Weber, A., 2004. Gesneriaceae. In: Flowering Plants· Abaixo: Vanhouttea Fruticulosa (Glaz
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Gesneriaceae | 283 Weber, A., 2004. Gesneriaceae. In: Flowering Plants· Abaixo: Vanhouttea fruticulosa (Glaz. ex Hoehne) Chautems | Foto: Dicotyledons. Springer Berlin Heidelberg. p. 63-158. Lucas Moraes Weber, A., Clark, J.L., Moller, M., 2013. A new formal À esquerda: Besleria fluminensis Brade | Foto: Gabriel Emiliano classification of Gesneriaceae. Selbyana 31(2): 68-94. Ferreira Wiehler, H., 1983. A synopsis of the neotropical Gesne- Abaixo à esquerda: Sinningia gesneriifolia (Hanst.) Clayberg | Foto: riaceae. Selbyana 6 (1/4): 1-219. A. Chautems 284 | Livro Vermelho da Flora Endêmica do Estado do Rio de Janeiro No alto à esquerda: Sinningia helleri Ness | foto: L. Moraes | No alto à direita: Sinningia helleri Nees | foto: Lucas Moraes No meio à esquerda: Sinningia velutina Lindl. | foto: A. Chautems | No meio à direita: Vanhouttea lanata Fritsch | foto: Caio Baez Acima à esquerda: Sinningia pusilla (Mart.) Baill. | foto: Caio Baez | Acima à direita: Sinningia helleri Nees | foto: Lucas Moraes IRIDACEAE Juliana Lovo, George Azevedo de Queiroz, André Gil, Lucas Moraes, Raquel Negrão, Fernanda Wimmer, Tomás Amorim Iridaceae é uma família de plantas herbáceas com flores frequentemente muito coloridas e vistosas. Essas ca- racterísticas contribuíram para posicioná-la entre as famílias de plantas mais importantes na horticultura, de- vido às espécies utilizadas em paisagismo e como flores de corte, e também por serem objeto da dedicação de cultivadores amadores e colecionadores (Goldblatt e Manning, 2008). No entanto, as iridáceas são conhecidas desde a Antiguidade também por seus valores alimentícios, principalmente pela espécie Crocus sativus, da qual se obtém o valioso açafrão. As iridáceas compreendem c. 2030 espécies distribuídas por todos os continentes, principalmente no hemisfério Sul e, preferencialmente, em ambientes que sofrem seca sazonal (Goldblatt et al., 2008). Ao mesmo tempo, há espécies de Iridaceae também associadas a florestas tropicais, particularmente na região Neotropical. A ocupação dos ambientes áridos pelas iridáceas está provavelmente relacionada aos tipos de sistema subterrâneo presentes no grupo (Rudall, 1995). Assim, o conhecimento acerca das espécies que ocupam diferentes tipos de ambientes é bastante interessante tanto do ponto de vista ecológico e evo- lutivo da família, quanto para conhecimento e conservação dos ecossistemas em que elas ocorrem. A maior riqueza de espécies de Iridaceae está na África sub-sahariana, com uma grande concentração na porção temperada do continente. Na região neotropical encontramos a segunda maior riqueza de espécies, acen- tuadamente na América do Sul. No entanto, ao contrário das espécies africanas, as iridáceas neotropicais são ainda relativamente pouco conhecidas, tanto em aspectos sistemáticos quanto biológicos. De acordo com a Flora do Brasil 2020 em construção (2017), no país há 22 gêneros e 198 espécies ocupando predominante a região Sul (111 espécies), seguida pela região Sudeste (94 espécies). No entanto, suspeita-se que esse número possa estar subestimado devido a lacunas de estudos florísticos em várias regiões do país, havendo necessidade de estudos taxonômicos mais abrangentes. No estado do Rio de Janeiro, são registradas 26 espécies que se desenvolvem em áreas de floresta tropical. Essa preferência ecológica não é a mais comum em Iridaceae, o que ressalta a importância de ampliarmos o conhecimento sobre ela. Além disso, há registros de quatro espé- cies endêmicas restritas a localidades bastante específicas. É o caso de Neomarica itatiaica e Trimezia organensis encontradas, respectivamente, no Parque Nacional do Itatiaia e na Serra dos Órgãos, e de Neomarica longifolia e Neomarica northiana, ambas também endêmicas do estado, porém presentes em áreas restritas não protegidas. Houve um grande avanço, sobretudo taxonômico, no conhecimento dessas espécies nos últimos 20 anos. No entanto, o endemismo em áreas que sofrem grande risco de destruição ressalta a urgência de planos de mane- jo que melhor assegurem sua preservação. Além disso, a provável existência de um número maior de espécies endêmicas ainda desconhecidas implica a necessidade de um aumento de estudos florísticos e taxonômicos voltados para essa região. Neomarica itatiaica (Ravenna) A. Gil acarreta declínio contínuo da EOO, AOO, qualidade do hábitat e número de indivíduos maduros. Risco de extinção: CR B1ab(i,ii,iii,v) Avaliador: Lucas Moraes Revisoras: Raquel Negrão, Eline Martins Data: 16-01-2017 Justificativa: Erva terrícola endêmica do estado do Rio de Janeiro (BFG, 2015), com ocorrência restrita ao Par- que Nacional do Itatiaia. A espécie possui EOO=8 km² e está sujeita a uma situação de ameaça. Encontra-se ameaçada principalmente pela elevada taxa de incêndios que assolam o Parque Nacional do Itatiaia (Aximoff, 2007) e pelo turismo, atividade intensa e muitas vezes descontrolada (Barros, 2003). Esse conjunto de amea- ças é crítico diante do endemismo restrito da espécie e 286 | Livro Vermelho da Flora Endêmica do Estado do Rio de Janeiro Neomarica northiana (Schneev.) Sprague Justificativa: Erva terrícola endêmica do estado do Rio de Janeiro (BFG, 2015), apresenta distribuição restrita à Ser- Risco de extinção: EN B1ab(i,ii,iii)+2ab(i,ii,iii) ra dos Órgãos, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Avaliador: Lucas Moraes no Campo das Antas e no Morro do Cuca. A espécie Revisoras: Raquel Negrão, Eline Martins possui EOO=989 km², AOO=12 km² e está sujeita a três Data: 16-01-2017 situações de ameaça, tendo como base seus municípios de ocorrência. Encontra-se ameaçada principalmente pelo aumento na frequência de incêndios na Serra dos Órgãos (Ibama, 2014; ICMBio, 2014) e pela invasão de espécies exóticas (Viana e Rocha, 2009). O conjunto de amea- ças ao qual a espécie encontra-se sujeita acarreta declínio contínuo da EOO, AOO, qualidade do hábitat número de subpopulações e número de indivíduos maduros. Referências bibliográficas Aximoff, I., 2007. Impactos do fogo na vegetação do Planalto do Itatiaia. Relatório Técnico. Parq. Nac. Ita- tiaia. ICMBio/MMA. Justificativa: Erva terrícola endêmica do estado do Rio Barros, M.I.A. de, 2003. Caracterização da visitação, dos de Janeiro (BFG, 2015), encontrada nos municípios de visitantes e avaliação dos impactos ecológicos e recrea- Araruama, Niterói, Maricá e Rio de Janeiro, em vegetação tivos do planalto do Parque Nacional do Itatiaia. Escola de restinga. Possui EOO=277 km² e AOO=28 km². Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Universidade Considerando seus municípios de ocorrência, a espécie de São Paulo, SP. Dissertação de Mestrado. está sujeita a quatro situações de ameaça. Está ameaçada BFG (The Brazil Flora Group), 2015. Growing know- pela expansão imobiliária, propulsionada pelo turismo de -ledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. veraneio na Região dos Lagos (Dantas et al., 2001). Essa Rodriguésia 66(4):1085–1113. doi: 10.1590/217578- atividade acarreta a destruição da vegetação de Restinga. 60201566411 No município de Maricá, a espécie encontra-se ameaçada Dantas, M.E., Shinzato, E., Medina, A.I.M., Silva, C.R., pela destruição das Restingas da região, que atualmente Pimentel, J., Lumbreras, J.F., Calderano, S.B., Carvalho consistem apenas de manchas isoladas, e, embora exista Filho, A., 2001. Diagnóstico geoambiental do estado do uma porção protegida, ainda há relatos do uso dessas Rio de Janeiro. Brasília: CPRM. áreas para a pecuária (Holzer et al., 2004). Esse conjunto Goldblatt, P., Manning, J.C., 2008. The Iris Family – Na- de ameaças acarreta declínio contínuo da EOO, AOO e tural History and Classification. Portland: Timber Press. qualidade do hábitat da espécie. Goldblatt, P., Rodriguez, A., Powell, M. P., Davies, T. J., Manning, J. C., Bank, M., Savolainen, V., 2008. Iridaceae Trimezia organensis Ravenna “out of Australasia”? Phylogeny, Biogeography, and Divergence Time Based on Plastid DNA Sequences. Systematic Botany, 33: 495-508. Risco de extinção: EN B1ab(i,ii,iii,iv,v)+2ab(i,ii, Holzer, W., Crichyno, J., Pires, A.C., 2004. Susten- iii,iv,v) tabilidade da urbanização em áreas de restinga: uma pro- Avaliador: Lucas Moraes posta de avaliação pós-ocupação. Paisagem e Ambiente, Revisoras: Raquel Negrão, Eline Martins 19:49–65. Data: 16-01-2017 Ibama, 2014. Ibama combate incêndio no Parque Na- cional Serra dos Órgãos. Disponível em http://www. ibama.gov.br/publicadas/ibama-combate-incendio- -no-parque-nacional-serra-dos-orgaos. ICMBio, 2014. ICMBio e Ibama trabalham para con- ter incêndio na Serra dos Órgãos. Meio Ambiente. Dis- ponível em http://www.brasil.gov.br/meio-ambien- te/2014/10/icmbio-e-ibama-trabalham-para-conter- -incendio-na-serra-dos-orgaos. Iridaceae in Flora do Brasil 2020 em construção, 2017. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/ FB136>. Acesso em 17/08/2017. Iridaceae | 287 Rudall, P., 1995. VIII. Iridaceae. In: Cutler, D.F., Gregory, Viana, F.M. de F., Rocha, C.H.B., 2009. Impactos am- M. (eds.). Anatomy of the Monocotyledons. Oxford: bientais em unidades de conservação. Programa de Pós- Clarendon Press. -graduação em Ecologia. Juiz de Fora: Universidade Federal de Juiz de Fora. Relatório, 25 p. Abaixo: Trimezia organensis Ravenna | foto: Caio Baez ISOETACEAE Claudine Mynssen, João Paulo Condack, Lana Sylvestre, Rodrigo Amaro, Raquel Negrão, Fernanda Wimmer Isoetaceae é uma família representada por um único gênero, Isoetes L., e cerca de 150 espécies. Possui ampla distribuição no mundo e um dos centros de diversidade de espécies