Pacto Federativo Encontro com Governadores

Palácio do Congresso Nacional 20 de maio de 2015 Brasília, Distrito Federal Mesa do Senado Federal Sumário Presidente: Primeiro-vice-presidente: Jorge Viana Segundo-vice-presidente: Romero Jucá Apresentação: A nossa luta Primeiro-secretário: Vicentinho Alves Renan Calheiros, presidente do Senado Federal .6 Segundo-secretário: Zeze Perrella Terceiro-secretário: Quarta-secretária: Ângela Portela Suplentes de secretário: Sérgio Petecão, João Alberto Souza, Carta pelo fortalecimento da Federação .10 Elmano Férrer, Douglas Cintra

Secretário-geral da Mesa: Luiz Fernando Bandeira Encontro de Governadores e autoridades do Poder Legislativo sobre Pacto Federativo e Diretora-geral: Ilana Trombka Desenvolvimento Regional (íntegra dos debates) .16

Lista de governadores, Secretaria de Comunicação Social parlamentares e autoridades presentes .46

Diretora: Virgínia Malheiros Galvez Diretora-adjunta: Edna de Souza Carvalho Diretora de Jornalismo: Ester Monteiro Diretor da Secretaria Agência e Jornal do Senado: Ricardo Icassatti Hermano Diretor-adjunto da Secretaria Agência e Jornal do Senado: Flávio Faria Edição: João Carlos Teixeira Diagramação: Cássio Sales Costa Pesquisa de fotos: Leonardo Sá Tratamento de imagens: Afonso Celso F. A. de Oliveira Capa: Tarcísio Dantas

Diretora da Secretaria de Registro e Redação Parlamentar: Quésia de Farias Cunha

Impresso pela Secretaria de Editoração e Publicações (Segraf)

Apresentação A nossa luta Em momentos de crise é importante a busca da união de esforços. Na esfera Neste encontro, de 25 de maio de 2015, contemplou temas principais a partilha dos da competência do Congresso Nacional, nos colocamos à disposição para o royalties do petróleo, a substituição do indexador das dívidas dos estados e municípios, enfrentamento dos problemas que estão impedindo que os governos estaduais realizem a unificação do ICMS e a criação do seu fundo de compensação, piso salarial de seus projetos de crescimento econômico e de melhoria de vida de sua população. categorias sem garantias de recursos, participação da União na segurança pública, proibição de repasse e obrigações a estados e municípios sem a previsão do respectivo Em 2012 foi criada a Comissão Especial externa com a finalidade de propor soluções custeio, liberação para uso dos depósitos judiciais e administrativos, rediscussão da ao sistema federativo. Muitos foram os avanços. Acabamos com a guerra dos portos, Lei Kandir, financiamento da saúde e de obras estruturantes de saneamento básico e a aprovamos a convalidação dos incentivos fiscais, em tramitação na Câmara dos PEC da Irrigação, já aprovada ela Comissão de Constituição e Justiça do Senado como Deputados, e estamos prestes a deliberar sobre o projeto de resolução para reduzir primeira consequência desta reunião. as alíquotas do ICMS, que depende ainda de uma negociação sobre o fundo de compensação. Com iniciativas como estas, o Senado, a Câmara dos Deputados e os governadores assumem cada vez mais o papel de principais protagonistas das propostas e soluções Outra medida relevante foi a troca do indexador da dívida de Estados e municípios em para as grandes questões nacionais. Não haverá avanços se estados e União não parâmetros menos extorsivos, que entrará em vigor em janeiro de 2016. conviverem em harmonia e sintonia. Cabe a nós trabalhar para tornar realidade as Também avançamos nos novos critérios para o Fundo de Participação dos Estados e do propostas trazidas pelos governadores. Se já conseguimos avançar em alguns pontos, Distrito Federal e, muito importante, redefinimos as parcelas das receitas do petróleo, ainda temos muito a fazer, pois o desafio que temos pela frente é imenso. gás natural, hidrocarbonetos e fluídos. O Congresso derrubou o veto aposto pela Presidente da República e o tema está em vias de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Renan Calheiros Após a reunião com governadores, que realizamos em 2013, avançamos em outras Presidente do Congresso Nacional propostas para atenuar os problemas dos Estados. O Congresso Nacional fixou novas regras para a incidência do ICMS nas operações de venda de produtos pela internet ou por telefone, ou seja, para as compras não presenciais. Com o novo sistema de partilha da receita ficou estabelecido que os estados de destino da mercadoria, ou serviço adquirido, terão direito a uma parte maior do ICMS se o consumidor final for pessoa física. Isso beneficia estados que não produzem, mas consomem mercadorias, como os do Nordeste. Por sugestão do Senador José Serra, aprovamos a liberação de 70% dos recursos provenientes dos depósitos judiciais e administrativos, que poderão ser utilizados para o pagamento de precatórios, despesas da dívida, de capital ou despesas previdenciárias. Os demais 30% deverão ficar aplicados em um fundo garantidor. Essa é uma síntese dos nossos esforços, em busca do consenso para amenizar a grave crise financeira enfrentada pelos Estados. E ao fazer essa retrospectiva, o nosso intuito é que construamos uma agenda para livrar os estados do atoleiro evidenciado pela crise econômica.

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Carta pelo fortalecimento e Municípios não produtores, inclusive nos contratos de exploração já em vigor. Os dispositivos da nova legislação aguardam julgamento do Supremo Tribunal Federal da Federação (STF). Brasília, 20 de maio de 2015. Reunidos no Palácio do Congresso Nacional em Brasília, a convite dos Presidentes do Projetos em Tramitação e Sugestões Legislativas Senado Federal, Senador Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Deputado Uso de depósitos judiciais e administrativos – Uma das prioridades listadas é a Eduardo Cunha, Governadores dos Estados e do Distrito Federal discutiram liberação do uso de até 70% dos depósitos judiciais e administrativos pelos Estados, alternativas para o pacto federativo, em particular, o financiamento de setores sensíveis proposta do Senador José Serra. O Governador do Distrito Federal, Rodrigo à população, como segurança, saúde, educação, além do desenvolvimento regional e Rollemberg, defendeu que a utilização dos depósitos administrativos e judiciais das dívidas dos Estados. liberados sirva não apenas para pagar os precatórios, como também para saldar dívidas e para investimentos. Análise de Conjuntura PEC 172/2012 – O Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou O contexto atual é de diminuição da atividade econômica e de divisão desigual dos que a Casa pode aprovar ainda este semestre a Proposta de Emenda à Constituição recursos tributários, ora concentrados nas mãos da União. Paralelamente, a delegação 172/2012, do Deputado Mendonça Filho, que impede que um novo encargo seja de obrigações sem a previsão das respectivas fontes de financiamento levou Estados e transferido aos entes federados sem a previsão dos repasses financeiros necessários para Municípios a uma situação de insolvência. o seu custeio, o que aconteceu repetidamente nos últimos anos. Como exemplo, foi Exemplo disso foram as desonerações unilaterais do Imposto sobre Produtos citada a definição, por lei federal, de pisos salariais para funcionários públicos estaduais Industrializados (IPI) que puniram os Estados e Municípios, levando a perdas e municipais sem levar em conta a situação dos Estados e Municípios. Nesse sentido, bilionárias para os Fundos de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM). Eduardo Cunha destacou que a Comissão Especial do Pacto Federativo, que tem o Deputado Danilo Forte como Presidente e o Deputado André Moura como relator, Diante desse quadro, o objetivo do Congresso Nacional, disse o Presidente do Senado, irá analisar esse e os demais itens da agenda federativa, inclusive com reuniões nos Renan Calheiros, é a união de esforços para equilibrar a Federação, buscando uma estados. relação harmônica entre o poder central, os Estados e os Municípios. Saúde – A participação da União no financiamento da saúde vem caindo ano a ano. Em 2011, o Executivo Federal arcou com apenas 44% dos recursos para o Andamento das Propostas no Congresso Nacional financiamento do setor, enquanto que, em 2000, esse percentual era de 60%, segundo A agenda federativa proposta em 2013 teve andamento no Senado e na Câmara. dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Estados são sempre Entre as matérias da agenda, está a unificação das alíquotas do Imposto sobre chamados para resolver problemas, como procedimentos de alta complexidade, Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), prevista no Projeto de Resolução do que são muito caros, o que extrapola o limite de investimentos determinados pela Senado 1/2013, cuja votação aguarda a constituição de um fundo de compensação Constituição. A proposta é que haja um piso de gastos também para a União que antes de sua aprovação. Os Governadores do Nordeste reafirmaram que a criação do acompanhe o crescimento dos dispêndios do setor. fundo é condição para o apoio ao projeto. Outra forma de melhorar a capacidade dos Estados de investir em saúde é permitir a O Congresso já aprovou novas regras para repartição justa do ICMS sobre comércio eles cobrar diretamente ressarcimentos das seguradoras e dos planos de saúde eletrônico (Emenda Constitucional 87), que valerão a partir de 2016. por atendimentos dos segurados na rede pública, como sugeriu o Governador . Outros pontos daquela agenda já equacionados pelo Congresso são a troca do indexador das dívidas de Estados e Municípios com a União por uma fórmula justa Segundo o Vice-Governador do Amapá, Papaléo Paes, essas iniciativas são (Lei Complementar 148/2014). O Legislativo também foi protagonista este ano na fundamentais para o combate a epidemias, como a dengue, que, como em São Paulo, negociação da regulação da nova legislação, que terá vigência a partir de 31 de janeiro assola o Amapá. O Estado registrou ainda mais de 1.500 casos de febre Chikungunya de 2016, e a compensação dos Estados pelos pagamentos feitos a maior em 2015. somente no Município de Oiapoque. Câmara dos Deputados e Senado Federal derrubaram ainda, em março de 2013, o veto Segurança pública (PEC 33/2014) – Maior participação da União na segurança da Presidente Dilma Rousseff ao projeto que determina os critérios de partilha dos pública, compromisso assumido na campanha eleitoral e no discurso de posse da royalties do petróleo, para que os recursos arrecadados contemplem também Estados Presidente Dilma Rousseff, foi cobrada pelos Governadores presentes. O objetivo

10 11 é que o Executivo Federal contribua com ações e recursos para custeio. A medida é Kandir (Lei Complementar nº 87, de 1996), compensando efetivamente o resultado objeto da Proposta de Emenda Constitucional 33/2014, que consta da Ordem do da desoneração. Dia do Plenário do Senado Federal, com parecer favorável aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Outras propostas – O Governador do Distrito Federal, , em nome da região Centro-Oeste, defendeu que a alíquota do Pasep nas relações entre A avaliação é que apenas uma política nacional, como na questão do crack, poderá União e Estados seja reduzida a 0%, de acordo com o Projeto de Resolução do atender à sociedade brasileira. Um Estado não tem condições de dar resposta a essa Senado 86/2013, do Senador Aloysio Nunes Ferreira. questão sozinho. Nesse sentido, os Governadores Ivo Sartori (RS), Wellington Dias (PI) e (BA) defenderam a constituição de um fundo nacional destinado à O Governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, criticou mudanças em curso segurança pública. no Simples Nacional, que também comprometeriam gravemente a capacidade de investimento dos Estados. O governador (SP), por sua vez, sugeriu que o Congresso Nacional delegasse a competência legislativa para que os estados pudessem legislar em sua O Governador do Piauí, Wellington Dias, pediu a aprovação da PEC da Irrigação jurisdição sobre a condução dos inquéritos policiais. (PEC 78/2013), que ganhou parecer favorável da CCJ no momento em que a reunião dos Governadores acontecia. Previdência – O Governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, apontou a necessidade de que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) compense os Ele defendeu ainda o Projeto de Resolução do Senado 15/2015, que permite que regimes próprios de previdência dos Estados nas hipóteses em que o servidor do Estados e Municípios que tiveram perda de arrecadação com a exploração de petróleo e Estado ou do Município tenha tempo de contribuição pago ao INSS correspondente gás natural possam tomar empréstimos como antecipação de receitas sem se sujeitarem a atuação anterior na iniciativa privada, o que poderia ser feito pelo abatimento da aos limites de endividamento da Resolução 43/2011, do Senado. dívida dos Estados com a União. Tal preocupação foi retomada pelo Governador Representando os governantes de Estados do Nordeste do país, o Governador da de São Paulo, Geraldo Alckmin, que mencionou o Sistema de Compensação Paraíba, , sugeriu que seja adotada uma fórmula que melhore a Previdenciária (Comprev) como mecanismo destinado a essa finalidade, e cujo repartição de recursos para que, em um prazo de dez anos, novos tributos, além do funcionamento estaria sendo objeto de obstáculos pelo Poder Executivo Federal, que Imposto de Renda e do IPI, entrem na partilha entre União, Estados e Municípios. alega indisponibilidade orçamentária do INSS. Também criticou a postura da União em negar-se a dar aval para empréstimos Investimentos em infraestrutura – Falando em nome da Região Sudeste, Geraldo internacionais mesmo para os Estados que estejam em boa situação financeira. Alckmin defendeu a manutenção dos investimentos em infraestrutura e logística, Entende que essa conduta é a própria negação da Federação. inclusive para alavancar as parcerias público-privadas e gerar emprego. Muitos dos O Governador de , , defendeu uma pauta mínima comum projetos já passaram inclusive pelo crivo do programa de ajuste fiscal. Da mesma para que Câmara dos Deputados e Senado dediquem um mês apenas aos assuntos forma, os Governadores do Nordeste pediram que o ajuste fiscal não sacrifique obras federativos. E lamentou que, apesar de ser fácil listar projetos que precisam ser em curso no semiárido. votados, falte vontade política para a aprovação deles. As reivindicações são as mesmas Em nome dos Estados da Região Sul, o Governador do Rio Grande do Sul, José Ivo que em 2013. O que existe é uma hipertofria da União em relação aos Estados. Sartori, disse que os governos estaduais precisam da ajuda da União para retomar os O Governador do , Tião Viana, destacou que muitos Estados têm política sólida investimentos. de desenvolvimento, inclusive com preservação de recursos naturais. Para financiar O Governador de Goiás, , apoiou o ajuste fiscal, mas advertiu que os tais iniciativas, pediu um fundo de investimento parceiro das políticas estaduais de Estados e Municípios não podem arcar com a conta sozinhos. Ele citou como exemplo investimentos. o Fundo Penitenciário Nacional, que não tem investimentos assegurados para cumprir Ao término da reunião, o Presidente do Senado, Renan Calheiros, designou os suas finalidades, mas para garantir superávit primário. Senadores José Serra e Romero Jucá para detalhar o que foi discutido na reunião e Lei Kandir (compensação às exportações) – O Governador do Rio Grande do Sul, informou que visitará o Presidente da Câmara dos Deputados para elaborar agenda José Ivo Sartori cobrou que os recursos da Lei Kandir e do Auxílio Financeiro para que priorize as propostas que sejam votadas pelas duas Casas. Uma comissão especial Fomento das Exportações (FEX) cheguem efetivamente aos Estados exportadores. permanente, que terá o Senador Walter Pinheiro como Presidente, a Senadora Nesse ponto, teve o apoio dos Governadores de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Simone Tebet como Vice-Presidente e o Senador Fernando Bezerra Coelho como Azambuja, e do Pará, Simão Jatene, que, ao falar pela Região Norte, pediu a relator, vai identificar as distorções do pacto federativo, levantar e sistematizar os efetivação da compensação aos Estados pela desoneração das exportações. Para que projetos em tramitação e eventualmente apresentar as proposições legislativas que se isso aconteça, o Governador de Goiás, Marconi Perillo, sugeriu alterações na Lei façam necessárias.

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Encontro de Governadores e autoridades Aprovamos as fontes de recursos para o Fundo de Participação dos Estados, de acordo com demanda do Supremo Tribunal Federal. Esse foi um dos primeiros compromissos do Poder Legislativo sobre Pacto que assumimos em nome do Legislativo. Federativo e Desenvolvimento Regional Depois, aprovamos, tanto na Câmara, quanto no Senado, a troca do indexador da dívida dos Estados e Municípios, substituindo o escorchante IGP-DI mais 6% a 9% de O encontro tem o objetivo de tratar da reorganização da Agenda Federativa, buscar juros por um indexador que permita aos Estados e Municípios pagar uma taxa de juros caminhos para solucionar a situação financeira dos Estados e identificar os principais justa para suas dívidas com a União. Em uma iniciativa política corajosa e respeitável temas de interesse das Unidades da Federação. da Câmara dos Deputados, emendada pelo Senado Federal, regulamentamos a lei para que, a partir de 31 de janeiro, seja feita a troca definitiva do indexador. Até lá, os Presidente do Senado Federal, Estados pagarão para mais, mas terão essa diferença, devolvida para os seus Tesouros Renan Calheiros estaduais a partir de 31 de janeiro de 2016. – Excelentíssimos senhores Governadores, excelentíssima Depois, por sugestão do Senador José Serra, aprovamos, no Senado Federal, a senhora Governadora, Excelentíssimos senhores Senadores, utilização de 70% dos depósitos judiciais e administrativos. Essa matéria se encontra Excelentíssimo senhor Presidente da Câmara dos em tramitação conclusiva na Câmara dos Deputados e se constitui em um esforço Deputados, todos os Deputados presentes. para que possamos dotar os Estados de recursos que, embora vinculados, servirão para

Pedro França/agência senado reparar esse momento de dificuldade, de crise. Quero agradecer aos Governadores que aceitaram o convite do Legislativo em meu nome e em nome do Depois também votamos um item importante para o equilíbrio federativo, que é a Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. partilha dos impostos do comércio eletrônico. Essa matéria foi aprovada no Senado Sabemos o quanto é difícil separar, nas suas agendas e modificada na Câmara. A partir de janeiro de 2016, teremos a partilha de 20% dos trabalhosas, uma oportunidade para uma reunião. Mas impostos desse importantíssimo comércio, que é, sem dúvida nenhuma, um dos que esta reunião é muito importante para que possamos, mais se desenvolve no nosso País. neste momento de dificuldade, de crise, buscar a união de esforços para equilibrar a Federação. Queremos ouvi-los para que possamos definir passos para que essa agenda de interesse da Federação possa ser levada adiante. O Congresso Nacional abre as suas portas para ouvir a demanda dos Governadores. Vamos aproveitar a oportunidade para dar fazer uma prestação de contas. Mas a Vamos conceder a palavra, ao Presidente da Câmara dos Deputados. Depois, vamos reunião se faz, sobretudo, para que possamos ouvir os Governadores e, com eles, ouvir os Governadores. Chamaremos um representante de cada Região, para que construir uma agenda positiva para garantir o equilíbrio da Federação e para que as possa trazer suas considerações e sugestões. Se outros governadores desejarem falar na relações do Poder central com os Estados federados sejam mais harmônicas e mais sequência, estamos aqui para ouvi-los, para que, a partir de hoje, possamos construir equilibradas. essa agenda positiva. Estamos conscientes de que um dos principais empecilhos é a demora que o Governo Com a palavra o Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Eduardo Cunha. central com relação aos repasses para os Estados. E estamos pondo em prática uma agenda que foi discutida com os Governadores nesta Casa, numa outra reunião que Presidente da Câmara dos tivemos oportunidade de fazer, em março de 2013. Deputados, Eduardo Cunha Aqui no Senado, o Presidente José Sarney, em 2012, designou uma comissão externa de – Senhor Presidente do Senado, Senador Renan Calheiros, especialistas para propor soluções aos assuntos federativos. senhores Governadores, senhoras e senhores Senadores, senhoras e senhores Deputados. Este é um excelente Adiantamos bastante essa agenda. Primeiro, acabamos com a guerra do ICMS dos

Pedro França/agência senado momento que temos para fazer um bom debate sobre um portos. Depois, avançamos para a unificação das alíquotas do ICMS. Chegamos a tema relevante. aprovar o projeto da Senadora Lúcia Vânia que convalida os investimentos realizados nos Estados em favor dos desenvolvimentos locais. Agora aguardamos, com o Governo Neste curto período desde que iniciamos esta Legislatura, central, com o Ministério da Fazenda, uma solução para o Fundo de Compensação, começamos a discussão, com a criação da Comissão para que possamos concluir, no Senado Federal, a apreciação do Projeto de Resolução Especial do Pacto Federativo na Câmara dos Deputados. nº 1 de 2013. A Comissão, presidida pelo Deputado Danilo Forte e

16 17 relatada pelo Deputado André Moura, tem percorrido o Brasil e, como parte do que concluído esse processo, será o primeiro item da pauta a ser apreciado. projeto Câmara Itinerante, tem feito debates nos Estados, sobre o tema do Pacto A tendência da Câmara é manter o que o Senado fez, salvo uma correção pedida pelo Federativo. próprio Senado para adequação de texto. Quando estivemos em Cuiabá recentemente, o Governador Pedro Taques sugeriu esta Além disso, estamos com uma série de projetos pedidos por vários entes federados, reunião conjunta, porque, muitas vezes, a troca de impressões ou de sugestões precisa pela frente de Municípios e também pelos Governadores, que tratam desse tema. ser compartilhada com todos, porque às vezes o problema de um aflige o outro e não Existe uma parte que não é só financeira, como as medidas para o combate à violência, se sabe qual é o problema que está afligindo cada um. solicitadas pelo Governo de São Paulo. A Câmara inclusive já aprovou um projeto de combate à violência e várias propostas que enviou para o Senado Federal. Estamos vivendo um processo em que os Estados e Municípios vêm perdendo a sua capacidade de se sustentarem. A ideia do debate à Comissão Especial do Pacto Vejo que essa oportunidade tem um sentido duplo. Não vamos apenas ouvir os Federativo visa não a discussão do Pacto Federativo, do ponto de vista político, geral, Governadores levando em conta a sua importância política como chefes dos entes mas única e exclusivamente sob a ótica de que não podemos dar obrigações sem as federados, mas, ao mesmo tempo, vamos mostrar e sinalizar que o Senado Federal respectivas fontes de financiamento e de sustentação. e a Câmara dos Deputados vão atuar em conjunto, para que possamos dar uma solução definitiva. Não há e não haverá competição em temas dessa relevância, que Queremos definir não apenas as obrigações de cada ente federado, mas também as tratem daquilo que é mais importante para os entes federados, sejam eles Estados ou condições para financiar essas obrigações. Não podemos, por exemplo, corrigir o piso Municípios, para a manutenção da estabilidade econômica e a capacidade dos entes de salarial de qualquer categoria, sem que os entes federados tenham recursos para poder honrar as suas obrigações. fazer frente a esse encargo. Este é o principal ponto para estancar a sangria feita ao longo dos anos, que está levando – ou levou – parte deles à insolvência. Sejam muito bem-vindos a este encontro! Estamos à disposição para o debate, em nome da Câmara dos Deputados. Muito obrigado. Esse processo tem várias variáveis. Uma delas, sugestão da Frente de Prefeitos, é a votação da PEC 172/2012, de autoria do Deputado Mendonça Filho, que proíbe a Presidente do Senado Federal, Renan Calheiros – Muito obrigado, Presidente transferência de encargos para Estados e Municípios sem os recursos correspondentes. Eduardo Cunha. A PEC, já admitida na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, está na Comissão Especial e pretendemos levá-la a Plenário ainda no primeiro semestre deste Por sugestão do Governador Marconi Perillo, talvez o mais interessante do ponto de ano. Esta talvez seja a norma principal para nortear o processo, daqui para frente. vista da produtividade do encontro e da própria reunião seja darmos a palavra a todos os Governadores, para que participem profundamente deste encontro pelo Pacto A Câmara, em conjunto com o Senado, vem tentando articular o que vamos levar Federativo. à votação nas duas Casas. Não vamos deixar que esse estado de insolvência de Estados e Municípios continue. Quando falamos em conter ou reparar esse estado Acrescendo à lista citada pelo Deputado Eduardo Cunha, o primeiro grande desafio de insolvência, sabemos que podemos ter problemas com o ente federado principal, que tivemos, foi a aprovação dos critérios de partilha dos royalties do petróleo, do a União. Temos de ter cautela também de não impedir ou tirar a condição da União gás e dos hidrocarbonetos. Houve um veto da Presidente da República e o Congresso de sobreviver. Precisamos de cautela, mas com soluções claras, nítidas e com prazo Nacional, as duas Casas, derrubamos o veto. A matéria ainda se encontra para decisão razoável. do Supremo Tribunal Federal. Já aprovamos a repartição do ICMS sobre o comércio eletrônico, que entrará em Outro assunto que desde logo nos irmana é a necessidade de cobrarmos do Governo vigor em 2016. Já regulamentamos a legislação sobre a correção das dívidas de Estados central o cumprimento dos compromissos com relação às responsabilidades da União e Municípios junto à União, cuja iniciativa foi da Câmara dos Deputados, com a na segurança pública. Esse foi um compromisso assumido na campanha eleitoral, definição de um do prazo determinado. Inicialmente a Câmara aprovou o prazo de reafirmado por ocasião da posse da Presidente da República no Congresso Nacional. 30 dias para que a União assinasse os contratos de refinanciamento com Estados e Esta é, sem dúvida, uma grande oportunidade para que a gente possa cobrar o Municípios, o que foi alterado pelo Senado, dando prazo até janeiro de 2016, mas compromisso da Presidente da República, no sentido que, rapidamente, sejam retroagindo os efeitos financeiros a este ano, colocando à disposição a possibilidade de divididas com o Governo central responsabilidades da segurança pública que hoje utilização dos depósitos judiciais. O projeto voltou à Câmara dos Deputados e só não cabem somente aos Estados federados. foi para o Plenário ainda porque a pauta se encontra trancada, por conta das medidas Concedo a palavra ao Governador do Acre, Governador Tião Viana. provisórias e dos projetos de urgência constitucional que tratam do ajuste fiscal. Assim

18 19 Governador Tião Viana (Acre) Planejamento, Nelson Barbosa: que os fundos de investimento se tornem parceiros do – Senhor Presidente do Senado Federal, Senador Renan desenvolvimento regional e estadual em políticas adequadas dos Estados. Calheiros, Senhor Presidente da Câmara dos Deputados, Desejo pleno êxito. Muito obrigado ao Senado e à Câmara pela sensibilidade com a Eduardo Cunha, Senhoras e Senhores Senadores, caros Federação. colegas Governadores e Governadoras, Deputados Federais. A mensagem que trago do povo acriano é breve.

Marcos O liveira/ A gência S enado Primeiro de agradecimento ao Congresso Nacional, em Governador Flávio Dino (Maranhão) especial ao Senado Federal, pela agenda de compromissos – Gostaria de propor que voltássemos à dinâmica que tem assumido com a Federação. Presidente Renan, originariamente proposta por Vossa Excelência, Presidente esta é a Casa dos Estados e ela assim tem procedido. Renan, ou seja, que ouvíssemos um Governador por região Somos herdeiros de uma política de Estado no Brasil que para que seja feita uma sistematização, uma síntese. Em vem desde a Constituição federal de 1967 que disse ‘sim’ à seguida, outros Governadores poderiam falar. Mas a nossa preocupação é tirar daqui uma agenda prática, concreta,

força do Estado e sequestrou recursos da Federação para a Marcos O liveira/ A gência S enado União, tornando-a quase imperial. E isso persistiu até a Carta de 1988 que disse, mais factível, de quatro ou cinco pontos. uma vez: passemos as contas à Federação e deixemos os recursos na mão da União. Presidente do Senado Renan Calheiros – Acatamos a Somos herdeiros dessa crise, que faz com que cada Estado caminhe, cada vez mais, sugestão levantada pelo Governador Flávio Dino e vamos para a beira do abismo, sendo insolúvel a perspectiva de superação econômico- chamar, pelo Nordeste, o Governador da Paraíba, Ricardo financeira. Coutinho. Cabe ao Parlamento dialogar com a União, para proceder a uma descentralização dos recursos. Medidas legislativas como o uso dos depósitos judiciais e extra-judiciais, Governador Ricardo Coutinho (Paraíba) entre outras, são estruturantes para os Estados. – Senhor Presidente do Senado, Senador Renan Calheiros, Senhor Presidente da Câmara, Deputado Eduardo Cunha, O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi outra medida estruturante que Senadores e Senadoras; Deputados e Deputadas, meus rompeu com a colcha de retalhos, de emendas até então discutidas e partilhadas sem queridos colegas Governadores e Governadora do Brasil. critérios estruturantes para a política de desenvolvimento. Isso foi superado pelo PAC, Quero, antes de mais nada, destacar a importância desta que hoje está numa fase de transição, de ajuste. reunião. Marcos O liveira/ A gência S enado Deixo clara a absoluta aliança com a Presidente da República. Sou companheiro Em 2013, tive a oportunidade de participar, como na alegria e na tristeza, na dificuldade, no momento de avanço e de leveza política. Governador, de outra reunião como essa. Entre os pontos Mas hoje temos um PAC restrito, contido, que retém muito das necessidades de pautados, estava a transferência de tributação do comércio desenvolvimento para as regiões. eletrônico, que, efetivamente, foi aprovada pelo Congresso e já entra em execução no próximo ano. Temos Estados que têm políticas sólidas de desenvolvimento. O Acre tem uma política de desenvolvimento sustentável, que alia a preservação dos recursos naturais Alertado pelos meus colegas da Região Nordeste, gostaria ao crescimento econômico. O Estado tem capacidade de endividamento, mas, de pautar em primeiro lugar uma questão fundamental. Esta reunião busca constituir infelizmente, as normas são retas e plenas, e dificultam iniciativas daqueles que teriam uma Federação de fato no Brasil. Temos uma Federação de direito, mas não temos capacidade de crédito. Passamos a ter que pagar contas dos Estados que estão sem uma Federação de fato. capacidade de pagamento de suas dívidas e de aumentar crédito. Pagamos um preço muito alto por isso. Existe uma concentração perversa de receitas no País, que não começou hoje, nem ontem. Isso vem de muito tempo. A receita obtida pela União com o Imposto Então, venho na confiança de encontrar saídas imediatas. Há uma retração das de Renda e o Imposto sobre Produtos Industrializados e compartilhada com os transferências constitucionais pelos Fundos de Participação. Os Estados têm perdido Estados, principalmente através do Fundo de Participação dos Estados, vem caindo muito e temos que achar uma saída compensatória. progressivamente. Em 1985, ela era responsável por 80% de toda a arrecadação nacional, excluída a arrecadação previdenciária. As demais receitas, as contribuições Estou apresentando uma saída compensatória ao Ministro-Chefe da Casa Civil, principalmente, respondiam por apenas 20%. Em 2014, as demais receitas, Aloizio Mercadante, ao Ministro da Fazenda, Joaquim Levy e ao Ministro do

20 21 principalmente as contribuições, já respondiam por 55% do total arrecadado e o É essencial compreender que essas obras darão um diferencial importantíssimo para Imposto de Renda e o IPI, por apenas 45%. que a Região do Semiárido possa se constituir não em problema, mas em solução para o país. É uma demonstração muito clara da concentração de receitas na esfera da União. Temos consciência de que não é possível mudar isso com uma única canetada. Por Há muita coisa sendo feita, mas é importante que um ajuste fiscal não possa paralisar isso, a nossa proposta é que o Congresso Nacional trabalhe ao lado do Executivo para tantas e tantas obras fundamentais para 80% do território da Região. que, num prazo de dez anos, por exemplo, receitas de outros tributos e contribuições entrem na partilha das receitas. Começaria, a partir de agora, mas haveria um prazo Com relação aos depósitos judiciais e extrajudiciais, matéria já apreciada no Senado, para que a União possa se adequar, porque não se pode desfalcar, de uma hora para os Governadores do Nordeste reivindicam que, dentro da responsabilidade de cada outra, a União de um montante considerável de receitas. governante, os recursos possam ser utilizados pelos Estados, porque são dinheiro necessário e que lhes pertence. E, se porventura a Justiça entender de forma diferente A outra questão que é fundamental é a impossibilidade de um Estado, mesmo algum caso, caberá aos Estados repor o dinheiro. Mas a utilização dos depósitos, tanto com capacidade de endividamento, de contrair empréstimos sem a autorização do judiciais, como extrajudiciais, é fundamental. Executivo Federal. Isso é a negação da Federação. Se é uma Federação, os entes precisam ser respeitados no seu direito de endividamento, dentro das condições que a Em 1988, época que essas duas Casas discutiam a Constituição da República, a União lei dispõe para obter recursos, seja de fontes internas ou externas. No Brasil, mesmo era responsável por 88% do financiamento da saúde pública. Hoje, o percentual não que o seu Estado esteja equilibrado, com capacidade de endividamento, só pode obter chega a 47%. Essa é uma conta que não fecha, mas tem que fechar porque, a cada crédito se tiver autorização do Governo central. Na nossa avaliação, isso é a negação do momento, os Estados são instados a resolver problemas. E, hoje em dia, não são princípio federativo da autonomia dos Estados. apenas os problemas da parasitose ou da anemia, mas dos procedimentos de alta complexidade. Hoje, a longevidade é maior, a população brasileira envelheceu e já Concordamos ainda com a PEC nº 172/2012, que modifica o art. 160 da Constituição hoje não morre mais de verminose. Cada vez mais, requer procedimentos de alta de 1988, para dar nova redação ao §2º, de forma que “a lei não imporá nem transferirá complexidade, que são caros. Mas, com a paralisação dos investimentos da União ao qualquer encargo ou prestação de serviços aos Estados, Distrito Federal ou aos longo de tantos anos – o que não se refere a um governo apenas –, desenvolveu-se um Municípios sem a previsão de repasses financeiros necessários ao seu custeio”. quadro em que Estados e Municípios têm que ultrapassar muito o limite ordenado pela Constituição. O problema é que não há um piso para a União. Esse piso teria que Ao longo dos anos vimos acontecer, constantemente, a transferência de encargos para ser crescente para acompanhar o nível de investimento. Estados e Municípios sem a previsão das fontes de recursos. Para termos uma ideia, a perda de receita com a desoneração de IPI, de 2008 a 2012, R$ 77 bilhões deixaram de Se hoje algum Estado, como a Paraíba, tem leitos disponíveis para atendimento, o ser repassados a Estados e Municípios. A Paraíba, um Estado pequeno, carente, perdeu Estado não tem como habilitá-los perante o Ministério da Saúde, porque a habilitação R$2 bilhões desses R$77 bilhões. É praticamente impossível pensar que uma medida está fechada. Temos mais de 1.200 leitos atendendo, bancados exclusivamente por unilateral possa punir os Estados da Federação de forma tão verticalizada. recursos próprios do Tesouro do Estado. Sobre o ICMS, os Governadores do Nordeste concordam com o nivelamento das Para finalizar, a questão da segurança pública. Não existem perspectivas para um país alíquotas desde que haja um fundo de desenvolvimento regional com recursos onde morrem, como se diz popularmente de “morte matada”, 45 mil pessoas ao ano. definidos. Não se pode simplesmente retirar mecanismos tributários e suas fontes Não há conflito no mundo que esteja matando uma quantidade tão grande de pessoas de uma Região que, de 2002 a 2010, cresceu em média 26% acima do crescimento como essa! nacional. Com esse ritmo de crescimento ainda demoraríamos 37 anos para que o Nordeste alcançasse a o percentual do Produto Interno Bruto (PIB) da Região Sul! Nesse contexto, temos o crack, para o qual não conseguimos, ainda, implementar uma É muito tempo para uma Região que responde por 30% da população e apenas 13,8% política nacional. Não há saída para a segurança pública que não seja uma política do PIB. nacional. Não adianta Pernambuco, que tem uma grande política pública na área de segurança, ou São Paulo, que tem baixos índices, ou qualquer um achar que um Para a Região Nordeste, para o norte de Minas Gerais e para uma parte do Espírito Estado sozinho vai poder resolver isso, porque não vai. Santo, antes de fazer o nivelamento do ICMS, é preciso que tenhamos definido outro instrumento para atração de empresas para que essa Região continue a crescer acima, É fundamental que a União tenha um instrumento, que, na minha concepção, inclusive, do que o País cresce, não por deleite, mas pensando no País inteiro. precisaria estar no mesmo nível dos ministérios. Uma Secretaria Nacional de Segurança Pública, por mais importante e competente que seja a sua titular, a doutora Regina Os Governadores do Nordeste também demandam que não pode haver paralisação de Miki, não tem estatura para dialogar com o restante do Governo e formular políticas obras do PAC, especialmente obras hídricas na Região do Semiárido. O Nordeste sofre transversais. Não cabe à União colocar o policial na rua, mas cabe à União criar um há quatro anos a pior estiagem do último século. São várias as obras em curso.

22 23 piso, um nivelamento das ações na área de segurança pública para que a gente possa Quero retomar uma agenda trazida pelos Governadores na reunião de 2013, da qual reverter indicadores que são comprometedores. participei na condição de Senador: a redução da alíquota do Pasep nas transações entre a União e Estados para 0%. Falo isso à vontade porque, em 2014, apenas quatro Estados reduziram o número de homicídios em relação ao ano anterior. A Paraíba foi um deles: em três anos A partir daquela reunião, o Senador Aloysio Nunes apresentou um projeto (PLS nº diminui os índices. Mas, no Nordeste, talvez pelo desenvolvimento dos últimos dez 86/2013). Pela conversa que tive com vários Governadores, tenho convicção de que se anos, percebe-se, claramente, um crescimento vertiginoso do número de homicídios, trata de medida de extrema importância. principalmente. Outro pleito diz respeito ao pagamento dos créditos previdenciários, a compensação Um Pacto Federativo precisa incluir a questão da segurança pública, em que a União previdenciária a que os Estados têm direito. Sugerimos a apresentação de um projeto esteja presente, formulando uma política nacional única e dando as condições para um de lei para que a União possa compensar esses créditos previdenciários da dívida dos padrão mínimo e igualitário para todos os Estados. Estados e do Distrito Federal. Agradeço aos colegas Governadores do Nordeste pela oportunidade. Muito obrigado. Por fim, quero cumprimentar o Senador José Serra pela apresentação da proposta que permite a utilização dos depósitos administrativos e os depósitos judiciais em até 70% pelos Governos dos Estados. Alerto para uma pequena correção na redação da Governador Rodrigo Rollemberg proposta, porque da forma como está, esses depósitos servirão apenas para pagamento (Distrito Federal) de precatórios. Seria importante que o pagamento de dívidas e investimentos fossem – Prezado Presidente, Senador Renan Calheiros, prezado contemplados. Presidente da Câmara, Deputado Eduardo Cunha, prezados amigos Governadores, amigas Governadoras, Quero parabenizar o Presidente do Senado e o Presidente da Câmara dos Deputados prezados amigos Senadores, Senadoras, Deputados, pela iniciativa, importante para recuperar o equilíbrio financeiro e a capacidade de

Pedro França/agência senado imprensa presente. Vou ser breve para dar oportunidade investimentos dos Estados, e para que o Brasil possa voltar a crescer, distribuindo para os outros Governadores do Centro-Oeste se renda e melhorando a qualidade de vida da nossa gente. Muito obrigado. manifestarem. Estive no Congresso no início da Legislatura, conversando Governador Geraldo Alckmin (São Paulo) com o Presidente da Câmara e com o Presidente do – Cumprimento o Presidente do Senado, Senador Renan Senado sobre a regulamentação do comércio eletrônico. Calheiros; da Câmara, Deputado Eduardo Cunha; A nova Emenda Constitucional (nº 87) é muito senhores Senadores e Deputados; colegas Governadores e importante para os Estados. Governadoras; amigas e amigos.

É muito importante dar efetividade ao que for tratado nesta reunião para melhorar Pedro França/agência senado Agradeço aos Governadores do Sudeste – Minas, Espírito a saúde financeira dos Estados para que possam cumprir seus compromissos com Santo e Rio de Janeiro – pela oportunidade e trazer aqui os servidores públicos, melhorar a qualidade dos serviços públicos e recuperar a cinco propostas. capacidade de investimento. É isso que a população espera de nós. A primeira não tem custo financeiro, é matéria legislativa. Em primeiro lugar, gostaria de pedir atenção especial ao Presidente da Câmara dos O art. 22, parágrafo único, da Constituição Federal Deputados, para a apreciação do projeto de lei PLP nº 54, de 2015, já aprovado no estabelece a possibilidade de o Congresso Nacional delegar Senado Federal, que convalida benefícios fiscais e permite aos Estados adotarem competência de matéria legislativa aos Estados. Temos as mesmas alíquotas. Esse projeto é muito importante para melhorar a saúde e a a possibilidade de delegar aos Estados a competência de competitividade dos Estados. legislar em matéria pré-processual, ou seja, sobre a condução de inquéritos policiais. Assim, ganharíamos tempo, agilidade e economizaríamos dinheiro. Por exemplo: hoje, Também venho defender a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição de para ouvir uma testemunha, às vezes chega a levar um ano e meio. A delegação aos autoria do Deputado Mendonça Filho (PEC 172/2012), que impede a criação de Estados está dentro do princípio da descentralização. despesas para os Estados sem indicar os recursos necessários para isso. Devemos evitar qualquer aumento de despesas ou qualquer redução de receita para os Estados. A segunda proposta, já muito bem abordada pelo Governador Ricardo Coutinho, diz respeito aos financiamentos. Neste momento de crise, de economia esfriando, temos duas possibilidades de avançar rapidamente. Uma delas é por meio da infraestrutura

24 25 e logística. Para alavancar as Parcerias Público-Privadas (PPPs) precisamos de Governador José Ivo Sartori contraprestação, ou seja, de financiamentos. E os projetos de infraestrutura e logística, (Rio Grande do Sul) que geram muito emprego, reduzem o custo Brasil e melhoram a produtividade. – Senhor Presidente do Senado, Senador Renan Calheiros; Porém, temos projetos já aprovados pelo Programa de Ajuste Fiscal (PAF), mas que senhor Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado não são liberados. Eduardo Cunha; senhora Governadora; senhores Governadores; senhores Senadores; senhores Deputados Terceiro: como abordou o Governador Rodrigo Rollemberg, o Sistema de Pedro França/agência senado Federais. Falo também em nome do Governador Compensação Previdenciária (Comprv). A Constituição estabeleceu a reciprocidade, , de Santa Catarina, do Governador em que se conta o tempo privado no setor público e o tempo do setor público na Beto Richa, do Paraná, e do Governador Reinaldo área privada para aposentadoria. Muitos funcionários que entram no governo vêm da Azambuja, de Mato Grosso do Sul. iniciativa privada e vão se aposentar pelo Estado. Utilizando o mecanismo, muitos servidores do Estado de São Paulo levaram o seu tempo de contribuição ao Instituto Quero saudar a iniciativa deste encontro, muito positiva Nacional do Serviço Social (INSS), no setor privado, para o serviço público. São para que se comece, a discutir um Pacto Federativo para R$ 200 milhões em créditos junto ao INSS já reconhecidos e R$ 800 milhões a o País. Conhecemos a realidade nacional e sabemos das reconhecer. O Distrito Federal deve ter de R$ 600 milhões a R$ 800 milhões. São dificuldades dos Municípios. A Federação é uma unidade da qual Estados fazem parte. recursos que devem ser transferidos aos Estados. Esses recursos poderiam ser usados O Estado é uma unidade federativa. E só se cuida do todo cuidando das partes. para compensar a dívida junto à União. Enfim, deve-se, achar uma maneira de utilização dos recursos do Comprev pelos Estados. A situação de muitos Estados é de emergência, como é caso do Rio Grande do Sul, do Paraná, de Santa Catarina, do Mato Grosso do Sul. Entendemos a situação do País. Quarto ponto: temos duas propostas para o financiamento da saúde. Uma é a revisão Também estamos fazendo nossos ajustes, mas precisamos da ajuda da União. do teto de financiamento da saúde pelos Estados. Hoje, quanto mais se atende a saúde, mais se estoura o teto. Além de a tabela de pagamento do Sistema Único de Saúde Acreditamos que o tema central para os Estados é a questão da dívida pública, que (SUS) ser insuficiente, o estado acaba bancando 100% do valor do atendimento. tem que passar para um patamar percentual menor. Por exemplo, no Rio Grande do Sul, temos comprometimento de 13% da receita corrente líquida. Se houvesse um A outra proposta é permitir que os Estados cobrem ressarcimentos das seguradoras de comprometimento negociado de 9%, teríamos condições melhores de investimento. saúde. Em casos por vezes complexos, a pessoa que tem seguro-saúde, muitas vezes é atendida pelo SUS. Está previsto que o setor público pode pedir o ressarcimento do Também somos a favor de um fundo de recursos para a segurança pública, para que valor, mas só quem pode cobrar é o Ministério da Saúde. Queremos que os Estados haja maior comprometimento da União, para que possamos modificar, pelo menos, a possam fazer a cobrança e ficar com o recurso. Seremos mais eficientes nesse trabalho. política penitenciária do País. É justo que o recurso fique para quem efetivamente atende. Se quem atendeu foi a Apoiamos uma transformação no financiamento da saúde, não apenas para os Estados, prefeitura, o recurso fica para a prefeitura. Se quem atendeu foi o Estado, fica para mas também para os Municípios, cuja participação no financiamento da saúde o Estado. É só mudar a sistemática de cobrança; a proposta não envolve dinheiro também cresceu fortemente. público. Para os Estados exportadores, outra questão fundamental é a mudança da Lei Kandir Quinto, ainda na área de saúde: o saneamento. Não há tributo municipal nem estadual (Lei Complementar nº 87/1996) e do Fundo de Exportações (FEX), para que os sobre saneamento, mas há tributo federal, que é o PIS/Cofins. Há uma proposta do recursos cheguem aos Estados. Senador José Serra, pela qual o recurso arrecadado pela União sobre saneamento possa ser utilizado para investimento. Também é preciso chamar a atenção para a discussão de mudanças do Simples Nacional que está em curso e pode retirar toda e qualquer possibilidade de os Estados Por fim, o sexto ponto é a segurança pública, que precisa ter um fundo e participação fazerem investimentos. É uma reforma tributária ao contrário, que liquidaria com as mais efetiva do Governo Central. É nítida hoje a dificuldade de financiamento, finanças estaduais. especialmente na área de saúde e de segurança pública. Muito obrigado. Os pisos salariais definidos em lei federal exigem reflexão. Essas definições não podem impedir que o Estado funcione e cumpra o seu papel, prestando um bom serviço público. Isso não será possível da maneira que está sendo feita hoje em dia, com os vários pisos nacionais estabelecidos para muitas categorias. Ninguém é contra os funcionários ganharem melhor para prestar um bom serviço, mas, de uma

26 27 maneira desavisada, sem comprometimento dos Municípios e dos Estados, isso gera Essa urgência, porém, não pode nos afastar do debate de questões bem mais sérias, preocupações profundas. sem as quais jamais teremos uma efetiva Federação neste País. Detenho-me em algumas. A não compensação pela desoneração das exportações é, sem dúvida, uma das Somos a favor também da desoneração do Pasep, o que representaria, para o Rio maiores violências à Federação. São Estados que contribuem, de forma decisiva, para Grande do Sul, em torno de R$90 milhões. Todos os Estados devem ter a possibilidade o equilíbrio das contas externas do País. Não dá para aceitar que, só no ano passado, de terem esses recursos. mais de R$ 2 bilhões deixaram de ingressar nos cofres do Pará, o segundo maior saldo Os Estados do Sul, apesar de alguma discordância do Governo do Paraná, são a favor na balança comercial brasileira, pela desoneração das exportações. Recordo que, no da unificação das alíquotas do ICMS, da forma como está sendo proposta no Senado. primeiro ano, a compensação chegou a mais de 90% para todos os Estados brasileiros. Mesmo perdendo inicialmente, o Rio Grande do Sul é parceiro nessa caminhada. No ano passado, não superou 5%. Gostaria de pedir atenção com relação a projetos em tramitação, tanto no Senado Esse é um tema fundamental se quisermos repactuar a Federação, até porque, para quanto na Câmara, que, se aprovados, podem retirar até R$100 bilhões dos Estados. importar, precisamos exportar. Sobre as importações é possível cobrar ICMS; sobre as Vamos passar aos Presidentes do Senado e da Câmara um resumo dos projetos. Não exportações, não. E mais: os Estados foram obrigados a desonerar as suas exportações somos contrários às iniciativas de Deputados e Senadores de apresentem seus projetos, pela Lei Kandir, mas a União tributa as exportações. mas não se podem penalizar as finanças estaduais. Muito obrigado. Da mesma forma, a questão da recomposição das fontes dos fundos de participação precisa ser abordada. Como ter mais e melhor saúde, educação, segurança, transporte, Governador Simão Jatene (Pará) esporte e lazer, sem uma rediscussão clara sobre a recomposição das fontes dos fundos de participação? Ao contrário, estamos assistindo a União fazer uma política de isenção – Bom dia a todos, amigas e amigos. Quero cumprimentar que reduz mais ainda as fontes desses fundos. o Presidente do Senado, Renan Calheiros, o Presidente da Câmara e, ao fazê-lo, festejar esta iniciativa. Os governadores que me antecederam foram felizes em algumas proposições que fizeram. Mas também precisamos recompor pontos que são fundamentais para que o Cada um e todos nós já participamos de reuniões sobre País possa se ver, se enxergar e funcionar efetivamente como uma Federação. o Pacto Federativo. Mas a história tem uma condição

Marcos O liveira/ A gência S enado fantástica, que é, pelo fato de não ser nem estar pré-escrita, A discussão política no Senado poderá virar a página da guerra fiscal por meio da sempre permitir que o futuro possa ser diferente. Este é criação de fundos para desenvolvimento regional. Mas tememos que aconteça como um belo momento para que esta discussão não seja apenas aconteceu com a desoneração das exportações, que, inicialmente, fazia parte de um mais um encontro a respeito de um tema que julgamos princípio que seria cumprido e honrado. Desde então, a perda líquida não compensada importante. dos Estados foi de mais de R$ 345 bilhões! Uma primeira coisa que precisamos assumir, de forma É dessa Federação que estamos falando. De uma Federação que não mais aceita a definitiva, como sociedade, é que discutir o Pacto transferência de responsabilidades para esconder fragilidades. Saúde, educação e Federativo não é simplesmente debater a distribuição de receitas e e despesas, segurança, necessariamente, são responsabilidade dos brasileiros. E União, Estados e obrigações e deveres entre Estados e Municípios. Precisamos discutir a prestação de Municípios são apenas instrumentos formais. serviços por parte dos entes a uma sociedade cada vez mais ansiosa e inquieta – e com grandes razões para isso. Não se pode dar um tratamento único para quem tem contas equilibradas e pode realizar operações de crédito e outros que não porque a União caminhou em uma A Amazônia talvez seja uma das mais belas sínteses do diverso. São várias Amazônias. direção equivocada no que diz respeito ao seu equilíbrio. E não é diferente com o Brasil. E, além de diverso, o Brasil é lamentavelmente desigual. Como sociedade, não temos sido inteligentes para utilizar a nossa diversidade Apesar de já ter perdido a maioria dos cabelos e a barba estar completamente branca, para reduzir desigualdades. Rediscutir o Pacto Federativo é, sem dúvida, fazê-lo. não perco a esperança de que este País possa ser uma Federação. E sempre, a cada reunião, tenho o sentimento de que podemos estar construindo uma nova história. Pontos como a utilização dos depósitos judiciais e extrajudiciais por parte dos Estados, são fundamentais – e todos estamos de acordo. A desoneração de PIS/Cofins sobre Meus parabéns ao Presidente do Senado e ao Presidente da Câmara. Muito obrigado. o faturamento das companhias de saneamento é outro ponto em relação ao qual teríamos poucas divergências. O mesmo se dá com a redução da alíquota de Pasep para 0%. São medidas concretas, possíveis de serem rapidamente implementadas, que terão efeito sobre o equilíbrio das contas dos Estados e Municípios.

28 29 Governador Pedro Taques (Mato Grosso) foi presidida pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim. Esses temas – Senhor Presidente do Senado, senhor Presidente da foram elencados por essa comissão. Sabemos os temas, mas não podemos discutir Câmara dos Deputados, senhores Senadores, senhores apenas a submissão federativa, mas o Pacto Federativo. Deputados, senhores Governadores. Solicito que possamos ter essa agenda produtiva do Congresso Nacional para estes Qualquer técnico teria condições de fazer uma lista das temas federativos. Muito obrigado. nossas necessidades. Já sabemos quais são os projetos Marcos O liveira/ A gência S enado que precisam ser votados. O que falta é vontade política para que sejam votados. Somos políticos, e político tem Governador Marconi Perillo (Goiás) que fazer política. Se estivéssemos em uma reunião do – Senhor Presidente Renan Calheiros, senhor Presidente Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), os Eduardo Cunha, senhora Governadora, senhores temas seriam os mesmos de uma lista técnica. Governadores, senhores Senadores e Deputados. Eu estava aqui em 2013, mas considero este encontro como o mais Como Senador, participei dos debates da última reunião alvissareiro, o mais importante. Queria louvar e agradecer de Governadores. As discussões são as mesmas da reunião ao Senado Federal e à Câmara dos Deputados por esta de 2013 e, tenho certeza, foram as mesmas das reuniões anteriores. Marcos O liveira/ A gência S enado iniciativa, até porque nós, Governadores, já fizemos todos os ajustes que eram necessários, todos os cortes. O que precisamos como Governadores é entender que o Pacto Federativo não faz com que a União seja superior aos Estados. É entender que no Brasil existe uma hipertrofia No meu Estado, por exemplo, temos hoje apenas da União em relação aos Estados. É entender que os Estados, na sua grande maioria, dez secretarias, cortamos metade de todos os cargos estão com dificuldades. Muitos deles, que fizeram ajustes fiscais no momento correto, comissionados, fizemos todos os ajustes necessários. Isso em razão da não realização do ajuste fiscal por parte da União estão sofrendo essas não aconteceu só com Goiás. Em Goiás vamos ter uma consequências. redução no orçamento deste ano de quase 5 bilhões, mas medidas precisam ser tomadas. Dos US$ 100 bilhões que a República Federativa do Brasil exportou em 2013, São Paulo exportou US$ 22 bilhões, Mato Grosso exportou US$16 bilhões. Mato Grosso Julgo que este momento é diferente do que aconteceu em 2013, porque eu teve um superávit na balança comercial de US$ 13 bilhões. A União nos deve o repasse percebo, na condução, tanto do Presidente do Senado, quanto do Presidente da dos recursos do FEX e não o faz. Temos condições de debater a tarde inteira e fazer a Câmara, sensibilidade e vontade política para resolver as questões que interessam relação de dez ou quinze projetos que são significativos. aos governadores e aos prefeitos, as questões que interessam à mudança no Pacto Federativo . Os Estados não suportam mais carregar praticamente sozinhos quase todas Peço à Câmara dos Deputados e ao Senado que façam uma pauta federativa para as demandas da sociedade, mas o Presidente Renan Calheiros e o Presidente Eduardo que, quem sabe, em um mês possamos debater e votar esses projetos. Alguns deles Cunha conhecem as nossas demandas, têm sensibilidade. Eu não tenho dúvida de prejudicam os Estados do Nordeste, mas beneficiam os Estados do Sul. Outros que, pela ação proativa deles, pela independência que eles estão demonstrando, vamos projetos beneficiam os Estados do Sudeste e prejudicam os Estados do Centro-Oeste. ter avanços muito significativos e rápidos em relação ao que estamos esperando desta Se estes projetos forem votados de forma separada, divorciada, não chegaremos a um reunião e das outras que já realizamos. acordo, porque sabemos que São Paulo tem 70 Deputados Federais, Mato Grosso, como os Estados menores, tem oito Deputados Federais. Os Deputados Federais de O ajuste fiscal federal é muito importante e nós o apoiamos, mas a dose não pode São Paulo, com legitimidade, defenderão os interesses do seu povo. matar o paciente. Sem termos recursos para investimentos, vamos reduzir ainda mais as receitas, vamos reduzir ainda mais a atividade econômica. Por isso, corroboro Não adianta fazermos desta reunião um elenco de projetos. Temos que entender as palavras do Governador Ricardo Coutinho e do Governador Geraldo Alckmin que os governadores não são submissos à Presidência da República. Temos um Pacto em relação a financiamentos, operações de crédito para aquecermos a economia, Federativo, não uma submissão federativa. realizarmos investimentos e obras de interesse social, de infraestrutura e de logística. Peço que possamos ter uma agenda produtiva e votar os projetos que foram muito Talvez neste encontro o que é mais importante para nós, Governadores, além de bem elencados pelos governadores que me antecederam. Em um mês é possível que todos os temas elencados, é o apoio incondicional à PEC nº 172/2012, do Deputado votemos isso. Quando cheguei ao Senado, em 2011, fui o autor do pedido para que o Mendonça Filho. Presidente Sarney criasse uma comissão para debater o Pacto Federativo. A Comissão

30 31 Não se deve permitir qualquer despesa nova ou qualquer redução de receita sem que Dilma e em fase de votação pela Câmara e pelo Senado. Estamos, nos Estados, haja alguém para pagar a conta. Somente nos últimos cinco anos nós, Governadores, também fazendo os nossos ajustes e os consideramos importante para a retomada do incrementamos 85% na folha da educação por conta do pagamento dos pisos. Os crescimento do Brasil. Mas queremos contribuir com a retomada do crescimento do professores merecem, mas é fácil para alguém determinar que paguemos a conta, ainda Brasil. que não tenhamos recursos para fazê-lo. Uma das dificuldades que enfrentamos hoje é exatamente essa. E, nesse sentido, quero aqui, de modo bem simples e rápido, reafirmar a necessidade de os Estados tomarem seus financiamentos. Não pode haver nenhuma trava para, Quero pedir a atenção do Congresso Nacional em relação à pauta da segurança com base nas regras já existentes, cada Estado poder fazê-lo. pública. Um dos maiores problemas que temos hoje é a reiteração no crime, daí a necessidade de mudarmos a legislação penal. A outra é colocar o Fundo Penitenciário Confio que o Congresso Nacional – embora esta seja uma tarefa do Executivo – Nacional para cumprir a sua finalidade. Hoje R$ 11 bilhões do Funpen estão estará analisando, pela conjuntura brasileira, a meta do superávit primário, que é o contingenciados para a formação de superávit primário. Esse dinheiro precisa alcançar argumento usado para dificultar os investimentos. É claro que tem que ser olhado do a sua finalidade, ele precisa ser utilizado para a construção de presídios, para a ponto de vista da União, mas também do ponto de vista dos Estados. É nesse aspecto melhoria das penitenciárias. que eu acho que o Congresso Nacional pode contribuir. É preciso também vigiar as fronteiras, criar uma legislação que obrigue uma força Segundo, defendo a aprovação do Projeto de Resolução do Senado nº 15/2015, em maior nas fronteiras para impedir a entrada de drogas e de armas contrabandeadas. análise na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, que altera a Resolução nº 43, que abre uma exceção para antecipação de receita na área dos royalties, gás e petróleo. Por fim, manifesto apoio incondicional ao projeto de lei do Senador José Serra em relação aos depósitos judiciais1. Queria apenas pedir que as correções fossem realizadas. E o que se deseja? Que seja permitida, também, a cobrança do ICMS pela rede bancária, mais precisamente pelo Banco do Brasil, e que seja possível aos bancos, nesse Também é importante alterar a Lei Kandir (Lei Complementar 87/1996). Os processo de cobrança, antecipar uma receita que, na verdade, é pretérita. É uma receita Estados perderam, conforme lembrou o Governador Simão Jatene, R$ 345 bilhões que não é uma antecipação; ela já devia ter sido paga, ela já é um direito líquido e nos últimos anos. E não tivemos compensação. O Auxílio Financeiro para Fomento certo – líquido, pelo menos – da parte do Estado. das Exportações (FEX) não foi pago no ano passado. Não há previsão de ser pago neste ano, não há compensação. Como é que vamos acreditar em algum fundo para Então, a aprovação dessa proposta – e pedimos que seja pautada como prioridade compensar a guerra fiscal?Enfim, subscrevo o que foi colocado pelos Governadores, – abre a possibilidade de os Estados e os Municípios obterem receita junto à rede mas sobretudo, Presidente Renan Calheiros e Presidente Eduardo Cunha, quero dizer bancária. que eu acredito na força de vontade, na diligência e no interesse dos senhores e do Outra proposta que considero fundamental para todo o Brasil, diante da insegurança Congresso Nacional em aprovar essa agenda que tanto interessa aos Governadores, aos climática que vivemos, é a PEC da Irrigação (PEC 78/2013)2, uma iniciativa também Prefeitos e ao País. apoiada pelo Governo. Aqui, retomo outra questão: estamos apoiando a convalidação do ICMS e estamos Governador Wellington Dias (Piauí) em tratativas com o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, visando à aprovação, de – Senhor Presidente, pelo Piauí, parabenizo este momento. preferência por meio de uma emenda à Constituição, de proposta que altere a origem Aqui vim junto com a nossa Vice-Governadora Margarete e destinos do Fundo de Compensação e do Fundo de Desenvolvimento Regional. E Coelho. Fico feliz por ter encontrado com toda a nossa tenho já um voto do Senador Walter Pinheiro, que eu acho que é fruto de um amplo Bancada: Senadora Regina Souza, Senador Elmano Ferrer, debate.

Marcos O liveira/ A gência S enado Senador Ciro Nogueira, e também por matar saudade do Senado Federal. Tenho orgulho de ter tido o privilégio de Sobre o fundo de segurança, Senhor Deputado Eduardo Cunha, ressalto que o estar nas duas Casas, na Câmara e no Senado. Deputado Júlio César, do nosso Estado, tem um projeto que trata exatamente da regulação desse fundo, como foi dito por vários governadores. Ou seja, uma Apoiamos o ajuste fiscal encaminhado pela Presidenta participação da União, para viabilizar custeio e pessoal, como acontece hoje com a saúde, como acontece com a educação. Se a segurança é prioridade, então também que tenha essa participação por parte da União. Aliás, isso está de acordo com o 1 O PLS 183/2015, do senador José Serra, foi incorporado ao texto do PLC 15/2015, do deputado Leonardo Picciani, que regulamenta a Lei Complementar 148/2014. A proposta aguarda deliberação da Câmara dos Deputados a respeito das alterações aprovadas pelos 2 A PEC 78/2013 foi aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), no senadores. dia 20 de maio de 2015 e entrou na Ordem do Dia do Plenário do Senado na mesma data.

32 33 compromisso da Presidenta Dilma Rousseff no seu programa de Governo. Presidente, mas me ater a um ponto que acho fundamental. Primeiro, a aprovação do PLC 15/2015, que fixa realmente um novo critério de indexador das dívidas dos nossos Apoiamos as propostas na área da saúde. Nesse aspecto, vejo como importante essa Estados. proposta do Governador Geraldo Alckmin de se rever o teto de financiamento da saúde e de se cobrar das seguradoras, enfim, dos planos as condições do reembolso E só para fazer uma reflexão, o Mato Grosso do Sul, renegociou em 1998 um valor de daquilo que os Estados têm de despesa com seus segurados. R$ 2,258 bilhões. Passados 16 anos, pagamos R$ 6,72 bilhões, e devemos, hoje, para a União R$ 7,841 bilhões. E por que disso tudo? Tivemos o reajuste da poupança, neste Defendo, Senhor Presidente, o debate sobre um tema que acho que às vezes o Brasil período, de 192% do IPCA mais 6, 347%; dos CDBs pré-fixados, 443%; da Selic, 498%; está com medo de tratar: previdência. Eu acho que é o mais grave problema que temos e a dívida do nosso Estado com a União foi reajustada em 589%. hoje, e precisamos tratar dele. Acredito que esta é a Casa adequada para tratar dele. E, é claro, também, da saúde. Então, Presidente, a gente nota que, nesses 16 anos, houve, realmente, uma agiotagem oficial à custa do sacrifício dos nossos Estados. E o que coloco como ponto Por isso, trago esse apoio à PEC 172/2012, que acho fundamental. Na verdade, não é fundamental é a definição de um percentual de desembolso da receita líquida real dos impedir nada. O Congresso, ao criar uma despesa para os entes da Federação, deve estados para pagamento da dívida com a União – e agradecemos a aprovação do PLC criar a respectiva receita. Ou seja: liberdade total para o Congresso de atuar, desde que 15/2015, que fixou parâmetros mais flexíveis aos Estados. ao criar a despesa crie a receita. Alguns Estados desembolsam mensalmente 15% da sua receita corrente líquida, como Trato também de um projeto em fase de elaboração, de iniciativa da Senadora Fátima é o caso do Mato Grosso do Sul. Alguns desembolsam 13%, e outros, 11% da receita Bezerra, do Rio Grande do Norte, que define um ICMS diferenciado para a chamada corrente líquida. E teríamos condições, Senhor Presidente, de fixar um parâmetro energia ecológica. Temos uma nova matriz que cresce no Brasil – eólica, solar, para aceitável a todos os Estados que facilitaria o fluxo, precisamos melhorar o fluxo de citar dois exemplos – e, com certeza, se for destinada parte para a origem e parte para pagamento dos Estados. A proposta é que possamos ter, todos os Governadores, um o destino, isso será um incentivador muito importante para as políticas dos Estados. fluxo de 9% de desembolso da nossa receita líquida real, que daria imediatamente aos Outra proposta efetiva é a criação de um grupo de representação dos Governadores – Estados uma condição de atender às demandas que os Estados têm. com pelo menos um de cada região – para, numa reunião das Mesas da Câmara e do A redução do indexador foi importante, mas, temos que mexer no fluxo, e, Senado, tratarmos da pauta prioritária para até 15 de julho. Acho que é importante sair principalmente, definir um percentual de desembolso igualitário. daqui um grupo de trabalho com a representação dos Governadores para, junto com os presidentes, com os secretários que nos recebem, nas Mesas da Câmara e do Senado, Que Federação é esta que trata os entes federados com diferenças? Se estamos tratando no Colégio de Líderes, como acontece no Parlamento, podermos definir uma pauta de Pacto Federativo, todos os Estados deveriam pagar o mesmo percentual de prioritária do Brasil para daqui até 15 de julho. desembolso da sua receita líquida real. Então, uma sugestão para essa Comissão, que foi proposta pelo Governador Wellington Dias, é tratar a questão desse fluxo, que isso Estamos tratando da pauta prioritária do Brasil para ampliar a capacidade de daria uma condição imediata aos Estados. investimento, para garantir a nossa contribuição na retomada do crescimento do Brasil. Muito obrigado pela oportunidade. Outro ponto, Senhor Presidente, que acho fundamental: a questão da reforma tributária, dessa guerra fiscal. Muitos Estados concordam em ter alíquota fixada em 4% e 7%, mas precisamos muito claramente ter uma posição sobre o fundo de Governador compensação. Quase a unanimidade dos Governadores, hoje, aqui, reivindicaram (Mato Grosso do Sul) aquilo que é direito dos Estados, que é o repasse da Lei Kandir. Infelizmente, os – Cumprimento o Presidente Renan Calheiros, saudando governos estaduais estão sendo ressarcidos pelo Governo Federal muito menos do que a todos os Senadores e Senadoras. Cumprimento aquilo que é de direito dos Estados, e temos que estar sempre reclamando e solicitando o Presidente Eduardo Cunha, saudando a todos os esse ressarcimento. Deputados e Deputadas. Cumprimento todos os Governadores e Governadoras, e parabenizo, Presidente Marcos O liveira/ A gência S enado Então, que nessa discussão da nova reforma tributária, possamos ter claramente, Renan Calheiros, pela iniciativa, pela importância dessa se possível, por meio de uma emenda constitucional, como serão os critérios. Que reunião, de termos uma pauta realmente positiva do Pacto haja clareza no desembolso desse fundo de compensação aos Estados, porque, até Federativo. agora, a reforma tributária que está sendo proposta só atinge os Estados, porque é feita no ICMS. Precisamos, também, que a União faça a sua parte, principalmente, Quero concordar com todas essas questões que foram flexibilizando PIS e Cofins, para os Estados terem um fôlego para investimento na área colocadas pelos representantes de todas as regiões, do saneamento, que é tão prioritária para os nossos Estados.

34 35 Gostaria que essa questão do desembolso mensal fosse colocada como uma prioridade consensuais. Portanto, não são pontos partidários, do partido A, B ou C. Trata-se de dos Estados, porque isso daria condições de termos um fluxo maior para atender às pontos que representam a Federação. Mas eu queria acentuar dois em particular, que é demandas que a sociedade cobra de cada um dos nossos Estados. Muito obrigado. o que o povo cobra nas ruas dos Governadores. O primeiro em relação à saúde. É preciso que o Congresso Nacional repense o Governador Rui Costa (Bahia) modelo de financiamento da saúde pública no Brasil. Hoje, a situação é gravíssima. – Bom dia a todos e todas, antes de parabenizar o O Governador Geraldo Alckmin apontou uma das soluções, que é a elevação do teto. Presidente Renan Calheiros e o Presidente Eduardo Cunha A segunda é a cobrança dos planos privados. Mas acho que precisamos ampliar o por esta reunião. Quero registrar três pontos, sem ser debate e que coloquemos este debate, porque a população está lotando os hospitais, repetitivo. carente da atenção média e complexa, e precisando de uma solução de como Estados e Municípios vão financiar a saúde. Acho que debater o Pacto Federativo não é só pontuar

Marcos O liveira/ A gência S enado – também é, mas não é somente – a relação dos Estados E o último ponto que quero destacar é a questão da segurança pública. Nós e Municípios com o Executivo Federal. Acho que entendemos que é fundamental e imprescindível haver um debate nacional sobre a precisamos pensar também como se dá o processo de segurança pública. Não é possível que o crime organizado, que o tráfico de drogas votação dos projetos na Câmara e no Senado. estejam a executar e a assassinar milhões e milhões de brasileiros. Isso é hoje uma questão nacional. Não se trata de uma questão mais desse Estado ou daquele Estado, Neste ano, por exemplo, já tivemos a oportunidade de e não cabe mais a comparação de onde está morrendo mais gente, se no Estado “a”, estar – os Governadores do Nordeste – com o Presidente “b” ou “c”; trata-se, hoje, de ter um planejamento e uma atuação nacional para essa Renan. E neste ano, mesmo, foi votada uma lei que questão da segurança pública, que, inevitavelmente, tem que ter a participação do impacta fortemente a arrecadação dos Estados, porque mexe na substituição tributária Governo Federal. da alíquota da micro e pequena empresa. Foi votado no Senado um projeto repetido da Câmara dos Deputados. Eu sou defensor de um fundo nacional de segurança, de uma articulação de um conjunto das instituições federais que cuidam ou possam ter relação com a questão Portanto, uma grande ajuda, que eu colocaria como a número um para os da segurança pública: Ministério de Direitos Humanos, Ministério da Defesa Civil, Governadores e Prefeitos, seria que a Câmara e o Senado, antes de votar qualquer Polícia Federal. Enfim, é preciso que possamos sentar à mesa e discutir ações concretas. projeto, pudessem dialogar com os Governadores e com os Prefeitos sobre o impacto Que União e Estados possam enfrentar essa questão que hoje é dramática. A população que esses projetos vão ter na arrecadação e na despesa dos Municípios. brasileira clama por segurança pública, e é preciso que coloquemos isso no topo da agenda. Estamos no mês de maio a discutir sobre o Pacto Federativo, mas há um mês e meio votamos nesta Casa algo que arrebenta a receita de muitos Estados, que foi a mudança Finalizo, Presidente Renan Calheiros, alertando que é preciso, no debate político, 3 na possibilidade da substituição tributária para a micro e a pequena empresa . compreender que a União precisa cuidar das partes, que são os Estados e Municípios, mas é preciso também compreender que o resultado de uma política macroeconômica, Então, fica o pedido número um, atrevendo-me a falar em nome de todos os se bem feita ou mal feita, terá um impacto fortíssimo em Estados e Municípios. Governadores: que esta Casa e a Câmara dos Deputados, antes de votarem qualquer projeto, coloquem a Federação em primeiro lugar, porque muitas vezes, num debate Portanto, como gostamos de dizer na Bahia, não se trata de dizer a parte “a” ou a legítimo de governo contra oposição, ou num debate legítimo de cada Parlamentar parte “b”; trata-se de dizer que estamos no mesmo barco, juntos e misturados, e temos querendo atender à sua base política ou à sua base de representação, votam-se projetos que buscar, portanto, a solução para os problemas graves que afligem hoje toda a que trazem despesa ou que impactam a receita dos Estados. população brasileira, e destaco esses três itens que elenquei. Se isso acontecesse, de hoje em diante, já seria uma grande ajuda para os Estados e os Obrigado, Presidente Renan! Obrigado, Presidente Eduardo Cunha! Municípios. A segunda questão. A maioria dos pontos elencados por todos os Governadores são

3 O PLS 201/2013, do senador Roberto Requião, foi aprovado no dia 24/03/2015 e encaminhado à Câmara dos Deputados para análise.

36 37 Vice-Governador Papaléo Paes (Amapá) O Oiapoque está sofrendo dificuldades de reservas de alimentos e outros produtos. — Senhor Presidente do Senado, do Congresso Nacional, Por quê? O DNIT, que é responsável pela manutenção e pela pavimentação da estrada Senador Renan Calheiros; Senhor Presidente da Câmara que liga Macapá ao Oiapoque, praticamente não cumpriu sua tarefa. É uma obra dos Deputados, Deputado Eduardo Cunha, a quem Federal, e o Governo Federal nos esquece, lamentavelmente. agradeço pelas duas visitas que já fez neste ano ao Estado Em nome dos Estados do Norte, principalmente dos que foram transformados de do Amapá; Senhores Governadores; Senhora Governadora; Territórios a Estados, dizer que precisamos de uma atenção especial, precisamos ser Senhores Senadores; Senhoras Senadoras; Senhores Marcos O liveira/ A gência S enado olhados respeitosamente e com certa delicadeza pelos demais Estados, para que forcem Deputados; Senhoras Deputadas; todos os presentes. realmente a União a fazer o trabalho que deve ser feito. Senhor Presidente, Vossa Excelência enviou uma Senhoras e senhores, futuramente, estaremos com quatro hidrelétricas que carta, convidando o nosso Governador Waldez Góes, irão exportar energia para o resto do País; é uma exportação que não nos deixa para participar deste grande encontro, que nos dá a praticamente nada. oportunidade de expor as questões regionais ou até questões específicas de cada Estado. No final do primeiro Outra questão: o nosso futuro depende da criação da Zona Franca Verde, que depende parágrafo, Vossa Excelência escreve: “A fragilidade da Federação é um problema de o Governo Federal liberar nossas terras, assim como a Zona de Processamento de real que nos enfraquece na medida em que praticamente tem inviabilizado o Exportação. enfrentamento dos problemas que afligem a população de todo o Brasil.” A conclusão técnica a que o Governo e técnicos chegaram é de que apoiamos as Deixo o registro do que é que significa um Estado do extremo Norte do País, como medidas para o encerramento da guerra fiscal. Mas temos uma grande dúvida, que é o Amapá, um Estado jovem, criado na Constituição de 1988, e que realmente ainda não foi sanada: onde estão ou de onde tirarão os recursos para a instituição do foi assumido como Estado, através de uma eleição direta, no ano de 1990. Foi-nos fundo de compensação? entregue um Estado com um gargalo energético. Tivemos dois anos de racionamento, porque praticamente a nossa então única hidrelétrica não suportava as necessidades do Muito obrigado a todos. Fica o registro do Amapá, em nome do Governador Valdez Estado, trabalhamos com termoelétricas, enfim, uma situação muito difícil. Góes, para que possamos ser olhados não como uma região pobre, mas, sim, como uma região rica que precisa ser olhada pela sua mãe, Brasil, de uma maneira mais séria, A falta de regulação das nossas terras, a questão fundiária no Estado até hoje mais honesta e mais afetuosa. Muito obrigado. permanece. Nós estamos imobilizados para termos investidores no nosso Estado, porque a União ainda não transferiu essas terras para a propriedade do Estado do Presidente do Senado, Renan Calheiros — Antes de conceder a palavra ao Senador Amapá. José Serra, eu gostaria de anunciar alguns encaminhamentos diante das colocações que já foram feitas. Outra questão, também, que mostra que esse isolamento existe é a reserva de proteção ambiental, que representa 73% do espaço físico do Amapá. O primeiro encaminhamento é que, atendendo à sugestão de alguns governadores, estamos designando dois Senadores e dois Deputados Federais. Pela Câmara, estão Além disso, há a transposição dos servidores, uma luta que o Estado está travando sendo designados Danilo Forte e André Moura, e, pelo Senado, o Senador José Serra desde 1990, ou seja, há 25 anos. Parece-me que isso conseguiremos alcançar. e o Senador Romero Jucá, para que, em contato com os governadores, sobretudo com um governador de cada região, possam sistematizar esta produtiva reunião. Vou dar um exemplo, que é gravíssimo, da situação e que diz respeito também ao Governo Federal, pois, no caso aqui, já que vivemos numa Federação, todos precisam Segundo: amanhã, às 11h, vamos fazer uma visita ao Presidente da Câmara dos saber que podem ser atingidos. Refiro-me à questão do Município do Oiapoque. Deputados para que a gente possa, como consequência já da sistematização desses Senadores e desses Deputados, encaminhar uma pauta complementar nas duas Casas O Oiapoque, no extremo norte do País, que faz fronteira com a Guiana Francesa, com relação a esses assuntos federativos. onde existe uma ponte já construída, do lado da Guiana, e já tem toda a infraestrutura para receber a inauguração dessa ponte, do lado do Brasil, está praticamente inabitado Terceiro: estamos, no âmbito do Senado Federal, designando um grupo de trabalho pelas repartições do Governo do nosso Estado e do nosso País. para acompanhar o encaminhamento e a tramitação desses assuntos federativos. É um grupo, inicialmente, composto por 17 Senadores e Senadoras. Há uma epidemia de dengue em São Paulo. No Oiapoque, temos mais de 1.600 casos de febre chikungunya. Estamos fazendo uma barreira epidemiológica para ver se não Concedo a palavra ao Senador José Serra. deixamos isso vir para o resto do País. Agora, imagine Vossa Excelência, se alcança o Estado de São Paulo, o País inteiro? Seria uma catástrofe!

38 39 Senador José Serra (PSDB-SP) Em princípio, todos deveriam ser penalizados, mas o caso da saúde é especialmente – Senhor Presidente Renan Calheiros, a quem dramático, porque o dado que foi apresentado por um dos governadores é verídico. cumprimento pela iniciativa; Senhor Presidente da O Governo Federal hoje cobre não mais do que 43%, 44% das despesas do SUS. Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que tem sido Em 2002, cobria 53%. Agora, apesar disso, de orçamentariamente ter diminuído sua grande parceiro dos Estados e Municípios; Senhores participação, está encolhendo os repasses. Calculo que seja da ordem de R$ 7 ou R$ 8 Governadores. bilhões por ano. O Governador Pedro Taques falou que não era mais uma Marcos O liveira/ A gência S enado Temos que aprovar um projeto de lei – e queria fazer esse pedido, inclusive aos questão agora de se enumerar alguns pontos. Eu vou me Senadores e Deputados – que penalize, que criminalize isso. Se obter financiamento permitir transgredir essa sugestão do meu amigo Pedro das instituições estatais sem respaldo legal, como é o caso famoso dessas pedaladas, é Taques e mencionar, muito brevemente, pontos que creio crime, por que atrasar repasse da saúde não o é? Essa é uma questão vital, e temos que que podemos fazer avançar. nos debruçar sobre um projeto nessa direção. Primeiro, no caso dos depósitos judiciais, o reparo que O outro é a questão da Lei Kandir. O Governador Jatene falou dramaticamente sobre o Governador Rollemberg fez está correto. Temos de o assunto e ele tem razão. O Governo Federal não paga R$ 2 bilhões por ano, apesar aprumar a redação. É simplesmente uma correção de redação. Acredito que a Câmara de ter que fazê-lo legalmente. Temos que encontrar maneira de punir, de obrigar que vai andar muito depressa com isso, inclusive pela ênfase que o Presidente Eduardo isso seja feito. Isso atinge os Estados, inclusive, que mais exportam matérias primas e Cunha deu. produtos primários. Não atinge homogeneamente todos os Estados, mas alguns dos mais carentes. O Pará é um deles, mas há vários outros. Segundo aspecto: a questão do Pasep, que foi criado nos anos 70, se não me engano no governo Médici, e envolvia uma contribuição de todos os servidores, que teriam um Outra questão que parece consensual é a proposta do Deputado Mendonça Filho retorno disso. Isso acabou. O Pasep perdeu a sua função, mas continua tributando os (PEC 172/12). Não é mais possível criar programas e passar os encargos para Estados Estados e Municípios. e Municípios. O caso típico foi o piso salarial dos professores, acompanhada do aumento da hora-atividade, ou seja, hora que o professor não dá aula, fixada em um Há um projeto de lei do Senador Aloysio Nunes, que foi relatado pelo Senador mínimo de 25% da carga horária, ou seja, 10 horas por mês, num regime de 40 horas. Cássio Cunha Lima na CCJ do Senado, no passado, mas ficou pendente de análise na Estados e Municípios tiveram que contratar mais. Jogaram os encargos nas costas dos Comissão de Assuntos Econômicos. Precisaríamos desenterrar isso. O Pasep suporia Estados. Então, essa emenda constitucional do Deputado Mendonça Filho é essencial. – não extinguir, porque, para isso, teria que se mexer na Constituição – reduzir a alíquota a 0%. Isso significaria R$ 4 bilhões a mais por ano para Estados e Municípios. Por último, queria mencionar a questão a que o Governador Alckmin fez referência, que não é propriamente financeira, mas é na área da descentralização e da melhor Creio que podemos fazer isso com muita rapidez. O projeto já tramitou em parte no alocação do gasto. Senado e tenho certeza de que assim será na Câmara. Essa Comissão, de que tomei conhecimento agora nesta reunião, inclusive deveria se Uma terceira, a respeito do saneamento. Há um projeto de lei de minha autoria, debruçar também sobre medidas de descentralização que simplifiquem as coisas, que que obriga a que a receita do PIS e da Cofins gerada no setor de saneamento seja tornem mais eficiente ou menos ineficiente a distribuição de funções, de tarefas entre reinvestida no saneamento. Isso já foi aprovado na Comissão de Assuntos Sociais do Governo Federal, Estados e Municípios. Por enquanto, os Estados e Municípios só Senado, deve ser aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos e logo irá para a recebem, de fato, encargos. Câmara, onde há iniciativas, já que incentivei alguns Deputados a trabalharem na mesma direção. Claro que o cobertor é curto, estamos numa situação de falta de recursos para todo mundo, mas não posso deixar de mencionar que o custo do aumento de juros, de Isso significará, por ano, de investimentos a mais em saneamento, algo da ordem dezembro para cá, é da ordem de R$ 35 bilhões. de R$ 12 bilhões. É significativo, porque corresponde, no total, a elevar em 30% os investimentos em saneamento por parte de Estados e Municípios, que têm suas Esse aumento de juros sem nenhum sentido, feito há duas semanas, de meio ponto, empresas. custa R$ 7,5 bilhões, quer dizer, duas vezes a receita que viria do não pagamento do Pasep. Ou seja, o cobertor tem que ser curto para todo mundo, não pode ser só para Outra questão diz respeito ao SUS. Essa é a área mais crítica hoje em dia. O Governo Estados, Municípios, para a própria União, e não ser para o sistema financeiro. Está Federal tem– isso é uma estimativa – R$ 7 bilhões, de repasses regulares do SUS aos levando inclusive o déficit agregado do País a crescer. Este ano vamos caminhar para Estados e Municípios atrasados. Creio que deveríamos aprovar um projeto de lei 8% do PIB. É uma estratégia de autoderrota dentro deste processo, e eu creio que os penalizando seriamente os atrasos no caso da área da saúde.

40 41 governadores devem estar atentos para esse tipo de questão da mesma maneira que a junto comigo, tem construído no diálogo com os diversos segmentos municipais, direção do Senado e da Câmara. estaduais e acadêmicos uma pauta capaz de simplificar, dentro de cada eixo – educação, saúde e segurança etc. – as prioridades. E, junto com as prioridades, aquilo Só para concluir, o seguinte: temos oportunidades para muita mudança legislativa que o Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, coloca: temos obrigações e, junto com boa. Desde que eu acompanho a vida do Congresso, de quando fui Deputado, desde elas, é imperioso haver formas de financiá-las, para garantir uma boa qualidade desse a Constituinte até hoje, o Congresso Nacional nunca foi tão forte quanto agora. serviço, que é o que o povo brasileiro espera. Nunca teve a capacidade que tem agora de criar situações e de tocar adiante medidas importantes. Parabéns, Presidente Renan; parabéns Presidente Eduardo, pela construção de um novo Pacto Federativo, de um novo Brasil e de um Congresso afirmativo como o povo Vamos ter consciência disso e vamos trabalhar nesta direção. A crise traz muitos brasileiro quer! prejuízos, mas paradoxalmente fortaleceu o Congresso Nacional. Então, vamos usar esse fortalecimento em benefício do nosso País, do nosso desenvolvimento. Muito obrigado. Senador Donizeti Nogueira (PT-TO) – Senhor Presidente Renan Calheiros, senhor Presidente Eduardo Cunha, senhoras Senadoras, senhores Senadores. Deputado Danilo Forte (PMDB-CE) De tudo que eu ouvi, penso que existem medidas urgentes – Surge um momento novo, em que os entes federados se para serem tomadas. Mas penso, também, que não vamos reúnem no Congresso Nacional numa esperança de que a resolver o problema do Brasil fazendo só o urgente. mudança possa se transformar em benefício da cidadania,

que é o que tem fraquejado no Brasil e tem feito com Marcos O liveira/ A gência S enado Precisamos nos perguntar: qual o Brasil que queremos que a população vá às ruas cobrar dos gestores e dos para os próximos 20 anos? Que Brasil queremos construir? políticos, contra a estagnação, a falta de oportunidade e de Quanto custa a construção deste Brasil em 20 anos? E Marcos O liveira/ A gência S enado qualidade dos serviços públicos. quem paga essa conta? Quero parabenizar o Presidente do Senado, Senador O que foi colocado aqui resolve o urgente, é paliativo, Renan Calheiros, e o Presidente da Câmara, Deputado mas não vai resolver o problema do Brasil em médio e Eduardo Cunha, que têm sensibilidade e que estão longo prazo. Não vai resolver o problema do caixa dos aproximando o Congresso Nacional da pauta da governos dos Estados e das prefeituras em médio e longo prazo. Esse grupo de trabalho rua, do sentimento da população, trazendo debates sugerido pelo Governador Wellington Dias e os encaminhamentos feitos pelo Senador que, muitas vezes, os políticos se acovardavam em Renan Calheiros são importantes, mas poderíamos pensar em reestruturar nosso Pacto tratar, porque criavam uma competição, uma disputa entre poderes. E o Poder de Nação, construindo uma agenda que levasse a pontos urgentes, mas que também Legislativo, fraquejado nessa relação, não tinha autonomia necessária para fazer esse pensasse por aspectos importantes de longo prazo. enfrentamento. Durante longo período neste País, alguns ganharam muito. Esses têm que ser Este é um novo momento, em que temos uma oportunidade com a pauta aqui traçada. chamados para participar do financiamento deste Brasil que precisamos construir, para Louvo uma iniciativa simples levantada pelo Governador Geraldo Alckmin, de São que a gente tenha definitivamente os problemas da saúde, da educação, da segurança Paulo, com relação à cobrança da prestação do atendimento nos sistemas públicos resolvidos. Para que não existam iniciativas de urgência, de emergência para tentar sejam municipais, sejam estaduais, das operadoras de saúde. resolver um problema que não vai ser resolvido a não ser naquele momento e, depois, não ter continuidade. Em 2010, eu era do Comitê Gestor do Ministério da Saúde. Fizemos um levantamento, junto com o Ministro José Gomes Temporão. Naquela época, os planos Precisamos pensar além das medidas de emergência, pensar nas medidas estruturantes de saúde deixavam de pagar R$ 2 bilhões de reais pelos serviços prestados pelo sistema para que o País encontre o rumo do desenvolvimento sustentado de médio e longo público de saúde no País aos seus segurados. Descentralizando a cobrança, será muito prazos, sabendo qual a fonte vai pagar a conta. Não dá para atribuir a solução aos mais fácil cobrar esses recursos, que hoje correspondem a quase 0,5% do Fundo de governadores, aos prefeitos ou à União sem a gente pensar, em longo prazo, o que Participação dos Municípios, cuja primeira parcela vai ser paga em 15 de junho, algo precisa ser feito. Muito obrigado! em torno de R$ 3,6 bilhões que serão distribuídos aos Municípios brasileiros. Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha – Este debate foi muito Esta reafirmação do Congresso Nacional é uma nova forma, inclusive, de fazer política importante. As decisões estão sendo anunciadas. Muitas das sugestões práticas as boas neste momento novo que o Brasil vive. O nosso relator, Deputado André Moura, ideias que colhemos aqui serão implementadas. E mais do que a nossa intenção de

42 43 cumprir, as palavras do Governador Pedro Taques foram muito importantes porque ele definiu o que estamos dispostos a fazer, que é ter vontade política de tocar a agenda para o Pacto Federativo. Essa vontade terão todos da Câmara dos Deputados e, com certeza, do Senado Federal, para que possamos levar isso adiante. Muito obrigado a todos vocês! Presidente do Senado Federal, Renan Calheiros – Mais uma vez, quero agradecer a presença de todos, especialmente a dos governadores. Muito obrigado pela participação, pelas intervenções, pelas sugestões, pelas propostas. A exemplo do que fez o Presidente da Câmara, agradeço ao Governador Pedro Taques, que fez um encaminhamento de acordo com a produtividade que esta reunião buscou. Assim, estamos designando o Senador José Serra e o Senador Romero Jucá para que, ainda hoje, em contato com os governadores, ou pelo menos com um governador de cada região, possamos detalhar absolutamente tudo que discutimos. Amanhã, às 11h, farei uma visita ao Presidente da Câmara dos Deputados para que a gente possa conversar sobre essa agenda federativa que deverá complementarmente ser apreciada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Alguns pontos poderão ser votados prioritariamente na Câmara dos Deputados e outros no Senado Federal. E isso, complementarmente, vai ajudar a agilizar a tramitação das propostas. Por fim, quero comunicar aos Senadores e às Senadoras que estamos designando um grupo de trabalho para fazer um permanente acompanhamento da tramitação, da sugestão, da descentralização, da desburocratização de todas essas coisas que distorcem o nosso Pacto Federativo. No momento em que lhes agradeço, quero dizer aos Governadores, que mais que a obrigação do Legislativo, esse é o nosso dever, do qual não vamos jamais nos eximir. Muito obrigado a todos!

44 45 Governadores e representantes dos 26 Estados e do Distrito Federal presentes

Governador do Acre, Tião Viana Governador de Pernambuco, Paulo Câmara Governador de Alagoas, Governador do Estado do Piauí, Wellington Dias Governador do Amazonas, José Melo de Oliveira Governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori Governador da Bahia, Rui Costa Governador de Rondônia, Confúcio Moura Governador do Ceará, Governadora do Estado de , Governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg Governador do Estado de Santa Catarina, Raimundo Colombo Governador de Goiás, Marconi Perillo Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin Governador do Maranhão, Flávio Dino Governador do Estado de Sergipe, Governador do Mato Grosso, Pedro Taques Governador do Estado de Tocantins, Governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja Vice-Governador do Estado do Amapá, Papaléo Paes Governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel Vice-Governador do Estado do Rio Grande do Norte, Fábio Veras Dantas Governador do Estado do Pará, Simão Jatene Vice-Governador do Espírito Santo, César Colnago Governador da Paraíba, Ricardo Coutinho Secretário de Fazenda do Rio de Janeiro, representando o Governador, Julio Bueno Governador do Paraná, Beto Richa

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