CLÁUDIA ARAÚJO BASTOS

A FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE MORRO DO CHAPÉU, BAHIA, BRASIL

FEIRA DE SANTANA, BAHIA 2009

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA

A FAMÍLIA ORCHIDACEAE NO MUNICÍPIO DE MORRO DO CHAPÉU, BAHIA, BRASIL

CLÁUDIA ARAÚJO BASTOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Botânica da Universidade Estadual de Feira de Santana como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Ciências – Botânica.

ORIENTADOR: PROF. DR. CÁSSIO VAN DEN BERG (UEFS)

FEIRA DE SANTANA-BA 2009

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A meus pais, meu alicerce e a Laura, minha grande motivação.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço imensamente a Cássio van den Berg, meu orientador, por angariar recursos para viagens de campo, pelo apoio e compreensão e, acima de tudo, por confiar no meu trabalho, acreditando desde o início, e apesar de todas as intempéries, na concretização desse projeto, um verdadeiro desafio diante do elevado número de espécies de Orchidaceae estimado num município de grande extensão como Morro do Chapéu. A meu pai, José Bastos, pelo apoio em todos os momentos e por me acompanhar na maioria das excursões a campo, com disposição e entusiasmo, sempre solícito as necessidades do meu trabalho, colocando seu carro nos mais sinuosos terrenos, numa constante jornada em busca das Orhidaceae de Morro do Chapéu. A minha mãe, Ivaneide, pelo apoio a mim empregado ao longo desses 2 anos, em especial, dedicando grande parte do seu tempo em zelo e mimos a minha filha, cuidando dela com dedicação, carinho e amor, o que me deu tranqüilidade e segurança ao deixa-la para realizar o trabalho de campo, visitas aos herbários no sul e sudeste, bem como para as tarefas diárias na UEFS. A “Irmão Delmar”, grande conhecedor da região de Morro do Chapéu, que me acompanhou na maioria das coletas, direcionando estrategicamente pontos prováveis de ocorrência das orquídeas no município, otimizando o tempo das viagens a campo. A FAPESB e a CAPES pelas bolsas de mestrado disponibilizadas, o que permitiu o desenvolvimento desse projeto em regime de dedicação exclusiva. A Toscano de Brito que atendeu prontamente a minha solicitação em usar algumas das ilustrações do seu livro Orquídeas da Chapada Diamantina. Ao PPGBot por disponibilizar recursos para a visita aos herbários do sul e sudeste, bem como para a confecção de parte das ilustrações. A APNE pelo auxílio a visita ao CEPEC. Aos herbários ALCB, CEPEC, ESA, HB, HRB, HUEFS, MBM, RB, SP e SPF pelo envio dos materiais para análise. Ao HUEFS com seus colaboradores que muito contribuíram para realização desse trabalho. Ao Dr. João Batista por esclarecer algumas dúvidas. À Sâmia, pela ajuda com o abstact, Ana Luisa, pela ajuda na formatação das pranchas, Jamile Lima, minha fiel companheira, Carla, sempre caprichosa com os desenhos, Alexa, por dividir a rotina do TAXON comigo, Andréa Karla, minha grande

iv v conselheira, Paulo Ricardo por todo apoio, com seu entusiamo e otimismo, Cecília pelas orientações e Adriana Olinda que me recebeu em sua casa em São Paulo na ocasião da visita aos herbários SP e SPF e que, apesar da distância, torce pelo meu sucesso. A Reinaldo, no laboratório de Taxonomia Vegetal pela colaboração e compreensão nos mais inusitados momentos. Ao Professor Flávio França e a professora Efigênia de Melo pela colaboração, dando atenção a família Orchidaceae em suas muitas excursões a campo no município de Morro do Chapéu. Acima de tudo, quero agradecer a Deus que permeou toda a minha trajetória, favorecendo, de algum modo, as minhas aptidões e ajudando-me a superar os obstáculos encontrados, não só no trabalho, mas em todos os momentos. Mais do que agradecer, preciso falar da minha satisfação em ter realizado esse projeto, que surgiu como um grande desafio, desacreditado por muitos no início, em meio a processo de transformações pessoais e que se desenvolveu, literalmente, com a gestação da minha pequena Laura, a grande motivação da minha vida, trazendo-me conhecimento, experiências, amizades e a certeza de que compromisso, planejamento e disciplina são os ingredientes necessários para se realizar todo e qualquer trabalho com tranqüilidade e competência em tempo hábil.

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SUMÁRIO

ÍNDICE DE FIGURAS AGRADECIMENTOS INTRODUÇÃO ...... 1 MATERIAL E MÉTODOS ...... 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...... 8 Similaridade florística ...... 12 Aspectos morfológicos ...... 12 Chave de identificação para as espécies de Orchidaceae do município de Morro do Chapéu, Bahia, Brasil...... 14 01. ACIANTHERA Scheidw...... 19 01. 1. Acianthera ochreata (Lindl.) Pridgeon & M.W.ChasTe subsp. Ochreata .... 19 02. ANATHALLIS Barb.Rodr...... 21 02.1. Anathallis paranaensis (Schltr.) Pridgeon & M.W.Chase ...... 21 02.2. Anathallis rubens (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase...... 22 03. BIFRENARIA Lindl...... 23 03.1. Bifrenaria tyrianthina (Loudon) Rchb.f...... 23 04. BRASSAVOLA R.Br...... 24 04.1. Brassavola tuberculata Hook...... 24 05. BULBOPHYLLUM Thouars...... 25 05.1. Bulbophyllum exaltatum Lindl...... 25 05.2. Bulbophyllum manarae Foldats...... 27 05.3. Bulbophyllum plumosum Cogn...... 28 06. CAMPYLOCENTRUM Benth...... 29 06.1. Campylocentrum aciculatum Cogn...... 29 06.2. Campylocentrum micranthum (Lindl.) Maury ...... 30 07. CAPANEMIA Barb.Rodr...... 31 07.1. Capanemia therasiae Barb.Rodr...... 31 08. CATASETUM Rich. ex Kunth ...... 32 08.1. Catasetum hookeri Lindl...... 32 09. Lindl...... 33 09.1. Cattleya amethystoglossa Linden & Rchb.f. ex Warner ...... 33 09.2. Cattleya elongata Barb.Rodr...... 35

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09.3. Cattleya tenuis Campacci & P.L.Vedovello...... 36 10. CYRTOPODIUM R.Br...... 37 10.1. Cyrtopodium eugenii Rchb.f. & Warm...... 37 10.2. Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F.Barros ...... 38 10.3. Cyrtopodium saintlegerianum Rchb. f...... 39 11. ENCYCLIA Hook...... 41 11.1. Encyclia alboxanthina Fowlie...... 41 11.2. Encyclia kundergraberi V.P.Castro & Campacci ...... 42 11.3. Encyclia oncidioides (Lindl.) Schltr...... 43 11.4. Encyclia patens Hook...... 44 12. EPIDENDRUM L...... 45 12.1. Epidendrum cinnabarinum Salzm. ex Lindl...... 45 12.2. Epidendrum cristatum Ruiz & Pav...... 46 12.3. Epidendrum orchidiflorum Salzm. ex Lindl...... 48 12.4. Epidendrum secundum Jacq...... 49 12.5. Epidendrum warasii Pabst...... 50 13. EPISTEPHIUM Kunth ...... 51 13.1. Epistephium lucidum Cogn...... 51 14. GALEANDRA Lindl...... 52 14.1. Galeandra beyrichii Rchb.f...... 52 15. HABENARIA Willd...... 53 15.1. Habenaria fluminensis Hoehne ...... 54 15.2. Habenaria josephensis Barb.Rodr...... 54 15.3. Habenaria parviflora Lindl...... 55 15.4. Habenaria aff. repens Nutt...... 56 16. ISABELIA Barb.Rodr...... 57 16.1. Isabelia violacea (Lindl.) Van den Berg & M.W.Chase...... 57 17. ISOCHILUS R.Br...... 58 17.1. Isochilus linearis (Jacq.) R.Br...... 58 18. NOTYLIA Lindl...... 59 18.1. Notylia pubescens Lindl...... 59 19. OCTOMERIA R.Br...... 60 19.1. Octomeria hatschbachii Schltr...... 60 20. OECEOCLADES Lindl...... 61

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20.1. Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl...... 61 21. Sw...... 62 21.1. Oncidium barbatum Lindl...... 62 21.2. Oncidium blanchetii Rchb.f...... 63 21.3. Oncidium gravesianum Rolfe...... 64 21.4. Oncidium hookeri Rolfe ...... 66 21.5. Oncidium varicosum Lindl. & Paxton...... 67 22. PELEXIA Poit. ex Lindl...... 68 22.1. Pelexia orthosepala (Rchb.f. & Warm.) Schltr...... 68 23. POLYSTACHYA Hook...... 69 23.1. Polystachya concreta (Jacq.) Garay & H.R.Sweet...... 69 24. PRESCOTTIA Lindl...... 70 24.1. Prescottia leptostachya Lindl...... 70 24.2. Prescottia montana Barb. Rodr...... 71 24.3. Prescottia oligantha (Sw.) Lindl...... 72 25. PROSTHECHEA Knowles & Westc...... 73 25.1. Prosthechea moojenii (Pabst) W.E.Higgins...... 73 26. RODRIGUEZIA Ruiz & Pav...... 74 26.1. Rodriguezia obtusifolia Rchb.f...... 74 27. SOBRALIA Ruiz & Pav...... 75 27.1. Sobralia sessilis Lindl...... 75 28. TRICHOCENTRUM ...... 76 28.1. Trichocentrum cebolleta (Jacq.) M.W. Chase & N.H. Williams ...... 76 29. VANILLA Plum. ex Mill...... 77 29.1. Vanilla palmarum (Salzm. ex Lindl.) Lindl...... 77 CONCLUSÕES ...... 99 RESUMO ...... 101 ABSTRACT ...... 101 APÊNDICE 1: Índice dos espécimes examinados: coletor, seguido pelo número de coleta e pela numeração do táxon...... 102 REFERÊNCIAS ...... 105

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Mapa de distribuição das Orchidaceae em Morro do Chapéu enfatizando as coletas realizadas por Bastos, C. A. e coletores diversos, bem como áreas visitadas sem registro de Orchidaceae...... 7 Figura 2: Gráfico com número de espécies por gênero de Orchidaceae no município de Morro do Chapéu...... 10 Figura 3: Gráfico com porcentagem de espécies de Orchidaceae por tipo vegetacional no município de Morro do Chapéu...... 11 Figura 4: Diagrama ilustrando a distribuição das espécies de Orchidaceae por tipo vegetacional em Morro do Chapéu. Os números correspondem as espécies listadas no Quadro 1...... 11 Figura 5: Gráfico com a porcentagem de espécies de Orchidaceae por hábito no município de Morro do Chapéu...... 11 Figura 6: Prancha com ilustração de: Acianthera ochreata, Anathallis paranaensis e Anathallis rubens...... 79 Figura 7: Prancha com ilustração de: Bifrenaria tyrianthina e Brassavola tuberculata..... 80 Figura 8: Prancha com ilustração de: Bulbophyllum exaltatum, Bulbophyllum manarae e Bulbophyllum plumosum...... 81 Figura 9: Prancha com ilustração de: Campylocentrum aciculatum e Campylocentrum micranthum...... 82 Figura 10: Prancha com ilustração de: Capanemia therasiae e Catasetum hookeri...... 83 Figura 11: Cattleya amethystoglossa, Cattleya elongata e Cattleya tenuis...... 84 Figura 12: Prancha com ilustração de: Cyrtopodium eugenii, Cyrtopodium polyphyllum e Cyrtopodium saintlegerianum...... 85 Figura 13: Prancha com ilustração de: Encyclia alboxanthina, Encyclia kundergraberii, Encyclia oncidioides e Encyclia patens...... 86 Figura 14: Prancha com ilustração de: Epidendrum cinnabarinum, Epidendrum cristatum, Epidendrum orchidiflorum, Epidendrum secundum e Epidendrum warasii...... 87 Figura 15: Prancha com ilustração de: Epistephium lucidum e Galeandra beyrichii...... 88 Figura 16: Prancha com ilustração de: Habenaria fluminensis, Habenaria josephensis, Habenaria parviflora e Habenaria repens...... 89 Figura 17: Prancha com ilustração de: Isabelia violecea e Isochilus linearis...... 90

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Figura 18: Prancha com ilustração de: Notylia pubescens, Octomeria hatschbachii e Oeceoclades maculata...... 91 Figura 19: Prancha com ilustração de: Oncidium barbatum, Oncidium blanchetii, Oncidium gravesianum, Oncidium hookeri e Oncidium varicosum...... 92 Figura 20: Prancha com ilustração de: Pelexia orthosepala e Polystachya concreta...... 93 Figura 21: Prancha com ilustração de: Prescottia leptostachya, Prescottia montana e Prescottia oligantha ...... 94 Figura 22: Prancha com ilustração de: Prosthechea moojenii e Rodriguezia obtusifolia .. 95 Figura 23: Prancha com ilustração de: Sobralia sessilis, Trichocentrum cebolleta e Vanilla palmarum...... 96 Figura 24: Prancha com fotos de Acianthera ochreata, Brassavola tuberculata, Bulbophyllum exaltatum, Capanemia therasiae, Cattleya amethystoglossa, Cattleya elongata, Cyrtopodium eugenii, Cyrtopodium polyphyllum, Cyrtopodium saintlegerianum, Encyclia alboxanthina, Encyclia oncidioides e Epidendrum orchidiflorum...... 97 Figura 25: Prancha com fotos de Epidendrum secundum, Epidendrum warasii, Epistephium lucidum, Galeandra beyrichii, Notylia pubescens, Oncidium barbatum, Oncidium hookeri, Oncidium varicosum, Prescottia montana, Prosthechea moojenii e Sobralia sessilis...... 98

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INTRODUÇÃO

Monocotiledônea pertencente à ordem , a família Orchidaceae constitui um dos maiores grupos de angiospermas com cerca de 22.000 espécies agrupadas em aproximadamente 980 gêneros (Dressler 1993), distribuídos por quase todas as regiões do globo com predominância das áreas tropicais e subtropicais (Dressler 1990; Dressler 1993). No Brasil ocorrem 2650 espécies agrupadas em 205 gêneros, com 1800 espécies endêmicas (Pabst & Dungs 1975, 1977; Giulietti et al. 2005), sendo uma região privilegiada em termos de diversidade de Orchidaceae com constantes registros de novas ocorrências de espécies do grupo (Barros 1994; Silva & Silva 1997; Silva et al 1998). Pabst & Dungs (1975, 1977) citaram 150 espécies para a Bahia, na lista mais completa das orquídeas brasileiras. No entanto, estudos mais recentes apenas na Chapada Diamantina têm apontado mais de 160 espécies, um número superior ao registrado anteriormente para todo o estado (Toscano de Brito & Cribb 2005; van den Berg & Azevedo 2005), das quais 10 espécies e 2 gêneros são reconhecidamente endêmicos da Chapada (van den Berg & Azevedo 2005). A Chapada Diamantina juntamente com a Cadeia do Espinhaço constituem a Serra do Espinhaço, principal cadeia montanhosa no leste do Brasil que extende-se da Bahia a Minas Gerais (Harley 1995). O maciço da Chapada Diamantina localiza-se na extremidade norte da Serra do Espinhaço e está inteiramente na Bahia, medindo 330 Km de norte a sul. Ela está dividida em duas cadeias no extremo sul, as Serras do Rio de Contas e das Almas a oeste, e a Serra do Sincorá a leste. Inclui algumas áreas isoladas ao norte, tais como Morro do Chapéu (Serra do Tombador) e a Serra de Jacobina (Harley 1995; Toscano de Brito & Cribb 2005), relacionadas a essa formação em termos de geologia e florística (Harley 1995). A Chapada Diamantina é uma região de grande diversidade florística e elevado grau de endemismo (Harley 1995, 2005), cujo tipo vegetacional predominante é o campo rupestre, bastante especializado que conta com número significativo de espécies de orquídeas (Conceição & Giulietti 2002; Conceição & Pirani 2005; van den Berg & Azevedo 2005; Conceição & Pirani 2007). Embora Toscano de Brito & Cribb (2005) tenham publicado recentemente o livro Orquídeas da Chapada Diamantina, o município de Morro do Chapéu não foi amostrado em função de algumas limitações encontradas pelos autores, inscitando a realização de um levantamento florístico nessa área. O município de Morro do Chapéu (BA) se localiza a aproximadamente 398 Km de Salvador, e possui uma área de 5.920 Km2 e altitudes que variam entre 480 e 1.293 m

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(Rocha & Costa 1995). É limitado pelos municípios de Piritiba, Tapiramutá, Utinga, Bonito, Cafarnaum, América Dourada, João Dourado, São Gabriel, Juçara, Santo Sé, Ourolândia, Várzea Nova e Miguel Calmon (Junqueira 2004). Faz parte da região semi- árida do estado da Bahia e sua posição geográfica, entre 10º 46’ e 12º 0’ de latitude Sul e entre 41º 30’ e 40º 42’ de longitude Oeste, confere-lhe características climáticas do tipo tropical, fortemente alteradas pela altitude. Isso proporciona um clima privilegiado e singularidade a esse município dentro do chamado "Polígono das Secas". (Barbosa 1995; Lobão 2006). Quanto ao clima, quatro tipos climáticos são identificados no município de Morro do Chapéu, a partir da correlação estabelecida entre a altitude, temperatura e pluviosidade, fortemente influenciados pelo relevo de formas tabulares (Barbosa 1995). Esses tipos climáticos correspondem, na realidade, às regiões geográficas distintas que são aí encontradas. Na área central do município, com altitude superior a 1.000 m, predomina clima tropical de altitude, com verão brando, com temperatura média do mês mais frio (julho) inferior a 18ºC e temperatura média do mês mais quente (janeiro) inferior a 22ºC. Nas áreas com altitude entre 800 e 1.000 m, o clima é também do tipo tropical de altitude, com verão quente, predominante no município. Nessas áreas, a temperatura média do mês mais frio é inferior a 18oC, mas a temperatura média do mês mais quente já é superior a 22oC. Com altitude inferior a 800 m, os índices pluviométricos foram determinantes para os dois últimos tipos climáticos que seguem: o tipo tropical subúmido, com índices pluviométricos anuais entre 800 e 1.200 mm, com ocorrência sazonal de máxima pluviosidade de novembro a março (verão). É encontrado a leste do município, onde, em decorrência da orientação do relevo, mais do que da altitude, ocorrem as chamadas "chuvas orográficas", conferindo a essas áreas as mais altas potencialidades para o uso agrícola. Nessa região climática, em função da pluviosidade, pode ser encontrada a cobertura vegetal do tipo florestal, predominando a floresta estacional decidual ou semidecidual. O clima semi-árido, quente, conta com pluviosidade inferior a 800 mm e cobertura vegetal de caatinga. É encontrado no vale do rio Salitre, ao norte, a oeste, nos limites com João Dourado, São Gabriel e América Dourada, no vale do rio Jacaré; e ao sul, na direção da localidade de Duas Barras do Morro (Barbosa 1995). Diferentes subformações vegetais podem revestir um mesmo tipo de solo em Morro do Chapéu, o que parece ser explicado pela variação espacial, temporal e de intensidade do regime pluviométrico, embora a compartimentação do relevo promova a existência de mesoclimas, por vezes bastante diferenciados das áreas vizinhas. Outro fator relevante são

2 3 as baixas temperaturas registradas à noite, propiciando a precipitação na forma de orvalho, fator esse aproveitado pelas plantas na época da estiagem (Silva 1995). São observadas cinco regiões fitoecológicas principais no município: cerrado, caatinga, floresta estacional sempre-verde, floresta estacional decidual e vegetação rupestre (Silva 1995), além de tabuleiro, vegetação das Dunas de Morro do Chapéu e áreas de transições, com predominância das áreas de caatinga (proximidades da Cachoeira do Ventura, Parque Municipal de Lajes, Tareco, Lajedo Bordado, Domingos Lopes, arredores da Gruta dos Brejões e Fedegoso) e campo rupestre ocorrendo no município acima de 900 m (Serra da Boa Esperança e Morrão). Ainda conta com as chamadas áreas de “tabuleiro” caracterizada por áreas planas, arenosas e vegetação arbustiva (Junqueira 2004). Nas áreas mais altas dos chapadões centrais a cobertura vegetal é complexa, encontrando-se campos cerrados, caatinga e, nos solos litólicos, rochosos, os "refúgios ecológicos" oferecem um cenário de rara beleza na época da floração (junho a setembro) (Barbosa 1995). A vegetação é em parte complexa e a flora rica em espécies ornamentais, dentre as quais se destacam as orquídeas, ocorrendo também plantas alimentíceas, medicinais e de interesse madeireiro (Silva 1995). Orchidaceae representa um dos grupos mais recentes ainda em estado de evolução (Barros 1990) e possui características florais bastante conservadas, as quais facilitam sua identificação (van den Berg & Azevedo 2005), assim, os membros da família são ervas perenes epífitas, terrestres, rupícolas, hemiepífitas ou saprófitas; raízes com micorrizas, tuberosas ou não, em geral com velame. Caule simpodial ou monopodial, muitas vezes rizomatoso, mais raramente cormos, internós freqüentemente formando pseudobulbos. Folhas alternas, raramente opostas, dísticas ou espiraladas, simples, inteiras, com nervação usualmente paralelinérvia. Inflorescências racemosas ou paniculadas, algumas vezes reduzidas a uma única flor, terminais ou laterais. Flores usualmente monoclinas, zigomorfas, ressupinadas ou não, perianto tepalóide, em geral vistoso; sépalas 3, livres ou conatas; pétalas 3, livres, a mediana diferenciada em labelo, as laterais semelhantes às sépalas; estames 1 ou 2 (raramente 3), adnatos ao estilete e ao estigma formando a coluna; pólen em geral agrupado em polínias; gineceu sincárpico, tricarpelar; estigma com um dos lobos não receptivo na face dorsal formando o rostelo, este podendo ou não formar estipe e/ou viscídio; ovário ínfero, unilocular com placentação parietal, ocasionalmente trilocular com placentação lateral; óvulos numerosos. Néctar em geral ausente, quando presente produzido em cálcar ou em nectários septais. Fruto cápsula, abrindo por (1-) 3 ou 6 fendas

3 4 longitudinais; sementes minúsculas, com tegumento membranáceo, embrião muito reduzido; endosperma ausente (Dressler 1993). Quanto a classificação, Dressler (1993), além dos caracteres vegetativos e florais, usou informações de anatomia, citologia e micromorfologia para agrupar orquídeas semelhantes e mostrar como esses grupos relacionavam-se entre si, sendo reconhecidas 70 subtribos, 22 tribos e 5 subfamílias dentre as quais estão Apostasioideae, Cypripedioideae, , Spiranthoideae e Orchidioideae. Classificações mais recentes buscam esclarecer os relacionamentos infrafamiliares a partir da análise de DNA (Pridgeon et al. 1999; Chase 2005), e, diferente das subfamílias propostas por Dressler (1993), Apostasioideae, Vanilloideae, Cyripedoideae, Orchidoideae e Epidendroideae, são as subfamílias reconhecidas hoje (Chase 2005). O presente trabalho teve como objetivo realizar levantamento florístico das espécies de Orchidaceae ocorrentes no município de Morro do Chapéu, produzindo descrições, ilustrações, chave de identificação e comentários sobre morfologia, hábito, aspectos fenológicos e distribuição geográfica que ajudem a conhecer e identificar as espécies do município, contribuindo, assim, para o conhecimento da flora da Bahia como um todo.

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MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho de campo foi realizado entre maio de 2007 e novembro de 2008, somando 11 excursões, quando se procurou percorrer ao máximo o município em sua extensão, sendo que em cada viagem era feita uma programação de coleta para que pontos diferentes da área de estudo fossem visitados, procurando-se, desse modo, coletar amostras de Orchidaceae nos mais variados ambientes de norte a sul de Morro do Chapéu. Nas áreas amostradas, a coleta foi realizada de modo aleatório e todos os pontos foram marcados com auxílio de GPS culminando na confecção do mapa da Figura 1 a partir do progarama de computador GPS trackmaker. Foram feitas fotografias da área de coleta e dos materiais coletados, os quais foram herborizados segundo as técnicas de Mori et al. (1989), conservando-se as flores em álcool a 70% com glicerina (5%) e água destilada (25%). Os espécimes coletados estéreis foram cultivados na casa de vegetação da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana), e as exsicatas foram depositadas no Herbário da Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS). As informações encontradas neste trabalho foram baseadas em revisão bibliográfica e análise morfológica dos espécimes coletados e encontrados nos herbários ALCB, CEPEC, ESA, HB, HRB, HUEFS, MBM, RB, SP e SPF (acrônimos segundo Holmgren et al. 1990), sendo consultadas as listas on line do KEW e NYBG. Informações referentes à distribuição geográfica e fenologia foram extraídas das etiquetas das exsicatas examinadas e complementadas com o trabalho de campo. Características como cor, textura e outros dados relevantes presentes nas etiquetas também foram utilizados. A identificação das espécies foi feita com base em bibliografias especializadas como Cogniaux (1893-1896, 1898-1902, 1904-1906), Hoehne (1942), Pabst & Dungs (1975, 1977), Sprunger et al. (1996) e Toscano de Brito & Cribb (2005), bem como através de consultas a especialistas. Os nomes dos autores dos táxons foram levantados a partir de consultas ao International Names Index (2008), publicado na internet em http://www.ipni.org. e estão abreviados de acordo com Brummitt & Powell (1992). Periódicos encontram-se abreviados de acordo com o Botanicum Periodicum Huntianum (Bridson & Smith 1991), sendo que para os periódicos não encontrados nessa obra foram utilizadas as abreviações apresentadas no International Plant Names Index (2008). As terminologias botânicas empregadas foram baseadas em Stearn (2004) e apenas os

5 6 sinônimos mais recentes e usuais das espécies foram listados, sobretudo os que diferem da obra mais utilizada para orquídeas brasileiras (Pabst & Dungs 1975, 1977) As descrições morfológicas foram feitas através da análise das estruturas vegetativas e florais dos espécimes vistos, utilizando-se microscópio estereoscópico para observação das flores conservadas em álcool ou retiradas das exsicatas, cujas medidas foram efetuadas com auxílio de régua milimetrada. Para espécies com apenas um material de Morro do Chapéu foram examinados, ao menos, mais dois materiais adicionais, preferencialmente de áreas da Chapada Diamantina, encontrados disponíveis no acervo do HUEFS. Uma lista com todo material examinado encontra-se em ordem alfabética por coletor, número de coleta e numeração de cada táxon (Apêndice 1). Foi elaborada chave indentada para a identificação das espécies presentes no município de Morro do Chapéu, salientando-se caracteres evidentes e decisivos na delimitação dos táxons, sendo que a classificação seguida foi a de Chase 2005 e de outros estudos mais recentes baseados em análise de DNA (Pridgeon et al. 1999, 2001; Cameron et al. 1999), levando-se em conta as informações de Dressler (1993). As ilustrações foram produzidas em câmara clara com material conservado em álcool ou retirados das exsicatas e reidratados, sendo devolvido às mesmas após a análise. Para algumas espécies foram utilizadas a ilustração, completa ou em parte, do livro Orquídeas da Chapada Diamantina com a prévia autorização do autor. Assim, como algumas pranchas foram montadas a partir de ilustrações de desenhistas diferentes a ssinatura dos mesmos foram suprimidas. As espécies tiveram seus principais caracteres ilustrados, sendo que, em gêneros com mais de uma espécie, apenas um hábito foi ilustrado, exceto diante de diferenças significativas. Há diagramas florais para todas as espécies. Procurou-se ilustrar gêneros com uma espécie aos trios, respeitando-se apenas a ordem alfabética.

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Figura 1: Mapa de distribuição das Orchidaceae em Morro do Chapéu enfatizando as coletas realizadas por Bastos, C. A. e coletores diversos, bem como áreas visitadas sem registro de Orchidaceae. (Fonte: CPRM 1995)

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram listadas 53 espécies de Orchidaceae para o município de Morro do Chapéu (Quadro 1), as quais estão distribuídas em 29 gêneros (Figura 2), sendo que os gêneros de maior representatividade foram Oncidium Sw. e Epidendrum L. com 5 espécies cada, seguido por Encyclia Hook., Habenaria Willd. e Prescottia Lindl. com 3 espécies, Bulbophyllum Thouars, Cattleya Lindl. e Cyrtopodium R.Br. com 3 espécies, Campylocentrum Benth e Anathallis Barb.Rodr. com 2 espécies e os demais 19 gêneros com apenas um representante. São novos achados para a Chapada Diamantina Capanemia therasiae Barb.Rodr., Galeandra beyrichii Rchb.f., Habenaria parviflora Lindl. e Prescottia oligantha (Sw.) Lindl., as quais não são citadas em trabalhos realizados em outras áreas da Chapada, sendo que Capanemia therasiae Barb.Rodr. constitui em uma nova ocorrência para o estado da Bahia. Da lista de Orchidaceae de Morro do Chapéu aqui apresentada (Quadro 1), a atividade de campo realizada contribuiu com 11 espécies que ainda não haviam sido registradas para o município (Brassavola tuberculata Hook., Campylocentrum aciculatum (Rchb.f. & Warm.) Cogn., Campylocentrum micranthum (Lindl.) Rolfe, Cyrtopodium eugenii Rchb.f. & Warm., Cyrtopodium saitlegerianum Rchb.f., Epidendrum cristatum Ruiz & Pav., Epidendrum warasii Pabst, Galeandra beyrichii Rchb.f., Isabelia violacea (Lindl.) Van den Berg & M.W.Chase, Notylia pubescens Lindl. e Oncidium varicosum Lindl. Embora Toscano de Brito & Cribb (2005) tenham publicado recentemente o livro Orquídeas da Chapada Diamantina, o município de Morro do Chapéu foi pouco amostrado em função de algumas limitações encontradas pelos autores e a realização desse levantamento contribuiu com novos registros e achados para a Chapada Diamantina. Das 54 espécies listadas nesse trabalho, apenas 14 (Acianthera ochreata (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase, Bifrenaria tyrianthina Rchb.f., Bulbophyllum exaltatum Lindl., Bulbophyllum manarae Foldats, Catasetum hookeri Lindl., Cattleya elongata Barb.Rodr., Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F.Barros, Encyclia alboxanthina Fowlie, Encyclia kundergraberii V.P.Castro & Campacci, Epidendrum warasii Pabst, Epistephium sclerophyllum Lindl., Oncidium gravesianum Rolfe, Prosthechea moojenii (Pabst) W.E.Higgins e Sobralia sessilis Lindl.) foram também citadas para Morro do Chapéu por Toscano de Brito & Cribb (2005).

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Quadro 1: Lista das espécies de Orchidaceae encontradas no município de Morro do Chapéu.

ESPÉCIES 1 Acianthera ochreata (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase 2 Anathallis paranaensis (Schltr.) Pridgeon & M.W.Chase 3 Anathallis rubens (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase 4 Bifrenaria tyrianthina Rchb.f. 5 Brassavola tuberculata Hook. 6 Bulbophyllum exaltatum Lindl. 7 Bulbophyllum manarae Foldats 8 Bulbophyllum plumosum Cogn. 9 Campylocentrum aciculatum (Rchb.f. & Warm.) Cogn. 10 Campylocentrum micranthum (Lindl.) Maury 11 Capanemia therasiae Barb.Rodr. 12 Catasetum hookeri Lindl. 13 Cattleya amethystoglossa Linden & Rchb.f. ex Warner 14 Cattleya elongata Barb.Rodr. 15 Cattleya tenuis Campacci & P.L.Vedovello 16 Cyrtopodium eugenii Rchb.f. & Warm. 17 Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F.Barros 18 Cyrtopodium saintlegerianum Rchb.f. 19 Encyclia alboxanthina Fowlie 20 Encyclia kundergraberii V.P.Castro & Campacci 21 Encyclia oncidioides (Lindl.) Schltr. 22 Encyclia patens Hook. 23 Epidendrum cinnabarinum Salzm. ex Lindl. 24 Epidendrum cristatum Ruiz & Pav. 25 Epidendrum orchidiflorum Salzm. ex Lindl. 26 Epidendrum secundum Jacq. 27 Epidendrum warasii Pabst 28 Epistephium lucidum Cogn. 29 Galeandra beyrichii Rchb.f. 30 Habenaria fluminensis Hoehne 31 Habenaria josephensis Barb.Rodr. 32 Habenaria parviflora Lindl. 33 Habenaria repens Nutt. 34 Isabelia violacea (Lindl.) Van den Berg & M.W.Chase 35 Isochilus linearis (Jacq.) R.Br. 36 Notylia pubescens Lindl. 37 Octomeria hatschbachii Schltr. 38 Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. 39 Oncidium barbatum Lindl. & Paxton 40 Oncidium blanchetii Rchb.f. 41 Oncidium gravesianum Rolfe 42 Oncidium hookeri Rolfe 43 Oncidium varicosum Lindl. 44 Pelexia orthosepala (Rchb.f. & Warm.) Schltr.

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45 Polystachya concreta (Jacq.) Garay & H.R.Sweet 46 Prescottia leptostachya Lindl. 47 Prescottia montana Barb.Rodr. 48 Prescottia oligantha Lindl. 49 Prosthechea moojenii (Pabst) W.E.Higgins 50 Rodriguezia obtusifolia Rchb.f. 51 Sobralia sessilis Lindl. 52 Trichocentrum cebolleta (Jacq.) M.W. Chase & N.H. Williams 53 Vanilla palmarum Lindl.

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s a a a a a a a a a a m is i i a es a m a i i a a i m a m m m u i i ea ia i i l y z li r r l t u r ll um x d ill l u um u u r t l hy al o iu a e r tu dr e r r l a a le n m ty a hi l t t di v ue e n h di h d h i a o tt me co t n ech ac n s t g p cycl n an t c t abe i a e o oc n en e V obr a N Pe s s e n t s e es n s ssa ta te c l a S I fr n C y r o I abe d opo s dr i i a a E pane l o i t a r i O r A o P bophy r a o Oc eceocl H hoc B p l C P yl G y Ac B R c u P C Ep O E p i C r B m T a C

Figura 2: Gráfico com número de espécies por gênero de Orchidaceae no município de Morro do Chapéu.

Como pode ser observado nas Figuras 3 e 4, a maioria das espécies ocorrem exclusivamente em áreas de mata (47%), sendo campo rupestre o segundo tipo vegetacional mais rico em Orchidaceae no município, com 27% das espécies ocorrendo exclusivamente nesse ambiente, chegando a formar um verdadeiro jardim de orquídeas na época da floração. A riqueza neste ambiente resulta da capacidade dessas plantas em captar e explorar umidade proveniente do orvalho e neblina pela presença de raízes com velame e pseudobulbos (Harley, 1995), adaptando-se bem em um ambiente hostil como o dos campos rupestres. Um número menor de representantes da família foi encontrado em caatinga (22%), embora esse ambiente seja predominante em Morro do Chapéu em termos de extensão. Cerca de 4% das espécies ocorrem em mais de um ambiente, provavelmente pela existência de regiões de transição (Figura 4) entre os tipos vegetacionais presentes em Morro do Chapéu que chegam a formar diferentes tipos fitofisionômicos (Silva, 1995). Quanto ao hábito das espécies (Figura 5), 44% são exclusivamente epífitas, 31% são exclusivamente terrestres e 21% exclusivamente rupícola, com 4% apresentando mais de um hábito. O elevado número de orquídeas epífitas é um reflexo da alta diversidade de Orchidaceae nas matas do município, que diante das exigências de luz procuram alcançar o

10 11 alto das árvores e em busca da umidade têm no ar e na neblina as principais fontes de alimento.

2% 2% exclusivamente de mata

22% exclusivamente de campo rupestre 47% exclusivamente de caatinga

de caatinga ou campo rupestre

27% de caatinga ou cerrado

Figura 3: Gráfico com porcentagem de espécies de Orchidaceae por tipo vegetacional no município de Morro do Chapéu.

5 7 4 6 8 1 3 12 23 10 24 13 9 14 19 15 28 22 29 27 16 17 35 36 25 31 53 26 20 32 43 33 45 21 37 42 18 38 40 39 46 47 48 50 2 51 52 41 54 30 11 44 49 34 Campo rupestre Caatinga Mata Cerrado

Figura 4: Diagrama ilustrando a distribuição das espécies de Orchidaceae por tipo vegetacional em Morro do Chapéu. Os números correspondem as espécies listadas no Quadro 1.

4% 21% exclusivamente epífita 44% exclusivamente terrestre exclusivamente rupícola terrestre ou rupícola 31%

Figura 5: Gráfico com a porcentagem de espécies de Orchidaceae por hábito no município de Morro do Chapéu.

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Similaridade florística

Comparando a lista de Orchidaceae de Morro do Chapéu (Quadro 1) com outros levantamentos realizados na Chapada Diamantina constatamos a existência de 23 espécies exclusivas do município, sendo que das áreas comparadas, Catolés e o Parque municipal de Mucugê apresentaram maior número de espécies em comum com Morro do Chapéu, com 19 e 17 espécies, respectivamente. Com Chapadinha (Lençóis) são 12 espécies em comum, com Pico das Alamas 9 e com Pai Inácio apenas 7 espécies. Esse elevado número de espécies exclusivas de Morro do Chapéu reflete uma grande diversidade florística na área. O maior número de espécies em comum com Catolés pode estar associado ao grande número de espécies levantadas nas áreas. Com o Parque Municipal de Mucugê, fisionomias similares como cursos d’água, campo rupetre e matas de grotão, poderiam justificar a ocorrência de 17 espécies em comum com Morro do Chapéu, levando-se em consideração que a maioria das Orchidaceae do município em estudo ocorre em mata com um número significativo de espécies também em campo rupestre.

Aspectos morfológicos

Os representantes da família Orchidaceae em Morro do Chapéu variam muito quanto ao tamanho, com plantas que têm desde poucos centímetros, tais como Anathallis paranaensis (Figura 6 a1-a10) e Capanemia therasiae (Figura 10 a1-a9, Figura 24 d) a espécies que alcançam alguns metros de comprimento como Epidendrum cristatum (Figura 14 b1-b4) e Epidendrum warasii (Figura 14 e1-a5, Figura 25 b). São observados dois padrões de crescimento na listagem apresentada, simpodial e monopodial, onde no crescimento simpodial um novo pseudobulbo ou caule nasce da base do mesmo e cada broto tem crescimento limitado como na maioria das espécies; já no crescimento monopodial o caule tem crescimento indeterminado como em Campylocentrum aciculatum (Figura 9 a1-a9), Campylocentrum micranthum (Figura 9 b1-b11) e Vanilla palmarum (Figura 23 c1-c5). As raízes variaram muito em termos de espessura e disposição, com espécies apresentando verdadeiros tuberóides ou órgão de armazenamento como nas Prescottia (Figura 21) e disposta espaçadamente como em Campylocentrum (Figura 9) ou aglomeradas como na maioria das espécies restantes.

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Quanto ao caule, foram observadas orquídeas com caule delgado como em Epidendrum (Figura 14), Epistephium (Figura 15 a1-a8), Habenaria (Figura 16), Sobralia (Figura 23 a1-a11) ou espessado formando pseudobulbos como em Oncidium (Figura 19), Bifrenaria (Figura 7 a1-a7), Bulbophyllum (Figura 8), Catasetum (Figura 10 b1-b11), Cyrtopodium (Figura 12), Cattleya (Figura 11), Prosthechea (Figura 22 a1-a8) e Encyclia (Figura 13). A grande maioria das orquídeas tem folhas paralelinérveas, no entanto nervação reticulada ocorre no gênero Epistephium, aqui representado pelo Epistephium lucidum (Figura 15 a1-a8). A inflorescência pode sair da base do pseudobulbo como em Galeandra (Figura 15 b1-b8), Capanemia (Figura 10 a1-a9), Notylia (Fgura 18 a1-a11), Oeceoclades (Figura 18 c1-c10), Oncidium (Figura 19), Bifrenaria (Figura 7 a1-a7), Bulbophyllum (Figura 8), Catasetum (Figura 10 b1-b11), Cyrtopodium (Figura 12) e Rodriguezia (Figura 22 b1-b7) ou ser terminal a este como em Cattleya (Figura 11), Isabelia (Figura 17 a1-a6), Prosthechea (Figura 22 a1-a8), Polystachya (Figura 20 b1-b7) e Encyclia (Figura 13). Espécies como as de Epidendrum (Figura 14) formam keiki, terminologia empregada aos brotos que surgem no lugar das flores em uma inflorescência (Toscano de Brito & Cribb 2005). Ocorrem espécies com inflorescências solitárias até espécies com mais de 30 flores, trímeras, com sépalas laterais parcialmente ou totalmente unidas, pétalas mais ou menos diferenciadas das sépalas e labelo inteiro ou trilobado com ou sem calos e fímbrias e coloração diferentes a depender de cada grupo, sendo possível verificar a presença de calcar característico em Bifrenaria (Figura 7 a1-a7), Campylocentum (Figura 9), Galeandra (Figura 15 b1-b8), Habenaria (Figura 16) e Oeceoclades (Figura 18 c1-c10). Os frutos da maioria das espécies da listagem aqui apresentada são desconhecidos, sendo de baixo valor diagnóstico. Tratam-se de cápsulas que podem conservar a flor quando maduras como em Catasetum (Figura 10 b1-b11) ou perdem-na como na maioria das espécies. Dos frutos mais diferenciados estão o da Vanilla palmarum (Figura 23 c1-c5, Figura 27 f) que caracterizam-se por serem longos, aromáticos, cujo corte transversal mostra-se triangular, ao contrário das demais espécies, cujos frutos observados foram ovados e com corte transversal arredondado a ovado. Assim como nos frutos, as sementes são pouco utilizadas na identificação das espécies, e caracteriza-se por serem minúsculas e muito numerosas como nos representante da família como um todo.

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Chave de identificação para as espécies de Orchidaceae do município de Morro do Chapéu, Bahia, Brasil.

1. Caule cilíndrico, linear ou inconspícuo 2. Ervas com crescimento monopodial, raízes isoladas, emergindo ao longo do caule 3. Sépalas laterais 54,0 × 9,0 mm, sépala mediana 48,0 × 8,0 mm, pétalas 50,0 × 18,0 mm...... Vanilla palmarum (29.1) 3`. Sépalas laterais 1,6-3,4 × 0,5-1,0 mm, sépala mediana 1,5-3,4 × 0,5-1,1 mm, pétalas 1,1-3,0 × 0,4-1,0 mm. 4. Folhas 1,4–2,3 × 0,1 cm, subuladas, membranáceas, ápice agudo...... Campylocentrum aciculatum (06.1) 4`. Folhas 3,5–8,2 × 1,1–1,3 cm, oblongas a ovadas, suculentas, ápice emarginado...... Campylocentrum micranthum (06.2) 2`. Ervas com crescimento simpodial, raízes aglomeradas, emergindo abaixo do caule 5. Folhas isoladas ou alternas espiraladas 6. Raízes delgadas, pedúnculo inconspícuo a 6,7 cm de compr. 7. Pedicelo incluindo o ovário 53,0-105,0 mm de compr...... Brassavola tuberculata (04.1) 7`. Pedicelo inconspícuo a 27,0 mm de compr. incluindo o ovário 8. Folha elíptica, ápice obtuso 9. Sépalas e pétalas purpura, pétalas com ápice agudo fimbriado, labelo fimbriado ...... Anathallis paranaensis (02.1) 9`. Sépalas e pétalas alaranjadas, pétalas com ápice obtuso inteiro, labelo sem fímbrias...... Anathallis rubens (02.2) 8`. Folha linear, oblonga ou lanceolada, ápice agudo ou retuso 10. Pétalas inteiras; calcar ausente 11. Ervas 29,0-33,0 cm de compr.; caule 11-14-foliado; folhas 2,8–3,2 × 0,3–0,4 cm, membranáceas; sépalas e pétalas membranáceas ...... Isochilus linearis (17.1) 11`. Ervas 6,9-25,0 cm de compr.; caule 1-foliado; folha 5,3–18,9 × 0,5–0,6 cm, suculenta; sépalas e pétalas suculentas 12. Erva rupícola; sépalas alaranjadas; sépalas laterais unidas na base; polínias 2...... Acianthera ochreata (01.1) 12`. Erva epífita; sépalas amareladas com listras vermelhas; sépalas laterais separadas; polínias 8 ...... Octomeria hatschbachii (19.1)

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10`. Pétalas bipartidas; calcar 6,0-13,0 × 0,5-1,4 mm 13. Pétalas 11,0 × 3,0 mm; lobos laterais do labelo 90º com lobo mediano...... Habenaria fluminensis (15.1) 13`. Pétalas 3,5-4,4 × 1,5-2,1 mm; lobos laterais do labelo 45º ou menos de 45º com lobo mediano 14. Lobos laterais do labelo 1,1 × 0,4 mm ...... Habenaria josephensis (15.2) 14`. Lobos laterais do labelo 2,0-5,2 × 0,3-0,6 mm 15. Pétalas bipartidas, lobo anterior 3,5-4,5 mm de compr., lobo posterior 1,2- 2,1 mm de compr...... Habenaria parviflora (15.3) 15`. Pétalas bipartidas, lobo anterior 5,4 mm de compr., lobo posterior 1,7 mm de compr...... Habenaria aff. repens (15.4) 6`. Raízes suculentas, pedúnculo mais de 17,0 cm de compr. 16. Sépalas laterais pilosas, labelo trilobado com calosidade membranosa...... Pelexia orthosepala (22.1) 16`. Sépalas laterais glabras, labelo inteiro sem calosidade 17. Inflorescência 15-30 flores, labelo 4,0-4,5 × 2,0-2,5 mm, coluna com projeção membranosa...... Prescottia montana (24.2) 17`. Inflorescência com mais de 30 flores, labelo 1,3–2,7 × 0,8–1,7 mm, coluna sem projeção 18. Raque 17,9-28,9 cm de compr., sépalas ovadas ...... Prescottia leptostachya (24.1) 18`. Raque 6,5 cm de compr., sépalas oblongas...... Prescottia oligantha (24.3) 5`. Folhas alternas dísticas 19. Folhas suculentas, inflorescência com keikis, pedúnculo 9,2-164,1 cm de compr. 20. Labelo inteiro ...... Epidendrum orchidiflorum (12.3) 20`. Labelo trilobado 21. Flores vináceas no verso e esverdeadas na frente...... Epidendrum warasii (12.5) 21`. Flores com verso de cor semelhante à frente 22. Erva 220,0-305,0 cm de compr., labelo sem calosidade ...... Epidendrum cristatum (12.2) 22`. Erva 20,0-178,0 cm de compr., labelo com calos denticulares 23. Flores alaranjadas a avermelhadas, labelo fimbriado ...... Epidendrum cinnabarinum (12.1) 23`. Flores lilases, labelo sem fímbrias...... Epidendrum secundum (12.4)

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19`. Folhas membranáceas a cartáceas, inflorescência sem keikis, pedúnculo ausente ou inconspícuo 24. Folhas reticuladas, inflorescência com 15-22 flores; labelo suculento, piloso ...... Epistephium lucidum (13.1) 24`. Folhas paralelinerveas, inflorescência com 1 flor; labelo membranáceo, glabro ...... Sobralia sessilis (27.1) 1`. Pseudobulbos cônicos, ovados, cilíndricos, fusiformes, elípticos 25. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo. 26. Pseudobulbo 1-foliado ou afilo durante a floração 27. Labelo inteiro 28. Ervas 31,0-83,4 cm de compr.; folhas ausentes durante a floração; labelo branco com listras vináceas...... Galeandra beyrichii (14.1) 28`. Ervas 4,6-15,5 cm de compr.; folhas presentes durante a floração; labelo branco a esverdeado ou creme 29. Inflorescência com 3 flores; sépalas laterais separadas; labelo com 2 calos carnosos arredondados ...... Capanemia therasiae (07.1) 29`. Inflorescência com mais de 30 flores; sépalas laterais unidas; labelo sem calosidade...... Notylia pubescens (18.1) 27`. Labelo trilobado 30. Folha verde com máculas mais claras; sépalas laterais separadas na base ...... Oeceoclades maculata (20.1) 30`. Folha verde sem máculas; sépalas laterais unidas na base 31. Pseudobulbos ovados 32. Folha oblonga; labelo com lobos laterais auriculados, lobo mediano pandurado ...... Oncidium barbatum (21.1) 32`. Folha subulada; labelo com lobos laterais obovados, lobo mediano reniforme ...... Trichocentrum cebolleta (28.1) 31`. Pseudobulbos ovóide-tetrágonos ou cônico-tetrágonos 33. Folha ovada, coriácea; labelo piloso ...... Bifrenaria tyrianthina (03.1) 33`. Folha oblonga, suculenta; labelo glabro 34. Labelo com fímbrias; pétalas com margem fimbriada...... Bulbophyllum plumosum (05.3) 34`. Labelo sem fímbrias; pétalas com margem serreada

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35. Erva rupícola ou terrestre, 24,0-98,1 cm de compr.; sépalas laterais glabras; labelo com calosidade carnosa linear, lobos laterais ovados, lobo mediano arredondado a ovado; coluna com projeção linear...... Bulbophyllum exaltatum (05.1) 35`. Erva epífita, 17,0-20,0 cm de compr.; sépalas laterais pilosas; labelo sem calosidade, lobos laterais auriculados, lobo mediano cônico; coluna com projeção fusiforme ...... Bulbophyllum manarae (05.2) 26`. Pseudobulbos 2-10-foliados durante a floração 36. Pseudobulbos cônicos ou fusiformes, com ou sem brácteas paleáceas 37. Folhas ovadas; labelo sem calosidade; 2 antenas...... Catasetum hookeri (08.1) 37`. Folhas lanceoladas; labelo com calosidade verrucosa; antenas ausentes 38. Pseudobulbo ca. de 20,8 cm de compr.; inflorescência com 13-15 flores...... Cyrtopodium eugenii (10.1) 38`. Pseudobulbo 45,8-72,0 cm de compr.; inflorescência com mais de 30 flores 39. Erva epífita; sépalas amareladas pintalgadas de vináceo; labelo amarelo com detalhes vermelhos, lobo mediano reniforme....Cyrtopodium saintlegerianum (10.3) 39`. Erva terestre; sépalas esverdeadas; labelo amarelo, lobo mediano retangular ...... Cyrtopodium polyphyllum (10.2) 36`. Pseudobulbos ovados, com bráctea foliácea. 40. Labelo inteiro, sem calosidade...... Rodriguezia obtusifolia (26.1) 40`. Labelo trilobado, com calosidade 41. Ervas 13,0-18,6 cm de compr...... Oncidium hookeri (21.4) 41`. Ervas 65,2-130,1 cm de compr. 42. Sépalas amarronzadas; pétalas amarronzadas; labelo amarelo com margem amarronzada, lobo mediano losangular ...... Oncidium gravesianum (21.3) 42`. Sépalas amarelas pintalgadas de castanho; pétalas amarelas pintalgadas de castanho; labelo amarelo, lobo mediano reniforme 43. Folhas 28,2-33,2 × 0,8-1,6 cm; flores com verso pintalgado de castanho; lobo mediano do labelo 10,0-11,0 × 12,0-16,0 mm ...... Oncidium blanchetii (21.2) 43`. Folhas 13,5-19,7 × 1,2-2,5 cm; flores com verso de cor semelhante à frente; lobo mediano do labelo 12,0-19,0 × 20,0-31,0 mm ...... Oncidium varicosum (21.5) 25`. Inflorescência terminal ao pseudobulbo. 44. Pseudobulbos cilíndricos; folhas elípticas, ápice obtuso

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45. Sépalas e pétalas rosa suavemente pintalgadas de rosa mais escuro; lobos laterais do labelo auriculados ...... Cattleya amethystoglossa (09.3) 45`. Sépalas e pétalas esverdeadas a acastanhadas ou avermelhadas; lobos laterais do labelo ovados 46. Pedúnculo 13,3–19,5 cm de compr., brácteas do pedúnculo lanceoladas ...... Cattleya tenuis (09.1) 46`. Pedúnculo 37,2-40,5 cm de compr., brácteas do pedúnculo ovadas ...... Cattleya elongata (09.2) 44`. Pseudobulbos elípticos, ovados ou cônicos; folhas oblongas, ápice obtuso a agudo 47. Labelo inteiro 48. Erva epífita ca. de 6,0 cm de compr.; flores ressupinadas; sépalas e pétalas violetas, sépalas laterais e mediana oblongas...... Isabelia violacea (16.1) 48`. Erva rupícola 16,0-26,7 cm de compr.; flores não ressupinadas; sépalas e pétalas verdes, sépalas laterais e mediana lanceoladas ...... Prosthechea moojenii (25.1) 47`. Labelo trilobado 49. Labelo com calosidade verrucosa, lobos laterais abertos; coluna sem projeção...... Polystachya concreta (23.1) 49`. Labelo sem calosidade, lobos laterais dobrados sobre a coluna; coluna com projeções em forma de gancho 50. Erva 38,5-47,7 cm de compr. 51. Folhas com face adaxial verde e abaxial vinácea; flores esverdeadas; inflorescência com 3-7 flores, pedúnculo ca. de 25,9–30,4 cm de compr.; labelo branco com mancha rosada...... Encyclia kundergraberi (11.2) 51`. Folhas com face adaxial e abaxial verde; flores amareladas manchadas de marrom; inflorescência com 9 flores, pedúnculo 15,5–18,0 cm de compr.; labelo amarelado...... Encyclia patens (11.4) 50`. Erva 73,6-130,0 cm de compr. 52.; Sépalas e pétalas verdes; labelo branco suavemente tracejado de vináceo ...... Encyclia alboxanthina (11.1) 52`. Sépalas e pétalas amareladas manchadas de vináceo; labelo branco fortemente tracejado de vináceo ...... Encyclia oncidioides (11.3)

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01. ACIANTHERA Scheidw.

A subtribo Pleurothallidinae sofreu uma reorganização dos gêneros a ela atribuídos baseada em dados moleculares (Pridgeon et al. 2001). As espécies brasileiras do gênero Pleurothallis R. Br. foram transferidas para os gêneros Acianthera, Anathallis Barb. Rodr., Pabstiella Brieger & Senghas (como Antheron), Phloeophila Hoehne & Schltr., Pleurothallopsis Porto & Brade e Stelis Sw. (Pridgeon & Chase 2001). Barros (2002; 2005) propôs ainda outras mudanças para os gêneros Acianthera, Anathallis, Pabstiella e Specklinia Lindl., considerando algumas falhas nomenclaturais no trabalho de Pridgeon & Chase (2001).

01. 1. Acianthera ochreata (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase subsp. ochreata, Lindleyana 16 (4): 245. 2001. Pleurothallis ochreata Lindl., Edwards's Bot. Reg. 21: sub t. 1797. 1835. Figura 6 a1-a10

Erva rupícola, 6,9–25,0 cm de compr, crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule ca. de 5,0 cm de compr., 0,2 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 1-foliado, com brácteas paleáceas. Folha paralelinervea, 5,3–18,9 × 0,5–0,6 cm, isolada, oblonga, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice agudo, base angustada, presente durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, pendente, sem keikis, 10–13 flores; pedúnculo 3,0–7,4 cm de compr., alaranjado; brácteas do pedúnculo 2–3, 3,0–7,0 mm de compr., oblonga, membranácea, ápice agudo, base truncada; raque 2,3–4,8 cm compr.; bráctea floral 2,0–5,0 mm compr., rômbica, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores não ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo inconspícuo. Sépalas alaranjadas, suculentas, margem inteira, ápice agudo; laterais 6,0 × 1,5–2,0 mm, lanceoladas, unidas na base truncada, glabras; mediana 5,0–6,0 × 1,3–1,5 mm, lanceolada, base truncada. Pétalas 2,5– 3,0 × 1,0–1,1 mm, inteiras, alaranjadas, oblongas, suculentas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, alaranjado, suculento, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 1,3–2,0 × 0,3–0,5 mm, auriculados, dobrados, 90º com lobo mediano; lobo mediano 1,0–2,0 × 1,0–1,3 mm, arredondado; calcar ausente. Coluna 2,4– 3,0 × 0,9–1,0 mm, sem projeções, ereta, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera

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0,5–0,6 × 0,4–0,6 mm, com apêndice apical; polínias 2, iguais, laminares. Fruto 1,6 × 0,5 cm, sem incluir rudimentos florais. Material examinado: BA-052, 3.IV.1976, fl., G. Davidse et al. 11928 (HB); Buraco do Possidônio, 5.III.2008, fl., C. A. Bastos 139 (HUEFS); Cachoeira do Ferro Doido, 20.III.2004, fl., D. T. Cruz 13 (HUEFS); 6.V.2007, fl., C. A. Bastos 7 (HUEFS); Estrada para Bonito, 4.III.2008, fl., C. A. Bastos 125 (HUEFS); Estrada para Utinga, 3.III.1977, fl., R. M. Harley 19332 (CEPEC, HB, KEW, MBM, NYBG, SPF); 30.V.1980, fl. e fr., R. M. Harley 22783 (CEPEC, SPF); Fazenda Pé de Serra, 7.IX.2006, fr., J. L. Ferreira et al 47 (HUEFS); Gruta da Boa Esperança, 14.XI.2008, fr., C. A. Bastos & J. B. Pinto 277 (HUEFS); Morrão, 7.II.1973, fl., A. P. Duarte 14102 (HB); 15.I.1977, fl., G. Hatschbach 39646 (MBM); 26.VI.1996, fl., R. M. Harley 3180 (CEPEC, HUEFS); 9.VIII.2003, fl., P. L. Ribeiro 23 (HUEFS); 16.II.2004, fl., G. Pereira-Silva 8461 (HUEFS); 19.III.2004, fl., D. T. Cruz 7, 8 (HUEFS); 28.I.2005, fl., J. Paula-Souza et al. 4774 (MBM); 5.V.2007, fl., C. A. Bastos 1, 2 (HUEFS); Serra da Boa Esperança, 31.III.1991, fl., A. M. Miranda et al. 237 (ESA); Sem local, 7.II.1973, fl., A. P. Duarte 14102 (HB); 19.XI.1986, fl., L. P. de Queiroz 1288 (HUEFS); 14.III.1995, fl., L. P. de Queiroz 4279 (HUEFS).

Esta espécie foi originalmente descrita no gênero Pleurothallis em 1835. Além da Bahia, é conhecida dos estados de Pernambuco (Pabst & Bungs 1975; Borba et al. 2000; Borba et al. 2002), Minas Gerais (Borba et al. 2000) e Paraíba (Borba et al. 2002). Ocorre na Bahia na Serra das Almas, Serra do Curral Feio, Serra do Rio de Contas, Serra do Sincorá e Morro do Chapéu (Harley & Mayo 1980), além de ter sido registrada nos afloramentos rochosos de campos rupestres dos municípios de Jacobina (Toscano de Brito & Cribb 2005), Mucugê (Harley & Simmons 1986; Azevedo & van den Berg 2007), Palmeiras (Toscano de Brito 1998; Conceição & Giulietti 2002; Conceição & Pirani 2005; Conceição et al. 2007), Lençóis (Toscano de Brito 1998) e Rio de Contas (Toscano de Brito 1995; Toscano de Brito & Cribb 2005). No município de Morro do Chapéu é amplamente encontrada nos campos rupestres em grandes populações a pleno sol. Encontrada com flor em praticamente todos os meses do ano. Recentemente, foi descrita uma subespécie, a A. ochreata subsp. cylindrifolia Borba & Semir, levando-se em consideração suas folhas cilíndricas sulcadas e sua ocorrência apenas na cadeia do Espinhaço em Minas Gerais, além de diferenças químicas que a separa de A. ochreata subsp. ochreata (Borba et al. 2002), a qual é considerada aqui.

20 21

02. ANATHALLIS Barb.Rodr. 02.1. Anathallis paranaensis (Schltr.) Pridgeon & M.W.Chase, Lindleyana 17 (2): 100. 2002. Pleurothallis paranaensis Schltr., Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem 7 (66): 274-275. 1918. Figura 6 b1-b7

Erva epífita, ca. de 4,0 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule ca. de 0,6 cm de compr., ca. de 0,1 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 1–foliado, sem brácteas paleáceas. Folha paralelinérvea, 2,0 × 0,6 cm, isolada, elíptica, face abaxial verde e adaxial vinácea sem máculas, suculentas, ápice obtuso, base angustada, presente durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, ca. de 0,85 cm de compr., ereta, sem keikis, 2 flores; pedúnculo inconspícuo, cor não visualizada; bráctea do pedúnculo 1, inconspícua, ovada a lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada; raque 0,45 cm de compr.; bráctea floral não visualizada. Flores ressupinadas, face dorsal mais escura que face ventral; pedicelo inconspícuo. Sépalas purpura, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 3,0 × 0,6 mm, lanceoladas, unidas na base truncada, glabras; mediana 3,2 × 0,9 mm, lanceolada, base truncada. Pétalas 2,0 × 0,05 mm, inteiras, purpura, linear, membranácea, margem inteira, ápice agudo fimbriado, base truncada. Labelo inteiro, 2,6 × 1,5 mm, púrpuro, membranáceo, glabro, sem calosidade, fimbriado; lobos laterais indiferenciado; lobo mediano indiferenciado; calcar ausente. Coluna 3,2 × 1,9 mm, sem projeção, ereta, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera não visualizada. Fruto não visualizado. Material examinado: Morrão, 9.VIII.2003, fl., P. L. Ribeiro et al. 29 (HUEFS).

Esta espécie foi descrita em 1918, a partir de coleta do Paraná (Toscano de Brito & Cribb 2005). É conhecida dos estados do Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Pabst & Dungs 1975) e na Bahia há registros em Mucugê e Rio de Contas (Toscano de Brito & Cribb 2005). No município de Morro do Chapéu, foi encontrada como epífita em árvores apenas em mata de grotão em área de altitude superior a 900 m. Encontrada com flor no mês de outubro. É similar a Anathallis microphyta (Barb. Rodr.) C.O.Azevedo & Van den Berg (Toscano de Brito & Cribb 2005; Azevedo & van den Berg 2007), a qual foi, recentemente, incorporada ao gênero Anathallis (Azevedo & van den Berg 2005) e difere

21 22 desta, segundo Azevedo & van den Berg (2007), por apresentar bainhas caulinares glabras com óstio inteiro e flores fasciculadas e sésseis sobre os caules secundários.

02.2. Anathallis rubens (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase, Lindleyana 16 (4): 250. 2001. Pleurothallis rubens Lindl., Edwards's Bot. Reg. 21(32): 1797. 1836. Figura 6 c1-c7

Erva rupícola, 20,2–33,9 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule 1,4–3,8 cm de compr., 0,2 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 1–foliado, com bráctea paleácea. Folha paralelinérvea, 5,2–7,8 × 1,5–1,8 cm, isolada, elíptica, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice obtuso, base angustada, presente durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, pendente, sem keikis, com mais de 30 flores; pedúnculo 5,8–6,7 cm de compr., cor não visualizada; brácteas do pedúnculo 4–7, 4,0–5,0 mm de compr., oblongas, membranáceas, ápice pungente, base truncada; raque 11,8–12,4 cm de compr.; bráctea floral 3,0 mm de compr., rômbica, membranácea, ápice pungente, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 2,0 mm de compr. Sépalas alaranjadas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 6,2 × 1,5 mm, lanceoladas, unidas na base truncada, glabras; mediana 6,0 × 1,5 mm, lanceolada, base truncada. Pétalas 3,2 × 1,0 mm, inteiras, alaranjadas, oblongas, membranáceas, margem inteira, ápice obtuso inteiro, base truncada. Labelo trilobado, alaranjado, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 2,0 × 0,5 mm, rômbico, erguido, mais de 90º com lobo mediano; lobo mediano 1,8 × 1,4 mm, pandurado; calcar ausente. Coluna 2,4 × 0,6 mm, com projeção membranosa, encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera não visualizada. Fruto 1,9 × 0,4 cm incluindo rudimentos florais. Material examinado: Estrada para Utinga, 30.V.1980, fr., R. M. Harley 22800 (CEPEC); Morrão, 7.IV.2008, veg., C. A. Bastos & C. van den Berg 165 (HUEFS); 26.IV.1999, fl., A. M. Amorim et al. 2999 (CEPEC).

Esta espécie foi descrita em 1836 a partir de material tipo de São João del Rey, Minas Gerais (Toscano de Brito & Cibb 2005). No Brasil ocorre nos estados da Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais (Pabst & Dungs 1975). Na Chapada Diamantina ocorre em Abaíra (Toscano de Brito & Queiroz 2003), Palmeiras (Toscano de Brito 1998) e Rio de Contas (Toscano de Brito 1995). Em

22 23

Morro do Chapéu foi encontrada em áreas de campo rupestre, vegetando em afloramentos rochosos, e com flores entre abril e maio. São plantas com flores que assumem coloração avermelhada à medida que secam.

03. BIFRENARIA Lindl. 03.1. Bifrenaria tyrianthina (Loudon) Rchb.f., Xenia Orchid. 1 (61): 223. 1858.

Bifrenaria magnicalcarata (Hoehne) Pabst, Bradea 2 (14): 86. 1976. Figura 7 a1-a7

Erva rupícola, 31–41,5 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do pseudobulbo. Pseudobulbos 7–8 cm de compr., 1,3–2,0 cm de diâm., aéreos, cônicos-tetrágonos, 1–foliados, com brácteas paleáceas. Folha paralelinérvea, 17,5–23,0 × 5,7–6,3 cm, isolada, ovada, face adaxial e abaxial verde sem máculas, coriácea, ápice agudo, base angustada, presentes durante a floração. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, pendente, sem keikis, ca. de 2 flores; pedúnculo 8,3–10,0 cm de compr., cor não visualizada; brácteas do pedúnculo 3–4, ca. de 30,0 mm de compr., oblongas, paleáceas, ápice agudo, base truncada; raque 7,6–9,9 cm de compr.; bráctea floral 17,0–20,0 mm de compr., lanceolada, paleácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 40,0–60,0 mm de compr. Sépalas purpura, cartáceas, margem inteira, ápice obtuso acuminado; laterais 38,0 × 21,0 mm, oblongas, unidas na base truncada, glabras; mediana 39,0 × 26,0 mm, oblonga, base truncada. Pétalas 31,0 × 19,0 mm, inteiras, purpura, ovadas, cartáceas, margem suavemente crenada, ápice obtuso, base truncada. Labelo trilobado púrpuro, coriáceo, piloso, com calosidade linear, sem fímbrias; lobos laterais 23,0 × 8,0 mm, auriculados, suavemente dobrado para dentro, 90º com lobo mediano; lobo mediano 1,5 × 1,9 mm, lunado; calcar 37,0 × 5,0 mm, cilíndrico. Coluna 16,0 × 6,0 mm, sem projeções, suavemente encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera não visualizada. Frutos não visualizados. Material examinado: Morrão, 11.XI.2001, fl., E. L. Borba 2068 (HUEFS); Sem local, 30.XI.1980, fl., A. Furlan 293 (KEW, SPF).

Foi descrita em 1850 no gênero Lycaste Lindl., sendo transferida para o gênero Bifrenaria em 1854. Nativa dos campos rupestres brasileiros, ocorre na Bahia, Minas Gerais, São Paulo (Koehler & Amaral 2004), Espírito Santo e Rio de Janeiro (Pabst &

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Dungs 1977). Habita os campos rupestres das porções mineira e baiana da Cadeia do Espinhaço (Castro Neto & Campacci 2006), sendo encontrada na Chapada Diamantina nos municípios de Abaíra, Ibicoara, Morro do Chapéu, Palmeiras (Toscano de Brito & Cribb 2005) e Rio de Contas (Toscano de Brito 1995; Toscano de Brito & Cribb 2005). Foi encontrada em Morro do Chapéu em afloramentos rochosos de campo rupestre. Floresce no mês de setembro. Pabst (1976) elevou uma das variedades de B. tyrianthina para o nível de espécie (B. magnicalcarata (Hoehne) Pabst). Em revisão completa do gênero Koehler & Amaral (2004) indicaram que esta variante nada mais é que uma das muitas formas de B. tyrianthina, delimitação seguida por Castro Neto & Campacci (2006) e Toscano de Brito & Cribb (2005). Bifrenaria tyrianthina é comumente confundida com B. harrisoniae (Hook.) Rchb.f., mas pode ser distinguida dela por apresentar viscidium inteiro e coluna paralela ao labelo, além de B. harrisoniae ter uma distribuição mais ampla que B. tyrianthina (Koehler & Amaral 2004).

04. BRASSAVOLA R.Br. 04.1. Brassavola tuberculata Hook., Bot. Mag. 56: t. 2878. 1829. Figura 7 b1-b8

Erva rupícola, 17,5–32,3 cm de compr., crecimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule 2,3–10,5 cm de compr., 0,3 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 1–foliado, com brácteas paleáceas. Folha paralelinérvea, 15,0– 22,0 × 0,5 cm, isolada, cilíndrica, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice agudo, base truncada, presente durante a floração. Inflorescência saindo da base do caule, pendente, sem keikis, 2–3 flores; pedúnculo 1,6–2,2 cm de compr., cor não visualizada; brácteas do pedúnculo 1, 4,0–6,0 mm de compr., rômbica, membranácea, ápice agudo, base truncada; raque 8,0–8,6 cm de compr.; bráctea floral 1,0–4,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 53,0–105,0 mm de compr. Sépalas amareladas, suculentas, margem inteira, ápice agudo; laterais 31,0 × 6,0 mm, lanceoladas, separadas, base truncada, glabras; mediana 36,0 × 6,0 mm, lanceolada, base truncada. Pétalas 34,0 × 5,0 mm, inteiras amareladas, lanceoladas, suculentas, margem inteira, ápice agudo, base truncada. Labelo inteiro, 30,0 × 27,0 mm, branco com fundo amarelo, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais

24 25 indiferenciados; lobo mediano indiferenciado; calcar ausente. Coluna 12,0 × 3,0 mm, com projeções auriculares, prostrada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera não visualizada. Fruto não visualizado. Material examinado: Cachoeira Pedro Bravo, 5.III.2008, fl., C. A. Bastos 154 (HUEFS). Material adicional: BRASIL. BAHIA: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê, 26.XI.2002, fl., C. Azevedo & R. Oliveira 165 (HUEFS).

Essa espécie foi descrita em 1829, com base em material coletado na região de Botafogo, Rio de Janeiro (Toscano de Brito & Cribb 2005). No Brasil há registros para Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe (Pabst e Dungs 1975) e Paraná (Angely 1965; Pabst & Dungs 1975). Na Bahia é citada para Monte Santo (Harley & Mayo 1980) e para os seguintes municípios da Chapada Diamantina: Abaíra, Ibicoara, Morro do Chapéu, Rio de Contas, Palmeiras (Toscano de Brito & Cribb 2005) e Mucugê (Azevedo & van den Berg 2007). Em Morro do Chapéu foi encontrada vegetando entre rochas no alto de uma cachoeira e como epífita em áreas de mata. Floresce no mês de março.

05. BULBOPHYLLUM Thouars 05.1. Bulbophyllum exaltatum Lindl., Ann. Mag. Nat. Hist. 10: 186. 1842. Bulbophyllum warmingianum Cogn., Flora Brasiliensis 3 (5): 605. 1902. Bulbophyllum ipanemense Hoehne, Res. Hist. Secc. Bot. Agron. Inst. Biol. S. Paulo 140. 1937. Figura 8 a1-a7

Erva rupícola ou terrestre, 24,0–98,1 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do pseudobulbo. Pseudobulbos 1,8– 4,5 cm de compr., 0,9–2,0 cm de diâm., aéreos, ovóides-tetrágonos, 1–foliado, sem brácteas paleáceas. Folha paralelinérvea, 5,0–9,8 × 1,7–2,4 cm, isolada, oblonga, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice agudo, base truncada, presente durante a floração. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, ereta, sem keikis, 12–22 flores; pedúnculo 16,0–67,7 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 5–10, 10,0–18,0 mm de compr., oblongas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 7,5–29,5 cm de compr.; bráctea floral 4,0–8,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo

25 26 incluindo o ovário 4,0–5,0 mm de compr. Sépalas pintalgadas de vináceo, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 9,0–13,0 × 2,0–3,4 mm, lanceoladas, unidas na base truncada, glabras; mediana 8,0–14,0 × 2,0–4,0 mm, lanceolada, base truncada. Pétalas 3,0– 4,5 × 0,5–1,9 mm, inteiras, pintalgadas de vináceo, lanceoladas, membranáceas, margem serreada, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, esverdeado suavemente pintalgado de vináceo, membranáceo, glabro, calosidade carnosa linear, sem fímbrias; lobos laterais 1,2–1,3 × 1,1 mm, ovados, erguidos, 90º com lobo mediano; lobo mediano 3,6–4,5 × 2,0–3,3 mm, arredondado a ovado; calcar ausente. Coluna 4,4–5,0 × 1,0–1,2 mm, com projeção linear, encurvada, superfície ventral saliente; antena ausente. Antera 1,1–1,3 × 0,9–1,0 mm, com membrana apical; polínias não visualizadas. Fruto 0,9–1,1 × 0,5–0,6 cm sem incluir rudimentos florais. Material examinado: Cachoeira do Ferro Doido, 9.III.2003, fl., L. P. de Queiroz et al. 7708 (HUEFS); 24.X.2003, fl., M. L. Guedes 10757 (CEPEC); 20.IV.2004, fl., P. L. Ribeiro 94, 97 (HUEFS); 21.IV.2004, fl., P. L. Ribeiro 99; 28.VII.2005, fl., P. L. Ribeiro 176 (HUEFS); Cachoeira Pedro Bravo, 5.III.2008, fl., C. A. Bastos 158 (HUEFS); Estrada para Bonito, 9.X.2007, fr., C. A. Bastos 109 (HUEFS); 18.XII.2007, fl., C. A. Bastos 119 (HUEFS); Estrada para Feira de Santana, 19.XI.1986, fl., L. P. de Queiroz 1262 (HUEFS); 7.VIII.2007, fl., C. A. Bastos 68 (HUEFS); Estrada para Jacobina, 7.IV.2008, fl., C. A. Bastos 180 (HUEFS); Gruta da Boa Esperança, 14.XI.2008, fl., C. A. Bastos & J. B. Pinto 276 (HUEFS); Morrão, 16.VII.1979, fl., G. Hatschbach et al. 42392 (MBM); 9.VIII.2003, fl., P. L. Ribeiro 27 (HUEFS); 21.IV.2004, fl., P. L.Ribeiro 98 (HUEFS). Sem local, 15.I.1977, fl., G. Hatschbach 39603 (MBM); s.d., fl., E. Pereira & A. P. Duarte 10075 (HB).

Foi descrita em 1842, e é citada para o Brasil nos estados de Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo (Pabst & Dungs 1975), sendo identificada como B. warmingianum. Na Bahia ocorre em Abaíra, Morro do Chapéu, Piatã (Toscano de Brito & Cribb 2005), Lençóis, Palmeiras (Toscano de Brito 1998; Toscano de Brito & Cribb 2005), Rio de Contas (Toscano de Brito 1995; Toscano de Brito & Cribb 2005), Serra das Almas (Harley & Mayo 1980) identificada como B. ipanemense e em Mucugê identificada como B. ipanemense por Harley & Simmon (1986). Em Morro do Chapéu foi encontrada em afloramentos rochosos de campo rupestre. Floresce entre março e dezembro. Bulbophyllum exaltatum corresponde a um complexo dentro do gênero Bulbophyllum e o maior problema taxonômico consiste na delimitação dos grupos B.

26 27 involutum, B. ipanemense, B. longispicatum Cogn., B. geraense Rchb.f. ex Barb.Rodr. e B. warmigianum que apresentam uniformidade vegetativa sendo separados pela morfologia floral, principalmente diferenças no labelo (Ribeiro et al. 2007; Borba & Semir 1998). Ribeiro et al. (2007), recentemente, realizaram um estudo a partir da análise genética e morfométrica de tais espécies, demonstrando a formação de dois grandes grupos onde as espécies da Bahia apresentam pouca diferenciação e expandiram o conceito do binômio B. exaltatum para a identificação de todas as espécies pertencentes a este complexo taxonômico (incluindo B. ipanemense e B. warmingianum), por se tratar do nome mais antigo, obedecendo-se às normas nomenclaturais vigentes. Foi proposta a subspécie Bulbophyllum exaltatum Lindl. subsp. teimosum E. C. Smidt & Borba a partir de algumas pequenas diferenças no padrão de coloração, morfologia do labelo e posição das sépalas e pétalas em relação ao eixo floral, além de ocorrer como epífta em Mata Atlântica (Smidt 2007).

05.2. Bulbophyllum manarae Foldats, Acta Bot. Venez. 3: 309. 1968. Figura 8 b1-b10

Erva epífita, 17,5–20,0 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do pseudobulbo. Pseudobulbos 0,6–0,9 cm de compr., 0,5–0,7 cm de diâm., aéreos, ovóides-tetrágonos, 1-foliados, sem brácteas paleáceas. Folha paralelinérvea, 1,9–2,7 × 0,9–1,0 cm, isolada, oblonga, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice agudo, base truncada, presente durante a floração. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, pendente, sem keikis, 11–15 flores; pedúnculo 10,5–10,9 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 4, 7,0–8,0 mm de compr., oblongas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 5,5–6,1 cm de compr.; bráctea floral ca. de 3,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores não ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário ca. de 1,0 mm de compr. Sépalas vináceas, membranáceas, margem suavemente serreada, ápice agudo; laterais 5,0–7,0 × 1,5–2,0 mm, ovadas, unidas na base truncada, pilosas; mediana 6,0–7,0 × 3,0 mm, ovadas, base truncada. Pétalas 3,0– 4,0 × 1,0 mm, inteiras, vináceas, lanceoladas, membranáceas, margem serreada, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, vináceo a alaranjado, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 1,5–2,2 ×1,4–2,2 mm, auriculados, dobrados, 90º com lobo mediano; lobo mediano 2,0–2,5 × 1,2–1,5 mm, cônico; calcar ausente.

27 28

Coluna 3,0 × 1,5–2,0 mm, com projeção fusiforme, encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera ca. de 1,0 × 1,0 mm, com apêndice apical; polínias 4, 2 maiores e 2 menores entre si, ovais. Fruto não visualizado. Material examinado: Cachoeira do Ferro Doido, XI.2001, fl., P. L. Ribeiro 113 (HUEFS); Sem local, s.d., fl., P. L. Ribeiro 45 (HUEFS).

Descrito em 1968 a partir de material da Venezuela. Ocorre na Chapada Diamantina em Morro do Chapéu e Rio de Contas (Toscano de Brito & Cribb 2005). No município de Morro do Chapéu ocorre em mata. Floresce em setembro. Pode ser confundida pelos caracteres vegetativos com as espécies relacionadas da seção Xiphizusa Rchb. f., a B. chloropterum Rchb.f., B. laciniatum Cogn. e B. plumosum Cogn., embora seja pouco relacionada a estas (Ribeiro et al. 2005). É próxima de B. arianeae Fraga & E. C. Smidt, diferindo desta pelo formato das pétalas e pilosidade do labelo (Smidt 2007).

05.3. Bulbophyllum plumosum Cogn., Flora Brasiliensis 3 (5): 614. 1902. Figura 8 c1-c7

Erva epífita, 8,8–15,3 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do pseudobulbo. Pseudobulbos 0,8–1,1 cm de compr., 0,6–0,9 cm de diâm., aéreos, ovóides-tetrágonos, 1–foliados, sem brácteas paleáceas. Folha paralelinérvea, 2,9–5,6 × 0,6–0,9 cm, isolada, oblongas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculenta, ápice agudo, base truncada, presente durante a floração. Inflorescência saindo da base do caule, pendente, sem keikis, 5–9 flores; pedúnculo 3,9–8,3 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 2–4, ca. de 5,0–8,0 mm de compr., oblongas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 2,1–6,5 cm de compr.; bráctea floral 3,0–4,0 mm de compr., ovadas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 1,5–2,0 mm de compr. Sépalas vináceas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 11,0–16,0 × 1,1–2,5 mm, lanceoladas, unidas na base truncada, pubescente; mediana 11,0–16,0 × 1,5–2,0 mm, lanceolada, base truncada. Pétalas 4,2–4,5 × 1,3–1,5 mm, inteiras, vináceas, lanceoladas, membranáceas, margem fimbriada, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, vináceo, membranáceo, glabro, sem calosidade, com fímbrias; lobos laterais 3,5–3,6 × 0,4–0,5 mm, auriculados, erguidos, 90º

28 29 com lobo mediano; lobo mediano 6,0–7,8 × 0,6–2,0 mm, espatulado; calcar ausente. Coluna 2,5–3,1 × 1,0 mm, com projeção fusiforme, encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 1,0 × 0,8 mm, com apêndice apical; polínias 2, iguais, ovais. Fruto não visualizado. Material examinado: Cachoeira do Ferro Doido, 9.III.2003, fl., L. P. de Queiroz 7688 (HUEFS); Fazenda Guariba, VII.2008, fl., C. A. Bastos & C. van den Berg 191 (HUEFS); Sem local, 9.VIII.2003, fl., P. L. Ribeiro 48 (HUEFS). Material adicional: BRASIL. BAHIA: Abaíra, 31.III.1994, fl., W. Ganev 3003 (HUEFS).

Esta espécie foi descrita inicialmente com o basiônimo Didactyle plumosa em 1862, sendo transferida para o gênero Bulbophyllum em 1902. No Brasil é citada para os estados de Goiás, Minas Gerais (Pabst & Dungs 1975) e Paraná (Angely 1965; Pabst & Dungs 1975). Na Bahia há registros nos municípios da Chapada Diamantina de Abaíra e Morro do Chapéu (Ribeiro et al. 2005). No município de Morro do Chapéu foi encontrada em áreas de mata. Floresce de março a agosto. Segundo Ribeiro et al. (2005) é comumente confundida com B. laciniatum Cogn. e B. chloropterum Rchb.f., mas difere destas pelas pétalas lanceoladas e labelo com região calosa. Para Smidt (2007) é muito próxima de B. gehrtii que possui folhas lineares e não oblongo-lanceoladas e flores com epiquilo côncavo e pilosidade apenas na junção do hipoquilo com o epiquilo, enquanto que em B. plumosum o epiquilo é plano e a pilosidade ocorre apenas nas margens do hipoquilo.

06. CAMPYLOCENTRUM Benth. 06.1. Campylocentrum aciculatum (Rchb.f. & Warm.) Cogn., Flora Brasiliensis 3 (6): 516. 1906. Figura 9 a1-a9

Erva epífita, 31,5–75,0 cm de compr., crescimento monopodial. Raízes delgadas cilíndricas, isoladas, emergindo ao longo do caule. Caule 30,2–73,6 cm de compr., ca. de 0,2 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 7–15-foliados, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 1,4–2,3 × 0,1 cm, alternas espiraladas, subuladas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, membranáceas, ápice agudo e base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência saindo da axila das folhas, prostrada, sem keikis, 4–6 flores; pedúnculo 0,15–0,35 cm de compr., amarronzado; bráctea do pedúnculo 1, ca. de 1,0 mm

29 30 de compr., rômbica, membranácea, ápice agudo, base truncada; raque 0,5–0,7 cm de compr.; bráctea floral 0,5–1,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores não ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário ca. de 1,0 mm de compr. Sépalas brancas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 1,6–2,1 × 0,5–0,6 mm, ovadas, separadas, base truncada, glabras; mediana 1,5–2,0 × 0,5–0,9 mm, ovada, base truncada. Pétalas 1,1–1,6 × 0,4–0,6 mm, inteiras, brancas, lanceoladas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, branco, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 0,7–0,9 × 0,4–0,5 mm, triangulares, suavemente enrrolados, 90º com lobo mediano; lobo mediano 0,5–0,7 × 0,6–0,7 mm, triangular; calcar 2,5–2,8 × 0,8–0,9 mm, tubular. Coluna 0,8–1,0 × 0,6–1,0 mm, com projeção membranosa, ereta, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 0,8–0,9 × 0,5–0,7 mm, projeção membranosa; polínias 2, iguais, circulares. Fruto não visualizado. Material examinado: Estrada para Buraco do Possidônio, 5.III.2008, veg., C. A. Bastos 130 (HUEFS); 7.IV.2008, fl., C. A. Bastos 178 (HUEFS); Fazenda Guariba, 8.IV.2008, fl., C. A. Bastos 182 (HUEFS).

Esta espécie foi descrita inicialmente como Aeranthes aciculatus Rchb.f. & Warm., sendo depois transferida para o gênero Campylocentrum em 1906. Ocorre em Minas Gerais e no Rio de Janeiro (Pabst & Dungs 1977) e na Bahia há registro para a Chapada Diamantina em Catolés (Toscano de Brito & Queiroz 2003). Foi encontrada no município de Morro do Chapéu em área de mata. Floresce nos meses de março e abril. Esta espécie é similar a Campylocentrum micranthum (Lindl.) Maury, que também ocorre em Morro do Chapéu, mas difere desta principalmente pelos caracteres vegetativos, sendo que C. aciculatum possui folhas subuladas com 1,4–2,3 × 0,1 cm, de ápice agudo e C. micranthum tem folhas oblongas a ovadas com 3,5–8,2 × 1,1–1,3 cm, de ápice emarginado.

06.2. Campylocentrum micranthum (Lindl.) Maury, J. Bot. (Morot). 3: 273. 1889. Figura 9 b1-b11

Erva epífita, ca. de 7,2–37,7 cm de compr., crescimento monopodial. Raízes delgadas, cilíndricas, isoladas, emergindo ao longo do caule. Caule 7,2–31,2 cm de compr., 0,4 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 4–17–foliado, sem brácteas paleáceas. Folhas

30 31 paralelinérveas, 3,5–8,2 × 1,1–1,3 cm, alternas espiraladas, oblongas a ovadas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice emarginado, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescências saindo das axilas das folhas, prostradas, sem keikis, ca. de 17-flora; pedúnculo ca. de 0,2 cm de compr., cor não visualizada; bráctea do pedúnculo 1, ca. de 1,0 mm de compr., ovada, membranácea, ápice agudo, base truncada; raque 1,7– 1,8 cm de compr.; bráctea floral ca. de 1,0 mm de compr., ovadas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 1,0–1,2 mm de compr. Sépalas alvascentas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 3,4 × 1,0 mm, oblongas, separadas na base truncada, glabras; mediana 3,4 × 1,1 mm, oblonga, base truncada. Pétalas 3,0 × 1,0 mm, inteiras, alvascentas, oblongas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo, base truncada. Labelo trilobado, alvascento, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 0,09 × 1,1 mm, triangulares, dobrados, 90º com lobo mediano; lobo mediano 1,1 × 1,0 mm, triangular; calcar 2,0 × 1,0 mm, tubular. Coluna 1,2 × 1,0 mm, sem projeção, ereta, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 0,07 × 0,06 mm, sem apêndice apical; polínias 2, iguais, elípticas. Fruto 0,8–1,0 × 0,2 cm sem incluir rudimentos florais. Material examinado: Estrada para Bonito, 23.VII.2008, fr., C. A. Bastos & J. B. Pinto 244 (HUEFS); Estrada de chão a partir da BA 052, 17.VI.2008, fr., C. A. Bastos 221 (HUEFS). Material adicional: Cachoeira, Estação da mata, X.1980, fl., Grupo Pedra do Cavalo 809 (HUEFS); Ipirá, Fazenda Recreio, 4.X.1986, fl., L. P. de Queiroz et al. 971 (HUEFS); Mucugê, Parque Municipal de Mucugê, 27.I.2003, fl., C. Azevedo 173 (HUEFS).

Foi descrita em 1835 como Angraecum micranthum Lindl. e depois transferida para o gênero Campylocentrum em 1889. Ocorre de norte a sul no Brasil (Pabst & Dungs 1977) e na Bahia foi registrada nos municípios de Palmeiras, Rio de Contas (Toscano de Brito & Cribb 2005) e Mucugê (Azevedo & van den Berg 2007; Toscano de Brito & Cribb 2005). No município de Morro do Chapéu foi coletada em área de mata. Encontradas com flor em junho e julho.

07. CAPANEMIA Barb.Rodr. 07.1. Capanemia therasiae Barb.Rodr., Genera et Species Orchidearum Novarum 2: 244. 1877. Figura 10 a1-a9

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Erva epífita, 4,6–5,5 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos 0,5–0,7 cm de compr., 0,3–0,37 cm de diâm., aéreos, ovados, 1–foliados, com brácteas paleáceas. Folha paralelinérvea, 2,7 × 0,3–0,5 cm, isolada, lanceoladas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice agudo, base truncada, presente durante a floração. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, pendente, sem keikis, 3 flores; pedúnculo ca. 0,65–0,8 cm de compr., cor não visualizada; brácteas do pedúnculo 1, 2,5–3,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 0,5 cm de compr.; bráctea floral 2,0 mm de compr., ovada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 1,1– 2,0 mm de compr. Sépalas brancas a esverdeadas, lanceoladas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 1,8–3,0 × 0,6–1,0 mm, separadas, base truncada, glabras; mediana 1,6–3,0 × 0,7–1,0 mm, base truncada. Pétalas 1,5–3,0 × 0,6–1,1 mm, inteiras, brancas a esverdeadas, lanceoladas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo inteiro, 1,5–2,5 × 0,6–1,5 mm, branco a esverdeado, membranáceo, glabro, com 2 calos carnosos arredondados, sem fímbrias; lobos laterais indiferenciados; lobo mediano indiferenciado; calcar ausente. Coluna 1,7–2,0 × 0,7–1,0 mm, com projeção membranosa, encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 0,4 × 0,2 mm, sem apêndice apical; polínias 2, iguais, globosas. Fruto não visualizado. Material examinado: Morrão, 25.X.1970, fl., Andrade-Lima 6136 (HUEFS); 13.XI.2008, fl., C. A. Bastos & J. B. Pinto 267 (HUEFS).

Esta espécie foi descrita em 1877, cujo material tipo é originário de Petrópolis, Rio de Janeiro. Distribui-se do Rio Grande do Sul a Pernambuco (Pabst 1972a; Pabst & Dungs 1977) e na Bahia está sendo registrada pela primeira vez. Em Morro do Chapéu foi encontrada em área de mata. Encontrada com flor em outubro.

08. CATASETUM Rich. ex Kunth 08.1. Catasetum hookeri Lindl., Bot. Reg. 10: sub t. 840. 1824. Figura 10 b1-b11

Erva epífita, 40,0–55,5 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos 10,0–15,6 cm

32 33 de compr., 1,6–2,2 cm de diâm., aéreos, cônicos, 2–8- foliados, com brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 21,0–32,1 × 3,8–5,8 cm, alternas dísticas, ovadas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, membranáceas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, pendente, sem keikis, ca. de 13 flores; pedúnculo 16,0–23,0 cm de compr., esverdeado; brácteas do pedúnculo 5, ca. de 11,0 mm de compr., oblongas, paleáceas, ápice agudo, base truncada; raque 13,8–14,5 cm de compr.; bráctea floral ca. de 1,0 mm de compr., oblongas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores não ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 27,0–31,0 mm de compr. Sépalas esverdeadas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais ca. de 26,0 × 14,0 mm, ovadas, separadas, base truncada, glabras; mediana 23,0 × 10,0 mm, ovada, base truncada. Pétalas 24,0 × 14,0 mm, inteiras, esverdeadas, ovadas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, esverdeado, suculento, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 10,0 × 11,0 mm, arredondados, dobrados para dentro, 90º com lobo mediano; lobo mediando 12,0 × 12,0 mm, ovado; calcar ausente. Coluna 13,0 × 5,0 mm, com projeções lineares, encurvada, superfície ventral depressa; antenas 2, ca. de 15,0 mm. Antera 71,0 × 28,0 mm, com apêndice apical; polínias 2, iguais, ovais. Fruto 7,7 × 3,0 cm sem incluir rudimentos florais. Material examinado: BA 426, 4.VIII.2001, fl., F. R. Nonato 953, 954 (HUEFS); Estrada para Bonito, 16.VI.2008, fl., C. A. Bastos 209 (HUEFS); Miraserra, 16.VI.2008, fr., C. A. Bastos 206 (HUEFS).

Essa espécie foi descrita em 1824. É conhecida dos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Pabst & Dungs 1975). Na Chapada Diamantina há registros nos municípios de Abaíra, Andaraí, Lençóis, Morro do Chapéu, Palmeiras, Piatã (Toscano de Brito & Cribb 2005). No município de Morro do Chapéu foi encontrada em áreas de caatinga como epífita sobre Syagrus coronata (Mart.) Becc. (licuri). Encontrada com flor de junho a agosto. Essa espécie é muito semelhante a C. luridum (Link.) Lindl. que também ocorre como epífita em Syagrus coronata (Mart.) Becc. (licuri) mas difere desta pelo labelo cujo lobo mediano prolonga-se em forma de bico.

09. CATTLEYA Lindl. 09.1. Cattleya amethystoglossa Linden & Rchb.f. ex Warner, Sel. Orch. ser. 1: t. 2. 1862.

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Figura 11 a1-a7

Erva terrestre ou epífita, ca. de 68,5 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos 44,0 cm de compr., 1,8 cm de diâm., aéreos, cilíndricos, 2–foliados, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 21,0 × 8,2 cm, alternas não-espiraladas, elípticas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice obtuso, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao pseudobulbo, ereta, sem keikis, ca. de 7 flores; pedúnculo 9,9 cm de compr., verde; bráctea do pedúnculo 1, 5,0 mm de compr., rômbica, membranácea, ápice agudo, base truncada; raque 14,4 cm de compr.; bráctea floral 5,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 47,0 mm de compr. Sépalas rosa suavemente pintalgada de rosa mais escuro, suculentas, margem inteira, ápice agudo; laterais 53,0 × 20,0 mm, oblongas, separadas, base truncada, glabras; mediana 61,0 × 21,0 mm, oblonga, base truncada. Pétalas 59,0 × 26,0 mm, inteiras, rosa suavemente pintalgadas de rosa escuro, oblongas, membranáceas, margem ondulada, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, rosa, suculento, glabro, com calosidades verrucosas, sem fímbrias; lobos laterais 30,0 × 12,0 mm, auriculados, dobrados sobre a coluna, menos de 45º com lobo mediano; lobo mediano 25,0 × 31,0 mm, cordiforme; calcar ausente. Coluna 23,0 × 9,0 mm, sem projeções, encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 5,0 × 5,0 mm, sem apêndice apical; polínias 4, iguais, elípticas. Fruto não visualizado. Material examinado: Estrada para a Fazenda Angico, 21.VI.2005, fl., C. van den Berg 1626 (HUEFS).

Foi sugerida como espécie distinta em 1857, mas somente publicada em 1862. Ocorre na Bahia (Pabst & Dungs 1975; Fowlie 1977 apud Toscano de Brito & Cribb 2005; Cruz et al. 2003), Minas Gerais e Pernambuco (Fowlie 1977 apud Toscano de Brito & Cribb 2005). Na Bahia tem registros em áreas de mata atlântica, caatinga e matas estacionais no sul, planícies centrais e nordeste da Chapada Diamantina (Cruz et al. 2003), onde foi encontrada no município de Campo Formoso (Toscano de Brito & Cribb 2005). Em Morro do Chapéu foi coletada em área de caatinga. O material examinado floresceu em cultivo no mês de junho.

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09.2. Cattleya elongata Barb.Rodr., Gen. Sp. Orchid.1: 72. 1877. Figura 11 b1-b9

Erva terrestre, 56,9–91,6 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do pseudobulbo. Pseudobulbos 13,4–37,9 cm de compr., 1,0–1,6 cm de diâm., aéreos, cilíndricos, 2–foliados, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 8,0–15,0 × 2,8–5,2 cm, alternas não-espiraladas, elípticas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice obtuso, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao pseudobulbo, ereta, sem keikis, 3–4 flores; pedúnculo 37,2–40,5 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 3–4, 4,0–11,0 mm de compr., ovadas, membranácea, ápice agudo, base truncada; raque ca. de 12,5 cm de compr.; bráctea floral 4,0–7,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 44,0–46,0 mm de compr. Sépalas avermelhadas, suculentas, margem ondulada, ápice agudo; laterais 35,0–41,0 × 11,0–16,0 mm, oblongas, separadas, base truncada, glabras; mediana 43,0–50,0 × 9,0–13,0 mm, oblonga, base truncada. Pétalas 42,0–43,0 × 8,0–11,0 mm, inteiras, avermelhadas, oblongas, suculentas, margem ondulada, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, rosa, suculento, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 25,0–34,0 × 10,0–16,0 mm, ovados, dobrados sobre a coluna, menos de 45º com lobo mediano; lobo mediano 18,0–26,0 × 21,0–34,0 mm, cordiforme; calcar ausente. Coluna 25,0–31,0 × 9,0–11,0 mm, sem projeções, encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 4,8–5,0 × 4,6–5,1 mm, sem apêndice apical; polínias 2, iguais, elípticas. Fruto 4,4–4,8 × 1,3–2,1 cm sem incluir rudimentos florais. Material examinado: Cachoeira do Ferro Doido, 1.III.1977, fl., R. M. Harley 19205 (CEPEC, HRB, KEW, MBM, SPF, KEW); 5.IV.1984, fl., H. P. Bautista e O. A. Salgado 939 (HRB); 15.IV.1991, fl., G. L. Esteves et al. 2524 (SPF); 13.III.1996, fl., N. Roque 2328 (CEPEC, SPF); 10.VII.2000, fl., A. Oliveira 70 (HUEFS); 12.IV.2001, fl., M. J. S. Lemos 174 (HUEFS); 10.III.2002, fl., W. W. Thomas 12786 (CEPEC); 9.IV.2005, fl., D. T. Cruz 25 (HUEFS); 6.V.2007, fr., C. A. Bastos 6 (HUEFS); 10.X.2007, fr., C. A. Bastos 115 (HUEFS); Cachoeira Pedro Bravo, 05.III.2008, fl., C. A. Bastos 159 (HUEFS); Goiabeira do Brejo de Zacarias, 28.V.2005, fl., F. França et al. 5227 (HUEFS); Serra da Boa Esperança, 31.III.1991, fl., A. M. Miranda et al. 238 (ESA); 11.III.2002, fl., W. W. Thomas

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12899 (CEPEC); Sem local, s.d., fl., C. Correia 126 (HUEFS); s.d., fl., D. T. Cruz 1 (HUEFS); s.d., fl., W. W. Thomas s.n. (HUEFS 84794).

Descrita em 1877 de material originário de Minas Gerais (Toscano de Brito & Cribb 2005), ocorre também na Bahia e Pernambuco (Pabst & Dungs 1975). Na Bahia é referida apenas para a Chapada Diamantina em Abaíra, Andaraí, Ibicoara, Morro do Chapéu (Harley & Mayo 1980), Lençóis (Harley & Mayo 1980; Toscano de Brito 1998), Mucugê (Azevedo & Van den Berg 2007; Toscano de Brito & Cribb 2005; Harley & Simmons 1986), Palmeiras (Conceição et al. 2007; Conceição & Pirani 2005; Conceição & Giulietti 2002; Toscano de Brito 1998), Rio de Contas (Toscano de Brito 1995) e Seabra (Toscano de Brito & Cribb 2005; Cruz et al. 2003). As sépalas e pétalas apresentam coloração vinácea ou marrom-avermelhada que pode ser menos intensa a depender do grau de exposição ao sol. Floresce entre março e julho.

09.3. Cattleya tenuis Campacci & P.L.Vedovello, Circulo Paulista de Orquidofilos, 1: 1–3. 1983. Holótipo SP! Figura 11 c1-c7

Erva epífita, 39,8–86,3 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do pseudobulbo. Pseudobulbo 26,3–56,5 cm de compr., 0,5–0,6 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 2–foliado, com brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 12,0–14,5 × 3,4–4,8 cm, alternas espiraladas, elípticas a ovadas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice obtuso, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao pseudobulbo, ereta, sem keikis, 1–3-flora; pedúnculo 13,3–19,5 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 2–3, 3,0–5,0 mm de compr., lanceoladas, membranácea, ápice agudo, base truncada; raque inconspícua a 2,5 cm de compr.; bráctea floral 3,0–5,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 33,0–47,0 mm de compr. Sépalas esverdeadas a acastanhadas, oblongas, suculentas, margem inteira, ápice agudo; laterais 44,0–50,0 × 14,0–15,0 mm, separadas na base truncada, glabras; mediana 48,0–65,0 × 12,0–18,0 mm, base truncada. Pétalas 45,0–54,0 × 14,0–24,0 mm, inteiras, esverdeadas a acastanhadas, ovadas, suculentas, margem ondulada, ápice agudo, base truncada. Labelo trilobado, rosa,

36 37 suculento, glabro, com calosidade verrucosa, sem fímbrias; lobos laterais 30,0–35,0 × 11,0–13,0 mm, ovados, dobrados sobre a coluna, menos de 90º com lobo mediano; lobo mediano 20,0–24,0 × 21,0–26,0 mm, cordiforme; calcar ausente. Coluna 25,0–26,0 × 7,0– 9,0 mm, sem projeções, encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera não visualizada. Fruto não visualizado. Material examinado: Arredores de Morro do Chapéu, II.1982, fl., A. Martinho s. n. (SP 274802). Material adicional: BRASIL. BAHIA: Abaíra, distrito de Catolés, 13.IV.1992, fl., W. Ganev 133 (HUEFS); Palmeiras, 10.IV.2002, fl., Jurandir s. n. (HUEFS 63117); Rio de Contas, Estrada para Jussiape, 8.III.1994, fl., R. M. Harley et al. 55067 (HUEFS). PERNAMBUCO: sem local, 6.III.1982, fl., A. Martinho s. n. (Holótipo: SP 274802).

Foi descrita por Campacci & Vedovello em 1983 de material coletado por Arnaldo Martinho em cultivo em Pernambuco. Verificando o material tipo, encontramos dois materiais do mesmo coletor registrados sob o número SP 274802. Um deles cita a localidade no município de Morro do Chapéu, Bahia (II.1982). O segundo material (6.III.1982), cita somente Pernambuco, sem localidade, que floresceu em cultivo, e correponde à publicação original, a qual não menciona o município de Morro do Chapéu (Campacci & Vedovello 1983). Devido às discrepâncias nas etiquetas, apenas este segundo material pode ser considerado holótipo, porém a existência do outro material, depositado simultaneamente, sugere que esta planta que floresceu em cultivo em Pernambuco também seja oriunda de Morro do Chapéu. Aparentemente endêmica da Chapada Diamantina, C. tenuis foi encontrada nos municípios de Abaíra, Palmeiras e Rio de Contas (Cruz et al. 2003; Toscano de Brito & Cribb 2005), não sendo coletada por nós em Morro do Chapéu onde parece estar extinta (Cruz et al. 2003). Encontrada com flor entre fevereiro e abril. Lembra Cattleya elongata (Cruz et al. 2003) e quando ocorrem em uma mesma área podem cruzar produzindo plantas intermediárias, o híbrido C. × tenuata (Braem 1995 apud Toscano de Brito & Cribb 2005). É similar a Cattleya bicolor Lindl. mas difere desta pela presença de lobos laterais do labelo (Castro Neto & Campacci 2006).

10. CYRTOPODIUM R.Br. 10.1. Cyrtopodium eugenii Rchb.f. & Warm., Otia Bot. Hamburg. 2: 89. 1881.

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Figura 12 a1-a9

Erva terrestre, 67,5–96,9cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos ca. de 20,8 cm de compr., ca. de 3,0 cm de diâm., aéreos, fusiformes, 8–foliados, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, ca. de 18,1 × 0,6 cm, alternas dísticas, lanceoladas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, membranáceas, ápice agudo, base truncada, presentes ou ausentes durante a floração. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, pendente, sem keikis, 13–15 flores; pedúnculo 51,5–69,3 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 2–4, 22,0–27,0 mm de compr., lanceoladas, paleáceas, ápice agudo, base truncada; raque 21,0–28,0 cm de compr.; bráctea floral 16,0–23,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal mais clara que a face ventral; pedicelo incluindo o ovário 21,0–22,0 mm de compr. Sépalas esverdeadas pintalgas de vináceo, membranáceas, margem ondulada, ápice agudo; laterais 16,0 × 8,0 mm, lanceoladas, separadas, base truncada, glabras; mediana 19,0 × 7,0 mm, lanceolada, base truncada. Pétalas 15,0 × 8,0 mm, inteiras, esverdeadas pintalgadas de vináceo, lanceoladas, membranáceas, margem ondulada, ápice agudo, base truncada. Labelo trilobado, amarelo, membranáceo, glabro, com calosidade verrucosa, sem fímbrias; lobos laterais 6,0 × 4,0 mm, auriculados, erguidos, 90º com lobo mediano; lobo mediano 7,0 × 11,0 mm, pandurado; calcar ausente. Coluna 9,0 × 3,0 mm, sem projeções, encurvada, superfície ventral depressa na base; antena ausente. Antera 2,0 × 1,0 mm, com apêndice apical; polínias 2, iguais, ovais. Fruto não visualizado. Material examinado: Morrão, 05.XI.2007, fl., C. A. Bastos 94 (HUEFS). Material adicional: Abaíra, Caminho Boa Vista para Bicota, 9.VII.1995, fl., F. França et al. 1309 (HUEFS).

Esta espécie foi descrita em 1881 e ocorre em Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e São Paulo (Pabst & Dungs 1975). Na Bahia foi encontrada na zona costeira em área de restinga (Harley & Mayo 1980) e na Chapada Diamantina em Palmeiras e Rio de Contas (Toscano de Brito & Cribb 2005). Em Morro do Chapéu foi encontrada em área de caatinga, exposta ao sol. Floresce entre julho e novembro.

10.2. Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F.Barros, Acta Bot. Brasil. 8(1): 12. 1994.

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Cyrtopodium paranaense Schltr., Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 16: 333. 1920. Figura 12 b1-b9

Erva terrestre, 92,6–147,9 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos 45,8 cm de compr., 2,4 cm de diâm., aéreos, fusiformes, 6–7-foliados, com brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 26,1–33,6 × 0,5–0,7 cm, alternas dísticas, lanceoladas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, membranáceas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, pendente, sem keikis, com mais de 30 flores; pedúnculo 57,9–100,6 cm de compr., cor não visualizada; brácteas do pedúnculo 4, 31,0–54,0 mm de compr., lanceoladas, paleáceas, ápice agudo, base truncada; raque 32,2–42,8 cm de compr.; bráctea floral 16,0–18,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário ca. de 25,0 mm de compr. Sépalas esverdeadas, membranáceas, margem ondulada, ápice agudo; laterais 12,0–16,0 × 8,0–10,0 mm, ovadas, separadas, base truncada, glabras; mediana 11,0–16,0 × 8,0–9,0 mm, ovada, base truncada. Pétalas 10,0–14,0 × 8,0–10,0 mm, inteiras, esverdeadas, ovadas, membranáceas, margem ondulada, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, amarelo, membranáceo, glabro, com calosidade verrucosa, sem fímbrias; lobos laterais 9,0–11,0 × 6,0–7,0 mm, arredondados, eretos, 90º com lobo mediano; lobo mediano 6,0– 8,0 × 11,0–12,0 mm, retangular; calcar ausente. Coluna 8,0 × 3,0–5,0 mm, sem projeções, encurvada, superfície ventral plana; antena ausente. Antera não visualizada; polínias 2, iguais, ovais. Fruto não visualizado. Material examinado: Cachoeira do Ferro Doido, 10.XI.2001, fl., E. L. Borba 2071 (HUEFS); Sem local, 16.XI.1984, fl., L. R. Noblick 3532 (HUEFS).

Ocorre da Paraíba até Santa Catarina (Barros 1994; Rocha & Waechter 2006), sendo encontrada na Bahia em áreas de restinga e na Chapada Diamantina nos municípios de Morro do Chapéu (Toscano de Brito & Cribb 2005), Lençóis, Palmeiras (Toscano de Brito 1998; Toscano de Brito & Cribb 2005) e Mucugê (Toscano de Brito & Cribb 2005; Azevedo & van den Berg 2007). Foi encontrada florida em setembro.

10.3. Cyrtopodium saintlegerianum Rchb. f., Flora 68: 301. 1885. Figura 12 c1-c8

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Erva epífita 110,0–380,0 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbo 58,0–72,0 cm de compr., 2,7–2,8 cm de diâm., aéreo, fusiforme, 8–10-foliado, com brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 65,8–69,0 × 2,5–3,5 cm, alternas dísticas, lanceoladas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, membranáceas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, pendente, sem keikis, com mais de 30 flores; pedúnculo 67,2–68,3 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 6–7, 110,0–147,0 mm de compr., ovadas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 31,2–39,2 cm de compr.; bráctea floral 24,0–30,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores não ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 10,0–32,0 mm de compr. Sépalas amareladas pintalgadas de vináceo, membranáceas, margem ondulada, ápice obtuso; laterais 13,0 × 9,0–10,0 mm, ovadas, separadas, glabras; mediana 12,0–16,0 × 7,0–9,0 mm, ovada, base truncada. Pétalas 11,0–15,0 × 9,0–11,0 mm, inteiras, amareladas com pintas castanhas espaçadas, ovadas, membranáceas, margem inteira, ápice obtuso inteiro, base truncada. Labelo trilobado, amarelo com detalhes vermelho, suculento, glabro, com calosidade verrucosa, sem fímbrias; lobos laterais 6,0–7,0 × 6,0–10,0 mm, auriculados, dobrados, ca. de 45º com lobo mediano; lobo mediano 9,0–13,0 × 8,0–14,0 mm, reniforme; calcar ausente. Coluna 8,0 × 4,0 mm, sem projeções, encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 2,9–4,0 × 2,5–3,0 mm, com apêndice apical; polínias 2, iguais, ovais. Fruto não visualizado. Material examinado: Estrada para Jacobina, 13.XI.2008, fl., C. A. Bastos & J. B. Pinto 274 (HUEFS). Material adicional: BRASIL. BAHIA: Jacobina, Estrada para Várzea Nova, 24.IX.2004, fl., E. L. Borba et al. 1949 (HUEFS).

Esta espécie foi descrita em 1885 e ocorre na Bahia, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso (Pabst & Dungs 1975). Na Chapada Diamantina está sendo registrada pela primeira vez no município de Morro do Chapéu, embora acreditemos na sua ocorrência nos municípios de Abaíra, Palmeiras e Paramirim, áreas citadas para a ocorrência de Cyrtopodium gigas (Vell.) Hoehne que Toscano de Brito & Cribb (2005) acredita englobar o C. saintlegerianum, opinião que não é compartilhada por Hoehne (1942) que considera o C. gigas, C. punctatum Lindl. (com distribuição geográfica na

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América Central) e o C. saintlegerianum bastante distintos entre si no interior do Brasil, consideração refletida também por Menezes (2000) que trata essas duas espécies separadamente. No município de Morro do Chapéu foi coletada em Syagrus coronata (Mart.) Becc. (licuri) em área de caatinga exposta ao sol. Floresce de setembro a novembro.

11. ENCYCLIA Hook. 11.1. Encyclia alboxanthina Fowlie, Orchid Digest 54: 27. 1990. Figura 13 a1-a8

Erva rupícola, 73,6–129,5 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos 7,5–11,5 cm de compr., 1,7–2,4 cm de diâm., aéreos, cônicos, 3–foliados, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 17,6–28,7 × 1,4-3,2 cm, alternas espiraladas, oblongas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice obtuso a agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao pseudobulbo, pendente, sem keikis, 6–20 flores; pedúnculo 51,5–73,5 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 6–8, 9,0–15,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 28,7–52,0 cm de compr.; bráctea floral 3,0–4,0 mm de compr., ovada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 27,0–32,0 mm de compr. Sépalas verdes, suculentas, margem inteira, ápice agudo; laterais 17,0–22,0 × 7,0–11,0 mm, separadas, base truncada, glabras; mediana 18,0–24,0 × 7,0–11,0 mm, oblonga, base truncada. Pétalas 16,0–20,0 × 5,0–10,0 mm, inteiras, verdes, espatuladas, suculentas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base angustada. Labelo trilobado, branco suavemente tracejado de vináceo, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 11,0 × 4,0–6,0 mm, retangular, dobrados sobre a coluna, 45º com lobo mediano; lobo mediano 11,0 × 11,0–12,0 mm, quadrangular; calcar ausente. Coluna 10,0–11,0 × 4,0 mm, com projeções em forma de ganchos, prostrada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 2,0–3,1 × 3,0–4,0 mm, sem apêndice apical; polínias 4, iguais, elípticas. Fruto não visualizado. Material examinado: Estrada do Feijão, 28.XI.1980, fl., A. Furlan et al. 276 (KEW, SP); Morrão, 15.I.1977, fl., G. Hatschbach 39658 (MBM); 11.XI.2001, fl., E. L. Borba 2067 (HUEFS); 2.XII.2002, fl., A. Rapini 941 (HUEFS); 2.XII.2002, fl., M. E. R. Junqueira 150 (HUEFS, MBM, SPF); 08.X.2007, fl., C. A. Bastos 89 (HUEFS); 17.XI.2008, fl., C. A.

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Bastos & J. B. Pinto 252 (HUEFS); Tabuleiro dos Tigres, 4.I.2005, fl., J. G. A. do Nascimento 201 (HUEFS); Ventura, 17.XII.2005, fl., F. França 5377 (HUEFS).

Espécie descrita em 1990 de material coletado nas proximidades de Mucugê. Parece ser endêmica da Chapada Diamantina, comum nos municípios de Abaíra, Andaraí, Barra da Estiva, Jacobina, Morro do Chapéu (Toscano de Brito & Cribb 2005), Mucugê (Toscano de Brito & Cribb 2005; Azevedo & van den Berg 2007), Lençóis (Toscano de Brito 1998; Toscano de Brito & Cribb 2005) e Palmeiras (Conceição & Pirani 2005). Em Morro do Chapéu foi encontrada em campo rupestre. Floresce de setembro a janeiro. Encyclia alboxanthina é similar a E. osmantha Barb.Rodr., mas diferencia-se desta pela margem inteira das sépalas e pétalas, pelo lobo mediano do labelo que é orbicular e lobo lateral cuneiforme, enquanto E. osmantha possui sépalas e pétalas de margem ondulada, lobo mediano do labelo subquadrado e lobos laterais ligulados (Castro Neto & Campacci 2006).

11.2. Encyclia kundergraberi V.P.Castro & Campacci, Orquidário 1: 7.1998. Holótipo SP! Figura 13 b1-b8

Erva epífita, ca. de 42,8–47,7 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos ca. de 3,5–4,6 cm de compr., 0,8–3,1 cm de diâm., aéreos, ovados, 2-foliados, com brácteas paleáceas. Folha paralelinérveas, 22,0–22,9 × 0,6–0,7 cm, alternas não-espiraladas, oblongas, face adaxial verde e abaxial vinácea sem máculas, suculentas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao pseudobulbo, pendente, sem keikis, ca. de 2–7-flora; pedúnculo ca. de 25,9–30,4 cm de compr., cor não visualizada; brácteas do pedúnculo 5, ca. de 6,0–7,0 mm de compr., oblongas, paleáceas, ápice agudo, base truncada; raque 11,6–13,9 cm de compr.; bráctea floral ca. de 2,0–3,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário ca. de 15,0–22,0 mm de compr. Sépalas esverdeadas, oblongas, suculentas, margem inteira, ápice agudo; laterais 12,0–15,0 × 3,0–5,0 mm, separadas na base truncada, glabras; mediana 11,0–14,0 × 3,0–5,0 mm, base truncada. Pétalas 12,0–13,0 × 3,0–4,0 mm, inteiras, esverdeadas, lanceoladas, suculentas, margem inteira, ápice agudo, base angustada. Labelo trilobado,

42 43 branco com mancha rosada, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 7,0–9,0 × 2,0–3,0 mm, ovados, dobrados sobre a coluna, ca. de 90º com lobo mediano; lobo mediano 8,0–13,0 × 4,0–7,0 mm, orbicular; calcar ausente. Coluna 6,0–8,0 × 2,0–5,0 mm, com projeções em forma de ganchos, prostrada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 2,1 × 2,2 mm, sem apêndice apical; polínias 4, iguais, elípticas. Fruto não visualizado. Material examinado: Estrada para o uraco do Possidônio, 18.XII.2008, fl., C. A. Bastos & C. van den Berg 176 (HUEFS); Sem local, 10.XII.1997, fl., H. Kundergraber s.n. (SP 333602, Holótipo).

Foi descrita em 1998 a partir de material coletado em Morro do Chapéu. Ocorre também em Palmeiras, Chapada Diamantina, sendo também coletada no sudoeste baiano, Vitória da Conquista (Toscano de Brito & Cribb 2005). Em Morro do Chapéu foi encontrada em área de transição entre caatinga e cerrado. Encontrada com flor em dezembro. Encyclia kundergraberi é similar a E. seidelii Pabst, mas diferencia-se desta pelos numerosos rizomas curtos, hábito epífita, folhas compridas e estreitas e lobo mediano do labelo menor que os laterais, enquanto E. seidelii apresenta rizomas compridos, é rupícola, tem folhas curtas e largas e os lobos laterais do labelo são menores que o lobo mediano (Castro Neto & Campacci 2006).

11.3. Encyclia oncidioides (Lindl.) Schltr., Orchideen 210. 1914. Encyclia longifolia (Barb. Rodr.) Schltr., Die Orchideen 210. 1914. Figura 13 c1-c8

Erva epífita ou rupícola, ca. de 130,0 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos 8,0 cm de compr., 2,5 cm de diâm., aéreos, cônicos, 2–foliados, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 46,8 × 3,0 cm, alternas não-espiraladas, oblongas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao pseudobulbo, pendente, sem keikis, ca. de 6 flores; pedúnculo 68,2 cm de compr., arroxeado; brácteas do pedúnculo 8, 8,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 24,0 cm de compr.; bráctea foral 1,0–3,0 mm de compr., ovada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face

43 44 dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário ca. de 18,0 mm de compr. Ovário não visualizado. Sépalas amareladas manchadas de vináceo, membranácea, margem suavemente ondulada, ápice agudo; laterais 17,0 ×5,0 mm, oblongas a lanceoladas, separadas, base truncada, glabras; mediana 17,0 × 5,0 mm, oblonga a lanceolada, base truncada. Pétalas 17,0 × 7,0 mm, inteiras, amareladas manchadas de vináceo, ovadas, membranáceas, margem suavemente ondulada, ápice agudo inteiro, base angustada. Labelo trilobado, branco fortemente tracejado de vináceo, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 9,0 × 3,0 mm, retangular, dobrados sobre a coluna, 45º com lobo mediano; lobo mediano 8,0–11,0 × 8,0 mm, cordiforme; calcar ausente. Coluna 10,0 × 3,0 mm, com projeções em forma de ganchos, prostrada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 2,1 × 2,5 mm, sem apêndice apical; polínias 4, iguais, elípticas. Fruto não visualizado. Material examinado: Fazenda Angico, 14.XII.2003, fl., C. van den Berg 1059 (HUEFS). Material adicional: BRASIL, BAHIA: Jacobina, 17.XI.2007, fl., L.P. de Queiroz 12994 (HUEFS).

Esta espécie foi descrita inicialmente como Epidendrum oncidioides Lindl. em 1833 e transferida para Encyclia em 1914. Ocorre do nordeste ao sul do Brasil (Pabst & Dungs 1975) e na Chapada Diamantina foi citada para os municípios de Abaíra, Palmeiras e Rio de Contas (Toscano de Brito & Cribb 2005). No município de Morro do Chapéu foi coletada em área de caatinga. Floresce em novembro e dezembro. Castro Neto & Campacci (2006) incluíram Encyclia longifolia como sinônimo de E. oncidioides, opinião compartilhada por nós. O que não foi considerado por Fowlie & Duveen (1992) que apenas reconhecem semelhanças entre as duas espécies tratando-as separadamente.

11.4. Encyclia patens Hook., Bot. Mag. 57: t. 3013. 1830. Encyclia odoratissima Schltr., Orchideen 210. 1914. Figura 13 d1-d9

Erva rupícola, ca. de 38,5 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos 3,5–4,2 cm de compr., 1,7–2,0 cm de diâm., aéreos, cônicos, 2–foliados, com brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 19–23,7 × 0,9–1,0 cm, alternas não-espiraladas, oblongas, face

44 45 adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao pseudobulbo, pendente, sem keikis, 9 flores; pedúnculo 15,5–18,0 cm de compr., cor não visualizada; brácteas do pedúnculo 5, 4,0–6,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 17,2–19,0 cm de compr.; bráctea floral ca. 3,0 mm de compr., ovada, membranácea, ápice agudo, base trucada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário ca. de 20,0 mm de compr. Sépalas amareladas manchadas de marrom, suculentas, margem inteira, ápice agudo; laterais 14,0 × 4,0 mm, oblongas, separadas, base truncada, glabras; mediana 15,0 × 4,0 mm, oblonga, base truncada. Pétalas 13,0–16,0 × 6,0–6,5 mm, inteiras, amareladas manchadas de marrom, ovadas, membranáceas, margem suavemente ondulada, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, amarelado, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 5,0–8,0 × 2,0–4,0 mm, retangular, dobrados sobre a coluna, 45º com lobo mediano; lobo mediano 8,0 × 7,0–9,0 mm, elíptico; calcar ausente. Coluna 7,0–8,0 × 3,0 mm, com projeções em forma de gancho, prostrada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 1,0–1,5 × 1,0–1,1 mm, sem apêndice apical; polínias 2, iguais, ovais. Fruto não visualizado. Material examinado: Morrão, 8.IX.2007, fl., E. Melo 5071 (HUEFS); Sem local, 26.IX.1965, fl., A. P. Duarte 9195 (RB).

Foi descrita em 1830 e ocorre de Pernambuco ao Rio Grande do Sul (Pabst & Dungs 1975) passando por Minas Gerais (Pabst & Dungs 1975; Menini Neto et al. 2004). Na Chapada Diamantina foi registrada nos municípios de Mucugê (Harley & Simmons 1986), Palmeiras e Rio de Contas (Toscano de Brito & Cribb 2005). No município de Morro do Chapéu foi coletada em área de campo rupestre. Encontrado com flor em setembro. Encyclia patens é similar a E. oncidioides mas diferenciam-se pelo período de floração, e pelas flores com 13,0–16,0 mm de compr. e inflorescência com 32,7–37 cm de compr. em E. patens, enquanto em E. oncidioides as flores têm 17,0 mm de compr. e inflorescência 92,2 cm de compr. (Castro Neto & Campacci 2006).

12. EPIDENDRUM L. 12.1. Epidendrum cinnabarinum Salzm. ex Lindl., Bot. Mus. Leafl. 106. 1831. Figura 14 a1-a8

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Erva epífita, 32,0–91,4 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule 11,5–39,2 cm de compr., 0,4– 0,6 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 3–8–foliado, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 6,2–10,3 × 1,1–2,0 cm, alternas dísticas, ovadas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, ereta, com keikis, 2–4-flora; pedúnculo 9,2–48,0 cm de compr., cor não visualizada; brácteas do pedúnculo 4–7, 10,0–20,0 mm de compr., oblongas, paleáceas, ápice agudo, base truncada; raque 2,5–9,5 cm de compr.; bráctea floral 5,0–10,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores não ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 22,0–35,0 mm de compr. Sépalas alaranjadas a avermelhadas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 17,0–26,0 × 5,0–6,0 mm, oblongas, separadas na base truncada, glabras; mediana 16,0–25,0 × 5,0–6,0 mm, oblonga, base truncada. Pétalas 16,0–26,0 × 5,0–6,0 mm, inteiras, alaranjadas a avermelhadas, oblongas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo, base truncada. Labelo trilobado, alaranjado a avermelhado, membranáceo, glabro, com calos denticulares, fimbriado; lobos laterais 6,0–7,0 × 6,0–11,0 mm (base), auriculado, abertos, 45º com lobo mediano; lobo mediano 6,0–7,0 × 4,0 mm, triangular; calcar ausente. Coluna 14,0–18,0 × 4,0–5,0 mm, sem projeções, prostrada, superfície ventral plana; antena ausente. Antera não visualizada. Fruto 1,5 × 4,0 cm sem incluir rudimentos florais. Material examinado: Estrada de chão para área do carrasco, 17.IX.2008, fl., C. A. Bastos & J. B. Pinto 187 (HUEFS); Fazenda Guariba, 4.V.2007, fl., F. França at al. 5661 (HUEFS); 1.VII.2007, fl., fr., E. Melo et al. 4962 (HUEFS).

Descoberta nas proximidades de Salvador, só foi descrita em 1831 (Toscano de Brito & Cribb 2005). Ocorre no estado do Amazonas, Pará, Pernambuco, Sergipe, Bahia e Mato Grosso (Pabst & Dungs 1975). Na Bahia é citada para áreas de restinga (Harley & Mayo 1980) e para a Chapada Diamantina, embora os municípios de ocorrência sejam incertos (Toscano de Brito & Cribb 2005). No município de Morro do Chapéu, E. cinnabarinum foi coletado em área de caatinga. Vegetativamente é muito similar ao E. secundum Jacq., mas suas flores são vermelhas e maiores com labelo fimbriado. Floresce de maio a julho.

12.2. Epidendrum cristatum Ruiz & Pav., Syst. Veg. Fl. Peruv. Chil.1: 243. 1798.

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Figura 14 b1-b4

Erva terrestre, 220,0–305,0 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule 168,0–305,0 cm de compr., 1,0–1,8 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, com mais de 36 folhas, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 13,7–17,0 × 2,0–4,3 cm, alternas dísticas, oblongas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice obtuso, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, pendente, com keikis, com mais de 30 flores; pedúnculo 9,7–25,7 cm de compr., cor não visualizada; brácteas do pedúnculo 4–9, 77,0– 107,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice obtuso, base truncada; raque 12,6–26,6 cm de compr.; bráctea floral 4,0–8,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 31,0–36,0 mm de compr. Sépalas amareladas manchadas de vináceo, suculentas, margem inteira, ápice agudo; laterais 6,0–7,0 × 7,0–8,0 mm, oblongas, separadas na base truncada, glabras; mediana 17,0–20,0 × 5,0–6,0 mm, oblonga, base truncada. Pétalas 16,0–18,0 × 6,0 mm, inteiras, amareladas manchadas de vináceo, suculentas, margem inteira, ápice agudo, base truncada. Labelo trilobado, alvascento com mancha magenta, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 6,0–7,0 × 7,0–8,0 mm, auriculados, abertos, ca. de 45º com lobo mediano; lobo mediano 8,0 × 6,0–8,0 mm, sagitado; calcar ausente. Coluna 12,0–14,0 × 5,0–8,0 mm, sem projeção, prostrada, superfície ventral plana; antena ausente. Antera 2,0 × 2,0 mm, sem apêndice apical; polínias não visualizadas. Fruto não visualizado. Material examinado: Fazenda Guariba, 8.IV.2008, veg., C. A. Bastos & C. van den Berg 186 (HUEFS). Material adicional: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê, 20.IX.2002, fl., C. Azevedo 156 (HUEFS); Piatã, Caminho Guarda Mor-frios, 22.X.1992, fl., W. Ganev 1301 (HUEFS).

Descrita em 1798, essa espécie ocorre no Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo (Pabst & Dungs 1975) e Paraná (Angely 1965; Pabst & Dungs 1975). Na Bahia já foi registrada para os municípios de Abaíra (Toscano de Brito & Queiroz 2003), Mucugê (Azevedo & van den Berg 2007), Ibicoara, Palmeiras e Piatã (Toscano de Brito & Cribb 2005). No município de Morro do Chapéu essa espécie foi coletada em área de mata. Floresce entre setembro e outubro, com

47 48 base nos materiais de herbário, porém não encontramos este material em flor em Morro do Chapéu. O exemplar coletado apesar de estéril apresentou todas as características vegetativas marcantes desta espécie, tais como o porte grande (220,0–305,0 cm de compr.), folhas suculentas, oblongas dispostas disticamente.

12.3. Epidendrum orchidiflorum Salzm. ex Lindl., Gen. Sp. Orchid. Pl. 103. 1853. Epidendrum huebneri Schltr., Beih. Bot. Centralbl. 42: 99. 1925. Figura 14 c1-c7

Erva rupícola, 36,0–127,5 cm de compr., crecimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule 20,8–37,7 cm de compr., 0,3– 0,5 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 14–36-foliado, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 3,6–4,7 × 1,2–1,6 cm, alternas dísticas, ovadas a lenceoladas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, pendente, com keikis, 5–9 flores; pedúnculo 10,7–83,8 cm de compr., cor não visualizada; brácteas do pedúnculo 7–26, 20,0–38,0 mm de compr., oblongas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 2,5–5,9 cm de compr.; bráctea floral 4,0–8,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário ca. de 17,0 mm de compr. Sépalas amareladas pintalgadas de castanho, suculentas, margem inteira, ápice agudo; laterais 8,0–11,0 × 5,0 mm, ovadas, margem inteira, separadas, base truncada, glabras; mediana 9,0–11,0 × 4,5–5,5 mm, ovada, base truncada. Pétalas 7,1–10,0 × 1,0 mm , inteiras, amareladas, ovadas, suculentas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo inteiro 14,0 × 15,0 mm, amarelado, pintalgado de castanho, suculento, glabro, com calosidade carnosa, sem fímbrias; lobos laterais indiferenciados; lobo mediano indiferenciado; calcar ausente. Coluna 4,7–6,5 × 2,1–3,5 mm, com projeção carnosa, prostrada, superfície ventral saliente; antena ausente. Antera 0,9–1,5 × 0,9–1,7 mm, sem apêndice apical; polínias 4, iguais, elípticas. Frutos não visualizados. Material examinado: BA 052, 19.XI.1986, fl., L. P de Queiroz 1287 (HUEFS); Cachoeira do Ferro Doido, 28.XI.1992, fl., J. Vicente 5436 (SPF), 4.I.2005, fl., J. G. A. do Nascimento 195 (HUEFS); Estrada de chão à direita no caminho do Morrão, 18.XII.2008, fl., C. A. Bastos & C. van den Berg 162 (HUEFS); Estrada para Utinga, 19.IV.2001, fl., E. Melo 3289 (HUEFS); Morrão, 9.IV.2000, fl., V. Steinmann et al 2212 (SP), 9.X.2002, fl.,

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M. E. R. Junqueira 134 (HUEFS), 2.XII.2002, fl., A. Rapini 947 (HUEFS); Ventura, 17.XII.2005, fl., F. França 5370 (HUEFS); Sem local, 30.XI.1980, fl., A. Furlan et al 295 (KEW, SP); s.d., fl., F. França 3997 (HUEFS); Sem local, 15.I.1977, fl., G. Hatschbach 39619 (MBM).

Esta espécie foi descrita em 1853 e tem ocorrência registrada no estado de Alagoas e na Bahia (Pabst & Dungs 1975). Na Chapada Diamantina é comum desde Rio de Contas a Jacobina (Toscano de Brito & Cribb 2005), com ocorrência registrada em Lençóis e Palmeiras (Toscano de Brito 1998). No município de Morro do Chapéu ocorre nos campos rupestres. Floresce praticamente o ano todo, principalmente de novembro a abril.

12.4. Epidendrum secundum Jacq., Enum. Syst. Pl. 29. 1760. Figura 14 d1-d4

Erva rupícola, 20,0–178,0 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule 6,0–86,7 cm de compr., 0,4– 0,8 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 4–21-foliado, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 3,0–10,1 × 0,4–3,1 cm, alternas dísticas, ovadas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, pendente, com keikis, 5–20 flores; pedúnculo 16,8–80,9 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 3, 15,0–48,0 mm de compr., oblongas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 4,0–11,3 cm de compr.; bráctea floral 2,0–9,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores não ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 14,0–22,0 mm de compr. Sépalas lilases, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 7,1–8,8 × 2,4–3,5 mm, lanceoladas, separadas, base truncada, glabras; mediana 6,5–8,2 × 2,5–3,1 mm, base truncada. Pétalas 7,1–8,5 × 1,6–2,9 mm, inteiras, lilases, lanceoladas, membranácea, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, lilás, membranáceo, glabro, com calos denticulares, sem fímbrias; lobos laterais 2,3–2,8 × 2,7–2,9 mm, sagitado, aberto, mais de 90º com lobo mediano; lobo mediano 2,3– 2,4 × 4,0–4,2 mm, triangular; calcar ausente. Coluna 4,5–8,0 × 1,1–3,0 mm, com projeções membranosas, prostrada, superfície ventral plana; antena ausente. Antera 1,5–4,0 × 1,0–2,7 mm, com apêndice apical; polínias 4, iguais, elípticas. Fruto 1,8–2,8 × 0,8–1,5 cm sem incluir rudimentos florais.

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Material examinado: Cachoeira do Ferro Doido, 10.X.2007, fl., C. A. Bastos 117, 118 (HUEFS); Morrão, 28.XI.1992, fl., J. Vicente 5397 (SPF); 4.IV.2002, fl., C. Correia et al. 102 (HUEFS); 2.XII.2002, fl., A. Rapini 943 (HUEFS); 2.XII.2002, fl., M. E. R. Junqueira 152 (HUEFS); 3.XII.2003, fl., E. B. Miranda 587 (HUEFS); 5.V.2007, fl., C. A. Bastos 03 (HUEFS); 08.X.2007, fl., C. A. Bastos 88 (HUEFS); 13.XI.2008, fl., C.A. Bastos & J. B. Pinto 273 (HUEFS); Tabuleiro dos Tigres, 19.III.2004, fl., D. T. Cruz 6 (HUEFS); Sem local, s.d., fl., A. M. Amorim 6924 (HUEFS); s.d., fl., S. F. Conceição 301 (HUEFS); s.d., fl., F. R. Nonato 961 (HUEFS).

Foi descrita em 1760 a partir de material originário da Martinica, nas Antilhas. Tem ampla distribuição na América do Sul (Toscano de Brito & Cribb 2005), ocorrendo de norte a sul do Brasil (Pabst & Dungs 1975) e na Chapada Diamantina é encontrada desde Jacobina, ao norte e Rio de Contas, ao sul (Toscano de Brito & Cribb 2005), sendo citada na maioria dos trabalhos aí realizados (Toscano de Brito 1998; Conceição & Giulietti 2002; Toscano de Brito & Queiroz 2003; Conceição & Pirani 2005; Azevedo & van den Berg 2007; Conceição et al. 2007; Conceição & Pirai 2007). Em Morro do Chapéu, Epidendrum secundum ocorre em campo rupestre e caatinga, exposta ao sol ou sob sombra dos arbustos. São plantas com flores rosa de labelo denticulado apresentando calosidade branca e amarela. Floresce de outubro a março. A delimitação de Epidendrum secundum é complexa em virtude do calo do labelo, o que faz dela, uma espécie muito variável, sendo esta característica também muito utilizada na separação de espécies afins como E. crassifolium Lindl., E. ellipticum Graham, E. magalhaensii Schltr. etc. (Barros 1996).

12.5. Epidendrum warasii Pabst, Orchid Rev. 79: 306.1971. Figura 14 e1-a5

Erva rupícola, ca. 242,1 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergido abaixo do caule. Caule ca. de 72,2 cm de compr., 1,7 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 6–16-foliado, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 8,2–9,6 × 0,8–1,3 cm, alternas dísticas, oblongas, face adaxial e abaxial arroxeada sem máculas, suculentas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, pendente, com keikis, 7–20 flores; pedúnculo 11,0–164,1 cm de compr., acinzentado; brácteas do pedúnculo 5–42, 40,0–70,0 mm de

50 51 compr., lanceoladas, paleáceas, ápice agudo, base truncada; raque 4,0–11,0 cm de compr.; bráctea floral 7,0–9,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal vinácea e face ventral esverdeada; pedicelo incluindo o ovário ca. de 26,0 mm de compr. Sépalas esverdeadas, suculentas, margem inteira, ápice agudo; laterais 12,0–21,0 × 5,2–8,0 mm, oblongas a lanceoladas, separadas, base truncada, glabras; mediana 12,0–17,0 × 5,0 mm, oblongas a lanceoladas, base truncada. Pétalas 12,0–19,0 × 3,7–5,0 mm, inteiras, esverdeadas, oblongas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, creme, suculento, glabro, com 2 calos carnosos, sem fímbrias; lobos laterais 5,5–7,0 × 3,5–4,0 mm, retangulares, abertos, 90º com lobo mediano; lobo mediano 6,0–11,0 × 6,6–7,0 mm, quadrangular; calcar ausente. Coluna 6,3–9,0 × 4,0–6,0 mm, sem projeções, prostrada, superfície ventral plana; antena ausente. Antera 17,0–24,0 × 22,0–30,0 mm, sem apêndice apical; polínias 4, iguais, elípticas. Fruto não visualizado. Material examinado: Cachoeira do Ferro Doido, 10.XI.2001, fl., E. L. Borba 2073 (HUEFS); Estrada para Bonito, 4.III.2008, fl., C. A. Bastos 121 (HUEFS); Tabuleiro dos Tigres, 18.III.2004, fl., D. T. Cruz 3 (HUEFS); 22.IV.2004, fl., A. C. Pereira et al. 91 (HUEFS).

Foi descrita em 1971 a partir de material coletado em Minas Gerais, ocorrendo também na Bahia (Toscano de Brito & Cribb 2005), onde foi encontrada na Chapada Diamantina em Catolés (Toscano de Brito & Queiroz 2003) e nos municípios de Mucugê (Azevedo & van den Berg 2007), Morro do Chapéu, Palmeiras, Piatã e Rio de Contas (Toscano de Brito & Cribb 2005). Floresce de novembro a março.

13. EPISTEPHIUM Kunth 13.1. Epistephium lucidum Cogn., Fl. Bras. 3 (4): 141, t. 30. 1893. Figura 15 a1-a8

Erva terrestre, 83,5–125,5 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes não visualizadas. Caule 58,3–93,2 cm de compr., 04–0,6 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, ca. de 6-foliado, sem brácteas paleáceas. Folhas reticuladas, 12,2–16,7 × 4,2–6,8 cm, alternas dísticas, ovadas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, cartáceas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, pendente, sem

51 52 keikis, 15–22 flores; pedúnculo inconspícuo; brácteas do pedúnculo ausentes; raque 25,2– 32,3 cm de compr.; bráctea floral 7,0–10,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 24,0–37,0 mm de compr. Sépalas rosa, lanceoladas, suculentas, margem inteira, ápice agudo; laterais 28,0–43,0 × 7,5–8,0 mm , lanceoladas, separadas, base truncada, glabras; mediana 29,0–44,0 × 6,0–10,0 mm, lanceolada, base truncada. Pétalas 26,0–40,0 × 8,0–10,0 mm, inteiras, rosa, lanceoladas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo inteiro, 23,0–37,0 × 7,5–12,0 mm, rosa, suculento, piloso, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais indiferenciados; lobo mediano indiferenciado; calcar ausente. Coluna não visualizada. Antera não visualizada. Fruto não visualizado. Material examinado: Cachoeira do Ferro Doido, 17.I.1977, fl., G. Hatschbach 39706 (MBM); Serra da Boa Esperança, 11.III.2002, fl., W. W. Thomas et al. 12898 (CEPEC, HUEFS); Tabuleiro dos Tigres, 4.I.2005, fl., J. G. A. do Nascimento 187 (HUEFS).

Descrita em 1893, restrita ao Brasil (Azevedo & van den Berg 2007), há registros para os estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais (Pabst & Dungs 1975). Na Chapada Diamantina é citada para Catolés (Toscano de Brito & Queiroz 2003), Mucugê (Harley & Simmons 1986; Azevedo & van den Berg 2007) e Palmeiras (Conceição & Giulietti 2002; Conceição & Pirani 2005). Encontrada com flor de janeiro a março.

14. GALEANDRA Lindl. 14.1. Galeandra beyrichii Rchb.f., Linnaea 22: 854. 1850. Galeandra bicarinata G.A. Romero-Gonzalez & P.M. Br., N. Amer. Native Orchid J. 6 (2): 78-85. 2000. Figura 15 b1-b8

Erva terrestre, 31,0–83,4 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes suculentas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Pseudobulbo 1,7 cm de compr., 0,7 cm de diâm., aéreo, ovado, afilo, com brácteas paleáceas. Folhas não visualizadas, ausentes durante a floração. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, ereta, sem keikis, 1–3– flora; pedúnculo 26,5–70,2 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 9, 38,0 mm de compr., lanceoladas, paleáceas, ápice agudo, base truncada; raque 4,5–13,2 cm de compr.;

52 53 bráctea floral 7,0–8,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinada, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 18,0–25,0 mm de compr. Sépalas brancas a esverdeadas, suculentas, margem inteira, ápice agudo; laterais 24,0–27,0 × 5,0 mm, lanceoladas, separadas na base truncada, glabras; mediana 25,0 × 4,7–6,0 mm, lanceolada, base truncada. Pétalas 23,0– 26,0 × 7,0 mm, inteiras, brancas a esverdeadas, lanceoladas, suculentas, margem inteira, ápice agudo, base truncada. Labelo inteiro 18,0–25,0 × 12,0 mm, branco com listras vináceas, membranáceo, pubescente, tetracarenado, sem fímbrias; lobos laterais indiferenciados; lobo mediano indiferenciado; esporão 5,0–8,0 mm de compr., cônico. Coluna 8,0 × 3,0–5,0 mm, com projeção linear, encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 2,5 × 2,0 mm, com apêndice apical. Fruto 3,3 × 0,7 cm sem incluir rudimentos florais. Material examinado: BA 052, 17.VI.2008, fl., C. A. Bastos 226 (HUEFS); Fazenda Guariba, 30.VI.2007, fl., fr., E. Melo et al. 4848 (HUEFS).

Esta espécie foi descrita em 1850. Ocorre da Argentina até a América Central e Flórida. No Brasil ocorre no Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina, (Pabst & Dungs 1975), Paraná (Angely 1965; Pabst & Dungs 1975) e Distrito Federal (Monteiro 2007). Para a Bahia há ocorrência em Itaberaba e Rui Barbosa (Monteiro 2007), sem registro, até então, para a Chapada Diamantina. No município de Morro do Chapéu, G. beyrichii foi encontrada em área de mata úmida. Caracteriza-se por ser desprovida de folhas durante a floração e flores brancas esverdeadas com calcar cônico e labelo pubescente com listras rosa na parte interna. Encontrada com flor no mês de junho.

15. HABENARIA Willd. 15.1. Habenaria fluminensis Hoehne, Arq. Bot. Estado São Paulo 1: 41. 1939. Figura 16 a1-a6

Erva terrestre, 38,6–76,0 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule 27,9–64,3 cm de compr., 0,3– 0,4 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 8–foliados, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 9,5–14,5 × 0,9–1,0 cm, alternas espiraladas, lanceoladas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, membranácea, ápice agudo, base truncada, presentes durante a

53 54 floração. Inflorescência terminal ao caule, 10,9–11,7 cm de compr., ereta, sem keikis, ca. de 8 flores; pedúnculo ausente; brácteas do pedúnculo ausentes; raque 10,9–11,7 cm de compr; bráctea floral 21,0–25,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário ca. de 27,0 mm de compr. Sépalas verdes, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais ca. de 15,0 × 4,8 mm, lanceoladas, separadas, base truncada, glabras; mediana 11,0–13,0 × 4,5–7,0 mm, ovada, base truncada. Pétalas ca. de 11,0 × 3,0 mm (base), bipartida, lobo anterior ca. de 8,6 mm de compr., lobo posterior ca. de 7,3 mm de compr., verdes, sagitadas, membranáceas, margem inteira, ápice partido, base truncada. Labelo trilobado, esverdeado, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 14,0 × 1,0 mm, lineares, retos, 90º com o lobo mediano; lobo mediano 11,0–13,0 × 4,5–7,0 mm, linear; calcar 13,0 × 1,4 mm, linear. Coluna ca. de 5,0 × 4,8–5,3 mm, com projeções membranosas, ereta, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera não visualizada. Frutos não visualizados. Material examinado: BA 052, 4.III.1977, fl., R. M. Harley 19380 (CEPEC); 17.VI.1981, fl., S. A. Mori et al. 14508 (CEPEC); Cachoeira do Ferro Doido, 31.III.1980, fl., R. M. Harley 22896 (CEPEC, KEW).

Foi descrita em 1939 e ocorre nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo (Pabst & Dungs 1975) e na Bahia foi registrada nos municípios de Morro do Chapéu (Harley & Mayo 1980) e Mucugê (Azevedo & van den Berg 2007). Em Morro do Chapéu foi coletada em área de mata ciliar. Apresentam flores maiores que as demais espécies de Habenaria ocorrentes no município. Floresce de março a junho.

15.2. Habenaria josephensis Barb.Rodr., Gen. Sp. Orchid. 2: 257. 1881. Figura 16 b1-b7

Erva terrestre, 39,0–65,3 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule 31,2–48,7 cm de compr., 0,3– 0,4 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 12–18-foliado, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 4,3–9,0 × 0,8–1,9 cm, alternas espiraladas, lanceoladas, face adaxial e abaxial verde, membranácea, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, 7,9–16,6 cm de compr., ereta, sem keikis, 14-24 flores, pedúnculo ausente; brácteas do pedúnculo ausentes; raque 7,9–16,6 cm de compr.; bráctea

54 55 floral ca. de 15,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 9,8–17,0 mm de compr. Sépalas esverdeadas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 5,5–7,5 × 2,9–3,2 mm, lanceoladas, separadas, base truncada, glabras; mediana 5,4–5,7 × 2,1–4,0 mm, ovada, base truncada. Pétalas 3,6–4,2 × 1,5–2,0 mm (base), bipartida, lobo anterior ca. de 4,2 mm de compr., lobo posterior ca. de 1,0 mm de compr., esverdeada, sagitadas, membranáceas, margem inteira, ápice partido, base truncada. Labelo trilobado, esverdeado, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 1,1 × 0,4 mm, lineares, retos, menos de 45º com lobo mediano; lobo mediano 7,0–8,1 × 0,6–0,7 mm, linear; calcar 10,0–13,0 × 0,5–1,0 mm, linear. Coluna 2,1–3,0 × 1,3–2,5 mm, com projeções membranosas, ereta, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera não visualizada. Frutos não visualizados. Material examinado: Morrão, 5.VII.2001, fl., F. R. Nonato 989 (HUEFS, HRB); Estrada para Utinga, 30.III.1980, fl., R. M. Harley 22750 (KEW, SPF); Sem local, 16.VII.1979, fl., G. Hatschbach 42403 (MBM); 16.VI.1981, fl., S. A. Mori 14459 (KEW, RB).

Foi descrita em 1881 e ocorre em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo (Pabst & Dungs 1975) e Paraná (Angely 1965; Pabst & Dungs 1975). Na Bahia não havia sido registrada até o momento, sendo encontrada em Morro do Chapéu em área de mata. Floresce de março a julho.

15.3. Habenaria parviflora Lindl., Gen. Sp. Orchid. Pl. 314. 1835. Figura 16 c1-c6

Erva terrestre, 19,9–39,8 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule 16,5–32,7 cm de compr., 0,25– 0,3 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 6–8-foliado, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 5,2–10,7 × 1,0–1,8 cm, alternas espiraladas, lanceoladas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, membranácea, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, 3,4–7,4 cm de compr., ereta, sem keikis, 12–20 flores; pedúnculo ausente; brácteas do pedúnculo ausentes; raque 3,4–7,4 cm de compr.; bráctea floral 6,0–8,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 6,6–8,0 mm de compr. Sépalas amareladas a esverdeadas,

55 56 membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 2,0–3,0 × 0,5–0,6 mm, lanceoladas, separadas, base truncada, glabras; mediana 3,0–3,9 × 1,2 mm, ovada, base truncada. Pétalas 3,5–4,2 × 1,5 mm (base), bipartidas, lobo anterior 3,5–4,5 mm de compr., lobo posterior 1,2–2,1 mm de compr., amarelada a esverdeada, sagitadas, membranáceas, margem inteira, ápice partido, base truncada. Labelo trilobado, amarelado a esverdeado, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 2,0–3,0 × 0,5–0,6 mm, lineares, retos, menos de 45º com lobo mediano; lobo mediano 3,0–3,9 × 1,2 mm, linear; calcar 6,5–8,5 × 0,8–1,1 mm, linear. Coluna 1,3–2,0 × 0,8–1,4 mm, com projeções membranosas, ereta, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera não visualizada. Frutos não visualizados. Material examinado: Estrada para Utinga, 30.III.1980, fl., R. M. Harley 22810 (CEPEC, KEW, SPF); 2.VI.1980, fl., R. M. Harley 23016 (CEPEC, KEW)

Foi descrita em 1826 e é citada por Pabst & Dungs (1975) como H. montevidensis Spreng. f. parviflora (Lindl.) Pabst ocorrendo no Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul (Rocha & Waechter 2006) e Paraná (Angely 1965). Na Bahia está sendo citada pela primeira vez, coletada em área de mata no município de Morro do Chapéu. Floresce entre os meses de março a abril.

15.4. Habenaria aff. repens Nutt., Gen. N. Amer. Pl. 2: 190. 1818. Figura 16 d1-d6

Erva terrestre, 17,4–43,0 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule 12,5–29,6 cm de compr., 0,2– 0,3 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 5–8-foliado, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 8,1–10,8 × 0,8–1,0 cm, alternas espiraladas, lanceoladas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, membranácea, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, 4,6–13,5 cm de compr., ereta, sem keikis, 8 a mais de 30 flores; pedúnculo ausente; brácteas do pedúnculo ausentes; raque 4,6–13,5 cm de compr.; bráctea floral 7,0–19,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 9,7–13,0 mm de compr. Sépalas esverdeadas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 4,9–5,6 × 2,2–2,9 mm, lanceoladas, separadas, base truncada, glabras; mediana 4,0–5,0 × 2,7–4,0 mm, ovada, base truncada. Pétalas 3,6–4,4 × 1,5–2,1

56 57 mm (base), bipartidas, lobo anterior ca. de 5,4 mm de compr., lobo posterior ca. de 1,7 mm de compr., esverdeadas, sagitadas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, esverdeado, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 3,7–5,2 × 0,3–0,5 mm, lineares, retos, 45º com lobo mediano; lobo mediano 3,5–5,7 × 0,8 mm, linear; calcar 6,0–8,3 × 0,5–0,8 mm, linear. Coluna 1,6–3,5 × 1,5–2,3 mm, com projeções membranosas, ereta, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera não visualizada. Frutos não visualizados. Material examinado: BA 052, 2.III.1977, fl., R. M. Harley 19284 (KEW, MBM, SPF); Serra do Tombador, 15.VII.1979, fl., O. Guimarães 42358 (CEPEC, RB); Ventura, 27.VI.1996, fl., R. M. Harley et al. 3114 (ALCB).

Foi descrita em 1818 e ocorre, além da Bahia, no Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina, (Rocha & Waechter 2006) e Paraná (Angely 1965; Rocha & Waechter 2006). Na Bahia foi citada para o município de Morro do Chapéu (Harley & Mayo 1980), onde é encontrada em área de campo rupestre. Floresce de março a julho. Este material corresponde a uma das variações morfológicas de H. repens que estão sob estudo, e parecem se tratar de novas espécies. Este estudo, porém, não é ainda conclusivo (J.A.N. Batista, com. pessoal) no momento de finalização de nosso trabalho.

16. ISABELIA Barb.Rodr. 16.1. Isabelia violacea (Lindl.) Van den Berg & M.W.Chase, Lindleyana 16(2): 109. 2001. Sophronitella violacea (Lindl.) Schltr., Repert. Spec. Nov. Regni Veg. Beih. 35: 76. 1925. Figura 17 a1-a6

Erva epífita, ca. de 6,0 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos ca. de 1,5 cm de compr., ca. de 0,6 cm de diâmetro, aéreos, ovados, 1–foliados, com brácteas paleáceas. Folha paralelinérvea, 3,2 × 0,4 cm, isolada, oblonga, face adaxial e abaxial verde sem máculas, coriácea, ápice agudo, base truncada, presente durante a floração. Inflorescência terminal ao pseudobulbo, 3,8 cm de compr., pendente, sem keikis, 3–flora; pedúnculo ca. de 0,7 cm de compr., cor não visualizada; brácteas do pedúnculo 2, 11,0 mm de compr., ovadas a lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 3,0 cm de compr.;

57 58 bráctea floral 9,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo não visualizado. Sépalas violetas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais oblongas, separadas na base truncada, glabras; mediana oblonga, base truncada. Pétalas inteiras, violetas, oblongas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo inteiro, violetas, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais indiferenciados; lobo mediano indiferenciado; calcar ausente. Coluna sem projeções, encurvada, superfície ventral não visualizada; antena ausente. Antera não visualizada. Fruto 1,5 × 0,4 cm incluindo rudimentos florais. Material examinado: Morrão, 27.X.1978, fr., G. Martinelli et al. 5221 (RB).

Essa espécie foi descrita originalmente como Sophronitis violacea em 1840, sendo transferida para o gênero Sophronitella Schltr. em 1925 e recentemente foi acomodada no gênero Isabelia a partir de análise molecular realizada por van den Berg et al. (2000). Ocorre em Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina (Pabst & Dungs 1975). É citada por Toscano de Brito & Cribb (2005) no checklist das orquídeas da Chapada Diamantina. Trata-se de uma planta de pequeno porte com apenas 6,0 cm de compr. e com flores vistosas de coloração violeta. O exemplar coletado estava com fruto e não foi possível descrever a flor dessa espécie pela indisponibilidade de material adicional no HUEFS, utilizando-se a descrição da Flora Brasiliensis para completar a descrição e ilustração das flores. Frutifica no mês de outubro, sendo possível ser encontrada com flor em meados do ano corrente. A identificação do material apesar de não estar com flor procedeu-se pelas características vegetativas, pelo porte pequeno (6,0 cm de compr.), por ser epífita, além da presença de remanescente florais encontradas na planta com fruto, todos característicos de Isabelia violacea.

17. ISOCHILUS R.Br. 17.1. Isochilus linearis (Jacq.) R.Br., Hortus Kew. 2 (5): 209. 1813. Figura 17 b1-b10

Erva epífita, 29,0–33,0 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule 26,0–32,0 cm de compr., 0,2 cm de diâm., aéreo, linear, 11–14-foliado, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas,

58 59

2,8–3,2 × 0,3–0,4 cm, alternas espiraladas, lineares a oblongas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, membranácea, ápice retuso, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, 1,3–1,5 cm de compr., ereta, sem keikis, 3 flores; pedúnculo inconspícuo; brácteas do pedúnculo ausentes; raque 1,3–1,5 cm de compr., bráctea floral inconspícua. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário ca. de 4,0 mm de compr. Sépalas rosa, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 4,7 × 2,2 mm, lanceoladas, unidas na base truncada, glabras; mediana 4,2 × 1,2 mm, lanceolada, base truncada. Pétalas 5,0 × 1,0 mm, inteiras, rosa, lanceoladas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo inteiro 4,7 × 0,9 mm, rosa, membranáceo, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais indiferenciados; lobo mediano indiferenciado; calcar ausente. Coluna 2,5 × 0,7 mm, com projeções lineares, ereta, superfície ventral plana; antena ausente. Antera 0,1 × 0,1 mm, sem apêndice apical; polínias 2, iguais, ovais. Fruto 0,6 × 0,3 cm sem incluir rudimentos florais. Material examinado: Buraco da Duda, 12.VII.2008, fl., fr., E. Melo 5844 (HUEFS); sem local, s.d., fr., C. van den Berg 1662 (HUEFS); Material adicional: BRASIL, BAHIA: Andaraí, Trilha para a Cachoeira do Ramalho, VIII.2001, fl., F. R. Nonato et al. 1014 (HUEFS).

Foi descrita em 1760 como Epidendrum lineare, sendo transferida para o gênero Isochilus em 1813. Ocorre na Argentina, Paraguai, Norte da América do Sul e México. No Brasil há registros no Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo (Pabst & Dungs 1975) e Paraná (Angely 1965; Pabst & Dungs 1975). Na Chapada Diamantina foi citada para os municípios de Abaíra, Andaraí, Palmeiras e Rio de Contas (Toscano de Brito & Cribb 2005). Em Morro do Chapéu foi coletada em mata. Floresce em meados do ano, entre junho e agosto.

18. NOTYLIA Lindl. 18.1. Notylia pubescens Lindl., Edwards's Bot. Reg. 28 (Misc.): 62. 1842. Figura 18 a1-a11

Erva epífita, 14,0–15,5 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbo 1,3–3,0 cm de compr., 0,6 cm de diâm., aéreo, ovado, 1–foliado, com brácteas paleáceas. Folha

59 60 paralelinérvea, 10,5–11,0 × 1,6–2,4 cm, isolada, oblonga a lanceolada, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice agudo, base truncada, presente durante a floração. Inflorescência saindo da base do psudobulbo, pendente, sem keikis, com mais de 30 flores; pedúnculo 2,6–5,7 cm de compr., esverdeado; brácteas do pedúnculo 3–4, 8,0– 9,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 5,5–8,3 cm de compr.; bráctea floral 5,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 7,0–8,0 mm de compr. Sépalas cremes, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 5,9–7,2 × 1,2–1,5 mm (juntas), lanceoladas, unidas, base truncada, glabras; mediana 7,0–8,5 × 1,5 mm, lanceolada, base truncada. Pétalas 6,3–7,5 × 1,1–1,4 mm, inteiras, cremes, lanceoladas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo inteiro 5,5–6,5 × 1,6–2,0 mm, creme, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais indiferenciados; lobo mediano indiferenciado; calcar ausente. Coluna 4,0 × 0,8–1,2 mm, sem projeções, encurvada, superfície ventral plana; antena ausente. Antera 2,0 × 1,2 mm, sem apêndice apical; polínias 2, iguais, ovais. Fruto não visualizado. Material examinado: Estrada para Bonito, 18.IX.2008, fl., C. A. Bastos 262 (HUEFS); X.2008, fl., C. A. Bastos & J. B. Pinto 243 (HUEFS); Sem local, 27.IX.1965, fl., A. P. Duarte & E. Pereira 9220 (RB);

Foi descrita em 1842 e ocorre em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Pabst & Dungs 1977). Na Chapada Diamantina foi registrada em Rio de Contas (Toscano de Brito & Cribb 2005). Ocorre em área de mata no município de Morro do Chapéu. Floresce nos meses de setembro e outubro.

19. OCTOMERIA R.Br. 19.1. Octomeria hatschbachii Schltr., Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 23: 45. 1926. Figura 18 b1-b6

Erva epífita, ca. de 12,7 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule ca. de 4,7 cm de compr., 0,3 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 1–foliado, com brácteas paleáceas. Folha paralelinérvea, 8,4 × 0,5 cm, isolada, oblonga, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, 1,9

60 61 cm de compr., pendente, sem keikis, ca. de 4 flores; pedúnculo inconspícuo; brácteas do pedúnculo não visualizadas; raque ca. de 1,9 cm de compr.; bráctea floral 3,0 mm de compr., oblongas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 3,7 mm de compr. Sépalas amareladas com listras vermelhas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais ca. de 7,0 × 2,0 mm, lanceoladas, separadas, base truncada, glabras; mediana ca.de 7,0 × 2,5 mm, lanceoladas, base truncada. Pétalas ca. de 6,0 × 1,1 mm, inteiras, amareladas com listras vermelhas, lanceoladas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, amarelo, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 0,9 × 0,4 mm, arredondados, erguidos, 90º com lobo mediano; lobo mediano 0,5 × 1,2 mm, arredondado; calcar ausente. Coluna ca. de 1,7 × 0,5 cm, sem projeções, suavemente encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 0,7 × 0,7 mm, sem apêndice apical; polínias 8, iguais, elípticas. Fruto não visualizado. Material examinado: Morrão, 9.VIII.2003, fl., P. L. Ribeiro et al. 28 (HUEFS).

Foi descrita em 1926 a partir de material coletado no Paraná (Toscano de Brito & Cribb 2005), com registros também no Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo (Pabst & Dungs 1975). Na Chapada Diamantina foi citada para Catolés (Toscano de Brito & Queiroz 2003) e Rio de Contas (Toscano de Brito & Cribb 2005). Ocorre em Morro do Chapéu em área de mata. Foi encontrada com flor em agosto.

20. OECEOCLADES Lindl. 20.1. Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl., Gen. Sp. Orchid. Pl. 237-238. 1833. Figura 18 c1-c10

Erva terrestre, 24,0–37,5 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseubobulbos 2,6–3,0 cm de compr., 0,5–0,7 cm de diâm., aéreos, ovados, 1–foliados, com brácteas paleáceas. Folha paralelinérvea, 21,7–22,3 × 3,4–3,8 cm, isolada, oblonga, face adaxial e abaxial verde com máculas mais claras, coriáceas, ápice agudo, base truncada, presente durante a floração. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, 32,5–36,4 cm de compr., ereta, sem keikis, 8–9–flora; pedúnculo 18,7–28,9 cm de compr., cor não visualizada; brácteas do pedúnculo 5, 21,0–32,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice pungente, base truncada; raque 6,5–13,8 cm de compr.; bráctea floral 6,0 mm de compr., lanceolada, membranácea,

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ápice pungente, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 14,0–30,0 mm de compr. Sépalas castanhas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 3,0 × 2,1–2,2 mm, lanceoladas, separadas na base truncada, glabras; mediana 4,0–4,1 × 7,0–8,1 mm, lanceolada, base cuneada. Pétalas 12,0 × 3,1 mm, inteiras, castanhas, lanceoladas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo, base truncada. Labelo trilobado, branco com traços rosa, membranáceo, glabro, com calosidade membranosa, sem fímbrias; lobos laterais 3,0 × 2,0 mm, elípticos, abertos, menos de 90º com lobo mediano; lobo mediano 4,0 × 8,0 mm, reniforme; calcar 4,5–5,0 × 1,1 mm, obovado. Coluna 4,0 × 1,0 mm, sem projeção, ereta, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera não visualizada. Fruto 3,2 × 1,0 cm sem incluir rudimentos florais. Material examinado: Cachoeira do Ferro Doido, 27.IV.1999, fr., R. C. Forzza et al. 1376 (CEPEC, SPF). Material adicional: BRASIL. BAHIA: Feira de Santana, 19.VIII.2007, fl., E. Melo et al. 4990 (HUEFS); Maracás, 23.IV.2002, fl., E. R. de Souza et al. 167 (HUEFS).

Foi descrita em 1821 como Angraecum maculatum e transferida para o gênero Oeceoclades em 1833. Distribui-se de norte a sul do Brasil (Pabst & Dungs 1977), e em todo o Neotrópico, e parece ser comum na Chapada Diamantina, registrada para os municípios de Abaíra, Jacobina, Palmeiras e Rio de Contas (Toscano de Brito & Cribb 2005). Encontrada em Morro do Chapéu em áreas de mata. Floresce de abril a agosto.

21. ONCIDIUM Sw. 21.1. Oncidium barbatum Lindl., Collect. Bot., t. 23. 1821. Figura 19 a1-a7

Erva epífita, 19,5–30,0 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos 1,6–3,2 cm de compr., 0,9–1,3 cm de diâm., aéreos, ovados, 1–foliados, com brácteas paleáceas. Folha paralelinérvea, 6,0–8,5 × 0,9–1,5 cm, isolada, oblonga, face adaxial abaxial verde sem máculas, cartácea, ápice agudo, base truncada, presente durante a floração. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, 13,0–27,7 cm de compr., pendente, sem keikis, 2–6–flora; pedúnculo 11,1–22,0 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 3–5, 3,0–4,0 mm, oblongas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 3,5–11,8 cm de compr.;

62 63 bráctea floral 2,0–3,5 mm de compr., ovada, membranácea, ápice pungente, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 13,0–20,0 mm de compr. Sépalas amarelas com máculas marrom, membranáceas, margem ondulada, ápice apiculado; laterais 11,0 × 3,5–4,0 mm, espatuladas, unidas na base angustada, glabras; mediana 10,0 × 5,0 mm, espatulada, base angustada. Pétalas 8,0– 10,0 × 4,0–6,0 mm, amarelas com máculas marrom, espatuladas, membranáceas, margem ondulada, ápice obtuso, base angustada. Labelo trilobado, amarelo, membranáceo, glabro, com calosidade carnosa, com fímbrias; lobos laterais 8,5–9,0 × 7,0–9,0 mm, auriculados, abertos, menos de 90º com lobo mediano; lobo mediano 6,0 × 7,0 mm, pandurado; calcar ausente. Coluna 3,0–5,0 × 2,0–3,0 mm, com projeções membranosas, encurvada, superfície ventral protuberente; antena ausente. Antera 1,5 × 1,9 mm, sem apêndice apical; polínias 2, iguais, obovais. Fruto não visualizado. Material examinado: Cachoeira do Ventura, 8.VIII.2003, fl., P. L. Ribeiro et al. 20 (HUEFS). Material adicional: Quinjingue, Serra das Candeias, 15.V.2005, fl., D. Cardoso et al. 540 (HUEFS); Senhor do Bomfim, Serra da Maravilha, 11.VII.2005, fl., D. Cardoso et al. 642 (HUEFS).

Esta espécie foi descrita em 1821 e ocorre nos estados brasileiros da Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco (Pabst & Dungs 1977) e Paraná (Angely 1965). Até então não havia sido registrada para a Chapada Diamantina, sendo coletada no município de Morro do Chapéu em área de caatinga. Floresce de maio a agosto.

21.2. Oncidium blanchetii Rchb.f., Linnaea 22: 845. 1849. Figura 19 b1-b11

Erva rupícola ou terrestre, 68,3–129,6 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos 4,0–5,5 cm de compr., 0,8–1,9 cm de diâm., aéreos, ovados, 2-foliado, com bráctea foliácea e brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 28,2–33,2 × 0,8–1,6 cm, alternas não- espiraladas, lanceoladas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, pendente, sem keikis, 8–11–flora; pedúnculo 37,7–88,3 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 3–6, 8,0–14,0 mm de compr., oblongas, paleáceas, ápice agudo,

63 64 base truncada; raque 26,6–41,3 cm de compr.; bráctea floral 3,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal pintalgada de castanho; pedicelo incluindo o ovário 17,0–19,0 mm de compr. Sépalas amarelas pintalgadas de castanho, membranáceas, margem ondulada, ápice agudo; laterais 7,0–10,0 × 2,0–3,0 mm, ovadas a lanceoladas, unidas na base angustada, glabras; mediana 7,0–9,0 × 2,0–4,0 mm, ovada a lanceolada, base angustada. Pétalas 6,0–8,0 × 3,0–4,0 mm, inteiras, amarelas pintalgadas de castanho, ovadas, membranácea, margem ondulada, ápice agudo, base angustada. Labelo trilobado, amarelo, membranáceo, glabro, com calosidade verrucosa, sem fímbrias; lobos laterais 3,0–4,0 × 3,0–5,0 mm, auriculares, erguidos, mais de 90º com lobo mediano; lobo mediano 10,0–11,0 × 12,0–16,0 mm, reniforme; calcar ausente. Coluna 4,0 × 2,0–2,5 mm, com projeção membranosa, ereta, superfície ventral plana; antena ausente. Antera 2,0 × 1,5 mm, sem apêndice apical; polínias 2, iguais, ovais. Fruto não visualizado. Material examinado: Morrão, 2.XII.2002, fl., A. Rapini et al. 951 (HUEFS); 7.X.2008, fl., C. A. Bastos & C. van den Berg 160 (HUEFS); 14.VIII.2008, fl., C. A. Bastos & C. van den Berg 201 (HUEFS).

Foi descrita em 1849 a partir de material coletado em Jacobina (Toscano de Brito & Cribb 2005). Ocorre na Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina (Pabst & Dungs 1977) e Paraná (Angely 1965). Na Chapada Diamantina é amplamente distribuída, com registros para a Serra do Sincorá (Harley & Mayo 1980), Catolés (Toscano de Brito & Queiroz 2003), Andaraí, Barra da Estiva, Ibicoara, Jacobina, Rio de Contas, Seabra (Toscano de Brito & Cribb 2005), Mucugê (Azevedo & van den Berg 2007), Lençóis (Toscano de Brito 1998; Toscano de Brito & Cribb 2005) e Palmeiras (Toscano de Brito 1998; Conceição & Giulietti 2002; Conceição & Pirani 2005; Conceição et al. 2007;). Em Morro do Chapéu, Oncidium blanchetii foi encontrado em campo rupestre. Floresce entre agosto e dezembro. As flores de Oncidium blanchetii possuem morfologia bastante variável, principalmente quanto ao tamanho do labelo, chegando a dar a falsa impressão de se tratarem de espécies distintas (Toscano de Brito & Cribb 2005).

21.3. Oncidium gravesianum Rolfe, Gard. Chron. 1: 650, f. 94. 1892. Figura 19 c1-c11

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Erva epífita, 65,2–89,7 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos 5,2–6,0 cm de compr., 1,5–2,5 cm de diam., aéreos, ovados, 2-foliado, com bráctea foliácea e brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 12,6–15,9 × 2,2–3,3 cm, alternas não-espiraladas, oblongas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, cartáceas, ápice agudo, base angustada, presentes durante a floração. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, 65,2–86,2 cm de compr., pendente, sem keikis, 5 a mais de 30 flores; pedúnculo 31,2–48,0 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 3–4, 5,0–12,0 mm de compr., lanceoladas, paleáceas, ápice pungente, base truncada; raque 17,2–55,0 cm de compr.; bráctea floral ca. de 3,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice pungente, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 27,0–30, mm de compr. Sépalas amarronzadas, membranáceas, margem ondulada, ápice agudo; laterais 24,0–27,0 × 6,0 mm, lanceoladas, unidas na base angustada, glabras; mediana 20,0–25,0 × 6,0–10,0 mm, lanceolada, base angustada. Pétalas 19,0–25,0 × 12,0– 19,0 mm, inteiras, amarronzadas, elípticas, membranáceas, margem ondulada, ápice retuso, base breve angustada. Labelo trilobado, amarelo com margem amarronzada, membranáceo, glabro, com calosidade verrucosa, sem fímbrias; lobos laterais 4,0 × 6,0 mm, auriculados, abertos, 90º com lobo mediano; lobo mediano 12,0–13,0 × 18,0–19,0 mm, losangular; calcar ausente. Coluna 8,0 × 4,0 mm, com projeção membranosa, encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 3,0 × 2,0 mm, sem apêndice apical; polínias 2, iguais, obovais. Fruto não visualizado. Material examinado: Morrão, 14.III.1995, fl., L. P. de Queiroz & N. S. Nascimento 4288 (HUEFS). Material adicional: BRASIL, BAHIA: Abaíra, Mata do Barbado, 3.II.1994, fl., W. Ganev 2940 (HUEFS).

Oncidium gravesianum foi descrito em 1892. Ocorre no Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo (Pabst & Dungs 1977). Na Chapada Diamantina foi encontrada em Catolés (Toscano de Brito & Queiroz 2003), Morro do Chapéu e Rio de Contas (Toscano de Brito & Cribb 2005). Em Morro do Chapéu, ocorre em área de mata. É encontrado com flor em fevereiro e março. Segundo Toscano de Brito & Cribb (2005), essa espécie é frequentemente confundida com Oncidium curtum Lindl., O. crispum Lodd. e O. enderianum Sanders ex

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Masters, consideradas espécies próximas de O. gravesianum, sem, no entanto citar quais características as separam.

21.4. Oncidium hookeri Rolfe, Gard. Chron. 2: 520, 1887. Figura 19 d1-d7

Erva rupícola, 13,0–18,6 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Pseudobulbos 1,8–3,4 cm de compr., 0,7–1,2 cm de diâm., aéreos, ovados, 2-foliado, com bráctea foliácea e brácteas paleáceas Folhas paralelinérveas, ca. de 8,0–9,9 × 0,9–1,1 cm, alternas não-espiraladas, oblongas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, cartáceas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência saindo da base do caule, pendente, sem keikis, 22 flores; pedúnculo 5,6–6,7 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 1–2, 3,0–5,0 mm de compr.; raque 5,2–8,5 cm de compr.; bráctea floral 0,8–2,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores não ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 3,0–6,0 mm de compr. Sépalas amarelas pintalgadas de castanho, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 2,3–4,0 × 0,8–1,0 mm, lanceoladas, unidas na base truncada, glabras; mediana 1,8–3,0 × 1,0–1,6 mm, lanceoladas, base truncada. Pétalas 2,5–4,0 × 0,6–2,0 mm, inteiras, amarelas pintalgadas de castanho, lanceoladas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, amarelo, membranáceo, glabro, com calosidade carnosa, sem fímbrias; lobos laterais 1,2–2,5 × 1,0–2,0 mm, arredondados, abertos, mais de 90º com lobo mediano; lobo mediano 1,7–3,5 × 1,7–3,7 mm, ovado; calcar ausente. Coluna 0,8–1,0 × 0,6–1,0 mm, sem projeções, ligeiramente encurvada, superfície ventral plana; antena ausente. Antera 0,8–1,0 × 1,0 mm, sem apêndice apical; polínias 2, iguais, ovais. Fruto não visualizado. Material examinado: Morrão, 13.XI.2008, fl., C. A. Bastos & J. B. Pinto 272 (HUEFS); s.d., fl., S. H. Monteiro s.n. (HUEFS); 11.XI.2001, fl., E. L. Borba 2069 (HUEFS).

Foi descrita em 1887 a partir de material coletado no Rio de Janeiro (Toscano de Brito & Cribb 2005). Ocorre em Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul (Pabst & Dungs 1977). Na Chapada Diamantina, foi coletada em Lençóis e Palmeiras (Toscano de Brito & Cribb 2005). No município de Morro do Chapéu ocorre em mata. Foi encontrada com flor em novembro.

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21.5. Oncidium varicosum Lindl. & Paxton, Edwards's Bot. Reg. 23: sub t. 1920. 1837. Figura 19 e1-e11

Erva terrestre e rupícola, 94,2–130,1 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos 5,5–8,6 cm de compr., 0,9–1,5 cm de diâm., aéreos, ovados, 2–foliados, com bráctea foliácea e brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 13,5–19,7 × 1,2–2,5 cm, alternas não- espiraladas, oblongas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, cartáceas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, 92,7–127,1 cm de compr., pendente, sem keikis, 5 a mais de 30 flores; pedúnculo 75,0– 105,0 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 4–5, 7,0–13,0 mm de compr., lanceoladas, paleáceas, ápice pungente, base truncada; raque 10,1–22,1 cm de compr.; bráctea floral 2,0–3,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice pungente, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 16,0–32,0 mm de compr. Sépalas amarelas pintalgadas de castanho, membranáceas, margem inteira a suavemente ondulada, ápice agudo; laterais 8,0–9,0 × 3,0 mm, lanceoladas, unidas na base truncada, glabras; mediana 7,0–8,0 × 2,0–4,0 mm, lanceolada, base truncada. Pétalas 7,0 × 2,5–4,5 mm, inteiras, amarelas pintalgadas de castanho, oblongas, membranáceas, margem inteira a ondulada, ápice obtuso, base truncada. Labelo trilobado, amarelo, membranáceo, glabro, com calosidade verrucosa, sem fímbrias; lobos laterais 2,0–5,0 × 3,0–6,0 mm, auriculados, abertos, 90º com lobo mediano; lobo mediano 12,0–19,0 × 20,0–31,0 mm, reniforme; calcar ausente. Coluna 5,0–7,0 × 2,0–5,0 mm, com projeção membranosa, encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 2,5–3,0 × 1,5–2,5 mm, sem apêndice apical; polínias 2, iguais, obovais. Fruto não visualizado. Material examinado: Buraco Dona Duda, 19.IV.2008, fl., E. Melo et al. 5609 (HUEFS); Buraco do Possidônio, 17.IV.2008, fl., E. Melo et al. 5537 (HUEFS); 18.IV.2008, fl., E. Melo et al. 5557 (HUEFS); 11.VII.2008, fl., E. Melo et al. 5777 (HUEFS).

A espécie foi descrita em 1837 e ocorre nos estados brasileiros de Goiás, Minas Gerais, São Paulo (Pabst 1972b; Pabst & Dungs 1977) e Paraná (Angely 1965). Na Chapada Diamantina, há registro para os municípios de Abaíra, Érico Cardoso, Lençóis,

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Palmeiras e Rio de Contas (Toscano de Brito & Cribb 2005). Em Morro do Chapéu, foi coletado como em área de caatinga. Floresce de abril a julho.

22. PELEXIA Poit. ex Lindl. 22.1. Pelexia orthosepala (Rchb.f. & Warm.) Schltr., Beih. Bot. Centralbl. 37(2): 404. 1920. Figura 20 a1-a7

Erva terrestre 50,4–60,9 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes suculentas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule inconspícuo, 1–foliado. Folha paralelinérvea, ca. de 23,5 × 1,5 cm, isolada, lanceolada, face adaxial e abaxial verde sem máculas, membranácea, ápice agudo, base angustada, presente ou ausente durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, ereta, sem keikis, 5–8–flora; pedúnculo 43,5– 47,4 cm de compr., cor não visualizada; brácteas do pedúnculo 5–6, 43,0–49,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 7,3–9,2 cm de compr.; bráctea floral 14,0–19,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário ca. de 3,0 mm de compr. Sépalas esverdeadas, membranáceas, margem inteira, ápice pungente; laterais 16,0 × 4,0 mm, lanceoladas, unidas na base inaequilatera, pilosas; mediana 14,0 × 5,0 mm, lanceolada, base truncada. Pétalas 18,0 × 4,0 mm, inteiras, esverdeadas, lanceoladas, membranáceas, margem ondulada, ápice agudo, base truncada. Labelo trilobado, esverdeado, membranáceo, glabro, com calosidade membranosa, sem fímbrias; lobos laterais 4,0 × 1,0 mm, ovados, ondulado, mais de 90º com lobo mediano; lobo mediano 8,0 × 5,2 mm, arredondado; calcar ausente. Coluna 7,0 × 2,0 mm, sem projeção, ereta, superfície ventral plana; antena ausente. Antera 1,8 × 1,5 mm, sem apêndice apical; polínias 2, iguais, obovais. Fruto não visualizado. Material examinado: sem local, 17.V.1975, fl., A. L. Costa & G. M. Barroso s. n. (ALCB 7252). Material adicional: Mucugê, Mucugê-Guiné, X.2005, fl., E. C. Smidt et al. 662 (HUEFS).

Esta espécie foi descrita em 1878 como Spiranthes orthosepala, a partir de material coletado em Minas Gerais, sendo transferida em 1920 para o gênero Pelexia (Smidt 2003). Além de Minas Gerais, ocorre também no Distrito Federal, Goiás, Paraná e São Paulo

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(Pabst & Dungs 1975). Na Chapada Diamantina, há registro nos municípios de Morro do Chapéu e Rio de Contas (Smidt 2003). Floresce de maio a outubro.

23. POLYSTACHYA Hook. 23.1. Polystachya concreta (Jacq.) Garay & H.R.Sweet, Fl. Lesser Antilles 1: 178. 1974. Figura 20 b1-b7

Erva epífita, 15,0–31,5 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos 2,1–4,4 cm de compr., 0,3–0,5 cm de diâm., aéreos, ovados, 2–3– foliados, com brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 7,2–14,5 × 0,6–1,7 cm, alternas não-espiraladas, oblongas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, cartáceas, ápice agudo, base truncada, presente durante a floração. Inflorescência terminal ao pseudobulbo, ereta, sem keikis, 8 a mais de 30 flores; pedúnculo 4,8–13,0 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 1–2, 19,0–74,0 mm de compr., lanceoladas, paleáceas, ápice agudo, base truncado; raque 2,1–21,4 cm de compr.; bráctea floral ca. de 1,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice pungente, base truncada. Flores não ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo ovário ca. de 4,0 mm de compr. Sépalas esverdeadas, suculentas, margem inteira, ápice agudo; laterais 4,0 × 3,8 mm, ovadas, unidas na base truncada, glabras; mediana 2,5 × 2,0 mm, ovadas, base truncada. Pétalas 2,0 × 0,7 mm, inteiras, esverdeadas, oblongas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo, base truncada. Labelo trilobado, esverdeado, membranáceo, piloso, com calosidade verrucosa, sem fímbrias; lobos laterais 0,6 × 0,6 mm, ovados, abertos, 45º com lobo mediano; lobo mediano 1,5 × 1,8 mm, rotundo; calcar ausente. Coluna 1,9 × 1,0 mm, sem projeção, encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera não visualizada. Fruto 1,4 × 0,2 cm incluindo rudimentos florais. Material examinado: Buraco do Possidônio, 5.III.2008, fr., C. A. Bastos 140 (HUEFS); Estrada para o Buraco do Possidônio, 5.III.2008, fr., C. A. Bastos 128 (HUEFS); Fazenda Guariba, 12.X.2007, fr., E. Melo & B. M. da Silva 5223 (HUEFS); Morrão, 7.IV.2008, fl., C. A. Bastos 166 (HUEFS).

Foi descrita originalmente como Epidendrum concretum em 1760, sendo transferida para Polystachya em 1974. Ocorre no Suriname, norte da América do Sul,

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Guianas, América Central, Flórida e no Brasil é citada para os estados de Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Pará, Pernambuco (Pabst & Dungs 1975) e Minas Gerais (Menini Neto et al. 2004). Na Chapada Diamantina ocorre em Lençóis e Rio de Contas (Toscano de Brito & Cribb 2005). No município de Morro do Chapéu, foi coletada em áreas de mata. Floresce de outubro a abril.

24. PRESCOTTIA Lindl. 24.1. Prescottia leptostachya Lindl., Edwards's Bot. Reg. 23: sub t. 1915. 1836. Figura 21 a1-a6

Erva terrestre, 50,9–62,4 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes suculentas, ovadas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule inconspícuo, 1–foliado, sem brácteas paleáceas. Folha paralelinérvea, 5,1 × 0,9 cm, isolada, oblonga, face adaxial e abaxial verde sem máculas, membranácea, ápice agudo, base angustada, presente ou ausente durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, ereta, sem keikis, com mais de 30 flores; pedúnculo 31,5–33,0 cm de compr., cor não visualizada; brácteas do pedúnculo 3–4, 56,0–57,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice pungente, base truncada; raque 17,9–28,9 cm de compr.; bráctea floral 3,0–4,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice pungente, base truncada. Flores não ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 3,0–4,0 mm de compr. Sépalas de cor não visualizada, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 1,7–2,5 × 0,8– 0,9 mm, ovadas, unidas na base truncada, glabra; mediana 1,6 × 0,5–0,7 mm, ovada, base truncada. Pétalas 1,5–2,5 × 0,3 mm, inteiras, cor não visualizada, lineares, membranáceas, margem inteira, ápice obtuso, base truncada. Labelo inteiro, 1,8–2,7 × 0,9–1,7 mm, alaranjado, carnoso, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais indiferenciados; lobo mediano indiferenciado; calcar ausente. Coluna 0,9–1,2 × 0,4–0,7 mm, sem projeção, ereta, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera não visulaizada. Fruto 0,5 × 0,3 cm incluindo rudimentos florais. Material examinado: BA 052, 29.I.2003, fl., F. França et al. 4056 (HUEFS). Material adicional: Lençóis, Rio Mucugezinho, 20.XII.1984, fl., fr., B. Stannard 7308 (HUEFS, SPF).

Espécie descrita em 1836 a partir de material originário da Bahia (Azevedo & van den Berg 2007). Além da Bahia, é citada também para o Rio de Janeiro (Pabst & Dungs

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1975). Na Chapada Diamantina, é citada para Catolés (Toscano de Brito & Queiroz 2003), Lençóis, Palmeiras (Toscano de Brito 1998), Mucugê (Azevedo & van den Berg 2007) e Rio de Contas (Toscano de Brito 1995). No município de Morro do Chapéu está sendo citada pela primeira vez e ocorre em mata. Encontrada com flor em dezembro e janeiro.

24.2. Prescottia montana Barb. Rodr., Gen. Sp. Orchid. 1: 178. 1877. Figura 21 b1-b6

Erva terrestre ou rupícola, 42,2–71,5 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes suculentas, ovadas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule inconspícuo, 1– foliado, sem brácteas paleáceas. Folha paralelinérvea, 6,5–19,0 × 1,0–1,3 cm, isolada, oblongas a lanceoladas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, coriáceas, ápice agudo, base truncada, presente ou ausente durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, ereta, sem keikis, 15–30 flores; pedúnculo 17,0–57,0 cm de compr., cor não visualizada; brácteas do pedúnculo 5, 26,0–75,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 3,5–14,5 cm de compr.; bráctea floral 6,0–8,0 mm de compr., ovadas a lanceoladas, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores não ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 3,0–6,0 mm de compr. Sépalas verdes, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 3,0–3,5 × 1,0–1,5 mm, oblongas, separadas na base truncada, glabras; mediana 3,0–3,7 × 1,0–1,3 mm, oblonga, base truncada. Pétalas 2,0–2,2 × 0,3–0,5 mm, inteiras, verdes, oblongas, membranáceas, margem inteira, ápice obtuso inteiro, base truncada. Labelo inteiro 4,0–4,5 × 2,0–2,5 mm, verde, carnoso, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais indiferenciados; lobo mediano indiferenciado; calcar ausente. Coluna 1,0–2,0 × 1,0–1,2 mm, com projeção membranosa, ereta, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 0,5 × 0,5 mm, sem apêndice apical; polínias 4, iguais, arredondadas. Fruto 0,6 × 0,4 cm sem incluir rudimentos florais. Material examinado: Morrão, 11.XI.2001, fr., E. L. Borba 2070 (HUEFS); 08.X.2007, fl., C.A. Bastos 83 (HUEFS). Material adicional: BRASIL. MINAS GERAIS: Caldas, Serra da Pedra Branca, 4.IV.2007, fl., C. Azevedo & C. van den Berg 324 (HUEFS).

Foi descrita em 1877 de material oriundo de Minas Gerais (Azevedo & van den Berg 2007). Ocorre no Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo (Pabst &

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Dungs 1975) e Paraná (Angely 1965). Registrada pela primeira vez para a Bahia na Chapada Diamantina no município de Mucugê (Azevedo & van den Berg 2007). Encontrada no município de Morro do Chapéu em área de mata e em pequena porção de terra entre as rochas de campo rupestre exposta ao sol. Caracteriza-se pela presença de uma única folha e inflorescência cujas flores se dispõem de modo a formar um cone, labelo calceolado com ápice obtuso. Floresce entre outubro e novembro.

24.3. Prescottia oligantha (Sw.) Lindl., Gen. Sp. Orchid. Pl. 454. 1840. Figura 21 c1-c8

Erva terrestre, 33,0–35,0 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes suculentas, ovadas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule inconspícuo, 2–4-foliado, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 4,0–5,8 × 1,4–1,5 cm, alternas espiraladas, ovadas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, membranácea, ápice agudo, base angustada, presente durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, ereta, sem keikis, com mais de 30 flores; pedúnculo ca. de 25,5 cm de compr., esverdeado; brácteas do pedúnculo 5–6, 24,0–26,0 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 6,5 cm de compr.; bráctea floral 2,0–3,3 mm de compr., lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores não ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário ca. de 2,5 mm de compr. Sépalas brancas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 1,5 × 0,8 mm, oblongas, unidas na base truncada, glabras; mediana 1,1–1,2 × 0,5–0,6 mm, oblonga, base truncada. Pétalas 1,6 × 0,5 mm, inteiras, brancas, oblongas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo inteiro 1,3–1,5 × 0,8–1,0 mm, branco, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais indiferenciados; lobo mediano indiferenciado; calcar ausente. Coluna 0,5–1,4 × 0,5–1,1 mm, sem projeção, ereta, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 0,3 × 0,5 mm, sem apêndice apical; polínias não visualizadas. Fruto não visualizado. Material examinado: Nascente do Rio Salitre, 7.IX.2007, fl., E. Melo 5046 (HUEFS). Material adicional: BRASIL, BAHIA: Feira de Santana, Estrada para Retiro, 22.IX.1995, fl., F. França et al. 1361 (HUEFS).

Prescottia oligantha foi descrita originalmente em 1788 como Cranichis oligantha, sendo transferida para o gênero Prescottia em 1840. Ocorre no Espírito Santo, Minas

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Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo (Pabst & Dungs 1975) e Rio Grande do Sul (Rocha & Waechter 2006). Na Chapada Diamantina não havia sido citada antes e no município de Morro do Chapéu, foi encontrada vegetando nas proximidades do Rio Salitre. Floresce em setembro.

25. PROSTHECHEA Knowles & Westc. 25.1. Prosthechea moojenii (Pabst) W.E.Higgins, Phytologia 82(5): 379. 1997 [1998]. Figura 22 a1-a8

Erva rupícola, 16,0–26,7 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Pseudobulbos 6,0–10,0 cm de compr., 1,6–4,5 cm de diâm., aéreos, elípticos, 2-foliados, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 8,0–13,2 × 1,6–2,9 cm, alternas não-espiraladas, oblongas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice obtuso a agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao pseudobulbo, ereta, sem keikis, 5–7 flores; pedúnculo 5,5–12,0 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 2–3, 4,0–5,0 mm de compr., lanceoladas, suculentas, ápice agudo, base truncada; raque 5,4–9,0 cm de compr.; bráctea floral 2,0–4,0 mm de compr., lanceolada, suculenta, ápice agudo, base truncada. Flores não ressupinadas, face dorsal suavemente tracejado de vináceo; pedicelo incluindo o ovário 12,0–22,0 mm de compr. Sépalas verdes, suculentas, margem inteira, ápice agudo; laterais 15,0–18,0 × 5,0–7,0 mm, lanceoladas, separadas, base truncada, glabras; mediana 16,0–20,0 × 5,0–7,0 mm, lanceolada, base truncada. Pétalas 14,0–19,0 × 5,0–7,0 mm, inteiras, verdes, lanceoladas, suculentas, margem inteira, ápice agudo, base angustada. Labelo inteiro, 12,0–14,0 × 6,0–12,0 mm, branco, suculento, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais indiferenciados; lobo mediano indiferenciado; calcar ausente. Coluna 7,0–9,0 × 5,0 mm, sem projeções, ligeiramente encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 2,0–2,3 × 2,0–3,0 mm, sem apêndice apical; polínias 4, iguais, ovais. Fruto 2,0–2,5 × 0,9–1,5 cm sem rudimentos florais. Material examinado: Estrada para Utinga, 17.XI.1999, fl., E. Melo 3131 (HUEFS); Morrão, 2.XII.2002, fl., M. E. R. Junqueira 148, 149 (HUEFS); 16.XII.2005, fl., F. França 5334 (HUEFS); 03.X.2007, fl., C. A. Bastos 79 (HUEFS); 08.X.2007, fl., C. A. Bastos 81 (HUEFS); X.2008, fl., C. A. Bastos & J. B. Pinto 250 (HUEFS); Tabuleiro dos Tigres, 18.III.2004, fl., D. T. Cruz 2, 4 (HUEFS); Sem local, 15.I.1977, fl., G. Hatschbach 39607 (MBM); 30.IX.1980, fl., A. Furlan et al. 294 (KEW, SPF).

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Foi descrita em 1956 como Epidendrum moojenii a partir de material coletado entre Palmeiras e Lençóis, sendo transferida para o gênero Prosthechea em 1998 (Toscano de Brito & Cribb 2005). Ocorre em Minas Gerais e na Bahia foi citada para vários municípios da Chapada Diamantina entre eles Abaíra, Ibicoara, Lençóis, Morro do Chapéu, Mucugê e Palmeiras (Toscano de Brito & Cribb 2005). Em Morro do Chapéu, foi coletada nos afloramentos rochosos de campos rupestres. A inflorescência é da mesma altura ou pouco maior que as folhas. As flores são esverdeadas e exalam forte odor de mel a certas horas do dia, especialmente à noite. Pode apresentar morfologia variável, principalmente quanto ao labelo, chegando a ser identificada, erroneamente, como espécies distintas (Toscano de Brito & Cribb 2005). Floresce de setembro a março.

26. RODRIGUEZIA Ruiz & Pav. 26.1. Rodriguezia obtusifolia Rchb.f., Bot. Zeitung (Berlin) 10: 771. 1952. Figura 22 b1-b7

Erva epífita, 28,5–77,5 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do pseudobulbo. Pseudobulbos 2,5–3,7 cm de compr., 0,6–1,0 cm de diâm., aéreos, ovados, 2-foliados, com bráctea foliácea. Folhas paralelinérveas, 6,1–8,9 × 1,7–2,2 cm, alternas não-espiraladas, oblonga, face adaxial e abaxial verde sem máculas, coriácea, ápice obtuso, base truncada, presente durante a floração. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, pendente, com keikis, 6–13–flora; pedúnculo 18,5–27,3 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 7–9, 6,0–16,0 mm de compr., lanceoladas, paleáceas, ápice pungente, base truncada; raque 5,6–21,6 cm de compr.; bráctea floral 5,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 10,0–20,0 mm de compr. Sépalas brancas a rosadas, lanceoladas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 15,0–18,0 × 5,0 mm, unidas na base truncada, glabras; mediana 17,0–20,0 × 4,0–6,0 mm, base truncada. Pétalas 18,0–20,0 × 6,0–10,0 mm, inteiras, brancas a rosadas, obovadas, membranáceas, margem suavemente crenada, ápice obtuso, base angustada. Labelo inteiro, 30,0 × 19,0–20,0 cm, branco, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais indiferenciados; lobo mediano indiferenciado; calcar ausente. Coluna 5,0–10,0 × 2,0–3,0 mm, com projeção

74 75 membranosa, ereta, superfície ventral plana; antena ausente. Antera 3,0 × 2,0 mm, sem apêndice apical. Fruto não visualizado. Material examinado: Morrão, 4.VIII.2001, fl., F. R. Nonato et al. 962 (HUEFS); 20.VIII.2002, fl., E. C. Smidt & F. R. Nonato 360 (HUEFS). Material adicional: Abaíra, Estrada Piatã Abaíra, 20.VII.1992, fl., W. Ganev 688 (HUEFS).

Foi descrita em 1840 como Burlingtonia obtusifolia sendo transferida para o gênero Rodriguezia em 1852. Ocorre no Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. É encontrada na Chapada Diamantina (Toscano de Brito & Cribb 2005), sendo citada para Catolés (Toscano de Brito & Queiroz 2003). No município de Morro do Chapéu foi coletada em campo rupestre. Encontrada com flor em julho e agosto.

27. SOBRALIA Ruiz & Pav. 27.1. Sobralia sessilis Lindl., Edwards's Bot. Reg. 27: Misc. 3. 1841. Figura 23 a1-a11

Erva terrestre, ca. de 35,4–69,4 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule 31,5–60,6 cm de compr., 0,3–0,4 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 14–16-foliado, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 10,5–21,3 × 3,0–7,6 cm, alternas dísticas, lanceoladas, face adaxial e abaxial verde, membranáceas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescência terminal ao caule, ereta, sem keikis, uniflora; pedúnculo inconspícuo; brácteas do pedúnculo 2–3, 33,0–41,0 mm de compr., lanceoladas, paleáceas, ápice agudo, base truncada; raque inconspícua; bráctea floral 23,0–30,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flor ressupinada, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 20,0–30,0 mm de compr. Sépalas rosa, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais 33,0–55,0 × 8,0–10,0 mm, lanceoladas, separadas, base truncada, glabras; mediana 34,0–49,0 × 8,0–11,0 mm, lanceoladas, base truncada. Pétalas 32,0–40,0 × 8,0–12,0 mm, inteiras, rosa , lanceoladas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo, base truncada. Labelo inteiro, 32,0–48,0 × 10,0–16,0 mm, rosa, membranáceo, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais indiferenciados; lobo mediano indiferenciado; calcar ausente. Coluna 20,0–28,0 × 3,0–4,0 mm, com projeção membranosa, ereta, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera

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3,1 × 2,5 mm, sem apêndice apical; polínias não visualizadas. Fruto 10,7 × 1,4 cm sem rudimentos florais. Material examinado: Cachoeira do Ferro Doido, 4.IV.1976, fl., W. G. D. D`Arcy et al. 11942 (SP); 16.II.2004, fl., G. Pereira-Silva 8467 (HUEFS); 20.IV.2004, fl., P. L. Ribeiro 89 (HUEFS); 6.V.2007, fl., C. A. Bastos 9 (HUEFS); Cachoeira Pedro Bravo, 5.III.2008, veg., C. A. Bastos 157 (HUEFS); Estrada para Mundo Novo, 2.III.1977, fl., R. M. Harley 19238, 19239 (CEPEC, SPF); Gruta da Boa Esperança, 14.XI.2008, fr., C. A. Bastos & J. B. Pinto 279 (HUEFS); Sem local, 20.II.1979, fl., R. B. Marx s.n. (HB 69226); s. d., fl., C. van den Berg 1660 (HUEFS).

A espécie foi descrita em 1841 e ocorre no Amazonas, Minas Gerais e Pará (Pabst & Dungs 1975). Na Chapada Diamantina foi citada para Morro do Chapéu (Harley & Mayo 1980), Mucugê (Azevedo & van den Berg 2007), Lençóis e Palmeiras (Toscano de Brito & Cribb 2005). Em Morro do Chapéu, foi coletada em solo arenoso de campo rupestre e mata úmida. Floresce entre fevereiro e abril.

28. TRICHOCENTRUM 28.1. Trichocentrum cebolleta (Jacq.) M.W. Chase & N.H. Williams, Lindleyana 16(2): 137. 2001. Oncidium cebolleta (Jacq.) Sw., Kongl. Vetensk. Acad. Nya Handl. 21: 240. 1800. Cohniella cebolleta (Jacq.) Christenson, Lindleyana 14(4): 177. 1999. Figura 23 b1-b11

Erva epífita, 45,8–103,0 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos 0,7–1,7 cm de compr., 0,4–0,6 cm de diâm., aéreos, ovados, 1–foliados, com brácteas paleáceas. Folha paralelinérvea, 16,5–51,5 × 0,3–0,4 cm, isolada, subulada, face adaxial e abaxial verde salpicada de vinho, suculentas, ápice agudo, base truncada, presente durante a floração. Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, 45,8–109,4 cm de compr., ereta, sem keikis, 9–20–flora; pedúnculo 28,8–86,9 cm de compr., castanho; brácteas do pedúnculo 6–8, 6,0– 16,0 mm de compr., oblongas, paleáceas, ápice agudo, base truncada; raque 16,1–30,7 cm de compr.; bráctea floral 3,0–6,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice pungente, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário ca. de 20,0 mm de compr. Sépalas amarelas com manchas

76 77 avermelhadas, membranáceas, margem inteira, ápice obtuso; laterais 8,0–11,0 × 4,0–5,0 mm, espatuladas, unidas na base angustada, glabras; mediana 8,0–10,0 × 5,0 mm, espatulada, base angustada. Pétalas 8,0–9,0 × 5,0–6,0 mm, inteiras, amarelas com manchas avermelhadas, oblongas, membranáceas, margem ondulada, ápice obtuso, base angustada. Labelo trilobado, amarelo, membranáceo, glabro, com calosidade carnosa, sem fímbrias; lobos laterais 8,0 × 4,0–5,0 mm, obovados, abertos, 90º com lobo mediano; lobo mediano 10,0 × 11,0–18,0 mm, reniforme; calcar ausente. Coluna 3,0–4,0 × 2,0 mm, com projeção membranosa, levemente encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 2,5 × 1,5 mm, sem apêndice apical; polínias 2, iguais, obovais. Fruto não visualizado. Material examinado: Cidade das Pedras, 9.XII.2006, veg., M. L. Guedes et al. 12940 (ALCB). Material adicional: BRASIL, BAHIA: Cachoeira, Vale dos rios Paraguaçu e Jacuípe, VIII.1980, fl., Grupo Pedra do Cavalo 516 (HUEFS); Feira de Santana, Fazenda Chapada, 11.X.2007, fl., E. Melo et al. 5156 (HUEFS).

Esta espécie foi descrita como Epidendrum cebolleta em 1760 sendo transferida para o gênero Oncidium em 1800. Em 1999, a partir de dados moleculares, o gênero Cohniella Pfitz. foi restabelecido incluindo Oncidium cebolleta (Christenson 1999). Em 2001, a partir da análise de DNA dessa e de outras espécies afins, C. cebolleta foi incluída no gênero Trichocentrum como sendo T. cebolleta (Jacq.) M.W.Chase & N.H.Williams (Williams et al. 2001). Distribui-se na Argentina, Brazil, Suriname, Venezuela, América Central, e México. No Brasil, é encontrada nos estados do Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Pernambuco e Piauí (Pabst & Dungs 1977). Na Chapada Diamantina há registro nos municípios de Palmeiras, Rio de Contas e Rio do Pires (Toscano de Brito & Cribb 2005). Em Morro do Chapéu ocorre em área de caatinga. Apresentam folhas subuladas lembrando cebola (porém não ocas). Floresce de agosto a dezembro.

29. VANILLA Plum. ex Mill. 29.1. Vanilla palmarum (Salzm. ex Lindl.) Lindl., Gen. Sp. Orchid. Pl. 436. 1840. Figura 23 c1-c5

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Erva epífita, 69,0–157,0 cm de compr., crescimento monopodial. Raízes delgadas, achatadas, isoladas, emergindo ao longo do caule oposta as folhas. Caule 66,6–150,0 cm de compr., 0,3–0,4 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, multifoliado, sem brácteas paleáceas. Folhas paralelinérveas, 8,0–11,6 × 2,4–3,5 cm, alternas espiraladas, ovadas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração. Inflorescências saindo da axila das folhas, prostrada, sem keikis, 7–12–flora; pedúnculo inconspícuo; raque 3,4–7,0 cm de compr.; bráctea floral 5,0–6,0 mm de compr., ovada, suculenta, ápice obtuso, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário ca. de 11,0–13,0 mm. Sépalas verdes amareladas, lanceoladas, suculentas, margem inteira, ápice agudo; laterais 54,0 × 9,0 mm, separadas na base truncada, glabras; mediana 48,0 × 8,0 mm, base truncada. Pétalas 50,0 × 18,0 mm, inteiras, amarelas, lanceoladas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo, base truncada. Labelo inteiro, 50,0 × 31,0 mm, amarelo com listras, membranáceo, glabro sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais indiferenciados; lobo mediano indiferenciado; calcar ausente. Coluna 30,0 × 2,0 mm, sem projeção, prostrada, superfície ventral plana; antena ausente. Antera não visualizada. Fruto 2,8–5,0 × 0,6–0,9 cm sem incluir rudimentos florais. Material examinado: Estrada para o Buraco do Possidônio, 7.IV.2008, fr., C. A. Bastos & C. van den Berg 175 (HUEFS); BA 052, 1.V.2003, fl., fr., M. E. R. Junqueira et al. 199 (HUEFS); Estrada para Jacobina, 23.VII.2008, fr., C. A Bastos & J. B. Pinto 245 (HUEFS); Miraserra, 16.VI.2008, fr., C. A. Bastos 205 (HUEFS); Morrão, 9.X.2007, veg., C. A. Bastos 96 (HUEFS). Material adicional: Banzae, Baixa do Juá, 28.XI.2002, fl., C. Correia et al. 214 (HUEFS).

Essa espécie foi descrita em 1832 com o basiônimo Epidendrum palmarum Salzm. ex Lindl., sendo transferida para o gênero Vanilla em 1840. Ocorre na Bolívia e Suriname e no Brasil tem registro nos estados da Bahia, Mato Grosso, Pará (Pabst & Dungs 1975) e Paraná (Angely 1965; Pabts & Dungs 1975). Na Chapada Diamantina está sendo citada pela primeira vez no município de Morro do Chapéu, onde é amplamente encontrada em caatinga sobre Syagrus coronata (Mart.) Becc. (licuri). Os frutos são verdes compridos. Floresce de dezembro a maio.

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Figura 6: Acianthera ochreata (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase – a1. hábito; a2. inflorescência; a3. flor; a4. sépala dorsal; a5. sépala lateral; a6. pétala; a7. labelo; a8. coluna em vista ventral; a9. antera; a10. polínias. Anathallis paranaensis (Schltr.) Pridgeon & M.W.Chase – b1. hábito; b2. flor; b3. sépala dorsal; b4. sépalas laterais; b5. pétalas; b6. labelo; b7. coluna em vista lateral. Anathallis rubens (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase – c1. hábito; c2. flor; c3. sépala dorsal; c4. sépala lateral; c5. pétala; c6. labelo; c7. coluna em vista lateral. (a1 Pereira-Silva 8461, a2-a10 Bastos 139; b1-b7 Ribeiro 29; c1-c7 Harley 22800)

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Figura 7: Bifrenaria tyrianthina Rchb.f. – a1. hábito; a2. flor; a3. sépala dorsal; a4. sépalas laterais; a5. pétalas; a6. labelo; a7. ovário, coluna e labelo em vista lateral. Brassavola tuberculata Hook. – b1. hábito; b2. sépala dorsal; b3. sépalas laterais; b4. pétalas; b5. labelo; b6. coluna em vista lateral; b7. antera em vista dorsal; b8. antera em vista ventral. (a1-a7 Toscano de Brito 2276 (Toscano de Brito & Cribb, 2005); b1-b8 Toscano de Brito 1039 (Toscano de Brito & Cribb, 2005)

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Figura 8: Bulbophyllum exaltatum Lindl. – a1. flor; a2. sépala dorsal; a3.sépala lateral; a4. pétala; a5. labelo em vista ventral; a6.labelo em vista dorsal; a7. ovário e coluna em vista lateral. Bulbophyllum manarae Foldats – b1. hábito; b2. flor; b3. sépala dorsal; b4. sépalas laterais (sinsépalo); b5. pétalas; b6. labelo em vista lateral; b7. ovário, labelo e coluna em vista lateral; b8. antera em vista dorsal; b9. antera em vista ventral; b10. polínias. Bulbophyllum plumosum Cogn. – c1. sépala dorsal; c2. sépalas laterais; c3. pétala; c4. labelo em vista ventral; c5. labelo em vista lateral; c6. ovário e coluna em vista lateral; c7. antera em vista dorsal. (a1-a7 Bastos 119; b1-b10 Toscano de Brito 1655 (Toscano de brito & Cribb, 2005); c1-c7 Ribeiro 48)

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Figura 9: Campylocentrum aciculatum (Rchb. F. & Warm.) Cogn. – a1. hábito; a2. flor; a3. sépala dorsal; a4. sépalas laterais; a5. pétalas; a6. labelo e ovário em vista ventral; a7. labelo em vista lateral; a8. antera em vista dorsal; a9. polínias. Campylocentrum micranthum (Lindl.) Maury – b1. hábito; b2. flor; b3. sépala dorsal; b4. sépalas laterais; b5. pétalas; b6. labelo com calcar; b7. labelo explanado, calcar removido; b8. ovário e coluna em vista lateral; b9. antera em vista ventral; b10. antera em vista dorsal; b11. polínias. (a1 Bastos 182, a2-a9 Bastos 130; b1-b11 Toscano de brito 1696 (Toscano de Brito & Cribb, 2005)

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Figura 10: Capanemia therasiae Barb.Rodr. – a1. hábito; a2. flor; a3. sépala dorsal; a4. sépala lateral; a5. pétala; a6. labelo; a7. couna em vista lateral; a8. coluna em vista dorsal; a9. polínias. Catasetum hookeri Lindl. – b1. hábito; b2. sépala dorsal; b3. sépalas laterais; b4. pétalas; b5. labelo em vista ventral; b6. labelo em vista lateral; b7. ovário e coluna em vista lateral, antera removida; b8. antera em vista dorsal; b9. antera em vista ventral; b10. polinário em vista dorsal; b11. polinário em vista ventral. (a1-a9 Andrade-Lima 6136; b1-b11 Toscano de Brito 2179 (Toscano de Brito & Cribb, 2005)

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Figura 11: Cattleya amethystoglossa Linden & Rchb.f. ex Warner – a1. sépala dorsal; a2. sépalas laterais; a3. pétalas; a4. labelo; a5. coluna em vista lateral; a6. antera em vista dorsal; a7. antera em vista ventral. Cattleya elongata Barb.Rodr. – b1. hábito; b2. sépala dorsal; b3 sépalas laterais; b4. pétalas; b5. labelo; b6. coluna em vista lateral; b7. antera em vista dorsal; b8. antera em vista ventral; b9. polínias. Cattleya tenuis Campacci & P.L.Vedovello – c1. sépala dorsal; c2. sépalas laterais; c3. pétalas; c4. labelo; c5. antera em vista dorsal; c6. antera em vista ventral; c7. polínias. (a1-a6 Toscano de Brito & Cribb, 2005; b1-b9 Toscano de Brito 2208 (Toscano de Brito & Cribb, 2005); c1-c7 Toscano de Brito s.n. (Toscano de Brito & Cribb, 2005)

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Figura 12: Cyrtopodium eugenii Rchb.f. & Warm. – a1. hábito; a2. sépala dorsal; a3. sépalas laterais; a4. pétalas; a5. labelo; a6. ovário, coluna e labelo em vista lateral; a7. antera em vista dorsal; a8. antera em vista ventral; a9. polinário em vista dorsal. Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F.Barros – b1. flor; b2. sépala dorsal; b3. sépala lateral; b4. pétala; b5. labelo; b6.ovário e coluna em vista lateral; b7. coluna em vista ventral; b8. antera em vista ventral; b9. polínias. Cyrtopodium saintlegerianum Rchb. f. – c1. hábito; c2. flor; c3. sépala dorsal; c4. sépala lateral; c5. pétala; c6. labelo; c7. coluna em vista ventral; c8. coluna em vista dorsal. (a1-a9 Toscano de Brito 2335 (Toscano de Brito & Cribb, 2005); b1-b9 Borba 2071; c1 Borba 1549, c2-c8 Bastos 274)

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Figura 13: Encyclia alboxanthina Fowlie – a1. sépala dorsal; a2. sépalas laterais; a3. pétalas; a4. labelo; a5. coluna em vista lateral; a6. antera em vista dorsal; a7. antera em vista ventral; a8. polínias. Encyclia kundergraberii V.P.Castro & Campacci – b1. sépala dorsal; b2. sépalas laterais; b3. pétalas; b4. labelo; b5. ovário e coluna em vista lateral; b6. antera em vista ventral; b7. antera em vista dorsal; b8. polínias. Encyclia oncidioides (Lindl.) Schltr. – c1. sépala dorsal; c2. sépalas laterais; c3. pétalas; c4. labelo; c5. porção do ovário e coluna em vista lateral; c6. antera em vista ventral; c7. antera em vista dorsal; c8. polínias. Encyclia patens Hook. – d1. hábito; d2. sépala dorsal; d3. sépala lateral; d4. pétala; d5. labelo; d6. porção do ovário e coluna em vista ventral; d7. porção do ovário e coluna em vista lateral; d8. antera em vista dorsal; d9. polínias. (a1- a8 Toscano de Brito 2091 (Toscano de Brito & Cribb, 2005); b1-b8 Toscano de Brito 2201 (Toscano de Brito & Cribb, 2005); c1-c8 Toscano de Brito 1694 (Toscano de Brito & Cribb, 2005); d1-d9 Melo 5071)

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Figura 14: Epidendrum cinnabarinum Salzm. ex Lindl. – a1. hábito; a2. flor; a3. sépala dorsal; a4. sépala lateral; a5. pétala; a6. labelo; a7. antera em vista dorsal; a8. polinário. Epidendrum cristatum Ruiz & Pav. – b1. sépala dorsal; b2. sépala lateral; b3. pétala; b4. labelo. Epidendrum orchidiflorum Salzm. ex Lindl. – c1. sépala dorsal; c2. sépala lateral; c3. pétala; c4. labelo; c5. antera em vista dorsal; c6. antera em vista ventral; c7. polinário. Epidendrum secundum Jacq. – d1. sépala dorsal; d2. sépala lateral; d3. pétala; d4. labelo. Epidendrum warasii Pabst – e1. sépala dorsal; e2. sépala lateral; e3. pétala; e4. labelo; e5 antera em vista dorsal. (a1 Melo 4962, a2-a8 Bastos 187; b1-b4 Azevedo 156; c1-c7 Toscano de Brito 2182 (Toscano de Brito & Cribb, 2005); d1-d4 Bastos 118; e1-e5 Pereira 91)

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Figura 15: Epistephium lucidum Cogn. – a1. hábito; a2. sépala dorsal; a3. sépalas laterais; a4. pétalas; a5. labelo; a6. coluna em vista lateral; a7. antera em vista dorsal; a8. antera em vista ventral. Galeandra beyrichii Rchb.f. – b1. hábito; b2. flor; b3. sépala dorsal; b4. sépala lateral; b5. pétala; b6. labelo explanado; b7. coluna em vista dorsal; b8. coluna em vista ventral. (a1-a8 Toscano de Brito 2199 (Toscano de Brito & Cribb, 2005); b1-b8 Bastos 226)

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Figura 16: Habenaria fluminensis Hoehne – a1. sépala dorsal; a2. sépala lateral; a3. pétala; a4. labelo; a5. coluna, calcar e porção do ovário em vista lateral; a6. ovário. Habenaria josephensis Barb.Rodr. – b1. hábito; b2. flor; b3. sépala dorsal; b4. sépala lateral; b5. pétala; b6. labelo; b7. coluna, porção do calcar e porção do ovário em vista lateral. Habenaria parviflora Lindl. – c1. flor; c2. sépala dorsal; c3. sépala lateral; c4. pétala; c5. labelo; c6. coluna, porção do calcra e porção do ovário em vista lateral. Habenaria repens Nutt. – d1. flor; d2. sépala dorsal; d3. sépala lateral; d4. pétala; d5. labelo; d6. coluna, porção do calcar e porção do ovário em vista lateral. (a1-a6 Mori 14508; b1 Mori 14459, b2-b7 Mori 14459, Hatschabach 42403; c1-c6 Harley 23016; d1-d6 Guimarães 42358, Harley 19284)

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Figura 17: Isabelia violacea (Lindl.) Van den Berg & M.W.Chase – a1. hábito; a2. sépala dorsal; a3. sépala lateral; a4. pétala; a5. labelo; a6. coluna em vista ventral. Isochilus linearis (Jacq.) R.Br. – b1. hábito; b2. sépala dorsal; b3. sépalas laterais (sinsépalo); b4. pétalas; b5. labelo; b6. bráctea, ovário, coluna e labelo em vista lateral; b7. ápice da coluna em vista ventral, antera removida; b8. antera em vista dorsal; b9. antera em vista ventral ; b10. polínias. (a1-a6 Martinelli 5221 ; b1-b10 Toscano de Brito 1818 (Toscano de Brito & Cribb, 2005).

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Figura 18: Notylia pubescens Lindl. – a1. hábito ; a2. flor; a3. sépala dorsal; a4. sépalas laterais (sinsépalo); a5. pétalas; a6. labelo; a7. coluna, ovário e labelo em vista lateral; a8. porção apical da coluna em vista lateral; a9. antera em vista dorsal; a10. antera em vista ventral; a11. polinário. Octomeria hatschbachii Schltr. – b1. hábito; b2. sépala dorsal; b3. sépalas laterais; b4. pétalas; b5. labelo; b6. bráctea floral, ovário e coluna em vista lateral. Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. – c1. hábito; c2. sépala dorsal; c3. sépalas laterais; c4. pétalas; c5. labelo; c6. ovário, coluna e labelo em vista lateral; c7. porção do ovário e coluna em vista lateral; c8. antera em vista dorsal; c9. antera em vista ventral; c10. polinário. (a1-a11 Toscano de Brito 1783 (Toscano de Brito & Cribb, 2005); b1-b6 Toscano de Brito 1176 (Toscano de Brito & Cribb, 2005); c1-c10 Toscano de Brito 2033 (Toscano de Brito & Cribb, 2005)

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Figura 19: Oncidium barbatum Lindl. & Paxton – a1. flor ; a2. sépala dorsal ; a3. sépalas laterais ; a4. pétala ; a5. labelo ; a6. antera em vista dorsal ; a7. polínias. Oncidium blanchetii Rchb.f. – b1. hábito ; b2. sépala dorsal ; b3. sépalas laterais ; b4. pétalas ; b5. labelo ; b6. ovário, coluna e base do labelo em vista lateral ; b7. antera em vista dorsal ; b8. antera em vista ventral ; b9. polinário em vista dorsal ; b10. polinário em vista ventral ; b11. polinário em vista lateral. Oncidium gravesianum Rolfe – c1. sépala dorsal ; c2. sépalas laterais ; c3. pétalas ; c4. labelo ; c5. calosidade do labelo ; c6. coluna em vista lateral ; c7. antera em vista dorsal ; c8. antera em vista ventral ; c9. polinário em vista lateral ; c10. polinário em vista dorsal ; c11. polinário em vista ventral. Oncidium hookeri Rolfe – d1. hábito ; d2. flor ; d3. sépala dorsal ; d4. sépala lateral ; d5. pétala ; d6. coluna em vista lateral ; d7. antera em vista dorsal. Oncidium varicosum Lindl. – e1. sépala dorsal ; e2. sépalas laterais ; e3. pétalas ; e4. labelo ; e5. calosidade do labelo ; e6. coluna em vista lateral ; e7. coluna em vista ventral ; e8. antera em vista ventral ; e9. antera em vista dorsal ; e10. polinário em vista lateral ; e11 polinário em vista dorsal ; e12. polinário em vista ventral. (a1-a7 Ribeiro 20 ; b1-b11 Toscano de Brito 2329 (Toscano de Brito & Cribb, 2005) ; c1-c11 Toscano de Brito 2218 (Toscano de Brito & Cribb, 2005) ; d1-d7 Borba 2069 ; e1-e12 Toscano de Brito 2157 (Toscano de Brito & Cribb, 2005)

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Figura 20: Pelexia orthosepala (Rchb.f. & Warm.) Schltr. – a1. hábito; a2. flor; a3. sépala dorsal; a4. sépala lateral; a5. pétala; a6. labelo; a7. coluna em vista ventral. Polystachya concreta (Jacq.) Garay & H.R.Sweet – b1-b2. hábito; b3. flor; b4. sépala dorsal; b5. sépala lateral; b6. pétala; b7. labelo. (a1-a7 Costa s.n. (ALCB 7252); b1 Melo 5223, b2. Bastos 166, b3-b7 Bastos 166)

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Figura 21: Prescottia leptostachya Lindl. – a1. flor; a2. sépala dorsal; a3. sépala lateral; a4. pétala; a5. labelo; a6. coluna em vista dorsal. Prescottia montana Barb.Rodr. – b1. inflorescência; b2. sépala dorsal; b3. sépala lateral; b4. pétala; b5. labelo; b6. coluna em vista dorsal. Prescottia oligantha Lindl. – c1. hábito; c2. flor; c3. sépala dorsal; c4. sépala lateral; c5. pétala; c6. labelo; c7. coluna em vista ventral; c8. polinário. (a1-a6 França 4056; b1-b6 Borba 2070; c1-c8 Melo 5046)

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Figura 22: Prosthechea moojenii (Pabst) W.E.Higgins – a1. hábito; a2. sépala dorsal; a3. sépala lateral; a4. pétala; a5. labelo; a6. coluna em vista dorsal; a7. coluna em vista ventral; a8. antera em vista dorsal. Rodriguezia obtusifolia Rchb.f. – b1. hábito; b2. sépala dorsal; b3. sépala lateral; b4. pétala; b5. labelo; b6. coluna em vista ventral; b7. coluna em vista dorsal. (a1 Cruz 2, a2-a8 Furlan 294; b1-b7 Nonato 962)

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Figura 23: Sobralia sessilis Lindl. – a1. hábito; a2. ovário e labelo em vista lateral; a3. sépala dorsal; a4. sépalas laterais; a5. pétalas; a6. labelo explanado; a7. coluna em vista lateral; a8. antera em vista dorsal; a9. antera em vista ventral; a10. polinário em vista dorsal; a11. polinário em vista ventral. Trichocentrum cebolleta (Jacq.) Sw. – b1. hábito; b2. sépala dorsal; b3. sépalas laterais; b4. pétalas; b5. labelo; b6. porção do ovário, coluna e calosidade do labelo em vista lateral; b7. antera em vista dorsal; b8. antera em vista ventral; b9. polinári em vista dorsal; b10. polinário em vista ventral; b11. polinário em vista lateral. Vanilla palmarum Lindl. – c1. hábito; c2. sépala dorsal; c3. sépala lateral; c4. pétala; c5. labelo explanado. (a1-a11 Toscano de Brito 2169 (Toscano de Brito & Cribb, 2005); b1-b11 Toscano de Brito 2330 (Tosacno de Brito & Cribb, 2005); c1 Junqueira 199, c2-c5 Correia 214)

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Figura 24: a. Acianthera ochreata, b. Brassavola tuberculata, c. Bulbophyllum exaltatum, d. Capanemia therasiae, e. Cattleya amethystoglossa, f. Cattleya elongata, g. Cyrtopodium eugenii, h. Cyrtopodium polyphyllum, i. Cyrtopodium saintlegerianum, j. Encyclia alboxanthina, k. Encyclia oncidioides, l. Epidendrum orchidiflorum (a-d, g, i-k: C. A. Bastos; e. C. van den Berg; f, h, i: C. O. Azevedo).

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Figura 25: a. Epidendrum secundum, b. Epidendrum warasii, c. Epistephium lucidum, d. Galeandra beyrichii, e. Notylia pubescens, f. Oncidium barbatum, g. Oncidium hookeri, h. Oncidium varicosum, i. Prescottia montana, j. Prosthechea moojenii, k. Sobralia sessilis (a-b, d-j: C. A. Bastos; c, k: C. O. Azevedo).

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CONCLUSÕES

O município de Morro do Chapéu conta com um número significativo de espécies de Orchidaceae (53), ocorrendo especialmente em áreas de mata e campo rupestre com poucos representantes de caatinga (22%), embora esse ambiente seja dominante em extensão. O ponto mais alto do município de Morro do Chapéu, conhecido como Morrão, corresponde a área de campo rupestre e mata de grotão, concentrando uma grande diversidade de espécies de Orchidaceae, desde representantes rupícolas no alto do morro, nos afloramentos rochosos até epífitas e terretres na mata de grotão no entorno das grandes rochas. A posição geográfica do município confere-lhe características climáticas do tipo tropical, fortemente alteradas pela altitude, o que proporciona um clima privilegiado dentro do “Polígono das Secas”, favorecendo a formação de uma vegetação complexa e uma flora rica em espécies ornamentais, dentre as quais as orquídeas merecem destaque por seu colorido e exuberância. Na oportunidade das coletas pôde-se verificar que Acianthera ochreata foi a espécie amplamente encontrada no município ocorrendo especialmente em afloramentos rochosos na região central, mas vegetando ainda em substrato arenoso na porção oeste do município. Foi também o representante encontrado com flor nos mais variados períodos, sendo que a época de maior floração das espécies como um todo foi entre outubro e janeiro. Segundo o ministério do meio ambiente (MMA), Morro do Chapéu é classificado como zona de extrema prioridade para práticas conservacionistas, possuindo uma tipologia vegetal única de caatinga que não se encontra representada em nenhuma das outras Unidades de Conservação (Cerqueira et al. 2003), no entanto pôde-se constatar a presença de várias áreas degradadas pela ação antrópica que vai desde a criação de gado, agricultura a queimadas de grande extensão, contribuindo na diminuição da diversidade vegetacional local e na biodiversidade como um todo. Das Orchidaceae listadas para o município de Morro do Chapéu nenhuma espécie está incluída na lista vermelha da IUCN e do IBAMA como ameaçadas de extinção. No entanto, merece maior cuidado do ponto de vista de concervação, a Cattleya tenuis, espécie endêmica da Chapada Diamantina que parece estar extinta no município de Morro do Chapéu, não sendo encontrada em campo apesar de todo esforço de coleta e a existência de

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área de proteção integrada que corresponde ao Parque Estadual de Morro do Chapéu, estabelecida pelo Decreto Estadual 7.413 de 17.08.98. O elevado número de espécies exclusivas de Morro do Chapéu, levantado a partir de breve comparação com outras áreas da Chapada Diamantina, expressa uma grande diversidade florística na área de estudo, o que também pode ser atribuído a problemas de amostragem das áreas comparadas considerando que a metodologia e o esforço amostral podem influenciar nos resultados. O acesso a determinados pontos em Morro do Chapéu é bastante dificultado pela ausência de estradas ou caminhos, sendo necessário por vezes percorrer quilômetros por fora do município para se alcançar um local em especial, exigindo grande esforço para realização das coletas, quando se procurou percorrer ao máximo o município em sua extensão, não no intuito de esgotar toda amostragem, mas com vistas num levantamento o mais fidedigno possível que possa servir de importante elemento florístico para fins de conhecimento da Chapada Diamantina como um todo.

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RESUMO

O levantamento da família Orchidaceae no município de Morro do Chapéu foi realizado através de 11 coletas entre maio de 2007 e novembro de 2008 e por meio de consulta a material dos principais herbários brasileiros. Foram encontradas 53 espécies distribuídas em 29 gêneros. Destas, 11 estão sendo citadas pela primeira vez para o município, cinco para a região da Chapada Diamantina e há uma nova ocorrência para o estado da Bahia. Os gêneros de maior representatividade foram Oncidium Sw. e Epidendrum L. com cinco espécies cada, seguido por Encyclia Hook. e Habenaria Willd. com quatro espécies, Bulbophyllum Thouars, Cattleya Lindl., Cyrtopodium R.Br. e Prescottia Lindl. com três espécies, Campylocentrum Benth e Anathallis Barb.Rodr. com duas espécies e os demais 19 gêneros com apenas um representante. Morro do Chapéu apresentou um elevado número de espécies exclusivas (23) quando comparado com outras áreas da Chapada Diamantina, o que reflete uma grande diversidade florística na área de estudo. Todas as espécies são descritas e ilustradas e chave de identificação para as espécies é apresentada.

ABSTRACT

(The Orchidaceae family in the Morro do Chapéu City, Bahia, Brazil). A survey of Orchidaceae from the municipality of Morro do Chapéu was carried out by 11 expeditions from May 2007 to November 2008, in addition to previously existing herbarium specimens. We found 53 species in 29 genera. From these, 11 are cited for the first time for the municipality, 5 for the first time for the Chapada Diamantina region, and one is a new citation for the State of Bahia. The most representative genera are Oncidium Sw. and Epidendrum L., each with five species and Habenaria Willd., with four species, Cattleya Lindl., Cyrtopodium R.Br. and and Prescottia Lindl with three species and Campylocentrum Benth. and Anathallis Barb.Rodr, with two. All other 19 genera presented a single species. The municipality of Morro do Chapéu presented an elevated number of exclusived species (23) in relation of the other areas of Chapada Diamantina. Then, the studied area presents a big floristic diversity. All species are described and illustrated.

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APÊNDICE 1: Índice dos espécimes examinados: coletor, seguido pelo número de coleta e pela numeação do táxon.

A. C. Pereira et al. 91 (12.5). A. Furlan 293 (03.1). A. Furlan et al 295 (12.3), 276 (11.1), 294 (25.1). A. L. Costa & G. M. Barroso s. n. (ALCB 7252) (22.1). A. M. Amorim 6924 (12.4). A. M. Amorim et al. 2999 (02.2), 237 (01.1), 238 (09.2). A. Martinho s. n. (Holótipo: SP 274802) (09.3), s. n. (SP 274802) (09.3). A. Oliveira 70 (09.2). A. P. Duarte & E. Pereira 9220 (18.1). A. P. Duarte 14102 (01.1). A. P. Duarte 14102 (01.1). A. P. Duarte 9195 (11.4). A. Rapini 941 (11.1). A. Rapini 943 (12.4). A. Rapini 947 (12.3). A. Rapini et al. 951 (21.2). Andrade-Lima 6136 (07.1). B. Stannard 7308 (24.1). C. A Bastos & J. B. Pinto 245 (29.1), 273 (12.4). C. A. Bastos & C. van den Berg 160 (21.2), 162 (12.3), 165 (02.2), 175 (29.1), 176 (11.2), 186 (12.2), 191 (05.3), 201 (21.2). C. A. Bastos & J. B. Pinto 187 (12.1), 243 (18.1), 244 (06.2), 250 (25.1), 252 (11.1), 267 (07.1), 272 (21.4), 274 (10.3), 276 (05.1), 277 (01.1), 279 (27.1). C. A. Bastos 03 (12.4), 1, 2 (01.1), 109 (05.1), 115 (09.2), 117, 118 (12.4), 119 (05.1), 121 (12.5), 125 (01.1), 128 (23.1), 130 (06.1), 139 (01.1), 140 (23.1), 154 (04.1), 157 (27.1), 158 (05.1), 159 (09.2), 166 (23.1), 178 (06.1), 180 (05.1), 182 (06.1), 205 (29.1), 206 (08.1), 209 (08.1), 221 (06.2), 226 (14.1), 262 (18.1), 6 (09.2), 68 (05.1), 7 (01.1), 79 (25.1), 81 (25.1), 88 (12.4), 89 (11.1), 9 (27.1), 94 (10.1), 96 (29.1), 83 (24.4). C. Azevedo & C. van den Berg 324 (24.2). C. Azevedo & J. Oliveira 148 (24.4). C. Azevedo & R. Oliveira 165 (04.1).

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C. Azevedo 156 (12.2), 173 (HUEFS) (06.2). C. Correia 126 (09.2). C. Correia et al. 102 (12.4), 214 (29.1). C. van den Berg 1059 (11.3), 1626 (09.1), 1660 (27.1), 1662 (17.1). D. Cardoso et al. 540 (21.1), 642 (21.1). D. T. Cruz 1 (09.2), 13 (01.1), 2, 4 (25.1), 25 (09.2), 3 (12.5), 6 (12.4), 7, 8 (01.1). E. B. Miranda 587 (12.4). E. C. Smidt & F. R. Nonato 360 (26.1). E. C. Smidt et al. 662 (22.1). E. L. Borba 2067 (11.1), 2068 (03.1), 2069 (21.4), 2070 (24.2), 2071 (10.2), 2073 (12.5). E. L. Borba et al. 1949 (10.3). E. Melo & B. M. da Silva 5223 (23.1). E. Melo 3131 (25.1), 3289 (12.3), 5046 (24.3), 5071 (11.4), 5844 (17.1). E. Melo et al. 4848 (14.1), 4962 (12.1), 4990 (20.1), 5156 (28.1), 5537 (21.5), 5557 (21.5), 5609 (21.5), 5777 (21.5). E. Pereira & A. P. Duarte 10075 (05.1). E. R. de Souza et al. 167 (20.1). F. França 3997 (12.3), 5334 (25.1), 5370 (12.3), 5377 (11.1). F. França at al. 5661 (12.1), 1309 (10.1), 1361 (24.3), 4056 (24.1), 5227 (09.2). F. R. Nonato 953, 954 (08.1), 961 (12.4), 989 (15.2). F. R. Nonato et al. 1014 (17.1), 962 (26.1). G. Davidse et al. 11928 (01.1). G. Hatschbach 39603 (05.1), 39607 (25.1), 39619 (12.3), 39646 (01.1), 39658 (11.1), 39706 (13.1), 42403 (15.2). G. Hatschbach et al. 42392 (05.1). G. L. Esteves et al. 2524 (09.2). G. Martinelli et al. 5221 (16.1). G. Pereira-Silva 8461 (01.1), 8467 (27.1). Grupo Pedra do Cavalo 809 (06.2), 516 (28.1). H. Kundergraber s.n. (SP 333602, Holótipo) (11.2). H. P. Bautista e O. A. Salgado 939 (09.2). J. G. A. do Nascimento 187 (13.1), 195 (12.3), 201 (11.1). J. L. Ferreira et al 47 (01.1). J. Paula-Souza et al. 4774 (01.1).

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J. Vicente 5397 (12.4), 5436 (12.3). Jurandir s. n. (HUEFS 63117) (09.3). L. P. de Queiroz & N. S. Nascimento 4288 (21.3). L. P. de Queiroz 1287 (12.3), 1262 (05.1), 1288 (01.1), 4279 (01.1), 7688 (05.3), 12994 (11.3). L. P. de Queiroz et al. 7708 (05.1), 971 (06.2). L. R. Noblick 3532 (10.2). M. E. R. Junqueira 134 (12.3), 148, 149 (25.1), 150 (11.1), 152 (12.4). M. E. R. Junqueira et al. 199 (29.1). M. J. S. Lemos 174 (09.2). M. L. Guedes 10757 (05.1). M. L. Guedes et al. 12940 (28.1). N. Roque 2328 (09.2). O. Guimarães 42358 (15.4). P. L. Ribeiro 113 (05.2), 176 (05.1), 23 (01.1), 27 (05.1), 45 (05.2), 48 (05.3), 89 (27.1), 94, 97 (05.1), 99 (05.1), 98 (05.1). P. L. Ribeiro et al. 20 (21.1), 28 (19.1), 29 (02.1). R. B. Marx s.n. (HB 69226 (27.1). R. C. Forzza et al. 1376 (20.1). R. M. Harley 19205 (09.2), 19238, 19239 (27.1), 19284 (15.4), 19332 (01.1), 19380 (15.1), 22750 (15.2), 22783 (01.1), 22800 (02.2), 22810 (15.3), 22896 (15.1), 23016 (15.3), 3180 (01.1). R. M. Harley et al. 3114 (15.4), 55067 (09.3). S. A. Mori 14459 (15.2). S. A. Mori et al. 14508 (15.1). S. F. Conceição 301 (12.4). V. Steinmann et al 2212 (12.3). W. G. D. D`Arcy et al. 11942 (27.1). W. Ganev 1301 (12.2), 133 (09.3), 2940 (21.3), 3003 (05.3), 688 (26.1). W. W. Thomas 12786 (09.2), 12899 (09.2), s.n. (HUEFS 84794) (09.2). W. W. Thomas et al. 12898 (13.1). S. H. Monteiro s.n. (HUEFS) (21.4).

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