UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar – CTTMar Curso de Oceanografia

Análise dos padrões de diversidade da fauna acompanhante da pesca de camarão de profundidade no Sudeste-Sul do Brasil

Débora Alves Pereira

Itajaí 2011

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar – CTTMar Curso de Oceanografia

Análise dos padrões de diversidade da fauna acompanhante da pesca de camarão de profundidade no Sudeste-Sul do Brasil

Débora Alves Pereira

Trabalho de Conclusão apresentado ao curso de Oceanografia, para a obtenção do grau de Oceanógrafo.

Orientador: José Angel Alvarez Perez, PhD

Itajaí 2011

Aos meus pais Saulo e Marlene e meus tios Edna e Roberto, o meu maior amor e respeito.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me guiado até aqui e me dado força para concluir esta pequena etapa. Obrigado por fazer desta a minha vida. Aos meus pais, Saulo e Marlene, pelas madrugadas de trabalho para me permitir chegar até aqui. Por estarem sempre certos e me educarem para o bem. Por serem firmes e justos. Por me mostrarem o caminho. A eles, meu eterno agradecimento e amor incondicional. A minha irmã Lis, pelos saudáveis momentos de discussões intermináveis entre irmãos, a estranha cumplicidade que só existe entre pessoas que saíram do mesmo ventre. Te amo! A Neném, minha babá, que desde seus nove anos me criou como se fosse sua filha. As minhas avós Maria e Higina, pelo amor, orações, comidas gostosas e por todos os ensinamentos que só quem viveu tantos anos pode mostrar. A tia Edna minha mãe de leite, que me acolheu em sua casa e me deu o maior apoio para eu estar aqui hoje. Essa conquista é nossa. Você faz muita falta. Ao meu tio Roberto pelos passeios de férias e por ter me trazido a primeira vez para morar aqui. Saudades eternas. As minhas madrinhas Aparecida e Marta, pelo grande carinho e constantes orações. As minhas amigas e amigos de Nova Era, Monlevade e Prata por terem feito parte de uma etapa muito feliz da minha vida. As minhas grandes amigas Pati, pelo amor, carinho, cuidado, força, atenção, pela família linda, companheirismo, ajuda, barriga cheia, alegria e amizade verdadeira (se falar tudo, faço mais um tcc) desde o final do 1º semestre da facu. Você pode contar comigo sempre. Obrigada por fazer parte da minha vida. Te amo! Jaque, nos conhecemos depois mas a amizade é grande de mais. Obrigada por toda a ajuda durante este tempo, muitas vezes deixando de fazer o seu para me ajudar! Isso não tem preço. Você sempre será a bentóloga do meu coração. Te amo! Rê, que falta faz ali no 101, sua animação contagiante me contaminava todos os dias era bom demais. Te amo! Jê, a caloura do 101, sua doçura e meiguice me conquistaram desde o início, foi muito bom morar com você. Te amo! E Pri, minha companheira de pedi esmola no sinal durante o trote, sua dedicação sempre me inspirou,obrigada pela amizade infinita! Te amo! A todas por me agüentarem esse tempo todo. Pelo aprendizado. Por estarem sempre e em toda parte junto comigo. Por compartilharmos deliciosos almoços, jantas e conversas. Por sempre me ajudarem independente do que fosse. Sem estas pessoas a faculdade teria sido muito mais chata e

ii sem graça. O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. Amo muito vocês “gurias”! Ao meu namorado Reges, nos conhecemos no início do caminho e teve paciência para me acompanhar até aqui. Minha metade. A parte que não poderia faltar. Obrigado por estar na minha vida e me fazer tão bem. Te amo! Aos amigos Rafael A., Kadu, Rodrigo, Igor, “Xaropinho” e Gaúcho pelo carinho, por me agüentarem incomodando sempre, estudos, caronas, churrascos e viagens inesquecíveis, como aquela para o Uruguai. Ao meu orientador, Angel, pelo excelente apoio nem sempre bem aproveitado por mim, atenção, compreensão e pela paciência em me ensinar e por acreditar em mim ao me oferecer esse projeto. Aos meus amigos de laboratório, em especial ao Rafael S. pelas dicas e grande ajuda principalmente na identificação dos organismos, e a Bruna por me passar, sem problemas, todo seu trabalho e pela disponibilidade para me ajudar a qualquer momento. Valeu gente! Ao Sumô, Michel, Gila e Ramom por me aturarem dentro de sua salinha e por ajudar na procura e entendimento das planilhas dos observadores de bordo uma fase crucial deste trabalho. Ao prof. Tito, funcionários e alunos de seu laboratório pelas trocas de idéias e grande ajuda na parte estatística deste trabalho. Aos Professores Pezzuto e Schwingel pelas dicas e colaboração na identificação dos crustáceos, equinodermos e elasmobrânquios. A José Lima Figueiredo e seu aluno pela confirmação da identificação do material, o que foi de fundamental importância na confecção deste trabalho. Aos professores do curso, que ao longo de 5 anos contribuíram para a minha formação profissional. A todos meus familiares, amigos de hoje e os que já passaram pela minha vida que não foram citados nominalmente aqui, mas que contribuíram de alguma forma para eu estar aqui hoje. Aos Observadores de Bordo das viagens utilizadas por mim que tiveram fundamental importância na realização deste trabalho, afinal, sem vocês, não teria amostra.

A todos, obrigado!

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“Não é porque as coisas são difíceis que não ousamos nos arriscar; é porque não nos arriscamos que as coisas são difíceis.”

Sêneca

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ...... vi LISTA DE TABELAS ...... vii RESUMO ...... ix 1. INTRODUÇÃO ...... 1 2. OBJETIVOS ...... 5 2.1. OBJETIVO GERAL...... 5 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...... 5 3. METODOLOGIA ...... 6 3.1. ÁREA DE ESTUDO ...... 6 3.2. FONTE DOS DADOS ...... 6 3.3. PROCESSAMENTO DOS DADOS ...... 7 3.4. ANÁLISE DOS DADOS ...... 8 4. RESULTADOS ...... 10 4.1. OPERAÇÃO DE PESCA ...... 10 4.2. COMPOSIÇÃO DA CAPTURA DOS LANCES AMOSTRADOS ...... 13 4.2.1. Geral ...... 13 4.3. PADRÕES DA DIVERSIDADE DA CAPTURA INCIDENTAL DOS LANCES AMOSTRADOS ...... 18 4.3.1. Descritores numéricos de estrutura ...... 18 4.3.2. Similaridade, Agrupamento e ordenação dos lances amostrados ...... 20 5. DISCUSSÃO...... 26 6. CONCLUSÃO ...... 31 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... 32 APÊNDICE I ...... 36 APÊNDICE II...... 47 ANEXO I ...... 63 ANEXO II ...... 81

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Representação da área de estudo localizada no talude inferior da região Sudeste e Sul do Brasil, assim como dos lances realizados e amostrados pelos observadores de bordo para as viagens de pesca das embarcações Mar Maria (A) e Kayar I (B). Setores latitudinais de pesca definidos entre as latitudes 18°S e 30°S...... 11

Figura 2. Representação da área de estudo localizada no talude inferior da região Sudeste e Sul do Brasil, assim como dos lances realizados e amostrados pelos observadores de bordo para as viagens de pesca das embarcações Favaios (C) e Albamar (D e E). Setores latitudinais de pesca definidos entre as latitudes 18°S e 30°S...... 12

Figura 3. Representação gráfica da porcentagem de ocorrência dos grupos amostrados pelos observadores a bordo das embarcações Mar Maria e Kayar I durante as viagens estudadas...... 15

Figura 4. Médias de riqueza de espécies (S), abundância (N), equitabilidade de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Wiener (H’) plotadas para as cinco viagens de pesca em estudo. As barras verticais mostram o Erro Padrão calculado para cada média...... 19

Figura 5. Dendograma realizado por meio do índice de similaridade de Bray-Curtis para os lances amostrados das cinco viagens de pesca de arrasto no talude do Sudeste-Sul doBrasil...... 21

Figura 6. Resultado da análise de escalonamento multidimensional (MDS) realizada por meio do índice de similaridade de Bray-Curtis para os lances amostrados das cinco viagens de pesca de arrasto do talude do Sudeste-Sul do Brasil...... 22

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Viagens de pesca realizadas por arrasteiros arrendados no talude inferior do Sudeste e Sul do Brasil entre 2005 e 2006. As coordenadas geográficas são expressas em graus decimais. Valores negativos representam Latitude Sul e Longitude Oeste (UTM). A profundidade é expressa em metros. (*) Significa que não foi considerado neste estudo por não ser Sudeste-Sul do Brasil...... 13

Tabela 2. Número de indivíduos capturados para cada grupo do reino nos lances amostrados das cinco viagens de pesca em estudo, referentes apenas aos lances amostrados pelos observadores de bordo...... 14

Tabela 3. Número de indivíduos mortos e porcentagem de ocorrência de cada um dos grupos encontrados nos lances amostrados em cada uma das cinco viagens de pesca de arrasto no talude sudeste e sul do Brasil...... 16

Tabela 4. Número de indivíduos mortos e porcentagem de ocorrência (%) das dez espécies mais encontradas nos lances amostrados em cada uma das cinco viagens de pesca de arrasto no talude sudeste e sul do Brasil...... 17

Tabela 5. Valores de F e p obtidos através da análise de variância unifatorial (ANOVA) para os descritores numéricos de abundância (N), riqueza de espécie (S), equitabilidade de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Wiener (H’). Sendo aceito p> 0,05...... 18

Tabela 6. Representatividade dos valores de p através do Teste de Tukey e suas respectivas médias para os descritores da estrutura da comunidade, Riqueza (S) (Tabela 6 A), Abundância (N) (Tabela 6 B), Equitabilidade de Pielou (J’) (Tabela 6 C) e Diversidade de Shannon-Wiener (H’) (Tabela 6 D) para cada viagem estudada. Valores de p em preto p>0,05 e valores de p em vermelho p<0,05. Mar Maria21= Mar Maria, KayarI6= Kayar I, Favaios8= Favaios, Albamar 8= Albamar 1 e Albamar 4,5= Albamar 2...... 19

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Tabela 7. Valores de R estatístico e grau de significância (p) obtidos através da análise de similaridade (ANOSIM) para as cinco viagens de pesca de arrasto do talude Sudeste-Sul do Brasil...... 22

Tabela 8. Contribuições das espécies para as similaridades nas viagens Mar Maria, Kayar I, Favaios, Albamar 1 e Albamer 2. Valores obtidos através da rotina SIMPER (90% de similaridade) do aplicativo PRIMER 6.0. AM = Abundância Média e C% = contribuição que é dada em (%)...... 25

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RESUMO

A pesca de arrasto de camarão de profundidade provoca efeitos indiretos nos frágeis ecossistemas profundos. Visando isso, o presente trabalho consiste em analisar os padrões de diversidade da fauna acompanhante da pesca de arrasto profundo sobre camarões de profundidade do Sudeste-Sul do Brasil. Neste sentido os dados analisados foram gerados por Observadores de Bordo a partir de cinco viagens de pesca nos anos de 2005 e 2006. Os organismos-tipo presentes na composição da captura das cinco viagens definidas foram identificados a partir de exemplares congelados trazidos ao laboratório. Após a identificação preliminar as planilhas de captura originais de cada viagem, foram modificadas substituindo- se os nomes dos organismos-tipo pelos taxa identificados. A confirmação final se deu no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. A partir disso, os valores de abundância numérica de cada espécie em cada amostra retirada de cada lance de cada embarcação foram expandidos através de um cálculo para a captura total do lance. A seguir as abundâncias numéricas foram transformadas em taxas de captura. A análise dos dados se deu primeiramente com a “construção” para cada lance dos descritores numéricos da estrutura da “comunidade” da captura não-intencional sendo utilizados os índices de diversidade de Shannon-Wiener (H’), equitabilidade de Pielou (J’), riqueza de espécies (S) e abundância (N), que foi padronizada para uma hora de arrasto. Sobre esses decritores, foi aplicada Análise de Variância ANOVA. Posteriormente foi utilizado o índice de similaridade de Bray-Curtis para realização das análises de agrupamento (Cluster) e escalonamento multidirecional (MDS). A Análise de Similaridade ANOSIN foi aplicada para testar a hipótese de diferenças quanto a composição da captura e a Análise dos Percentuais de Contribuição dos Táxons na Similaridade (SIMPER) para determinar a contribuição de cada espécie dentro e entre as viagens de pesca. Foram amostrados 127 lances, encontradas 163 espécies havendo um total nesses lances de 116.797 números de indivíduos mortos pertencentes aos grupos Pisces, Crustacea, Echinodermata, Mollusca e Cnidaria. Os descritores apontaram que as duas viagens da embarcação Albamar apresenteu composição da captura mais abundantes e mais ricas em termos de diversidade. As viagens de Mar Maria e Kayar I por sua vez foram menos abundantes e pouco diversas e finalmente Favaios que mostrou em sua viagem pouca abundancia na composição da captura, porém foram consideravelmente diversas. O ANOSIN mostrou que há diferença estatística na composição das espécies das cinco viagens de pesca. O Cluster e o MDS confirmaram esse resultado apontando cinco grupos correspondentes as cinco viagens. E por último o SIMPER evidenciou que as dissimilaridades médias se mostraram bastante altas entre as viagens em estudo. A pesca de camaões de profundidade no talude do Sudeste-Sul do Brasil gera uma abundante e diversa fauna acompanhante, dominada por peixes ósseos. Os padrões de diversidade apresentados mostraram-se sensíveis a dificuldade de identificação dos taxa e ao efeito de espécies raras o que contribuiu para as dissimilaridades ocorridas nas composições das capturas das cinco viagens de pesca. Palavras-chave: fauna incidental, pesca de arrasto de fundo, talude.

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1. INTRODUÇÃO

A uma profundidade média de 3.800 m, o chamado “mar profundo” é, o maior ecossistema contínuo da Terra. Remoto e pouco acessível, esse ecossistema foi por muito tempo considerado uma zona pobre ou desprovida de vida, isolada de outros ecossistemas marinhos e de grande estabilidade física (Tyler, 2003). A partir da década de 1960, no entanto, consideráveis avanços tecnológicos permitiram uma análise mais cuidadosa e quantitativa de algumas áreas profundas dos oceanos o que revelou padrões diferentes do que antes se acreditava. Hoje se pode generalizar que este ecossistema tem (a) uma elevada diversidade de espécies, (b) aporte sazonal de energia produzida em superfície por organismos heterotróficos e (c) produção primária em ambientes muito particulares como as fontes hidrotermais (Tyler, 2003). Além disso, algumas feições profundas proeminentes como as montanhas e cordilheiras submarinas apresentaram-se como áreas de elevada diversidade bentônica e pelágica (hotspots) inclusive concentrando peixes e crustáceos de valor comercial identificados como potenciais recursos pesqueiros (Pitcher et al., 2007; Clark, 2009). Ao contrário do “deserto” inicialmente pensado, o mar profundo passou a ser considerado um ecossistema rico e passível de ser explorado. A exploração pesqueira do mar profundo teve início na década de 1950 quando arrasteiros russos iniciaram operações sobre a cadeia meso-oceânica do Atlântico Norte (Troyanonsky & Lisovsky, 1995; Japp & Wilkinson, 2007). Nas décadas seguintes essa atividade expandiu-se em todos os oceanos, fundamentalmente como consequência (a) do esgotamento dos recursos pesqueiros costeiros e de plataforma, (b) da demanda de algumas espécies de mar profundo com elevado valor comercial e (c) do desenvolvimento de novas tecnologias para captura e processamento desse pescado (Koslow et al., 2000). A pesca com redes de arrasto de fundo é avaliada globalmente como grande fonte de mortalidade não-intencional, devido a sua baixa seletividade (Alverson et al., 1994; Hall, 1999) além de causar uma série de distúrbios no fundo marinho, acarretando em impactos nos habitats e na composição da biota local, assim como em alterações nas cadeias alimentares e nos ciclos de reciclagem de nutrientes e de decomposição (Alverson et al., 2002). Estima-se que em uma captura de arrasto em qualquer profundidade, ocorram entre 40-50 espécies diferentes de peixes, sendo que 20% destas constituem um importante papel para o ecossistema (Gordon, 2001). Em áreas onde essa atividade tem sido intensa, concentrada espacialmente e por longo prazo tem se detectado mudanças significativas na estrutura das comunidades demersais. Este é o caso do Atlântico Norte, historicamente os fundos mais explorados pela pesca de arrasto do planeta (Philippart, 1998; Nrc, 1999).

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Durante cerca de 20 anos operações de pesca profunda se acumularam, principalmente sobre áreas de talude dos oceanos temperados do hemisfério norte e sobre montanhas submarinas no Oceano Pacífico e Atlântico. Em quase todas essas regiões, no entanto, a atividade pesqueira ocasionou rápidos declínios dos principais estoques de peixes profundos e inclusive depleções localizadas de algumas espécies como por ex. o Orange roughy, Hoplostetus atlanticus (Japp & Wilkinson, 2007). A análise de tais processos identificou primeiramente que, em comparação com áreas de pesca costeiras e de plataforma continental, áreas profundas têm menos energia disponível e sustentam populações menos abundantes. Em segundo lugar, organismos que compõe os ecossistemas profundos, incluindo os de interesse comercial, evoluíram nesses sistemas de baixa energia e, nesse sentido, crescem lentamente, vivem muitos anos e apresentam eventos irregulares de recrutamento (Koslow et al., 2000). No que se refere às espécies comerciais de peixes e crustáceos, estas características têm implicado em uma baixa resiliência e grande susceptibilidade a eventos de sobrepesca (Gordon, 2003). Manter pescarias profundas em níveis sustentáveis ou mesmo recuperar estoques já sobrepescados têm sido preocupações prioritárias dos órgãos de gestão pesqueira, sobretudo internacionais. Por outro lado, não menos prioritária tem sido a necessidade de diminuir efeitos indiretos que a pesca venha a causar sobre os frágeis ecossistemas profundos (FAO, 2008). Estes efeitos podem ser de três tipos: (a) efeitos sobre a cadeia trófica devido a remoção massiva de algumas espécies de interesse comercial, (b) capturas não intencionais (bycatch) e descartes de espécies não-comerciais, mas que podem ser importantes componentes desses ecossistemas e (c) degradação dos habitats profundos, principalmente devido ao contato de aparelhos de pesca com o fundo, muitas vezes constituído por habitats biogênicos como recifes de coral (Sissewine & Mace, 2006). Devido a baixa resiliência dos organismos que compõem os ecossistemas profundos onde atuam as pescarias comerciais, os efeitos ecossistêmicos relacionados acima pode implicar prejuízos raramente reversíveis. Desta forma, tem-se estabelecido mundialmente processos de gestão “ecossistêmica” para a pesca profunda, onde recursos explorados e ecossistemas profundos onde habitam esses recursos recebam iguais níveis de proteção (FAO, 2008). Esta abordagem, ainda que justificada, tem sua implementação fortemente limitada pela escassez de conhecimentos sobre o funcionamento dos ecossistemas profundos e o real impacto da pesca sobre os organismos que deles fazem parte. Conhecer e quantificar as espécies afetadas pela atividade pesqueira, bem como avaliar os níveis de suscetibilidade das mesmas à mortalidade gerada pela pesca, são etapas cruciais para o estabelecimento de medidas eficientes de conservação do mar profundo.

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A pesca de arrasto de fundo desenvolveu-se na costa Brasileira na década de 1960, concentrando-se durante cerca de 40 anos, na exploração de recursos costeiros como peixes ciaenídeos (i.e. Cynoscyon spp, Micropogonis furnieri, Umbrina canosai e outros) e camarões penaeídeos (i.e. Farfantepenaeus spp.) (Haimovici et al., 2006). A ocupação de áreas profundas, no entanto, surgiu na década de 1990 como uma alternativa para atividade pesqueira industrial, fragilizada pelas perdas econômicas derivadas da sobrepesca dos recursos costeiros tradicionais (Perez et al., 2001). Ao final da década de 1990 um número significativo de arrasteiros da frota costeira deu início a um processo de expansão para áreas da borda da plataforma continental (100 a 200 m de profundidade) visando a exploração comercial de concentrações multi-específicas de peixes e invertebrados de elevado valor comercial, incluindo o congrio-rosa (Genypterus brasiliensis), linguados-areia (Paralichthys spp.), arraias-emplastro (Família Rajidae), o camarão-cristalino (Plesionika longirostris) e o lagostim (Metanephrops rubellus) (Perez & Pezzuto, 1996; Perez & Pezzuto, 2006). Alguns anos depois, essas mesmas embarcações já ocupavam também o talude superior, entre 200 e 400 m de profundidade, explorando rentáveis concentrações de novos recursos demersais como o peixe-sapo (Lophius gastrophysus) e a abrótea-de-profundidade (Urophycis cirrata). A partir de 2000 o referido processo de expansão da pesca de arrasto para as áreas profundas do talude recebeu um impulso significativo com o início das operações de arrasteiros estrangeiros, arrendadados por empresas nacionais, como parte de um programa do Governo brasileiro voltado ao desenvolvimento da pesca de profundidade (Perez et al., 2003; Perez et al., 2009). Esta frota arrendada de arrasteiros estabeleceu primeiramente uma fase de explotação do talude superior, dirigida à pesca da merluza (Merluccius hubbsi) entre 250 e 500 m de profundidade, e posteriormente, a partir de 2004, uma fase dirigida à captura dos camarões-de-profundidade (Família Aristeidae) entre 600 e 800 m de profundidade (Pezzuto et al., 2006; Dallagnolo et al., 2009; Perez et al., 2009). A partir da intensa coleta de dados realizada por observadores mantidos a bordo das embarcações arrendadas, esforços foram direcionados no sentido de se estimar patamares seguros de explotação dessas espécies, além de práticas favoráveis à biologia populacional e ciclo de vida das mesmas (Dallagnolo, 2008). Posteriormente, e visando a inclusão de ações ecossistêmicas nos planos de gestão desses recursos, análises sobre o impacto indireto destas pescarias sobre o ecossistema profundo têm sido realizadas para cada pescaria (Perez & Wahrlich, 2005). A pesca de arrasto direcionada aos camarões-de-profundidade, avaliada durante o período 2002 – 2007, incluiu a operação de nove arrasteiros (oito arrendados e um nacionalizado) que juntos aplicaram cerca de 63.000 horas de arrasto distribuídas em 79

3 viagens e mais de 15.000 lances de pesca (Dallagnolo et al., 2009). Esse esforço de pesca foi altamente concentrado em pequenos fundos localizados entre 18º S e 33º S e entre 700 e 800 m de profundidade, resultando na captura de 456,7 t do camarão-carabineiro (Aristaeopsis edwardsiana) gerando importantes reduções de biomassa da espécie (Dallagnolo et al., 2009). Mais do que isso, uma importante mortalidade não-intencional de espécies com e sem valor comercial foi gerada, sendo em grande parte descartadas a bordo (Dallagnolo et al., 2009). Segundo Pereira (2009), a fração descartada nesta pescaria direcionada aos camarões de profundidade é composta por ao menos 135 espécies diferentes incluindo: 83 espécies de peixes, 10 cefalópodes, 27 crustáceos e outros invertebrados de pequeno porte, inclusive corais de profundidade. Alguns grupos mostraram-se particularmente abundantes como peixes da família Macrouridae (Ordem Gadiformes) e as espécies Neoscopelus macrolepidotus (Ordem Myctophiformes) e Monomitopus agassizi (Ordem Ophidiiformes) estimando-se elevados níveis de mortalidade a partir das operações de pesca direcionadas aos camarões-de-profundidade. Adicionalmente, este estudo analisou padrões de diversidade das capturas não-intencionais em 3 viagens da frota de arrasteiros, de onde se evidenciou um importante efeito do esforço amostral sobrepondo-se aquele possivelmente oriundo da estrutura das comunidades bentônicas e bentopelágicas do talude do Sudeste-Sul, identificando a necessidade de análise de um número maior de viagens. Hurlbert (1971) pondera que a diversidade deveria referir-se a fatores e dados empíricos, deveria ser um descritor da estrutura da comunidade ecológica. Sendo assim, é difícil encontrar uma definição para diversidade. Porém são incluídas várias idéias e diferentes componentes da diversidade, propondo-se então muitas medidas de diversidade. Magurran (1988) afirmou que a diversidade pode ser medida pelo número de espécies, pela descrição da distribuição da abundância relativa das espécies, ou por uma combinação desses dois fatores. Ricklefs (1990) declarou que a diversidade expressa o número de espécies em uma área ou região. Neste sentido este estudo tem a proposta de complementar o trabalho de Pereira (2009) avaliando os níveis de influência dos referidos fatores através de análise dos padrões de diversidade das capturas realizadas pela pesca dos camarões de profundidade de forma a (a) preencher as lacunas existentes sobre o referido impacto ecossistêmico dessa pescaria como complementação ao processo de geração de subsídios para sua gestão e (b) contribuir para a avaliação geral da sustentabilidade da atividade pesqueira profunda no Brasil dando seqüência aos estudos de fauna acompanhante já realizados para a pesca de emalhe profundo, arrasto de talude e pesca de covos (Perez et al., 2004; Perez & Wahrlich, 2005; Bastos, 2004).

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Analisar os padrões de diversidade da fauna acompanhante da pesca de arrasto profundo sobre camarões de profundidade do Sudeste-Sul do Brasil, entre os limites batimétricos 653 m a 787 m e latitudes 19,61ºS a 34,48ºS nos anos 2005 e 2006.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Descrever a composição faunística de lances amostrados durante viagens de pesca de arrasto no talude inferior do sudeste-sul do Brasil monitoradas por Observadores de Bordo nos anos 2005 e 2006.

Analisar os padrões de diversidade das capturas dos lances amostrados comparativamente entre as viagens e áreas de pesca segundo descritores numéricos de abundância, riqueza, equitabilidade de Pielou e diversidade de Shannon Wiener.

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3. METODOLOGIA

3.1. ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo compreende a área de atuação da frota internacional de arrasto que opera na modalidade de arrendamento sobre o talude inferior da margem continental brasileira. Dalagnollo et al., (2009) delimitaram esta área entre os estados do Espírito Santo e o Rio Grande do Sul, tendo como limites latitudinais os paralelos 19ºS e 24ºS e como limites batimétricos as isóbatas de 657 e 787 metros, porém as viagens analisadas ultrapassaram um pouco estes limites estabelecidos.

3.2. FONTE DOS DADOS

Os dados analisados no presente estudo procederam de cinco viagens de pesca realizadas pelas embarcações Mar Maria, Kayar I, Favaios, e Albamar entre os anos de 2005 e 2006 no talude inferior (> 500 m) do Sudeste e Sul do Brasil, as quais possuíam como recursos alvos os camarões de profundidade. As viagens das embarcações Favaios (1) e Albamar (2) foram previamente analisadas por Pereira (2009). Neste estudo os dados de captura dessas viagens foram re-analisadas incorporando-se mais duas viagens realizadas pelas embarcações Mar Maria e Kayar I no mesmo período, de forma a se compor uma base de dados maior. Todas as viagens foram monitoradas por Observadores de Bordo, que coletaram informações referentes a todos os lances efetuados por cada embarcação incluindo-se número do lance, data e hora do lançamento e do recolhimento da rede, duração do arrasto, coordenadas geográficas e profundidades dos locais de lançamento e de recolhimento da rede, velocidade do arrasto, características físicas do petrecho utilizado, peso em quilogramas das espécies-alvo. Adicionalmente, em uma parcela dos lances de pesca realizados em cada viagem, observadores também registraram informações qualitativas e quantitativas da composição total da captura, incluindo as frações retidas e descartadas desta. Após cada lance (i) de cada viagem (j) obteve-se o peso total da captura (PT) (peso da “sacada”) através de estimativas do capitão da embarcação. O peso da fração “retida” da captura foi obtido na sequência, após o processamento e armazenamento desta fração (PR). A fração “descartada” da captura total teve seu peso (PD) estimado através da equação: 6

PD PT PR (1) ij ij ij

A partir da fração rejeitada da captura total, extraiu-se aleatoriamente uma amostra dos organismos capturados com peso conhecido (PA) da qual foram “tipificados” os organismos presentes (ou seja, atribuídos nomes genéricos) e quantificadas as suas abundâncias numéricas (Nas) por ”tipo de organismo” (y). Espécimes representativos de cada “tipo” foram congelados e trazidos para sua identificação no Laboratório de Oceanografia Biológica da UNIVALI preservando-se a referência do lance de pesca e do nome designado pelo observador para o referido “tipo”. Em alguns casos foram feitos registros fotográficos dos organismos-tipo para auxiliar na posterior identificação. Juntamente a estes registros fotográficos foram agregados dados sobre os lances de pesca, como data, posição, profundidade, tempo de arrasto e tipo de rede (Pereira, 2009).

3.3. PROCESSAMENTO DOS DADOS

Primeiramente em laboratório as amostras das espécies capturadas durante as viagens de pesca monitoradas foram descongeladas e efetuada a identificação dos organismos “tipo”. Seguindo o procedimento realizado por Pereira (2009), o processo de identificação se deu com o auxílio de guias taxonômicos disponíveis para os diversos grupos de animais, (i.e. Cohen et al., 1990; Nielsen et al., 1999; Carpenter, 2002 e outros), além de inventários recentes da fauna de talude resultantes do Programa REVIZEE (Figueiredo et al., 2002; Bernardes et al., 2005; Costa et al., 2007). Um inventário dos taxa identificados ao menor nível possível preliminarmente construído por Pereira (2009) foi complementado neste trabalho (Apêndice I), assim como um catálogo fotográfico apresentando a grande maioria dos mesmos (Anexo I e II). Devido à confiabilidade limitada das identificações em laboratório por causa do conhecimento ainda incipiente da fauna de profundidade no Brasil, a maioria dos indivíduos do grupo Pisces () foram enviados para o setor de ictiologia do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) para que fossem obtidas confirmações das identificações por taxonomistas dessa instituição. Após essa confirmação, as identificações erradas foram substituídas pelas certas. Os demais grupos taxonômicos encontrados mantiveram as identificações encontradas em laboratório.

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Em uma segunda etapa, as planilhas de captura originais geradas pelos Observadores de Bordo durante cada viagem de pesca, foram modificadas substituindo-se os nomes dos “organismos-tipo” pelos taxa identificados. A seguir estas planilhas foram reformatadas de forma a comporem uma matriz espécie (linhas) x lances (colunas). Em seguida os valores de abundância numérica (Ns) das espécies (y) nas amostras retiradas de cada lance (i) de cada viagem (j) foram expandidos para a captura total do lance através da equação:

PDi, j Ns y,i, j Nas y,i, j (2) PAi, j

Onde o número de indivíduos da espécie y, no lance i, da viagem j, resulta do produto entre o número de indivíduos dessa espécie na amostra retirada da captura descartada de cada lance (i) de cada viagem (j) (Nasy,i.j) e a razão entre o peso total descartado e o peso da amostra. Por último os valores de abundância numérica (Ns) de cada espécie (y) em cada lance i de cada viagem j foram transformados em taxas de captura, dividindo os valores numéricos pelo número de horas arrastadas em cada lance.

3.4. ANÁLISE DOS DADOS

Em uma primeira fase, foram calculados para cada lance os descritores numéricos da estrutura da “comunidade” capturada não-intencionalmente. A própria taxa de captura calculada para cada espécie foi considerada o descritor de “abundância” N (padronizado para uma hora de arrasto). A Riqueza de espécies S é definida como o número total de espécies contadas na amostra. A equitabilidade de espécies, a qual expressa o grau de dominância das espécies em uma amostra, foi obtida através do índice de Pielou J’, seguindo a relação:

H ' J' (3) H max

onde H’max é a máxima diversidade que pode ser atingida se todas as espécies forem igualmente abundantes, sendo este representado pelo Ln (S) onde S é a riqueza média de espécies, e H’ é o índice de diversidade de Shannon-Wiener, o qual é obtido através da relação: 8

H ' p ln p i i (4)

Onde pi é a proporção da espécie em relação ao número total de espécimes encontrados na amostra. Sobre estes descritores (variáveis) foi aplicada uma análise de variância (ANOVA) unifatorial, sendo as viagens consideradas como o fator. Tal análise visou testar a hipótese nula de que não existiam diferenças entre as viagens de pesca. Para isso, a homogeneidade das variâncias foi verificada por meio do teste de Bartlett, pois os números de lances de cada viagem não são os mesmos, aceitando-se valores de p>0,05. Quando necessário a variável foi normalizada (Log (x+1)) para o cálculo da ANOVA. O teste de Tukey foi utilizado para a contrastação entre as médias dos fatores. Todas essas análises foram realizadas utilizando o software STATISTICA 8.0. Em uma segunda fase, foi utilizada a matriz de similaridade, calculada por meio do índice de similaridade de Bray-Curtis, definido abaixo, para a realização das análises de agrupamento (Cluster) e escalonamento multidirecional (MDS) que foram utilizadas simultaneamente para determinar os padrões de relacionamento entre as viagens de pesca. p nyx nyk S 100 1 y 1 xk p (5) nyx nyk y 1

Onde Sxk é a similaridade entre os lances de pesca x e k; nyx é a abundância (em números/hora) da y-ésima espécie no x-ésimo lance de pesca e p é o número total de espécies. O MDS foi usado complementarmente à análise de agrupamento para verificação e consolidação dos resultados obtidos. Os dados foram transformados (√x) de modo a reduzir a amplitude entre as abundâncias específicas. A análise unidirecional de similaridade, ANOSIM (Clarke & Warwick, 1994), foi aplicada para testar a hipótese de diferenças quanto a composição da captura. Esse procedimento compara níveis médios de similaridade dentro de grupos (no caso deste trabalho viagens) de amostras (no caso deste trabalho lances) pré-definidas com a similaridade média existente entre os grupos. Por último a rotina de similaridade percentual (SIMPER) foi aplicada sobre a matriz de “taxa de captura” para determinar a contribuição de cada espécie dentro e entre as viagens de pesca. Foi utilizado para todas as análises multivariadas acima descritas o aplicativo PRIMER 6 (Plymouth Routines in Multivariate Ecological Research) (CLARKE & WARWICK, 1994).

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4. RESULTADOS

4.1. OPERAÇÃO DE PESCA

As embarcações analisadas neste estudo operaram ao longo da costa sudeste e sul do Brasil, em frente aos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo durante os anos de 2005 e 2006 (Figura 1 e 2). As viagens de pesca tiveram duração de 41 a 57 dias (Tabela 1). Os lances foram realizados em uma profundidade média de 724 m sobre fundos de pesca conhecidos pelos mestres das embarcações. Estes fundos são caracterizados por conterem concentrações de camarões de profundidade, entre eles os camarões carabineiro (Aristaeopsis edwardsiana), moruno (Aristeomorpha foliacea) e alistado (Aristeus antillensis). Como pode ser observado na Tabela 1, cada viagem apresentou diferentes números de lances de pesca. A viagem das embarcações Mar Maria e Albamar 2 realizada entre 29/04/2005 a 16/06/2005, foram as que apresentaram a maior duração (56 e 57 dias respectivamente) e, em conseqüência, os maiores números de lances realizados e amostrados por seus observadores de bordo. As viagens dos cruzeiros de pesca Kayar I e Favaios foram as que tiveram menor duração (42 e 41 dias respectivamente), e consequentemente os menores números de lances realizados e amostrados (Tabela 1). Foi amostrado um total de 127 lances nas cinco viagens estudadas.

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A B

Figura 1. Representação da área de estudo localizada no talude inferior da região Sudeste e Sul do Brasil, assim como dos lances realizados e amostrados pelos observadores de bordo para as viagens de pesca das embarcações Mar Maria (A) e Kayar I (B). Setores latitudinais de pesca definidos entre as latitudes 18°S e 30°S.

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C D E

Figura 2. Representação da área de estudo localizada no talude inferior da região Sudeste e Sul do Brasil, assim como dos lances realizados e amostrados pelos observadores de bordo para as viagens de pesca das embarcações Favaios (C) e Albamar (D e E). Setores latitudinais de pesca definidos entre as latitudes 18°S e 30°S.

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Tabela 1. Viagens de pesca realizadas por arrasteiros arrendados no talude inferior do Sudeste e Sul do Brasil entre 2005 e 2006. As coordenadas geográficas são expressas em graus decimais. Valores negativos representam Latitude Sul e Longitude Oeste (UTM). A profundidade é expressa em metros. (*) Significa que não foi considerado neste estudo por não ser Sudeste-Sul do Brasil.

Número Prof. Lat. S Long. O Núm. Lances Viagem Período da Viagem Lances (mín-máx) (mín-máx) (mín-máx) Amostrados Mar Maria 23/06/2006 a 17/08/2006 223 719-753 23,42 - 34,48 41,12 - 51,69 20 Kayar I 7/08/2005 a 18/09/2005 126 653-752 8,14* - 21,83 34,48 - 40,11 18 Favaios 5/2/2006 a 17/3/2006 159 658-759 21,57 - 29,48 47,75 - 40,00 15 Albamar 1 10/1/2006 a 8/3/2006 255 665-763 23,85 - 27,89 47,92 - 41,73 16 Albamar 2 29/4/2005 a 8/8/2005 398 657-787 19,61 - 28,06 46,97 - 39,00 58

4.2. COMPOSIÇÃO DA CAPTURA DOS LANCES AMOSTRADOS

4.2.1. Geral

Foram capturadas de forma não-intencional pelos lances amostrados nas cinco viagens de pesca conjuntamente 163 espécies distribuídas nos seguintes grupos do reino animal: Cnidária, Echinodermata, Arthropoda (Crustacea), Mollusca e Chordata (Pisces). Dentre eles, o grupo dos peixes foi aquele que apresentou o maior número de espécies (106) capturadas pela rede de arrasto, seguidos pelos crustáceos (31), moluscos (11), equinodermos (10) e, por último, os cnidários (5) (Apêndice I). Na grande maioria dos casos a identificação dos organismos amostrados pelos observadores de bordo pôde ser realizada a nível de gênero, havendo poucos casos onde a identificação se deu em nível de família, ordem, classe ou filo. Segundo Pereira 2009 devido à ausência de amostras e a baixa legibilidade das fotografias, 23 organismos dos cruzeiros Favaios, Albamar 1 e 2 não puderam ser identificados a nenhum nível taxonômico, ficando estes fora das análises de diversidade de organismos. Em termos de abundância numérica, com relação apenas aos lances de pesca amostrados pelos observadores de bordo, foi capturado um total de 116.797 indivíduos nas cinco viagens de pesca, sendo o grupo dos peixes o mais representativo, seguido pelos crustáceos, moluscos, cnidários e equinodermos (Tabela 2).

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Tabela 2. Número de indivíduos capturados para cada grupo do reino animal nos lances amostrados das cinco viagens de pesca em estudo, referentes apenas aos lances amostrados pelos observadores de bordo.

Grupos Pisces Crustacea Mollusca Cnidaria Echinodermata 99.999 11.737 2.965 1056 1040

Os lances amostrados da viagem de pesca realizada pela embarcação Mar Maria (viagem 21- 23/06/2006 - 17/08/2006) foram responsáveis pela captura incidental de 5.070 organismos, correspondentes a 27 espécies diferentes distribuídos entre os grupos Crustacea, Mollusca e Pisces (Tabela 3), (Apêndice I). Pisces foi o grupo mais abundante representando 95,97% dos indivíduos capturados. Os crustáceos tiveram uma representatividade de 3,95%, enquanto o grupo Mollusca alcançou 0,08% (Figura 3). Os indivíduos mais representativos nessa captura incidental foram os peixes teleósteos Neoscopelus sp e Monomitopus agassizi com 3398 e 462 organismos respectivamente (Tabela 4 ) (Anexo II). Na viagem de pesca realizada pela embarcação Kayar I (viagem 6 - 07/08/2005 - 18/09/2005) os lances amostrados capturaram 11.832 indivíduos, distribuídos em 20 espécies de Echinodermata, Crustacea e Pisces (Tabela 3) (Apêndice 1). Os peixes foram novamente o grupo mais representativo, incluindo 98,93% dos indivíduos capturados, seguido por crustáceos (1,03%) e equinodermos (0,03%) (Figura 3). As principais espécies capturadas foram os teleósteos sp com 5026 indivíduos e Xenodermycthis copei com 5013 indivíduos (Tabela 4) (Anexo II).

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120,00% 98,93% 100,00% 95,97%

80,00%

60,00% Mar Maria 40,00% Kayar I

Porcentagemocorrência de 20,00% 3,95% 0,08% 1,03% 0,03% 0,00% Pisces Mollusca Crustacea Echinodermata

Grupos amostrados

Figura 3. Representação gráfica da porcentagem de ocorrência dos grupos amostrados pelos observadores a bordo das embarcações Mar Maria e Kayar I durante as viagens estudadas.

A composição da captura das demais viagens foi descrita por Pereira (2009). Cabe ressaltar, entretanto, que em todas estas viagens os peixes representaram numericamente mais de 80% das capturas não-intencionais, seguidos pelos crustáceos que atingiram percentuais máximos de 13% (Tabela 3). Também foi destacada a presença de Neoscopelus macrolepidotus em quase todas as viagens sendo apenas comparada a ocorrência de Monomitopus agassizi em quatro das cinco viagens de pesca (Tabela 4).

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Tabela 3. Número de indivíduos mortos e porcentagem de ocorrência de cada um dos grupos encontrados nos lances amostrados em cada uma das cinco viagens de pesca de arrasto no talude sudeste e sul do Brasil.

Mar Maria Kayar I Favaios Albamar 1 Albamar 2 Total por Grupos Número de Porcentagem Número de Porcentagem Número de Porcentagem de Número de Porcentagem Número de Porcentagem Número de Porcentagem Grupos Indivíduos de Ocorrência Indivíduos de Ocorrência Indivíduos Ocorrência Indivíduos de Ocorrência Indivíduos de Ocorrência Indivíduos de Ocorrência Pisces 4866 95,97% 11511 98,93% 4444 93,23% 26850 86,02% 52328 81,87% 99999 85,62% Crustacea 200 3,95% 301 1,03% 283 5,94% 2798 8,96% 8155 12,76% 11737 10,05% Mollusca 4 0,08% 20 0,03% 9 0,19% 790 2,53% 2142 3,35% 2965 2,54% Echinodermata 0 0,00% 0 0,00% 15 0,31% 405 1,30% 620 0,97% 1040 0,89% Cnidaria 0 0,00% 0 0,00% 16 0,34% 369 1,18% 671 1,05% 1056 0,90% Total por viagem 5070 11832 4767 31212 63916 116797

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Tabela 4. Número de indivíduos mortos e porcentagem de ocorrência (%) das dez espécies mais encontradas nos lances amostrados em cada uma das cinco viagens de pesca de arrasto no talude sudeste e sul do Brasil.

Mar Maria Kayar I Favaios

Número de Porcentagem Número de Porcentagem Número de Porcentagem Espécies Indivíduos de Ocorrência Espécies Indivíduos de Ocorrência Espécies Indivíduos de Ocorrência Neoscopelus sp 3398 67,01 Diaphus sp 5027 42,48 Neoscopelus macrolepidotus 2718 57,02 Monomitopus agassizi 462 9,12 Xenodermichthys copei 5013 42,37 Malacocephalus laevis 474 9,94 Ventrifossa mucocephalus 373 7,35 Monomitopus agassizi 349 2,95 Dibranchus atlanticus 342 7,17 Gadella imberbis 236 4,65 Zoarcidae 348 2,94 Monomitopus agassizi 308 6,47 Bathynomus giganteus 191 3,76 Nezumia sp 277 2,34 Macrourus 275 5,76 Synagraps bellus 147 2,90 Serrivomer beanii 190 1,61 Plesionika sp1 124 2,59 Caelorinchus cf marinii 116 2,28 affinis 139 1,17 Conger oceanicus 97 2,04 Setarches guentheri 34 0,67 Acromycter cf atlanticus 80 0,67 Synagrops bellus 62 1,30 Dibranchus atlanticus 25 0,49 Polymetime thaeocoryla 52 0,44 Nephropsis aculeata 54 1,12 Etmopterus bigelowi 25 0,49 Euphausiacea 48 0,40 Peristedion truncatum 49 1,02

Albamar 1 Albamar 2

Número de Porcentagem Número de Porcentagem Espécies Indivíduos de Ocorrência Espécies Indivíduos de Ocorrência Macrouridae indet.1 7796 24,98 Neoscopelus macrolepidotus 15001 23,47 Neoscopelus macrolepidotus 6375 20,42 Monomitopus sp.1 8193 12,82 Monomitopus agassizi 2709 8,68 Synagrops bellus 7247 11,34 Synagrops bellus 2440 7,82 Caelorinchus marinii 5460 8,54 Trichiuridae 2111 6,76 Ventrifossa 3588 5,61 Etmopterus 1181 3,78 Gadella imberbis 3224 5,04 Dibranchus atlanticus 904 2,90 Caelorinchus 1862 2,91 Plesionika sp1 683 2,19 Illex argentinus 1527 2,39 Gadella imberbis 545 1,74 Dibranchus atlanticus 1526 2,39 Bathynomus 507 1,63 Polycheles sculptus 1337 2,09

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4.3. PADRÕES DA DIVERSIDADE DA CAPTURA INCIDENTAL DOS LANCES AMOSTRADOS

4.3.1. Descritores numéricos de estrutura

A Análise de Variância Unifatorial (ANOVA) detectou diferenças significativas (p<0,05) em pelo menos uma das médias das viagens de pesca considerando todos os descritores da estrutura da comunidade, a saber, abundância, riqueza, diversidade de Shannon-Wiener (H') e equitabilidade de Pielou (J’)) (Tabela 5).

Tabela 5. Valores de F e p obtidos através da análise de variância unifatorial (ANOVA) para os descritores numéricos de abundância (N), riqueza de espécie (S), equitabilidade de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Wiener (H’). Sendo aceito p> 0,05.

Abundância (N) Riqueza (S) Equitabilidade(J') Diversidade (H') F 33,279 105,838 33,279 40,688 P 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001

A riqueza de espécies (S) indicou diferenças significativas entre as viagens de pesca, sendo que a viagem Albamar 2 apresentou o maior número médio de espécies por lance entre as cinco viagens, enquanto que Kayar I e Mar Maria apresentaram os menores números de espécies (Figura 4). Estas duas viagens não diferiram em termos de riqueza (Tabela 6). A viagem realizada pelas embarcações Favaios, Mar Maria e Kayar apresentaram os menores valores de abundância por hora de arrasto em cada lance não se detectando diferenças significativas entre elas neste indicador (Figura 4, Tabela 6). Albamar 1 e Albamar 2 foram similares em abundância apresentando capturas superiores a 250 indivíduos por hora de arrasto em média (Tabela 6). As viagens estudadas das embarcações Albamar 1 e Albamar 2 possuíram a maior equitabilidade e consequentemente a menor dominância de espécies (Figura 4). Estas viagens tão pouco diferiram significativamente entre si, neste indicador (Tabela 6). Já Mar Maria, Kayar I, Favaios apresentaram indicadores médios similares e inferiores àqueles apresentados pelas viagens acima (Figura 4, Tabela 6). O índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) demonstrou que estatisticamente não existe diferença entre as embarcações Mar Maria e Kayar I, a mesma situação acontece com as embarcações Albamar 1 e Albamar 2 (Tabela 6). A maior diversidade de fauna

18 acompanhante foi encontrada nas duas viagens da embarcação Albamar. E a menor diversidades na embarcação Kayar I (Figura 4).

Tabela 6. Representatividade dos valores de p através do Teste de Tukey e suas respectivas médias para os descritores da estrutura da comunidade, Riqueza (S) (Tabela 6 A), Abundância (N) (Tabela 6 B), Equitabilidade de Pielou (J’) (Tabela 6 C) e Diversidade de Shannon-Wiener (H’) (Tabela 6 D) para cada viagem estudada. Valores de p em preto p>0,05 e valores de p em vermelho p<0,05. Mar Maria21= Mar Maria, KayarI6= Kayar I, Favaios8= Favaios, Albamar 8= Albamar 1 e Albamar 4,5= Albamar 2.

Figura 4. Médias de riqueza de espécies (S), abundância (N), equitabilidade de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Wiener (H’) plotadas para as cinco viagens de pesca em estudo. As barras verticais mostram o Erro Padrão calculado para cada média.

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Os resultados permitem generalizar que as viagens realizadas pela embarcação Albamar geraram captura não intencional mais abundante e mais rica em termos de diversidade. Mar Maria e Kayar também foram semelhantes em todos os indicadores, porém, com capturas menos abundantes e pouco diversas. A viagem realizada pela embarcação Favaios ocupou uma posição incerta, hora assemelhando-se a Mar Maria- Kayar, hora a Albamar. Cabe ressaltar, entretanto que esta viagem, apesar ter gerado capturas com baixo número de indivíduos por hora de arrasto, estas apresentaram consideravelmente diversas.

4.3.2. Similaridade, Agrupamento e ordenação dos lances amostrados

A análise de similaridade ANOSIN one-way apontou a existência de diferenças estatísticas nas composições de espécies das cinco viagens de pesca (valor global de R = 0,96 e p = 0,1%) (Tabela 7). Este resultado foi evidenciado também na análise de agrupamento (cluster) aglomerativo hierárquico que identificou a existência de cinco grupos, os quais correspondem às cinco viagens de pesca em estudo, considerando um nível de corte de 40% de similaridade (índice de Bray-Curtis) (Figura 5). Similarmente, a análise de ordenamento dos lances por escalonamento multidirecional MDS (stress= 0,11) através do índice de similaridadde de Bray-Curtis, representada no diagrama bidimensional (Figura 6), posicionou as cinco viagens em grupos diferenciáveis e evidenciou que estas viagens foram diferentes quanto a composição da captura, o que também coincidiu com os resultados anteriores. Pode-se notar, no entanto que em ambas as análises de agrupamento- ordenamento as viagens realizadas pela embarcação Albamar são mais similares entre si e mais distantes das demais viagens.

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Figura 5. Dendograma realizado por meio do índice de similaridade de Bray-Curtis para os lances amostrados das cinco viagens de pesca de arrasto no talude do Sudeste-Sul doBrasil. 21

Figura 6. Resultado da análise de escalonamento multidimensional (MDS) realizada por meio do índice de similaridade de Bray-Curtis para os lances amostrados das cinco viagens de pesca de arrasto do talude do Sudeste-Sul do Brasil.

Tabela 7. Valores de R estatístico e grau de significância (p) obtidos através da análise de similaridade (ANOSIM) para as cinco viagens de pesca de arrasto do talude Sudeste-Sul do Brasil.

R Global = 0,96 Grupos R p % Permutações Mar Maria, Kayar I 0,817 0,1 999 Mar Maria, Favaios 0,834 0,1 999 Mar Maria, Albamar 1 0,887 0,1 999 Mar Maria, Albamar 2 0,975 0,1 999 Kayar I, Favaios 0,919 0,1 999 Kayar I, Albamar 1 0,945 0,1 999 Kayar I, Albamar 2 0,99 0,1 999 Favaios, Albamar 1 1 0,1 999 Favaios, Albamar 2 0,993 0,1 999 Albamar 1, Albamar 2 0,979 0,1 999

A análise dos percentuais de contribuição dos táxons na similaridade (SIMPER) aplicada as cinco viagens de pesca demonstrou para a embarcação Mar Maria um domínio maior do teleósteo Neoscopelus sp (34,21%). Para esta mesma viagem, mais sete espécies contribuíram para uma similaridade média de 34,19 (Tabela 8). Já para a embarcação Kayar

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I, dentre cinco espécies, Xenodermycthis copei (44,51%) foi a que mais contribuiu para a similaridade média de 37,47 (Tabela 8). Com relação a Favaios, treze espécies contribuíram para uma similaridae média de 56,34, sendo Neoscopelus macrolepidotus a espécie que maior contribuiu (24,72%) (Tabela 8). No cruzeiro de pesca Albamar 1, a espécie de peixe “Macrouridae indet 1” foi o que mais contribuiu (25,02%) dentre as 13 espécies para a similaridade média de 52,24 (Tabela 8). Em Albamar 2, dezenove espécies contribuíram para uma similaridade média de 47,53, dentre elas, a espécie Monomitopus sp1 foi a que deu maior contribuição (14,45%) (Tabela 8) apesar de possuir uma menor abundância média (5,58) em relação a Neoscopelus macrolepidotus (5,86). As dissimilaridades médias se mostraram bastante altas em todas as dez permutações resultantes entre as cinco viagens de pesca. Isto por que um elevado número de taxa apareceram apenas em uma das viagens. Nas viagens Mar Maria & Kayar I, as espécies Xenodermycthis copei, Neoscopelus sp e Diaphus sp foram as que mais contribuíram (17,41%, 14,87% e 12,57% respectivamente em um total de 44,85%) para 96,00 de dissimilaridade média. Esta alta dissimilaridade ocorreu devido a existência de Xenodermycthis copei e Diaphus sp somente na embarcação Kayar I e a mesma coisa aconteceu com Neoscopelus sp que somente apareceu em Mar Maria (Apêndice II). Em Mar Maria & Favaios, as maiores contribuições foram de Neoscopelus macrolepidotus (14,83%) e Neoscopelus sp (11,83%) para uma dissimilaridade média de 90,21. Esse valor se deu devido a ocorrência de Neoscopelus macrolepidotus somente em Favaios e de Neoscopelus sp somente em Mar Maria (Apêndice II). Este resultado é incerto, entetanto, uma vez que Neoscopelus sp. não pode ser identificado ao nível de espécie devido ao mau estado de conservação dos exemplares trazidos para análise. Desta forma não se exclui a hipótese de que seja de fato N. macrolepidotus. Já em Kayar I & Favaios, as espécies de maior contribuição foram Neoscopelus macrolepidotus (13,00%) e Xenodermycthis copei (12,55%) que somam juntas um valor de 25,55% para uma dissimilaridade média de 98,69. Sendo que a primeira espécie ocorre unicamente em Favaios e a segunda em Kayar I (Apêndice II). Nos cruzeiros Mar Maria & Albamar 1a espécie que mais contribuiu para uma dissimilaridade média de 95,98 foi Macrouridae indet 1 (13,21%) que apareceu exclusivamente em Albamar 1 (Apêndice II). A dissimilaridade média de 99,99 foi obtida pela dupla Kayar I & Albamar 1 sendo a espécie que possui maior responsabilidade por essa alta dissimilaridade Macrouridae indet. 1, Monomitopus agassizi e Xenodermycthis copei que juntas somam um total de 26,62% na

23 dissimilaridade. As duas primeiras espécies ocorreram unicamente em Albamar 1e a terceira apenas em Kayar I (Apêndice II). Já Favaios & Albamar 1-viagem 8 obtiveram um valor de 93,84 de dissimilaridade média. As espécies que mais contribuiram para isso foram Macrouridae indet 1, Monomitopus agassizi, Trichiuridae e Neoscopelus macrolepidotus em um total de 31,55%. As três primeiras vieram apenas nos lances de arrasto de Albamar 1 e a última exclusivamente em Favaios (Apêndice II). As embarcações Mar Maria & Albamar 2 mostraram uma média de dissimilaridade de 92,25. As espécies que mais contribuíram para esse valor foram Neoscopelus macrolepidotus (8,00%), Monomitopus sp1 (7,79%) Neoscopelus sp (6,51%), em um total de 22,31% no valor de dissimilaridade. Neoscopelus macrolepidotus e Monomitopus sp1 revelaram-se singularmente em Albamar 2 e Neoscopelus sp apenas em Mar Maria (Apêndice II). Kayar I & Albamar 2 apresentaram uma média de dissimilaridade de 99,36. Sendo as espécies que deram suas maiores contribuições foram Neoscopelus macrolepidotus, Xenodermycthis copei, e Monomitopus sp1 (7,22%, 7,08% e 7,03% ) respectivamente, em um total de 21,32%). Neoscopelus macrolepidotus e Monomitopus sp1 não ocorrem em Kayar e Xenodermycthis copei ocorre (Apêndice II). A dissmilaridade média de 83,06 foi mostrada pelas embarcações Favaios & Albamar 2. As maiores contribuições foram das espécies Monomitopus sp1, Neoscopelus macrolepidotus e Synagrops bellus que revelaram um total de 18,93%. As três espécies ocorreram predominantemente em Albamar 2 (Apêndice II). E finalmente as embarcações Albamar 1 e Albamar 2 obtiveram uma dissimilaridade média de 86,39. As espécies que ofereceram maiores contribuições foram Macrouridae indet 1, Monomitopus agassizi e Neoscopelus macrolepidotus somando um total de 20,22% da dissimilaridade. As duas primeiras espécies revelaram-se unicamente em Albamar 1 e a última exclusivamente em Albamar 2 (Apêndice II).

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Tabela 8. Contribuições das espécies para as similaridades nas viagens Mar Maria, Kayar I, Favaios, Albamar 1 e Albamer 2. Valores obtidos através da rotina SIMPER (90% de similaridade) do aplicativo PRIMER 6.0. AM = Abundância Média e C% = contribuição que é dada em (%).

Mar Maria Kayar I Favaios Albamar 1 Albamar 2 Similaridade média: 34,19 Similaridade média: 37,47 Similaridade média: 56,34 Similaridade média: 52,24 Similaridade média: 47,53

Espécies AM C% Espécies AM C% Espécies AM C% Espécies AM C% Espécies AM C% Neoscopelus Neoscopelus sp 4,15 34,21 Xenodermycthis copei 6,05 44,51 macrolepidotus 5,53 24,76 Macrouridae indet.1 10,41 25,02 Monomitopus sp1 5,58 14,45 Ventrifossa mucocephalus Malacocephalus Neoscopelus e macropogom 1,48 16,65 Diaphus sp 4,72 25,71 laevis 2,64 15,34 Monomitopus agassizi 6,68 14,39 macrolepidotus 5,86 9,7 Monomitopus agassizi 1,49 14,51 Nezumia sp. 1,28 7,51 Macrourus 1,89 9,12 Trichiuridae 5,55 11,23 Gadella imberbis 3,31 7,6 Monomitopus Gadella imberbis 1,04 9,86 Zoarcidae 1,42 7,47 agassizi 1,98 8,83 Synagrops bellus 5,19 7,52 Synagrops bellus 4,13 6,7 Diabranchus Bathynomus giganteus 0,91 7,77 Serrivomer beanii 1,02 5,35 atlanticus 1,93 7,53 Synaphobranchidae 5,19 7,52 Ventrifossa 3,28 6,6 Chondrichthyes Caelorinchus Coelorinchus cf. marinii 0,84 5,49 indet1 0,91 4,99 Etmopterus 3,71 7,23 marinii 3,63 6,42 Nephropsis Etmopterus bigelowi 0,31 2,45 aculeata 0,84 4,2 Gadella imberbis 2,38 3,52 Caelorinchus 2,41 5,01 Bathynomus Conger oceanicus 1 3,63 Bathynomus 2,24 3,41 giganteus 2,06 4,97 Diabranchus Munida valida 0,7 3,32 Diabranchus atlanticus 2,73 2,9 atlanticus 2,11 4,42 Peristedion truncatum 0,68 2,47 Chaceon ramosae 1,59 2,3 Polycheles sculptus 2 3,94 Nephropsis Gadella imberbis 0,66 2,11 Urophycis cirrata 1,71 2,14 aculeata 1,81 3,34 Histiobranchus 0,56 2,02 Actinopterygii indet1 1,7 2,14 Etmopterus 2 1,57 3,22 Plesionika sp1 0,87 1,94 Nephropsis aculeata 1,39 1,16 Illex argentinus 1,85 2,81 Chaceon ramosae 1,44 2,36 Hymenocephalus 1,33 2,2 Munida valida 1,43 2,15 Gurgesiella dorsalifera 1,07 1,73 Caryophyllia 1,1 1,37

Histioteuthis 2 0,92 1,11

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5. DISCUSSÃO

Pereira (2009) registrou a presença de 135 espécies e 99.895 indivíduos na captura não intencional das viagens Favaios, Albamar 1 e 2. A inclusão de duas viagens ao conjunto previamente estudado modificou este quadro, aumentando para 163 espécies e 116.797 indivíduos capturados distribuídos entre os grupos Cnidária, Echinodermata, Crustacea, Mollusca e Pisces . A despeito desta modificação, destaca-se a marcante superioridade dos peixes ósseos na fauna capturada não-intencionalmente em todas as viagens. Adicionalmente pode-se notar que dentre as 20 espécies de peixe mais frequentemente registradas nestas viagens, 13 foram consideradas de hábitos bento-pelágicos, 4 meso- batipelágicas, 2 demersais e 1 bentônico, de acordo com Costa et al., (2005), Bernardes et al., (2005). Este fato evidencia a vulnerabilidade de organismos bento-pelágicos às redes utilizadas para a captura dos camarões de profundidade. Sabe-se que, ao contrário das espécies costeiras, estes camarões têm hábitos nadadores (Dallagnolo 2008) sendo mais vulneráveis a redes de arrasto que se aprofundam pouco no sedimento. Isso também pode dar suporte (a) a modesta presença de outros crustáceos e outros grupos da macrofauna bentônica, possivelmente mais vinculados ao sedimento que os camarões aristeideos e (b) a presença de componentes da fauna meso e bati-pelágica. Costa et al., (2005) no levantamento com redes de arrasto também reportaram uma pequena presença de crustáceos e outros invertebrados no talude da região central da costa brasileira. Os peixes mais numerosos nas capturas não intencionais foram dois Myctophiformes (Neoscopelus macrolepidotus e Diaphus sp.), um Ophidiformes (Monomitopus agassizi), um (Synagrops bellus), um Gadiforme macrurídeo (não identificado) e um Osmeriformes (Xenodermichthys copei) (Figueiredo et al., 1980). Em contradição com o presente trabalho que mostrou a espécie Neoscopelus macrolepdotus uma das mais capturadas em três das cinco embarcações (podendo ter ocorrido em quatro), o levantamento feito por Bernardes et al., (2005) no talude da região Sudeste Sul do Brasil, apresentou uma inexpressiva captura desta mesma espécie. Isso sugere que esta espécie pode estar distribuída em grandes concentrações nas áreas de captura dos camarões-de-profundidade na costa sudeste e sul do Brasil e/ou ser particularmente vulnerável às operações de pesca de camarões-de-profundidade. Levando a crer que a atividade de pesca nesta região estaria removendo grandes concentrações deste organismo o que poderia representar um impacto populacional regionalmente mais significativo.

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A viagem da embarcação Kayar I foi a mais peculiar dentre todas as viagens. Ela foi a única com lances concentrados nas montanhas submarinas da cadeia Vitória –Trindade, um ambiente muito diferente das demais áreas de pesca utilizadas pelas outras viagens. Os lances de Kayar I capturaram um maior número de indivíduos das espécies Diaphus sp e Xenodermycthis copei os quais raramente apareceram nas outras viagens de pesca estudadas, contribuindo para uma alta dissimilaridade média entre esta viagem e as outras quatro viagens. O gênero Diaphus pertence a família Myctophidae, considerada a mais comum entre os peixes oceânicos pelágicos (Weitzman 1997). Este gênero segundo Braga et al. (2007) é o mais numeroso de sua família. Devido, talvez, a falta de cuidado no armazenamento a bordo deste organismo não se pode, neste trabalho, chegar a um nível de espécie. Braga et al., (2007) em seu estudo na Cadeia Vitória-Trindade capturaram pelo menos oito espécies do gênero Diaphus. Corroborando para sua alta representatividade em Kayar I. Segundo estes mesmos autores esta alta diversidade de mictofídeos na Cadeia, sugere que a comunidade mesopelágica presente nestes bancos beneficia-se da maior disponibilidade de presas resultante do aumento das produções primária e secundária, em resposta a alterações de fluxos geradas pela topografia local . Diferentes tipos de feições representam obstáculo capaz de gerar vórtices, meandros e ressurgências (Nguyen & Verron,1996; Beckman & Haidvogel, 1997; Rissik et al., 1997 apud Braga et al., 2007) causando um aumento localizado na concentração de zooplancton (Suthers, 1996; Heywood et al., 1991 apud Braga et al., 2007). Diferentemente da alta diversidade de Diaphus, Xenodermycthis copei não foi encontrada no trabalho citado acima, mas foi capturado nos levantamentos do programa REVIZEE com o uso de redes de arrasto e de meia água e de fundo no Sudeste e Sul do Brasil. Esta é uma espécie meso e bati-pelágica comum na região de talude de todo o mundo. As viagens analisadas não diferiram no que se refere à duração dos lances e no período do dia em que estes foram realizados. A grande maioria dos lances amostrados foram realizados durante o dia eliminando a hipótese de dissimilaridades entre viagens e lances de pesca possa resultar de migrações verticais diárias que segundo Ohman & Frost, (1983) podem ser consideradas mecanismos de escape à predação. Por outro lado, as redes utilizadas diferiram quanto ao tamanho de malha no ensacador, o que pode ser um dos responsáveis pela captura de um maior ou menor número de indivíduos, já que malhas de maior tamanho permitem o escape de um maior número de organismos de menor tamanho (D’onghia et al., 2003). Neste estudo, esta influência foi pouco consistente como observado ao se comparar a abundância da captura não intencional gerada pelas viagens Mar Maria, Kayar I, Favaios e Albamar 1. Estas viagens apresentaram um número similar de lances amostrados e uma diferença na abundância de indivíduos capturados

27 incidentalmente. As maiores abundâncias foram verificados para a viagem Albamar 1, a qual utilizou tamanho de malha menor (50 mm). Porém, contrastando com esta afirmativa, Kayar I possuía juntamente com a viagem Albamar 1 a menor malha (50 mm) no ensacador da rede de arrasto. Pereira (2009) chamou a atenção para as diferenças encontradas nos padrões de diversidade entre as viagens (Albamar 1 e 2 e Favaios), considerando que as mesmas diferiram pouco em termos de cobertura espacial e temporal. Neste trabalho foram adicionadas mais duas viagens (Mar Maria e Kayar I) com características algo diferentes das primeiras. Uma análise geral permite identificar que a maioria das viagens durou entre 40 – 60 dias, sendo que Albamar 2 destoou deste padrão permanecendo 101 dias nas áreas de pesca. Estas viagens tiveram pequenas sobreposições temporais no período 2005-2006, com destaque para Favaios e Albamar 1 operando no verão de 2006 e Albamar 2 e Mar Maria no inverno de 2005 e 2006, respectivamente. Favaios, Albamar 1 e Albamar 2 tiveram as maiores sobreposições latitudinais (~20ºS – 30ºS), sendo que Mar Maria estendeu sua atuação mais ao sul e Kayar operou principalmente ao norte dessa faixa latitudinal. Em termos batimétricos, as áreas de pesca se concentraram em uma estreita faixa com amplitude de aproximadamente 90-100m, entre 650 – 760 m. Mar Maria operou numa amplitude ainda menor (~34 m) e Albamar 2 operou até 787 m. Finalmente Albamar 2, foi a viagem com o maior número de lances amostrados o que pode ter corroborado com o fato de possuir a maior diversidade e riqueza em número de espécies. Isto foi mencionado por Haimovici et al. (2007), em um estudo recente realizado em águas profundas da região Sudeste-Sul do Brasil onde levantou-se a hipótese de que um maior número de lances amostrados permite a captura de um maior número de organismos, possibilitando assim, que mais espécies sejam capturadas. Apesar de diferirem no período do ano, duração da viagem e número de lances amostrados Albamar 1 e 2 mostraram-se semelhantes em todos os indicadores de diversidade e abundância analisados. As viagens coincidem em amplitude latitudinal e batimétrica, fatores que devem contribuir para essa semelhança. Mas é possível que o fato de se tratar da mesma embarcação, com padrões de operação de pesca e de configuração da rede homogêneos, também influencie nesse resultado. Da mesma forma as viagens Mar Maria e Kayar I foram sempre similares, porém com menor abundância e diversidade. Estas viagens ocorreram no inverno de anos diferentes sem sobreposição latitudinal e Mar Maria operou num intervalo batimétrico menos amplo e mais profundo. Ambas as viagens, por outro lado, tiveram um número semelhante e moderado (18-20) lances amostrados. As cinco viagens mostraram-se altamente dissimilares em termos de diversidade. A análise detalhada desse resultado, indica que o mesmo decorre da freqüente ocorrência de

28 espécies exclusivas em cada viagem. No momento a causa dessa ocorrência é pouco clara, porém pode-se enumerar um conjunto de hipóteses plausíveis. Inicialmente podem-se destacar os problemas na identificação dos taxa, que fizeram com que taxas indefinidos como Neoscopelus sp, Monomitopus sp.1, Caelorinchus e Ventrifossa, dentre outros, sejam interpretados pela análise multivariada como um taxa diferente dos demais. Caso isso não seja verdade espécies possivelmente comuns as duas viagens deixam de ser elementos de dissimilaridade e sim de similaridade. Outro fator a ser considerado é a possível interferência de espécies “raras” ou pouco comuns nas amostras das capturas não-intencionais. Esta interferência poderia ser relacionada a um número insuficiente de lances amostrados como já apontado por Pereira (2009). Nesse caso viagens pouco amostradas em áreas e épocas similares teriam grandes chances de apresentar espécies “raras” diferentes. Um efeito similar poderia ser atribuído ao processo de amostragem a bordo, sobretudo, envolvendo a possibilidade de alguns observadores negligenciarem espécies “raras” presentes nas capturas por serem difíceis de ver e conseqüentemente de amostrar. Ainda que possível, este fator parece pouco consistente para explicar a comparação entre algumas viagens onde a grande maioria das espécies foi exclusiva. No entanto cabe ressaltar que as análises estatísticas realizadas neste estudo tendem a ser sensíveis ao efeito de espécies, destacando-se o caso, por exemplo, do índice de diversidade de Shannon-Wiener que atribui um peso maior a espécie raras (Odum, 1983), assim como também o faz a transformação raiz quadrática no índice de similaridade de Bray-Curtis (Clarke & Warwick,1994). Por último deve se considerar que as diferenças identificadas nos padrões de diversidade na captura não–intencional entre as viagens possa derivar da variabilidade da estrutura das comunidades habitando o talude Sudeste-Sul do Brasil. Com exceção de Kayar I, os fundos de pesca foram os mesmos entre as viagens. Isso implicaria (a) na existência de associações heterogêneas de peixes vivendo no talude juntamente com os camarões de profundidade que podem ser preferencialmente impactadas em algumas viagens, e/ou (b) na variabilidade sazonal dessas associações, ambas as hipóteses sendo pouco fundamentadas no momento. Em contraste, Kayar I poderia ser explicada pelos padrões naturais de distribuição das comunidades bento-pelágicas no Sudeste-Sul do Brasil uma vez que atuou ao norte das demais viagens, em latitudes onde se caracteriza uma transição faunística Norte-Sul. Adicionalmente, foram registrados lances sobre montanhas submarinas, que podem apresentar misturas entre a fauna bento-pelágica e meso- batipelágicas (Braga, et. al., 2007). Pouco se sabe sobre as características populacionais de organismos de regiões profundas (Merrett & Haedrich 1997) e como estes se comportam em relação às perdas

29 geradas pelas pescarias. Por outro lado, bastante esforço tem sido direcionado a determinação do número de espécies presentes e abundância das mesmas, em ambientes profundos (Powell et al., 2003; Costa et al., 2007; Sànchez et al., 2004). A partir dos resultados obtidos no presente trabalho espera-se que pesquisas futuras possam ser realizados visando o estudo de um número maior de viagens, análises que priorizem as espécies comuns e uma reanálise das planilhas quanto a identificação deixando-a em um maior nível taxonômico para que se possa melhor conhecer a diversidade da fauna acompanhante dos camarões de profundidade presente no talude Sudeste-Sul do Brasil para que possa haver um maior manejo ecossistêmico destes organismos nessas áreas de pesca.

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6. CONCLUSÃO

A pesca de arrasto direcionada aos camarões de profundidade no talude inferior do Sudeste e sul do Brasil produz uma fauna acompanhante abundante e diversa, amplamente dominada por peixes ósseos de hábitos bento-pelágicos.

Os padrões de diversidade revelados dentro de cinco viagens de pesca foram sensíveis à dificuldade de identificação dos taxa e aos procedimentos amostrais, particularmente ao efeito de espécies raras, derivados de um baixo esforço amostral e/ou amostragem deficiente da captura não-intencional de cada lance de pesca.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APÊNDICE I

Inventário com as espécies de organismos dos filos Cnidaria, Echinodermata, Arthropoda, Mollusca e Chordata identificadas no material analisado proveniente das cinco viagens de pesca em estudo, referentes às embarcações Favaios, Albamar, Mar Maria e Kayar I. É representada (x) a ocorrência das espécies em cada uma das viagens de pesca.

Cruzeiros de Pesca MAR FILO CLASSE ORDEM FAMILIA ESPÉCIE FAVAIOS ALBAMAR MARIA KAYAR Viagem Viagem 8 Viagem 8 4,5 Viagem 21 Viagem 6

Cnidaria

Cnidaria indet. X

Anthozoa

Actiniaria

Actiniaria indet.1 X

Hexacorallia

Scleractinia

Flabellidae

Flabellum sp.1 X

Flabellum apertum X

Caryophylliidae

Caryophyllia sp.1 X

Dendrophylliidae

Enallopsammia sp.1 X Echinodermata

Stelleroidea

Stelleroidea indet.1 X

36

Stelleroidea indet.2 X

Stelleroidea indet.3 X

Stelleroidea indet.4 X

Stelleroidea indet.5 X

Paxillosida

Astropectinidae

Astropectinidae indet.1 X

Astropectinidae indet.2 X

Valvatida

Goniasteridae

Ceramaster patagonicus X X

Spinulosida

Echinasteridae

Echinasteridae indet.1 X

Cidaroida

Cidaridae

Stylocidaris affinis X

Arthropoda

Malacostraca

Stomatopoda

Bathysquillidae

Bathysquilla microps X X X

Lusiosquillidae

Lysiosquilla scabricauda X

Isopoda

Cirolanidae

Bathynomus giganteus X X X

Bathynomus sp.1 X

37

Serolidae

não identificado X

Euphausiacea

Euphausiacea indet.1 X X X

Decapoda

Decapoda indet.1 X

Decapoda indet.2 X

Decapoda indet.3 X

não identificado X

Polychelidae Polycheles sculptus X

Nephropidae

Nephropsis aculeata X X X

Galatheidae

Munida valida X X X

Munidopsis sp.1 X

Munidopsis sp.2 X

Polychelidae

Polycheles sculptus X X X

Pandalidae

Plesionika sp.1 X X X

Heterocarpus sp.1 X

Pasiphaeidae

Pasiphaea sp.2 X X

Pasiphaeidae indet.1 X

Pasiphaea sp.1 X

Pasiphaeidae indet.2 X

Lithodidae

Paralomis sp.1 X

38

Lithodes sp.1 X

Lithodes sp.2 X

Geryonidae

Chaceon ramosae X X

Goneplacidae

Bathyplax typhla X X

Penaeidae

Penaeidae indet.1 X

Glyphocrangonidae

Glyphocrangon sp.1 X

Benthesicymidae

Benthesicymus bartletti X

Majidae

Majidae indet.1 X Mollusca

Cephalopoda

Cephalopoda indet.1 X

Teuthida

Lepidoteuthidae

Pholidoteuthis adami X X X

Histioteuthidae

Histioteuthis sp.1 X

Histioteuthis corona X

Histioteuthis sp.2 X

Hoplostetus arcturi X

Ommastrephidae

Illex argentinus X X

Ommastrephes bartramii X

Onychoteuthidae

39

Moroteuthis sp.1 X

Octopodida

Octopodidae

Benthoctopus oregonae X X

Vosseledone charrua X Chordata

Chondrichthyes

Chondrichthyes indet.1 X

Chimaeriformes

Chimaeridae

Hydrolagus sp.1 X

Hydrolagus sp.2 X

Hydrolagus matallanasi X

Carcharhiniformes

Scyliorhinidae

Scyliorhinus haeckelii X

Galeus mincaronei X X

Schroederichthys saurisqualus X

Galeus sp.1 X

Apristurus parvipinnis X

Apristurus sp X

Squaliformes

Etmopteridae

Etmopterus sp.1 X

Etmopterus sp.2 X

Etmopterus lucifer X

Etmopterus bigelowi X

Torpediniformes

Torpedinidae

40

Torpedo sp.1 X

Rajiformes

Rajidae

Breviraja sp.1 X

Gurgesiella dorsalifera X X X

Dipturus sp.1 X

Dipturus sp.2 X

Actinopterygii

Actinopterygii indet.1 X

Albuliformes

Halosauridae

Aldrovandia affinis X

Anguilliformes

Synaphobranchidae

Histiobranchus sp.1 X

Synaphobranchidae indet.1 X

Synaphobranchidae indet.2 X

Synaphobranchus sp.1 X

Synaphobrancus affinis X X

Nettastomatidae

Nettastoma melanura X X X

Nettastoma sp.1 X

Congridae

Conger oceanicus X

Acromycter perturbador ou atlanticus X

Ophictidae

Serrivomer beanii X

Stomiiformes

Stomiidae

41

Astronesthes macropogon X X

Aristostomias lunifer X

Stomias affinis X

Gonostomatidae

Gonostoma sp.1 X

Stomiidae

Stomias sp.1 X

Phosichthyidae

Phosichthyidae indet.1 X

Aulopiformes

Ipnopidae

Bathypterois viridensis X X

Chlorophthalmidae

Parasudis truculenta X

Chlorophthalmus sp.1 X

Chlorophthalmus agassizi X

Paralepididae

Paralepididae indet.1 X

Synodontidae

Saurida caribbaea X

Myctophiformes

Neoscopelidae

Neoscopelus macrolepidotus X X X X

Neoscopelus sp

Myctophidae Diaphus sp X

Polymixiiformes

Polymixiidae

42

Polymixia lowei X X X

Polymyxia nobilis X

Gadiformes

Moridae

Gadella imberbis X X X X

Macrouridae

Macrourus sp.1 X

Malacocephalus laevis X

Macrouridae indet.1 X

Hymenocephalus sp.1 X

Ventrifossa sp.1 X

Caelorinchus marinii X X

Caelorinchus sp.1 X

Ventrifossa mucocephalus X

Ventrifossa macropogon X

não identificado X

Sphagemacrurus grenadae X

Merlucciidae

Merluccius hubbsi X X

Macruronus magellanicus X

Phycidae

Urophycis cirrata X X X

Ophidiiformes

Ophidiidae

Monomitopus agassizi X X X X

Monomitopus sp.1 X

Luciobrotula brasiliensis X

Lophiiformes

Lophiiformes indet.1 X

43

Ogcocephalidae

Dibranchus atlanticus X X X X

Beryciformes

Trachichthyidae

Hoplostethus occidentalis X

Berycidae

Beryx splendens X X X

Beryx decadactylus X

Diretmidae

Diretmoides sp.1 X

Zeiformes

Oreosomatidae

Allocyttus verrucosus X X X X

Scorpaeniformes

Scorpaenidae

Setarches guentheri X X X X

Helicolenus sp.1 X

Peristediidae

Peristedion truncatum X

Peristedion sp.1 X

Peristedion sp.2 X

Peristedion sp.3 X

Peristedion ecuadorense X

Perciformes

Nomeidae

Psenes cyanophrys X

Cubiceps sp.1 X

Cubiceps capensis X

Acropomatidae

44

Synagrops bellus X X X X

Gempylidae

Promethichthys prometheus X X

Ruvettus pretiosus X

Bramidae

Brama caribbea X X X

Trichiuridae

Trichiuridae indet.1 X

Trichiuridae indet.2 X

Zoarcidae

Zoarcidae indet.1 X

Zoarcidae indet.2 X

Zoarces sp.1 X

sp indet. 3-Bernades et al,2005 X

sp indert. X

Epigonidae

Epigonus macrops X

Percophidae

Bembrops sp.1 X

Pleuronectiformes

Bothidae

Monolene atrimana X

Monolene antillarum X

Chascanopseta lugubris X

Tetraodontiformes

Monacanthidae

Aluterus monocerus X

Diodontidae

Diodon holocantus X

45

Osmeriformes

Alepocephalidae

Xenodermycthis copei X X

46

APÊNDICE II

Dissimilaridades obtidas através da rotina SIMPER do softwere PRIMER 6.0 para as cinco embarcaçãoes estudadas.

Mar Maria- 21 & Kayar I- 6

Dissimilaridade Média = 96,00

Mar Maria- 21 Kayar I- 6 Abund. Dissim.por desvio Contrib. Contrib.acumul. Espécies Abund.média média Dissim.média padão % % Xenodermycthis copei 0,98 6,05 16,72 1,34 17,41 17,41 Neoscopelus sp 4,61 0 14,27 1,12 14,87 32,28 Diaphus sp 0 4,72 12,07 0,99 12,57 44,85 Monomitopus agassizi 1,65 0,77 5,83 1,19 6,07 50,93 Ventrifossa mucocephalus e macropogom 1,65 0 5,26 1,48 5,48 56,41 Zoarcidae 0 1,42 3,84 1,01 4 60,41 Gadella imberbis 1,16 0 3,77 1,12 3,92 64,33 Nezumia sp. 0 1,28 3,57 1,07 3,72 68,05 Bathynomus giganteus 1,02 0 3,22 1,04 3,35 71,4 Serrivomer beanii 0 1,02 2,99 0,87 3,11 74,52 Coelorinchus cf. marinii 0,93 0 2,85 0,93 2,97 77,49 Stomias affinis 0 0,82 2,4 0,75 2,5 79,99 Acromycter cf. atlanticus 0 0,56 1,76 0,45 1,83 81,82 Synagrops bellus 0,56 0 1,74 0,53 1,81 83,63 Peristedion ecuadorense 0,6 0 1,62 0,48 1,69 85,32

47

Euphausiacea 0 0,45 1,35 0,69 1,41 86,73 Diabranchus atlanticus 0,38 0 1,17 0,85 1,22 87,95 Etmopterus bigelowi 0,35 0 1,12 0,97 1,17 89,12 Decapoda 0 0,35 1,12 0,41 1,16 90,28

Mar Maria- 21 & Favaios- 8 Dissimilaridade Média = 90,21

Mar Maria- 21 Favaios- 8 Dissim. por desvio Contrib. Comtrib. Acumul. Espécies Abund.média Abund.média Dissim.média padão % % Neoscopelus macrolepidotus 0 5,53 13,38 1,64 14,83 14,83 Neoscopelus sp 4,61 0 10,67 1,21 11,83 26,66 Malacocephalus laevis 0 2,64 6,35 3,81 7,04 33,69 Macrourus 0 1,89 4,54 1,91 5,04 38,73 Diabranchus atlanticus 0,38 1,93 3,99 1,44 4,42 43,16 Ventrifossa mucocephalus e macropogom 1,65 0 3,89 1,74 4,32 47,47 Monomitopus agassizi 1,65 1,98 3,26 1,15 3,62 51,09 Gadella imberbis 1,16 0 2,77 1,26 3,07 54,16 Conger oceanicus 0 1 2,39 1,24 2,64 56,81 Chondrichthyes indet1 0 0,91 2,2 2,93 2,44 59,24 Coelorinchus cf. marinii 0,93 0 2,14 1 2,37 61,61 Synagrops bellus 0,56 0,64 2,05 0,87 2,27 63,88 Plesionika sp1 0 0,87 2,02 0,79 2,24 66,12 Nephropsis aculeata 0 0,84 2,01 2,24 2,22 68,34

48

Bathynomus giganteus 1,02 0,43 1,99 1,13 2,2 70,55 Xenodermycthis copei 0,98 0 1,95 0,35 2,16 72,71 Munida valida 0 0,7 1,66 2,14 1,84 74,54 Peristedion truncatum 0 0,68 1,6 1,33 1,78 76,32 Gadella imberbis 0 0,66 1,56 1,15 1,73 78,05 Histiobranchus 0 0,56 1,38 1,18 1,54 79,59 Peristedion ecuadorense 0,6 0 1,26 0,49 1,4 82,4 Polycheles sculptus 0,18 0,54 1,2 1,14 1,33 83,73 Nettastoma melanura 0 0,47 1,09 1,08 1,21 84,94 Setarches guentherii 0,27 0,25 0,95 0,73 1,05 85,99 Etmopterus bigelowi 0,35 0 0,83 1,05 0,92 86,91 Chondrichthyes indet4 0 0,29 0,7 0,75 0,77 87,68 Bathysquilla microps 0 0,26 0,6 1,03 0,67 88,35 Gurgesiella dorsalifera 0,25 0 0,56 0,97 0,62 88,97 Concha indet 0 0,22 0,55 0,36 0,61 89,58 Decapoda 1 0 0,22 0,54 0,54 0,6 90,18

Mar Maria- 21 & Albamar 1- viagem 8 Dissimilaridade Média = 95,98

Mar Maria- Albamar- viagem 21 8 Abund. Dissim.por desvio Contrib. Comtrib. Acumul. Espécies Média Abund.média Dissim.média padão % % Macrouridae indet. 1 0 10,41 12,68 2,48 13,21 13,21 Monomitopus americanus 0 6,68 7,87 2,84 8,2 21,41 Trichiuridae 0 5,55 6,72 2,01 7 28,41 49

Synaphobranchidae 0 5,19 5,65 1,57 5,88 34,29 Neoscopelus sp 4,61 0 5,44 1,15 5,67 39,96 Synagrops bellus 0,56 5,19 5,27 1,52 5,49 45,45 Etmopterus 0 3,71 4,41 1,96 4,6 50,05 Diabranchus atlanticus 0,38 2,73 2,95 1,08 3,07 53,12 Bathynomus 0 2,24 2,54 1,43 2,64 55,77 Actinopterygii indet1 0 1,7 2,17 0,96 2,26 58,03 Gadella imberbis 1,16 2,38 2,16 1,57 2,25 60,28 Monomitopus agassizi 1,65 0 1,98 1,31 2,06 62,34 Ventrifossa mucocephalus e macropogom 1,65 0 1,97 1,64 2,05 64,39 Urophycis cirrata 0 1,71 1,91 1,17 1,99 66,38 Chaceon ramosae 0 1,59 1,84 1,26 1,92 68,3 Plesionika sp1 0 1,72 1,84 0,64 1,92 70,22 Munida valida 0 1,37 1,48 0,61 1,54 71,76 Nephropsis aculeata 0 1,39 1,47 0,82 1,53 73,29 Illex argentinus 0 1,28 1,37 0,66 1,43 74,72 Histioteuthis corona 0 1,18 1,36 0,87 1,42 76,14 Flabellum 0 1,22 1,34 0,61 1,4 77,54 Pholidoteuthis adami 0 1,14 1,24 0,81 1,3 78,83 Hydrolagus matallanasi 0 1,14 1,24 0,81 1,3 80,13 Bathynomus giganteus 1,02 0 1,21 1,11 1,26 81,39 Gurgesiella dorsalifera 0,25 1 1,14 1 1,19 82,58 Coelorinchus cf. marinii 0,93 0 1,1 0,97 1,14 83,72 Xenodermycthis copei 0,98 0 1,07 0,35 1,11 84,83 Cephalopoda indet2 0 0,66 0,89 0,38 0,93 85,76 Polycheles sculptus 0,18 0,71 0,86 0,56 0,89 86,66 Peristedion 0 0,67 0,82 0,56 0,86 87,51 Chlorophthalmus 0 0,58 0,8 0,63 0,84 88,35 50

Setarches guentherii 0,27 0,48 0,7 0,73 0,73 89,08 Peristedion ecuadorense 0,6 0 0,68 0,48 0,7 89,78 Penaeidae 0 0,71 0,67 0,36 0,7 90,48

Kayar I- 6 & Albamar 1- viagem 8 Dissimilaridade Média = 99,99

Albamar- viagem Kayar I- 6 8 Dissim.por desvio Contrib. Comtrib. Acum. Espécies Abund.média Abund.média Dissim.média padão % % Macrouridae indet. 1 0 10,41 12,32 2,42 12,32 12,32 Monomitopus agassizi 0 6,68 7,66 2,74 7,66 19,98 Xenodermycthis copei 6,05 0 6,63 1,27 6,63 26,62 Trichiuridae 0 5,55 6,53 1,97 6,53 33,15 Synagrops bellus 0 5,19 5,5 1,55 5,5 38,65 Synaphobranchidae 0 5,19 5,5 1,55 5,5 44,15 Diaphus sp 4,72 0 4,95 0,85 4,95 49,1 Etmopterus 0 3,71 4,29 1,93 4,29 53,39 Diabranchus atlanticus 0 2,73 2,97 1,02 2,97 56,37 Gadella imberbis 0 2,38 2,56 1,43 2,56 58,93 Bathynomus 0 2,24 2,47 1,42 2,47 61,4 Actinopterygii indet1 0 1,7 2,11 0,96 2,11 63,51 Urophycis cirrata 0 1,71 1,86 1,16 1,86 65,37 Plesionika sp1 0 1,72 1,8 0,64 1,8 67,17 Chaceon ramosae 0 1,59 1,8 1,25 1,8 68,96 Zoarcidae 1,42 0 1,53 1 1,53 70,5 51

Munida valida 0 1,37 1,44 0,6 1,44 71,94 Nephropsis aculeata 0 1,39 1,43 0,82 1,43 73,37 Nezumia sp. 1,28 0 1,41 1,03 1,41 74,78 Illex argentinus 0 1,28 1,34 0,66 1,34 76,12 Histioteuthis corona 0 1,18 1,33 0,86 1,33 77,45 Flabellum 0 1,22 1,31 0,61 1,31 78,75 Pholidoteuthis adami 0 1,14 1,21 0,81 1,21 79,96 Hydrolagus matallanasi 0 1,14 1,21 0,81 1,21 81,18 Serrivomer beanii 1,02 0 1,16 0,86 1,16 82,33 Gurgesiella dorsalifera 0 1 1,05 0,79 1,05 83,38 Stomias affinis 0,82 0 0,91 0,78 0,91 84,3 Cephalopoda indet2 0 0,66 0,87 0,37 0,87 85,16 Peristedion 0 0,67 0,8 0,56 0,8 85,96 Monomitopus agassizi 0,77 0 0,79 0,4 0,79 86,76 Chlorophthalmus 0 0,58 0,78 0,62 0,78 87,54 Polycheles sculptus 0 0,71 0,7 0,44 0,7 88,24 Penaeidae 0 0,71 0,65 0,36 0,65 88,89 Acromycter cf. atlanticus 0,56 0 0,64 0,5 0,64 89,53 Nettastoma melanura 0 0,48 0,58 0,56 0,58 90,11

Favaios- 8 & Albamar 1- viagem 8 Dissimilaridade Média = 93,84

Albamar 1- viagem Favaios- 8 8 Abund. Dissim.por desvio Contribuição Espécies média Abund.média Dissim.média padão % Comtrib.acum. % 52

Macrouridae indet.1 0 10,41 11,04 2,76 11,77 11,77 Monomitopus agassizi 0 6,68 6,89 2,93 7,34 19,11 Trichiuridae 0 5,55 5,86 2,06 6,25 25,36 Neoscopelus macrolepidotus 5,53 0 5,81 1,65 6,19 31,55 Synaphobranchidae 0 5,19 5 1,56 5,33 36,88 Synagrops bellus 0,64 5,19 4,56 1,49 4,86 41,73 Etmopterus 0 3,71 3,86 2 4,11 45,85 Malacocephalus laevis 2,64 0 2,77 3,71 2,95 48,8 Diabranchus atlanticus 1,93 2,73 2,55 1,43 2,72 51,52 Gadella imberbis 0 2,38 2,33 1,46 2,48 53,99 Bathynomus 0 2,24 2,24 1,45 2,38 56,38 Monomitopus agassizi 1,98 0 2,09 1,54 2,22 58,6 Plesionika sp1 0,87 1,72 2,03 0,96 2,16 60,76 Macrourus 1,89 0 1,98 1,92 2,11 62,88 Actinopterygii indet1 0 1,7 1,88 0,98 2 64,88 Urophycis cirrata 0,03 1,71 1,68 1,19 1,79 66,67 Munida valida 0,7 1,37 1,62 1 1,73 68,4 Chaceon ramosae 0 1,59 1,62 1,28 1,73 70,13 Nephropsis aculeata 0,84 1,39 1,51 1,71 1,6 71,73 Illex argentinus 0 1,28 1,22 0,66 1,3 73,03 Histioteuthis corona 0 1,18 1,2 0,87 1,28 74,31 Flabellum 0 1,22 1,19 0,61 1,26 75,57 Pholidoteuthis adami 0,17 1,14 1,13 0,92 1,21 76,78 Hydrolagus matallanasi 0 1,14 1,1 0,81 1,17 77,95 Conger oceanicus 1 0 1,04 1,28 1,11 79,06 Polycheles sculptus 0,54 0,71 1,02 0,85 1,09 80,15 Chondrichthyes indet1 0,91 0,48 0,97 2,94 1,04 81,19 Gurgesiella dorsalifera 0 1 0,96 0,8 1,02 82,21

53

Cephalopoda indet2 0,22 0,66 0,93 0,48 0,99 83,2 Nettastoma melanura 0,47 0,48 0,75 1,09 0,8 84 Peristedion 0 0,67 0,72 0,56 0,76 84,76 Peristedion truncatum 0,68 0 0,71 1,3 0,75 85,52 Gadella imberbis 0,66 0 0,69 1,13 0,73 86,25 Chlorophthalmus 0 0,58 0,69 0,64 0,73 86,98 Penaeidae 0 0,71 0,6 0,36 0,64 87,63 Histiobranchus 0,56 0 0,59 1,2 0,63 88,26 Setarches guentherii 0,25 0,48 0,59 0,88 0,63 88,89 Ceramaster patagonicus 0 0,52 0,52 0,53 0,55 90,04

Mar Maria- 21 & Albamar 2- viagem 4,5 Dissimilaridade Média = 92,25

Mar Maria- Albamar 2- viagem 21 4,5 Abund. Dissim. Dissim.por desvio Contribuição Espécies média Abund. média média padão % Comtrib.acum. % Neoscopelus macrolepidotus 0 5,86 7,38 1,07 8 8 Monomitopus sp1 0 5,58 7,19 2,48 7,79 15,8 Neoscopelus sp 4,61 0 6,01 1,16 6,51 22,31 Synagrops bellus 0,56 4,13 4,9 1,08 5,32 27,62 Caelorinchus marinii 0 3,63 4,78 1,13 5,18 32,8 Ventrifossa 0 3,28 4,27 1,41 4,63 37,43 Gadella imberbis 1,16 3,31 3,11 1,54 3,37 40,8 Caelorinchus 0 2,41 3,07 1,58 3,33 44,13 Diabranchus atlanticus 0,38 2,11 2,49 1,36 2,7 46,83 54

Polycheles sculptus 0,18 2 2,45 1,44 2,65 49,48 Illex argentinus 0 1,85 2,37 0,92 2,56 52,05 Nephropsis aculeata 0 1,81 2,34 1,29 2,54 54,58 Monomitopus agassizi 1,65 0 2,18 1,32 2,37 56,95 Ventrifossa mucocephalus e macropogom 1,65 0 2,17 1,66 2,35 59,3 Etmopterus 2 0 1,57 2,08 1,39 2,26 61,56 Chaceon ramosae 0 1,44 1,89 1,05 2,05 63,61 Munida valida 0 1,43 1,89 0,97 2,05 65,66 Bathynomus giganteus 1,02 2,06 1,83 1,5 1,98 67,64 Hymenocephalus 0 1,33 1,67 1,2 1,81 69,45 Xenodermycthis copei 0,98 0,34 1,47 0,45 1,59 71,05 Caryophyllia 0 1,1 1,45 0,83 1,58 72,62 Gurgesiella dorsalifera 0,25 1,07 1,35 1,16 1,46 74,08 Benthesicymus bartletti 0 1,06 1,25 0,55 1,36 75,44 Coelorinchus cf. marinii 0,93 0 1,21 0,98 1,31 76,75 Histioteuthis 2 0 0,92 1,11 0,91 1,2 77,95 Etmopterus lucifer 0 0,9 1,08 0,79 1,17 79,12 Penaeoidea indt 2 0 0,81 1,03 0,84 1,11 80,23 Conger 0 0,77 1 0,92 1,09 81,32 Ceramaster patagonicus 0 0,73 0,97 0,89 1,05 82,38 Allocytus verrucosus 0,23 0,69 0,95 0,57 1,03 83,41 Peristedion 2 0 0,72 0,88 0,6 0,95 84,36 Setarches guentherii 0,27 0,54 0,83 0,75 0,9 85,26 Promethichthys prometheus 0 0,68 0,81 0,57 0,88 86,15 Peristedion ecuadorense 0,6 0 0,74 0,48 0,8 86,95 Nettastoma 0 0,55 0,68 0,74 0,74 87,69 Synaphobranchus 0 0,49 0,6 0,64 0,65 88,34 Pasiphaea sp2 0 0,51 0,59 0,59 0,64 88,98 55

Dipturus sp2 0 0,47 0,56 0,63 0,61 89,59 Helicolenus 0 0,37 0,54 0,35 0,59 90,18

Kayar I- 6 & Albamar 2- viagem 4,5 Dissimilaridade Média = 99,36

Albamar 2- viagem Kayar I- 6 4,5 Dissim. por desvio Espécies Abund.média Abund. média Dissim.média padão Contrib.% Comtrib.acum. % Neoscopelus macrolepidotus 0 5,86 7,17 1,06 7,22 7,22 Xenodermycthis copei 6,05 0,34 7,03 1,26 7,08 14,3 Monomitopus sp1 0 5,58 6,98 2,4 7,03 21,32 Diaphus sp 4,72 0 5,41 0,86 5,45 26,77 Synagrops bellus 0 4,13 5,09 1,1 5,12 31,89 Caelorinchus marinii 0 3,63 4,63 1,12 4,66 36,56 Ventrifossa 0 3,28 4,15 1,39 4,17 40,73 Gadella imberbis 0 3,31 4,1 1,86 4,13 44,85 Caelorinchus 0 2,41 2,98 1,55 3 47,85 Diabranchus atlanticus 0 2,11 2,7 1,37 2,72 50,57 Bathynomus giganteus 0 2,06 2,57 2,02 2,58 53,15 Polycheles sculptus 0 2 2,5 1,41 2,52 55,67 Illex argentinus 0 1,85 2,3 0,92 2,31 57,98 Nephropsis aculeata 0 1,81 2,27 1,27 2,29 60,27 Etmopterus 2 0 1,57 2,02 1,37 2,03 62,3 Chaceon ramosae 0 1,44 1,84 1,04 1,85 64,15 Munida valida 0 1,43 1,83 0,96 1,84 65,99 56

Zoarcidae 1,42 0 1,68 1,01 1,69 67,68 Hymenocephalus 0 1,33 1,62 1,19 1,63 69,31 Nezumia sp. 1,28 0 1,55 1,03 1,56 70,87 Caryophyllia 0 1,1 1,41 0,83 1,42 72,29 Gurgesiella dorsalifera 0 1,07 1,37 1,02 1,38 73,67 Serrivomer beanii 1,02 0 1,27 0,86 1,28 74,95 Benthesicymus bartletti 0 1,06 1,22 0,55 1,23 76,18 Histioteuthis 2 0 0,92 1,08 0,9 1,08 77,26 Etmopterus lucifer 0 0,9 1,05 0,78 1,06 78,32 Stomias affinis 0,82 0 1 0,78 1,01 79,33 Penaeoidea indt 2 0 0,81 1 0,84 1 80,33 Conger 0 0,77 0,98 0,91 0,98 81,31 Ceramaster patagonicus 0 0,73 0,94 0,88 0,95 82,26 Monomitopus agassizi 0,77 0 0,87 0,4 0,87 83,13 Peristedion 2 0 0,72 0,85 0,6 0,86 83,99 Promethichthys prometheus 0 0,68 0,79 0,57 0,8 84,79 Allocytus verrucosus 0 0,69 0,75 0,45 0,76 85,55 Acromycter cf. atlanticus 0,56 0 0,7 0,5 0,71 86,25 Nettastoma 0 0,55 0,66 0,74 0,67 86,92 Setarches guentherii 0 0,54 0,63 0,61 0,63 87,56 Synaphobranchus 0 0,49 0,58 0,63 0,59 88,14 Pasiphaea sp2 0 0,51 0,58 0,58 0,58 88,72 Euphausiacea 0,45 0 0,56 0,71 0,56 89,29 Dipturus sp2 0 0,47 0,55 0,63 0,55 89,84 Helicolenus 0 0,37 0,53 0,35 0,53 90,37

57

Favaios- 8 & Albamar 2- viagem 4,5 Dissimilaridade Média = 83,06

Albamar 2- viagem Favaios- 8 4,5 Dissim.por desvio Contrib. Espécies Abund.média Abund.média Dissim.média padão % Comtrib.acum. % Monomitopus sp1 0 5,58 6,22 2,53 7,49 7,49 Neoscopelus macrolepidotus 6,07 5,86 5,36 1,25 6,45 13,94 Synagrops bellus 0,64 4,13 4,14 1,06 4,98 18,93 Caelorinchus marinii 0 3,63 4,12 1,14 4,96 23,89 Ventrifossa 0 3,28 3,69 1,42 4,45 28,33 Gadella imberbis 0 3,31 3,66 1,92 4,4 32,74 Malacocephalus laevis 2,64 0 3,02 3,78 3,64 36,37 Caelorinchus 0 2,41 2,66 1,58 3,2 39,58 Monomitopus agassizi 1,98 0 2,28 1,55 2,74 42,32 Macrourus 1,89 0 2,16 1,93 2,6 44,92 Illex argentinus 0 1,85 2,05 0,93 2,47 47,39 Polycheles sculptus 0,54 2 1,9 1,42 2,29 49,68 Bathynomus giganteus 0,43 2,06 1,9 1,84 2,28 51,96 Etmopterus 2 0 1,57 1,79 1,4 2,16 54,12 Diabranchus atlanticus 1,93 2,11 1,75 1,31 2,11 56,24 Chaceon ramosae 0 1,44 1,63 1,06 1,97 58,2 Nephropsis aculeata 0,84 1,81 1,56 1,35 1,87 60,07 Hymenocephalus 0 1,33 1,45 1,2 1,75 61,82 Munida valida 0,7 1,43 1,44 1,18 1,74 63,56 Caryophyllia 0 1,1 1,25 0,84 1,51 65,07 Gurgesiella dorsalifera 0 1,07 1,22 1,04 1,46 66,53 Conger oceanicus 1 0 1,14 1,29 1,37 67,9 58

Benthesicymus bartletti 0 1,06 1,1 0,55 1,32 69,22 Chondrichthyes indet1 0,91 0 1,05 2,98 1,26 70,48 Plesionika sp1 0,87 0,32 1,02 0,87 1,23 71,71 Histioteuthis 2 0 0,92 0,97 0,91 1,17 72,88 Etmopterus lucifer 0 0,9 0,94 0,79 1,14 74,02 Penaeoidea indt 2 0 0,81 0,89 0,85 1,07 75,09 Conger 0 0,77 0,87 0,93 1,05 76,13 Ceramaster patagonicus 0 0,73 0,84 0,9 1,01 77,14 Peristedion truncatum 0,68 0 0,77 1,31 0,93 78,07 Peristedion 2 0 0,72 0,77 0,6 0,92 78,99 Gadella imberbis 0,66 0 0,75 1,13 0,9 79,9 Promethichthys prometheus 0 0,68 0,71 0,58 0,86 80,75 Setarches guentherii 0,25 0,54 0,68 0,86 0,82 81,58 Allocytus verrucosus 0 0,69 0,68 0,45 0,82 82,4 Histiobranchus 0,56 0 0,65 1,2 0,78 83,18 Nettastoma 0 0,55 0,59 0,75 0,72 83,89 Nettastoma melanura 0,47 0 0,53 1,07 0,64 84,53 Synaphobranchus 0 0,49 0,52 0,64 0,63 85,16 Pasiphaea sp2 0 0,51 0,52 0,59 0,63 85,79 Dipturus sp2 0 0,47 0,49 0,63 0,59 86,38 Bathysquilla microps 0,26 0,28 0,47 1,03 0,56 86,94 Helicolenus 0 0,37 0,46 0,35 0,56 87,5 Pholidoteuthis adami 0,17 0,29 0,44 0,78 0,53 88,03 Aristaeopsis edwardsiana 0 0,35 0,37 0,48 0,45 88,47 Merluccius hubbsi 0 0,32 0,35 0,5 0,43 88,9 Xenodermycthis copei 0 0,34 0,35 0,49 0,42 89,32 Vosseledone charrua 0 0,29 0,35 0,49 0,42 89,74 Chondrichthyes indet4 0,29 0 0,33 0,75 0,4 90,14

59

Albamar 1- viagem 8 & Albamar 2- viagem 4,5 Dissimilaridade Média = 86,39

Albamar 2- viagem Albamar- viagem 8 4,5 Dissim. por desvio Contrib. Espécies Abund.média Abund.média Dissim.média padão % Comtrib.acum. % Macrouridae indet. 1 10,41 0 8,04 3 9,31 9,31 Monomitopus agassizi 6,68 0 5,06 2,81 5,86 15,17 Neoscopelus macrolepidotus 0 5,86 4,36 1,03 5,05 20,22 Trichiuridae 5,55 0 4,28 2,04 4,96 25,17 Monomitopus sp1 0 5,58 4,2 2,39 4,86 30,04 Synaphobranchidae 5,19 0 3,74 1,5 4,33 34,37 Synagrops bellus 5,19 4,13 3,23 1,35 3,74 38,11 Etmopterus 3,71 0 2,83 1,97 3,28 41,38 Caelorinchus marinii 0 3,63 2,76 1,12 3,2 44,58 Ventrifossa 0 3,28 2,49 1,39 2,88 47,46 Diabranchus atlanticus 2,73 2,11 1,92 1,4 2,22 49,68 Caelorinchus 0 2,41 1,8 1,52 2,09 51,77 Bathynomus 2,24 0 1,66 1,43 1,92 53,69 Gadella imberbis 2,38 3,31 1,61 1,25 1,86 55,55 Bathynomus giganteus 0 2,06 1,55 2,02 1,79 57,35 Illex argentinus 1,28 1,85 1,55 1,04 1,79 59,13 Polycheles sculptus 0,71 2 1,53 1,4 1,78 60,91 Munida valida 1,37 1,43 1,48 1,09 1,72 62,63 Nephropsis aculeata 1,39 1,81 1,37 1,34 1,59 64,21 60

Actinopterygii indet1 1,7 0 1,35 0,97 1,57 65,78 Plesionika sp1 1,72 0,32 1,32 0,74 1,53 67,31 Urophycis cirrata 1,71 0,24 1,22 1,23 1,42 68,73 Etmopterus 2 0 1,57 1,2 1,36 1,39 70,12 Chaceon ramosae 1,59 1,44 1,11 1,26 1,29 71,41 Hymenocephalus 0 1,33 0,99 1,16 1,14 72,55 Gurgesiella dorsalifera 1 1,07 0,93 1,17 1,08 73,63 Flabellum 1,22 0 0,89 0,61 1,03 74,66 Histioteuthis corona 1,18 0 0,89 0,86 1,03 75,69 Pholidoteuthis adami 1,14 0,29 0,86 0,92 1 76,68 Caryophyllia 0 1,1 0,84 0,83 0,97 77,65 Hydrolagus matallanasi 1,14 0 0,82 0,8 0,95 78,61 Benthesicymus bartletti 0 1,06 0,76 0,54 0,88 79,48 Ceramaster patagonicus 0,52 0,73 0,69 0,98 0,8 80,29 Allocytus verrucosus 0,33 0,69 0,67 0,56 0,78 81,07 Histioteuthis 2 0 0,92 0,67 0,89 0,77 81,84 Etmopterus lucifer 0 0,9 0,65 0,78 0,75 82,59 Penaeoidea indt 2 0 0,81 0,6 0,84 0,7 83,29 Conger 0 0,77 0,59 0,91 0,68 83,97 Setarches guentherii 0,48 0,54 0,57 0,83 0,66 84,63 Cephalopoda indet2 0,66 0 0,55 0,37 0,64 85,26 Promethichthys prometheus 0,1 0,68 0,53 0,62 0,61 85,87 Peristedion 2 0 0,72 0,53 0,6 0,61 86,48 Peristedion 0,67 0 0,52 0,56 0,6 87,09 Chlorophthalmus 0,58 0 0,49 0,64 0,56 87,65 Penaeidae 0,71 0 0,47 0,36 0,54 88,19 Nettastoma 0 0,55 0,41 0,74 0,47 88,66 Nettastoma melanura 0,48 0 0,38 0,56 0,44 89,1

61

Pasiphaeidae 0,5 0 0,37 0,54 0,43 89,52 Pasiphaea sp2 0 0,51 0,36 0,58 0,42 89,94 Synaphobranchus 0 0,49 0,36 0,63 0,41 90,35

62

ANEXO I

Catálogo fotográfico contendo grande parte do material analisado, proveniente das viagens de pesca das embarcações Favaios e Albamar.

63

ANEXO I Catálogo fotográfico contendo grande parte do material analisado, proveniente das viagens de pesca das embarcações Favaios e Albamar.

Grupo Cnidaria

Caryophyllia sp.1 Flabellum apertum

64

Grupo Echinodermata

Astropectinidae indet.2 Echinasteridae indet.1

Ceramaster patagonicus

65

Grupo Crustacea

Bathysquilla microps Bathynomus giganteus

Euphausiacea indet.1 Nephropsis aculeata

66

Munida valida Munidopsis sp.2

Glyphocrangon sp.1 Pasiphaea sp.2

67

Lithodes sp.2 Chaceon ramosae

Bathyplax typhla Majidae indet.1

68

Grupo Mollusca

Pholidoteuthis adami Histioteuthis sp.2

Illex argentinus Ommastrephes bartramii

69

Moroteuthis sp.1 Vosseledone charrua

Grupo Pisces – Classe Chondrichthyes

Hydrolagus sp.2 Schroederichthys saurisqualus

70

Galeus sp.1 Apristurus parvipinnis

Etmopterus lucifer Torpedo sp.1

71

Gurgesiella dorsalifera Dipturus sp.1

Grupo Pisces – Classe Actinopterygii

Aldrovandia affinis Synaphobranchus sp.1

72

Nettastoma sp.1 Xenodermichthys copei

Astronesthes sp. Aristostomias lunifer

73

Chlorophthalmus agassizi Saurida caribbaea

Neoscopelus macrolepidotus Polymixia lowei

74

Gadella imberbis Caelorinchus marinii

Caelorinchus sp.1 Merluccius hubbsi

75

Urophycis cirrata Monomitopus sp.1

Dibranchus atlanticus Beryx splendens

76

Allocyttus verrucosus Setarches guentheri

Peristedion sp.2 Peristedion sp.3

77

Cubiceps capensis Synagrops bellus

Promethichthys prometheus Ruvettus pretiosus

78

Brama caribbea Zoarces sp.1

Epigonus macrops Bembrops sp.1

79

Monolene atrimana Monolene antillarum

Aluterus monocerus

80

ANEXO II O catálogo fotográfico contendo grande parte do material analisado, proveniente de duas das cinco viagens de pesca, Mar Maria e Kayar I. CD anexo.

81

ANEXO II O catálogo fotográfico contendo grande parte do material analisado, proveniente de duas das cinco viagens de pesca, Mar Maria e Kayar I. CD anexo.

82