Pedras Que Falam 2
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Load more
Recommended publications
-
A Casa Como Modelo Organizacional Das Nobrezas De São Miguel (Açores) No Século Xviii
RODRIGUES, J. D. A casa como modelo organizacional das nobrezas... 11 A CASA COMO MODELO ORGANIZACIONAL DAS NOBREZAS DE SÃO MIGUEL (AÇORES) NO SÉCULO XVIII José Damião Rodrigues* RESUMO Na Europa Moderna, o modelo central de organização dos grupos domésticos era o da casa. No arquipélago dos Açores, cujo povoamento se iniciou a partir de 1439, a casa era também a estrutura organizadora do universo nobiliárquico local, em estreita relação com o sistema vincular. A vinculação, associada às práticas endogâmicas e consanguíneas e ao sistema de transmissão de bens por via das alianças matrimoniais, constituiu um poderoso instrumento de reprodução social das nobrezas insulares. Neste artigo, são apresentados alguns dados relativos ao modo como as nobrezas locais da ilha de São Miguel utilizaram o morgadio como instrumento de reprodução social no século XVIII e aos problemas de gestão da casa nobre. Palavras-chave: história da família; história social; casa; nobreza local; reprodução social; morgadio; São Miguel (Açores) século XVIII. ABSTRACT In Early Modern Europe, the central model of the organization of domestic groups was the household. In the archipelago of the Azores, where settlement began in 1439, household was also the reference for the organization of local nobilities, in close connection with the system of entail. The entail, in association with endogamy and consanguineous marriages and the system of property transfer by means of matrimonial alliances, was a powerful tool converted by the Azorean gentry into a means of social reproduction. In this paper, we present some data concerning the way the gentry of the island of São Miguel used the entail with that purpose in the 18th century and also the management of the noble household. -
Notas Sobre a Fauna Marinha De Santa Marta E Formigas Na Obra De Gaspar Frutuoso
Santa Maria e Formigas11 990: Reladrio (27-32) NOTAS SOBRE A FAUNA MARINHA DE SANTA MARTA E FORMIGAS NA OBRA DE GASPAR FRUTUOSO JOS~Manuel AZEVEDO Departamento de Biologia, Univessidade dos Aqores Rua M2e de Deus, 58. P-9502 PONTA DELGADA codex As Soudadcs da Terra conttm nurnerosas refergncias ao meio natural, tanto terrestre como marinho. Estas s%o muitas vezes de tal rnodo pormenorizadas que, ao memo tempo que revelam o espirizo investigative refiascentista caracteristico de Gaspar Frutuoso, permitem retirar da sua obra informa~Bes corn vatidade cientifica e de enorme impartincia para o estudo da hisr6ria natural do arquipkfago. Neste pequeno texto procurou-se compilar c organizar as referencias relativas aos organismos marinhos contidas no Livro 111, dedicado a Santa Maria e contendo algumas pdginas referentes As Formigas. Para cada uma 6 feita uma kentativa de identifica~go taxondmica e cornentadas as observaqBes do autor a seu respeito. Em termos gerais. tessalta da leitura do Livro III que a fauna marinha de Santa Maria e Formigas no injcio do povoamento portuguzs era mais abundante e diversificada do que actualmente. Exernplos da abundincin de vida marinha n5a Paltarn. Referindo-se is Formigas diz Frutuoso (p. 6): "Nestes baixos hi muitos casanguejos, lapas, cracas e biizios. em tZo grandc quantidade. que C coisa dc cspanlo a multidlo deste rnarisco," As lagostas eram em t8o grande nlirnero que podiam ser apanhadas "de mcrgulho e de fisga" o quc, atendendo-se aa niveI tecnol6gico da ipoca, significa que ocorrcriam praticamente na zona das maids. Do peixe 6 dito que "ao redor da ilha [Santa Maria] sc fazem grandes pescarias de pescado de toda a sorte. -
The World of Fine Wine – Pico the Azores, Volcanic Wines in the Midst
feature / vin voyage / Azores PICO, THE AZORES: VOLCANIC WINES IN THE MIDST OF WAVES Planted on stone terraces in black basalt lava fields in the shadow of an active volcano and surrounded by the Atlantic Ocean, the vineyards of Pico are among the world’s most dramatic. Sarah Ahmed tavels to the Azorean island to meet the new wave of producers who have revived this magical terroir to make some of Portugal’s most distinctive wines s there a more dramatic backdrop for vineyards than And because Horta was “the only good port in all the Azores” Montanha do Pico? Standing, wrote Herman Melville, (Charles Augustus Murray, Travels in North America, 1839), “unassaultable in the midst of waves,” this imposing, they also monopolized a flourishing trade with America, conical volcano—at 8,304ft (2,531m) Portugal’s highest Brazil, Western Indies, Germany, England, and Russia, where, mountain—dominates the 30-mile- (48km-) long after the revolution of 1917, bottles of “Verdelho do Pico” were IAzorean island that takes its name. Pico’s vineyards are truly found in the czar’s cellars. Impressed with both quantity and between the devil and the deep blue sea: Montanha do Pico quality, Murray, a British author and diplomat wrote, “[T]he and the Atlantic Ocean, whose abundant sperm whales Island of Pico, in the vicinity of Fayal [today spelled Faial], brought Captain Ahab of Moby Dick fame to its rocky shores. produces yearly from 16 to 24000 pipes of a white wine of a But as a new era of contemporary wines confirms, there remarkable salubrious quality, something between Madeira was method in the apparent madness of planting the island’s and Hock: a little of it has been sent to England, where it was black basalt lava fields (lajidos) to thousands of small, so much admired, that orders were immediately given for contiguous, dry-stone-walled vineyard plots (currais). -
Madeira and the Beginnings of New World Sugar Cane Cultivation and Plantation Slavery: a Study in Institution Building*
MADEIRA AND THE BEGINNINGS OF NEW WORLD SUGAR CANE CULTIVATION AND PLANTATION SLAVERY: A STUDY IN INSTITUTION BUILDING* Sidney M. Greenfield Department of Anthropology The University of Wisconsin-Milwaukee Milwaukee, Wisconsin 53201 Although the tropical New World is generally taken as the context for the comparative and historical study of plantation systems and of slavery, the institutional complex of the slave plantation' did not have its origins in the Western Hemisphere. Instead, as Charles Verlinden2 and others have demon- strated so ably, the culture complex can be traced back to the European colonies established in Palestine following the First Crusade. There sugar was grown by a mixed force of free and slave workers. The sugar then was exported, with some of it reaching the developing markets of Western Europe. Sugar cane had been known to Europe at least as far back as antiquity, although its distribution was limited. The cultivation of the crop, and its in- creased availability and wider distribution, came to Mediterranean Europe in the wake of the expansion of Islam. Sugar cane, most probably first domesticated in India, had been grown in Asia Minor and was carried along with the spread of Islam to the coastal regions of North Africa, the islands of the Mediterranean, and eventually to the Moorish kingdoms in the Iberian peninsula.3 Given the intensity of the conflict between Christianity and Islam during the Middle Ages, trade between the areas controlled by the rival religions tended to be minimal. Hence sugars produced in areas under Moslem control went, for the most part, to supply markets in the Near East and North Africa, while the markets of Europe had to be supplied from areas under Christian control. -
Plano Fenais Da Ajuda V15 12 2019
Estratégia Regional de Combate à Pobreza e Exclusão Social- 2018-2028 Polo Local de Desenvolvimento e Coesão Social de Fenais da Ajuda Plano de Ação 2019-2021 Dezembro de 2019 1 Polo de Desenvolvimento e Coesão Social de Fenais da Ajuda Plano de Ação 2019/2021 "Sabemos fazer e fazemos bem!" Moradora na freguesia dos Fenais da Ajuda 1 2 Polo de Desenvolvimento e Coesão Social de Fenais da Ajuda Plano de Ação 2019/2021 ÍNDICE I- Introdução ................................................................................................................................... 3 II – Metodologia ............................................................................................................................. 5 III – Diagnóstico .............................................................................................................................. 7 1- Caracterização da freguesia ................................................................................................... 7 2- Dados Estatísticos ........................................................................................................................ 7 2.1- População ............................................................................................................................. 7 2.2- Saúde ..................................................................................................................................... 8 2.3 -Educação ........................................................................................................................... -
Pre-Portuguese Presence in the Azores Islands
Archaeological Discovery, 2015, 3, 104-113 Published Online July 2015 in SciRes. http://www.scirp.org/journal/ad http://dx.doi.org/10.4236/ad.2015.33010 Early Atlantic Navigation: Pre-Portuguese Presence in the Azores Islands António Félix Rodrigues1, Nuno O. Martins2,3, Nuno Ribeiro4, Anabela Joaquinito4 1Department of Agricultural and Environmental Sciences and CITAA-A, University of the Azores, Angra do Heroísmo, Portugal 2Department of Economics and Business Management, University of the Azores, Angra do Heroísmo, Portugal 3CEGE-UCP, Oporto, Portugal 4Portuguese Association of Archaeological Research (APIA), Oeiras, Portugal Email: [email protected] Received 14 May 2015; accepted 11 July 2015; published 15 July 2015 Copyright © 2015 by authors and Scientific Research Publishing Inc. This work is licensed under the Creative Commons Attribution International License (CC BY). http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Abstract We present here evidence of pre-Portuguese presence in the Azores Islands, Portugal, found near the site of Grota do Medo (Posto Santo), discovered by Rodrigues (2013) in Terceira Island, Azores. This evidence was dated by Accelerator Mass Spectrometry, and indicates the presence of human activity in Terceira Island before or during the XIth century. The evidence consisted in a man-made rock basin, which was found in a site that contains also striking similarities with many other as- pects from ancient cultures, including other man-made rock basins, arrangements of large stones which resemble megalithic constructions, and inscriptions in stones which resemble ancient pe- troglyphs. Although the dating of this evidence is highly suggestive of the presence of human ac- tivity in the Azores Islands long before the arrival of the Portuguese navigators of the XVth century, there is no clear evidence which enables us to identify which specific culture may have existed in the Azores before the Portuguese arrival. -
Projeto Educativo Da Escola Básica Integrada Da Maia 2017- 2020
REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES SECRETARIA REGIONAL DA EDUCAÇÃO E CULTURA DIREÇÃO REGIONAL DA EDUCAÇÃO ESCOLA BÁSICA INTEGRADA DA MAIA PROJETO EDUCATIVO DA ESCOLA BÁSICA INTEGRADA DA MAIA 2017- 2020 [email protected] ÍNDICE Pág. 1. Introdução: o papel do Projeto Educativo na consecução da nossa Missão 1 2. Identidade e Cultura da Instituição 3 2.1. Estrutura Organizacional da EBI da Maia 3 2.1.1. Órgãos de Gestão e Administração 3 2.1.2. Órgãos de Estrutura Intermédia 5 2.1.3. Outros serviços dependentes do Órgão Executivo 6 3. Caracterização do Meio 7 3.1. De onde vimos? 7 4. Quem somos? 10 4.1. Como nos vemos 10 4.2. Recursos Humanos 10 4.2.1. Comunidade Educativa 10 4.2.2. Pessoal Docente 11 4.2.3. Pessoal Não Docente 12 4.3. Pais e Encarregados de Educação 12 4.4. Recursos Materiais 13 5. Funcionamento Global da Escola 14 5.1. Alunos 14 5.1.1. Constituição de Turmas 14 5.1.2. Perfil do Aluno à saída do Ensino Básico 14 5.1.3. Ação Social Escolar 14 5.1.4. Alunos Beneficiários da Ação Social Escolar 15 5.1.5. Apoios Educativos 17 5.1.5.1. Apoio Paralelo 18 5.1.5.2. Apoio Letivo Suplementar 18 5.1.5.3. Apoio Individual/Grupo em Sala de Estudo 19 5.1.5.4. Apoio Diferenciado Individual/Grupo em Espaço de Sala de Aula 19 5.1.5.5. Adoção de Condições Especiais de Avaliação 19 5.1.5.6. Adaptações programáticas das disciplinas em que o aluno tenha revelado especiais dificuldades 21 5.1.5.7. -
AÇORES 2322,0 256 673 X X 242 941 X X 231 513 X X 255 464 X X
Q.02.01 - POPULAÇÃO RESIDENTE E FAMÍLIAS nos vários Recenseamentos, desde 1900 por freguesia Área 1900 1911 1920 1930 (Km2) Pop. Residente Pop. Residente Pop. Residente Pop. Residente Zona Geográfica Famílias Famílias Famílias Famílias (a) HM H HM H HM H HM H AÇORES 2322,0 256 673 x x 242 941 x x 231 513 x x 255 464 x x SANTA MARIA 96,9 6 359 x x 6 247 x x 6 457 x x 7 158 x x VILA DO PORTO 96,9 6 359 x x 6 247 x x 6 457 x x 7 158 x x Almagreira 11,2 x (1) x (1) x (1) 831 x x 853 x x 926 x x Santa Bárbara 15,3 1 087 x x 1 087 x x 1 181 x x 1 268 x x Santo Espírito 26,7 1 967 x x 1 945 x x 2 026 x x 2 498 x x São Pedro 18,2 799 x x 837 x x 848 x x 868 x x Vila do Porto 25,5 2 506 x x 1 547 x x 1 549 x x 1 598 x x SÃO MIGUEL 744,6 122 169 x x 116 957 x x 111 715 x x 127 758 x x LAGOA 45,6 11 963 x x 10 983 x x 9 859 x x 10 954 x x Água de Pau 17,5 3 996 x x 3 717 x x 3 261 x x 3 668 x x Cabouco 4,8 x (1) x (1) x (1) x (1) x (1) x (1) x (1) x (1) x (1) x (1) x (1) x (1) Na. -
PRA2009999999999999999994.Pdf
ÍNDICE Pág. Introdução I- Enquadramento ........................................................................................ I-1 1. Enquadramento Externo ...................................................................... I-1 1.1 Situação da Economia Internacional ........................................... I-1 1.2 Situação da Economia Nacional.................................................. I-4 2. Situação Regional................................................................................ I-7 2.1 Recursos Humanos .................................................................... I-7 2.2 Aspectos Macroeconómicos........................................................ I-9 2.3 Aspectos Sectoriais ..................................................................... I-14 II- Prioridades e Políticas Sectoriais........................................................... II-1 1. Prioridades de Intervenção em 2002 ................................................... II-1 1.1 Enquadramento ........................................................................... II-1 1.2 Prioridades para 2002 ................................................................. II-2 2. Políticas Sectoriais............................................................................... II-5 Dinamizar o Crescimento e Competitividade da Economia Regional Agricultura........................................................................................ II-5 Pescas ............................................................................................ -
Entre Duas Margens a Circulação Atlântica Dos Açorianos Nos Séculos Xvii E Xviii*
View metadata, citation and similar papers at core.ac.uk brought to you by CORE provided by Repositório da Universidade dos Açores ENTRE DUAS MARGENS A CIRCULAÇÃO ATLÂNTICA DOS AÇORIANOS NOS SÉCULOS XVII E XVIII* por José Damião Rodrigues** 1. “A emigração é um fenómeno complexo nas suas causas, condi- ções e resultados”1. Acresce que as migrações, sejam elas internas ou externas, constituem-se como o fenómeno demográfico de mais difícil caracterização e mensuração em todas as épocas e, praticamente, em todo o mundo. As fontes, de um modo geral, são esparsas ou de duvidosa fia- bilidade e, mesmo quando existem séries aceitáveis, colocam-se muitas questões sobre a sua representatividade; por outro lado, a mobilidade dos elementos dos estratos mais baixos e das franjas da sociedade, a clandes- tinidade e o exercício de funções burocráticas e militares surgem também muitas vezes como obstáculos a uma correcta interpretação do fenómeno. Por estas razões, é difícil, se não de todo impossível, determinar com segurança os valores correspondentes à presença lusitana em terras africanas, asiáticas e americanas, tanto mais que, como afirmou o histori- ador A. J. R. Russell-Wood, o império português caracterizou-se por um *Este texto constitui uma versão remodelada da comunicação com o mesmo título apresentada ao Colóquio Dos Açores às fronteiras do Brasil, organizado pelo Centro de Estudos Gaspar Frutuoso da Universidade dos Açores, o Centro de História de Além-Mar da Universidade Nova de Lisboa e a Câmara Municipal da Praia da Vitória, Praia da Vitória, de 16 a 18 de Novembro de 2000. **Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais, Universidade dos Açores. -
Prestação De Serviços Postais Na Freguesia
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES TRABALHOS DA COMISSÃO A Comissão Permanente de Economia reuniu no dia 28 de Janeiro de 2014, na Delegação da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, na cidade de Ponta Delgada e por videoconferência, a fim de analisar e dar parecer sobre a Petição “Encerramento da Estação dos Correios da Maia”. 1º. CAPÍTULO – INTRODUÇÃO Em 13 de Junho de 2013, deu entrada na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, uma Petição intitulada “Encerramento da Estação dos Correios da Maia”, cujo 1.º subscritor é a Senhora Maria Angelina Pereira Pacheco. A autora da Petição apresenta, genericamente, a respetiva pretensão considerando os seguintes pressupostos: 1. A existência de informações que apontavam para o propósito de encerramento da Estação dos Correios da freguesia da Maia, Ilha de S. Miguel; 2. Aquela instituição tem prestado um inestimável serviço às populações das freguesias da Maia, Porto Formoso, São Brás, Lomba da Maia, Fenais da Ajuda e Lomba de S. Pedro; Justifica ainda que os eventuais fatores de ordem económica e financeira não se lhes afiguram concebíveis e aceitáveis. Concluindo a autora refere que esta Petição expressa uma vontade coletiva mobilizada ao abrigo do exercício de uma cidadania empenhada e participada. COMISSÃO PERMAMENTE DE ECONOMIA|2 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES 2º. CAPÍTULO – ENQUADRAMENTO JURÍDICO O direito de Petição enquadra-se no âmbito do artigo 52.º da Constituição da República Portuguesa e é regulado e garantido pela Lei n.º 43/90, de 19 de Agosto, com as alterações introduzidas pelas leis n.º 63/93, de 1 de Março e n.º 15/2003, de 14 de Junho. -
Propriedade E Proprietários Da Graciosa, Séculos XV E XVI: Uma Aproximação Ao Seu Estudo
Propriedade e proprietários da Graciosa, séculos XV e XVI: uma aproximação ao seu estudo por Rute Dias Gregório * A história dos fundamentos da comunidade humana graciosense é uma histó- ria mal conhecida, por razões sobejamente publicitadas. A fonte indirecta clássica e incontornável para a história das primícias dos Açores, as Saudades da Terra de Gaspar Frutuoso, dedicou-lhe apenas uma dúzia de folhas pelo que se constata da 2.ª edição impressa de 19781. Acrescidamente, o texto original manuscrito de Frutuoso chega incompleto aos nossos dias, entre outros 2 no capítulo descritivo do interior graciosense 3. Ao que parece, estas ditas mutilações já se constatariam antes de 1613 e conjecturam-se fruto do labor de revisão/correcção do autor. Tal revisão/correcção terá chegado à rasura de folhas para uma futura substituição, tarefa que a morte repentina de Frutuoso acabou por não permitir 4. É no entanto graças a este cronista das ilhas, baseado essencialmente em fontes orais, que os primeiros povoadores da Graciosa emergem, registando-se nomes como os dos capitães Pero Correia 5 (também dito “da Cunha”), fidalgo régio, * Universidade dos Açores. Centro de História de Além-Mar e Centro de Estudos Gaspar Frutuoso. 1 Gaspar Frutuoso – Livro sexto das saudades da terra. 2.ª ed. Ponta Delgada: Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1978, pp. 307-332. Também Valentim Fernandes, na sua Descripção das ilhas do Atlântico, de 1507, cartografando-a, apenas salienta no intróito a escassez de água que a caracteriza conjuntamente com o Pico e o Faial, deixando em branco o separador Graciosa ylha. AA, I, pp.