A Influência Da Imigração Japonesa No Desenvolvimento Do Judô Brasileiro
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE A influência da imigração japonesa no desenvolvimento do judô brasileiro: uma genealogia dos atletas brasileiros medalhistas em Jogos Olímpicos e campeonatos mundiais Alexandre Velly Nunes SÃO PAULO 2011 A influência da imigração japonesa no desenvolvimento do judô brasileiro: uma genealogia dos atletas brasileiros medalhistas em jogos olímpicos e campeonatos mundiais Alexandre Velly Nunes Tese apresentada à Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Educação Física. ORIENTADORA: Prof a. Dra. Katia Rubio Nunes, Alexandre Velly A influência da imigração japonesa no desenvolvimento do judô brasileiro: uma genealogia dos atletas brasileiros medalhistas em Jogos Olímpicos e campeonatos mundiais / Alexandre Velly Nunes. – São Paulo : [s.n.], 2011. 197p. Tese (Doutorado) - Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo. Orientadora: Profa. Dra. Kátia Rubio. 1. História oral 2. Genealogia 3. Judô 4. Jogos Olímpicos I. Título. iii Nome: NUNES, Alexandre Velly Título: A influência da imigração japonesa no desenvolvimento do judô brasileiro: uma genealogia dos atletas brasileiros medalhistas em Jogos Olímpicos e campeonatos mundiais Tese apresentada à Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Educação Física. Aprovado em: Banca Examinadora Profa. Dra. Katia Rubio (Presidente) Instituição: Universidade de São Paulo Julgamento: ___________ Assinatura: ____________________ Prof. Dr. Go Tani Instituição: Universidade de São Paulo Julgamento: ___________ Assinatura:____________________ Profa. Dra. Soraia Chung Saura Instituição :Universidade de São Paulo Julgamento: ___________ Assinatura: ____________________ Prof. Dr. Daniel Carreira Instituição: Vita Care Brasil Julgamento: ___________ Assinatura:_____________________ Prof. Dr. Francisco Xavier de Vargas Neto Instituição: Uni. São Judas Tadeu Julgamento: ___________ Assinatura:_____________________ iv Dedico esse trabalho à Helena, minha esposa, à Alexandra e ao Rodrigo, meus filhos, por todo o tempo que eles gastaram me auxiliando a completar este estudo, mas, fundamentalmente, por todo o tempo que deixamos de estar juntos, para que isso fosse possível. “In memoriam” dedico esse trabalho também ao professor Bugre Ubirajara Marimon de Lucena e ao sensei Naoshige Ushijima. v AGRADECIMENTOS Este trabalho não teria sido possível sem o apoio e contribuição de muitas pessoas e instituições. Agradeço a todos que me auxiliaram com idéias, sugestões, na condução de entrevistas, nas revisões do texto, nas inúmeras viagens e nas análises feitas. Apenas algumas pessoas serão nominadas por terem sido essências a este estudo. Em primeiro lugar agradeço a minha orientadora, Profa. Dra. Katia Rubio, por ter me dado a oportunidade de trabalhar com ela e me integrar ao Centro de Estudos Socioculturais do Movimento Humano. Aos meus colegas de grupo que sempre estiveram disponíveis para colaborar, e que, por serem muitos não vou enumerá-los. A USP, e em especial a Escola de Educação Física e Esporte, por ter me acolhido durante estes quatro anos e ter me dado condições de executar esse trabalho. Ainda na USP, agradeço ao Prof. Dr. Emerson Franchini e ao Grupo de estudos e pesquisas em lutas, artes marciais e modalidades de combate que me receberam neste período. À Confederação Brasileira de Judô, à Federação Gaúcha de Judô, à Federação de Judô do Rio de Janeiro, à Federação Paulista de Judô, e à Federação de Judô do Rio Grande do Norte, na pessoa dos seus presidentes, pelo apoio. Ao CNPq pelo apoio financeiro fundamental para a execução do projeto. A todos da comunidade judoística brasileira que abriram as portas de suas casas, dojos e locais de trabalho para me contarem as suas histórias de vida. Sem eles este trabalho não teria sido possível. Agradeço especialmente aos amigos Carlos Cunha e Luzia Koga, da Judobrasil, pela sua parceria na localização de muitos dos meus entrevistados e pelos muitos quilômetros rodados na madrugada. Ao amigo e campeão olímpico Rogério Sampaio, que me recebeu por uma semana em seu apartamento em Santos, e assim, me permitiu desvendar uma pouco da história do judô local. vi A todos os sensei que compartilharam comigo as suas ricas experiências e, disponibilizaram seus acervos pessoais para melhor ilustrar esse trabalho. Aos colegas treinadores, que hoje são a elite de formação do judô brasileiro e que tive a oportunidade de conhecer ou re-encontrar. Aos medalhistas, Chiaki Ishii, Walter Carmona, Luiz Onmura, Douglas Vieira, Aurélio Miguel, Henrique Guimarães, Fúlvio Miyata, Sebástian Pereira, Carlos Honorato, Tiago Camilo, Mário Sabino Júnior, Flávio Canto, Leandro Guilheiro, Luciano Correa, João Derly, João Gabriel Schlittler, Leandro Cunha e as meninas, Danielle Zangrando, Edinanci Silva, Ketleyn Quadros, Sarah Menezes e Mayra Aguiar. Aos meus entrevistados: Luis Shinohara, Rosicléia Campos, Ney Wilson Pereira Roberto Moretti, Massao Shinohara, Orlando Hirakawa, Sethiro Namie, Sílvio Vieira, Geraldo Bernardes, Sérgio Pessoa, Robert Marques, Valquenares de Oliveira, César Romeu da Silva, Alexandre Garcia, Paulo Duarte, Ivo Nascimento, José Medeiros, Floriano Almeida, Roberto Fialho, “Lula” Cabral, Carlos Barreto, Osmar “Biuce” Mouzinho, Artêmio Caetano Filho, Mateus Sugizaki, Michiharu Sogabe, Mário Tsutsui, Dante Kanayama, Uichiro Umakakeba, Antônio Carlos Pereira, Mauro Oliveira, Sérgio Baldijão, Manoel Lacerda, Cleto Mendes, Carlos Matias, Osvaldo Cupertino Simões, Rudolf Hermany, Vinícius Ruas Ferreira da Silva, Julio Adnet, Hatiro Ogawa, Hitoshi Ogawa, Alfredo Arrais, Heder da Silva, Takeshi Miura, Tadao Nagai, Zaqueu do Nascimento, Edgar Ozon, Irineu Bazacas, João Graf, João Graf Vassoux, Marcelo Graf, Teruo Obata, Luiz Tambucci, Alfredo Dornelles, Akira Yamamoto, Francisco Vargas Neto, Fumio Tani, Rogério Cherobin, Liogi Suzuki, Miguel Suganuma, Fernando Lemos e Andréia Berti Guedes. Ao apoio dado pelos amigos José Mário Tranquilini em Brasília e Fernando Antônio “Macaibinha” no Rio Grande do Norte e na Paraíba. Aos meus primos Ana Marcia Velly Martins e João de Alencar Martins pelo apoio logístico e familiar nestes quatro anos. Finalmente agradeço aos meus pais, Fernando e Maria de Lurdes que me colocaram no judô, ainda na infância, junto com meus irmãos, Felipe e Ricardo, pelos mesmos motivos que meus entrevistados. Se esperavam formar um campeão, conseguiram formar um doutor. vii EPÍGRAFE “The prosperity of a country depends on the fullness of the nation´s energy, which in turn is inseparably linked with the efficient training of the people´s mind and body.” (Jigoro Kano citado por Arima Sumitomo – 1908) viii RESUMO A INFLUÊNCIA DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NO DESENVOLVIMENTO DO JUDÔ BRASILEIRO: UMA GENEALOGIA DOS ATLETAS BRASILEIROS MEDALHISTAS EM JOGOS OLÍMPICOS E CAMPEONATOS MUNDIAIS O Brasil conquistou 38 medalhas no judô de 1956 a 2010 em campeonatos mundiais (CM) e de 1964-2008 em Jogos Olímpicos (JO). Estas medalhas estão divididas entre 23 atletas. Sete deles conquistaram medalhas em JO e CM. Aurélio Miguel (1988- 1996), Tiago Camilo (2000-2008) e Leandro Guilheiro (2004-2008), se destacam com duas medalhas em JO e em CM. O objetivo deste estudo é elaborar uma genealogia do judô brasileiro e compreender a dimensão da influência da imigração japonesa neste contexto. Este estudo utilizou a metodologia de História Oral de Vida Híbrida. Foram entrevistados os medalhistas brasileiros em JO e CM até 2010 e os seus respectivos professores. Analisando as entrevistas identifiquei os ascendentes judoísticos dos atletas, até a determinação dos seus respectivos genearcas. Assumiu-se que genearca é aquele que chegou ao Brasil com conhecimentos suficientes para ministrar aulas de judô/jiu-jitsu. A maioria dos genearcas do judô brasileiro são imigrantes japoneses. Fogem a essa regra o sensei Georges Mehdi, naturalizado brasileiro e o sensei João Graf Vassoux. Mitsuyo Maeda foi o primeiro a chegar e fazer demonstrações de judô no Brasil, em 1914. Em 1936 Ryuzo Ogawa fundou a Budokan. Ele é o genearca que influenciou o maior número destes atletas. Antes da Segunda Guerra Mundial (SGM) verifiquei a importância do trabalho de Yassuishi Ono, Sobei Tani, e Katsutoshi Naito, em SP, Sadai Ishihara no Paraná, Soishiro Satake em Manaus e Takeo Yano em vários estados. Após a SGM identifiquei a influência de Chiaki Ishii, Shuhei Okano e Ikuo Onodera em SP, Teruo Obata e Naoshige Ushijima no RS e Michio Ninomiya no DF. O surgimento e a expansão do judô no Brasil está diretamente relacionado ao processo de imigração japonesa. Encontrei dois perfis de professores: os formadores e os treinadores. Destacam-se os professores: Massao Shinohara, Paulo Duarte, Orlando Hirakawa e Uichiro Umakakeba, formadores de nove judocas que conquistaram 18 das 38 medalhas brasileiras da história. Como treinador, destaca-se Floriano de Almeida que influenciou a carreira de sete medalhistas. Os locais de formação são distintos daqueles onde os atletas alcançaram as suas melhores performances. Entre os dojos formadores destaco as associações de judô: Vila Sônia, Hirakawa e Paulo Duarte. Palavras-chave: Esportes de Combate, genealogia, judô, história oral, Jogos Olímpicos ix ABSTRACT GENEALOGIC TREE FROM BRAZILIAN JUDO PLAYERS WHO WON MEDALS AT OLYMPIC GAMES OR WORLD CHAMPIONSHIPS AND THE INFLUENCE OF JAPANESE IMMIGRATION ON BRAZILIAN JUDO Brazil won 38 medals at world