Em Fragmentos Florestais De Santa Cruz Da Baixa Verde E Triunfo, Semiárido De Pernambuco - Informações Preliminares

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Em Fragmentos Florestais De Santa Cruz Da Baixa Verde E Triunfo, Semiárido De Pernambuco - Informações Preliminares XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. MIMOSOIDEAE (FABACEAE) EM FRAGMENTOS FLORESTAIS DE SANTA CRUZ DA BAIXA VERDE E TRIUNFO, SEMIÁRIDO DE PERNAMBUCO - INFORMAÇÕES PRELIMINARES. Leonaldo Maciel-Junior1 & André Laurênio de Melo2 Introdução Fabaceae pertence ao grupo das Fabídeas, ordem Fabales, juntamente com Polygalaceae, Quillajaceae e Surianaceae (APG III, 2009), é cosmopolita e constitui-se numa das maiores famílias de angiospermas composta com cerca de 650 gêneros e 18.000 espécies. Esta família é dividida em três subfamílias, das quais Mimosoideae destaca-se pelas plantas com hábito variado, folhas bipinadas, exceto pelo gênero Inga (paripinadas), inflorescências espiciformes ou glomeruliformes, sépalas e pétalas curtas em relação aos estames, prefloração aberta ou valvar, frequentemente gamopétala e sementes com pleurograma (SOUZA & LORENZI, 2012). Mimosoideae possui cerca 80 gêneros e tem distribuição geográfica predominantemente pantropical e subtropical (LUCKOW et al., 2003). Os fragmentos florestais de Santa Cruz da Baixa Verde e Triunfo, são conhecidos como florestas serranas ou brejos de altitude e apresentam flora rica e diversificada (FERRAZ et al., 2003), entretanto nenhum estudo taxonômico foi desenvolvido na região embora, estes fragmentos estejam cada vez mais raros e sofrem forte pressão antrópica, especialmente pelo desenvolvimento urbano, da agricultura e pecuária. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo taxonômico das espécies de Mimosoideae nos fragmentos florestais de Santa Cruz da Baixa Verde e Triunfo e desta forma, fornecer informações sobre a flora de um dos ambientes menos conhecidos do semiárido de Pernambuco. Material e métodos Os municípios de Santa Cruz da Baixa Verde (115 Km²) e Triunfo (192 km²) estão localizados na parte setentrional da microrregião do Vale do Pajeú, porção norte do Estado de Pernambuco, a cerca de 400 km da capital (BRASIL, 2005). Na região o relevo é forte ondulado e montanhoso (BRASIL, 2005) com altitudes predominantes que variam entre 900 e 1260 m, sendo o ponto mais alto do Estado (Pico do Papagaio-Triunfo). O clima é quente e úmido (BRASIL-IBGE, 2000), a taxa pluviométrica anual é de aproximadamente 1200 mm, com período de sete meses secos e temperatura média anual de 25ºC. Os tipos de solo predominantes são Litólicos (R) e Podzólicos Vermelho-Amarelos (PV) e, em menor proporção, Podzólicos Amarelos (PA) e Bruno Não Cálcicos (NC) (SILVA et al., 2001). O levantamento da família Fabaceae foi realizado em uma área localmente conhecida como Serra da Madeira (7º51’44”S e 38º10’31”O) a cerca de 900 m de altitude em Santa Cruz da Baixa Verde, e em duas áreas em Triunfo, localidades de Brejinho (07º51’51”S e 38º07’48”O), a 1200 m, e Carro Quebrado (07°52'36.30''S e 38°6'18.40"W), entre 600-700 m. Resultados e Discussão Até o momento, foram registradas oito espécies de Mimosoideae circunscritas a cinco gêneros. O gênero Mimosa L. foi o mais representativo com quatro espécies (Mimosa candollei R. Grether, M. invisa Mart. ex Colla, M. sensitiva L. e M. tenuiflora (Willd.) Poir.). Os demais gêneros apresentaram apenas uma espécie, sendo representados por Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan, Enterolobium contortisiliqua (Vell.) Morong, Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke e Senegalia tenuifolia (L.) Britton & Rose. As espécies podem ser identificadas principalmente pelo número de pinas e forma do foliólulos, pela presença ou ausência de nectários foliares, presença ou ausência de acúleos e pelo tipo de inflorescência e de frutos. A maioria das espécies (sete) ocorreu na Serra da Madeira (Santa Cruz da Baixa Verde), quatro no Carro Quebrado e apenas duas em Brejinho. Mimosa candollei, M. invisa, M. sensitiva e Enterolobium contortisiliqua só foram registradas para a Serra da Madeira. 1 Graduando em Bacharelado em Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Fazenda Saco s.n., CEP 56900-000, Serra Talhada-PE. e-mail: [email protected] 2 Professor Adjunto, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Fazenda Saco s.n., CEP 56900-000, Serra Talhada-PE. e-mail: [email protected] XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. As espécies podem ser reconhecidas pela seguinte chave de identificação: 1. Pecíolo com nectário..........................................................................................................................2 2. Ramos e raque foliar sem acúleos.................................................................Anadenanthera colubrina 2'. Ramos e, frequentemente, raque foliar aculeados.............................................................................3 3. Pinas 8-12 pares, inflorescência globosa...............................................................Senegalia tenuifolia 3'. Pinas 3-5 pares, inflorescência espiciforme.......................................................Piptadenia stipulacea 1'. Pecíolo sem nectário.........................................................................................................................4 4. Frutos retorcidos, rígidos, não articulados..............................................Enterolobium contortisiliqua 4'. Frutos retos, flexíveis, articulados, raro não articulados..................................................................5 5. Inflorescência globosa.......................................................................................................................6 6. Foliólulos 8 por folha, frutos articulados (craspédio), 2,0-2,5 cm compr. ................Mimosa sensitiva 6'. Folióluos 60-84 por folha, frutos não articulados, 6-9 cm compr. .........………….Mimosa candollei 5'. Inflorescência espiciforme................................................................................................................7 7. Corola cor-de-rosa, frutos aculeados..............................................................................Mimosa invisa 7". Corola branca ou creme, frutos inermes.................................................................Mimosa tenuiflora Referências APG III. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 161, p. 105–121. 2009. Brasil. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2000. IBGE-Cidades@. http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel. (acesso em 28/10/2013) Brasil. Ministério de Minas e Energia. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea: Diagnóstico do município de Triunfo. Recife: CPRM/PRODEEM. 2005. Ferraz, E.M.N.; Rodal, M.J.N.; Sampaio, E.V.S.B.; Pereira, R.C.A.. Composição florística em trechos de vegetação de caatinga e brejo de altitude na região do Vale do Pajeú, Pernambuco. Revista Brasileira de Botânica 1998. 7-15p. Luckow, M.; Miller, J.T.; Murphy, D.J.; Livshultz, T. A phylogentic analysis of the Mimosoideae (Leguminosae) based on chloroplast DNA sequence data. In: B.B. Klitgaard and A. Bruneau (editors). Advances in Legume Sytematics, part 10, Higher Level Systematics, Royal Botanic gardens, Kew. 2003, p. 197-220. Silva et al. Mapa exploratório-Reconhecimento de solos do município de Triunfo, PE. 2001. Souza, V.C.; Lorenzi, H. Botânica sistemática: Guia ilustrado para identificação das famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG III. 3 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2012. 768p. XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. Figura 1. Fabaceae-Mimosoideae de fragmentos florestais de Santa Cruz da Baixa Verde e Triunfo, Pernambuco. A . Anadenanthera colubrina; B. Enterolobium contortisiliquum; C. Mimosa invisa; D. Piptadenia stipulacea. .
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