Hepatozoon Canis (James, 1905) (Adeleida: Hepatozoidae)
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Hepatozoon canis (James, 1905) (Adeleida: Hepatozoidae) EM CÃES DO BRASIL, COM UMA REVISÃO DO GÊNERO EM MEMBROS DA ORDEM CARNÍVORA TESE Apresentada ao Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro para obtenção do grau de Mestre em Ciências CLAUDETE DE ARAÚJO MASSARD NOVEMBRO 1 9 7 9 AGRADECIMENTOS Sensibilizada pelo apoio recebido durante o desenvol- vimento deste estudo, agradeço: ao Prof. Dr. WILHELM OTTO DANIEL MARTIN NEITZ, Titu- lar da Área de Parasitologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, pela orientação e contribuição na minha forma- ção científica; ao Prof. e esposo CARLOS LUIZ MASSARD e ao Prof. HU- GO EDISON BARBOZA DE REZENDE, pela orientação, estímulo e aju- da no desenvolvimento e estruturação da tese; a todos os professores, colegas de Pós-Graduação e companheiros de trabalho da Área de Parasitologia da U.F.R.R.J. pelo ambiente de amizade, cooperação e sugestões sempre pro- porcionadas; aos Profs. BERNARDO JORGE CARRILLO E ANA MARGARIDA LANGENEGGER DE REZENDE, pela ajuda nos estudos anátomo e his- topatológicos; ii aos Srs. WALDYR JACINTHO DA SILVA, WALTER FLAUSINO e ARCHANJO GONÇALVES DA SILVA, pelo auxílio nos trabalhos de la- boratório; ao Prof. OSWALDO DUARTE GONÇALVES pela revisão literá- ria è normativa da penúltima versão do trabalho; a SUELÍ DE ANDRADE BORRET pelos serviços datilográfi- cos; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Universidade Federal Rural do Rio de Ja- neiro, pelo auxílio e facilidades proporcionadas ao desenvolvi- mento deste trabalho. BIOGRAFIA CLAUDETE DE ARAÚJO MASSARD, filha de Luiz Pessoa de Araújo e Iracema Cavalcanti de Araújo, nasceu a 31 de outubro de 1951 no Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro. Realizou o curso primário na Escola João Proença, o ginasial no Ginásio Estadual Charles Dickens e o científico no Colégio Estadual Prof. F.A. Raia Gabaglia, em Campo Grande, RJ. Em 1972, ingressou na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro onde se diplomou em Medicina Veterinária a 3 de fevereiro de 1976. Foi monitora da Área de Parasitologia, Instituto de Biologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em 1973. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cien- tífico e Tecnológico (CNPq) na categoria "Iniciação Científi- ca" em 1974 e 1975, "Pesquisador Assistente B" em 1976, "Pós- Graduação - Mestrado" em 1977 - 1978 e "Pós-Graduação - Douto- rado" a partir de 1979, desenvolveu neste período, pesquisas na Área de Parasitologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. À memória de minha Mãe, a meu Pai e irmãos, ao meu esposo Carlos Luiz e aos nossos filhos Ana Paula e Rodrigo. DEDICATÓRIA PROFISSIONAL (In Memoriam) A WILHELM OTTO DANIEL MARTIN NEITZ, pela incansável dedicação ao desenvolvimento da ciência. ÍNDICE I. Introdução 1 II. Revisão da Literatura 3 III. Material e Métodos 59 A. Procedência dos Animais Estudados 59 1. Cães (Canis familiaris L.) 59 2. Outros animais utilizados 60 B. Pesquisa do H. canis em Condições Naturais 60 C. Pesquisa do H. canis em Condições Laborato- riais 60 1. Pesquisa de gametócitos do H. canis 60 2. Pesquisa das formas esquizogônicas do H. canis 61 3. Pesquisa das formas esporogônicas do H. canis 61 D. Manutenção dos Animais em Laboratório 62 1. Cães e gatos 62 2. Cobaios, ratos e camundongos 62 63 E. Estudos Morfológicos do H. canis viii F. Transmissão Experimental do H. canis 63 1. Transmissão do H. canis a partir de for- mas esquizogônicas 63 2. Transmissão congênita do H. canis 64 3. Transmissão do H. canis a partir de car- rapatos 64 IV. Resultados e Discussão 65 A. Infecções Naturais do H. canis em C. familia- ris no Brasil 65 1. Estado do Rio de Janeiro 65 2. Estado do Espírito Santo 66 3. Estado de São Paulo 67 4. Estado do Rio Grande do Sul 68 B. Sinais Clínicos 72 C. Aspectos morfológicos do H. canis 72 1. Formas periféricas 72 2. Formas teciduais 73 D. Transmissões Experimentais 75 1. Transmissão do H. canis a partir de for- mas esquizogônicas 75 2. Transmissão congênita do H. canis 77 3. Transmissão do H. canis a partir de car- rapatos 78 4. AssociaÇão do H. canis com outros hemopa- rasitos 81 106 V. Conclusões 108 VI. Resumo 110 VII. Summary 112 VIII. Referências Bibliográficas ÍNDICE DAS FIGURAS Fig. 1. Registros no mundo das espécies de Hepatozoon em membros da ordem Carnívora em infecções na- turais 52 Fig. 2. Registros na Ásia das espécies de Hepatozoon em Canidae (doméstico e silvestre), Felidae e Viverridae, em infecções naturais 53 Fig. 3. Registros na África das espécies de Hepato- zoon em Canidae (doméstico e silvestre), Feli- dae, Viverridae e Hyaenidae, em infecções na- turais 54 Fig. 4. Registros na Europa das espécies de Hepato- zoon em Canidae doméstico e Felidae, em in- 55 fecções naturais Fig. 5. Registros na América do Norte, América Cen- tral e Havaí das espécies de Hepatozoon em Ca- nidae (doméstico e silvestre), Procyonidae, Mustelidae e Felidae em infecções naturais 56 Fig. 6. Registros na América do Sul das espécies de Hepatozoon em Canidae doméstico e Procyoni- dae em infecções naturais 57 Fig. 7. Registros no Brasil de H. canis em C. familia- ris e de H. procyonis em P. cancrivorus, em infecções naturais 58 Fig. 8. Gametócito de H. canis em neutrófilo de cão com infecção natural 82 Fig. 9. Gametócitos de H. canis em 3 células leucocí- ticas de cão com infecção natural 83 Fig. 10. Gametócitos de H. canis livre no plasma san- güineo de cão com infecção natural 84 Fig. 11. Gametócito de H. canis e colônia de E. canis em neutrófilo de cão com infecção experimental 85 Fig. 12. Forma esquizogônica de H. canis em cão com infecção natural. Esfregaço por aposição de fragmento de fígado 86 Fig. 13. Duas formas esquizogônicas de H. canis em cão com infecção natural. Esfregaço por apo- sição de fragmento de fígado 87 Fig. 14. Macroesquizontes de H. canis contendo macrome- rozoíto em célula do sistema retículo endote- lial de cão com infecção natural, Esfregaço por aposição de fragmento de intestino (ileo) 88 xi Fig. 15. Macroesquizonte de H. canis contendo 5 macro- merozoítos em uma célula e 1 merozoíto livre, em um cão com infecção natural. Esfregaço por aposição de fragmento de intestino (íleo) 89 Fig. 16. Microesquizonte de H. canis contendo microme- rozoítos em célula de um cão com infecção na- tural. Esfregaço por aposição de fragmento de intestino (íleo) 90 Fig. 17. Microesquizonte de H. canis contendo muitos micromerozoítos em um cão com infecção experi- mental. Corte histológico de baço 91 ÍNDICE DOS QUADROS QUADRO 1. Espécies de Hepatozoon em cães domésticos (Famí- lia Canidae) na Ásia, incluindo casos descritos em cães de origem européia 4 QUADRO 2. Espécie de Hepatozoon em cães domésticos (Famí- lia Canidae) na África 16 QUADRO 3. Espécies de Hepatozoon em cães domésticos (Famí- lia Canidae) na Europa 22 QUADRO 4. Espécie de Hepatozoon em cães domésticos (Famí- lia Canidae) na América 26 QUADRO 5. Espécies de Hepatozoon em chacais (Família Cani- dae) na Ásia, África e América 28 QUADRO 6. Espécies de Hepatozoon em membros da Família Ca- nidade Felidae na Ásia, Europa e Oceânia 32 QUADRO 7. Espécies de Hepatozoon em membros da Família 38 Hyaenidae na África xiii QUADRO 8. Espécies de Hepatozoon em membros da Família Pro- cyonidae na América 42 QUADRO 9. Espécies de Hepatozoon em membros da Família Vi- verridae na Ásia e África 48 QUADRO 10. Espécie de Hepatozoon em membros da Família Mus- telidae na América 50 QUADRO 11. Prevalência do H. canis em C. familiaris proceden- tes de diferentes Estados do BraSil 71 QUADRO 12. Registros das mensurações de gametócitos das espe- cies de Hepatozoon, descritas em C. familiaris 92 QUADRO 13. Registros das medidas de gametócitos das espé- cies de Hepatozoon observadas em outros carnivoros 94 QUADRO 14. Registros referentes às diferentes formas evoluti- vas das espéCies de Hepatozoon encontradas em C. familiaris 96 QUADRO 15. Registros referentes às diferentes formas evoluti- vas das espécies de Hepatozoon encontradas em ou- tros carnívoros 99 QUADRO 16. Espécies de Hepatozoon em roedores da Europa Cen- tral e do Sul 102 I. INTRODUÇÃO As hemogregarinas são parasitos de uma grande varie- dade de hospedeiros vertebrados, parasitando desde elasmobrân- quios até mamíferos, sendo mais comuns em poiquilotérmicos que em homeotérmicos. Nos diferentes grupos de hemogregarinas, a fase espo- rogônica pode ocorrer em carrapatos, ácaros, culicídeos, flebo- tomídeos, triatomídeos, glossinídeos, piolhos e pulgas (BAAL, 1970). Nestes artrópodes, o desenvolvimento se faz na luz in- testinal, parede do intestino, hemocele ou ovário, com produ- ção de esporozoítos. O processo de multiplicação no hospedeiro vertebrado se faz por esquizogonia em diferentes tipos celulares dos ór- gãos internos, especialmente células do sistema retículo endote- lial, epiteliais e parenquimatosas. Em mamíferos, todas as formas periféricas são reconhe- cidas como gametócitos. Na ordem Carnívora, os leucócitos mono- 2 nucleares e/ou polimorfonucleares são os tipos celulares para- sitados com as formas sexuadas. O gênero Hepatozoon foi proposto por MILLER (1908) pa- ra o parasito intraleucocítico de ratos brancos (Rattus norve- gicus Berkennhout, 1769), H. perniciosus (= Hepatozoon mu- ris (Balfour, 1905)), cujo ciclo esquizogônico ocorre no fígado do hospedeiro envolvido. Hepatozoon canis foi observado pela primeira vez em cães nascidos em Assam, Índia, por BENTLEY (1904) e descrito por JAMES (1905) em cães da mesma região. Posteriormente foi identificado em canídeos de outras regiões da Ásia, África, Eu- ropa e Américas. No Brasil, no início do mês de setembro de 1976, du- rante experimentos com hemoparasitos de cães transmitidos por carrapatos, na Área de Parasitologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, H.