Notas sobre o consumo de haxixe pelos literatos parisienses do Clube dos Haxixins Notes on the eating of hashish by parisian literati of the Club des Hashischins Gabriel Ferreira Gurian Mestrando Faculdade de Ciências Humanas e Sociais - UNESP Franca
[email protected] Recebido em: 04/06/2016 Aprovado em: 18/07/2016 RESUMO: Na Paris de meados do século XIX, um grupo de literatos e intelectuais, que incluía Charles Baudelaire, Théophile Gautier, Gerárd de Nerval e Alexandre Dumas, à volta do psiquiatra Jacques-Joseph Moreau, encontrava-se mensalmente no chamado Hotel Pimodan para sessões de ingestão de uma substância inebriante de origens orientais, exótica e pouco difundida até então na Europa, o haxixe. Nomeando tal grupo de Clube dos Haxixins, estes eruditos conduziram estas congregações por cinco anos, e sobre elas e sua substância protagonista, escreveram de diversas formas, e em diversos momentos de suas carreiras literárias. O presente texto1, por meio dos escritos destes literatos, ponderará sobre os fatores que condicionaram este uso sistemático e relativamente duradouro do haxixe – uma substância pouco consumida se comparada ao então extremamente popular ópio – e ainda a posterior presença deste como objeto literário, cuja aparição se deu em obras escritas mais de dez anos depois do fim das sessões embriagantes dos Haxixins, e foi constantemente relacionado a tópicos sobre o Oriente, questão que foi alvo de um assíduo interesse dos eruditos oitocentistas europeus. PALAVRAS-CHAVE: Clube dos Haxixins, Paris, Oriente. ABSTRACT: In the mid-nineteenth century Paris, a group of writers and intellectuals that included Charles Baudelaire, Théophile Gautier, Gerard de Nerval and Alexandre Dumas, along with the psychiatrist Jacques-Joseph Moreau, gathered monthly at the so called Pimodan Hotel intending to ingest an intoxicating substance of oriental origins, exotic and then little known in Europe, the hashish.