicos e os visitantes desconhecem os serviços e ações promovidas pela Fortaleza; • A falta de canais de comunicação para difundir a história e os serviços da Fortaleza faz com que os visitantes não participem de suas atividades;

3.5 METODOLOGIA

A pesquisa consiste na seleção de critérios para a coleta e interpretação de dados. Estes critérios seguem um método científico que, segundo Richardson (2009), “delimita um problema, verificam-se as informações e as interpreta baseado na ligação dos dados encontrados” (RICHARDSON, 2009 apud MELO et al., 2016, p. 39). Para Gil (2008),

Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema (Gil, 2008 apud BEZERRA, et al., 2019, p. 51).

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Assim sendo, com a finalidade de obter dados científicos para a elaboração do Programa de Relações Públicas para a Fortaleza de Santa Catarina, elaborou-se esta pesquisa, do tipo exploratória e descritiva, quanto ao objetivo, e de campo, quanto aos procedimentos técnicos. Na qual foi adotada tanto a abordagem quantitativa quanto a qualitativa, sendo o universo da pesquisa os gestores, voluntários, comunidade local e visitantes do monumento. A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas: na primeira etapa, foi realizada uma pesquisa qualitativa, não probabilística por conveniência, por meio de entrevistas semiestruturadas com três gestores (o presidente da Fundação Forte de Santa Catarina, o assessor de marketing da Empresa Paraibana de Turismo - PBTUR, a Secretária de Turismo de Cabedelo), um voluntário e um membro da comunidade, entre os meses de novembro e dezembro de 2019; na segunda etapa, foi aplicado um questionário in loco, também não probabilístico, com 50 visitantes do monumento, também entre os meses de novembro e dezembro de 2019.

3.6 CRONOGRAMA

A seguir, apresenta-se o cronograma de realização da pesquisa:

Quadro 3 – Cronograma de atividades

ETAPAS OUT/2019 NOV/2019 DEZ/2019 JAN/2020

Elaboração do Projeto de Pesquisa X

Elaboração dos questionários e roteiros das entrevistas X

Realização das entrevistas X X

Aplicação dos questionários X X

Tabulação e transcrição da pesquisa X

Análise dos dados X X

Revisão e relatório X Fonte: elaborada pelo autor com base na pesquisa, 2020.

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3.7 ORÇAMENTO

Segue abaixo a tabela de orçamento para a realização desta pesquisa:

Tabela 2 – Orçamento da pesquisa

Recursos Humanos Recursos Materiais Recursos Financeiros

Materiais didáticos R$ 25,00 Caneta, papel, agenda

Serviços Almoços, impressão dos R$ 75,00 questionários e roteiros das As entrevistas com os gestores, entrevistas voluntários e membros da comunidade foram aplicadas pelo Internet autor deste trabalho, bem como os WhatsApp, Google, pacote do R$ 50,00 questionários com os visitantes. provedor.

Transporte Uber/passagens de ônibus para o deslocamento até o local de R$ 250,00 aplicação das entrevistas e questionários.

Total R$ 400,00 Fonte: elaborada pelo autor com base na pesquisa, 2020.

3.8 ANÁLISE DE DADOS

3.8.1 Questionários com os visitantes

Apresenta-se, a seguir, as análises dos gráficos provenientes da coleta de dados, por meio do questionário aplicado aos 50 visitantes da Fortaleza de Santa Catarina. A pesquisa revela os pontos de convergência e divergência dos gestores públicos e dos visitantes em relação a sua percepção; além disso, possibilita estruturar o perfil do público visitante do monumento, identificar suas deficiências comunicacionais e, com base nessas informações, elaborar um Programa de Relações Públicas para a Fortaleza.

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Gráfico 1 – Perfil etário dos visitantes da Fortaleza de Santa Catarina

Fonte: dados da pesquisa (2019).

A primeira questão teve como objetivo identificar o perfil etário dos visitantes da Fortaleza de Santa Catarina. Dessa forma, pôde-se identificar que o público visitante, em sua maior parte, é composto por adultos de 30 a 49 anos. Além disso, os jovens compõem 28% dos visitantes e têm idade de 18 a 29 anos, ou seja, são pessoas em idade produtiva. Percebeu-se, também, através da pesquisa, que não existe uma idade certa para visitar a Fortaleza e adquirir conhecimento, pois há um público significativo de 12%, que é composto por menores de 18 anos e outros 16% que é composto por pessoas acima dos 50 anos.

Gráfico 2 – Gênero dos visitantes da Fortaleza de Santa Catarina

Fonte: dados da pesquisa (2019).

Na segunda questão, constatou-se que a maioria do público visitante da Fortaleza de Santa Catarina se identifica como sendo do gênero feminino. Assim sendo, essas informações podem nortear a Fortaleza nas ações para o seu público-alvo. 53

Gráfico 3 – Estado e cidade dos visitantes da Fortaleza de Santa Catarina

Fonte: dados da pesquisa (2019).

A terceira questão procurou identificar em que estado e cidade os visitantes e frequentadores da Fortaleza residem. De acordo com a pesquisa realizada, estima-se que a maioria do público-alvo da Fortaleza está no Estado da Paraíba, com 82% dos visitantes, sendo 42% da cidade de João Pessoa, 26% de Cabedelo e 14% do interior da Paraíba. Essas informações podem orientar a administração da Fortaleza, junto ao profissional de relações públicas, que deve propor ações de comunicação dirigidas para atrair público de outros estados e regiões. Além disso, ações voltadas para a capital do Estado, João Pessoa, podem potencializar o fluxo de visitas à Fortaleza. Mesmo com uma comunicação precária, conforme observado no briefing, a Fortaleza ainda atrai visitantes de outras regiões do país, somando um total de 18% de visitantes de fora do Estado.

Gráfico 4 – Grau de escolaridade dos visitantes da Fortaleza de Santa Catarina

Fonte: dados da pesquisa (2019). 54

Analisando os dados apresentados, percebeu-se que boa parte dos visitantes possuem apenas o Ensino Básico (fundamental e médio), correspondendo a 44% dos visitantes da Fortaleza. Sendo assim, essas informações são extremamente relevantes para orientar a forma como a Fortaleza deve se planejar para se comunicar com seus visitantes. O Gráfico 4 mostra ainda que os outros 46% dos visitantes são constituídos de pessoas com nível superior (completo ou incompleto) e pós-graduados; acredita-se que isso se dá por ser um monumento histórico e cultural, que atrai pessoas em busca de conhecimento. Além disso, perguntamos aos visitantes de nível superior quais as suas áreas de formação, e as principais foram: Artes Visuais; Direito; Administração; Pedagogia; Serviço Social; Comunicação Social; Tecnologia da Informação; Matemática; Ciências Contábeis; Economia; Licenciatura e Ciências Biológicas. Com isso, pôde-se constatar, também com base no briefing, que a Fortaleza possui um fluxo considerável de pesquisadores que a buscam como fonte de informação, e que as pessoas que frequentam ou frequentaram cursos da área de Humanas interagem mais com a Fortaleza do que pessoas de outras áreas. Averiguamos também que as profissões dos visitantes são muito diversas – na tabela a seguir listamos as principais, de um universo de 50 entrevistados.

Tabela 3 – Profissão dos visitantes da Fortaleza de Santa Catarina

Principais profissões dos visitantes entrevistados Número de pessoas

Estudante 8

Vendedor(a) 4

Dona de casa 2

Auxiliar de serviços gerais 2

Administrador(a) 2

Professor(a) 2

Auxiliar administrativo 2

Total 22 Fonte: Desenvolvido pelo autor do programa (2020).

Constatou-se que um número significativo dos visitantes é composto de estudantes, representando 16% do total de entrevistados. As demais profissões foram muito variadas e, entre elas, a que mais se destacou foi a de vendedor.

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Gráfico 5 – Renda dos visitantes da Fortaleza de Santa Catarina

Fonte: dados da pesquisa (2019).

O gráfico 5 mostra a renda mensal do público visitante do monumento, ele revela público da Fortaleza, provavelmente, é de pessoas de baixa renda. Se considerarmos que a Fortaleza é um monumento histórico e cultural, onde grande parte de seus visitantes possui apenas o Ensino Básico (conforme apresentado no gráfico 4), pode-se afirmar que ela possui um importante papel social perante a comunidade.

Gráfico 6 – Primeira ida dos visitantes à Fortaleza de Santa Catarina.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

A questão 6 teve como objetivo investigar se o público da Fortaleza é composto de visitantes de passagem ou se seu público tem o hábito de retornar ao monumento. Nesse sentido, percebeu-se que grande parte dos entrevistados estavam ali pela primeira vez (44%), porém a maioria estava retornando à Fortaleza após uma primeira visita, isso faz entender que trata-se de um local que, por motivos variados, instiga o retorno dos visitantes. 56

Gráfico 7 – Meios pelos quais os visitantes tiveram conhecimento da Fortaleza de Santa Catarina.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

O gráfico 7 mostra que os 44% dos visitantes da instituição ficaram sabendo da existência da Fortaleza através de amigos, ou seja, por meio de conhecimento informal, o famoso “boca a boca”. Além disso, destaca-se que 28% dos visitantes foram até o monumento através de passeios organizados pelas escolas e 14% foram através de agências de turismo. Assim, pode-se concluir que as instituições de ensino e as agências de turismo incentivam a visita ao monumento e que parcerias estratégicas com esses parceiros podem potencializar o número de visitantes da Fortaleza. Os dados ainda revelam a precária presença digital da Instituição e a falta de divulgação pelos meios tradicionais de mídias, como jornal, rádio e Televisão. Tal constatação aponta para um grande problema comunicacional, pois, em dias atuais, onde o mundo está cada vez mais conectado, para que se obtenha um gerenciamento eficaz da comunicação, é necessário um equilíbrio entre comunicação dirigida e massiva, para que se possa obter os resultados desejados.

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Gráfico 8 – Motivos que levam os visitantes à Fortaleza de Santa Catarina

Fonte: dados da pesquisa (2019).

O gráfico 8, por sua vez, mostra os motivos pelos quais os visitantes decidiram visitar a Fortaleza. Analisando o gráfico, percebe-se que um grande número dos visitantes vai levar a família para passear (30%), ou mora na comunidade (20%), totalizando 50% dos visitantes. Entretanto, analisando mais a fundo, podemos perceber que 24% das pessoas são guiadas, ou seja, foram induzidas a estar ali, seja por excursão escolar (12%) ou turística (12%), o que representa um número baixo, que poderia ser fortalecido através de parcerias com essas organizações. Observa-se, também, que 20% dos visitantes reconhecem que ali é um monumento histórico e o visitam para contemplar a sua bagagem cultural. Ademais, um pequeno público frequenta o monumento para tirar fotos (4%), reconhecendo a beleza do local.

Gráfico 9 – Os visitantes indicariam a visita à Fortaleza de Santa Catarina.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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A questão 9 teve por objetivo averiguar se as pessoas indicariam a Fortaleza para visitação. De acordo a pesquisa, 92% dos visitantes a indicam, então podemos pressupor que os visitantes ficaram satisfeitos com a visita ao monumento. Além disso, indagou-se por qual motivo eles indicariam a Fortaleza, grande parte dos visitantes mencionaram o fator histórico, que julgam ser interessante; outros, porque é um lugar bonito; e outros não indicariam a Fortaleza, por verem “apenas muros”, ou seja, não é atrativa. Diante disso, os próprios visitantes contribuíram com algumas sugestões, que poderiam vir a ser adotadas pela Fortaleza, como: colocar lixeiras e ter mais cuidado com a estrutura e a limpeza; empregar estagiários; tornar a visita mais interativa; melhorar o treinamento dos guias, para que possam detalhar mais a história da Fortaleza e, assim, contribuir para o turismo da região; incentivos por parte do Estado, para divulgação e mais guias disponíveis para apresentar a localidade aos visitantes; desenvolver projetos com bandas, movimentos sociais e demais artistas e artesões; melhorar e aumentar a divulgação, por meio de pessoas qualificadas para falar da História e dos materiais históricos encontrados lá; melhorar a conservação; abrir um restaurante; e colocar música ao vivo nos fins de semana, além de lojas artesanais para atrair turistas.

3.8.2 Entrevista com gestores, voluntários e a comunidade local

A partir dos discursos obtidos por meio de entrevistas com gestores (o presidente da Fundação Forte de Santa Catarina, o assessor de marketing da Empresa Paraibana de Turismo – PBTUR, a Secretária de Turismo de Cabedelo), um voluntário e um membro da comunidade, pode-se destacar três classes temáticas gerais da pesquisa, são elas: turismo, investimentos e comunicação. Essas classes temáticas formaram seis categorias e catorze subcategorias, como se pode ver no quadro a seguir:

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Quadro 4 – Classes temáticas e categorias dos discursos emitidos

Classe Temática Categoria Sub Categoria

Concorrentes

Turismo no Estado Planejamento Turismo Estratégias

Responsabilidade Administração

Treinamentos

Apoio logístico Manutenção Investimentos Infraestrutura

Oficinas Parceria Eventos

Visibilidade Gestão compartilhada Dificuldades

Voluntários Comunicação Conscientização Ações Mídias

Fonte: elaborado pelo autor com base na pesquisa (2020).

3.8.2.1 Turismo

Para esta classe temática, surgiu apenas uma categoria e, essa, para uma melhor compreensão, foi dividida em três subcategorias: concorrentes, planejamento e estratégias.

3.8.2.1.1 Turismo no Estado

Com base nas entrevistas, pôde-se constatar que os gestores não possuem um dado preciso de quantas pessoas visitam a Paraíba. Segundo o representante da PBTUR, o que existe é uma estimativa, por meio da ocupação dos hotéis, pousadas, quantidade de voos e números de clientes que contratam empresas do turismo. Entretanto, segundo a administração da Fortaleza de Santa Catarina, estima-se, de acordo com a bilheteria do monumento, que ela recebe 60 mil visitantes por ano. Perguntou-se aos gestores quais os principais pontos turísticos da grande João Pessoa e quais os principais seriam os principais concorrentes da Fortaleza. A Secretária de Turismo de 60

Cabedelo listou dois: o Pôr do sol do Jacaré e o passeio a Areia Vermelha. Ela acrescentou que, na sua visão, não há concorrência entre eles, pois, normalmente, estabelece-se um roteiro, onde se pode contemplar o passeio a Areia Vermelha no período da manhã, a Fortaleza à tarde e o Pôr do sol do Jacaré ao final do dia. Já o representante da PBTUR listou, como principais pontos turísticos, a Igreja de São Francisco, a Fortaleza e o Pôr do sol do Jacaré, segundo ele, esses pontos são visitados por 80% dos turistas que utilizam serviços guiados, por meio de agências, e estas elaboram roteiros para contemplá-los de forma igual. Em relação ao planejamento para atrair os turistas, a PBTUR e a Secretaria de Turismo de cabedelo contemplam a Fortaleza por meio de sítios na Internet e em alguns folders, que são distribuídos em eventos e feiras para agências de turismo. Além disso, segundo os gestores, não existe um material exclusivo ou que dê um destaque a Fortaleza. A estratégia usada, segundo a administração da Fundação, é o “boca a boca”, o que nos faz pressupor que não existe um planejamento integrado entre eles. Segundo o membro da comunidade, se o Estado ou o Município dessem suporte, ou se a Fundação Fortaleza de Santa Catarina recebesse investimentos de empresas privadas, criar- se-ia condições para se realizar um trabalho mais eficiente, pois, vale lembrar que os únicos recursos do monumento vêm da bilheteria. Também, por meio de um planejamento voltado às redes sociais, seria possível promover-lhe mais visibilidade, atraindo, consequentemente, turistas de diversos Estados para conhecer a fortificação. Segundo o voluntário, inclusive, inúmeras vezes, ao encontrar turistas de diversos lugares do Brasil, o monumento sempre fora bastante elogiado.

3.8.2.2 Investimentos

Essa classe temática divide-se em três categorias: responsabilidade, apoio logístico e parcerias. Conforme apresentado a seguir.

3.8.2.2.1 Responsabilidade

A responsabilidade de administrar a Fortaleza, segundo a Secretaria de Turismo de Cabedelo, é do IPHAN; este, devido à falta de recursos, cede a Fortaleza para que a Fundação de Santa Catarina a administre. A Secretaria de Turismo reivindica ao IPHAN que a administração passe para a gestão da Prefeitura. A Fundação, entretanto, diz que “a Secretaria 61

do Município apresenta sempre muitas propostas, mas fazer, de fato, nunca o fez”; diz também que gostaria de utilizar o espaço apenas para promover cultura e que o cederia para outra administração, pois só está cuidando da Fortaleza porque não tem quem o faça. Percebe-se, portanto, a presença de discursos conflituosos entre a Prefeitura e a administração da Fortaleza.

3.8.2.2.2 Apoio logístico

Segundo representante da Fundação, a Fortaleza solicitou diversas vezes à Prefeitura apoio logístico e infraestrutura para suas atividades, como o aumento de postes de iluminação no entorno, apoio da guarda municipal, produtos de limpeza, treinamentos de guias etc. Porém, o Município, muitas vezes, não atende à demanda, pois alega que a administração utiliza a verba, quando enviada, para outras prioridades que não o fim destinado. A administração do monumento solicita, também, apoio ao IPHAN, como investimentos para manutenção, infraestrutura e treinamentos de guias; contudo, segundo o Presidente, “nunca chegou verba”.

3.8.2.2.3 Parceria

A Fortaleza, na visão do Presidente da Fundação, deveria ser um centro de cultura, proporcionando atividades culturais para a população e a comunidade local; todavia, devido à falta de apoio governamental, as atividades são limitadas. Segundo a administração, “a Fortaleza possui algumas parcerias estratégicas para se manter funcionando – uma delas é a parceria com a FFSC, e a outra é com a AACC”. Essas parcerias ajudam a manter o monumento funcionando. A proximidade com Associação Artística Cultural de Cabedelo se faz essencial, pois, por meio dela, são realizadas parcerias com artistas locais para a realização de eventos de cunho cultural. Além disso, a administração da Fortaleza realiza parcerias com empresas privadas e pessoas físicas para realização de eventos culturais, cerimônias e capacitação, como oficinas de artesanato, música, teatro etc. A parceria com a comunidade é de fundamental importância para a Fortaleza, pois, segundo o voluntário, foi a partir de uma ação comunitária que, há mais de 20 anos, surgiu a Fundação, criada para proteger o monumento. Perguntou-se a ele qual a importância da Fortaleza, e ele mencionou o fato de ser “um local de reflexão sobre a nossa história, que tem um trabalho social”. Já representante da comunidade acrescentou que “foi um local de muita 62

resistência e é o monumento militar mais importante da Paraíba”. Todavia, quando perguntamos se a comunidade frequenta a Fortaleza, o voluntário disse que, infelizmente, não tanto quanto deveria, porém participa em datas festivas, como a “Paixão de Cristo”, ou em atividades, como oficinas de artesanato e aulas de artes maciais; já o membro da comunidade disse que frequenta missas e o hasteamento da bandeira, às sextas feiras, e que outras pessoas da comunidade utilizam o espaço para treinar apresentações, ensaios musicais e aprender aulas marciais.

3.8.2.3 Comunicação

Para esta classe temática, surgiram duas categorias – gestão compartilhada e ações – que se dividiram em cinco subcategorias conforme apresentado a seguir.

3.8.2.3.1 Gestão compartilhada

A Fortaleza, hoje administrada pela FFSC, solicitou ao IPHAN que desenvolvesse uma gestão compartilhada com a Prefeitura e o Estado, para que seja pensada, em conjunto, uma forma de comunicação que dê visibilidade ao monumento. Segundo a Secretaria de Turismo do município, a Prefeitura tem total interesse por esse tipo de gestão. Constatou-se, contudo, que existe uma série de interesses que estão dificultando um acordo entre as partes. A Secretária de Turismo disse que “em 2013, a Secretaria de Cultura do município fez um levantamento do entorno da Fortaleza sobre suas lendas, a exemplo da ‘Mulher de branco’, e criou um passeio noturno, chamado de ‘Mistérios da Fortaleza’; entretanto, a falta de uma gestão compartilhada, entre a Prefeitura e a Fundação, faz com que atividades criativas esbarrem em outras atividades da Fundação”. Além disso, perguntou-se aos gestores o que eles poderiam fazer para dar mais visibilidade ao monumento, como resposta obteve-se que, o representante da PBTUR compra espaços em estandes e feiras de agências de turismo para divulgar os pontos turísticos da Paraíba. Além disso, a PBTUR disponibiliza sítios na Internet e compra espaços de televisão no Brasil e no exterior para essa mesma divulgação. Já a Secretaria de turismo de Cabedelo disse que “a Fortaleza não pertence à gestão municipal”; mesmo assim, atividades criativas levariam visibilidade ao monumento.

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3.8.2.3.2 Ações

As ações de comunicação da Fortaleza são muito limitadas devido à falta de apoio governamental à administração, que possui recursos escassos, provenientes apenas da bilheteria do monumento, o que dificulta até mesmo a distribuição de uma simbólica ajuda de custo aos colaboradores. Segundo o Presidente da Fundação, muitos voluntários até aparecem querendo ajudar, porém, não conseguem manter uma constância pois têm outras atividades a que precisam se dedicar. A PBTUR diz que a função da agência do Estado é a de dar suporte a atividades já existentes na Fortaleza e, como a Fortaleza não possui mídias, fica difícil o acompanhamento de suas atividades. Segundo o voluntário, a Fortaleza proporciona a conscientização histórica e a cidadania, sendo um lugar de manifestação cultural de extrema relevância para a cidade de Cabedelo. No entanto, suas atividades não são suficientemente divulgadas. Já o membro da comunidade reconhece que a Fortaleza já dá um grande apoio aos artistas e à comunidade local que queira se manifestar culturalmente, cedendo-lhes o espaço. Todavia, pontua que as ONGs que lá atuam deveriam tornar as aulas mais atrativas, para que um maior número de pessoas venha a aderir à luta pela defesa do patrimônio histórico do município. Ressalta ainda que “as pessoas não dão valor ao que é da terra, pois não são incentivados a apreciar e a viver a cultura local”.

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4 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico organizacional foi realizado a partir das informações levantadas através do briefing e da pesquisa de opinião. Esta etapa do programa de comunicação tem como papel fazer uma análise crítica do estado comunicacional no qual se encontra a Fortaleza de Santa Catarina. A partir deste diagnóstico é possível planejar ações para melhoria do sistema comunicacional da instituição. Com base nas informações coletadas, foi possível identificar pontos que precisam ser ajustados e melhorados para que a comunicação seja mais eficaz, dentro e fora da organização. Entre as falhas encontradas, pode-se começar citando a notória falta de sinalização dentro do monumento, tal sinalização poderia não apenas conduzir o visitante, como contar a história da Fortaleza. Os visitantes, muitas vezes desacompanhados de guias, só observam paredes. Entretanto, a administração da Fortaleza, buscando diminuir esta falha, treina pessoas da comunidade para serem guias voluntários, em troca essas pessoas recebem gorjeta por parte dos visitantes e uma ajuda de custo esporádica da instituição. Além disso, a sinalização referente a banheiros, lixeiras, salas de artesanatos e de preservação ao monumento são precárias ou inexistentes. A frágil e, até mesmo, inexistente sinalização no entorno da Fortaleza também é um fator importante a ser considerado para a diminuição dos visitantes, pois, a pouca sinalização cria uma confusão e dificulta a chegada à Fortaleza. Fora isso, a falta de segurança, iluminação e limpeza no entorno da Fortaleza são cruciais para a falta de atividades a noite. Neste caso, Políticas de segurança do Estado e da Prefeitura de Cabedelo poderiam fornecer este suporte, viabilizando a prática de atividades culturais no período noturno. Percebeu-se, também, descaso por parte das autoridades competentes em relação ao monumento. Isso porque, o IPHAN, que detém a guarda do mesmo, não dá nenhum apoio financeiro ou logístico para sua manutenção, muito menos para a promoção de eventos culturais. Já o município de Cabedelo, utiliza o monumento quando é conveniente, entretanto, também não fornece qualquer tipo de apoio, além disso, ainda luta pela guarda da Fortaleza para fins eleitoreiros. O Governo do Estado, por sua vez, não dá a visibilidade que poderia ao monumento através da PBTUR, porém se responsabiliza pelas contas de luz e água. Em relação a comunicação externa, percebeu-se que, atualmente, grande parte dos turistas são levados pela prática do “boca a boca”, além de serem provenientes, em sua maioria, da grande João Pessoa. Há falta de planejamento dos gestores da Fortaleza para criar e manter 65

redes sociais digitais atualizadas, em tempos de era digital é fundamental este investimento para que se consiga atrair mais visitantes, tendo em vista que um monumento histórico-militar, símbolo de grande resistência do Nordeste brasileiro, deveria ser de interesse nacional. Notou- se, ainda, que os gestores da Fortaleza esperam das autoridades a iniciativa de criar e manter redes sociais para o monumento, entretanto, a Fortaleza tem autonomia para produzir seu próprio conteúdo, criar redes e mantê-las atualizadas, o que falta são pessoas qualificadas e que se habilitem a manter este compromisso. Por outro lado, as limitações impostas pela falta de recursos financeiros, desmotiva a prospecção de novos membros e agentes culturais e limita os investimentos em comunicação, promoção de eventos e atrativos para os visitantes. De modo que, outro ponto levantado pelos turistas foi a falta de interação, exposições, divulgação das atividades das Fortaleza. Os visitantes necessitam de algo que mantenha o interesse deles e estimule seu retorno para participar de atividades e/ou eventos. Por fim, pode-se dizer, de forma sucinta, que os principais problemas do sistema comunicacional da Fortaleza de Santa Catarina são: 1 – A precária ou inexistente sinalização dentro e no entorno da Fortaleza; 2 – A falta de exposições dentro do monumento que promovam a cultura; 3 – Falta de apoio por parte autoridades competentes; 4 – Ausência de um profissional para planejar a comunicação organizacional do monumento; 5 – Falta de parcerias com produtores culturais e patrocinadores locais; 6 – Recursos escassos; 7 – Falta de uma identidade visual; 8 – Pouca ou nenhuma presença digital. Assim, conclui-se que a administração necessita urgentemente repensar a forma de comunicação realizada na Fortaleza, o que pode ser feito a partir de um programa de comunicação. Este programa deve ser pensado de maneira a deixar o monumento mais atrativo, de fácil compreensão para os visitantes e mais interativo, visando construir um relacionamento sólido com seus públicos.

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5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1 A COMUNICAÇÃO E SEU PAPEL NAS ORGANIZAÇÕES

As organizações da sociedade civil são importantes para o processo de fortalecimento da identidade, pois, segundo Paulo Freire “a liderança e o povo fazem juntos o aprendizado da autoridade e da liberdade verdadeira que ambos, como um só corpo, buscam instaurar, com a transformação da realidade que os mediatiza” (FREIRE, 1987 apud CANANÉA, 2016, p. 76). Seguindo essa linha de pensamento, os conhecimentos são produzidos a partir do aprendizado recíproco, mútuo, em que se juntam as experiências individuais e, assim, forma-se um novo conhecimento. A criação e construção de um bom relacionamento de uma organização com seus públicos exige que a comunicação seja pensada de forma estratégica - ela é peça fundamental para o sucesso de uma organização. De acordo com Matos (2014 apud ARAÚJO et al. 2018), a boa comunicação é condição básica para a saúde orgânica da cultura de uma organização, que consolida valores voltados para a unidade de pensamento e de ação. A comunicação é a troca de informações entre duas pessoas, grupos, empresas, instituições e organizações. Segundo Kunsch (2003, p. 89), “[...] a comunicação organizacional deve constituir-se num setor estratégico, agregando valores e facilitando, por meio das relações públicas, os processos interativos e as mediações”. As organizações devem ter esse departamento bem planejado, com objetivos definidos, para viabilizar toda a integração possível entre a organização e seus públicos.

5.1.1 A comunicação em ambiente digital

A globalização faz com que as empresas, cada vez mais, se aprimorem na maneira de se comunicar. Em tempos de Internet, WhatsApp e Instagram, a comunicação se tornou peça- chave para o sucesso de uma organização, já que as organizações, para alcançar o sucesso desejado no mercado, precisam promover o desenvolvimento desse setor, a fim de que, assim, possam cultivar bons relacionamentos com seus públicos. A comunicação faz parte desse processo organizacional básico na construção de uma imagem e identidade coorporativa 67

positiva, e se faz necessário acompanhar a dinamicidade do mercado (BEZERRA, OLIVEIRA, SANTOS, 2019). Por meio de estratégias diversas, as organizações tendem a adotar novas técnicas para sobreviver, nesse cenário, no qual a velocidade da informação é instantânea, que as mídias online se tornam as principais ferramentas utilizadas pelas organizações. Segundo Karhawi (2016), “as mídias sociais digitais são facilitadoras dos processos de reputação, pois permitem moldar as ações praticadas no ambiente digital de acordo com a imagem de si que se quer construir e divulgar” (KARHAWI apud SILVA, 2019. P. 7). As organizações, oferecendo, por meio de perfis nas redes sociais, conteúdo relevante, comunicação eficaz e diálogo presente com seus públicos, atingem, portanto, de forma simples e econômica, o alcance de qualquer pessoa (SILVA, 2019.) Isto é, por meio de medidas elementares, de baixo custo, como um perfil em uma rede social, é possível difundir uma imagem positiva da organização, informar a seu respeito e atrair seus públicos, mantendo, além disso, um relacionamento direto e proveitoso com seus stakeholders.

5.2 AS RELAÇÕES PÚBLICAS

O objeto de estudo das Relações Públicas encontra-se nas organizações e em seus públicos, pois esses se relacionam dialeticamente, promovendo e administrando relacionamentos. Esses relacionamentos não devem ser feitos de maneira improvisada, dado que as estratégias devem ser pensadas e planejadas para contribuírem com o cumprimento dos objetivos globais e de responsabilidade social das organizações, mediante o desempenho de funções e atividades específicas (KUNSCH, 2002.) As organizações têm compromissos e obrigações com a sociedade, e essas ultrapassam os interesses econômicos, visto que, as organizações devem prestar conta ao se posicionarem institucionalmente, assumindo sua missão de integrar a sociedade. Diante disso, o estabelecimento de canais de comunicação com os públicos se faz necessário, para que políticas sejam pensadas de forma estratégica, visando contribuir para o cumprimento da responsabilidade social e dos seus interesses empresariais (KUNSCH, 2002). Nesse sentido, o Relações Públicas agrega valor ao administrar, estrategicamente, a comunicação organizacional, facilitando processos interativos. O Relações Públicas, tradicionalmente, concentra-se no âmbito empresarial, embora o fortalecimento da sociedade 68

civil tenha descoberto um vasto campo de trabalho a ser explorado por esse profissional (KUNSCH, 2002.) Segundo Margarida Kunsch (2002), “as Relações Públicas enfatizam o lado institucional e corporativo das organizações. Em síntese, identificam os públicos, supervisionam e coordenam programas de comunicação com públicos, preveem e gerenciam conflitos e crises” KUNSCH, 2002. P. 95). Assim sendo, o profissional de Relações Públicas age como um mediador entre as organizações e os públicos.

5.2.1 Relações Públicas no Terceiro Setor

Em um mundo cada vez mais globalizado e com informação instantânea, a comunicação se torna uma ferramenta chave na construção e manutenção da imagem de uma organização. O Relações Públicas, em sua essência, tem um caráter social, contribuindo com seu papel de influenciador e facilitador entre a sociedade civil, as empresas privadas e o Estado (KUNSCH, 2002). Diante disso, e devido à globalização, novas oportunidades de trabalho se abrem para esses profissionais. No Brasil, o Terceiro Setor vem se expandindo e, cada vez mais, tem impulsionado a realização de estudos acadêmicos – não somente para fins conceituais, mas sobre a sua importância na sociedade contemporânea e no mundo, crescentemente mais globalizado (KUNSCH, 2002). As missões e objetivos das organizações devem estar alinhados com o interesse do público-alvo. O profissional mais indicado para isso, devido à sua capacidade técnica, é o Relações Públicas, pois uma comunicação bem planejada permite negociar de forma mais eficaz, permitindo às organizações saber o que esperar de seus públicos, e aos públicos saber o que esperar delas (KUNSCH, 2002). Segundo Kunsch (2002) os profissionais de Relações Públicas “se limitam a ser agentes de uma esfera que compreende o universo das relações normativas e regulamentadas, quando, mesmo dentro do mundo sistêmico, poderiam ter uma atuação mais voltada para a esfera sociocultural (KUNSCH, 2002. p 147), Para Teixeira (2000), os profissionais de Relações Públicas deveriam fazer essa reflexão, pois estariam contribuindo “para manter a identidade social e cultural dos indivíduos e das comunidades, ao favorecer o compartilhamento de valores, [...], a comunicação de natureza mais popular e menos institucional” (TEIXEIRA, 2000, apud KUNSCH, 2002. p.147). 69

5.2.2 A identidade organizacional e sua importância

As características e os valores atribuídos pelos públicos às organizações formam sua identidade coorporativa – uma espécie de autorretrato das organizações. Essa identidade é formada pelo que a organização diz ser, pelo que ela realmente faz e pelo que os públicos dizem dela. Cees Van Riel (1995 apud KUNSCH, 2002. p. 172)) considera “a identidade a forma de uma organização se apresentar aos públicos”. Ou seja, a identidade é um conjunto de características que se formam a longo prazo (KUNSCH, 2002). Partindo do pressuposto de que toda organização possui uma vontade política de fazer um planejamento, seus gestores se perguntam sobre a razão de ela existir e, então, buscam por meio de levantamento de dados e de informações, reunir elementos fundamentais que permitam sua identificação e apresentação geral (KUNSCH, 2002). Esses elementos são extremamente importantes para a construção de uma missão, visão e valores. A missão de uma organização orienta a razão do ser, ou seja, o porquê de ela existir, e delimitam seu campo de atuação; a visão de uma organização se relaciona a forma como a organização quer ser vista, ou seja, aonde ela quer chegar; e os valores consistem nos costumes da organização, refletindo, assim, nas regras e na cultura organizacional (KUNSCH, 2002). Em suma, é preciso que o “autorretrato” da organização esteja claro e definido, para que a organização possa se projetar e ser compreendida, de forma fiel à sua identidade, por seus públicos.

5.3 TURISMO E A SINALIZAÇÃO DO AMBIENTE

O turismo é visto como uma alternativa de desenvolvimento econômico, mas, como qualquer outra atividade, precisa ser bem planejado, para que possa dar o retorno esperado. Isso inclui uma infraestrutura e uma comunicação eficaz, afinal o que está sendo ofertado é o local, e, como qualquer produto que esteja à venda, é preciso disseminar suas peculiaridades. O turismo, como atividade, está intricadamente ligado a uma gestão sustentável e um dos seus objetivos é o desenvolvimento local de forma equilibrada entre o visitante e os habitantes locais (SOUZA; ELIANE, 2006). Nessa perspectiva, surge a necessidade de uma boa sinalização, contribuindo com uma vida harmônica entre os turistas e os habitantes da região, visto que uma sinalização pensada e 70

planejada auxilia e desperta os interesses dos visitantes, estimulando, ainda mais, a valorização e o desenvolvimento (SOUZA; ELIANE, 2006). Entre as várias formas de comunicação, existem as linguagens não verbais, constituídas de gestos e de símbolos. Nesse sentido, a sinalização dos ambientes turísticos deve ser de fácil compreensão e autoexplicável, induzindo o turista a consumir o local como um todo (SOUZA; ELIANE, 2006). Rocha (2003. p. 169) diz que, “quando se observa uma cidade, uma praça, um monumento, eles falam uma mensagem inserida num texto não-verbal, a espera de uma interpretação por parte de quem os observa”. Entretanto, a mensagem é interpretada de diferentes formas para cada observador, assim, a intenção de uma sinalização planejada é a de que seja de fácil compreensão e o mais fiel possível ao que se quer transmitir (ROCHA, 2003 apud SOUZA; ELIANE, 2006). Segundo Souza e Eliane (2006. P.169), “a sinalização turística como técnica de comunicação busca ‘fazer saber’ a cultura, a história e os ambientes do lugar, ‘tornando-os comuns’ aos visitantes através de linguagem específica e utilização de símbolos e signos, estimulando e dando significado à experiência do visitante” (SOUZA; ELIANE, 2006). Sendo assim, faz-se mister uma sinalização bem planejada, de forma que o público possa explorar e reconhecer a importância de cada local, artefato, espaço ou monumento na construção da identidade do lugar.

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6 PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS

Este programa foi elaborado com base nos dados coletados no briefing e na pesquisa de opinião, que resultou no diagnóstico. Após analisar todo o cenário da organização, do ponto de vista comunicacional, e os serviços disponibilizados pela Fortaleza de Santa Catarina, enumeramos algumas propostas de ações, que visam corrigir os problemas relacionados à comunicação interna e externa do monumento. As ações sugeridas intencionam melhorar o relacionamento do monumento com seus visitantes, gestores, voluntários e comunidade em geral.

6.1 MISSÃO DA COMUNICAÇÃO

A comunicação da Fortaleza, enquanto monumento público, deve atentar para alguns dos princípios básicos da constituição de 1988, como o da impessoalidade, no sentido de que a Fortaleza pertence ao patrimônio cultural e artístico nacional, sobrepondo-se a interesses pessoais de seus administradores e governantes, e ao da publicidade, levando em conta a importância de uma livre manifestação cultural, tornando públicas todas as suas atividades, convidando o povo a integrar o espaço que lhe pertence. A comunicação é um instrumento vital, portanto, para a “defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro”, para a “promoção e difusão de bens culturais”, para a “democratização do acesso aos bens de cultura” e para a “valorização da diversidade étnica e regional” (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, artigo 216, §3º, I, II, IV e V).

6.2 AÇÕES PROPOSTAS

Devido às deficiências comunicacionais encontradas na realização do diagnóstico organizacional, foram elaboradas oito ações, visando aprimorar o relacionamento da Fortaleza de Santa Catarina com seus públicos: definição da identidade organizacional; criação de uma identidade visual; mapa da Fortaleza; reestruturação do perfil do Instagram e criação de uma página no Facebook; placas de sinalização; mural de fotografias; capacitação dos guias; e projeto cultural “Muralhas da Nação”. Conforme apresentado a seguir. 72

6.2.1 Ação nº 1: Definição da Identidade Organizacional

6.2.1.1 Justificativa

A missão, visão e valores são métodos norteadores, que definem as organizações. As organizações, por meio da missão, expressam o papel que possuem na sociedade; a visão onde elas querem chegar e seus valores são seus princípios, que estão enraizados na sua identidade. Devido ao fato de a Fortaleza não ter uma identidade organizacional estabelecida de forma escrita, a proposta desta ação se faz necessária.

6.2.1.2 Objetivos geral

Definir a identidade organizacional do monumento.

6.2.1.3 Objetivo específico

• Estabelecer a missão para que sirva de condução para o planejamento; • Estabelecer a visão para nortear as metas e objetivos; • Descrever os valores de forma clara, para que seus colaboradores possam se basear e entender o posicionamento da organização.

6.2.1.4 Público alvo

Todos os públicos.

6.2.1.5 Estratégia

Construir a identidade organizacional por meio de dados obtidos durante toda a pesquisa institucional e de opinião.

73

6.2.1.6 Avaliação

A missão, visão e valores serão apresentados ao Presidente da Fundação Fortaleza de Santa Catarina, que administra o monumento, a fim de que seja avaliada por ele e por seus membros.

6.2.1.7 Orçamento

Não haverá custo para a realização da Ação na Fortaleza, visto que o autor desta pesquisa é apto a executar esta ação.

6.2.1.8 Cronograma

Quadro 5 – Cronograma para realização da ação nº 1

Atividade Janeiro Fevereiro Março

Planejamento X

Execução X

Avaliação X

Fonte: elaborado pelo autor, com base na pesquisa (2020).

6.2.2 Ação nº 2: Criação de uma identidade visual

6.2.2.1 Justificativa

A identidade visual é parte primordial para a construção da imagem de uma organização, pois é ela que mantém a individualidade da instituição. Ela precisa ser única e reconhecida de forma simples e clara por seus públicos.

6.2.2.2 Objetivo geral

Criar uma identidade visual para a instituição, de modo que ela seja reconhecida e identificada facilmente pelos seus stakeholders, revertendo-se de forma positiva à Fortaleza, e seja coerente com sua identidade organizacional.

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6.2.2.3 Objetivo específico

• Identificar a instituição perante os públicos; • Dar padronização visual das comunicações entre a Fortaleza e seus públicos; • Fortalecer a imagem da instituição.

6.2.2.4 Público alvo

Todos os públicos.

6.2.2.5 Estratégia

A contratação de um designer, por ser um profissional especializado em criação, para a construção de uma identidade visual da Fortaleza, contendo logotipo e padronização dos uniformes.

6.2.2.6 Avaliação

Apresentaremos a criação da identidade ao Presidente da Fundação Fortaleza de Santa Catarina, que a administra, e aos membros da Fortaleza.

6.2.2.7 Orçamento

Tabela 4 – Criação de uma identidade visual. Recursos Humanos Itens Valor

Logotipo R$ 620,00 Designer Padronização dos uniformes R$ 80,00 Total R$ 700,00 Fonte: Elaborada pelo autor (2020).

75

6.2.2.8 Cronograma

Quadro 6 – Criação de uma identidade visual.

Atividade Janeiro Fevereiro Março

Planejamento X

Execução X

Avaliação X

Fonte: Elaborado pelo autor, com base na pesquisa (2020).

6.2.3 Ação nº 3: Mapa da Fortaleza

6.2.3.1 Justificativa

A pouca ou inexistente sinalização na Fortaleza leva os turistas a não contemplarem todos os serviços e histórias que o monumento oferece – muitas vezes, os turistas têm que recorrer a funcionários para obter informações, e esses nem sempre dispõem de todas as informações. Dessa maneira, esta ação sugere que seja feito um mapa das instalações da Fortaleza, para que o público conheça melhor cada local e os serviços do monumento.

6.2.3.2 Objetivos geral

Mapear todos os ambientes da Fortaleza e expô-los aos visitantes, para que possam descobri-la e contemplá-la em sua plenitude.

6.2.3.3 Objetivo específico

• Facilitar o acesso as instalações da Fortaleza aos visitantes e frequentadores; • Despertar o interesse do público que visita a Fortaleza; • Minimizar a deficiência da falta de guias.

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6.2.3.4 Público alvo

Visitantes da Fortaleza.

6.2.3.5 Estratégia

Visitação in loco, para observação minuciosa dos compartimentos da Fortaleza e reprodução do que for constatado em um mapa, por meio de uma arte gráfica atrativa e legível, feita com auxílio de um designer.

6.2.3.6 Avaliação

Perguntar aos visitantes, por meio de uma pesquisa informal, se as informações contidas no mapa são úteis e esclarecedoras.

6.2.3.7 Orçamento

Tabela 5 – Mapa da Fortaleza.

Recursos Humanos Itens Valor

Arte do mapa R$ 150,00

Designer Confecção do banner R$ 50,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2020).

6.2.3.8 Cronograma

Quadro 7 – Mapa da Fortaleza.

Atividade Janeiro Fevereiro Março

Planejamento X

Execução X

Avaliação X

Fonte: Elaborado pelo autor, com base na pesquisa (2020). 77

6.2.4 Ação nº 4: Restruturação do perfil no Instagram e criação de uma página no Facebook

6.2.4.1 Justificativa

Foi constatado, durante a pesquisa, a ausência da Fortaleza nas mídias sociais, dificultando, consequentemente, o acesso às informações solicitadas pelo público em geral. Diante disso, é possível propor o resgate de um perfil no Instagram, criado por um membro da comunidade local, com a finalidade de difundir a imagem, eventos e serviços da Fortaleza, e de expressar um posicionamento oficial da gerência do monumento, o que acarretará mais visibilidade para a organização.

6.2.4.2 Objetivos geral

Promover a Fortaleza por meio das mídias, oferecendo conteúdo relevante aos seus públicos.

6.2.4.3 Objetivo específico

• Divulgar eventos e serviços oferecidos pela Fortaleza; • Disponibilizar informações oficiais sobre o monumento; • Aproximar os públicos da Fortaleza; • Obter feedback dos visitantes; • Atrair mais visitantes para a Fortaleza.

6.2.4.4 Público alvo

Visitantes, comunidade, imprensa e poder público.

6.2.4.5 Estratégia

Por meio de contato com o dono do perfil não-oficial no Instagram, reformular e acrescentar postagens, dando-lhe as orientações de como manusear a plataforma posteriormente. Além disso, criar uma página no Facebook, que, conectada ao perfil no 78

Instagram, será utilizada para divulgar as ações culturais, eventos, notas oficiais e informações relevantes ao interesse público.

6.2.4.6 Avaliação

Será realizada uma pesquisa informal com os seguidores do perfil no Instagram, perguntando-lhes se estão gostando do conteúdo publicado.

6.2.4.7 Orçamento

O custo será de 80 reais, para que um designer faça artes padronizadas com o logotipo da instituição, que será somada a produção de conteúdo, que será de responsabilidade de um dos colaboradores da Fundação que administra a Fortaleza.

6.2.4.8 Cronograma

Quadro 8 – Restruturação do Instagram e Facebook.

Atividade Janeiro Fevereiro Março

Planejamento X

Execução X X

Avaliação X

Fonte: Elaborado pelo autor, com base na pesquisa (2020).

6.2.5 Ação nº 5: Placas de sinalização

6.2.5.1 Justificativa

De acordo com o diagnóstico da pesquisa, a sinalização do monumento é pouca ou inexistente, tanto na área interna e externa, como também no seu entorno. Em toda organização, é de extrema importância que placas informativas estejam presentes, para dar fluidez as pessoas, sejam elas visitantes ou membros internos.

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6.2.5.2 Objetivos geral

Criar sinalização interna e externa à Fortaleza que facilite o acesso às suas dependências e torne a visita mais atrativa, gerando envolvimento entre a Fortaleza e os seus públicos, despertando curiosidade, emoções e interesse em conhecer mais o monumento e sua história.

6.2.5.3 Objetivo específico

• Facilitar o fluxo dos públicos – incluindo recursos de acessibilidade; • Facilitar o acesso à informação e tornar a visita mais atrativa, valorizando o monumento e realçando suas peculiaridades.

6.2.5.4 Público alvo

Visitantes e comunidade em geral.

6.2.5.5 Estratégia

Solicitar ao DNIT que coloque placas de sinalização no entorno da Fortaleza, para facilitar o acesso das pessoas ao monumento. Para a área externa, placas de sinalização deverão ser colocadas em frente à Fortaleza e, para a área interna, deve-se colocar placas em todas as suas dependências, informando e facilitando o acesso a história da edificação militar.

6.2.5.6 Avaliação

Será realizada uma pesquisa de satisfação com os visitantes do monumento.

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6.2.5.7 Orçamento

Tabela 6 – Placas de Sinalização Recursos Humanos Itens Valor

Projeto de sinalização interna R$ 300,00

Designer Projeto de sinalização externa R$ 500,00

Total R$ 800,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2020).

6.2.5.8 Cronograma

Quadro 9 – Placas de sinalização.

Atividade Janeiro Fevereiro Março

Planejamento X

Execução X

Avaliação X

Fonte: Elaborado pelo autor, com base na pesquisa (2020).

6.2.6 Ação nº 6: Mural de fotografias

6.2.6.1 Justificativa

De acordo com a pesquisa de opinião, os visitantes desconhecem as atividades realizadas na Fortaleza. Diante disso, esta ação se faz necessária para que se dê mais visibilidade às atividades realizadas pelo monumento, criando um mural de memórias da atuação da instituição.

6.2.6.2 Objetivos geral

Criar um mural de memórias que conscientize os visitantes do papel social que a Fortaleza exerce.

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6.2.6.3 Objetivo específico

• Mostrar o papel social da Fortaleza para os visitantes; • Prestigiar o trabalho de seus colaboradores e voluntários;

6.2.6.4 Público alvo

Todos os públicos.

6.2.6.5 Estratégia

Produzir um mural de fotos das atividades realizadas pela Fortaleza, com 4x2m, que será colocado em uma das paredes da Casa do Capitão-Mor, visto que esse ambiente do monumento recebe um grande fluxo de turistas.

6.2.6.6 Avaliação

Será feita uma pesquisa de opinião com os visitantes e membros da Fortaleza, para averiguar se as imagens disponibilizadas produziram os efeitos almejados por esta ação, e se eles ficaram satisfeitos com as informações sobre atividades realizadas no monumento, disponibilizadas por meio das fotografias.

6.2.6.7 Orçamento

Tabela 7 – Mural de Fotos Recursos Humanos Itens Valor

Fotos das atividades realizadas na R$ 00,00 Fortaleza Pesquisador e

Membros da Fundação Quadro de Fotos R$ 80,00

Total R$ 80,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2020).

82

6.2.6.8 Cronograma

Quadro 10 – Mural de Fotos.

Atividade Janeiro Fevereiro Março

Planejamento X

Execução X

Avaliação X

Fonte: Elaborado pelo autor, com base na pesquisa (2020).

6.2.7 Ação nº 7: Capacitação dos Guias

6.2.7.1 Justificativa

O acesso à informação é um direito fundamental, garantido pela Constituição Federal brasileira de 1988 (art. 5º, XIV e XXXIII; art. 37, §3º, II; e art. 216, §2º), regulamentado, no ordenamento jurídico brasileiro, pela Lei 12.527 de 2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação. A prerrogativa constitucional garante que todo cidadão tenha o direito a receber informações de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; ela assegura também o direito de acesso aos registros administrativos e a informações sobre atos de governo (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988). Dessa forma, faz-se necessário viabilizar a disponibilização da informação sobre todos os aspectos referentes à Fortaleza.

6.2.7.2 Objetivos geral

Capacitar os guias da Fortaleza, a fim de que disponham de informações fidedignas sobre o monumento para apresentar ao público.

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6.2.7.3 Objetivo específico

• Dotar os guias de informações minuciosas, claras e coerentes com a história do monumento, sobre os pormenores de sua construção e sobre sua importância histórica, bélica e náutica para a cultura local e nacional. • Tornar a visita à Fortaleza mais atrativa aos públicos; • Disseminar a história e a cultura da Fortaleza.

6.2.7.4 Público alvo

Todos os públicos.

6.2.7.5 Estratégia

Fazer um levantamento de dados com historiadores e parceiros da Universidade Federal da Paraíba que dominem o tema da colonização brasileira e do período imperial do país. Após o levantamento das informações, montar um minicurso de capacitação para os membros e guias voluntários da Fortaleza, que será constituído de material de estudo para os guias e de uma apresentação, ministrada por um profissional de comunicação, com o apoio dos historiadores.

6.2.7.6 Avaliação

Um questionário será aplicado, informalmente, aos visitantes da Fortaleza e uma pesquisa informal será realizada entre os seus membros.

6.2.7.7 Orçamento

Tabela 8 – Capacitação dos guias.

Recurso Humanos Itens Valor

Profissional de Relações Públicas Notebook e material impresso R$ 1.500,00

Seleção dos arquivos históricos Historiadores sobre a Fortaleza e seu papel R$ 5.000,00

histórico e militar. Fonte: Elaborado pelo autor (2020). 84

6.2.7.8 Cronograma

Quadro 11 – Capacitação dos guias.

Atividade Janeiro Fevereiro Março

Planejamento X

Execução X

Avaliação X

Fonte: Elaborado pelo autor, com base na pesquisa (2020).

6.2.8 Ação nº 8: Projeto cultural “Muralhas da Nação”.

6.2.8.1 Justificativa

O projeto cultural se justifica pela necessidade de democratização da cultura, defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro. Por meio do empoderamento das pessoas, configurado como um processo educativo e conscientizador, permitirá aos cidadãos o exercício dos plenos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, art. 215).

6.2.8.2 Objetivo geral

Criar e executar um projeto cultural que promova a cultura e traga visibilidade e renda à Fortaleza, atraindo novos públicos ao monumento e aproximando a comunidade.

6.2.8.3 Objetivos específicos

• Trazer renda à Fortaleza, mediante leis de incentivo; • Promover a cultura e a história da Paraíba, em especial, a de Cabedelo; • Dar maior visibilidade à Fortaleza; • Potencializar a visitação dos turistas ao monumento;

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6.2.8.4 Público alvo

Todos os Públicos.

6.2.8.5 Estratégia

O projeto será constituído de três fases – a primeira será de a elaboração; a segunda, de exposições de material bibliográfico e bélico, do século XV ao século XVIII; e a terceira, de realização de oficinas de capacitação e difusão da cultura para a comunidade local. A etapa de elaboração contará com três historiadores e um profissional de Relações Públicas, quando será feito um levantamento de dados sobre a construção e a história da Fortaleza, possíveis patrocinadores para o projeto e formatação do material que será exposto. A segunda etapa consistirá na realização das exposições dos dados levantados durante a primeira fase, que ocorrerão dentro do monumento, com o objetivo de atrair mais visitantes e o empoderar as pessoas. Por fim, a terceira fase contemplará a comunidade local com cursos de capacitação e difusão da cultura regional, por meio de oficinas de dança, teatro, fotografia, artesanato etc. Todo o projeto será financiado através das leis de incentivo.

6.2.8.6 Avaliação

Será realizada uma pesquisa com o Presidente da Fundação, membros da Fortaleza, comunidade local, patrocinadores e apoiadores, mediante elaboração de um questionário sobre os diversos pontos do projeto.

6.2.8.7 Orçamento

O projeto está em fase de planejamento, logo o orçamento ainda não pode ser definido, devido à sua alta complexidade.

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6.2.8.8 Cronograma

Quadro 12 – Projeto Muralhas da Nação. Ago- Abr- Atividade Jan-Abr/2019 Maio/2019 Jun/2019 Jul/2019 Jan/2020 Jan/2020 Dez/2020

Planejamento X Envio do projeto ao X IPHAN Revisão X Envio para o ministério da X cultura Captação de recursos X

Execução X

Avaliação X Fonte: Elaborado pelo autor, com base na pesquisa (2020).

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7 RELATÓRIO DAS AÇÕES

Este programa de Relações Públicas para a Fortaleza de Santa Catarina se desenvolveu por meio da elaboração de oito ações, cujo a intenção é o de aprimorar todo o processo comunicacional da Fortaleza, são elas: definição da identidade organizacional, criação de uma identidade visual, mapa da Fortaleza, reestruturação do perfil no Instagram e criação de uma página no Facebook, placas de sinalização, mural de fotografias, capacitação dos guias e projeto cultural “Muralhas da Nação”. Delas, as quatro primeiras já foram executadas; as outras quatro estão em processo de execução.

7.1 AÇÃO Nº1: DEFINIÇÃO DA IDENTIDADE ORGANIZACIONAL

7.1.1 Execução

Durante o processo de execução desta ação, foram levados em conta todos os dados obtidos durante a pesquisa institucional, as pesquisas de opinião e as conversas informais com os gestores da Fortaleza, com o objetivo de consolidar a sua identidade organizacional perante seus públicos. O material desenvolvido, que detalha a missão, visão e valores da Fortaleza de Santa Catarina, foi disponibilizado para os membros e visitantes do monumento, após ser apresentado ao Presidente da Fundação, para avaliação. A forma de expor a identidade organizacional foi através do stories do perfil oficial da Fortaleza no Instagram, devido ao alcance que essa ferramenta proporciona, conforme segue o material abaixo. Entretanto missão, visão e valores, a princípio, não ficaram em destaque nos stories nem no feed do Instagram, pois precisam ser aprovados em assembleia e registrados em cartório, o que deve acontecer futuramente.

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Figura 17 – Missão, visão e valores

Fonte: elaborado pelo autor com base na pesquisa (2020).

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Figura 18 – Publicação da Missão, visão e valores no Instagram da Fortaleza

Fonte: Perfil oficial da Fortaleza de Santa Catarina no Instagram (2020).

7.1.2 Avaliação

A proposta de missão, visão e valores foi apresentada ao Presidente da Fundação de Santa Catarina e a alguns colaboradores, após ter sido construída como fruto de um trabalho conjunto realizado com eles durante várias reuniões. Ao final, todos se manifestaram integralmente a favor desta definição organizacional, por ela refletir, de fato, o que a Fortaleza representa atualmente. Além disso, será feito um monitoramento a cada dois anos, pelos gestores do monumento, com o intuito de avaliar se está continua a atender ao perfil da Fortaleza de Santa Catarina.

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7.2 AÇÃO Nº 2: CRIAÇÃO DE UMA IDENTIDADE VISUAL

7.2.1 Execução

O logotipo foi criado por um designer e levou em consideração a missão, visão e valores da Fortaleza. Nele, busca-se representar a identidade do monumento, contemplando os quatro símbolos de sua história, a saber: 1 - a entrada do monumento, uma das partes mais antigas da construção; 2 - as lanças, que representam os Henriques4; 3 – os canhões, armamento bélico do monumento; 4 - os indígenas, que habitavam o local antes das invasões colonizadoras. Já as cores vermelho e preto representam as cores da bandeira do Estado da Paraíba, onde está localizada a Fortaleza.

Figura 19 - Logomarca

Fonte: Elaborada pelo autor, com auxílio do designer Bernardo Klostermann (2020).

Junto à criação do logotipo foi disponibilizado um manual básico de identidade visual (Apêndice F), cujo objetivo é orientar e facilitar a utilização correta dos elementos de identificação da Fortaleza de Santa Catarina. Foram criados, também, com a ajuda do designer, dois modelos de uniformes para os membros da Fortaleza, sendo o uniforme nº 1 utilizado em dias de eventos, como casamentos, festas, exposições e recepção ao turista, e o uniforme nº 2 empregado nas demais atividades.

4 Corpos militares cuja composição era de negros, que atuavam no esforço de defesa do litoral, entre os séculos XVI e XIX. 91

Figura 20 – Uniformes nº 1 e nº 2, respectivamente

Fonte: Elaborada pelo autor, com auxílio do designer Bernardo Klostermann (2020).

7.2.2 Avaliação

A avaliação foi realizada durante o processo de criação, mediante contato direto com os administradores da Fortaleza, visando atender às solicitações realizados por eles, e conforme a identidade organizacional do monumento, até chegar a um ponto em comum. Depois de finalizada a arte, ela foi apresentada aos membros; o logotipo passou a estar inserido nas redes sociais, na foto principal e nas publicações realizadas, e, além disso, em breve, será inserido também nos documentos futuros da Fortaleza; quanto aos uniformes, será solicitada uma encomenda futuramente. A ação também foi bem vista pela comunidade. Perguntou-se a alguns moradores de Cabedelo se a acharam positiva a iniciativa de elaborar uma identidade visual para a Fortaleza, e todos responderam que sim. Perguntou-se também, por meio de uma publicação no perfil da Fortaleza no Instagram, se os seguidores gostaram do logotipo proposto e, dentre os que responderam, todos se manifestaram positivamente à ação.

7.3 AÇÃO Nº 3: MAPA DA FORTALEZA

7.3.1 Execução

O mapeamento da Fortaleza foi realizado junto com membros do monumento, mediante observação in loco de todos os seus ambientes e características, e desenvolvido graficamente com a colaboração de um designer. A ideia de produzir este mapeamento foi tão bem aceita 92

pelos membros que, posteriormente, serão afixadas quatro placas dentro da Fortaleza contemplando os pontos considerados estratégicos da fortificação, além de uma placa na entrada para a orientação dos visitantes na chegada.

Figura 21 - Mapa da Fortaleza

Fonte: Elaborada pelo autor, com auxílio dos membros da Fortaleza e do designer Bernardo Klostermann (2020). 93

Figura 22 - Futura localização do mapa da Fortaleza.

Fonte: Autor do programa, com auxílio do designer Bernardo Klostermann (2020).

7.3.2 Avaliação

Para avaliar os resultados desta ação, consultamos cerca de vinte visitantes da Fortaleza, interrogando-os se eles consideravam as informações contidas no mapa úteis e esclarecedoras quanto aos aspectos da Fortaleza, e todos responderam que sim – alguns deles ressaltaram a importância de desenvolver o mapeamento para facilitar a visitação, por destacar os pontos estratégicos do monumento.

7.4 AÇÃO Nº 4: REESTRUTURAÇÃO DO PERFIL NO INSTAGRAM E CRIAÇÃO DE UMA PÁGINA NO FACEBOOK

7.4.1 Execução

Num primeiro momento, foi contatado o criador do perfil não-oficial da Fortaleza no Instagram, que é um membro da comunidade local, para que o perfil passasse ser administrado pelos membros da Fortaleza. Após a resposta afirmativa, realizou-se os ajustes necessários na página – como a organização do feed, criando uma identidade da mídia, e a realização de algumas postagens no novo modelo, de forma a atualizá-la. 94

Após isso, foram fornecidas dicas de como manter a interatividade com o público, preservando e aumentando o número de seguidores, que, na semana seguinte, aumentou de 380 para mais de 520, como se pode ver na figura 21.

Figura 23 – Evolução do perfil da Fortaleza no Instagram, de acordo com o número de seguidores

Fonte: Perfil oficial da Fortaleza de Santa Catarina no Instagram (2020).

Tal resultado positivo teve, também, a ajuda de duas parcerias realizadas com os perfis @hipster_cabedelense e @seligacabedelo, por meio de troca recíprocas de divulgações do perfil.

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Figura 24 – Parcerias realizadas com perfis locais no Instagram

Fonte: Perfil oficial da Fortaleza de Santa Catarina no Instagram (2020).

A seguir, pode-se visualizar a melhora da interatividade com os seguidores, devido às ações realizadas na conta, que saltaram de 7 para 359:

Figura 25 – Interatividade com o público no perfil da Fortaleza no Instagram

Fonte: Perfil oficial da Fortaleza de Santa Catarina no Instagram (2020). 96

Posteriormente, foi criada uma página oficial da Fortaleza no Facebook, integrada ao perfil do Instagram, para ter conformidade de publicações e atender as necessidades de divulgação da Fortaleza e de promoção de suas atividades.

Figura 26 – Página da Fortaleza de Santa Catarina no Facebook

Fonte: Perfil oficial da Fortaleza de Santa Catarina no Facebook (2020).

Por fim realizou-se um planejamento de conteúdo direcionado às redes sociais da Fortaleza de Santa Catarina, com o intuito de atender a uma demanda mensal. Esse planejamento contempla as principais atividades do monumento e tem como finalidade aperfeiçoar o relacionamento de seus públicos com a organização. É, portanto, uma ferramenta necessária para manutenção de seus stakeholders, além de atrair novos seguidores.

Quadro 13 – Planejamento mensal das redes sociais da Fortaleza Peças Quantidade Informativos 4 Atividades 20 Curiosidades 4 Datas comemorativas Quantas forem necessárias Promoção das parcerias realizadas 4 Divulgação dos membros aniversariantes do mês 1 Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 97

Cada categoria apontada na tabela se refere a:

▪ Informativos: informar ao público os últimos acontecimentos sobre a Fortaleza, sobretudo os que sejam de interesse público; ▪ Atividades: apresentar os eventos e ações realizadas dentro do monumento ou em parceria com ele; ▪ Curiosidades: publicações sobre a construção da Fortaleza e sua importância para a história da Paraíba; ▪ Datas comemorativas: datas importantes para a Fortaleza; datas importantes para cultural nacional; ▪ Promoção de parcerias realizadas: publicações de caráter promocional sobre os parceiros que colaboram para a manutenção das atividades realizadas na Fortaleza; ▪ Divulgação dos membros aniversariantes do mês: publicações de reconhecimento aos membros que ajudam no dia a dia da Fortaleza – essas publicações devem contar um pouco da história de cada colaborador;

Quadro 14 – Direcionamento das publicações para a Rede Peças Feed Stories

Informativos X

Atividades X

Curiosidades X

Datas comemorativas X X

Promoção das parcerias realizadas X

Divulgação dos membros aniversariantes do mês X Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

O planejamento foi desenvolvido com base no briefing e nas necessidades encontradas na organização. Esse deve seguir as seguintes diretrizes: todas as segundas divulgar os informativos em seu feed; as atividades devem ser divulgadas no stories, de preferência em tempo real que acontecem; as curiosidades devem ser postadas no feed, entretanto, deve acontecer uma chamada do stores para o feed; as datas comemorativas devem ser publicadas no feed; apublicação dos aniversariantes deve acontecer no início de cada mês no stories e colocadas em destaque.

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7.4.2 Avaliação

A avaliação desta ação foi feita por meio de enquete nos stories do perfil no Instagram, com a seguinte pergunta: “Vocês estão gostando do Instagram da Fortaleza?”, que obteve 63 visualizações até o momento e 38 respostas, sendo todas elas positivas. Considerando que essa avaliação reflete a aprovação das postagens que também vão para o Facebook, pode-se considerar que ambas as páginas estão sendo aprovadas pelo público. Ademais, nessa outra rede social, o perfil ainda obteve nota máxima (5,0) em avaliações espontâneas de dois de seus seguidores.

Figura 27 – Resultado da enquete realizada

Fonte: Perfil oficial da Fortaleza de Santa Catarina no Instagram (2020).

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8 CONSIDERAÇÕES

A ideia de desenvolver um Programa de Relações Públicas para uma organização do terceiro setor surgiu da vontade de investigar um campo profissional que ainda pode ser bastante explorado, por ser muito promissor para os profissionais da área. O exercício do profissional de Relações Públicas foi essencial para desenvolver este trabalho de conclusão de curso. Além disso, foi importante participar de uma pequena organização, visto que, muitas vezes, o Relações Públicas só é destacado em organizações de grande porte. Este trabalho traz uma contribuição para a sociedade, a partir da prática da responsabilidade social, uma vez que tenta democratizar e difundir um bem que é público e acessível a todos, além de, através dele, promover a cultura. O projeto, desenvolvido ao longo desses meses, permitiu a aplicação prática das teorias apresentadas durante a graduação, possibilitando uma maior compreensão dos desafios que constituem o planejamento e a execução de um projeto de Relações Públicas. Durante os encontros no monumento, desenvolveu-se uma verdadeira relação de parceria com os membros, os quais apresentaram uma Fortaleza ainda desconhecida. Isso permitiu embarcar na experiência da profissão, que é a de estabelecer uma comunicação simétrica, de duas vias, planejada, sucinta e eficaz para a organização. O apoio dos administradores foi fundamental para a aplicação deste programa, pois trabalhou-se em equipe e, sempre que foram solicitados, dispuseram-se a ajudar, compartilhando informações, experiências e dando apoio na elaboração e execução das ações. A primeira etapa foi a realização do briefing, que revelou vários aspectos da organização, desde sua estrutura organizacional, até seus stakeholders. Nessa etapa, foi possível fazer uma análise organizacional, identificando os pontos fracos que impactam a instituição, o que forneceu indícios para se levantar hipóteses sobre suas possíveis falhas. Na etapa seguinte, foi realizada uma pesquisa de opinião pública com gestores, voluntários, visitantes e a comunidade, quando foi possível notar que mesmo a Fortaleza sendo bem vista pela comunidade e pelos turistas, as autoridades não enxergam o potencial turístico desta instituição, resultando em um não investimento por parte do poder público. Além disso, a pesquisa pôde mapear o perfil dos públicos que frequentam a Fortaleza, e como eles descobriram o monumento, possibilitando, assim, fazer um planejamento de comunicação dirigida para esses públicos. Não obstante, mesmo com total apoio dos gestores, esbarrou-se em dificuldades financeiras, devido ao breve período para a execução das ações e 100

ao fato de que a Fortaleza não recebe apoio financeiro-governamental que lhe permita fazer investimentos de expansão de suas atividades. O programa mostra, portanto, que é possível trabalhar independentemente do porte da organização e de sua saúde financeira; o que se faz extremamente necessário é o apoio dos seus gestores e o comprometimento do profissional de Relações Públicas para trabalhar a identidade organizacional, a construção de uma imagem institucional e a manutenção de canais de comunicação com os públicos, de forma ética e responsável. Dessa forma, este programa foi de extrema importância para despertar um novo ciclo no gerenciamento da Fortaleza, inserindo a organização na era digital e mudando a visão dos gestores sobre a comunicação.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A

Entrevista para membros da comunidade

Tendo em vista que o turismo é um importante meio de desenvolvimento econômico para a sociedade, e que através dele é possível disseminar a cultura e a história de determinada região, nos propomos a investigar qual a atual situação da Fortaleza de Santa Catarina, importante monumento histórico situado no município de Cabedelo – PB, para entender seu papel no circuito turístico do estado e propor ações que colaborem para o seu desenvolvimento. Esta é uma pesquisa de cunho acadêmico que servirá de base para a elaboração do trabalho de conclusão de curso desenvolvido pelo discente Mártin Lucas Araújo Lucio, sob orientação do Professor Doutor Fellipe Sá Brasileiro e coorientado pela doutoranda Daniella Alves de Melo. O mesmo é exigido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Relações Públicas pela Universidade Federal da Paraíba. Dessa forma, elaboraram-se as questões apresentadas a seguir.

1. A comunidade frequenta a Fortaleza? O que geralmente as pessoas da comunidade fazem nesse espaço?

2. Qual a importância da Fortaleza para a comunidade?

3. O que a Fortaleza poderia proporcionar de atividades para a comunidade?

4. Como a Fortaleza poderia atrair mais visitantes? Isso seria bom para a comunidade?

5. O que a Fortaleza poderia fazer para se comunicar melhor com a comunidade?

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APÊNDICE B

Roteiro para entrevista – Membros da Fundação Fortaleza de Santa Catarina

Tendo em vista que o turismo é um importante meio de desenvolvimento econômico para a sociedade, e que através dele é possível disseminar a cultura e a história de determinada região, nos propomos a investigar qual a atual situação da Fortaleza de Santa Catarina, importante monumento histórico situado no município de Cabedelo – PB, para entender seu papel no circuito turístico do estado e propor ações que colaborem para o seu desenvolvimento. Esta é uma pesquisa de cunho acadêmico que servirá de base para a elaboração do trabalho de conclusão de curso desenvolvido pelo discente Mártin Lucas Araújo Lucio, sob orientação do Professor Doutor Fellipe Sá Brasileiro e coorientado pela doutoranda Daniella Alves de Melo. O mesmo é exigido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Relações Públicas pela Universidade Federal da Paraíba. Dessa forma, elaboraram-se as questões apresentadas a seguir.

1. Quais estratégias estão sendo utilizadas para atrair visitantes à Fortaleza? E para trazer novos voluntários? O que a Fortaleza tem de diferencial para que as pessoas tenham interesse em visitá-la?

2. No seu ponto de vista, quais as deficiências comunicacionais (internas e externas) da Fortaleza e quais suas causas?

3. Existe uma estratégia ou planejamento de comunicação para divulgar a Fortaleza? Nesse sentido, como você avalia as ações de comunicação da Fundação Fortaleza de Santa Catarina?

4. O que você acha que a Fundação poderia fazer para melhorar sua comunicação interna? O que ela poderia fazer para divulgar a Fortaleza para os turistas?

5. O que a gestão faz para obter recursos para a Fortaleza? Como esses recursos são utilizados?

6. Qual a colaboração do Instituto do Patrimônio Histórico para o funcionamento da Fortaleza (especialmente na parte de comunicação)?

7. Qual a colaboração que a Secretaria de Turismo do Estado e do Município dá à Fortaleza (especialmente na parte de comunicação)?

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APÊNDICE C

Roteiro para entrevista – Empresa Paraibana de Turismo (PBTUR)

Tendo em vista que o turismo é um importante meio de desenvolvimento econômico para a sociedade, e que através dele é possível disseminar a cultura e a história de determinada região, nos propomos a investigar qual a atual situação da Fortaleza de Santa Catarina, importante monumento histórico situado no município de Cabedelo – PB, para entender seu papel no circuito turístico do estado e propor ações que colaborem para o seu desenvolvimento. Esta é uma pesquisa de cunho acadêmico que servirá de base para a elaboração do trabalho de conclusão de curso desenvolvido pelo discente Mártin Lucas Araújo Lucio, sob orientação do Professor Doutor Fellipe Sá Brasileiro e coorientado pela doutoranda Daniella Alves de Melo. O mesmo é exigido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Relações Públicas pela Universidade Federal da Paraíba. Dessa forma, elaboraram-se as questões apresentadas a seguir.

1. Existem dados de pesquisas da PBTur sobre quais os principais pontos turísticos da do Estado e sua média de visitação?

2. Quais meios de comunicação o Estado tem utilizado para dar visibilidade aos seus pontos turísticos? Na sua opinião, eles têm sido eficientes? O que você acha que poderia melhorar quanto a essa comunicação?

3. Existe um planejamento de comunicação para dar visibilidade aos pontos turísticos do estado da Paraíba? A Fortaleza de Santa Catarina encontra-se contemplada nesse planejamento? O que tem sido feito pela Secretaria de Turismo para promover a visibilidade da Fortaleza?

4. Existe contato periódico entre a Secretaria e a Fundação Fortaleza de Santa Catarina a fim de saber suas necessidades/dificuldades e/ou promover projetos em parceria?

5. Existe alguma verba/projeto de incentivo ao desenvolvimento e manutenção dos monumentos históricos da Paraíba? Como ter acesso a ela?

6. Existe alguma parceria e/ou projeto para qualificar os voluntários que atuam na Fortaleza de Santa Catarina?

7. Que ações de comunicação você acha que poderiam ser realizadas para que a Fortaleza tivesse mais destaque no cenário turístico do estado?

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APÊNDICE D

Roteiro para entrevista – Secretaria de Turismo do município de Cabedelo

Tendo em vista que o turismo é um importante meio de desenvolvimento econômico para a sociedade, e que através dele é possível disseminar a cultura e a história de determinada região, nos propomos a investigar qual a atual situação da Fortaleza de Santa Catarina, importante monumento histórico situado no município de Cabedelo – PB, para entender seu papel no circuito turístico do estado e propor ações que colaborem para o seu desenvolvimento. Esta é uma pesquisa de cunho acadêmico que servirá de base para a elaboração do trabalho de conclusão de curso desenvolvido pelo discente Mártin Lucas Araújo Lucio, sob orientação do Professor Doutor Fellipe Sá Brasileiro e coorientado pela doutoranda Daniella Alves de Melo. O mesmo é exigido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Relações Públicas pela Universidade Federal da Paraíba. Dessa forma, elaboraram-se as questões apresentadas a seguir.

1. Quais meios de comunicação o município tem utilizado para dar visibilidade à Fortaleza de Santa Catarina? Na sua opinião, eles têm sido eficientes? O que você acha que poderia melhorar quanto a essa comunicação?

2. Existe um planejamento de comunicação para promover o turismo na cidade de Cabedelo? A Fortaleza de Santa Catarina encontra-se contemplada nesse planejamento?

3. Existe contato periódico entre a Secretaria e a Fundação Fortaleza de Santa Catarina a fim de saber suas necessidades/dificuldades e/ou promover projetos em parceria?

4. Existe alguma verba/projeto de incentivo ao desenvolvimento e manutenção dos pontos turísticos da cidade de Cabedelo? Como ter acesso a ela?

5. Existe alguma parceria e/ou projeto para qualificar os voluntários que atuam na Fortaleza de Santa Catarina?

6. Quais ações de comunicação você acha que poderiam ser realizadas para que a Fortaleza tivesse mais destaque no cenário turístico do estado?

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APÊNDICE E

QUESTIONÁRIO - VISITANTES

Este questionário refere-se a uma pesquisa de opinião que tem por objetivo avaliar a percepção dos visitantes a respeito da Fortaleza de Santa Catarina. O questionário está sendo aplicado por Mártin Lucas Araújo Lucio, aluno concluinte do curso de Relações Públicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), sob orientação do professor Dr. Fellipe Sá Brasileiro e coorientação da doutorando Daniella Alves de Melo. A pesquisa é de cunho estritamente acadêmica e não é necessária a identificação do/a respondente.

1. Faixa etária. ( ) Menos de 18 anos. ( ) De 18 a 29 anos. ( ) De 30 a 49 anos. ( ) De 50 a 59 anos. ( ) Mais de 60 anos.

2. Gênero ( ) Masculino ( ) Feminino ( ) Outros ______

3. Cidade/Estado onde reside: ______

4. Grau de escolaridade: ( ) Ensino Fundamental incompleto; ( ) Ensino Fundamental completo; ( ) Ensino Médio incompleto; ( ) Ensino médio completo; ( ) Ensino Superior Incompleto. ( ) Ensino Superior Completo. Qual curso? ______( ) Pós-Graduação.

5. Profissão: ______

6. Renda ( ) Até 1 salário mínimo. ( ) De 2 a 4 salários mínimos. ( ) De 5 a 6 salários mínimos. ( ) Mais de 6 salários mínimos.

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7. É a primeira vez que você visita a Fortaleza de Santa Catarina? ( ) Sim. ( ) Não, já vim uma vez. ( ) Não, já vim outras vezes.

8. Como tomou conhecimento da existência da Fortaleza de Santa Catarina? ( ) Através de amigos. ( ) Guia ou agência de turismo. ( ) Escola. ( ) Jornais ou revistas. ( ) Redes sociais. ( ) Televisão ou rádio. ( ) Sites. ( ) Outro: ______

9. Por que decidiu visitar a Fortaleza de Santa Catarina? ( ) Estou em uma excursão de turismo. ( ) Vi na internet e resolvi visitar. ( ) Estou viajando a trabalho e resolvi visitar. ( ) Estou em uma excursão escolar. ( ) Moro na comunidade próxima. ( ) Outra. Qual?______

10. Em uma escala de 1 à 5, como você avalia os itens abaixo em relação à Fortaleza? ( 1 ) Péssimo ( 2 ) Ruim ( 3 ) Regular ( 4 ) Bom ( 5 ) Ótimo Divulgação da existência da Fortaleza na mídia 1 2 3 4 5 Sinalização dentro da Fortaleza 1 2 3 4 5 Preparo dos voluntários para atender os visitantes 1 2 3 4 5 Atrativos oferecidos pela Fortaleza 1 2 3 4 5 Acesso à Fortaleza 1 2 3 4 5

Observações quanto a esses aspectos: ______

11. Você indicaria a visita à Fortaleza de Santa Cataria para seus familiares e amigos? ( ) Não. ( ) Sim. Por que? ______

12. Sugestões: ______111

APÊNDICE F

Manual básico de identidade visual para a Fortaleza de Santa Catarina

Figura 28 – Manual de identidade visual

Fonte: Elaborada pelo autor, com auxílio do designer Bernardo Klostermann (2020).

Figura 29 – Manual de identidade visual

Fonte: Elaborada pelo autor, com auxílio do designer Bernardo Klostermann (2020). 112

Figura 30 – Manual de identidade visual

Fonte: Elaborada pelo autor, com auxílio do designer Bernardo Klostermann (2020).

Figura 31 – Manual de identidade visual

Fonte: Elaborada pelo autor, com auxílio do designer Bernardo Klostermann (2020).

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Figura 32 – Manual de identidade visual

Fonte: Elaborada pelo autor, com auxílio do designer Bernardo Klostermann (2020).

Figura 33 – Manual de identidade visual

Fonte: Elaborada pelo autor, com auxílio do designer Bernardo Klostermann (2020).

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Figura 34 – Manual de identidade visual

Fonte: Elaborada pelo autor, com auxílio do designer Bernardo Klostermann (2020).

Figura 35 – Manual de identidade visual

Fonte: Elaborada pelo autor, com auxílio do designer Bernardo Klostermann (2020).

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Figura 36 – Manual de identidade visual

Fonte: Elaborada pelo autor, com auxílio do designer Bernardo Klostermann (2020).

Figura 37 – Manual de identidade visual

Fonte: Elaborada pelo autor, com auxílio do designer Bernardo Klostermann (2020).